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vai ajudar a captar recursos

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  • Manual de Mobilizao de Recursos_

  • Manual de Mobilizao de Recursos

    2015

  • Coordenao da publicao na Fundao Telefnica VivoLuis Fernando Guggenberge Gerente de Inovao Social e VoluntariadoBeatriz Piramo Torres de Oliveira - Inovao Social e VoluntariadoAnna Paula Nogueira Gesto do Conhecimento

    Apoio da publicao na Fundao Telefnica VivoPatricia Focchi - Inovao Social e VoluntariadoKarla Bernardo - Inovao Social e VoluntariadoFelipe de Souza - Inovao Social e VoluntariadoLuciana Novaes - Comunicao e Eventos

    Autoras do textoFlora Lovato e Helena Rondon, consultoras associadas ao Instituto Fonte para o Desenvolvimento Social

    Edio e revisoCarline Piva, gestora de comunicao do Instituto Fonte para o Desenvolvimento Social

    Projeto grfico e ilustraesLia Nasser

    Material publicado sob licena Creative Commons 3.0 Brasil, o que significa que pode ser copiado, distribudo e retransmitido desde que citada a autoria de Instituto Fonte/Fundao Telefnica Vivo, sem alteraes e para uso sem fins comerciais.

    Manual de Mobilizao de Recursos

    2015

  • PARTE 2: Fundos Pblicos Especiais

    Ajudando a OSC com doaes: o projeto ContribuIR. 54

    Ajudando as OSCs a acessarem recursos dos Fundos Especiais:

    O que so os fundos? 56

    Como funcionam os Fundos dos Direitos da Criana e do

    Adolescente? 60

    O que uma OSC precisa fazer para acessar os recursos do

    Fundo dos Direitos da Criana e do Adolescente? 62

    O que um projeto? 65

    O que vai para o papel, se transforma em documento? 74

    53

    ndice

    PARTE 1: Como Mobilizar

    Recursos Financeiros Livres?

    Venda de servios e produtos da organizao. 16

    Doaes de indivduos e empresas: scios-contribuintes,

    doaes pontuais, apoio e patrocnio. 28

    Aes virtuais: financiamento coletivo. 36

    Voluntariado Digital - Fundao Telefnica Vivo. 41

    Eventos especiais. 43

    11 Glossrio 91

    Bibliografia

    89

    Prefcio

    7

    Introduo

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  • PrefcioA Fundao Telefnica Vivo parte do Grupo Tele-fnica e atua como uma Fundao Digital, fazendo da tecnologia e da inovao importantes aliados na busca por novas respostas para os desafios do mundo con-temporneo. Realizamos iniciativas voltadas Edu-cao e nossas estratgias buscam o desenvolvimento de pessoas e instituies para que possam desfrutar plenamente de todas as oportunidades do mundo digi-tal, melhorando suas vidas e da sociedade onde esto inseridas. Para tanto, investimos em Empreendedoris-mo, Cidadania e Letramento Digital.

    Na linha de Cidadania, lideramos um Programa de Vo-luntariado que estimula a participao solidria e rene colaboradores do Grupo Telefnica engajados na construo de um mundo melhor. O Programa parte de uma iniciativa global do Grupo Telefnica e, desde 2005, realiza aes presenciais e distncia que j bene-f iciaram milhares de pessoas.

    Voc, voluntrio, um importante agente de mudana, por doar seu tempo e sua energia para a transformao social. Preocupados em disponibilizar ferramentas e conhecimentos que o apoiem em sua atuao, desen-volvemos essa publicao cujo contedo tem o obje-tivo de ser um apoio para um dos maiores desafios das organizaes sem f ins lucrativos: a sustentabilidade.

    7 8

    Pesquisamos e sistematizamos nesse documento di-versas oportunidades de captao de recursos f inan-ceiros existentes no Brasil, como os Fundos Municipais de Direitos de Crianas e Adolescentes.

    Aqui, voc encontrar um passo a passo que enten-demos que pode ser uma importante ferramenta de trabalho para o suporte s organizaes que apoiamos no nosso Programa de Voluntariado.

    Temos certeza de que com vontade, atitude e conheci-mento voc pode ser um agente de transformao que contribui, de forma sustentvel, com o desenvolvi-mento organizacional de diversas instituies que tm por misso melhorar a qualidade de vida da populao brasileira.

    Boa leitura e excelente participao social!

    Gabriella Bighetti Diretora Presidente da Fundao Telefnica Vivo

  • IntroduoJ pensou se no precisasse existir nenhuma organi-zao no mundo? No uma ou duas, mas nenhuma: nenhuma das que fazem algum trabalho em prol dos direitos humanos, do meio ambiente, dos idosos, das crianas e adolescentes... No por que elas no quises-sem, mas porque no precisassem existir. J imaginou?

    O mundo precisaria mudar muito para que isso fosse possvel.

    J se imaginou fazendo parte dessa mudana?

    Esta publicao tem o intuito de ajudar voc a fazer ta-manha diferena: na vida das organizaes sociais, das pessoas que elas beneficiam e consequentemente no mundo. O contedo aborda diferentes formas de mo-bilizao de recursos que a Organizao da Sociedade Civil (OSC) apoiada por voc pode passar a utilizar, com a sua ajuda.

    Na primeira parte, voc e a sua organizao encontraro vrias oportunidades de obter recursos financeiros livres, que chegam por meio de doaes sem determi-nao de uso especfico e do organizao condio para sua existncia, pagar as contas digamos mais es-truturais (aluguel da sede, salrio dos colaboradores etc). L esto reunidas ideias inspiradoras de eventos de mobilizao de recursos, desde bazares at campa- nhas de financiamento coletivo.

    Na segunda parte, escolhemos falar sobre os Fundos dos Direitos da Criana e do Adolescente por ser um dos mais conhecidos e utilizados no Brasil.

    9 10

    Aqui voc encontrar: o que preciso saber sobre esses Fundos Especiais, o que recomendvel pensar sobre o projeto antes de coloc-lo no papel e, depois do docu-mento pronto, o que fazer para acessar os recursos.

    Este um Manual que aborda o como fazer e, particu-larmente, aborda aquilo que no pode ser esquecido para levantar recursos, os detalhes, os cuidados, as di-cas, os princpios...

    H, ainda, um glossrio em que voc encontrar as definies dos termos pouco comuns fora do ambiente social. Voc poder ouvi-los com frequncia ao traba-lhar nesses temas com a equipe da OSC apoiada por voc e ser bom ter o glossrio mo para que todos falem a mesma lngua. H tambm uma bibliografia com dicas de leituras para aprofundar algum aspecto que lhe parecer importante. Seguramente, a equipe da OSC j conhece parte desses textos, mas a leitura e discusso conjunta com voc podem trazer outros benefcios: a criao de vises conjuntas de futuro, por exemplo.

    Fazer a diferena comea com o simples: comea com o fogo. ele que pode fazer com que muitos outros, como voc, se disponham a fazer com que nenhuma or-ganizao seja necessria no mundo. Compreender que o fogo no est no que se faz, mas no para que se faz, um bom comeo.

    Esperamos que este livreto inspire sua busca.

    Boa leitura!

    Transforme a sua energia em cidadania. Comece hoje Programa de Voluntariado Fundao Telefnica Vivo

  • Parte 1: Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?

    O programa de voluntaria-do da Fundao Telefnica Vivo realiza vrias inicia-tivas para estimular uma prtica solidria e aumen-tar o engajamento dos Co-laboradores do Grupo Te-lefnica em aes sociaisque vem beneficiando milhares de pessoas e or-ganizaes ao longo de 15 anos de atuao. Muitos desses voluntrios co-nhecem as demandas e necessidades das OSCs, pois participam de proje-tos e trabalhos realizados pelo programa de volun-tariado da Fundao ao longo do ano - Dia dos Vo-

    luntrios Telefnica, Vaca-ciones Solidrias, concur-so de projetos, campanhas natalinas, aes emer- genciais em caso de ca-tstrofes naturais, dentre outras -, fazendo com que estejam cada vez mais prximos e engajados em questes do dia a dia des-sas organizaes.

    Acreditamos que a tecnologia pode se somar s formas tradicionais de voluntariado, ampliando as oportunidades de ao social. Conscientes desse potencial, desde 2012, estamos experimentando novas formas de praticar voluntariado e incorpora-mos ao Programa de Vo-luntariado iniciativas que utilizam tecnologias e que podem ser realizadas distncia.

    Para isso, desenvolve-mos uma plataforma que permite que os colabora-dores tenham acesso s demandas de entidades

    sociais cadastradas e pos-sam contribuir com elas. Foram criadas tarefas chamadas de misses, utilizando o conceito de gamificao , que po-dem ser realizadas com o uso de tecnologias, como gravao de vdeo-aul-as, divulgao de causas em redes sociais e at captao de recurso. A plataforma foi lanada em 2014 na primeira edio da Semana de Voluntaria-do Digital e mais de 1.000 aes sociais foram reali-zadas.

    Acreditamos que o Vo- luntariado Digital uma nova forma de ao social que vem para se somar s iniciativas tradicionais, potencializando os seus impactos. A tecnologia uma importante aliada

    No basta doarmos o que temosprecisamos tambm doar o que somos.

    Desir Mercie

    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres? 12Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo11

  • para viabilizar a prtica so-cial a qualquer hora, e de qualquer lugar, benefician-do pessoas e instituies, e tambm pode ser um im-

    portante canal para mobi-lizar pessoas, aumentando o engajamento social.

    J os financiamentos so exguos para as atividades meio aquelas relativas contabilidade, gesto de recursos humanos ou coordenao geral - e para as despesas de ma-nuteno (taxas bancrias, consumo de gua e ener-gia, por exemplo). Essas despesas invisveis no so cobertas pelas fontes financiadoras de projetos e acabam ficando soltas, sem entrada de receita para cobrir seus custos. Isso leva a OSC a sofrer da sndrome do cobertor cur-to: puxar daqui e dali um pouquinho de recurso para quit-las, levando, muitas vezes, a realizar inadequa- damente parte das aes previstas nos projetos e a uma gesto pouco eficaz, s vezes confusa, princi-palmente na hora de pres-tao de contas ao finan-ciador.

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    Como mudar esse cenrio?

    possvel ajudar as OSCs a desenvolverem iniciativas criativas de mobilizao de recursos de forma sis-temtica e planejada, que venha a integrar um calendrio anual de cam-panhas, alm de eventos e gerao de renda prpria. Com isso, ser possvel, inclusive, estabelecer um fundo de recursos finan-ceiros livres, no rubri-cados, ou seja, recursos que chegam organizao sem estar atrelado a algo especfico ou uso pr-determinado.

    Como os voluntrios da Fundao Telefnica Vivo so profissionais acos-tumados a conviver com planejamento, rotinas, e incentivados a ter viso de longo prazo voltada para resultados, podem con-tribuir e muito para que as OSCs ampliem e for-taleam o seu olhar e sua

    Voc, voluntrio, um importante agente de mudana, que doa seu tempo e energia para a transformao social. Com a utilizao da tec-nologia, possvel encontrar novas formas de

    atuao, que se somam s tradicionais potencializando o impacto.

