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MARCELA BALBI PALLA ANÁLISE DE PIROGÊNIO EM PRODUTOS INJETÁVEIS E SOLUÇÕES PARENTERAIS SÃO PAULO 2007

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MARCELA BALBI PALLA

ANÁLISE DE PIROGÊNIO EM PRODUTOS INJETÁVEIS E SOLUÇÕES PARENTERAIS

SÃO PAULO

2007

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

MARCELA BALBI PALLA

ANÁLISE DE PIROGÊNIO EM PRODUTOS INJETÁVEIS E SOLUÇÕES PARENTERAIS

Trabalho apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Farmácia/FMU, sob orientação da Profa. Ms. Elissa Arantes Ostrosky.

SÃO PAULO

2007

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

MARCELA BALBI PALLA

ANÁLISE DE PIROGÊNIO EM PRODUTOS INJETÁVEIS E SOLUÇÕES PARENTERAIS

Trabalho apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Farmácia da FMU, sob orientação da Profa. Ms. Elissa Arantes Ostrosky. Aprovado pela banca examinadora constituída pelos professores:

__________________________________________________

Professora Ms. Elissa Arantes Ostrosky

FMU e Orientadora

__________________________________________________

Professor Ms. Osvaldo Cirilo da Silva

FMU

__________________________________________________

Professora Dra. Maria de Fátima Borges Pavan

FMU

Page 4: MARCELA BALBI PALLA - Portal FMU

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus

pais e a minha irmã, que me

ensinaram os valores e a

honestidade do caráter e me

encorajaram a persistir pelos

meus sonhos e ao meu amor

Wagner, por estar do meu lado

sempre que preciso, me

aconselhando em todos os

momentos da minha vida.

Page 5: MARCELA BALBI PALLA - Portal FMU

AGRADECIMENTOS

A DEUS Que me presenteou com a liberdade e inteligência, me dando a graça de lutar para conquistar meus ideais. Com sua grandiosa sabedoria, me fez substituir as incertezas pela segurança e o medo pela vitória. A ele cabe o louvor e a mim, só agradecer. AOS QUE AMO Meus pais, minha irmã, ao meu amor Wagner e aos meus grandes amigos (em especial à Alba Valéria dos Santos, Luciana Regina dos Santos e Sergio Silva). “Sabemos que muitas vezes estive ocupada, tensa, nervosa e até mesmo distante. Tudo isso vocês agüentaram firmes; Em momentos instáveis e difíceis, em meio ao caos que, por muitas vezes, virava minha vida. Afinal, o amor, o estímulo e a compreensão de todos vocês, foram a essência dessa vitória”. AOS MESTRES A vocês, responsáveis pela minha conquista e estimuladores do meu crescimento, dedico esta sincera homenagem e minha eterna gratidão. A TODOS, MUITO OBRIGADA

POR TUDO!!!

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RESUMO

Este trabalho demonstra as vias utilizadas para a administração parenteral, bem

como sua necessidade de ser utilizada e explica os métodos in vivo e in vitro para o

teste de pirogênio. O trabalho também determina os processos de despirogenização

para os materiais utilizados nos testes, evitando possíveis contaminações.

Objetivamente, explica as diferentes metodologias para detecção de endotoxinas

bacterianas investigadas em produtos farmacêuticos estéreis e em soluções

parenterais.

Page 7: MARCELA BALBI PALLA - Portal FMU

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Parede celular da Bactéria Gram negativa...............................................13

Figura 2: Parede celular da Bactéria Gram positiva................................................14

Figura 3: Estrutura da Endotoxina Bacteriana.........................................................24

Figura 4: O Lipopolissacarídeo encontrado na membrana externa das bactérias

Gram negativas........................................................................................................26

Figura 5: Coelho para execução do teste................................................................40

Figura 6: Reagentes utilizados para execução do LAL teste..................................44

Figura 7: Limulus polyphemus.................................................................................45

Figura 8: Leitura dos resultados a partir do coágulo branco formado no fundo do

tubo de ensaio..........................................................................................................46

Page 8: MARCELA BALBI PALLA - Portal FMU

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................11 2. CARACTERÍSTICAS DA CÉLULA BACTERIANA............................................12 3. PRODUTOS FARMACÊUTICOS INJETÁVEIS..................................................15

3.1 Vias Parenterais de Administração...................................................................15

3.1.1 Via Intravenosa..............................................................................................16

3.1.2 Via Intramuscular...........................................................................................17

3.1.3 Via Subcutânea..............................................................................................17

3.1.4 Via Intradérmica.............................................................................................18

3.2 Tipos Oficiais de Injetáveis...............................................................................18

3.3 Solventes e Veículos para Injetáveis................................................................19

3.4 Preparação Industrial de Produtos Parenterais................................................20

4. HISTÓRIA DO PIROGÊNIO................................................................................20 5. PIROGÊNIO E SUAS FONTES...........................................................................22 6. PIROGÊNIO ENDÓGENO E O MECANISMO DA FEBRE.................................22

7. ENDOTOXINAS...................................................................................................23 7.1 Lipopolissacarídeo.............................................................................................25

7.2 Composição Química........................................................................................26

7.3 Atividade Biológica............................................................................................27

7.4 Níveis Pirogênicos.............................................................................................27

8. PROCESSOS DE DESPIROGENIZAÇÃO..........................................................28 8.1 Despirogenização por Inativação da Endotoxina..............................................29

8.1.1 Hidrólise Ácido-Base......................................................................................29

8.1.2 Oxidação........................................................................................................29

8.1.3 Alquilação.......................................................................................................30

8.1.4 Processo Térmico...........................................................................................31

8.1.4.1 Tratamento por Calor Seco..........................................................................31

8.1.5 Radiação Ionizante.........................................................................................32

8.1.6 Polimixina B....................................................................................................32

8.2 Despirogenização por Remoção das Endotoxinas............................................32

8.2.1 Lavagem.........................................................................................................32

8.2.2 Destilação.......................................................................................................33

Page 9: MARCELA BALBI PALLA - Portal FMU

8.2.3 Ultrafiltração...................................................................................................33

8.2.4 Osmose Reversa............................................................................................34

8.2.5 Carvão Ativo...................................................................................................34

8.2.6 Atração Eletrostática......................................................................................35

8.2.7 Atração por membrana Hidrófoba..................................................................35

8.3 Obtenção de produtos Apirogênicos.................................................................35

9. O TESTE DO PIROGÊNIO.................................................................................36 9.1 Teste de pirogênio por método in vivo...............................................................36

9.2 Fundamento do Método....................................................................................37

9.2.1 Modelo Animal.................................................................................................38

9.2.2 Procedimento do Teste...................................................................................39

9.2.3 Critérios de Interpretação................................................................................40

9.3 Métodos Não-Oficiais........................................................................................41

10. TESTE DE ENDOTOXINA PELO MÉTODO in vitro.......................................41

10.1 Mecanismo de Reação....................................................................................43

10.2 Preparação do Lisado do Amebócito de Limulus (LAL)..................................44

10.3 Ponto Final de Gelificação...............................................................................45

10.4 Ensaio LAL: Aplicação e Equivalência............................................................46

11. MÉTODOS ANALÍTICOS PARA DETECÇÃO DE ENDOTOXINA...................47 11.1 Ensaio Turbidimétrico......................................................................................47

11.2 Método Colorimétrico da Proteína de Lowry...................................................48

11.3 Método Nefelométrico.....................................................................................48

11.4 Método Cromogênico......................................................................................49

11.5 Outros Métodos...............................................................................................49

12. VALIDAÇÃO DA METOLOLOGIA “in vitro”....................................................50

12.1 Sensibilidade do Lisado...................................................................................50

12.2 Testes de Inibição e Exacerbação de Resposta.............................................51

12.3 Limites de Endotoxina....................................................................................51

12.4 Teste de Compatibilidade do Produto.............................................................52

12.5 Abrangência da Validação...............................................................................52

13. AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TESTES DE PIROGÊNIOS EM PRODUTOS FARMACÊUTICOS............................................................................53

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14. CONCLUSÃO...................................................................................................54

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho descreve sobre o pirogênio e a importância de sua detecção

nos produtos injetáveis e soluções parenterais. Dá-se início a este, relatando um

pouco sobre as características da citologia bacteriana (metabolismo bacteriano,

diferença das bactérias Gram positivas e Gram negativas e suas respectivas

funções). Os produtos farmacêuticos injetáveis, suas vias de administração

(intravenosa, intramuscular, subcutânea e intradérmica) e seus tipos, são citados

durante o desenvolvimento do trabalho.

O pirogênio tem um grande destaque no trabalho, citando-se sua história,

suas fontes e seu mecanismo de ação. As endotoxinas, o lipopolissacarídeo, sua

composição química, sua atividade biológica e os níveis pirogênicos são

detalhados ao longo do trabalho. Para evitar qualquer tipo de contaminação,

existem os processos de despirogenização dos materiais a serem utilizados ao

longo do teste.

O teste do pirogênio é fundamental para qualquer tipo de material estéril. Os

métodos citados no trabalho são o método in vivo e o in vitro, bem como todo o

procedimento do teste, fundamento do método, critérios de interpretação dos

resultados, mecanismo de reação, preparação do Lisado de Amebócito de

Limulus (LAL), métodos analíticos para detecção de endotoxinas, validação da

metodologia in vitro e para finalizar tem-se uma avaliação comparativa de testes

de pirogênios em produtos farmacêuticos.

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2. CARACTERÍSTICAS DA CÉLULA BACTERIANA

Existem vários fatores que interferem no metabolismo bacteriano. Entre eles

podem-se citar os fatores fisiológicos (que interferem na síntese): a fonte de energia,

tensão de oxigênio, temperatura, pH e os fatores bioquímicos, que englobam a

respiração, a fermentação, a putrefação, entre outros (ANDRADE et al, 2003).

