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Governo do Estado da Bahia
Secretaria da Saúde
Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde
Diretoria de Vigilância Epidemiológica
Coordenação do Programa Estadual de Imunizações
Manual de Procedimentos
para Vacinação
Bahia, 2011
© 2011. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial
A responsabilidade pelos direitos autorais dos textos e imagens desta obra é da área técnica. O Manual de Procedimentos para Vacinação pode ser acessado na íntegra no site da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia: www.saude.ba.gov.br ou www.vigilanciaemsaude.ba.gov.br
Série A. Normas e Manuais Técnicos
Tiragem: 4ª edição – 2011 – 5.000 exemplares
Elaboração, distribuição e informações Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica Coordenação do Programa Estadual de Imunizações Produção editorial Capa: Pamdesign Comunicação Ltda Projeto Gráfico: Pamdesign Comunicação Ltda Diagramação: Pamdesign Comunicação Ltda Impressão e Editoração: Qualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda Revisão: Marlene Tavares Barros de Carvalho e Cristina Maria Vieira da Rocha
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Ficha catalográfica elaborada: Eliana Carvalho/ CRB-5 1100
B151 Bahia. Secretaria da Saúde. Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde. Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Coordenação do Programa Estadual de Imunizações. Manual de procedimento para vacinação ./ Diretoria de Vigilância Epidemiológica. .- Salvador: DIVEP, 2011. 573p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) 1. Vacinação (Saúde Pública) 2. Imunização. 3. Vacinas. 4. Prevenção Primária 5. Educação em Saúde .6. Serviços de Saúde. 6. Promoção da Saúde . I. Autor. II. Título. CDU 614.47
Catalogação na fonte – Biblioteca Cesat 1 A Secretaria de Estado da Saúde da Bahia publica este Manual de Procedimentos reiterando créditos ao PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES – PNI, vez que o trabalho de revisão, atualização e ampliação do conteúdo foi desenvolvido com a anuência da Coordenação Geral do PNI, do Departamento de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Vigilância em Saúde (CGPNI/DEVEP/SVS). Os originais foram encaminhados ao nível nacional pela equipe de elaboração em março de 2010.
Governador do Estado da Bahia
Jacques Wagner
Secretário da Saúde
Jorge José Santos Pereira Solla
Superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde
Alcina Marta de Souza Andrade
Diretora de Vigilância Epidemiológica
Maria Aparecida Araújo Figueiredo
Coordenadora da Coordenação do Programa Estadual de Imunizações
Maria de Fátima Sá Guirra
Coordenadora da Assessoria Técnica da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde
Marlene Tavares Barros de Carvalho
Créditos desta edição
Equipe responsável pela revisão, atualização e ampliação desta edição:
Marlene Tavares Barros de Carvalho Enfermeira / Epidemiologista / Mestre em Saúde Coletiva
Cristina Maria Vieira da Rocha Pedagoga / Especialista em Educação em Saúde Pública
Márcia Cristina Rangel Danieluk Enfermeira / Especialista em Saúde Pública
Doiane Lemos Enfermeira / Especialista em Saúde Pública
Tânia Maria Leão Enfermeira / Especialista em Saúde Pública
Colaboradores:
Ana Rosa dos Santos Médica / SanitaristaCatarina Shubert Enfermeira SanitaristaCristiane Pereira de Barros EnfermeiraSirlene Pereira EnfermeiraAdriana S. de Almeida – SMS/SALVADO R/PMSEnfermeira / Especialista em Saúde Pública
Maria de Fátima Sá Guirra Enfermeira / Mestre em Saúde Coletiva NOTA DA EQUIPE DE REVISÃO Quando este Manual de Procedimentos de Vacinação chegar às suas mãos é possível que no seu conteúdo sejam encontrados alguns referenciais que tenham sido substituídos ou não estejam mais em vigência (a exemplo de portarias, indicações e procedimentos). Esta é uma situação muito provável em razão da dinâmica dos processos no campo da gestão e da rapidez dos avanços no campo da ciência e da tecnologia. Assim, é recomendável estar atento a possíveis atualizações e mudanças, buscando informações no site do Ministério da Saúde www.saude.gov.br e/ou www.vigilanciaemsaude.ba.gov.br e junto a coordenação do Programa de Imunizações (PNI) na sua área de trabalho.
– CGPNI/DEVEP/SVS/MS
– CGPNI/DEVEP/SVS/MS
– CGPNI/DEVEP/SVS/MS
– CGPNI/DEVEP/SVS/MS
– DIVEP/SESAB
Sumário Geral
Apresentação
Prefácio....................................................................................................................... 2
Notas sobre o PNI, o planejamento e as responsabilidades
das esferas de gestão ................................................................................................ 5
Parte I – Planejamento, monitoramento e avaliação da
atividade de vacinação ............................................................................................. 17
Parte II – Aspectos técnicos e administrativos da atividade de
vacinação
Parte III – Procedimentos para administração de vacinas ................................... 209
Parte IV – Procedimentos para administração de soros
Parte V – Síntese sobre as doenças imunopreveníveis e
acidentes causados por animais peçonhentos ....................................................... 44 8 1
Parte VI – Glossário ................................................................................................ 54 1
...............................................................................................................1
................................................................................................................. 89
e imunoglobulinas...........4 01
1
Apresentação
Sinto-me honrado e privilegiado, como gestor da saúde de um estado
como a Bahia, em colocar à disposição da rede de serviços do Sistema Único
de Saúde – SUS, uma nova edição do Manual de Procedimentos de
Vacinação, resultado de longo e cuidadoso processo de revisão, com
conseqüente atualização e ampliação do seu conteúdo.
Importante resgatar que este Manual, cuja primeira edição foi de
1986, há 25 anos vem servindo de referencial para o trabalho de vacinação,
sendo instrumento indispensável para os profissionais que, diariamente,
enfrentam e vencem os desafios de fazer chegar os imunobiológicos à nossa
população, especialmente, nas salas de vacinação dos serviços de saúde.
Ao tomar a decisão de publicar o Manual de Procedimentos de
Vacinação, a Secretaria de Saúde da Bahia entende a necessidade premente
dessas orientações e normativas para o Programa Estadual de Imunizações,
nos 417 municípios baianos. Informações devidamente atualizadas e em
conformidade com o preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações –
PNI, e que vêm contribuir para a unidade, a qualidade e a segurança da
atuação dos profissionais nas mais de 3.000 salas de vacina existentes no
território baiano.
Com essa contribuição, o Governo da Bahia, a Secretaria Estadual de
Saúde, o Programa Estadual de Imunizações, conscientes do papel e da
responsabilidade das diferentes esferas de gestão na construção do SUS e na
promoção da saúde da população baiana e brasileira, coloca-se como partícipe
efetivo do PNI, ao disponibilizar informação atualizada para profissionais,
pesquisadores, estudantes, enfim, para toda a sociedade.
2
Prefácio à 4ª edição
A edição de manuais de normas e parâmetros tem, ao longo do
tempo, pautado a atuação de diversos setores do Ministério da Saúde. Com a
área de imunizações não tem sido diferente. É de 1977 a publicação de um
Manual de Normas e Instruções que integrava em seu conteúdo a vigilância
epidemiológica e as imunizações. O primeiro Manual de Vacinação foi de 1984,
seguindo-se, a partir daí, uma série de edições e reedições de instrumentos
abordando os diferentes aspectos da prática das imunizações.
Estabelecer normas é vital para um programa como o PNI, num país
de dimensões continentais, cuja operacionalização deve estar fundamentada
em um mínimo de unidade, considerando as enormes diferenças regionais,
climáticas, topográficas, demográficas dentre outras. A partir dessa base, as
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, de acordo com a situação
epidemiológica específica e com sua capacidade técnica, administrativa,
financeira e logística, podem definir normas e procedimentos diferenciados em
sua área de abrangência, como prerrogativa das três esferas do SUS.
Esse processo, que conta com a participação de diferentes órgãos e
entidades envolvidos com a imunização, é dinâmico e continuado,
consubstanciando-se em documentos como manuais ou guias,
complementados e atualizados por meio de notas técnicas, boletins e
correspondências oficiais, até que novo documento seja editado.
O primeiro Manual de Procedimentos para Vacinação foi elaborado
em 1986, quando o PNI era coordenado pela Secretaria Nacional de Ações
Básicas de Saúde (SNABS), do Ministério da Saúde. O manual foi trabalhado
por um grupo de profissionais de diversas categorias, mas, principalmente,
enfermeiros, em função das características do documento cujo foco maior é o
procedimento técnico para a administração de imunobiológicos.
Já naquela primeira edição foi considerado que o “desempenho de
um programa de imunizações eficiente e eficaz pressupõe a organização dos
serviços de saúde, a seleção da estratégia de vacinação apropriada e o
3
envolvimento da comunidade nessa atividade”, sem, no entanto, prescindir da
definição dos “procedimentos básicos para a execução, o acompanhamento e
a avaliação das atividades, além de identificar formas de implantação,
implementação e divulgação desses procedimentos na rede de serviços”.
A revisão desse primeiro documento foi feita somente em 1992
quando o PNI já se encontrava na estrutura da Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA). Esta segunda edição resultou da ampliação do próprio Programa
ocorrida a partir de 1990, somada à experiência com os dias nacionais de
vacinação para a erradicação da poliomielite e com a realização da campanha
nacional de vacinação com a vacina sarampo (atenuada), dentro do Plano de
Eliminação da doença.
A terceira edição é de 2001 quando o documento recebe um
tratamento mais ampliado com a introdução de novos imunológicos e capítulos
relativos ao planejamento e à avaliação das atividades, mas são mantidos os
objetivos preconizados desde a concepção, quais sejam:
o estabelecimento das linhas gerais para a administração dos
imunobiológicos na rede de serviços de saúde; e
a padronização e disciplinamento dos critérios e técnicas para
a administração de vacinas e soros utilizados pelo Programa.
Nesta última revisão de 2001, foi consubstanciado a terceira edição,
atualizada e ampliada quanto aos aspectos técnicos e administrativos
relacionados:
à organização da sala de vacinação;
aos procedimentos específicos para a administração de
vacinas e soros;
ao destino final das sobras de vacinas e do lixo da sala de
vacinação;
às noções básicas sobre refrigeração dos imunobiológicos;
às características das principais vacinas e soros;
4
às orientações sobre o planejamento e a avaliação das
atividades de vacinação;
aos imunobiológicos utilizados em situações específicas; e
às noções básicas sobre as doenças imunopreveníveis, e os
acidentes provocados por animais peçonhentos e seus
respectivos soros.
Na construção desta quarta edição, inicialmente, a equipe
responsável identificou técnicos que estavam na prática do trabalho de
imunizações, à frente da tomada de decisões sobre procedimentos, prescrições
e regras em uso no PNI, conhecedores das muitas mudanças introduzidas no
Programa. Por meio de discussões presenciais e virtuais, foi trabalhado o
intercâmbio de conhecimento e opiniões para identificação dos itens que
mereceriam revisão, exclusão, inclusão, correção.
Como principal referencial foi utilizado o Manual de 2001 e também o
conjunto de notas e informes técnicos da coordenação nacional do Programa,
além das decisões emanadas do Comitê Técnico Assessor em Imunizações
(CTAI), bem como documentos técnicos e científicos das diferentes áreas afins
do Ministério da Saúde e de instituições e organizações que lidam com
imunizações. O trabalho incluiu, ainda, a revisão bibliográfica e documental
sobre o tema e o Programa, envolvendo consultas a livros técnicos e a artigos
científicos publicados em revistas especializadas.
Uma das preocupações nesse processo foi trabalhar de forma que o
conteúdo do Manual fizesse uma articulação entre os principais pontos da
evolução do Programa e as mudanças observadas no setor saúde a partir da
Constituição Federal de 1988 e da instituição do SUS, mais especialmente a
partir de 1999 e depois em 2003 quando foi criada a Secretaria de Vigilância
em Saúde (SVS), mas a principal preocupação foi focar a equipe e a sala de
vacinação no contexto da atenção primária em saúde e de sua expansão no
país, bem assim do aprofundamento do processo de descentralização da
vigilância em saúde.
5
Notas sobre o PNI, o planejamento e as responsabilidades das esferas de gestão
O planejamento e a programação devem ser trabalhados
considerando as especificidades locais, mas também as prioridades nacionais
e estaduais estabelecidas em pactos negociados entre as instâncias de
governo do SUS. Deve-se, ainda, considerar instrumentos definidos no âmbito
estadual e municipal como o Plano Plurianual – PPA, Planos de Saúde,
programação pactuada e integrada estadual e regional, dentre outros.
Em função do que está estabelecido nesses diversos instrumentos,
torna-se imprescindível definir objetivos, metas, estratégias, atividades e
recursos, tendo em vista o atendimento das prioridades em termos de
vacinação, que se constituem em compromissos nacionais e, às vezes,
internacionais, para os quais a vacinação é fundamental.
Atualmente se constituem como compromissos nacionais e/ou
internacionais:
manter a erradicação da febre amarela urbana;
manter a erradicação da poliomielite;
manter a eliminação do sarampo;
eliminar a rubéola e a síndrome da rubéola congênita (SRC);
eliminar o tétano neonatal;
controlar a difteria, a coqueluche, a hepatite B, a febre
amarela silvestre, as formas grave da tuberculose e as
infecções pelo Haemophilus influenzae tipo b.
Em relação a esses e a outros compromissos assumidos, o PNI
estabelece como objetivos:
alcançar e manter coberturas iguais ou maiores que 95% da
população alvo em todos os municípios;
6
assegurar a qualidade de todas as vacinas utilizadas;
assegurar a farmácovigilância e a vacinação segura;
assegurar o quantitativo de vacinas necessário ao
cumprimento dos calendários de vacinação e a demanda do
CRIE.
O objetivo de um programa de imunizações deve ser sempre a
vacinação da totalidade da população alvo para um produto específico.
O PNI e as responsabilidades das esferas de governo
O PNI foi considerado à época de sua criação, em 1973, como
medida destinada a coordenar ações que se caracterizavam pela
descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura.
Eram ações conduzidas dentro de programas especiais (erradicação da
varíola, controle da tuberculose) ou por iniciativa de governos estaduais,
carecendo de uma coordenação central que possibilitasse sincronia e
racionalização.
O Programa foi institucionalizado em 1975, pela Lei nº 6.259/1975,
que criou o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), e
regulamentado pelo Decreto nº 78.231/1976, tendo como competências:
implantar e implementar as ações relacionadas às vacinações
de caráter obrigatório;
estabelecer critérios e prestar apoio técnico e financeiro à
elaboração, implantação e implementação das ações;
estabelecer normas básicas para a execução das vacinações;
supervisionar e avaliar a execução das vacinações no território
nacional; e
analisar e divulgar informações referentes às imunizações.
7
Voltado, portanto, para o controle, erradicação ou eliminação de
doenças imunopreveníveis, mediante a vacinação sistemática da população, o
Programa é considerado como uma das principais e mais relevantes
intervenções em saúde pública, em especial pelo importante impacto na
redução de doenças nas últimas décadas, com registro de grandes vitórias.
A certificação internacional da erradicação da varíola no Brasil foi
em 1973 e no mundo em 1979, seguindo-se a erradicação da transmissão do
poliovírus selvagem (no Brasil em 1989), a eliminação do sarampo (no Brasil o
último caso autóctone em 2000), e, mais recentemente, inicia-se o processo
que objetiva a eliminação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita
(SRC). As três últimas, além do compromisso dentro do próprio país,
representavam e representam compromisso internacional, em conjunto com os
países das Américas. A esses resultados somam-se a baixa incidência do
tétano neonatal, que já pode ser considerado eliminado como problema de
saúde pública; da raiva humana transmitida por animais domésticos, que
também está próxima da eliminação, e o controle da difteria, coqueluche e
tétano acidental.
A manutenção dos resultados já alcançados e a incorporação de
novos desafios têm uma relação direta com o planejamento articulado entre as
diferentes esferas de governo. Nesse particular, pensar a continuidade de
algumas vacinações é imprescindível, até porque em alguns países doenças
ou agentes transmissores prosseguem em atividade.
A evolução nesse campo e os resultados alcançados não se
constituem, certamente, em fruto do esforço isolado do PNI, sendo reflexo dos
avanços que marcaram a política de saúde no Brasil nos anos 1990 e nesses
anos do século 21, destacando como importante fato a expansão da Estratégia
Saúde da Família (ESF) que vem alcançando milhões de brasileiros.
As estruturas de vacinação nas três esferas do SUS vêm se
fortalecendo a cada dia, como referência técnica e operacional, e a
8
descentralização do Programa é fato, com os municípios, cada vez mais,
assumindo essa responsabilidade junto à população.
A) Responsabilidades das esferas nacional e estadual
Na esfera nacional, o PNI integra a estrutura da Secretaria de
Vigilância em Saúde (SVS), instituída em 2003, pelo Decreto nº 4.726, de 9 de
junho de 2003. A Secretaria, por intermédio do Departamento de Vigilância
Epidemiológica (DEVEP), ao qual está vinculada a Coordenação Geral do
Programa Nacional de Imunizações (CGPNI), tem por competência coordenar
a gestão do Programa com atribuições relativas à:
proposição do esquema básico de vacinas de caráter
obrigatório;
coordenação da investigação de eventos adversos
temporalmente associados à vacinação;
normatização, coordenação e supervisão da utilização de
imunobiológicos; e
assessoria técnica e cooperação a estados, municípios e ao
Distrito Federal em imunizações.
A Portaria nº 3.252, de 22 de dezembro de 2009, que trata das
competências da União, estados, Distrito Federal e municípios, na área de
vigilância em saúde, estabelece para o Ministério da Saúde com relação ao
Programa:
o provimento dos imunobiológicos, considerados como insumos
estratégicos;
a gestão do sistema de informação do Programa: o Sistema de
Informação do PNI (SI-PNI), incluindo a consolidação e análise
dos dados e a retroalimentação das informações; e
a coordenação do PNI incluindo a definição das vacinas
obrigatórias no País, as estratégias e normatização técnica
sobre sua utilização.
9
Para a esfera estadual ficou definido:
o provimento de seringas e agulhas, também considerado como
insumos estratégicos;
a gestão do SI-PNI, incluindo a consolidação dos dados, o envio
ao nível federal dentro dos prazos estabelecidos, a análise dos
dados e a retroalimentação das informações; e
a coordenação do componente estadual do Programa.
Além dessas atribuições específicas, a Portaria estabelece ainda
para a União, os Estados e o Distrito Federal a atuação complementar ou
suplementar, a cooperação técnica e a capacitação. Um aspecto importante
que também consta do documento é a suspensão do repasse dos recursos do
Teto Financeiro da Vigilância em Saúde (TFVS), transferidos via Fundo
Nacional de Saúde (FNS), como penalidade para estados e municípios que não
enviam os dados do SI-API (Sistema de Informação-Avaliação do Programa de
Imunizações), conforme pactuado nas três esferas de gestão.
B) Responsabilidades na esfera municipal
A vacinação, ao lado das demais ações caracterizadas como de
vigilância epidemiológica, vem, ao longo do tempo, perdendo o caráter
verticalista do início do Programa e se incorporando ao conjunto de ações da
atenção primária em saúde, sendo, portanto, realizada no contexto global da
oferta de serviços de saúde, como atribuição de uma equipe de saúde. As
campanhas, intensificações e operações de bloqueio – atividades extramuros –
são tratadas também como responsabilidade dessa equipe, recebendo o
reforço dos níveis distrital, regional e estadual e, muito eventualmente, da
esfera federal.
Para isso, o fortalecimento da gestão municipal no âmbito da
vigilância em saúde vem sendo fundamental, especialmente a partir de 1999
quando foram definidas formalmente as responsabilidades dos gestores do
10
SUS em relação a essas ações. O principal produto desse processo foi a
certificação dos 5.567 municípios brasileiros e do Distrito Federal,
representando em relação ao PNI, a responsabilização pela oferta da
vacinação à população, recebendo vacinas e recursos financeiros da esfera
federal. Esses recursos são transferidos diretamente do Fundo Nacional de
Saúde (FNS) para o Fundo Estadual de Saúde (FES) e para o Fundo Municipal
de Saúde (FMS).
Para os municípios a Portaria nº 3.252 aponta, no tocante ao PNI,
as seguintes atribuições:
coordenação e execução das ações de vacinação integrantes do
Programa, incluindo a vacinação de rotina com as vacinas
obrigatórias, as estratégias especiais como campanhas e
vacinações de bloqueio e a notificação e investigação de eventos
adversos e óbitos temporalmente associados à vacinação; e
gestão e/ou gerência do SI-PNI, incluindo a coleta e consolidação
dos dados provenientes das unidades, o envio ao nível estadual
dentro dos prazos estabelecidos, a análise e a retroalimentação
dos dados.
Pensar o PNI a partir do planejamento e programação local é uma
necessidade, considerando que é neste lócus que está o público alvo e é aí
que este serviço, ao lado de outros, é ofertado, com qualidade e oportunidade,
exigindo pessoal capacitado, infra-estrutura e insumos.
Vacinação e atenção básica
A Política Nacional de Atenção Básica, estabelecida em 2006,
caracteriza esse nível de atenção como “um conjunto de ações de saúde, no
âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde,
a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde.”
11
O Programa Saúde da Família (PSF), implementado a partir de
1994, é a estratégia adotada na perspectiva de organizar e fortalecer esse
primeiro nível de atenção à saúde, reorganizando os serviços com qualidade e
reorientando a prática profissional ao focar a atenção na família.
Nesse contexto, o Agente Comunitário de Saúde (ACS), integrante
dessa equipe, está envolvido com a atividade de vacinação, quando realiza a
checagem da caderneta e o encaminhamento da criança, gestante ou adulto
para iniciar ou completar esquemas, conforme calendários. Mesmo assim,
ainda se faz necessária maior integração da vacinação ao conjunto das ações
da atenção básica, principalmente no que diz respeito à avaliação da cobertura
da população adscrita e a sua importância para os propósitos de controle,
eliminação ou erradicação das doenças imunopreveníveis. No trabalho rotineiro
é preciso haver uma maior aproximação entre a equipe da sala de vacinação e
os demais integrantes da equipe de saúde, inclusive no sentido de reduzir as
‘oportunidades perdidas de vacinação’, que se caracterizam pelo fato de
crianças, gestantes, adolescentes e adultos serem atendidos em outros setores
da Unidade de Saúde sem que seja verificada a situação vacinal ou
encaminhados à sala de vacinação.
A realização de atividades extramuros para o desenvolvimento de
ações de assistência ou no caso de operações de vacinação, é outra situação
em que a integração da equipe pode resultar em bons resultados, além de
potencializar tempo e recursos. A organização do deslocamento de equipes
para intensificação de vacinação, excetuando-se as situações de campanha ou
de bloqueio de caso ou surtos, deve ser pensada no conjunto de outras ações
a serem ofertadas mais próximas da população. A ida de uma equipe a um
centro educacional ou a uma empresa para vacinação com as vacinas tétano
ou hepatite B, por exemplo, pode perfeitamente estar articulada a atividades de
educação e promoção da saúde, distribuição de preservativos,
aconselhamento, atendimento por profissionais específicos, dentre outras.
Nessas ocasiões, o conjunto de ações a ser ofertado estará condicionado à
capacidade da equipe e à análise da situação de saúde da comunidade
atendida.
12
Calendários de vacinação
As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde, no contexto
das ações que integram a atenção básica, são aquelas definidas nos
calendários de vacinação onde estão estabelecidos:
os tipos de vacina;
o número de doses da vacinação básica e do reforço;
a idade para administração de cada dose; e
o intervalo entre uma dose e outra no caso do imunobiológico
cuja proteção exige mais de uma dose.
Atualmente, são três calendários oficiais: o calendário da criança, o
do adolescente e o do adulto e idoso. O calendário da criança tem por objetivo
proteger esse grupo o mais precocemente possível, garantindo o esquema
básico completo no primeiro ano de vida e os reforços e as demais vacinações
nos anos seguintes.
Os calendários estão regulamentados pela Portaria Ministerial nº
1.602, de 17 de junho de 2006, mas já existem atualizações que são
informadas sistematicamente pela coordenação nacional do PNI. A equipe da
Unidade de Saúde deve buscar a informação mais atualizada sobre os
calendários de vacinação adotados no âmbito do SUS. Os esquemas devem
estar disponíveis para consulta e afixados em local visível da unidade.
Suprimento de imunobiológicos
O PNI, hoje, trabalha com mais de 40 tipos de imunobiológicos,
incluindo vacinas, soros e imunoglobulinas. A inserção de um produto no
Programa e o estabelecimento de grupos populacionais a serem cobertos são
decisões respaldadas em bases técnicas e científicas, tais como:
a evidência epidemiológica associada;
13
a eficácia e segurança da vacina; e
a garantia da sustentabilidade da estratégia adotada para a
vacinação, como, por exemplo, a capacidade de produção do
país ou do mercado internacional e a capacidade de
importação do produto ou da tecnologia de produção.
Muitas vezes, em função do contingente da população a ser
vacinado ou da estratégia a ser realizada, o quantitativo de um produto para
atender à necessidade do Brasil não corresponde à oferta internacional ou à
capacidade de produção em curto prazo.
É responsabilidade da instância federal, sem ônus para as demais
esferas, como já referido, o suprimento dos imunobiológicos necessários à
execução do Programa, atendendo ao estabelecido nos calendários de
vacinação, para campanhas de vacinação, para atender a situações que
requerem o uso de soros e imunoglobulinas e para suprir os Centros de
Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).
O Ministério da Saúde adquire e distribui os produtos, coordena a
importação e incentiva a produção nacional. Anualmente, são milhões de doses
de vacinas adquiridos no parque produtor nacional e internacional.
A oferta de imunobiológicos para os menores de cinco anos tem sido
ampliada, sempre de acordo com critérios anteriormente citados:
A vacina sarampo (atenuada) foi incorporada ao primeiro
calendário da vacinação em 1976;
As vacinas hepatite B (recombinante) e febre amarela
(atenuada) foram incorporadas ao calendário básico,
respectivamente em 1996 e 1991;
Em 1999 foi introduzida a vacina Haemophilus influenzae b
(conjugada), para crianças menores de um ano de idade, com
vistas ao controle das doenças invasivas causadas por esta
bactéria;
14
É também em 1999 que se inicia a vacinação da população
idosa com a vacina influenza (atenuada), por meio de
campanhas anuais;
Em 2001, a vacinação com a vacina hepatite B (recombinante)
é estendida para o grupo de um a 19 anos;
Em 2002 a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada)
deixa de ser administrada isoladamente e, combinada com a
vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis (tríplice bacteriana
– DTP), constitui a tetravalente;
Em 2003 a vacina sarampo, caxumba, rubéola (tríplice viral)
passou a fazer parte do calendário da criança, a partir dos 12
meses de idade, retirando-se, então, a vacina monovalente
sarampo;
Em 2006 é integrada ao calendário de vacinação da criança a
vacina rotavírus humano (oral), sendo administrada
exclusivamente nos menores de seis meses (até o 5º mês e
15 dias de vida); e
Para 2010 a incorporação ao calendário de vacinação da
criança a vacina pneumocócica 10 valente (conjugada), sendo
indicada exclusivamente para a criança a partir das seis
semanas de vida até os 23 meses e 29 dias; sendo também
incorporada em 2011 a vacina meningocócica C (conjugada)
para crianças menores de dois anos de idade.
Em 1993 inicia-se a implantação dos Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais – CRIE. São, atualmente, 40 unidades distribuídas
pelas 27 unidades federadas que oferecem produtos com indicação específica,
mediante prescrição médica, abrangendo, por exemplo:
a profilaxia pré e pós-exposição a agentes infecciosos em
determinados grupos de risco;
15
a substituição de produtos oferecidos na rede de serviços para
pessoas que não podem recebê-los por motivos clínicos; e
a vacinação de imunodeprimidos.
Parte I
Planejamento, monitoramento e avaliação das atividades de
vacinação
Sumário
Parte 1: Lista de quadros e figura..................................................................... 17
1. Introdução..................................................................................................... 20
2. Planejamento da atividade de vacinação..................................................... 26
2.1. Análise da situação da vacinação, identificação e priorização dos
problemas............................................................................................ 26
2.1.1. Análise da situação da vacinação............................................... 26
2.1.2. Identificação e priorização dos problemas relativos à
vacinação..................................................................................... 31
2.2. Definição de objetivos, metas e ações................................................. 32
2.2.1. Definição de objetivos......................................................
2.2.2. Definição de metas ...................................................................... 34
2.2.3. Definição de ações ..................................................................... 37
2.3. População a vacinar e necessidades de vacinas ................. ............... 42
3. Estratégias de vacinação.............................................................................. 45
3.1. Vacinação de rotina............................................................................... 46
3.2. Campanha de vacinação ..................................................................... 46
3.3. Vacinação de bloqueio.......................................................................... 47
3.4. Atividades extramuros.............................................................
3.4.1. Postos fixos temporários.................................................... .......... 49
3.4.2. Equipes móveis. .............................................................. ............ 50
3.4.3. Vacinação casa-a-casa........................................................ ........ 51
3.5. Vacinação de grupos específicos.............................................. ........... 52
3.5.1. Vacinação nos CRIE........................................................... ......... 52
3.5.2. População indígena...................................................................... 53
3.5.3. Vacinação de viajantes................................................................. 54
3.5.4. Áreas de fronteira.......................................................................... 54
3.6. Mobilização da comunidade.................................................................. 55
3.6.1. Articulação com instituições e organizações................................ 56
3.6.2. Atividades com a comunidade...................................................... 56
3.6.3. Divulgação de informações................................................ .......... 57
3.6.3.1. Trabalho na ‘sala de espera’............................................. 58
3.6.3.2. Visita domiciliar.................................................................. 59
.............. 48
............ 32
3.6.3.3. Veículos de comunicação.................................................. 60
4. Supervisão, monitoramento e avaliação da atividade de vacinação............ 61
4.1. Supervisão............................................................................................ 61
4.2. Monitoramento e avaliação das atividades de vacinação..................... 65
4.2.1. Monitoramento da atividade de vacinação................................... 66
4.2.1.1. Cálculo da cobertura de vacinação................................... 67
4.2.1.2. Cálculo da cobertura para vacinas com esquema
multidoses ...................................................................................... 68
4.2.1.3. Homogeneidade das coberturas........................................ 68
4.2.1.4. Avaliação da cobertura...................................................... 69
4.2.1.5. Acompanhamento da taxa de abandono .......................... 71
4.2.1.6. Avaliação da utilização das vacinas.................................. 74
4.2.2. Outros tipos de avaliação da atividade de vacinação.... .............. 76
4.2.3. Avaliação da eficiência e eficácia................................................. 72
4.2.4. Resolutividade, acessibilidade e satisfação do usuário............... 77
Bibliografia ....................................................................................................... 79
Parte I: lista de quadros.
Quadro I-1: Análise da situação da vacinação: situação das doenças imunopreveníveis........................................................................... 27
Quadro I-2: Análise da situação de vacinação: perfil da população ................. 28
Quadro I-3: Análise da situação de vacinação; disponibilidade e uso de informações......................................................................
Quadro I-4: Análise da situação de vacinação: modelo de atenção e de organização de serviços no território............................................. 29
Quadro I-5: Exemplo de explicação de problemas............................................ 32
Quadro I-6: Exemplo de objetivos...................................................................... 33
Quadro I-7: Metas do PNI.................................................................................. 35
Quadro I-8: Exemplo de metas relacionadas a objetivos e problemas............. 37
Quadro I-9: Exemplo de ações considerando os diversos problemas, objetivos e metas apontados........................................................................ 38
Quadro I-10: Consolidado dos exemplos apresentados anteriormente relativo ao processo de planejamento da atividade de vacinação em função da análise da situação...................................................... 40
Quadro I-11: Vantagens e desvantagens da vacinação de rotina..................... 46
Quadro I-12: Vantagens e desvantagens da campanha de vacinação ............ 47
Quadro I-13: Vantagens e desvantagens da vacinação de bloqueio............... 48
Quadro I-14: Vantagens e desvantagens dos postos fixos temporários.......... 50
Quadro I-15: Vantagens e desvantagens das equipes móveis......................... 51
Quadro I-16: Vantagens e desvantagens da vacinação casa-a-casa.............. 52
Quadro I-17: Vantagens e desvantagens do método administrativo................ 69
Quadro I-18: Exemplo do desdobramento da meta anual para o monitoramento da atividade de vacinação........................................................... 71
Quadro I-19: Vantagens e desvantagens do inquérito de cobertura................ 7
.............. 28
5
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1. Introdução Esta Parte I do Manual de Procedimentos de Vacinação aborda os
aspectos da atividade de vacinação relacionados ao planejamento, ao monitoramento e à avaliação no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI), no contexto da atenção primária em saúde, considerada como porta de entrada de uma rede de serviços que compõe um sistema municipal de saúde que, por sua vez, é parte integrante do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para o Ministério da Saúde planejar é, fundamentalmente, avaliar o passado, sondar o futuro, tomar decisões e prometer fazer.
O diálogo entre Alice e o Gato, no livro “Alice no País das Maravilhas”, transcrito na publicação Saúde & Cidadania, expressa de uma forma bem simples a importância do planejar:
"Alice - Poderia me dizer, por favor, qual é o caminho para sair daqui?
Gato - Isso depende muito do lugar para onde você quer ir.
Alice - Não me importa muito onde.
Gato - Nesse caso, não importa por qual caminho você vá."
Olhando de forma particular a atividade de vacinação, pode-se dizer, por exemplo, que saber aonde se quer chegar é definir o grupo (ou grupos) alvo que deve ser protegido em determinado território, utilizando vacinas. Saber qual o melhor caminho a percorrer diz respeito à estratégia (ou estratégias) que será utilizada para alcançar a população pretendida.
O processo de planejamento busca, assim, definir as condições necessárias ao alcance de objetivos, antecipando possíveis resultados ou efeitos sobre uma determinada realidade, situação ou problema.
A Lei nº 8.080/90 estabelece que o planejamento “será ascendente, do nível local até o federal” e que a “elaboração e atualização periódica do plano de saúde” é atribuição comum à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Diz, ainda, que é competência da direção nacional do SUS a elaboração do planejamento estratégico nacional em cooperação com os estados, municípios e o Distrito Federal (Capítulos III e IV, Artigos 15 e 16).
Mais recentemente, os gestores do SUS, ao estabelecerem o Pacto Nacional pela Saúde (Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006), destacaram o planejamento como uma das diretrizes da gestão do Sistema, ao lado do financiamento, da regulação e da descentralização. O processo, de acordo com essa diretriz, deve ser articulado e integrado entre as três esferas e inserido em um Sistema de Planejamento do SUS (PlanejaSUS) que compreende, também, o monitoramento e a avaliação.
O Pacto atualizou e flexibilizou as formas de habilitação definidas pela Norma Operacional Básica do SUS 1/96 (NOB-SUS, Portaria No. 2.203, de 5 de novembro de 1996) e pela Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS-SUS, Portaria/GM n. 95, de 26 de janeiro de 2001), adotando o Termo de Compromisso de Gestão, cuja assinatura é precedida de discussão e avaliação por parte dos estados e municípios.
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O PlanejaSUS integra o Pacto pela Saúde e sua regulamentação é objeto da Portaria nº 3.085, de 1º de dezembro de 2006, tendo como instrumentos básicos: o Plano de Saúde (PS), as suas respectivas Programações Anuais de Saúde (PAS) e os Relatórios Anuais de Gestão (RAG). Esses instrumentos são formulados e passam por revisões periódicas nas três esferas de gestão.
A compreensão de que o planejamento, o monitoramento e a avaliação são atribuições e competências que se articulam no âmbito do SUS, é muito importante para entender como essas funções se viabilizam em relação a um programa nacional como o PNI, que, embora pensado em sua quase totalidade de forma centralizada, tem sua concretização na porta de entrada do Sistema, integrando o conjunto de ações da atenção primária em saúde.
A vacinação, portanto, consta dos vários instrumentos de planejamento, monitoramento e avaliação, na esfera federal, estadual e municipal, e a definição das prioridades aí inscritas deve estar sustentada:
na informação relativa à magnitude, transcendência e vulnerabilidade das doenças preveníveis por vacinas;
na disponibilidade do imunobiológico no mercado nacional ou internacional;
na disponibilidade de insumos estratégicos, como seringas e agulhas;
na disponibilidade de recursos humanos, materiais e financeiros;
na definição dos grupos suscetíveis, especialmente aqueles em que devem ser concentradas a vacinação por apresentar maior risco.
A relevância da cobertura de vacinação como indicador de desempenho do setor saúde pode ser representada pela sua inserção nos diferentes instrumentos de gestão do SUS.
No Plano Plurianual (PPA) a homogeneidade para a vacina hepatite B é um dentre os diversos indicadores: ‘alcançar 95% de cobertura vacinal em menores de um ano em, pelo menos, 70% dos municípios brasileiros’.
No Pacto pela Saúde, instituído pela Portaria nº. 325, de 21 de fevereiro de 2008, firmado entre o Ministério da Saúde e as demais esferas, um dos indicadores do Pacto de Gestão é a ‘cobertura vacinal por tetravalente em menor de um ano’, cujo cálculo considera o número de terceiras doses registradas dessa vacina (vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada).
Um aspecto a ser destacado com relação à escolha da tetravalente como a vacina a ser acompanhada está relacionado à complexidade da sua operacionalização: é uma vacina injetável (intramuscular) e o esquema completo no primeiro ano de vida exige a administração de três doses. É, portanto, uma ação que apresenta relativo grau de dificuldade, seja para o serviço, a equipe de saúde, seja para a mãe ou responsável pela criança a ser
25
vacinada. Assim, um bom resultado com esta vacina pressupõe bons resultados para as demais direcionadas a esse grupo de idade.
Na Programação Anual de Vigilância em Saúde (PAVS), que substituiu a Programação Pactuada e Integrada de Vigilância em Saúde (PPI-VS) como instrumento de planejamento, está definido um elenco norteador das ações de vigilância em saúde a serem operacionalizadas pelas três esferas de gestão. A imunização é um dos 13 eixos da programação e, anualmente, são definidos parâmetros de referência1.
Nesta Parte I apresentam-se os principais aspectos relacionados ao planejamento, monitoramento e avaliação naquilo que é específico da atividade de vacinação, envolvendo a análise da situação, principais problemas relativos a essa atividade, definição de objetivos, metas e ações em vacinação, além dos pontos importantes que devem ser observados na definição da população a vacinar e no estabelecimento das necessidades dos imunobiológicos.
Descreve, do mesmo modo, as estratégias adotadas, em geral, para o alcance das populações alvo, enfocando ainda a supervisão, o monitoramento e a avaliação, destacando-se os aspectos relacionados à avaliação da cobertura de vacinação, à homogeneidade, taxa de abandono, utilização das vacinas.
1 Para 2008, por exemplo, foram estabelecidos os seguintes parâmetros: 95% de cobertura dos menores de cinco anos com a poliomielite em cada etapa da campanha; 80% dos idosos vacinados com a vacina influenza na campanha anual; 95% de cobertura das crianças com um ano com a tríplice viral; e 95% de adolescentes e adultos jovens vacinados com a vacina rubéola.
26
2. Planejamento da atividade de vacinação
O planejamento contempla uma série de etapas ordenadas e desenvolvidas mediante processos específicos com tempos e movimentos diferentes, a saber:
o planejamento (propriamente dito);
a execução;
o acompanhamento ou monitoramento e a avaliação com consequente replanejamento ou revisão de metas, estratégias, atividades etc.
A elaboração do plano ou da programação, que constitui um dentre os vários produtos do planejamento, deve ocorrer dentro de um processo dinâmico capaz de permitir revisões periódicas de objetivos, prioridades e estratégias, seja em função dos avanços registrados, seja em decorrência dos obstáculos que eventualmente vão sendo defrontados.
Em vacinação a revisão de prioridades e estratégias é muito frequente em função:
do avanço científico e tecnológico;
da própria dinâmica do processo saúde-doença nas populações;
da introdução de novas vacinas; e
da expansão do Programa na última década, produzindo mudanças significativas no âmbito das doenças imunopreveníveis.
A vacinação, como já referido, é uma ação incluída no conjunto da atenção básica e deve ser planejada, executada, monitorada e avaliada de forma articulada com as demais ações, sendo responsabilidade da equipe local de saúde, objetivando atender de forma prioritária a população do território de referência dessa equipe.
2.1. Análise da situação da vacinação, identificação e priorização dos problemas
2.1.1. Análise da situação da vacinação A análise da situação de saúde consiste na identificação, descrição
e análise dos problemas de uma determinada realidade, mediante utilização de informações demográficas, epidemiológicas e sociais. É a oportunidade para medir, caracterizar, explicar e avaliar os problemas orientando a definição das medidas a serem adotadas.
Um problema pode ser representado por uma situação que se afasta, negativamente, de um parâmetro ideal desejado, ou proposto. Por exemplo: uma cobertura de vacinação abaixo do percentual preconizado é um problema, considerando a disponibilidade de vacinas, insumos e pessoal preparado.
Nos quadros I-1 até I-4, apresentados na seqüência, estão listadas questões importantes na caracterização da situação necessária ao planejamento da atividade de vacinação, organizadas segundo:
o perfil epidemiológico das doenças imunopreveníveis; e
os aspectos relacionados à gestão dessa atividade.
O planejamento da atividade de vacinação pela equipe de saúde deve considerar a análise das informações sobre o comportamento das doenças imunopreveníveis no território, tendo em conta que a vacinação é a ferramenta que contribui para o controle, erradicação ou eliminação dessas doenças (Quadro I-1). Gráficos e tabelas devem ser elaborados para ilustrar a análise realizada, incluindo a apresentação de séries históricas, além de situar o território a ser trabalhado e fazendo comparações com situações apresentadas no distrito, município, região, estado ou mesmo no país.
Quadro I-1: Análise da situação da vacinação: situação das doenças imunopreveníveis
1) Ocorrência de casos e óbitos de doenças imunopreveníveis;
taxas de morbidade e mortalidade, incidência e letalidade; ocorrência de surtos [capacidade de detecção e enfrentamento].
Qual a situação no território abrangido pela Unidade de Saúde?
E no distrito?
E no município?
Quais os determinantes e condicionantes dessas ocorrências?
Em que a vacinação influencia?
2) Mudanças no comportamento epidemiológico; fatores de risco existentes; vinculação com a situação epidemiológica na microrregião, na região, no estado e no país.
3) Notificação de doenças imunopreveníveis; áreas do território silenciosas; áreas com casos suspeitos e confirmados.
4) Situação dos indicadores de vigilância das doenças imunopreveníveis, especialmente os relacionados àquelas que se encontram na condição de erradicação ou eliminação; série histórica do alcance dos indicadores; acompanhamento realizado pela equipe.
5) Coberturas de vacinação alcançadas no território de abrangência da Unidade de Saúde; série histórica das coberturas para todas as vacinas; homogeneidade das coberturas para todas as vacinas dentro do território (setores, bairros, ruas); áreas com bolsões de suscetíveis.
6) Ocorrência de eventos adversos pós-vacinação; capacidade de detecção, notificação e investigação; atendimento e acompanhamento dos casos.
As características do território têm relação direta com o perfil de
saúde da população, além de influenciar no planejamento, na execução e no
resultado das atividades, dentre as quais está a vacinação (Quadro I-2). A
questão da informação também é ponto fundamental, devendo ser alvo da
análise, considerando a disponibilidade da informação de um modo mais
amplo, bem como daquela disponível na unidade de saúde, considerando a
qualidade do registro, o uso e a disseminação da informação (Quadro I-3).
27
28
Quadro I-2: Análise da situação de vacinação: perfil da população
1) Existência no território de região agrícola, com grandes
propriedades, com uma população flutuante formada, muitas vezes, por famílias inteiras que trabalham no período da plantação ou da colheita.
Qual a situação no território abrangido pela Unidade de Saúde?
Essas populações vêm sendo vacinadas?
Há dificuldades de acesso da população à vacinação?
As estratégias adotadas vêm dando os resultados esperados?
Quais os principais problemas e dificuldades?
2) Existência no território de área rural com população dispersa ou aglomerada em pequenos povoados, vilas, sítios e fazendas.
3) Existência na área urbana de fluxo de pessoas de uma área ou região para outra, com entradas e saídas temporárias ou com a imigração ou emigração.
4) Existência de maternidade de referência fora do território com fluxo de população; situação da vacinação de recém-nascidos com a BCG e com a hepatite B.
5) Existência de região industrial com população aglomerada em torno de fábricas.
6) O território se caracteriza como cidade-dormitório.
7) Existência de barreiras físicas naturais [rio, morro etc.] ou artificiais [açudes, barragens, viadutos, vias expressas etc.]
8) Existência de zonas conflagradas pelo tráfico e pela violência
9) Existência de contingente de população em situação de exclusão e vulnerabilidade [analfabetismo, desemprego e sub-emprego, prostituição, droga etc.], para a qual, muitas vezes, a vacinação não é prioritária, em função, por exemplo, do custo do transporte até à unidade, da desinformação, do desinteresse ou desvalorização da promoção da saúde, dentre outros fatores
10) Existência de grupos populacionais específicos [população indígena, quilombolas, assentados, população de rua] e situações especiais como área de fronteira, fluxo de viajantes [porto, aeroporto de relevância]
Quadro I-3: Análise da situação de vacinação; disponibilidade e uso de informações 1) Disponibilidade e uso da informação pela equipe da Unidade de
Saúde [sobre o território, sobre a população, sobre a situação de saúde e sobre a vacinação]; uso da informação colhida junto à população pelos Agentes Comunitários de Saúde [ACS] e pelos Agentes de Endemias ou de vigilância; coleta de informação junto à própria população do território (censo, estudo, entrevistas etc.); visitas in loco para reconhecimento do território; uso de técnicas de reconhecimento geográfico e de geoprocessamento; construção de mapas com visualização sócio-ambiental.
Qual a situação na Unidade de Saúde?
Como essas questões têm interferido na realização e nos resultados do trabalho de vacinação?
Como essas questões têm interferido na avaliação da vacinação?
Quais os principais problemas e dificuldades?
2) Disponibilidade, acesso e uso dos sistemas nacionais (Sistema de Informação sobre Mortalidade [SIM], Sistema de Informação de Nascidos Vivos [SINASC], do Sistema Nacional sobre Agravos de Notificação [SINAN], do Sistema de Informação da Atenção Básica [SIAB]); alimentação desses sistemas; cumprimento dos prazos para envio dos dados; preparo da equipe; qualidade do registro, crítica do dado; retroalimentação dentro da própria equipe; realização de análises dos dados.
3) Disponibilidade dos sistemas de informação do PNI (SI-PNI, principalmente o SI-API) na Unidade de Saúde; alimentação
desses sistemas; cumprimento dos prazos para envio dos dados; preparo da equipe; qualidade do registro, crítica do dado; retroalimentação dentro da própria equipe; realização de análises dos dados.
4) Qualidade da informação disponível; disponibilização de informações por faixa de idade segundo cada grupo alvo que integra os calendários oficiais de vacinação e grupos populacionais específicos existentes no território de abrangência da Unidade de Saúde (indígenas, quilombolas, assentados etc.); aproximação das estimativas populacionais território; confronto com dados mais reais do SIAB ou de censos locais; dificuldade em caracterizar a situação do território pela não disponibilização de dados mais localizados; dificuldade de análises epidemiológicas mais próximas da realidade.
Os aspectos relacionados ao modelo de atenção à saúde onde se
insere a Unidade de Saúde e, por conseqüência, a atividade de vacinação
objeto do planejamento, devem, do mesmo modo, compor a análise da
situação, envolvendo especialmente a organização da atividade de vacinação,
a disponibilidade de insumos, a articulação com a comunidade, os resultados
alcançados, as estratégias adotadas, dentre outros (Quadro I-4).
Quadro I-4: Análise da situação de vacinação: modelo de atenção e de organização de serviços no território
1) Organização da atenção primária; adoção da estratégia saúde
da família (ESF) e/ou modelo tradicional; hierarquização dos serviços; níveis de complexidade; sistema de referência e contra-referência; no caso da ESF verificar cobertura das equipes e formas de atendimento das áreas não cobertas.
Como essas questões influenciam no desenvolvimento do trabalho de vacinação?
Como têm interferido na proteção da população?
Como têm interferido para o alcance dos objetivos de controle, eliminação ou erradicação de doenças imunopreveníveis?
Como têm interferido para o alcance dos indicadores e metas?
Quais os principais problemas identificados?
Quais as principais dificuldades?
2) Tipos de vacinas ofertadas pela Unidade de Saúde; quantitativo solicitado x quantitativo recebido; falta de vacinas; perdas técnicas e administrativas; controle de estoques.
3) Estratégias utilizadas para vacinar os grupos-alvo do território de abrangência da Unidade de Saúde; uso exclusivo da vacinação de rotina; realização de intensificações, busca de não vacinados, vacinação em escolas e outras instituição, mobilização da comunidade, divulgação de informações, uso de mídias locais etc.
4) Realização do tratamento antirrábico e administração dos soros antirrábico, anti-tetânico e contra acidentes por animais peçonhentos; no caso de demandar a unidade de referência, considerar a garantia do encaminhamento quando há dificuldade de acesso; capacidade e qualidade do atendimento na referência; garantia da continuidade dos esquemas, quando for o caso; contrarreferência e acompanhamento por parte da equipe de vacinação.
5) Vacinação de recém-nascidos do território de abrangência da Unidade de Saúde, com a vacina BCG e a hepatite B, em maternidades do próprio município e de municípios vizinhos ou de referência; acompanhamento dessas situações; resgate dos dados de vacinação e análise das coberturas; acompanhamento dessas crianças; garantia da complementação do esquema com a hepatite B.
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6) Articulação da Unidade de Saúde com o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE); garantia do encaminhamento quando há dificuldade de acesso; capacidade de atendimento dos encaminhamentos feitos pela Unidade de Saúde; garantia da continuidade dos esquemas, quando for o caso; contrarreferência do CRIE e acompanhamento por parte da equipe de vacinação.
7) Estrutura e funcionamento da Unidade de Saúde; estrutura e funcionamento da sala de vacinação; horários de atendimento; disponibilidade, condições de uso e suporte de manutenção dos equipamentos (refrigeradores, caixas térmicas, termômetros e equipamentos de informática etc.); informatização; condições de estocagem e destino do lixo da sala de vacinação etc.
8) Disponibilidade dos imunobiológicos e dos insumos preconizados [seringas e agulhas, caixas térmicas, bobinas de gelo, recipiente para descarte de material perfuro cortante, formulários para registro, Cartão da Criança, Cartão do Adulto, Cartão da Gestante, Cartão de Controle etc.]; armazenamento; controle de estoques e perdas; serviços de manutenção [refrigerador, equipamento de informática e de refrigeração]
9) Situação da força de trabalho; conformação da equipe de vacinação na unidade; vínculos; necessidade de profissionais [desfalques na equipe]; capacitação e preparo da equipe [treinamento de sala de vacinação e outros]
10) Acompanhamento ou monitoramento e supervisão do trabalho realizado na sala de vacinação e por ocasião de atividades extramuros; avaliação dos resultados; das estratégias adotadas; da atuação da equipe; da adesão da população à vacinação; grau de satisfação da comunidade e credibilidade usufruída pela Unidade de Saúde e pela atividade de vacinação.
11) Participação da equipe da Unidade de Saúde, inclusive dos profissionais da sala de vacinação na formulação do Plano de Saúde do município, na Programação Anual e na elaboração do Relatório de Gestão; disponibilidade desses documentos na Unidade de Saúde e uso como fonte de consulta; programação anual da Unidade de Saúde e relatório de atividades, com inserção do componente vacinação.
12) Atuação junto ao Conselho de Saúde; fornecimento de informações sobre vacinação e cobertura; busca de apoio para melhorar os resultados do trabalho.
13) Articulação e apoio recebido da área de vigilância em saúde da Secretaria Municipal; suporte na investigação de eventos adversos associados à vacinação.
14) Apoio logístico ao desenvolvimento de atividades extramuros; disponibilidade de veículo, motorista, combustível; ajuda alimentação e pousada quando necessário; outras formas de locomoção da equipe (coletivos e veículos de outras instituições ou organizações da comunidade) etc.
15) Recursos financeiros para a vacinação; conhecimento da equipe sobre a disponibilidade de recursos para a atenção básica e para a vacinação no município, oriundos do tesouro municipal do Fundo Nacional de Saúde (FNS), incluindo os recursos do Teto Financeiro da Vigilância em Saúde [TFVS]
16) Fatores condicionantes da existência de baixas coberturas relacionadas à organização (i) da sala de vacina, (ii) da Unidade de Saúde, (iii) do sistema de saúde municipal e ao modelo de atenção adotado.
30
31
2.1.2. Identificação e priorização dos problemas relativos à vacinação
Feita a análise de todas as informações coletadas e sistematizadas
conforme tenham relação com a saúde ou com o sistema de saúde, e mais
especificamente com a atividade de vacinação, procura-se formular os
problemas de modo preciso e completo. Esta etapa é muito importante, pois
facilita a posterior elaboração dos objetivos e das ações necessárias para o
enfrentamento ou superação.
É importante que o problema formulado especifique:
a magnitude, ou seja, a grandeza ou intensidade em relação
àquilo que é objetivo da ação a ser desenvolvida;
a população ou o grupo atingido pela situação problema;
onde ele se localiza (o território); e
o tempo a que ele se refere.
São exemplos de problemas relacionados à atividade de
vacinação:
Baixa cobertura de vacinação, com as vacinas do 1º ano de
vida, nos menores de um ano, na Unidade de Saúde no ano de
2009;
Três casos de eventos adversos pós-vacinação (EAPV) em
adolescentes vacinados na Unidade de Saúde, no primeiro
semestre de 2009;
Perda de 500 doses de várias vacinas, armazenadas na
geladeira da Unidade de Saúde, no mês de setembro de 2009;
Dificuldade para vacinar os alunos do ensino fundamental da
Escola São José, com a vacina hepatite B, cuja cobertura nos
adolescentes é baixa em 2009.
Após listar os problemas passa-se, então, a fazer uma análise dos
mesmos, buscando uma explicação para a sua existência ou ocorrência
(Quadro I-5). Na explicação dos problemas devem ser identificados os
determinantes e os condicionantes da situação, ou seja, aqueles aspectos que
fazem com que o problema exista ou se mantenha Esse exercício facilita o
passo seguinte que é a definição de objetivos, metas, estratégias e atividades.
Quadro I-5: Exemplo de explicação de problemas
Problema Explicação
1) Baixa cobertura de vacinação, com as vacinas do 1º ano de vida, nos menores de um ano, na Unidade de Saúde no ano de 2009.
Não há controle de faltosos e nem foi feita busca ativa.
Não houve intensificação da vacinação nem oferta de outras vacinas no dia de vacinação com a vacina poliomielite.
Pais e responsáveis não foram orientados convenientemente.
A ocorrência de EAPV contribuiu para o não retorno.
Parte importante dos residentes tem dificuldade de acesso à unidade.
Grande parte dos pais trabalha fora.
Quantitativo de menores de um ano a vacinar (estimativa) não coincide com a realidade.
2) Três casos de EAPV em adolescentes vacinados na Unidade de Saúde, no primeiro semestre de 2009.
Casos foram investigados confirmando a associação.
A principal causa tem relação com a técnica de aplicação.
O vacinador apresentou problemas de cansaço e stress.
Não foi possível agregar outro vacinador à equipe.
No último ano não houve treinamento para atualização e aperfeiçoamento.
Ausência de supervisão interna à sala de vacinação
3) Perda de 500 doses de várias vacinas, armazenadas na geladeira da Unidade de Saúde, no mês de setembro de 2009.
Geladeira da unidade antiga e sem manutenção.
Constantes faltas de energia elétrica.
Falhas no registro do controle diário de temperatura.
Ausência de supervisão interna à sala de vacinação.
4) Dificuldade para vacinar os alunos do ensino fundamental da Escola São José com a vacina hepatite B, cuja cobertura nos adolescentes é baixa em 2009.
Articulação com a escola descontinuada.
Falta de apoio da direção e dos professores.
Alunos resistentes à vacinação.
Etapa de preparação e mobilização antes da vacinação pouco aproveitada.
Falta de mobilização e orientação às famílias.
Quantitativo de adolescentes a vacinar (estimativa) não coincide com a realidade
2.2. Definição de objetivos, metas e ações
2.2.1. Definição de objetivos Após a explicação dos problemas passa-se à definição dos
objetivos. Objetivo é ‘o que fazer’, ou seja, é uma maneira de explicitar o
resultado que eu quero alcançar, é uma maneira de dizer o que deve ser feito
para solucionar aquele determinado problema.
32
O objetivo responde à pergunta ‘o que’ e sua formulação deve ser
feita com verbos no infinitivo, além disso:
O objetivo deve ser claro, ou seja, deve expressar com precisão
o que se deseja alcançar, de modo a possibilitar a sua
execução, monitoramento e avaliação;
O objetivo deve ser simples e direto de modo a facilitar a sua
tradução em ações concretas;
O objetivo deve ser operacionalizável, ou seja, deve ser
possível de ser alcançado por meio de ações viáveis.
No Quadro I-6 tem-se exemplos de objetivos relacionados às
explicações dos problemas identificados anteriormente.
Quadro I-6: Exemplo de objetivos
Problema Explicação Objetivos
1) Baixa cobertura de vacinação, com as vacinas do 1º ano de vida, nos menores de um ano, na Unidade de Saúde no ano de 2009.
Não há controle de faltosos e nem foi feita busca ativa.
Não houve intensificação da vacinação nem oferta de outras vacinas no dia de vacinação com a vacina poliomielite1, 2, 3 (atenuada).
Pais e responsáveis não foram orientados convenientemente.
A ocorrência de EAPV contribuiu para o não retorno.
Parte importante dos residentes tem dificuldade de acesso à unidade.
Grande parte dos pais trabalha fora.
Quantitativo de menores de um ano a vacinar (estimativa) não coincide com a realidade.
Alcançar 95% ou mais de cobertura para cada vacina do primeiro ano de vida.
Vacinar os não vacinados ou incompletamente vacinados.
Realizar ações de divulgação e mobilização da população para a vacinação.
2) Três casos de EAPV em adolescentes vacinados na Unidade de Saúde, no primeiro semestre de 2009.
Casos foram investigados confirmando a associação.
A principal causa tem relação com a técnica de aplicação.
O vacinador apresentou problemas de cansaço e stress.
Não foi possível agregar outro vacinador à equipe.
No último ano não houve treinamento para atualização e aperfeiçoamento.
Capacitar pessoal da sala de vacinação.
Recompor a equipe da sala de vacinação.
Supervisionar o trabalho da sala de vacinação.
Capacitar em EAPV.
3) Perda de 500 doses de várias vacinas, armazenadas
Geladeira da unidade antiga e sem manutenção.
Constantes faltas de energia elétrica.
Falhas no registro do controle diário de
Capacitar pessoal da sala de vacinação.
Recompor o equipamento da sala de
33
na geladeira da Unidade de Saúde, no mês de setembro de 2009.
temperatura.
Ausência de supervisão interna à sala de vacinação.
vacinação.
Supervisionar o trabalho da sala de vacinação.
4) Dificuldade para vacinar os alunos do ensino fundamental da Escola São José com a vacina hepatite B, cuja cobertura nos adolescentes é baixa em 2009.
Articulação com a escola descontinuada.
Falta de apoio da direção e dos professores.
Alunos resistentes à vacinação.
Etapa de preparação e mobilização antes da vacinação pouco aproveitada.
Articular com escola.
Capacitar professores.
Realizar ações de divulgação e mobilização da população para a vacinação
2.2.2. Definição de metas
A meta é a quantificação do objetivo. Uma meta precisamente
definida concretiza as intenções de quem planeja e facilita o processo de
acompanhamento e avaliação.
No trabalho de vacinação as principais metas são definidas em
termos de percentuais de cobertura. A definição desses percentuais toma como
base o grau de eficácia da vacina e às características epidemiológicas de cada
doença. São índices que precisam ser alcançados e mantidos de forma
homogênea dentro de cada território: os bairros dentro do município, os
municípios dentro do estado e os estados dentro do país.
No Quadro I-7 estão detalhadas as metas para as principais
vacinas do PNI. Para outras vacinas e para os soros não há como definir metas
populacionais, vez que são produtos voltados ao atendimento de uma
demanda espontânea, a exemplo dos produtos listados a seguir:
Vacina febre amarela para viajantes;
Vacina adsorvida difteria e tétano adulto para adolescentes e
adultos;
Vacina raiva (inativada), para as situações de agressão por
animais;
Imunobiológicos especiais disponibilizados nos CRIE;
34
Soros antitetânico, antidiftérico e anti-rábico administrados nas
situações indicadas; e
Soros específicos para tratamento dos acidentes provocados por
animais peçonhentos.
Para estes e outros produtos a meta pode ser calculada
considerando a demanda atendida em períodos anteriores a partir do que são
estabelecidas estimativas de população a ser atendida. A meta, portanto, é
atender 100% da população que busca cada um desses produtos.
Quando a Unidade de Saúde não dispõe dos soros ou no caso dos
imunobiológicos especiais a meta deve ser encaminhar e garantir o
atendimento nas unidades de referência de 100% da demanda. No
planejamento, inclusive, devem ser analisadas as dificuldades para o
atendimento em unidades de referência, como o CRIE, considerando
problemas de acesso, disponibilidade dos produtos, horário do atendimento,
sendo necessário fazer uma articulação e planejar alternativas para garantir o
acesso do usuário da Unidade de Saúde.
Quadro I-7: Metas do PNI
Vacinas Metas Observações
Vacina BCG Vacinação de 90% dos menores de um ano de idade.
Administrar essas vacinas nas crianças com menos de cinco anos de idade, que não foram vacinadas ou que não completaram o esquema básico no primeiro ano de vida.
Vacina hepatite B (recombinante)
Vacinação de 95% dos menores de um ano de idade.
Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada)
Vacinação de 95% dos menores de um ano de idade.
Vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada)
Vacinação de 95% dos menores de um ano de idade.
Vacinação de 95% dos menores de cinco anos de idade nos dois dias nacionais
Vacinar a partir do nascimento.
Vacinar independente da situação vacinal da criança.
Vacina sarampo, caxumba, rubéola
Vacinação de 95% das crianças com um ano de idade.
Vacinar as crianças até 11 anos de idade, não vacinadas anteriormente.
Vacinar mulheres de 12 a 49 anos e homens até 39 anos de idade sem comprovante de vacinação.
35
Vacina adsorvida difteria e tétano adulto
Vacinação de 100% das mulheres em idade fértil
Objetivando o controle do tétano neonatal
Vacinar mulheres grávidas, principalmente aquelas que residem nos municípios considerados de risco e alto risco para o tétano neonatal.
Vacina influenza (fragmentada)
Vacinação de 80% da população com 60 anos e mais
Objetivando especialmente prevenir as complicações das doenças, principalmente as pneumonias bacterianas secundárias.
Vacina febre amarela (atenuada)
Vacinação de 100% dos menores de um ano
Em áreas aonde há indicação.
Vacinação de 100% dos suscetíveis
Para pessoas que se dirigem a áreas consideradas de risco.
No Quadro I-8 têm-se exemplos de metas relacionadas a objetivos
e problemas apontados anteriormente. Importante destacar que a meta básica
é vacinar 100% das crianças que nascem o mais precocemente possível, ou
seja o compromisso da Unidade de Saúde é a proteção universal. O percentual
de cobertura entre 90% e 95% é o mínimo que vai permitir o controle, a
erradicação ou a eliminação da doença imunoprevenível, constituindo-se,
assim, como indicador e não como meta.
Outro ponto importante diz respeito ao não alcance das coberturas
nos grupos alvo, provocando uma acumulação de não vacinados (suscetíveis)
para os quais a Unidade de Saúde deverá buscar estratégias para vaciná-los o
mais rápido possível.
Na dependência da realidade da população e do território do
entorno da Unidade de Saúde, caracterizada na análise da situação pode ser
necessário estabelecer metas relacionadas à vacinação de públicos
específicos como populações indígenas, quilombolas, assentados, população
de rua, abrigados, asilados, população privada de liberdade, ou mesmo a
vacinação de população de outros países, quando a unidade for situada em
região de fronteiras.
Outras metas, relacionadas ao trabalho específico da unidade,
podem ser estabelecidas, como por exemplo:
Capacitar 100% da equipe da Unidade de Saúde em
imunizações;
,36
Reduzir em 100% a ocorrência de EAPV;
Desenvolver trabalho conjunto com 100% dos meios de
comunicação acessíveis à população da Unidade de Saúde.
Quadro I-8: Exemplo de metas relacionadas a objetivos e problemas
Explicação do problema Objetivos Metas
Não há controle de faltosos e nem foi feita busca ativa.
Não houve intensificação da vacinação nem oferta de outras vacinas no dia de vacinação com a vacina poliomielite.
Pais e responsáveis não foram orientados convenientemente.
A ocorrência de EAPV contribuiu para o não retorno.
Alcançar 95% ou mais de cobertura para cada vacina do primeiro ano de vida.
Vacinar os não vacinados ou incompletamente vacinados.
Realizar ações de divulgação e mobilização da população para a vacinação.
Vacinar 100% das crianças que nascem.
Vacinar 100% dos menores de cinco anos que não completaram esquemas no 1º ano de vida.
Envolver 100% dos meios de comunicação acessíveis à população da Unidade de Saúde.
Capacitar 100% da equipe em vacinação.
Realizar palestras em 100% das salas de aula.
2.2.3. Definição de ações
As ações representam o que é necessário fazer para cumprir os
objetivos específicos. No quadro I-9 tem-se exemplos de ações relacionadas
aos problemas, objetivos e metas apontados nos tópicos anteriores.
Para cada ação deve estar identificado o responsável dentro da equipe
de saúde. Isto não significa que esta pessoa vá desenvolver aquela atividade
de forma isolada, significa que ela responderá pela execução, informando
sobre o seu andamento e resultado.
Deve ser definido, também, um período para a realização de cada
atividade, para que ela seja concluída e apresente o resultado pretendido,
contribuindo para o alcance do objetivo pretendido e, em consequência, para a
solução do problema.
37
Quadro I-9: Exemplo de ações considerando os diversos problemas, objetivos e metas apontados
Ações Responsável Período
Organizar o atendimento na Unidade de Saúde (US) de modo a oferecer a vacinação em horários alternativos, a exemplo do horário do almoço e após as 18 horas em dois dias na semana.
Chefia da US
Solicitar da coordenação municipal mais um profissional para trabalhar na sala de vacinação
Chefia da US
Solicitar da coordenação municipal troca do refrigerador. Chefia da US
Realizar monitoramento rápido de cobertura vacinal. Enfermeiro
Implantar a vigilância das coberturas de vacinação. Enfermeiro
Avaliar com os ACS, se for o caso, o uso do cartão espelho. Enfermeiro
Implantar o cartão controle na sala de vacinação. Enfermeiro
Realizar busca ativa de faltosos. ACS
Convocar os faltosos. Enfermeiro
Fazer levantamento das instituições, organizações, veículos de comunicação com potencial para apoiar o trabalho da equipe de saúde.
Chefia da US
Reunir instituições e organizações da comunidade, inclusive os meios de comunicação, para informar sobre o trabalho da US, vacinação, coberturas e busca de faltosos..
Enfermeiro
Visitar os responsáveis por meios de comunicação disponíveis na comunidade.
Chefia da US
Realizar ‘feira de saúde’ com o objetivo de sensibilizar, envolver e mobilizar a comunidade, articulando com a escola e outras instituições.
Chefia da US
Preparar uma cartilha para divulgação de informações sobre vacinas e vacinação.
Enfermeiro
Preparar correspondência com informe sobre as atividades desenvolvidas pela US e resultados alcançados.
Chefia da US
Realizar um dia de vacinação por mês na escola do bairro. Enfermeiro
Treinar a equipe da sala de vacinação (ou encaminhar para treinamento no município).
Enfermeiro
Fazer supervisão diária ao trabalho na sala de vacinação, identificando problemas e dificuldades enfrentados pela equipe de vacinação.
Enfermeiro
Acompanhar a orientação dada aos pais, responsáveis ou pessoas vacinadas.
Enfermeiro
Realizar oficina interna para análise da atividade de vacinação no contexto da Unidade de Saúde.
Chefia da US
Solicitar cooperação técnica à coordenação municipal no tocante à supervisão, monitoramento e avaliação de atividades da Unidade de Saúde.
Chefia da US
38
No Quadro I-10 tem-se um consolidado dos exemplos apresentados até
aqui, dando uma visão sequencial do processo. A construção de uma planilha
contendo, no mínimo, os itens a seguir, pode ajudar o processo de
planejamento desenvolvido pela equipe da Unidade de Saúde: (i) ‘problema’;
(ii) ‘explicação’; (iii) ‘objetivos’; (iv) ‘metas’; (v) ‘ações’; (vi) ‘responsável’; e (vii)
‘período de realização’.
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2.3. População a vacinar e necessidades de vacinas
O número de doses de vacina a administrar é calculado
multiplicando o número de pessoas a vacinar pelo número de doses relativo ao
esquema de cada vacina (dose única ou três doses) a ser administrado em
cada pessoa.
O Ministério da Saúde usa os paramentos a seguir para decidir
sobre a aquisição e a distribuição dos imunobiológicos. A equipe da Unidade
de Saúde pode, também, utiliza-los como base para a definição do quantitativo
de doses:
a população alvo da vacina;
as metas de cobertura;
as estratégias de vacinação (rotina e/ou campanha);
os estoques existentes;
a análise da série histórica das doses distribuídas e administrada;
a necessidade de estoque estratégico.
Na Unidade de Saúde quando não for possível obter dados
confiáveis sobre a população a vacinar, pode-se calcular a necessidade de
vacinas utilizando percentuais sobre a população total. A Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS) sugere a adoção dos seguintes parâmetros:
Para calcular os menores de um ano: 3% da população total;
População com um ano de idade (12 meses): 3% da população
total;
Grupo de um a quatro anos: 11% da população total;
Gestantes: 4% da população total;
Mulheres em idade fértil (12 a 49 anos): 25% da população total;
População menor de 15 anos: 40% da população total;
População de 60 anos e mais: entre 8% e 9% da população.
Além desses parâmetros é importante considerar um percentual de
perdas técnicas e perdas físicas. A perda técnica é a decorrente da abertura de
um frasco multidoses quando o número de pessoas a vacinar é menor e vence
o prazo de uso da vacina depois do frasco aberto. A perda física é a decorrente
de quebras, problemas na rede de frio e vencimento do prazo de validade.
Lembrar que na vacinação extramuros há maior probabilidade de perdas.
Para cobrir eventuais perdas é acrescentado ao quantitativo um
percentual de reserva para cada produto, a saber:
Para a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada): 20% de reserva na
rotina e 40% em campanhas;
Para a vacina BCG:
frascos de 10 e de 20 doses: 40% de reserva;
frascos com 50 doses: 60% de reserva;
Para vacina sarampo, caxumba, rubéola e a vacina sarampo e
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frascos de uma dose: nenhuma reserva;
frascos de cinco doses: 10% de reserva;
frascos de 10 ou 20 doses: 20% de reserva;
Para a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis; a vacina
adsorvida difteria e tétano adulto; vacina hepatite B
(recombinante); vacina Haemophilus influenzae b (conjugada):
frascos de uma dose: nenhuma reserva;
frascos multidoses: 10% de reserva;
Para a vacina febre amarela (atenuada):
frascos de 5 doses: 20% de reserva;
frascos de 10 doses: 40% de reserva;
frascos de 50 doses: 60% de reserva.
43
Exemplo do cálculo do quantitativo de vacinas Tomando como exemplo uma população menor de um ano de 2.500
crianças, o quantitativo de vacinas para um ano de trabalho, considerando o
número de doses e o percentual de reserva para cada tipo de enfrascagem:
1) para a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis + a vacina
Haemophilus influenzae b (conjugada) e para a vacina hepatite B
(recombinante): são 8.250 doses de cada (2.500 x 3 doses + 10%);
2) para a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) são 9.000 doses (2.500 x
3 + 20%);
3) para a vacina BCG são 3.500 doses para frascos de 10 ou 20 doses.
É importante considerar finalmente que o estoque de imunobiológicos na
Unidade de Saúde não deve ser maior do que a quantidade prevista para o
consumo de dois meses de atividades. Com esse cuidado é possível reduzir os
riscos de exposição dos produtos a situações que possam comprometer a
qualidade de vacinas e soros, a exemplo da oscilação da corrente elétrica.
44
45
3. Estratégias de vacinação
Estratégia pode ser definida como o caminho escolhido para atingir
determinada meta. No caso da vacinação a estratégia é o caminho escolhido
para conseguir vacinar o público alvo de cada vacina
3.1. Vacinação de rotina
A vacinação de rotina consiste no atendimento da população no dia-a-
dia da Unidade de Saúde. Essa estratégia proporciona o acompanhamento
continuado e programado das metas previstas, facilitando o monitoramento
sistemático (mensal ou trimestral), de forma a identificar em tempo hábil áreas
que merecem intervenção, grupos da população a serem mais bem
trabalhados etc.
Na rotina é importante que a equipe da Unidade de Saúde esteja atenta
para aproveitar todas as oportunidades para vacinar pessoas pertencentes aos
grupos alvo das vacinas em toda e qualquer situação de contato da equipe.
Muitas vezes uma criança, um adolescente, uma grávida ou um adulto,
frequenta a Unidade de Saúde por qualquer motivo e não há uma articulação
no sentido do encaminhamento dessa pessoa à sala de vacinação.
A articulação e a mobilização das instituições e organizações da
comunidade podem também favorecer o trabalho da equipe da Unidade de
Saúde no sentido de alcançar o público alvo.
Uma medida importante é o estabelecimento da vacinação fora do
horário normal de trabalho, após o horário comercial ou durante o fim de
semana, oferecendo oportunidades de vacinação para os que trabalham ou
estudam.
No Quadro I-11 estão apontadas algumas vantagens e desvantagens do
trabalho centralizado na Unidade de Saúde, lembrando que algumas
desvantagens podem ser superadas a partir de iniciativas da equipe de saúde
junto à comunidade.
46
Quadro I-11: Vantagens e desvantagens da vacinação de rotina
Vantagens Desvantagens
1) Menor custo da atividade, vez que não há necessidade de transporte e pessoal adicional.
1) Os resultados dependem da capacidade de cobertura da população existente no território de abrangência da Unidade de Saúde.
2) Contribui para a atenção integral por disponibilizar outros serviços no mesmo espaço.
2) Para ser eficiente é preciso que a equipe conheça com precisão os grupos alvo.
3) Profissionais (principalmente médico e enfermeiro), insumos e materiais estão disponíveis.
3) Depende da capacidade da equipe em captar os grupos alvo.
4) Possibilita o trabalho em ambiente mais adequado.
4) Quase sempre depende da demanda espontânea da população.
5) Facilita a supervisão e o acompanhamento do trabalho.
6) Garante a conservação da vacina.
7) Reduz a possibilidade de perdas de vacina.
3.2. Campanha de vacinação
A campanha de vacinação é uma ação pontual que tem um fim
determinado e específico. É uma estratégia que, de forma geral, tem
abrangência limitada no tempo e visa, sobretudo, a vacinação em massa de
uma determinada população, com uma ou mais vacinas.
A intensa mobilização da comunidade, principalmente por meio dos
veículos de comunicação de massa, e, também, a ampliação do número de
postos, faz com que a população fique mais próxima da vacina, possibilitando o
alcance de maiores contingentes e a obtenção de altos índices de cobertura.
Considerando o alto custo financeiro e a grande mobilização de recursos
(humanos, institucionais) e da comunidade, a oportunidade da campanha deve
ser aproveitada para administrar o máximo possível de vacinas nos grupos
alvo, iniciando ou completando o esquema de vacinação estabelecido.
No Quadro I-12 listam-se algumas vantagens e desvantagens dessa
estratégia de vacinação.
Quadro I-12: Vantagens e desvantagens da campanha de vacinação
Vantagens Desvantagens
1) Possibilita o alcance de objetivos de erradicação e eliminação de doenças imunopreveníveis.
1) Quando de longa duração ou quando repetida dificulta a manutenção do interesse da população e dos profissionais, acarretando baixas coberturas.
2) Permite intensa mobilização da população. 2) Pode provocar a descontinuidade de outras atividades, pelo redirecionamento de recursos e pessoal.
3) Fortalece a consciência sobre a necessidade e importância da prevenção e da promoção da saúde.
3) Pode acomodar a população.
4) Pode ser uma oportunidade para administrar vários produtos, contribuindo para o aumento de coberturas.
4) É de difícil sustentabilidade
5) É uma estratégia que apresenta alto custo/benefício.
3.3. Vacinação de bloqueio
A vacinação de bloqueio é uma atividade prevista pelo sistema de
vigilância epidemiológica, sendo executada quando da ocorrência de um ou
mais casos de doença prevenível pela vacinação, quando este fato provoca
uma alteração não esperada no comportamento epidemiológico da doença.
Tem por finalidade, portanto, interromper a transmissão da doença no menor
espaço de tempo possível.
Com o bloqueio a cadeia de transmissão da doença é interrompida
mediante a eliminação dos suscetíveis. Os critérios para definição da área de
cobertura de uma operação de bloqueio estão definidos no Guia de Vigilância
Epidemiológica, publicado pela SVS, ou por notas e informes técnicos do
Ministério da Saúde.
No Quadro I-13 listam-se algumas vantagens e desvantagens do
bloqueio.
47
Quadro I-13: Vantagens e desvantagens da vacinação de bloqueio
Vantagens Desvantagens
1) Permite a cobertura total da população alvo em uma área geográfica específica (rua, bairro, distrito, município).
1) Exige significativos recursos humanos, logísticos e financeiros.
2) Permite rápida redução dos suscetíveis, dificultando a transmissão da doença.
3) Permite a busca ativa de casos.
4) Permite o incremento de coberturas.
3.4. Atividades extramuros As atividades extramuros são adotadas em função de uma necessidade
operacional ou epidemiológica, tornando a vacinação mais acessível à
população.
Baseia-se, geralmente, na organização de equipes que vão trabalhar
fixadas em local determinado, ou de equipes móveis que vão cumprir
determinado itinerário, cobrindo, por exemplo, núcleos de populações remotas
(aldeias, assentamentos etc.), instituições ou mesmo casa-a-casa.
Pode ser usada para a busca de não vacinados, tendo como referência
o cartão controle ou o cartão espelho arquivado na sala de vacinação ou para
vacinar populações que provavelmente não procurarão a Unidade de Saúde,
como a população de rua e a população acampada em periferias das cidades,
bóias frias etc.