    A maior parte das or-ganizaes sofre do de-safio da mobilizao de recursos e, por isso, a busca por alternativas para garantir o sustento de pro-jetos e aes das OSCs no mundo uma das deman-das que desponta no topo das necessidades. Um dos motivos pode ser o fato de as organizaes tra-tarem deste assunto de forma pontual, emergen-cial, sem planejamento, apenas quando precisam do dinheiro para ama-nh. preciso encoraj-las, portanto, a ter um olhar mais estratgico para

    a mobilizao de recursos. Angariar recursos deve ser um processo contnuo, pautado pela arte de esta-belecer e sustentar bons relacionamentos.

    Para os projetos, inter-venes ou aes junto ao pblico-alvo final da OSC, vrias fontes de recursos esto disponveis: os fun-dos pblicos e privados, os apoios das agncias de cooperao internacional e multilateral, os editais de institutos e fundaes empresar ia is , dentre outros.

    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Que tipos de iniciativas podem gerar recursos financeiros livres?

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    prtica com relao sus-tentabilidade financeira.

    Alm de contribuir com sua fora de trabalho en-quanto voluntrio, im-portante articular a sua

    So inmeras as possibi-lidades de aes que po-dem gerar recursos livres, dinheiro que pode ser usa-do pela organizao con-forme suas necessidades e convenincias.

    Esse tipo de recurso pode ser libertador, pois se a organizao tiver verbas prprias para sustentar suas despesas fixas e bsi-cas do cotidiano, poder respirar melhor e decidir a que tipo de financiador deseja se unir, vincular sua marca e desenvolver parcerias. Vale salientar que ter recursos livres no

    Venda de servios e produtos da organizao

    #impactosocial #negociosocial #designdeserviosrede de relaes pessoais e profissionais em prol do desenvolvimento de aes de mobilizao desses recursos livres junto s instituies apoiadas.

    se d por mgica: como todas as outras atividades de gesto da organizao, essas aes precisam ser planejadas estrategica-mente de forma perma-nente, levando-se em conta o investimento e o risco.

    Inspire-se com as ideias reunidas neste captulo!

    Quando iniciamos a con-versa sobre gerao de renda prpria com a venda de servios ou produtos, sempre vem uma per-gunta: uma organizao sem fins lucrativos pode comercializar produtos ou servios?

    Segundo especialistas, SIM, desde que como atividade-meio, ou seja, desde que todo resultado obtido pela comerciali-zao de produtos seja revertido para os fins institucionais. De toda for-ma, para fazer isso, a OSC precisa ter sua inscrio estadual e esta atividade precisa constar no esta-tuto social da organi-zao1.

    Iniciar um programa de gerao de renda prpria no uma tarefa fcil,

    mas pode ser prazerosa, pois a receita que ser gerada relativa venda de produtos, servios ou propriedade intelectual o que d notcias de sua criatividade e potenciali-dade - e ao mesmo tempo contribui para o desen-volvimento da agenda so-cial da organizao.

    A venda de produtos pode ser feita com os itens oriundos de proces-sos educativos desen-volvidos com o pblico beneficirio, de produo industrial terceirizada ou de licenciamento da mar-ca para produtos diversos.

    J a venda de servios a forma de a organizao mostrar seu trabalho e conseguir recursos a partir da expertise e das metodo-logias desenvolvidas para

    Caso a organizao decida iniciar aes de comercializao de servios ou produtos, reco-menda-se que procure conhecer mais sobre o assunto via Rede Papel Solidrio, que conta com uma equipe de contadores, advogados e administradores com grande experincia no ter-ceiro setor - http://redepapelsolidario.org.br/18-uma-ong-pode-comercializar-produtos/

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    Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

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    sua interveno social, desde que seja preparada para ser comercializada de uma forma atraente aos pblicos interessados. Pode ser feita por meio da simples oferta do servio que a organizao j faz para rgos pblicos, por exemplo. E, tambm, se a organizao possui um caminho trilhado na sua interveno social e pde refletir, aprender e sis-tematizar suas metodolo-gias, pode oferecer esse conhecimento para em-presas e organizaes que querem aprimorar o que

    fazem. Este ltimo mode-lo cabe, pois, para organi-zaes maduras. Se este o caso da organizao que voc apoia como vol-untrio, voc pode con-tribuir com muitas de suas expertises, pois alm desse trabalho com a me-todologia, a organizao tambm precisa identifi-car, na sociedade, quem pode se beneficiar com o que a OSC aprendeu. Ou seja, ser necessrio reunir a oferta (a meto- dologia) com a demanda (quem pode se beneficiar com esse tipo de servio).

    Pensando na venda de produtos

    Quando uma organizao resolve investir esforos na venda de produtos, alguns aspectos devem ser levados em considerao. Mais uma vez, o conhecimento que voc, voluntrio da Fundao Telefnica Vivo desen-volveu ao longo de sua carreira como os relativos a controle de qualidade, estudo de mercado e desenvolvi-mento de canais de venda, estabelecimento de preo final de produto entre outros -, pode ser til na reflexo que a OSC deve fazer antes de enveredar por este caminho. Para essa estratgia ter sucesso interes-sante pensar e estruturar a venda de produto(s) usando

    os mesmos princpios como se pensa um negcio com impacto social. As perguntas abaixo podem ser um bom roteiro para guiar voc e a organizao nessa reflexo:

    o produto resultante dos processos socioeducativos - oficinas e cursos- bonito? Tem qualidade? O aca-bamento bom? Pode ser transformado ou aplicado em diferentes objetos?

    que canais de venda sero utilizados para venda deste produto? preciso pensar em canais adequados consid-erando-se o tipo de produto, o volume de produo e o tamanho da demanda.

    qual o custo do produto? A que preo este produto deve ser comercializado? De que forma? H mercado para ele nesse valor? importante lembrar a OSC que recebe o seu apoio de comunicar aos consumidores que a compra do produto estar apoiando uma causa social.

    possvel definir metas de venda? Para evitar grandes estoques recomendvel testar gradativamente a acei-tao do produto pelo mercado. Outra dica evitar produtos perecveis e vinculados a datas especficas, como calendrio e agendas contendo o registro de de-terminado ano.

    que recursos a organizao tem para investir inicial-mente?

    quem cuidar deste projeto? importante que seja definido um responsvel.

    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Aprenda com quem faz

    LARAMARAAssociao Brasileira de Assistncia Pessoa com Deficincia Visual

    Desenvolveu uma unidade de negcio, chamada Laratec, que um centro de referncia em tecnologia assistiva (termo usado para identificar recursos e servios que contribuem para ampliar as habilidades funcionais de pessoas com deficincia visual).

    O Laratec oferece: comercializao de mais de mais de 100 produtos e servios de tecnologia assistiva; assistn-cia tcnica desses equipamentos inclusivos; impresso em braille de cardpios, cartes de visita etc; consulto-ria para empresas que desejam comprar equipamentos de tecnologia assistiva; dentre outros. Em parceria com a Fiesp e Senai, fabrica mquinas de escrever em braille. O centro de referncia acaba sendo uma unidade de autossustentao da Laramara.

    Saiba mais: http://laramara.org.br/unidades-de-nego cio/laratec

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    Conhea algumas OSCs que comercializam produtos: Instituto ABCD

    Trabalha na conscientizao para importncia do diagnstico e tratamento dos transtornos de aprendizagem. Na semana da dislexia, desenvolveu a campanha in-titulada Muito mais que palavras em parceria com o designer carioca Giovanni Bianco, profissional reno-mado no mundo da criao de publicidade, portador de dislexia e apoiador da organizao. A campanha foi veiculada atravs da venda de uma coleo de camisetas.

    Esse exemplo mostra que a comercializao de produtos pode ser uma ao pontual da OSC, constituindo-se uma

    campanha com incio, f im e metas pr-determinadas. Esse tipo de ao necessita de boa divulgao na mdia em geral e para pblicos especficos.

    Tal como a estratgia usada pelo Instituto ABCD, o ideal contar com a colaborao de uma pessoa famosa, simpa-tizante da causa, que desen-volva ou assine os produtos que sero vendidos nessa ao pontual e ajude na divulgao.

    Saiba mais: http://www.insti tutoabcd.org.br/

    19 Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Na sua atuao como voluntrio, voc pode ajudar a OSC apoiada e refletir sobre a possibilidade de criar uma empresa que oferece solues escalveis para problemas da sociedade (inclusive os relacionados ao meio ambiente), cujo impacto social est relacio-nado atividade principal do produto ou servio ofer-ecido. Parte dos lucros desse negcio de impacto so-cial pode ser direcionada para sustentar a organizao.

    Para ajudar nessa reflexo, possvel contar com orien-taes da Artemisia, uma organizao sem fins lucrativos pioneira na disseminao desse tipo de negcio no Brasil.

    Saiba mais : http://artemisia.org.br/conteudo/negoci os/nosso-conceito.aspx

    A associao de produ-tos fabricados por em-presas diversas a marcas sociais uma tendncia que vem se configurando como uma oportunidade interessante para as OSCs. Esse tipo de comercializao traz um fluxo de receita muito de-sejvel por sua caracte-rstica constante, j que a cada produto vendido pela

    em favor da OSC. Alm de produzir receitas finan-ceiras para a organizao, isso pode contribuir para aumentar a conscienti-zao do pblico local sobre as necessidades e problemas sociais na qual a organizao atua.

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    Quem sabe virar um negcio social?

    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

    empresa a organizao ganha um percentual so-bre a venda e, assim, o recurso est sempre pin-gando na conta. J as em-presas tm a oportunidade de agregarem valor ao seu produto, pois associam a marca da empresa a uma causa social (seus valores e princpios de transfor-mao da sociedade). O li-cenciamento de produtos

    na rea social assemelha-se muito ao licenciamento na rea comercial. O im-portante que haja con-vergncia de interesses e de valores entre a organi-zao e a empresa.

    O potencial de licencia-mento grande desde que se leve em considerao a abrangncia territorial do trabalho social, o seu reconhecimento no local, na regio ou no pas e, en-to, se desenvolva uma estratgia de distribuio e venda do produto licen-ciado com foco na mesma rea geogrfica. Isso im-portante, pois o trabalho da organizao s incor-pora valor a um produto quando o valor agregado reconhecido pelo pblico consumidor. Se a organi-zao atua apenas local-mente, em uma nica co-munidade, o ideal que desenvolva uma parceria com uma empresa local. Pode-se, por exemplo, fazer um acordo: a padaria do bairro que licenciaria um determinado tipo de biscoito produzido por ela

    Licenciamento de produtos para venda

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    Aprenda com quem faz

    Instituto Ayrton Senna

    Pesquisa e produz conhecimentos para melhorar a quali-dade da educao, em larga escala, no Brasil. Alm de re-ceber doaes de empresas e de pessoas fsicas, o Insti-tuto conta como fonte de recurso os 100% dos royalties de licenciamento das marcas Ayrton Senna e Senninha, doados pela famlia do piloto.