As bactérias são divididas em dois grupos através da coloração de Gram:

bactérias Gram positivas e bactérias Gram negativas, que têm a mesma importância.

A técnica de Gram acaba expressando muitas características, principalmente na

composição química, estrutura, permeabilidade da parede celular, fisiologia,

metabolismo e patogenicidade das bactérias (HENDERSON et al, 1996).

A parede das células Gram negativas é composta por muitas camadas

complexas e a parede das células Gram positivas é composta de uma única camada

(RIETSCHEL et al, 1994).

A parede das bactérias Gram negativas possuem uma camada de

peptidioglicano e três outros componentes externos (lipoproteína, membrana externa

e LPS). A camada de peptidioglicano tem como função manter a forma das células e

proteger o citoplasma das diferenças de pressão osmótica entre os meios interno e

externo e também, confere rigidez ao corpo bacteriano. Está formado por dois

açúcares aminados, o N- acetil glicosamina e o ácido N- acetil murâmico. A camada

de peptidioglicano está localizada no espaço periplasmático entre a membrana

citoplasmática (interna) e a membrana externa, onde estão as enzimas hidrolíticas,

que mantém a nutrição bacteriana proteínas de ligação, que por sua vez fazem a

captação de açúcares e aminoácidos (DING; HO, 2001).

A camada externa apresenta como função uma barreira molecular, para

prevenir ou dificultar a perda de proteínas periplasmáticas, e para evitar o acesso de

enzimas hidrolíticas e alguns antibióticos ao peptidioglicano. Possui também

receptores para bacteriófagos e bacteriocinas e participa da nutrição microbiana

(TORTORA; FUNKE; CASE, 2005).

A composição da parede celular das bactérias Gram positivas e Gram

negativas são diferentes bem como a espessura das mesmas (sendo que a da

bactéria Gram negativa é menos espessa) (DINARELLO, 1984).

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As bactérias Gram negativas são as mais encontradas na água de

hemodiálise (em torno de 90%). Esse tipo de bactéria se multiplica rapidamente,

mesmo em água estéril (> 100.000 col/ml), em menos de 48horas (SANTOS et al,

2000).

Figura 1: Parede celular da Bactéria Gram negativa

Fonte: VAL, 2007a.

A parede das células Gram positivas possuem uma única camada espessa,

quase toda composta de peptidioglicano, que tem como função a manutenção da

célula e sua rigidez. A camada de peptidioglicano é apenas uma camada espessa e

frágil. O componente da parede das células Gram positivas é o peptidioglicano

ligado diretamente de modo covalente ao ácido lipoteicóico. Para ativação celular,

pode-se citar o glicolipídeo e o ácido lipoteicóico, se ligando as membranas celulares

(linfócitos e macrófagos). Ativam também a cascata do complemento, induzindo à

inflamação (DANNER et al, 1990).

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Figura 2: Parede celular da Bactéria Gram positiva

Fonte: VAL, 2007b.

O envelope celular das bactérias é formado pela membrana celular

juntamente com a membrana citoplasmática. O envelope das células Gram

negativas, consiste de fosfolipídeos (20 à 25%) e proteínas (45 à 50%). O restante é

composto de LPS (30%). A membrana citoplasmática está localizada junto à parede

celular e é formada por dupla camada fosfolipoproteica, tendo significativa

importância na estrutura bacteriana. Essa membrana atua como barreira osmótica e

é permeável aos íons sódio e aminoácidos. É importante por atuar também em

sistemas enzimáticos, biossíntese de lipídios, transporte de elétrons, além de

participar do processo de fosforilação oxidativa (LONNEMANN et al, 1988).

As bactérias necessitam de condições físico-químicas para seu devido

crescimento e reprodução. Dentre essas condições, pode-se citar: a temperatura, o

pH, pressão osmótica, concentrações de substrato, dióxido de carbono e oxigênio

(POOLE et al, 2001).

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3. PRODUTOS FARMACÊUTICOS INJETÁVEIS

Injetáveis são preparações destinadas à administração parenteral, portanto,

devem ser estéreis e livres de pirogênios. O termo parenteral é um tipo de via de

administração de injetáveis e significa “fora do intestino”, denotando-se vias de

administração diferentes da oral (CRAWFORD; NARDUCCI; AUGUSTINE, 1991).

Essa via de administração é utilizada quando se deseja a ação rápida do

medicamento, em situações de emergência, quando o paciente está inconsciente ou

impossibilitado de aceitar ou tolerar medicamentos pela via oral, ou quando este

medicamento não é eficaz através de outras vias (HANSON, 1992). O primeiro

medicamento injetável oficialmente reconhecido foi a injeção hipodérmica de solução

de morfina. Hoje existem centenas de medicamentos e produtos farmacêuticos para

administração parenteral (ANSEL; POPOVICH; LOYD, 2000).

O teste de pirogênio em coelho foi baseado na injeção intravenosa de

soluções estéreis garantindo o controle de preparações parenterais (SILVEIRA et al,

2004).

3.1 VIAS PARENTERAIS DE ADMINISTRAÇÃO Geralmente, os medicamentos são injetados em órgãos e regiões do corpo:

nas articulações (intra-articular), áreas que contém líquidos nas articulações (intra-

sinovial), coluna vertebral (intravertebral), líquido cerebroespinhal (intratecal),

artérias (intra-arterial) ou até mesmo no coração (intracardíaca). Comumente são

executadas injeções em veias (intravenosa- IV), em um músculo (intramuscular- IM),

na pele (intradérmica- ID, intracutânea), ou debaixo da pele (subcutânea, SC,

hipodérmica), (HOFFMANN, 2005).

Os fármacos que são destruídos ou desativados pelo trato gastrointestinal ou

que são mal absorvidos, são administrados pela via parenteral (que também pode

ser usada quando se deseja uma rápida absorção). Esta via também é útil para

pacientes que não cooperam, que estão inconscientes ou que são incapazes de

aceitar a medicação oral (COUPE; DAVIS; WILDING, 1991).

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A administração parenteral apresenta uma desvantagem que, quando o

fármaco é injetado, não há como retroceder (quando a substância está no interior

dos tecidos ou é colocada diretamente na corrente sangüínea é mais difícil de ser

retirada). Como esta forma de administração deve ser estéril, é mais cara e exige

profissionais competentes e treinados (HOFFMANN, 2005).

3.1.1 VIA INTRAVENOSA

A injeção intravenosa de medicamentos teve sua origem em 1656. Os

medicamentos intravenosos foram aplicados pela primeira vez em seres humanos

em 1662, mas foram abandonados durante certo tempo, devido à ocorrência de

trombose e embolia nos pacientes assim tratados (AKERS; WRIGHT; CARLSON,

1991).

Só a partir da invenção da seringa hipodérmica no século XIX, que foi

renovado o interesse pelas técnicas intravenosas e, no final deste mesmo século, a

administração intravenosa de soluções de cloreto de sódio e glicose tornou-se

popular. Atualmente, essa via de administração de medicamentos é uma ocorrência

rotineira nos hospitais, embora ainda sejam reconhecidos os perigos associados a

essa prática (KWAN, 1989).

Os medicamentos administrados por via intravenosa têm ação rápida em

comparação com as outras vias de administração e, como a administração do

medicamento não é um problema, concentrações sanguíneas ideais podem ser

alcançadas com precisão e rapidez impossíveis através de outras vias. As veias são

grandes, superficiais e fáceis de ver e perfurar (DABBAH et al, 1980).

Rígidas precauções de assepsia devem ser tomadas para evitar o risco de

infecções. Não só as soluções injetadas precisam ser estéreis, mas as seringas e

agulhas empregadas também devem ser esterilizadas e o ponto de entrada deve ser

desinfetado para reduzir a possibilidade de transportar bactérias da pele para o

sangue, através da agulha. Geralmente os medicamentos administrados pela via

intravenosa devem ter a forma de solução aquosa (ANSEL; POPOVICH; LOYD,

2000).

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3.1.2 VIA INTRAMUSCULAR

Possui efeitos menos rápidos, mas com duração maior que os obtidos pela via

intravenosa. Soluções ou suspensões aquosas podem ser administradas pela via

intravenosa e a absorção vai depender do tipo de preparação empregada. As

injeções intramusculares são aplicadas diretamente nos músculos esqueléticos, e

devem estar longe dos nervos e vasos sanguíneos (DABBAH et al, 1980).

Os danos provocados por injeções intramusculares relacionam-se com o

ponto no qual a agulha entrou e onde o medicamento foi depositado. Estes danos

incluem paralisia por dano neurológico, abcessos, cistos, embolia, hematoma,

necrose da pele e formação de cicatriz (HOFFMANN, 2005). A injeção deve ser feita

a uma profundidade de 5 a 7,5 cm, com agulhas de calibre 19 ou 20 (CRAWFORD;

NARDUCCI; AUGUSTINE, 1991).

3.1.3 VIA SUBCUTÂNEA

Esta via é utilizada para injeção de pequenos volumes de medicamento.

Normalmente, a injeção é dada sob a superfície da pele nos tecidos intersticiais

frouxos da face lateral do braço, superfície anterior da coxa e na região inferior do

abdômen. Os medicamentos irritantes são aplicados na forma de suspensão

(AKERS; WRIGHT; CARLSON, 1991).

Os injetáveis intradérmicos, quando aplicados no paciente com frequência,

devem ter alternados os locais de aplicação, reduzindo assim as irritações teciduais

(COUPE; DAVIS; WILDING, 1991).

A irrigação sangüínea no local da injeção é um fator muito importante ao

considerar a velocidade de absorção, ou seja, quanto mais próximos estiverem os

capilares do local da injeção, mais rapidamente o fármaco entrará na circulação

sangüínea (KWAN, 1989).

