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Ministrio da sadE
Manual de Controle de Escorpies
Braslia dF
Ministrio Da saDe secretaria de Vigilncia em sade Departamento de Vigilncia epidemiolgica
Manual de Controle de Escorpiessrie B. textos Bsicos de sade
Braslia/DF 2009
2009. Ministrio da sade todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada fonte e que no seja para venda ou qualquer fim comercial. a responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra da rea tcnica. a coleo institucional do Ministrio da sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em sade do Ministrio da sade: http://www.saude.gov.br/bvs srie B. textos Bsicos de sade tiragem: 1 edio 2009 20.000 exemplares
Elaborao, edio e distribuio Ministrio Da saDe secretaria de Vigilncia em sade Departamento de Vigilncia epidemiolgica organizao: Coordenao-Geral das Doenas transmissveis por Vetores e a antropozoonoses/CGDt/Devep/sVs/Ms Produo: ncleo de Comunicao Endereo esplanada dos Ministrios, Bloco G edifcio sede, 1 andar CeP: 70058-900, Braslia DF E-mail: [email protected] endereo eletrnico: http://www.saude.gov.br/svs Equipe Tcnica Coordenao: ana nilce silveira Maia elkhoury organizao: Daniel nogoceke sifuentes e Fan Hui Wen elaborao de texto: Denise Maria Candido, emanuel Marques da silva, Vnia Dutra amorim Cerbino e William Henrique stutz reviso textual e ortogrfica: sabrina Lzaro Mendes Colaboradores: andreia de Pdua Careli Dantas, rosely Cerqueira de oliveira, adriana amantino de Melo Martins, angela Guimares Pinto Dias Brando, anna Paula Menezes impresso no Brasil / Printed in Brazil Ficha Catalogrfica
Vianna de assis, Daniele oliveira abro Leal, Jeane Cristina Menezes alves, Luciane rodrigues Coutinho, Magda de Miranda Ladeira, Maria da Consolao Magalhes Cunha, Patrcia iria anderegg, Valdelaine etelvina Miranda de arajo, edlson Medeiros de Macedo, Francisco Leopoldo Lemos, Gisele agostini Cotta, ricardo Maciel, rmulo antnio righi de toledo, Gislia Burigo Guimares rubio, irene Knysak, sylvia Marlene Lucas, secretaria Municipal de sade de Bandeirantes /Prefeitura Municipal de Bandeirantes/Pr e Prefeitura do Municpio de Prata /MG. Produo editorial Projeto grfico: Fabiano Camilo e sabrina Lopes Diagramao: sabrina Lopes normalizao: Karla Gentil Figuras ngela Midori: 1 ione nogoceke e Daniel nogoceke sifuentes: 26 Denise Maria Candido: 2 a 9, 11 a 22, 27-b, 27-c, 32, 33 e encarte Fbio Colombini: 10, 23 William Henrique stutz: 25-b, 25-c, 27-a, 28 e 29 emanuel Marques da silva: 24 e 25-a secretaria Municipal de sade de Bandeirantes/Pr: 35
Brasil. Ministrio da sade. secretaria de Vigilncia em sade. Departamento de Vigilncia epidemiolgica. Manual de controle de escorpies / Ministrio da sade, secretaria de Vigilncia em sade, Departamento de Vigilncia epidemiolgica. Braslia : Ministrio da sade, 2009. 72p. : il. (srie B. textos Bsicos de sade) isBn 978-85-334-1573-7 1. animais peonhentos. 2. Vigilncia ambiental em sade. 3. Fatores de risco. i. ttulo. ii. srie. CDU 614.47:591.145 Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e informao editora Ms os 2009/0396
Ttulos para indexao em ingls: Manual of scorpions control em espanhol: Manual de control de escorpiones
SumrioApresentao Captulo1Biologiadoescorpio1.1 1.2 1.3 Oqueumescorpio? 1.1.1Morfologiaeanatomia 1.1.2Reproduo 1.1.3Histrianatural Quaisasespciesdeimportnciaemsadeeondesoencontradas? 1.2.1 Tityus serrulatus 1.2.2Tityus bahiensis 1.2.3Tityus stigmurus 1.2.4Tityus paraensis Outrasespciescomuns,demenorrelevnciaparasadepblica 1.3.1Gnero Tityus 1.3.2GneroAnanteris 1.3.3GneroRhopalurus 1.3.4GneroBothriurus 1.3.5GneroThestylus 1.3.6GneroBroteas 5 7 7 7 8 9 9 9 11 12 12 14 14 18 19 20 21 22 23 23 23 24 25 26 30 32 32 33 36
Captulo2Controledeescorpies2.1 Porquefazerocontroledeescorpies? 2.2 Aquemcompetefazerocontrole? 2.3 Comoorganizarasatividadesdecontroledeescorpies? 2.4 Quandodesencadearumaaodecontroledeescorpies? 2.5 Comoprocedernabuscaativa? 2.6 Oquefazerparacontrolaraocorrnciadeescorpies? 2.7 Comomonitorareavaliarasaesdecontrole? 2.7.1Infestaodomiciliar 2.7.2Intensidadedeinfestao 2.8 Controlequmicofunciona?
Captulo3Capturadeescorpies3.1 3.2 3.3 3.4 Legislaovigente Comocapturarescorpiescomsegurana? Quedestinodaraosescorpiescapturados? Comotransportarescorpiescomsegurana?
39 39 40 41 42 45 45 46 47 48 51 51 55 55 56 57 58 59 61 65 67 68 69 70
Captulo4Sistemadeinformao4.1 4.2 4.3 4.4 Comocoletarainformao? Comodeveserofluxodeinformaes? Comoenvolveracomunidadenasaesdecontrole? Crendiceseperguntasfreqentes
Captulo5Escorpionismo5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 Porqueoescorpionismoumproblemadesadepblica? Comoocorreoacidente? Oqueocorrequandoalgumpicadoporumescorpio? Comoprocederemcasodeacidente? Oquefazerparaevitaroacidenteescorpinico?
Referncias AnexosAnexoAIbama:Instruonormativan141,de19dedezembrode2006 AnexoBRegistrodeOcorrnciadeEscorpies /AnimaisPeonhentos AnexoCFichadeBuscaAtivadeEscorpies AnexoDComunicadodeVisita AnexoEBoletimdeEncaminhamentodeEscorpies AnexoFConsolidadodeAtividadesdeControledeEscorpies
Manual de Controle de escorpies
ApresentaoAimportnciadosacidentesporanimaispeonhentosparaasadepblicapodeserexpressapelos maisde100milacidentesequase200bitosregistradosporano,decorrentesdosdiferentestiposde envenenamento.Destes,oescorpionismovemadquirindomagnitudecrescente,correspondendoem 2007a30%dasnotificaes,esuperandoemnmerosabsolutososcasosdeofidismo. Explicaesparaoaumentonaincidnciaestodiretamenterelacionadasaoagentecausal,como hbitosalimentares,formadereproduo,proliferaodasespciesecomportamento.Aliadoscircunstnciasgeradaspelohomem,essascaractersticaspodemserextremamenteadaptadas,oquetem levadoaumgrandeaumentodaspopulaesdeescorpies.Comoagravante,medidasdecontrolerealizadasdemaneiraerrneapodemcausarresultadoopostoaodesejado,emespecialemsituaesem quenosobemconhecidososhbitosdoescorpio,potencializandosuaproliferao,notadamente emambientesurbanos. Paraaabordagemdoescorpionismo,asorientaescontidasnoManual de Diagnstico e Tratamento dos Acidentes por Animais Peonhentossupremasnecessidadesdaassistnciamdicaaosacidentados.Noentanto,osserviosdesadecarecemdematerialinstrucionalqueestabeleanormaseprocedimentosparaomanejocorretodessesanimais.Organizadosobaformadeperguntaserespostas, estemanualcontemplaoconhecimentobiolgiconecessrioparaqueocontrolesefaademaneira adequada(incluindoosaspectoslegaisenvolvidos),sobreoenvenenamento,almdeumanovaorganizaodevigilnciadosescorpiesdeimportnciaemsadeenvolvendodiferentesesferasdeatuao. Opblico-alvodestemanualsoosprofissionaisdasadequeatuamemserviosmunicipaiseestaduaisdevigilnciaemsadeecontroledeanimaispeonhentos,sendoestemanualoprimeirodeuma sriequesepretendeproduzirvisandoreduziroimpactodosacidentes,respeitando-seolimiteentre ohomemeosanimaispeonhentos.