    Muitas empresas, brasileiras e internacionais, licenciam a imagem do tricampeo de Frmula 1 e a do personagem Senninha, lanado pelo prprio Ayrton em 1994. O per-sonagem um garoto de 8 anos que gosta de aventuras e atualmente est presente em jogos, histrias em quad-rinhos, produtos alimentcios, brinquedos, calados, arti-gos de papelaria, dentre outros.

    Saiba mais: http://senna.globo.com/institutoayrtonsen na/recursos/licenciados.asp e www.senninha.com.br

    Conhea experincias de licenciamento de produtos:

    Instituto Rodrigo Mendes - IRM

    Organizao sem fins lucrativos com a misso de co-laborar para que toda pessoa com deficincia tenha uma educao de qualidade na escola comum.Para isso, de-senvolve programas de pesquisa, formao continuada e controle social na rea da educao inclusiva.O IRM desenvolve um conjunto de aes voltadas para sua sustentabilidade financeira por meio da comer-cializao de produtos que levam sua marca e licen-as para empresas de diversos segmentos de mercado. Esses licenciamentos exploram os contedos produzidos peloCentro de Estudosdo Instituto e as obras de arte de seubanco de imagensdigital. Parte das receitas geradas com essas aes destinada a ex-alunos do IRM. Alguns exemplos de licenas desenvolvidas pelas empre-sas: Tilibra (cadernos universitrios, agendas e outros itens de papelaria); Artex (produtos de cama, mesa e ban-

    ho), Po de Acar (canecas), Kopenhagen (embalagens de chocolates),dentre outros.

    Saiba mais: http://www.insti tutorodrigomendes.org.br/

    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • A A venda de servios uma atividade que deve estar vinculada misso e metodologia de inter-veno da organizao. Trata-se do uso do talento, das habilidades e conheci-mento da equipe tcnica da organizao colocados a servio dos clientes.

    Essa tem sido uma forma muito usada pelas or-ganizaes para vender servios tcnicos e/ou terceirizar aes que po-deriam ser executadas di-retamente por secretarias governamentais.

    A contratao dos servios feita por meio de termos de convnio. comum que prefeituras conveniem organizaes para atender crianas em creches, por exemplo, ajudando tais prefeituras no atendimento da de-manda por esse servio. uma boa forma de a or-ganizao mostrar sua capacidade e conhecimen-

    tos. Por outro lado, nem sempre esses servios so adequadamente remune-rados pelos rgos pbli-cos.

    O que as OSCs s vezes es-quecem, particularmente aquelas que j tm lon-ga trajetria em um tipo de atendimento, que muitas metodologias po-dem ser preparadas para serem oferecidas a pbli-cos diversos, para alm dos muros governamen-tais, pois tem a capaci-dade de mobilizar apoio de sua clientela (admira-dores) e produzir receitas, se as pessoas acreditarem que a atividade comercial complementar os proje-tos sem fins lucrativos da organizao.

    As dicas relacionadas abaixo podem servir de guia para uma reflexo que voc pode contribuir a OSC a fazer quando estiver se preparando para obter recursos desta forma:

    Pensando na venda de servios

    Conhea sete passos para colocar um produto venda

    1 Estudar, levantar e analisar os diversos pblicos que podem se interessar pelo tema com o qual a organizao trabalha.

    2 Formatar os produtos para venda e preparar um portflio de produtos. Por exemplo: palestras, cursos de formao, oficinas, publicaes e manuais.

    3 Utilizar no material de venda e no material didtico uma lin-guagem de fcil compreenso para o pblico comum, lem-brando de incluir imagens dos produtos e depoimentos.

    4 Realizar uma pesquisa no mercado para conhecer o compor-tamento da concorrncia e o preo praticado naquela regio.

    5 Planejar estratgias de divulgao e venda pr-ativa dos servios.

    6 Participar de eventos em que sero discutidos o tema com o qual trabalha a organizao, a f im de divulgar os servios disponveis.

    7 Fazer um acordo com a equipe tcnica sobre a ao e os detalhes da venda do servio: quem sero os responsveis pela execuo e pelo cuidado com o ps-venda. impor-tante lembrar que as atividades cotidianas da OSC no po-dem ser prejudicadas em detrimento da venda de servios e, por isso, preciso conciliar as agendas.

    A busca pela autossustentao por meio de projetos de gerao de renda uma aposta. O sucesso no garantido, mas as perspecti-vas e os resultados podem ser positivos se forem disponibilizados capital, tempo e esforo para o planejamento das aes.

    25 26Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

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    Doutores da Alegria

    Desde 1991 atua junto a crianas hospitalizadas, seus pais e profissionais de sade, usando a pardia do palhao que brinca de ser mdico tendo como referncia a alegria e o lado saudvel dos pacientes e colaborando para a transformao do ambiente onde se inserem.As intervenes em empresas surgiram como forma de ampliar o alcance do trabalho realizado pela organizao e como forma de levar a cultura da alegria para dentro do ambiente corporativo. Os recursos provenientes das intervenes em empresas so 100% revertidos para a manuteno e o fortalecimento da atuao da ONG em hospitais pblicos.

    Saiba mais: http://www.doutoresdaalegria.org.br/alegria-nas-empresas/

    Aprenda com quem faz Doaes de indivduos e

    empresas: scios-contribuintes, doaes pontuais, apoio e patrocnio

    #voluntarios #doao

    A doao de indivduos ou empresas acontece a partir da construo de relacionamento entre pessoas. Relacionar-se uma arte, requer investi-mento de tempo e ener-gia. preciso oferecer ao doador a oportunidade de investir aquilo de que dispe - sejam recursos financeiros, bens e mate-riais, servios voluntrios ou conhecimento esta-

    belecendo uma relao saudvel de participao, cooperao e desenvolvi-mento. Ao redor de cada organizao existe uma comunidade a ser engaja-da. Voc, como voluntrio da Fundao Telefnica Vivo, pode ajudar a OSC a enxergar potenciais doa-dores, alm de implemen-tar estratgias para mobi-liz-los.

    Pensando em doao de indivduos

    A formao de uma base social de apoio, com-posta por uma carteira de doadores sistemti-cos que contribuem com uma quantia mensal, um sonho e um grande de-

    safio para as OSCs. A boa notcia que a cultura de doadores individuais est em plena ascenso no Bra-sil, segundo estudos da ChildFund Brasil2.

    Tudo que voc faz de corao te faz mais cidado. Comece hoje.

    Programa de Voluntariado 2015 Fundao Telefnica Vivo

    17 milhes de brasileiros doam regularmente uma mdia de R$25,00/ms, O total anual das doaes de R$ 5,2 bilhes e houve aumento do nmero de doadores da classe C. Quanto menor a renda, maior a parte desta dedicada a doao, ou seja, quanto mais pobre, mais generoso o doador. Leia mais em http://pt.slideshare.net/flac2011/perfil-doadores-brasil-child-fund-brasil-gerson-pacheco.

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    Foto

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    Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

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    O cenrio promissor desde que o processo de criao e implantao de uma estratgia de scio-contribuinte seja bem pre-parada, planejada e leve em conta que os resulta-dos viro no mdio ou no longo prazo. Inicialmente, o trabalho e o investi-mento para buscar esses doadores podem ser mui-to maiores do que as con-tribuies obtidas, mas segundo Clia Cruz, espe-cialista em mobilizao de recursos, deve-se conside- rar que estamos desen-volvendo trabalhos so-ciais e, por isso, nada mais legtimo do que contar com o apoio de indivduos. De que adi-

    anta uma organizao que desenvolve deter-minada ao se ela no consegue convencer outras pessoas da im-portncia desta ao? Se uma organizao recebe apoio financeiro, isso significa que ela legti-ma, representativa e que a sociedade valoriza seu trabalho e quer ajudar a mant-lo.

    Use as dicas abaixo para ajudar a OSC que voc apoia na reflexo e es-truturao de programas de doao com scios-contribuintes:

    Conhea oito passos para conseguir scios-con-tribuintes (doadores individuais)

    Definam o tempo total de consolidao do projeto e uma meta mensal de pessoas que desejam mobilizar para a car-teira de scios-contribuintes, alm de uma meta financei-ra anual. Sugere-se iniciar com as pessoas mais prximas, parentes, amigos da equipe tcnica, dos voluntrios e da comunidade que j conhecem o trabalho que a organizao desenvolve.

    Criem indicadores para monitorar e avaliar o processo de mobilizao de doadores, tais como o registro de quantos contatos so necessrios para conseguir um doador, quanto se gasta para mobilizar um doador, quantos doadores no renovam suas doaes (e por quais os motivos) e quantos ampliam a doao.

    Reservem um recurso financeiro anual, mesmo que peque-no, a ser investido nesta ao. Vale listar recursos no ma-teriais que podem ser captados. importante lembrar que muitas vezes necessrio investir recursos ($$) para captar recursos ($$).

    Definam um profissional como responsvel pelo programa. Essa pessoa deve ficar dedicada a esta ao junto com uma equipe (que pode ser de voluntrios). Esse profissional deve, de preferncia, ter conhecimentos em marketing ou comunicao e habilidades com bancos de dados, alm de ser criativo, ousado e apaixonado pela causa e pela organi-zao para conseguir engajar outras pessoas.

    Desenvolvam uma campanha de comunicao com peas que possam servir como modelos (cartas, e-mails) para fa-zer relacionamento. Quem sabe possvel encontrar profis-sionais de comunicao que possam ser parceiros desta ini-ciativa de forma voluntria?

    Definam o sistema para receber as doaes mensais (Paypal, PagSeguro depsitos ou boletos bancrios etc.).

    Conversem com organizaes que j desenvolvem progra-mas semelhantes, de forma a aprender com erros e acertos.

    Renam a equipe de voluntrios, profissionais da organi-zao e conselho (ou diretoria) para avaliar, periodicamente, o andamento do processo.

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    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Liga Solidria

    Atende mais de 10 mil crianas, jovens, adultos e idosos por meio de 10 programas de educao e cidadania.

    A organizao escolheu uma criana para ser sm-bolo da campanha, de forma a despertar empatia dos doadores. Mateus quer ser veterinrio quando crescer, mas a violncia pode estragar esse sonho. Por isso ns, da Liga Solidria, lutamos pelo fu-turo dele e de milhares de crianas e jovens que vivem em reas de risco social. Doe agora,ajude a realizar o sonho do Mateus e de outras crianas.A organizao utiliza um sistema de CRM que ajuda a gerenciar seus projetos e doaes.

    Saiba mais: http://www.ligasolidaria.org.br/co labore/doacao/

    Aprenda com quem faz Para fidelizar scios-contribuintes: Comunique-se!

    Cultivar o relacionamento com os doadores contribui para a f idelizao dessas pessoas na causa da organi-zao. Para desenvolver uma comunicao de relaciona-mento constante e sistemtica, importante:

    convidar o doador para eventos, festas e comemoraes da organizao, por exem-plo;

    encaminhar periodicamente um informativo com as novidades institucionais;

    publicar um balano anual no site da orga-nizao e enviar o link para o doador;

    mandar mensagem de felicitaes pelo ani-versrio e pelo aniversrio de seu vnculo com a organizao.