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3.1.4 VIA INTRADÉRMICA

A injeção intradérmica pode ser aplicada na face anterior do braço. Os

produtos administrados por essa via são geralmente para determinar diagnósticos,

sensibilização ou imunização (AKERS; WRIGHT; CARLSON, 1991).

Emprega-se a agulha curta (0,95 cm) e de calibre fino (23 a 26). Esta agulha é

inserida horizontalmente na pele com o bisel voltado para cima. A injeção é feita

quando o bisel desaparece no cório e, em geral, só 0,1 ml pode ser administrado

dessa maneira (ERSTAD; MEEKS, 1993).

3.2 TIPOS OFICIAIS DE INJETÁVEIS

Para preparar um medicamento para uso parenteral, deve-se levar em

consideração a natureza, os aspectos físicos e químicos e a eficácia terapêutica

deste. De acordo com ANSEL, POPOVICH e LOYD, (2000), existem cinco tipos de

injetáveis:

• Medicamentos, soluções ou emulsões adequados para injeção, com rótulos do

tipo “Injeção______”. Ex: Injeção de Insulina, United States Pharmacopeia (USP).

• Sólidos secos ou líquidos concentrados, que não contenham tampões, diluentes

ou outras substâncias que, com a adição de solventes, produzam soluções que

se adequam em todos os aspectos às exigências para injeções, e que se

distinguem por rótulos do tipo “_____ Estéril”. (Ex: Ampicilina Sódica Estéril,

USP).

• Algumas preparações, exceto por conterem um ou mais tampões, diluentes ou

outros componentes, se distinguem por rótulos do tipo “ ______ para Injeção”.

(Ex: Meticilina Sódica para Injeção, USP).

• Sólidos suspensos em meio líquido adequado e que não devem ser injetados por

via intravenosa ou no canal vertebral e que se distinguem por rótulos do tipo

“Suspensão ______ Estéril”. (Ex: Suspensão de Acetato de Dexametasona

Estéril, USP).

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• Sólidos secos que, com a adição de veículos adequados, geram preparações

que se conformam sob todos os aspectos às exigências para Suspensões

Estéreis, e que se distinguem por rótulos do tipo “______ Estéril para

Suspensão“. (Ex: Ampicilina Estéril para Suspensão, USP).

Se um fármaco for instável em solução, pode ser preparado como um pó seco

que poderá ser reconstituído com o solvente adequado no momento da

administração ou ser preparado como suspensão de partículas em veículo no qual o

fármaco seja insolúvel. Se o fármaco for instável na presença de água, esse

solvente será substituído por outro, parcialmente ou totalmente, no qual o fármaco

seja insolúvel (BUTLER; MUNSON; DELUCA, 1980).

O início e a duração da ação de um fármaco podem ser controlados, em certa

medida, pela forma química do fármaco, pelo estado físico do injetável e pelo veículo

empregado. É desejável uma ação prolongada do fármaco para reduzir a

necessidade de injeções frequentes e repetidas (KWAN, 1989).

3.3 SOLVENTES E VEÍCULOS PARA INJETÁVEIS

O solvente mais utilizado é a Água Estéril para Injeção, USP (pois esta é

purificada por destilação ou por osmose reversa). Não precisa ser estéril, mas

necessita ser livre de pirogênios. A Água Bacteriostática para Injeção USP, é a água

estéril para injeção que contém um ou mais agentes antimicrobianos (CRAWFORD;

NARDUCCI; AUGUSTINE, 1991).

A presença do agente antimicrobiano faz com que a água seja usada apenas

para administração parenteral de pequeno volume, pois, para grandes volumes, tem

a presença de muitos agentes antimicrobianos e que talvez sejam tóxicos para esse

tipo de administração (ANSEL; POPOVICH; LOYD, 2000).

Os veículos selecionados não devem ser irritantes, nem tóxicos nas

quantidades administradas, e não sensibilizantes. As propriedades físicas e

químicas devem ser levadas em consideração e devem ser avaliadas, como nos

solventes. Alguns aspectos que podem ser levados em consideração, são

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estabilidade física e química, viscosidade, fluidez, temperatura, miscibilidade em

líquidos corporais, facilidade de purificação e padronização (KWAN, 1989).

3.4 PREPARAÇÃO INDUSTRIAL DE PRODUTOS PARENTERAIS

A endotoxina bacteriana foi aprovada para teste em produtos humanos

parenterais em 1980 nos Estados Unidos e foi seguida por outras nações

(YAMAMOTO et al, 2000).

Em indústrias, para manipulação de tais produtos, a área deve ser mantida

livre de bactérias através de luzes ultravioletas, ar filtrado, fabricação estéril e roupas

esterilizadas para as pessoas que trabalham na área. As matérias-primas

necessárias são dissolvidas de acordo com as Boas Práticas de Fabricação (BPF)

de água para injeção (CRAWFORD; NARDUCCI; AUGUSTINE, 1991).

As soluções são passadas por um filtro de membrana para ficarem limpas.

Após a filtração, as soluções devem ser passadas com o maior cuidado e

assiduidade possíveis para os recipientes adequados. Depois destes processos, o

produto é esterilizado em autoclave e, então, é feito o teste de esterilidade e

pirogênios (BOMMER; RITZ, 1987).

É necessário que todas as técnicas para preparação de produtos parenterais

sejam assépticas, para evitar qualquer tipo de contaminação cruzada (AKERS;

WRIGHT; CARLSON, 1991).

4. HISTÓRIA DO PIROGÊNIO O conhecimento científico do pirogênio existe há 50 anos, aproximadamente,

mas o conhecimento da febre, suas causas, mecanismos e efeitos, já existe a

aproximadamente 2.000 anos. Anteriormente, a febre era vista por médicos gregos

como um mecanismo terapêutico, e essa idéia durou séculos. Como etapa seguinte,

algumas preparações altamente pirogênicas eram feitas de células mortas de

Salmonella typhi e usadas como vacina (BUSSEY; TSUJI, 1984).

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No começo do século XIX, dois farmacêuticos franceses isolaram um

antipirético: a quinina. Um professor dinamarquês de fisiologia, Panum, estudou

sobre a elevação térmica, e concluiu que a substância indutora da febre era

termoestável, diferente de bactérias vivas, sendo que poucos miligramas, quando

injetados por via intravenosa, induziam a febre elevada (apud RUSH et al, 1988).

O primeiro investigador a usar o termo pyrogen ou pirogênio para descrever o

princípio promotor da febre foi Billbroth. Os termos pyrogen e “substância pirogênica”

também foram usados por outros autores, como Burdon-Sanderson. Estes

escreveram sobre o processo da febre como originada de um agente exógeno

(bactéria), ou de origem endógena (célula do hospedeiro) (apud ISMAIEL; BECKER;

HAKIM, 1996).

No século XIX, Centanni realizou alguns estudos quanto aos agentes

responsáveis pela febre e descreveu o procedimento para isolamento da toxina

bacteriana responsável pela febre. Ele reconheceu a relação causa-efeito entre a

endotoxina (pirotoxina) e a febre. Logo depois, microbiologistas perceberam que as

endotoxinas eram encontradas em várias bactérias. Isto se deu graças à descoberta

de Gram, em 1884. Os investigadores logo perceberam que as endotoxinas estavam

associadas exclusivamente às bactérias Gram negativas (apud PEARSON, 1985).

Algumas injeções vinham acompanhadas da febre e efeitos colaterais através

da administração parenteral de agentes terapêuticos. A esterilização térmica ou

filtração não eram suficientes para eliminar as bactérias, não eliminando assim, a

pirogenicidade das preparações. Pesquisadores planejaram e padronizaram o teste

de pirogênio em coelhos, classificando as bactérias em pirogênicas e não

pirogênicas e concluíram que uma certa substância termoestável era a possível

causadora da febre de injeção (DABBAH et al, 1980).

Shear e Turner foram os que isolaram uma certa preparação de endotoxina

de Serratia marcescens, pois apresentava toxicidade, pirogenicidade e composições

iguais às encontradas por outros autores. Eles foram os primeiros a usar o termo

lipopolissacarídeo ao extrato da endotoxina. Westphal e outros colaboradores

utilizaram aproximadamente 20 anos de seus trabalhos para mostrar que a porção

lipídica do LPS (lipopolissacarídeo) é responsável por reações induzidas pela

endotoxina (apud PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

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5. PIROGÊNIOS E SUAS FONTES

Os pirogênios são heterogêneos e apresentam composição e estrutura

variável que influenciam os efeitos biológicos como febre, mudança no quadro

leucocitário e choque séptico (HENDERSON et al, 1996; RIETSCHEL et al, 1994).

Formas farmacêuticas para uso parenteral, devem ser livres de pirogênio, que

podem ser originados da parede de bactérias Gram negativas, Gram positivas, vírus

ou fungos (BARTH et al, 2007).

O pirogênio pode estar presente em injetáveis (intramuscular e endovenoso),

correlatos ligados a injetáveis e qualquer produto implantado (fluidos para perfusão e

infusão). A origem dos pirogênios nos injetáveis, pode estar associada ao ambiente,

a matéria-prima, ao material de acondicionamento, ao operador ou ao tempo total

até a esterilização (ELISSON, 2000).

Existem várias produtoras de substâncias pirogênicas, como: cepas de

Estreptococos sp, que é uma exotoxina; o Mycobacterium tuberculosis;

enterotoxinas do Staphylococcus aureus; Vírus e Fungos (DING; HO, 2001).

6. PIROGÊNIO ENDÓGENO E O MECANISMO DA FEBRE

Existem duas classes de pirogênios: os exógenos e os endógenos. Os

exógenos são originados fora do corpo e levam a elevações térmicas ao serem

injetados no homem ou no animal. A endotoxina, (LPS), é a de maior importância,

mas existem outros produtos, que induzem, também, elevações de temperatura

quando injetados. Existem diversas fontes de origem exógena, dentre elas pode-se

citar: a bacteriana, fungos, vírus, componentes de bactéria Gram negativa e Gram

positiva (BOMMER; RITZ, 1987).