GersonOliveiraPenna SecretriodeVigilnciaemSade
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Captulo1 biologia do escorpio
1.1Oqueumescorpio?Oescorpioumartrpodequelicerado,pertencenteaoFiloArthropoda(arthro:articuladas/podos: ps),classeArachnida(porteremoitopernas)eordemScorpiones.Adenominaoescorpioderivadadolatimscorpio/scorpionis.EmcertasregiesdoBrasil,tambmchamadodelacrau. Afaunaescorpinicabrasileirarepresentadaporcincofamlias:Bothriuridae,Chactidae,Liochelidae eButhidae.Estaltimarepresenta60%dototal,incluindoasespciesdeinteresseemsadepblica.
1.1.1MorfologiaeanatomiaOcorpodoescorpiodivididoem: Carapaa (prossoma), onde esto inseridos um par de quelceras (utilizadas para triturar alimento), um par de pedipalpos (pinas ou mos) e quatro pares de pernas; Abdmen(opistossoma), formado por:
tronco (mesossoma) onde, na face ventral, se encontram o oprculo genital e os apndicessensoriaisemformadepentesquepermitemacaptaodeestmulosmecnicosequmicosdo meio,almdeespirculosquesoaberturasexternasdospulmes;
cauda(metassoma)quepossuinaextremidadeumartculochamadotelsonqueterminaemumferrousadoparainocularsuapeonha;otelsoncontmumpardeglndulasprodutorasde venenoquedesembocamemdoisorifciossituadosdecadaladodapontadoferro(figura1).
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espinho sob o ferro Carapaa (prossoma)
tronco (mesossoma)
Cauda (metassoma)
telson
Figura 1. Morfologia do escorpio
1.1.2ReproduoOsescorpiessoanimaisvivparos.Operododegestaovariadomas,emgeral,duratrsmeses paraogneroTityus.Duranteoparto,afmeaelevaocorpoefazumcestocomaspernasdianteiras, apoiando-senasposteriores.Osfilhotesrecm-nascidossobemnodorsodameatravsdocestoe alipermanecemporalgunsdiasquando,ento,realizamaprimeiratrocadepele.Passadosmaisalguns dias,abandonamodorsodameepassamatervidaindependente.Operodoentreonascimentoea dispersodosfilhotesvariabastante.ParaTityus bahiensiseTityus serrulatusdeaproximadamente14 dias.Osescorpiestrocamdepeleperiodicamente,emumprocessodenominadoecdise;apeleantiga aexvia.Passamporumnmerolimitadodemudasatamaturidadesexual,quandoentoparam decrescer. AespcieT. serrulatus(escorpioamarelo)reproduz-seporpartenognese.Assim,sexistemfmeasetodoindivduoadultopodeparirsemanecessidadedeacasalamento.Estefenmenofacilitasuadisperso;porcausadaadaptaoaqualquerambiente,umaveztransportadodeumlocalaoutro(introduopassiva),instala-seeproliferacommuitarapidez. Almdisso,aintroduodeT. serrulatusemumambientepodelevaraodesaparecimento deoutrasespciesdeescorpiesdevidocompetio.
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1.1.3HistrianaturalAorigemdosescorpiesremontaamaisde400milhesdeanos.Anotriacapacidadeevolutivae adaptativapermitiuqueessesanimaisresistissematodososgrandescataclismos.Parasobreviverpor milnios,osescorpiesseadaptaramaosmaisvariadostiposdehabitat,dosdesertossflorestastropicaisedonveldomaraaltitudesdeat4.400metros.Entretanto,amaioriadasespciestempreferncia porclimastropicaisesubtropicais. Atualmente,osescorpiespossuemexignciasespecficastantoemrelaoaohabitatemicro-habitatqueocupam,quantoemrelaoscondiesdomeioambiente.Dessamaneira,amaioriadas espciesapresentapadresecolgicosebiogeogrficosprevisveiselocalizados.Porm,existemexcees,emparticular,nafamliaButhidae,emqueexistemespciesdentrodosgnerosTityus,CentruroideseIsometrus,queapresentamaltacapacidadedeadaptao,acarretandopadresirregulares dedistribuiogeogrfica.Porisso,podemserencontradosemambientesmodificadospelohomem, principalmenteemreasurbanas. Todososescorpiesatuaissoterrestres.Podemserencontradosnosmaisvariadosambientes,em esconderijosjuntoshabitaeshumanas,construesesobosdormentesdaslinhasdostrens.Procuramlocaisescurosparaseesconder.Ohbitonoturnoregistradoparaamaioriadasespcies.So maisativosduranteosmesesmaisquentesdoano(emparticularnoperododaschuvas).Devidos alteraesclimticasdoglobo,emalgumasregies,estesanimaistmseapresentadoativosduranteo anotodo.Socarnvoros,alimentam-seprincipalmentedeinsetosearanhas,tornando-osumgrupo deeficientespredadoresdeumgrandenmerodeoutrospequenosanimais,svezesnocivosaohomem.Entreosseuspredadoresestocamundongos,quatis,macacos,sapos,lagartos,corujas,seriemas, galinhas,algumasaranhas,formigas,lacraiaseosprpriosescorpies.
1.2 Quaisasespciesdeimportnciaemsade eondesoencontradas?
Das1.600espciesconhecidasnomundo,apenascercade25soconsideradasdeinteresseemsade.NoBrasil,ondeexistemcercade160espciesdeescorpies,asresponsveispelosacidentesgraves pertencemaogneroTityus quetemcomocaracterstica,entreoutras,apresenadeumespinhosobo ferro.Asprincipaisespciescapazesdecausaracidentesgravesso:
1.2.1 Tityus serrulatusConhecidocomoescorpioamarelo (figuras2,3e4),aprincipalespciequecausaacidentesgraves,comregistrodebitos,principalmenteemcrianas. Principaiscaractersticas:possuiaspernasecaudaamarelo-clara,eotroncoescuro.Adenominaodaespciedevidapresenadeumaserrilhanos3e4anisdacauda.Medeat7cmde comprimento.Suareproduopartenogentica,naqualcadametemaproximadamentedoispartos com,emmdia,20filhotescada,porano,chegandoa160filhotesduranteavida.
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Distribuiogeogrfica:antesrestritaaMinasGerais,devidosuaboaadaptaoaambientes urbanosesuarpidaegrandeproliferao,hojetemsuadistribuioampliadaparaBahia,Cear,Mato GrossodoSul,MinasGerais,EspritoSanto,RiodeJaneiro,SoPaulo,Paran,Pernambuco,Sergipe, Piau,RioGrandedoNorte,Gois,DistritoFederale,maisrecentemente,algunsregistrosforamrelatadosparaSantaCatarina.
Figura 2. Tityus serrulatus
Figura 3. T. serrulatus fmea com filhotes no dorso
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Figura 4. T. serrulatus filhotes no dorso da fmea
1.2.2 Tityus bahiensisConhecidoporescorpiomarromoupreto(figura5). Principaiscaractersticas:temotroncoescuro,pernasepalposcommanchasescurasecauda marrom-avermelhado.Nopossuiserrilhanacauda,eoadultomedecercade7cm.Omachodiferenciadoporpossuirpedipalposvolumososcomumvoarredondadoentreosdedosutilizadopara conterafmeaduranteadananupcialqueculminacomaliberaodeespermatforonosoloea fecundaodafmea.Cadafmeatemaproximadamentedoispartoscom20filhotesemmdiacada, porano,chegandoa160filhotesduranteavida. Distribuiogeogrfica:aespciequecausamaisacidentesemSoPaulo,sendoencontrado aindaemMinasGerais,Gois,Bahia,EspritoSanto,RiodeJaneiro,MatoGrosso,MatoGrossodoSul, Paran,SantaCatarina,eRioGrandedoSul.
Figura 5. Tityus bahiensis
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1.2.3Tityus stigmurusPrincipaiscaractersticas:oescorpioamarelodoNordeste,assemelha-seaoT. serrulatus noshbitosenacolorao,pormapresentaumafaixaescuralongitudinalnapartedorsaldoseumesossoma, seguidodeumamanchatriangularnoprossoma.Tambmpossuiserrilha,porm,menosacentuada, nos3oe4anisdacauda(figura6). Distribuiogeogrfica:aespciequecausamaisacidentesnoNordeste,presenteemPernambuco,Bahia,Cear,Piau,Paraba,Alagoas,RioGrandedoNorteeSergipe.
Figura 6. Tityus stigmurus
1.2.4Tityus paraensisConhecidoporescorpiopretodaAmaznia(figuras7,8e9). Principaiscaractersticas:quandoadultos,possuemcoloraonegra,podendochegara9cmde comprimento,pormquandojovens,suacoloraobemdiferente,comocorpoeapndicescastanhos etotalmentemanchadosdeescuro,podendoserconfundidocomoutrasespciesdaRegioAmaznica. Macho(figura8)efmea(figura7)sobemdistintos,sendoqueoprimeiroapresentaospedipalpos bastantefinosealongados,assimcomootroncoeacaudaemrelaofmea.Distribuiogeogrfica:espciecomumnaRegioNorte,principalmentenoPareAmap.RecentementeexemplarestmsidoencontradosnoMatoGrosso.