Na organização das atividades extramuros alguns critérios ou exigências
são importantes, a saber:
A quantidade de vacinas, insumos e outros materiais, como o
destinado ao registro, deve ser suficiente, sendo necessário ter
um mínimo de população estimada a vacinar;
A escolha das datas e horários deve levar em conta hábitos e
costumes da população, horários e dias da semana mais
adequados e épocas do ano (estação mais seca, por exemplo,
para evitar dificuldades de locomoção);
48
49
O cronograma de deslocamento deve incluir o retorno à área para
completar esquemas de vacinas multidoses, considerando o
intervalo entre as doses;
O transporte e a conservação dos imunobiológicos devem ser
feitos em condições adequadas, com previsão de equipamento de
refrigeração (refrigerador e/ou caixa térmica, bobinas de gelo
reutilizável e termômetro);
Os vacinadores devem estar preparados para administrar todas
as vacinas dos calendários, conforme procedimentos
preconizados;
As equipes devem dispor da localização precisa da população a
vacinar, mediante mapas, roteiros, croquis; e
O registro das vacinas administradas deve estar garantido,
segundo tipo de vacina, dose e idade, nos formulários
apropriados, e definida a sistematização e consolidação dos
dados para alimentação do SI-API, bem como o preenchimento
do comprovante de vacinação para todas as pessoas vacinadas.
3.4.1. Postos fixos temporários
Na montagem de postos fixos, para funcionar por tempo limitado,
devem ser selecionados locais que já funcionem como referência para a
população, tais como shoppings, estações de metrô, rodoviárias, estações
ferroviárias, escolas, clubes, creches e outros.
Um parâmetro adotado tradicionalmente em campanhas de
vacinação é considerar que uma equipe básica, formada por um vacinador e
um registrador, tem condições de vacinar cerca de 400 pessoas ao longo de
um dia de oito horas de trabalho.
Atente-se, entretanto, que esta é apenas uma base para estimar
necessidades de recursos, a realidade do local onde será instalado o posto
temporário, o fluxo e a concentração da população, é que vai determinar a
necessidade de colocar mais vacinadores e registradores no posto ou montar
mais de um posto fixo com grande proximidade.
No Quadro I-14 listam-se algumas vantagens e desvantagens da
instalação de postos fixos em caráter temporário.
Quadro I-14: Vantagens e desvantagens dos postos fixos
temporários
Vantagens Desvantagens
1) Aproxima a vacinação da população. 1) Exige um trabalho prévio de mobilização da comunidade, com o uso de veículos de comunicação.
2) Pode ser uma oportunidade para administrar várias vacinas.
2) Não garante a cobertura de toda população alvo do território
3) Pode ser uma oportunidade para desenvolver outras ações de saúde.
4) Demonstra para a comunidade a ação desenvolvida pela Unidade de Saúde.
3.4.2. Equipes móveis
As equipes móveis atuam com base em um roteiro previamente
estabelecido, sendo uma alternativa válida para percorrer pequenas
comunidades rurais e para áreas remotas de população dispersa ou de difícil
acesso.
É uma forma de trabalhar que exige gastos extras com alimentação,
com diárias e com pessoal adicional, mas que possibilita alcançar populações
que, de outra maneira, certamente nunca seriam vacinadas. Cada local, em dia
ou horário determinado, recebe uma equipe de vacinação.
A população, a partir da intensa divulgação, deve estar reunida nos
locais determinados para ser vacinada. Finalizado o trabalho a equipe desloca-
se para outra área ou retorna para seu ponto de apoio, seguindo o roteiro
preestabelecido.
No Quadro I-15 listam-se algumas vantagens e desvantagens do
trabalho com equipes móveis.
50
51
Quadro I-15: Vantagens e desvantagens das equipes móveis
Vantagens Desvantagens
1) Leva a vacinação a comunidades de difícil acesso ou àquelas que não acessam os serviços.
1) O custo é alto, do transporte, por exemplo.
2) A visita pode ser utilizada para o desenvolvimento de outras ações da atenção primária.
2) A supervisão é dificultada.
3) Permite a vacinação de vários grupos alvo para iniciar ou complementar esquemas.
3) Exige um planejamento mais apurado em termos do melhor período e necessidades de equipe, insumos, transporte etc.
4) Demonstra para a comunidade a ação desenvolvida pela Unidade de Saúde.
4) Exige maior atenção na conservação dos produtos (rede de frio).
5) Acarreta uma maior perda de vacinas.
3.4.3. Vacinação casa-a-casa
A vacinação casa-a-casa, adotada em situações especiais, como,
por exemplo, em surtos localizados, é uma estratégia que garante o alcance de
toda a população-alvo, com a obtenção de altas coberturas, mas requer
também grande mobilização de recursos humanos e materiais.
A vacinação é feita na casa das pessoas, visitando-se todos os
domicílios de cada rua, quarteirão ou bairro. O trabalho é avaliado diariamente
a partir do registro das intercorrências, como por exemplo: casas fechadas,
pessoas doentes, ausência de adultos (crianças sozinhas em casa), ausência
do público alvo da vacinação no momento da passagem da equipe etc.
Os vacinadores devem ter um ponto de apoio ou referência para
suprimento, guarda de vacinas e outros insumos, e para a consolidação e
sistematização diária dos dados relativos ao trabalho realizado.
No Quadro I-16 listam-se algumas vantagens e desvantagens da
vacinação casa-a-casa.
52
Quadro I-16: Vantagens e desvantagens da vacinação casa-a-casa
Vantagens Desvantagens
6) Permite alcançar grupos de maior risco. 1) É necessário um maior espaço de tempo para concluir o trabalho de vacinação.
7) Possibilita maior aproximação entre profissionais e população a vacinar.
2) Exige mais recursos humanos e financeiros.
8) Possibilita a cobertura de 100% do grupo alvo.
3) Dificulta a supervisão.
9) Possibilita a realização de censo da população com vistas à correção de denominadores no nível local.
4) Acarreta maior perda de vacinas.
10) Possibilita a captação de uma população que, de outro modo, não seria vacinada.
5) Estimula a passividade da população.
11) É oportunidade para iniciar ou complementar esquemas.
6) Para o desenvolvimento de outras ações de saúde exige maior aporte de pessoal.
12) É oportunidade para o desenvolvimento de outras ações de saúde.
7) Dificulta a identificação e o acompanhamento de possíveis eventos adversos relacionados temporalmente à vacinação..
3.5. Vacinação de grupos específicos
3.5.1. Vacinação nos CRIE
Como já referido na parte introdutória deste Manual estão
instalados CRIEs em todas as unidades federadas, oferecendo produtos com
indicação específica, preparados para o atendimento de indivíduos portadores
de quadros clínicos especiais, ou seja, de indivíduos que:
apresentam suscetibilidade aumentada a determinadas doenças
ou risco de complicações para si ou para outros, decorrente de
motivos biológicos como imunodepressão, asplenia, transplante,
AIDS;
convivem com pessoas imunodeprimidas, a exemplo dos
profissionais de saúde e parentes de imunodeprimidos;
apresentam intolerância a imunobiológicos oferecidos na rotina
devido à alergia ou em razão da ocorrência de evento adverso
grave depois de recebê-los;
53
foram, inadvertidamente, expostos a agentes infecciosos por
motivos profissionais ou em decorrência de agressão ou
violência.
Os produtos são produzidos a partir de moderna tecnologia e, de
modo geral, são de alto custo e a indicação está agrupada em três categorias:
para profilaxia após a exposição a agentes infecciosos, como no
caso da imunoglobulina antivaricela-zoster;
para substituição de produtos disponíveis na rede de serviços,
quando estes não podem ser utilizados em função da
hipersensibilidade ou da ocorrência de eventos adversos, como é
o caso do uso da vacina raiva de cultivo celular;
para imunização de pessoas com imunossupressão, como no
caso da vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada).
Para o atendimento no CRIE alguns requisitos e procedimentos
são necessários, a saber:
apresentar relatório do médico que fez o atendimento, na rede
pública ou privada, contendo o diagnóstico (CID) e breve histórico
da patologia, bem como resultados de exames de laboratório e
outros exames pertinentes; e
apresentar-se à unidade do CRIE mais próxima da residência
para consulta e administração das vacinas indicadas de acordo
com as normas estabelecidas.
3.5.2. População indígena
Para a vacinação da população indígena é adotado um calendário
específico, com as vacinas do calendário básico e com produtos que são
ofertados para situações e grupos específicos. A Portaria nº 1.946 de 19 de
julho de 2010, instituiu um calendário específico para esta população.
Quando na área da Unidade de Saúde existir população indígena,
a equipe deve articular com Distrito de Saúde Indígena (DSEI), responsável
54
pela saúde indígena, de modo a acompanhar e, se for o caso, participar do
trabalho desenvolvido junto a esses grupos, num trabalho conjunto que articule
a Coordenação-Geral do PNI, da Secretaria de Vigilância em Saúde, com a
Secretaria Especial de Atenção à Saúde Indígena, cuja criação foi autorizada
pela Medida Provisória (MP) nº 483, de 24 de março de 2010.
3.5.3. Vacinação de viajantes
Viajantes constituem um grupo de pessoas com riscos particulares
de aquisição de doenças infecciosas. As indicações de vacinação para
viajantes podem variar com a idade (crianças, adultos e idosos), o local da
visita, o tempo de permanência, a época do ano, o meio de transporte, os
hábitos locais, o tipo de atividade a ser desenvolvida (negócios, estudo,
turismo, exploração, etc.). O local de origem e destino do viajante também
pode indicar a vacinação, como é o caso da necessidade de proteção contra as
doenças imunopreveníveis, em fase de eliminação e/ou erradicadas, mas que
existem em outros países. Há que considerar as recomendações em caso de
gravidez ou imunossupressão adquirida ou induzida.
Na administração da vacina deve-se levar em conta uma
antecedência mínima necessária para a efetivação da proteção antes da
exposição ao risco, sendo ideal um intervalo, mínimo, de um mês. Além disso,
a antecipação permite o acompanhamento do vacinado na eventual ocorrência
de eventos adversos.
De acordo com o Regulamento Sanitário Internacional vigente
(RSI/2005) as vacinas necessárias ao viajante são registradas no Certificado
Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP). A lista com os países que
exigem o certificado está disponível na internet no site da Organização Mundial
de Saúde (OMS) no endereço http://www.who.int/es. Segundo o Regulamento
apenas a vacina febre amarela (atenuada) é obrigatória e normatizada para
todas as regiões do mundo, conforme as exigências legais, devendo ser
administrada com antecedência mínima de 10 dias da data da viagem.
As vacinas administradas na rede de unidades de saúde do SUS
são válidas para a emissão do CIVP. A equipe da Unidade de Saúde deve
55
estar informada sobre os locais onde a pessoa que pretenda viajar pode obter
o Certificado Internacional, ou mesmo, sobre a localização de unidades de
orientação de viajantes. Vacinas administradas na rede privada são válidas
somente quando o serviço estiver credenciado junto a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
3.5.4. Áreas de fronteira
Com exceção do Chile e do Equador, todos os países da América
do Sul fazem fronteira com o Brasil. São 11 unidades federadas que fazem
fronteira com 10 países, abrangendo 15,7 km de extensão terrestre e cerca de
184 milhões de habitantes. Na área de fronteira há uma intensa movimentação
de pessoas com diversos objetivos, inclusive em busca de melhor oferta de
ações e serviços de saúde.
A Unidade de Saúde cujo território contempla essa situação deve
incluir a vacinação dessas pessoas no planejamento de suas atividades, em
articulação com a Secretaria Municipal de Saúde no sentido de um trabalho
conjunto com o município do outro lado da fronteira e com a respectiva
Secretaria Estadual de Saúde, para uma programação integrada inter-fronteira.
Para o planejamento devem ser estabelecidas estimativas de população
flutuante ou população em trânsito, tomando como base, inclusive, demandas
de anos anteriores.
3.6. Mobilização da comunidade
A vacinação é uma ação preventiva e sua utilização pela população
depende, necessariamente, de decisão pessoal em ir se vacinar, ou de decisão
dos pais ou responsáveis em levar suas crianças. A Unidade de Saúde sozinha
não pode pretender interferir ou influenciar no poder de decisão, que é pessoal
e intransferível.
O apoio e a participação da comunidade são imprescindíveis para
o êxito da vacinação, mas é preciso contribuir para que a população se
conscientize de que saúde é um direito; um direito que inclui a vacinação.
56
Motivar para a vacinação exige dos profissionais de saúde uma articulação
efetiva com a comunidade.
Para isso, é necessário que essa participação aconteça em todos
os momentos possíveis, desde o planejamento, na análise da situação de
saúde, identificação e priorização dos problemas a serem enfrentados, até a
execução, o monitoramento e a avaliação.
3.6.1. Articulação com instituições e organizações
A articulação com as instituições e organizações da comunidade,
governamentais ou não governamentais, tem por objetivo o engajamento de
seus representantes na prestação de serviços de saúde, dentre estes a
vacinação.
A interação com a população é mais efetiva quando se atua por
meio dessas organizações, consideradas, na maioria dos casos, como formas
legítimas de representação e canais de expressão. Participar dos eventos por
elas promovidos, informando, orientando, partilhando e esclarecendo dúvidas e
inquietações, demonstra o interesse da Unidade de Saúde pelo bem-estar de
todos.
Essa articulação é fortalecida dentro dos conselhos de saúde, em
que representantes da comunidade do território, junto com a representação do
setor saúde, discutem e decidem sobre: os principais problemas de saúde
existentes; as medidas para a solução desses problemas e prioridades de
atendimento, como, por exemplo, as formas de colaboração da comunidade em
apoio às ações de vacinação.
Os conselhos de saúde têm como tarefa acompanhar e fiscalizar
as ações que são desenvolvidas e participar da avaliação da qualidade dos
serviços, exercendo, assim, as funções de fiscalização e controle social.
3.6.2. Atividades com a comunidade
A Unidade de Saúde pode promover a realização de assembléias
abertas ou reuniões em lugares públicos. É importante contatar, com
antecedência, líderes locais ou pessoas com influência na comunidade
57
(professor, padre, pastor etc.) para colaborarem na organização e divulgação
do evento e na sensibilização da comunidade para participar. A utilização de
meios audiovisuais ajuda bastante na condução dos trabalhos. Da mesma
forma, podem-se dividir os participantes em grupos para uma discussão mais
rica e produtiva.
Os eventos culturais, previstos no calendário de festividades do
município ou do estado, podem representar uma oportunidade para trabalhar
com a população acerca de medidas de promoção e de proteção à saúde.
Gincanas e competições esportivas, de forma geral muito bem aceitas pela
população, são iniciativas para as quais se pode, também, canalizar
comunicações ou mensagens sobre a saúde. A realização de “Feiras de
Saúde” ou “Semanas de Saúde”, envolvendo toda a comunidade ou grupos
específicos como escolares, é importante estratégia de mobilização e
envolvimento da comunidade.
3.6.3.Divulgação de informações
A divulgação de informações sobre conteúdos de saúde e sobre as
atividades da Unidade de Saúde, incluindo a vacinação, deve ser desenvolvida
com o objetivo de:
contribuir para que a população conheça os serviços oferecidos
pela Unidade de Saúde do seu território, incluindo aí as
atividades de vacinação, vendo-o como um direito de cidadania;
despertar o interesse da população para o esforço da equipe de
saúde no sentido de atendê-la em suas necessidades de saúde,
e no tocante à vacinação na perspectiva de alcançar e manter
as coberturas de vacinação preconizadas;
incentivar a procura dos serviços oferecidos na Unidade de
Saúde, incluindo aí o de vacinação e, neste caso, o
cumprimento do esquema básico;
ampliar e/ou aprofundar o conhecimento da população sobre: (i)
saúde como direito de cidadania; (ii) a situação de saúde da
58
comunidade: doenças, agravos e riscos; (iii) a situação das
doenças evitáveis por vacinas na localidade, no município, no
estado e no país; (iv) as ações oferecidas pela Unidade de
Saúde relativas à promoção, proteção e recuperação da saúde;
(v) as formas de apoio, colaboração e participação da
comunidade no desenvolvimento das ações e serviços de
saúde; e (vi) o andamento das atividades, resultados
alcançados, falhas e dificuldades.
A divulgação de informações acontece no contato interpessoal e
por intermédio dos meios de comunicação de massa, tendo como instrumentos
de grande importância os materiais educativos e instrucionais.
Considera-se como contato interpessoal todas as oportunidades de
encontro entre o profissional de saúde e a população, dentro e fora do serviço
de saúde. Algumas situações, exemplificadas a seguir, são tradicionalmente
utilizadas para a divulgação de informações e para reforçar um trabalho
conjunto de participação das instituições e organizações da comunidade.
3.6.3.1. Trabalho na ‘sala de espera’
O trabalho na ‘sala de espera’ insere-se no processo de
acolhimento do usuário pela Unidade de Saúde, conforme referido na Parte II
deste Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da
clientela. De modo geral, acontece enquanto as pessoas aguardam o
atendimento e um integrante da equipe propõe conversa informal sobre
conhecimentos básicos de promoção e proteção à saúde, abordando, inclusive,
o tema vacinação.
É importante motivar as pessoas a perguntarem, a dividirem
experiências sobre o assunto em discussão e a manifestarem suas dúvidas. O
profissional após estimular e receber dos presentes opiniões sobre o assunto
tem a oportunidade de fazer esclarecimentos e orientações mais pertinentes,
afastando, inclusive, eventuais conceitos errôneos ou ultrapassados próprios
daquele grupo.
59
As iniciativas programadas para a sala de espera não substituem
as informações que devem ser repassadas pelos profissionais, nos contatos
com os diversos setores do serviço de saúde (recepção, triagem, ambulatório
etc.), constituindo um esforço adicional. A definição da programação de
atividades na sala de espera é precedida de discussão entre os profissionais,
identificando e verificando qual a melhor forma de abordagem dos temas de
interesse da equipe e da comunidade.
3.6.3.2. Visita domiciliar
A visita domiciliar é outra oportunidade de informar. É um recurso
que torna mais ativa e rica a relação entre o serviço de saúde e a população. O
diálogo com a família na moradia também ajuda os profissionais a terem uma
visão mais objetiva da realidade de vida e saúde da população.
A visita domiciliar é a principal base do trabalho do Agente
Comunitário de Saúde e do Agente de Endemias. A visita constitui momento de
avaliação geral da saúde e das condições de vida da família, para, a partir
dessa análise:
identificar situações de risco à saúde;
orientar sobre as formas de prevenção; e
encaminhar pessoas à Unidade de Saúde, quando for o
caso ou, até mesmo, conduzi-las sob cuidados nas
situações de alto risco.
Ao focalizar a vacinação na visita domiciliar algumas questões
específicas podem ser observadas, como nos exemplos a seguir:
a verificação da situação vacinal das pessoas residentes ou
presentes no domicílio;
a existência de pessoas na faixa de idade indicada para
vacinação, ainda não vacinadas; e
a busca de faltosos identificados pela equipe da sala de
vacinação.
Quando programado a equipe que visita o domicílio pode estar
acompanhada de um vacinador, aproveitando a ocasião para iniciar ou
complementar esquemas, fazendo-se o devido registro.
3.6.3.3. Veículos de comunicação
É importante identificar os meios de comunicação existentes no
território de abrangência da Unidade de Saúde. Muitas vezes as associações
de moradores e outras organizações da comunidade utilizam boletins
informativos nos quais podem ser incluídas informações sobre a vacinação.
Alto-falantes volantes e fixos (como de feiras, quermesses etc.), programas de
rádio locais, devem ser utilizados. É importante atuar junto aos comunicadores
(formadores de opinião) sensibilizando-os e tornando-os parceiros do programa
de vacinação.
Cartilhas, folhetos, cartazes e informes simplificados podem ser
utilizados tanto pelas equipes de saúde, como pelas organizações da
comunidade ou pelos veículos de comunicação.
Ao elaborar esses materiais é importante definir claramente o
público-alvo e as informações a serem repassadas. As informações devem ser
claras, simples, objetivas, evitando-se sonegar dados, enganar a população ou
apelar para o medo e a chantagem. Após a decisão sobre as mensagens, o
público-alvo e os custos de produção do material, é preciso organizar sua
distribuição e divulgação, bem como avaliar o impacto junto à população e em
que medida o material e as informações foram motivadoras de uma mudança
ou transformação.
60
61
4. Supervisão, monitoramento e avaliação da atividade de vacinação
4.1. Supervisão
A supervisão deve ser entendida como um processo educativo que
se efetiva na base da cooperação, da colaboração, da construção conjunta, de
uma relação de parceria, articulando o exame, a avaliação, a assessoria e a
troca de informação, conhecimentos e experiências.
Nessa relação, supervisor e supervisionado enfrentam juntos as
solicitações do serviço, os problemas existentes, os entraves causados pelas
dificuldades interpessoais e de estrutura, bem como as limitações individuais
de cada integrante do processo, identificando práticas e instrumentos de
atuação conjunta sobre o objeto de trabalho.
A supervisão é uma prática realizada com diferentes propósitos, a
saber:
para atender solicitação da equipe local quando é realizada
pela equipe municipal ou distrital;
para complementação de processo de capacitação ou para
avaliação de egressos de processo de educação
continuada;
para monitoramento e avaliação das atividades de
vacinação e da gestão do PNI, quando pode ser realizada
pela própria equipe local, pela regional, estadual ou
nacional.
No tocante à vacinação, de forma mais específica, podem ser
destacados como aspectos importantes do trabalho que devem ser objeto da
observação e atuação do supervisor:
Situação da sala de vacinação considerando as normas da
ANVISA e o orientado na Parte II deste Manual;
Condições de funcionamento;
62
Adequação do pessoal para execução da vacinação em
termos de quantidade e padrão técnico;
Adequação do equipamento e de materiais para a
conservação de vacinas (tipo de energia disponível,
capacidade de estocagem específica, disponibilidade de
bobinas de gelo reutilizável, de caixa térmica para
transporte, de termômetros etc.);
Manutenção dos equipamentos;
Adequação dos insumos necessários à administração de
vacinas em termos de qualidade, quantidade e regularidade
do suprimento;
Adequação do suprimento de vacinas: controle de estoque e
regularidade de suprimento; dentre outros.
Organização do trabalho: dias e horário de funcionamento
da sala de vacinação; número de profissionais capacitados
para vacinação; disponibilidade, estado de conservação e
uso correto dos equipamentos da sala de vacinação;
disponibilidade e controle de materiais e insumos;
Supervisão do enfermeiro à sala de vacinação: enfoque da
supervisão e principais problemas detectados;
Articulação com a vigilância epidemiológica: notificação de
doenças imunopreveníveis; medidas adotadas quando de
detecção de casos ou surtos; participação da equipe;
Disponibilidade de recursos e condições para o
desenvolvimento das atividades de vacinação, inclusive
atividades extramuros;
Condições de conservação: manutenção do refrigerador;
organização interna; uso do termômetro; controle e registro
de temperatura; conservação do imunobiológico na atividade
diária na sala de vacina e em atividades extramuros;
disponibilidade de caixa térmica e de bobina de gelo
reutilizável.
Disponibilidade de imunobiológicos: programação das
necessidades; pedidos e entrega de vacinas; faltas dos
produtos; �controle de estoque; descarte de
imunobiológicos.
Coberturas de vacinação; resultados das últimas campanhas
de vacinação; resultados da rotina; homogeneidade; bolsões
de suscetíveis; populações de difícil acesso e grupos
específicos (população indígena, população de rua,
assentados, por exemplo); busca de faltosos; vacinação da
gestante; tratamento contra a raiva humana, quando for o
caso (disponibilidade e acesso).
Oportunidades perdidas de vacinação (identificação e busca
de soluções); condicionantes e determinantes de baixas
coberturas ou de percentuais aberrantes.
Ocorrência de EAPV: notificação e medidas adotadas,
atuação da equipe na investigação.
Sistemas de informação; qualidade do registro de dados;
alimentação do SI-PNI; impropriedades observadas no
registro (acompanhamento do registro feito na sala de
vacinação); disponibilidade de formulários; �fluxo dos dados
dentro da Unidade de Saúde e para as demais instâncias;
envio da informação para a instância de consolidação
(distrital ou municipal ou regional ou estadual), cumprimento
da periodicidade.
Condição dos equipamentos de informática; grau de
informatização da Unidade de Saúde; acesso e uso dos
sistemas de informação; acesso e uso da internet.
63
64
Conhecimento dos indicadores e uso para avaliação; acesso
do vacinador aos indicadores e compreensão da sua
importância para o alcance do resultado; elaboração de
análises e de boletins ou informes.
Orientações dadas pela equipe de vacinação aos pais,
responsáveis ou ao próprio vacinado: informações corretas
sobre a vacina administrada; necessidade de outra dose;
reações esperadas e providências em casos mais graves;
retorno para reforço e recebimento de outras vacinas;
importância do registro.
Mecanismos de mobilização e participação das instituições e
organizações da comunidade, adotados pela unidade:
articulação com grupos organizados, instituições e
lideranças; articulação e entrosamento com outros órgãos:
federais, �universidades e outras instituições de ensino,
veículos de comunicação e mídia local e alternativa;
realização de promoções visando a mobilização e o
envolvimento da comunidade; articulação com conselhos
comunitários e outros fóruns e com o Conselho Municipal de
Saúde (participação em reuniões do Conselho para informar,
prestar contas, solicitar apoio para superação de problemas
etc.).
Capacitação, aperfeiçoamento e atualização: grau de
atualização da equipe (última capacitação realizada, acesso
a notas e informes técnicos etc.); momentos da equipe
voltados à atualização.
Cumprimento de normas técnicas sobre vacinação:
compatibilidade com as normas nacionais relativas aos
procedimentos de administração, registro, conservação de
vacinas; descarte adequado de seringas e agulhas e do lixo
da sala de vacinação.
65
Durante a supervisão o supervisor deve estar atento e observar
reações, percepções, falas e opiniões expressadas pelos envolvidos. Todas as
observações e registros deverão ser apresentados aos supervisionados,
buscando o consenso sobre a situação encontrada ou sobre o
encaminhamento ou medida a ser adotada para a superação do problema.
Os resultados da supervisão devem ser sistematizados em relatório
sucinto e objetivo, conforme o propósito para a qual foi realizada. O conteúdo
do relatório deve destacar os principais problemas detectados, as soluções
adotadas e o registro de compromissos assumidos, servindo de referência para
acompanhamento das medidas de correção e ajustes a serem adotadas, bem
como para orientar próximas supervisões.
4.2. Monitoramento e avaliação das atividades de vacinação Avaliar é julgar, é emitir um julgamento de valor. É fazer uma
comparação entre algo que se apresenta (uma ação, um serviço, uma
intervenção, um procedimento, um registro etc.) e um referencial, considerado,
de modo geral, como ideal.
A partir dos resultados da avaliação os profissionais e gestores
responsáveis por áreas com população e contextos socioeconômicos variados
procuram desenvolver as estratégias mais indicadas para melhor conduzir as
ações de saúde, inclusive as ações de vacinação. Isto porque a avaliação das
atividades de vacinação não pode ser vista de forma isolada pelo fato, já
referido, de que estas fazem parte do conjunto de ações incluído na chamada
atenção básica ou atenção primária.
Avaliar processos e resultados deve ser uma ação contínua e
sistemática. A avaliação, trabalhada como processo contínuo, ocorre em todas
as instâncias, desde onde a vacina é administrada até aquela onde são feitas
as análises macro, de abrangência regional, estadual ou nacional. Pensada
dessa forma, a avaliação deve incluir dois aspectos básicos:
a avaliação do processo, ou seja, do desenvolvimento do
trabalho, mais conhecida como monitoramento, onde a
supervisão é instrumental preponderante; e
66
a avaliação de resultados, de impacto, ou seja da mudança
ou transformação ocorrida numa realidade, num problema,
como o controle ou a erradicação de uma doença ou agravo.
Importante considerar que o objetivo final da vacinação não é
somente a obtenção de altas coberturas, mas verificar o impacto na situação
da doença imunoprevenível objeto da intervenção, no entanto, a redução da
morbidade e da mortalidade por doenças imunopreveníveis só será possível se
os índices de cobertura forem mantidos altos e homogêneos.
4.2.1. Monitoramento da atividade de vacinação
A verificação dos processos e dos resultados deve ser uma
constante, deve fazer parte da rotina. Saber como andam as ações
desenvolvidas numa Unidade de Saúde não pode se limitar a momentos
específicos, a exemplo da elaboração do relatório de gestão.
O monitoramento, também considerado como avaliação do
processo, é o trabalho sistemático voltado à análise da cobertura e do
desenvolvimento das atividades, verificando até que ponto a população-alvo
está sendo atendida naquilo que é objeto da ação. O monitoramento é,
portanto, uma importante ferramenta para o gestor, para o gerente e para o
supervisor.
Ao utilizar os sistemas de informações disponíveis, o
monitoramento trabalha com conhecimentos contínuos e oportunos sobre a
implementação das atividades. Com o monitoramento uma grande quantidade
de informações registradas pelos profissionais de saúde, e que, muitas vezes,
não são adequadamente utilizadas, podem constituir matéria-prima para a
avaliação continuada dos serviços.
O monitoramento da atividade de vacinação, na prática, pode
responder a quatro questões básicas:
até que ponto o trabalho de vacinação está alcançando a
população-alvo que precisa ser vacinada?
67
a atividade de vacinação está de acordo com o que foi
preconizado no planejamento?
a atividade de vacinação está de acordo com normas e
procedimentos preconizados?
a equipe está usando todos os recursos disponíveis para
solucionar os problemas e superar as dificuldades?
A realização do monitoramento e da avaliação requer a definição
de indicadores e instrumentos. Um indicador é uma medida resumo associada
a uma atividade ou processo que, quando comparado a um padrão, permite
analisar a programação, os resultados e os impactos.
As coberturas de vacinação são indicadores consagrados de
avaliação de resultados da vacinação. Outros indicadores como os
relacionados à gestão podem ser utilizados, como indicadores de processos, a
exemplo do número de atividades executadas em relação às programadas;
recursos necessários e executados em relação aos recursos programados etc.
São indicadores de impacto os indicadores de morbidade e de mortalidade.
4.2.1.1. Cálculo da cobertura de vacinação
Cobertura de vacinação é um indicador representado pelo percentual de
pessoas vacinadas com vacinas específicas, em determinado espaço
geográfico, em um período considerado. Por meio da cobertura vacinal estima-
se o nível de proteção da população contra doenças evitáveis pela imunização,
mediante o cumprimento de esquemas de vacinação (Rede Interagencial de
Informações para a Saúde – RIPSA).
Cobertura de vacinação =
Número de doses de determinada vacina administrada na população alvo, em determinado período e lugar
X 100
Total da população alvo em determinado período ou
lugar
A cobertura vacinal, portanto, se expressa por meio de um percentual
que corresponde a uma relação entre vacinados num determinado grupo
(numerador) e o total da população desse grupo (denominador). Essas duas
68
informações devem, sempre, estar relacionadas a um mesmo local e a um
mesmo período (tempo).
Para o cálculo da cobertura usa-se como denominador:
para o grupo menor de um ano os dados do Sistema de Informação
sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do último ano disponível;
para os demais grupos de idade as estimativas do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE);
4.2.1.2. Cálculo da cobertura para vacinas com esquema multidoses
Para as vacinas cujo esquema é multidose, ou seja, vacinas que
requerem mais de uma dose para promover a imunidade necessária contra a
doença imunoprevenível, o cálculo da cobertura considera o quantitativo de
vacinados com a última dose preconizada no esquema, como é o caso da
vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada), da vacina adsorvida difteria, tétano,
pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) e da vacina hepatite B
(recombinante), cujo esquema completo corresponde à aplicação de três
doses.
A idade correta (adequação epidemiológica) e o intervalo indicado
(adequação imunológica) são condições essenciais para que o esquema de
uma vacina multidoses esteja completo. Quando o esquema de vacinação é
unidose esta dose única é suficiente para promover a imunidade necessária.
4.2.1.3. Homogeneidade das coberturas
Ao lado da cobertura de vacinação outro importante indicador do
desempenho da atividade de vacinação é a homogeneidade, representada pela
proporção de unidades territoriais avaliadas que atingiram a cobertura
preconizada. A homogeneidade pode ser avaliada comparando unidades
federadas ou municípios ou distritos ou sub-distritos ou bairros ou outra
unidade territorial.
O desejável é que todas as áreas alcancem a cobertura
preconizada, no entanto, como um indicador para avaliar e identificar as áreas
69
de maior risco convencionou-se que na rotina de vacinação, pelo menos, 70%
das unidades territoriais avaliadas alcancem a cobertura estabelecida. Outro
percentual pode vir a ser adotado, especialmente nas campanhas de vacinação
outros índices de homogeneidade podem ser estabelecidos.
Ao avaliar a homogeneidade da área de abrangência de uma
Unidade de Saúde a equipe identifica, com maior precisão e oportunidade,
bolsões de não vacinados (suscetíveis) considerados como áreas de risco. São
áreas de risco o quarteirão, a rua ou o bairro que apresenta baixa cobertura.
Devem merecer atenção especial da equipe da Unidade de Saúde áreas de
grande densidade demográfica, de pobreza, de migração, de exclusão, com
concentração de populações que têm mais dificuldade de chegar até à
vacinação, como população de rua e de assentamentos.
Na análise da homogeneidade da cobertura na área de
abrangência da Unidade de Saúde é importante identificar as causas da
existência das situações de risco, bem como as intervenções (ações) que vão
contribuir para a eliminação do problema identificado, a exemplo da busca de
faltosos e do monitoramento domiciliar.
4.2.1.4. Avaliação da cobertura
A avaliação da cobertura de vacinação por meio do método
administrativo é feita mediante análise das informações obtidas no SI-API.
Esse método, embora seja o mais utilizado, pois, de maneira geral, a maioria
dos dados está disponível, apresenta vantagens e fragilidades na sua
aplicação, conforme pode ser observado no Quadro I-18.
Quadro I-17: Vantagens e desvantagens do método administrativo Vantagens Desvantagens
1) Permite a observação das tendências de melhoria do desempenho ou de insuficiência operacional, pois o cumprimento das metas pode ser avaliado continuamente (mensalmente, por exemplo) o que é importante para o monitoramento, a avaliação e o replanejamento.
1) O sistema não fornece informação sobre procedência do vacinado.
2) Permite reorientar as estratégias de vacinação a qualquer momento a partir
2) A não informação sobre procedência não permite avaliações de outras
da observação das tendências. variáveis, como condições socioeconômicas e determinantes e condicionantes de baixas coberturas.
3) O sistema de informação utilizado inclui dados sobre o consumo e as perdas de vacinas, o que é de grande importância para a avaliação e para o planejamento.
3) A variedade e a multiplicidade de instrumentos de registro e coleta do dado de vacinação (formulários), potencialmente, aumentam a chance de falhas no registro.
4) O registro das atividades é feito por pessoal treinado que conhece as características da atividade de vacinação, diminuindo as causas de erro.
4) O envio dos dados, seguindo um fluxo desde a sala de vacinação até o Ministério da Saúde, nem sempre é oportuno.
5) É de baixíssimo custo operacional.
Para facilitar o monitoramento da cobertura pode ser adotado o
seguinte procedimento: a partir da estimativa populacional de cada grupo de
idade de um território, o número de pessoas previsto para ser vacinado no
período de um ano, ou seja, a meta anual pode ser desdobrada em metas
mensais. Ao final de cada mês, a equipe da Unidade de Saúde compara a
estimativa mensal com as doses completadas em cada grupo. Para visualizar
esse acompanhamento pode-se utilizar o gráfico de acompanhamento da
cobertura vacinal, conforme exemplificado no Quadro I-19 a seguir.
O gráfico pode ser adaptado e utilizado para qualquer grupo etário
e para qualquer tipo de vacina, e, também, para quaisquer períodos e não
apenas para um ano-calendário. O gráfico (ou gráficos), por deixar mais
claramente evidenciada a tendência das coberturas vacinais, deve ficar em
local visível da Unidade de Saúde. Lembrar que o monitoramento para as
vacinas multidoses deve considerar a cobertura com a 3ª dose.
Os relatórios gerados pelo sistema de informações (SI-API)
permitem o acompanhamento mensal dos resultados do trabalho sob vários
aspectos, a saber:
vacinas aplicadas (por tipo, por dose e por grupo de idade);
metas alcançadas;
esquemas completados; e
taxa de abandono.
70
71
Quadro I-18: Exemplo do desdobramento da meta anual para o monitoramento da atividade de vacinação (situação fictícia) Um exemplo de como desdobrar a meta de vacinação para ajudar no monitoramento:
a estimativa de população menor de um ano da área de abrangência de uma Unidade de Saúde é de 900 crianças;
dividindo essa população a vacinar pelos 12 meses do ano, tem-se uma meta mensal de 75 crianças;
em janeiro foram vacinadas 10 crianças, em fevereiro 67 e em março 60;
com isso, teoricamente,ficou um resíduo de 65 crianças não vacinadas no 1º mês, oito no 2º mês, 15 no 3º mês; 120 no 4º e duas crianças no 5º mês;
a meta acumulada seria de 375 crianças e o número de vacinados foi de 210;
com isso há um resíduo total de não vacinados de 165 crianças.
Número de crianças vacinadas nos 4 primeiros meses do ano em relação ao número mensal estimado.
0
20
40
60
80
100
120
140
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Pop mensal a vacinar Pop vacinada
A análise da situação mostra que há um resíduo grande de crianças não vacinadas. È importante avaliar qual a razão do grande número de vacinados em abril (foi feita uma intensificação? busca ativa? invasão de crianças de outra área?).
Importante buscar as causas da persistência de baixo número de crianças vacinadas em fevereiro, março e maio.
Importante, também, olhar a cobertura do ano anterior e número de vacinados mês a mês, para verificar como se comportou.
Nessa situação algumas medidas podem ser adotadas:
1) identificar áreas que podem estar acumulando suscetíveis;
2) avaliar a situação dos faltosos à vacinação e organizar busca ativa;
3) definir estratégias ou alternativas para recuperar as crianças não vacinadas.
72
4.2.1.5. Acompanhamento da taxa de abandono
No caso de vacinas cujo esquema corresponde a mais de uma
dose (vacina poliomielite 1, 2, 3 [atenuada], vacina adsorvida difteria, tétano,
pertussis e Haemophilus influenzae b [conjugada] e vacina hepatite B
[recombinante]), o monitoramento da atividade de vacinação também pode ser
feito através da verificação da taxa de abandono. Para essas vacinas, como já
referido, a criança só é considerada completamente vacinada quando o
esquema for completado com a administração da terceira dose.
A taxa de abandono expressa o percentual de pessoas que não
chegou a completar o número mínimo de doses do esquema de vacinação
preconizado para determinada vacina. O cálculo automático da taxa de
abandono pode ser feito diretamente a partir do SI-API. Onde o Sistema não
está ainda informatizado pode-se utilizar a seguinte fórmula:
Taxa de abandono =
Número de primeiras doses - Número de terceiras doses
X 100
Número de primeiras doses
A análise do percentual de abandono pode ser feita a partir dos
seguintes parâmetros:
percentual de abandono maior que 10%: taxa alta;
percentual de abandono entre 5% e 10%: taxa média:;
percentual de abandono menor que 5%: taxa baixa (aceitável).
É importante investigar as razões do abandono da vacinação, com
a finalidade de adotar medidas pertinentes, evitando o acúmulo de suscetíveis
e a formação de grandes bolsões que podem comprometer o controle
epidemiológico. Vários fatores podem ser determinantes para que crianças,
adolescentes e adultos sejam incompletamente vacinados, recebendo apenas
a primeira dose, ou somente as duas primeiras. São exemplos:
A falta de esclarecimento quanto ao tipo de vacina administrada
ao número de doses necessário;
73
Desinformação quanto poder tomar a dose da vacina, mesmo que
tenha expirado o prazo estabelecido (intervalo máximo entre uma
dose e outra);
A ocorrência de reações à vacina maiores que as esperadas;
A dificuldade de retornar para completar o esquema por questão
de acesso (distância, preço da passagem etc.); e
O mau atendimento nos serviços de saúde.
4.2.1.6. Avaliação da utilização das vacinas
Aproveitar 100% das vacinas recebidas, ou seja, transformar em
doses administradas todas as doses disponíveis é uma meta difícil de alcançar,
muito embora deva ser preocupação constante da equipe de saúde.
Quase todas as causas de perda podem ser diminuídas ou
eliminadas, observando-se as normas e recomendações técnicas. São
exemplos:
a apresentação das vacinas (enfrascagem, número de doses por
frascos);
o vencimento do prazo de validade;
a quebra de frascos; e
a ocorrência de falhas na rede de frio.
Os produtos apresentados em frascos multidoses, depois de
abertos têm um prazo de uso que pode ser diferente dependendo do
laboratório produtor, daí a necessidade de que a Unidade de Saúde tenha a
informação específica para cada produto recebido, conforme orientado na
Parte II deste Manual, no tópico 3, item 3.3.1, relativo ao início do trabalho
diário, bem como na Parte III nos procedimentos básicos relativos ao preparo
de cada produto.
Ao final do período estabelecido as doses não administradas são
descartadas (inutilizadas), o que acarreta a chamada perda técnica, conforme
referido nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.3. que trata da estimativa de
população a vacinar e da necessidade de vacinas. O número de doses
desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das
atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de
vacinas pela Unidade de Saúde.
Outra causa da perda de vacinas é o vencimento do prazo de
validade. Quando esse prazo expira o imunobiológico deve ser desprezado, daí
a necessidade de fazer uma previsão mais precisa possível do quantitativo de
produtos a utilizar, além de usar primeiro aquele com prazo de validade mais
próximo.
Um imunobiológico só deve ser utilizado quando adequadamente
conservado, seja no armazenamento, no transporte de uma instância a outra,
ou na sala de vacinação da Unidade de Saúde. A ocorrência de falhas na rede
de frio pode acarretar perda de vacinas (ver orientações na Parte II deste
Manual, tópico 5 – Conservação dos imunobiológicos).
A taxa de aproveitamento dos produtos pode ser calculada por
meio da seguinte fórmula:
Taxa de aproveitamento =
Número de doses administradas
X 100 Número de doses distribuídas
Por ocasião do planejamento, quando da definição do quantitativo
de vacinas, é previsto um percentual de reserva para atender eventuais perdas,
conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.3.
4.2.2. Outros tipos de avaliação da atividade de vacinação Os inquéritos ou levantamentos de campo permitem a obtenção de
dados mais reais sobre a cobertura de vacinação, sendo importante,
especialmente, para áreas onde o registro é deficiente e onde é difícil
caracterizar a população-alvo, como, por exemplo, em áreas urbanas onde
estão ocorrendo grandes movimentos de população.
74
75
Este tipo de avaliação é muito importante para um conhecimento
mais real da cobertura de vacinação e deve ser realizado sob a orientação
técnica de especialistas no assunto, destacando-se como pontos importantes:
a determinação da composição da amostra representativa da
população a ser avaliada;
a elaboração de instrumento para coleta das informações e o
estabelecimento das regras para aplicá-lo corretamente;
a preparação de mapas da localidade, detalhando quarteirões ou
aglomerados rurais, para facilitar a localização dos domicílios
sorteados na amostra;
o treinamento do pessoal que realizará as entrevistas;
a definição da equipe que analisará os dados coletados e
estimará a cobertura vacinal.
As vantagens e desvantagens da realização de inquéritos de
inquéritos de cobertura estão destacadas no Quadro I-20.
Quadro I-19: Vantagens e desvantagens do inquérito de cobertura
Vantagens Desvantagens
1) O resultado não é influenciado, em termos das coberturas encontradas, pela invasão ou evasão de população, já que os dados do numerador estarão sempre contidos no denominador.
1) Apresenta elevado custo operacional.
2) A partir de uma amostra da população, bem desenhada e executada, pode-se estudar variáveis socioeconômicas, como o grau de instrução e a classe de renda.
2) Necessita de pessoal especializado para formular o inquérito, para coordenar a execução e analisar os dados coletados.
3) Não há sub-registro e a duplicidade de dados, problemas quase sempre presentes no método administrativo.
3) Os resultados representam um recorte da situação, tendo utilidade por um tempo relativamente curto.
Para a avaliação da cobertura de vacinação podem ser adotados
estudos complementares que possibilitam uma análise mais precisa da
situação, a exemplo dos estudos da situação imunológica da população
76
(titulagem de anticorpos) e o levantamento do registro individual a partir do
arquivo permanente da Unidade de Saúde.
4.2.3. Avaliação da eficiência e eficácia
A eficiência é a relação entre os recursos destinados às atividades
e o efeito ou resultado produzido, ou seja, é a relação entre custo e resultado,
ou entre resultado e insumos. Diz-se que eficiência é o máximo resultado
efetivo obtido ao menor custo.
Ao medir a eficiência fica-se sabendo o quanto custa realizar um
projeto, uma atividade.
A eficácia é o grau em que uma ação alcança o resultado final,
correto, que havia sido proposto; resultados/efeitos que se expressam em
termos de benefícios para a população. Eficácia também se traduz em efeito
potencial obtido em determinadas condições experimentais (eficácia da
vacina). Ao medir a eficácia verifica-se a qualidade dos resultados, o grau em
que a atividade atingiu os resultados desejados. Ao medir a efetividade fica-se
sabendo se o investimento valeu à pena.
A realização de estudos sobre custo-benefício e custo-eficácia é
fundamental para comparar as conseqüências positivas e negativas de
estratégias adotadas. Na análise custo-benefício as conseqüências positivas
(benefícios) são avaliadas e os seus custos são medidos em unidades
monetárias. Já a análise do custo-eficácia mede consequências positivas,
como anos de vida poupados, dias de doença evitados, mortes evitadas etc.
Na avaliação da vacinação, quando possível, é importante incluir
uma análise dos custos, considerando, por exemplo, o custo das estratégias
adotadas em relação ao impacto alcançado, o custo da implantação de novas
salas de vacinação em relação ao custo da montagem de equipes móveis.
Quando se analisa custo o objetivo maior é a redução do gasto sem perder a
eficácia. A análise também ajuda a estabelecer a quantidade dos recursos
necessários para o alcance das metas.
77
4.2.4. Resolutividade, acessibilidade e satisfação do usuário
A) Resolutividade
A resolutividade (capacidade de resolver) da Unidade de Saúde
leva em conta primeiro a capacidade resolutiva quantitativa, ou seja, a
capacidade de absorver o número e a quantidade de serviços solicitada por
uma população.
A outra dimensão da resolutividade está relacionada à capacidade
de solucionar o problema o mais próximo possível de onde ele acontece. Esta
capacidade de resolver tem a ver com a autonomia da equipe local, com o
estágio do processo de descentralização: a responsabilização assumida pelos
gestores, a existência de uma rede regionalizada e hierarquizada, e a
organização da referência e da contra-referência.
B) Acessibilidade
A acessibilidade é um importante indicador da qualidade dos
serviços de saúde. A análise da acessibilidade deve ser feita considerando a
utilização dos serviços e sua relação com as necessidades da população, e
não somente levando em conta a presença, ou a quantidade de serviços
disponíveis. A avaliação do acesso deve investigar as dificuldades financeiras
da população, a desinformação, questões estruturais, sociais e organizacionais
e, também, as barreiras físicas e geográficas, como já referido.
C) Satisfação do usuário
A satisfação do usuário é outro ponto importante na avaliação da
atividade de vacinação.
É preciso estar atento para o fato de que a percepção da população
(que utiliza ou é beneficiada com um serviço ou ação de saúde) está ligada às
relações entre profissional e paciente, aos aspectos de infra-estrutura material
(equipamentos, medicamentos, etc.) e até amenidades como ventilação,
conforto, privacidade etc.
78
A percepção da população também pode ser influenciada pelos
valores e significados que o usuário atribui à saúde e à doença. A decisão de
vacinar ou não vacinar, ação preventiva, adotada quando os indivíduos estão
sadios, tem muito a ver com essa percepção.
A avaliação da satisfação da população quanto ao serviço de saúde
poderá mostrar em que medida a percepção da população de uma
determinada área pode estar influenciando nos resultados diretos da
vacinação.
79
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de 23 de setembro de 2008. Institui o Comitê Técnico Operacional no âmbito
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Parte II
Aspectos técnicos e administrativos da atividade de
vacinação
Sumário
1. Introdução..................................................................................................... 97
2. Equipe de vacinação e funções básicas.......................................... ............ 98
3. Organização e funcionamento da sala de vacinação................................. 100
3.1. Especialidades da sala de vacinação................................................. 100
3.2. Equipamentos, mobiliários e materiais básicos.................................. 102
3.2.1. Equipamentos e mobiliários.................................................... 102
3.2.2. Material de consumo............................................................... 104
3.3. O funcionamento da sala de vacinação............................................. 109
3.3.1. Início do trabalho diário........................................................... 109
3.3.2. Acolhimento e triagem da clientela.......................................... 113
3.3.3. Procedimentos anteriores à administração do
imunobiológico......................................................................... 116
3.3.4. Administração dos imunobiológicos........................................ 119
3.3.5. Encerramento do trabalho diário............................................. 121
3.3.6. Encerramento do trabalho mensal.......................................... 123
4. Procedimentos de limpeza na sala de vacinação ..................... ................. 124
4.1. Limpeza sistemática............................................................. .............. 124
4.1.1. Material necessário................................................................. 124
4.1.2. Procedimentos de limpeza...................................................... 125
4.2. Cuidados com o lixo da sala de vacinação........................................ 127
4.2.1. Separação e acondicionamento do lixo.................................. 128
4.2.2. Tratamento de imunobiológicos considerados infectantes...... 130
4.2.3. Armazenamento do lixo.............................................. ............. 131
4.2.4. Coleta e destino final............................................................... 132
5. Conservação dos imunobiológicos............................................................. 134
.
5.1. Rede de Frio............................................................................. .......... 134
5.1.1. Instância nacional e central estadual..................................... 135
5.1.2. Instância regional e municipal................................................ 135
5.1.3. Instância local................................................................. ......... 135
5.2. Procedimentos básicos na utilização do refrigerador......... ................ 136
5.2.1. Cuidados gerais....................................................................... 137
5.2.2. Organização do refrigerador.................................................... 140
5.2.3. Limpeza do refrigerador.......................................................... 143
5.2.3.1. Procedimentos antes da limpeza............................... 143
5.2.3.2. Procedimentos durante a limpeza............................. 145
5.2.3.3. Procedimentos após a limpeza.................................. 146
5.3. Procedimentos básicos na utilização de termômetros....................... 146
5.3.1. Termômetro analógico de momento e de máxima e mínima
(capela).................................................................................... 148
5.3.2. Termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com
cabo extensor.......................................................................... 150
5.3.3. Termômetro analógico de cabo extensor................................ 154
5.3.4 Termômetro a laser.................................................................. 155
5.4. Procedimentos básicos na utilização de caixas térmicas .......... ....... 156
5.4.1. Organização da caixa térmica......................................... ....... 158
5.4.2. Utilização da caixa térmica para o transporte de
imunobiológicos..................................................................... ............ 161
5.4.3. Utilização das bobinas de gelo reutilizáveis..... ....................... 162
5.5. Procedimentos básicos em situações de emergência.......
5.5.1. Cuidados imediatos em situações de emergência...... ............ 165
5.5.2. Cuidados com o imunobiológico sob suspeita...........
6. Procedimentos preliminares à administração de vacinas e soros.............. 168
.............. 166
................. 164
6.1. Higiene das mãos...................................................................... ......... 169
6.2. Procedimentos básicos na utilização de seringas e agulhas.............. 173
6.3. Procedimentos básicos para rem
6.3.1. Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro....174
6.3.2. Remoção de soluções acondicionadas em frasco-ampola com
tampa de borracha................................................................. 175
6.3.3. Reconstituição de soluções apresentadas sob a forma
liofilizada.................................................................................. 177
6.4. Procedimentos básicos segundo as vias de administração dos
imunobiológicos................................................................................. 178
6.4.1. Via oral.................................................................................... 178
6.4.2. Via intradérmica (ID)................................................................ 179
6.4.3. Via subcutânea (SC)............................................................... 182
6.4.4. Via intramuscular (IM)............................................................. 18
6.4.4.1. Procedimentos específicos para administração no
vastolateral da coxa.................................................. 187
6.4.4.2. Procedimentos específicos para administração no
deltóide..................................................................... 189
6.4.4.3. Procedimentos específicos para administração de solu-
ções no dorso glúteo ou músculo grande glúteo...... 190
6.4.5. Via endovenosa (EV)............................................................... 191
7. Registro das atividades e arquivos da sala de vacinação.......................... 196
7.1. Registro individual da vacina administrada........................................ 196
7.2. Registro das atividades diárias........................................................... 199
7.3. Arquivos da sala de vacinação........................................................... 200
Bibliografia......................................................................................................
oção e reconstituição de soluções...174
5
204
Lista de figuras
Figura II-1: Layout da sala de vacinação........................................................ 101
Figura II-2: Sala de vacinação................................................................................
Figura II-3: Sala de vacinação................................................................................
Figura II-4: Dispensadores de sabão liquido e de papel toalha.........................
Figura II-5: Suporte e caixa coletora de material perfurocortante.....................
Figura II-6: Bobina de gelo reutilizável.................................................................. 1
Figura II-7: Bandeja para organização das vacinas............................................ 1
Figura II-8: Modelos de caixas térmicas............................................................... 1
Figura II-9: Organização das bobinas na caixa térmica e colocação do termômetro de cabo extensor........................................................... 1
Figura II-10: Arrumação da caixa térmica (incluindo bobinas no fundo da caixa).................................................................................................. 112
Figura II-11: Acolhimento e triagem da clientela................................................. 1
Figura II-12: Registro de vacinas administradas................................................. 1
Figura II-13: Caixa coletora de material perfurocortante.................................... 12
Figura II-14: Instâncias da rede de frio................................................................. 136
Figura II-15: Altura ideal da tomada do refrigerador........................................... 13
Figura II-16: Organização do refrigerador de imunobiológicos......................... 144
Figura II-17: Termômetro analógico de momento e de máxima e mínima (capela) ............................................................................................. 14
Figura II-18: Termômetro digital de momento, máxima e mínima com cabo extensor (com alarme) .................................................................... 1
Figura II-19: Termômetro digital de momento, máxima e mínima com cabo extensor e com dois visores.............................................................1
Figura II-20: Fixação do termômetro digital no refrigerador................................1
Figura II-21: Termômetro analógico de cabo extensor........................................15
Figura II-22: Termômetro a laser........................................................................... 15
Figura II-23: Tamanhos de caixas térmicas......................................................... 15
Figura II-24: Organização da caixa térmica......................................................... 15
Figura II-25: Organização da caixa térmica com bobinas de gelo no fundo da caixa................................................................................................... 15
Figura II-26: Procedimentos para ambientação das bobinas de gelo reutilizável, antes do uso em caixas térmicas................................................... 1
Figura II-27: Vacinas e soros em suas diferentes apresentações.................... 16
Figura II-28 A: Lavagem das mãos (passo 1)...................................................... 1
102
103
103
104
05
05
07
10
13
19
9
8
8
51
51
52
5
6
7
8
9
63
8
70
Figura II-28 B: Lavagem das mãos (passo 2)......................................................
Figura II-28 C: Lavagem das mãos (passo 3)...................................................... 1
Figura II-28 D: Lavagem das mãos (passo 4)...................................................... 1
Figura II-28 E: Lavagem das mãos (passos 5, 6 e 7)......................................... 1
Figura II-28 F: Lavagem das mãos (passos 8).................................................... 172
Figura II-28 G: Lavagem das mãos (passo 9)..................................................... 1
Figura II-29\1: Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro.................................................................................................. 17
Figura II-29\2:- Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro............................................................................................... 17
Figura II-30: Remoção de soluções acondicionadas em frasco-ampola com tampa de borracha........................................................................... 17
Figura II-31: Reconstituição de soluções apresentadas sob a forma liofilizada............................................................................................ 178
Figura II-32: Administração por via oral: vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) (a) e vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) (b)............................. 17
Figura II-33: Administração pela via intradérmica: vacina BCG (a) e realização da prova de hipersensibilidade (b)................................................. 180
Figura II-34: Administração de injeção pela via subcutânea............................. 1
Figura II-35: Locais utilizados para administração pela via subcutânea......... 183
Figura II-36: Firmando o músculo para administração de injeção intramuscular..................................................................................... 18
Figura II-37: Introdução da agulha no músculo formando um ângulo de 90º....................................................................................................... 18
Figura II-38: Administração da injeção intramuscular......................................... 18
Figura II-39: Localização do músculo deltóide..................................................... 18
Figura II-40: Administração de injeção intramuscular no músculo deltóide..... 1
Figura II-41: Posicionamento da pessoa para injeção intramuscular no glúteo.................................................................................................. 1
Figura II-42: Localização da injeção no músculo grande glúteo....................... 1
Figura II-43: Localização de veias no antebraço e na mão para a injeção...... 1
Figura II-44: Colocação do garrote para a injeção endovenosa........................ 1
Figura II-45: Palpação da veia para a injeção endovenosa............................... 1
Figura II-46: Preparação do local para a injeção endovenosa.......................... 19
Figura II-47: Introdução do líquido na injeção endovenosa............................... 19
Figura II-48: Introdução do líquido na injeção endovenosa e retirada do garrote.............................................................................................. 19
Figura II-49: Registro do imunobiológico administrado...................................... 19
170
71
71
72
73
5
5
6
9
82
7
7
8
9
90
90
91
92
94
94
5
5
6
8
97
1. Introdução
A redução da morbidade e da mortalidade por doenças preveníveis por
imunização é a finalidade principal da vacinação. No entanto, para que um
imunobiológico possa agir no organismo e criar defesas ou anticorpos, como no
caso da administração de vacinas, ou para que possa combater micro-
organismos já instalados, como no caso da administração de soros e
imunoglobulinas, é preciso que a atividade de vacinação seja cercada de
cuidados, adotando-se procedimentos adequados antes, durante e após a
administração desses produtos na população.
Nesta Parte II do Manual de Procedimentos de Vacinação são
enfocados os procedimentos relativos:
à organização e funcionamento da sala de vacinação;
à limpeza da sala de vacinação;
à conservação dos imunobiológicos;
às atividades que antecedem à administração dos imunobiológicos;
e
ao registro das atividades e arquivos da sala de vacinação.
98
2. Equipe de vacinação e funções básicas
As atividades da sala de vacinação são desenvolvidas por equipe de
enfermagem, treinada e capacitada para o manuseio, conservação,
administração, registro e descarte dos imunobiológicos.
A equipe de enfermagem é formada pelo enfermeiro e por técnico ou
auxiliar de enfermagem, sendo ideal contar com, dois técnicos ou auxiliares
para cada turno de trabalho. O tamanho da equipe depende do porte da
Unidade de Saúde, bem como do tamanho da população do território sob sua
responsabilidade. O enfermeiro é responsável pela supervisão ao trabalho
desenvolvido na sala de vacinação e pelo processo de educação continuada da
equipe.
São funções da equipe responsável pelo trabalho na sala de
vacinação:
Planejar as atividades de vacinação, monitorar e avaliar o trabalho
desenvolvido, de forma integrada ao conjunto das demais ações da
Unidade de Saúde, conforme orientado na Parte I deste Manual;
Prover, periodicamente, as necessidades de material e de
imunobiológicos, conforme orientado na Parte I deste Manual e
nesta Parte, no tópico 3, item 3.2.;
Manter as condições preconizadas de conservação dos
imunobiológicos, conforme orientado nesta Parte do Manual, no
tópico 5;
Manter os equipamentos em boas condições de funcionamento;
Encaminhar e dar destino adequado aos imunobiológicos
inutilizados e ao lixo da sala de vacinação, conforme orientado
nesta Parte do Manual, no tópico 4, item 4.2;
Orientar e atender aos usuários com responsabilidade e respeito,
conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 3, item 3.3.2;
99
Registrar as doses administradas nos impressos adequados,
conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 3, item 3.3.3,
e no tópico 7;
Manter o arquivo da sala de vacinação em ordem, conforme
orientado nesta Parte do Manual, no tópico 7;
Manter a organização e a limpeza da sala de vacinação, conforme
orientado nesta Parte do Manual, no tópico 3, item 3.3, e no tópico
3. Organização e funcionamento da sala de vacinação
Na Unidade de Saúde, em função da finalidade e das atividades aí
desenvolvidas, encontram-se os hospedeiros mais suscetíveis (crianças,
idosos, pacientes imunodeprimidos e outros), bem como os micro-organismos
mais resistentes (bactérias, vírus, fungos e outros). Esses agentes contaminam
todo o ambiente, os materiais e artigos usados no atendimento, podendo
provocar infecções, às vezes graves, exigindo condições e procedimentos que
reduzam o risco de contaminação.
3.1. Especificidades da sala de vacinação
Na sala de vacinação, local destinado à administração dos
imunobiológicos, é importante que todos os procedimentos desenvolvidos
garantam a máxima segurança, prevenindo infecções nas pessoas atendidas e
também nós profissionais da equipe de vacinação, sendo necessário, para
tanto, cumprir algumas especificidades e condições em relação aos ambientes
e às instalações, quais sejam (Figura II-1 e Figura II-2):
Sala com área mínima de 6m2, conforme determinação da Agência
Nacional de Vigilância sanitária (ANVISA) (1);
Paredes e piso laváveis;
Bancada em inox, preferencialmente;
Pia acoplada à bancada;
Portas e janelas pintadas com tinta lavável;
Iluminação adequada, evitando a incidência de luz solar direta;
1 Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n0 50, de 21/2/2002, da ANVISA, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos dos estabelecimentos de saúde. (Alterada pela RDC nº 189, de 18/7/2002 e RDC nº 307, de 14/11/2002)
Notas:
A torneira a ser instalada na sala de vacinação deve ser do tipo que não permite contato da mão do profissional para abri-la ou fechá-la.
A torneira ideal é aquela acionada a partir de um sensor, de modo a evitar o manuseio da mesma pelo profissional.
100
Sala climatizada com sistema de ar refrigerado ou arejamento
viabilizado pela instalação de janelas amplas;
Equipamento de refrigeração indicado para conservação de
imunobiológicos;
Tomada (interruptor) exclusiva para cada um dos equipamentos
elétricos;
Entrada e saída independentes quando possível.
Além disso, a sala de vacinação deve ser mantida em condições de
higiene e limpeza e ser exclusiva para a administração dos imunobiológicos.
Figura II – 1: Layout da sala de vacinação
Nota:
Nos locais com grande demanda de população, utilizar duas salas com comunicação direta, utilizando uma sala para triagem e orientação do usuário e outra para administração dos imunobiológicos.
Fonte: Pedro Alves de Carvalho e Patrícia Marins Farias, 2009
101
102
3.2. Equipamentos, mobiliários e materiais básicos
3.2.1. Equipamentos e mobiliários
Para estruturação da sala de vacinação são equipamentos e
mobiliários básicos (Figura II-3):
Bancada com pia e/ou mesa para preparo dos imunobiológicos;
Refrigerador (es) para conservação dos imunobiológicos;
Mesa tipo escrivaninha com gavetas;
Cadeira (três no mínimo);
Mesa tipo escrivaninha com gavetas;
Cadeiras preferencialmente laváveis (três no mínimo)
Notas:
O refrigerador, de compartimento único, deve ter capacidade mínima de 340 litros, aproximadamente.
Quando necessário e disponível pode-se utilizar dois refrigeradores: um para os imunobiológicos em estoque e outro para os produtos que serão usados no dia de trabalho.
Os dois equipamentos podem ser substituídos por um único refrigerador fabricado especialmente para conservar imunobiológicos, com compartimentos separados para colocação dos produtos que estão em estoque e para colocação dos que vão ser usados no dia de trabalho.
Em nenhuma hipótese o refrigerador tipo ‘frigobar’ deve ser utilizado para conservação de imunobiológicos.
Na sala de vacina o mais comum é utilizar a caixa térmica para conservar os imunobiológicos que serão usados no dia de trabalho.
Figura II – 2: Sala de vacinação
Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S.de Almeida, 2009
1
Armário com porta para guarda de material;
Fichário ou arquivo;
Depósito para lixo com tampa e pedal;
Recipiente para algodão;
Dispensador para sabão líquido (Figura II-4);
Dispensador para papel toalha (Figura II-4);
Figura II – 3: Sala de vacinação
Figura II-4: Dispensadores de sabão líquido e de papel toalha
Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S.de Almeida, 2009
-
Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S.de Almeida, 2009
03
104
Armário com porta para guarda de material;
Bandeja de aço inoxidável (grande, média e pequena);
Tesoura reta com ponta romba;
Pinça dente de rato para retirada do protetor de metal da tampa de
borracha do frasco-ampola.
3.2.2. Material de consumo
Os principais materiais de consumo considerados básicos na sala de
vacinação são os seguintes:
Caixa coletora de material perfurocortante com suporte (Figura II-5);
Figura II-5: Suporte e caixa coletora de material perfurocortante
Termômetro de máxima e mínima analógico (capela) ou
termômetro digital de máxima e mínima de cabo extensor;
Termômetro clínico para mensuração da temperatura corporal,
quando necessário;
Bandeja plástica não perfurada para organização das vacinas
dentro do refrigerador (Figura II-7);
Bobina de gelo reutilizável (Figura II-6);
Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S. de Almeida, 2009
105
Figura II-6: Bobina de gelo reutilizável
Figura II-7: Bandeja para organização das vacinas
Fonte VEAPV: Cartilha para trabalhadores de sala de vacina/SVS/MS
Fonte: Manual Rede de Frio. SVS/MS,2008.
Notas:
A bobina de gelo reutilizável é feita de material plástico (geralmente polietileno), contendo gel à base de celulose vegetal em concentração não tóxica e água (gelo reutilizável de gel) ou apenas água (gelo reutilizável de água).
A bobina de gelo reutilizável é encontrada em várias dimensões;
Atentar para o prazo de validade da bobina gravado na parte superior da mesma.
106
Garrafa plástica para água contendo um corante;
Álcool a 70% para utilizar na limpeza da pele por ocasião da
vacinação em zona rural, em ambiente hospitalar e em outras
situações excepcionais;
Algodão hidrófilo;
Recipiente para algodão;
Serrinha;
Fita adesiva (largura de 4cm)
Caixa térmica de poliuretano (densidade mínima de 35 kg/m3) e
caixa térmica de poliestireno expandido (isopor) (densidade mínima
de 25 kg/m3) com as seguintes especificações:
caixa de 7 litros: espessura mínima de 2 cm;
caixas de 17 a 37 litros: espessura de 3 cm;
caixas de 80 litros: espessura de 4 cm; e
caixas de 180 litros: espessura de 5 cm.
Notas:
A bandeja plástica não deve ser perfurada.
Quando a bandeja plástica não perfurada não estiver disponível, adaptar porta-talher de plástico não perfurado.
Nota:
As caixas térmicas são utilizadas para conservação dos imunobiológicos:
no dia-a-dia da sala de vacinação;
no caso de falhas da corrente elétrica;
para a vacinação extramuros (intensificação, campanha e bloqueio); e
para o transporte de vacinas.
Nota:
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
107
Seringa descartável com as seguintes especificações:
de 1 ml, tipo tuberculina graduada em centésimos de mililitros,
acoplada com agulhas de 13x3,8 dec/mm ou 13x4,0 dec/mm ou
13x4,5 dec/mm (dec: diâmetro em decamilímetro; mm:
comprimento em milímetros);
de 2 ou 3 ml, com graduação de 0,1 ml e numeração a cada 0,5
ml;
de 5 ml, com graduação de 0,2 ml e numeração a cada 1 ml
(para diluição); e
de 10 ml, com graduação de 0,2 ml e numeração a cada 2 ml
(para diluição);
Figura II-8: Modelos de caixas térmicas
Fonte: Manual de Rede de Frio. SVS/MS, 2008
Agulha descartável com as seguintes especificações:
uso intradérmico: 13x3,8; 13x4,0; 13x4,5;
uso subcutâneo: 13 x 3,8; 13x 4,0; 13 x 4,5; 20 x 5,5 e 20x6,0;
uso intramuscular: 20x5,5; 20 x 6,0; 25x6,0; 25x7,0 e 30x7,0;
uso endovenoso: 25x7,0; 25x8,0; 30x7,0 e 30x8,0; e
para diluição: 25x8,0 e 30x8,0.
Caixa térmica de poliuretano Caixa térmica de
poliuretano
Caixa térmica de Poliuretano expandido
(ex: isopor / isonor)
108
Campo plástico (50x50 cm), de preferência oleado, para forrar o
local de preparo do material quando da vacinação extramuros;
Copos descartáveis para colocar dentro da caixa térmica, com o
objetivo de separar e proteger os frascos de vacina, abertos e em
uso, e também para fixar o bulbo ou sensor do termômetro de cabo
extensor;
Recipientes com paredes rígidas para desprezar seringas e
agulhas descartáveis (caixa especial para coleta de material
perfurocortante);
Papel toalha;
Sabão líquido;
Depósito com tampa para lixo comum;
Saco plástico descartável para lixo, na cor branco-leitosa para o lixo
infectante e preta ou em outra cor para o lixo comum;
Materiais de escritório: lápis, caneta, borracha, grampeador,
perfurador, extrator de grampos e outros;
Carimbo e almofada;
Impressos e manuais técnicos e operacionais, a exemplo:
Modelos para registro da vacinação administrada: cartão ou
caderneta da criança; do adolescente, do adulto, da gestante,
da pessoa idosa etc.;
Boletins, mapas, formulários e fichas diversas para:
registro diário da vacina administrada, consolidação mensal
dos dados, conforme padronização adotada pelo PNI;
registro da temperatura do refrigerador;
Nota:
Ao solicitar a compra de seringa e agulha descartáveis destacar no pedido a preferência por seringa acoplada como especificado no exemplo a seguir:
“Seringa descartável de 1ml, tipo tuberculina, graduada em centésimos de mililitros, acoplada e conectada com agulha de 13x3,8 (ou de 13x4,0 ou de 13x4,5)”.
109
notificação e investigação dos eventos adversos
relacionados à vacinação;
Outros impressos: aerograma para convocação de faltosos,
gráfico para acompanhamento da cobertura vacinal, quadro
com o esquema básico de vacinação (criança, adolescente,
adulto/idoso) etc.;
Manuais técnicos e operacionais como, por exemplo:
Manual de Normas de Vacinação;
Manual de Procedimentos para Vacinação;
Manual de Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV);
Manual do Centro de Referência para Imunobiológicos
Especiais (CRIE);
Manual de Rede de Frio.
3.3. O funcionamento da sala de vacinação
O funcionamento da sala de vacinação envolve um conjunto de
atividades desenvolvidas por uma equipe, na qual cada um dos componentes
assume funções específicas. A seqüência de atividades, que se caracteriza
como um processo de trabalho, pode ser assim especificada:
O início do trabalho diário;
O acolhimento e a triagem da clientela;
A orientação específica sobre o(s) imunobiológico(s) indicado(s);
A administração do(s) imunobiológico(s);
O descarte dos resíduos; e
O encerramento das atividades (diário e mensal).
3.3.1. Início do trabalho diário
No dia-a-dia, antes de dar início à atividade de vacinação propriamente
dita, a equipe de vacinação adota os seguintes procedimentos:
Verificar se a sala está limpa e em ordem, conforme orientações
relativas ao funcionamento da mesma e procedimentos de limpeza
1
descritos nesta Parte do Manual, neste tópico 3 e no tópico 4,
respectivamente;
Verificar ou ligar o sistema de ar condicionado;
Lavar as mãos, conforme orientado no tópico 6, item 6.1 desta
Parte do Manual;
Verificar a temperatura do (s) refrigerador (es), registrando-a no
mapa de controle diário de temperatura, conforme orientado no
tópico 5 desta Parte do Manual;
Retirar bobinas de gelo reutilizável do congelador, colocando-as
sobre a bancada para ambientação (Figura II-9) e conforme
orientado nesta Parte do Manual, no tópico 5, item 5.4.4.;
Organizar as bobinas de gelo reutilizável nas caixas térmicas
(figura II-10), conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico
5, item 5.4.;
Fixar o termômetro de cabo extensor na caixa térmica posicionando
o bulbo/sensor do termômetro em um copo descartável, dentro da
caixa (figuras II-9 e II-10), conforme orientado nesta Parte do
Manual, no tópico 5, item 5.3.;
Nota:
Na dependência da avaliação feita solicitar a limpeza da sala assim que possível.
10
111
Figura II-9 – Organização das bobinas na caixa térmica e colocação do termômetro de cabo extensor
Monitorar a temperatura da caixa térmica até confirmar se o
ambiente interno da mesma alcançou o padrão preconizado, ou
seja, se está entre +2 oC e +8 oC, sendo ideal +5 oC;
Retirar do refrigerador a quantidade de vacinas e diluentes
necessária ao consumo na jornada de trabalho, e de acordo com
os agendamentos previstos para o dia;
Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S. de Almeida, 2009
Notas:
O ideal é que a temperatura interna fique em 5 oC para permitir maior segurança durante as oscilações térmicas do equipamento (abre e fecha) e a variação da temperatura externa (meio ambiente).
No fundo da caixa térmica em uso na sala de vacina não é necessário colocar bobina de gelo reutilizável para evitar o congelamento do produto.
No transporte de vacinas e para atividades extramuros, entretanto, recomenda-se colocar bobina de gelo reutilizável no fundo da caixa em função da maior suscetibilidade à temperatura externa (do meio ambiente).
112
Organizar vacinas e diluentes na caixa térmica, já com a
temperatura recomendada (entre +2 oC e +8 oC, sendo ideal +5ºC),
colocando-os em copos descartáveis (de acordo com a capacidade
da caixa), (Figuras II-9 e II-10), conforme orientado nesta Parte do
Manual, no tópico 5, item 5.4.;
Figura II-10: Arrumação da caixa térmica (incluindo bobinas no fundo da caixa)
Verificar, em relação aos produtos apresentados em frasco
multidoses, o prazo de uso após a abertura do frasco;
Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S. de Almeida, 2009
Notas:
Após a retirada dos produtos do refrigerador igualar as temperaturas máxima e mínima do termômetro, acionando o botão reset, recolocando-o em seguida no refrigerador, conforme orientado no tópico 5, item 5.3., nesta Parte do Manual.
O refrigerador só deverá ser reaberto no final da jornada de trabalho.
Notas:
As vacinas devem ser acondicionadas em copo descartável separadas por tipo conforme a composição (vacina de vírus separada de vacina de bactéria).
Os copos descartáveis devem ter seu conteúdo identificado.
Quando existir na Unidade de Saúde um refrigerador destinado especificamente para imunobiológicos do dia de trabalho usá-lo em substituição à caixa térmica.
113
Organizar sobre a mesa de trabalho os impressos e materiais de
escritório, conforme orientações contidas nesta Parte do Manual,
neste tópico 3.
3.3.2. Acolhimento e triagem da clientela
O acolhimento e a triagem acontecem em todo serviço de saúde, em
qualquer nível de complexidade da rede, sendo um procedimento que toma
como base critérios de prioridade no atendimento, os quais devem ser
discutidos por toda equipe e informados com clareza à população.
Esse cuidado estabelece entre a equipe e os usuários uma relação
solidária e de confiança, devendo ser adotado pelos profissionais desde a
portaria do prédio, na recepção, até a entrada em qualquer um dos setores da
Unidade de Saúde, como é o caso da sala de vacinação (Figura II-11).
Figura II-11: Acolhimento e triagem da clientela
O processo de triagem quando adequadamente realizado permite a
redução de filas, a ampliação do acesso e reforça o vínculo entre a população
e o serviço de saúde. O critério básico tem por fundamento a avaliação e a
classificação do risco do usuário que chega à unidade em busca do
atendimento, considerando o grau de sofrimento do paciente e do agravo que
se manifesta.
-
Fonte: VEAPV – Cartilha para trabalhadores de sala de vacinação, SVS/MS, 2003
Notas:
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo é mais longo.
O prazo de uso de frascos multidoses após abertura é o definido pelo laboratório produtor e consta da bula do produto.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa de imunobiológicos vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
114
O processo de triagem quando adequadamente realizado permite a
redução de filas, a ampliação do acesso e reforça o vínculo entre a população
e o serviço de saúde. O critério básico tem por fundamento a avaliação e a
classificação do risco do usuário que chega à unidade em busca do
atendimento, considerando o grau de sofrimento do paciente e do agravo que
se manifesta.
A recepção é estratégica para o acolhimento, pois é quando se dá,
muitas vezes, o primeiro contato com o Sistema Único de Saúde (SUS). É a
partir daí que se estabelece uma relação de confiança, o encaminhamento e a
possível resolução das necessidades e demandas do usuário, informando-o
sobre os limites e possibilidades da Unidade de Saúde e do Sistema. É
importante articular com outros serviços para maior resolutividade e a
continuidade no atendimento, quando necessário, como é o caso do
encaminhamento do usuário para outra unidade, para, por exemplo, receber
um soro ou a vacina raiva (inativada) ou vacinas especiais no Centro de
Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).
É também na recepção que se pode ampliar as oportunidades de
orientação para vacinação, encaminhando pessoas não vacinadas ou com
esquemas incompletos para a sala de vacinação, mesmo que estas tenham
vindo ao serviço para outra finalidade (consultas, curativos, exames, farmácia
etc.). Isto só poderá acontecer se toda equipe da unidade estiver envolvida
com a atividade de vacinação desde o porteiro, por exemplo, que é o primeiro
contato do usuário na unidade.
O envolvimento e responsabilidade de toda equipe, a verificação do
comprovante e o encaminhamento para a vacinação, contribuirão também para
fortalecer uma cultura da valorização do comprovante de vacinação (cartão ou
caderneta) no conjunto de documentos pessoais. Para reforçar esta dinâmica
deve-se exigir ou recomendar que para o atendimento na unidade (em
qualquer circunstância), o usuário sempre esteja de posse do cartão de
vacinação, seja criança, adolescente, adulto ou idoso. Esse procedimento pode
e deve ser implementado gradualmente, por meio da orientação e
sensibilização da população sobre a questão.
115
As atitudes de gentileza, solidariedade, dedicação e receptividade
devem ser dispensadas pela equipe a todo e qualquer usuário, objetivando o
seu bem estar e a efetividade do cuidado prestado. Na sala de vacinação que,
de modo geral, é demandada por um usuário sadio, o critério a ser adotado é,
de modo geral, a ordem de chegada, mas é importante dar uma atenção
especial a pessoas que merecem atendimento diferenciado, como a gestante,
pessoas com necessidades especiais, criança agitada e o idoso.