A outra classe de pirogênios é a endógena, onde o pirogênio endógeno é

produzido internamente pelo hospedeiro como resposta ao estímulo de pirogênios

exógenos. Este pirogênio é constituído de substância homogênea, que é sintetizada

por diferentes células do hospedeiro assim que é exposta ao pirogênio exógeno. É

considerado o mediador da febre. As moléculas de pirogênio endógeno possuem

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alto peso molecular, e, apesar de ter estrutura química diferenciada para sua

espécie, não tem como habilidade produzir febre (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

As reações pirogênicas são caracterizadas por frio, febre e hipotensão. São a

segunda razão do desvio de infecções na admissão de pacientes no hospital. As

causas das reações foram traçadas pelo aumento da contaminação da endotoxina

na água utilizada para preparação de injetáveis (HINDMAN et al, 1975).

A febre é definida como a alta temperatura oral desenvolvida durante as

diálises, não estando presente no início do processo. Todas as amostras são

processadas para determinação da endotoxina e bactérias (RAIJ; SHAPIRO;

MICHAEL, 1973).

7. ENDOTOXINAS Endotoxinas constituem o maior composto lipídico da membrana externa de

bactérias Gram negativas. Tanto a endotoxina quanto seus fragmentos são muito

estáveis. Processos muito utilizados como autoclave e estufa não as retiram de

superfícies e soluções, sendo então necessária a utilização de bases ou ácidos

fortes ou um processo de pirólise para degradação da mesma (SANTOS et al, 2000).

As endotoxinas, por sua vez, são consideradas fontes de muita importância

na indústria farmacêutica, tendo alto peso molecular, associadas à membrana

externa que envolve a parede celular da bactéria Gram negativa. Quando não

purificadas, possuem lípides, carboidratos e proteínas e quando purificadas, são

consideradas lipopolissacarídeos (LPS) (BARTH et al, 2007).

Elas são termoestáveis e inativadas por grandes ciclos de calor seco,

condições alcalinas/ ácidas e polimixina B. Inicialmente, a endotoxina foi

reconhecida como causadora da febre e recentemente por ter ações biológicas de

grande espectro, que estão associadas à porção lipídica da molécula. A porção

central é homogênea entre várias espécies, auxiliando na dispersão da molécula e

funcionando, de uma forma indireta, para ação biológica. Suas características

tornam sua detecção e eliminação um considerável desafio ao produtor de

parenterais de artigos relacionados à administração ou próteses (PINTO; KANEKO;

OHARA, 2003).

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A atividade biológica da endotoxina está associada com o lipopolissacarídeo

(LPS). A toxicidade está associada a um componente lipídico (lipídio A) e a

imunogenicidade está associada com os componentes do polissacarídeo. As

paredes das células antígenas (antígenos O) da bactéria Gram negativa são

componentes do LPS. Comparando-se com a classe da exotoxina da bactéria, as

endotoxinas são menos potentes e menos específicas em suas ações, desde que

elas não tenham ação enzimática (RUMP et al, 1993).

As endotoxinas são mais estáveis (mesmo fervendo por 30 minutos não são

desestabilizadas), mas certamente o poder dos agentes de oxidação (peróxido,

superóxido e hipoclorito) têm sido utilizados para neutralizá-las (ISMAIEL; BECKER;

HAKIM, 1996).

Figura 3: Estrutura da Endotoxina Bacteriana

Fonte: GIROIR, 1993.

A eliminação das endotoxinas dos produtos parenterais poderia ser enfatizada

no futuro avanço tecnológico desses produtos (RAIJ; SHAPIRO; MICHAEL, 1973).

A Interleucina-1 é produzida pelas células mononucleares humanas (MNC)

quando induzidas pela Endotoxina. Esta Interleucina-1 tem vários efeitos biológicos,

dentre eles, pode-se destacar: febre, neutrofilia (ação na medula óssea), proliferação

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de colágeno (estímulo de fibroblastos), liberação de aminoácidos de músculos, a

produção de IL-2 (para devida ação nas células T), e produção de anticorpos (ação

nas células B) (DINARELLO, 1989).

7.1 LIPOPOLISSACARÍDEO

O lipopolissacarídeo (endotoxina) é liberado da parede das bactérias Gram

negativas (HINDMAN et al, 1975).

Consiste no lipídeo A (endotoxina), ao qual estão ligadas duas regiões de

natureza polissacarídica, respectivamente o “core” e as cadeias laterais. O

lipopolissacarídeo (LPS) tem alto fator de virulência, com efeitos biológicos,

resultando na amplificação de reações inflamatórias (GAZENFIELD-GRAZIT;

ELIAHOU, 1969).

Esta endotoxina é um antígeno fraco não específico e é pobre em anticorpos,

ativando a cascata do complemento. Essa ativação faz com que se formem as

cininas, que é outro importante mediador da inflamação (HARDING et al, 1990).

O LPS induz os macrófagos a secretarem outras proteínas (interleucinas,

fator alfa de necrose tumoral, oxigênio reativo, nitrogênio quaternário, intérferon),

além de plaquetas, mastócitos, basófilos e células endoteliais. Pequenas

quantidades de endotoxinas induzem a resposta inflamatória periapical. A

multiplicidade de achados com endotoxinas é o fruto da variabilidade genética do

LPS de diversos microrganismos (ROSLANSKY; DAWSON; NOVITSKY, 1990).

O papel do LPS em outras membranas da bactéria Gram negativa é atuar

como barreira de permeabilidade. A outra membrana é impermeável para grandes

moléculas e componentes hidrofóbicos do ambiente (DING; HO, 2001).

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Figura 4: O Lipopolissacarídeo encontrado na membrana externa das bactérias

Gram negativas

Fonte: MADIGAN, 2003.

7.2 COMPOSIÇÃO QUÍMICA

As endotoxinas exercem seu efeito quando bactérias Gram negativas morrem

e suas membranas celulares sofrem lise, liberando as endotoxinas, induzindo a

resposta pirogênica (febre). As endotoxinas, portanto, são formadas pelo núcleo

polissacarídico que liga a cadeia O-antigênica e a unidade lipídica A (parte interna)

que, por sua vez, é responsável pelas propriedades pirogênicas encontradas em

produtos injetáveis e de uso veterinário (BUTLER; MUNSON; DELUCA, 1980).

O lipídio A é composto de um dissacarídeo de glucosamina, que pode ser

substituído por ácidos graxos de cadeia longa e grupamentos amida e éster. Este

ácido graxo tem cadeia de 14 carbonos, e, quando ligados aos ésteres, são mais

variáveis. O lipídeo A é ligado a um núcleo de heteropolissacarídeos, um açúcar

ácido de 8 carbonos, de exclusividade do LPS bacteriano. Essa porção pode ser

chamada de cadeia central e tem como função ser transportadora de soluto no meio

aquoso para porção lipídica. Muitos açúcares e derivados são encontrados nas

cadeias O-específica e são de exclusividade do LPS (PINTO; KANEKO; OHARA,

2003).

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7.3 ATIVIDADE BIOLÓGICA

Muitas atividades biológicas são atribuídas ao lipídeo A da endotoxina, e as

principais atividades biológicas, podem ser demonstradas: pirogenicidade, toxicidade

letal, leucopenia seguida de leucocitose, fenômeno de Shwartzman, necrose de

medula óssea, ativação do complemento, indução de tolerância a endotoxina,

gelificação do lisado de amebócito de Limulus (ADNER et al, 1991).

A pirogenicidade causada pelo lipídeo A quando se complexa com albumina

de soro humano ou bovino, é semelhante àquela de endotoxina intacta, conforme

testes em coelhos. A injeção intravenosa em coelhos, de 0,01 mg, leva a uma

resposta de pico bifásico da febre, depois de 1 a 3 horas de inoculação (BUSSEY;

TSUJI, 1984).

A indução da febre envolve o processo de fagocitose do lipídeo A,

produzindo, assim, o pirogênio endógeno, que por sua vez, atravessa a Barreira

Hematencefálica, alterando pontos de equilíbrio dos neurônios reguladores de

temperatura do hipotálamo anterior. Os ratos e camundongos apresentam uma

resposta febril diferente de outros animais e humanos, após administração

parenteral da endotoxina (DANNER et al, 1990).

O sistema termorregulador dos ratos é capaz de responder ao lipídeo A,

quando se usa o recurso de injeção direta nos ventrículos cerebrais, promovendo a

febre. Esse aumento de temperatura se dá pelo efeito tóxico do lipídeo A sobre os

vasos da pele (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

7.4 NÍVEIS PIROGÊNICOS

Os níveis pirogênicos tornam-se muito importantes no que diz respeito à

liberação de produtos na área farmacêutica. Foi estabelecido um limite de 50 pg/ mL

para a devida liberação desses produtos, mas houve proposta de redução para 35

pg/ mL. O limite aceitável para soluções parenterais é de 100 pg/ mL e, assim, pode-

se ter uma boa segurança para o teste em coelhos. Os níveis de endotoxina não

foram estabelecidos quando se iniciou o teste em coelhos (MAN et al, 1988).

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Apenas em 1956 que se estabeleceu um limite após alguns pesquisadores

estudarem como era importante a determinação da sensibilidade em coelhos e

humanos a diferentes endotoxinas, para que o medicamento parenteral possa ser

usado. Os níveis aceitáveis para coelhos e humanos são: 0,1 e 0,14 ng/ Kg para S.

thypi, 1,0 ng/Kg para E. coli e de 50 a 70 ng/Kg para Pseudomonas sp (DABBAH et

al, 1980).