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Figura 7. Tityus paraensis: fmea adulta
Figura 8. Tityus paraensis: macho adulto
Figura 9. Tityus paraensis: fmea com filhotes
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1.3 Outrasespciescomuns,demenorrelevncia parasadepblica 1.3.1Gnero TityusTambmsoregistradosacidentescausadosporoutrasespciesdogneroTityus, porm,suaincidnciaegravidadesomenores.
Tityusmetuenduscomdiscretasmanchasnotrocoepernas;4oe5osegmentosdacaudamaisespessoscomrelaoaos demais;presenadeumespinhosoboferro(figura10).Distribuiogeogrfica:Acre,Amazonas,Par,RondniaeRoraima. Principaiscaractersticas:de7a9cmdecomprimento;coloridovermelho-escuro,quasenegro
Figura 10. Tityus metuendus
TityussilvestrisEspciecomumemtodaRegioAmaznicaecausadoradeacidentessemgravidade,principalmentenoPar. Principaiscaractersticas:de2,5a4,5cmdecomprimento;coloridogeralmarromamarelado commanchasemtodoocorpo,pernasepalpos,comexceodoltimosegmentodacaudaedotelson; presenadeumespinhosoboferro(figura11).Distribuiogeogrfica:Acre,Amap,Amazonas,Gois,MatoGrosso,Par,RondniaeTocantins.
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Figura 11. Tityus silvestris
TityusbrazilaePrincipaiscaractersticas:de5a7cmdecomprimento;coloridogeralamarelovermelhado,com manchasescurasnaspernasepalpos;troncocomtrsfaixasescuraslongitudinaisnodorso;omacho possuiacaudaeospalposmaisfinoselongosqueasfmeas;presenadeumespinhosoboferro (figura12). Distribuiogeogrfica:Bahia,EspritoSantoeSergipe.
Figura 12. Tityus brazilae
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TityusconfluensPrincipaiscaractersticas:de4a6cmdecomprimento;coloridogeralamareloescuro;pernase palpossemmanchasetroncoescuro;muitosemelhanteaoTityus serrulatus,pormsemserrilhana cauda;presenadeumespinhosoboferro(figura13). Distribuiogeogrfica:MatoGrosso,MatoGrossodoSul,ParaneTocantins.
Figura 13. Tityus confluens
Tityuscostatusnaspernasepalpos,asespciesencontradasnaRegioSulapresentamumacoloraomaisescura;presena detrsfaixaslongitudinaisnafacedorsaldotroncoedeumespinhosoboferro(figura14). Paran,RioGrandedoSul,RiodeJaneiro,SantaCatarinaeSoPaulo.Distribuiogeogrfica:Bahia,EspritoSanto,MatoGrosso,MatoGrossodoSul,MinasGerais, Principaiscaractersticas:5a7cmdecomprimento;coloridogeralcastanhoamareladocommanchas
Figura 14. Tityus costatus
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Tityusfasciolatus Principaiscaractersticas:4,5a7cmdecomprimento;coloridogeralmarrom-amareladocom trsfaixaslongitudinaisnafacedorsaldotronco;manchasnaspernasepalpos;presenadeumespinhosoboferro(figura15). Distribuiogeogrfica:DistritoFederal,Gois,MatoGrossoeMinasGerais.
Figura 15. Tityus fasciolatus
TityusneglectusPrincipaiscaractersticas:5,5a7,5cmdecomprimento;coloridogeralmarrom-amarelado,por vezesavermelhado;presenadeumtringuloescuronaregioanteriordoprossoma;ausnciademanchasnaspernasepalpos;presenadeumespinhosoboferro(figura16). Distribuiogeogrfica:RioGrandedoNorte,Pernambuco,Sergipe,BahiaeAlagoas.
Figura 16. Tityus neglectus
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TityusmattogrossensisPrincipaiscaractersticas:3a3,5cmdecomprimento;coloridogeralcastanhoamareladototalmentemanchadonocorpo,pernasepalpos;quartoequintosegmentoscaudaisescurecidosemsua poroposterior;presenadeumespinhosoboferro(figura17). Distribuiogeogrfica:Bahia,DistritoFederal,Gois,MatoGrosso,MatoGrossodoSul,Minas Gerais,SoPauloeTocantins.
Figura 17. Tityus mattogrossensis
1.3.2GneroAnanterisEscorpiocomumemtodasasregiesdopas,comrepresentantesdevriasespcies,sendoasprincipaisA. balzanii,A. franckei,A. mauryi eA. luciae(figura18).Principaiscaractersticas:de2a4cmdecomprimento;coloridogeralmarromclaro,porvezes avermelhado,comvriasmanchasportodocorpo,pernasepalpos;presenadeumespinhosob oferro. Distribuiogeogrfica:DistritoFederal,Gois,MatoGrosso,MatoGrossodoSul,MinasGerais,Par,Paran,SoPaulo,Tocantins,Bahia,Paraba,Sergipe,Pernambuco,RioGrandedoNorte, AmazonaseMaranho.
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Figura 18. Ananteris balzanii
1.3.3GneroRhopalurusRhopalurusagamemnonPrincipaiscaractersticas:de10a11cmdecomprimento;coloridogeralmarrom-escuro,comas pernasamareladasepalposamarelo-escuro;ausnciadeespinhosoboferro(figura19).
ranho,MinasGeraiseSergipe.
Distribuiogeogrfica:Gois,Piau,Bahia,Cear,MatoGrosso,Pernambuco,Tocantins,Ma-
Figura 19. Rhopalurus agamemnon
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RhopalurusrochaiPrincipaiscaractersticas:de6a8cmdecomprimento;coloridogeralamarelo-palha,semmanchas;presenadeespinhosoboferro(figura20). Distribuiogeogrfica:Cear,Bahia,Pernambuco,Piau,RioGrandedoNorte,Alagoas,ParabaeSergipe.
Figura 20. Rhopalurus rochai
1.3.4GneroBothriurusBothriurusaraguayaediscretasmanchasescuras;pernasamareladas,tambmcommanchas;presenadegrnulosformando umarco,nemsemprefechado,nafaceventralposteriordo5osegmentocaudal;ausnciadeespinho soboferro.Distribuiogeogrfica:DistritoFederal,Gois,MatoGrossodoSul,MinasGerais,Par,Riode Janeiro,SoPauloeSantaCatarina. Principaiscaractersticas:de2,7a3,6cmdecomprimento;coloridogeralmarrom-clarocom
BothriurusasperPrincipaiscaractersticas:2a4cmdecomprimento;coloraomarromcomumafaixalongitudinalamarelanaregiodorsaldotronco;ausnciadeespinhosoboferro(figura21). Distribuiogeogrfica:Alagoas,Bahia,Cear,Maranho,Paraba,Pernambuco,RioGrandedo NorteeSergipe.
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Figura 21. Bothriurus sp.
1.3.5GneroThestylusThestylusaurantiurus Principaiscaractersticas:de3,5a4,5cmdecomprimento;coloridogeralnegro;ausnciade grnulosformandooarconafaceventilardo5osegmentocaudal;ausnciadeespinhosoboferro (figura22). Distribuiogeogrfica:RiodeJaneiro,EspritoSanto,MinasGerais,SantaCatarinaeSoPaulo.
Figura 22. Thestylus aurantiurus
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1.3.6GneroBroteasBroteasamazonicusPrincipaiscaractersticas:de6a7cmdecomprimento;coloridogeralmarromescurocomtelson vemelhoamarelado;ausnciadeespinhosoboferro(figura23). Distribuiogeogrfica:Amazonas,RoraimaeRondnia.
Figura 23. Broteas sp.
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captulo2 Controle de escorpies
2.1Porquefazerocontroledeescorpies?necessriocontrolaraspopulaesdeescorpiespeloriscoquerepresentamparaasade humana,jqueaerradicaodessasespciesnopossvelenemvivel.Noentanto,ocontrolepodediminuironmerodeacidentese,conseqentemente,amorbi-mortalidade. Algumasespciesdeescorpiessoextremamenteadaptadasaambientesalteradospelohomem. Essesanimaisdesempenhampapelimportantenoequilbrioecolgicocomopredadoresdeoutros seresvivos,devendoserpreservadosnanatureza.Jnasreasurbanas,medidasdevemseradotadas paraquesejaevitadaasuaproliferao,pormeiodeaesdecontrole,captura(buscaativa)emanejoambiental. Destamaneira,identificareconheceradistribuiodeescorpiesprevalentespermitirplanejar edimensionarasestratgiasmaisadequadasdecontroleparaumadeterminadarea.Dessaforma, possvelrealizaroserviodeconscientizaodapopulaoeprevenodosacidentesporescorpio.