Essas atitudes e procedimentos, que qualificam o acolhimento, devem
estar presentes na equipe em todos os setores da unidade, traduzindo-se,
inclusive, em atenção a condições do ambiente e aos processos de trabalho,
de forma a preservar o bem-estar do usuário, garantindo também informação e
orientação. Alguns aspectos dessas condições podem ser destacados:
Os bebedouros e banheiros, devidamente higienizados, devem estar
acessíveis ao usuário;
As barreiras físicas, como vidros e grades em guichês que
distanciam o usuário do profissional, devem ser eliminadas;
As condições de acesso do portador de necessidades especiais,
principalmente do cadeirante, devem ser garantidas (a exemplo das
rampas);
A demora no atendimento e as filas devem ser evitadas, com prévio
agendamento;
A espera deve ser instalada em locais adequados, providenciando-se
cadeiras ou bancos, podendo-se, ainda, instalar equipamentos para
exibição de vídeos e dispor materiais impressos;
A sinalização de orientação dos setores da Unidade de Saúde deve
ser bem localizada visualmente, deve ser clara e precisa; e, além
disso, o usuário deve ser orientado sobre a direção a tomar para
chegar ao setor desejado;
A equipe de vacinação deve sempre estar completa e presente,
providenciando-se substituto na necessidade da ausência de algum
de seus integrantes; no caso da troca de profissional ou da equipe a
116
população deve ser informada, garantindo-se a apresentação dos
novos integrantes aos usuários.
De modo específico, no acolhimento na sala de vacinação a equipe deve
proceder da seguinte forma:
Conversar com a pessoa a ser vacinada e/ou responsável sobre os
benefícios da vacina;
Informar sobre a existência de eventuais contra-indicações para a
vacinação, de acordo com a avaliação da situação de saúde da
pessoa a ser vacinada;
Informar sobre eventuais eventos adversos relacionados à(s)
vacina(s) a ser(em) administrada(s), orientando sobre o retorno à
Unidade de Saúde, caso alguma alteração seja observada;
Informar à pessoa a ser vacinada e/ou responsável sobre o
procedimento: mostrar o frasco da vacina, informar o nome da
mesma; mostrar a seringa descartável a ser utilizada; informar
sobre a via de administração etc.;
Garantir a privacidade e estabelecer uma relação de confiança com
a pessoa a ser vacinada;
Orientar sobre a melhor posição para administração da vacina,
evitando desconforto e acidentes;
Garantir um ambiente tranqüilo e confortável.
3.3.3. Procedimentos anteriores à administração do imunobiológico
Antes da administração do imunobiológico devem ser adotados os
seguintes procedimentos:
Nota: No caso da vacinação de criança, orientar sobre a melhor posição a ser
adotada, no colo ou nos braços dos pais ou acompanhante, conforme orientado na descrição do procedimento relativo a cada imunobiológico na Parte III deste Manual.
117
Verificar se a pessoa está comparecendo à sala de vacinação pela
primeira vez ou se é retorno, conforme abordado nesta Parte do
Manual, neste tópico 3, item 3.3.2., relativo ao acolhimento e
triagem da clientela;
3
Obter informações sobre o estado de saúde da pessoa a ser
vacinada, avaliando a(s) indicação (ões) e possíveis contra-
indicações à administração dos imunobiológicos, evitando as falsas
contra-indicações, conforme orientado na Parte III deste Manual, no
tópico 2 e na descrição relativa a cada imunobiológico
especificamente;
Orientar sobre a importância da vacinação e da complementação
do esquema básico de acordo com o grupo alvo a que pertence a
pessoa que está sendo vacinada (criança, adolescente, gestante,
adulto e idoso) e de acordo com o calendário de vacinação vigente;
Fazer o registro da vacina, soro ou imunoglobulina a ser
administrado, no espaço reservado nos respectivos documentos
destinados ao registro pessoal e ao arquivo permanente da
Unidade de Saúde (Figura II-12), conforme orientado nesta Parte
do Manual, neste tópico 3, item 3.3.3. e tópico 7; Datar e anotar no espaço indicado: a dose, o lote e a validade da
vacina administrada (Figura II-12), conforme orientado nesta Parte
do Manual, neste tópico 3, item 3.3.3. e tópico 7; Assinar e carimbar no espaço indicado, conforme orientado nesta
Parte do Manual, neste tópico 3, item 3.3.3. e tópico 7;
Notas: Para os que comparecem pela primeira vez, abrir o documento
padronizado do registro pessoal da vacinação (cartão ou caderneta).
No caso de retorno, verificar que vacinas devem ser administradas, consultando o documento pessoal de registro de vacinação trazido pelo usuário, e a ficha ou cartão do arquivo permanente da Unidade de Saúde.
118
Encaminhar a pessoa para a sala de vacinação a fim de receber
o(s) imunobiológico(s) indicado(s).
Fazer o registro da dose administrada no boletim diário específico,
conforme padronização;
Notas:
A data do aprazamento deve ser registrada a lápis no comprovante de vacinação da pessoa vacinada.
O aprazamento é a data do retorno do usuário para receber a dose subseqüente da vacina (esquema de mais de uma dose) ou outra vacina ou dose de reforço, conforme preconizado.
Para o controle por parte da equipe de vacinação a Unidade de Saúde deve manter registro permanente da vacina administrada, utilizando cartão espelho ou cartão controle ou outro mecanismo.
Com a implantação do registro nominal, que inclui dados pessoais de residência da pessoa vacinada não será mais necessário o cartão controle.
O registro permanente deverá conter os mesmos dados, ou seja, data, dose administrada, lote e validade da vacina administrada, assinatura e carimbo do vacinador, bem como o endereço da pessoa vacinada.
A assinatura deve ser legível de modo a permitir a identificação do vacinador. Não rubricar.
Notas: Quando houver indicação encaminhar a pessoa a ser vacinada ao
Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Caso necessário, fazer articulações junto à Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde, de modo a viabilizar as condições para o acesso a essa vacinação (ver indicações e procedimentos necessários no Manual do CRIE, do Ministério da Saúde, ou proceder conforme orientado na Parte III deste Manual, no tópico 15).
Nota: A Coordenação do PNI no Ministério da Saúde está definindo junto ao
Departamento de Informática do SUS (DATASUS) as condições para o registro nominal da vacina administrada, ou seja, com anotação dos dados pessoais do vacinado (nome, nome dos pais, data do nascimento, endereço, dentre outros).
119
Figura II-12: Registro de vacinas administradas
Reforçar a orientação, informando sobre a importância da
vacinação, dos próximos retornos, e sobre os procedimentos na
possível ocorrência de eventos adversos, conforme orientado nas
Partes III e IV deste Manual na descrição do procedimento relativo
a cada imunobiológico.
3.3.4. Administração dos imunobiológicos
Na administração dos imunobiológicos adotar os seguintes
procedimentos:
Verificar qual o imunobiológico a ser administrado, conforme
indicado no documento pessoal padronizado de registro da
vacinação (cartão ou caderneta) ou conforme indicação médica;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte
do Manual, no tópico 6, item 6.1;
Examinar o produto, observando a aparência da solução, o estado
da embalagem, o prazo de validade, a via de administração, o
número do lote e a dosagem;
Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S. de Almeida, 2009
120
Preparar o imunobiológico conforme orientado nesta Parte do
Manual, no tópico 6, itens 6.2 e 6.3, e na Parte III na descrição dos
procedimentos específicos relativos a cada imunobiológico;
Administrar o imunobiológico segundo a técnica específica,
conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 6, item 6.4, e
nas Partes III e IV que trata da descrição dos procedimentos
específicos relativos a cada imunobiológico.
Observar reações imediatas, conforme orientado na Parte III deste
Manual, no tópico 2 e nos demais tópicos relativos aos
procedimentos específicos para cada imunobiológico, bem assim
na Parte IV;
Orientar a pessoa vacinada e/ou seu acompanhante, conforme
descrito nas Partes III e IV deste Manual, nos procedimentos
específicos relativos a cada imunobiológico;
Desprezar o material utilizado na caixa coletora de material
perfurocortante, conforme orientado nesta Parte do Manual, no
Notas: O exame do imunobiológico pode ser feito logo no início das atividades
diárias, pela manhã, ao separar os produtos para o dia de trabalho.
Esse exame não exclui a observação antes do preparo de cada administração.
Notas: Além de considerar as especificidades de cada um dos imunobiológicos,
as orientações incluem: a indicação dos imunobiológicos e, quando for o caso, a necessidade
do retorno na data agendada para receber as demais doses, ou para receber outros imunobiológicos;
os cuidados a serem observados após a administração do imunobiológico;
a possível ocorrência de eventos adversos associados à vacinação; os cuidados com a guarda do comprovante da vacinação, bem como a
sua importância como registro do imunobiológico recebido.
A descrição das reações mais comuns e orientações específicas constam da descrição de cada imunobiológico nas Partes III e IV deste Manual.
121
tópico 4, item 4.2. relativo aos cuidados com o lixo da sala de
vacinação;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte
do Manual, tópico 6.1.
3.3.5. Encerramento do trabalho diário
Ao final das atividades do dia, adotar os seguintes procedimentos:
Verificar a ocorrência de ausentes, ou seja, de pessoas agendadas
para vacinação, mas que não compareceram à Unidade de Saúde,
conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 7, e na Parte
I, no tópico 4.2 que trata do monitoramento e avaliação da atividade
de vacinação;
Separar os cartões espelho ou cartão de controle ou fichas de
registro, com a finalidade de organizar a busca de faltosos
conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 7, relativo ao
registro das atividades e arquivos da sala de vacinação, e na Parte
I, no tópico 4.2 que trata do monitoramento e avaliação da atividade
de vacinação;
Organizar o arquivo permanente, conforme o caso, arquivando
cartões de controle ou cartões espelho ou fichas de registro,
conforme orientado nesta Parte do Manual, neste tópico 3, sobre o
funcionamento da sala de vacinação, e no tópico 7, relativo ao
registro das atividades e arquivos da sala de vacinação;
Desprezar as sobras de vacinas acondicionadas em frascos
multidoses que ultrapassaram o prazo de uso estabelecido após
abertura do frasco, conforme orientado nesta Parte, no tópico 4,
item 4.2.2 relativo aos cuidados com o lixo da sala de vacinação;
Nota:
Para organizar a busca de faltosos proceder conforme orientado na Parte I deste Manual, tópico 3, item 3.4. relativo às atividades extramuros.
122
Desprezar os frascos de vacina que estejam com o rótulo
danificado, conforme orientado nesta Parte, no tópico 4, item 4.2.
relativo aos cuidados com o lixo da sala de vacinação;
Retirar da caixa térmica, ou do refrigerador para imunobiológicos de
uso diário, os produtos que podem ser utilizadas no dia seguinte,
recolocando-os no refrigerador de estoque, conforme orientado no
tópico 5 desta Parte do Manual que trata da conservação de
imunobiológicos;
Verificar no termômetro e anotar a temperatura do refrigerador(es)
no(s) respectivo(s) formulários para controle diário de temperatura,
conforme orientado no tópico 5 desta Parte do Manual que trata da
conservação de imunobiológicos;
Guardar todo material, em local limpo e seco, de preferência em
armário fechado, conforme orientado nesta Parte do Manual, neste
tópico 3 que trata da organização e funcionamento da sala de
vacinação;
Notas:
O frasco multidoses, uma vez aberto pode ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa de imunobiológicos vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
Esse prazo só deve ser respeitado se o produto for mantido sob temperatura adequada (+ 2ºC a + 8ºC - ideal + 5ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação,
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
O número de doses desprezadas deve ser registrado no formulário padronizado de registro diário das atividades para subsidiar a avaliação de perdas de vacinas.
Esse procedimento é importante na avaliação da perda de vacinas.
123
Deixar a sala limpa e em ordem, conforme orientado nesta Parte do
Manual, conforme orientado no tópico 4 que trata dos
procedimentos de limpeza da sala de vacinação.
3.3.6. Encerramento do trabalho mensal
Ao final das atividades do mês, a equipe de vacinação deve adotar os
seguintes procedimentos:
Somar as doses administradas, anotadas no formulário de registro
diário, transferindo o consolidado para o formulário de registro
mensal, conforme apontado no tópico 7, relativo ao registro das
atividades e arquivos da sala de vacinação;
Fazer a revisão no arquivo permanente para convocação e busca
ativa de faltosos;
Avaliar e calcular o percentual de utilização e perda de
imunobiológicos, conforme orientado na Parte I deste Manual, no
tópico 4, no item 4.2. que trata do monitoramento e avaliação da
atividade de vacinação;
Avaliar as coberturas vacinais da área de abrangência da Unidade
de Saúde, conforme orientado na Parte I deste Manual, no tópico 4,
no item 4.2. que trata do monitoramento e avaliação da atividade de
vacinação.
Nota: Com a implantação do registro nominal da vacina administrada, que está
sendo definido pela Coordenação do PNI/Ministério da Saúde junto ao Departamento de Informática do SUS (DATASUS), novas orientações serão adotadas com relação ao registro diário e ao consolidado mensal na Unidade de Saúde.
Nota:
Se for observada a necessidade da limpeza da sala providenciar a realização da mesma conforme procedimentos de limpeza descritos nesta Parte do Manual no tópico 4,a seguir.
124
4. Procedimentos de limpeza na sala de vacinação
A limpeza da sala de vacinação é feita diariamente, no final do turno
de trabalho, e sempre que necessário.
A limpeza e sua manutenção têm como objetivos:
prevenir infecções cruzadas;
proporcionar conforto e segurança ao usuário e à equipe de
trabalho;
manter um ambiente limpo e agradável.
Uma vez por semana o chão deve ser é lavado com água e sabão, e
desinfetado com solução desinfetante. O trabalho mais pesado é feito
quinzenalmente, quando, então, são limpos o teto, as paredes, as janelas, as
luminárias, as lâmpadas e as portas.
4.1. Limpeza sistemática
4.1.1. Material necessário
Equipamento de proteção individual (EPI) para uso do agente de
limpeza:
Roupa apropriada para limpeza;
Calçado fechado; e
Luva para limpeza;
Materiais para limpeza do ambiente:
Balde (2 a 10 litros);
Desinfetante (hipoclorito de sódio a 1% - água sanitária);
Escova de mão;
Esponja;
Pano de chão (limpos);
Pano de limpeza ou flanela;
125
Pá para lixo;
Rodo;
Sabão;
Saco descartável para lixo (branco leitoso para lixo infectante e
preto ou em outras cores, para lixo comum);
Sapóleo;
Esfregão para limpeza de piso.
4.1.2. Procedimentos de limpeza
Para executar a limpeza da sala de vacinação, o funcionário deve:
Usar roupa apropriada e calçado fechado;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte
do Manual, tópico 6 item 6.1;
Calçar as luvas antes de iniciar a limpeza;
Organizar os materiais necessários;
Preparar a solução desinfetante para a limpeza, colocando para
cada litro de água 10ml de desinfetante;
Recolher o lixo do chão com a pá, utilizando o esfregão ou rodo
envolvidos em pano úmido;
Recolher o lixo do cesto, fechando o saco corretamente;
Notas:
O produto usado para desinfecção da sala de vacina, de preferência, é o hipoclorito a 1% ou outro indicado;
Quando usar sabão em pó, colocar para cada cinco litros de água uma colher de sopa de sabão.
Nota:
O funcionário da limpeza deve usar os EPI conforme listado no tópico 4.1.1.
126
Lavar os cestos de lixo com solução desinfetante;
Iniciar a limpeza pelo teto, usando vassoura envolvida em pano
seco;
Retirar e limpar o bojo das luminárias, lavando-os com água
sabão e secando-os em seguida;
Limpar janelas, vitrôs e esquadrias com pano úmido em solução
desinfetante, finalizando a limpeza com pano seco;
Lavar externamente janelas, vitrôs e esquadrias com escova e
solução desinfetante, enxaguando-os em seguida;
Limpar as paredes (revestidas com azulejos ou pintadas a óleo)
com pano úmido em solução desinfetante e completar a limpeza
com pano seco;
Limpar os interruptores de luz com pano úmido;
Lavar a(s) pia(s) e a(s) torneira(s) da seguinte forma:
a de inox, com esponja e solução desinfetante;
a de louça, com esponja, água e sapóleo;
Enxaguar a(s) pia(s) e passar um pano úmido em solução
desinfetante;
Limpar o chão com o esfregão ou rodo, envolvidos em pano
úmido, utilizando solução desinfetante e, em seguida, passar
pano seco.
Nota:
O saco de lixo é descartável e nunca deve ser reutilizado.
Notas:
Não varrer o chão para evitar a dispersão do pó e contaminação do ambiente.
Fazer a limpeza do fundo para a saída, tantas vezes quantas forem necessárias, até que o ambiente fique limpo (três vezes no mínimo)
125
4.2. Cuidados com o lixo da sala de vacinação
O lixo da sala de vacinação, bem como o de outras dependências da
Unidade de Saúde é de dois tipos:
lixo infectante; e
lixo comum.
É considerado lixo infectante:
material biológico: sobras diárias de imunobiológicos ou produtos
que sofreram alteração de temperatura, ou com prazo de validade
vencido;
resíduos perfurantes: agulhas, ampolas de vacinas ou vidros que
se quebram facilmente; e
outros resíduos infectantes, a exemplo das seringas descartáveis
usadas, contendo resíduos de imunobiológicos.
Os demais resíduos da sala de vacinação são considerados lixo
comum.
O lixo infectante, por conta de sua composição, deve receber cuidados
especiais na separação, no acondicionamento, na coleta, no tratamento e no
destino final.
O responsável pela limpeza da sala de vacinação faz, também, a
identificação e a separação dos resíduos. As sobras diárias ou os
imunobiológicos que sofreram alteração de temperatura ou que estão com
prazo de validade vencido, além dos outros resíduos perfurantes e infectantes
devem ser encaminhados para o centro de material esterilizado (CME) na
própria Unidade de Saúde ou em outro serviço, onde serão autoclavados e
desprezados junto com o lixo hospitalar.
Nota:
O lixo infectante deve ser acondicionado em saco branco leitoso para garantir o
destino adequado.
127
1
4.2.1. Separação e acondicionamento do lixo
A organização da sala de vacinação deve ser feita de modo a
possibilitar as condições para separação dos resíduos decorrentes da atividade
de vacinação.
A separação entre lixo infectante e lixo comum na própria sala de
vacinação apresenta as seguintes vantagens:
Permite o tratamento específico e de acordo com as necessidades
de cada categoria;
Impede a contaminação do lixo como um todo;
Permite que as medidas de segurança sejam adotadas ainda na
sala de vacinação; e
Facilita a ação em caso de acidentes ou de emergência.
Nota: Conforme autorização do CONAMA, Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005.
“Art. 14. É obrigatória a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas características, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente.”
Nota: A responsabilidade do produtor do lixo pelo tratamento está determinada na Resolução do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), nº 358, de 29 de abril de 2005. Art. 3º Cabe aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável legal, referidos no art. 1º desta Resolução, o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de responsabilização solidária de todos aqueles, pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar degradação ambiental, em especial os transportadores e operadores das instalações de tratamento e disposição final, nos termos da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Art. 10. Os sistemas de tratamento e disposição final de resíduos de serviços de saúde devem estar licenciados pelo órgão ambiental competente para fins de funcionamento e submetidos a monitoramento de acordo com parâmetros e periodicidade definidos no licenciamento ambiental.
Art. 15. Os resíduos do Grupo A1, constantes do Anexo I desta Resolução, devem ser submetidos a processos de tratamento em equipamento que promova redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação microbiana e devem ser encaminhados para aterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde.
28
129
Para o acondicionamento de cada tipo de lixo proceder da seguinte
forma:
Acondicionar na caixa coletora de material perfurocortante os
resíduos especiais como seringas e agulhas descartáveis usadas,
sobras de vacinas bacterianas e virais, soros, (figura II-13);
Figura II-13 - Caixa coletora de material perfurocortante
Usar a caixa coletora de material perfurocortante até que o seu
conteúdo corresponda a dois terços (2/3) da capacidade da caixa,
independente do número de dias de trabalho;
Acondicionar os frascos contendo restos de vacina, após
tratamento adequado, na mesma caixa coletora de material
perfurocortante usada para as seringas e agulhas;
Acondicionar em saco plástico, cor branco-leitosa, a caixa coletora
de material perfurocortante onde foram colocadas as seringas e
agulhas, os vidros das sobras diárias de imunobiológicos ou dos
produtos que sofreram alteração de temperatura, ou que estão com
prazo de validade vencido, bem como as ampolas quebradas;
Acondicionar em saco plástico, de cor preta ou de outras cores, os
resíduos sólidos ou semi-sólidos e os resíduos comuns.
Fechar e vedar completamente o saco plástico antes de
encaminhá-lo para o transporte.
Fonte: MPV- Funasa – MS: 2001 Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana Almeida, 2009
130
4.2.2. Tratamento de imunobiológicos considerados infectantes
O tratamento adequado do lixo dos serviços de saúde é qualquer
processo capaz de modificar as características físicas, químicas e biológicas
dos resíduos. Esses processos, executados dentro de condições de segurança
e com eficiência comprovada, deixam o lixo de acordo com os padrões
indicados para uma determinada forma de disposição final.
Os produtos compostos por micro-organismos vivos atenuados (sobras
diárias de imunobiológicos ou produtos que sofreram alteração de temperatura,
ou que estão com prazo de validade vencido) constituem material biológico
infectante e, por isso, recebem tratamento prévio antes de serem desprezados.
São exemplos de imunobiológicos infectantes que devem receber
tratamento antes de serem inutilizados:
Vacina BCG;
Notas:
Todo resíduo infectante a ser transportado é acondicionado em saco plástico branco-leitoso e impermeável.
Para garantir a segurança não misturar os vários tipos de lixo.
Para os resíduos cortantes ou perfurantes, o pré-acondicionamento deve ser em recipiente rígido, estanque, resistente à punctura, ruptura e vazamento, impermeável, com tampa, contendo a simbologia de material infectante, a exemplo da caixa coletora de material perfurocortante mostrada nas Figuras II-5 e II-13.
Os materiais perfurocortantes devem ser acondicionados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso.
O recipiente que acondiciona os perfurocortantes deve ser descartado quando o preenchimento atingir 2/3 da capacidade ou o conteúdo ficar a 5 cm de distância da boca do recipiente (Figura II-13).
Esses recipientes, em nenhuma hipótese, devem ser esvaziados ou reaproveitados.
Nota:
Os imunobiológicos, que têm na sua composição produtos de bactérias mortas, ou vírus inativados, ou os produzidos por engenharia genética não precisam receber tratamento especial antes de serem inutilizados.
131
Vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada);
Vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada);
vacina febre amarela (atenuada);
Vacina sarampo, caxumba, rubéola;
Vacina sarampo e rubéola; e
Vacina varicela (atenuada).
Para proceder ao tratamento dos imunobiológicos considerados
infectantes colocar os frascos fechados na autoclave, durante 15 minutos, a
uma temperatura entre 121 ºC e 127 ºC.
4.2.3. Armazenamento do lixo
Após o tratamento e o acondicionamento, o lixo é armazenado em área
do próprio serviço de saúde, em local apropriado e exclusivo para essa
finalidade. No dia e horário programados para a coleta, o lixo é transportado
para ser armazenado externamente, no local denominado ‘casa do lixo’.
A casa do lixo tem as seguintes características:
Fica em área externa e de fácil acesso;
É telada para permitir a circulação do ar e a iluminação;
Tem paredes laváveis;
Nota:
Na falta da autoclave, colocar os frascos em estufa, por duas horas, a 170 ºC.
Notas:
A coleta do lixo hospitalar especial não é uma atividade comum na rede de serviços, daí a importância em adotar os procedimentos que antecedem o acondicionamento dos produtos que serão desprezados.
Após o tratamento em autoclave ou estufa, acondicionar os frascos em recipientes de material resistente e desprezar no lixo comum (Figura II-13), conforme autorização do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005.
132
Dispõe de ponto de água com mangueira;
Tem piso em declive para possibilitar a drenagem da água; e
É mantida fechada (a chave fica com o vigilante ou outro responsável
do serviço de saúde).
4.2.4. Coleta e destino final
Coleta é o transporte do lixo, desde a sua origem até o local do
tratamento ou disposição final. Para que a coleta atenda aos requisitos de
segurança é necessário que:
os resíduos estejam devidamente acondicionados e identificados;
o recolhimento diário seja feito em horário determinado, para diminuir
o tempo de permanência dos resíduos no serviço;
o carro da coleta seja fechado e de material lavável; e
o pessoal responsável seja treinado para a tarefa que desempenha.
A disposição final dos resíduos dos serviços de saúde, como já referido,
está associada a um tratamento prévio, de maneira a impedir a disseminação
de agentes patogênicos ou de qualquer outra forma de contaminação acima
dos limites aceitáveis.
A partir do momento em que o resíduo do serviço de saúde é removido
da casa do lixo ou do container, a responsabilidade pelo destino do mesmo é
exclusiva do órgão municipal de limpeza urbana.
A preferência em termos de disposição final é o aterro sanitário de
compactação, não sendo recomendada a reciclagem para evitar a
contaminação ambiental. Na falta do aterro sanitário, o produtor dos resíduos
(o próprio serviço de saúde) é responsável pelo destino final, bem como pelo
eventual tratamento prévio, como no caso do lixo composto por resíduos
infectantes e o lixo especial.
Nota: Na falta de uma “casa do lixo” pode ser utilizado um ‘container’ para o
armazenamento externo.
133
No caso do lixo da sala de vacinação proceder conforme orientado nesta
Parte do Manual no tópico 4, item 4.2.
Notas: A responsabilidade do produtor do lixo pelo tratamento está determinada
na Resolução nº 5 do CONAMA, artigo 4º; Qualquer sistema de reprocessamento e disposição final de resíduos
sólidos deve garantir o mínimo de risco para a saúde pública e para a qualidade do meio ambiente.
134
5. Conservação dos imunobiológicos
Os imunobiológicos são sensíveis a agentes físicos, como a luz e o
calor, especialmente por conterem na sua formulação antígenos e adjuvantes.
O calor é bastante prejudicial, pois acelera a inativação das substâncias que
entram na composição dos produtos.
As vacinas que contêm adjuvantes não podem ser submetidas a
congelamento, ou seja, devem ser conservadas entre +2 ºC e +8 ºC, sendo
ideal + 5ºC, da mesma forma os produtos derivados do plasma heterólogo e do
plasma homólogo, de que são exemplos, respectivamente:
os soros antitetânico, antidiftérico, anti-rábico humano, antibotrópico,
anticrotálico, antilaquético, antibotrópico (pentavalente) e
anticrotálico, antibotrópico (pentavalente) e antilaquético,
antielapídico (bivalente), antiaracnídico (Loxosceles e Phoneutria) e
antiescorpiônico; e
as imunoglobulinas anti-hepatite B, antivaricela zóster, antitetânica e
antirrábica humana.
5.1. Rede de frio
Rede de frio ou cadeia de frio é o processo logístico de armazenamento,
conservação, manipulação, distribuição e transporte dos imunobiológicos
utilizados pelo PNI. A rede ou cadeia caracteriza-se por equipamentos, por
procedimentos padronizados e por uma equipe técnica qualificada
comprometida em garantir as condições adequadas de refrigeração, desde o
laboratório produtor até o momento em que a vacina é administrada.
O manuseio inadequado, um equipamento com defeito, ou a falta de
energia elétrica, interrompem o processo de refrigeração, comprometendo a
potência dos imunobiológicos, ou seja, a capacidade dos imunobiológicos em
desenvolverem a proteção especifica (formação de anticorpos).
Por isso, é de fundamental importância a manutenção de condições da
rede de frio e a correta avaliação dos fatores que podem afetar a qualidade dos
imunobiológicos, destacando-se a capacitação dos profissionais de saúde que
lidam com a vacinação sobre a adequada conservação dos produtos e o efeito
135
negativo do congelamento ou do aquecimento, evitando-se comprometer a
qualidade dos mesmos.
Na rede de frio identificam-se, basicamente, cinco instâncias: a nacional,
a central-estadual, a regional, a municipal e a local (figura II-14). Em cada uma
devem existir instalações e equipamentos adequados para o armazenamento
dos imunobiológicos, bem como para o transporte de uma esfera à outra.
5.1.1. Instância nacional e central estadual
Na instância nacional e central-estadual são instaladas câmaras frias
com compartimentos separados para conservar os imunobiológicos a -20 ºC e
entre +2 ºC e +8 ºC.
No compartimento a -20 ºC ficam as vacinas que podem ser submetidas
a congelamento. No compartimento com temperatura entre +2 ºC e +8 ºC ficam
os imunobiológicos que não podem ser submetidos a congelamento.
Na instância central-estadual, além das câmaras frias, usam-se,
também, freezers para as vacinas que devem ser congeladas (-20 ºC) e
geladeiras tipo comercial (modelo de 4, 6 ou 8 portas) para os produtos que
são conservados entre +2 ºC e +8 ºC.
5.1.2. Instância regional e municipal
Nas instâncias regional e municipal, os imunobiológicos são
conservados em câmaras frias ou em freezers (-20 ºC) e em refrigeradores (+2
ºC a +8 ºC), conforme a temperatura indicada para cada produto. Nessas
instâncias, a instalação da câmara fria e a quantidade de freezers e
refrigeradores comerciais e domésticos, dependem do volume a ser estocado,
do tempo de armazenamento e da rotatividade dos produtos.
5.1.3. Instância local
Na instância local, ou seja, nos centros e unidades básicas de saúde, nos
hospitais e nos ambulatórios, todos os produtos são conservados entre +2 ºC e
+8 ºC, em refrigeradores do tipo doméstico ou em caixas térmicas.
136
5.2. Procedimentos básicos na utilização do refrigerador
O refrigerador é equipamento vital para a conservação dos
imunobiológicos na instância local, ou seja, na sala de vacinação em unidades
de saúde e nos hospitais e ambulatórios.
O refrigerador, de compartimento único, deve ter capacidade mínima
para 340 litros, aproximadamente.
Figura II-14 - Instâncias da rede de frio
137
5.2.1. Cuidados gerais
No que se refere aos cuidados gerais com o refrigerador devem ser
adotados os seguintes procedimentos:
Colocar o equipamento distante de fonte de calor, como estufa e
autoclave, e fora do alcance dos raios solares, perfeitamente
nivelado
Usar tomada ou conexão com a fonte de energia elétrica exclusiva
para o refrigerador;
Notas:
O refrigerador deve ser instalado sobre um suporte com rodas.
O refrigerador deve ficar afastado da parede, pelo menos, 15 cm, de modo a permitir a livre circulação do ar no condensador (motor).
Caso exista mais de um refrigerador, mantê-los afastados um do outro, a uma distância de, pelo menos, 10 cm, a fim de manter a livre circulação do ar.
Notas:
Quando necessário e disponível pode-se utilizar dois refrigeradores: um para os imunobiológicos em estoque e outro para os produtos que serão usados no dia de trabalho
Os dois equipamentos podem ser substituídos por um refrigerador fabricado especialmente para conservar imunobiológicos que estão em estoque e de uso no dia de trabalho.
A climatização da sala de vacinação contribui de forma importante para garantir a qualidade dos imunobiológicos e o prolongamento da vida útil dos equipamentos.
Em nenhuma hipótese o refrigerador tipo ‘frigobar’ deve ser utilizado para conservação de imunobiológicos.
Não utilizar refrigerador ‘duplex’, pois este tipo de equipamento não mantém a temperatura preconizada, uma vez que os dois compartimentos estão separados e a câmara de estoque de imunobiológicos não possui evaporador.
De modo geral, utiliza-se a caixa térmica para conservar os imunobiológicos que serão usados no dia de trabalho.
A vigilância contínua da temperatura nos equipamentos é a única forma
de ter certeza de que uma vacina, soro ou imunoglobulina não sofreu
1
Ajustar o termostato de modo a encontrar o ponto ideal que vai
permitir a manutenção da temperatura do refrigerador entre +2º C e
+8 ºC;
Manter sistema de alarme e gerador elétrico de emergência;
Figura II-15: Altura ideal da tomada do refrigerador
Notas: O refrigerador não deve ser ligado junto com outros equipamentos numa
mesma tomada, usando ‘T’ ou benjamim. A tomada exclusiva deve ser instalada a um metro e trinta centímetros
(1,30m) do piso conforme recomendação da NBR Nº 5.410, exclusiva para cada equipamento (Figura II-21).
Notas:
O ideal é manter uma temperatura de +5 ºC, para assegurar a manutenção do equipamento dentro das condições preconizadas nas oscilações da corrente elétrica.
O termostato depois de ajustado não deve ser manipulado, nem mesmo durante a limpeza.
Fonte: Foto cedida pela Enfª Adriana S.de Almeida, 2009
38
139
Verificar a vedação adequada da porta e as condições da borracha
da porta do refrigerador;
Fazer a leitura da temperatura, diariamente, no inicio da jornada de
trabalho, e no final do dia, registrando-a no formulário para controle
diário de temperatura (modelo na figura II-24), fixado na porta do
refrigerador ou na face lateral;
Usar o refrigerador única e exclusivamente para conservar
imunobiológicos, nunca permitir a guarda de outros produtos, como
medicamentos, teste do pezinho, insulina, material de laboratório,
material odontológico, alimentos e bebidas;
Notas:
Dentro do possível, a Unidade de Saúde deve manter o sistema que garanta maior controle e vigilância da temperatura.
Nas regiões mais frias ou nas regiões mais quentes faz-se necessária maior atenção às oscilações de temperatura, evitando congelamento ou exposição a altas temperaturas.
Notas:
A guarda de outros produtos e materiais no refrigerador aumenta a possibilidade de contaminação e de alteração da temperatura interna do equipamento, podendo causar a perda de potência dos imunobiológicos.
A alteração pode ser causada pelo calor inicial desses produtos e pelo maior número de vezes que a porta será aberta.
Notas:
Para verificar se a borracha da porta do refrigerador está vedando adequadamente fazer o teste da tira de papel.
O teste consiste no seguinte:
colocar uma tira de papel (com 3 cm de largura) entre a borracha da porta e o corpo do refrigerador;
fechar a porta;
puxar o papel se este apresentar resistência a borracha está em perfeito estado, se o papel sair com facilidade a borracha deverá ser trocada.
O teste deverá ser feito em vários pontos da porta, especialmente nos quatro ângulos.
140
Evitar abrir o refrigerador de estoque ou de uso diário toda vez que
for administrar uma vacina; abri-lo somente duas vezes: no início e
no final do dia de trabalho, acondicionando os produtos em caixa
térmica, conforme orientado nesta Parte do Manual, neste tópico 5,
item 5.4.
5.2.2. Organização dos imunobiológicos no refrigerador
Para que as condições de conservação das vacinas e soros sejam
adequadas, organizar (figura II-16) e utilizar o refrigerador de acordo com as
seguintes recomendações:
Fixar na porta, externamente, um adesivo indicando que o
equipamento é destinado exclusivamente para imunobiológicos;
Fixar na porta, externamente, o mapa diário de controle de
temperatura;
Instalar o termômetro disponível conforme orientado neste tópico 5,
item 5.3. desta Parte do Manual;
Arrumar os imunobiológicos em bandejas plásticas não perfuradas;
quando não disponível adaptar porta-talher de plástico não
perfurado;
Notas:
A bandeja plástica não deve ser perfurada.
Quando a bandeja plástica não estiver disponível, adaptar porta-talher de plástico não perfurado.
Nota:
Para evitar abrir o refrigerador a toda hora fazer uma previsão do número de pessoas que irá procurar a Unidade de Saúde naquele dia de trabalho e retirar as vacinas no quantitativo suficiente (acompanhadas dos diluentes, quando for o caso), acondicionando-as na caixa térmica com bobinas de gelo reutilizável e termômetro de cabo extensor, conforme orientado nesta Parte do Manual neste tópico 5, item 5.4.
141
Colocar as bandejas com imunobiológicos nas prateleiras, da
seguinte maneira:
na primeira prateleira armazenar as vacinas que podem ser
submetidas à temperatura negativa (vacina poliomielite 1, 2, 3
[atenuada]; vacina sarampo, caxumba, rubéola; vacina sarampo
e rubéola; e vacina febre amarela [atenuada]);
na segunda prateleira armazenar as vacinas que não podem ser
submetidas a temperatura negativa (vacina adsorvida difteria,
tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b [conjugada];
vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis; vacina adsorvida
difteria e tétano adulto; vacina hepatite B; vacina Haemophilus
influenzae b [conjugada]; vacina influenza [fragmentada]; vacina
BCG; vacina rotavírus G1P1[8] {atenuada}; vacina raiva
[inativada]);
na terceira prateleira colocar as vacinas que ainda estejam na
embalagem original, os diluentes e os soros, tendo o cuidado de
deixar um espaço de 2cm entre caixas e produtos para permitir
a circulação do ar entre os mesmos e as paredes da geladeira
(um centímetro entre as caixas e dois centímetros das paredes
do refrigerador);
Colocar na frente das bandejas os produtos com a data de validade
mais próxima do vencimento para que sejam utilizadas antes das
demais;
142
Colocar garrafas com água na gaveta da parte de baixo do
refrigerador, ocupando todo espaço.
Deixar o estoque de diluentes em temperatura ambiente.
Notas:
No refrigerador não guardar imunobiológicos em caixas térmicas, pois estas impedem a condução do frio.
Na porta e na gaveta da parte de baixo do refrigerador não colocar imunobiológicos, pois quando a porta é aberta estas áreas são as primeiras a sofrerem o impacto da temperatura ambiente.
Quando os suportes ou prateleiras da porta não puderem ser removidos, mantê-los vazios, não permitir o armazenamento de nenhum produto de qualquer natureza. Não colocar garrafas com água e outros produtos, pois o peso pode prejudicar a regulagem e a vedação da porta.
A porta do evaporador (congelador), a bandeja de degelo (bandeja coletora) e a gaveta da parte de baixo do refrigerador não devem ser retiradas. A gaveta da parte de baixo deve ser mantida sem a tampa.
Na porta do refrigerador fixar um adesivo contendo um aviso sobre o conteúdo do equipamento e/ou os cuidados que devem ser adotados, como por exemplo: “Atenção! Aqui tem vacinas” ou “Atenção! Refrigerador exclusivo para conservação de vacinas.”
Notas:
Para preencher o espaço da gaveta colocar de seis a oito garrafas de um litro, assegurando uma distância mínima entre as mesmas para circulação do ar frio.
As garrafas devem estar tampadas e a água deve conter um corante (azul de metileno, anil, violeta de genciana) para evitar que seja bebida.
Não substituir as garrafas por bobinas de gelo reutilizável.
Notas:
Esta orientação não deve ser seguida quando o diluente for uma vacina, como é o caso da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b [conjugada], em que o diluente é a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis e o liófilo a vacina Haemophilus influenzae b [conjugada]. Neste caso os dois produtos devem permanecer no refrigerador.
No momento da administração o diluente deve estar na temperatura da vacina (+2 ºC e +8 ºC - ideal + 5º C); para isto colocá-lo no refrigerador, no dia anterior ou, pelo menos, seis horas antes do uso.
143
5.2.3. Limpeza do refrigerador
A limpeza do refrigerador é um procedimento importante para manter
as condições ideais de conservação dos imunobiológicos. Deve ser feita a cada
15 dias ou quando a camada de gelo do congelador atingir 0,5 cm.
O procedimento de limpeza do refrigerador não deve ser feito no inicio
ou final da tarde, às sextas feiras ou às vésperas de feriados prolongados, para
garantir o monitoramento da temperatura do equipamento após o religamento.
5.2.3.1. Procedimentos antes da limpeza
Antes de proceder à limpeza propriamente dita adotar as seguintes
providências:
Preparar caixas térmicas, em número suficiente para acondicionar
os imunobiológicos que estão no refrigerador, conforme orientado
nesta Parte do Manual neste tópico 5, item 5.4., colocando nas
mesmas as bobinas de gelo reutilizável e o termômetro de cabo
extensor;
Esperar o tempo necessário (mais ou menos 30 minutos) até que o
ambiente interno da caixa térmica esteja na temperatura
recomendada, ou seja, entre +2 ºC a +8 ºC, sendo ideal +5 ºC;
144
Figura II-16: Organização do refrigerador de imunobiológicos
145
Transferir os imunobiológicos para a caixa térmica, após a
ambientação, vedando-as com fita adesiva larga.
5.2.3.2. Procedimentos durante a limpeza
Depois de transferir os produtos de forma segura fazer a limpeza do
refrigerador adotando as seguintes providências:
Registrar no formulário de controle de temperatura o horário de
desligamento do refrigerador;
Desligar a tomada e abrir as portas do refrigerador e do
congelador;
Esperar até que todo o gelo aderido se desprenda das paredes do
congelador;
Limpar as áreas externa e interna do refrigerador, usando um pano
umedecido em solução de água com sabão neutro ou sabão de
coco;
Notas:
Não usar faca ou outro objeto pontiagudo para a remoção o gelo, para não danificar os tubos de refrigeração.
Não mexer no termostato para não alterar o padrão de temperatura.
Notas:
Não jogar água no interior do refrigerador.
Limpar a parte posterior do refrigerador (grade e motor) com pano umedecido e enxugar com pano seco.
Notas:
Quando a unidade dispuser de dois refrigeradores (o de estoque e o de uso diário), ao invés de usar caixas térmicas, transferir os produtos para um dos equipamentos, enquanto é feita a limpeza no outro.
Neste caso, alternar a limpeza dos dois equipamentos, estabelecendo um prazo mínimo de dois dias entre a limpeza de um e do outro.
146
Enxugar as áreas externa e intera com um pano limpo e seco.
5.2.3.3. Procedimentos após a limpeza
Depois de limpar o refrigerador rearrumar o equipamento adotando as
seguintes providências:
Ligar o refrigerador;
Recolocar o termômetro, as garrafas com água e corante e as
bobinas de gelo reutilizável;
Manter as portas fechadas por um período de uma a duas horas
(dependendo do tipo de refrigerador);
Verificar, após esse período, se a temperatura interna está entre +2
ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC;
Recolocar os produtos nos lugares indicados, de acordo com as
recomendações descritas nesta Parte, neste tópico 5 no item 5.2.2.
5.3. Procedimentos básicos na utilização de termômetros O controle da temperatura dos equipamentos que armazenam
imunobiológicos em todas as instâncias da rede de frio é feito mediante a
verificação sistemática dos termômetros.
Na sala de vacinação, nos postos de vacinação fixos e volantes, por
ocasião das atividades extramuros em campanhas, intensificações e bloqueios,
bem como no transporte, os imunobiológicos devem ficar entre +2 ºC e +8 ºC
(ideal + 5 ºC) que é a temperatura a ser mantida no interior do refrigerador e de
caixas térmicas.
Na sala de vacinação a temperatura é verificada, pelo menos, duas
vezes: no início e no final do dia de trabalho. A cada leitura, a temperatura
verificada no termômetro é registrada em formulário próprio.
Nota: O formulário para registro da temperatura verificada deve estar afixado na
porta do refrigerador.
147
Na caixa térmica da sala de vacina ou para o trabalho extramuros, a
temperatura deve ser verificada com mais freqüência, substituindo-se as
bobinas de gelo reutilizável antes da temperatura ficar próxima de +8 ºC.
Para verificar e controlar a temperatura são utilizados os seguintes
termômetros:
Termômetro analógico de momento e de máxima e mínima
(capela);
Termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com cabo
extensor;
Termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com cabo
extensor e dois visores;
Termômetro analógico de cabo extensor;
Termômetros a laser;
Notas:
O termômetro linear não é o mais indicado para o monitoramento da temperatura no interior dos refrigeradores ou de caixas térmicas.
A sua aquisição para controle de temperatura não é mais recomendada, mas, caso exista em estoque pode ser utilizado, providenciando-se a aquisição de termômetros mais precisos e de melhor qualidade (digital de momento e de máxima e mínima).
148
5.3.1. Termômetro analógico de momento e de máxima e mínima (capela)
O termômetro analógico de momento e de máxima e mínima (figura II-
17) contém duas colunas verticais de mercúrio com escalas inversas. É
utilizado para verificar as variações de temperatura, num período de tempo
preestabelecido, oferecendo três tipos de informação:
a temperatura mínima (mais fria);
a temperatura máxima (mais quente); e
a temperatura do momento.
Para verificar a temperatura no termômetro analógico de momento e
de máxima e mínima proceder da seguinte forma:
Fonte: Manual de Rede de Frio, SVS/MS, 2008.
Figura II-17 – Termômetro analógico de momento e de máxima e mínima (capela)
(Filete Azul) Marca a Temperatura Mínima
(Coluna de Mercúrio) Marca a Temperatura do Momento
Cada Traço Corresponde a 1ºC
(Filete Azul – de Álcool) Marca e Temperatura Máxima
(Botão Central) Para Anular Temperatura Máxima e Mínima
(Coluna de Mercúrio) Marca e Temperatura do Momento
149
Verificar a extremidade superior das duas colunas de mercúrio,
fazendo a leitura da temperatura indicada, ou seja, a temperatura
do momento;
Registrar as temperaturas verificadas nos espaços
correspondentes (dia e período) do formulário para registro da
temperatura verificada, fixado na porta do refrigerador;
Verificar a extremidade inferior do filete azul da coluna da direita,
fazendo a leitura da temperatura máxima atingida desde a última
verificação;
Registrar a temperatura verificada no espaço correspondente (data
e período) do formulário fixado na porta do refrigerador;
Verificar a extremidade inferior do filete azul da coluna da
esquerda, fazendo a leitura da temperatura mínima atingida desde
a última verificação;
Registrar a temperatura verificada no espaço correspondente (data
e período) do formulário fixado na porta do refrigerador;
Pressionar o botão central, ou passar o ímã, a fim de anular as
temperaturas, máxima e mínima, preparando o termômetro para
reiniciar o processo de medição na próxima leitura.
O termômetro analógico de momento e de máxima e mínima (capela)
deve ser mantido na posição vertical:
No transporte, quando ainda na embalagem original, envolvido em
palha ou papel picado;
No estoque, quando ainda na embalagem original; e
Nota: As duas colunas de mercúrio devem estar marcando o mesmo valor.
Nota: Os dois filetes azuis devem ficar encostados nas colunas de mercúrio.
150
Dentro do refrigerador, pendurado na prateleira central, fixado com
barbante, arame ou outro material.
Muitas vezes, durante o transporte, ou devido ao uso inadequado ou
forçado, a coluna de mercúrio pode ficar interrompida, sendo necessário
restaurar a coluna, procedendo da seguinte forma:
afastar os filetes azuis de mercúrio para restabelecer a
continuidade da coluna
‘sacudir’ o termômetro da mesma forma como se faz com o
termômetro clínico.
5.3.2. Termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com cabo extensor
O termômetro digital de momento, de máxima e mínima, com cabo
extensor é um equipamento eletrônico constituído de um visor de cristal líquido,
que mensura temperaturas (do momento, a máxima e a mínima) a partir de um
cabo extensor cujo bulbo é instalado no interior do equipamento.
Alguns modelos possuem alarme como os da Figura II-18, outros,
como o da figura II-19, não têm alarme, mas permitem a leitura da temperatura
do ambiente externo.
Nota: Quando o termômetro de máxima e mínima fica na posição horizontal, a
coluna de mercúrio pode se partir facilmente, muitas vezes por causa de simples batida ou impacto capaz de provocar vibração no capilar de vidro.
Figura II-18 – Termômetro digital de momento, máxima e mínima com cabo extensor (com alarme)
Figura II-19 – Termômetro digital de momento, máxima e mínima com cabo extensor e com dois visores
Fonte: Manual de Rede de Frio, SVS/MS, 2008
Sensor Ou Bulbo
Visor
DIGITAL
Cabo Extensor
151
152
Para instalar o termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com
cabo extensor, proceder da seguinte forma:
Instalar a bateria do tipo recomendado no compartimento existente
na parte posterior do termômetro;
Fixar o termômetro no lado externo da porta do refrigerador (figura
II-20) ou colocá-lo de pé sobre o equipamento (de modo geral, os
modelos possuem um suporte na parte posterior);
Figura II-27: Fixação do termômetro digital no refrigerador
Figura II-20 – Fixação do termômetro digital no refrigerador
Notas:
De modo geral a bateria recomendada é do tipo AA.
Alguns modelos já são fornecidos com bateria. Nestes casos retirar a fita isolante antes de acionar o termômetro.
Após a colocação da bateria, fixar etiqueta com registro da data e hora da instalação.
Como muitos modelos utilizados são fabricados fora do país, verificar se existe uma chave para comutação da leitura da escala de graus Fahrenheit (F) para a de graus Celsius (ºC) e posicioná-la em ºC.
153
Introduzir o cabo extensor pelo lado da porta onde se encontram as
dobradiças do refrigerador, localizando o sensor (ou bulbo) na parte
central da segunda prateleira;
Fazer a leitura da temperatura procedendo da seguinte forma:
verificar a temperatura máxima pressionando o botão de
controle uma primeira vez, quando aparecerá a sigla MAX e os
números que correspondem à temperatura máxima;
registrar a temperatura verificada no espaço correspondente
(data e período) do Formulário fixado na porta do refrigerador;
verificar a temperatura mínima pressionando o botão de controle
uma segunda vez, quando aparecerá a sigla MIN e os números
que correspondem à temperatura mínima;
registrar a temperatura verificada no espaço correspondente
(data e período) do formulário fixado na porta do refrigerador;
verificar a temperatura do momento pressionando o botão de
controle uma terceira vez quando aparecerão os números que
correspondem a essa temperatura;
registrar a temperatura verificada no espaço correspondente
(data e período) no formulário fixado na porta do refrigerador;
pressionar o botão RESET (reinicialização do painel, voltando
ao ponto zero) para apagar os registros anteriores e iniciar um
novo ciclo de aferição,
Nota:
A maioria dos modelos de termômetro digital é importada e desenhada para o registro de temperatura ambiente dentro e fora de um imóvel, assim o visor identificado com IN (dentro) corresponde à temperatura do ambiente físico em que se encontra o refrigerador e o visor identificado com OUT (fora) corresponde à temperatura do interior do refrigerador.
154
Após cada leitura e registro das temperaturas, pressionar o
botão RESET (reinicialização do painel, voltando ao ponto
zero) para apagar os registros anteriores e iniciar um novo
ciclo de aferição;
Na caixa térmica da sala de vacina ou para o trabalho
extramuros, a temperatura deverá ser controlada com mais
frequência, substituindo-se as bobinas de gelo reutilizável
antes da temperatura atingir +8 ºC.
5.3.3. Termômetro analógico de cabo extensor
O termômetro analógico de cabo extensor é utilizado para verificar a
temperatura do momento.
É indicado par o trabalho diário da sala de vacina, no transporte da
vacina ou no trabalho extramuros. A sua instalação é bem simples, conforme
passos a seguir:
Organizar a caixa térmica dispondo as bobinas de gelo reutilizável,
no fundo e nas laterais da caixa (Figuras II-25 e II-26), após fazer a
ambientação, conforme orientado nesta Parte do Manual, neste
tópico 5, ítem 5.4.4;
Acondicionar em um copo descartável o sensor ou bulbo do
termômetro de cabo extensor, colocando-o no centro da caixa
térmica entre as bobinas de gelo reutilizável;
Fechar a caixa, passando o cabo extensor entre a tampa e a borda
da caixa, fixando o visor do lado externo, sobre a tampa ou na
lateral da caixa térmica, de forma a ficar bem visível;
Aguardar meia hora e fazer a leitura da temperatura, verificando o
valor registrado na extremidade superior da coluna de mercúrio
(Figura II- 21);
155
5.3.4 Termômetro a laser
É um equipamento de alta tecnologia, utilizado principalmente para a
verificação da temperatura dos imunobiológicos nos volumes (caixas térmicas)
recebidos ou expedidos em grandes quantidades.
Tem a forma de uma pistola, com um gatilho que ao ser pressionado
aciona um feixe de raio laser (Figura II-22). Esse feixe ao atingir a superfície
das bobinas de gelo, registra no visor digital do aparelho a temperatura real do
momento.
Para verificar a temperatura proceder da seguinte forma:
Pressionar o gatilho conforme orientado pelo fabricante;
Fazer a leitura da temperatura registrada no visor;
Figura II-21: Termômetro analógico de cabo extensor
Fonte: Manual de Rede de Frio, SVS/MS, 2008
Notas:
A temperatura deve estar entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal + 5 ºC para evitar riscos aos imunobiológicos no caso de oscilações de temperatura.
Na caixa térmica da sala de vacinação ou para o trabalho extramuros, a temperatura deverá ser controlada com freqüência, substituindo-se as bobinas de gelo reutilizável antes da temperatura atingir +8 ºC.
Analógico
Sensor ou bulbo
Cabo extensor
Coluna de mercúrio Cada traço corresponde a 1
156
Notas:
Realizar troca das baterias sempre que necessário.
Ao manusear o termômetro adotar cuidados para não danificar ou quebrar o cabo e a coluna de mercúrio.
Registrar a temperatura verificada no espaço correspondente (data
e período) do Formulário específico;
Acionar o botão ‘reset’ para zerar o equipamento e iniciar nova
leitura;
Figura II-22: Termômetro a laser
5.4. Procedimentos básicos na utilização de caixas térmicas A caixa térmica é produzida com material térmico – poliuretano ou
poliestireno expandido (isopor) – para impedir a entrada do calor, com
especificações e tamanhos, conforme orientado nesta Parte do Manual no item
3, item 3.2.2.
Fonte: Manual de Rede de Frio, SVS/MS, 2008
157
A escolha do tamanho da caixa térmica é feita de acordo com a
finalidade para a qual será utilizada, como exemplificado na Figura II-8 (tópico
3, item 3.2.2. nesta Parte do Manual) e na Figura II-23.
Para a conservação dos imunobiológicos as caixas térmicas são
utilizadas nas seguintes situações:
na sala de vacina para conservar os imunobiológicos previstos para
o dia de trabalho;
nas atividades de vacinação extramuros em campanhas,
intensificações e bloqueios;
por ocasião da limpeza do refrigerador quando não está disponível
um segundo refrigerador, conforme orientado nesta Parte do
Manual, neste tópico 5 no item 5.2.3.
nas emergências, como por exemplo, em razão de corte de energia
elétrica que ultrapasse o prazo de quatro a seis horas;
no transporte de imunobiológicos de uma instância da rede de frio
para outra, ou para remanejamento entre um serviço e outro.
Figura II-23: Tamanhos de caixas térmicas
Foto cedida pela Enfermeira Adriana S. de Almeida. 2009
158
5.4.1. Organização da caixa térmica
Quando a Unidade de Saúde dispõe de somente um refrigerador, a
conservação dos imunobiológicos previstos para o dia de trabalho é feita em
caixa térmica do tipo retangular, com capacidade mínima de 12 litros e com
tampa ajustada.
Nessas situações, a organização e o uso da caixa devem seguir os
seguintes procedimentos básicos:
Estabelecer uma proporção adequada entre a quantidade de
imunobiológicos a ser acondicionada e a quantidade de bobinas de
gelo reutilizável (Figuras II-24 e II-25);
Dispor as bobinas de gelo reutilizável no fundo e nas laterais da
caixa (Figuras II-25 e II-26);
Acondicionar em um copo descartável o sensor ou bulbo do
termômetro de cabo extensor, colocando-o no centro da caixa
térmica entre as bobinas de gelo;
Figura II-24: Organização da caixa térmica
Nota: Na sala de vacinação climatizada não é necessário colocar bobinas de gelo no
fundo da caixa, pois há risco de congelamento dos produtos.
Foto cedida pela Enfermeira Adriana S. de Almeida. 2009
159
Figura II-25: Organização da caixa térmica com bobinas de gelo no fundo
da caixa
Colocar os frascos ou ampolas de imunobiológicos em copos
descartáveis, separando-os por tipo (Figuras II-25 e II-26);
Arrumar no centro da caixa os copos descartáveis com os frascos
ou ampolas, deixando-os circundados (ilhados) pelas bobinas de
gelo reutilizável (Figuras II-25 e II-26);
Monitorar constantemente a temperatura no interior da caixa
térmica, verificando o termômetro de cabo extensor (de preferência)
ou o termômetro digital, mantendo a temperatura interna entre +2
ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC.
Nota: A colocação de frascos ou ampolas em copos descartáveis separados por tipo
de vacina facilita o acesso do vacinador ao produto no momento da administração.
Foto cedida pela Enfermeira Adriana S. de Almeida. 2009
160
Para o trabalho extramuros, além de adotar os procedimentos listados
anteriormente, tomar os seguintes cuidados:
Manter a caixa térmica distante de fontes de calor, como o motor do
veículo;
Manter a caixa fora do alcance da luz solar direta;
Verificar a temperatura preferencialmente a cada 30 minutos,
substituindo as bobinas de gelo antes da temperatura ficar próxima
de +8 ºC;
Providenciar caixa térmica extra, contendo bobinas de gelo
reutilizável para reposição.
Notas:
Na caixa térmica da sala de vacina a temperatura deverá ser verificada preferencialmente a cada duas horas.
As bobinas de gelo reutilizável devem ser substituídas antes da temperatura aproximar-se de +8 ºC.
A caixa térmica deve ser mantida fora do alcance da luz solar direta.
A caixa térmica deve ser mantida distante de fontes de calor, a exemplo de equipamentos como estufa e autoclave.
No final do dia de trabalho, após utilizar a caixa térmica, lavá-la com água e sabão neutro, enxugá-la, deixando-a secar, e guardá-la em local ventilado e protegido.
A tampa e o corpo da caixa térmica devem ser identificados para que não haja trocas e seja garantida a vedação adequada.
Notas:
No final do dia de trabalho, após utilizar a caixa térmica, lavá-la com água e sabão neutro, enxugá-la, deixando-a secar, e guardá-la em local ventilado e protegido.
A tampa e o corpo da caixa térmica devem ser identificados para que não haja trocas e seja garantida a vedação adequada.
161
5.4.2. Utilização da caixa térmica para o transporte de imunobiológicos
Cada realidade indica a forma mais adequada para o transporte de
imunobiológicos, seja em carro frigorífico ou em veículo oficial. O importante é
que este ofereça a maior segurança possível, de forma a preservar, ao
máximo, as condições de conservação exigidas.
Para o transporte dos imunobiológicos proceder da seguinte forma:
Organizar a caixa térmica, conforme orientado anteriormente neste
tópico 5 no item 5.4.1;
Dispor de termômetro de cabo extensor para o controle da
temperatura durante todo o trajeto, da origem até o destino final,
conforme orientado anteriormente neste tópico 5 no item 5.3.3;
Verificar a temperatura da caixa no momento da saída, registrando-
a em formulário próprio, com assinatura das pessoas que
despacharam;
Acondicionar o impresso de expedição em saco plástico,
colocando-o dentro da caixa;
Tampar a caixa, vedando a tampa com fita adesiva, de mais ou
menos 5 cm de largura, cuidando para não deixar frestas ou folgas
no caso da caixa de poliestireno expandido (isopor);
Nota: Na figura II-25 tem-se o impresso utilizado pela Central de Armazenagem e
Distribuição de Insumos Estratégicos (CENADI), da SVS, utilizado para comprovação do recebimento de insumos, observando-se os principais dados a serem registrados.
Nota: É importante que equipe da Unidade de Saúde conheça os procedimentos
básicos capazes de garantir o transporte adequado dos imunobiológicos, podendo, assim, avaliar as condições dos produtos recebidos na Unidade, bem como para proceder da forma correta quando for necessário expedir algum produto para remanejamento ou para envio a outras instâncias da rede de frio.
16
Notas:
Ao fazer a remessa de uma instância da rede de frio para outra, ou no caso de remanejamento entre serviços, comunicar previamente ao recebedor o horário de saída dos produtos e o provável horário de chegada.
Fazer a remessa de forma que os produtos sejam recebidos no destino em horário normal de expediente, evitando chegadas à noite ou no fim de semana e feriado.
O motorista ou responsável pelo transporte, seja qual for o veículo escolhido, deve estar preparado e treinado para monitorar e manter a temperatura de conservação dos imunobiológicos, bem como para, em situações de emergência ou de risco, adotar as providências preconizadas.
Identificar a caixa externamente, indicando o conteúdo (tipo e
quantidade do imunobiológico) e o destinatário;
Manter a caixa térmica, durante o percurso, à sombra e longe do
motor do veículo, manipulando-a com cuidado para evitar a quebra
dos produtos;
Verificar a temperatura da caixa térmica quando do recebimento
dos imunobiológicos, registrando-a em impresso próprio, com
assinatura das pessoas que receberam o produto.
5.4.3. Utilização da bobina de gelo reutilizável A bobina de gelo reutilizável é constituída de material plástico
polietileno, contendo gel à base de celulose (em concentração não tóxica) e
água, ou apenas água. É encontrada no mercado em várias dimensões (figura
II-6).
Para permitir maior durabilidade manipular a bobina de gelo reutilizável
adotando os seguintes cuidados:
Armazenar as bobinas no freezer ou no congelador da geladeira de
modo a mantê-las permanentemente congeladas por um período
mínimo de 72 horas, antes de colocá-las na caixa térmica;
2
163
Fazer a ambientação da bobina antes de colocá-la na caixa térmica
(Figura II-26);
Retirar a bobina da caixa térmica após o uso, lavá-la, enxugá-la e
colocá-la de volta no freezer ou congelador.
Figura II-26: Procedimentos para ambientação das bobinas de gelo reutilizável, antes do uso em caixas térmicas
Fonte: Manual de Rede de Frio, SVS-MS, 2008
Notas:
A ambientação da bobina de gelo reutilizável tem por objetivo aumentar a temperatura da mesma (que está abaixo de zero), de modo a evitar o congelamento da vacina quando em contato com a mesma.
A bobina deve ficar na temperatura ambiente de 15 a 30 minutos até o aparecimento de gotas de água na superfície (fazer a bobina ‘suar’).
Notas:
As bobinas de gelo reutilizável devem ser colocadas no freezer ou no congelador da geladeira, no mínimo, 72 horas antes de serem usadas na caixa térmica.
Quando a bobina estiver congelada colocá-la no congelador na posição vertical.
No freezer devem ser colocadas na posição horizontal para serem congeladas.
164
5.5. Procedimentos básicos em situações de emergência
O refrigerador pode deixar de funcionar por motivo de corte de energia
elétrica ou por defeito. Um corte de energia por um período prolongado, em um
dia de calor, pode inutilizar totalmente os imunobiológicos.
Q
Quando ocorrer interrupção no fornecimento de energia elétrica ou no
caso de falha no equipamento, mantê-lo fechado e monitorar, rigorosamente, a
temperatura interna, por meio do termômetro de cabo extensor.
Caso a corrente elétrica não seja restabelecida ou a falha no
equipamento não seja solucionada, no prazo máximo de duas horas, ou
quando a temperatura estiver próxima de + 8 oC, proceder a transferência
imediata dos produtos para outro equipamento na temperatura recomendada
(refrigerador ou caixa térmica).
Notas:
O prazo de validade da bobina deve ser verificado constantemente.
A bobina deve ser desprezada quando o prazo de validade estiver vencido e também quando for observada a presença de resíduos ou depósitos no seu interior ou quando a mesma estiver danificada (rasgada, furada).
Notas:
O quadro de distribuição da força elétrica deve ficar em local protegido.
Uma providência importante é identificar na caixa de força elétrica da Unidade de Saúde, a chave ou disjuntor responsável pela condução da corrente elétrica para a sala de vacinação.
Colocar na chave ou disjuntor o aviso: “ANTES DE DESLIGAR ESTA CHAVE CONSULTAR O RESPONSÁVEL PELO SERVIÇO DE SAÚDE”.
Para evitar o desligamento acidental colocar o aviso “NÃO DESLIGAR”.
É importante, também, manter comunicação constante com a empresa local de energia elétrica, a fim de ter informação prévia sobre eventuais cortes de energia.
Em locais onde são armazenadas quantidade maior de imunobiológicos, a exemplo da central estadual, regional ou municipal, deve existir um gerador automático, para ser acionado, automaticamente, em caso de falhas na rede elétrica local.
165
5.5.1. Cuidados imediatos em situações de emergência
Em caso de defeito, a primeira providência é chamar o responsável
pela sala de vacina na Unidade de Saúde. Outras providências mais
específicas são adotadas quando o problema perdurar por um período de até
quatro horas (ou dependendo das condições climáticas locais até seis horas)
ou quando não é possível determinar a sua duração.
O prazo de quatro a seis horas só deve ser tolerado quando o
refrigerador:
Está funcionando em perfeitas condições;
Tem vedação perfeita da borracha da porta;
Tem controle diário de temperatura;
Contêm bobinas de gelo reutilizável no evaporador (congelador);
Contém garrafas de água com corante dentro da gaveta; e
Está instalado em ambiente ou sala climatizada (entre 20 ºC e 22
ºC).
Quando o defeito identificado não é solucionado em até seis horas,
providenciar para que os imunobiológicos sejam colocados em caixas térmicas,
mantendo a temperatura entre +2ºC e +8ºC, sendo ideal em +5º C, conforme
Nota: Nas regiões onde o ambiente atinge altas temperaturas, considerar também
este fator ao decidir tolerar ou não o prazo estabelecido de quatro a seis horas.
Notas:
A Unidade de Saúde deve dispor de bobinas de gelo reutilizável congeladas para serem usadas no acondicionamento dos imunobiológicos em caixas térmicas.
A ocorrência deve ser comunicada o mais rápido possível à direção da Unidade de Saúde, para melhor orientação sobre providências a serem adotadas.
orientado nesta Parte do Manual, neste tópico 5, itens 5.2. e 5.4, até que sejam
transferidos para outro equipamento em um serviço mais próximo, seja no
próprio município ou na instância regional.
5.5.2. Cuidados com o imunobiológico sob suspeita
Ao colocar um imunobiológico sob suspeita são adotadas as seguintes
providências:
Suspender, de imediato, a utilização do produto mantendo-o sob
refrigeração adequada, ou seja, entre +2 oC e +8 oC, sendo ideal
em + 5º C;
Identificar adequadamente os imunobiológicos, como produto sob
suspeita, para que não sejam utilizados, mantendo-os na
temperatura preconizada até que seja recebida a orientação quanto
ao uso ou descarte do produto;
Comunicar à coordenação de imunizações ou da rede de frio, do
município, ou da regional ou do estado;
Nota: Na rede de frio, nos locais onde são armazenadas grandes quantidades de
imunobiológicos, a exemplo da central estadual, regional ou municipal, deve existir um gerador automático, para ser acionado, automaticamente, em caso de falhas na rede elétrica local.
Notas:
Nessas situações são informações importantes a serem registradas:
número do lote, quantidade, data de validade do lote, apresentação, laboratório produtor, local e condições de armazenamento
temperatura do momento, máxima e mínima;
descrição do problema identificado
a alteração de temperatura verificada, a ocorrência de alterações anteriores e outras informações sobre o momento da detecção do problema
166
167
Discutir com essa instância o destino a ser dado ao imunobiológico.
Notas:
O descarte de um imunobiológico sob suspeita, ou mesmo a sua reutilização são decisões que só podem ser adotadas em conjunto, numa articulação entre o município e a Coordenação Estadual de Imunização.
Independente de qualquer decisão, todos os dados sobre a ocorrência são registrados no formulário para avaliação de imunobiológicos sob suspeita.
Quando a conduta indicada for o descarte proceder conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 4, item 4.2.2.
168
6. Procedimentos preliminares à administração de vacinas, soros e imunoglobulinas
Ao utilizar vacinas, soros e imunoglobulinas (figura II-29) o vacinador
deve levar em conta aspectos específicos relacionados à composição, à
apresentação, à via e ao local de administração, número de doses, intervalo
entre as doses, idade recomendada, conservação e validade. Os cuidados e
procedimentos que envolvem cada um desses aspectos são fundamentais para
que não haja comprometimento do processo de imunização induzido pela
vacinação.
Neste tópico 6 desta Parte II do Manual de Procedimentos apresenta-
se o detalhamento dos principais procedimentos preliminares à administração
de qualquer imunobiológico, a saber:
higiene das mãos;
procedimentos básicos na utilização do material descartável;
procedimentos básicos segundo as vias de administração; e
procedimentos básicos para remoção e reconstituição de soluções.
Nas Partes III e IV deste Manual estarão descritos os aspectos
específicos relacionados à administração de cada produto.
Figura II-27 - Vacinas e soros em suas diferentes apresentações
Fonte: MPV/MS, 2001
16
6.1. Higiene das mãos
A higiene das mãos é um dos mais importantes procedimentos que
antecedem à administração de vacinas, soros e imunoglobulinas.
O ato de lavar as mãos, quando praticado por todo pessoal de saúde,
é essencial para a prevenção e controle de infecções. Na sala de vacinação,
quando este procedimento é rigorosamente obedecido, previne-se a
contaminação no manuseio, no preparo e na administração dos
imunobiológicos.
A higiene das mãos é realizada antes e depois:
da administração de cada vacina, soro e imunoglobulina;
do manuseio dos materiais, das vacinas, soros e imunoglobulinas;
e
de qualquer atividade executada na sala de vacinação.
Para fazer a higiene das mãos adotar os procedimentos detalhados
passo-a-passo, na sequência (Figura II-28 de A a G[2], passos 1 a 8):
Abrir a torneira e molhar as mãos evitando encostá-las na pia:
passo1 (Figura II-28 A);
Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido
para cobrir toda a superfície das mãos: passo 2 (Figura II-30 B);
2 Fonte: Higienização das mãos em serviços de saúde/ANVISA, 2007.
Notas:
Antes de iniciar a higiene das mãos é necessário retirar jóias, como anéis e pulseiras e outros adornos, pois sob tais objetos podem se acumular micro-organismos.
Importante, também, manter as unhas curtas e com os cantos aparados para evitar acidentes e acumulo de sujidades.
9
170
Figura II-28 A – Lavagem das mãos (passo 1)
Figura II-28 B – Lavagem das mãos (passo 2)
Ensaboar as palmas das mãos, friccionando uma na outra: passo 3
(Figura II-28 C);
Nota: Na higienização das mãos evitar o uso de água muito quente ou muito fria
para prevenir o ressecamento da pele.
Nota: Em situações, onde só se tenha disponível o sabão em barra, recomenda-
se o fracionamento destes em pequenos pedaços para que o profissional despreze após o uso.
17
Figura II-28 C – Lavagem das mãos (passo 3)
Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda,
entrelaçando os dedos (Figura II-28 D); repetir o procedimento com
a mão esquerda contra o dorso da mão direita: passo 4;
Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais: passo 4
(Figura II 28-D);
Figura II-28 D – Lavagem das mãos (passo 4)
Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão
oposta, segurando os dedos, fazendo movimento de vai-e-vem;
repetir o procedimento com a outra mão: passo 5 (Figura II 28-E);
Esfregar o polegar direito com o auxílio da palma da mão esquerda,
fazendo movimento circular; repetir o procedimento com a outra
mão: passo 6 (Figura II-28 E);
Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda, fazendo
movimento circular; repetir procedimento com a outra mão: passo 7
(Figura II-28 E);
1
Figura II-28 E – Lavagem das mãos (passos 5, 6 e 7)
Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabão, evitando o
contato direto das mãos enxaguadas com a torneira: passo 8
(Figura II-28 F);
Figura II-28 F – Lavagem das mãos (passos 8)
Secar as mãos utilizando papel toalha descartável, iniciando pelas
mãos e seguindo pelos punhos: passo 9 (Figura II-28 G);
Desprezar o papel-toalha no cesto de lixo comum.
Nota: No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize
papel-toalha.
172
173
Figura II-28 G – Lavagem das mãos (passo 9)
6.2. Procedimentos básicos na utilização de seringas e agulhas No manuseio de seringas e agulhas descartáveis é necessário manter
os seguintes cuidados:
Guardar seringas e agulhas descartáveis, ainda na embalagem
original, em local limpo e seco, de preferência em armário fechado;
Lavar as mãos com água e sabão antes de manusear o material,
conforme orientado nesta Parte do Manual, neste tópico 6 no item
6.1;
Manusear o material em campo limpo;
Verificar, antes de abrir:
se a embalagem está íntegra;
se o material encontra-se dentro do prazo de validade; e
se o material é apropriado ao procedimento, evitando
desperdício;
Abrir cuidadosamente a embalagem, na direção do êmbolo para a
ponta da agulha, evitando a contaminação; e
Notas:
O uso coletivo de toalhas de tecido é contra-indicado, pois estas permanecem úmidas, favorecendo a proliferação bacteriana.
Na falta do papel toalha utilizar a toalha de tecido limpa e seca, trocada a cada turno ou quando necessário.
- -
174
Descartar adequadamente as seringas e agulhas após o uso,
conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 3, item 3.2.
6.3. Procedimentos básicos para remoção e reconstituição de soluções
6.3.1. Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte
do Manual, neste tópico 6, item 6.1;
Escolher a seringa e a agulha apropriadas;
Montar a seringa, colocando o corpo da mesma na mão esquerda,
encaixar ou ajustar o êmbolo e adaptar a agulha, mantendo-a
protegida (Figura II-29/1);
Notas:
As seringas e agulhas são descartadas em recipientes apropriados, resistentes e de paredes rígidas.
As agulhas, após o uso, não devem ser retiradas manualmente, entortadas ou reinseridas nos protetores para evitar acidentes.
Quando não existir o recipiente apropriado, adaptar latas vazias de mantimentos com tampas, caixas de papelão duplamente reforçadas e outros semelhantes.
O descarte de seringas e agulhas em recipiente apropriado evita o risco de punção acidental do dedo ou da mão.
Quando o recipiente estiver com dois terços (2/3) da sua capacidade ocupada enviá-lo para a coleta do lixo hospitalar de preferência, conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 4, item 4 .2.
Notas:
Ao usar seringa com agulha acoplada o procedimento de montagem é desnecessário.
Em qualquer situação assegurar o ajuste do êmbolo com o bico da seringa para garantir segurança no momento da administração.
175
Figura II-29/1 – Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro
Serrar o gargalo da ampola sem quebrar (figura II-29/2);
Envolver a ampola em gaze ou algodão seco;
Quebrar a ampola, colocando-a entre os dedos indicador e médio
(figura II-29/2);
Introduzir a agulha no líquido (figura II-31/2);
Aspirar a dose correspondente.
Figura II-29/2 - Remoção de soluções acondicionadas em ampola de vidro
6.3.2. Remoção de soluções acondicionadas em frasco-ampola com tampa de borracha
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte
do Manual, neste tópico 6, item 6.1;
Fonte: MPV/MS, 2001
Fonte: MPV/MS, 2001
176
Escolher a seringa e a agulha apropriadas;
Montar a seringa, colocando o corpo da mesma na mão esquerda,
encaixar ou ajustar o êmbolo e adaptar a agulha, mantendo-a
protegida;
Remover a proteção metálica do frasco-ampola que contém a
solução a ser usada (figura II-30), utilizando a pinça dente de rato;
Limpar a tampa de borracha com algodão seco (figura II-32);
Introduzir a seringa com agulha no frasco-ampola;
Aspirar o líquido correspondente à dose a ser administrada (figura
II-30);
Figura II-30 - Remoção de soluções acondicionadas em frasco-ampola
com tampa de borracha
Colocar a seringa em posição vertical, ao nível dos olhos; ajustar
a dose com a agulha ainda conectada ao frasco-ampola e
expulsar o ar;
Fonte: MPV/MS, 2001
Notas:
Ao usar seringa com agulha acoplada o procedimento de montagem é desnecessário.
Em qualquer situação assegurar o ajuste do êmbolo com o bico da seringa para garantir segurança no momento da administração.
Nota: Ajustar a dose ainda com a agulha conectada ao frasco-ampola.
177
Proteger a agulha com a ampola ou com tubo estéril, até o
momento da administração.
6.3.3. Reconstituição de soluções apresentadas sob a forma liofilizada
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta
Parte do Manual, neste tópico 6, item 6.1;
Escolher a seringa e a agulha apropriadas;
Montar a seringa e adaptar a agulha;
Retirar a tampa metálica do frasco-ampola contendo o liófilo (pó),
utilizando a pinça dente de rato (figura II-31);
Limpar a tampa de borracha com algodão seco;
Serrar o gargalo da ampola que contém o diluente;
Envolver a ampola do diluente em gaze ou algodão seco e quebrá-
la;
Colocar a ampola quebrada entre os dedos indicador e médio;
Aspirar o diluente da ampola e injetá-lo no frasco-ampola contendo
o liófilo (pó) (figura II-31);
Notas:
Ao usar seringa com agulha acoplada o procedimento de montagem é desnecessário.
Em qualquer situação assegurar o ajuste do êmbolo com o bico da seringa para garantir segurança no momento da administração.
Notas:
Ao usar seringa com agulha acoplada o procedimento de montagem é desnecessário.
Em qualquer situação assegurar o ajuste do êmbolo com o bico da seringa para garantir segurança no momento da administração.
Fazer um movimento rotativo com o frasco, sem produzir espuma,
para tornar o conteúdo homogêneo (figura II-33);
Figura II-31 - Reconstituição de soluções apresentadas sob a forma
liofilizada
Aspirar a quantidade de líquido correspondente à dose a ser
administrada;
Colocar a seringa em posição vertical, ao nível dos olhos e expulsar
o ar.
6.4. Procedimentos básicos segundo as vias de administração dos imunobiológicos
6.4.1. Via oral
A via oral é utilizada para a administração de substâncias que são
absorvidas no trato gastrintestinal com mais facilidade, apresentados,
Fonte: MPV/MS, 2001
Notas:
Ao usar seringa com agulha acoplada o procedimento de montagem é desnecessário.
Em qualquer situação assegurar o ajuste do êmbolo com o bico da seringa para garantir segurança no momento da administração.
A solução deve ser administrada imediatamente após o preparo, não sendo indicado o procedimento de deixar a agulha protegida com a ampola ou com tubo estéril.
178
179
geralmente, em gotas, drágeas, cápsulas e comprimidos. O volume e a dose
dessas substâncias são introduzidos pela boca.
As vacinas administradas por essa via são: a vacina poliomielite 1, 2, 3
(atenuada) e a vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) (Figura II-34 a e b).
Figura II-32 – Administração por via oral: vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) (a) e vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) (b)
6.4.2. Via intradérmica (ID)
Na utilização da via intradérmica a solução é introduzida na camada
superficial da pele, chamada derme. É uma via para injeção de substâncias
cuja absorção precisa ser muito lenta, sendo utilizada:
para a administração da vacina BCG (figura II-33 a); e
para a realização de prova de hipersensibilidade, como o PPD
(figura II-33 b).
O local mais utilizado para injeções intradérmicas é a face anterior do
antebraço e o volume máximo indicado a ser aplicado é de 0,5 ml. No caso da
vacina BCG o volume a ser administrado corresponde a 0,1 ml.
Figura II-32 (b)
(figura da administração da vacina
rotavírus G1P1[8] (atenuada)
Figura II-32 (a)
178
Figura II-33 – Administração pela via intradérmica: vacina BCG (a) e realização da prova de hipersensibilidade (b)
a) Materiais indicados
Algodão.
Álcool a 70%.
Bandeja de inox.
Seringa e agulha;
b) Procedimentos para administração
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte
do Manual, neste tópico 6, item 6.1;
Escolher o local para a administração da solução;
Fazer a limpeza da pele, caso necessária;
Fonte: MPV/MS, 2001
Nota: Ao escolher o local da administração evitar cicatrizes e manchas,
tatuagens e lesões.