A pirogenicidade pode depender ou não tanto da endotoxina como do nível

de dose. Conclui-se que o limite razoável seria 0,1 ng/ ml, pois estaria acima do

menor limite de confiança, sendo considerado o “padrão de referência de atividade

pirogênica” e seria comparado com o teste de endotoxina in vitro (PINTO; KANEKO;

OHARA, 2003).

8. PROCESSOS DE DESPIROGENIZAÇÃO Os pirogênios podem ser muito difíceis de serem removidos da solução, pois

têm pesos moleculares bem distintos e sua estabilidade e pH são facilmente

alterados (PEARSON, 1985).

Assim sendo, existem dois métodos para despirogenização: pela inativação

das endotoxinas, através da detoxificação da molécula de LPS por tratamentos

químicos ou pela remoção das endotoxinas, que pode ocorrer de várias formas,

dependendo das características físicas da endotoxina. Os métodos de

despirogenização variam muito, dependendo de cada situação (DING; HO, 2001).

Existem outros métodos que podem despirogenizar os produtos, baseando-se

nas características físicas da endotoxina (tamanho, peso molecular, carga

eletrostática, e diferentes superfícies) (BOOMER; RITZ, 1987).

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8.1 DESPIROGENIZAÇÃO POR INATIVAÇÃO DA ENDOTOXINA 8.1.1 HIDRÓLISE ÁCIDO-BASE

Por esse método, reduz-se ou elimina-se a atividade biológica de LPS,

desativando o lipídeo A, presente no LPS bacteriano. A hidrólise ácida age na

ligação cetosídica lábil, separando o lipídio A do restante da molécula do

lipopolissacarídeo, sendo incapaz de ligar-se nas células endoteliais, submetendo-se

a inativação (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

Esta hidrólise também pode apenas agir sobre uma fração do lipídeo A,

alterando, assim, a conformação da molécula em sítios funcionais essenciais, ou

simplesmente, clivando ácidos graxos, afetando a solubilidade e pirogenicidade do

lipídeo (DING; HO, 2001).

A hidrólise ácido-base pode desnaturar uma proteína alvo, sendo imprópria

quando purifica uma proteína (ISMAIEL; BECKER; HAKIM, 1996).

8.1.2 OXIDAÇÃO Este método utiliza o peróxido de hidrogênio para destruição de pirogênios na

solução. O mecanismo desta destruição é desconhecido, mas o peróxido de

hidrogênio pode remover facilmente o pirogênio do processo de purificação

(BOMMER; RITZ, 1987).

Inicialmente, percebeu-se a inativação oxidativa da endotoxina observando-se

a perda da capacidade de produzir febre quando entram em contato com peróxido

de hidrogênio. Este é fundamental na eliminação de pirogênio na água estéril- USP

(PEARSON, 1985).

A inativação por este método depende da concentração, do pH e do tempo. É

facilmente eliminado da solução e inativa endotoxinas em condições não extremas à

5%. Além de ser um agente oxidativo muito importante na degradação de solutos e

soluções, fornece vantagens em aplicações específicas. Existem outros agentes

oxidantes a serem citados, como por exemplo, ácido hipoclorito, ácido periódico,

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permanganato de potássio diluído, neutro, ácido nítrico, dicromato e dióxido de

selênio (SILVEIRA et al, 2004).

8.1.3 ALQUILAÇÃO A alquilação ocorre por substituição eletrofílica na ligação glucosamina no

lipídeo A ou na etanolamina do núcleo. Através deste método, ocorre redução de

atividade, observando-se resultados satisfatórios, com redução de 100 a 1000

vezes, quando se usa anidrido acético e succínico. Além destes, um outro agente

alquilante utilizado seria o óxido de etileno, pois também gerou resultados bons,

considerando sua eficácia na destruição das endotoxinas (PINTO; KANEKO;

OHARA, 2003).

Este tipo de esterilização é usada para materiais que são sensíveis ao calor e

à umidade (como, por exemplo, materiais médicos e cirúrgicos, cateteres, agulhas,

seringas descartáveis na embalagem plástica), além de outras preparações

termolábeis, como antibióticos e outros medicamentos. O óxido de etileno ou gás de

óxido de propileno são gases inflamáveis, que se diluídos com o gás inerte

adequado, podem ser empregados com total segurança. Para este processo de

esterilização, utiliza-se um equipamento especializado igual à autoclave (ANSEL;

POPOVICH; LOYD, 2000).

Vários estudos devem ser feitos para conhecer o nível de atividade deste

agente frente a quantidades de endotoxina, pois o processo é compatível com

materiais termolábeis usados na fabricação de produtos médico-hospitalares

(PINTO, 2005).

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8.1.4 PROCESSO TÉRMICO 8.1.4.1 TRATAMENTO POR CALOR SECO

A busca por solventes ativos fluorados, obriga a desenvolvimentos de

processos aplicáveis à fabricação de produtos médico-hospitalares. A perspectiva do

uso do peróxido de hidrogênio para devida inativação de endotoxinas motivou a

consideração do processo sem permanência do próprio agente oxidante (PINTO,

2005).

O tratamento por calor seco é realizado em estufas específicas para este fim,

que funcionam com gás ou eletricidade, controladas por termostato. Este tratamento

é considerado menos eficaz para matar microrganismos do que o calor úmido, pois

utiliza altas temperaturas por períodos mais longos (ANSEL; POPOVICH; LOYD,

2000).

Este método é utilizado para materiais termoresistentes, principalmente

frascos de vidro e instrumentos metálicos. Os materiais são submetidos a

temperaturas maiores que 250 ºC por mais de 30 minutos, para devida incineração e

inativação. O LPS apresenta duas vezes mais resistência térmica ao se comparar

com a endotoxina ativa da qual foi derivada. Quando a exposição é menor do que a

citada anteriormente, não ocorre a redução do LPS e não se destrói as bactérias

Gram intactas (BOOMER; RITZ, 1987).

Vários parâmetros devem ser levados em consideração para

despirogenização por calor seco: bioburden, pyroburden, desafios biológicos,

posicionamento de registradores de temperatura, tempo de ciclo, perfil de

penetração de temperatura e velocidade da esteira no caso de túneis. Ás vezes, a

autoclavação não é suficiente para a destruição das endotoxinas, portanto, a ação

oxidante do peróxido de hidrogênio e a adsorção em carvão ativo são

potencializadas por esse método. Apesar das endotoxinas serem termo-resistentes,

quando se submetem a essa alta temperatura, resultam na diminuição de 3 log no

nível de endotoxina (DING; HO, 2001).

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8.1.5 RADIAÇÃO IONIZANTE

Esse método consiste em reduzir a toxicidade das endotoxinas (alterações

físicas e biológicas) e aumenta a chance de alterações químicas de fármacos e

soluções parenterais. Alguns riscos de toxicidade superam o que é benéfico com

relação às propriedades do método (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

A radiação aplicada em produtos farmacêuticos altera as substâncias

presentes nos microrganismos ou as que os protegem. A destruição celular, que é

irreversível e completa, ocorre através de uma combinação de efeitos da radiação

(ANSEL; POPOVICH; LOYD, 2000).

8.1.6 POLIMIXINA B A polimixina B pode anular a atividade biológica do lipopolissacarídeo,

inativando-o (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

Deve-se tomar cuidado na interpretação dos resultados envolvendo esta

inativação, até que outros estudos sejam feitos para maior conhecimento a respeito

desta (DING; HO, 2001).

8.2 DESPIROGENIZAÇÃO POR REMOÇÃO DAS ENDOTOXINAS 8.2.1 LAVAGEM

A lavagem é um método bem antigo e mais simples para remover endotoxinas

de superfícies sólidas. Esse método geralmente acontece com uso da Água Estéril

para Injeção USP (AKERS; WRIGHT; CARLSON, 1991). Pequenas quantidades de

endotoxina podem ser retiradas de vidrarias, tampas e dispositivos de acordo com

procedimento correto de lavagem (HARDING et al, 1990).

A lavagem com água pode ser monitorada durante o processo com o teste

LAL, para validar a remoção de endotoxinas (HANSON, 1992).

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8.2.2 DESTILAÇÃO Esse método é o mais antigo, mas não o menos efetivo com relação à retirada

de pirogênio da água. Essa água passa por duas variações de fase: de líquida para

vapor e de vapor para líquida. Na primeira fase, ocorre uma fervura rápida levando

ao vapor de água, enquanto o LPS mantém-se no estado líquido. Se houverem

umas dessas moléculas de LPS no estado de vapor, com a força da gravidade elas

tendem a cair, pois tem alto peso molecular (ISMAIEL; BECKER; HAKIM, 1996).

A destilação é usada para grandes pesos moleculares e na estabilidade das

endotoxinas. Os baixos pesos moleculares presentes em soluções podem ser

purificados pela fervura e condensação em forma de vapor (BUTLER; MUNSON;

DELUCA, 1980).

As grandes moléculas de lipopolisacarídeos não são facilmente vaporizadas.

Este é um método de escolha para purificação da água (BOOMER; RITZ, 1987).

8.2.3 ULTRAFILTRAÇÃO Esse método ocorre por exclusão de peso molecular e é um método

considerado efetivo como filtro despirogenizante. Portanto, as endotoxinas que

excedem o peso molecular, são retidas na superfície da membrana. A ultrafiltração é

muito utilizada para remoção de pirogênios também em fármacos e soluções de

baixo a médio peso molecular (GAZENFIELD-GRAZIT; ELIAHOU, 1969).

Se a solução tiver alto peso molecular, também pode ser ultrafiltrada e com

resultados eficazes utilizando-se a desagregação das endotoxinas empregando-se

tensoativos ou agentes alquilantes (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

Normalmente, o peso molecular das endotoxinas são 10 kD, portanto, às

vezes este método pode servir como base para separação de tamanho. Pode ser

difícil de selecionar a membrana correta e por esta razão, o método é apenas usado

quando todas endotoxinas presentes são maiores do que 300.000 Da (YAMAMOTO

et al, 2000).