2.2Aquemcompetefazerocontrole?Deacordocomoinciso10doart.3daPortariaMS/GMn1.172,de15dejunhode2004, referenteorganizao do Sistemanicode Sade (SUS) esatribuiesrelacionadas vigilnciaemsade,compete ao municpio o registro, a captura, a apreenso e a eliminao de animais que representem risco sade do homem, cabendo ao estado a superviso, acompanhamento e orientao dessas aes. Portanto, os estados e municpios devem promover a organizao de um programa de controle dosanimaispeonhentosdeimportnciaemsade,definindoasatribuieseresponsabilidadesdos setoresquecompreendemavigilnciaemsade,juntamentecomoserviodecontroledezoonoses, ncleosdeentomologiaeoutroscentrosderefernciaemanimaispeonhentos. Asensibilizaodeautoridadesegestoresdesadeparaaimplementaodeparceriasentrergos ligadoslimpezaurbana,aosaneamento,sobraspblicaseeducao,imprescindvelparaaim-
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plementaodasmedidasdecontrole.Aliadoaisso,aescontinuadasdeeducaoambientaleem sadegarantemaperenidadedasmudanasgeradasapartirdasmedidasdecontrole,demaneiraque estassejamincorporadasnodia-a-diadapopulao.
2.3 Comoorganizarasatividadesdecontroledeescorpies?Aaltacapacidadedeinfestaoeproliferaodasespciesdeinteresseemsadepblicadevelevar aodesencadeamentodemedidasdecontroleapartirdaocorrnciaaindaquedeumnicoexemplar em reas povoadas, principalmente se este for um escorpio invasor de reas urbanas como, por exemplo,oT. serrulatus. Fazeradistribuioespacialdasocorrnciasdosescorpiesnomunicpioimportanteparaplanejarasintervenes,racionalizandocustos,recursoshumanosetempo,garantindomaioreficcianas aesdecontrole.Almdisso,auxilianadelimitaodereasinfestadasaseremtrabalhadas,onmero deimveiseonmerodehabitantesexpostosaoriscodeacidente(figura24).
Figura 24. Mapeamento de reas de risco no municpio de Bandeirantes/Paran em aes de controle de escorpies realizadas entre agosto e dezembro de 2006.
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Asaesdecontroledeescorpiesconsistemem: Interveno nas reas de risco
Asreasderiscoserodefinidaspormeiode: 1.Notificaodeacidente; 2.Demandaespontneadapopulao. Identificao de reas prioritrias
feitapormeiodelevantamento,monitoramentoeavaliao,comomapeamentodereasdemaior concentraodeocorrnciaouacidentesporescorpio,pesquisandoinformaesprovenientesde: Dados do Sinan: mapa de todos os acidentes causados por escorpies, que foram notificados (via Sinan), ano a ano; Registro de Ocorrncia de Escorpies em Residncias ou Imveis Limtrofes; Registros anteriores dos animais coletados e identificados: mapa de todos os imveis com registro de escorpio coletado, identificados em gnero e/ou espcie, ano a ano; levantamento simultneo de todos os endereos e localidades com a quantidade de animais capturados por imvel. Osregistrosgeradosportodasasfontesdeinformaodomunicpio(Sinaneregistrosdeocorrnciadeescorpies)devemsermarcadosnomesmomapa,deprefernciadepadresdiferentesparatipo deregistroeano. Combasenaavaliaodasituaodaocorrnciadeescorpies,agernciadoServioMunicipalde Sadedecontroledeacidentesporanimaispeonhentosplanejarasintervenes,aseremrealizadas comopropostoadiante. Essa situao tambm dever ser apresentada aos segmentos da administrao pblica (prefeito, secretriosmunicipais,etc.),principalmenteaquelesdiretamenterelacionadossaesaseremefetuadas,taiscomosecretariadeobras,urbanismo,educao,agricultura,etc.
2.4 Quandodesencadearumaaodecontroledeescorpies?Aintervenoparaocontroledeescorpiesconsistenabuscaativaemtodoequalquerimvel (reainternaeexterna)visandoacapturadeexemplares,conhecimentoemanejodosambientespropciosocorrnciaeproliferaodessesanimaiseconscientizaodapopulao. Essabuscaativadeveserdesencadeadaapartirdasseguintessituaes: 1. Notificaodeacidente:devedesencadearvisitadomiciliarparabuscaativaem100% doscasosocorridosemzonaurbana; 2. Demandaespontneadapopulaolevandoemcontaasreasprioritrias;
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3. Identificaodereasprioritrias1:abuscaativanessecasodeveracontecer,nomnimoa cadaseismeses. Emambasassituaes,devemservisitadosalmdosimveisdeocorrncia,oslimtrofes(direita, esquerdaefundos)eemfrente. Nocasodeocorrnciaemzonarural,deve-seestabelecerumraiode100mparabuscaativa.
2.5Comoprocedernabuscaativa?Havendoocorrnciadeescorpies,causadordeacidenteouno,ounomonitoramentodereas prioritrias,deveserrealizadaabuscaativa. Devidoaotipodeservioqueabuscaativaenvolvemanipulaodeentulho,materialdeconstruo,etc,estanodeveserrealizadaporapenasumprofissional,sendonecessrionomnimodois. Para realizar as atividades de busca ativa, os profissionais devem fazer uso dos equipamentos de segurana(EPI),conformeitem3.2(figura25).
a
Figura 25. Tcnicos de sade em campo, coletando escorpies, e utilizando luvas com raspa de couro e pina longa.
b
c
Oregistrodetodasasatividadesrealizadasdeveserfeitoeminstrumentosprpriosparacadafinalidade(anexosdeIIaIV). Otcnicodesadedevesolicitaroacompanhamentodoresponsvelpeloimvelduranteabusca ativaparaqueelesejaconscientizadodoproblemaedasmedidasdepreveno. Oslocaisescuros,midosecompoucomovimento,tantonareaexternacomointernadoimvel, devemserexaminadoscomespecialateno.
1
reasprioritriassoaquelasondehumfavorecimentoambientalparaaproliferaodeescorpies,ondejtenha sidoencontradopelomenosumexemplar.Exemplos:cemitrios,margensdegaleriaspluviais,canais,linhasfrreas, terrenosbaldios,olarias,construescivis,armazns,silos,reascomesgotoacu-aberto,etc.
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Abuscaativadeverserrealizadanasreasinternaeexternadosimveis,principalmentenosseguinteslocais:rea interna (figuras 26 e 27)1. assoalhos e rodaps soltos 2. ralos de cozinha, banheiros e rea de servio 3. Frestas e vos de paredes 4. Batentes de portas e de janelas 5. Caixas e pontos de energia 6. sistema de refrigerao de ar 7. Vigas e telhados em pores, stos e forros no teto 8. Mveis, cortinas, estantes, quadros, lareiras 9. roupas e sapatos 10. objetos empilhados ou jogados 11. armrios sob pias ou gavetas 12. Panos de cho e toalhas penduradas
Figura 26. Locais de ocorrncia provvel de escorpies, a serem observados durante a busca ativa em reas internas.
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a
Figura 27. reas internas de imveis propcias para a ocorrncia de escorpies.
b
c
rea externa (figura 28)Locais com material de construo (pilhas de telhas e tijolos, blocos de cimento, entulho, pedras, amontoados de madeira, placas de concreto) Lixo domiciliar troncos, galhos e folhas secas cadas objetos descartados, garrafas empilhadas Frestas e vos de muros, tanques, fornos de barro e barrancos, galpes, depsitos, viveiros de mudas e plantas Caixas de gordura, canalizaes de gua, caixas de esgoto, de energia
Verificaratentamenteondehmatojuntoaosmurosenascamadasdemateriaisempilhadosque ficamemcontatocomosolo.
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Figura 28. reas externas de imveis propcios ocorrncia e proliferao de escorpies com empilhamento de madeira, tijolos, telhas; terreno baldio e frestas em paredes e janelas.
reaspblicasprximasaoimvel,comomargensderios,crregoseriachos,galeriasdeguaspluviais,canais,egaleriasdeesgotoebocasdeloboprximasaosimveistambmsofocosdeocorrncia deescorpies.Contudo,necessriaaautorizaoprviadosrgoscompetenteseequipamentosde proteoadequadosparaarealizaodeatividadesdecontrolenessasreas. Emcasodeprdios,necessrioverificartodasasreascomuns,principalmente:fossodoelevador, caixasdepassagemedegordura,caixasepontosdeenergia,lixeirase/oufossodelixo.Deve-secomu-
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nicarocondomniodosprdiosparaconscientizaodosmoradores.Oresponsvelpeloimveldeve serorientadoaentraremcontatocomoserviodecontrolecasoencontrenovosescorpiesnolocal.