Notas:
A seringa mais apropriada para a injeção intradérmica é a de 1,0 ml, que possui escalas de frações em mililitros (0,1 ml).
A agulha deve ser pequena (entre 10 mm e 13 mm de comprimento), fina (3,8 dec/mm; 4,0 dec/mm e 4,5 dec/mm de calibre) e com bisel curto.
180
181
Colocar a pessoa em posição confortável e segura evitando
acidentes durante o procedimento;
Segurar firmemente com a mão o local, distendendo a pele com o
polegar e o indicador;
Segurar a seringa com o bisel da agulha para cima, coincidindo
com o lado da graduação da seringa;
Introduzir a agulha, paralelamente à pele, até que o bisel
desapareça;
Injetar a solução lentamente, pressionando a extremidade do
êmbolo com o polegar, até introduzir toda a solução;
Retirar o polegar da extremidade do êmbolo e a agulha da pele;
Desprezar o material na caixa coletora de perfurocortante,
conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 4, item 4.2;
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.
Na injeção intradérmica, especialmente, o uso do álcool não é indicado para evitar uma possível interação com o líquido injetável, em face da presença dos poros e pelo fato de o líquido ser depositado muito próximo da epiderme.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando for utilizado o álcool a 70% manter a fricção da pele por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para a secagem e, só então, administrar o imunobiológico.
Nota: Não fazer compressão no local da administração da solução.
Nota: Quando criança solicitar ajuda do acompanhante na contenção de
movimentos bruscos.
182
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta
Parte do Manual, neste tópico 6, item 6.1.
6.4.3. Via subcutânea (SC)
Na utilização da via subcutânea a solução é introduzida na hipoderme,
ou seja, na camada subcutânea da pele (figura II-34), sendo apropriada para a
administração de soluções não irritantes que necessitam ser absorvidas
lentamente, assegurando uma ação contínua. O volume máximo de 1,5 ml.
As vacinas incluídas nos calendários de vacinação do PNI
administradas por essa via são: a vacina sarampo, caxumba e rubéola; a
vacina sarampo e rubéola; a vacina febre amarela (atenuada) e a vacina
varicela (atenuada), administrada no CRIE.
Figura II-34 – Administração de injeção pela via subcutânea
Alguns locais são mais utilizados para a vacinação por meio de
injeções subcutâneas (figura II-35):
a região do deltóide no terço proximal;
a face superior externa do braço;
a face anterior e externa da coxa; e
a face anterior do antebraço.
183
Figura II-35 – Locais utilizados para administração pela via subcutânea
a) Materiais indicados
Algodão.
Álcool a 70%.
Bandeja de inox.
Seringa e agulha;
b) Procedimentos para administração
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte
do Manual, neste tópico 6, item 6.1;
Escolher o local para a administração da solução;
Fonte: www.biovisuals.com
Notas:
Outros locais também são utilizados para injeções subcutâneas: a parte superior e posterior do braço; o abdome, guardado a distância de 3 cm do umbigo; a região escapular; porções das nádegas.
Notas:
As seringas mais apropriadas para a injeção subcutânea são as de 1, 0 ml; 2,0 ml; 2, 5 ml ou 3,0 ml.
A agulha deve ser pequena (entre 13 mm e 20 mm de comprimento), fina (entre 4 dec/mm e 6 dec/mm de calibre) e com bisel curto.
184
Fazer a limpeza da pele, caso necessária;
Colocar a pessoa em posição confortável e segura, evitando
acidentes durante o procedimento;
Pinçar o tecido do local da administração com o dedo indicador e o
polegar, mantendo a região firme;
Introduzir a agulha com bisel para cima, com rapidez e firmeza,
formando um ângulo de 90º.
Aspirar, observando se a agulha atingiu algum vaso sangüíneo;
Injetar o líquido lentamente;
Retirar a seringa com a agulha, em movimento único e firme;
Fazer leve compressão no local com algodão seco;
Desprezar o material na caixa coletora de material
perfurocortante;
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado por sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando for utilizado o álcool a 70% manter a fricção da pele por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para a secagem e, só então, administrar o imunobiológico.
Nota:
Caso algum vaso seja atingido, retirar a agulha do local, desprezar todo material e reiniciar o procedimento com o preparo de nova solução.
Notas:
O uso da agulha adequada, ou seja, até 4,5 dec/mm, torna o procedimento menos doloroso e permite a introdução em ângulo de 90º.
Ao usar agulha mais longa adotar ângulos entre 45º e 60º.
185
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta
Parte do Manual, neste tópico 6, item 6.1.
6.4.4. Via intramuscular (IM)
Na utilização da via intramuscular a solução é introduzida dentro do
tecido muscular, sendo uma via apropriada para a administração de soluções
irritantes (aquosas ou oleosas), em volumes superiores a 1,5 ml (até 5 ml, no
máximo).
A escolha da injeção intramuscular também é feita quando há
necessidade do produto ser absorvido rapidamente ou quando é preciso obter
efeitos mais imediatos.
São vacinas administradas por via intramuscular: vacina adsorvida
difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada); vacina
adsorvida difteria, tétano, pertussis; vacina adsorvida difteria e tétano adulto;
vacina adsorvida difteria e tétano infantil; vacina adsorvida difteria, tétano e
pertussis (acelular); vacina hepatite B (recombinante); vacina raiva (inativada);
vacina Haemophilus influenzae b (conjugada); vacina pneumocócica 10 valente
(conjugada); vacina pneumocócica 23 valente (conjugada); vacina adsorvida
hepatite A (inativada); vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada).
Os locais selecionados para a injeção intramuscular devem estar
distantes dos grandes nervos e de vasos sangüíneos, sendo a região muscular
mais utilizada:
o músculo vasto lateral da coxa, no terço médio da coxa, medido
entre o joelho e o trocanter maior;
o músculo dorso glúteo ou o músculo grande glúteo, no quadrante
superior externo;
o músculo deltóide; e
o músculo ventroglúteo.
a) Materiais indicados
Algodão.
Álcool a 70%.
186
Bandeja de inox.
Seringa e agulha;
b) Procedimentos gerais para administração
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte
do Manual, neste tópico 6, item 6.1;
Escolher o local para a administração da solução;
Fazer a limpeza da pele, caso necessária;
Colocar a pessoa em posição confortável e segura, evitando
acidentes durante o procedimento;
Firmar o músculo, utilizando o dedo indicador e o polegar (figura II-
36);
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão;
O álcool comum não deve ser utilizado por sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando for utilizado o álcool a 70% manter a fricção da pele por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para a secagem e, só então, administrar o imunobiológico.
Notas:
O tamanho da seringa para a injeção intramuscular varia conforme o volume a ser injetado, podendo ser de 1,0 ml, 3,0 ml, 5,0 ml e 10 ml.
O comprimento e o calibre da agulha também variam de acordo com a massa muscular e a solubilidade do líquido a ser injetado, podendo ser entre 20 mm e 40 mm de comprimento e entre 5,5 dec/mm e 9 dec/mm de calibre.
O bisel da agulha deve ser longo para facilitar a introdução e alcançar o músculo
187
Figura II-36 – Firmando o músculo para administração de injeção intramuscular
Introduzir a agulha formando um ângulo reto (90º) (Figura II-37);
Figura II-37 – Introdução da agulha no músculo formando um ângulo de 90º
Aspirar observando se atingiu algum vaso sangüíneo;
Fonte: MPV/MS, 2001
Fonte: MPV/MS, 2001
Nota:
Em crianças com pouca massa muscular utilizar angulação de 60º, em sentido podálico.
Nota:
Caso algum vaso seja atingido, retirar a agulha do local, desprezar todo material e reiniciar o procedimento com o preparo de nova solução.
188
Injetar o líquido lentamente;
Retirar a seringa com a agulha, em movimento único e firme;
Fazer leve compressão no local com algodão seco;
Desprezar o material na caixa coletora de material perfurocortante;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte
do Manual, neste tópico 6, item 6.1.
6.4.4.1. Procedimentos específicos para administração no vastolateral da coxa
Colocar a pessoa em decúbito dorsal ou decúbito lateral ou
sentada, mantendo-a em posição confortável e segura, evitando
acidentes durante o procedimento;
Localizar o terço médio da face externa da coxa;
Introduzir a agulha formando um ângulo reto (90º), conforme
procedimentos gerais (letra b) (figura II-38);
Figura II-38 Administração da injeção intramuscular
Fonte: MPV/MS, 2001
Notas:
Quando criança colocá-la no colo da mãe ou responsável com a perna fletida (dobrada).
Quando a criança estiver amamentando orientar a mãe para dar-lhe o bico do seio durante a vacinação, para maior relaxamento da criança e redução da agitação.
189
6.4.4.2. Procedimentos específicos para administração no deltóide
Colocar a pessoa na posição sentada ou em decúbito lateral, para
maior conforto, mantendo-a em posição confortável e segura,
evitando acidentes durante o procedimento;
Localizar o músculo deltóide e traçar um triângulo imaginário com a
base voltada para cima (figura II-39);
Figura II-39 – Localização do músculo deltóide
Introduzir a agulha no centro do triângulo imaginário, formando
um ângulo reto (90º), conforme procedimentos gerais (letra b)
(figura II-40).
Vaccine Administration. www.cdc.gov/vaccines/ed/vpd2007/downloads/slides/admin‐images.ppt
Notas:
Quando criança colocá-la no colo da mãe ou responsável com o braço fletido (dobrado).
Quando a criança estiver amamentando orientar a mãe para dar-lhe o bico do seio durante a vacinação, para maior relaxamento da criança e redução da agitação.
190
Figura II-40 – Administração de injeção intramuscular no músculo deltóide
6.4.4.3. Procedimentos específicos para administração de soluções no dorso glúteo ou músculo grande glúteo
Colocar a pessoa em decúbito ventral ou em decúbito lateral, com
os pés voltados para dentro, para um bom relaxamento (figura II-
41), mantendo-a em posição confortável e segura, evitando
acidentes durante o procedimento;
Figura II-41 – Posicionamento da pessoa para injeção intramuscular no glúteo
Fonte: MPV/MS, 2001
POSIÇÃO VENTRAL
1
Localizar o músculo grande glúteo e traçar uma cruz imaginária
(figura II-42);
Figura II-42 – Localização da injeção no músculo grande glúteo
Administrar a injeção intramuscular no quadrante superior externo
da cruz imaginária, formando um ângulo reto (90º), conforme
procedimentos gerais (letra b) (Figura II-42).
6.4.5. Via endovenosa (EV)
Na utilização da via endovenosa a solução é introduzida diretamente
na corrente sangüínea, sendo apropriada para a administração de soluções
que necessitam ser absorvidas mais rapidamente, assegurando uma ação
imediata.
É uma via que permite a administração de grandes volumes de
líquidos e, também, de soluções que, por serem irritantes ou por sofrerem a
Fonte: MPV/MS, 2001
Notas:
Quando criança colocá-la no colo da mãe ou responsável com o glúteo voltado para cima, fazendo leve contenção das pernas.
Quando a criança estiver amamentando orientar a mãe para dar-lhe o bico do seio durante a vacinação, para maior relaxamento da criança e redução da agitação.
91
190
ação dos sucos digestivos, são contra-indicadas pelas demais vias parenterais
e pela via oral, respectivamente.
Os locais mais utilizados para a administração de injeções
endovenosas são as veias das extremidades ou periféricas.
A escolha da veia é feita observando os seguintes aspectos:
acessibilidade;
mobilidade reduzida;
localização sobre base mais ou menos dura; e
ausência de nervos importantes.
Algumas veias, por sua localização, prestam-se mais a esse tipo de
injeção, selecionando-se, em geral, as veias superficiais, na dobra interna do
braço (fossa antecubital), as veias do dorso da mão e do antebraço (figura II-
43), e eventualmente, as da perna e as veias do pé.
Figura II-43 – Localização de veias no antebraço e na mão para a injeção endovenosa
a) Materiais indicados
Algodão.
Álcool a 70%.
Bandeja de inox.
Braçadeira.
Cateter para punção (scalp ou jelco).
Garrote (tira elástica).
Fonte: http://www.samu192.com.br/aulas2/06_01_puncao_venosa.pps
192
193
Luvas de procedimento.
Seringa e agulha;
b) Procedimentos para administração
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte
do Manual, neste tópico 6, item 6.1;
Escolher o local da administração;
Fazer a limpeza da pele, caso necessária;
Colocar a pessoa em posição confortável e segura, evitando
acidentes durante o procedimento;
Passar a tira elástica (garrote) acima do local escolhido, a fim de
produzir uma estase venosa (figura II-44);
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado por sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (atividades na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando for utilizado o álcool a 70% manter a fricção da pele por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para a secagem e, só então, administrar o imunobiológico.
Notas:
A pessoa deve estar sempre deitada ou sentada e jamais de pé.
Quando o local da administração for o membro superior ou inferior estendê-los.
Notas:
As seringas mais apropriadas para a injeção endovenosa são as de 5 ml, 10 ml e 20 ml.
As agulhas devem ser longas (entre 25 mm a 30 mm de comprimento), finas (entre 7 dec/mm e 8 dec/mm) e com bisel longo.
194
Figura II-44 – Colocação do garrote para a injeção endovenosa
Palpar a veia onde será administrada a solução, utilizando o dedo
indicador e o dedo médio (figura II-45);
Calçar luvas se necessário;
Figura II-45 – Palpação da veia para a injeção endovenosa
Fonte: MPV/MS, 2001
Nota:
Quando for o caso, orientar a pessoa a abrir e fechar a mão várias vezes, mantendo-a fechada, até que seja solicitada a abertura da mesma.
Fonte: MPV/MS, 2001
195
Esticar a pele, mantendo a veia fixa com o polegar e o indicador
de uma das mãos (figura II-46);
Figura II-46– Preparação do local para a injeção endovenosa
Manter a agulha com o bisel para cima, aproximadamente 1 cm
abaixo do local onde a veia será alcançada, segurando a seringa
paralela à veia;
Introduzir a agulha na veia de forma delicada e firme (figura II-47);
Figura II-47 – Introdução do líquido na injeção endovenosa
Fonte: MPV/MS, 2001
Fonte: MPV/MS, 2001
196
Aspirar e verificar o fluxo venoso;
Retirar o garrote;
Injetar o líquido lentamente (figura II-48);
Figura II-48 – Introdução do líquido na injeção endovenosa e retirada do garrote
Retirar a seringa com a agulha, com movimento único e firme;
Fazer leve compressão no local com algodão seco;
Desprezar o material na caixa coletora de material perfurocortante;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte do
Manual, neste tópico 6, item 6.1.
Fonte: MPV/MS, 2001
197
7. Registro das atividades e arquivos da sala de vacinação
O conjunto de ações que envolve a administração dos imunibiológicos
é controlado e avaliado nas diversas instâncias (local, municipal, estadual e
federal) com o objetivo principal de acompanhar e analisar o trabalho
desenvolvido, bem como seus resultados e impactos.
Um dos mecanismos utilizados para subsidiar esse controle e
avaliação é o registro das atividades, a consolidação dos dados coletados e o
encaminhamento para outras esferas de gestão, mediante alimentação de
sistemas de informação.
O registro das atividades de vacinação é feito em impressos
específicos, padronizados pela instância nacional ou estadual, podendo-se
adotar outros impressos na instância municipal ou local de acordo com a
necessidade.
7.1. Registro individual da vacina administrada O Ministério da Saúde disponibiliza impressos destinados a grupos
específicos a exemplo do Cartão da Criança (menino e menina), do Cartão do
Adolescente e da Caderneta de Saúde do Idoso, nos quais há sempre um
espaço para o registro individual da vacina recebida. O importante é que
nenhuma vacina seja administrada sem que haja o registro em documento
pessoal.
Esses impressos padronizados nacionalmente devem estar disponíveis
na Unidade de Saúde e caso não exista um padrão nacional é necessário que
a coordenação de imunizações do estado ou do município adote essa
providência. Nas situações de campanhas de vacinação também deve ser
previsto um impresso para registro.
O registro da vacina administrada, como já referido nesta Parte do
Manual, no tópico 3, item 3.3.3, é feito em documento pessoal (cartão ou
caderneta) e em impresso da Unidade de Saúde ou, quando for o caso, em
sistema informatizado, diretamente no computador.
198
Os procedimentos necessários ao registro da vacina administrada são
os seguintes:
Fazer o registro dos dados pessoais e residenciais da pessoa a ser
vacinada;
Anotar a data (dia, mês e ano) e o lote da vacina administrada, com
caneta, no espaço reservado do documento de registro individual;
Figura II-49 - Registro do imunobiológico administrado
Assinar e carimbar no espaço indicado (Figura II-50);
Notas:
Os dados pessoais de identificação devem ser obtidos a partir da Certidão de Nascimento ou de outro documento de identidade da pessoa.
O nome, a data do nascimento e o nome dos pais devem ser anotados com caneta.
No caso da obtenção de dados por meio de informação verbal, solicitar que um documento de identidade seja trazido no próximo retorno.
Na ausência da Certidão ou outros documento de identidade, anotar os dados a lápis e aguardar a apresentação do documento para confirmação e registro definitivo com caneta.
O endereço é anotado a lápis para permitir mudanças posteriores.
Esses dados são transferidos para o arquivo permanente da Unidade de Saúde.
Fonte: MPV, SVS/MS, 2001
199
Anotar todas as informações no cartão controle ou espelho;
Anotar, a lápis, no espaço correspondente, a data (dia, mês e ano)
do aprazamento, orientando o usuário ou responsável quanto ao
retorno.
7.2. Registro das atividades diárias Além do registro individual, a vacina administrada é registrada no
boletim diário. Esse boletim deve conter espaços para o registro de outras
informações, a exemplo do quantitativo de doses de vacinas que foram
desprezadas em razão do vencimento do prazo de uso de produtos após
abertura de frascos multidoses. Ao final de cada mês, é feito o consolidado da
produção diária em termos de doses de vacina administrada e da população
vacinada, bem como de outras informações anotadas.
O enfermeiro da Unidade de Saúde deve fazer o monitoramento
constante dos registros efetuados pela equipe de vacinação, com o objetivo de
garantir o registro correto tanto o individual, no comprovante de vacinação,
Nota:
O aprazamento é a data do retorno do usuário para receber a dose subseqüente da vacina (esquema de mais de uma dose) ou outra vacina ou dose de reforço, conforme preconizado.
Notas:
Para o controle por parte da equipe de vacinação a Unidade de Saúde deve manter registro permanente da vacina administrada, utilizando cartão espelho ou cartão controle ou outro mecanismo.
O registro permanente deve conter os mesmos dados, ou seja, data, dose administrada, lote e validade da vacina administrada, assinatura e carimbo do vacinador.
Nota:
A assinatura deve ser legível de modo a permitir a identificação do vacinador. Não rubricar.
como o que é feito no boletim de produção. Periodicamente deve ser feita a
crítica do dado registrado para fazer orientações e corrigir eventuais erros.
A Coordenação do PNI no Ministério da Saúde está definindo junto ao
Departamento de Informática do SUS (DATASUS) as condições para o registro
nominal da vacina administrada, ou seja, com anotação dos dados pessoais do
vacinado (nome, nome dos pais, data do nascimento, endereço, dentre outros).
7.3. Arquivos da sala de vacinação
É importante manter arquivos da atividade vacinação na Unidade de
Saúde para a guarda organizada das informações contidas nos impressos
utilizados para o registro das atividades, com o objetivo de:
centralizar todos os dados registrados;
proporcionar um registro dos esquemas de vacinação completados;
expedir uma segunda via do comprovante de vacinação,
fornecendo dados e informações sobre a situação vacinal de
pessoas que perderam ou extraviaram o comprovante de
vacinação;
possibilitar um registro das pessoas que iniciaram o esquema e não
completaram por motivo de mudança para outra localidade, por
óbito ou por ter recebido as demais doses em outro serviço;
monitorar o comparecimento da população a vacinar no território de
referência da Unidade;
Nota:
A equipe da Unidade de Saúde deverá ser orientada sobre as mudanças que estão sendo procedidas pela Coordenação do PNI no Ministério da Saúde tendo em vista o registro nominal da vacina administrada.
Com o registro nominal serão anotados os dados pessoais do vacinado (nome, nome dos pais, data do nascimento, endereço, dentre outros) no impresso ou no sistema informatizado que vão substituir o atual Boletim Diário de Doses Aplicadas (BDDA).
Também com o registro nominal não será mais necessária a organização de arquivo permanente com cartão controle ou espelho, pois o monitoramento poderá ser feito a partir do registro nominal.
200
monitorar o comparecimento de usuários de outros territórios;
identificar e possibilitar a convocação dos faltosos à vacinação;
disponibilizar informações para o monitoramento e avaliação das
atividades;
subsidiar estudos e pesquisas sobre a atividade de vacinação.
Compõem o arquivo da sala de vacinação, dentre outros documentos:
os cartões controle ou cartão espelho ou fichas de registro;
os formulários com informações sobre os imunobiológicos
estocados, recebidos, distribuídos, remanejados ou devolvidos;
os formulários com o registro diário da temperatura;
os impressos com o registro diário da vacinação e com a
consolidação mensal dos dados.
As pastas do arquivo devem ser guardadas em local apropriado,
adequado e de fácil acesso à equipe de saúde.
O cartão controle ou cartão espelho ou ficha de registro é um impresso
de uso interno da unidade e nele são registradas informações sobre a vacina
recebida pela pessoa, do mesmo modo como foi feito o registro no
comprovante individual.
Também no cartão controle é registrado pontos de referência para
facilitar a localização do domicílio no caso da busca de faltosos, principalmente
em áreas não urbanizadas como favelas, invasões, periferias e na área rural.
Quando os recursos da informática não estiverem disponíveis, o
arquivamento dos cartões controle poderá ser feito utilizando fichário
específico, com identificação do conteúdo (por exemplo, clientes com
agendamento) e indicação sobre o critério de organização dos cartões (por
exemplo, cartões organizados por data de agendamento da próxima vacina ou
cartões organizados por ordem alfabética).
Nota:
Quando a Unidade de Saúde não dispuser de fichário o arquivamento poderá ser improvisado em caixas de madeira ou de papelão ou em gavetas de móveis.
201
202
Os cartões com agendamento são organizados em um arquivo e os
cartões sem agendamento em outro. Os cartões sem agendamento são
arquivados por ordem alfabética, servindo, posteriormente, para a organização
do arquivo permanente.
Os cartões com agendamento podem ser organizados por segmentos
da população ou por faixa de idade. O número de espaços (gavetas) para cada
parte varia de acordo com as características da demanda da Unidade de
Saúde. No arquivamento por grupos de idade, os cartões são colocados no
espaço correspondente ao grupo etário que a pessoa terá na data agendada,
segundo o mês do retorno, respeitando-se dentro do mês a data do
agendamento, o que permite a identificação dos faltosos em cada dia.
No fundo do arquivo, após o último mês, deve haver um espaço
destinado aos cartões dos faltosos convocados. Esses cartões são
organizados por ordem alfabética.
Diariamente os cartões com agendamento são retirados do arquivo e
encaminhados para a sala de vacinação. No final do dia de trabalho, o
responsável pela vacinação verifica os faltosos, deixando seus cartões de
reserva.
Esses cartões ficam aguardando uma semana à espera dessas
pessoas. Caso não apareçam, os cartões são entregues ao responsável pela
busca de faltosos.
A busca de faltosos é feita semanalmente, ou quinzenalmente, de
acordo com as possibilidades da equipe de saúde. Para fazer a busca deve-se
adotar, entre outros, os seguintes mecanismos ou estratégias:
Ir à casa do faltoso (visita domiciliar);
Enviar carta ou aerograma;
Nota:
O arquivo pode ser organizado, também, em gavetas correspondentes aos meses do ano. Em cada gaveta, os cartões são arquivados de acordo com o dia do agendamento e em ordem alfabética.
203
Fazer chamamentos por meio de alto-falantes volantes ou fixos (em
feiras, por exemplo), em programas de rádio, nas igrejas, escolas,
ou por meio dos grupos e organizações da comunidade;
Colocar listagens de faltosos na porta do serviço de saúde ou em
locais de movimento na comunidade.
Nota:
As pessoas agendadas para o tratamento profilático da raiva que faltam na data aprazada são buscadas diariamente.
204
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Parte III
Procedimentos para administração de vacinas
Sumário 1. Introdução..................................................................................................... 217
2. Contraindicações, situações especiais, adiamento, vacinação simultânez e falsas contraindicações .......................................................... 223
2.1. Contraindicações comuns a todo e qualquer produto ........................ 223
2.2. Situações especiais ............................................................................ 224
2.3. Adiamento da vacinação............................................... ...................... 226
2.4. Vacinação simultânea.......................................................................... 227
2.5. Falsas contraindicações....................................................................... 227
3. Vacina BCG.................................................................................................. 230
3.1. Indicação.............................................................................................. 230
3.2. Contraindicação................................................................................... 230
3.3. Composição......................................................................................... 231
3.4. Apresentação....................................................................................... 231
3.5. Conservação........................................................................................ 231
3.6. Dose e volume..................................................................................... 232
3.7. Via de administração............................................................... ............ 233
3.8. Administração................................................................ ...................... 233
3.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................. 236
3.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................... 238
3.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina............... 241
4. Vacina hepatite B (recombinante) ............................................................... 241
4.1. Indicação............................................................................................. 244
4.2. Contraindicação................................................................................... 244
4.3. Composição........................................................................................ 244
4.4. Apresentação...................................................................................... 244
4.5. Conservação....................................................................................... 245
4.6. Dose e volume.................................................................................... 246
4.7. Via de administração.......................................................................... 246
4.8. Administração..................................................................................... 246
4.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina ........................... 248
4.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina.................. 242
4.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina.............. 249
5. Vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) ........................................................ 251
5.1. Indicação........................................................................ .................... 251
5.2. Contraindicação.................................................................................. 252
5.3. Composição........................................................................................ 253
5.4. Apresentação...................................................................................... 2
.........................
53
5.5. Conservação........................................................................................ 254
5.6. Dose e volume..................................................................................... 254
5.7. Via de administração............................................................................ 254
5.8. Administração...................................................................................... 254
5.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................. 254
5.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................... 255
5.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina............... 257
6. Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) ................................................................................................. 259
6.1. Indicação.............................................................................................. 259
6.2. Contraindicação................................................................................... 259
6.3. Composição......................................................................................... 260
6.4. Apresentação....................................................................................... 261
6.5. Conservação........................................................................................ 261
6.6. Dose e volume..................................................................................... 261
6.7. Via de administração............................................................................ 262
6.8. Administração....................................................................................... 263
6.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................. 263
6.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................... 265
6.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina............... 266
7. Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis................................................ 268
7.1. Indicação.............................................................................................. 268
7.2. Contraindicação................................................................................... 268
7.3. Composição......................................................................................... 269
7.4. Apresentação....................................................................................... 269
7.5. Conservação........................................................................................ 269
7.6. Dose e volume..................................................................................... 269
7.7. Via de administração........................................................................... 272
7.8. Administração..................................................................................... 272
7.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................ 272
7.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina.................. 274
7.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina.............. 275 8. Vacina adsorvida difteria e tétano adulto..................................................... 277
8.1. Indicação.................................................................................. ........... 277
8.2. Contraindicação.......................................................................
8.3. Composição..................................................................
8.4. Apresentação................................................................
8.5. Conservação...........................................................................
8.6. Dose e volume........................................................................ ........... 278
............ 277
....................... 277
....................... 278
............. 278
..
8.7. Via de administração........................................................................... 280
8.8. Administração..................................................................................... 281
8.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................. 281
8.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................... 282
8.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ............. 2839. Vacina rotavírus humano G1P1[8] (atenuada) ............................................ 285
9.1. Indicação.............................................................................................. 285
9.2. Contraindicação................................................................................... 285
9.3. Composição ........................................................................................ 286
9.4. Apresentação ...................................................................................... 286
9.5. Conservação ...........................................................................
9.6. Dose e volume ........................................................................
9.7. Via de administração ............................................................. ............. 288
9.8. Administração ........................................ ............ 288
9.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina............................. 288
9.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................... 289
9.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina............... 29010. Vacina sarampo, caxumba, rubéola........................................................... 292
10.1. Indicação......................................................................................... 292
10.2. Contraindicação................................................................................. 292
10.3. Composição....................................................................................... 294
10.4. Apresentação..................................................................................... 294
10.5. Conservação...................................................................................... 294
10.6. Dose e volume................................................................................... 294
10.7. Via de administração............................................................. ............ 295
10.8. Administração.................................................................................... 295
10.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina........................... 295
10.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina................. 298
10.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina............. 298
11. Vacina febre amarela (atenuada) ...................................... 300
11.1. Indicação ........................................................................................... 300
11.2. Contraindicação ..................................................... 301
11.3. Composição ...................................................................................... 301
11.4. Apresentação .................................................................................... 301
11.5. Conservação ..................................................................................... 302
11.6. Dose e volume .................................................................................. 302
11.7. Via de administração ............................................................ ............ 302
11.8. Administração ..................................................... 303
11.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina ..........................
............ 286
............ 287
.............................
...........................
........................
................................
303
11.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina ................ 304
11.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ............ 305
12. Vacina raiva (inativada) ............................................................................. 307
12.1. Indicação ........................................................................................... 307
12.2. Contraindicação ..................................................... 307
12.3. Composição ...................................................................................... 308
12.4. Apresentação .................................................................................... 308
12.5. Conservação ..................................................................................... 308
12.6. Dose e volume .................................................................................. 308
12.6.1. Tratamento profilático antirrábico humano na pré-exposição ........ 309
12.6.2. Tratamento profilático antirrábico humano na pós-exposição ....... 310
12.6.3. Tratamento profilático antirrábico humano na reexposição ........... 310
12.7. Via de administração ......................................................................... 310
12.8. Administração .................................................................................... 313
12.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina .......................... 313
12.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina ................ 313
12.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ............ 314
13. Vacina influenza (fragmentada) ................................................................. 316
13.1. Indicação ........................................................................................... 316
13.2. Contraindicação ..................................................... 316
13.3. Composição ...................................................................................... 317
13.4. Apresentação .................................................................................... 317
13.5. Conservação ..................................................................................... 317
13.6. Dose e volume .................................................................................. 317
13.7. Via de administração ............................................................. ........... 318
13.8. Administração .......................................... ........... 318
13.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina ......................... 318
13.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina ............... 320
13.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ........... 321
14. Vacina pneumocócica – 10 valente (conjugada) ....................................... 322
14.1. Indicação .......................................................................................... 322
14.2. Contraindicação ............................................................................... 322
14.3. Composição ..................................................................................... 322
14.4. Apresentação ................................................................................... 323
14.5. Conservação .................................................................................... 323
14.6. Dose e volume ................................................................................. 323
14.7. Via de administração ....................................................................... 323
14.8. Administração ................................................................................. 324
14.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina ......................... 324
...........................
...........................
.............................
14.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina ............... 326
14.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ............ 327
15. Vacina meningocócica C (conjugada) ....................................................... 329
15.1. Indicação ........................................................................................... 329
15.2. Contraindicação ..................................................... 329
15.3. Composição ...................................................................................... 329
15.4. Apresentação .................................................................................... 329
15.5. Conservação ..................................................................................... 330
15.6. Dose e volume .................................................................................. 330
15.7. Via de administração ........................................................................ 330
15.8. Administração ..................................................... 331
15.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina ......................... 331
15.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina ............... 333
15.8.3. Procedimentos básicos após administração da vacina ........... 334
16. Vacinas utilizadas em situações especiais ...................... ......................... 33616.1. Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) ............................................. 337
16.2. Vacina adsorvida difteria e tétano infantil ......................................... 342
16.3. Vacina Haemophilus influenzae Tipo b (conjugada)
16.4. Vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) ................................. 355
16.5. Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) ................... 362
16.6. Vacina adsorvida hepatite A (inativada) ........................................... 364
16.7. Vacina varicela (atenuada) ............................................................... 375
16.8. Vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada) ........................... 382
Bibliografia........................................................................................................ 369
........................ 348
...........................
.............................
Lista de Quadros e Figuras
Quadro III-1. Esquema para tratamento profilático antirrábico humano pós-
exposição................................................................................ 3
Quadro III-2. Esquema de tratamento no caso de reexposição .................. 3
Quadro III-3. Esquema de vacinação com a vacina contra a infecção pelo
Haemophilus influenzae tipo b................................................. 3
Quadro III-4. A - Síntese das principais características das vacinas utilizadas
de forma rotineira cuja indicação é regulamentada pelo
PNI............................................................................................. 389
Quadro III-4/B. Síntese das principais contraindicações, eventos adversos,
eficácia e apresentação das vacinas utilizadas de forma
rotineira cuja indicação é regulamentada pelo PNI................ 3
Quadro III-5. Síntese das principais características das vacinas utilizadas em
situações especiais cuja indicação é regulamentada pelo
PNI............................................................................................. 394
Figura III-1/6. Sequência dos procedimentos para preparo da vacina
BCG....................................................................................... 235
Figura III-7. Visualização da pápula após a vacinação com a BCG.......... 238
Figura III-8. Posição da bisnaga na administração da VOP...................... 2
11
12
50
91
56
217
Introdução
Como referido na Parte I deste Manual de Procedimentos para
Vacinação, a normatização técnica quanto ao uso dos imunobiológicos no
âmbito do SUS é responsabilidade do Ministério da Saúde, por meio do
Programa Nacional de Imunizações - PNI, inserindo-se nesse contexto a
decisão quanto à introdução de um produto como integrante dos calendários
oficiais de vacinação, bem como a definição dos imunobiológicos para
situações especiais e para grupos populacionais específicos.
Essa decisão considera cinco critérios básicos: (1) o epidemiológico;
(2) o imunológico; (3) o tecnológico; (4) o logístico e o (5)
socioecoeconômico, que serão descritos a seguir:
o critério epidemiológico considera a relevância da prevalência
e/ou incidência da doença/agravo objeto do produto disponível;
o critério imunológico leva em conta a proteção proporcionada
pelo produto, ou seja, da sua imunogenicidade;
o critério tecnológico considera três aspectos:
o processo de produção que está sujeito a fatores
imprevisíveis;
a necessidade de garantir a sustentabilidade da inserção do
produto, nas doses indicadas, para a totalidade da
população alvo definida; e
a garantia da vacinação segura: profissionais capacitados
para o manuseio, a administração dos produtos e o
reconhecimento e condutas adequadas frente a possíveis
eventos adversos associados temporalmente ao uso do
produto;
o critério relativo à logística diz respeito à disponibilidade de
infraestrutura (transporte, armazenamento e conservação)
capaz de garantir a oferta do produto com a qualidade exigida;
21
o critério socioeconômico está relacionado ao custo-benefício da
oferta do produto, ou seja, o benefício alcançado deve
compensar os gastos com a aquisição e a administração do
imunobiológico, considerando, inclusive, que a atividade de
vacinação pressupõe gastos permanentes. Dentro desse critério
destaca-se o custo-efetividade que retrata a análise das vidas
salvas (anos de vida ganhos), dias de incapacidade evitada e
tempo livre de doença. A vacina é custo efetiva se produz
melhora nos desfechos clínicos para um aumento justificável no
custo e se verdadeiramente reduz o custo total do tratamento,
dentro de um parâmetro aceitável de investimento dentro do
sistema de saúde.
As vacinas que integram os calendários de vacinação do PNI, cujo
detalhamento quanto aos procedimentos para administração está descrito
nesta Parte III, são as seguintes:
vacina BCG;
vacina hepatite B (recombinante)
vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada);
vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus
influenzae b (conjugada);
vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis;
vacina adsorvida difteria e tétano adulto;
vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada);
vacina febre amarela (atenuada);
vacina raiva (inativada);
vacina sarampo, caxumba, rubéola;
vacina sarampo e rubéola;
vacina influenza (fragmentada);
8
219
vacina pneumocócica 10 valente (conjugada); e
vacina meningocócica C (conjugada).
Notas:
As vacinas dos calendários de vacinação do PNI estão apresentadas nesta edição do Manual de Procedimentos com a denominação estabelecida pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) nº 61, de 25 de agosto de 2008, disponível em http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/.
Apresenta-se, na sequência,a denominação anterior seguida da nova nomeclatura segundo esta RDC:
- A vacina contra a tuberculose – BCG intradérmica (BCG-ID) fica como vacina BCG;
- A vacina contra a hepatite B (HB) passa a vacina hepatite B (recombinante);
- A vacina oral contra a poliomielite (VOP) passa a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada);
- A vacina contra a difteria, o tétano e a coqueluche + a vacina contra a infecção pelo Haemophilus influenzae tipo b (tetravalente DTP+Hib) passa a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada);
- A vacina contra a difteria, o tétano e a coqueluche (tríplice bacteriana DTP) passa a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis;
- A vacina contra a difteria e o tétano (dupla adulto dT) passa a vacina adsorvida difteria e tétano adulto;
- A vacina oral contra o rotavírus humano (VORH) passa a vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada);
- A vacina contra a febre amarela (FA) passa a vacina febre amarela (atenuada);
- A vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola (tríplice viral SRC) passa a vacina sarampo, caxumba, rubéola;
- A vacina contra o sarampo e a rubéola (dupla viral SR) passa a vacina sarampo e rubéola;
- A vacina contra a influenza (sazonal) passa a vacina influenza (fragmentada);
- A vacina contra a infecção pelo pneumococo passa a vacina pneumocócica 10 valente (conjugada);
- A vacina contra a infecção pelo meningococo C passa a vacina meningocócica C (conjugada);
- A vacina contra a raiva – uso humano passa a vacina raiva (inativada).
220
Também são apresentados nesta Parte III os imunobiológicos
utilizados a partir de indicação médica em situações especiais e para grupos
específicos, disponibilizados no Centro de Referência para Imunobiológicos
Especiais (CRIE), a saber:
vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada);
vacina Haemophilus influenzae b (conjugada);
vacina pneumocócica 23 valente (conjugada);
vacina adsorvida difteria e tétano infantil;
vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular);
vacina adsorvida hepatite A (inativada);
vacina varicela (atenuada); e
vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada).
Notas:
Segundo a RDC nº 61, de 25 de agosto de 2008, já referida, e que está disponível em http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/ a denominação anterior para as vacinas utilizadas em situação especial passa a ter nova nomeclatura.
Apresenta-se, na sequência,a denominação anterior seguida da nova nomenclatura segundo esta RDC:
- A vacina de vírus inativados contra a poliomielite passa a vacina poliomielite 1, 2, 3 (inativada);
- A vacina contra a infecção pelo Haemophilus influenzae tipo b (Hib) passa a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada);
- A vacina contra a difteria e o tétano (dupla infantil DT) passa a vacina adsorvida difteria e tétano infantil;
- A vacina contra a difteria, o tétano e a coqueluche acelular (tríplice bacteriana acelular – DTP acelular) passa a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular);
- A vacina de vírus inativados contra a hepatite A passa a vacina adsorvida hepatite A (inativada);
- A vacina contra infecção pelo pneumococo passa a vacina pneumocócica 23 valente (conjugada);
- A vacina contra a varicela passa a vacina varicela (atenuada); e
- A vacina contra a febre tifóide passa a vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada).
221
Vale ressaltar que para a obtenção de resultados expressos em
termos de controle, eliminação ou erradicação das doenças
imunopreveniveis, faz-se necessário um esforço e uma atenção especial dos
profissionais de saúde, principalmente dos que atuam na atenção primária,
tendo em vista o cumprimento e a atualização do esquema de vacinação em
tempo oportuno, de acordo com os calendários de vacinação, em sua área
de responsabilidade, de forma adequada, ampla e homogênea. A Portaria
Ministerial nº 1.602, de 17 de junho de 2006, regulamente os Calendários de
Vacinação da Criança, do Adolescente, do Adulto e do Idoso.
Importante salientar que situações epidemiológicas específicas ou a
introdução de outros imunobiológicos ou mudanças nas orientações aqui
descritas, são, de forma sistemática, disseminadas pela Coordenação-Geral
do PNI, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, por
meio de informes, notas técnicas e correspondências, sendo necessário que
a equipe da Unidade de Saúde, em especial da sala de vacinação, seja
constantemente informada e orientada quanto a essas mudanças.
A descrição desses imunobiológicos nesta Parte III aborda aspectos
específicos relacionados à:
indicação;
contraindicação;
composição;
apresentação;
conservação;
dose e o volume a ser administrado; e
via e técnica de administração;
Após a apresentação dos procedimentos relativos a cada produto,
sintetiza-se, no final desta Parte, em três quadros, as principais
características dos imunobiológicos utilizados de forma rotineira e em
situações especiais. Informações adicionais sobre aspectos técnicos
222
relativos à imunização podem ser obtidas mediante consulta ao Manual de
Normas, também editado pelo PNI, à página da SVS: www.saude.gov.br/svs.
A vacina cólera não foi incluída neste Manual pelo fato de não
constituír, atualmente, recurso de valor significativo para o controle da
doença. Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não a
considera como requisito para a entrada em nenhum país de pessoas
procedentes de áreas onde exista a infecção. Não inclui, da mesma forma, a
vacina contra a varíola, que não é mais obrigatória, em razão da erradicação
da doença no mundo. No Brasil a vacina contra a varíola não é administrada
desde 1980.
223
2. Contraindicações, situações especiais, adiamento, vacinação simultânea e falsas contraindicações
Alguns fatores, situações e condições podem ser considerados como
possíveis contraindicações comuns à administração de todo e qualquer
imunobiológico. Outros fatores, situações e condições especiais devem ser
objeto de avaliação tem em vista a decisão em vacinar. Além disso, Outros
fatores, situações e condições podem apontar a necessidade do adiamento
da vacinação. Já as situações específicas, relacionadas a cada produto em
particular, estarão citadas na descrição de cada vacina.
Esses fatores, condições e situações devem ser avaliados de forma
criteriosa, principalmente tendo em conta uma conduta ainda muito comum
relativa às falsas contraindicações que interferem de forma importante para
o alcance das metas e dos percentuais de cobertura dos grupos alvo.
2.1. Contraindicações comuns a todo e qualquer produto Contraindicação é entendida como uma condição na pessoa a ser
vacinada que aumenta, em muito, o risco de um evento adverso grave, ou
que faz com que o risco de complicações da vacina seja maior que o risco
da doença contra qual se deseja proteger. A vacina não deve ser
administrada quando uma contraindicação é identificada na pessoa a ser
vacinada.
Notas:
Quando a mulher estiver grávida ou no caso de pessoa com mais de 60 anos é necessário analisar individualmente, avaliando a relação entre o risco e o benefício em vacinar, contraindicar ou adiar a vacinação.
A amamentação, por exemplo, não contraindica a vacinação, no entanto, no caso da vacina febre amarela o Ministério da Saúde recomenda o adiamento até que a criança complete seis meses de idade, pela possibilidade de transmissão do vírus vacinal pelo leite materno.
224
Para todo e qualquer imunobiológico consideram-se como
contraindicações:
a ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática) após o
recebimento de dose anterior;
história de hipersensibilidade aos componentes de qualquer um
dos produtos.
2.2. Situações especiais
São situações especiais que devem ser avaliadas, cada uma em
suas particularidades, no sentido da indicação ou não da vacinação:
pessoas que fazem uso de terapia com corticosteróides devem
ser vacinadas com intervalo de, pelo menos, um mês após a
suspensão da droga;
pessoas infectadas pelo HIV precisam de proteção especial
contra as doenças imunopreveníveis, mas é necessário avaliar
cada caso, considerando que há uma grande heterogeneidade de
situações, desde o soropositivo (portador assintomático, sem
Notas:
A ocorrência de febre, acima de 38,5 ºC, após a administração de uma vacina não constitui contraindicação à dose subseqüente.
Quando ocorrer febre administrar antitérmico de acordo com a prescrição médica.
Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.
Notas:
Essas pessoas podem estar imunodeprimidas, dependendo da dose e do tempo de utilização da droga;
São consideradas como imunossupressora a dose superior a 2mg/kg de peso, por dia, de prednisona ou equivalente para crianças, e acima de 20 mg/kg de peso, por dia, para crianças maiores e adultos, por tempo superior a 14 dias.
225
alterações imunológicas) até o imunodeprimido, com a instalação
da doença;
indivíduos classificados como HIV-positivos, mas que não
apresentam alterações imunológicas e não registram sinais ou
sintomas clínicos indicativos de imunodeficiência, podem
receber todas as vacinas dos calendários de vacinação o mais
precocemente possível.
a pessoa que fez transplante de medula óssea (pós-
transplantada) deve ser revacinada com todas as vacinas dos
calendários oficiais de vacinação (de acordo com a indicação:
idade e dose), seis a 12 meses depois do transplante; devem
ser encaminhados ao CRIE para serem vacinados;
Notas:
Nesses casos, buscar informações em documentos disponíveis no site www.saude.gov.br/svs como: o Manual dos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE); o Guia de Tratamento Clínico da Infecção pelo HIV em Pediatria; e as Recomendações para Terapia Antiretroviral em Adultos e Adolescentes
infectadas pelo HIV;
Ou encaminhar a pessoa ao CRIE;
Ou consultar a coordenação do PNI na Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde.
Notas:
Na medida em que aumenta a imunodepressão, aumenta o risco da administração de vacinas de agentes vivos, bem como a possibilidade de resposta imunológica insuficiente ou inadequada.
Pessoas com imunodeficiência clínica ou laboratorial grave não devem receber vacinas de agentes vivos.
Notas:
Considerar que o transplantado, com relação à resposta imune, pode ser afetado por inúmeros fatores: imunidade do doador, tipo de transplante, tipo de célula utilizada, medicamentos imunossupressores etc.
Consultar o Manual do CRIE.
226
2.3. Adiamento da vacinação
O adiamento da administração de um imunobiológico é uma uma
decisão que está relacionada a uma condição específica da pessoa que vai
receber a vacina (física e ou biológica) ou à possibilidade de interferência
entre vacinas no caso de vacinas vivas.
A decisão por adiar uma vacina está relacionada a uma atitude de
precaução por parte do profissional de saúde que deve avaliar a relação
entre o risco e o benefício de uma determinada imunização. Em algumas
situações pode não haver proibição absoluta, mas há uma condição que,
naquele determinado momento, pode resultar na ocorrência de um evento
adverso grave ou comprometer a capacidade do imunobiológico em produzir
a imunidade.
O adiamento da administração de um imunobiológico, no entanto,
deve ocorrer somente em situações muito específicas a exemplo das
descritas a seguir:
quando a pessoa estiver recebendo dose elevada de corticóide,
a vacinação com vacinas de vírus vivo atenuado ou com vacina
de bactéria viva deve ser adiada por 30 dias depois da
suspensão ou do termino do tratamento;
a administração de imunoglobulina humana (gamaglobulina)
sangue total ou plasma deve ser adiada nos três meses
anteriores à imunossupressão por doença ou terapêutica
(quimioterapia, radioterapia);
Nota: Considerar como elevada a dose maior que 2mg/kg de peso/por dia, de
prednisona ou equivalente para crianças e maior que 20mg/kg de peso/por dia para crianças maiores e adultos, por um período inferior a 14 dias.
Essa avaliação deve ser procedida pelo médico da Unidade de Saúde.
227
quando a pessoa apresenta doença grave febril principalmente
para que os sinais e sintomas da doença não sejam atribuídos
ou confundidos com possíveis eventos adversos relacionados à
vacina aplicada.
2.4. Vacinação simultânea
A vacinação simultânea consiste na administração de duas ou mais
vacinas em diferentes locais ou vias de administração. Todas as vacinas dos
calendários de vacinação, de um modo geral, podem ser administradas
simultaneamente sem que ocorra interferência na resposta imunológica. A
administração simultânea também não aumenta a possibilidade de reações
adversas locais ou sistêmicas.
Nessas situações, as vacinas devem ser administradas em locais
diferentes do corpo da pessoa a ser vacinada.
Como exceção tem-se a administração simultânea das vacinas da
febre amarela e a tríplice viral, pois, segundo estudos recentes, essa
simultaneidade reduz a resposta imunológica para a tríplice viral.
2.5. Falsas contraindicações
Falsa contraindicação e a situação em que o profissional de saúde
diante de situações ou ocorrências que não têm sustentação técnica ou
científica decide por não administrar a vacina, muitas vezes por receio,
insegurança ou desconhecimento.
Para evitar a adoção das falsas contraindicações é importante a
capacitação da equipe da Unidade de Saúde quanto às atualizações em
imunizações e, principalmente, a supervisão, o acompanhamento e
Nota: A justificativa para o adiamento da administração de imunoglobulina humana
(gamaglobulina) sangue total ou plasma leva em conta a possibilidade de não ocorrer resposta imunogênica.
22
presença sistemática do enfermeiro na sala de vacinação, observando e
orientando o trabalho do vacinador.
São exemplos de situações que caracterizam a ocorrência de falsas
contraindicações, ou seja, situações em que a(s) pessoa(s) pode(m) receber
qualquer vacina:
vigência de enfermidade aguda benigna, a exemplo de
processo catarral ou diarréia quando a criança é sadia, ou
infecção simples das vias respiratórias superiores (resfriado
comum, coriza, catarro), sem febre;
criança prematura, com exceção daquelas com peso inferior a
2 kg;
ocorrência de reação a uma dose anterior da vacina, a exemplo
da reação local (dor, vermelhidão ou inflamação no lugar da
injeção) ou febre inferior a 40,5 ºC, registrada após a
administração da vacina tetravalente;
uso de antibiótico ou antiviral, uma vez que esses
medicamentos não interferem na resposta imune às vacinas;
vigência de desnutrição, uma vez que mesmo nessas situações
a resposta às vacinas é adequada e não há aumento dos
eventos adversos;
diagnóstico clínico prévio de doença, relacionada a vacina a ser
administrada;
vigência de doença neurológica estável;
história familiar de convulsões relacionadas à vacina adsorvida
difteria, tétano, pertussis ou à vacina sarampo, caxumba,
rubéola;
história familiar da síndrome de morte súbita do lactente
relacionada à vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis;
8
229
história de alergia aos antibióticos contidos nas vacinas
(neomicina, estreptomicina ou polimixima B), salvo se a reação
alérgica que se apresentou tenha sido do tipo anafilática;
vigência de tratamento com corticosteróides em dias
alternados, em dose inferior a 2mg/kg/dia de prednisona ou
equivalente, no caso de criança, ou em dose inferior a
20mg/kg/dia em criança maior ou adulto, pois nessas situações
essa pessoa não é considerada imunodeprimida;
uso de corticosteróides inalatório ou tópico ou com dose de
manutenção fisiológica;
quando a pessoa é contato domiciliar de mulher grávida, ou
seja, quando convive com gestante, uma vez que os vacinados
não transmitem os vírus vacinais do sarampo, caxumba ou da
rubéola;
quando a mulher está no período de amamentação pode ser
vacinada;
quando a pessoa está fazendo tratamento antirrábico;
quando a pessoa relatar história remota de diagnóstico clínico
da doença objeto de prevenção da vacina que está sendo
administrada ela pode ser vacinada.
Nota: Atualmente, a exceção, no caso da mulher que está amamentando, refere-
se à vacina febre amarela (atenuada), cuja administração deve ser adiada até que a criança complete seis meses de idade, pela possibilidade de transmissão do vírus vacinal pelo leite materno.
Nota: Nas situações de surto quando a pessoa relatar diagnóstico clínico da
doença objeto da vacinação (medida de controle) é indicado o adiamento da vacinação.
230
3. Vacina BCG
3.1 Indicação
A vacina BCG (bacilo de Calmette e Guerin) é indicada para
prevenir as formas graves da tuberculose (miliar e meníngea) nos menores
de cinco anos, mais freqüentemente nos menores de um ano.
A vacina é administrada nas primeiras 12 horas de vida,
preferencialmente na maternidade ou na primeira visita do bebê à Unidade
de Saúde, considerando que quanto menor a idade maior a eficácia da
vacina.
A criança portadora do HIV (positiva assintomática) e a criança cuja
mãe é HIV-positiva devem receber a vacina BCG o mais precocemente
possível.
A vacina BCG é utilizada, também, para a pessoa que é
comunicante de paciente de hanseníase (contato intradomiciliar), com o
objetivo de propiciar proteção cruzada contra a doença, adotando esquema
diferenciado, conforme orientado neste tópico 3, no item 3.6.
3.2. Contraindicação
A vacina BCG é contraindicada nas situações gerais referidas no
tópico 2 desta Parte do Manual, bem como para os portadores do HIV
positivos, independente dos sintomas, crianças sintomáticas e com
imunodeficiência congênita;
3.3. Composição
A vacina BCG é preparada com bacilos vivos, a partir de cepas do
Mycobacterium bovis, atenuadas com glutamato de sódio. A subcepa
Nota: A administração da vacina BCG deve ser adiada quando a criança apresentar
peso inferior a 2kg, devido à escassez do tecido cutâneo (panículo adiposo) e quando apresentar lesões de pele por todo corpo.
231
utilizada no Brasil é a Moureau-Rio de Janeiro, mantida sob sistema de lote
semente no Status Serum Institut de Copenhagen, na Dinamarca.
3.4. Apresentação
A vacina BCG é apresentada sob a forma liofilizada em ampola
multidoses, acompanhada da ampola do diluente que é específico para a
vacina.
3.5. Conservação
A vacina BCG é conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
3.6. Dose e volume
O esquema de vacinação com a BCG corresponde a uma dose, a
partir do nascimento.
O volume de cada dose corresponde a 0,1 ml, rigorosamente, para
evitar complicações.
No caso de contato intradomiciliar de paciente com diagnóstico de
hanseníase, que não apresenta sinais e sintomas, independente de ser
Notas:
Na ausência da cicatriz é indicada a revacinação seis meses após a primeira dose (intervalo mínimo).
A revacinação, no entanto, só pode ser feita até duas vezes, vez que a ausência de cicatriz não significa necessariamente que a pessoa não está imunizada.
A realização do teste tuberculínico é dispensável, antes ou depois da administração da vacina BCG, inclusive para os contatos de pacientes de hanseníase.
Notas:
A vacina BCG não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da vacina.
232
paucibacilar (PB) ou multibacilar (MB), o esquema de vacinação deve
considerar a história vacinal do contato, da seguinte forma:
contato domiciliar sem cicatriz vacinal: fazer uma dose;
contato domiciliar com uma cicatriz vacinal: fazer uma dose;
contato domiciliar com duas cicatrizes: não vacinar.
A administração da vacina é feita na própria sala de vacinação, ou
seja, no mesmo espaço e no mesmo dia em que são vacinados os demais
usuários da Unidade de Saúde.
3.7. Via de administração
A vacina BCG é administrada por via intradérmica, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.2.
Notas:
A presença da cicatriz vacinal é considerada como primeira dose para efeito de registro, independente do tempo transcorrido desde a vacinação que provocou o aparecimento da cicatriz.
Quando necessário administrar uma 2ª dose em contato de paciente de hanseníase administrar um pouco acima ( 1 cm) da cicatriz existente.
A vacinação com a BCG na gestante, contato de paciente de hanseníase deve ser transferida para depois do parto.
O registro da dose administrada é feito no comprovante de vacinação e no prontuário do caso índice de hanseníase.
Estudos têm demonstrado que nas administrações subseqüentes da vacina BCG a evolução vacinal é mais acelerada e a cicatrização precoce.
Como a vacina BCG apenas aumenta a proteção contra as formas da hanseníase, o contato intradomiciliar deve comparecer à Unidade de Saúde, anualmente (durante dois anos), para o exame dermatoneurológico de controle.
233
3.8. Administração
3.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina BCG, o vacinador deve adotar os
seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e
outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina e o diluente do refrigerador ou da caixa
térmica, verificando o nome dos mesmos, bem como o prazo
de validade conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3, 5 e 6;
Notas:
A administração da vacina é feita na região do músculo deltóide, no nível da inserção inferior, na face externa superior do braço direito.
O uso do braço direito tem por finalidade facilitar a identificação da cicatriz em avaliações da atividade de vacinação.
Quando essa recomendação não puder ser seguida, em situações especiais, registrar o local da administração no comprovante de vacinação.
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
234
Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópico 6, item 6.3.3, e de acordo com a orientação a
seguir específica para a vacina BCG:
aspirar todo diluente com a seringa, deixando-a de reserva
protegida com a ampola (Figura III-1);
tomar a ampola que contém o liófilo (pó) e bater levemente
na mesma com o dedo para que o pó se deposite no fundo
(Figura III- 2);
verificar se o gargalo da ampola está seco;
serrar o gargalo da ampola;
envolver a ampola com o saco plástico da embalagem
(Figura III-3);
quebrar a ampola no ponto em que foi serrada;
retirar o plástico lentamente, para que o ar penetre na
ampola de forma gradual (Figura III - 4);
injetar parte do diluente (entre 0,5 ml e 1,0 ml), lentamente,
pelas paredes da ampola que contém o pó vacinal,
umedecendo-o;
Nota: Como a vacina BCG é fechada a vácuo, quando o ar entra bruscamente no
interior da ampola, o pó vacinal pode ser expulso sob a forma de aerossol e contaminar o ambiente.
Nota: O diluente no momento da reconstituição deve estar na mesma
temperatura da vacina, ou seja, entre +2 ºC e +8 ºC – ideal + 5 ºC.
O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos seis horas antes da reconstituição.
235
realizar um movimento rotatório em sentido único com a
ampola até obter uma suspensão homogênea (Figura III-5);
injetar o restante do diluente e voltar a fazer o movimento
rotatório em sentido único para que a suspensão fique
homogênea (Figura III-6);
Figura III-1/6 – Sequência dos procedimentos para preparo da vacina BCG
2 3
4
1
5 6
Apoiar a ampola com a vacina reconstituída (envolvida no saco
plástico ou na embalagem da seringa usa para diluição) em um
recipiente (copo plástico descartável, por exemplo);
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação
da seringa se a dosagem está correta (0,1ml);
Nota:
O uso do saco plástico ou da embalem da seringa tem por finalidade proteger a vacina da poeira e de gotas de água.
O recipiente que sustenta a ampola deve estar resfriado; para isto, colocá-lo, com antecedência, no refrigerador ou na caixa térmica.
Nota:
Antes de aspirar, repetir o movimento rotatório em sentido único para
236
Recolocar a vacina no recipiente, dentro da caixa térmica, até a aspiração de nova dose.
3.8.2. Procedimentos básicos para a administração da vacina Para a administração da vacina BCG são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável, conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2., bem como no tópico 6, item
6.4.2.;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Notas:
O frasco multidoses da vacina BCG, uma vez aberto pode ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
Esse prazo só deve ser respeitado se o produto for mantido sob temperatura adequada (+ 2 ºC a + 8º C) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação,
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar a sobra da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.
237
Colocar uma das mãos por baixo do braço direito da pessoa e,
com o dedo polegar e o indicador, distender a pele da região
do deltóide, conforme orientado na Parte II deste Manual, no
tópico 6, item 6.4.2. que trata dos procedimentos básicos para
a injeção intradérmica;
Introduzir a seringa nas camadas superficiais da pele, na
inserção inferior do deltóide, na face externa do braço direito,
até que o bisel desapareça; não aspirar;
Injetar 0,1 ml da vacina lentamente;
Notas:
O bisel da agulha deve estar voltado para cima;
A seringa deve formar com o braço um ângulo de 15º;
A dose da vacina deve ser de 0,1ml, exatamente;
O procedimento correto na introdução da agulha no local indicado (formando um ângulo de 15º) e a administração da dose exata (0,1ml), previnem complicações.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Na injeção intradérmica, especialmente, o uso do álcool não é indicado para evitar uma possível interação com o líquido injetável, em face da presença dos poros e pelo fato de o líquido ser depositado muito próximo da epiderme.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento..
238
Figura III-7 – Visualização da pápula após a vacinação com a BCG
3.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina
Após a administração da vacina BCG são procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 4, item 4.2.;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Notas:
Imediatamente após a injeção da vacina BCG aparece no local uma pápula de aspecto esbranquiçado e poroso (tipo casca de laranja), com bordas bem nítidas e delimitadas (figura III-7).
A pápula formada desaparece posteriormente.
Fonte: MPV/MS, 2001
239
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
evolução normal da lesão vacinal;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote
e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar
a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, item 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento
adverso.
Notas:
A lesão vacinal ocorre da seguinte forma:
após a injeção de 3 a 4 semanas surge no local da administração um nódulo (caroço);
entre 4 a 5 semanas o nódulo evolui para uma pústula (ferida com pus);
em seguida evolui para uma úlcera (ferida aberta) de 4 a 10 mm de diâmetro; e
entre 6 a 12 semanas, finalmente forma-se uma crosta (ferida com casca em processo de cicatrização .
Não cobrir a úlcera que resulta da evolução normal da lesão vacinal.
O local deve ser sempre limpo.
Não é necessário colocar qualquer medicamento e nem realizar curativo.
O processo de cicatrização dura, em média, três meses, podendo se prolongar por até seis meses.
2
Notas:
A pessoa vacinada ou o seu responsável deve ser orientado para retornar à Unidade de Saúde nas seguintes situações:
ausência de cicatriz vacinal num período de até 6 meses após a vacinação, para proceder a revacinação;
quando a úlcera (ferida) provocada pela vacina for maior que 1cm;
quando do aparecimento de sinais de abscesso frio ou quente;
no surgimento de sinais de linfadenopatia: ínguas volumosas na região axilar, supra ou infraclavicular (debaixo do braço, sobre e embaixo da clavícula), do mesmo lado em que foi administrada a vacina; ou
quando além destes sinais surgir qualquer outro sinal ou sintoma.
Os eventos adversos decorrentes da vacinação com a BCG são, em geral, locais e pouco freqüentes, e, na maioria dos casos, decorrem de falhas no preparo, manuseio e na administração da vacina, tais como:
administração profunda (subcutânea)
má diluição do liófilo;
dose com maior volume do que o recomendado (0,1ml); ou
contaminação durante os procedimentos.
Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
40
241
4. Vacina hepatite B (recombinante)
4.1. Indicação
A vacina previne a infecção pelo vírus da hepatite B. Protege também
contra infecção pelo vírus da hepatite D, uma vez que este só é detectado
em pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B.
A vacina é indicada para:
menores de um ano de idade, a partir do nascimento,
preferencialmente, nas primeiras doze horas de vida, ainda na
maternidade;
Para a população de um a 24 anos de idade;
Para mulheres grávidas (a partir do 2º trimestre da gravidez);
Para grupos da população ou pessoas em situações específicas
na faixa acima de 20 anos, a saber:
população indígena;
população de assentamentos e acampamentos;
trabalhadores de saúde
Notas:
No caso de recém-nascido cuja mãe tem sorologia positiva para HbsAg administrar a vacina nas primeiras 12 horas juntamente com a imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB). Este procedimento resulta em alta eficácia na prevenção da transmissão vertical da infecção (da mãe para o filho).
Os procedimentos básicos para a administração da IGHAHB estão descritos na Parte IV deste Manual, no tópico 10.
Prematuros menores de 33 semanas ou 2.000g deverão receber uma dose extra com 2 meses, perfazendo um esquema de quatro doses;
Criança cuja mãe é HIV positivo deve receber o esquema de quatro doses (conforme orientado neste tópico no item 4.6. (dose e volume), a seguir.
2
população reclusa em presídios, hospitais psiquiátricos,
instituições de reeducação de menores;
usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas;
agentes de segurança atuante em presídios e delegacias
penitenciárias;
doadores de sangue;
potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou
politransfundidos;
portadores de doenças sexualmente transmissível;
caminhoneiros;
comunicantes sexuais de pessoas portadoras do VHB;
prostitutos e prostitutas;
homens e mulheres que mantêm relações sexuais com
pessoas do mesmo sexo (HSH e MSM);
Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais (LGBTT)
pessoas que convivem continuamente em domicílio com
pessoas portadoras do vírus da hepatite B;
vítimas de abuso sexual;
coletadores de lixo hospitalar e domiciliar;
pessoal vinculado às instituições de defesa, segurança e
resgate (forças armadas, policia militar, civil e rodoviária,
corpo de bombeiros);
vítimas de acidentes com material biológico positivo ou
fortemente suspeito de contaminação;
manicures, pedicuros e podólogos;
42
243
Para situações em que há indicação médica, conforme exemplos listados
na sequência, a vacina hepatite B (recombinante) pode ser administrada na
sala de vacinação ou no Centro de Referência para Imunobiológicos
Especiais (CRIE):
Pessoas infectadas com HIV;
vivendo com Aids;
portadoras de asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas;
em convívio domiciliar contínuo com portadores de VHB;
doadoras de órgãos sólidos ou de medula óssea;
com imunodeficiência congênita ou adquirida;
com doenças autoimune;
com doenças do sangue;
com fibrose cística (mucoviscidose);
hemofílicas;
portadoras de hepatopatias crônicas e hepatite C;
portadoras de doenças renais crônicas/ diálise/ hemodiálise;
imunodeprimidas;
portadoras de neoplasias;
transplantadas de órgãos sólidos ou de medula óssea.
Notas:
A vacinação com a vacina hepatite B (recombinante) antes da exposição (pré-exposição) está indicada para profissionais de saúde, comunicantes domiciliares de portadores de AgHBs, reclusos e participantes de outras comunidades fechadas, prostitutas e homens e mulheres que fazem sexo com parceiros do mesmo sexo.
A vacinação com a a vacina hepatite B (recombinante) pré-exposição pode ser feita nas unidades de saúde da rede de serviços do SUS.
Consultar norma específica e/ou encaminhar ao CRIE de referência, no caso de pessoa em qualquer faixa etária incluída em grupo de maior risco para a doença e suas complicações, em decorrência de patologias de base já existentes.
244
4.2. Contraindicação
A vacina hepatite B (recombinante) é contraindicada nas situações
gerais referidas no tópico 2 desta Parte do Manual, destacando-se a
vigência de história de:
anafilaxia prévia a qualquer dose da vacina;
hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da vacina.
4.3. Composição
A composição varia conforme o laboratório produtor. A vacina hepatite
B (recombinante) contem o antígeno recombinante de superfície (rHBsAg)
que é purificado por vários métodos físico-químicos, adsorvido por hidróxido
de alumínio, tendo o timerosal como conservante.
4.4. Apresentação
A vacina hepatite B (recombinante) é apresentada sob a forma líquida
em frasco unidose ou multidoses, isolada ou combinada com outros
imunobiológicos.
4.5. Conservação
A vacina hepatite B (recombinante) é conservada entre +2 ºC e +8 ºC,
sendo ideal +5 ºC, conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
Notas:
A vacina não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da vacina
Nota: A vacina hepatite B (recombinante) pode ser administrada simultaneamente com
outras vacinas ou com qualquer intervalo entre uma administração e outra.
245
4.6. Dose e volume
O esquema de administração da vacina hepatite B (recombinante)
corresponde, de maneira geral, a três doses, com intervalo de um mês entre
a primeira e a segunda dose. A terceira dose é administrada seis meses
após a primeira. Situações individuais específicas podem exigir a adoção de
esquema e dosagem diferenciados.
A adoção do esquema básico para vacinação com a vacina hepatite B
(recombinante) pode ser feita da seguinte forma:
a 1a dose é administrada ao nascer, ainda na maternidade,
simultaneamente com a vacina BCG;
a 2a dose é administrada aos 30 dias de vida; e
a 3a dose aos seis meses, junto com a vacina poliomielite 1, 2, 3
(atenuada), com a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e
Haemophilus influenzae b (conjugada) e a vacina pneumocócica
10 valente (conjugada).
O volume a ser administrado é de 0,5ml para neonatos, lactentes,
crianças e menores de 20 anos. A partir dos 20 anos a dose é de 1,0ml.
Nota:
Em situações muito especiais, a exemplo da vacinação em áreas de difícil acesso, uma alternativa para os menores de um ano de idade que pode facilitar a operacionalização é a seguinte:
1a dose ao nascer, na maternidade, junto com a vacina BCG-ID;
2a dose aos dois meses, junto com a vacina poliomielite, a tetra e a VORH; e
3a dose aos seis meses, junto com a vacina poliomielite e a tetra.
Crianças nascidas com menos de 2.000 g ou de 33 semanas de idade gestacional administrar uma dose adicional (quatro doses) da HB, ou seja, acrescentar uma dose extra com dois meses de idade. O esquema pode ser assim: 1ª dose: ao nascer; 2ª dose: com um mês; 3ª dose: aos dois meses; e a 4ª dose: aos seis meses de idade.
246
4.7. Via de administração
A vacina hepatite B (recombinante) é administrada por via
intramuscular, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item
6.4.4.
4.8. Administração
4.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina hepatite B (recombinante), o vacinador
deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Notas:
Como nos grupos de risco (renais crônicos, politransfundidos, hemofílicos etc.) ocorre uma menor produção de anticorpos, deve ser administrado o dobro da dose, ou seja: 2,0ml para adultos a partir de 20 anos; e 1,0ml para crianças e adolescentes até 19 anos.
Em situações especiais encaminhar a pessoa ao CRIE de referência.
Notas:
Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.
Em crianças maiores e nos adultos utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.
A vacina hepatite B (recombinante) não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
A vacina hepatite B (recombinante) não deve ser administrada por via subcutânea, pois a ação do hidróxido de alumínio pode provocar uma reação local mais intensa, entretanto, excepcionalmente, essa via pode ser utilizada para a administração da vacina em pessoas com doenças hemorrágicas (pacientes hemofílicos, com púrpura trombocitopênica ou com outras doenças de coagulação sanguínea).
247
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros
materiais,conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3
e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o
nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
frasco para que ocorra a homogeneização da vacina;
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação da
seringa se a dosagem está correta;
Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova
dose;
Nota:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas, principalmente em razão da presença do hidróxido de alumínio como adjuvante.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.
248
4.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina
Para a administração da vacina hepatite B (recombinante) são
procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre
os procedimentos básicos para administração de injeções por
via intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Notas:
O frasco multidoses da vacina hepatite B (recombinante), uma vez aberto pode ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
Esse prazo só deve ser respeitado se o produto for mantido sob temperatura adequada (+ 2 ºC a + 8º C) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação,
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar a sobra da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação de perdas de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.
249
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à
massa muscular da região escolhida;
Injetar o líquido lentamente; e
Retirar a seringa/agulha com movimento firme e único.
4.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina hepatite B (recombinante) são
procedimentos básicos:
Notas:
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.
No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Imediatamente após a administração da HB em hemofílicos, fazer compressão no local por cinco minutos com algodão seco.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Na injeção intradérmica, especialmente, o uso do álcool não é indicado para evitar uma possível interação com o líquido injetável, em face da presença dos poros e pelo fato de o líquido ser depositado muito próximo da epiderme.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
250
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala
de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações consideradas como
mais comuns;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do
lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e
agendar a próxima vacina, caso necessário, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e
3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Notas:
São reações mais comuns: eritema (vermelhidão), enduração no local da injeção, febre, cefaléia (dor de cabeça), tontura, fadiga e desconforto gastrointestinal.
Nas primeiras 24 horas após o recebimento da vacina observar a ocorrência de sangramento local.
Fazer compressa fria, durante 15 minutos, três vezes ao dia no caso de dor ou vermelhidão
Não usar compressa quente no local da administração da vacina.
Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.
251
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento
adverso.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
5. Vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada)
5.1. Indicação
A vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) é indicada para prevenir a
poliomielite é administrada a partir dos dois meses de idade.
A utilização da vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) toma como base
os seguintes aspectos:
É simples de administrar, sendo bem aceita pelos vacinados;
Induz imunidade humoral (sistêmica) e imunidade de mucosa
(local);
Resulta em proteção dos contatos das pessoas vacinadas; e
Tem viabilizado, em várias partes do mundo, a eliminação da
doença causada pelo poliovírus selvagem.
5.2. Contraindicação
A vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) é contraindicada nas situações
gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1., e também nos
seguintes casos:
pessoas com imunodeficiência humoral ou mediada por
células, com neoplasias, ou que estão fazendo uso de terapia
imunossupressora;
pessoas que apresentaram poliomielite paralítica associada a
dose anterior desta mesma vacina; e
Notas:
Nas campanhas de vacinação em massa, realizadas no Brasil desde 1980, a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) tem sido administrada no grupo de zero a quatro anos, independente do estado vacinal prévio.
As campanhas visam, sobretudo, estabelecer proteção coletiva nas comunidades, mediante a substituição do vírus selvagem circulante pelo vírus vacinal.
252
253
em lactentes e crianças internados em unidade de terapia
intensiva (UTI).
5.3. Composição
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é trivalente, ou seja, contém
suspensão dos vírus atenuados da poliomielite, tipos 1, 2 e 3 (cepa Sabin),
preparados em tecidos de rim do macaco verde africano (Clorocebus
aethiops).
A vacina usada no Brasil tem, atualmente, a seguinte concentração
de partículas virais, em cada dose:
poliovírus tipo 1: 1.000.000 DICT2 50;
poliovírus tipo 2: 100.000 DICT 50;
poliovírus tipo 3: 600.000 DICT 50.
Outras substâncias também estão presentes na vacina, como o
cloreto de magnésio, arginina (estabilizante), vermelho fenol (corante-
indicador de pH), sulfato de Kanamicina e traços de neomicina, sulfato de
sódio, magnésio e potássio.
5.4. Apresentação
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é apresentada sob a forma
líquida, em frasco multidoses.
A enfrascagem depende do laboratório produtor, sendo apresentada,
geralmente, em bisnaga conta-gotas de plástico.
2 DICT: dose infectante em cultura de tecido
Nota: Nos casos de poliomielite paralítica associada à vacina poliomielite 1, 2, 3
(atenuada) indicar a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada).
254
5.5. Conservação
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é conservada, no nível local,
entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 5.
5.6. Dose e volume
Cada dose, em geral, corresponde a duas gotas, podendo variar
conforme especificações do laboratório produtor.
O esquema básico da vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada)
corresponde a três doses a partir dos dois meses de idade, sendo de 30 dias
o intervalo mínimo entre as doses.
Aos 15 meses é administrada a dose de reforço. Em situações
especiais o intervalo para o reforço pode ser reduzido para até seis meses.
5.7. Via de administração
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é administrada por via oral.
5.8. Administração
5.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada), o
vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Notas:
Não há intervalo máximo entre as doses, mas a vacinação básica deve ser completada o mais rapidamente possível, preferentemente até aos seis meses de vida.
Nos casos em que houver descontinuidade da vacinação, esta prosseguirá com a dose que o individuo iria receber quando se deu a interrupção.
255
Organizar todo o material, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando
o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6.
5.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) são
procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.1. sobre os
procedimentos básicos para administração de soluções por via
oral;
Abrir a bisnaga e manter a tampa da mesma na mão;
Notas:
Quando criança pedir ao responsável para colocá-la no colo.
Para vacinar a criança de colo o vacinador deve colocar-se por trás da mesma, inclinar sua cabeça ligeiramente para trás e fazer pressão nas bochechas.
Notas:
Observar a técnica de assepsia, manuseando sem contaminar o frasco da vacina.
Dependendo da situação, como, por exemplo, nas campanhas, evitar o contato prolongado do frasco da vacina com o calor da mão, utilizando duas bisnagas, alternando-as a cada administração.
Notas:
Lavar as mãos, no mínimo, antes e após o preparo e administração da vacina;
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina, manuseando sem contaminar a bisnaga conta-gotas de plástico.
256
Manter o frasco plástico na posição obliqua (45º), com o bico
conta-gotas para baixo;
Fazer uma leve pressão no frasco (sempre na posição oblíqua),
para pingar a primeira gota sobre a língua da pessoa a ser
vacinada;
Figura III-8 – Posição da bisnaga na administração da VOP
Colocar o frasco na posição vertical (para permitir a formação de
uma nova gota, evitando a saída de ar);
Repetir a operação, para pingar a segunda gota.
Recolocar o frasco conta-gotas na caixa térmica até a
administração de nova dose.
Notas:
Cuidar para não pingar mais de duas gotas.
Evitar encostar o bico conta-gotas na boca da pessoa para não contaminá-lo, caso isso aconteça desprezar o restante das doses, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 3, item 3.2, registrando o número de doses desprezadas para subsidiar a avaliação da utilização de vacinas.
Esperar a pessoa engolir a vacina; se a mesma cuspir, regurgitar ou vomitar, imediatamente repetir a dose.
Não é necessário fazer intervalo entre a alimentação (inclusive leite materno) e a administração da vacina.
Fonte: Bula da Vacina contra Pólio
257
5.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina
Após administrar a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) são
procedimentos básicos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações consideradas como
mais comuns;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote e
a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar a
próxima vacina, caso necessário, conforme orientado neste
Notas:
Na rotina, a bisnaga multidoses da vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada), uma vez aberta, desde que mantida sob temperatura adequada (+ 2 ºC a + 8º C) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação, deve ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
A data e o horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
Nas atividades extramuros (campanha, intensificação e bloqueio) desprezar as sobras da vacina ao término da jornada de trabalho (pelos riscos de contaminação).
O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.
Nota:
Quando for administrada a última dose do frasco da vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) desprezá-lo adequadamente, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item 4.2., que trata dos cuidados com o lixo da sala de vacinação.
258
Manual, na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no
tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso específico,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o retorno,
quando for o caso, para a complementação do esquema básico de
vacinação e na ocorrência de evento adverso.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
259
6. Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) 6.1. Indicação
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus
influenzae b (conjugada), uma associação da vacina DTP (tríplice
bacteriana) com a vacina contra a infecção causada pelo Haemophilus
influenzae tipo b (Hib), é indicada para crianças menores de um ano.
A vacina protege contra a difteria, o tétano, a coqueluche e contra
infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b, tais como a
meningite bacteriana, a pneumonia, a otite, a artrite e septicemias.
A associação entre a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e a
vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) reduz o número de
administrações injetáveis nos menores de um ano, por reunir em uma única
vacina os componentes de quatro imunobiológicos.
6.2. Contraindicação
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus
influenzae b (conjugada) está contraindicada nas situações gerais referidas
nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1, e também nos seguintes casos:
Ocorrência de convulsão nas primeiras 72 horas após a
administração da vacina;
Ocorrência de episódio hipotônico-hiporresponsivo nas
primeiras 48 horas após a administração da vacina;
Ocorrência de encefalopatia aguda grave, sete dias após a
administração da vacina;
História de choque anafilático após administração da vacina;
Quando a criança tiver completado os sete anos.
2
6.3. Composição
A vacina associa a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e a
vacina Haemophilus influenzae b (conjugada).
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis é uma vacina combinada,
ou seja, contém no mesmo frasco-ampola o toxóide diftérico, o toxóide
tetânico e a bactéria Bordetella pertussis inativada. Contém, ainda, o
hidróxido de alumínio como adjuvante e o timerosal como preservativo.
A composição de uma dose da vacina adsorvida difteria, tétano,
pertussis é a seguinte:
Toxóide diftérico purificado: 10Lf3;
Toxóide tetânico purificado: 10Lf;
Suspensão de células inteiras de Bordetella pertussis inativada:
16Ui4;
Hidróxido de alumínio (adjuvante): < 1,25mg;
Timerosal como preservativo.