    Voc tem outras ideias de como nutrir a relao com os contribuintes? Anote-as aqui!

    31 32Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • 33 34

    Os relacionamentos pes-soais so muito impor-tantes, pois quem toma deciso de doar so pes-soas. Mas os relaciona-mentos da organizao precisam ser vistos como relacionamentos institu-cionais, da organizao com a empresa por exem-plo. Por isso, devem estar devidamente registrados todos os contatos, con-versas ou acordos que a equipe da organizao fizer com algum doador ou potencial doador. Esse registro pode ser feito em um banco de dados e deve estar acessvel a qualquer pessoa da organizao a qualquer momento, par-ticularmente se for o caso de incluir nova informao

    a respeito da relao com esse (efetivo ou potencial) doador.

    Vale a pena lembrar de convidar o doador a au-mentar a sua contribuio a cada dois anos (pelo menos), e a indicar pos-sveis doadores a serem prospectados. Numa or-ganizao que tem um trabalho social consis-tente e de qualidade, o programa de doao de indivduos se bem plane-jado, bem desenvolvido e slido tende a crescer. Alm de recursos financei-ros, consegue-se o apoio e o engajamento de pessoas para a causa da organi-zao!

    Pensando em doaes de empresasAs empresas podem apoiar ou se tornarem parceiras da OSCs de diversas ma-neiras: apoio, patrocnio, fazendo doao pontual de recurso financeiro ou

    de material etc. Para estabelecer uma relao com uma empre-sa, a organizao que so-licita o apoio deve estudar o contexto da companhia

    (e as particularidades das pessoas que nela traba-lham). Estude-a antes de abordar para fazer o pedi-do de doao, de forma

    a identificar afinidades ou ligaes entre o que a empresa comercializa ou valoriza e o que a organi-zao promove.

    Cuidados que devem ser tomados ao prospectar uma empresa doadora

    Priorizem empresas no entorno da organizao, na comuni-dade, no se prendendo s grandes, mas tambm procuran-do pelas mdias e pequenas. Fazer um pedido do tamanho de cada uma e lembrar-se que as pequenas costumam ser boas doadoras principalmente de recursos materiais.

    Para encontrar as empresas, possvel realizar um levantamento no entorno, caminhando, usando sites de buscas, ou sites da Associao Comercial local, do Clube de Dirigentes Lojistas (CDL), da Federao das Indstrias e at da Asso-ciao Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).

    Voc pode ajudar a agendar a visita de um representante da OSC na empresa escolhida, e apoiar na forma como o pedido ser feito. Contribui bastante ter uma apresentao estru-turada e clara sobre o trabalho da organizao, a misso, os projetos desenvolvidos, a metodologia de interveno, os impactos e resultados do trabalho, as certif icaes, os recursos que j foram conseguidos com outras fontes.

    Aps o encontro, apropriado mandar mensagens de agra-decimento e encaminhar o que eventualmente foi prometi-do (um relatrio especfico de atividades, por exemplo), e agendar retorno/conversa de continuidade da parceria.

    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Registrem em um banco de dados os contatos, as conversas e os acordos firmados.

    Uma vez definido o acordo de parceria, lembrem-se de man-ter a empresa informada dos movimentos e andamento da organizao, do projeto e eventuais mudanas feitas, forta-lecendo a criao de vnculos.

    O momento da prestao de contas o momento de apre-sentar os resultados alcanados e aprender com os mesmos e, quem sabe, at abrir portas para renovao da doao.

    O voluntrio da Fundao Telefnica Vivo tem

    um papel importante na hora de ajudar as OSCs

    a desmistif icar a crena de que muito difcil

    conseguir recursos junto a empresas.

    A possibilidade de parceria uma oportuni-

    dade, um convite para que a empresa exera

    o papel de participante interessada no desen-

    volvimento da comunidade e agregue valor

    sua imagem empresarial. Provoque a organi-

    zao para que convide e solicite! Faa voc

    tambm o pedido de doao a empresas!

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    Aes virtuais: financiamento coletivo #crowdfunding #empreendedorismo #mobilizao

    As plataformas online de financiamento coletivo (crowdfunding) revolu-cionaram o que antiga-mente era conhecido como vaquinha. A proposta que o empreendedor de algum projeto oferea uma srie de recompensas em troca de contribuio financeira de pessoas dispostas a apoiar uma iniciativa3. um modelo que tem possibilitado que organizaes sociais, indi-vduos e at empresas fi-nanciem seus projetos ou suas ideias de uma forma acessvel ao pblico em geral.

    De acordo com a publi-cao Financiamento de empreendimentos so-cioambientais, divulgada pela Sitawi Finanas do Bem, as maiores plata-formas de crowdfunding no Brasil so (em ordem alfabtica): Benfeitoria

    ( w w w. b e n f e i t o r i a . c o m ) , Catarse(www.catarse.me), Doare (www.doare.org) e Juntos.com.vc (www.juntos.com.vc).

    Entretanto, diversas outras plataformas tm sido criadas nos ltimos anos, e o ambiente do fi-nanciamento coletivo cada vez mais prspero.

    Algumas plataformas co-bram uma porcentagem de comisso em relao ao valor arrecadado, en-quanto outras so de uso gratuito. Da mesma forma, em algumas delas, quando a meta de captao no atingida, o dinheiro ar-recadado devolvido aos doadores; j em outras, os empreendedores recebem valores parciais, inde-pendentemente de a meta de captao ter sido 100% alcanada.

    Um artigo recente da Forbes afirma que, s em 2013, o crowdfunding angariou cerca de US$ 5 bilhes ao redor do mundo, com 30% deste valor destinados a projetos sociais. Apesar de o nmero global ser expressivo, no Brasil ainda temos que desenvolver muito nossa cultura de doao. S para ter uma ideia, nos EUA, 72% do valor captado pelas organizaes sociais vem de pessoas fsicas. Aqui este nmero cai para 42%, segundo a FGV. Acreditamos que o bom uso do crowdfunding pode ser o diferencial para elevar o nvel de engajamento dos brasileiros com causas sociais. In: DOE MAIS DOE MELHOR. Manual de captao on line. Disponvel em http://manual.doemaisdoemelhor.org.br/

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    36Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

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    Lembre-se de que para o projeto ser bem-sucedido preciso um grande esforo na mobilizao de pes-

    soas dispostas a doar para a campanha de crowd-funding. Aproveite as suas redes sociais e as da

    prpria organizao (aquea a equipe deles!) para divulgar as aes. Comear mobilizando as pes-

    soas mais prximas uma estratgia que ir certamente ampliar o alcance da campanha.

    Segundo a pesquisa Retrato Financiamento Coletivo Brasil 2013/2014,realizada pelo Cartase e a Chorus, os fatores que so levados em conta na hora de decidir por uma doao so:

    Identificao com a causa; Confiar no potencial do realizador, da organizao

    que est propondo a ideia; Indicao de amigos; A qualidade da apresentao do projeto; Conhecer pessoalmente quem est propondo a ini-

    ciativa/ideia; As recompensas oferecidas, e Conhecer outros apoiadores.

    Conhea a pesquisa na ntegra em: http://pesquisa.catarse.me/

    Manual de Captao Online

    O passo a passo de uma cam-panha de crowdfunding est de-talhado na publicao lanada em 2015 pela iniciativa Doe Mais Doe Melhor. O guia que orienta as OSCs para esse tipo de mobili-zao de recursos pode ser baixado gratuitamente em: h t t p : / / m a n u a l . d o e m a i s d o e m e lhor.org.br/

    Novidade!

    Parceria com a KicKanteChegou o momento de dar mais visibilidade aos pro-jetos apoiados pela Fundao Telefnica Vivo. A parceria com a plataforma de financiamento coletivo KicKante vai permitir angariar mais recursos financei-ros para os projetos desenvolvidos pelas organizaes apoiadas. Os comits de voluntariado - e quem mais quiser se engajar para fazer o bem - podem aproveitar esse incentivo para criar campanhas especficas de arrecadao, contando com a experincia e o poten-cial da plataforma KicKante.

    possvel contribuir tambm fazendo doaes online e repercutindo as campanhas em suas redes de rela-cionamento!

    Acesse e participe: http://fundacaotelefonica.kickante.com.br/

    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

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    Legado de sucesso no crowdfunding!

    A empreendedora social Bel Pesce, autora do livro A Menina do Vale 2, resolveu lanar uma campanha de fi-nanciamento coletivo para conseguir realizar um sonho: dar palestras sobre educao e empreendedorismo em todas as capitais do Brasil. Pediu verbas para o seu tour nacional e recebeu o apoio de 5.210 doadores, arreca-dando um total de R$889.410,37. O montante superou em 343% a sua meta inicial de oramento (de R$ 260 mil) e considerada uma das mais bem-sucedidas cam-panhas de crowdfunding j realizadas no pas!

    As recompensas variaram desde um obrigado e envio do livro em formato digital (para quem doasse R$ 10,00) at a possibilidade de incluir o seu nome/ou marca nas peas de divulgao de seu tour (para quem doasse R$ 150 mil ou mais). Em um vdeo de abertura de apenas 1 minuto de durao, a prpria Bel fazia o seu pedido de forma entusiasmada.

    Alis, vdeo (de curta durao) uma pea de comuni-cao praticamente imprescindvel nesse tipo de cam-panha. Outro fator de sucesso investir de forma muito ampla (e enrgica!) na divulgao da iniciativa.

    Saiba mais: http://www.kickante.com.br/campanhas/bel-pesce-legado-menina-do-vale

    Aprenda com quem faz

    Eventos virtuais Do bem

    Que tal celebrar o nascimento de um filho apoiando uma ONG? Ou revertendo os presentes de aniversrio em doaes? Ou ainda participando de uma maratona em nome de uma causa? As plataformas de financiamento coletivo tambm oferecem esse servio de cliques solidrios para quem deseja promover aes pontuais.

    Saiba mais: http://www.kickante.com.br/kick-solidario

    Anote aqui as suas ideias sobre crowdfunding :

    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefonica13 42

    Voluntariado Digital - Fundao Telefnica Vivo

    #voluntariadodigital #gamificao #gamesocial

    Saiba que a publicao Vo-luntariado Digital rene 100 exemplos transforma-dores no Brasil e no mun-do. E o melhor que est disponvel para download gratuito, ou seja, alm de voc anotar boas ideias, pode recomendar a leitu-ra aos membros da OSC apoiada, assim podero juntos criar novas oportu-nidades de atuao em prol

    do desenvolvimento social, aproveitando o uso da tec-nologia. Lanado em 2014, o livro traz um estudo ide-alizado pela Fundao Te-lefnica Vivo e realizado em parceria com a espe-cialista em voluntariado corporativo Monica Beatriz Galiano. Para a produo da obra foi feito tambm um levantamento sobre novos comportamentos da sociedade conectada, as prticas voluntrias dis-tncia e o impacto social do uso de tecnologias.