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8.2.4 OSMOSE REVERSA

O sistema de osmose reversa é utilizado principalmente no tratamento da

água, sendo considerada a solução do problema da presença da endotoxina para

preparar fluidos parenterais (HINDMAN et al, 1975).

A Osmose Reversa aplica o princípio da pressão hidrostática elevada, através

da membrana semipermeável para preparar a solução purificada (ISMAIEL;

BECKER; HAKIM, 1996).

Para esse método, utiliza-se membrana de acetato de celulose ou poliamida,

com pequenos poros para exclusão de íons. Membranas convencionais são

utilizadas para remover endotoxinas por exclusão de tamanho, já que os poros não

permitem a passagem de pirogênios (MAN et al, 1988).

Na despirogenização não é muito efetivo, pois moléculas distintas e pequenas

da água passam através desses poros, mas são muito utilizados para remover

endotoxina da água. Essas membranas retém 99,5% a 99,9%dos pirogênios. Por

isso, além da destilação, a osmose reversa também é um método reconhecido pela

USP (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

8.2.5 CARVÃO ATIVO

Esse processo consiste na adição do carvão à solução e, após agitação, esta

é filtrada ou precipitada para remoção do carvão (DING; HO, 2001).

O carvão ativo tem grande afinidade por substâncias não ionizadas de alto

peso molecular, podendo ser usado em várias faixas de pH (KWAN, 1989).

Existe uma limitação adicional encontrada na remoção dos traços de carvão,

que é contornada com o uso de carvão sinterizado (BUTLER; MUNSON; DELUCA,

1980).

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8.2.6 ATRAÇÃO ELETROSTÁTICA As fibras finas, juntamente a atração eletrostática, atuam como eficiente filtro

de profundidade. Através dos profundos poros, ocorre a retenção de partículas por

ação mecânica (DING; HO, 2001).

As endotoxinas negativamente carregadas são adsorvidas por membranas

revestidas por poliamida ou por amina covalente (DABBAH et al, 1980). Para

soluções farmacêuticas, utilizam-se membranas com potencial negativo para devida

despirogenização (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

8.2.7 ATRAÇÃO POR MEMBRANA HIDRÓFOBA

A endotoxina tem afinidade por alguns polímeros através dos grupos hidrófilos

ionizáveis presentes nestes. Alguns destes polímeros são: polímeros alifáticos,

polipropileno, polietileno, polifluoreto de vinilideno e politetrafluoretileno (ELISSON,

2000).

Ocorre então um processo de filtração em membrana, permitindo a retenção

de 10 microgramas de LPS por centímetro quadrado da área filtrada (HARDING et

al, 1990).

Estudos demonstraram que o mecanismo de ação sugeriu que interações

iônicas e hidrófobas contribuíram para adsorção da endotoxina (HINDMAN et al,

1975).

8.3 OBTENÇÃO DE PRODUTOS APIROGÊNICOS

Para cada produto, deve-se verificar um tipo de despirogenização, seja ele

por remoção ou por inativação de endotoxinas, pois cada um deles tem um tipo de

natureza diferente. Devem-se manter as normas de higiene no local produtivo, para

que se consiga o produto apirogênico desde o início do processo, sem se preocupar

com maiores tratamentos (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

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Todas etapas críticas devem ser monitoradas e devem-se validar

periodicamente estufas ou túneis de despirogenização (DING; HO, 2001).

As monitorações de processo (como matérias-primas), devem empregar

técnicas analíticas validadas, com metodologia clássica utilizando coelhos ou

diferentes métodos empregando a técnica in vitro do LAL (ADNER et al, 1991).

9. O TESTE DO PIROGÊNIO

O teste de pirogênio determina a presença de endotoxinas bacterianas que

podem estar presentes em injetáveis (intramuscular e endovenoso); em correlatos

ligados a injetáveis ou em qualquer produto implantado, fluídos para perfusão e

infusão (CRAWFORD; NARDUCCI; AUGUSTINE, 1991). Este teste é obrigatório

para produtos injetáveis e determinam, em níveis aceitáveis, os riscos de uma

possível ação febril em pacientes receptadores do produto injetado (ANDRADE et al,

2003).

Os testes da hipertermia realizado em coelhos (teste in vivo) e do LAL (teste

in vitro), são muito importantes para o devido controle de contaminantes pirogênicos

em produtos injetáveis e na validação de metodologias de investigação (BARTH et

al, 2007).

9.1 TESTE DE PIROGÊNIO POR MÉTODO in vivo

O método in vivo baseia-se na elevação da temperatura corporal de coelhos,

ao injetar a substância em análise. O teste só é aplicável onde não se tem

metodologia alternativa (F. BRAS., 1988). Para outros casos, o método utilizado é o

teste in vitro, pois gerou uma alta confiabilidade, apesar de ter limitações. O teste in

vivo envolve toda situação fisiológica do animal, assegurando a pureza dos produtos

injetáveis, líquidos para infusão e perfusão e correlatos, (PINTO; KANEKO; OHARA,

2003).

Até 25 anos atrás, a presença de endotoxina bacteriana (lipopolissacarídeo

bacteriano) em soluções parenterais e biológicas, era detectada pelo método in vivo,

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mas, atualmente, este método foi substituído pelo método in vitro Gel-Clot (BUSSEY;

TSUJI, 1984).

A comprovação da apirogenicidade de produtos injetáveis já existe há mais de

50 anos (não se sabia, então, das composições das endotoxinas), mas já se

entendia sobre a alteração do sistema termoregulador do coelho, permitindo um

estudo para evitar o surgimento frequente de febre nos pacientes (DING; HO, 2001).

O método in vivo é considerado um teste limite, pois aprova ou reprova a

amostra (HINDMAN et al, 1975). Apesar das grandes transformações e evoluções

tecnológicas, ao lado de conhecimento cada vez maior no campo das ciências

biológicas, pode-se dizer que o método in vivo não tem modificações profundas,

longe de se constituir em determinação quantitativa (LOURENÇO; KANEKO; PINTO,

2005).

9.2 FUNDAMENTO DO MÉTODO

O teste de pirogênios baseia-se no aumento da temperatura corporal dos

coelhos, após injetar intravenosamente a solução estéril que está sendo analisada

(10 ml por kg de peso), não ultrapassando 10 minutos (F. BRAS. 1988).

Algumas modificações, desde a oficialização do teste, foram feitas com

intenção de diminuir a variação biológica. Deve-se verificar a interpretação individual

dos resultados de cada coelho. Após receber a injeção intravenosa, observam-se os

coelhos durante um período de 3 horas para ver se houve alguma alteração na

temperatura (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

Ao analisar critérios de interpretação, a conceituação exata torna-se

necessária sobre a elevação térmica individual dos coelhos. Este valor é definido

como sendo a diferença entre a temperatura máxima após a injeção e a de controle,

devendo ser um valor positivo, e, nos casos negativos, considere-se zero (SILVEIRA

et al, 2004).

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38

9.2.1 MODELO ANIMAL

O animal (coelho) deve pesar entre 1.5 e 4.0 Kg, podendo ser de ambos os

sexos, porém, não no mesmo teste. Os animais devem ser mantidos em temperatura

uniforme (+/- 22º C), sem perturbações e, uma semana antes do teste, os coelhos

devem iniciar exercícios de acondicionamento (F. BRAS., 1988).

Vários mamíferos foram testados para detectar substâncias pirogênicas, mas

o coelho foi o modelo animal escolhido por muitas razões, principalmente por ter o

sistema termoregulador semelhante ao do ser humano (existe também equivalência

entre as 2 espécies). Utilizam-se raças albinas, com orelhas bem desenvolvidas,

mas preferem-se outras raças como: a holandesa, que tem vantagens com relação

ao peso, mas como desvantagem, tem o pigmento da pele que dificulta a

visualização da veia e também tem as orelhas muito pequenas. Outras raças são a

Himalaia e a polaca (BARTH et al, 2007).

Pode haver alguma interferência com relação aos resultados falso-positivos

(os que não receberam treinamento ou os que descansaram por mais de 3

semanas). Para os animais que nunca receberam o treinamento, deve-se submeter

um teste parecido, mas sem injeção da amostra, podendo-se utilizar uma solução

fisiológica apirogênica. Se os períodos de descanso do animal forem respeitados (2

a 3 dias), o coelho pode ser reutilizado, se o produto que foi utilizado estava

apirogênico (HINDMAN et al, 1975).

No biotério de coelhos, a faixa de neutralidade térmica deve ser seguida (+/-

3ºC) e se o biotério estiver em manutenção por algum período, a quarentena é muito

importante, a fim de colocar animais externos para a realização dos testes (PINTO;

KANEKO; OHARA, 2003).

Seringas, agulhas e vidrarias utilizadas para o desenvolvimento do teste

devem ser despirogenizadas à 250ºC durante 30 minutos (F. BRAS. 1988).

Todo material que for utilizado para injeção intravenosa deve ser

despirogenizado ou pode-se trabalhar com material apirogênico descartável. Para

que este teste seja realizado, os coelhos devem estar sadios, sem maiores

problemas de infecção intestinal e bom condicionamento (BARTH et al, 2007).

O peso corporal é um item muito importante com relação à saúde do animal,

pois os que estão com menos peso corpóreo, podem estar apresentando um quadro

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de doença respiratória ou até mesmo, intestinal. Portanto, deve-se certificar que

nenhum animal perdeu peso na semana que antecede a realização do teste

(DABBAH et al, 1980).