A vacina Haemophilus influenzae b é uma vacina conjugada, ou seja,
contém parte da bactéria Haemophilus influenzae unida a uma proteína, o
que aumenta a sua capacidade de produzir resposta imunológica.
A composição de uma dose da vacina Haemophilus influenzae b
(conjugada) é a seguinte:
Polissacarídeo capsular de Haemophilus influenzae (PRP):10μg5;
Conjugado com toxóide tetânico (carreador protéico): 20 a 40μg.
3 Lf: unidade de floculação. 4 Ui: unidades internacionais. 5 μg: micrograma.
Nota: Sobre as situações que contraindicam a DTP+Hib consultar o Manual de Vigilância
Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação, do Ministério da Saúde.
60
261
6.4. Apresentação
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis apresenta-se na forma
líquida e a vacina Haemophilus influenzae b apresenta-se sob a forma
liofilizada (pó).
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis funciona como diluente,
ou seja, quando adicionada ao pó da vacina Haemophilus influenzae b
(reconstituição) obtém-se a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e
Haemophilus influenzae b (conjugada) que se apresenta em frascos
contendo cinco ou 10 doses.
6.5. Conservação
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus
influenzae b (conjugada) é conservada numa temperatura entre +2 ºC e +8
ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico
5.
6.6. Dose e Volume
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus
influenzae b (conjugada) é indicada para menores de um ano, a partir dos
dois meses de idade.
Notas:
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da vacina.
Nota: O componente difteria, tétano, pertussis só pode ser utilizado como diluente do
componente Haemophilus influenzae b, ou seja, não podem ser usados separadamente, nem com outro tipo de diluente, pois foram preparados especialmente para esta finalidade.
262
O esquema corresponde a três doses, administrada aos dois, aos
quatro e aos seis meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses.
Aos 15 meses deverá ser feito o primeiro reforço apenas com a vacina
adsorvida difteria, tétano e pertussis. Um segundo reforço é dado aos quatro
anos.
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml, podendo variar
de acordo com o laboratório produtor.
6.7. Via de Administração
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus
influenzae b (conjugada) é administrada por via intramuscular profunda,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.
Notas:
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) não deve ser administrada em crianças que já tomaram a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis ou a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) isoladamente.
A vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) só deve ser administrada até os seis anos, 11 meses e 29 dias.
Notas:
Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.
Em crianças maiores utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.
A adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
263
6.8. Administração
6.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e
Haemophilus influenzae b (conjugada) o vacinador deve adotar os seguintes
procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e
outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando
o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 6, item 6.3.3., fazendo a reconstituição;
Fazer a reconstituição da vacina, introduzindo, lenta e
suavemente, a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis no
frasco contendo a vacina Haemophilus influenzae b (liófilo),
sem deixar que forme espuma, obtendo uma solução
homogênea;
Notas:
Lavar as mãos, no mínimo, antes e após o preparo e administração da vacina;
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina;
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
264
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação
da seringa se a dosagem está correta
Notas:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.
Notas:
O componente difteria, tétano e pertussis, como já referido, só pode ser utilizado como diluente do componente Haemophilus influenzae b. Não podem ser utilizados separadamente, nem com outro tipo de diluente, pois foram preparados, especialmente, para formarem a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada).
Observar o frasco da vacina difteria, tétano e pertussis, cuidadosamente, para detectar a presença de qualquer partícula.
Devido à presença do hidróxido de alumínio como adjuvante, antes de aspirar cada dose é indispensável fazer movimentos rotatórios e suaves com o frasco, sem deixar que forme espuma, para que a vacina fique mais homogênea e provoque menos reações locais.
O frasco multidoses da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), após a diluição, poderá ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2 ºC a +8 ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas, independente do motivo deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.
265
Recolocar o frasco da vacina na caixa térmica até a aspiração
de outra dose.
6.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e
Haemophilus influenzae b (conjugada) são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre
os procedimentos básicos para administração de injeções por
via intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à
massa muscular da região escolhida;
Notas:
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa, fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar e introduzir a agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;
No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
266
Injetar o líquido lentamente; e
Retirar a seringa/agulha com movimento firme e único.
6.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e
Haemophilus influenzae b (conjugada) são procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de perfuro
cortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico
4, item 4.2. que trata dos cuidados com o lixo da sala de
vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de seringas e
agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações consideradas como
mais comuns;
267
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do
lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e
agendar a próxima vacina, caso necessário, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e
3.3.5, bem assim no tópico 7;
Notas:
As manifestações destacadas na sequência,são comuns e esperadas, estando associadas aos componentes das vacinas e, não contra indicam a administração de doses subseqüentes: (i) da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada); (ii) da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis; (iii) da vacina adsorvida difteria e tétano infantil e adulto; ou (iv) da vacina toxóide tetânico;
As manifestações locais podem aumentar após a administração de cada dose;
Geralmente são manifestações de evolução favorável e podem surgir nas primeiras 48 horas após a administração da vacina:
Febre: geralmente, aparece nas primeiras horas após a administração da vacina ou, no máximo, até o dia seguinte. Com a administração das doses subseqüentes, tende a aumentar a freqüência das reações febris.
Hiperemia (vermelhidão), calor. endurecimento e edema, acompanhados ou não de dor, podem ocorrer, sendo pouco intensos e restritos ao local da administração; estas manifestações podem comprometer por algum tempo a movimentação do membro e provocar dificuldade ao andar; orientar o uso de compressa fria no loca; nunca usar compressa quente.
Nódulo indolor no local da injeção: é reabsorvido, desaparecendo após algumas semanas.
Sonolência: pode manifestar-se, nas primeiras 24 horas após a administração da vacina, e persistir por até três dias.
Anorexia (falta de vontade de comer): é transitória e de leve intensidade.
Vômito: pouco comum, sendo normalmente relatado após a primeira dose da vacina.
Abscessos quentes e frios: são eventos associados à técnica de administração que devem ser notificados e não contraindicam dose subseqüente da vacina.
Choro persistente: caracteriza-se por um choro contínuo e inconsolável que pode durar mais de três horas; em geral, aparece nas primeiras duas a oito horas após a administração da vacina.
Reações de hipersensibilidade cutânea: Apresentam-se com urticária, exantema ou aparecimento de petéquias.
Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.
268
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante quanto à
importância do retorno, quando for o caso, para
complementação do esquema.
Notas:
Os eventos adversos destacados na sequência são GRAVES e contraindicam a administração de doses subseqüentes da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada). Convulsão: caracteriza-se por alteração do nível de consciência, acompanhada de
contrações musculares involuntárias; aparece nos três primeiros dias após a administração da vacina. Em crianças menores, pode ocorrer convulsão sem contrações evidentes. Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.
Episódio Hipotônico Hiporresponsivo (EHH): é de instalação súbita e de curta duração. Há presença de palidez, ou cianose peri-oral (coloração arroxeada em volta dos lábios), hipotonia (relaxamento da musculatura), diminuição ou ausência de resposta aos estímulos.
Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.
Encefalopatia: distúrbio do sistema nervoso central grave, agudo, que se assemelha clinicamente à encefalite, mas sem evidência de reação inflamatória. Quando acontece após administração desta vacina, ou da DTP, pode ocorrer até sete dias após sua administração (geralmente nas primeiras 72 horas).
Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria e tétano infantil e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.
Choque anafilático: caracteriza-se por hipotensão ou choque associado à urticária, edema de face e laringoespasmo; pode se instalar nas primeiras duas horas após a administração da vacina (em geral, nos primeiros 30 minutos). Contraindica a administração de todos os componentes da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), e também das vacinas difteria, tétano e, pertussis; difteria e tétano (infantil e adulto); da vacina toxóide tetânico; e da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada). Caso a pessoa sofra um acidente com risco de contrair o tétano, deve receber o método profilático passivo (imunoglobulina antitetânica).
Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e investigado. A
pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
269
7. Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis 7.1. Indicação
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é indicada para a
administração das duas doses de reforço, quando foi usada a vacina
adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada)
no esquema básico, conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 6
anterior.
O objetivo da vacinação é prevenir contra a difteria, o tétano e a
coqueluche (ou pertussis).
7.2. Contraindicação
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis está contraindicada nas
situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1.
Além disso, a vacina não deve ser administrada quando a criança
apresentar quadro neurológico em atividade e quando, após dose anterior da
desta mesma vacina, registrou qualquer das seguintes manifestações,
consideradas como contraindicações específicas:
Convulsões até 72 horas após a administração da vacina; ou
Colapso circulatório, com estado tipo choque ou com episódio
hipotônico-hiporresponsivo (EHH), até 48 horas após a
administração da vacina; ou
Encefalopatia nos primeiros sete dias após a administração da
vacina.
Notas:
Quando a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é contraindicada, devido à ocorrência de convulsões ou colapso circulatório, administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) ou, quando não disponível, a vacina adsorvida difteria e tétano infantil, conforme procedimentos descritos nesta Parte do Manual, no tópico 15, itens 15.2 e 15.6., respectivamente.
Para os casos de encefalopatia está contraindicada qualquer dose subseqüente, seja com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis ou com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular).
270
7.3. Composição
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é uma associação dos
toxóides diftérico e tetânico com a Bordetella pertussis inativada, tendo o
hidróxido de alumínio como adjuvante e o timerosal como preservativo.
7.4. Apresentação
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é apresentada sob a
forma líquida, em frasco multidoses.
7.5. Conservação
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é conservada numa
temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado
neste Manual, na Parte II, tópico 5.
7.6. Dose e volume
A vacinação com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é
indicada para o reforço do esquema básico, que, de modo geral,
corresponde a uma dose com intervalo mínimo de seis meses depois da
vacinação básica. Um segundo reforço é dado entre quatro anos e seis
anos, 11 meses e 29 dias, preferencialmente aos 4 anos.
Notas:
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis não pode ser congelada; caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a desnaturação protéica e a desagregação do adjuvante ( com formação de grumos ) com conseqüente perda de potência e aumento dos eventos adversos locais (dor, rubor e calor).
271
Doses eventuais de reforço podem ser indicadas nas seguintes
situações e conforme norma específica do Ministério da Saúde:
Quando houver contato com casos suspeitos de difteria, a
criança pode receber de imediato uma dose de reforço da
vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis ou da vacina
adsorvida difteria e tétano infantil, quando tiver com idade até
os seis anos, 11 meses e 29 dias, ou da vacina adsorvida
difteria e tétano adulto, a partir dos sete anos de idade;
No caso de ferimentos suspeitos considerar as orientações
relativas à profilaxia do tétano em caso de ferimento.
Atualmente, o volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml,
podendo variar de acordo com o laboratório produtor.
Notas:
Ao indicar a vacinação com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis, considerar as doses administradas anteriormente e não reiniciar o esquema.
O reforço pode ser administrado em qualquer idade (até os seis anos, onze meses e 29 dias), observando-se um intervalo mínimo de seis meses após a última dose da vacinação básica.
Se o esquema básico não for iniciado ou completado até a idade de seis anos, onze meses e 29 dias, as doses necessárias serão aplicadas com a vacina adsorvida difteria e tétano adulto em lugar da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis.
Caso a criança esteja com quatro anos ou mais e não tenha recebido o primeiro reforço, não é necessário administrar dois reforços, mas apenas um na ocasião do atendimento, seguindo-se o esquema de uma dose da vacina difteria e tétano adulto, conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 8 a seguir.
Nota:
No caso do doente de difteria, proceder conforme norma específica relativa à vacinação depois da alta.
272
7.7. Via de administração
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis é administrada por via
intramuscular profunda, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico
6, item 6.4.4.
7.8. Administração
7.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis o
vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros
materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos
3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando
o nome da mesma, bem como o prazo de validade, o aspecto
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.
Em crianças maiores utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
273
da solução (a exemplo da presença de grumos ou cor diferente
da original), a integridade da embalagem conforme orientado
neste Manual, na Parte II, nos tópicos 3, 5 e 6;
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 6, item 6.4.3;
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação
da seringa se a dosagem está correta;
Notas:
Observar o frasco da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis, cuidadosamente, para detectar a presença de partículas, caso sejam encontradas, a vacina não deverá ser utilizada.
O frasco multidoses da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis após aberto poderá ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2 ºC a +8 ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas, independente do motivo, deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.
Notas:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.
274
Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova
dose.
7.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis
são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à
massa muscular da região escolhida;
Injetar o líquido lentamente; e
Retirar a seringa/agulha em um movimento firme e único.
Notas:
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;
No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
275
7.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis são
procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala
de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento de manifestações consideradas
comuns;
276
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do
lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e
agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Notas:
As manifestações destacadas na sequência,são comuns e esperadas, estando associadas aos componentes da vacina e, não contraindicam a administração de doses subseqüentes da própria vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis;
As manifestações locais podem aumentar após à administração de cada dose;
Geralmente são manifestações de evolução favorável e podem surgir nas primeiras 48 horas após a administração da vacina:
Febre: geralmente, aparece nas primeiras horas após a administração da vacina ou, no máximo, até o dia seguinte. Com a administração das doses subseqüentes, tende a aumentar a freqüência das reações febris.
Hiperemia (vermelhidão), calor, endurecimento e edema, acompanhados ou não de dor, podem ocorrer, sendo pouco intensos e restritos ao local da administração. Estas manifestações podem comprometer por algum tempo a movimentação do membro e provocar dificuldade ao andar. Orientar o uso de compressa fria no local. Nunca usar compressa quente.
Nódulo indolor no local da injeção: é reabsorvido, desaparecendo após algumas semanas.
Sonolência: pode se manifestar nas primeiras 24 horas após a administração da vacina, e persiste por até três dias.
Anorexia (falta de vontade de comer): é transitória e de leve intensidade. Vômito: pouco comum, sendo normalmente relatado após a primeira dose
da vacina. Abscessos quentes e frios: são eventos associados à técnica de
administração e à administração, que devem ser notificados e não contraindicam dose subseqüente da vacina.
Choro persistente: caracteriza-se por um choro contínuo e inconsolável, que pode durar mais de três horas, aparecendo, em geral, nas primeiras duas a oito horas após a administração da vacina.
Reações de hipersensibilidade cutânea: apresentam-se com urticária, exantema ou aparecimento de petéquias.
Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.
277
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento
adverso.
Notas: Os eventos adversos graves, destacados na sequência são GRAVES e
contraindicam a administração de doses subseqüentes da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis. Convulsão: caracteriza-se por alteração do nível de consciência,
acompanhada de contrações musculares involuntárias; aparece nos três primeiros dias após a administração da vacina. Em crianças menores, pode ocorrer convulsão sem contrações evidentes. Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.
Episódio Hipotônico Hiporresponsivo (EHH): é de instalação súbita e de curta duração. Há presença de palidez, ou cianose peri-oral (coloração arroxeada em volta dos lábios), hipotonia (relaxamento da musculatura), diminuição ou ausência de resposta aos estímulos. Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.
Encefalopatia: distúrbio do sistema nervoso central grave, agudo, que se assemelha clinicamente à encefalite, mas sem evidência de reação inflamatória. Quando acontece após administração desta vacina, ou da DTP, pode ocorrer até sete dias após sua administração (geralmente nas primeiras 72 horas).
Utilizar nas doses subsequentes: a vacina adsorvida difteria e tétano infantil e a vacina Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), disponíveis no CRIE.
Choque anafilático: caracteriza-se por hipotensão ou choque associado à urticária, edema de face e laringoespasmo; pode se instalar nas primeiras duas horas após a administração da vacina (em geral, nos primeiros 30 minutos). Contraindica a administração de todos os componentes da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), e também das vacinas difteria, tétano e, pertussis; difteria e tétano (infantil e adulto); da vacina toxóide tetânico; e da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada). Caso a pessoa sofra um acidente com risco de contrair o tétano, deve receber o método profilático passivo (imunoglobulina antitetânica).
Caso a pessoa sofra um acidente com risco de contrair o tétano, deve receber o método profilático passivo (imunoglobulina antitetânica).
Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
278
8. Vacina adsorvida difteria e tétano adulto
8.1. Indicação
A vacina adsorvida difteria e tétano adulto é constituída pelos
toxóides diftérico e tetânico, sendo que o componente diftérico apresenta-se
em menor concentração que na vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis
e na vacina adsorvida difteria e tétano infantil.
É indicada a partir dos sete anos de idade, inclusive para
adolescentes e adultos conforme calendários específicos, com o objetivo de
prevenir o tétano e a difteria. A vacinação de mulheres em idade fértil (12 a
49 anos) e gestantes visa, principalmente, a prevenção do tétano neonatal.
A vacina adsorvida difteria e tétano adulto é administrada nos
maiores de sete anos para os reforços do esquema básico e para aqueles
que não tenham recebido as vacinas tetravalente, vacina adsorvida difteria,
tétano e pertussis; e da vacina adsorvida difteria e tétano infantil, ou que
tenham esquema incompleto dessas vacinas.
8.2. Contraindicação
A vacina adsorvida difteria e tétano adulto está contraindicada nas
situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1.
8.3. Composição
A vacina adsorvida difteria e tétano adulto é uma associação dos
toxóides diftérico e tetânico, tendo o hidróxido ou o fosfato de alumínio como
adjuvante e o timerosal como conservante.
Contém em cada dose 0,5 UI/ml do toxóide diftérico e 2 UI/ml por
dose do toxóide tetânico.
Nota:
A vacina adsorvida difteria e tétano infantil, disponível no CRIE, será descrita no tópico 15, item 15.2 desta Parte do Manual.
279
8.4. Apresentação
A adsorvida difteria e tétano adulto é apresentada sob a forma líquida,
em frasco de dose única ou de multidoses.
8.5. Conservação
A adsorvida difteria e tétano adulto é conservada numa temperatura
entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 5.
8.6. Dose e volume
O esquema básico da adsorvida difteria e tétano adulto corresponde a
três doses com intervalo de 60 dias entre as doses.
O reforço da vacina adsorvida difteria e tétano adulto é administrado
de 10 em 10 anos.
No caso da gestante, para prevenção do tétano neonatal, o esquema
de vacinação deve considerar que:
Notas:
A vacina adsorvida difteria e tétano adulto não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a desnaturação protéica e a desagregação do adjuvante (com formação de grumos) com conseqüente perda de potência e aumento dos eventos adversos locais (dor, rubor e calor).
Notas:
Ao indicar a vacinação com a vacina adsorvida difteria e tétano adulto considerar as doses administradas anteriormente com a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), e também com as vacinas difteria, tétano e, pertussis; difteria e tétano (infantil).
Não reiniciar o esquema.
280
A mulher vacinada (antes ou durante a gravidez) tem garantida a
proteção do recém-nascido, nos dois primeiros meses de vida;
Quando a mulher grávida completou o esquema de vacinação há
mais de cinco anos, considerando a última dose ou o último
reforço, deve receber um reforço da vacina adsorvida difteria e
tétano adulto.
O volume correspondente a uma dose da vacina adsorvida difteria e
tétano adulto é de 0,5 ml, podendo variar dependendo do laboratório
produtor.
8.7. Via de administração
A vacina adsorvida difteria e tétano adulto é administrada por via
intramuscular profunda, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico
6, itens 6.4.4.
Notas:
Considera-se como mulher vacinada aquela que tomou três doses da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis; da vacina adsorvida difteria e tétano (infantil e adulto); com intervalo mínimo de um mês entre as doses.
A proteção do recém-nascido nos dois primeiros meses de vida está garantida quando o reforço durante a gravidez foi administrado até 20 dias antes do parto.
Esse é o tempo mínimo necessário para que haja produção de anticorpos suficientes para a transferência de proteção ao feto.
Para a adequada proteção da gestante e para a prevenção do tétano neonatal em gestações futuras, é necessária a administração da terceira dose.
Notas:
A vacina deve ser administrada na região do deltóide, na face externa superior do braço.
A vacina adsorvida difteria e tétano adulto não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
281
8.8. Administração
8.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina adsorvida difteria e tétano adulto o
vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e
outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando
o nome da mesma, bem como o prazo de validade;
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 6, item 6.4.3;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
282
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação
da seringa se a dosagem está correta;
Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova
dose.
8.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina adsorvida difteria e tétano adulto são
procedimentos básicos:
Notas:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.
Notas:
Observar o frasco da vacina, cuidadosamente, para detectar a presença de partículas, caso sejam encontradas, a vacina não deverá ser utilizada.
O frasco multidoses da vacina adsorvida difteria e tétano adulto após aberto poderá ser usado pelo prazo constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2 ºC a +8 ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas, independente do motivo, deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.
2
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre
os procedimentos básicos para administração de injeções por
via intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à
massa muscular da região escolhida;
Injetar o líquido lentamente; e
Retirar a seringa/agulha com movimento firme e único.
8.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina adsorvida difteria e tétano adulto são
procedimentos básicos:
Notas:
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.
No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
83
284
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala
de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações mais comuns;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do
lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e
agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento
adverso.
Notas:
São reações mais comuns: dor local, eritema (vermelhidão), edema e enduração no local da injeção, febrícula e sensação de mal-estar, com intensidade variável e duração passageira
Orientar o uso de compressa fria no caso de dor ou rubor no local da administração da vacina.
Não usar compressa quente.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
285
9. Vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) 9.1. Indicação
A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) é indicada para crianças com
idade compreendida entre um mês e 15 dias de vida e cinco meses e 15
dias.
A vacina protege contra as complicações decorrentes da infecção
pelo Rotavírus, especialmente nas crianças com idade entre seis e 24
meses que é a faixa etária mais vulnerável e na qual se observa a maior
carga da doença.
Embora monovalente a vacina oferece proteção cruzada contra outros
tipos de vírus.
9.2. Contraindicação
A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) está contraindicada nas
situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1, mas
a principal contraindicação é a vacinação fora da faixa de idade preconizada,
ou seja, quando a criança tem menos e um mês e 15 dias de vida ou tem
mais de cinco meses e 15 dias. Em nenhuma hipótese a vacina pode ser
administrada fora desse intervalo, pelos riscos de eventos adversos.
Entretanto, quando a criança está na faixa de idade indicada para
vacinação, mas se encontra nas situações descritas a seguir, a vacina é
contraindicada:
Na presença de imunodeficiência, pelo fato de não haver dados
que garantam a segurança da vacina nesses casos;
Na vigência do uso de medicamentos imunossupressores,
como corticosteróides (prednisona dose igual ou maior que
2mg/kg/dia, por duas semanas ou mais, ou dose equivalente
para outros corticosteróides) e quimioterápicos;
Na vigência de alguma forma de alergia grave (urticária
disseminada, broncoespasmo, laringoespasmo e choque
286
anafilático) a algum dos componentes da vacina, ou tenham
apresentado essas manifestações após receber dose da
vacina, anteriormente;
Quando há história de alguma doença gastrointestinal crônica,
má-formação congênita do trato digestivo, não corrigida, ou
história prévia de invaginação intestinal.
9.3. Composição
A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) é monovalente, ou seja, a cepa
utilizada em sua composição possui apenas um sorotipo do Rotavirus.
Na forma liofilizada, o diluente contém carbonato de cálcio, xantana e
água para injetáveis.
9.4. Apresentação
A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) pode ser apresentada sob duas
formas:
Na forma líquida, acondicionada em um aplicador, semelhante a
uma seringa;
Na forma liofilizada, condição em que o liófilo está acondicionado em
um frasco e o diluente em um aplicador, acompanhado de um
conector de acrílico.
9.5. Conservação
A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) deve ser mantida a uma
temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado
neste Manual, na Parte II, tópico 5.
Notas:
A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) não pode ser congelada, caso atinja temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da vacina.
287
9.6. Dose e Volume
O esquema da vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) corresponde a
duas doses:
A 1ª dose pode ser administrada entre a 6ª semana de vida (um
mês e 15 dias ou seis semanas de vida) e a 14ª semana de vida
(três meses e sete dias ou 13 semanas de vida), sendo
preconizada a vacinação aos dois meses;
A 2ª dose pode ser administrada entre a 14ª semana de vida
(três meses e sete dias ou 13 semanas) e a 24ª semanas de vida
(cinco meses e meio ou 22 semanas de vida), sendo preconizada
a vacinação aos quatro meses.
O intervalo recomendado entre a 1ª e a 2ª dose é de oito
semanas, sendo de quatro semanas o intervalo mínimo admissível.
Notas:
Toda dose administrada da vacina rotavírus humano (oral) será considerada dose válida para a criança, ou seja, caso alguma dose seja administrada fora do prazo recomendado não deve ser repetida.
No caso da 1ª dose ter sido administrada fora da faixa etária recomendada agendar a 2ª dose obedecendo à faixa etária correta.
A 2ª dose só deve ser administrada na criança que tiver o comprovante da 1ª dose (caderneta de vacinação, cartão sombra, cartão espelho, livro de registro da sala de vacinação etc.).
Quando não existir comprovante, a criança não deve ser vacinada.
É considerada vacinação fora da faixa etária aquela feita em crianças com menos de um mês e 15 dias e naquela com mais de três meses e sete dias para a 1ª dose. Para a 2ª dose é considerada vacinação fora da faixa etária aquela feita em crianças com menos de três meses e sete dias ou maior que cinco meses e quinze dias. Considerar também a 2ª dose que foi administrada com intervalo inferior a quatro semanas.
O esquema de vacinação com a vacina rotavírus humano (oral) deve ser completado com vacina do mesmo laboratório produtor.
288
9.7. Via de Administração
A vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) é administrada exclusivamente
por via oral.
9.8. Administração
9.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina Antes de administrar a vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada), o
vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o
nome da mesma, bem como o prazo de validade;
Preparar a vacina;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem o aplicador ou, quando for o caso, o frasco do diluente e o conector de acrílico.
Notas:
Na forma líquida a vacina está pronta para administrar.
Na forma liofilizada, conectar o aplicador de acrílico transferir o líquido que está no aplicador para o frasco com o liófilo, homogeneizar e aspirar com o aplicador.
O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2 ºC e +8 ºC.
O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.
Nota:
No caso da apresentação na forma liofilizada retirar também o diluente.
289
9.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) são
procedimentos básicos:
Preparar a criança a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.1. sobre os
procedimentos básicos para administração de soluções por via
oral;
S
Segurar o aplicador, introduzindo-o, delicadamente, no canto da
boca da criança;
Administrar o conteúdo do aplicador na boca da criança,
esperando que a mesma engula todo produto.
Notas:
Caso a criança regurgite ou tenha vômitos no momento da administração deve ser revacinada.
Quando a vacina não for administrada de imediato, fazer um movimento rotatório em sentido único com a seringa antes da administração.
Não é necessário fazer intervalo entre a alimentação (inclusive leite materno) e a administração da vacina;
A vacina rotavírus humano é administrada exclusivamente por via oral.
Nota:
Colocar a criança com o corpo reclinado no colo do responsável.
Para administrar a vacina o vacinador deve se colocar por trás da criança, inclinar sua cabeça ligeiramente para trás e fazer pressão nas bochechas.
290
9.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina rotavírus G1P1[8] (atenuada) são
procedimentos básicos:
Desprezar o aplicador, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópico 4, item 4.2. que trata dos cuidados com o lixo da
sala de vacinação;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar ao acompanhante da criança sobre retorno, quando for o
caso, para a complementação do esquema básico;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote e
a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar a
próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso específico,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 7;
Notas:
O responsável pela criança deve ser orientado a procurar a Unidade de Saúde de imediato na ocorrência de náuseas, vômitos, dor abdominal intensa e persistente ou distensão abdominal, alertando para o fato de a mesma ter recebido a vacina rotavírus humano (oral).
O responsável pela criança deve ser orientado quanto aos cuidados com a fralda usada que contenha fezes:
quando a fralda for descartável, desprezar as fezes no vaso sanitário, em seguida acondicionar a fralda num saco plástico e desprezar no lixo comum;
quando a fralda for de tecido, desprezar as fezes no vaso sanitário e colocar a fralda de molho em solução de hipoclorito a 1% por 30 minutos, aproximadamente, lavando-a, depois, com água e sabão.
291
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento
adverso.
Notas: Para o registro da 1ª dose da vacina considerar o seguinte:
quando for administrada entre um mês e quinze dias e dois meses e 29 dias, registrar aos “dois meses”;
Quando for administrada entre três meses e três meses e sete dias registrar aos “três meses”;
Para o registro da 2ª dose da vacina considerar o seguinte: Quando for administrada entre três meses e sete dias e quatro meses e 29 dias
registrar aos “quatro meses”: Quando for administrada entre cinco meses e cinco meses e 15 dias registrar aos
“cinco meses”.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e investigado. A
pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
292
10. Vacina sarampo, caxumba, rubéola
10.1. Indicação
A vacina sarampo, caxumba e rubéola é uma vacina combinada que
contém os vírus vivos do sarampo, da caxumba e da rubéola, atenuados em
cultivo celular.
É indicada aos 12 meses (um ano de idade). Uma segunda dose é
administrada entre quatro e seis anos completos (seis anos, 11 meses e 29
dias), junto com o segundo reforço da vacina adsorvida difteria, tétano e
pertussis.
A vacina sarampo, caxumba e rubéola, de maneira geral, é pouco
reatogênica e bem tolerada.
10.2. Contraindicação
A vacina sarampo, caxumba e rubéola está contraindicada nas
situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1., e,
também, nas ocorrências listadas na sequência:
Registro de anafilaxia após recebimento de dose da vacina;
Presença de imunodeficiências congênitas ou adquiridas;
Uso de corticosteróides em doses imunossupressoras;
Notas:
Diante da possibilidade de exposição ao vírus selvagem avaliar individualmente o risco/benefício da vacinação.
Indivíduos com infecção assintomática pelo HIV podem ser vacinados.
Nota: A vacina sarampo e rubéola, quando utilizada, segue os mesmos procedimentos
descritos para a vacina sarampo, caxumba e rubéola.
293
Vigência de quimioterapia imunossupressora;
Transplantados de medula óssea;
Pessoas que fazem uso de imunoglobulina, sangue total ou
plasma, no momento da vacinação ou que farão uso em futuro
próximo;
Na vigência de gravidez.
Nota: Nessa situação a pessoa deve ser vacinada, pelo menos, um mês depois da
suspensão do uso da droga.
Nota: Nessa situação a pessoa deve ser vacinada, três meses depois da suspensão do
tratamento.
Nota: Nesse caso, vacinar dois anos após o transplante.
Notas:
Essa recomendação tem como justificativa a possibilidade de não ocorrer resposta imunogênica, pela interferência de anticorpos existentes nestes produtos.
Quando a vacina for administrada nessas circunstâncias agendar a revacinação.
Consultar o Manual do CRIE.
294
10.3. Composição
A vacina sarampo, caxumba e rubéola é composta pela cepa Wistar
RA 27/3 do vírus da rubéola, pela cepa Schwarz do sarampo e pela cepa
RIT 4385 derivada de Jeryl Lynn da caxumba.
O conservante utilizado é a neomicina e os estabilizantes são: a
gelatina hidrolizada e o sorbitol ou a albumina humana. O corante é o
vermelho de fenol.
10.4. Apresentação
A vacina sarampo, caxumba e rubéola é apresentada sob a forma
liofilizada, em frasco de dose única ou de multidoses, acompanhado do
respectivo diluente.
10.5. Conservação
A vacina sarampo, caxumba e rubéola na Unidade de Saúde é
conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado
neste Manual, na Parte II, tópico 5.
10.6. Dose e volume
O esquema básico da vacina sarampo, caxumba e rubéola
corresponde a uma dose inicial aos 12 meses e um reforço entre quatro e
Notas:
A não vacinação da mulher durante a gravidez tem como única justificativa evitar a associação entre a vacinação e possíveis complicações da gestação, incluindo aborto espontâneo ou má formação congênita no recém nascido por outras causas não associadas à vacina.
Estudos científicos confirmam a ausência de casos de síndrome da rubéola congênita (SRC) entre recém-nascidos cujas mães foram vacinadas durante a gravidez.
Caso a vacina seja administrada inadvertidamente, não está indicada a interrupção da gravidez, mas a gestante (de baixo risco) deve ser acompanhada durante o pré-natal, de acordo com protocolo do Ministério da Saúde.
A recomendação é evitar engravidar nos 30 dias que se seguem à administração da vacina.
295
seis anos, coincidindo com o 2º reforço da vacina adsorvida difteria, tétano e
pertussis.
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml, podendo variar de
acordo com o laboratório produtor.
10.7. Via de administração
A vacina sarampo, caxumba e rubéola é administrada por via
subcutânea, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item
6.5.3.
10.8. Administração
10.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina sarampo, caxumba e rubéola o
vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Notas:
O adolescente (de 11 a 19 anos) que não tiver comprovação do recebimento de duas doses da vacina sarampo, caxumba e rubéola deve receber duas doses, com intervalo mínimo de 30 dias.
Quando houver comprovação das duas doses não é preciso vacinar.
A partir dos 20 anos o esquema com a vacina sarampo, caxumba e rubéola é de dose única e considera vacinação anterior devidamente comprovada, sendo indicada para mulheres de 20 a 49 anos e para homens entre 20 e 39 anos.
Em situações de campanha ou bloqueio de surto considerar orientação especifica sobre revacinação.
Notas:
A injeção é feita, de preferência, na região do deltóide, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.
296
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e
outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina e o diluente da caixa térmica, verificando o
nome da mesma, bem como o prazo de validade;
Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópico 6, item 6.4.3, da seguinte forma:
Aspirar a quantidade do diluente;
Injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco
para uma perfeita homogeneização da vacina;
Notas:
O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2 ºC e + 8 ºC – ideal + 5 ºC.
O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
297
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação
da seringa se a dosagem está correta;
Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova
dose.
Notas:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.
Notas:
Após a reconstituição, a cor da vacina pode variar da amarelo claro ao rosa.
O frasco multidoses da vacina sarampo, caxumba e rubéola, após reconstituição, poderá ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2 ºC a +8 ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas, independente do motivo deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme
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298
10.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina sarampo, caxumba e rubéola são
procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre
os procedimentos básicos para administração de injeções por
via intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha conforme orientado para a injeção
subcutânea, de acordo com o tópico 6, item 6.4.3. da Parte II
deste Manual;
Injetar o líquido lentamente.
10.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina
Após administrar a vacina sarampo, caxumba e rubéola são
procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
299
tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala de
vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de seringas e
agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas
Informar sobre questões específicas à pessoa vacinada ou ao
seu acompanhante;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote
e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar
a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.
Notas:
Os eventos adversos após a administração da vacina sarampo, caxumba e rubéola ou da vacina sarampo e rubéola quando ocorrem, são, geralmente, benignos e nas seguintes proporções:
5% a 15% dos vacinados apresentam hipertermia, entre o 5º e 12º dia;
5% apresentam discreto exantema, após o 7º e o 10º dia; e
1% pode apresentar parotidite após a 2ª semana.
Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
11. Vacina febre amarela (FA) 11.1. Indicação
A vacina FA está indicada a partir dos nove meses de idade.
A indicação da vacina considera:
O fato de a pessoa residir em área com recomendação de
vacinação quando deve ser cumprido o esquema de uma dose a
cada 10 anos;
O fato de a pessoa ter que se deslocar para essas áreas de risco,
em razão de trabalho ou lazer (turistas, militares, trabalhadores
não vacinados, dentre outros), quando a vacina deve ser
administrada, no mínimo, 10 dias antes do deslocamento.
Notas:
A vacina também é indicada para profissionais cujo trabalho de manipulação do vírus da febre amarela, como o pessoal de laboratório.
O caráter dinâmico da transmissão da febre amarela silvestre requer a avaliação periódica das áreas de circulação do vírus (áreas de risco de febre amarela) para as quais será recomendada a vacinação.
A informação atualizada sobre as áreas com indicação da vacinação está disponível no site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br/svs.
De acordo com o Regulamento Sanitário Internacional vigente (RSI/2005) a vacina contra a febre amarela é obrigatória e normatizada para todas as regiões do mundo, devendo ser administrada com antecedência mínima de 10 dias da data da viagem.
O registro das vacinas exigidas para o viajante é feito no Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), a partir das anotações feitas pela Unidade de Saúde no comprovante de vacinação da pessoa vacinada (data da administração, lote e validade da vacina, assinatura legível e carimbo do responsável).
Mais informações sobre vacinação do viajante constam da Parte I deste Manual, tópico 3, item 3.5.3.
300
11.2. Contraindicação
A vacina FA está contraindicada nas situações gerais referidas nesta
Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1, e para pessoas com história de
reação anafilática após a ingestão de ovo.
Para crianças com menos de seis meses de idade;
Gestante;
Indivíduos com doenças autoimunes, doença neurológica ou
outros problemas saúde crônicos;
11.3. Composição
A vacina FA é composta de vírus vivos atenuados da febre amarela,
derivados da linhagem 17 D, cultivados em ovos embrionados de galinha.
Contém também sacarose, glutamato de sódio, sorbitol, gelatina bovina
hidrolisada, eritromicina e canamicina.
11.4. Apresentação
A vacina FA é apresentada sob a forma liofilizada, em frasco
multidoses (5 mL, 10 mL e 50 mL).
Nota: No imunodeprimido grave, independente do risco de exposição, a vacina não deve
ser administrada.
Nota:
Em situações excepcionais quando for necessária a vacinação de gestantes, pessoas com idade acima de 60 anos ou com doenças autoimunes, ou doença neurológica ou outros problemas saúde crônicos é importante avaliar o risco-benefício individual da administração da vacina.
Situações epidemiológicas especificas poderão redefinir condutas relativas à indicação e a contraindicação da vacinação.
301
11.5. Conservação
A vacina FA, na Unidade de Saúde, é conservada entre +2 ºC e +8
ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico
5.
11.6. Dose e volume
O esquema de vacinação com a vacina FA corresponde a uma dose a
partir dos nove meses de idade. Uma dose de reforço é administrada a cada
dez anos.
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.
11.7. Via de administração
A vacina FA é administrada por via subcutânea, conforme orientado
neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.3.
Notas:
Os frascos multidoses da vacina contra febre amarela, após diluição, podem ser utilizados:
- no máximo por quatro horas, quando o frasco for de 50 doses;
- no máximo por seis horas, quando o frasco for de 5 ou 10 doses;
Esse prazo deve ser considerado quando a vacina é mantida sob temperatura adequada (entre +2ºC e +8ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.
A data e o horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco.
Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas deve ser registrado para subsidiar a avaliação da utilização de vacinas.
Nota: Em situações excepcionais a vacina pode ser administrada a partir dos seis meses.
302
11.8. Administração
11.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina FA o vacinador deve adotar os
seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros
materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina e o diluente do refrigerador ou da caixa térmica,
verificando o nome dos mesmos, bem como o prazo de validade;
Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6, item 6.3.3, da seguinte forma:
Notas:
O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2 ºC e +8 ºC;
O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
A injeção é feita, de preferência, na região do deltóide, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.
303
304
aspirar o diluente;
injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco;
fazer um movimento rotatório com o frasco, em sentido único, para
uma perfeita homogeneização da vacina;
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação da
seringa se a dosagem está correta.
11.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina
Para a administração da vacina FA são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.3. sobre
os procedimentos básicos para administração de soluções por
via subcutânea;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Notas:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.
305
Introduzir a agulha conforme orientado para a injeção
subcutânea, de acordo com o tópico 6, item 6.4.3. da Parte II
deste Manual;
Injetar o líquido lentamente.
11.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina
Após administrar a vacina FA são procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala
de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar à pessoa vacinada ou ao seu acompanhante sobre
ocorrências comuns após à administração da vacina;
Notas:
As manifestações após a administração da FA, quando ocorrem, são geralmente benignas, sendo as mais comuns: dor no local da administração, sendo de curta duração (aparecendo entre o 1º e o 2º dia depois da administração), autolimitada e de intensidade leve ou moderada, além de febre e cefaléia.
Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
306
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do
lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e
agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
307
12. Vacina raiva (uso humano)
12.1. Indicação
A vacina é indicada para a profilaxia da raiva humana, sendo
administrada em indivíduos expostos ao vírus da doença, em decorrência de
mordedura, lambedura de mucosa ou arranhadura provocada por animais
transmissores da doença.
É também indicada na profilaxia pré-exposição ao vírus, ou seja, em
pessoas que, por força de suas atividades, estão permanentemente
expostas ao risco da infecção pelo vírus, tais como: médicos veterinários,
biólogos, profissionais e auxiliares de laboratórios de virologia e
anatomopatologia para a raiva, assim como os carteiros que são vítimas
frequentes de ataques por cães. Além dessas pessoas, é indicada para os
que atuam no campo, capturando, vacinando, identificando e classificando
animais passíveis de portarem o vírus.
No caso de mordedura, lambedura de mucosa ou arranhadura
provocada por animais, o procedimento de limpeza rigorosa do local, com
água e sabão, é importante mecanismo de prevenção da raiva humana.
Em algumas situações a profilaxia da doença é complementada com
a administração do soro antirrábico e da imunoglobulina humana antirrábica,
conforme orientado na Parte IV deste Manual, nos tópicos .
12.2. Contraindicação
Em função da gravidade da doença, não há contraindicação à administração
da vacina contra a raiva, inclusive no caso de gestantes, mulheres que estão
amamentando (lactantes), pessoa com doença intercorrente ou que esteja
fazendo outros tratamentos.
Notas:
Quando a pessoa estiver fazendo o uso de corticóides e/ou imunossupressores suspender o tratamento logo que iniciar o esquema de vacinação.
Mesmo quando a pessoa for imunodeprimida a vacina contra a raiva deve ser administrada em razão da elevada letalidade da doença.
308
12.3. Composição
A vacina raiva (uso humano) é produzida em cultura de células
(diplóides humanas, células Vero, células de embrião de galinha etc.) com
cepas de vírus Pasteur (PV) ou Pittman-Moore (PM), inativados pela
betapropriolactona.
12.4. Apresentação
A vacina raiva (uso humano) é apresentada sob a forma liofilizada,
acompanhada do diluente, em ampolas contendo dose única de 1,0 ml.
12.5. Conservação
A vacina raiva (uso humano) é conservada na Unidade de Saúde
entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 5.
12.6. Dose e volume
O esquema de administração da vacina raiva (uso humano), ou seja,
o tratamento profilático antirrábico humano, de acordo com normas do
Ministério da Saúde, é diferenciado para a preexposição, para a pós-
exposição e para a reexposição.
O volume de uma dose é de 1,0 ml.
Notas:
O esquema de vacinação contra a raiva deve ser seguido rigorosamente em função da letalidade da doença, sendo importante orientar o paciente sobre a continuidade do tratamento.
A pessoa vacinada deve ser rigorosamente acompanhada e, em caso, de ausência (falta) na data aprazada, deve ser avisada por qualquer meio, inclusive mediante visita e vacinação no domicílio.
305
12.6.1. Tratamento profilático contra a raiva humana na préexposição
Na préexposição, ou seja, quando for indicada a administração da
vacina antes do contato com o vírus da raiva, o esquema é de três doses: no
dia zero, no 7º e no 21º ou 28º dia. Nesses casos, é exigência básica é a
realização do controle sorológico para a correta avaliação da pessoa
vacinada.
Quando a pessoa que fez tratamento preexposição for exposta ao
vírus da raiva, a conduta a ser adotada é a seguinte:
Caso apresente comprovação sorológica com títulos maior ou
igual a 0,5 UI/ml administrar duas doses: uma no dia zero e
outra no 3º dia;
Caso a pessoa não apresente comprovação sorológica ou o
título apresentado seja inferior a 0,5 UI/ml, adotar o esquema
indicado no quadro III-2, no tocante à conduta para tratamento
incompleto.
Nota:
O controle sorológico é feito a partir do 14º dia após a última dose do esquema.
O resultado é considerado satisfatório quando o título de anticorpos for maior ou igual a 0,5 UI/ml.
Quando o resultado é insatisfatório, ou seja, quando o titulo de anticorpos for menor que 0,5 UI/ml, deve ser administrada uma dose de reforço, fazendo-se uma reavaliação sorológica a partir de do 14º dia desse reforço.
Deve ser feito o controle sorológico anual dos profissionais que se expõem permanentemente ao risco de infecção pelo vírus da raiva.
Sempre que os títulos forem inferiores a 0,5 UI/ml, administrar uma dose de reforço.
309
310
12.6.2. Tratamento profilático contra a raiva humana na pós-exposição
Na pós-exposição, ou seja, quando for indicada a administração da
vacina após contato com o vírus da raiva, o esquema depende do tipo de
exposição, quando é considerada a natureza da agressão e as condições do
animal agressor. O quadro III-1 apresenta o esquema de tratamento na pós-
exposição.
12.6.3. Tratamento profilático contra a raiva humana na reexposição
Na reexposição, ou seja, quando a pessoa já foi submetida a
tratamento anteriormente, deve ser considerado o esquema adotado
naquela ocasião. O quadro III-2 apresenta o esquema de tratamento no caso
da reexposição.
12.7. Via de administração
A vacina raiva (uso humano) é administrada por via intramuscular,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.
Notas:
Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.
Em crianças maiores e nos adultos utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.
A vacina contra a raiva (uso humano) não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
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313
12.8. Administração
12.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina raiva (uso humano) o vacinador deve
adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros
materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3
e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o
nome da mesma, bem como o prazo de validade;
Aspirar a vacina, verificando na graduação da seringa se a
dosagem está correta.
12.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina raiva (uso humano) são procedimentos
básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste Manual,
no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da
clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os
procedimentos básicos para administração de injeções por via
intramuscular;
Notas:
Lavar as mãos, antes e após o preparo e administração da vacina;
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina;
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
308
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6, item 6.4.4.;
Injetar o líquido lentamente.
12.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina raiva (uso humano) são procedimentos
básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala de
vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de seringas e
agulhas;
Notas:
Na vacinação em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.
No caso do deltóide, a administração será na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
314
315
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações mais comuns;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote
e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar
a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
importância do retorno para complementação do tratamento
contra a raiva, e/ou para complementação do esquema básico
e/ou na ocorrência de algum evento adverso.
Notas:
São reações mais comuns: reação local, febre, mal estar, náuseas e cefaléia (dor de cabeça).
Fazer compressa fria, durante 15 minutos, três vezes ao dia no caso de dor ou vermelhidão.
Não usar compressa quente no local da administração da vacina.
Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
316
13. Vacina influenza (fragmentada)
13.1. Indicação
A vacina influenza (fragmentada) é indicada a partir dos seis meses de
idade, para proteção contra a infecção pelos tipos de vírus Influenza contidos
na vacina.
A política de vacinação adotada, atualmente, pelo Ministério da Saúde,
entretanto, está direcionada para a população acima de 60 anos, criança de 6
meses a 2 anos de idade, gestantes, trabalhadores de saúde, povos indígenas
(independente da idade), mediante campanhas anuais. Também é ofertada
para grupos especiais. A vacina protege contra o vírus da influenza ou gripe e
contra as complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas
secundárias.
Para o enfrentamento de pandemias de influenza outras vacinas podem
ser utilizadas, com indicação diferenciada quanto ao grupo populacional e à
faixa de idade.
13.2. Contraindicação
A vacina influenza (fragmentada) está contraindicada nas situações
gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1, e também nos
seguintes casos:
Para os menores de seis meses de idade;
Nota:
Por ocasião da campanha anual de vacinação, depois de alcançada a meta dos grupos atendidos e havendo disponibilidade de estoque, outros grupos podem ser vacinados, conforme definição do gestor estadual em articulação com a esfera federal.
São exemplos de outros grupos: policiais militares, profissionais que trabalham em penitenciárias, reclusos, pacientes com patologias de base (hipertensos, diabéticos, cardíacos etc.).
317
Para pessoas que, após o recebimento de qualquer dose anterior,
apresentaram hipersensibilidade imediata (reação anafilática);
Para pessoas com história de hipersensibilidade aos
componentes da vacina; e
Para pessoas que já desenvolveram a síndrome de Guilian-Barré.
13.3. Composição
A composição da vacina influenza (fragmentada) varia a cada ano, tendo
por base dados epidemiológicos que apontam os tipos e cepas dos vírus
influenza que estão circulando de forma predominante nos hemisférios Norte e
Sul.
O vírus da gripe é capaz de mudar suas características com muita
frequência e a vacina atualizada a cada ano contém cepas do Myxovirus
influenza, inativados, fracionados e purificados, cultivados em ovos
embrionados de galinha, contendo, ainda, traços de neomicina ou polimixina,
gentamicina e o timerosal como conservantes.
13.4. Apresentação
A vacina é apresentada sob a forma líquida, em frascos com dose única
ou multidoses.
13.5. Conservação
A vacina influenza é conservada numa temperatura entre +2 ºC e +8 ºC,
sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5.
13.6. Dose e volume
Nota:
A vacina influenza não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca perda de potência da vacina.
318
A população de 60 anos e mais recebe uma dose da vacina anualmente.
O volume de cada dose depende do laboratório produtor.
13.7. Via de administração
A vacina influenza (fragmentada) é administrada por via intramuscular ou
subcutânea, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, itens 6.5.4
e 6.5.3., respectivamente.
13.8 Administração
13.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina influenza (fragmentada) o vacinador deve
adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Nota: Nas situações especiais, inclusive no CRIE, o esquema básico varia conforme a
idade da pessoa a ser vacinada.
A vacinação dos povos indígenas segue calendário específico estabelecido pelo Ministério da Saúde, inclusive em relação ao volume da dose, o número de doses e a faixa etária.
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
Ao usar a via intramuscular fazer a injeção:
Nos menores de dois anos de idade no vastolateral da coxa;
Nos maiores de dois anos, preferencialmente na região do deltóide.
Eventualmente usar a via subcutânea fazendo a injeção na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.
319
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros
materiais,conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3
e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o
nome da mesma, bem como o prazo de validade;
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6, item 6.3.;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
frasco para que ocorra a homogeneização da vacina;
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação da
seringa se a dosagem está correta;
Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova
dose.
Nota:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.
320
13.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina influenza (fragmentada) são
procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste Manual,
no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da
clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os
procedimentos básicos para administração de injeções por via
intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Notas:
O frasco multidoses, uma vez aberto, desde que mantido sob temperatura adequada (+ 2 ºC a + 8º C) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação, deve ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
A data e o horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
O número de doses desprezadas deve ser registrado para subsidiar a avaliação de perdas de vacinas.
Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
321
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração
conforme a via de administração, se intramuscular ou subcutânea;
Injetar o líquido lentamente. 13.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina
Após administrar a vacina influenza (fragmentada) são procedimentos
básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de perfurocortante,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item 4.2.que
trata dos cuidados com o lixo da sala de vacinação e no tópico 6, item
6.2. sobre a utilização de seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Notas: Quando a injeção for intramuscular proceder conforme orientado na Parte II
deste Manual, tópico 6, item 6.5.4.
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;
No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Quando a injeção for subcutânea introduzir a agulha conforme orientado no tópico 6, item 6.5.3.
Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a possibilidade
do aparecimento de manifestações locais ou sistêmicas;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote
e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar
a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.
Notas: São manifestações locais que podem ocorrer após a administração da Vacina
contra Influenza: dor no local da injeção, eritema e enduração ocorrem em 10% a 64% dos
pacientes (são benignos autolimitados, geralmente resolvidos em 48 horas); os abscessos geralmente encontram-se associados à infecção secundária
ou a erros da técnica de administração; São manifestações sistêmicas que podem ocorre após a administração da
vacina contra influenza: febre, mal estar e mialgia que podem começar 6 a 12 horas após a
vacinação e persistir por um a dois dias; essas manifestações são mais freqüentes em pessoas que não tiveram
contato anterior com os antígenos da vacina.
Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
322
323
14. Vacina conjugada Pneumococo – 10 valente (Pn 10) 14.1. Indicação
A vacina pneumococo 10-valente conjugada de polissacarídeos
peneumocócicos é indicada exclusivamente para crianças a partir dos dois
meses de idade até os 11 meses e 29 dias. Considerar uma dose adicional
(reforço) entre 12 e 15 meses.
Tem como objetivo prevenir infecções invasivas (septicemia, meningite
por pneumococo, pneumonia bacteriana e bacteremia) e otite média aguda
(OMA), causadas pelos sorotipos de Streptococus pneumoniae 1, 4, 5, 6B, 7F,
9V, 14, 18C, 19F e 23F, que a compõe.
A vacina, de maneira geral, é pouco reatogênica e bem tolerada.
14.2. Contraindicação
A Pn 10 está contraindicada nas situações gerais referidas nesta Parte
do Manual, no tópico 2, item 2.1, e nas seguintes situações:
Na ocorrência de hipersensibilidade imediata (reação anafilática) após
o recebimento de qualquer dose da vacina;
Na vigência de história de hipersensibilidade aos componentes da
vacina.
14.3. Composição
A vacina Pn 10 é uma vacina polivalente, preparada a partir de
polissacarídeos capsulares bacterianos purificados do Streptococcus
pneumoniae (pneumococo).
É constituída de uma suspensão de antígenos polissacarídicos
purificados, com 10 sorotipos de pneumococo (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F
e 23F). Além da proteína transportadora, contém solução salina (4,5 mg) e
como adjuvante o fosfato de alumínio, 0,5 mg.
O volume de uma dose contém 25μg de cada polissacarídeo.
324
14.4. Apresentação
A vacina Pn 10 é apresentada sob a forma líquida, em frasco de dose
única.
14.5. Conservação
A vacina contra a infecção pelo pneumococo é conservada entre +2 ºC e
+8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico
5.
14.6. Dose e volume
O esquema de vacinação com a Pn 10 é de três doses: aos dois, aos
quatro e aos seis meses de idade.
Uma dose de reforço é administrada de 12 a 15 meses.
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.
14.7. Via de administração
A vacina Pn10 é administrada por via intramuscular profunda, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, itens 6.5.4.
Nota: A vacina, dependendo do laboratório produtor, pode ser apresentada em seringa
agulhada, na dose correspondente a 0,5ml.
Notas:
A Pn10 não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da vacina.
Notas:
A vacina é administrada na face lateral da coxa.
A Pn 10 não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
325
14.8. Administração
14.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina Pn10 o vacinador deve adotar os
seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros
materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3
e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o
nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
o frasco para que ocorra homogeneização da vacina;
Aspirar todo o volume a ser administrado, verificando na
graduação da seringa se a dosagem está correta;
Nota: Quando a vacina for apresentada em seringa agulhada, para administrar
conectar o êmbolo no corpo da seringa.
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
326
14.8.2 Procedimentos básicos na administração da vacina Para a administração da vacina Pn10 são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste Manual,
no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da
clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os
procedimentos básicos para administração de injeções por via
intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha, conforme orientado no tópico 6, item 6.5.4. da
Parte II deste Manual;
Injetar o líquido lentamente.
Notas:
Localizar visualmente o músculo vasto lateral e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da criança a ser vacinada.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
327
14.8.3 Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina Pn10 são procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala de
vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de seringas e
agulhas;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento de manifestações locais ou
sistêmicas;
L
avar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote
e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar
a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Nota:
São manifestações que podem ocorrer após a vacinação com a Pn10:
Locais: eritema, dor e enduração (1º dia);
Sistêmicas: febre >= 38,50C, mialgia, artralgia, cefaléia, astenia (1º dia);
Reação anafilática (nos primeiros 30 minutos, até 12 horas): urticária, sibilos, laringoespasmo, edema de lábios, hipotensão e choque.
Não indicar o uso de paracetamol antes ou depois da vacinação para não diminuir a imunogenicidade.
328
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
329
15. Vacina conjugada meningococo do grupo C 15.1. Indicação
A vacina está indicada para crianças menores de um ano de idade,
tendo em vista a prevenção da doença sistêmica causada pela Neisseria
meningitidis do sorogrupo C.
A indicação de uso da vacina conjugada contra o meningococo do
grupo C no CRIE está relacionada, principalmente, a condições de particular
suscetibilidade ao meningococo como as descritas na sequência:
crianças e adolescentes com asplenia anatômica ou funcional
ou com imunodeficiência congênita ou adquirida;
menores de cinco anos, com doença pulmonar ou
cardiovascular crônica e grave;
transplantados de medula óssea.
15.2. Contraindicações
A vacina conjugada meningococo do grupo C é contraindicada para
pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da vacina.
15.3. Composição
A vacina conjugada meningococo do grupo C é constituída por
polissacarídeos capsulares purificados da Neisseria meningitidis do sorogrupo
C, conjugados ao toxóide tetânico ou CRM197, e hidróxido de alumínio como
adjuvante.
15.4. Apresentação
A vacina conjugada meningococo do grupo C é apresentada sob a
forma isolada ou combinada com o meningococo do grupo A. Neste caso,
contêm 50mcg do polissacarídeo capsular purificado correspondente a cada
sorogrupo.
A vacina é apresentada sob a forma liofilizada, em frasco
multidoses acompanhado da ampola do diluente.
330
15.5. Conservação
A vacina conjugada meningococo do grupo C é conservada entre
+2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 5.
15.6. Dose e volume
O esquema de administração da conjugada meningococo do grupo
C corresponde a duas doses a partir dos dois meses de vida até os 12 meses:
duas doses, de 0,5 ml, administradas com um intervalo de pelo menos dois
meses.
Uma única dose de reforço é administrada entre 12 e 15 meses de
idade.
15.7. Via de administração
A vacina conjugada meningococo do grupo C é administrada por
via intramuscular ou subcutânea, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6, itens 6.5.4 e 6.5.3.
Notas:
A vacina não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.5;
O congelamento provoca a desnaturação protéica e a desagregação do adjuvante (com formação de grumos) com conseqüente perda de potência e aumento dos eventos adversos locais (dor, rubor e calor).
Notas:
Ao usar a via intramuscular fazer a injeção no vastolateral da coxa.
Eventualmente usar a via subcutânea fazendo a injeção na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.
331
15.8. Administração
15.8.1. Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina conjugada meningococo do grupo C
o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e
outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando
o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópico 6, item 6.4.3, da seguinte forma:
aspirar o diluente;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre + 2 ºC e + 8º C – ideal + 5 ºC.
Para esfriar o diluente colocá-lo no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.
332
injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco
que contém o liófilo;
fazer um movimento rotatório em sentido único com o
frasco para uma perfeita homogeneização da vacina;
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação
da seringa se a dosagem está correta;
Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova
dose.
Notas:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.
Notas:
O frasco multidoses uma vez aberto pode ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
Esse prazo só deve ser respeitado se o produto for mantido sob temperatura adequada (+ 2 ºC a + 8º C) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação,
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar a sobra da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação de perdas de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.
333
15.8.2. Procedimentos básicos na administração da vacina
Para administrar a vacina conjugada meningococo do grupo C o
vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os
procedimentos básicos para administração de injeções por via
intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à via
de administração escolhida (intramuscular ou subcutânea);
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
334
15.8.3. Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a conjugada meningococo do grupo C são
procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala
de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento de manifestações locais ou
sistêmicas;
Notas: Quando a injeção for intramuscular proceder conforme orientado na Parte II
deste Manual, tópico 6, item 6.5.4.
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);
Adequar a agulha ao ângulo de aplicação conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;
No caso do deltóide a aplicação será na face externa superior do braço
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Quando a injeção for subcutânea introduzir a agulha conforme orientado no tópico 6, item 6.5.3.
335
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do
lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e
agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento
adverso.
Notas:
As manifestações após a administração da vacina são leves, sendo as mais comuns: dor, vermelhidão e inchaço no local da aplicação.
Em crianças que começam a andar e em bebês, observa-se choro persistente transitório, irritabilidade e sonolência. Ocorrem com menor frequência: febre, vômito, recusa da alimentação e diarréia.
Nenhuma dessas situações contraindicam as doses subseqüentes.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
336
16. Vacinas utilizadas em situações especiais
Vacinas utilizadas em situações especiais são produtos que não
estão disponíveis na rotina das unidades de saúde, sendo oferecidos no Centro
de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Esses produtos, como os demais imunobiológicos, são produzidos
a partir de moderna tecnologia e, de modo geral, são de alto custo. Alguns têm
indicações mais abrangentes, mas o Ministério da Saúde, ao disponibilizá-los
no CRIE, estabelece prioridades em termos de indicação, de modo geral
agrupadas em três categorias:
para profilaxia após a exposição a agentes infecciosos, como no
caso da imunoglobulina antivaricela-zoster;
para substituição de produtos disponíveis na rede de serviços,
quando estes não podem ser utilizados em função da
hipersensibilidade ou da ocorrência de eventos adversos, como
é o caso do uso da vacina raiva de cultivo celular e a vacina
difteria, tétano e coqueluche acelular (DTPa);
para imunização de crianças e adultos com imunossupressão,
como no caso da vacina inativada contra a poliomielite.
Para ser atendido no CRIE a usuário deve cumprir alguns
requisitos e procedimentos, a saber:
apresentar relatório do médico que fez o atendimento, na rede
pública ou privada, contendo o diagnóstico com o Código
Internacional de Doenças (CID) e breve histórico da patologia,
bem como resultados de exames de laboratório e outros
exames complementares pertinentes;
apresentar-se na unidade do CRIE mais próxima da residência
para consulta e administração das vacinas indicadas, de acordo
com as normas estabelecidas.
337
Orientações específicas quanto à indicação desses produtos
constam do Manual dos CRIE, editado pelo Ministério da Saúde.
16.1. Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) A) Indicação
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é indicada para pessoas
que não podem receber a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) e que se
encontram nas situações descritas a seguir:
criança imunodeprimidas (com deficiência imunológica congênita
ou adquirida) não vacinadas ou que receberam esquema
incompleto com a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada);
criança que vive em contato domiciliar ou hospitalar com pessoa
imunodeprimida;
pessoa submetida a transplante de órgãos sólidos ou de medula
óssea;
recém-nascido que permaneça internado em unidade neonatal até
a idade de início da vacinação;
criança com história de paralisia flácida associada à vacina, após
dose anterior da vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada).
B) Contraindicação
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) está contraindicada na
ocorrência de reação grave à dose anterior desta mesma vacina ou de
anafilaxia a algum componente da vacina.
Notas: A criança cuja mãe é HIV positivo deve receber a vacina poliomielite 1, 2
e 3 (inativada) mesmo antes da definição diagnóstica. Criança com HIVAIDS deve receber a vacina poliomielite 1, 2 e 3
(inativada). Nessas situações, quando a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) não
estiver disponível utilizar a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada).
338
C) Composição
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é trivalente de potência
aumentada e contém os vírus da poliomielite dos tipos I, II e III, obtidos em
cultura celular e inativados por formaldeído. Pode conter traços de
estreptomicina, neomicina, polimixina e 2-fenoxietanol como conservante.
D) Apresentação
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada)é apresentada sob a forma
líquida, em frasco ou seringa agulhada, em dose individual.
E) Conservação
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é conservada entre +2 ºC
e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 4.
F) Dose e volume
O esquema básico da vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada)
corresponde a três doses, a partir dos dois meses de idade, com intervalo de
60 dias. O intervalo mínimo é de 30 dias.
O primeiro reforço é feito entre seis meses e um ano depois da 3ª
dose.
Nota:
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
Nota:
Quando a criança iniciou o esquema com a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (atenuada) e surgiu a indicação para o uso da VIP não reiniciar o esquema completá-lo com as doses que faltam.
339
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) pode ser aplicada
simultaneamente com as demais vacinas dos calendários de vacinação do
Ministério da Saúde.
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.
G) Via de administração
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) é administrada por via
intramuscular, podendo também ser utilizada a via subcutânea, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, itens 6.4.4. e 6.4.3.
H) Administração
Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) o
vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
Ao usar a via intramuscular fazer a injeção:
Nos menores de dois anos de idade no vastolateral da coxa;
Nos maiores de dois anos, preferencialmente na região do deltóide.
Eventualmente usar a via subcutânea fazendo a injeção na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.
3
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e
outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando
o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 6;
Aspirar todo volume do frasco.
Procedimentos básicos na administração da vacina
Para a administração da vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) são
procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6 sobre os
procedimentos básicos para administração de injeções por via
intramuscular (item 6.4.4.) ou subcutânea (item 6.4.3.), conforme
o caso;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Nota:
Quando a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) for apresentada em seringa agulhada conectar o êmbolo no corpo da seringa para a administração.
40
341
Introduzir a agulha conforme a via de administração, se
intramuscular ou subcutânea;
Injetar o líquido lentamente.
Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) são
procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa de coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala
de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Notas: Quando a injeção for intramuscular adotar os seguintes cuidados:
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;
No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
342
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar à pessoa vacinada ou ao seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento de manifestações locais ou
sistêmicas;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote
e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar
a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento
adverso.
16.2. Vacina adsorvida difteria e tétano infantil A) Indicação
A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é indicada para crianças, a
partir dos dois meses de idade até menos de sete anos (seis anos, 11 meses e
29 dias) que, após o recebimento da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis
e Haemophilus influenzae b (conjugada) ou da vacina adsorvida difteria, tétano
Nota:
Após a administração da vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) podem ocorrer manifestações locais (eritema discreto no local da administração) e sistêmicas (febre moderada). Manifestação alérgica como a anafilaxia é rara.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
343
e pertussis ou da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular),
apresentou algumas das seguintes manifestações:
Convulsões nas primeiras 72 horas; ou
Episódio hipotônico-hiporresponsivo (EHH) nas primeiras 48 horas; ou
Encefalopatia nos primeiros sete dias após a vacinação.
A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é uma opção para a criança
que não possa receber o componente pertussis nem na forma celular nem na
acelular.
B) Contraindicação
A vacina adsorvida difteria e tétano infantil está contraindicada nas
situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item 2.1.
C) Composição
A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é uma associação dos
toxóides diftérico e tetânico, tendo o hidróxido ou o fosfato de alumínio como
adjuvante e o timerosal como conservante.
Na vacina adsorvida difteria e tétano infantil a concentração da dose
imunizante do toxóide diftérico é de 2UI/ml e do toxóide tetânico 2UI/ml.
D) Apresentação
A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é apresentada sob a forma
líquida, em frasco de dose única ou de multidoses.
Nota:
Como a vacina adsorvida difteria e tétano infantil não está disponível nas unidades de saúde, quando houver indicação de uso, deve ser feita uma solicitação do produto à coordenação de imunizações do Município ou do Estado, ou a criança deve ser encaminhada ao CRIE.
344
E) Conservação
A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é conservada numa
temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 5.
F) Dose e volume
O esquema básico da vacina adsorvida difteria e tétano infantil
corresponde a três doses, com intervalo de 60 dias entre as mesmas. O
intervalo mínimo é de 30 dias.
O reforço é semelhante ao da vacina adsorvida difteria, tétano e
pertussis, ou seja, uma dose seis a 12 meses depois da 3ª dose do esquema
básico, de preferência aos 15 meses de idade, coincidindo com o reforço da
vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada).
O volume correspondente a uma dose da vacina adsorvida difteria e
tétano infantil é de 0,5 ml, podendo variar dependendo do laboratório produtor.
G) Via de administração
A vacina adsorvida difteria e tétano infantil é administrada por via
intramuscular profunda, conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico
6, item 6.4.4.
Notas:
A vacina adsorvida difteria e tétano infantil não pode ser congelada, caso atinja temperatura de 0 ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a desnaturação protéica e a desagregação do adjuvante (com formação de grumos) com conseqüente perda de potência e aumento dos eventos adversos locais (dor, rubor e calor).
Notas:
Ao indicar a vacina adsorvida difteria e tétano infantil considerar as doses da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) ou da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis recebidas anteriormente, orientando a continuidade do esquema.
O reforço para proteção contra a difteria e o tétano é feito de 10 em 10 anos com a vacina adsorvida difteria e tétano adulto, conforme orientado nesta Parte do Manual, no tópico 8.
345
H) Administração
Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina adsorvida difteria e tétano infantil o
vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros
materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o
nome da mesma, bem como o prazo de validade;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.
Em crianças maiores utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.
A vacina adsorvida difteria e tétano infantil não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
346
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6, item 6.4.4;
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação da
seringa se a dosagem está correta;
Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova
dose.
Procedimentos básicos na administração da vacina
Para a administração da vacina adsorvida difteria e tétano infantil são
procedimentos básicos:
Nota:
Observar o frasco da vacina adsorvida difteria e tétano infantil cuidadosamente para detectar a presença de partículas, caso sejam encontradas, a vacina não deverá ser utilizada.
O frasco multidoses da vacina adsorvida difteria e tétano infantil após aberto poderá ser usado pelo prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2ºC a +8ºC – ideal + 5ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo, conforme o laboratório produtor.
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas, independente do motivo deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste
Notas:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.
347
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição segura e
confortável conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3,
item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como
no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para
administração de injeções por via intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 6, item 6.5.4.;
I
n
jetar o líquido lentamente.
Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina adsorvida difteria e tétano infantil são
procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
Notas:
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;
No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
348
tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala de
vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de seringas e
agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações mais comuns;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote
e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar
a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.
Notas:
São reações mais comuns: dor local, eritema (vermelhidão), edema e enduração no local da injeção, febrícula e sensação de mal-estar, com intensidade variável e duração passageira.
Orientar o uso de compressa fria no caso de dor ou rubor no local da administração da vacina.
Não usar compressa quente.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
349
16.3. Vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) A) Indicação
A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) é indicada para os
menores de cinco anos, a partir dos dois meses de idade.
O Haemophilus influenzae tipo b é o agente causador de várias
doenças invasivas em crianças até os cinco anos de idade, tais como:
meningite, septicemia, pneumonia, celulite, epiglotite, artrite séptica,
osteomielite.
A indicação da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) na
forma isolada é restrita a situações especiais, sendo administrada no CRIE
para atender a grupos ou situações específicas, conforme destacado a seguir:
crianças e adolescentes com menos de 19 anos e não vacinados
com asplenia anatômica ou funcional;
crianças e adolescentes com menos de 19 anos e não vacinados
com imunodeficiência congênita ou adquirida;
crianças e adolescentes com doença pulmonar ou cardiovascular
crônica e grave;
transplantados de medula óssea de qualquer idade.
B) Contraindicação
A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) é contraindicada
apenas nas situações gerais referidas nesta Parte do Manual, no tópico 2, item
2.1.
C) Composição
A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) é apresentada nas
seguintes composições, de acordo com o laboratório produtor:
constituída por fragmentos curtos do PRP, conjugados com a
proteína CRM197, mutante atóxica da toxina diftérica, e contém
timerosal (HbOC);
350
constituída pelo PRP conjugado com proteínas da membrana
externa do meningococo do grupo de tipo B, contém timerosal,
lactose e sais de alumínio (PRP-OMP);
constituída pelo PRP conjugado ao toxóide tetânico (PRP-T).
D) Apresentação
A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) é apresentada sob
a forma liofilizada, acompanhada do diluente, ou sob a forma líquida, em
frascos de dose única ou multidoses.
E) Conservação
A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada)é conservada entre
+2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 5.
F) Dose e volume
O esquema de vacinação com a vacina Haemophilus influenzae b
(conjugada)está descrito no quadro III-3 a seguir.
Notas:
Algumas vacinas vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) na forma líquida, na apresentação unidose, podem vir acondicionadas em seringa acompanhada de agulha.
Para algumas vacinas vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) na forma liofilizada o diluente pode vir na seringa com agulha, acompanhada do frasco com o liófilo.
Notas:
A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) não pode ser congelada, caso atinja temperatura de 0 ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da vacina.
351
Quadro III-3 Esquema de vacinação com a vacina Haemophilus influenzae
b (conjugada)
Idade Esquema Primário Reforço
2 a 6 meses 3 doses (com intervalo de 60 dias, sendo, no mínimo, 30 dias)
12 a 15 meses*
7 a 11 meses 2 doses (4 a 8 semanas de intervalo) 12 a 15 meses*
1 a 19 anos Dose única _
2 doses (4 a 8 semanas de intervalo)*
* Para imunodeprimidos (HIV/Aids), imunossupressão devido a drogas e câncer, imunodeficiência congênita com
deficiência isolada de tipo humoral ou deficiência de complemento, transplantados).
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.
G) Via de administração
A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) é administrada por
via intramuscular profunda, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6, item 6.4.4.
H) Administração
Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina Haemophilus influenzae b
(conjugada) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Notas:
Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.
Em crianças maiores e nos adultos utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.
A vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
35
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e
outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando
o nome da mesma, bem como o prazo de validade;
Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópico 6, item 6.4.3, da seguinte forma:
aspirar o diluente;
injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco;
fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco
para uma perfeita homogeneização da vacina;
Aspirar o volume a ser utilizado, verificando na graduação da
seringa se a dosagem está correta;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
No caso da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) liofilizada retirar também o diluente, verificando o nome do mesmo, bem como o prazo de validade.
O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2ºC e +8ºC – ideal + 5ºC.
O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.
Nota:
Quando o diluente estiver acondicionado na seringa agulhada, injetá-lo vagarosamente no frasco com o liófilo.
2
353
Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova
dose.
Procedimentos básicos na administração da vacina
Para a administração da vacina Haemophilus influenzae b
(conjugada)são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os
procedimentos básicos para administração de injeções por via
intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Notas:
O frasco multidoses da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada), uma vez aberto pode ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
Esse prazo só deve ser respeitado se o produto for mantido sob temperatura adequada (+ 2ºC a + 8ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação,
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar a sobra da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.
354
Introduzir a agulha, conforme orientado na Parte II, deste Manual,
no tópico 6, item 6.5.4.;
Injetar o líquido lentamente.
Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada)
são procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala
de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
Notas:
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa, fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar e introduzir a agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;
No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.
355
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do
lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e
agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento
adverso.
16.4. Vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) A) Indicação
A indicação da vacina pneumocócica 23 valente (conjugada)
depende da idade e da situação clínica sendo dirigida para:
Notas:
Raramente ocorrem reações após a administração da vacina Haemophilus influenzae b (conjugada)e quando acontecem são locais (dor, eritema e enduração) e febre nas primeiras 24 a 48 horas.
Não há relato de evento pós-vacinal graves atribuído à vacina Haemophilus influenzae b (conjugada).
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
356
adultos a partir dos 60 anos de idade, quando hospitalizados ou
residentes em instituições fechadas, como asilos, casas
geriátricas e casas de repouso;
adolescentes e adultos que apresentam:
imunodeficiência congênita ou adquirida;
síndrome nefrótica;
asplenia anatômica ou funcional (ex.: anemia falciforme);
doença pulmonar ou cardiovasculares crônicas e grave;
insuficiência renal crônica;
diabetes mellitus insulino-dependente;
cirrose hepática; ou
fístula liquórica;
transplantados de medula óssea de qualquer idade.
B) Contraindicação
A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) está
contraindicada:
Na ocorrência de hipersensibilidade imediata (reação anafilática)
após o recebimento de qualquer dose da vacina;
Na vigência de história de hipersensibilidade aos componentes da
vacina; ou
Notas:
Nas situações de esplenectomia eletiva a vacina deve ser administrada, preferencialmente, 15 dias antes do ato cirúrgico.
No caso de quimioterapia imunossupressora administrar a vacina duas semanas antes.
357
Quando o tempo decorrido desde a primeira dose for inferior a
três anos, pela possibilidade da ocorrência de eventos adversos
mais intensos.
C) Composição
A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) é uma vacina
polivalente, preparada a partir de polissacarídeos capsulares bacterianos
purificados do Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e não contém
conservantes.
A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) é constituída de
uma suspensão de antígenos polissacarídicos purificados, com 23 sorotipos de
pneumococo, em solução salina e conservada por fenol.
Uma dose contém 25μg de cada polissacarídeo. Os 23 tipos
capsulares de pneumococos incluídos na vacina são: 1, 2, 3, 4, 5, 6B, 7F, 8,
9N, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 17F, 18C, 19A, 19F, 20, 22F, 23F, 33F.
D) Apresentação
A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada)é apresentada sob
a forma líquida, em frasco de dose única.
E) Conservação
A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada)é conservada entre +2 ºC
e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 5.
Notas:
A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada)não pode ser congelada; caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da vacina.
Nota:
A vacina, dependendo do laboratório produtor, pode ser apresentada com seringa agulhada, na dose correspondente a 0,5ml.
358
F) Dose e volume
A vacina pneumocócica 23 valente (conjugada) é administrada a
partir dos dois anos de idade com uma segunda dose cinco anos depois da
primeira.
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.
G) Via de administração
A via de administração da vacina pneumocócica 23 valente
(conjugada) é a intramuscular, podendo ser feita, eventualmente, por via
subcutânea, dependendo da quantidade do tecido subcutâneo do indivíduo.
.
H) Administração
Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina pneumocócica 23 valente
(conjugada) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Notas:
Ao usar a via intramuscular fazer a injeção:
Nos menores de dois anos de idade no vastolateral da coxa;
Nos maiores de dois anos, preferencialmente, a região do deltóide;
Ao usar a via subcutânea fazer a injeção
Na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço;
Na região do glúteo, eventualmente, no quadrante superior externo.
As orientações quanto as vias intramuscular e subcutânea estão descritas na Parte II deste Manual, no tópico 6, itens 6.5.4. e 6.5.3., respectivamente.
359
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e outros
materiais,conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos
3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando o
nome da mesma, bem como o prazo de validade;
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
o frasco para que ocorra homogeneização da vacina;
Aspirar todo o volume a ser administrado, verificando na
graduação da seringa se a dosagem está correta;
Procedimentos básicos na administração da vacina
Para a administração da vacina pneumocócica 23 valente
(conjugada) são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste Manual,
no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da
clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Nota:
Quando a apresentação for com seringa agulhada, conectar o êmbolo no
corpo da seringa para a administração.
360
procedimentos básicos para administração de injeções por via
intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à via
de administração escolhida (intramuscular ou subcutânea);
Injetar o líquido lentamente.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
Notas: Quando a injeção for intramuscular proceder conforme orientado na Parte II
deste Manual, tópico 6, item 6.5.4.
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;
No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Quando a injeção for subcutânea introduzir a agulha conforme orientado no tópico 6, item 6.5.3.
361
Procedimentos básicos após a administração da vacina Após administrar a vacina pneumocócica 23 valente (conjugada)
são procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da
sala de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização
de seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações consideradas
como mais comuns;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do
lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e
agendar a próxima vacina, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim
no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Notas:
São manifestações:
Locais: eritema, enduração e dor;
Sistêmicas: febre baixa, astenia, cefaléia e mialgia (mais intensos e mais freqüentes na revacinação).
As manifestações alérgicas como a anafilaxia são raras.
362
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do
esquema básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum
evento adverso.