2.6Oquefazerparacontrolaraocorrnciadeescorpies?As medidas de controle e manejo populacional de escorpies baseiam-se na retirada/coleta dos escorpiesemodificaodascondiesdoambienteafimdetorn-lodesfavorvelocorrncia,permannciaeproliferaodestesanimais.
Nareaexternadodomiclio Manterlimposquintaisejardins,noacumularfolhassecaselixodomiciliar; Acondicionarlixodomiciliaremsacosplsticosououtrosrecipientesapropriadosefechados, Limparterrenosbaldiossituadosacercadedoismetros(aceiro)dasredondezasdosimveis; Eliminarfontesdealimentoparaosescorpies:baratas,aranhas,griloseoutrospequenoseentreg-losparaoserviodecoleta.Nojogarlixoemterrenosbaldios;
animaisinvertebrados; Evitaraformaodeambientesfavorveisaoabrigodeescorpies,comoobrasdeconstruo civileterraplenagensquepossamdeixarentulho,superfciessemrevestimento,umidadeetc; Removerperiodicamentemateriaisdeconstruoelenhaarmazenados,evitandooacmulo exagerado; Preservarosinimigosnaturaisdosescorpies,especialmenteavesdehbitosnoturnos(corujas, joo-bobo,etc.),pequenosmacacos,quati,lagartos,saposegansos(galinhasnosoeficazes agentescontroladoresdeescorpies); Evitarqueimadasemterrenosbaldios,poisdesalojamosescorpies; Removerfolhagens,arbustosetrepadeirasjuntosparedesexternasemuros; Manterfossasspticasbemvedadas,paraevitarapassagemdebarataseescorpies; Rebocarparedesexternasemurosparaquenoapresentemvosoufrestas.
Nareainterna Rebocar paredes para que no apresentem vos ou frestas; Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha; Reparar rodaps soltos e colocar telas nas janelas; Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques; Telar aberturas de ventilao de pores e manter assoalhos calafetados; Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.Observao:emreasrurais,apreparaodosoloparaplantiopodepromoverodesalojamento de escorpies de seu habitat natural (barranco, cupinzeiros, troncos de rvores abandonadas por longosperodos).
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VerificaoemcemitriosPoroferecerabrigoealimentoemabundncia,oscemitriosconstituemexcelenteslocaisparaa proliferaoepermannciadosescorpies(figura29).Asaesdecontrolenessesambientessonecessriasevisamevitarainfestaodosimveisdasreasdeseuentorno.
Figura 29. Tmulos mal conservados, propcios para proliferao de escorpies.
Atividades de controle em cemitrios
Realizar levantamento dos tmulos mal-conservados e comunicar a gerncia do cemitrio para Inspecionar objetos e outros materiais que sirvam de abrigo para escorpies como: material de Examinar galpes e depsitos; Solicitar a remoo de restos de material de construo fora de uso e outros que sirvam de abrigode escorpies; Examinar frestas, vos dos muros, canaletas de escoamento de gua de chuva. construo, lixo, folhas secas, troncos e galhos cados, objetos descartados, garrafas, vasos, etc.; providenciar a vedao adequada dos mesmos;
Nosedeve,emhiptesealguma,violartmulospararealizarcapturadeescorpies,pois constituicrimeprevistonoCdigoPenalBrasileiro(TtuloV,captuloII,Artigo210). Aconfecodecroquicontendodivisodasquadras,nmerodejazigosporquadra,setorizaoda reaporagente,permitirdimensionaronmeroderecursoshumanosnecessriospararealizaodas atividadesemelhororganizaodotrabalho. Casonosejapossvelrealizarabuscaativaeacapturasemanal,recomenda-secapacitareequipar osfuncionriosdocemitrio,afimdequeessasatividadessejamrealizadasrotineiramente.
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2.7Comomonitorareavaliarasaesdecontrole?Paramonitorareavaliaraeficinciadasaesdecontrolenecessrioconstruirindicadoresque permitamestabeleceronveldeinfestaodomiciliareaintensidadedessainfestao.Essesindicadores devem ser construdos a partir do levantamento de dados obtidos nas visitas domiciliaresde buscaativadeescorpiesouinquritossobreaocorrnciadeescorpies,comaparticipaodeoutros profissionais,comoagentescomunitriosdesadee/ouagentesdeendemias.
2.7.1Infestaodomiciliardefinidacomoapresenadeescorpiodeinteresseemsade,ouvestgiosdesuapresenacomo suaexvia,detectadadurantearealizaodavisita.Podeserreferidaaqualquerlocalemrelaoao totaldeunidadesinvestigadasporvigilncia. Oparmetroaserutilizadoaunidadedomiciliar(UD),constitudapelahabitaohumana,seus anexoseespaoprximohabitao. n de UD positivas x 100 n de UD pesquisadas ou sob vigilncia
ndice de Infestao Domiciliar =
ApositividadenaUDdadapelapresenadeexemplaresvivosoumortosdeescorpies,ouvestgiosdesuapresena(exvia).tambmconsideradaUDpositivaaquelaemqueomoradorestiverde possedoescorpio. Ograudeinfestaodomiciliarrepresentaaproporodeunidadesdomiliciaresnasquaisforam encontradosescorpiesemrelaosunidadesdomiciliaresvisitadas. Deacordocomaproporodeunidadesdomiciliarespositivas,soestabelecidososnveisdeinfestaodomiciliar,devendoomonitoramentoserfeitocomoobjetivodereduzirem,pelomenos,um nvelondiceobtido.Tabela 1. Classificao dos nveis de infestao/dispersoNveis (%) > 50 26 50 1 25 zero Classificao altssima alta Mdia Baixa
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2.7.2IntensidadedeinfestaoAvaliaaquantidadedeescorpiesencontradaemumconjuntodeunidadesdomiciliarespositivas.
ndice de Intensidade de Infestao = n de escorpies encontrados n de UDs positivas Socontabilizadososescorpies,ousuasexvias,coletadospelotcnicodesadeduranteabusca ativa,ounocasodoescorpioestardepossedomorador. Exemplo 1 (figura 30) NomunicpiodeSoMiguelumachamadatelefnicaemumbairrodaperiferiadeslocouaequipe paravisita.Acasadomoradorsolicitante(H)tem,comolimtrofes,casasresidenciaisdeambososlados,pormofundofazlimitecomumterrenoaberto;nafrente(dooutroladodarua)humaescola.
Figura 30. Planejamento de visita e busca ativa a partir de solicitao para controle de escorpies.
Etapa1.Visitaaodomicilioelimtrofes Aotodo,foramvisitadas,almdaunidadedomiciliardosolicitante[1],asquefazemlimitedireita [2]eesquerda[3],eaqueladefrentedooutroladodarua[4],almdoterrenoqueficaaosfundos
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dacasasolicitante[5].Areademarcadaembrancoindicaoespaoterritorialinspecionadonabusca ativadeescorpies,tantonointracomoperidomiclio. Omoradorsolicitantehaviacoletadoumescorpioprximoaoralodareadeservio,quefoientreguemortoaotcnicodesade,acondicionadoemrecipienteplsticocomumpoucodelcool.A investigaoresultounoencontrodemaisumexemplarnacasadoprpriosolicitante. Etapa2.Clculodosindicadoresna1visita Infestao Domiciliar = 1 casa com escorpies x 100 = 20% 5 casas visitadas 2 escorpies encontrados =2 1 casa em que foi encontrado
Intensidade de Infestao =
Etapa3.Avaliaoeencaminhamentos Considerouassimumareademdiainfestaoeasorientaesparaseevitarapresenadeescorpiesforamrepassadasparaomorador. Etapa4.Revisita Quatromesesaps,aequipedasecretariamunicipaldesadefoinovamentechamada,destavez pelomoradordacasavizinhaesquerda[3],devidoaoencontrodemaisseisescorpieseminterior daresidncia.Voltandoaolocalapsasegundasolicitao,constatou-seque,almdosseisescorpies capturados,outrosquatrohaviamsidocoletadosnoterrenolocalizadonosfundosdacasa,cujalimpezanoincluiuaremoodeentulho. Etapa5.Clculodeindicadoresna2visita Infestao Domiciliar = 2 casas com escorpies x 100 = 40% 5 casas visitadas 10 escorpies encontrados =5 2 casas em que escorpies foram encontrados
Intensidade de Infestao =
Etapa6.Reavaliao Aocontrriodoqueseesperava,onveldeinfestaodomiciliaraumentou,bemcomoasuaintensidade.Areavisitada,queanteshaviasidoconsideradacomodemdiainfestao,passouaserdealta infestao,de25para40%,aumentandoemtrspontosasuaintensidade,de2para5.