9.2.2 PROCEDIMENTO DO TESTE

Todos materiais usados para terapia parenteral (equipos de transfusão,

infusão, dispositivos implantáveis e injetáveis) devem oferecer alta segurança ao

paciente e sem contaminantes pirogênicos. Portanto, todos produtos injetáveis

necessitam ser testados (PEARSON, 1985).

Os injetáveis de grande volume possuem grande perigo de contaminação em

relação aos de pequeno volume. Dependendo do volume, há uma padronização de

dose para realização do teste (em injetáveis de grande volume, o valor da dose

estipulada é de 10 mL/ kg) (PINTO, 2005).

Para garantir a segurança do teste, deve-se dar uma dose maior no coelho

(maior que a terapêutica), pois, a dose mínima é idêntica no coelho e no homem.

Para realizar o teste num determinado grupo de animais, utiliza-se uma dose de 4-6

mL/ min, não ultrapassando 4 minutos (abre-se exceção para animais que possuem

mais de 3 kg, pois deve-se injetar uma dose de 10 mL/ kg). Algum produto contém

fármacos que alteram o sistema termo-regulador, inibindo o estado febril. Como

ocorrem reações tóxicas, pela presença do pirogênio, deve-se alertar com relação à

segurança do paciente (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

Deve-se tomar muito cuidado para não alterar a hipersensibilidade do animal

durante o manuseio. No dia do teste, não se devem fornecer alimentos, mas sim,

água em abundância. Cada animal, respeitando o período de descanso, deve ser

pesado e colocado em contentor (BARTH et al, 2007).

Inicialmente, pesam-se três coelhos (estes devem possuir pesos constantes).

Deve-se determinar a temperatura corporal 40-90 minutos antes da injeção (não é

aconselhável usar animais com temperatura maior que 39,8ºC). Prepara-se, então, a

amostra (aquecer a 37-38ºC). Injeta-se a solução (amostra) na veia marginal da

orelha dos três coelhos (essa injeção não dura mais de 10 minutos), registrando a

temperatura corporal por 3 horas. Deve-se ter, pelo menos, três determinações em

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escalas de uma hora. Interpretam-se os dados experimentais, que podem ser:

apirogênico, pirogênico ou duvidoso (F. BRAS., 1988).

Figura 5: Coelho para execução do teste

Fonte: PESSOA, 2007.

9.2.3 CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO Cada temperatura registrada pelos coelhos é considerada sua resposta ao

teste (quando as temperaturas medidas após o teste forem menores que a

temperatura de controle, a resposta equivale à elevação de temperatura zero. Se

nenhum dos três coelhos apresentarem elevação de temperatura de 0,6ºC, o

produto cumpre os requisitos de ausência de pirogênio. Se algum coelho apresentar

aumento na temperatura de 0,6ºC ou mais, repetem-se os resultados usando outros

cinco animais (F. BRAS. 1988).

Cada amostra deve ser testada num grupo de 3 animais e os dados

experimentais devem ser verificados de acordo com a elevação da temperatura (a

soma das elevações térmicas, quando inferior a 1,15ºC, aprova a amostra como

apirogênica. Quando está com valor superior a 2,65ºC, está rejeitada). No Brasil, a

elevação de temperatura é de 1,1ºC, permitida para 1 dos 3 animais testados

(PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

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Várias pesquisas visaram à comparação do método in vitro com a do animal,

então utilizaram grupos com 8 animais sem a fragmentação do teste em 3 a 5

coelhos. Valores cumulativos entre 3,7ºC e 4,0ºC têm grande probabilidade de

acusar resultado falso-negativo, o que foi verificado em estudos combinatórios da

temperatura (BARTH et al, 2007).

9.3 MÉTODOS NÃO OFICIAIS Juntamente com a padronização do teste para detecção de pirogênio, a

resposta está relacionada com as endotoxinas. Um dos métodos utilizados é o da

toxicidade de pirogênio bacteriano em embrião de galinha (que é susceptível à

endotoxina) (PEARSON, 1985).

Um parâmetro que pode ser aproveitado, mas que ainda não foi aplicado no

controle de qualidade de medicamentos, é a determinação dos níveis de leucopenia,

pois são dose-dependentes do pirogênio bacteriano (ROSLANSKY; DAWSON;

NOVITSKY, 1990).

A inversão da resposta imunológica não foi de aplicação para o controle de

medicamentos quanto à inocuidade por substâncias pirogênicas (DINARELLO,

1989).

10. TESTE DE ENDOTOXINA PELO MÉTODO in vitro

Desde 1885, Howell descreveu a coagulação do sangue do Limulus

polyphemus, o caranguejo em forma de ferradura de cavalo. Na década de 1950,

Bang descobriu que as bactérias Gram negativas causavam a coagulação do

sangue do Limulus. Em 1964, Levin e Bang determinaram que a reação é

enzimática, mostrando que a coagulação é iniciada por um componente estrutural

único da parede celular bacteriana denominado endotoxinas (apud PINTO;

KANEKO; OHARA, 2003).

Este método determina a presença de endotoxinas bacterianas (bioprodutos

causadores da febre provenientes de bactérias Gram negativas) e é obrigatório para

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produtos injetáveis. Determinam, em limites aceitáveis, os riscos de uma ação febril,

em paciente receptador do produto injetado. Para execução deste tipo de teste, usa-

se um derivado do lisado de amebócitos do caranguejo Limulus polyphemus (LAL).

O teste pode apresentar resultados falso- negativos ou falso- positivos em produtos,

antibióticos e vacinas virais (SANTOS et al, 2000).

O método se baseia na reação entre a endotoxina e um componente protéico

do LAL. Esse método “in vitro”, começou com os trabalhos de Frederik Bong, na

Universidade Jonh Hopkins, que observou a reação de coagulação intravascular

causada por bactérias em caranguejos de espécie Limulus polyphemus. Assim, o

cientista descobriu que o fenômeno de coagulação estava nos amebócitos ou

células sanguíneas circulantes do caranguejo, e que a endotoxina produzia uma

reação de gelificação com o lisado obtido desses amebócitos por processo

enzimático (apud ADNER et al, 1991).

A endotoxina juntamente com cátions divalentes ativam zimógenas de serina-

protease, encontrados em amebócitos, iniciando uma reação em cascata, alterando

uma proteína chamada coagulágeno, levando à formação do gel proteináceo

(LOURENÇO; KANEKO; PINTO, 2005).

Um estudo feito em 1970 mostrou que o teste de LAL é mais sensível do que

os testes realizados em coelhos, pois a intensidade com que o gel é formado é

semelhante à concentração das endotoxinas (LEVIN; BANG, 1964).

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Quadro 1: LAL e a formação de coágulo (reação positiva) na presença de

Endotoxina, (BIERNAT, 2005).

10.1 MECANISMO DE REAÇÃO

A ativação pela endotoxina de enzimas de alto peso molecular é o resultado

da reação: Esta endotoxina, no final do teste de LAL, faz com que ocorra a

gelificação de proteínas coaguláveis de baixo peso molecular (PINTO; KANEKO;

OHARA, 2003). A reação do LAL requer um pH neutro e é dependente do tempo, da

temperatura e concentração da endotoxina (UNITED, 2004).

O mecanismo baseia-se na observação de que a endotoxina induz a

gelificação do lisado obtido dos amebócitos de ferradura de cavalo, Limulus

polyphemus. A possibilidade é de que o teste de “Limulus” poderia ser positivo na

presença de outras substâncias em que a endotoxina não tem sido absolutamente

excluída (RAIJ; SHAPIRO; MICHAEL, 1973).

Entende-se que, quando há formação de gel, ocorre uma reação típica de

teste positivo (reação de cascata em enzimas). Esta reação ocorre devido à

clivagem do coagulogênio (proteína de coagulação) através de uma enzima

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coagulante ativada, ocorrendo clivagem de produtos insolúveis, que se ligam a

proteínas coagulantes, formando o gel característico do teste de LAL positivo

(SANTOS et al, 2000).

Figura 6: Reagentes utilizados para execução do LAL teste

Fonte: SANTOS et al, 2000a

10.2 PREPARAÇÃO DO LISADO DO AMEBÓCITO DE LIMULUS (LAL)

Submetem-se os caranguejos Limulus polyphemus à sangria, introduzindo

uma agulha estéril e apirogênica de 18 G no músculo entre as regiões cefalo-

torácica e abdominal. A mistura de N- etilmaleimida em 3% de cloreto de sódio

estabiliza a membrana do amebócito. Após centrifugação por 10 minutos desta

mistura, despreza-se o sobrenadante azul, que contém hemocianina. Lavam-se os

amebócitos em cloreto de sódio 3%, para retirada dos componentes do soro e dos

anticoagulantes (YAMAMOTO et al, 2000).

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Figura 7: Limulus polyphemus

Fonte: VICTOR, 2007.

Ao adicionar água destilada apirogênica, ocorre choque osmótico e

consequente rompimento da membrana, para liberação do líquido intracelular. O

produto na forma aquosa é liofilizado, ficando estável à 4ºC por 3 anos, no mínimo

(PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

Uma das críticas feitas ao uso do LAL, para detecção de endotoxinas, foi a

variabilidade estação-a-estação e lote-a-lote. Pesquisas conduziram ao

desenvolvimento de um tratamento com clorofórmio, visando reduzi-la e aumentando

a sensibilidade. Mesmo utilizando íons bivalentes, a variabilidade não foi

influenciada, porém a sensibilidade do reagente foi aumentada (LOURENÇO;

KANEKO; PINTO, 2005).

10.3 PONTO FINAL DE GELIFICAÇÃO O método Gel-Clot é muito simples, econômico e mais sensível do que o teste

in vivo realizado em coelhos (BUSSEY; TSUJI, 1984). Um estudo feito em meados

do século 70 demonstrou que o teste de LAL é mais sensível que o ensaio feito em

coelhos e que a intensidade de formação do gel estava diretamente relacionada à

concentração da endotoxina (SANTOS et al, 2000).