16.5. Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis
(acelular)
A) Indicação
A administração da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis
(acelular) tem por objetivo prevenir a difteria, o tétano e a coqueluche (ou
pertussis), sendo indicada para crianças com idade entre dois meses e seis
anos completos que, após o recebimento de qualquer dose da vacina
adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) ou
da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis, apresentaram:
convulsões nas primeiras 72 horas;
episódio hipotônico hiporresponsivo (EHH) nas primeiras 48
horas.
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) está
disponível no CRIE.
B) Contraindicação
A administração vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis
(acelular) está contraindicada nas seguintes situações:
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
363
ocorrência de hipersensibilidade imediata (reação anafilática)
após o recebimento de qualquer dose da própria vacina acelular
ou da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus
influenzae b (conjugada) ou da vacina adsorvida difteria, tétano
e pertussis, ou quando relata história de hipersensibilidade aos
seus componentes; e
ocorrência de encefalopatia nos primeiros sete dias após a
administração da própria vacina acelular ou da vacina adsorvida
difteria, tétano e pertussis.
C) Composição
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) combina os
toxóides diftérico e tetânico com a toxina pertússis, com adição variável de
outros componentes antigênicos da Bordetella pertussis. Usa como
preservativo o timerosal ou o fenoxietanol, sendo adsorvidas a sais de
alumínio, como adjuvante, do mesmo modo que na vacina adsorvida difteria,
tétano e pertussis.
D) Apresentação
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) é
apresentada sob a forma líquida, em seringas ou ampola unidose, contendo 0,5
ml, ou em frasco multidoses, dependendo do laboratório produtor.
E) Conservação
A vacina vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) é
conservada numa temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5.
Nota:
Quando da ocorrência de encefalopatia é indicada apenas a administração da vacina adsorvida difteria e tétano infantil, conforme descrito nesta Parte do Manual, no tópico 15, item 15.2.
364
F) Dose e volume
O esquema de vacinação da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis
(acelular) corresponde a três doses, aos dois, aos quatro e aos seis meses,
com um reforço aos 15 meses e outro entre quatro e seis anos. O intervalo
mínimo entre as doses é de 30 dias.
Quando há indicação da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis
(acelular) o esquema deverá tão somente ser completado caso a criança tenha
recebido doses anteriores da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e
Haemophilus influenzae b (conjugada) ou da vacina adsorvida difteria, tétano e
pertussis.
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml.
G) Via de administração
Notas:
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da vacina.
Nota:
Quando a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) estiver sendo administrada em substituição à vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada), a criança deverá receber, simultaneamente, a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada), aplicada com seringa individual, em grupo muscular diferente.
Notas:
Nas crianças menores de dois anos a vacina é administrada na face lateral da coxa.
Em crianças maiores utilizar, preferencialmente, a região do deltóide, na face externa superior do braço.
A DTPa não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
365
A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) é
administrada por via intramuscular profunda, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.
H) Administração
Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis
(acelular) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e
outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando
o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;preparar a
vacina, conforme orientado na Parte II deste Manual, tópico 6;
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 6, item 6.3.3;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
Quando a vacina é apresentada com seringa agulhada conectar o êmbolo no corpo da seringa.
366
Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação
da seringa se a dosagem está correta;
Recolocar o frasco na caixa térmica até a aspiração de nova
dose.
Procedimentos básicos na administração da vacina
Para administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis
(acelular) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Notas:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose, perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose, limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose, fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco da vacina para homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspira a dose.
Notas:
O frasco multidoses da vacina vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) após aberto poderá ser usado por um prazo estabelecido pelo laboratório produtor, constante da bula do produto, desde que mantido sob temperatura adequada (+2 ºC a +8 ºC) e adotados os cuidados que evitem sua contaminação.
A coordenação de imunizações do Estado ou do Município deverá informar esse prazo à Unidade de Saúde quando do envio da remessa da vacina vez que há variações quanto a esse prazo conforme o laboratório produtor.
A data e horário da abertura do frasco devem ser anotados no próprio frasco, principalmente quando o prazo for mais longo.
Vencido o prazo, desprezar o resto da vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 4, item 4.2.
O número de doses desprezadas, independente do motivo deve ser anotado no impresso utilizado para registro das atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas, conforme orientado neste Manual, na Parte I, tópico 4, item 4.2.1.6.
367
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os
procedimentos básicos para administração de injeções por via
intramuscular;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à
massa muscular da região escolhida;
Injetar o líquido lentamente.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
Notas:
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa, fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar e introduzir a agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;
No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
368
Procedimentos básicos após a administração da vacina
Após administrar a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis
(acelular) são procedimentos básicos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala
de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre as
reações consideradas como mais comuns;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote
e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar
Notas:
As manifestações após a administração da vacina são leves, sendo as mais comuns: dor, vermelhidão e inchaço no local da administração.
Em crianças que começam a andar e em bebês, observa-se choro, irritabilidade, sonolência e insônia. Ocorrem com menor frequência: febre, vômito, náusea, perda de apetite e diarréia.
As manifestações que ocorrem após a administração da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) são: Locais: as mesmas da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis,
porém com menor frequência de intensidade: dor, enduração e hiperemia;
Sistêmicas: as mesmas da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis porem menos freqüentes: temperatura axilar de 40 ºC, convulsões febris, choro com três horas ou mais de duração; o episódio hipotônico hiporresponsivo tem sido observado eventualmente.
Não há informação sobre a incidência de encefalopatia uma vez que se trata de evento raro.
Também é rara a anafilaxia.
369
a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.
16.6. Vacina adsorvida hepatite A (inativada)
A) Indicação
A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é indicada a partir dos 12
meses de vida (um ano de idade), para pessoas que se encontram em
situações que caracterizam recomendação específica, conforme norma do
Ministério da Saúde, tais como:
portadores de hepatopatias crônicas de qualquer etiologia;
portadores crônicos de hepatite B e/ou C;
coagulopatias;
crianças menores de 13 anos com HIV/Aids;
adultos com HIV/Aids que sejam portadores de hepatite B e/ou
C;
pessoas com doenças de depósito;
pessoas com fibrose cística;
pessoas com trissomias;
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
370
pessoas com imunodepressão terapêutica ou por doença
imunodepressora;
candidatos a transplante de órgão sólido, cadas trados em
programas de transplantes;
transplantados de órgão sólido ou de medula óssea;
doadores de órgão sólido ou de medula óssea, cadastrados em
programas de transplantes;
pessoas com hemoglobinopatias.
B) Contraindicação
A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é contraindicada na
ocorrência de hipersensibilidade imediata (reação anafilática) após o
recebimento de qualquer dose anterior, ou em função de história de
hipersensibilidade aos componentes da vacina.
A vacina não é recomendada durante a gestação, a despeito de ser
inativada e de ser baixo o risco teórico para o feto. Entretanto, em situações de
surto deve ser avaliado o risco\benefício individual.
C) Composição
A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é preparada a partir de
culturas celulares em fibroblastos humanos e inativadas pela formalina, tendo
como adjuvante o hidróxido de alumínio. Não contém antibióticos. Na
dependência da apresentação, pode ter o fenoxietanol como conservante.
D) Apresentação
A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é apresentada na forma
líquida, em frasco unidose, com diferentes concentrações a depender do
laboratório produtor. Também pode ser apresentada com seringa agulhada.
371
E) Conservação
A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é conservada numa
temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 5.
F) Dose e volume
O esquema básico da vacina adsorvida hepatite A (inativada) varia
conforme a idade e o laboratório produtor. Quando na forma isolada, tanto na
apresentação adulta como infantil, deve ser administrada em duas doses, com
intervalo de seis meses.
O volume correspondente a uma dose é de 0,5 ml ou 1,0 ml a
depender do laboratório produtor.
G) Via de administração
A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é administrada por via
intramuscular, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item
6.5.4.
Excepcionalmente, em crianças com coagulopatias pode ser
realizada pela via subcutânea.
Notas:
A vacina adsorvida hepatite A (inativada) não pode ser congelada, caso atinja temperatura de congelamento proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da vacina
Notas:
Ao usar a via intramuscular fazer a injeção preferencialmente, na região do deltóide, na face externa superior do braço.
A vacina adsorvida hepatite A (inativada) não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura), o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
Ao usar a via subcutânea fazer a injeção na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.
372
H) Administração
Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina adsorvida hepatite A (inativada) o
vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa e agulha apropriadas e
outros materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando
o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar a vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 6, item 6.3;
Fazer um movimento rotatório com a ampola ou o frasco, em
sentido único, para que ocorra homogeneização da vacina;
Aspirar todo o volume a ser administrado, verificando na
graduação da seringa se a dosagem está correta.
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
Quando a vacina é apresentada com seringa agulhada conectar o êmbolo no corpo da seringa.
373
Procedimentos básicos na administração da vacina
Para administrar a vacina adsorvida hepatite A (inativada) o
vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os
procedimentos básicos para administração de injeções por via
intramuscular ou 6.4.3. no caso da subcutânea;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de administração à
massa muscular da região escolhida;
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
368
Injetar o líquido lentamente.
Procedimentos básicos após a administração da vacina
Após administração da vacina adsorvida hepatite A (inativada) o
vacinador deve:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de material
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala
de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento de manifestações locais ou
sistêmica;
Notas:
Ao usar a via intramuscular:
Na vacinação dos menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa, fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar e introduzir a agulha no terço médio da coxa (vasto lateral);
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada;
No caso do deltóide a administração será na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Ao usar a via subcutânea fazer a injeção no deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.
A vacina de vírus inativados contra a hepatite A não deve ser administrada na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo e sim no tecido adiposo (gordura),o que diminui sensivelmente a resposta imunológica.
374
375
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote
e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e agendar
a próxima vacina, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso.
16.7. Vacina varicela (atenuada)
A) Indicação
A vacina varicela (atenuada) é indicada a partir dos 12 meses de vida
(um ano de idade), antes e depois da exposição ao vírus.
A vacinação pré-exposição ocorre nas seguintes situações:
Na vigência de leucemia linfocítica aguda e tumores sólidos em
remissão há pelo menos 12 meses, desde que apresentem mais
de 700 linfócitos/mm³ e mais de 100.000/mm³ de plaquetas e sem
radioterapia;
Notas: As manifestações que ocorrem após a administração da vacina de vírus
inativados contra a hepatite A são: Locais: dor, eritema ou edema (ocorrem entre 20% a 50% dos vacinados,
são leves e transitórios); Sistêmicas: febre e fadiga (em menos de 5% dos vacinados).
A anafilaxia e rara.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
376
Profissionais de saúde e pessoas suscetíveis à doença e
imunocompetentes que estejam em convívio domiciliar ou
hospitalar com pacientes imunodeprimidos;
Candidatos a transplante de órgãos, suscetíveis à doença, até
pelo menos três semanas antes do ato cirúrgico, desde que não
estejam imunodeprimidos;
Pessoas imunocompetentes suscetíveis à doença e maiores de
um ano de idade, no momento da internação em enfermaria onde
haja caso de varicela;
Antes da quimioterapia, em protocolos de pesquisa;
Vigência de nefropatias crônicas;
Ocorrência da síndrome nefrótica: crianças com síndrome
nefrótica, em uso de baixas doses de corticóide (<2 mg/kg de
peso/dia até um máximo de 20mg/dia de prednisona ou
equivalente) ou para aquelas em que o corticóide tiver sido
suspenso duas semanas antes da vacinação;
Doadores de órgãos sólidos e medula óssea;
Receptores de transplante de medula óssea: uso restrito, sob a
forma de protocolo, para pacientes transplantados há 24 meses
ou mais;
Pacientes infectados pelo HIV/Aids se suscetíveis à varicela e
assintomáticos ou oligossintomáticos (categoria A1 e N1);
Pacientes com deficiência isolada de imunidade humoral e
imunidade celular preservada;
Vigência de doenças dermatológicas crônicas graves, tais como
ictiose, epidermólise bolhosa, psoríase, dermatite atópica grave e
outras assemelhadas;
Uso continuado de ácido acetilsalicílico (suspender uso por seis
semanas após a vacinação);
377
Vigência de asplenia anatômica ou funcional e doenças
relacionadas;
Presença de trissomias.
A vacina varicela (atenuada) pós-exposição é indicada para o
controle de surto em ambiente hospitalar, nos comunicantes suscetíveis
imunocompetentes maiores de um ano de idade, até 120 horas após o
contágio.
A vacina varicela (atenuada) pode ser aplicada simultaneamente
com outras vacinas dos calendários de vacinação ou com qualquer intervalo,
com exceção da vacina sarampo, caxumba, rubéola e da vacina febre amarela
(atenuada) que, por serem vacinas de vírus vivos atenuados, devem ser
administradas simultaneamente ou com intervalo de 30 dias de uma para a
outra.
B) Contraindicação
A administração da vacina varicela (atenuada) está contraindicada
nas seguintes situações:
pacientes imunodeprimidos, exceto nos casos previstos nas
indicações;
durante o período de três meses após suspensão de terapia
imunodepressora, inclusive uso de corticóides;
na gestação (mulheres em idade fértil vacinadas devem evitar a
gravidez durante um mês após a vacinação);
quando da ocorrência de reação anafilática a dose anterior da
vacina ou a algum de seus componentes.
A transmissão do vírus vacinal é rara, em função do que a vacina
varicela (atenuada) não é contraindicada para pessoas que convivem com
pacientes imunodeprimidos, inclusive HIV positivos e mulheres grávidas.
Os vacinados que desenvolvem exantema variceliforme pós-
vacinação devem evitar o contato com pacientes imunodeprimidos e grávidas.
378
Nessa circunstância não está recomendado o uso da
imunoglobulina humana anti-varicela zoster (IGHAVZ), pois o risco de
transmissão é considerado mínimo.
C) Composição
A vacina varicela (atenuada) é composta por vírus vivos atenuados,
provenientes da cepa Oka. A vacina pode conter gelatina e traços de
antibióticos, como neomicina, kanamicina e eritromicina.
D) Apresentação
A vacina varicela (atenuada) é apresentada sob a forma liofilizada,
em frasco de dose única, acompanhado do respectivo diluente de 0,5 mL.
E) Conservação
A vacina varicela (atenuada), dependendo do laboratório produtor,
é conservada numa temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC
conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5.
F) Dose e volume
O esquema de vacinação para a vacina varicela (atenuada)
corresponde:
a uma dose de 0,5 ml para crianças de 12 meses a 12 anos de
idade;
duas doses de 0,5 ml para os maiores de 13 anos de idade, com
intervalo de 30 a 60 dias entre uma dose e outra.
G) Via de administração
A vacina varicela (atenuada) é administrada por via subcutânea,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.5.3.
Nota:
Os procedimentos relativos à IGHAVZ estão apresentados na Parte IV deste Manual, no tópico 8.
379
H) Administração
Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina varicela (atenuada) o vacinador deve
adotar os seguintes procedimentos:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo material: seringa e agulha apropriadas e outros
materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos
3 e 6;
Retirar a vacina e o diluente do refrigerador ou da caixa
térmica, verificando o nome da mesma, bem como o prazo de
validade, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos
3, 5 e 6;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
Fazer a injeção na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.
Notas:
O diluente, no momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura da vacina, ou seja, entre +2 ºC e +8 ºC – ideal a 5 ºC.
O diluente deve ser colocado no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.
380
Reconstituir a vacina, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópico 6, item 6.4.3, da seguinte forma:
aspirar o diluente;
injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco;
fazer um movimento rotatório em sentido único com o frasco
para uma perfeita homogeneização da vacina; administrar a
vacina até 30 minutos após a reconstituição da vacina
(perda de potência);
Aspirar todo o volume da vacina reconstituída, verificando na
graduação da seringa se a dosagem está correta;
Procedimentos básicos na administração da vacina
Para administrar a vacina varicela (atenuada) o vacinador deve
adotar os seguintes procedimentos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6, item 6.4.4. sobre os
procedimentos básicos para administração de injeções por via
intramuscular ou 6.4.3. no caso da subcutânea;
Fazer a limpeza do local da administração, se necessária;
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
381
Introduzir a agulha conforme orientado para a injeção
subcutânea, na Parte II deste Manual, tópico 6, item 6.5.3.;
Injetar o líquido lentamente;
Procedimentos básicos após a administração da vacina
Após a administração da vacina varicela (atenuada) o vacinador
deve adotar os seguintes procedimentos:
Desprezar a seringa e a agulha na caixa coletora de material
perfurocortante, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados com o lixo da sala
de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
Informar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento de manifestações locais ou
sistêmicas;
Registrar no comprovante de vacinação a data, o número do
lote e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e
agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Notas: As manifestações que ocorrem após a administração da vacina contra a
varicela são: Locais: dor, eritema ou edema (ocorrem entre 20% a 50% dos vacinados,
são leves e transitórios); Sistêmicas: febre e fadiga (em menos de 5% dos vacinados).
A anafilaxia e rara.
382
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento
adverso.
16.8. Vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada)
A) Indicação
A vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada) disponível
atualmente tem baixo poder imunogênico, em função do que sua indicação
está restrita a alguns casos, como por exemplo, para pessoa sujeita à
exposição em decorrência de sua ocupação ou para viajantes que se deslocam
para áreas endêmicas da doença (Ásia, África, Caribe, América Central,
América do Sul).
O Ministério da Saúde indica a vacinação de brasileiros que se
deslocam para países que apresentam alta endemicidade, com estada
prolongada (mais de um mês). Alguns grupos apresentam maior risco de
contaminação, como profissionais de saúde, educadores, missionários,
militares e outros.
É importante avaliar sempre o tipo e o grau de exposição a uma
possível contaminação pela Salmonella typhi, antes de indicar a vacinação,
tanto para viajantes que entram no Brasil como para os que se dirigem a um
país com ocorrência de casos de febre tifóide.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
B) Contraindicação
A administração da vacina febre tifóide (polissacarídica ou
atenuada) está contraindicada para gestante e para pessoa
imunocomprometida. Deve ser adiada quando a pessoa apresentar vômitos
intensos e diarréias severas.
C) Composição
Atualmente estão disponíveis dois tipos de vacina febre tifóide:
a vacina composta de bactéria Salmonella typhi, viva,
atenuada, tendo como estabilizante a lactose e a sacarose,
indicada a partir dos cinco anos de idade; e
a vacina composta de polissacarídeo purificado extraído do
antígeno de superfície da Salmonella typhi, inativada pelo
formol ou pelo calor, e tem como conservante o fenol, indicada
a partir dos dois anos de idade.
D) Apresentação
A vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada) na forma oral é
apresentada em frasco unidose contendo três cápsulas.
Na forma injetável – a vacinapolissacarídica – é apresentada em
frasco de uma, 20 ou 50 doses
E) Conservação
A vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada) é conservada
numa temperatura entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme orientado
neste Manual, na Parte II, tópico 5.
Nota: O Regulamento Sanitário Internacional (RSI) não recomenda a vacinação
contra a febre tifóide para viajantes internacionais que se deslocam para países onde estejam ocorrendo casos da doença.
383
F) Dose e volume
Para a vacina febre tifóide na forma oral o esquema é de uma dose
e corresponde às três cápsulas contidas no frasco unidose. É administrada a
partir dos cinco anos de idade. A pessoa recebe cada cápsula sob supervisão,
em dias alternados: no 1º, no 3º e no 5º dia. A cada cinco anos e indicada uma
dose de reforço.
Para a vacina injetável – polissacarídica – o esquema é de uma
dose de 0,5ml, a partir dos dois anos de idade. Nas situações de exposição
contínua revacinar a cada dois anos.
G) Via de administração
A vacina de bactéria viva atenuada é administrada por via oral
conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.1.
A vacina polissacarídica é administrada por via subcutânea,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.3.
H) Administração
Procedimentos básicos no preparo da vacina
Antes de administrar a vacina febre tifóide (polissacarídica ou
atenuada) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Notas:
A injeção é feita na região do deltóide, de preferência, na face externa superior do braço, ou na face ântero-lateral externa do antebraço.
A administração na região do glúteo não é recomendada pela redução da absorção e consequentemente da eficácia.
Notas:
A vacina febre tifóide (polissacarídica ou atenuada) não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da vacina.
384
385
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo material: seringa e agulha apropriadas e outros
materiais, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos
3 e 6;
Retirar a vacina do refrigerador ou da caixa térmica, verificando
o nome da mesma, bem como o prazo de validade, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
No caso da vacina injetável aspirar o volume a ser
administrado, verificando na graduação da seringa se a dose
está correta.
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da vacina.
Observar a técnica de assepsia na preparação da vacina: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco da vacina.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos quentes.
Notas:
Quando utilizar o frasco multidoses, ao aspirar cada dose perfurar a borracha em locais diferentes, evitando a parte central da tampa.
Antes de aspirar cada dose limpar a tampa de borracha com algodão seco.
Antes de aspirar cada dose fazer um movimento rotativo com o frasco da vacina para a homogeneização, evitando, assim, reações locais mais intensas.
Utilizar na administração da vacina a mesma agulha que aspirou a dose.
386
Procedimentos básicos na administração da vacina
Para administrar a vacina febre tifóide (polissacarídica ou
atenuada) o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
Preparar a pessoa a ser vacinada, colocando-a em posição
segura e confortável conforme orientado na Parte II deste
Manual, no tópico 3, item 3.3.2. que trata do acolhimento e
triagem da clientela, bem como no tópico 6 sobre os
procedimentos básicos para administração de soluções por via
oral (item 6.4.1.) e por via subcutânea (item 6.4.3) ;
No caso da vacina oral oferecer a cápsula correspondente ao
dia (1º, 3º ou 5º dia), supervisionando a tomada da mesma pela
pessoa a ser vacinada, assegurando-se de que houve a
deglutição;
No caso da vacina injetável (polissacarídica), fazer a limpeza do
local da administração, se necessária;
Notas:
Quando criança, pedir ao responsável para colocá-la no colo, solicitando ajuda para que haja a deglutição da cápsula.
Registrar no frasco da vacina oral o nome do paciente e a data do início da vacinação, vez que a vacina é administrada em dias alternados.
Guardar o frasco identificado no refrigerador até a próxima tomada.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
387
Introduzir a agulha conforme orientado para a injeção subcutânea,
de acordo com o tópico 6, item 6.4.3. da Parte II deste Manual;
Injetar o líquido lentamente.
Procedimentos básicos após a administração da vacina
Após a administração da vacina febre tifóide (polissacarídica ou
atenuada)o vacinador deve adotar os seguintes procedimentos:
No caso da vacina oral, retornar para o refrigerador o frasco
identificado, contendo as cápsulas para as tomadas
subseqüentes;
Orientar sobre o retorno quando se tratar da primeira ou
segunda cápsula;
Quando da última tomada desprezar o frasco conforme
orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item 4.2.;
No caso da vacina injetável, desprezar a seringa e a agulha na
caixa coletora de perfurocortante, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 4, item 4.2.que trata dos cuidados
com o lixo da sala de vacinação e no tópico 6, item 6.2. sobre a
utilização de seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, no tópico 6, item 6.1.;
Estar atento à ocorrência de reações imediatas;
R
Notas:
Reações locais e sistêmicas são relativamente comuns, manifestando-se nas primeiras 24 horas, regredindo, geralmente, nas primeiras 48 horas depois da administração da vacina.
No caso da vacina oral (de bactéria viva) é comum o aparecimento de desconforto abdominal, náuseas, vômitos, febre, dor de cabeça e erupções cutâneas.
No caso da vacina injetável (polissacarídica) é comum a ocorrência de febre, dor de cabeça e eritema no local da administração.
388
egistrar no comprovante de vacinação a data, o número do lote
e a validade da vacina administrada, assinar, carimbar e
agendar a próxima vacina, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, bem assim no tópico 7;
Registrar a vacina administrada no boletim ou impresso
específico, conforme orientado neste Manual, na Parte II, no
tópico 7;
Orientar a pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre o
retorno, quando for o caso, para complementação do esquema
básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento
adverso.
Nota: Todo evento adverso deve ser avaliado, notificado, acompanhado e
investigado. A pessoa que apresentou o evento adverso deve ser acompanhada pelo médico.
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400
Parte IV
Procedimentos para Administração de
soros e imunoglobulinas
Sumário
1. Introdução ................................................................................................... 407 2. Procedimentos preliminares à administração dos soros heterólogos ........ 409
2. 1. Atenção e cuidados com as reações nos pacientes .................... 409 2. 2. Prevenção de reações anafiláticas .............................................. 412
3. Soro antitetânico (SAT) .............................................................................. 4143.1. Indicação ...................................................................................... 4143.2. Composição .................................................................................. 4143.3. Apresentação .....................................................................3.4. Conservação ................................................................................. 4143.5. Dose e volume .............................................................................. 4153.6. Via de administração .................................................................... 4153.7. Administração ............................................................................... 417
3.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro .................... 417 3.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAT .......... 418 3.7.3. Procedimentos básicos após a administração do
..................................................................... 419 4. Imunoglobulina humana hiperimune antitetânica (IGHAT) ........ 421
4.1. Indicação ....................................................................................... 4214.2. Composição .................................................................................. 421 4.3. Apresentação ................................................................................ 4214.4. Conservação ................................................................................. 4214.5. Dose e volume .............................................................................. 4224.6. Via de administração .................................................................... 4224.7. Administração ............................................................................... 423
4.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAT ................. 4234.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAT ....... 423 4.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAT..423
5. Soro antirrábico (SAR) ..................................................................5.1. Indicação ...................................................................................... 4265.2. Composição .................................................................................. 4295.3. Apresentação ................................................................................ 4295.4. Conservação ................................................................................. 4295.5. Dose e volume .............................................................................. 4295.6. Via de administração .................................................................... 4305.7. Administração ............................................................................... 430
5.7.1. Procedimentos básicos antes da administração do ....................................................................... 430
5.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAR ......... 4315.7.3. Procedimentos básicos após aplicação do SAR ............. 433
6. Imunoglobulina humana antirrábica (IGHAR) ............................................. 434
........... 414
SAT ............ ................
............. 426
SAR ..........
6.1. Indicação ....................................................................................... 434 6.2. Composição .................................................................................. 434 6.3. Apresentação ................................................................................ 4346.4. Conservação ................................................................................. 434 6.5. Dose e volume .............................................................................. 434 6.6. Via de administração .................................................................... 435 6.7. Administração ............................................................................... 435
6.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAR.................435 6.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAR...... 437 6.7.3. Procedimentos básicos após a administração da
............................................................... 437 7. Soro antidiftérico (SAD) .............................................................................. 438
7.1. Indicação ....................................................................................... 438 7.2. Composição .................................................................................. 438 7.3. Apresentação ................................................................................ 4387.4. Conservação ................................................................................. 439
7.5. Dose e volume .............................................................................. 439 7.6. Via de administração .................................................................... 4397.7. Administração ............................................................................... 440
7.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro..................... 440 7.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAD.......... 441
7.7.3. Procedimentos básicos após a administração do ....................................................................... 443
8. Soro antibotulínico (SAB) ........................................................................... 444 8.1. Indicação ....................................................................................... 444 8.2. Composição ..........................................................8.3. Apresentação ................................................................................ 445 8.4. Conservação ................................................................................. 445 8.5. Dose e volume .............................................................................. 445 8.6. Via de administração ....................................................... ............. 445 8.7. Administração ........................................................ ....................... 447
8.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro..................... 447 8.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAB........... 447 8.7.3. Procedimentos básicos após a administração do SAB.... 449
9. Imunoglobulina humana antivaricela zóster (IGHAVZ)................................ 451 9.1. Indicação ....................................................................................... 451 9.2. Composição .................................................................................. 452 9.3. Apresentação ................................................................................ 452 9.4. Conservação ................................................................................. 452 9.5. Dose e volume .............................................................................. 452 9.6. Via de administração .......................................................... .......... 453
IGHAR ..............
SAD ..........
........................ 445
9.7. Administração................................................................................ 453 9.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAVZ......................... 453 9.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAVZ............... 454 9.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAVZ........ 45510. Imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B (IGHAHB)............................ 456
10.1. Indicação...................................................................................... 456 10.2. Composição................................................................................. 457 10.3. Apresentação............................................................................... 457 10.4. Conservação................................................................................ 457 10.5. Dose e volume............................................................................. 457 10.6. Via de administração................................................................... 45710.7. Administração.............................................................................. 458
10.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAHB............ 458 10.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAHB...458 10.7.3. Procedimentos básicos após a administração da
GHAHB.......................................................................... 460 11. Soros específicos contra venenos de animais peçonhentos.....
11.1. Indicação...................................................................................... 461 11.2. Composição................................................................................. 464 11.3. Apresentação............................................................................... 46511.4. Conservação................................................................................ 465 11.5. Dose e volume............................................................................. 466
a. Acidentes causados por serpentes.................................b. Acidentes causados por escorpiões....................................... 468c. Acidentes causados por aranhas............................................ 470 d. Acidentes causados por lagartas.....................
11.6. Via de administração..........................................................11.7. Administração.......................................................................
11.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro................... 473 11.7.2. Procedimentos básicos na administração do soro
antiveneno..................................................................... 474 11.7.3. Procedimentos básicos após administração do soro
antiveneno .................................................................... 476 12. Referências bibliográficas.......................................................................... 47
................ 461
...............
7
........ 472.......... 472
........ 473
....... 467
Lista de Quadros
Quadro IV-1: Esquema para profilaxia do tétano (imunização ativa e passiva)
Quadro IV-2: Esquema para Tratamento Profilático Antirrábico Humano ..... 427
Quadro IV-3: Animais peçonhentos segundo grupos a que pertencem, gênero,
Quadro IV-4: Mecanismos de ação dos venenos peçonhentos de acordo com o
Quadro IV-5: Tipos de acidentes por serpentes, indicação do soro de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento....... 468
Quadro IV-6: Tipos de acidentes por escorpião, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento ...... 470
Quadro IV-7: Efeitos dos venenos das aranhas de acordo com a sua fisiopatologia ........................................................................................................ 470
Quadro IV-8: Tipos de acidentes por aranha, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento .............. 470
Quadro IV-9: Tipos de acidentes por lagarta, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento ...... 472
em caso de ferimento..................................................................................... 415
nome popular e tipo de acidente causado
tipo e os efeitos fisiopatológicos ..........................................................................
........................................................................ 462
462
4
1. Introdução
A administração de soros e imunoglobulinas caracteriza a imunização
passiva, por meio da qual o organismo humano recebe anticorpos prontos,
produzidos artificialmente.
Os soros heterólogos são assim denominados porque os anticorpos são
obtidos a partir do plasma de doador (principalmente equinos) de espécie
diferente do receptor (homem). Os doadores (animais) são previamente
estimulados com antígenos (constituídos por pequenas quantidades de toxinas
ou toxóides ou venenos) de onde são retirados os anticorpos.
Os soros heterólogos (ou simplesmente soros) em geral são utilizados
contra infecções causadas por agentes infecciosos ou contra venenos de
animais peçonhentos. São exemplos de soros heterólogos: soro antitetânico,
soro antirrábico, soro antidiftérico e soro antipeçonhento.
Os soros homólogos são assim denominados porque os anticorpos são
obtidos a partir de plasma de doadores selecionados da mesma espécie do
receptor, a exemplo de pessoas submetidas à imunização ativa, recentemente,
ou convalescentes de doença infecciosa. São também obtidos de ‘doadores
especiais’, como os doadores de sangue adultos e sadios. No plasma desses
doadores há grandes concentrações de anticorpos da doença contra a qual se
quer efetivar a proteção. Os soros homólogos são denominados
imunoglobulinas humanas, estando disponíveis dois tipos: a imunoglobulina
normal e a imunoglobulina humana específica.
A imunoglobulina normal, também chamada gamaglobulina normal
standard ou simplesmente gamaglobulina, é extraída do plasma de doadores
adultos e sadios, contendo os anticorpos específicos (gamaglobulinas) na
proporção adequada para vários tipos de infecção. É usada na prevenção de
infecções em pessoas suscetíveis, especialmente naquelas com
agamaglobulinemia ou hipogamaglobulinemia, e em situações de pós-
exposição, como no caso da imunoglobulna anti-hepatite A, da imunoglobulina
anti-sarampo, dentre outras. Assim, a imunoglobulina normal funciona como
07
408
um auxílio para o organismo de indivíduos imunodeficientes que foram
expostos a um agente infeccioso, objetivando reduzir o risco da infecção e/ou
neutralizar a ação de toxinas produzidas pelos agentes infecciosos
A imunoglobulina humana específica, chamada gamaglobulina
hiperimune, é obtida de doadores que receberam imunização ativa
recentemente ou de convalescente de doença infecciosa ou de doadores
especiais nos quais foram constatadas grandes concentrações de anticorpos
específicos da doença contra a qual se pretende proteger. São exemplos de
imunoglobulina humana específica: a imunoglobulina anti-hepatite B, a
imunoglobulina antitetânica, a imunoglobulina antirrábica, a imunoglobulina
antivaricela zoster etc.
Esta Parte IV do Manual de Procedimentos para Vacinação trata das
questões específicas relativas aos procedimentos para administração dos
produtos utilizados pelo PNI para a imunização passiva. Estão incluídos os
soros de origem heteróloga, oferecidos, habitualmente, na rede de serviços do
SUS, e, também, alguns soros homólogos, do tipo imunoglobulina hiperimune
humana, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos
Especiais - CRIE. A oferta desses produtos em outros tipos de serviços, como
os de pronto atendimento, dependerá da realidade de cada serviço, da sua
estrutura e da presença de profissional médico e equipe devidamente
capacitada.
409
2. Procedimentos preliminares à administração dos soros heterólogos 2. 1. Atenção e cuidados com as reações nos pacientes
Os soros heterólogos são produtos cada vez mais purificados em razão
do que se considera rara a possibilidade desses produtos virem a causar
complicações graves, tais como o choque anafilático e a doença do soro.
Mesmo assim, a administração de soros heterólogos só deve ser feita em
Unidade de Saúde preparada para o tratamento de complicações, o que
implica na disponibilidade de equipamentos de emergência e na presença de
um médico.
Quando o serviço não dispõe das condições mínimas de atendimento de
emergência a pessoa deve ser encaminhada de imediato a outra Unidade,
capaz de garantir a administração do soro com segurança. Por isso, antes da
indicação de qualquer soro heterólogo deve ser procedida a anamnese, com
interrogatório rigoroso dos antecedentes da pessoa, em que algumas
informações são fundamentais para orientar a decisão sobre administrar o soro
ou encaminhar para outros serviços, tais como:
Se a pessoa, anteriormente, apresentou quadros de
hipersensibilidade;
Se a pessoa, em outra oportunidade, já fez uso de soros de
origem equina;
Se a pessoa mantém contato frequente com animais,
principalmente com eqüinos, seja por necessidade profissional
(veterinário, por exemplo) ou por lazer.
No caso da confirmação de qualquer uma dessas informações o
profissional deve considerar a possibilidade de substituir o soro heterólogo
indicado pela imunoglobulina hiperimune, quando disponível. Caso esta não
esteja disponível, adotar os procedimentos indicados para a prevenção da
ocorrência de reações anafiláticas, conforme orientado nesta Parte IV do
Manual.
410
É importante destacar que a inexistência da imunoglobulina hiperimune
não deve, jamais, ser motivo para contraindicar o uso dos soros heterólogos,
principalmente pelo fato da indicação desses produtos ocorrer, quase sempre,
em situações de urgência.
A equipe deve garantir que os procedimentos prévios a administração do
soro sigam rigorosamente a orientação técnica preconizada e deve ficar alerta
quanto à presença de reações graves de hipersensibilidade.
As reações que podem ocorrer após a administração dos soros
heterólogos são, basicamente, de três tipos:
Reações imediatas que se manifestam logo após a administração
do soro ou num prazo de 30 minutos até duas horas depois
(geralmente nos primeiros 30’), sendo necessário, por isso,
manter a pessoa na Unidade de Saúde, em observação por duas
horas;
Reações precoces que se manifestam nas primeiras 24 horas
depois da administração do soro; e
Reações tardias que se manifestam de seis a 12 dias depois da
administração do soro (doença do soro).
A maior preocupação do profissional de saúde deve recair sobre as
reações imediatas de hipersensibilidade (30’ a duas horas), em razão da
potencial gravidade, que se apresentam. São reações de hipersensibilidade:
O choque anafilático que ocorre, geralmente, nos primeiros 30’
até duas horas depois da administração do produto, apresentando
como principais sintomas: palidez, cianose, urticária, laringo-
espasmos, edema de face, hipotensão, choque dentre outros.
A doença do soro cujos sintomas, em geral, aparecem entre o 6º
e o 12º dia após a administração do produto (soro) e apresenta-se
como uma reação de hipersensibilidade, aparecendo, com
frequência: cefaléia, febre, astenia, mialgia, dores articulares,
exantemas com máculas e pápulas pruriginosas, enfartamento e
inflamações ganglionar, vasculite e nefrite, dentre outros.
As manifestações clínicas das reações anafiláticas ou anafilactóides são
semelhantes. Os sinais e sintomas observados podem variar, ocorrendo desde
manifestações restritas à pele até quadros mais graves de broncoespasmo,
edema de glote, hipotensão e choque.
Outra complicação relacionada aos soros é a chamada reação de Arthus
que se caracteriza por apresentar processo inflamatório próximo ao local da
administração, geralmente em decorrência de múltiplas doses da vacina ou do
soro aplicadas no músculo deltóide. Esta reação distingue-se pelo surgimento
de eritema, edema, enduração e petéquias que podem aparecer cerca de duas
horas ou mais (até 12 dias) depois da injeção, provocando dores intensas com
repercussões nervosas e motoras ao longo do membro afetado, na medida em
que a infiltração atinge tecidos profundos, podendo causar necrose. Nestes
casos, o tratamento é sintomático.
No caso das imunoglobulinas as reações são raríssimas, entretanto,
caso o paciente relate evento anterior de hipersensibilidade à imunoglobulina
normal ou à imunoglobulina humana específica, deve-se adotar as condutas
prévias recomendadas para prevenção das reações anafiláticas, conforme
orientado nesta Parte IV, tópico 2, item 2.2., a seguir.
Notas:
A realização do teste de sensibilidade cutâneo, de há muito foi excluída da rotina da administração de soros, conforme normas e recomendações do Ministério da Saúde;
A Organização Mundial de Saúde - OMS considera que o valor preditivo deste teste é discutível e imprevisível para as manifestações de hipersensibilidade imediata, precoce ou tardia, em razão do que não indica a sua realização.
Os procedimentos prévios a administração do soro devem ser rigorosamente seguidos, evitando-se assim as reações anafiláticas, conforme descritos abaixo.
411
4
2. 2. Prevenção de reações anafiláticas
Para prevenir as reações anafiláticas nos casos indicados, são adotados
alguns cuidados e tratamentos com uso de medicamentos específicos. Os
procedimentos básicos para realizar estas atividades são os seguintes:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte III, tópico 6, item 6.1.;
Organizar todo o material: seringa, agulha e outros materiais
necessários ao tratamento preventivo da anafilaxia: anti-
histamínico, corticóide, oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro
glicosado e fisiológico, equipos de soro e material para
assistência ventilatória;
Instalar o soro fisiológico na pessoa, garantindo adequado acesso
venoso e a manutenção do gotejamento, mesmo depois da
administração do soro heterólogo;
Controlar os sinais vitais, antes de iniciar a administração do soro;
Administrar, 10 a 15 minutos antes de iniciar a administração do
soro:
maleato de dextroclorfeniramina (0,05 mg/kg) por via
intramuscular ou intravenosa (no máximo 5,0 mg), ou
prometazina (0,5 mg/kg) por via intramuscular (no máximo 25
mg);
hidrocortisona (10 mg/kg) por via endovenosa (no máximo
1.000 mg);
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da realização do tratamento da prevenção da anafilaxia.
Notas:
Observar a técnica de assepsia na preparação do produto a administrar: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do produto.
12
413
cimetidina (10 mg/kg) por via intramuscular ou endovenosa (no
máximo 250 mg).
Administrar (concluído o tratamento prévio) o soro prescrito pelo
médico, lentamente, por via endovenosa ou intramuscular;
Observar continuamente o paciente, por mais ou menos duas
horas, após a administração do soro, mantendo acesso venoso
com soro fisiológico instalado, controlando o gotejamento,
controlando sinais vitais e observando coloração e temperatura
das extremidades (lábios, dedos), sinais de inquietação,
sudorese, dificuldade respiratória, queda de pressão arterial,
pulso fraco, dentre outros.
Nota:
A cimetidina só deve ser administrada previamente quando houver risco de reação sistêmica.
414
3. Soro antitetânico (SAT) 3.1. Indicação
O soro antitetânico (SAT) é preconizado para a prevenção e o
tratamento do tétano. A sua indicação depende do tipo e das condições do
ferimento, bem como das informações relativas ao uso anterior do próprio SAT
e do número de doses da vacina contra o tétano recebido anteriormente.
O esquema apresentado no quadro IV-1 descreve as situações em que
o SAT deve ser utilizado no caso de ferimento ou para prevenir ou tratar o
tétano acidental.
3.2. Composição
O SAT é uma preparação purificada, obtida a partir do soro de equinos
hiperimunizados com o toxóide tetânico.
3.3. Apresentação
O SAT é apresentado sob a forma líquida, em ampolas de 2,0 ml (5.000
UI), 5ml (5.000 UI) e de 10ml (10.000UI ou 20.000UI).
3.4. Conservação
O SAT é conservado entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme
orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
Notas:
Como já referido, a anamnese é de fundamental importância antes da indicação do soro heterólogo vez que o mesmo pode causar reações adversas.
Caso a pessoa tenha história de hipersensibilidade a soros heterólogos ou já tenha recebido este tipo de soro anteriormente, administrar a imunoglobulina hiperimune antitetânica (IGHAT), se disponível.
Caso a IGHAT não esteja disponível, adotar os procedimentos para a prevenção da ocorrência de reações imediatas de hipersensibilidade, conforme orientado nesta Parte IV, no tópico 2, item 2.2.
A possibilidade da ocorrência de reações adversas é rara, e nunca contra-indica a prescrição do soro heterólogo.
Notas:
O SAT não pode ser congelado, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência do soro.
415
3.5. Dose e volume
A dose do SAT depende do motivo que justificou a sua indicação: se
para uso terapêutico ou profilático (quadro IV-1).
A dose profilática é de 5.000 UI para criança e para adulto. A dose
terapêutica é de 20.000 UI.
Quadro IV-1 – Esquema para profilaxia do tétano (imunização ativa e passiva) em caso de ferimento.
(1) Considera-se como outros ferimentos: fraturas expostas, ferimentos à bala ou provocados por arma branca,
queimaduras extensas, ferimentos com retenção de corpos estranhos, ferimentos profundos, puntiformes (provocados por agulhas, pregos e similares), e outros.
(2) Vacina: a) Para os menores de sete anos utilizar a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus
influenzae b (conjugada) ou a vacina difteria e tétano infantil ou a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) [ver na Parte III, deste Manual).
b) A partir dos sete anos utilizar a vacina difteria e tétano adulto.
(3) Imunização passiva: a) Imunoglobulina humana antitetânica (ver nesta Parte IV, tópico 4); b) Ou soro antitetânico.
(4) Aproveitar a oportunidade para indicar a complementação do esquema de vacinação.
3.6. Via de administração
O SAT é administrado por via intramuscular, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4, ou de acordo com a prescrição
médica.
Nota:
Ao administrar o soro ou a imunoglobulina utilizar local diferente daquele utilizado para a administração da vacina.
416
O SAT é administrado por via item 6.4.4, ou de acordo com a prescrição
Nas crianças menores de dois anos o soro é administrado na face lateral
da coxa. Nas crianças maiores e nos adultos o músculo deltóide (face externa
superior do braço), deve ser poupado, ficando livre para a administração da
vacina.
Notas:
Quando o volume do SAT a ser administrado for grande dividi-lo entre os membros superiores e a região do vasto lateral da coxa.
Evitar a administração do SAT em regiões com grande quantidade de tecido adiposo para não haver prejuízo da absorção e consequente proteção.
Quando o SAT for administrado simultaneamente com a vacina contra o tétano utilizar regiões musculares diferentes.
Na administração com fins terapêuticos, nos casos graves, metade da dose, diluída em 100 ml de soro fisiológico, pode ser administrada por via endovenosa e a outra metade por via intramuscular, a critério médico.
Quando a lesão for decorrente de queimadura ou quando o ferimento for contaminado com terra, substâncias estranhas ou quando houver laceração de tecido, é indispensável, tanto na prevenção como na terapêutica, a limpeza do local, complementada pela retirada de corpos estranhos e tecidos lacerados ou necrosados.
No tratamento do tétano, a depender da avaliação, está indicada, também, o uso de antibióticos, para infecções secundárias.
Notas:
A lesão (ou lesões) deve ser rigorosamente lavada com água e sabão.
A maior quantidade possível da dose prescrita do SAT deve ser administrada no músculo (ou músculos) adjacente à lesão (ou lesões).
Se necessário o soro pode ser diluído em soro fisiológico.
A administração no músculo (ou músculos) adjacente à lesão (ou lesões) proporciona proteção local importante, pois impede a disseminação da bactéria (Clostridium tetani) para o sistema nervoso central e neutraliza as toxinas por ela produzidas.
Esta conduta é fundamental para neutralização local das toxinas tetânicas e se constitui em um procedimento que evita falhas da terapêutica.
Para administração da SAT e da vacina utilizar diferentes regiões do corpo.
3.7. Administração
3.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro
Antes de administrar o SAT o profissional de saúde deve:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Organizar todo o material para administrar o soro: seringa,
agulha e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópicos 3 e 6;
Organizar o material para realizar os procedimentos prévios
à administração de soros heterólogos: anti-histamínico,
corticóide, oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e
fisiológico, equipos de soro e outros, conforme orientado
nesta Parte IV, tópico 2;
Retirar o soro do refrigerador, verificando o nome do
mesmo, bem como o prazo de validade, conforme orientado
neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar o SAT conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 6, na dose prescrita pelo médico;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a
ampola ou frasco para que ocorra a homogeneização do
produto;
Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da
seringa se a dosagem está correta;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração do SAT.
Observar a técnica de assepsia na preparação do SAT: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do soro.
Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.
417
418
3.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAT Para a administração do SAT são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item
3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como
no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para
administração de injeções por via intramuscular;
Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa
muscular da região escolhida;
Nota:
15 a 30 minutos antes de administrar o SAT deve-se realizar o tratamento profilático conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 2 ítem 2.2.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
Notas:
Para administrar o soro em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.
No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
419
Administrar o SAT lentamente;
Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;
Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;
Manter a pessoa sob permanente observação, com soro
fisiológico, via endovenosa, fazendo controle dos sinais vitais;
Observar sinais de inquietação, dificuldade respiratória, edema no
local da administração, dentre outros.
3.7.3. Procedimentos básicos após a administração do SAT Após administrar o SAT são procedimentos básicos:
Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos
imediatos, deixando a pessoa sob observação por, pelo menos,
duas horas, mantendo acesso venoso com soro fisiológico;
Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item
4.2. que trata dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2.
sobre a utilização de seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta
Parte do Manual, tópico 6, item 6.1.
Nota:
Deve ser avaliada a necessidade da administração da maior parte do SAT dentro e ao redor da lesão.
Nota:
Ocorrendo qualquer reação, suspender temporariamente a administração do SAT, mantendo veia aberta com soro fisiológico até nova orientação médica.
Esperar 10 a 15 minutos para reiniciar a administração do SAT, subtraindo a quantidade já administrada;
Manter a pessoa sob rigorosa observação e controle dos sinais vitais.
4
Registrar o número do lote e a validade do SAT administrado;
Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade
do SAT administrado, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;
Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações consideradas como
mais comuns;
Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre o retorno, quando
for o caso, para, por exemplo, complementar esquema de
vacinação.
Nota:
A pessoa deve ser alertada para procurar imediatamente um serviço de saúde caso apareça qualquer reação (principalmente entre o 7º e o 12º dia depois do recebimento do SAT), como cefaléia, febre, urticária, dores musculares, aumento de gânglios, dores intensas no local da administração, dentre outras.
20
421
4. Imunoglobulina humana hiperimune antitetânica (IGHAT) 4.1. Indicação
A imunoglobulina humana hiperimune antitetânica (IGHAT) é indicada
para o tratamento de casos de tétano, em substituição ao SAT (soro
antitetânico), nas seguintes situações:
Quando a pessoa apresentou, anteriormente, quadros de
hipersensibilidade;
Quando a pessoa fez uso de soros de origem equina em outra
oportunidade;
Quando a pessoa mantém contato frequente com animais,
principalmente com equinos, seja por necessidade profissional
(veterinário, por exemplo) ou por lazer.
4.2. Composição
A IGHAT é constituída por imunoglobulinas da classe IgG que
neutralizam a toxina produzida pelo Clostridium tetani, sendo obtida do plasma
de doadores selecionados, ou seja, pessoas submetidas recentemente à
imunização ativa contra o tétano, com altos títulos de anticorpos específicos
(antitoxinas).
4.3. Apresentação
A IGHAT é apresentada sob a forma líquida, em frasco ampola de
1,0 ml ou 2,0 ml, contendo 250 UI ou 500 UI. Também pode ser apresentada
na forma liofilizada, em frasco ampola contendo o liófilo com 250 UI OU 500 UI
acompanhada de ampola de diluente de 1,0 a 2,0 ml.
4.4. Conservação
A IGHAT é conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
422
4.5. Dose e volume
O esquema a ser adotado depende do motivo que justifica a indicação
da IGHAT:
Para uso profilático: 250 UI para criança ou adulto;
Para uso terapêutico: 3.000 a 6.000 UI para criança ou adulto, a
critério médico.
4.6. Via de administração
A IGHAT é administrada exclusivamente por via intramuscular, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4, de acordo com a
prescrição médica.
Nas crianças menores de dois anos o soro é administrado na face lateral
da coxa. Nas crianças maiores e nos adultos o músculo deltóide (face externa
superior do braço), deve ser poupado, ficando livre para a administração da
vacina.
Notas:
A lesão (ou lesões) deve ser rigorosamente lavada com água e sabão.
Deve-se infiltrar na lesão (ou lesões) a maior quantidade possível da dose prescrita da IGHAT.
A infiltração no local do ferimento proporciona proteção local importante, pois impede a disseminação e neutraliza as toxinas produzidas pela bactéria (Clostridium tetani) para o sistema nervoso central.
Esta conduta é fundamental para neutralização local das toxinas tetânicas e se constitui em um procedimento que evita falhas da terapêutica.
Para administração da IGHAT e da vacina utilizar diferentes regiões do corpo.
Notas:
A IGHAT não pode ser congelada; caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da imunoglobulina.
423
4.7. Administração
4.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAT
Antes de administrar a IGHAT o profissional de saúde deve:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Organizar todo o material para administrar a IGHAT: seringa,
agulha e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Retirar a IGHAT do refrigerador, verificando o nome da mesma,
bem como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar a IGHAT conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6;
Preparar a IGHAT de acordo com a bula e conforme orientado
neste manual, na Parte II, tópico 6;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
frasco para que ocorra a homogeneização do produto;
Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa
se a dosagem está correta.
Nota:
O volume da dose da IGHAT pode ser distribuído em duas ou mais massas musculares.
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da IGHAT.
Observar a técnica de assepsia na preparação da IGHAT: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do produto.
Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.
424
4.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAT Para a administração da IGHAT são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item
3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como
no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para
administração de injeções por via intramuscular;
Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa
muscular da região escolhida;
Administrar a IGHAT lentamente.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
Notas:
Para administrar a IGHAT em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular do local escolhido.
No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
4.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAT Após administrar a IGHAT são procedimentos básicos:
Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos
imediatos;
Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item
4.2. que trata dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2.
sobre a utilização de seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta
Parte do Manual, tópico 6, item 6.1.
Registrar o número do lote e a validade da IGHAT administrada;
Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade
da IGHAT administrado, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;
Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações consideradas como
mais comuns;
Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre o retorno, quando
for o caso, para, por exemplo, complementar esquema de
vacinação.
Nota:
Deve ser avaliada a necessidade da administração da maior parte da IGHAT dentro e ao redor da lesão.
425
426
5. Soro antirábico (SAR)
5.1. Indicação
O soro antirrábico (SAR) é indicado para a profilaxia da raiva humana
após exposição ao vírus rábico. Sua indicação depende da natureza da
exposição e das condições do animal agressor. O esquema apresentado no
quadro IV-2 indica as situações em que o SAR deve ser utilizado.
Na situação de reexposição ao vírus da raiva ou no caso de pessoas
que já tenham feito uso do SAR anteriormente:
a) não é necessário usar o SAR;
b) e a vacina deve ser administrada de acordo com a Norma Técnica
de Tratamento Profilático Antirrábico Humano, preconizada pelo
Ministério da Saúde, conforme descrito no Quadro IV–2,
apresentada na sequência.
Notas:
Como já referido, a anamnese é de fundamental importância antes da indicação do soro heterólogo vez que o mesmo pode causar reações adversas.
Caso a pessoa tenha história de hipersensibilidade a soros heterólogos ou já tenha recebido este tipo de soro anteriormente, administrar a imunoglobulina hiperimune antirrábica (IGHAR), se disponível.
Caso a IGHAR não esteja disponível, adotar os procedimentos para a prevenção da ocorrência de reações imediatas de hipersensibilidade, conforme orientado nesta Parte IV, no tópico 2, item 2.2.
A possibilidade da ocorrência de reações adversas é rara, e nunca contra-indica a prescrição do soro heterólogo.
Nota:
No caso de agressão por morcego é indicado o tratamento com a vacina raiva de células de cultivo celular mais o SAR ou a IGHAR.
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5.2. Composição
O SAR é uma solução concentrada e purificada de anticorpos obtidos a
partir do soro de equinos imunizados com antígenos rábicos.
5.3. Apresentação
O SAR é apresentado, sob a forma líquida, em frasco-ampola de 5.0 ml
(1.000 UI).
5.4. Conservação
O SAR é conservado entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC, conforme
orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
5.5. Dose e volume
A dose do SAR é de 40 UI para cada quilo de peso. A dose máxima é de
3.000 UI.
A dose pode ser dividida e administrada em diferentes músculos,
simultaneamente.
Nota:
O SAR não pode ser congelado, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência do soro.
Notas:
Quando o SAR não foi administrado no início do tratamento, fazê-lo assim que possível, antes da administração da terceira dose da vacina;
Quando o SAR não estiver disponível iniciar, imediatamente, a administração da vacina, conforme orientado na Parte III deste Manual, no tópico 12.
Na administração do SAR e da vacina utilizar diferentes músculos do corpo.
430
5.6. Via de administração
O SAR é administrado por via intramuscular, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.
Nas crianças menores de dois anos o soro é administrado na face lateral
da coxa. Nas crianças maiores e nos adultos o músculo deltóide (face externa
superior do braço), deve ser poupado, ficando livre para a administração da
vacina.
5.7. Administração
5.7.1. Procedimentos básicos antes da administração do SAR
O profissional de saúde, antes de administrar o soro, deve:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Notas:
A lesão (ou lesões) deve ser rigorosamente lavada com água e sabão.
A maior quantidade possível da dose prescrita do SAR deve ser infiltrada na lesão (ou lesões).
Quando necessário o SAR pode ser diluído em soro fisiológico.
A infiltração no local do ferimento proporciona proteção local importante, pois impede a disseminação e neutraliza as toxinas produzidas pelo vírus rábico para as terminações nervosas.
Esta conduta é fundamental para neutralização local do vírus rábico e se constitui em um procedimento que evita falhas da terapêutica.
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração do SAR.
Observar a técnica de assepsia na preparação do SAR: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do soro.
Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.
431
Organizar o material para administrar o soro: seringa, agulha e
outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3 e
6;
Organizar o material para realizar os procedimentos prévios à
administração de soros heterólogos: anti-histamínico, corticóide,
oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e fisiológico,
equipos de soro e outros, conforme orientado nesta Parte IV,
tópico 2;
Retirar o soro do refrigerador, verificando o nome do mesmo, bem
como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar o SAR conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6, na dose prescrita pelo médico;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
frasco para que ocorra a homogeneização do produto;
Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa
se a dosagem está correta;
5.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAR Para a administração do SAR são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item
3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como
no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para
administração de injeções por via intramuscular;
Fazer a limpeza do local, se necessário;
Nota:
15 a 30 minutos antes de administrar o SAR deve-se realizar o tratamento profilático conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 2 ítem 2.2.
432
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa
muscular da região escolhida;
Administrar o SAR lentamente;
Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;
Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;
Manter a pessoa sob permanente observação, com soro
fisiológico via endovenosa, fazendo controle dos sinais vitais;
Observar sinais de inquietação, dificuldade respiratória, edema no
local da administração e outros.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
Notas:
Para administrar o soro em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.
No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
433
5.7.3. Procedimentos básicos após a administração do SAR Após administrar o SAR são procedimentos básicos:
Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos
imediatos, deixando a pessoa sob observação por, pelo menos,
duas horas, mantendo acesso venoso com soro fisiológico;
Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item
4.2. que trata dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2.
sobre a utilização de seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta
Parte do Manual, tópico 6, item 6.1.
Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade
do SAR administrado, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;
Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações consideradas como
mais comuns;
Nota:
Ocorrendo qualquer reação, suspender temporariamente a administração do SAR, mantendo veia aberta com soro fisiológico até nova orientação médica.
Esperar 10 a 15 minutos para reiniciar a administração do SAR, subtraindo a quantidade já administrada;
Manter a pessoa sob rigorosa observação e controle dos sinais vitais.
Nota:
A pessoa deve ser alertada para procurar imediatamente um serviço de saúde caso apareça qualquer reação (principalmente entre o 7º e o 12º dia depois do recebimento do SAR), como cefaléia, febre, urticária, dores musculares, aumento de gânglios, dores intensas no local da administração, dentre outras.
434
6. Imunoglobulina humana antirábica (IGHAR)
6.1. Indicação
A imunoglobulina humana antirrábica (IGHAR) é indicada em
substituição ao soro antirábico nas seguintes situações especiais:
Na vigência de hipersensibilidade ao SAR;
Na vigência de história pregressa de alergia ou reação de
hipersensibilidade ao uso de outros soros heterólogos.
6.2. Composição
A IGHAR é constituída de anticorpos específicos contra o vírus da raiva,
obtidos do plasma de doadores selecionados, imunizados recentemente com
antígenos rábicos.
6.3. Apresentação
A IGHAR é apresentada, sob a forma liofilizada, em frasco-ampola com
150 UI (1ml), 300 UI (2 ml) e 1.500 UI (10 ml), ou seja, na concentração de 150
UI/ml.
6.4. Conservação
A IGHAR é conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
6.5. Dose e volume
A dose da IGHAR é única e de 20 UI/kg de peso.
Notas:
A IGHAR não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência da imunoglobulina.
435
6.6. Via de administração
A IGHAR é administrada por via intramuscular, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4, ou de acordo com a prescrição
médica.
Nas crianças menores de dois anos a IGHAR é administrada na face
lateral da coxa. Nas crianças maiores e nos adultos o músculo deltóide (face
externa superior do braço), deve ser poupado, ficando livre para a
administração da vacina.
6.7. Administração
6.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAR
Antes de administrar a IGHAR o profissional de saúde deve:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Organizar o material para administrar a imunoglobulina: seringa,
agulha e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópicos 3 e 6;
Organizar o material para realizar os procedimentos prévios à
administração de soros heterólogos: anti-histamínico, corticóide,
oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e fisiológico,
equipos de soro e outros, conforme orientado nesta Parte IV,
tópico 2;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da IGHAR.
Observar a técnica de assepsia na preparação da IGHAR: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do produto.
Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.
436
Retirar a IGHAR do refrigerador, verificando o nome da mesma,
bem como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar a IGHAR de acordo com a forma como esta é
apresentada, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico
6, na dose prescrita pelo médico;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
frasco para que ocorra a homogeneização do produto;
Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa
se a dosagem está correta.
6.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAR
Para a administração da IGHAR são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item
3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como
no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para
administração de injeções por via intramuscular;
Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;
Notas:
Quando a IGHAR for apresentada na forma liofilizada, o diluente deve estar na mesma temperatura da vacina, sendo necessário colocá-lo no refrigerador, pelo menos, seis horas antes da reconstituição.
Reconstituir a IGHAR, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.3.
437
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa
muscular da região escolhida;
Administrar a IGHAR lentamente.
6.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAR
Após administrar a IGHAR são procedimentos básicos:
Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;
Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;
Desprezar a seringa e a agulha, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 3, item 3.2;
Registrar o número do lote e a validade da IGHAR administrada;
Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre questões
específicas e sobre o retorno, quando for o caso, para
complementar o esquema de tratamento adotado.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
Notas:
Para administrar o soro em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.
No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
438
7. Soro antidiftérico (SAD)
7.1. Indicação
O soro antidiftérico (SAD) é indicado para o tratamento da difteria. A sua
administração é considerada como a parte mais importante do tratamento
contra a doença, com a finalidade de neutralizar a toxina diftérica circulante o
mais rapidamente possível.
O soro antidiftérico não tem indicação para a prevenção da difteria em
indivíduos vacinados ou incompletamente vacinados contra a doença.
Para ter ação rápida e eficaz o SAD deve ser administrado o mais
precocemente possível, vez que não tem ação sobre a toxina já impregnada no
tecido. Como é usado apenas para o tratamento da difteria o SAD é
administrado em unidades hospitalares.
7.2. Composição
O SAD é uma preparação purificada obtida do soro de eqüinos
hiperimunizados com a toxina diftérica, tendo o fenol como conservante.
7.3. Apresentação
O SAD é apresentado sob a forma líquida, em ampolas de 10 ml,
contendo 5.000 UI, 10.000 UI ou 20.000 UI, dependendo do laboratório
produtor.
Notas:
A anamnese é de fundamental importância antes da indicação do SAD, vez que o mesmo pode causar reações adversas;
Como não existe imunoglobulina antidiftérica para substituir o SAD, devem ser adotados os procedimentos para a prevenção da ocorrência de reações imediatas de hipersensibilidade, descritos nesta Parte IV, tópico 2, ítem 2.2.
A possibilidade da ocorrência de reações adversas nunca contraindica a prescrição do soro.
439
7.4. Conservação
O SAD é conservado entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
.
7.5. Dose e volume
A dose do SAD depende da gravidade do caso, sendo administrada, de
maneira geral, nas:
Formas leves (nasal, cutânea, amigdaliana): 40.000 UI, por via
intramuscular, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 5, item 5.4.4;
Formas laringoamigdalianas ou mistas: 60.000 a 80.000 UI, por
via endovenosa, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 5, item 5.4.5;
Formas graves e extensas ou tardias (quatro dias da doença):
80.000 a 120.000 UI, por via endovenosa, conforme orientado
neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.4.5.
7.6. Via de administração
O SAD pode ser administrado por via intramuscular. A injeção pela via
intramuscular é feita na região do deltóide, na face externa superior do braço,
no vastolateral da coxa. Em criança menor de dois anos dar preferência ao
músculo vastolateral da coxa.
Em algumas situações o soro pode ser administrado por via endovenosa
de acordo com a prescrição e dependendo da gravidade do caso.
Notas:
O SAD não pode ser congelado, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência do soro.
440
7.7. Administração
7.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro
Antes de administrar o SAD o profissional de saúde deve:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Organizar todo o material para administrar o soro: seringa, agulha
e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3
e 6;
Organizar o material para realizar os procedimentos prévios à
administração de soros heterólogos: anti-histamínico, corticóide,
oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e fisiológico,
equipos de soro e outros, conforme orientado nesta Parte IV,
tópico 2;
Notas:
• Nos casos leves e moderados, administrar toda a dose do SAD indicada por via intramuscular, tomando-se o cuidado de dividir a dose e usar massas musculares diferentes.
• Nos casos graves, administrar parte da dose 40.000 UI por via intramuscular e o restante por via endovenosa, ou toda dose por via endovenosa.
• Para administrar por via endovenosa diluir em 100 ml de soro fisiológico a 0,9% ou glicosado a 5%, com gotejamento de 20 a 30 gotas por minuto.
• O SAD nunca deve ser administrado por via subcutânea, considerando a necessidade de uma concentração sérica elevada e rápida, suficiente para neutralizar a toxina impedindo que chegue a circulação sanguínea.
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração do SAD.
Observar a técnica de assepsia na preparação do SAD: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do soro.
Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.
441
Retirar o soro do refrigerador, verificando o nome do mesmo, bem
como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual, na
Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar o SAD conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6, na dose prescrita pelo médico;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
frasco para que ocorra a homogeneização do produto;
Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa
se a dosagem está correta;
7.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAD
Para a administração do SAD são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item
3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como
no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para
administração de injeções por via intramuscular;
Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;
Nota:
15 a 30 minutos antes de administrar o SAD deve-se realizar o tratamento profilático conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 2 ítem 2.2.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
442
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa
muscular da região escolhida;
Administrar o SAD lentamente;
Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;
Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;
Manter a pessoa sob permanente observação, com soro
fisiológico, via endovenosa, fazendo controle dos sinais vitais;
Observar sinais de inquietação, dificuldade respiratória, edema no
local da administração, dentre outros.
Notas:
Para administrar o soro em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.
No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
Notas:
• Quando a via escolhida for a endovenosa, principalmente em crianças, adotar o seguinte procedimento diluir a dose a ser administrada em soro glicosado a 5% ou soro fisiológico a 0,9% (300 a 400 ml), infundindo-a lentamente (cerca de 10 a 15 gotas por minuto);
• Quando, apesar desses cuidados, surgir reação pirogênica (febre alta, tremores musculares sem alterações de pressão arterial e do pulso) suspender a administração do SAD até que haja uma regressão das manifestações;
• Preparar nova solução do SAD, deduzindo a quantidade já infundida (adotar cuidados que evitem contaminação e trocar o equipo do soro) e reinstalar (10 a 15 gotas/minuto), observando possíveis reações.
443
7.7.3. Procedimentos básicos após a administração do SAD
Após administrar o SAD são procedimentos básicos:
Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos
imediatos, deixando a pessoa sob observação por, pelo menos,
duas horas, mantendo acesso venoso com soro fisiológico;
Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item
4.2. que trata dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2.
sobre a utilização de seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta
Parte do Manual, tópico 6, item 6.1.
Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade
do SAD administrado, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;
Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações consideradas como
mais comuns;
Notas:
Ocorrendo qualquer reação, suspender temporariamente a administração do SAD, mantendo veia aberta com soro fisiológico até nova orientação médica.
Esperar 10 a 15 minutos para reiniciar a administração do SAD, subtraindo a quantidade já administrada;
Manter a pessoa sob rigorosa observação e controle dos sinais vitais.
444
Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre o retorno, quando
for o caso, para, por exemplo, complementar esquema de
vacinação.
Nota:
A pessoa deve ser alertada para procurar o serviço de saúde caso apareça qualquer reação, principalmente entre o sétimo e o 12º dia após o recebimento do SAD, como febre, urticária, dores musculares, aumento de gânglios, etc.
Como a difteria nem sempre confere imunidade, a pessoa, após a alta, deve ser encaminhada para vacinação com a tríplice (DPT) ou com dupla (dT):
- os não vacinados devem iniciar o esquema básico;
- os que têm vacinação incompleta devem completar o esquema; e
- os que têm esquema completo devem fazer um reforço.
445
8. Soro antibotulínico (SAB)
8.1. Indicação
O soro antibotulínico (SAB) é indicado para o tratamento do botulismo
visando eliminar a toxina circulante e a sua fonte de produção: o Clostridium
botulinum.
O soro deve ser administrado o mais precocemente possível, mas antes
devem ser colhidas todas as amostras para o diagnóstico laboratorial.
A administração precoce do SAB é considerada como a parte mais
importante do tratamento, além disso, é fundamental o tratamento de suporte
em UTI para garantir as condições necessárias à recuperação e à sobrevida do
paciente.
O SAB, para ter ação rápida e eficaz, deve ser administrado o mais
precocemente possível, (para atuar sobre a toxina circulante no sangue), vez
que não tem ação sobre a toxina que já se fixou no sistema nervoso. Como é
usado apenas para o tratamento do botulismo o SAB é administrado em
unidades hospitalares.
Notas:
A anamnese é de fundamental importância antes da indicação do SAB, para que se identifique a possível causa da intoxicação botulínica;
Como não existe imunoglobulina antidibotulínica para substituir o SAB, devem ser adotados os procedimentos para a prevenção da ocorrência de reações imediatas de hipersensibilidade, descritos nesta Parte IV, tópico 2, ítem 2.2.
A possibilidade da ocorrência de reações adversas nunca contraindica a prescrição do soro, exceção feita quando o paciente for criança.
O soro não é indicado para crianças devido à possibilidade de agravamento do caso.
446
8.2. Composição
O SAB é uma preparação purificada obtida do soro de eqüinos
hiperimunizados com a toxina botulínica, contendo anticorpos para a
imunização passiva.
Três tipos de SAB estão disponíveis para eliminação das toxinas A, B e
E do Clostridium botulinum.
8.3. Apresentação
O SAB é apresentado sob a forma líquida, em ampolas de 10 ml,
contendo anticorpos da toxina botulínica.
8.4. Conservação
O SAB é conservado entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
.
8.5. Dose e volume
Na embalagem do SAB está indicada a concentração do soro necessária
para neutralizar as toxinas ainda circulantes na corrente sanguínea e reduzir a
produção de novas toxinas.
A dose do SAB é única e deve ser feita o mais precocemente possível.
Nos adultos está indicado o uso de um frasco do soro (10 ml) por via
endovenosa.
8.6. Via de administração
O SAB é administrado por via endovenosa.
A ampola do soro (10 ml) deve ser diluída em soro fisiológico a 0,9% ou
soro glicosado a 5% (100 ml para uma ampola de 10 ml)
Notas:
O SAB não pode ser congelado, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência do soro.
447
8.7. Administração
8.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro
Antes de administrar o SAB o profissional de saúde deve:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Organizar todo o material para administrar o soro: seringa, agulha e
outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3 e 6;
Organizar o material para realizar os procedimentos prévios à
administração de soros heterólogos: anti-histamínico, corticóide,
oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e fisiológico, equipos
de soro e outros, conforme orientado nesta Parte IV, tópico 2;
Retirar o soro do refrigerador, verificando o nome do mesmo, bem
como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar o SAB conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico
6, na dose prescrita pelo médico;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
frasco para que ocorra a homogeneização do produto;
Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa se a
dosagem está correta;
8.7.2. Procedimentos básicos na administração do SAB Para a administração do SAB são procedimentos básicos:
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração do SAB.
Observar a técnica de assepsia na preparação do SAB: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do soro.
Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.
448
Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item 3.3.2.
que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como no tópico ,
item 6 sobre os procedimentos básicos para administração de
injeções por via endovenosa;
Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;
Passar a tira elástica (garrote) acima do local escolhido, a fim de
produzir uma estase venosa (figura II-55);
I
ntroduzir a agulha conforme orientado neste Manual na Parte II, no
tópico 6, item 6.4.5.;
Nota:
15 a 30 minutos antes de administrar o SAB deve-se realizar o tratamento profilático conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 2 ítem 2.2.
A pessoa deve estar sempre deitada ou sentada e jamais de pé.
Quando o local da administração for o membro superior ou inferior estendê-los.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
Nota:
Para a administração do SAB diluir a dose do soro a ser administrada em soro fisiológico ou glicosado a 5% (100 a 200 ml), infundindo-a em aproximadamente uma hora.
449
Administrar o SAB lentamente;
Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;
Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;
Manter a pessoa sob permanente observação, com soro fisiológico,
via endovenosa, fazendo controle dos sinais vitais;
Observar sinais de inquietação, dificuldade respiratória, edema no
local da administração, dentre outros.
8.7.3. Procedimentos básicos após a administração do SAB
Após administrar o SAB são procedimentos básicos:
Manter acesso venoso com soro fisiológico ou glicosado a 5%,
gotejamento de 10 a 15 gotas/minuto;
Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos imediatos,
deixando a pessoa sob observação por, pelo menos, duas horas,
mantendo acesso venoso com soro fisiológico;
Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante, conforme
orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item 4.2. que trata
dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2. sobre a utilização de
seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta Parte do
Manual, tópico 6, item 6.1.
Registrar o número do lote e a validade do SAB administrado;
Nota:
Quando apesar da diluição do soro surgir reação pirogênica (febre alta, tremores musculares sem alterações de pressão arterial e do pulso) suspender a administração do SAB até que haja uma regressão das manifestações;
Preparar nova solução do SAB, deduzindo a quantidade já infundida (adotar cuidados que evitem contaminação e trocar o equipo do soro) e reinstalar, observando possíveis reações.
450
Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade do
SAB administrado, conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;
Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações consideradas como mais
comuns.
451
9. Imunoglobulina humana antivaricela zóster (IGHAVZ)
9.1. Indicação
A imunoglobulina humana antivaricela zóster (IGHAVZ) é utilizada em
comunicantes suscetíveis de pessoas com varicela zóster que se encontram
em situações especiais de risco, sendo administrada até 96 horas depois da
ocorrência do contato.
São comunicantes suscetíveis que podem se encontrar em situações de
risco:
Criança e adulto imunocomprometido;
Gestante;
Recém-nascido cuja mãe teve varicela nos últimos cinco dias da
gestação ou até 48 horas depois do parto;
Recém-nascido prematuro (com 28 semanas ou mais de
gestação) cuja mãe nunca teve varicela;
Recém-nascido prematuro (com menos de 28 semanas de
gestação, ou com menos de um quilo) independente de história
materna de varicela;
Paciente transplantado que teve contato próximo com um caso de
varicela ou herpes zoster e tiver menos que 24 meses do
transplante.
A IGHAVZ só deve ser administrada nessas situações quando:
O contato domiciliar é contínuo;
A pessoa permanece junto ao doente durante pelo menos uma
hora em ambiente fechado;
O contato é hospitalar: pessoa internada no mesmo quarto do
doente ou que tenha mantido contato direto prolongado com esse
doente. Exemplo: profissionais de saúde, agentes de limpeza,
acompanhantes, dentre outros.
4
9.2. Composição
A IGHAVZ é uma solução concentrada e purificada de anticorpos,
preparada a partir de hemoderivados obtidos do plasma de doadores
selecionados (convalescentes de varicela ou de herpes zóster) com altos títulos
de anticorpos específicos. Contém também timerosal como conservante.
9.3. Apresentação
A IGHAVZ é apresentada sob a forma líquida, em frasco-ampola
contendo 1,25 a 2,5ml com 125 UI a depender do laboratório produtor.
9.4. Conservação
A IGHAVZ é conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
9.5. Dose e volume
A dose da IGHAVZ é de 125 UI/10 kg de peso corporal, independente da
idade.
A dose mínima é de 125 UI e a dose máxima é de 625 UI.
Nota:
No caso de herpes zóster o contato é considerado significativo quando houver proximidade física (abraço, por exemplo) entre o doente e o suscetível.
O período de transmissibilidade da varicela em pessoa imunocompetente estende-se de um a dois dias antes até cinco dias depois do aparecimento da última vesícula.
Pessoa imunocomprometida com varicela ou com herpes zóster generalizado constitui fonte de infecção enquanto surgirem novas lesões.
Notas:
A IGHAVZ não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência do produto.
52
453
9.6. Via de administração
A IGHAVZ é administrada por via intramuscular, conforme orientado
neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.
A injeção é feita na região do deltóide, na face externa superior do
braço, ou no vastolateral da coxa. Em criança menor de dois anos dar
preferência ao músculo vastolateral da coxa.
9.7. Administração
9.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAVZ
Antes de administrar a IGHAVZ o profissional de saúde deve:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Organizar o material para administrar a IGHAVZ: seringa, agulha
e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3
e 6;
Retirar a IGHAVZ do refrigerador, verificando o nome da mesma,
bem como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar a IGHAVZ conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6, na dose prescrita pelo médico;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
frasco para que ocorra a homogeneização do produto;
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da IGHAVZ.
Observar a técnica de assepsia na preparação da IGHAVZ: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do produto.
Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.
454
Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa
se a dosagem está correta;
9.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAVZ Para a administração da IGHAVZ são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item
3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como
no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para
administração de injeções por via intramuscular;
Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa
muscular da região escolhida;
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antisséptico.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
Notas:
Para administrar a IGHAVZ em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.
No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
455
Administrar a IGHAVZ lentamente.
9.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAVZ
Após administrar a IGHAVZ são procedimentos básicos:
Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;
Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;
Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 3, item 3.2;
Registrar o número do lote e a validade da IGHAVZ administrada;
Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre questões
específicas e sobre o retorno, quando for o caso.
Nota:
A técnica a ser utilizada para administrar a IGHAVZ é a da injeção intramuscular, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.
456
10. Imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B
(IGHAHB)
10.1. Indicação
A imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B (IGHAHB) é indicada para
pessoas não vacinadas que foram submetidas à exposição ao vírus da hepatite
B nas seguintes situações:
Recém-nascido, cuja mãe tem sorologia positiva para HBsAg
(antígeno de superfície do vírus da hepatite B);
Pessoa que sofreu acidente com ferimento de membrana mucosa
ou cutâneo provocado por instrumento perfurocortante
contaminado com sangue positivo para HBsAg;
Pessoa que manteve contato sexual com pessoa que tem
sorologia positiva para HBsAg;
Pessoa vítima de abuso sexual;
Pessoa imunodeprimida após exposição de risco, mesmo que
previamente vacinados.
Nota:
No caso de recém-nascido cuja mãe tem sorologia positiva para HBsAg, é imprescindível a administração da IGHAHB e da vacina contra a hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida.
Criança pré-termo, criança cuja mãe é AgHB positiva, com idade gestacional menor que 33 semanas ou peso menor que 2.000g, deve receber a IGHAHB e a vacina contra a hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida e, uma dose extra de vacina aos dois meses de idade, além do esquema recomendado.
Nota:
No caso de contato sexual administrar a IGHAHB e iniciar o esquema de vacinação, preferencialmente até 14 dias depois do contato.
457
10.2. Composição
A IGHAHB é obtida do plasma de doadores selecionados, submetidos
recentemente à imunização ativa contra a hepatite B e que apresenta altos
títulos de anticorpos específicos (anti-HBsAg).
10.3. Apresentação
A IGHAHB é apresentada sob a forma líquida, em frasco-ampola
contendo 1ml, 2ml, ou 5 ml, com 200 unidades por ml.
10.4. Conservação
A IGHAHB é conservada entre +2 ºC e +8 ºC, sendo ideal +5 ºC,
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
10.5. Dose e volume
A dose da IGHAHB é única de 0,06 ml/kg de peso corporal. Para recém-
nascidos e lactentes a dose indicada é de 100 UI ou 0,5 ml.
10.6. Via de administração
A IGHAHB é administrada por via intramuscular, conforme orientado
neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4, ou de acordo com a prescrição
médica.
A injeção é feita na região do deltóide, na face externa superior do braço
ou no vastolateral da coxa. Em criança menor de dois anos dar preferência ao
músculo vastolateral da coxa.
Notas:
A IGHAHB não pode ser congelada, caso atinja uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência do produto.