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Etapa7.Encaminhamentos Apsnovaorientaoaosmoradoresdascasas,buscou-seidentificaroproprietriodoterrenosendoumanotificaoenviadapelasecretariadeinfra-estruturadomunicpioparaomesmoprocedesse limpezadoterreno. Exemplo 2 (figura 31) EmumaglomeradodacidadedeNovaLimeira,doisacidentesporescorpioforamregistradosno Sinanemumms.Avisitaaolocaldosacidentesocorreutrssemanasapsainclusodosdadosnosistema.Asinformaessorepassadassemanalmentepelaequipedevigilnciaresponsvelpeloagravo.
Figura 31. Planejamento de busca ativa a partir de acidentes por escorpies.
Etapa1.Visitaaodomiclioelimtrofes NocasoA( reademarcadaemvermelho):foramencontradosdoisescorpiesnaparedeexterna,emfrestasdemadeira,dacasaondeoacidentehaviaocorrido(1).Ainspeonarearesultouna coletadeoutroscincoescorpies,doisnacasaemfrente(7)etrsnacasalimtrofedireita(2). NocasoB( reademarcadaemverde):dezescorpiesforamcoletadosdeumburaconaparede de alvenaria, onde baratas tambm se encontravam alojadas. Todos foram retirados do terreno em frente(7)dacasaondeoacidenteocorreu.
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Etapa2.Clculodeindicadores reaA: Infestao Domiciliar rea 1 = 3 casas com escorpies encontrados x 100 = 43% 7 casas visitadas 7 escorpies encontrados = 2,3 3 casas onde escorpies foram encontrados
Intensidade de Infestao rea 1 =
reaB: Infestao Domiciliar rea B = 2* x 100 = 28,5% 7 10 = 5,3 2*
Intensidade de Infestao rea B =
*Duas unidades domiciliares (uma referente ao local do acidente e outra ao do encontro de escorpies). Para fins de clculo dos indicadores, considerar o terreno como uma unidade domiciliar.
Etapa3.Avaliaoeencaminhamento AreaAapresentaumamaiorexpansonaocorrnciadeescorpies,traduzidapelondicedeinfestaomaiselevado.Poroutrolado,aconcentraonareaBpropiciaummaiorriscodeacidentes. Ambasdevemsertrabalhadasnosentidodereduzirosindicadores.
2.8 Controlequmicofunciona?No,ohbitodosescorpiesdeseabrigarememfrestasdeparedes,embaixodecaixas,papeles,pilhasdetijolos,telhas,madeiras,emfendaserachadurasdosolo,juntamentecomsua capacidadedepermanecermesessemsemovimentar,tornaotratamentoqumicoineficaz.
Oquetambmtornaosescorpiesresistentesaosvenenosofatodepossuremohbitodepermaneceremlongosperodosemabrigosnaturaisouartificiaisqueimpedemqueoinseticidaentreem contatocomoescorpio.Almdisso,possuemcapacidadedepermanecercomseusestigmaspulmonaresfechadosporumlongoperodo.Aaplicaodeprodutosqumicosdehigienizaodomstica compostosporformaldedos,cresiseparacloro-benzenosedeprodutosutilizadoscomoinseticidas, raticidas,mata-baratasourepelentesdogrupodospiretrideseorganofosforadosnosoindicados
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porcausaremodesalojamentodosescorpiesparalocaisnoexpostosaodessesprodutos,aumentandooriscodeacidentes.Almdisso,cria-seafalsasensaodeproteoporpartedosmoradores queacreditamqueoproblemafoiresolvido,passandoanegligenciarotratocomoambiente. Atopresentemomentonofoidefinidacientificamenteaeficciadosprodutosqumicosnocontroleescorpinicoemambientenatural.Invariavelmente,porocasiodolanamentodenovosprodutosnomercado,aindicaodeseuusonovemrespaldadaporexperimentosconfiveis.Ilustrando oexpostopodemoscitaraausnciaquaseabsoluta,deregistrosdertulodosprodutosnomercado nacionaleinternacionalparatalfinalidade. Nocasodanecessidadedecontrolarbaratasemlocaiscompresenadeescorpies,recomenda-se ousodeformulaestipogeloup.Estaatividadedeveserexecutadasomenteporprofissionaisde empresasespecializadas. Emreasavaliadascomoprioritrias,importantelembrarqueaaplicaodeinseticidasparacontroledeoutrosagravos(dengue,malria,leishmaniose,chagas,etc.)poderaumentaraprobabilidade deacidenteporescorpiodevidoaoefeitoirritantedessesprodutosqueprovocadesalojamento,eliminaodefontedealimentoepredadores.Porisso,necessrioqueapopulaodesseslocaisseja devidamenteconscientizadaquantosmedidasdeprevenodeacidentes,previamenteaplicao destesprodutos.
importante:Oagentedesadenodeverealizarnemrecomendaraoproprietriodoimvela aplicaodeprodutosqumicos.
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CAPTULO3 CAPTURA DE ESCORPIES
3.1LegislaovigenteAcoletaecriaodeanimaissilvestressoregulamentadaspeloEstado,devendoserautorizadas peloInstitutoBrasileirodoMeioAmbienteedosRecursosNaturaisRenovveis(Ibama):Art.1Osanimaisdequaisquerespcies,emqualquerfasedoseudesenvolvimentoe quevivemnaturalmenteforadocativeiro,constituindoafaunasilvestre,bemcomoseus ninhos,abrigosecriadourosnaturaissopropriedadedoEstado,sendoproibidaasua utilizao,perseguio,destruio,caaouapanha. (BRASIL,1967)
Omanejodeescorpiesexigeumasriedecuidados,noscomoambienteemquevivem,mas tambmnomanuseio,quedeveserfeitoporprofissionalcomexperincia.Nocasodemanutenoem cativeirocomfinscientficos,todasasnormasdispostasnaPortariaIbaman016,de4demarode 1994,devemserseguidas,deformaapreservarasadedosanimaisedohomem. Assimcomoacriaoemcativeiro,acaptura,acoletaeotransportedematerialzoolgicotambm soregulamentados,sendodecompetnciadoIbama,conformePortarian332/90eInstruoNormativa109/97.Porissosomenteseustcnicosouprofissionaisautorizadoselicenciadossohabilitadosacoletarosescorpies. Osanimaiscapturadosdevemserenviadosparainstituiesdepesquisacomouniversidades,zoolgicosouinstitutosqueproduzemsoro,poisrepresentamimportantematerialcientficoeparaproduodosantivenenos:Observada a legislao e as demais regulamentaes vigentes, so espcies passveis de controle por rgos de governo da Sade, da Agricultura e do Meio Ambiente, semanecessidadedeautorizaoporpartedoIbama(...):(...)artrpodespeonhentos einvertebrados(...). (BRASIL,2006)
Ouseja,havendoprogramasespecficosdosreferidosrgosparacontroledeescorpiesecomprovaodaimportnciadacoletaedaparticipaodocoletornoprograma,autorizadaacoleta. Nessecaso,estoincludososCentrosdeControledeZoonoses,rgosmunicipaisresponsveispelo controledeagravosedoenastransmitidasporanimais(zoonoses).
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Animaissilvestres,entreosquaisseincluemosescorpies,tmsidoalvodebiopiratariaetrfico constante.Umavezcapturados,tmsidomantidosilegalmenteemcativeirocomfinscomerciais,seja paraobtenodoveneno,sejaparavendaemanutenocomoanimaisdeestimao.Nocasodedetecodevendadestesanimaissemadevidaautorizao,oIbamadevesernotificadopormeiodaLinha Verde:0800618080.
3.2Comocapturarescorpiescomsegurana?Quandodevidamentehabilitado,oprofissionalpodecoletaroescorpiocomoauxliodealguns equipamentos.Ousodeequipamentosdeproteoindividual(EPI)obrigatrioduranteasatividades devistoriaecapturadeescorpies. Osmateriaisparaarealizaodasatividadesdecampoincluem: Bota ou sapato fechados; Cala comprida (colocar a boca da cala para dentro da meia); Camisa de manga curta ou longa com pulso justo; Luvas de vaqueta (luva de eletricista) ou raspa de couro; Pina anatmica de ao inoxidvel com aproximadamente 20 cm (a pina de bambu pode ser uma alternativa); Bon ou chapu (cabelos longos devem ser mantidos presos); Crach com identificao do agente; Recipiente transparente, preferencialmente de plstico (ex.: coletor universal), com boca larga e tampa rosqueada; Para manter os escorpies vivos, pote com tampa perfurada e algodo umedecido com gua; lcool etlico (70%) para fixao e conservao dos animais; Prancheta, caneta e lpis; Boletins de campo (sugestes em anexo); Etiqueta adesiva ou fita crepe para identificao dos recipientes; Lanterna com pilhas; Material educativo contendo as medidas de preveno de acidentes e manejo ambiental; Bolsa de lona ou similar para transporte dos materiais. Em locais propcios presena de roedores silvestres associados ao hantavrus, utilizar mscara descartvelP3contrainalaodepoeira. Osescorpiesdevemserapreendidos,compinaadequada,pelometassoma(cauda)ecolocadoem umrecipientequedeversermantidoemlocalprotegidodosoledachuva.importanteprovidenciar seutransporteparaumdoslocaisderecepo.Devemsermantidosemlocaisondeascrianasou pessoascuriosasnotenhamacesso.