    O estudo pretende con-tribuir com a discusso e criao de conceitos liga-dos conectividade e seu impacto sobre a sociedade contempornea, especial-mente no agir solidrio.

    preciso aproveitar as oportunidades oferecidas pela tecnologia e utiliz-las a nosso favor. No podemos nos esquecer de que a

    tecnologia um meio criado e permanentemente otimizado por ns humanos. Bons exemplos de transformao com o uso de

    tecnologias esto presentes continuamente em nossa vida.

    Preparado para jogar em nome do social?

    O jogo transformar oportunidade em cidadania.Programa de Voluntariado Fundao Telefnica Vivo

    Dentro da plataforma de Voluntariado Digital, os cola-boradores podem realizar e participar de aes sociais distncia, criando projetos - chamados de misses - que ajudem as organizaes a mobilizar pessoas, recur-sos financeiros e materiais para sua causa. Isso pode contribuir e muito para conseguir recursos livres!

    Para aproveitar melhor as experincias que os colabora-dores esto tendo desde o lanamento dessa plataforma em 2014, surgiu o Game do Bem. As misses podem, por exemplo, mobilizar livros, material de artes, alimentos, mobilirio, tcnicos para prestar servios voluntrios para as organizaes, enfim, promover o bem por meio de uma competio divertida. Esse conceito da gami-ficao estimula e desafia as pessoas a se envolverem com o cumprimento e superao da misso da qual par-ticipam e, quando a meta alcanada, organizaes so beneficiadas. Tudo de forma ldica e interativa.

    Participe! Acesse: www.gamedobem.com.br

    Acesse: http://www.funda-caotelefonica.org.br/Conteu dos/Publ icacoes/140/l ivro-voluntariado-digital

    41 Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?

  • Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefonica13 44

    Eventos Especiais#eventosocial #corridabeneficente #bazarbeneficente

    Realizar eventos com o propsito de anga-riar fundos para aes sociais algo muito antigo e muitas vezes realizado de forma assistencialista, usando apelos de comuni-cao que colocam a falta e a escassez da organi-zao no centro do even-to. Mas isso pode e deve ser diferente. Os eventos criativos servem para di-vulgar a causa e a imagem da organizao, mobilizar

    recursos de forma direta e indireta, atrair voluntrios e possveis doadores.

    Quando o propsito prin-cipal captar recursos financeiros e materiais, os eventos precisam ser planejados e organizados para este fim e aconte-cer de forma sistemtica, preferencialmente com um calendrio regular para que as pessoas possam se programar para participar.

    Os recursos podem vir das cotas de patrocnio que podem ser vendidas em troca de assinatura nas peas de comunicao e divulgao dos mesmos e da venda de ingresso/con-vites e produtos.

    Para que isso acontea necessrio desenvol-ver esses eventos como se gerencia um neg-

    cio, um evento comercial qualquer, levando em con-siderao que o apelo diferente. Esse fato pode mexer com o emocional das pessoas, o que uma vantagem se for explora-da de forma competente, alegre, animada, como um convite a fazer parte de um projeto bacana, pois as pessoas querem se jun-tar a boas ideias, a proje-

    Como esses eventos podem gerar recursos?

    tos que do certo e trazem solues para problemas sociais.

    Voc como voluntrio pode colocar suas

    habilidades organi-zacionais a servio

    do planejamento do evento da OSC que

    apoia. Ou articular a sua rede para esta-belecer uma parce-ria com empresas e

    profissionais de even-tos, mesmo que seja apenas com um con-

    sultor que pode fazer recomendaes.

    Com o devido planejamen-to e organizao do even-to, as atividades rotineiras

    da organizao no ficaro suspensas, uma vez que isso traria mais prejuzos do que benefcios.

    H muitas alternativas que j foram testadas e podem ser adaptadas, recriadas de acordo com as necessi-dades, o perfil e a capaci-dade organizativa de cada OSC. recomendvel ava-liar os riscos e os retor-nos de cada evento e con-tar, de preferncia, com um grupo de voluntrios, pois dificilmente apenas a equipe tcnica da or-ganizao dar conta das demandas que surgem no momento da produo do evento.

    Anote aqui as suas ideias de eventos:

    43 Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Definindo o tipo de evento e o calendrioDiante de tantas possibilidades existentes, a OSC pre-cisa definir que tipo de evento(s) deseja e pode realizar a cada ano. Esse pode ser de carter:

    So eventos que ajudam a divulgar a causa e a me-todologia de interveno social da organizao. pre-ciso pensar no conforto dos participantes, no local, na programao, nos palestrantes, nos equipamentos que sero usados e, se houver verbas, no lanche que ser servido e no material que ser distribudo.

    Didtico: palestras, seminrios e cursos.

    So eventos que acontecem preferencialmente em horrio diurno, e agregam pessoas de todas as idades. impor-tante verificar a necessidade de aparatos de segurana e emergncia (primeiros socorros e ambulncia). Exemplos:

    Torneio beneficente de golfe promovido pela Asso-ciao So Joaquim de Apoio Maturidade, uma enti-dade sem fins lucrativos voltada para o atendimento, a garantia de direitos e a melhora da qualidade de vida das pessoas idosas. Em 2015 acontece a terceira edio desta iniciativa esportiva.

    Saiba mais: http://www.saojoaquim.org.br/site/golfe-torneio-beneficente-define-campeoes-e-capta-recursos-para-apoio-aos-idosos/

    Esportivo: corridas, jogos beneficentes e gincanas.

    Torneio Gol de Letra, que desde 2004 uma for-ma bem-sucedida de captao de recursos para os programas educacionais da Fundao Gol de Letra. Empresas comprometidas com a responsabilidade social so convidadas a formar equipes em So Paulo e no Rio de Janeiro. Aps fases eliminat-rias, as finais do torneio so realizadas estdios do Morumbi e Maracan, respectivamente. O jogo final uma grande festa esportiva e conta, inclu-sive, com a presena de dolos do futebol brasileiro.

    Saiba mais: http://www.goldeletra.org.br/default.aspx?section=9

    Corrida e caminhada contra o cncer de mama, pro-movida pelo Instituto Brasileiro de Controle do Cncer, que acontece anualmente no Rio de Janeiro.

    Saiba mais: http://www.yescom.com.br/ibcc-rj/2014/

    Podem ser de produes da prpria organizao proveniente de processos pedaggicos ou de artistas da mdia em geral dispostos a doarem seu cach (ou parte dele) e sua imagem para angariar fundos. Podem ser temticos, ou em datas especficas, tais como Dia das Mes, dos Namorados, So Joo etc. Exemplo:

    Em 2011, subiram ao palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro diversos artistas dispostos a apoiar a causa promovida pela Childhood Brasil: Ana Bota-

    Artstico/cultura: shows, peas de teatro e apresentaes.

    45 46Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • So eventos voltados para encontro de pessoas e venda de produtos que so conseguidos e doados a organizao para serem revendidos. Uma curiosidade que hoje em dia existem leiles que acontecem de forma virtual; cos-tumam gerar recursos sem tanto investimento de tempo e trabalho. Exemplos:

    A ONG Atletas pelo Brasil que atua em prol da melho-ria do esporte realizou um leilo online (aproveitando a plataforma da empresa Leiloar.net), no qual ofere-ceu diversos itens, tais como o macaco da Ferrari au-tografado por Felipe Massa, a camisa do PSG (Paris Saint-Germain) autografada pelo jogador de futebol Ra Oliveira e a touca do nadador Thiago Pereira.

    Saiba mais: http://atletaspelobrasil.org.br/leilao-on-line-com-itens-de-grandes-nomes-do-esporte-vai-ate-dia-15/

    Social/mercadolgico: Bazar, leilo, bingo, feira, jantar e ch beneficente.

    J o Lar do Nenen, uma OSC que acolhe crianas de 0 a 4 anos em situao de risco, conta com um bazar solidrio que funciona de forma permanente na sede da entidade.

    Saiba mais: http://www.lardonenen.com.br/bazar

    Se voc deseja ajudar a OSC a organizar um bingo, recomenda-se a

    leitura desse passo a passo: http://www.comofazertudo.com.br/carreiras/como

    -realizar-um-bingo-beneficente-com-sucesso

    Exemplo:

    Carol Clico promoveu um bingo em prol da Fundao Amor Horizontal, uma plataforma de doao, que per-mite que qualquer pessoa de qualquer parte do mun-do contribua para sustentabilidade dos projetos ca-dastrados. A cartela do bingo foi vendida por R$50,00 e toda renda foi doada para fundao.

    Saiba mais: http://www.amorhorizontal.com.br/ e/ou http://bahiaprime.com.br/noticias/bingo-arrecada-fun dos-para-instituto-beneficente-de-carol-celico.html

    47 48Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

    fogo, Caetano Veloso, Djavan, Marcelo Bratke, Maria Bethnia, Maria Gadu, Milton Nascimento, Sandra de S, Sandy, Seu Jorge, dentre outros. Os recursos ar-recadados neste espetculo foram revertidos para a campanha Infncia Livre de Explorao e Abuso Sexual.

    Saiba mais: http://www.childhood.org.br/childhood-bra sil-divulga-resultados-do-espetaculo-infancia-livre

  • 49 50

    Veja como voc pode ajudar a OSC que apoia na realizao de eventos:

    Engajem a equipe: o processo de preparao costuma ser demorado e deve envolver a colaborao de mui-tas pessoas da organizao e voluntrios. preciso planejar os detalhes com antecedncia.

    Busquem parceiros que podem colaborar com o pro-jeto, facilitando e dando suporte s necessidades de recursos para colocar as ideias em prtica.

    Desenvolvam um cronograma de aes e definam os responsveis por cada ao: isso vai ajudar a geren-ciar as tarefas, as atividades necessrias, a ordem em que elas devem acontecer, os prazos de cada etapa e a equipe envolvida.

    Atualizem-se sobre as novidades na produo de eventos beneficentes, alm de fazer networking com outras organizaes que realizam eventos, com em-presas e com fornecedores.

    Saibam quem o pblico-alvo: pesquisar hbitos, opes de lazer, ferramentas de comunicao que o pblico-alvo utiliza importante para criar um evento que atenda s demandas dos participantes. Vale sem-pre lembrar de acolher bem os participantes: a equipe deve receber as pessoas de forma carismtica, bus-cando proporcionar um ambiente de bem-estar aos convidados.

    Mantenham o relacionamento: registre a presena

    para posteriormente agradecer e mandar novidades peridicas.

    Invistam na divulgao: a internet e as redes sociais so aliadas muito importantes na divulgao de eventos.

    Preparando um check list de evento

    Nome do evento: Data: Local:

    Pblico estimado: Resultados esperados:

    Objetivo Geral

    Observa- o

    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

    Algumas dicas e cuidados ao planejar eventos

    A partir de um check list genrico, voc pode adaptar ao formato de cada evento a ser organizado pela OSC que re-cebe o seu apoio voluntrio. O importante que a planilha seja uma ferramenta que auxilie no processo de organi-zao da ao.