458
10.7. Administração
10.7.1. Procedimentos básicos no preparo da IGHAHB
Antes de administrar a IGHAHB o profissional de saúde deve:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste Manual,
na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Organizar todo o material para administrar o soro: seringa, agulha e
outros, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópicos 3 e 6;
Retirar a IGHAHB do refrigerador, verificando o nome da mesma, bem
como o prazo de validade, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópicos 3, 5 e 6;
Preparar a IGHAHB conforme orientado neste Manual, na Parte II,
tópico 6, na dose prescrita pelo médico;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a ampola ou
frasco para que ocorra a homogeneização do produto;
Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da seringa se a
dosagem está correta;
10.7.2. Procedimentos básicos na administração da IGHAHB Para a administração da IGHAHB são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item
3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração da IGHAHB.
Observar a técnica de assepsia na preparação da IGHAHB: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do soro.
Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.
459
no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para
administração de injeções por via intramuscular;
Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;
Introduzir a agulha, adequando o ângulo de aplicação à massa
muscular da região escolhida;
Administrar a IGHAHB lentamente.
Nota:
A técnica a ser utilizada para administrar a IGHAHB é a da injeção intramuscular, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.4.4.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
Quando usar o álcool 70% para limpeza da pele friccionar o algodão embebido por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para permitir a secagem da pele, deixando-a sem vestígios do produto de modo a evitar qualquer interferência do álcool no procedimento.
Notas:
Para administrar a IGHAHB em menores de dois anos, localizar visualmente o músculo vasto lateral da coxa e fazer uma prega entre o dedo indicador e o polegar, com a introdução da agulha no terço médio da coxa (vasto lateral).
Adequar a agulha ao ângulo de administração conforme massa muscular da pessoa a ser vacinada.
No caso do músculo deltóide, em pessoas acima de dois anos, a administração será feita na face externa superior do braço.
Esses procedimentos são fundamentais na prevenção de abscessos frios.
460
10.7.3. Procedimentos básicos após a administração da IGHAHB
Após administrar a IGHAHB são procedimentos básicos:
Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;
Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;
Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 3, item 3.2;
Registrar o número do lote e a validade da IGHAHB administrada;
Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre questões
específicas e sobre o retorno, quando for o caso.
461
11. Soros específicos contra venenos de animais peçonhentos
11.1. Indicação
Acidentes por animais peçonhentos são ocorrências que se caracterizam
por envenenamentos causados por toxinas inoculadas no organismo humano
através das presas de serpentes, de picadas de escorpiões, de aranhas, e por
meio do contato de cerdas de lagartas com a pele.
Essas ocorrências podem determinar alterações locais (na região da
picada/ferrada/contato) ou manifestações sistêmicas, sendo mais graves, de
maneira geral, nas crianças com menos de sete anos e nos adultos com mais
de 50 anos. Crianças e idosos, portanto, devem ser observados rigorosamente
para detectar precocemente qualquer sinal ou sintoma que indique a
necessidade de imediata intervenção.
Como essas ocorrências, muito comuns no Brasil, podem ser de alta
gravidade a adoção de medidas deve ser imediata com o objetivo de diminuir,
ao máximo, o risco de vida para o acidentado (sequelas e mortes).
Estão disponíveis soros contra o veneno dos seguintes animais
peçonhentos de importância para a saúde pública:
a) as serpentes dos gêneros Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu,
caiçara); Crotalus (cascavel); Lachesis (surucucu e surucucu pico-
de-jaca); e Micrurus (coral verdadeira);
b) os escorpiões do gênero Tityus;
c) as aranhas dos gêneros Latrodectus (viúva-negra), Phoneutria
(aranha armadeira) e Loxosceles (aranha-marrom); e
d) as lagartas do gênero Lonomia.
O soro é composto de anticorpos prontos e a sua administração
caracteriza a imunização passiva, constituindo-se, assim, em tratamento.
462
A soroterapia, portanto não produz imunidade permanente e no caso de
outro acidente com veneno da mesma espécie de animal peçonhento é
necessário repetir a soroterapia.
No Quadro I na seqüência, é apresentado de forma sintetizada o grupo,
o gênero e nomes populares para alguns animais peçonhentos e o tipo de
acidente provocado.
Quadro IV-3: Animais peçonhentos segundo grupos a que pertencem, gênero, nome popular e tipo de acidente causado
Grupo do animal Gênero do animal
Nome popular Tipo de acidente
Serpentes Bothrops Jararaca, jararacuçu, urutu e caiçara
Botrópico
Lachesis Surucucu, surucucu pico de jaca Laquético
Crotalus Cascavel Crotálico
Micrurus Coral verdadeira Elapídico
Escorpiões Tityus Escorpião, lacrau Escorpionismo
Aranhas Loxosceles Aranha marrom Loxoscelismo
Lagarta Lonomia Taturana, oruga ou ruga. Erucismo
Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores
Quadro IV-4: Mecanismos de ação dos venenos peçonhentos de acordo com o tipo e os efeitos fisiopatológicos
Atividades/ Mecanismos
Tipos de Venenos Efeitos fisiopatológicos
Inflamatória aguda Botrópico e laquético Lesão endotelial e necrose de tecido no local da picada/ferrada/contato.
Liberação de mediadores inflamatórios.
Coagulante Botrópico, laquético e crotálico
Incoagulabilidade sanguínea (favorece formação de trombos)
Hemorrágica Botrópico e laquético Sangramentos na região da picada (equimose) e à distância (gengivorragia, hematúria)
Neurotóxica Crotálico e elapídico Bloqueio da junção neuromuscular (paralisias de grupos musculares)
463
Miotóxica Crotálico Rabdomiólise (dores musculares generalizadas) e escurecimento da urina.
Neurotóxica vagal Laquético Estimulação colinérgicca (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, hipotensão e choque).
Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.
Na ocorrência de acidente causado por animal peçonhento as
seguidas medidas de ordem geral devem ser adotadas:
Conduzir o acidentado imediatamente para uma unidade de
saúde a fim de que este receba cuidados imediatos, adequados e
específicos, a exemplo da soroterapia indicada para o tipo de
animal que causou o acidente (conforme orientado a seguir).
Não amarrar ou fazer torniquete próximo do local da picada (no
caso de serpente) ou da inoculação por ferrão (no caso de
escorpião e aranha) ou do contato com as cerdas (no caso
lagarta) para que o sangue circule normalmente;
Não colocar no local da picada ou da ferrada ou do contato
substâncias como folhas, pó de café ou terra, para evitar a
ocorrência de infecções secundárias;
Não sugar o local da picada ou da ferrada ou do contato, pela
possível ocorrência de infecção e hemorragia;
Não cortar o local da picada ou da ferrada ou do contato, pois
alguns venenos podem provocar hemorragias e os cortes feitos no
local do acidente, com canivetes e outros objetos contaminados,
favorecem a ocorrência de hemorragias e infecções;
Não oferecer ao acidentado substâncias como querosene, bebida
alcoólica, urina ou fumo, pois estas substâncias, além de não
Nota:
O garrote ou torniquete impede a circulação, podendo produzir necrose ou gangrena.
464
serem benéficas, podem causar intoxicação ou problemas
gastrointestinais;
Manter o acidentado deitado, em repouso, não permitindo que
ande, corra ou se locomova por seus próprios meios: a locomoção
aumenta a circulação sanguínea e facilita a absorção do veneno e,
em caso de acidentes causados por serpentes do gênero Bothrops
como jararacas caiçaras, jararacuçus e outros tipos de animais, os
ferimentos se agravam.
11.2. Composição
O soro utilizado para neutralizar venenos de animais peçonhentos é
obtido a partir do sangue de cavalos hiperimunizados, ou seja, cavalos em que
foi inoculado veneno de animal específico pertencente aos seguintes grupos:
a) quatro gêneros de serpentes peçonhentas;
b) três gêneros de aranhas;
c) escorpião; e
d) lagarta.
O soro antipeçonhento é composto de anticorpos prontos e pode vir em
apresentação monovalente ou polivalente.
Atualmente, os tipos de soros antivenenos disponíveis são:
a) antibotrópico;
b) anticrotálico;
c) antilaquético;
d) antibotrópico/crotálico;
Nota:
No caso de picada nas pernas e braços mantê-los em posição mais elevada do que o corpo, colocando uma almofada ou travesseiro como apoio embaixo do membro afetado.
465
e) antibotrópico/laquético;
f) antielapídico;
g) antiaracnídico;
h) antiescorpiônico; e
i) antilonômico.
11.3. Apresentação
Os soros antivenenos são apresentados na forma líquida e cada ampola
corresponde a 10 ml.
Na embalagem do soro está indicada a concentração neutralizante, ou
seja, a quantidade de veneno que será neutralizada.
11.4. Conservação
Os soros antivenenos são conservados entre +2 ºC e + 8 ºC, sendo
ideal +5 ºC, conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 5.
.
Notas:
Para a administração do soro específico é fundamental a identificação do animal que causou o acidente e dos sinais e sintomas imediatos.
Os sinais e sintomas imediatos de um acidente por animal peçonhento são característicos para cada tipo de envenenamento, conforme descrito na sequência
O soro antiaracnídico é um soro polivalente porque neutraliza o veneno das aranhas dos gêneros Phoneutria, Loxosceles e Lycosa, bem como dos escorpiões do gênero Tityus.
Notas:
Os soros antivenenos não podem ser congelados, caso atinjam uma temperatura de 0ºC proceder conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 5, item 5.5.2.
O congelamento provoca a perda de potência dos soros.
466
11.5. Dose e volume
A dose a ser administrada depende de cada acidente e do tipo de animal
causador, sendo igual para criança e para o adulto.
São fatores importantes na avaliação de cada caso:
a) o tipo de animal peçonhento;
b) a gravidade;
c) as manifestações locais ou sistêmicas; e
d) as circunstâncias do acidente.
Para que o soro possa neutralizar o veneno e curar o acidentado é
necessário que:
Seja específico para o tipo de veneno do animal que provocou o
acidente;
S
e
j
a
administrado dentro do menor tempo possível, após a
picada/ferrada/contato;
Seja administrado na dose necessária de acordo com a gravidade,
para neutralizar o veneno circulante;
Nota:
Quando o número de ampolas em estoque for inferior ao recomendado, iniciar a soroterapia com a quantidade disponível enquanto é providenciada a dose (ou doses) para complementar o tratamento.
Nota:
Em algumas situações e dependendo do acidente, quando o soro específico não estiver disponível usar o soro polivalente se for indicado.
Nota:
O soro antiveneno não deve ser fracionado.
467
Seja administrado dentro do menor tempo possível, após a picada,
ferrada ou contato.
a) Acidentes causados por serpentes
Os soros antiofídicos disponíveis são indicados para os casos de
picadas provocadas por serpentes do gênero Botrópico (jararaca, jararacuçu,
urutu e caiçara), do gênero Crotalus (cascavel), do gênero Lachesis (surucucu
e surucucu pico de jaca) e a do gênero Micrurus (coral verdadeira).
Os acidentes causados por essas espécies de animais, em geral, são
graves, predominando os quadros com manifestações locais e sistêmicas.
O tratamento dos pacientes com manifestações sistêmicas, com quadros
graves e hemorrágicos, requer internação em UTI. A administração do soro
específico para cada tipo de acidente, de acordo com a gravidade das
manifestações clínicas, deve ser realizada o mais precocemente possível.
Notas:
A realização do teste de sensibilidade cutâneo, de há muito, já foi excluída da rotina da administração da soroterapia, conforme normas e recomendação do Ministério da Saúde;
A Organização Mundial de Saúde considera que o valor preditivo deste teste é discutível e imprevisível para as manifestações de hipersensibilidade imediata, precoce ou tardia. Por isso não indica a sua realização.
Os procedimentos prévios a administração do soro devem ser rigorosamente seguidos, evitando-se assim as reações anafiláticas, conforme já descritos.
468
Quadro IV-5: Tipos de acidentes por serpentes, indicação do soro de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento.
Acidentes por tipo de animal
Soros indicados Gravidade do quadro Nº de ampolas
Botrópico Soro antibotrópico (SAB)
Leve: quadro local discreto; sangramento em pele ou mucosas; pode haver distúrbio na coagulação.
2 a 4
Soro antibotrópico laquético (SABL)
Moderado: edema e equimose evidente, sangramento sem comprometimento do estado geral; pode haver distúrbio na coagulação.
5 a 8
Grave: alterações locais intensas, hemorragia grave, hipotensão e anúria.
12
Laquético Soro antibotrópico - laquético (SABL)
Leve: alterações neuroparalíticas discretas; com escurecimento de urina ou oligúria; sem queixas de dores musculares.
5
Moderada: quadro local presente, pode haver sangramento, sem manifestações vagais.
10
Grave: quadro local intenso, hemorragia intensa, com manifestações vagais.
20
Crotálico Soro anticrotálico (SAC)
Moderado: alterações neuroparalíticas evidentes, discretas dores musculares, e, discreto escurecimento de urina.
10
Grave: alterações neuroparalíticas evidentes e intensas; dores musculares; e, escurecimento de urina, com oligúria.
20
Elapídico Soro antielapídico (SAE)
Grave: Considerar todos os casos de acidentes elapídicos como graves pelo risco de insuficiência respiratória aguda (parada respiratória)
10
Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.
Os soros polivalentes são indicados para os casos em que não foi
possível identificar o animal agressor ou, ainda, quando o soro específico não
estiver disponível. Na maioria dos casos é possível identificar o animal
agressor por intermédio dos sinais e sintomas presentes. Atualmente, estão
disponíveis soros polivalentes antivenenos: antibotrópico/ crotálico e
antibotrópico/laquético.
b) Acidentes causados por escorpiões
O soro antiescorpiônico é indicado para os casos envenenamento
causado pela introdução de toxinas através do aparelho inoculador (ferrão) de
469
escorpiões, podendo determinar alterações locais (na região da ferrada) e
sistêmicas.
Algumas observações acerca desses acidentes são importantes, a
saber:
As crianças com menos de sete anos e pessoas idosas devem ser
rigorosamente observadas durante seis a 12 horas e, no caso do
aparecimento de sinais e sintomas (mesmo leves), administrar o soro
antiescorpiônico;
As crianças com idade entre sete e 14 anos também devem ser
observadas durante seis horas, no mínimo.
Os acidentes em adultos jovens raramente apresentam gravidade,
com sintomas que se limitam à dor local, não havendo, na maioria dos
casos, necessidade de tratamento específico com o soro, usando-se
somente analgésicos.
Os sintomas locais (dor imediata, parestesia, e eritema localizado ao
redor do ponto de inoculação do veneno) têm duração média de até 24 horas.
Em crianças as manifestações sistêmicas aparecem até poucas horas depois
do acidente (2 a 3 horas) com sudorese profusa, agitação psicomotora,
tremores, náuseas, vômitos, sialorréia, hipertensão ou hipotensão arterial,
arritmia cardíaca, podendo progredir para insuficiência cardíaca congestiva,
edema agudo de pulmão e choque. O tratamento dos pacientes com
manifestações sistêmicas e quadros graves requer internação em UTI.
O tratamento nos casos leves objetiva tão somente reduzir os sintomas
e sinais locais, com uso de anestésicos sem vasoconstrictor (lidocaína a 2%)
ou analgésicos sistêmicos (dipirona 10 mg/K de peso).
470
Quadro IV-6: Tipos de acidentes por escorpião, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento
Acidente por tipo de animal
Soro indicado Gravidade das manifestações Nº de ampolas
Escorpiônico Antiescorpiônico (SAEsc) ou antiaracnídico (SAA)
Leve: dor e parestesia local -
Moderada: dor local intensa, associada a uma ou mais manifestações: sudorese, náuseas, vômitos, sialorréia discretos; agitação, taquipnéia e taquicardia.
2 a 3
Grave: Além das citadas na forma moderada, presença de uma ou mais das seguintes manifestações: vômitos profusos e incoercíveis, sudorese profusa, sialorréia intensa, prostração, convulsão, bradicardia, insufiência cardíacaq, edema pulmonar agudo, choque e coma.
4 a 6
Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.
c) Acidentes causados por aranhas
O soro antiaracnídico é indicado para os casos de acidentes por picada
de aranhas do gênero Phoneutria (armadeira), do gênero Loxosceles (aranha
marrom) e a do gênero Latrodectus (viúva negra).
Os acidentes causados por aranhas, em geral, não são graves,
predominando os quadros com manifestações locais. O tratamento consiste na
adoção de medidas gerais para aliviar a dor e prevenir a infecção secundária
no local da picada. O tratamento dos pacientes com manifestações sistêmicas
com quadros graves e hemorrágicos requerem internação em UTI.
471
Quadro IV-7: Efeitos dos venenos das aranhas de acordo com a sua fisiopatologia
Atividade/Mecanismo Tipo de Veneno Efeitos fisiopatológicos
Dermonecrótica Loxosceles
Local/sistêmica: Necrose cutânea no local da picada.
Hemolítica Sistêmica: Hemólise intravascular
Sobre terminações nervosas Phoneutria e Latrodectus
Local: edema e sudorese.
Sistémica: (i) intoxicação adrenérgica (contraturas musculares, contrações espasmódicas dos membros inferiores; dor com rigidez abdominal, contratura facial e trismo); podendo surgir com menos freqüência: opressão precordial, taquicardia e hipertensão arterial; e,
(ii) manifestações colinérgicas (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréias, hipertensão, hipotensão, e choque.
Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.
Quadro IV-8: Tipos de acidentes por aranha, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento
Acidente Soro indicado
Gravidade das manifestações Nº de ampolas
Foneutrismo (aranha armadeira)
Soro antiaracnidico (SAA)
Leve: dor local, edema, eritema, sudorese, ereção de pelos (piloreção)
-
Moderado: dor local intensa, sudorese, vômitos ocasionais, agitação psicomotora e hipertensão arterial.
2 a 4
Grave: sudorese profusa, sialorréia, vômitos intensos, priapismo (membro genital em ereção), edema agudo de pulmão e choque.
5 a 10
Loxoscelismo
(aranha marrom)
Soro antiloxoscélico (SALox) ou
Soro antiaracnídico (SAA)
Leve: aranha identificada, lesão incaracterística e ausência de comprometimento sistêmico.
-
Moderada: eritema e edema no local da picada, com equimose central e área de palidez em volta, bolhas com conteúdo sero-hemorrágico. Pode ocorrer febre e exantema.
05
Grave: mal estar geral, cefaléia, febre, exantema e hemólise intravascular caracterizada pela forma cutânea visceral, podendo evoluir para insuficiência renal aguda.
10
Latrodectismo
(aranha viúva negra)
Soro em fase experimental
- Vide observação
abaixo
Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.
472
Observação: O soro antilatrodéctico não estando disponível para uso na rotina.pois ainda se encontra em fase experimental. No caso de acidentes lactrodéctico (aranha viúva negra), o tratamento adotado habitualmente é o uso de analgésicos sistêmicos, diazepínicos, gluconato de cálcio a 10% e clorpromazina.
d) Acidentes causados por lagartas
O soro antialonômico é indicado para os casos de acidentes causados
pelo contato de cerdas de lagartas do gênero Lonomia na pele do indivíduo.
Esses acidentes são, em geral, graves, podendo provocar quadros com
manifestações locais (dor em queimação e vermelhidão) e sistêmicas (cefaléia,
mal estar geral, náuseas e vômitos, sangramentos – equimose, hematúria,
gengivorragia, epistaxe, hematêmese, enterorragia, hemorragias intra-
articulares, abdominais, cerebral ou subaracnóidea) que podem levar à
insuficiência renal aguda e óbito.
O tratamento dos pacientes com manifestações locais consiste na
adoção de medidas gerais para aliviar a dor e prevenir a infecção secundária
no local do contato. No caso de manifestações sistêmicas, com quadros graves
e hemorrágicos, é necessária a internação em UTI. O do soro antilonômico
(SALon) deve ser imediato.
Quadro IV-9 Tipos de acidentes por lagarta, indicação de soros de acordo com a gravidade e número de ampolas recomendadas para tratamento
Acidente Soro indicado Gravidade das manifestações Nº de
ampolas
Lonômico Soro antilonômico (SALon)
Leve: apenas manifestações locais, sem sangramento.
-
Moderada: quadro local presente, com sangramento em pele e/ou mucosas.
05
Grave: independente do quadro local, sangramento em vísceras e complicações com risco de morte
10
Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, Caderno 14. 7ª Ed 2009. Adaptado pelos revisores.
11.6. Via de administração
Os soros antipeçonhentos são administrados por via endovenosa,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.5.5.
473
Exceção feita ao soro antilatrodéctico (contra veneno de aranha, ainda
em fase experimental) em que a via de administração é intramuscular conforme
orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.5.4.
11.7. Administração
11.7.1. Procedimentos básicos no preparo do soro
Antes de administrar o soro o profissional de saúde deve:
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado neste
Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.1;
Organizar todo o material para administrar o soro: seringa,
agulha e outros, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópicos 3 e 6;
Organizar o material para realizar os procedimentos prévios
à administração de soros heterólogos: anti-histamínico,
corticóide, oxigênio, adrenalina, aminofilina, soro glicosado e
fisiológico, equipos de soro e outros, conforme orientado
nesta Parte IV, tópico 2;
Retirar o soro do refrigerador, verificando o nome do
mesmo, bem como o prazo de validade, conforme orientado
neste Manual, na Parte II, tópicos 3, 5 e 6;
Nota: Os soros antipeçonhentos não devem ser administrados no local do
acidente (picada, ferrada, e contato).
Notas:
As mãos devem ser lavadas antes e depois do preparo e da administração do soro.
Observar a técnica de assepsia na preparação do soro: manusear sem contaminar a seringa, a agulha e o frasco do produto.
Esses procedimentos são fundamentais para prevenir reações locais.
474
Preparar o soro conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 6, na dose prescrita pelo médico;
Fazer um movimento rotatório em sentido único com a
ampola ou frasco para que ocorra a homogeneização do
produto;
Aspirar o volume prescrito, verificando na graduação da
seringa se a dosagem está correta;
11.7.2. Procedimentos básicos na administração do soro antiveneno
Para a administração do soro são procedimentos básicos:
Preparar a pessoa, colocando-a em posição segura e confortável
conforme orientado na Parte II deste Manual, no tópico 3, item
3.3.2. que trata do acolhimento e triagem da clientela, bem como
no tópico 6, item 6.4.4. sobre os procedimentos básicos para
administração de injeções por via intramuscular;
Fazer a limpeza no local da administração, caso necessário;
Nota:
15 a 30 minutos antes de administrar o soro deve-se realizar o tratamento profilático conforme orientado nesta Parte do Manual no tópico 2 ítem 2.2.
Nota: O soro deve ser diluindo em 100 a 200 ml de soro fisiológico ou soro
glicosado a 5%.
475
Administrar o soro com gotejamento endovenoso de 20 a 30 gotas
por minuto;
Passar a tira elástica (garrote) acima do local escolhido, a fim de
produzir uma estase venosa;
Orientar a pessoa para relatar qualquer sintoma importante;
Manter a pessoa sob permanente observação, com soro
fisiológico por via endovenosa, fazendo controle dos sinais vitais;
Observar sinais de inquietação, dificuldade respiratória, edema no
local da administração e outros.
Estar atento à ocorrência de eventos adversos imediatos;
Nota:
A técnica a ser utilizada para administrar os soros antivenenos é da injeção endovenosa, conforme orientado neste Manual, na Parte II, tópico 6, item 6.5.5.
O único soro administrado por via intramuscular é o antilatrodéctico (ainda está em fase experimental).
Notas:
Ocorrendo qualquer reação, suspender a administração do soro, mantendo veia aberta com soro fisiológico ou glicosado até nova orientação médica.
Preparar nova solução do soro, trocar o equipo e subtrair a quantidade já administrada.
Instalar o novo soro mantendo observação rigorosa do paciente.
Notas:
Quando necessário, a limpeza da pele deve ser feita com água e sabão.
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e pelo baixo poder antissético.
Em situações excepcionais, quando não houver água e sabão (vacinação na zona rural e em ambiente hospitalar), utilizar o álcool a 70%.
476
11.7.3. Procedimentos básicos após a administração do soro antiveneno
Após administrar o soro são procedimentos básicos:
Manter acesso venoso com soro fisiológico ou glicosado a 5%,
gotejamento de 10 a 15 gotas/minuto;
Manter a atenção sobre a ocorrência de eventos adversos
imediatos, deixando a pessoa sob observação por, pelo menos,
duas horas, mantendo acesso venoso com soro fisiológico;
Desprezar a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante,
conforme orientado neste Manual, na Parte II, no tópico 4, item
4.2. que trata dos cuidados com o lixo e no tópico 6, item 6.2.
sobre a utilização de seringas e agulhas;
Lavar as mãos com água e sabão, conforme orientado nesta
Parte do Manual, tópico 6, item 6.1.
Registrar o número do lote e a validade do soro administrado;
Registrar no comprovante a data, o número do lote e a validade
do soro administrado, conforme orientado neste Manual, na Parte
II, tópico 3, itens 3.3.3 e 3.3.5, e também no tópico 7;
Informar à pessoa vacinada ou seu acompanhante sobre a
possibilidade do aparecimento das reações consideradas como
mais comuns;
Orientar a pessoa ou seu acompanhante sobre questões
específicas e sobre o retorno, quando for o caso.
Nota:
A pessoa deve ser alertada para procurar o serviço de saúde caso apareça qualquer reação, principalmente entre o sétimo e o 12º dia após o recebimento do soro antiveneno. A exemplo da doença do soro, com sintomas febre, cefaléia, astenia, urticária, dores musculares, aumento de gânglios, etc.
477
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80
Parte V
Características gerais das doenças imunopreveníveis e dos acidentes causados por
animais peçonhentos
Sumário
1. Introdução .................................................................................................. 485
2. Caxumba .................................................................................................... 489
3. Coqueluche ................................................................................................ 491
4. Difteria ........................................................................................................ 493
5. Doença Diarréica por Rotavírus ................................................. 495
6. Doença meningocócica .............................................................................. 497
7. Febre amarela ............................................................................................ 499
8. Febre tifóide ................................................................................................ 502
9. Hepatites virais ........................................................................................... 504
10. Influenza (gripe) ....................................................................................... 510
11. Meningite causada pelo Haemophilus influenzae tipo b .......................... 512
12. Poliomielite ............................................................................................... 514
13. Raiva ......................................................................................................... 518
14. Rubéola ..................................................................................................... 521
15. Sarampo ................................................................................................... 523
16. Tétano....................................................................................................... 526
17. Tuberculose .............................................................................................. 529
18. Varicela .................................................................................................... 532
19. Acidentes causados por animais peçonhentos ....................... 5
................
................. 34
485
1. Introdução
Em decorrência das transformações ocorridas na estrutura
populacional e no padrão de morbi-mortalidade no Brasil, no decorrer do século
XX e nesses anos da primeira década do século XXI, vem sendo observada
uma drástica redução das doenças infecciosas e parasitárias na composição
da mortalidade por grupos de causas, aumentando a proporção de óbitos por
causas não transmissíveis.
Dados do ‘Saúde Brasil 2007’ mostram que a mortalidade infantil
por causas evitáveis diminuiu em 18,5% entre 2000 e 2005, e que foi de 58,1%
a queda relativa às causas reduzíveis por ações de imunoprevenção. Esta
categoria, inclusive, representa apenas 0,2% na composição do grupo de
causas evitáveis, onde se incluem as relacionadas à atenção à grávida, ao
parto e ao recém-nascido (as de maior percentual), à adequação do
diagnóstico e tratamento, e as pertinentes à promoção da saúde. Há, portanto,
uma substituição das doenças transmissíveis pelas doenças não transmissíveis
e causas externas no padrão de morbidade e mortalidade da população
brasileira.
É inquestionável o quanto a vacinação influenciou na redução das
doenças imunopreveníveis e, é inegável também, que esse resultado contribuiu
para a redução da mortalidade infantil. A erradicação da varíola e da
poliomielite, respectivamente em 1973 e em 1989, são êxitos decorrentes do
investimento nesta ação básica. A interrupção da transmissão autóctone do
sarampo desde 2001 é outra realidade, ao lado da baixa incidência do tétano
neonatal que já pode ser considerado eliminado como problema de saúde
pública. A raiva humana transmitida por animais domésticos está próxima da
eliminação e a difteria, a coqueluche e o tétano acidental mantêm-se em
situação de controle. Estudo sobre a morbidade e mortalidade por doenças
imunopreveníveis, realizado por Barreto & Carmo, mostra que a tendência de
declínio é extraordinária.
Essa mudança no cenário, no entanto, não significa queda na
relevância das doenças imunopreveníveis como preocupação da gestão da
486
vigilância em saúde no contexto nacional e internacional, inclusive em função
de compromissos com propostas de controle, eliminação ou erradicação
quando estão disponíveis ferramentas eficazes – a vacina, o soro ou a
imunoglobulina.
Tétano, inclusive o neonatal, febre amarela, raiva, coqueluche,
influenza e hepatite são exemplos de doenças que continuam merecendo
atenção especial de gestores e técnicos do SUS no sentido da manutenção
das coberturas com as vacinas dirigidas a essas doenças. Além da atenção
aos resultados em termos da vacinação contra a poliomielite e o sarampo em
função da sua manutenção em vários países.
O objetivo final da administração de um imunobiológico, não é
apenas a proteção do indivíduo, não é somente viabilizar a imunidade
individual, mas produzir a imunidade coletiva, o que vai permitir impactos
importantes na situação epidemiológica da doença ou agravo objeto da ação.
Para a maioria das doenças transmissíveis o surgimento de casos
na população resulta do acúmulo de suscetíveis. A resistência e a
suscetibilidade dos indivíduos que conformam um grupo populacional são
fatores significativos que têm influência sobre a incidência da doença,
especialmente, no caso de agentes infecciosos que se transmitem de uma
pessoa para outra. O agente não consegue se disseminar quando a proporção
de pessoas imunes é elevada. Esta relação se aplica tanto a populações
humanas (imunidade de massa) como de animais vertebrados (imunidade de
rebanho).
Saber a proporção da população que deve ser imunizada para que
seja interrompido o processo de expansão de uma infecção é fundamental, daí
a necessidade de se estabelecer percentuais mínimos de cobertura, suficientes
para cessar a transmissão da doença ou a circulação do agente causador.
Todos os agentes infecciosos possuem propriedades que ajudam a
determinar a ocorrência da doença, identificando-se, para cada um deles os
mecanismos que permitem deter a sua disseminação. Um esquema que facilita
a compreensão destes mecanismos é a chamada cadeia de transmissão de
doenças ou cadeia epidemiológica ou cadeia de infecção, que pode ser
487
ilustrada por uma corrente, cujos elos representam pontos importantes no
processo de determinação da doença:
a) o agente causal específico: bactéria, vírus, outros;
b) o reservatório: homem ou animal que abriga o agente causador,
apresentando ou não a doença;
c) a porta de saída: local por onde o agente causador é eliminado
(boca, nariz, aparelho digestivo, etc.);
d) o modo de transmissão: maneira como o agente causador
passa do doente para o sadio (novo hospedeiro);
e) a porta de entrada para o novo hospedeiro: local por onde o
agente causador entra para o organismo;
f) a suscetibilidade: capacidade de o novo hospedeiro enfrentar o
agente causador, o que resulta ou não na ocorrência da doença.
O meio ambiente físico e social, as condições de vida e de saúde
de uma população, hoje caracterizados como determinantes da saúde, se
constituem, cada vez mais, como aspectos importantes do processo
saúde\doença na população, podendo facilitar ou dificultar a transmissão do
agente causador, e influenciar na capacidade do indivíduo em enfrentar e
superar a ação desse agente em seu organismo. Também são consideradas
nesses determinantes as condições de acesso aos serviços de saúde – e neste
caso à vacinação – com importantes repercussões no avanço de determinadas
doenças ou agravos em uma comunidade.
A atuação sobre o contexto, a construção e consolidação de
políticas públicas, o desenvolvimento econômico, o acesso à educação e as
mínimas condições sociais constituem os principais determinantes da situação
de saúde/doença de uma população, tendo importante impacto no padrão de
adoecimento e morte. Nessa perspectiva, a adoção de medidas específicas
pode contribuir para quebrar ou romper a cadeia de manutenção das doenças
transmissíveis, a exemplo da vacina que interfere na suscetibilidade dos
indivíduos (elo de número seis), resultando na proteção coletiva.
488
Nesta Parte V do Manual de Procedimentos para Vacinação são
descritas, de forma sintetizada, as características gerais de algumas doenças e
agravos cujo controle, eliminação ou erradicação, estão relacionados à
imunização ativa ou passiva.
O objetivo, ao apresentar essas características, é contribuir para
informar sobre o processo de adoecimento e suas conseqüências e de como a
vacinação ativa ou passiva, realizada com eficiência, pode minorar sofrimentos
e influenciar para uma melhor qualidade de vida das populações, além do fato
de que a prevenção de um conjunto de doenças tem importante impacto na
redução dos custos do SUS investidos em atenção à saúde de média e alta
complexidade.
Na consulta ao Guia de Vigilância Epidemiológica, editado pelo
Ministério da Saúde, poderão ser obtidas mais informações e orientações
específicas sobre a vigilância das doenças imunopreveníveis.Também no
portal saúde na página da Secretaria de Vigilância em Saúde
(www.saude.gov.br/svs), estão disponíveis informações gerais e específicas,
inclusive decorrentes de situações epidemiológicas do momento.
489
2. Caxumba
2.1. Descrição
A caxumba, também chamada parotidite epidêmica, é uma doença
sistêmica transmissível, de etiologia viral, caracterizada pela inflamação das
glândulas salivares, das meninges, do pâncreas, dos testículos e dos ovários,
com predileção pelas parótidas.
Entre 10% e 30% dos casos registram-se sinais meníngeos e um
em cada 6.000 casos apresenta encefalites.
2.2. Agente etiológico
O agente etiológico é o vírus da parotidite infecciosa, pertencente à
família Paramixoviridae que, de acordo com propriedades físico-químicas,
compreende duas subfamílias: (i) paramyxovirinae, com três gêneros
parcanyxovírus, rubalovírus e morbillivirus; e (ii) a pneumovirinae, com um
gênero, o pneumovirus.
2.3. Reservatório
O reservatório é o homem infectado.
2.4. Fonte de infecção
A fonte de infecção é o homem infectado.
2.5. Modo de transmissão
A transmissão do vírus da caxumba para uma pessoa suscetível
ocorre por meio do contato direto dessa pessoa com secreções respiratórias
(gotículas de saliva, espirro ou tosse) de uma outra pessoa infectada, mesmo
quando assintomática, ou seja, quando não apresenta os sintomas.
2.6. Período de incubação
O período de incubação varia de 12 a 25 dias, sendo em média de
18 dias.
490
2.7. Período de transmissibilidade
A transmissibilidade ocorre entre seis e sete dias antes da
parotidite (inflamação da parótida), principalmente nas 48 horas antes, até nove
dias depois do início da doença. Na urina o vírus pode estar presente até o 14º
dia após o início da doença.
2.8. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal, ou seja, toda e qualquer pessoa pode
ser infectada pelo vírus da parotidite infecciosa.
2.9. Imunidade
A imunidade é adquirida por meio da doença ou pela administração
da vacina tríplice viral (contra o sarampo, caxumba e rubéola).
A vacina confere imunidade contra infecção em mais de 95% das
pessoas. As orientações quanto à indicação e uso da vacina estão descritas
neste Manual, na parte III, no tópico 10.
491
3. Coqueluche
3.1. Descrição
A coqueluche é uma doença infecciosa causada por uma bactéria
que afeta a traquéia e os pulmões. A coqueluche desenvolve-se em três fases:
a) catarral: o doente apresenta tosse e expectoração de muco
claro e viscoso, com duração de uma a duas semanas,
aproximadamente;
b) paroxística: o doente passa a apresentar acessos de tosse que
terminam com um ‘guincho’ ou então com vômitos, quando é
eliminada uma secreção viscosa; esta fase tem duração
aproximada de dois meses;
c) convalescença: nesta fase, que dura de uma três semanas, a
tosse torna-se branda e pouco freqüente.
3.2. Agente etiológico
O agente infeccioso da coqueluche é um bacilo gram-negativo: a
Bordetella pertussis.
3.3. Reservatório
O único reservatório é o homem.
3.4. Modo de transmissão
O bacilo da coqueluche é transmitido de pessoa a pessoa, por meio
do contato direto com as secreções respiratórias (gotículas de saliva, espirro ou
tosse) de pessoas infectadas, especialmente no inicio da doença, ou seja, na
fase catarral.
A transmissão pode também ser indireta, ocorrendo pelo contato
com objetos contaminados pelas secreções da pessoa infectada.
492
3.5. Período de incubação
O período de incubação varia entre sete e 14 dias, sendo a média
de sete dias.
3.6. Período de transmissibilidade
A transmissibilidade é maior durante a fase catarral, diminuindo nas
três semanas seguintes, quando é insignificante.
3.7. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal, sendo maior nos menores de cinco
anos e mais grave nos menores de um ano.
3.8. Imunidade
A imunidade é conferida pela doença e pela administração da
vacina contra a coqueluche que integra a vacina tríplice bacteriana, a DTP
(contra a difteria, o tétano e a coqueluche). A imunidade produzida por essa
vacina em relação à coqueluche não é permanente e dura em média de cinco a
10 anos.
As orientações quanto à indicação e uso das vacinas que protegem
contra a coqueluche – a tetravalente (DTP+Hib) e a tríplice bacteriana isolada
(DTP) – estão descritas na Parte III deste Manual de Procedimentos, nos
tópicos 6 e 7.
No caso de reação ou evento adverso após a administração da
vacina DTP a pessoa deve ser encaminhada a um CRIE para receber a vacina
tríplice bacteriana acelular (DTPa), conforme orientado na Parte III deste
Manual de Procedimentos, no tópico 15.6.
493
4. Difteria
4.1. Descrição
É uma doença infecciosa, popularmente conhecida como “crupe”,
causada pela toxina de uma bactéria que se localiza nas amígdalas, faringe,
laringe ou na pele. Quando se instala nas vias respiratórias superiores
caracteriza-se pelo aparecimento de uma ou várias placas acinzentadas,
circundadas por uma zona inflamatória de cor vermelho-mate, que podem
obstruir a passagem do ar, provocando asfixia e morte.
4.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso da difteria é um bacilo gram-positivo, o
Corynebacterium diphtheriae.
4.3. Reservatório
O reservatório é o homem doente ou portador, com frequência o
portador assintomático.
4.4. Modo de transmissão
A difteria se transmite mediante contato direto com o exsudato e
secreções das mucosas do nariz e da faringe ou com lesões cutâneas do
doente ou portador.
A transmissão pode ocorrer, também, por meio de objetos
contaminados por suas secreções.
4.5. Período de incubação
O período de incubação é de um a seis dias, podendo ser mais
longo.
4.6. Período de transmissibilidade
A transmissão ocorre enquanto houver bacilos nas secreções e
lesões, durando, em média, de duas a quatro semanas. Com antibioticoterapia
494
adequada à transmissibilidade cessa 24 a 48 horas depois de iniciado o
tratamento do doente ou do portador.
4.7. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal, sendo maior nos menores de seis
anos.
4.8. Imunidade
A imunidade pode ser naturalmente adquirida pela passagem de
anticorpos maternos para o organismo da criança cuja mãe é imune. A
imunidade na criança vai decrescendo até mais ou menos os seis meses.
A imunidade é adquirida pela administração de vacinas que contêm
o toxóide diftérico: a DTP; a dupla tipo infantil (DT) contra difteria e tétano, a
dupla tipo adulto (dT), conforme orientado na Parte III deste Manual de
Procedimentos, nos tópicos 6 e 7.
No caso de reação após a administração da vacina DTP a pessoa
deve ser encaminhada a um CRIE para receber a vacina tríplice bacteriana
acelular (DTPa), conforme orientado na Parte III deste Manual de
Procedimentos, no tópico 14.5.
O soro antidiftérico (SAD) confere imunidade temporária e deve ser
administrado conforme orientado na Parte IV deste Manual de Procedimentos,
no tópico 7.
A doença não confere imunidade permanente, por isto, após a cura,
o paciente deve iniciar ou completar o esquema de vacinação.
495
5. Gastroenterites por Rotavírus
5.1. Descrição
As doenças diarréicas agudas são de etiologia diversificada
podendo ser causadas por bactéria, vírus ou enteroparasitas. As
gastroenterites por Rotavírus são doenças infecciosas transmissíveis de origem
viral.
O Rotavírus é considerado o mais importante agente etiológico da
diarréia grave no mundo e a principal causa de morbimortalidade por diarréia
em crianças menores de cinco anos nos países desenvolvidos ou em
desenvolvimento.
A sintomatologia da doença se caracteriza pela presença de
diarréia, vômito e febre alta. A diarréia geralmente é profusa, podendo evoluir
para a desidratação grave do tipo isotônica. Caso a reidratação não seja
instituída de forma precoce e adequada poderá ocorrer o óbito.
A ocorrência universal dos rotavírus é amplamente reconhecida.
Praticamente, todas as crianças, aos cinco anos, já se infectaram. Em geral, a
incidência das infecções sintomáticas assume maior expressão na faixa etária
de 6 a 24 meses. Em contrapartida, prevalecem as formas inaparentes entre
recém nascidos e lactentes até os 3-4 meses, provavelmente como decorrência
da proteção conferida pelos anticorpos de origem materna
5.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é um RNA vírus da família dos Reoviridae, do
gênero Rotavírus. São classificados sorologicamente em grupos, subgrupos e
sorotipos. Até o momento sete grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G.
Apenas os grupos A, B e C infectam humanos.
5.3. Reservatório
O reservatório é o indivíduo infectado.
496
5.4. Fonte de infecção
A fonte de infecção é o homem doente.
5.5. Modo de transmissão
Os Rotavírus são isolados em alta concentração em fezes de
crianças infectadas e são transmitidos pela via fecal-oral, por contato pessoa a
pessoa e também através de fômites.
5.6. Período de incubação
O período de incubação varia de um a três dias, em média dois
dias.
5.7. Período de transmissibilidade
A máxima excreção viral ocorre no 3º e 4º dia a partir dos primeiros
sintomas, no entanto, podem ser detectados nas fezes de pacientes mesmo
após a completa resolução da diarréia.
5.8. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal.
5.9. Imunidade
A imunidade é adquirida por meio da doença ou pela administração
da vacina oral contra o Rotavírus humano.Já a partir da primeira dose, a vacina
mostrou eficácia na prevenção de doença por rotavírus. A vacina é
especialmente eficaz na prevenção de doença por rotavírus da cepa G1, mas
os estudos mostraram que houve proteção cruzada para gastrenterite e
gastrenterite grave causada por outras cepas.
497
6. Doença meningocócica
6.1. Descrição
Doença bacteriana, aguda, grave, que se caracteriza, basicamente,
pela presença de febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos e sinais de irritação
meníngea.
O prognóstico da doença meningocócica depende,
fundamentalmente, do diagnóstico precoce e da instituição imediata e
adequada do tratamento.
6.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é uma bactéria gram-negativa a Neisseria
meningitides.
A Neisseria possui vários sorogrupos, sendo mais freqüentes o A, o
B e o C, responsáveis por epidemias.
6.3. Reservatório
O reservatório da doença meningocócica é o homem, na condição
de doente ou o de portador sadio.
6.4. Modo de transmissão
A transmissão da Neisseria ocorre de pessoa a pessoa, por meio
das secreções da nasofaringe, com maior frequência, a partir do portador
sadio.
A transmissão indireta é questionável, pois a bactéria é muito
sensível à variações de temperatura.
6.5. Período de incubação
O período de incubação pode variar de dois a 10 dias, sendo em
média de três a quatro dias.
498
6.6. Período de transmissibilidade
A transmissão perdura até a bactéria desaparecer das secreções
da nasofaringe, o que ocorre, geralmente, 24 horas após o início da terapêutica
adequada, quando se trata de transmissão a partir do caso clínico.
O portador sadio pode transmitir o agente infeccioso durante
bastante tempo (por até 10 meses). Essa transmissão também cessa com o
tratamento quimioprofilático.
6.7. Suscetibilidade
A suscetibilidade, embora universal, é baixa.
O percentual de portadores sadios é elevado quando comparado
ao número de pessoas que desenvolvem a doença.
6.8. Imunidade
A meningite confere imunidade para o meningococo do sorogrupo
específico que causou a doença, mas não é duradoura. O grau e duração
dessa imunidade ainda são desconhecidos.
A imunidade específica também é conferida por vacinas
específicas. Estão disponíveis vacinas contra a meningite causada pelos
sorogrupos B e C: a vacina contra a meningite causada pelos sorogrupos BC
(esta vacina não é oferecida pelo Ministério da Saúde por questões
técnicas) e a vacina contra a meningite causada pelo sorogrupo C. Os
procedimentos para administração estão descritos na Parte III deste Manual de
Procedimentos, no tópico 14.4.
As vacinas contra a meningite, conferem imunidade relativa e de
curta duração. São administradas em situações de surto quando comprovado o
sorogrupo causador e em situações específicas nos CRIE.
492
7. Febre amarela
7.1 Descrição
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda de curta duração e
de gravidade variável.
A doença é súbita, apresentando-se com febre, dor de cabeça,
prostração e vômitos. Os casos mais benignos apresentam quadro clínico
indefinido e a forma grave caracteriza-se por manifestações de insuficiência
hepática e renal, que podem levar à morte.
A doença possui dois ciclos epidemiologicamente distintos: o
silvestre e o urbano.
A febre amarela silvestre ocorre acidentalmente pela penetração do
homem nas áreas onde o vírus circula entre hospedeiros naturais (macacos
principalmente) e onde existe o vetor silvestre (mosquito). É encontrada nas
regiões tropicais da África e América do Sul. Na África, onde tem maior
disseminação, é endêmica em 34 países. Na América do Sul, nos últimos 20
anos, sua ocorrência tem sido registrada em nove países: Brasil, Bolívia,
Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Venezuela e Argentina.
A febre amarela urbana não ocorre no Brasil desde 1942.
7.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é o vírus da febre amarela, um arbovirus, do
gênero Flavivirus, da família Flavivirídae.
7.3. Reservatório
Na febre amarela urbana o homem é o único reservatório. Na febre
amarela silvestre (nas florestas) os primatas não humanos (macacos,
marsupiais) são os principais reservatórios e hospedeiros do vírus, sendo o
homem um hospedeiro acidental.
499
7.4. Fonte de infecção
A fonte de infecção na febre amarela urbana é o mosquito Aedes
aegypti infectado (o mesmo mosquito transmissor do vírus da dengue).
Na febre amarela silvestre a fonte de infecção são mosquitos de
hábitos eminentemente silvestres, sendo a espécie Haemagogus a que mais se
destaca no Brasil.
7.5. Modo de transmissão
Na área urbana a febre amarela se transmite pela picada do
mosquito Aedes aegypti previamente infectado ao picar um doente.
A doença não se transmite por contato direto, nem por meio de
objetos contaminados.
7.6. Período de incubação
O período de incubação é muito curto, em média de três a seis dias
após a picada do mosquito infectado. No mosquito o período de incubação é de
nove a 12 dias.
7.7. Período de transmissibilidade
O sangue do doente é infectante para os mosquitos 24 a 48 horas
antes do aparecimento dos sintomas, ou seja, de um a dois dias antes do início
da febre e durante os três a cinco primeiros dias da doença. O mosquito
infectado transmite o vírus por toda a vida (três a quatro meses).
7.8. Suscetibilidade
Todos os indivíduos são suscetíveis, no entanto, a suscetibilidade é
maior onde há abundância do mosquito vetor.
7.9. Imunidade
A imunidade adquirida pela doença e pela administração da vacina
contra a febre amarela é duradoura. O lactente cuja mãe é imune apresenta
imunidade até o sexto mês de idade.
500
A vacina contra a febre amarela é administrada em dose única a
partir dos nove meses de idade. A imunidade tem a duração de 10 anos em
função do que reforços adicionais são feitos a cada 10 anos. Quando a pessoa
tem que se deslocar para áreas de risco de transmissão da doença, em razão
de trabalho ou lazer, a vacina deve ser aplicada, no mínimo, 10 dias antes do
deslocamento.
Para entrar no Brasil não há exigência do Certificado Internacional
de Vacinação ou Profilaxia, no entanto, para aqueles que se destinam a áreas
de mata das regiões consideradas de riscos, não vacinados ou vacinados há
mais de 10 anos, é recomendada a vacinação. Aos brasileiros que se destinam
a outros países a exigência do Certificado segue as recomendações da OMS,
conforme estabelecido no Regulamento Sanitário Internacional 2005.
Com relação às regiões de risco no Brasil, o caráter dinâmico da
transmissão da febre amarela silvestre requer a avaliação periódica das áreas
onde circula o vírus, para as quais será recomendada a vacinação. A
informação atualizada sobre essas áreas, onde está recomendada a
vacinação, está disponível no site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br.
Os procedimentos relativos à indicação e uso da vacina contra a
febre amarela estão descritos na Parte III deste Manual de Procedimentos, no
tópico 11.
501
8. Febre tifóide
8.1. Descrição
A febre tifóide é uma doença infecciosa que se caracteriza por
apresentar febre contínua, dor de cabeça, falta de apetite, mal-estar geral,
vômito, constipação intestinal ou diarréia em alguns casos. Há, em geral,
intensa piora do quadro, após duas ou três semanas.
É uma doença de distribuição mundial associada a baixos níveis
sócio-econômicos, situação precária de saneamento básico, higiene pessoal e
ambiental. Por isso, está praticamente extinta em países onde esses
problemas foram superados. No Brasil, ocorre de forma endêmica, com
algumas epidemias onde as condições são mais precárias.
8.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso e uma bactéria gram-negativa, a Salmonella
typhi, da família Enterobacteriaceae.
8.3. Reservatório
O reservatório é o homem doente ou o portador sadio.
8.4. Fonte de infecção
São fontes da infecção as fezes e a urina de indivíduos infectados.
8.5. Modo de transmissão
A transmissão ocorre, principalmente, de forma indireta, por meio
da água e dos alimentos, em especial o leite e derivados, contaminados pela
urina ou fezes de pacientes ou portadores.
A febre tifóide é conhecida como a doença das mãos sujas. A
contaminação de alimentos ocorre, geralmente, pela manipulação feita por
portadores. O congelamento não destrói a bactéria.
502
8.6. Período de incubação
O período de incubação varia de uma a três semanas, sendo duas
semanas em média.
8.7. Período de transmissão
A doença se transmite enquanto a Salmonella typhi estiver
presente nas fezes ou urina de doentes e portadores.
Cerca de 10% dos pacientes eliminam bacilos durante até três
meses do início da doença. Entre as pessoas infectadas 2% a 5% tornam-se
portadoras após a cura.
8.8. Suscetibilidade
Todos os indivíduos são suscetíveis. O risco é maior naqueles que
apresentam acloridria gástrica, ou seja, com ausência de acidez gástrica.
8.9. Imunidade
A imunidade adquirida após a infecção ou mediante a
administração da vacina não é definitiva.
As orientações quanto à indicação da vacina contra a febre tifóide
estão descritas na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 14.8.
A vacina disponível atualmente tem poder imunogênico baixo, em
função do que a indicação do seu uso é muito restrita, a exemplo de pessoas
sujeitas à exposição à bactéria em decorrência de sua ocupação ou para
viajantes que se deslocam para áreas endêmicas da doença.
503
9. Hepatites virais
Hepatite é denominação atribuída à inflamação do fígado, podendo
ter várias etiologias: imunológica, medicamentosa, alcoólica e infecciosa
(causada por bactérias, protozoários ou vírus).
As hepatites infecciosas estão associadas a alguns tipos de vírus
que têm em comum a capacidade de causar inflamação e necrose no fígado.
São cinco os principais tipos de vírus que determina hepatites, identificados por
letras do alfabeto: A, B, C, D e E.
A principal característica do vírus, portanto, é o tropismo primário
pelo fígado, ou seja, ao se instalarem no organismo têm preferência pelo
fígado. São agravos de importância em saúde pública pelo número de
indivíduos atingidos e pela possibilidade de complicações das formas agudas e
evolução para formas crônicas, podendo levar à cirrose e ao câncer do fígado.
Com características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes, as
hepatites apresentam importantes particularidades, como as resumidas no
quadro a seguir.
Quadro VI-1 - Principais características dos vírus que causam a hepatite
Tipo de vírus
Material genético
Período de incubação
Modo de transmissão Risco de cronificar
A RNA
15 a 45 dias
Fecal-oral
Inexistente
B DNA
30 a 180 dias
Sexual; parenteral; sangue e hemoderivados; procedimentos cirúrgico-odontológicos; solução de continuidade na pele e mucosas; mãe-filho
Alto: 90% nos neonatos e 5% a 10% nos adultos
C RNA
15 a 150 dias
Parenteral; sangue e hemoderivados; sexual
Alto: 85%
D RNA
30 a 50 dias
Sexual; parenteral; sangue e hemoderivados; procedimentos cirúrgico-odontológicos; solução de continuidade na pele e mucosas; mãe-filho
Alto: 79% na superinfecção e menor que 5% na co-infecção
E RNA 28 a 48 dias Fecal-oral Inexistente
Fonte: Manual Brasil está Atento, 2007.
Outros vírus, esporadicamente, podem produzir hepatites agudas
que são clínica e bioquimicamente semelhantes aos tipos mencionados,
504
destacando-se o Citomegalovírus, o vírus Epstein-Barr e o vírus da febre
amarela.
A suscetibilidade aos vírus causadores das hepatites é geral,
sendo, no entanto, específica para cada uma das etiologias, fazendo, por
exemplo, com que uma pessoa seja suscetível ao vírus tipo A e não ao tipo B
ou ao C.
Na seqüência as principais características das hepatites causadas pelo
vírus A, pelo vírus B e vírus D, considerando a disponibilidade de vacinas para
estes dois tipos de vírus, no âmbito do PNI.
9.1. Hepatite A
9.1.1. Descrição
Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus A (HAV1),e
também conhecida como “hepatite infecciosa”, “hepatite epidêmica”, ou
“hepatite de período de incubação curto”.
A hepatite A pode ser assintomática. As manifestações clínicas,
quando ocorrem, vão desde a presença de poucos sintomas até formas
fulminantes, o que acontece raramente. Não há evidência de pessoas com a
doença na forma crônica.
As manifestações clínicas, quando existentes, podem ser
inespecíficas, como um quadro gripal ou então apresentar febre, dor abdominal
(geralmente do lado direito superior - hipocôndrio), icterícia, fezes descoradas e
urina escura.
1 HAV Human...
505
9.1.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é o vírus da hepatite A (VHA), um hepatovírus
da família Picornaviridae.
9.1.3. Reservatório
O reservatório é o homem e alguns primatas não humanos,
inclusive os chimpanzés.
9.1.4. Fonte de infecção
São fontes de infecção o homem e os animais infectados.
9.1.5. Modo de transmissão
A transmissão é fecal-oral, ocorrendo por meio do contato direto
pessoa a pessoa ou indireto através da água e de alimentos contaminados.
9.1.6. Período de incubação
O período de incubação varia de 15 a 45 dias, sendo a média de 30
dias.
9.1.7. Período de transmissibilidade
A transmissão ocorre a partir da 2ª semana antes do início dos
sintomas e até o final da 2ª semana da doença.
9.1.8. Suscetibilidade
A suscetibilidade ao vírus tipo A é universal.
9.1.9. Imunidade
A imunidade é adquirida por meio da doença, seja na forma
sintomática ou assintomática. Ocorre, também, mediante a administração da
vacina contra a hepatite A de vírus inativados.
Essa vacina, disponível no CRIE, é indicada para situações
específicas, conforme orientado na Parte III deste Manual de Procedimentos,
tópico 14.6.
506
507
9.2. Hepatite B
9.2.1. Descrição
O início da doença, geralmente, é insidioso, com falta de apetite,
dores abdominais, náuseas e vômitos. Às vezes, ocorrem dores musculares e
fadiga, seguidas, frequentemente, de icterícia. Pode não haver febre ou
aparecer uma febre baixa.
Em alguns casos a infecção é inaparente, em outros se manifesta
de modo fatal e fulminante, com necrose hepática aguda e maciça.
9.2.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é o vírus da hepatite B (VHB), da família
Hepadnaviridae.
9.2.3. Reservatório
O único reservatório natural é o homem, na condição de doente ou
de portador sadio. O vírus replica-se em laboratório apenas em primatas não
humanos mais evoluídos, como o chimpanzé.
9.2.4. Modo de transmissão
A transmissão ocorre por meio de solução de continuidade na pele
e/ou nas mucosas. O vírus é transmitido na relação sexual; na exposição
percutânea (parenteral); e por meio de agulhas ou outros instrumentos
contaminados, como por exemplo, ao fazer tatuagem ou na perfuração da
orelha.
A transmissão ocorre, ainda, pela transfusão de sangue e seus
derivados, quando não há controle de doadores, com investigação sobre a
presença de agentes causadores de doenças transmissíveis.
Outra forma de transmissão é a que acontece a partir do uso de
drogas endovenosas, de procedimentos odontológicos, cirúrgicos e de
hemodiálise, quando não são respeitadas as normas universais de
biossegurança.
508
Há, também, a transmissão perinatal, no caso de criança cuja mãe
é portadora de HBsAg positivo.
O contato devido à promiscuidade nos domicílios superlotados é
outra maneira de transmissão da hepatite B.
A transmissão fecal-oral não foi demonstrada.
9.2.5. Período de incubação
O período de incubação é de 30 a 180 dias, sendo a média de 60 a
90 dias.
9.2.6. Período de transmissibilidade
A transmissão do vírus é iniciada antes do aparecimento dos
sintomas (duas a três semanas), mantendo-se durante a fase aguda da doença
e no estado de portador crônico. Em muitos casos, o estado de portador
persiste por vários anos e até durante toda a vida.
9.2.7. Suscetibilidade
A suscetibilidade é geral. A doença, comumente, é mais leve nas
crianças.
9.2.8. Imunidade
A doença e a vacina contra a hepatite B conferem imunidade
duradoura.
A recomendação é administrar a primeira dose da vacina nas
primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade. A vacina
protege, também, contra infecção pelo vírus da hepatite D, uma vez que este
vírus só existe em pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B (VHB).
Os procedimentos para a administração da vacina contra a hepatite
B estão descritos na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 4.
A imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB) confere
imunidade temporária e os procedimentos para o seu uso estão descritos na
Parte IV deste Manual de Procedimentos, no tópico 9.
509
No caso do recém-nascido cuja mãe tem sorologia positiva para o
HbsAg a administração da vacina contra a hepatite B nas primeiras 12 horas,
juntamente com a IGHAHB é altamente eficaz na prevenção da infecção
transmitida verticalmente (da mãe para o filho).
510
10. Influenza (gripe)
10.1. Descrição
A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema
respiratório, causada pelo vírus influenza de distribuição global e elevada
transmissibilidade.
A doença e suas complicações (principalmente as pneumonias) são
responsáveis por um volume significativo de internações hospitalares no país.
Sua característica principal é se manifestar sob a forma de surtos ou
epidemias, aparecendo, também, pandemias a intervalos regulares.
O quadro clínico apresenta início súbito com instalação abrupta de
febre alta, em geral acima de 38 ºC ou mais, seguida de mialgia, dor de
garganta, prostração, dor de cabeça e tosse seca. A febre é o sintoma mais
importante e dura em torno de três dias. Com a progressão da doença, os
sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantém-se em geral por
três a quatro dias após o desaparecimento da febre.
A influenza sazonal corresponde à circulação anual de variantes
antigênicas dos vírus da influenza humana que resultam de alterações parciais
da sua estrutura genética. A circulação dessas variantes ocorre, geralmente,
nos meses mais frios nos locais de clima temperado ou no período chuvoso
nos locais de clima tropical. No Brasil o padrão de sazonalidade varia entre as
diversas regiões, sendo mais marcado naquelas que têm estações climáticas
bem definidas.
A influenza sazonal manifesta-se por meio de surtos anuais de
magnitude, gravidade e extensão variáveis. A principal medida de prevenção é
a vacinação anual dos grupos de maior risco para as complicações e óbitos
pela doença.
Para informações sobre a pandemia de influenza consultar o Plano
Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza (3a versão),
disponível em
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/plano_pandemia_influenza.pdf.
511
10.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é o vírus da influenza, pertencente à família
Orthomyxoviridae, gênero Influenza vírus.
Existem três tipos distintos do vírus da influenza: A, B e C. Os vírus
A e B são os principais agentes causadores da gripe no homem. No momento
atual, a ação do tipo C é inexpressiva.
Os vírus podem sofrer mutações (transformações em sua
estrutura). Os tipos A e B causam maior morbidade e mortalidade que o tipo C.
Geralmente as epidemias e pandemias (epidemia em vários países) estão
associadas ao vírus influenza A, pela rápida variação antigênica o que favorece
o rápido aparecimento de suscetíveis na população.
Outras informações podem ser encontradas no Guia de Vigilância
Epidemiológica da Influenza/Ministério da Saúde.
10.3. Reservatório
O reservatório é o homem.
Também se constitui em reservatório dos vírus aves selvagens e
domésticas, suínos, focas e eqüinos, caracterizando a influenza como zoonose.
10.4. Fonte de infecção
A fonte de infecção é o homem e os animais infectados.
10.5. Modo de transmissão
A transmissão ocorre pelo contato com pessoas e animais
infectados, por meio de gotículas nasofaríngeas, ou por intermédio de objetos
(fômites) recém-contaminados com secreções respiratórias dos infectados.
As principais características do processo de transmissão da
influenza são:
a) alta transmissibilidade, principalmente em relação à
influenza A;
512
b) maior gravidade entre os idosos, as crianças, os
imunodeprimidos, os cardiopatas e os pneumopatas; e
c) rápida variação antigênica do vírus influenza A.
10.6. Período de incubação
O período de incubação é, em média, de um a cinco dias.
10.7. Período de transmissibilidade
A transmissibilidade ocorre, em média, de três a sete dias a partir
do início dos sintomas clínicos.
10.8. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal.
10.9. Imunidade
A imunidade conferida pela doença é duradoura para o tipo e
subtipo do vírus que a causou.
A imunidade conferida pela vacina é de curta duração e, raramente,
ultrapassa 12 meses, limitando-se ao tipo e subtipo das cepas dos vírus
influenzae contidas na composição do produto.
A vacina contra o vírus influenza é indicada a partir dos seis meses
de idade, mas a atual política de vacinação do Ministério da Saúde está
direcionada para a população acima de 60 anos, mediante campanhas anuais.
A vacina também faz parte do calendário de vacinação da população indígena
e está disponível durante todo ano no CRIE para situações e grupos de risco
específico.
A vacina protege contra o vírus da influenza ou gripe e contra as
complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas
secundárias. Estudos recentes indicam que a vacina também protege contra
infarto e derrame.
Os procedimentos para a administração da vacina estão descritos
na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 13.
513
11. Meningite causada pelo Haemophilus influenzae tipo B 11.1. Descrição
São seis os sorotipos do Haemophilus influenzae (A, B, C, D, E, F),
classificados a partir da diferença antigênica da cápsula polissacarídica. O
Haemophilus desprovido de cápsula encontra-se nas vias respiratórias e pode
causar infecções como bronquites, sinusites, otites, pneumonia, artrite e
septicemias, tanto em crianças como em adultos. A forma capsulada do
Haemophilus particularmente a do tipo B (HiB) é a responsável pela quase
totalidade de doenças invasivas: meningite bacteriana, pneumonia, otite, artrite
e septicemias.
No caso específico o quadro clínico da meningite por Haemophilus
influenzae tipo B não difere das meningites de outras etiologias. O início,
geralmente, é súbito, com febre, cefaléia intensa, náuseas, vômitos e rigidez da
nuca. Em alguns casos, o quadro clínico é acompanhado por exantema
petequial.
11.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é um bacilo gram-negativo o Haemophilus
influenzae, sorotipo B. Outros sorotipos raramente causam meningite.
11.3. Reservatório
O reservatório é o homem doente.
11.4. Modo de transmissão
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de gotículas e
secreções da nasofaringe. A entrada do vírus no organismo também se dá pela
nasofaringe.
11.5. Período de incubação
O período de incubação, embora desconhecido, é, provavelmente,
curto, com duração de dois a quatro dias.
514
11.6. Período de transmissibilidade
A transmissão perdura enquanto o agente infeccioso estiver
presente no organismo do indivíduo infectado, o que pode ocorrer num período
prolongado, mesmo sem secreção nasal. A transmissão cessa 24 a 48 horas
depois do tratamento adequado.
11.7. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal, principalmente nos quatro primeiros
anos de vida. Cerca de 75% dos casos ocorre entre três e 24 meses de idade
(dois anos).
11.8. Imunidade
A proteção conferida pelos anticorpos maternos dura até os três
meses de vida.
A doença confere imunidade duradoura quando acomete o
indivíduo após os 24 meses de idade.
A vacina contra a infecção por Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
torna o indivíduo imune após três doses nos menores de um ano ou dose única
a partir dos 12 meses de idade. No esquema básico de vacinação da criança é
disponibilizada em associação com a vacina DTP – vacina tetravalente –,
sendo administrada conforme orientado na Parte III deste Manual de
Procedimentos, no tópico 6.
A vantagem da associação entre a DTP e a Hib é a redução do
número de aplicações injetáveis nos menores de um ano, além de reunir, em
uma única aplicação, os componentes imunológicos para proteção contra
quatro doenças.
515
12. Poliomielite
12.1. Descrição
A poliomielite ou paralisia infantil é doença infecto-contagiosa viral
aguda, provocada por vírus e que pode ocorrer sob a forma de infecção
inaparente (a mais comum) e sob a forma paralítica, com seqüelas
permanentes ou morte.
O vírus se instala e se multiplica no tubo digestivo e logo pode
apresentar viremia, com invasão do sistema nervoso central e ataque às
células motoras. Acomete, em geral, os membros inferiores, de forma
assimétrica, tendo como principais características: flacidez muscular, com
sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.
A poliomielite foi de alta incidência no país. Hoje, encontra-se
erradicada graças ao trabalho de vacinação e vigilância epidemiológica,
desenvolvidos desde 1980. Em 1994 o Brasil recebeu o “Certificado de
Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem”.
Mesmo assim, é preciso, ainda, manter altas coberturas de
vacinação, de forma homogênea, e uma vigilância epidemiológica ativa capaz
de identificar imediatamente a reintrodução do poliovírus para adotar medidas
de controle capazes de impedir a sua disseminação.
12.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é o poliovírus pertencente ao gênero
Enterovírus da família Picornaviridae. São três sorotipos: o poliovírus I, o II e o
III.
12.3. Reservatório
O único reservatório da poliomielite é o homem.
12.4. Modo de transmissão
A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa
a pessoa. A boca é a porta de entrada do poliovírus que se transmite pela via
fecal-oral ou oral-oral.
516
A transmissão oral-oral ocorre por intermédio das gotículas de
muco da orofaringe quando a pessoa tosse espirra ou fala (uma a duas
semanas após a infecção). As más condições de habitação, a higiene pessoal
precária e o elevado número de crianças numa mesma casa são fatores que
favorecem a transmissão.
A água e os alimentos contaminados com fezes de doentes ou
portadores (uma a sete semanas após a infecção) também são formas de
transmissão do poliovírus, que pode ocorrer, ainda, por contato com objetos
contaminados com secreções.
12.5. Período de incubação
O período de incubação da poliomielite varia de dois a 30 dias,
sendo, em geral, de sete a 12 dias.
12.6. Período de transmissibilidade
A transmissão acontece num período que varia de sete a 10 dias
antes do início dos sintomas até cerca de seis semanas após o aparecimento
dessas manifestações, ocorrendo, de maneira geral, uma semana antes e uma
semana após.
12.7. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal, mas somente de 1% a 2% dos
infectados desenvolvem a forma paralítica.
12.8. Imunidade
Os anticorpos maternos conferem proteção nas primeiras semanas
de vida. A infecção natural pelo vírus selvagem confere imunidade duradoura
ao tipo antigênico específico de poliovírus causador da infecção.
A vacina oral trivalente que confere imunidade para os três tipos de
vírus, é administrada a partir dos dois meses de vida, conforme orientado na
Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 5.
Nas campanhas realizadas desde 1980 a vacina contra a
poliomielite é administrada no grupo de zero a quatro anos, independente do
517
estado vacinal prévio. A vacina ofertada nos dois dias anuais de vacinação
visa, sobretudo, estabelecer proteção coletiva mediante substituição do vírus
selvagem circulante pelo vírus vacinal.
No CRIE está disponível a vacina de vírus vivos inativados contra a
poliomielite indicada para pessoas em situações específicas como: criança
imunodeprimida (com deficiência imunológica congênita ou adquirida); criança
comunicante domiciliar de pessoa imunodeficiente; pessoa submetida a
transplante de órgãos sólidos ou de medula óssea; criança com história de
paralisia flácida associada ao recebimento da vacina oral. Os procedimentos
para administração desta vacina constam também da Parte III deste Manual de
Procedimentos, no tópico 14.1.
13. Raiva
13.1. Descrição
A raiva é uma encefalite aguda sempre fatal. Os primeiros sintomas
são: ansiedade, dor de cabeça, febre, mal-estar e formigamento e sensação de
anestesia, relacionados com o local do ferimento.
A evolução da doença provoca paresia e paralisia, produzindo
espasmos nos músculos da deglutição e sialorréia quando o indivíduo vê ou
tenta ingerir líquidos. Delírios, convulsões e períodos de consciência se
intercalam. A morte ocorre por paralisia dos músculos respiratórios e a doença
dura em média de cinco a sete dias.
A raiva é uma doença que representa importante problema de
saúde pública, em razão de sempre evoluir para a morte.
A doença no animal pode se apresentar sob duas formas clínicas:
raiva furiosa e raiva paralítica.
13.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é o vírus da raiva e pertence ao gênero
Lyssavirus, da família Rhabdoviridae.
13.3. Reservatório
No ciclo urbano os principais reservatórios são animais domésticos,
como o cão e o gato.
A cadeia silvestre é mantida principalmente pelo morcego. Outros
reservatórios silvestres são: raposa, coiote, chacal, gato do mato, jaritataca,
guaxinim, mangusto e macacos.
13.4. Modo de transmissão
A doença se transmite pelo contato com a saliva do animal
infectado, principalmente por intermédio de mordedura ou arranhadura.
Também ocorre pela lambedura de ferimentos ou mucosas.
518
519
A transmissão homem a homem não foi confirmada, mas é
possível, a partir da presença do vírus na saliva.
13.5. Período de incubação
O período de incubação é muito variável, desde um dia até um ano,
com uma média de 45 dias no homem e de 10 dias a dois meses no cão.
O período de incubação está ligado à:
a) localização e gravidade da mordedura ou arranhadura;
b) proximidade de troncos nervosos;
c) quantidade de partículas virais inoculadas.
13.6. Período de transmissão
No cão e na maioria dos animais domésticos a eliminação dos vírus
pela saliva ocorre entre dois e cinco dias antes de surgirem os sinais da
doença, persistindo durante toda a sua evolução.
Nos animais silvestres o período de transmissão tem sido pouco
estudado, sabendo-se, no entanto, que varia de espécie para espécie. Os
quirópteros (morcegos), por exemplo, podem ter o vírus no organismo por
longo tempo sem apresentar sintomatologia aparente.
13.7. Suscetibilidade
A maioria dos animais de sangue quente é suscetível à infecção
pelo vírus rábico.
13.8. Imunidade
A existência de imunidade natural no homem é desconhecida.
A imunidade pode ser adquirida pela vacinação preventiva de
pessoas expostas ao vírus da doença, em decorrência de mordedura,
lambedura de mucosa ou arranhadura provocada por animais transmissores da
raiva.
520
É também indicada na profilaxia pré-exposição ao vírus, ou seja,
em pessoas que, por força de suas atividades, estão permanentemente
expostas ao risco da infecção pelo vírus, tais como: médicos veterinários,
biólogos, profissionais e auxiliares de laboratórios de virologia e
anatomopatologia para a raiva, assim como os carteiros, vitimas freqüentes de
ataques por cães. Além destes, é indicada para os que atuam no campo ou em
canis, capturando, vacinando, identificando e classificando animais passíveis
de portarem o vírus, bem como para guarda florestal.
A imunidade adquirida pela vacina contra a raiva de uso humano é
transitória, existindo esquemas para a situação de pré-exposição, pós-
exposição e reexposição. As orientações quanto à indicação e uso da vacina
estão apresentadas na Parte III deste Manual de Procedimentos, tópico 12.
Em algumas situações a profilaxia da doença é complementada
com a administração do soro antirrábico (SAR), indicado para situações de
gravidade na pós-exposição ao vírus, e/ou da imunoglobulina humana
antirrábica (IGHAR), indicada para substituir o SAR nos casos de reação. Os
procedimentos relativos ao uso do SAR e da IGHAR constam da Parte IV deste
Manual de Procedimentos, respectivamente nos tópicos 5 e 6.
521
14. Rubéola
14.1. Descrição
A rubéola é uma doença exantemática aguda, de etiologia viral, que
apresenta alta contagiosidade, acometendo principalmente crianças.
Sua forma mais importante é a síndrome da rubéola congênita
(SRC) ou síndrome do pré-natal, que atinge o feto ou o recém-nascido cujas
mães se infectaram durante a gestação.
A infecção na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe
(aborto, natimorto) e para a criança (surdez, problemas cardíacos, lesões
oculares e outras).
14.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é um vírus pertencente ao gênero Rubivirus,
família Togaviridae.
14.3. Reservatório
O reservatório é o homem.
14.4. Modo de transmissão
A rubéola se transmite de pessoa a pessoa, por meio do contato
direto com as secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas.
14.5. Período de incubação
O período de incubação é de 14 a 21 dias, podendo variar de 12 a
23 dias. A média é de 17 dias.
14.6. Período de transmissibilidade
O período de transmissibilidade é de, aproximadamente, cinco a
sete dias antes do início do exantema e, pelo menos, de cinco a sete dias
depois.
A maioria dos lactentes com rubéola congênita (2% a 20%)
permanece infectante até os 12 meses de idade.
522
14.7. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal.
14.8. Imunidade
A imunidade ativa é adquirida por meio da infecção natural ou pela
vacinação com a tríplice viral (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola) e com
a dupla viral (contra sarampo e rubéola). Essas vacinas, de maneira geral, são
pouco reatogênicas e bem toleradas. A resposta máxima de anticorpos é observada
entre o 14º e o 21º dia depois da vacinação e alguns estudos indicam que a imunidade
mantém-se por toda vida.
Crianças cujas mães são imunes, geralmente permanecem
protegidas por anticorpos maternos durante os primeiros seis a nove meses de
vida.
Na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 10, estão
descritas as orientações relativas à indicação e uso das vacinas tríplice de
dupla viral.
523
15. Sarampo
15.1. Descrição
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral,
grave, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância.
Na fase inicial caracteriza-se por apresentar febre, tosse seca,
coriza, lacrimejamento e fotofobia. Ocorre, também, intensa hiperemia da
mucosa oral, observando-se, com freqüência, nessas regiões, pequenos
pontos esbranquiçados chamados manchas de Koplick.
Em torno do quarto dia da evolução da doença surge o exantema.
A tosse passa a ser produtiva, com secreção. As manchas de Koplick
desaparecem e a febre vai diminuindo até desaparecer, mais ou menos, no
quarto ou quinto dia do exantema.
A doença provoca perdas consideráveis de eletrólitos e proteínas,
gerando o quadro expoliante característico da infecção. As complicações
contribuem para a gravidade do sarampo principalmente em crianças
desnutridas e menores de um ano de idade, fazendo com que a doença se
constitua em importante causa de morbimortalidade. Hoje, depois das
campanhas de vacinação e vigilância epdimiológica, o Brasil se encontra em
fase de eliminação da doença.
15.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é um vírus pertencente ao gênero Morbillivirus,
família Paramyxoviridae.
15.3. Reservatório
O único reservatório é o homem doente.
15.4. Fonte de infecção
A fonte de infecção é o homem.
524
15.5. Modo de transmissão
O sarampo se transmite de pessoa a pessoa, por meio das
secreções nasofaríngeas.
15.6. Período de incubação
O período de incubação é de sete a 18 dias, sendo a média de 10
dias.
15.7. Período de transmissibilidade
A transmissão ocorre quatro a seis dias antes do aparecimento do
exantema, até quatro dias após o início da erupção e durante todo o período
febril.
15.8. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal.
15.9. Imunidade
A imunidade é conferida pela doença e pela vacina tríplice viral
(contra o sarampo, a caxumba e a rubéola) e a dupla viral (contra sarampo e
rubéola).
Em 2000, a vacina monovalente contra o sarampo foi substituída
pela vacina tríplice viral, incluída no calendário da criança a partir de um ano de
idade.
A vacina é a única medida preventiva e a mais segura. A primeira
dose deve ser aplicada aos 12 meses de vida, e o reforço entre quatro a seis
anos de idade. Todas as mulheres até 49 anos devem ter uma dose da vacina
e os homens até 39 anos também devem ser vacinados, independente de
história pregressa da doença.
Desde 2001 não há circulação autóctone do vírus, registrando-se
casos relacionados a casos importados de países onde a doença ainda
persiste. Japão, Alemanha, alguns países da África e outros da Ásia não
apresentam uma cobertura vacinal muito ampla contra o sarampo, sendo
recomendado que os profissionais da área de turismo e os viajantes residentes
525
no Brasil que tenham como destino países pertencentes a outros continentes
que não as Américas procurem um posto de saúde pelo menos quinze dias
antes da viagem para serem vacinados.
A mãe imunizada passa anticorpos para o filho, possibilitando uma
imunidade temporária. No Brasil, mais de 80% das crianças perdem esta
imunidade antes dos nove meses de idade.
Na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 10, estão
descritas as orientações relativas à indicação e uso das vacinas tríplice de
dupla viral.
526
16. Tétano
16.1. Descrição
O tétano é uma doença infecciosa aguda não contagiosa causada
pela toxina do bacilo tetânico que se desenvolve anaerobicamente, ou seja, se
desenvolve na ausência de oxigênio, no interior de um ferimento, como o coto
umbilical, por exemplo.
A doença caracteriza-se clinicamente por contraturas musculares
dolorosas que surgem primeiro nos músculos da face, do pescoço e depois nos
músculos do tronco, podendo se estender por todo o corpo, produzindo
espasmos e convulsões que podem levar à morte por asfixia.
No tétano do recém-nascido (tétano neonatal), em geral, os
sintomas aparecem entre o 5º e o 12º dia, mais frequentemente em torno do
sétimo dia, daí ser conhecido também como “mal de sete dias”.
16.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é um bacilo gram-positivo e anaeróbio, o
Clostridium tetani.
16.3. Reservatório
O reservatório do bacilo é o trato intestinal do homem e de animais
domésticos, especialmente o cavalo, onde vive sem causar nenhum problema.