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3.3Quedestinodaraosescorpiescapturados?Duranteasatividadesdecontroleemanejopopulacionaldeescorpies,osexemplarescoletadosnos imveisvistoriadospodemterdiferentesdestinos.
AnimaismortosOdestinodosescorpiesmortospodeser: 1. Coleo didtica: exemplares representativos da regio, identificados pelo local e data de coleta ou captura e acondicionados em vidros com lcool, constituem ferramenta til para orientar a populao quanto ao reconhecimento dos animais; 2.Identificao de espcies: exemplares de ocorrncia no registrada para a regio, ou que suscitem dvidas em sua identificao devem ser enviados a um servio de referncia para confirmao; 3.Descarte: exemplares no utilizados nas situaes acima, que apresentem mau estado de conservao devem ser desprezados seguindo regras para descarte de material biolgico. Osanimaiscapturadosdevemseracondicionadosemfrascoscomlcoolcomidentificaopreenchidaalpis,dentrodofrasco,conformeetiquetaabaixo:
N Ficha ____________________ Data de coleta ______/______/________ Nome do coletor _________________________________________________________________________ Local de coleta (endereo) _________________________________________________________________ Bairro _____________________________ Municpio _________________________________ UF _______
Ondaficharefere-seaomesmonmerodafichadebuscaativadeescorpies;adataadatada coleta;onomeodocoletor;olocalrefere-seaologradouroondeocorreuacoletadoescorpio,bem comoomunicpioeaUF.
AnimaisvivosOdestinodosescorpiesvivospodeser: 1. Identificao de espcies: exemplares de ocorrncia no registrada para a regio, ou que suscitem dvidas em sua identificao devem ser enviados a um servio de referncia para confirmao; 2. Produo de soros: desde que em segurana, os animais podem ser encaminhados para os laboratrios produtores de soro antiescorpinico e antiaracndico. Recomenda-sequeaidentificaodeumaespcienoautctonesejainformadaimediatamenteaos diferentesnveishierrquicos,paraomonitoramentodareaeeventuaismedidasdecontroleadicionais.
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3.4Comotransportarescorpiescomsegurana?Osanimaiscoletadospelapopulaooucapturadosduranteavisitadevemseracondicionadosem potesindividuaisparacadaimvel,eidentificadoscomnumeraorelativaaorespectivoBoletimde BuscaAtiva. Otransportedeanimaisvivosumaoperaoqueexigecuidadopeloriscodeacidente.Asembalagens devero estar firmes e rotuladas com avisos bem visveis, alertando sobre a natureza do materialtransportado. Folhassecasoubolasdepapelnodevemserusadascomosubstratoporaumentarorisco deacidenteduranteomanuseio. Osanimaisnodevemnuncaseracomodadosemrecipientesdepapel/papelopois,seeste materialmolhar,podeserasgare/oudesmanchareosescorpiesescaparem.
Osescorpiespodemseracomodadosemcaixasdeplstico,comsuperfcielisaparanosubirem ecomtampafurada.Asdimensespodemvariarconformeaquantidadedeanimais.Para30animais, sorecomendadascaixasde22x12x14cm;paramaisdecemanimaisascaixaspodemserde40x25 x35cm(figura32). Dentrodelasdevesercolocadoalgodo,papel,oupedaodepano/gaze,umedecidocomgua,fixadocomfitaadesivaaofundodacaixaparaevitarochoqueentreosanimaisduranteotransporte.
Figura 32. Caixas de plstico com furos na tampa para transporte de escorpies vivos.
Paraaumentaracapacidadedorecipiente,eevitarochoqueentreosanimaisoumesmocontraas paredesdoreservatrioduranteotransporte,recomenda-secolocarbandejasdeovossobrepostas,o queevitainclusiveocanibalismo.Pedaosdepapelooutubosdepapelhiginicoepapeltoalhatambmpodemserutilizados.Estetipodesubstratofacilitaavisualizaodosescorpiesereduzorisco deacidentesaomanuse-los.
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Paraumarmazenamentoetransportemaisadequado,podemserconfeccionadascaixasdevidro (40/25/30cm)quedevemseracomodadasemumacaixadeisoporparaisolamentotrmico,paraser utilizadaemcasosdeviagenslongasemuitoquentes.Internamente,oprocedimentoigualscaixas deplstico.Nestascaixas,podemseracomodadosatcercade400animaisvivos(figura33).
Figura 33. Seqncia de organizao de caixa de vidro e isopor para transporte de escorpies vivos.
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CAPTULO4 SISTEMA DE INFORMAO
4.1Comocoletarainformao?Para cada etapa da atividade so necessrios instrumentos para coleta e consolidao dos dados quecontenhamelementosespecficosparacadaatividadeenvelhierrquico,seguindoosmodelos propostosabaixo:
RegistrodeOcorrnciadeEscorpies(AnexoB)Destinadoaosserviosmunicipaisencarregadosdaexecuodasvisitasdomiciliares.Esteregistro visaconstituirumarelaocontendoasdemandasgeradas,sejaporacidenteoureclamao,durante umdeterminadoperodo.Destemodo,oplanejamentodasaespoderserfeitodeacordocomas prioridadesestabelecidaspeloservio,taiscomoaconcentraodesolicitaesemumcurtoperodo detemponumamesmalocalidadeoubairro. A identificao dos locais, por meio de mapeamento, facilita a definio das reas prioritrias a seremvisitadas.
FichadeBuscaAtivadeEscorpies(AnexoC)Apartirdospontosprioritrios,determinadosnoregistrodeocorrncia,oserviodesadeencarregadoderealizarocontroledeescorpiesnombitomunicipalvaiacampoparaavisita.Encontrando omoradordodomiclioouoresponsvelpeloimvelquesolicitouaao,aplicadoumquestionrio paraseconhecerascondiesdehabitaoeusodoimvel. Averificaodasreasinternaseexternasrealizadaaseguir;internamente,devemserinspecionadostodososcmodos,comnfasenoslocaisdeterminadosemumroteiropr-estabelecido(figuras 26e27).Asimpressessobreavisitadevemserregistradas,bemcomooencontrodeanimaisvivosou mortos.Afichadeveserpreenchidaemduasvias,umaparaoproprietrioouresponsvelpeloimvel eaoutraparaosetorresponsvelpelocontrole. Aconsolidaodosdadosreferentessatividadesdecapturadeescorpieselevantamentosobre olocalsefarpormeiodaalimentaodeumabasededadosemmeioeletrnico.Umaplanilhaeletrnicacontendoasinformaespertinentesparaonvelregionalerefernciasergeradaapartirda digitaodasfichasindividuaisdebuscaativa.
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ComunicadodeVisita(AnexoD)Casooproprietrioouresponsvelpeloimvelestejaausentenomomentodavisita,inviabilizando assimarealizaodaaodecontrole,umcomunicadodevisitaserpreenchidoecolocadovistado solicitanteparacinciadoocorrido.Deveserdestacadoedepositadoemlocalacessvel(nacaixado correioousobaporta),mantendo-seocanhotoempoderdoservioresponsvelpelavisita.Noregistrodeocorrnciadeescorpiesumreagendamentodeverserfeito,levandoemcontaaorganizao doservioeadisponibilidadedostcnicosparaoretornodolocal.
derefernciaparaaidentificao.Nopreenchimentodoscamposessenciaisdevemconstaronmero dafichadebuscaativadeescorpies,onmerodeescorpiescoletadosduranteabuscaativaquegerouavisita,obairroondefoirealizadaacoletaeadatadacoleta.Umaplanilhacontendooscampos essenciaisdeveserorganizadaparapreenchimentodoltimocampo(Identificao)pelolaboratrio derefernciaquandodoretornodasinformaes.
BoletimdeEncaminhamentodeEscorpies(AnexoE) Registraosdadosreferentesaosanimaiscoletadosporocasiodavisitaedestinadosaolaboratrio
ConsolidadodeAtividadesdeControledeEscorpies(AnexoF)Registra todos os dados referentes s atividades de controle de escorpies desempenhadas no trimestre.