    ResponsvelDescrio da atividade

    Fornecedor Contatos Valor estimado

    Prazo de concluso

    Status/ situao

    Objetivo 1

    Objetivo 2

    Objetivo 3

  • 51 52

    Lembre e ajude a equipe da organizao de:

    Elaborar relatrio financeiro-operacional; Prestar contas comparando a previso oramentria

    com o realizado; Divulgar esses resultados ao pblico externo, e Enviar cartas e/ou e-mails de agradecimento aos par-

    ticipantes e aos apoiadores.

    Para que as ideias gerem recursos preciso que as pes-soas envolvidas estejam motivadas, entusiasmadas e principalmente comprometidas com o fazer e com o su-cesso das aes de sustentabilidade. Desenvolver nas organizaes uma cultura de corresponsabilizao pela busca de recursos um grande desafio.

    O seu papel de voluntrio neste processo pode

    ser muito importante, pois trar frescor,

    energia, fora de trabalho e novas ideias para a equipe da

    organizao apoiada!

    Quando passarem as emoes, a correria do dia do evento, lembre-se

    do ps-evento!

    Comece a planejar o evento. Anote aqui:

    Como Mobilizar Recursos Financeiros Livres?Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

    Trata-se de uma lista de verificao que engloba os itens necessrios para a realizao de um evento, desde o seu planejamento at a execuo. Sugira que a equipe envol-vida se rena periodicamente - e junte-se a eles, se puder participar dessas reunies! - , buscando entender como anda a preparao das atividades.

  • Parte 2: Fundos Pblicos Especiais

    Atuando como voluntrio, voc pode apoiar uma or-ganizao de diferentes maneiras. Uma delas por meio do programa dese-nhado pela Fundao Te-lefnica Vivo para que voc e demais colabo-radores possam apoiar diferentes OSCs no Brasil atravs da doao de uma parcela do seu imposto de

    renda a pagar. Veja abaixo em ContribuIR mais infor-maes sobre o programa.

    Outra delas ajudando a OSC a acessar os recursos disponveis nos diferentes fundos pblicos criados pelos trs nveis de go-verno (federal, estadual ou municipal). Esta uma opo atraente para as

    organizaes que querem realizar um projeto que es-teja em consonncia com o plano de ao elabora-do pelo Conselho a que o fundo est vinculado (veja informao a respeito em O que so os fundos? neste captulo).

    Mas no s: como o acesso a esses recursos s pode ser feito sob deter-minadas condies, esta tambm uma oportuni-dade de contribuir para que a organizao se for-

    talea no mnimo, no que diz respeito aos seus aspectos administrativos e gerenciais, j que uma srie de documentao requerida, alm de um projeto bem elaborado, gerido e avaliado.

    So, portanto, vrias as oportunidades para voc exercer seu compromis-so cidado e contribuir para que a sociedade seja mais justa e igualitria. Arregace as mangas: va-mos comear!

    Ajudando a OSC com doaes: o projeto ContribuIR

    #doacaoIR

    A Fundao Telefnica Vivo desenhou uma estratgia o projeto ContribuIR para promover o engajamento social de seus colaboradores, estimulando-os a doar parte de seu imposto de renda a pagar. A doao di-recionada para organizaes escolhidas pela seriedade do trabalho e pelo alcance de seus programas e ini-ciativas. tambm possvel destinar a doao para o Conselho de qualquer municpio ou Estado, mesmo que no resida ou trabalhe neles.

    Fundos Pblicos Especiais53 54Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • A doao s pode ser fei-ta por aqueles que fazem suas declaraes de ren-da por meio do modelo completo. O projeto Con-tribuIR acontece anual-mente e importante fi- car atento aos prazos, pois preciso respeitar a data limite da entrega das de-claraes no incio do ano (se voc quiser doar com referncia ao ano base do perodo anterior) ou 31 de dezembro vigente (caso queira que o imposto a pagar seja relativo ao ano

    base vigente). Entre em contato com a Fundao Telefnica Vivo pelo e-mail programavoluntar [email protected] para conhecer as organizaes selecionadas (e os pro-jetos) para receberem as doaes. Alm de fazer sua prpria contribuio, voc pode estimular seus colegas do Grupo Telefni-ca a fazerem o mesmo, para somarem esforos na busca por um mundo me- lhor e mais justo.

    Fundos so recursos reservados e destinados ao cumprimento de deter-minados fins. No caso dos fundos pblicos, servem para descentralizar o ora-mento e, como estabelece a Lei nmero 4.320/64 que os criou de maneira geral, para garantir recur-sos para a execuo de

    Fundos Pblicos Especiais 5655

    Cair na malha fina um dos receios que as pessoas tm ao fazerem esse tipo de doao. Para garantir que o seu no ser um desses casos, assegure-se de que o recibo de doao, emitido pelo Conselho de Direitos, contenha o CNPJ correto o deles ou, se for o caso, o do prprio Fundo, alm do valor exato da sua doao. Essa a informao que o Conselho transmite para a Secretaria da Fazenda, atravs da Declarao de Benefcios Fiscais DBF.

    Se ainda restarem dvidas, leia entrevista de Gioia Tumbiolo Tose, coordenadora do Programa de Edu-cao Fiscal em https://voluntarios.telefonica.com/br/noticia/82126

    Ajudando as OSCs a acessarem recursos dos Fundos Especiais:

    O que so os fundos? #fundospblicos #conselhoparitario #sinase

    objetivos ou servios es-peciais.

    Cada fundo criado por uma lei especfica que tambm determina o rgo estatal a que o fun-do se vincula, a origem de suas receitas, os rgos responsveis por sua gesto e o seu uso.

    A alimentao desses fundos as suas fontes de receita so variadas e normalmente incluem:

    recursos pblicos (os diferentes nveis de governo desti-nam uma parcela de seu oramento para eles);

    doaes em dinheiro ou em bens - de pessoas fsicas ou jurdicas;

    destinaes de receitas dedutveis do imposto de renda

    de pessoas fsicas ou jurdicas;

    contribuies de governos e organismos internacionais;

    resultado de aplicaes financeiras feitas com recursos do prprio fundo, e

    multas.

    Q u e b ra n d o m i t o s

    Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • 57

    Particularmente embora no s - porque uma parte dessas receitas compos-ta por dinheiro pblico, os fundos tm as mesmas obrigaes de gesto que incidem sobre a gesto dos oramentos pblicos: legalidade, impessoali-dade, moralidade, publici-dade e eficincia.

    O poder executivo deve dar suporte ao funciona-mento do fundo e, assim, garantir todo o pessoal que realizar o trabalho envolvido na sua admi-nistrao e controle o contador, o escriturrio, o tcnico para empenhos etc. pois esses fundos esto submetidos Lei no. 8.666 que rege toda a contabilidade do pas e determina que os fundos estejam submetidos f is-calizao dos tribunais.

    Mas quem decide em qu os recursos dos fundos sero utilizados o con-selho deliberativo e pari-

    trio a que cada fundo est vinculado ambos, conselho e fundo, so em geral criados em conjunto pela mesma lei. Esse con-selho , em ltima instn-cia, o gestor do fundo.

    Para isso, no entanto, o conselho precisa ter um diagnstico sobre a questo social para a qual os recursos do fundo so destinados e, tambm, um plano para o enfrentamen-to da situao diagnosti-cada.

    Com a existncia desses trs elementos fun-do, conselho e plano tem-se as condies mni-mas para o que se chama de gesto plena na As-sistncia Social e esta uma condio para que a Unio repasse recursos aos Estados e municpios.

    Desde a Constituio de 1988, a instituio de fun-dos se tornou obrigatria e vrios fundos foram

    criados: os da sade, da assistncia social e o da criana e do adolescente so os principais, mas e-xistem outros como o do idoso, do esporte, do tu-rismo. Nesta publicao, trataremos especifica-mente dos Fundos dos Direitos da Criana e do adolescente.

    Uma questo que afeta especificamente esse fun-do o fato de que, desde a promulgao e publicao da Lei nmero 12.594/12, que institui o Sistema Na-cional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) , a Secretaria de Direitos Humanos da Presidncia da Repblica SDH/PR - passou a ser responsvel por enviar, at o dia 31 de outubro de cada ano, Secretaria da Receita Fe-deral do Brasil, documento contendo relao atualiza-

    da dos Fundos dos Direitos da Criana e do Adoles-cente (nacional, distrital, estaduais e municipais) com seus respectivos nmeros de registros no CNPJ Cadastro Nacional de Pessoas Jurdicas e das suas contas bancrias especficas, destinadas exclusivamente gesto de seus recursos.

    Instituiu-se, assim, um cadastro, preenchido no site da SDH-PR (http://formsus.datasus.gov.br/s i t e / f o r m u l a r i o . p h p ? i d _aplicacao=16974), sem o qual o Fundo no est apto a receber os recursos advindos das doaes dedutveis do imposto de renda das pessoas fsicas e jurdicas4.

    De acordo com a Secreta-ria de Direitos Humanos da Presidncia da Repbli-

    Como vimos antes, uma das fontes de receita dos fundos aquela advinda das receitas dedutveis do imposto de renda de pessoas fsicas ou jurdicas. O cadastro citado o que torna o fundo apto a receber esses recursos. O cadastro, de responsabilidade da SDH, encaminhado Receita Federal, que aps verif icada a devida regularidade, tornar o Fundo apto ao recebimento de doaes por meio do Programa Gerador do Imposto de Renda. Esse procedimento cadastral tambm visa oferecer ao contribuinte-doador maior segurana e transparncia, na medida em que o fundo destinatrio da doao est em regularidade certif icada pelo fisco. In: http://www.sdh.gov.br/assuntos/criancas-e-adolescentes/pdf/faq-fundos-dos-direitos-da-crianca-e-do-adolescentes/view.

    4

    58Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • ca, em 2014, apenas 1.628 dos 5.564 fundos existentes no pas esta-vam cadastrados e com a situao regular, sendo 1.606 municipais e 21 es-taduais, alm do nacional.

    Fundos Pblicos Especiais 6059

    Como atuar para melhorar esse cenrio!

    Dentre os municpios apoiados pelo Programa Voluntrios da Fundao Telefnica, no se

    cadastraram em 2014 os Fundos de Aracaj, Cuiab, Macap, Marab, Santarm e Serra

    Gacha. Estes fundos esto inaptos a receber recursos doados atravs de incentivo fiscal em

    2015.Quer tirar o fundo de sua cidade desta lista?

    Converse com o pessoal da OSC que voc apoia para que procure saber os motivos que levaram o Conselho de Direitos a no cadas-

    trar o Fundo em 2015 no site da SDH/PR. Pode ter sido um esquecimento, mas tambm pode ser que o pessoal do Conselho precise de ajuda para acessar o site, para preencher o ca-dastro ou, ainda, para providenciar os pr-req-

    uisitos exigidos: o CNPJ do Fundo, a abertura da conta corrente especfica... Veja com a OSC

    o que juntos vocs podem fazer para alterar essa situao.