O solo, principalmente o cultivado para agricultura, a pele e/ou qualquer
instrumento perfurocortante contaminado com o bacilo também são
reservatórios.
16.4. Modo de transmissão
O tétano não é uma doença contagiosa e, portanto, não se
transmite de pessoa a pessoa.
No chamado tétano acidental os esporos do bacilo Clostridium
tetani são introduzidos no corpo por intermédio de um ferimento, geralmente do
tipo perfurante, contaminado com terra, poeira de rua e fezes humanas e de
527
animais. Queimaduras e tecidos necrosados favorecem, especialmente, o
desenvolvimento do bacilo anaeróbio. Ferimentos insignificantes, muitas vezes
despercebidos, também podem ser porta de entrada dos esporos.
Já o tétano neonatal acontece pela contaminação do coto umbilical
com esporos do bacilo Clostridium tetani, devido à infecção do umbigo não
cicatrizado. A infecção ocorre quando o umbigo é ‘tratado’ com o uso de
substâncias e instrumentos impróprios e contaminados com esporos.
16.5. Período de incubação
O período de incubação é de dois dias a três semanas, variando de
acordo com a natureza, a extensão e a localização da ferida. Quanto menor o
tempo de incubação mais grave é o prognóstico.
16.6. Período de transmissibilidade
Como o tétano não se transmite de um indivíduo a outro, não há
período de transmissibilidade.
16.7. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal. A letalidade é maior nos recém-
nascidos.
16.8. Imunidade
A doença não confere imunidade.
A imunidade é adquirida pela administração de vacinas que contêm
o toxóide tetânico: a DTP; a dupla tipo infantil (DT) contra difteria e tétano, a
dupla tipo adulto (dT). As orientações quanto à indicação e uso dessas vacinas
estão descritas na Parte III deste Manual de Procedimentos, nos tópicos 6 e 7.
Quando a mãe é vacinada os anticorpos maternos protegem o recém-nascido
contra o tétano neonatal.
No caso de reação após a administração da vacina DTP a pessoa
deve ser encaminhada a um CRIE para receber a vacina tríplice bacteriana
acelular (DTPa), conforme orientado na Parte III deste Manual de
Procedimentos, no tópico 14.5.
528
A imunidade dura cerca de 10 anos, quando, então, deve ser dado
novo reforço.
Em algumas situações a profilaxia da doença é complementada
com a administração do soro antitetânico (SAT) e/ou da imunoglobulina
humana antitetânica (IGHAT), indicada para substituir o SAT nos casos de
reação. Os procedimentos relativos ao uso do SAT e da IGHAT constam da
Parte IV deste Manual de Procedimentos, respectivamente nos tópicos 3 e 4.
O SAT e a IGHAT não conferem imunidade temporária e a doença
não confere imunidade permanente, por isto o paciente deve iniciar ou
completar o esquema de vacinação.
529
17. Tuberculose
17.1. Descrição
A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa. A lesão inicial, em
95% dos casos, ocorre nos pulmões, constituindo o foco primário. Em seguida,
o agente infeccioso atinge os vasos linfáticos e invade os gânglios regionais,
formando, assim, o complexo primário.
A partir dos gânglios regionais, os bacilos podem se disseminar por
via linfo-hematogênica, determinando as complicações mais graves da doença:
as formas miliar e meníngea, que atingem, principalmente, os menores de um
ano, levando-os com freqüência a óbito, sobretudo os desnutridos.
A intercorrência da tuberculose com outras doenças, como o HIV, o
sarampo e a coqueluche, deprimem fortemente o sistema imunológico.
A tuberculose continua sendo importante problema de saúde
pública. Estima-se que em todo mundo 1,7 bilhão de indivíduos estão
infectados, o que corresponde a 30% da população mundial. No Brasil, estima-
se que 35 a 40 milhões de pessoas estejam infectadas, correspondendo a,
aproximadamente, 100 mil casos novos por ano. O número de mortes é de três
a quatro mil por ano. A associação com a Aids pode levar a um aumento da
morbidade e da mortalidade pela tuberculose.
17.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é um bacilo, o bacilo de Koch ou
Mycobacterium tuberculosis.
17.3. Reservatório
O principal reservatório é o indivíduo doente, especialmente o
bacilífero. O indivíduo infectado é o reservatório secundário.
17.4. Fonte de infecção
530
Considera-se como fonte de infecção o indivíduo que elimina
grandes quantidades do bacilo no escarro: são os bacilíferos. O gado bovino e
outros mamíferos também são considerados fontes de infecção.
Um indivíduo bacilífero, quando não submetido a tratamento,
infecta cerca de cinco a 10 pessoas por ano e, de maneira geral, se mantém
bacilífero por dois anos, até a recuperação espontânea, a cronificação da
doença ou a morte.
O doente crônico elimina bacilos por alguns anos. O bacilo perde a
patogenicidade com o início do tratamento, dentro de 15 a 30 dias,
aproximadamente.
17.5. Modo de transmissão
A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa, por meio das
gotículas de Wells que são eliminadas pela tosse, espirro e fala, principalmente
pela tosse do indivíduo bacilífero.
17.6. Período de incubação
O período de incubação é variável, podendo haver ou não um
período de latência entre a infecção e o aparecimento da doença. O período de
latência pode corresponder a alguns anos.
17.7. Período de transmissibilidade
A doença é transmitida enquanto o indivíduo eliminar os bacilos
selvagens, ou seja, bacilos que não sofreram ainda o efeito da quimioterapia.
17.8. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal, sendo maior nos desnutridos,
alcoólatras e indivíduos imunodeprimidos, como os portadores do HIV, o vírus
da Aids.
17.9. Imunidade
A infecção, a doença e a vacina BCG conferem imunidade relativa
e de duração variável.
531
A vacina oferece proteção cruzada para comunicantes de doentes
de hanseníase (contatos intradomiciliares). A criança portadora do HIV, positiva
assintomática, e aquela cuja mãe é HIV-positiva, devem receber a vacina BCG-
ID o mais precocemente possível.
As orientações quanto à indicação e uso da vacina BCG estão
descritas na Parte III deste Manual de Procedimentos, no tópico 3.
532
18. Varicela
18.1. Descrição
A varicela ou catapora é uma doença infecciosa que se apresenta,
habitualmente, com febre baixa e lesões vesiculares generalizadas,
pruriginosas, concentradas, em sua maioria, no tronco e na face, com menor
presença nas extremidades (braços e pernas). As lesões podem atingir as
mucosas e nunca aparecem nas mãos e nos pés. Aparecem, de forma geral,
250 a 500 vesículas.
Nos adolescentes e adultos a doença é mais exuberante e os
imunocomprometidos apresentam maior risco de complicações. A maioria dos
casos (90%) ocorre em pessoas com menos de 15 anos de idade.
A infecção primária produz a doença. Depois da infecção primária o
agente infeccioso pode permanecer latente nos gânglios nervosos próximos à
medula espinhal e a sua reativação causa o herpes zoster.
O herpes zoster é uma doença que apresenta lesões vesiculares e
dor intensa em uma a três zonas do corpo, relacionadas às terminações dos
nervos acometidos. O herpes zoster é menos contagioso que a catapora
porque a transmissão ocorre somente pelo contato direto com as lesões.
18.2. Agente infeccioso
O agente infeccioso é o vírus da varicela-zoster ou Herpesvirus
varicellae, pertencente à família Herpesviridae.
18.3. Reservatório
O reservatório é o indivíduo infectado.
18.4. Fonte de infecção
A fonte de infecção é o homem doente.
18.5. Modo de transmissão
A varicela se transmite por intermédio do contato direto com
secreções das lesões vesiculares e da nasofaringe da pessoa infectada. A
533
porta de entrada habitual é a mucosa do trato respiratória superior. A infecção
ocorre por inalação de gotículas das secreções respiratórias ou de aerossóis
nos quais se encontram os vírus liberados das lesões cutâneas dos doentes.
Há possibilidade de transmissão a partir de objetos (fômites)
recém-contaminados com secreções mucosas ou cutâneas.
18.6. Período de incubação
O período de incubação é de 10 a 21 dias, sendo, em média, 14
dias.
18.7. Período de transmissibilidade
A transmissibilidade ocorre um a dois dias antes do aparecimento
das vesículas, até cinco a seis dias depois, enquanto houver a presença de
lesões úmidas. O período de transmissibilidade é mais prolongado em pessoas
imunodeprimidas, como, por exemplo, pacientes de câncer e aids.
18.8. Suscetibilidade
A suscetibilidade é universal.
18.9. Imunidade
A imunidade é adquirida por meio da doença ou pela administração
da vacina contra a varicela.
534
19. Acidentes causados por animais peçonhentos
19.1. Introdução
Os animais venenosos possuem veneno, mas não possuem
mecanismo de inoculação. Já os animais peçonhentos além de venenosos, têm
um mecanismo especializado de inoculação – a peçanha – que é utilizada
como arma de caça ou de defesa. As glândulas de veneno se comunicam com
dentes ocos, ou ferrões ou aguilhões por onde passa o veneno. São exemplos
de animais peçonhentos as serpentes, aranhas, escorpiões, abelhas, arraias.
Os animais mais importantes, pela quantidade e gravidade dos
acidentes que provocam, são:
a) as serpentes dos gêneros: Bothrops (jararaca), Crotalus
(cascavel), Micrurus (coral), Lachesis (surucucu);
b) os escorpiões do gênero Tityus;
c) as aranhas dos gêneros: Phoneutria (aranha armadeira),
Lycosa (tarântula, aranha de grama), Loxosceles (aranha
marrom), Latrodectus (viúva negra).
19.2. Manifestações clínicas
19.2.1. Serpentes
A) Jararaca (envenenamento botrópico)
A jararaca é conhecida, também, como caiçara, jararacuçu, urutu,
jararaca-do-rabo-branco, cruzeira, cotiara, surucucurana do gênero Bothrops.
Este tipo de serpente é responsável por quase 90% dos acidentes
causados pela espécie, que podem, inclusive, levar à morte. A ação do veneno
no organismo provoca manifestações locais precoces e tardias.
As manifestações precoces, que ocorrem de três a seis horas após
o acidente, são:
a) dor imediata;
b) edema local;
535
c) calor e rubor no local da picada;
d) hemorragia no local da picada ou distante dele.
As manifestações tardias são:
a) bolhas;
b) abscesso local;
c) gangrena;
d) insuficiência renal aguda;
e) choque.
B) Surucucu (envenenamento laquético)
Os acidentes provocados pela surucucu, também chamada pico-
de-jaca ou surucutinga, são muito raros no Brasil.
O veneno da surucucu no organismo do acidentado provoca
algumas reações semelhantes ao veneno da jararaca, tais como: edema no
local da picada, diarréia, hemorragia, hipotensão e bradicardia.
C) Cascavel (envenenamento crotálico)
A cascavel, mesmo sendo responsável por 8% dos acidentes
ofídicos, por ter um veneno muito potente, provoca acidentes com muita
gravidade, levando à morte, caso não sejam tomadas providências imediatas.
A reação no local da picada pode passar despercebida e quando
aparece limita-se a discreto edema ao redor do ferimento.
A ação do veneno da cascavel no organismo provoca
manifestações precoce três a seis horas depois do acidente e complicações.
São manifestações precoces:
a) dificuldade em abrir os olhos;
b) “visão dupla e/ou turva”;
c) “cara de bêbado”;
d) dor muscular;
536
e) urina avermelhada;
f) escurecimento da urina (depois de seis a 12 horas).
As complicações se caracterizam pela ocorrência de:
a) insuficiência renal aguda;
b) insuficiência respiratória aguda.
D) Coral (envenenamento elapídico)
Os acidentes com a serpente coral são pouco frequentes e
correspondem a menos de 1% do total de acidentes no Brasil.
A ação do veneno da coral no organismo é muito rápida, de grande
potência e mortal se não for tratada a tempo.
Os sintomas e sinais aparecem em questão de minutos,
destacando-se os seguintes:
a) dificuldade em abrir os olhos;
b) “cara de bêbado”;
c) dificuldade respiratória;
d) dificuldade para engolir;
e) sialorréia (salivação abundante);
f) insuficiência respiratória aguda.
19.2.2. Escorpiões
Os acidentes causados por escorpiões são mais graves em
crianças menores e pessoas idosas.
As manifestações no local da picada são muito significativas: dor
intensa em todos os casos e, às vezes, parestesia (dormência) no membro
acometido.
Os sintomas gerais se iniciam com vômitos, sudorese, náuseas,
dor abdominal, diarréia e taquicardia, podendo evoluir com bradicardia,
insuficiência cardíaca, edema agudo dos pulmões e choque, bem como sinais
537
e sintomas neurológicos: agitação, sonolência, confusão mental, convulsões e
coma.
As crianças com menos de sete anos e os idosos devem ser
rigorosamente observados, durante seis a 12 horas: no caso do aparecimento
de sinais e sintomas (mesmo leves) administrar o soro antiescorpiônico. As
crianças com idade entre sete e 14 anos também devem ser observadas
durante seis horas, no mínimo.
Os acidentes em adultos jovens raramente apresentam gravidade,
com sintomatologia limitada à dor local, não havendo necessidade de
tratamento específico com o soro. Nestes casos usar apenas analgésicos.
19.2.3. Aranhas
As aranhas venenosas mais comuns no Brasil são as armadeiras,
as aranhas marrons e as tarântulas. A viúva negra é rara e sua picada é muito
grave.
As aranhas venenosas têm, geralmente, menos de 4 cm de tronco,
não tecem teias simétricas, não são agressivas (exceto a armadeira) e suas
presas são horizontais. As aranhas vivem em buracos de muros, beira de
passeios, gramados, cachos de banana e entulhos.
Os acidentes com aranhas venenosas são mais comuns nos dias
frios, nos períodos de chuva.
O quadro clínico varia de acordo com o gênero, sendo importante
seu reconhecimento:
a) as picadas por armadeira (gênero Phoneutria) produzem, de
imediato, dor muito intensa no local atingido, seguindo-se o
aparecimento de sudorese, vertigem, distúrbios visuais,
calafrios, salivação e dificuldade respiratória;
b) as aranhas marrons (gênero Loxosceles) produzem dor no
local da picada, acompanhada de edema, necrose, formação
538
de crosta e eritema generalizado, podendo ocorrer insuficiência
renal aguda, choque e morte;
c) as tarântulas (gênero Lycosa) provocam discreta lesão da pele
com a formação de crosta, tendo pequena importância médico-
sanitário.
53
Bibliografia
Barreto, M.L. & Carmo, E.H. 2007. Padrões de adoecimento e de morte da população brasileira: os renovados desafios para o Sistema Único de Saúde. Revista Ciência & Saúde Coletiva. Artigo. 12(Sup): 1.779-1.790.
Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de
Procedimentos para Vacinação. 3ª ed. Brasília; 2001.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica. Caderno 14:
Acidentes por animais peçonhentos. 7ª Ed. Brasília. 2009.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Vigilância Epidemiológica. Guia de bolso. Doenças Infecciosas e
Parasitárias. 8ª Ed. Revista. Brasília. 2010 .
Milstien, J. Desenvolvimento tecnológico de vacinas: projeções para 2015. In: Vacinas, soros & imunizações no Brasil. Org. Buss, P.M. Temporão, J.G. Carvalheiro, J.R. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005. (147-90)
9
Parte VI
Glossário de termos e de siglas
543
Glossário de termos
A Acesso,
Acessibilidade
No âmbito da saúde diz respeito à capacidade de atendimento satisfatório às necessidades de atenção / assistência / atendimento / à capacidade dos serviços de resolver os problemas de saúde da população
Diz respeito, também, à dificuldade da população em usufruir dos serviços oferecidos em razão da distância, custo do transporte etc.
Acesso venoso Procedimento que atinge a luz interna da veia
Adiabática (Do grego adiabatos: impenetrável)
É a qualidade relativa ao limite a partir do qual não ocorre transmissão de energia térmica.
Na termodinâmica se diz de um processo ou comportamento de um corpo ou sistema de corpos que, em processo de transformação, se caracteriza por ausência de troca de energia térmica (calor) com o exterior. São exemplos desse processo o que ocorre com refrigeradores e caixas térmicas.
Aerossol Solução coloidal (gelatinosa) em que a fase dispersora é gasosa e a fase dispersa é sólida ou líquida.
Adjuvante Substância que potencializa, de forma inespecífica, a resposta imunológica a um antígeno.
Agamaglobulinemia Ausência de gamaglobulina (anticorpos).
Agente infeccioso
(agente etiológico vivo, agente biológico, bioagente patogênico)
Agente biológico capaz de produzir infecção ou doença infecciosa.
Vírus, rickettsia, bactéria, fungo protozoário, helmintos são exemplos de espécies patogênicas.
Agravo Prejuízo, dano à saúde.
AIDS Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) provocada pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), um retrovírus que ataca o sistema imunológico do organismo.
A AIDS é a fase mais avançada da evolução clínica da infecção pelo HIV, surgindo após a infecção aguda e a infecção assintomática.
544
Alergia Resposta imunológica anormal e patogênica, mais freqüente em predispostos (atópicos);
manifestações de hipersensibilidade de tipo 1, como asma, eczema, rinite, anafilaxia
Alérgeno Substância, alimento, medicamento ou produto químico que introduzido no organismo, provoca reação alérgica
Anafilaxia Aumento da sensibilidade do organismo a uma substância determinada com a qual esse organismo já esteve em contato.
Reação de hipersensibilidade imediata que resulta da sensibilização prévia do sistema imunológico a um antígeno específico.
Anorexia Perda da vontade de se alimentar, por causas fisiológicas, patológicas ou emocionais.
Anamnese Informação acerca do princípio e evolução de uma doença.
Histórico que vai desde os sintomas iniciais até o momento da observação clínica, realizado com base nas lembranças do paciente.
Anatomopatologia Ciência que estuda as modificações orgânicas provocadas pela doença.
Anemia falciforme Alteração congênita na estrutura da hemoglobina (proteína interna do glóbulo vermelho, hemácias) capaz de alterar a forma das hemácias de esférica para a forma de foice.
Antibiótico Substância que impede o crescimento de micro-organismos de largo emprego na terapêutica de doenças infecciosas.
Antibioticoterapia Tratamento com o uso de antibióticos.
Anticorpo Globulina encontrada em fluidos teciduais e no soro, produzida em resposta ao estímulo de antígenos específicos, sendo capaz de se combinar com os mesmos, neutralizando-os ou destruindo-os.
Antígeno Porção ou produto de um agente biológico capaz de estimular a formação de anticorpos específicos. Toda substância que, aparecendo em um local que não a possuía, determina neste uma reação imunológica, como a produção de um anticorpo específico.
Antígeno de superfície
Antígeno localizado na parte externa do agente biológico.
Antimalárico Medicação utilizada para o tratamento da malária.
Antissepsia Conjunto de medidas empregadas para impedir a proliferação microbiana.
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Antitoxinas Anticorpos protetores que inativam proteínas solúveis tóxicas de bactérias.
Área de risco É o espaço geográfico definido, cujas condições ecológicas, sociais e demográficas mostram-se favoráveis à introdução e ao desenvolvimento do agente infeccioso.
Área endêmica Área geográfica na qual está comprovada a transmissão de determinada doença.
Artralgia Dor articular.
Artrite Inflamação na articulação.
Ascite Acúmulo de líquido seroso na cavidade peritonial, causado pelo aumento da pressão venosa ou queda da albumina no plasma. O exame revela aumento indolor do abdome, maciez líquida que muda com a postura. É responsável pelo termo “barriga d’água” para a esquistossomose.
Asplenia anatômica Ausência; inexistência do baço.
Asplenia funcional Ausência das funções do baço embora o órgão esteja presente no organismo.
Assepsia Conjunto de medidas que visa prevenir a penetração de micro-organismos em áreas estéreis.
Astenia Sensação de cansaço.
Ataxia Perda ou irregularidade da coordenação motora; alteração da marcha.
Atopia Predisposição genética a alergias e manifestações de hipersensibilidade de tipo 1, como asma, eczema, rinite, anafilaxia.
Autóctone Próprio do lugar; que se originou naquele lugar.
Em saúde refere-se à ocorrência de transmissão ou contaminação dentro de um mesmo território, ou seja, não houve importação de uma outra área ou região.
B Bacilo Tipo de bactéria em forma de bastonete
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Bacteremia Quadro patológico caracterizado pela presença de bactérias vivas no sangue. Quantidade de bactérias vivas no sangue.
Bactéria Organismo unicelular que produz grande variedade de doenças como a tuberculose, meningites, salmoneloses, infecção estafilocócica, dentre outras.
Algumas bactérias são transmitidas diretamente de pessoa a pessoa. Outras são adquiridas a partir de fontes externas como o meio ambiente ou animais.
Bactéria inativada Bactéria sem atividade, que perdeu a capacidade de reprodução, mas que ainda mantém a capacidade imunogênica, ou seja, mantém a capacidade de induzir resposta imunológica.
Bronco-espasmo Redução da luz (espaço interior) dos brônquios por contração da musculatura lisa da parede dos mesmos
Broncolaringoespasmo Contração involuntária dos bronquíolos, brônquios e laringe, comumente relacionada à asma ou aos processos alérgicos.
C Caso Em epidemiologia pessoa infectada ou doente que apresenta
características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas específicas de uma doença ou agravo.
Caso autóctone Caso de doença que teve origem dentro dos limites do lugar em referência ou sob investigação; caso oriundo da terra onde se encontra, sem resultar da imigração ou importação.
Caso índice Primeiro, entre vários casos de natureza similar e epidemiologicamente relacionados.
O caso índice é, muitas vezes, identificado como fonte de contaminação ou infecção.
Cepa População de micro-organismos de uma mesma espécie descendente de um único antepassado ou que tenha espécie descendente de um único antepassado ou que tenha a mesma origem, conservada mediante uma série de passagens por hospedeiros ou subculturas adequadas.
Cianose Coloração azulada da pele ou das mucosas, decorrente da baixa oxigenação sanguínea.
Cirrose Doença crônica do fígado caracterizada por alterações celulares. Pode
547
ser conseqüência do alcoolismo crônico ou processos infecciosos.
Coeficiente/taxa Relação entre o número de eventos ocorridos em determinada população ou grupo populacional. O denominador (população) é sempre referenciado como potência de 10 (mil, 100 mil, milhão). Muito utilizado em saúde pública para indicar a relação (quociente) entre dois valores numéricos, no sentido de estimar a probabilidade da ocorrência ou não de determinado evento.
Choque/reação anafilática (anafilaxia)
Reação alérgica ou de hipersensibilidade grave, envolvendo dois ou mais sítios/sistemas e/ou reações envolvendo o trato respiratório nas primeiras duas horas após qualquer vacinação, sendo mais freqüente nos primeiros 30 minutos.
Choro persistente Choro incontrolável, estridente, por três horas ou mais, diferente do choro habitual da criança, que os pais referem “nunca terem ouvido antes”.
Colapso circulatório
Diminuição súbita e geral da pressão arterial, podendo levar a um estado de choque.
Comunicante Qualquer pessoa que teve contato com pessoa infectada ou ambiente contaminado, de forma a ter oportunidade de adquirir o agente etiológico.
Combustão Ação de queimar
Congênita Característica que o indivíduo traz desde o nascimento e que foi adquirida durante a gestação, no período intra-uterino, embrionário ou fetal. Conato.
Concentração neutralizante
Quantidade de determinada substância ou elemento capaz de neutralizar (tornar neutro, anular) a ação do agente agressor.
Concentração sérica
Proporção de determinada substância ou elemento (anticorpos, por exemplo) no soro humano.
Contaminação Presença de agente infeccioso na superfície do corpo, no vestuário e nas roupas de cama, em brinquedos, instrumentos ou pensos cirúrgicos, objetos inanimados ou em substâncias, com a água, o leite e os alimentos.
Ato ou momento em que uma pessoa ou um objeto se converte em veículo mecânico de disseminação de um determinado agente patogênico.
Contingente de população
Conjunto de indivíduos, grupos ou segmentos de indivíduos.
Contato Ver comunicante.
Contato Pessoa que mantém contato com pessoa ou animal infectado dentro do
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intradomiciliar domicílio.
Também é usado no sentido do animal que convive com pessoa ou animal dentro de um mesmo espaço.
Contraindicação Fator ou conjunto de fatores que justificam a não indicação de determinado produto.
Controle Quando aplicado a doenças transmissíveis e algumas não transmissíeveis significa operações ou programas desenvolvidos o objetivo de reduzir sua incidência e/ou prevalência.
Uma série de atividades destinadas a reduzir a prevalência de um agravo até alcançar um determinado nível que não mais constitua problema de saúde pública.
Convulsão Contrações involuntárias e repetidas da musculatura, derivadas de alterações elétricas no sistema nervoso central. É acompanhada de alterações do nível da consciência.
Convulsão afebril Convulsão que ocorre na ausência de febre.
Convulsão febril Convulsão que ocorre na presença de febre alta. Comum em menores de quatro anos
Corante Substância que dá a cor a um produto.
Coriza Secreção mucosa (com aspecto de clara de ovo) ou purulenta, proveniente das fossas nasais.
Corticóides Hormônios produzidos pela glândula supra-renal.
Também podem ser produzidos sinteticamente, sendo utilizados como medicamentos, principalmente com finalidade antiinflamatória e imunossupressora.
D Demanda,
Demanda espontânea
Em saúde pública, quantidade de pessoas que buscam ou procuram atendimento ou buscam usufruir de uma ação ou serviço de saúde.
É espontânea quando as pessoas buscam a ação ou o serviço por iniciativa própria, independente de medida adotada pela equipe de saúde.
Densidade populacional
É a relação entre a população e a superfície do território, geralmente aplicada a seres humanos, mas também a outros seres vivos (comumente, animais).
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É expressa, geralmente, em habitantes por quilômetro quadrado.
São sinônimos: densidade demográfica ou população relativa.
Desagregação do adjuvante
Destruição da substância que potencializa a resposta imunológica.
Desnaturação protéica
Alteração da natureza (estrutura) da proteína.
Diabetes insulino-dependente
Diabete cujo tratamento é realizado por meio da insulina, não sendo controlado por outros medicamentos.
Destreza Agilidade das mãos e de todos os movimentos.
Capacidade de executar um trabalho manual com qualidade, com perfeição.
Diluente Substância que transforma um produto sólido em solução.
Disfunção Alteração da função normal que se efetua de maneira anômala (anormal, atípica, irregular).
Disseminação,
Disseminar
Alastrar, difundir, espargir, espalhar, distribuir.
Em saúde pública é quando o agente de uma doença transmite-se de pessoa a pessoa ou por meio de um veículo como água, alimentos, seringas, ar etc.
Distribuição espacial
É a dispersão (localização) de algo em uma determinada área geográfica.
Em epidemiologia refere-se à distribuição de um dado ou informação em uma área geográfica, a exemplo da localização dos casos suspeitos ou confirmados de uma doença dentro de um município.
Doença de base Expressão utilizada para indicar patologias preexistentes (indivíduo com ou sem doença de base: indivíduo com ou sem patologia preexistente).
Doença intercorrente
Doença que se instala no decorrer de uma outra.
(Intercorrência: situação clínica que ocorre como complicação de uma doença, que aparece no curso de sua evolução)
Doença invasiva Doença que não se limita ao órgão de origem; que atinge outros tecidos.
Doença transmissível
É qualquer doença causada por um agente infeccioso específico, ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão desse agente ou de seus produtos, de um reservatório a um hospedeiro suscetível,
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seja diretamente de uma pessoa ou animal infectado, ou indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado.
Doença infectocontagiosa
Doença clinicamente manifesta causada por agentes infecciosos que têm poder de atingir pessoas sadias, através do contato direto destes com os indivíduos infectados. Exemplo: o sarampo, que é transmitido por secreções oronasais, como as gotículas durante o espirro.
Doença neurológica em atividade
Doença que acomete o sistema nervoso central ou periférico e que ainda apresenta manifestações neurológicas evidentes ou em progressão, apesar do tratamento.
Doença neurológica estável (sob controle)
Doença que acomete o sistema nervoso central ou periférico, mas que se encontra controlada, com ou sem tratamento.
Doença do soro Reação de hipersensibilidade em que há formação e deposição de complexos imunes.
Sua ocorrência está relacionada à administração de soros heterólogos.
Dose seguinte, dose subsequente (da vacina)
Dose recebida ou a receber imediatamente após à última dose administrada.
Dose pediátrica Porção de medicamento indicada para criança.
Dose de reforço Dose complementar, administrada após o término do esquema básico, necessária para manter a pessoa protegida.
E Edema Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo; tumefação;
inchaço.
Edema de glote Aumento de volume da glote, com a redução da sua luz (espaço interior).
A glote faz parte da laringe e corresponde a sua extremidade superior.
Eficácia do imunobiológico
Capacidade de conferir proteção contra determinada doença.
A eficácia esperada para cada vacina traduz um efeito potencial obtido em determinadas condições experimentais, em laboratório e em condições ideais.
551
Eliminação É a cessação da transmissão de determinada infecção em ampla região geográfica.
Emigração Refere-se ao fluxo de indivíduos num movimento de saída de um país.
Pode significar, no caso da vacinação, a saída de pessoas do território de abrangência de uma unidade de saúde, para vacinar-se em outro território.
Encefalopatia Termo vago, não designando nenhum quadro clínico-patológico bem caracterizado. Deve-se distinguir de encefalite, inflamação do cérebro.
Define-se como distúrbio grave, agudo, do sistema nervoso central, não explicado por outra causa além da vacinação, com alterações importantes da consciência ou convulsões focais ou generalizadas, persistindo durante mais do que algumas horas, sem recuperação em 24 horas. Pode ocorrer nos primeiros sete dias, geralmente nas primeiras 72 horas após a vacinação com as vacinas que contém o componente pertussis.
Endemia É a presença constante de uma doença ou de um agente infeccioso em uma determinada área geográfica.
Número de casos esperados de uma doença ou agravo para uma determinada região ou população, que ocorre dentro de padrões regulares, num determinado período de tempo.
Enduração Endurecimento do tecido no local de aplicação da vacina; tornar-se duro.
Enfartamento axilar Aumento do volume dos gânglios linfáticos da axila.
Enfartamento supraclavicular ou infraclavicular
Aumento do volume dos gânglios linfáticos da região acima ou abaixo da clavícula.
Enfartamento ganglionar não supurado
Aumento do volume de um ou mais gânglios linfáticos, sem saída de secreção do mesmo para o meio externo.
Epidemia Aumento do número de casos esperados de uma doença ou agravo em uma determinada região ou população, quando comparado à frequência habitual; ocorrência da doença ou agravo em grande número de pessoas ao mesmo tempo.
Epiglotite Inflamação da epiglote (extremidade superior da glote).
Epitopo Parte do antígeno que e reconhecida pelo anticorpo; também denominado determinante antigênico.
Episódio hipotônico hiporresponsivo (EHH)
Quadro clínico de início súbito caracterizado por palidez, diminuição ou desaparecimento do tônus muscular e de resposta a estímulos.
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Eritema Vermelhidão da pele, devida à dilatação dos capilares cutâneos que pode desaparecer temporariamente com a pressão dos dedos; rubor.
Ver hiperemia.
Erradicação Cessação de toda transmissão da infecção por extinção artificial da espécie do agente em questão. A erradicação pressupõe a ausência completa de risco de reintrodução da doença, de forma a permitir a suspensão de toda e qualquer medida de prevenção ou controle.
Erupções cutâneas Surgimento de manchas, bolhas, vesículas ou pápulas na pele.
Esplenectomia Retirada do baço por ato cirúrgico.
Esquema básico de vacinação
Número de doses de determinada vacina recomendado para imunizar uma pessoa. Calendário de vacinação
Escarificação Conjunto de leves incisões ou arranhaduras superficiais feitas com um instrumento (escarificador), utilizado, por exemplo, na pele para aplicação de uma vacina, ou num osso para coletar material.
Estabilizantes Nutrientes contidos nas vacinas atenuadas.
Esterilização Conjunto de medidas que visa eliminar a presença de micro-organismos vivos.
Exantema Erupção com eritema generalizado na pele, de curta duração, acompanhado ou não de prurido.
Evasão Perda, fuga.
Em vacinação é a perda do grupo alvo de uma vacina, ou seja, quando um grupo populacional deixa de completar o esquema de vacinação preconizado.
Eventos adversos pós vacinação (EAPV)
São manifestações clínicas que aparecem após a administração das vacinas.
São sinais e sintomas que podem ser causadas pelo produto administrado ou podem estar apenas associado temporalmente à aplicação.
A incidência de reações indesejáveis provocadas pelas vacinas varia de acordo com as características do produto utilizado e peculiaridades da pessoa que recebe.
Exame dermatoneurológico
Exame clínico da pele e tecido conjuntivo e do sistema nervoso
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F Factibilidade Refere-se ao que é factível, ou seja, possível de ser realizado pela
disponibilidade de tecnologias, recursos ou processos.
Febre Temperatura axilar acima de 38,5º C
Febrícula Febre ligeira, branda.
Fechar a vácuo É a vedação de um recipiente retirando-se todo o ar do seu interior.
Fístula liquórica Comunicação entre o líquor (líquido da espinha) e o meio exterior. O líquor fica no espaço entre o sistema nervoso (cérebro e medula espinhal) e a membrana que o envolve (meninge).
Fonte de infecção É a pessoa, animal, objeto ou substância do qual o agente infeccioso passa imediatamente a um hospedeiro.
Forma liofilizada É a apresentação de uma substância que foi submetida à liofilização, ou seja, a um processo de secagem e de retirada de substâncias voláteis, realizado em temperatura baixa e sob pressão reduzida.
Formas disseminadas de tuberculose
Forma de tuberculose dispersa, atingindo outros órgãos além do pulmão.
Forma multibacilar d hanseníase
È a forma da hanseníase com alta carga de bacilos com apresentação de cinco lesões de pele.
Forma paubacilar da hanseníase
È a forma da hanseníase com baixa carga de bacilos com apresentação de uma a cinco lesões de pele.
Fluxo migratório É a movimentação de pessoas de uma região para outra.
Fundo de Saúde No âmbito do SUS é um ente de natureza orçamentária e contábil, existente nas três esferas de Governo, criado por lei, que se caracteriza por englobar todos os recursos arrecadados pelo setor saúde ou a ele destinados.
Para operacionalizar o Fundo pode-se utilizar uma ou mais contas bancárias, exclusivamente para movimentação do dinheiro a ser usado em ações e serviços de saúde, mostrando, com clareza, as fontes de receita, seus valores e data de ingresso; as despesas realizadas; os rendimentos das aplicações financeiras.
Os extratos ou balanços são analisados pelos conselhos de saúde respectivo o que facilita o controle social.
A Lei Federal nº 8.080/1990 criou o Fundo Nacional de Saúde e a Lei nº 8.142/1990 estabeleceu que para receber recursos do Governo
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Federal os estados e os municípios devem ter Fundo de Saúde.
Fungos São agentes celulares responsáveis por doenças como a histoplasmose.
O reservatório dos fungos é, quase sempre, o solo. Em geral, não se transmitem de uma pessoa a outra.
G
Gamaglobulina Proteína existente no soro. Engloba a maioria das imunoglobulinas (anticorpos).
Gânglios Os gânglios linfáticos são estruturas esféricas formadas por tecido rico em linfócitos.
Gânglio axilar Gânglio localizado na axila.
Gânglio supraclavicular ou infraclavicular
Gânglios localizados acima ou abaixo da clavícula.
Gestor (na área da saúde)
É aquele que tem como responsabilidade comandar e dirigir um sistema de saúde, municipal, estadual ou nacional.
Ser gestor implica o exercício de funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria.
A função de gestor de um sistema de saúde exige: a definição clara e objetiva de propostas de ação; a articulação permanente das ações de programação, controle, avaliação e auditoria; a integração operacional das unidades organizacionais que desempenham atividades no sistema; e a apropriação de resultados e identificação de prioridades no processo de decisão política de alocação de recursos.
Grumos Aglomeração de partículas; grânulo.
H
Hábitos de vida Comportamentos e práticas da população. Modo de viver.
Hemoderivados Produtos derivados do sangue (plasma, plaquetas, papa de hemácias, etc.).
Hemodiálise Técnica que permite eliminar certas substâncias do sangue mediante sua passagem por uma membrana especial que contém
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inúmeros poros microscópicos (rim artificial)
Hemofilia Doença hemorrágica que se caracteriza pela ausência (congênita) do fator VIII da coagulação.
Hemoglobinopatias Doença hematológica (do sangue) que se caracteriza pela alteração na estrutura da hemoglobina (proteína dos glóbulos vermelhos).
Heteróloga Não equivalentes; de diferentes espécies
HIV Human Immunodeficiency Vírus (vírus da imunodeficiência humana)
Hidrófilo Que é ávido por água
Hipersensibilidade Resposta exagerada a estímulos imunológicos. Pode ou não ser caracterizada como alergia; sensibilidade aumentada.
Hipersensibilidade
imediata
Tipo de hipersensibilidade mediada por anticorpos em que a administração de um antígeno produz uma resposta detectável em segundos ou minutos; reação de hipersensibilidade do tipo I. Vai desde os quadros leves de urticária até os quadros graves como o choque anafilático.
Hipersensibilidade
tardia
Tipo de hipersensibilidade que é denominada tardia porque as reações só acontecem 24 a 48 horas após a administração do antígeno. Exemplo: reação cutânea (da pele) a um antígeno injetado, mediada por células.
Hipertermia Aumento excessivo da temperatura do corpo.
Hipogamaglobulinemia Diminuição das concentrações séricas (no sangue) das gamaglobulinas.
Hipotensão Queda da pressão arterial
Hipotonia Redução da tensão ou tônus muscular.
Homogeneização Tornar uma substância homogênea, ou seja sem diferenças, igual.
Homóloga Equivalente; de espécies iguais
Hospedeiro É uma pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e artrópodes que, em circunstâncias naturais, permitem a subsistência ou alojamento de um agente infeccioso.
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I
Icterícia Coloração amarelada da pele e mucosas pelo depósito de bilirrubina. Pode ocorrer nas hepatites.
É de fácil visualização na parte branca dos olhos que, neste caso, torna-se amarelada.
IgG A classe de anticorpos predominante no soro.
Imigração Entrada de pessoas em uma área que não é a sua de origem. O contrário de emigração.
Impacto epidemiológico
Mudança drástica na situação de uma doença ou agravo provocada por fatores diversos como altas coberturas de vacinação, p.ex.
Imune (pessoa ou animal)
É a pessoa (ou animal) que possui anticorpos protetores específicos como consequência de uma infecção ou imunização anterior, ou que pode estar predisposta a responder eficazmente, produzindo anticorpos suficientes para proteger-se contra uma doença, depois de ter sido exposta ao agente infeccioso específico da mesma.
Imunidade É o estado de resistência, geralmente associado com a presença de anticorpos, que possui ação específica sobre o micro-organismo responsável por uma doença infecciosa específica ou sobre suas toxinas.
Imunidade de rebanho (“herd immunity”)
Extensão da proteção conferida por uma vacina a segmentos não-vacinados da população, devido ao controle ou a diminuição da circulação do agente infeccioso como decorrência do aumento de indivíduos imunes pela vacinação.
Imunização Procedimento que induz imunidade
Imunização ativa Imunidade adquirida naturalmente pela infecção, com ou sem manifestações clínicas (doença), ou artificialmente pela inoculação de frações ou produtos de agentes infecciosos ou do próprio agente morto, modificado ou de uma forma variante (vacinas)
Imunização passiva Imunidade adquirida naturalmente da mãe (transferência de anticorpos pela placenta de mãe para feto, amamentação); ou artificialmente pela inoculação de anticorpos protetores específicos (administração de soros heterólogos ou imunoglobulinas A imunidade passiva é pouco duradoura.
Imunobiológico Relativo à imunização; refere-se às vacinas, imunoglobulinas e soros
Imunocompetente Refere-se àquele que tem capacidade para produzir resposta
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imunológica
Imunodeficiência adquirida
Deficiência no sistema imunológico adquirida por doença, ingestão de medicamento ou contato com radiação.
Imunodeficiência congênita
Deficiência no sistema imunológico que nasce com a pessoa (distúrbio genético)
Imunodeficiência primária
Deve-se a defeitos no mecanismo imunológico do próprio organismo
Imunodeficiência secundária
Deficiência imunológica decorrente de doenças, medicamentos, radioterapia, etc.
Imunodepressora Substância que é capaz de deprimir a resposta imunológica (ex. corticóide, doenças (neoplasias)
Imunodeprimido Aquele que tem a resposta imunológica diminuída
Imunógeno Antígeno que induz resposta imunológica; em geral usa-se como sinônimo de antígeno
Incidência/Coeficiente de
É a razão entre o número de casos novos de determinada doença, diagnosticado ou notificado num período de tempo (numerador) e uma população determinada (denominador). A incidência é expressa, geralmente, em número de casos por mil ou 100 mil habitantes por ano. A incidência pode ser calculada segundo idade, sexo ou outro atributo.
Indicador de pH Substância especial que muda de cor de acordo com a medida do pH
Indicador traçador É um indicador que tem a capacidade de refletir outras ações. Como exemplo: município com 95% de cobertura em menores de um ano com a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) (vacina injetável com 3ª doses) pode refletir que as demais vacinas do esquema básico foram administradas nesta população
Índice de cobertura/taxa de cobertura
É um número percentual que expressa a proporção de pessoas de um grupo alvo que foi vacinada
Infecção Penetração, alojamento e, em geral, multiplicação de um agente etiológico animado no organismo de um hospedeiro, produzindo-lhe danos, com ou sem aparecimento de sintomas clinicamente reconhecíveis.
Em essência, a infecção é uma competição vital entre um agente etiológico animado e um hospedeiro; é, portanto, uma luta pela sobrevivência entre dois seres vivos que visam a manutenção da sua espécie.
558
Infecção inaparente É a presença da infecção em um hospedeiro sem que apareçam sinais e sintomas clínicos manifestos. As infecções inaparentes ou infecções subclínicas podem ser identificadas por meio de métodos de laboratório
Inflamação Reação orgânica caracterizada por: calor, rubor, dor e edema
Inoculação Introdução de um micro-organismo, um antígeno ou um veneno no organismo
Inquérito de cobertura
É um método de avaliação de cobertura, de campo, realizado por meio de visitas às famílias para entrevista e verificação do cartão de vacinação. É um estudo destinado para áreas onde o registro é deficiente ou onde é difícil caracterizar a população-alvo
Insalubre Ambiente, local ou objeto que dá origem à doença
Insumos Material necessário para conseguir o produto final (ex: seringas e agulhas para vacinar)
Invaginação ou intussuscepção intestinal
É uma forma de obstrução intestinal, em que um segmento do intestino penetra em outro segmento (ver figura abaixo). Ocorre mais freqüentemente em crianças entre 4 e 9 meses de idade, sendo a causa mais comum de emergência abdominal na faixa etária em menores de 2 anos. O lactente apresenta náusea, vômitos, dor abdominal e,às vezes, pode apresentar fezes com muco e sangue (“geléia de morango”). O tratamento pode ser conservador, no entanto, em algumas situações, o tratamento cirúrgico é indicado.
L
Laringoespasmo Contração da parte superior da laringe, em geral de origem alérgica, que impede abruptamente a passagem de ar para os pulmões.
Letalidade Percentual dos óbitos dentre os casos de determinada doença.
Longevidade Tempo de duração da vida.
Laceração do tecido Lacerar a pele (musculatura); rasgar em pedaços.
Leucemia Doença que se caracteriza por uma proliferação descontrolada dos glóbulos brancos (leucócitos) anormais do sangue; tipo de câncer.
Leucemia linfocítica aguda
Um dos tipos de leucemia (câncer dos glóbulos brancos) com predomínio de linfoblastos ou de células primitivas na medula óssea. É o câncer mais freqüente na prática pediátrica.
Linfadenite Inflamação dos gânglios linfáticos.
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Linfadenomegalia Aumento do tamanho dos gânglios linfáticos; adenomegalia; íngua.
Linfadenopatia Processo patológico que afeta os gânglios linfáticos.
Linfócito É um tipo de leucócito, ou glóbulo branco, presente no sangue fabricados pela medula óssea vermelha, através das células-tronco linfóides que se diferenciam em células pré B e pró-timocitos. Os pró-timocitos dão origem aos Linfócitos T que por sua vez vão amadurecer nos tecidos linfóides; já as células pré B dão origem aos Linfócitos B. Por sua aparência ao microscópio, há duas categorias de linfócitos: os grandes e pequenos. A maioria, mas não todos, os linfócitos grandes granulares são as chamadas Natural Killer (células NK ou células exterminadoras naturais). Os linfócitos pequenos podem ser linfócitos T ou linfócitos B. Os linfócitos tem um papel importante na defesa do organismo contra infecções.
Linfocitos T helper (auxiliares)
Linfócitos T com antígeno CD4 na sua membrana que, através da secreção de citocinas, estimulam linfócitos B, linfócitos citotóxicos, macrófagos e outras células do sistema imune.
Linhagem (do vírus) População de agentes submetida a determinadas processos de passagens no laboratório, em geral de uma seleção especial (seja natural ou experimental), de acordo com uma característica específica, como, por exemplo, a farmacorresistência.
Liófilo Produto sólido resultante do processo de secagem e de retirada de substâncias voláteis realizado em temperatura baixa e sob pressão reduzida.
Liofilização Processo de secagem e de retirada de substâncias voláteis realizada em baixa temperatura e sob pressão reduzida.
Lençol freático Corrente líquida subterrânea que corre sob uma camada de terreno em profundidade relativamente pequena; lençol superficial.
M
Magnitude Grau ou intensidade.
Mal-estar Incômodo, doença de pouca gravidade, em geral passageira e sem conseqüências.
Manifestações sistêmicas
Sinais e sintomas que não são localizados; envolvem um ou vários sistemas do organismo (exemplos: febre, convulsão, mialgia, náusea, exantema etc.).
Material instrucional Diz-se do material que instrui, ou seja, que oferece mais informação que uma simples mensagem, a exemplo da cartilha, livrete. Diferencia-se do cartaz, do folheto, do folder e do panfleto que são materiais de divulgação. Os manuais de normas e de capacitação
podem ser considerados materiais instrucionais.
Material perfurocortante
Material capaz de cortar, perfurar, causar solução de continuidade dos tecidos (por exemplo, a pele).
Medidas de controle Medidas que se aplicam, geralmente, a indivíduos ou grupos de indivíduos, onde e quando doença ocorre sob forma esporádica, endêmica ou epidêmica, como, por exemplo: vacinação, tratamento da água, tratamento de contatos, controle de vetores e roedores, etc.
Meio de cultura Ambiente ou substrato propício ao desenvolvimento de micro-organismos.
Meia vida Neste manual diz-se do tempo necessário para que a concentração sérica de imunoglobulina caia pela metade em relação a concentração inicial; não confundir com vida media.
Memória imunológica Condição adquirida por linfócitos T e linfócitos B, especifica para determinado antígeno, que se forma durante o primeiro encontro com o antígeno (resposta imune primaria); por ocasião de novo encontro essas células são rapidamente ativadas, diminuindo o tempo de latência da resposta imune (resposta imune secundaria).
Membrana mucosa Camada de células epiteliais que reveste internamente as vísceras e órgãos (mucosa do estômago, mucosa da boca, etc.).
Meningoencefalite Inflamação do encéfalo (cérebro) e da membrana que o reveste (meninge).
Meninges Camadas que revestem e protegem o encéfalo e a medula espinhal.
Meningite Asséptica Tipo de meningite em geral de origem inflamatória, na qual não são encontrados germes.
Metazoários São parasitas multicelulares que produzem doenças como a triquinose, a esquistossomose e a ascaridíase.
Em geral, não se transmitem de uma pessoa a outra e necessitam um estágio de desenvolvimento no meio ambiente.
Mialgia Dor muscular.
Micro-organismos Forma de vida pequena demais para ser vista a olho nu; germes; fungos, vírus, bactérias, dentre outros.
Mielite Inflamação da medula.
Monovalente Diz-se das vacinas que possuem um único sorotipo.
Morbidade É como se apresenta o comportamento de uma doença ou de um agravo à saúde em uma população exposta, em um determinado
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território. É calculada pelos coeficientes de incidência e prevalência.
Mortalidade Proporção de mortes de uma causa específica em determinada população ou grupos de população (mortalidade infantil, mortalidade por sarampo, etc.).
Mucosa É o tecido que reveste vísceras e órgãos internamente.
Mulheres em idade fértil
Mulheres com idade entre 12 e 49 anos (em fase de procriação), gestantes e não gestantes.
Município de risco para o tétano neonatal
Todo município que apresentou caso de tétano neonatal em, pelo menos, um ano, nos últimos cinco anos, ou o município que apresentou caso de tétano neonatal em, pelo menos, dois dos últimos cinco anos, e que apresenta índice de condições de sobrevivência menor que 0,36.
N
Necrose Morte do tecido.
Neomicina Tipo de antibiótico.
Neoplasia Formação de novos tecidos; tumor, câncer, malignidade.
Neoplasia maligna Tumoração maligna, câncer.
Neuropatia periférica Reação inflamatória dos nervos periféricos, comumente encontrada no diabetes e no alcoolismo.
Neutralizar Tornar inerte as propriedades de um agente, de uma substância.
Nódulo Endurecimento localizado (caroço). Pequena coleção de células fibroadas que formam como que um botão duro e bem delimitado.
Normalizar Submeter à norma, padronizar.
Norma Operacional Básica (NOB)
É um instrumento de normalização editado pelo SUS para estabelecer diretrizes referentes à operacionalização do Sistema.
Notificação Ato ou efeito de informar à autoridade competente a ocorrência de casos de doenças ou agravos.
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O
Opsonização Ligação de opsoninas (anticorpos ou complemento) a um antígeno para torná-lo mais apropriado à fagocitose.
Ooforite Inflamação dos ovários.
Organismo Ser vivo.
Órgão gestor Instituição responsável pela gestão do sistema de saúde, nas diferentes esferas de governo (federal, estadual e municipal), correspondendo ao Ministério da Saúde e, de modo geral, à Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde.
Orquite Infamação dos testículos.
Osteoartrite Inflamação do osso e da articulação.
Osteomielite Infecção do aparelho osteoarticular (ossos e articulações).
Otite Inflamação do ouvido. Pode ser externa, média ou interna.
P
Pápula Elevação da pele que desaparece ao fim de curto tempo sem deixar cicatriz.
Pan-Encefalite Esclerosante Subaguda (PEESA)
Doença rara, degenerativa do Sistema Nervoso Central, ocasionada por infecção prévia pelo vírus do sarampo. Podem ocorrer alterações intelectuais, da conduta e convulsões.
Parâmetro Padrão, escalão. Todo elemento cuja variação de valor modifica a solução de um problema sem lhe modificar a natureza.
Paralisia Perda dos movimentos.
Paralisia Flácida Aguda
Quadro de perda dos movimentos nas extremidades, principalmente nos membros inferiores, que ficam moles. É de instalação rápida. Apresenta-se em doenças como a poliomielite e a Síndrome de Guillain-Barré.
Paresia Diminuição da força de um ou mais membros, ou de algum grupo muscular.
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Parestesia Alteração da sensibilidade da pele; formigamento; dormência.
Parótidas Glândulas salivares situadas abaixo das orelhas, responsáveis parcialmente pelo início do processo digestivo.
Parotidite Inflamação das parótidas; caxumba; papeira.
Patogenicidade Refere-se à habilidade do agente microbiano em induzir a doença.
Plasma Componente líquido do sangue no qual as células estão em suspensão. É o sangue sem glóbulos.
Período de incubação
É o intervalo de tempo que decorre entre a exposição a um agente infeccioso e o aparecimento de sinais ou sintomas da doença respectiva.
Período de transmissibilidade
É o tempo durante o qual o agente infeccioso pode ser transferido, direta ou indiretamente, de uma pessoa infectada a outra pessoa, de um animal infectado ao homem ou de um homem a um animal, inclusive artrópodes.
Período prodrômico Período em que aparecem os primeiros sinais ou sintomas clínicos, em geral de discreta intensidade, que revelam o início de uma enfermidade.
Petéquia Cada uma das pequenas manchas vermelhas puntiformes não salientes que aparecem na pele ou mucosas, devidas a hemorragias intradérmicas ou submucosas; ver púrpura.
Pneumonia Inflamação dos pulmões, de origem irritativa ou infecciosa, causada por vírus, fungos ou bactérias.
Podálica (direção) Refere-se à angulação da seringa de 45º, tendo como referência os pés da pessoa, em oposição à direção cranial (cabeça da pessoa).
Polissacarídeos purificados
Cadeias de açúcares que sofreram processo de purificação para compor a vacina.
Pólio Relativo à poliomielite.
Poliomielite associada à vacina
Paralisia flácida aguda, que ocorre entre o 4º e o 40º dia após a administração da poliomielite 1, 2, 3 (atenuada), sendo constatada seqüela após 60 dias do início do quadro. Nos casos de comunicantes dos vacinados, o período de ocorrência é de 4 a 85 dias após a vacinação.
Polirradiculite Ver Síndrome de Guillain-Barré.
População-alvo/público-alvo
É o grupo de pessoas para o qual está destinada uma atividade. É o grupo objeto de intervenção da equipe de saúde.
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População circunscrita
Grupo de pessoas que vive em uma área determinada, por exemplo, numa rua, num bairro, numa cidade, etc.
População confinada Grupo de pessoas que permanece a maior parte do tempo em um mesmo ambiente. População de asilos, hospitais, presídios, etc.
Portador Pessoa ou animal que não apresenta sintomas clinicamente reconhecíveis de uma determinada doença transmissível ao ser examinado, mas que está albergando o agente etiológico respecti, podendo passar para outro indivíduo. Ex. Portador do Meningococo C..
Portador ativo Portador que apresentou sintomas, mas que em determinado momento não os apresenta.
Portador passivo É o portador aparentemente são que nunca apresentou sintomas de determinada doença transmissível; não os está apresentando e não os apresentará no futuro; somente pode ser descoberto por meio de exames adequados de laboratório.
Portador do HIV assintomático
Pessoa que nunca apresentou e não está apresentando os sintomas, mas que alberga o HIV.
Portador do HIV-positivo
Pessoa que apresenta exame de sangue positivo para a detecção de anticorpos contra o HIV.
Portador do HIV sintomático
Pessoa que alberga o HIV e tem sintomas da Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA).
Potência Medida que expressa a quantidade de antígenos presentes, por volume da dose de uma vacina, determinada em teste de controle laboratorial padronizado, e, que tem a capacidade de produzir anticorpos (proteção individual).
Predinisona Um tipo de corticóide.
Pré-natal É um conjunto de atividades de atenção à saúde oferecido à mulher durante a gravidez. Dentre estas atividades está a vacinação para prevenir o tétano do recém-nascido.
Prescrever Indicar como remédio; receitar.
Prescrição médica Indicação (prescrever: indicar como remédio; receitar).
Pressão osmótica Diferença da pressão existente quando comparada a pressão de duas soluções (ver solução osmótica e solução isotônica).
Prevalência Número de casos clínicos ou de portadores existentes em um determinado momento, em uma comunidade, dando uma idéia estática da ocorrência do fenômeno. Pode ser expressa em números absolutos ou em coeficientes.
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Prematuridade Qualidade de quem nasce antes do tempo; relativo ao prematuro.
Primo-infecção Tipo de infecção decorrente do primeiro contato do organismo com o agente infeccioso.
Produto de bactérias Substâncias produzidas ou extraídas das bactérias.
Profilaxia Conjunto de medidas que tem por finalidade prevenir ou atenuar as doenças, suas complicações e conseqüências. Quando a profilaxia está baseada no emprego de medicamentos, trata-se de quimioprofilaxia.
Protozoários São agentes unicelulares que produzem, por exemplo, a malária, a disenteria amebiana, a leishmaniose, a tripanossomose, entre outras doenças.
Prova de hipersensibilidade
Teste que utiliza a administração intradérmica de substâncias com a verificação das reações locais provocadas.
Prurido Coceira.
Puerpério É a fase imediatamente depois do parto.
Punção Procedimento de furar utilizando instrumento apropriado.
Puntura Furo ou picada feito com objeto perfurante.
Púrpura Aparecimento de manchas vermelhas ou violáceas que não ocasionam prurido nem desaparecem sob pressão. Quando são pequenas denominam-se petéquias. Podem ser decorrentes de um número baixo de plaquetas no sangue (púrpura trombocitopênica). Ver petéquia.
Pus Mistura de glóbulos brancos (leucócitos polimorfonucleares) vivos e mortos com bactérias, também vivas e mortas, nos processos infecciosos.
Q
Quadro neurológico Conjunto dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente decorrentes do funcionamento ou não do sistema nervoso.
Quarentena Isolamento de indivíduos ou animais sadios pelo período máximo de incubação da doença, contado a partir da data do último contato com um caso clínico ou portador ou da data em que esse comunicante sadio abandonou o local em que se encontrava a fonte de infecção. Na prática, a quarentena é aplicada no caso das doenças quarentenárias.
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Quelóide Cicatriz anormal na pele, geralmente elevada e volumosa.
Quimioterapia Uso de uma droga com o objetivo de tratar uma doença clinicamente reconhecível ou de eliminar o seu progresso.
Quimioterapia antineoplásica
Administração de substâncias químicas especiais para o tratamento das neoplasias, tumores.
Quimioterapia imunossupressora
Administração de substâncias químicas que provocam a depressão do sistema imunológico.
Quimioprofilaxia Administração de uma droga, incluindo antibióticos, para prevenir uma infecção ou progressão de uma infecção com manifestações da doença.
R
Radiculite Inflamação das raízes dos nervos espinhais.
Radioterapia Forma de tratamento que utiliza energias radiantes. É freqüentemente usada no tratamento do câncer.
Reação anafilática Manifestação alérgica grave que provoca alterações na pele e/ou no aparelho respiratório e/ou aparelho circulatório.
Reação de Arthus Reação inflamatória local grave (na pele), mediada por complexo antígeno anticorpo; reação de hipersensibilidade grau III.
Reação de hipersensibilidade
Ver hipersensibilidade imediata; ver hipersensibilidade tardia; ver reação de Arthus (hipersensibilidade do Tipo III).
Reação local (à vacina)
Manifestação que ocorre no local de aplicação da vacina, em geral com sinais de dor, calor, rubor e edema.
Reação pirogênica Febre causada pela administração de substâncias como medicamentos, vacinas.
Reação sistêmica (à vacina)
Sinais e sintomas que não são localizados, envolvendo um ou vários sistemas do organismo. Exemplos: febre, convulsão, mialgia, náusea, exantema.
Reatogênico Que gera reação local ou sistêmica no organismo.
Reconstituição Condição em que um produto ou substância volta à forma original. Recomposição.
Regulamento Sanitário
Documento que contém normas e procedimentos relativos à saúde pública a serem seguidos pelos signatários do Regulamento, ou seja,
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Internacional todos os países que concordaram com as regras. Um exemplo de exigência internacional é a vacinação com a vacina febre amarela (atenuada).
Renal crônico Pessoa com doença renal de duração prolongada.
Reservatório de agentes infecciosos
Qualquer ser humano, animal, artrópode, planta, solo ou matéria inanimada, onde normalmente vive e se multiplica um agente infeccioso e do qual depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se de maneira que possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível.
Resistência É o conjunto de mecanismos corporais que servem de defesa contra a invasão ou multiplicação de agentes infecciosos ou contra os efeitos nocivos de seus produtos tóxicos.
Resposta imunogênica
É a reação do organismo frente a um estímulo que produz imunidade, proteção.
Riquétsias São parasitas intracelulares de tamanho intermediário entre os vírus e as bactérias. Necessitam, como os vírus, de células vivas para o seu desenvolvimento e multiplicação. Exemplo: o tifo exantemático por piolho é uma doença produzida por riquétsias.
Recém-nascido de baixo peso
Criança cujo peso ao nascer é menos de 2,5 kg (2 e ½ quilos).
Recém-nascido pré-termo ou prematuro
Criança cuja idade gestacional ao nascer é menos de 38 semanas.
Rotavírus É um vírus da família Reoviridae que causa diarréia grave frequentemente acompanhada de febre e vômitos.
Rubor (da pele) Vermelhidão associada, em geral, à inflamação ou alergia; ver eritema; ver hiperemia.
S
Salicilato Sal derivado do ácido salicílico.
Saneamento básico Conjunto das técnicas de destino e tratamento das águas servidas e dos esgotos.
Saudável Individuo sem patologias reconhecíveis.
Seringa agulhada É a seringa cuja agulha já vem acoplada, não precisa montar
Septicemia Infecção generalizada grave, em geral de origem bacteriana.
Sistemas de São sistemas alimentados com informações que dizem como nasce,
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Informações em Saúde
adoece e de que morre a população brasileira. Todos os registros contidos nesses sistemas são valiosas fontes de informação sobre a ocorrência de doenças e agravos.
SI-API É o Sistema de Avaliação do Programa de Imunizações e reúne todas as informações referentes às imunizações no país.
SIAB É o Sistema de Informação da Atenção Básica e reúne todas as informações relativas à atenção à saúde da população na porta de entrada do sistema de saúde.
SIM É o Sistema de Informações sobre Mortalidade e reúne todas as informações sobre todos os óbitos do país.
Sinan É o Sistema de Informações de Agravos de Notificação e reúne informações sobre as doenças de notificação compulsória do país.
Sinasc É o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e reúne todas as informações sobre nascidos vivos do país.
Sinal Evidência objetiva de doença.
Síndrome Conjunto de sintomas e sinais que tipificam uma determinada doença.
Síndrome congênita Patologia congênita/nata caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas mais ou menos tipicos. (Ver congênito)
Síndrome de Guillain–Barrè
Síndrome de etiologia desconhecida, caracterizada inicialmente por fraqueza muscular, decorrente da inflamação das raízes nervosas da medula espinhal, com dor nas extremidades dos membros e paralisia ascendente, que pode evoluir para toda a musculatura; polirradiculite; polirradiculopatia.
Síndrome da rubéola congênita
Conjunto de sinais e sintomas resultantes da infecção do feto pelo vírus da rubéola durante a gravidez, tais como: baixo peso ao nascer, catarata, retardo mental, malformações cardíacas, microcefalia, surdez, hepatoesplenomegalia etc.
Síndrome nefrótica Doença renal que apresenta edema generalizado, aumento da concentração sérica de colesterol, acentuada perda de proteína pela urina com baixa da concentração da mesma no sangue.
Sinergismo (na área farmacêutica)
É a ação combinada de dois ou mais medicamentos que produzem um efeito biológico, cujo resultado pode ser simplesmente a soma dos efeitos de cada composto ou um efeito total superior a essa soma.
Quando um medicamento aumenta a ação de outro, diz-se que existe potencialização. Esse termo é muitas vezes utilizado de forma pouco precisa para descrever o fenômeno de sinergismo, quando dois compostos atuam sobre diferentes locais receptores do agente patogênico.
O caso oposto é representado pelo antagonismo, fenômeno pelo qual as ações conjuntas de dois ou mais compostos resultam em diminuição do efeito farmacológico.
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Sintoma Evidência subjetiva de doença.
Sistema Único de Saúde (SUS)
É a denominação da ao sistema de saúde brasileiro, um sistema público unitário criado pela Constituição de 1988.
É único porque segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o território nacional, sob a responsabilidade das três esferas de governo: federal, estadual e municipal.
É formado por uma rede de serviços regionalizada, hierarquizada e descentralizada, com gestão única em cada esfera de governo e com participação social.
As ações, serviços e unidades do Sistema se integram, visando o desenvolvimento de atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Situações de calamidade
Referem-se a situações de tragédia ou desgraça ou catástrofes envolvendo coletividades, a exemplo de enchentes ou seca, terremotos, maremotos, tornado, vendaval etc.
Solo não fértil É o solo não apropriado para o plantio ou cultivo de produtos utilizados na alimentação de pessoas e animais.
Solução (na área farmacêutica)
É a mistura de duas ou mais substâncias que apresentam aspecto uniforme.
Solução tampão Solução que quando adicionada a outras soluções mantém o pH relativamente constante. Solução isotônica - solução com igualdade de pressão osmótica. Pressão osmótica - diferença de pressão existente entre duas soluções.
Solução isotônica Solução com igualdade de pressão osmótica (ver pressão osmótica). Pressão osmótica - diferença de pressão existente entre duas soluções.
Soro Líquido amarelado, isento de células e de fibrinogênio que surge após a coagulação do sangue ou do plasma (histologia).
Substância constituída por anticorpos específicos (bactérias ou toxinas) utilizada com fins profiláticos ou terapêutico: soro antidiftérico, soro anti-rábico.
Solução de substância orgânica ou mineral utilizada na hidratação ou alimentação de doentes ou como veículo para administração de medicação.
Soro homólogo Produto constituído por anticorpos específicos, obtidos a partir do plasma de doadores selecionados da mesma espécie do receptor, a exemplo de pessoas submetidas à imunização ativa, recentemente, ou convalescentes de doença infecciosa ou doadores de sangue adultos e sadios.
Soro heterólogo Produto constituído por anticorpos específicos de origem animal, obtidos a partir do plasma de doador (principalmente equinos) de espécie diferente do receptor (homem).
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Soroconversão Aparecimento de anticorpos específicos no soro em resposta a vacinação, indicando mudança de condição do individuo, de suscetibilidade para imunidade.
Srogrupo/sorotipo São grupamentos dos antígenos de um micro-organismo, classificados pelo que apresentam de comum pela sua inter-relação.
Soroterapia Tratamento que tem por base a administração de soros. Seroterapia
Substrato (da vacina)
Base, meio, produto ou substância que serve de suporte para a cultura ou desenvolvimento do agente causador da doença contra a qual está sendo produzida a vacina.
Em bioquímica: molécula sobre a qual determinada enzima atua especificamente.
Suprimento (de vacina)
É a atividade desenvolvida com o objetivo de disponibilizar imunobiológicos na quantidade necessária e no momento oportuno.
Envolve a aquisição, a distribuição, o controle de estoques dos produtos imunobiológicos realizados nas diferentes esferas de gestão.
Suprir Abastecer, prover.
Sulfonamida Grupo de medicamentos com ação antibacteriana que age inibindo a síntese de ácido fólico pelas bactérias.
Suscetibilidade É o estado de qualquer pessoa ou animal que não possui, presumivelmente, resistência contra determinado agente patogênico e que por esta razão pode contrair a doença provocada por este agente quando em contato com o mesmo.
Suscetível Aquele que é capaz ou passível de receber, de experimentar, de sofrer certas impressões ou modificações ou de adquirir determinadas qualidades.
Em saúde: qualquer pessoa ou animal que supostamente não possui resistência suficiente contra determinado agente patogênico, de modo a protegê-la da doença provocada por este agente, caso venha a entrar em contato com o mesmo.
Suspensão (substância em)
Forma farmacêutica líquida de aspecto turvo ou leitoso constituído pela dispersão de um sólido insolúvel em um veículo aquoso.
Em fisioquímica: sistema heterogêneo que contém duas fases que se separam espontaneamente pela ação da grávidas (p.ex. água e poeira)>
T
Talassemia Tipo de anemia hereditária caracterizada por alteração na síntese da
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hemoglobina e conseqüente hemólise.
Taxa de ataque secundário
É a razão entre o número de casos novos surgidos a partir de contato com o caso índice e o número total de contatos com o caso índice. O resultado é expresso em percentual.
Tecido adiposo Camada de tecido gorduroso localizada entre a pele e os músculos.
Terapia preventiva Tratamento que serve para prevenir.
Termostato Dispositivo destinado a manter constante a temperatura de um sistema.
Teste cutâneo/teste cutâneo de sensibilidade
Teste diagnóstico que utiliza a técnica de puntura ou escarificação da pele para detectar hipersensibilidade a uma determinada substância (ver puntura e escarificação).
Título de anticorpos Concentração de anticorpos no sangue.
Timerosal Princípio ativo de antisséptico utilizado como germicida ou para evitar a contaminação.
Toxina Proteínas ou substâncias protéicas conjugadas, letais para certos organismos.
As toxinas são produzidas por algumas plantas superiores, por determinados animais e por bactérias patogênicas.
O alto peso molecular e a antigenicidade das toxinas as diferenciam de alguns venenos químicos e alcalóides de origem vegetal.
Toxóide Derivado antigênico de toxinas bacterianas, sem toxicidade.
Transfusão Passagem de um líquido de um vaso para outro.
Em medicina: transferência de sangue ou de hemoderivados de uma pessoa para outra.
Transmissão vertical (em medicina)
Refere-se à transmissão de agentes infecciosos da mãe para o feto (congênita) ou para o recém-nascido (perinatal).
Transplantado Individuo que recebeu transplante de órgãos sólidos ou de medula óssea.
Transplante de órgãos sólidos
Transferência de tecido de alguma parte do corpo de uma pessoa para outra, exceto medula óssea, sangue e derivados.
Transplante de medula óssea
Transferência de pequena quantidade da medula óssea de uma pessoa para outra ou da própria pessoa para si mesma, retirada previamente e conservada por congelamento.
Transmissibilidade É a capacidade de um agente em se transferir, direta ou indiretamente, de uma pessoa infectada a outra, de um animal
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infectado ao homem, ou de um homem infectado a um animal, inclusive artrópodes.
Triagem Atividade desenvolvida no serviço de saúde destinada a identificar urgências dentre os usuários que demandam atenção. Também é utilizada para identificar e encaminhar o setor do serviço no qual o usuário terá sua necessidade atendida.
Tumefação Edema com aumento de temperatura no local de aplicação de solução injetável, como a vacina; inchação.
Tumor em remissão Tumor sob tratamento que está regredindo.
Taxa de ataque secundário
Representa o percentual de pessoas que tiveram contato com o caso a partir do qual a doença ou agravo foi identificada (caso índice).
U
Úlcera Lesão aberta, da pele ou das mucosas, derivada de necrose ou desintegração; ferida; chaga.
Urticária Afecção da pele, fugaz e reversível, provocada pela sensibilização alérgica do organismo a determinada substância (alimento, pêlos e penas de animais, medicamentos etc.). As lesões na pele são semelhantes a uma queimadura da urtiga (planta da família das urticáceas), daí a denominação de urticária.
V
Vacina Preparação contendo micro-organismos vivos ou mortos ou suas frações, possuidora de propriedades antigênicas.
Vacinação Procedimento de administração de vacina, ou seja, de introdução no organismo de antígenos ou de micro-organismos vivos atenuados, indutores de imunização, podendo ser bem-sucedida ou não
Vacina acelular Vacina constituída por proteínas purificadas, como o componente pertussis da vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular).
Vacina associada Processo no qual se misturam, no momento da aplicação, vacinas diferentes em uma única via de administração.
Só pode ser realizada mediante recomendações específicas para cada associação, de acordo com o fabricante.
Vacina acentuada Tipo de imunobiológico preparado a partir de micro-organismos vivos (vírus ou bactérias), porém submetidos a radiações, mudanças de
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temperatura ou passagem seriada em animais hospedeiros, em laboratório, para produzir micro-organismos não virulentos, capazes de induzir imunidade protetora sem provocar a doença. Exemplos: vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada); vacina sarampo, caxumba, rubéola; vacina febre amarela (atenuada); e vacina BCG.
Vacina combinada Vacina que contém no mesmo frasco várias vacinas diferentes. Por exemplo: a vacina sarampo, caxumba, rubéola; e vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis.
Vacina conjugada Vacina que combina antígeno polissacarídeo (cadeia de açúcares) a uma proteína para aumentar sua capacidade de induzir resposta imunológica no vacinado. Por exemplo: vacina pneumocócica 10 valente (conjugada); vacina meningocócica C (conjugada); vacina Haemophilus influenzae b (conjugada); e vacina pneumocócica 23 valente (conjugada).
Vacina inativada Vacina que contém vírus ou bactérias sem atividade, inertes, sem capacidade de reproduzir-se, mas com capacidade de induzir resposta imunológica no vacinado. Exemplo: vacina raiva (inativada); vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada); e vacina adsorvida hepatite A (inativada).
Vacina recombinante
Vacina produzida por técnicas de engenharia genética, utilizando parte do DNA (gene). Exemplo: vacina hepatite B (recombinante).
Vacinas simultâneas Processo no qual se faz a administração de várias vacinas em locais diferentes ou por vias de administração diferentes. Por exemplo: a administração da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada) – injetável, no mesmo momento que a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) – oral.
Varíola Doença infecciosa de origem viral, altamente contagiosa, que foi declarada erradicada do planeta na década de 70. Caracteriza-se por lesões cutâneas, febre e dores no corpo.
Vasto lateral Músculo localizado na parte lateral da coxa, utilizado para a aplicação de vacinas.
Vermelhidão Ver eritema; ver hiperemia; rubor da pele.
Vetor É um invertebrado que propaga a doença entre um vertebrado doente e o outro sadio.
Vigilância epidemiológica
É “o conjunto de informações, investigações e levantamentos necessários à programação e à avaliação de medidas de controle a doenças e situações de agravos à saúde” (art. 20 da Lei n0 6.259, de 30/10/1975). É o conjunto de atividades que proporcionam a informação indispensável para conhecer, detectar e prever qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde-doença, com a finalidade de recomendar, oportunamente, as medidas indiciadas que levem à prevenção e ao controle das doenças.
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Vigilância da doença Levantamento contínuo de todos os aspectos relacionados com a manifestação e propagação de uma doença, importantes para o seu controle eficaz. Inclui a coleta e avaliação sistemática de:
• dados de morbidade e mortalidade;
• dados especiais de investigações de campo sobre epidemias e casos individuais;
• dados relativos a isolamento e notificação de agentes infecciosos em laboratório;
• dados relativos à disponibilidade, uso e efeitos adversos de vacinas, toxóides, imunoglobulinas, inseticidas e outras substâncias empregadas no controle de doenças;
• dados sobre níveis de imunidade em certos grupos da população.
Todos esses dados devem ser reunidos, analisados e apresentados na forma de informes que serão distribuídos a todas as pessoas que colaboraram na sua obtenção e a outras que necessitem conhecer os resultados das atividades da vigilância, para fins de prevenção e con trole de agravos relevantes à saúde pública. Esses procedimentos aplicam-se a todos os níveis dos serviços de saúde pública, desde o local até o internacional.
Vigilância da pessoa Observação médica rigorosa, ou outro tipo de supervisão de contatos de pacientes com doença infecciosa, que visa permitir a identificação rápida da infecção ou doença, porém sem restringir liberdade de movimentos.
Visceralização Quadro de disseminação do vírus vacinal da febre amarela com quadro semelhante à doença causada pelo vírus selvagem.
Viragem sorológica Detecção de concentração de anticorpos considerada como protetora em indivíduos anteriormente não imunes.
Virologia Parte da biologia que estuda os vírus.
Virulência É a capacidade do agente de produzir casos graves ou fatais.
Vírus São os menores agentes patogênicos, quase sempre transmitidos de pessoa a pessoa. Algumas doenças produzidas por vírus: sarampo, raiva, rubéola, encefalite, tracoma, influenza.
Vírus inativado Vírus sem atividade, inerte.
Vírus selvagem É o micro-organismo existente na natureza. O contrário de vírus vacinal.
Vírus vacinal Refere-se ao vírus contido na vacina.
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Z
Zoonoses Infecção ou doença infecciosa transmissível, sob condições naturais, de homens a animais e vice-versa..
Glossário de siglas
A ACS Agente Comunitário de Saúde
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
B BCG Bacilo de Calmette e Guerin
BDDA Boletim Diário de Doses Aplicadas
C CENADI Central de Armazenagem e Distribuição de Insumos Estratégicos
CGPNI Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações
CIVP Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia
CME centro de material esterilizado
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CRIE Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais
CTAI Comitê Técnico Assessor em Imunizações
D DATASUS Departamento de Informática do SUS
DEVEP Departamento de Vigilância Epidemiológica
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DNA Ácido desoxirribonucleico: ADN, em português: ácido desoxirribonucleico; ou DNA, em inglês: deoxyribonucleic acid.
DSEI Distrito de Saúde Indígena
DTP Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis
DTPa Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular)
DTP+Hib vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada)
DT Vacina adsorvida difteria e tétano infantil
dT Vacina difteria e tétano adulto
E EAPV Eventos Adversos Pós-Vacinação
EPI Equipamento de Proteção Individual
ESF Estratégia Saúde da Família
EV Endovenosa
F FA Febre amarela
FES Fundo Estadual de Saúde
FMS Fundo Municipal de Saúde
FNS Fundo Nacional de Saúde
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
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G ºC Graus centígrados
ºF Graus Fahrenheit
I Hib Haemophilus influenzae tipo b
ID Intradérmica
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IGHAT Imunoglobulina humana hiperimune antitetânica
IGHAR Imunoglobulina humana antirrábica
IGHAVZ Imunoglobulina humana antivaricela zóster
IGHAHB Imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B
IM Intramuscular
M mg/kg Miligramas por quilo de peso corporal
N NBR Denominação de norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT)
NOAS Norma Operacional de Assistência à Saúde
NOB Norma Operacional Básica
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O OMS Organização Mundial de Saúde
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
P PAS Programação Anual de Saúde
PAVS Programação Anual de Vigilância em Saúde
PlanejaSUS Sistema de Planejamento do SUS
Pn10 Pneumococo 10 valente
PNI Programa Nacional de Imunizações
PPA Plano Plurianual
PPI-VS Programação Pactuada e Integrada de Vigilância em Saúde
PS Plano de Saúde
PSF Programa Saúde da Família
R RAG Relatório Anual de Gestão
RDC Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA
RIPSA Rede Interagencial de Informações para a Saúde
RSI Regulamento Sanitário Internacional
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S SAA Soro antiaracnídico
SAB Soro antibotrópico
SABL Soro antibotrópico laquético
SAB Soro antibotulínico
SAC Soro anticrotálico
SAD Soro antidiftérico
SAE Soro antielapídico
SAEesc Soro antiescorpiônico
SALon Soro antilonômico
SALox Soro antiloxoscélico
SAR Soro anti-rábico
SAT Soro antitetânico
SC Subcutânea
SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica
SI-API Sistema de Informação-Avaliação do Programa de Imunizações
SIM Sistema de Informação sobre Mortalidade
SINAN Sistema Nacional sobre Agravos de Notificação
SINASC Sistema de Informação de Nascidos Vivos
SI-PNI Sistema de Informação do PNI
SNABS Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde
SNVE Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica
SRC Síndrome da Rubéola Congênita
SUS Sistema Único de Saúde
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SVS Secretaria de Vigilância em Saúde
T TFVS Teto Financeiro da Vigilância em Saúde
U UI Unidades internacionais. Sistema de medida utilizado na farmacêutica
e na química
V VIP Vacina de vírus inativados contra a poliomielite
VORH Vacina oral contra o Rotavírus Humano
VOP Vacina oral contra a poliomielite
W WHO
World Health Organization (Organização Mundial de Saúde - OMS).