4.2Comodeveserofluxodeinformaes?Ofluxodeinformaesdeveterperiodicidadetrimestral,apartirdoscentrosquerealizamasaes decontroleemanejodepopulaesdeescorpiesatonvelfederal. Estefluxoorganizadoemduaspartes:ofluxodeinformaeseofluxodeencaminhamentode animais,tantoparaidentificao,comopararegistrodeocorrncia. Ofluxodeinformaes(figura34)deverocorrerconformedescritoaseguir: 1. O setor da Secretaria Municipal de Sade responsvel pela vigilncia e controle de animais peonhentos dever encaminhar cpias do anexo I Regional de Sade, de preferncia por via eletrnica, contendo o consolidado das aes de controle de escorpies realizadas no trimestre (anexo VI), ou conforme demanda; 2. A Regional de Sade deve ento consolidar as informaes dos municpios e repass-las ao nvel central da Secretaria de Estado da Sade em planilha semelhante; 3. Da mesma forma, a Secretaria de Estado da Sade deve consolidar os dados referentes ao estado e repassar gerncia do programa de vigilncia de acidentes por animais peonhentos do Ministrio da Sade em uma planilha com a mesma estrutura dos demais nveis. Ofluxodeanimaisdeverocorrerconformedetalhadonocaptulo4,item4.3destemanual.
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notificao de ocorrncia acidente de escorpio
Visita tcnica
secretaria Municipal de sade
Coleta e captura regional de sade
ncleos de entomologia aracnologia estadual
secretaria estadual de sade
Laboratrios produtores Colees cientficas Material didtico
superviso de atividades de identificao nacionais
secretaria de Vigilncia em sade Ministrio da sade
informao escorpies capturados
anlise e divulgao das informaes para rgos de interesse
Figura 34. Fluxograma do sistema de controle de escorpies.
4.3Comoenvolveracomunidadenasaesdecontrole?As aes de educao em sade e educao ambiental devem ser realizadas durante todo o ano, principalmentenasreasavaliadascomoprioritrias.AparceriacomaSecretariadeEducaofundamentalparaaconscientizaodasmedidasdeprevenodeacidentesporescorpieseseucontrole, einserodestetemanocontedodosdiversosnveisescolares.Issopodeserfeitodemaneiramais eficientepormeiodacapacitaodeprofessores,dereasrelacionadas,deescolassobreabiologia, ecologia,manejo,preveno,econtroledeescorpies. Paraosucessodasaesdecontrole,imprescindvelqueacomunidadesejainformadadasatividades aseremdesenvolvidasequeparticipeativamente,colaborandoparamodificarascondiesdeproliferaodeescorpies.Utilizarosmeiosdecomunicao(rdio,televiso,jornal)umaeficienteestratgia paraconseguirasensibilizaoemobilizarapopulaoaparticiparativamentenasaesdecontrole. Aeseducativasemrelaoaoriscodeacidentes,primeirossocorrosemedidasdecontroleindividualeambientalfazempartedasatividadesaseremdesenvolvidasduranteasvisitas.Namedidado possvel,oenvolvimentodediversosoutrosnveiscomoescolas,igrejaseoutrasassociaescomunitrias,paraarealizaodeatividadesdeeducaoambientaleconscientizaopodemelhoraroalcance dessasaes(figura35).
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Figura 35. Aes de educao em sade, incluindo exposio de cartazes, folhetos e animais, maquete de ambiente propcio ocorrncia de escorpies. Feira de sade no municpio de Bandeirantes/Paran, 2007.
4.4CrendiceseperguntasfreqentesOescorpioataca? No,oescorpiosedefende.Ferroaapenasquandomolestado,parasedefender,ouseja,quando algumcolocaamoouencosta-seneleintencionalmenteousemperceber. Seeuencontrarumescorpionaminhacasasignificaqueencontrareioutros? Provavelmentesim,masnoobrigatrio,poisnemsemprevivememgrupos.Soanimaissolitrios,pormemreasurbanasconcentram-seemlocaisdefcilacessocomidaeaoabrigo. Osescorpiesformamninhos? No,masexistemlocais,principalmenteemreasurbanas,quefavorecemoseuaparecimentoem maiorquantidade.Poroutrolado,deslocam-seotempointeiro,semnecessariamenteretornaraomesmolocal. Oescorpiosobenovidro? No,osescorpiesnosobememsuperfciestotalmentelisas.
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Seumescorpioperderumapartedeseucorpo(pernas,cauda),eleconsegueseregenerar? No,somentealgunsexemplares,quandomuitojovens,regenerampartedaspernas.Nafaseadulta, notrocammaisdepele,portantonoconseguemregenerarpartesperdidas.Nocasodeperdadacauda,oanimalmorreporperdadehemolinfaouporobstruodoseuintestinoqueterminanofinalda cauda.Otelsonnoumrgovitalparaoescorpiomasamorteporfaltadealimentopodeocorrer nasespciesquedependemdovenenoparaparalisarapresa. Oescorpio,quandocolocadoemumarodadefogo,cometesuicdio? No.Narealidade,oescorpiomorredesidratadopelaaodocalorintenso.Osmovimentosque simulamumaferroadanadamaissoquereaodedefesaaumagressor,nocaso,ofogo. Todoescorpiovenenoso? Sim,todososescorpiespossuemvenenoeacapacidadedeinjetaresteveneno.Adiferenaentreas espciesperigosasenoperigosasestnaaodestevenenonohomem. Oescorpiosempreusaovenenoparasealimentar? No,oescorpiosutilizaovenenoparasealimentarquandoapresamuitograndeeprecisaserimobilizada.Nessecaso,aquantidadedevenenoinjetadacontroladadeacordocomotamanhodaspresas. Oescorpiousatodooseuvenenonumanicapicada? Elenuncautilizatodoseuvenenoemumanicapicadaepodecausarumsegundoacidenteimediatamenteapsoprimeiro.Podetambmpicarenoinocularveneno,causandoumacidenteassintomticooupicadaseca. Doquedependeatoxicidadedovenenodeescorpio? Atoxicidadedovenenodiferenteparacadaespciedeescorpio,podendovariardentrodeuma mesmaespcie.Acredita-sequeasdiferenasestejamrelacionadas:distribuiogeogrficadosanimaisescondiesambientaisquedeterminamumtipoespecficodealimentao,variaesgenticas ousimplesmentevariaesfisiolgicasentreespcimes.
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CAPTULO5 ESCORPIONISMO
5.1Porqueoescorpionismoumproblemadesadepblica?Oescorpionismoumproblemadesadepblicadevidoelevadaincidnciaemvriasregiesdo Pas,commaisde36.000casosnotificadosem2006.Apesardabaixaletalidade,algunsestadosmostramletalidademuitoacimadamdianacionalde0,17%(tabela1).
Os bitos por escorpionismo esto mais fortemente associados faixa etria peditrica eaenvenenamentosporTityus serrulatus.
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Tabela 1. Nmero de casos, incidncia (x 100.000 hab.) do escorpionismo, bitos e letalidade por escorpionismo, por UF de ocorrncia, em 2006.UF RO AC AM RR PA AP TO MA PI CE RN PB PE AL SE BA MG ES RJ SP PR SC RS MS MT GO DF Brasil Casos n 140 48 200 34 1.268 149 216 159 297 555 1.551 899 6.899 2.586 131 6.041 9.955 757 238 4.576 561 149 59 160 321 761 122 38.878 inc. 9,0 7,0 6,0 8,4 17,8 24,2 16,2 2,6 9,8 6,8 51,0 24,8 81,1 84,8 6,5 43,3 51,1 21,9 1,5 11,1 5,4 2,5 0,5 7,0 11,2 13,3 5,1 20,8 n 1 3 1 1 12 10 1 1 30 bitos letal. 0,71 0,24 0,46 0,01 0,2 0,1 0,02 0,31 0,08
Arpidaprogressodonmerodecasosnosltimosanosfezcomqueultrapassasseoofidismoem nmerosabsolutos(figura35).
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120000 100000 80000 60000 40000 20000 0outros acidentes aranesmo ofidismo escorpionismo
20017082 10862 18658 18179
20028031 12982 23748 22934
20038403 15908 26761 24545
200411007 18097 27685 30286
200512377 19530 28676 35916
200611728 17388 27386 33577
Fonte: sinan animais Peonhentos /sVs/Ms
Figura 35. Freqncia comparativa dos acidentes por animais peonhentos. Brasil, 2001 a 2006.
Esseaumentorefleteosaltosndicesdeinfestaoporescorpies,originadopeloencontrodecondiesfavorveisparaqueespciessedomiciliemcomfacilidadeemregiesdensamentepovoadas. Praticamente70%doscasosocorrememzonaurbana,nointraouperidomiclio,comdistribuio sazonalnosestadosdoSuleSudestenosmesesquentesechuvosos,pormpraticamenteuniformeao longodoanonoNorte,NordesteeCentro-Oeste. Apresenta incidncia crescente com a idade e ligeiro predomnio de casos em indivduos do sexo masculino(figura36),sendoosmenoresde14anosogrupoetriomaisvulnervelaobito(figura37).
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4000 3500 3000 2500 n casos 2000 1500 1000 500 0
30,0
25,0 incidncia (x100.000)
20,0
15,0
10,0
5,0