    Para manter no radar, eis a lista dascidades com fundos cadastrados em 2014:

    Belm, Belo Horizonte, Boa Vista, Braslia, Campi-nas, Campo Grande, Curitiba, Florianpolis, Fortaleza, Goinia, Imperatriz, Joo Pessoa, Joinville, Macei, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Re-cife, Redeno, Ribeiro Preto, Rio Branco, Rio de Ja-neiro, Salvador, Santos, So Jos do Rio Preto, So Jos dos Campos, So Luis, So Paulo, Teresina, Uberlndia e Vitria.

    Esses 1.628 fundos podero receber, em 2015, parte dos R$ 22,6 milhes arrecadados dos contribuintes que fizeram a doao com o incentivo fiscal.

    Como funcionam os Fundos dos Direitos da Criana e do

    Adolescente? #direitosdacriana #direitosdoadolescente

    Como vimos, o uso dos re-cursos dos fundos e, no caso previsto nesta publi-cao, especificamente o uso dos recursos do Fundo dos Direitos da Criana e do Adolescente est associado a um plano e vimos tambm que ele deve ser elaborado com base num diagnstico. Ou seja, primeiro deve-se ter um estudo da situao tal como ela est hoje o

    diagnstico e, com base nele, se faz um plano para enfrentar a situao. O plano , pois, o documen-to de planejamento da poltica voltada ateno e garantia dos direitos da criana e do adolescente, correspondendo a uma previso de atividades e resultados a serem alcan-ados pelo sistema de garantia de direitos da criana e do adolescente.

    Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Fundos Pblicos Especiais 6261

    Mas o plano precisa estar includo na Lei de Dire-trizes Oramentrias (LDO) que fixa as metas e prioridades da adminis-trao pblica e, ainda, na Lei Oramentria Anual (LOA) a que estabelece em que o oramento pblico ser efetivamente utilizado num ano es-pecfico pois s a con-signao do plano no ora-

    mento permite o uso dos recursos do fundo para os fins previstos nesse plano.

    Se tudo isso estiver ok, a OSC poder ento se can-didatar a receber recursos do Fundo para a execuo de um projeto que esteja em consonncia com as aes previstas no plano elaborado pelo Conselho.

    Aprenda com quem faz

    Centro Dom Helder Cmara de Estudos e Ao Social (Cendhec) Desenvolveu uma publicao Guia orientador para elaborao de planos municipais para a preveno e erradicao do trabalho infantil que orienta na reali-zao desses planos. Caso o municpio no tenha um, voc pode estimular os responsveis pela formulao da poltica de ateno e defesa dos direitos da criana e do adolescente para que faam um.

    Saiba mais: http://promenino.org.br/redepromenino/uploads/files/1

    Alm disso, se for necessrio ajuda para o diagnstico da situao da infncia no municpio, no site da Prattein Consultoria em Desenvolvimento Social possvel encontrar bancos de dados que permitem fazer isso. Veja quais esto disponveis em: http://prattein.com.br/home/index.php?option=com_content&view= category&id=170:bases-de-dados-sobre-criancas-e-adolescentes&Itemid=270&layout=default.

    A Fundao Abrinq, o INESC e o UNICEF lanaram em 2005 o caderno De olho no Oramento Criana que, em seu captulo 2, detalha a lgica e operacionalizao do oramento pblico.

    Saiba mais: www.unicef.org/brazil/pt/de_olho_orcamen to_crianca.pdf.

    O que uma OSC precisa fazer para acessar os recursos do Fundo dos

    Direitos da Criana e do Adolescente? #ConselhoMunicipaldaCrianca #CMDCA

    H um conjunto de exign-cias, sendo a primeira de-las de que a organizao esteja registrada junto ao Conselho Municipal de Direitos da Criana e do Adolescente e, eventual-

    mente, caso queira aces-sar os recursos do Fundo Estadual, tambm deve estar registrada no Con-selho Estadual de Direitos da Criana e do Adoles-cente.

    Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Fundos Pblicos Especiais 6463

    Em geral, tanto os Conselhos Municipais quanto os Conselhos Estaduais e o Nacional, pedem que a organi-zao apresente o pedido de registro acompanhado de uma srie de documentos, todos no original ou em c-pia autenticada. Eis um check list de todos:

    Prova de constituio jurdica da organizao (es-tatuto ou documento similar5);

    Demonstrao da composio e posse da Diretoria e/ou do Conselho de Administrao, por meio de ata de nomeao e posse de seus membros, devi-damente registrada em cartrio ou publicada no Dirio Oficial do Municpio;

    CNPJ Cadastro Nacional de Pessoas Jurdicas (uma via original pode ser obtida no site da Receita Fe-deral: http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoaju ridica/cnpj/cnpjreva/cnpjreva_solicitacao.asp);

    CPF Cadastro de Pessoa Fsica de todos os mem-bros da Diretoria e/ou do Conselho de Adminis-trao;

    CND Certido Negativa de Dbitos do INSS (pode ser obtida no site da Receita Federal: h t t p : / /w w w. re ce i t a . f a ze n d a . g ov. b r /a p l i c a co e s /ATSPO/certidao/CndconjuntaInter/InformaNICer tidao.asp?tipo=1);

    Certif icado de regularidade com o FGTS (pode ser obtido no site da Caixa Econmica Federal: https://www.sifge.caixa.gov.br/Cidadao/Crf/FgeCfSCriteriosPesquisa.asp);

    Plano de trabalho indicando a atuao da organi-zao em assuntos ligados criana e ao adoles-cente, e

    Documento contendo resumo das atividades regu-larmente realizadas pela organizao no atendi-mento de crianas e adolescentes.

    Muitos Conselhos exigem que a organizao demonstre, ainda, que realiza atividades de

    atendimento a crianas e adolescentes por, pelo menos, trs anos antes de requerer seu registro.

    Alm desses requisitos iniciais, a OSC deve apresentar ao Conselho tambm um projeto, informando o que pre-tende fazer, de que forma, com que recurso, durante que perodo de tempo (meses ou anos) e quantas pessoas iro beneficiar com ele. neste item que o voluntrio da Fundao Telefnica Vivo melhor pode contribuir com a organizao: seus conhecimentos e habilidades podem fazer a diferena na elaborao de um bom projeto.

    Como registrar a OSC no Conselho de Direitos da Criana e do Adolescente?

    Caso a organizao ainda no seja uma pessoa jurdica de fato, isto , no conte com um estatuto e no tenha um registro junto ao Ministrio da Fazenda, com respectivo nmero de CNPJ, a ajuda de um advogado ou contador pode ser necessria. A Rede Papel Solidrio se dispe a oferecer esse suporte a quem estiver de fato querendo abrir uma organizao. Se este o caso da OSC apoiada por voc, veja mais em http://redepapel solidario.org.br/4-como-faco-para-criar-uma-ong/. Caso a organizao j opere, mesmo que informalmente (sem o estatuto e o registro no Ministrio da Fazenda) e julgue possvel trilhar os caminhos da sua constituio so-zinha ou com o apoio de um voluntrio, um modelo de estatuto para OSCIP foi ela-borado por advogados profissionais e est disponvel no site do Instituto Fonte. Veja em: http://www.institutofonte.org.br/sites/default/files/cap01_10_parte_1_Minicar t i lha%20jur%C3%ADdica%20estatutos%20e%20atas_InstitutoFonte.pdf#overlay -context=node/1153 e http://www.institutofonte.org.br/sites/default/files/cap01_10_parte_2_Minicartilha%20jur%C3%ADdica%20estatutos%20e%20atas_InstitutoFonte.pdf#overlay-context=node/1153.

    5

  • Fundos Pblicos Especiais 6665

    Segundo o PMI Project Management Institute, projeto o...

    Esforo temporrio empreendido para criar um produto ou servio nico. Restrito por recur-

    sos limitados, planejado, executado e avaliado.

    As definies usuais, como as do Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, tambm ajudam na construo da resposta...

    [Do latim projectu, lanado para diante.] 1. Ideia que se forma de executar ou realizar

    algo, no futuro; plano, intento, desgnio. 2. Empreendimento a ser realizado dentro de

    determinado esquema e determinado prazo.

    Observe que nenhuma dessas definies faz meno a um documento escrito, anunciando que, ao se elaborar um projeto, desenvolver a ideia vem antes da tarefa de coloc-la no papel...

    O que um projeto? #linhadotemposocial

    H organizaes que comeam um projeto pen-sando no que fazer em uma ao ou atividade. E, de fato, uma parte de um

    projeto justamente essa: o que fazer. No entanto, pode estar no pensar em pr que fazer o grande diferencial entre um pro-

    jeto e um bom projeto.

    como colocar os bois e a carroa na ordem certa, pois de outra sorte, se po-deria organizar toda uma festa com motivos infantis para celebrar o aniversrio do filho do amigo e s ser lembrado depois de tudo pronto que o aniversari-ante estar fazendo 15 anos...

    Outras organizaes comeam escrevendo um documento seguindo ou no um formulrio de al-gum financiador. Mas para preencher o formulrio preciso antes desenvolver a ideia do projeto... E este trabalho feito sob me-dida para vrias cabeas e muitas mos, todas jun-tas... Quanto mais pessoas se comprometerem com ele desde a sada, mais chances ele tem de ser um bom projeto e, claro, ser aprovado pelo Conselho de Direitos e beneficiado com os recursos do Fundo.

    Todo projeto orientado para resultados (olha aqui a expertise do vo- luntrio da Fundao Telefnica Vivo podendo fazer a diferena!) envolve pelo menos dois impor-tantes movimentos:

    Primeiro, saber o que se quer transformar. Que mudanas o projeto,

    depois de realizado, ter provocado no mundo?

    Segundo, pensar em como promover essa transformao. Que

    aes e esforos sero necessrios para pro-

    mover as mudanas desejadas?

    Para pensar no que mudar, o que se quer transformar, necessrio ento co-nhecer a situao como ela est hoje, ou seja, ter um diagnstico. Caso o Conselho de Direitos da Criana e do Adolescente tiver realizado um, pode-se partir dele. Se isso no

    Como se faz um projeto?

    Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Fundos Pblicos Especiais 6867

    tiver sido feito, a equipe envolvida no desenvolvimento da ideia do projeto pode se debruar sobre estas per-guntas para construir um diagnstico simples:

    Qual a situao atual? O que a caracteriza? Como outras pessoas caracterizariam a situao?

    O que est acontecendo nessa situao? Des-de quando? O que se repete historicamente? O que nunca aconteceu antes e vem acontecendo agora?

    Quais os principais fatos ou histrias que mar-cam a dinmica desta situao? Por quais est-gios ou fases j se passou anteriormente? Qual a fase atual? O que permanece bloqueado ou sem movimento? O que tende a forar as coisas para que fiquem como esto? Qual tende a ser a prxima fase?

    Quem so as pessoas e grupos atuantes na situao (pensem inclusive em quem atua passivamente nela, por exemplo, as pessoas ou grupos que sabem da situao e so indife-rentes a ela)? Que perfil tm hoje?

    Quem mais sofre com essa situao? Por qu? Quem se beneficia com essa situao? Por qu?

    Quais so as relaes que se estabeleceram en-tre esses diversos grupos? Quem colabora com

    quem? Quem respeita quem? Quem incomoda quem? Quem tem conflito com quem? Por qu? Tem havido mudanas nessas relaes? Quais? O que tende a acontecer nos prximos anos com essas relaes?

    O que se pode, portanto, dizer a respeito das causas e consequncias da situao atual? E sobre papis e responsabilidades? Como cada um dos grupos envolvidos contribui para que as coisas estejam como esto?

    Uma questo social ou um desafio enfrentado por um segmento da populao nunca determinado por uma s causa. A realidade complexa e para compreend-la de fato temos que considerar muitas causas e movi-mentos. Ento, ateno: se apenas foi identificado um fator que causa toda a situao (por exemplo, a falta de polticas pblicas etc.) recomecem as perguntas!

    Que tal construir uma linha do tempo?

    A linha do tempo uma fer-ramenta que pode ajudar nessa reconstruo. normalmente utilizada na educao como forma de ajudar estudantes e inves-tigadores a compreender os eventos e estabelecer relaes entre eles.

    Pode ser feita de maneira simples, com papel o de flip chart ou o craft so os mais indicados, pois permitem a construo de grandes painis. Nesse papel traada uma linha em que se constri uma diviso do tempo (em me-

    Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Fundos Pblicos Especiais 7069

    ses ou anos) que se pretende estudar e, junto a esses marcadores do tempo se indica os eventos ou aconteci-mentos relativos ao tema estudado.

    Se voc quiser usar recursos de informtica para criar a linha do tempo da situao que est analisando, veja vrias dicas de ferramentas para isso em h t t p : / / n o t i c i a s . u n i v e r s i a . c o m . b r /a t u a l i d a d e /noticia/2014/04/15/1094875/7-ferramentas-online-criar-linhas-tempo.html. Algumas delas permitem a incluso de linguagens diversas (fotos e vdeos, por exemplo) ou a edio da linha do tempo por diferentes pessoas.

    Quando se chega compreenso da situao, o movi-mento mais comum e quase imediato que muitos gru-pos fazem o de comear a pensar no que fazer diante dessa situao. Cuidado! Antes, necessrio fazer o mesmo exerccio de anlise cuidadosa feito sobre a si-tuao atual tambm a respeito da situao desejada. Para esta situao desejada, convm que o grupo se faa as mesmas perguntas a partir das quais pensou sobre a situao atual, ou pelo menos algumas delas: Como essa situao desejada? O que a caracteriza? O que vai estar diferente na vida das pessoas envolvidas na situao? Quem atuar nela e de que forma? Que in-teresses e relaes se estabelecero ou mudaro nessa nova situao? Quem vai apoiar? Quem no vai apoiar? Quem pode agir contra?

    Essa anlise pode ajudar o grupo a encontrar as opor-tunidades para o novo projeto os elementos ou con-dies que j existem no contexto e que podem servir

    como se fossem alavancas e pontos de apoio, criando condies favorveis mudana.

    Algumas perguntas podem ajudar a identificar e caracterizar oportunidades, tais quais:

    O que tende a favorecer uma mudana de pon-to de vista ou despertar o interesse de alguns atores presentes na situao?

    Que capacidades no esto sendo bem usa-das? O que est ocioso, disponvel e pode ser aproveitado com relativa facilidade? Que ca-pacidades e que recursos j tm sido investi-dos num sentido desejvel?

    O que j existe que pode facilitar o acesso a recursos, pessoas e informaes?

    O que pode deixar de ser utilizado ou mobili-zado para abrir espaos para novos aconteci-mentos e iniciativas?

    Que tipo de demanda est crescendo? Ou di-minuindo? Por qu?

    Onde existem foras de resistncia? O que a-contece se no forem contrapostas? Onde e-xistem foras de leveza e cura? O que acontece se forem estimuladas e nutridas?

    Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Tanto na identificao de necessidades como de opor-tunidades, o grupo pode ser ajudado por pessoas que tenham experincia concreta com a situao estudada e, tambm, recorrer a fontes de informao secundria, como dados do IBGE e do IPEA, por exemplo6.

    Como resultados dos passos acima, o grupo ter duas fotografias:

    1. uma fotografia da situao atual, que suscita

    questes, traz sofrimento para algum grupo e na qual esto estabelecidos certos padres de relaes;

    2. uma fotografia que representa uma situao so-nhada e desejada, na qual uma nova dinmica e no-vas formas de relacionamento foram criadas.

    Podemos considerar que as duas fotografias so a-penas dois momentos diferentes de um filme, descre-vendo o que o projeto. Pode ser de boa ajuda escrever o roteiro do filme, como se fosse uma grande histria, para facilitar a compreenso do projeto e perceber o que est consistente e criativo ou inconsistente e con-servador. Conversar sobre o filme pode dar bons e-lementos para verif icar se o projeto est avanando na direo certa.

    Para ajudar nessa reflexo, novas perguntas podem ser feitas:

    Quais so as principais transformaes entre a situao atual e a desejada?

    Que movimentos so essenciais para sair da situao atual e chegar desejada? Quais no so?

    Quais as pequenas mudanas que acontecem entre uma fotografia e outra? Em que sequn-cia?

    Com toda essa conversa, o grupo interessado em me-lhorar uma determinada situao, pode estar mais ma-duro para pensar as aes de forma que seu foco esteja nas mudanas que quer produzir e no apenas no que deseja fazer.

    Voc Tem mais perguntas a acrescentar?

    Fundos Pblicos Especiais 7271

    Na nota 4 voc viu dicas sobre como ajudar o Conselho de Direitos de seu municpio a construir um diagnstico da situao da infncia e da adolescncia. As mesmas dicas po-dem ser teis aqui e ajudar o grupo que est construindo o projeto a analisar a situao atual e a construir a situao desejada.

    6

  • Fundos Pblicos Especiais 7473

    O que vai para o papel, se transforma em documento? #elaboracaoprojeto #avaliacaosocial #modeloorcamento

    Feito esse esforo, um outro precisa comear a ser feito: alimentado pelo primeiro esforo de for-mular e aprimorar a ideia do projeto o segundo se torna vivo e, certamente, menos conturbado e fragmentado que poderia ser caso o primeiro passo no tivesse sido dado.

    Colocar o plano do projeto no papel pode ser impor-tante por vrias razes: primeiro, a expresso formal do compromisso assumido; tambm ajuda mais pessoas a enten-derem o que est sendo proposto; facilita para lembrar o que foi combi-nado, e pode ser enviado a potenciais doadores na mobilizao de recursos (inclusive para acessar os recursos do Fundo Espe-cial da Criana e do Ado-lescente).Um pequeno grupo ou

    mesmo uma pessoa pode ficar responsvel por sis-tematizar as principais decises num documento, mas recomenda-se que o documento seja submeti-do leitura de todos os envolvidos no processo, para que deem suas con-tribuies de melhoria e indiquem se esto efetiva-mente se comprometendo com as mesmas coisas.

    importante considerar que um bom documento produto da conversa sobre o projeto. Se o documen-to est pobre, pode ser porque a conversa sobre o projeto tambm esteja pobre. Quando a conversa rica e bem registrada a tendncia a produo de documentos ricos e inspiradores. O documento deve conter basicamente os aspectos essenciais do que foi conversado at o momento sobre o projeto.

    Conhea sete passos para elaborao de um projeto

    Para colocar a ideia do projeto no papel muitos rotei-ros podem ser seguidos e as nomenclaturas podem ser diferentes das apresentadas aqui. O importante com-preender o que cada parte do roteiro pede para poder fazer as adaptaes, se necessrio:

    1. Caracterizar a situao Trata-se do passo dado at aqui: o levantamento e anlise da situao atual, suas caractersticas, os principais atores, o que o grupo quer transformar.

    2. Definir objetivos Objetivos expressam claramente o compromisso que o projeto assume perante a sociedade. Para chegar a uma boa articulao daquilo que se pre-tende conseguir, pode-se perguntar:

    Com que podemos nos comprometer efetiva-mente?

    Por quais resultados podemos assumir respon-sabilidade?

    Pelo que queremos ser cobrados durante e ao fim do projeto?

    comum as instituies assumirem dois nveis de objetivos: um conjunto de objetivos gerais, ligados ao efeito que o projeto deve promover, e um con-

    Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • Fundos Pblicos Especiais 7675

    junto de objetivos especficos, que podem ser um detalhamento dos objetivos gerais e tambm um conjunto de objetivos a serem alcanados paulati-namente (por exemplo, anualmente) ou no trmino do projeto (digamos, dois anos).

    Bons objetivos podem ser escritos comeando-se com um verbo no infinitivo (por exemplo, Ensinar os jovens do bairro a fortalecer a sua empregabili-dade). Podem tambm ser expressos do ponto de vista de uma conquista (por exemplo, Todos os jovens do bairro trabalhando conforme a sua vo-cao).

    Bons objetivos costumam ser concisos, simples, to-car o corao e desafiar a pensar sobre o que fazer.

    3. Construir um plano de aoUm plano de ao funciona como um mapa: indica o caminho a ser percorrido e a ordem dos esforos a serem empreendidos. Um bom plano de ao res-ponde pergunta como chegar l? e se constitui numa sequncia de aes e atividades escolhidas a dedo, articuladas de forma lgica e distribudas no tempo. Algumas perguntas que podem ser tra-balhadas na construo do plano de ao:

    O que preciso fazer para atingir os objetivos?

    Que aes precisam ser realizadas?

    Quando cada ao deve ser implementada?

    O que deve acontecer antes de qu?

    O que necessrio fazer antes de cada ao?

    O que resulta de cada ao?

    Quanto tempo cada ao leva, aproximada-mente, para ser implementada?

    Quem responsvel em cada ao?

    O que preciso prever em termos de atividades de suporte e apoio (para a contabilidade do projeto, por exemplo)?

    Depois, o plano de ao pode ser transformado em uma apresentao grfica, na forma de uma ta- bela, a que se d o nome de cronograma: faz-se um quadro com perodos de tempo (meses, por exem-plo) e em cada perodo se colocam as atividades que sero realizadas, agrupadas por cores ou formas diferentes.

    Um bom cronograma oferece uma viso rpida das atividades essenciais do projeto e facilita a sincro-nia dos esforos. A elaborao do plano de ao e do cronograma envolve provavelmente algumas ro-dadas de conversa em que uma verso construda apreciada e na qual se faz os ajustes necessrios. Nesse processo, a equipe pode ser confrontada com questes bem prticas:

    Consigo me comprometer com isso?

    Manual de Mobilizao de Recursos Fundao Telefnica Vivo

  • O que necessrio para que eu realize essa ao adequadamente?

    Existe uma forma melhor de se fazer isso?

    O que ser preciso aprender para fazer isso acontecer?

    Quais as consequncias de eu no conseguir fazer determinadas atividades?

    Esse confronto deve gerar modificaes no plano de ao at que ele se torne factvel e gere compromisso entre todos os envol