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É um método que consiste em transferir volumes iguais de reagente de lisado

e solução-teste (0,1 ml cada) para tubos de ensaio despirogenizados. Deve-se

homogeneizar a mistura e, em seguida, incubar na temperatura de 37ºC por uma

hora. Os tubos não podem ser manuseados, para não atrapalhar a gelificação

(ADNER et al, 1991).

Para verificação dos resultados, devem-se inverter os tubos num ângulo de

180 ºC: se o gel se manter firme no fundo do tubo durante a inversão, há presença

de endotoxina, portanto o teste é positivo. caso não haja formação do gel, significa

que não há presença de endotoxina, portanto o resultado é negativo (PINTO;

KANEKO; OHARA, 2003).

Figura 8: Leitura dos resultados a partir do coágulo branco formado no fundo do

tubo de ensaio

Fonte: SANTOS et al, 2000b.

10.4 ENSAIO LAL: APLICAÇÃO E EQUIVALÊNCIA

Desde os anos 70, o teste de LAL foi preferível para ser usado em

radiofármacos, após longos estudos. Portanto a aplicação deste também foi utilizada

em produtos biológicos, visando minimizar concentrações de endotoxina nos

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produtos. Para o teste de equivalência, vários testes foram realizados usando

ensaios de endotoxina, deduzindo a equivalência do teste in vitro (LONNEMANN et

al, 1988).

Para estabelecer a equivalência ou superioridade do ensaio LAL para

endotoxinas, numerosos testes paralelos foram realizados utilizando-se, em ambos

os ensaios, níveis especificados de endotoxina, deduzindo a equivalência ou

superioridade do teste in vitro (SANTOS et al, 2000).

A aplicação se estende também à determinação do efeito de procedimento de

limpeza e outros nos níveis de endotoxinas, minimizando concentrações de

endotoxina nos produtos terminados. Estes limites de endotoxina situam-se bem

abaixo daqueles indutores de respostas pirogênicas no homem (RUSH et al, 1988).

11. MÉTODOS ANALÍTICOS PARA DETECÇÃO DE ENDOTOXINAS 11.1 ENSAIO TURBIDIMÉTRICO

Este método tem uma considerável medida quantitativa da endotoxina, ao

contrário do ponto final de gelificação, que impede a quantificação da endotoxina a

níveis abaixo daqueles em que se forma o gel consistente (DING; HO, 2001). É um

método sofisticado, que exige equipamentos complexos, aumentando os custos de

execução (SANTOS et al, 2000).

Desde que os reagentes de LAL foram formulados para serem usados para

leituras turbidimétricas, tais testes podem ser usados se mostrados de acordo com

os requerimentos para métodos alternativos. Os procedimentos incluem incubação

para reação da endotoxina e controle de soluções com reagente de LAL e leitura em

espectrofotômetro de absorbância (UNITED, 2000).

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11.2 MÉTODO COLORIMÉTRICO DE PROTEÍNA DE LOWRY

Este método quantitativo é considerado muito importante na detecção de

endotoxinas, baseando-se em concentrações crescentes de endotoxinas que são

proporcionais à proteína do reagente de LAL, formando coagulogênio (proteína

coagulante). O teste é semelhante ao da gelificação, mas a quantidade do lisado-

específico é determinado usando-se a proteína de Lowry (usa-se um

espectrofotômetro, com leitura à 660nm). Comparam-se os resultados com uma

curva padrão (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

É necessário que se acompanhe o ensaio com controles positivo e negativo,

para assegurar a não interferência de amostras e ausência de contaminantes

(SANTOS et al, 2000).

No método colorimétrico, a absorbância é medida durante todo o período da

reação e os valores da taxa são determinados naquelas leituras. A reação chega ao

seu final pela adição de um agente de enzimas finalizadoras de reações, antes das

leituras (UNITED, 2000).

11.3 MÉTODO NEFELOMÉTRICO

Este método tem sido pesquisado para detectar a presença do pirogênio em

parenterais de grande volume (CRAWFORD; NARDUCCI; AUGUSTINE, 1991). A

diferença deste para o método espectrofotométrico é que este usa um nefelômetro

(empregando-se a luz relativa dispersa) enquanto o outro método consiste em

utilizar a concentração da endotoxina para leitura da densidade óptica. Usa-se o

sulfato de dodecil sódico para finalizar a reação enzimática e como estabilizador da

suspensão, utiliza-se a Carboximetilcelulose (CMC). O teste de LAL é rápido sendo

finalizado em 1 hora (DING; HO, 2001).

O método pode ser automatizado, com resultados mais sensíveis que o

método cromogênico. Este método não tem sido aceito como promissor como o

método colorimétrico da proteína de Lowry (ADNER et al, 1991).

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11.4 MÉTODO CROMOGÊNICO

O ensaio de LAL cromogênico foi otimizado usando um LAL reativo,

designado para o método Gel-Clot, e um substrato cromogênico. O procedimento

deste método envolve a incubação do LAL reativo e um padrão de endotoxina (ou

uma amostra), seguido de incubações subsequentes com o substrato cromogênico

(BUSSEY; TSUJI, 1984). Como no método turbidimétrico, este método consiste na

exigência de equipamentos complexos, pois é um método sofisticado, com

consequente aumento do custo (SANTOS et al, 2000).

Este é um método quantitativo e específico para enzima de coagulação

ativada. O teste requer mistura de 0,1 mL do LAL com 1,0 mL da amostra,

incubando-se por 8 minutos. Depois de devida incubação, adiciona-se 0,5 mL de

substrato cromogênico na solução e incuba-se novamente por 3 minutos. Para

finalizar a reação, utiliza-se 0,1 mL de ácido acético glacial em água, a 25% v/v e,

em espectrofotômetro, lê-se a densidade óptica (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

11.5 OUTROS MÉTODOS

Além do ensaio da microdiluição, ensaio de LAL e fluorescente, um outro

método utilizado é a automação, pois aplica-se o sistema semi-automático cinético

(onde utiliza-se placas, leitor tipo Elisa e Software específico), permitindo a análise

de 176 amostras por 1 hora. Este método é utilizado para parenterais de pequeno e

grande volume (PEARSON, 1985). Embora alguns fármacos não podem ser

testados por este método, a maioria não provocou alterações cinéticas significantes,

podendo ser ensaiada com ajuste de pH e diluições. A questão de custo, devido o

substrato cromogênico, assim como limitação de amostras opacas ou coloridas

tendem a deslocar vantagens ao método cinético turbidimétrico (DING; HO, 2001).

Outros métodos que podem ser citados são: a espectrometria de massa e o

radioimunoensaio (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

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12. VALIDAÇÃO DA METODOLOGIA “in vitro”

Esta validação tem como objetivo liberar o produto acabado, com base no

limite de endotoxinas e comprovando a sensibilidade do LAL (ADNER et al, 1991).

Os controles são necessários para que um teste seja validado, usando-se

controles positivos e negativos (em 2 tubos contendo Endotoxina (controle positivo),

adiciona-se a água e apirogênica (livre de pirogênio). Em 2 outros tubos sem

Endotoxina (controle negativo), em um deles adiciona-se água a ser testada e no

outro, adiciona-se água apirogênica. Coloca-se as amostras no banho-maria por 1

hora junto com as amostras a serem testadas. Após este processo, verificam-se os

resultados (SANTOS et al, 2000).

A validação do teste é realizada através da inibição ou potencialização da

reação de formação do gel. Quando há inibição do gel, ou seja, quando há

quantidade suficiente pode ocorrer formação de gel, porém a amostra impede a sua

formação, tem-se média geométrica menor que a sensibilidade do LAL

(LOURENÇO; KANEKO; PINTO, 2005).

12.1 SENSIBILIDADE DO LISADO

A sensibilidade é a habilidade do método detectar uma amostra

verdadeiramente positiva como positiva (BUSSEY; TSUJI, 1984).

Em coelhos, o limite de confiabilidade é de 5,0 Ue/mL, embora em lisados

este limite é menor que 0,25 Ue/mL (sabendo-se que o teste realizado em coelhos,

determina a presença de endotoxina que provoca a ação febril e o teste de LAL

mede a concentração de endotoxinas). A sensibilidade do LAL é avaliada usando 2

séries de diluições (utilizando-se Água Estéril para Injeção USP), do controle padrão

de endotoxina, definido a partir do padrão de referência de endotoxina (F. BRAS.

1988). Os resultados são considerados conformes se a sensibilidade determinada do

LAL diferir de não mais que uma única série de duplicata de diluição do valor

nominal do produto (PEARSON, 1985).

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12.2 TESTES DE INIBIÇÃO E EXACERBAÇÃO DE RESPOSTA

A inibição é determinada para cada formulação, antes da liberação final do

produto. As respostas são comparadas com aquelas das diluições do mesmo

controle de padrão de endotoxina em água, tendo resultado satisfatório quando as

diferenças não excederem duas séries de diluição. Se o produto diluído não for

inibitório, procede-se a diluição, respeitando o valor da diluição máxima válida (DMV)

(YAMAMOTO et al, 2000).

A inibição ou exacerbação pode ser eliminada com diluição, aquecimento,

ajuste de pH, adição de substância que neutralize a inibição ou adição de agente

dispersante de endotoxina (ROSLANSKY; DAWSON; NOVITSKY, 1990).

Esta inibição/potencialização da resposta deve ser considerada e a avaliação

desses efeitos é efetuada contaminando-se a amostra na diluição em que é testada

com quantidades determinadas de endotoxina bacteriana, de forma a permitir

verificar se a amostra interfere (inibe ou potencializa) a reação de formação do gel

(F. BRAS, 1988).

12.3 LIMITES DE ENDOTOXINA

O padrão de referência de endotoxina (RSE) tem sua potência definida de

10.000 Unidades de Endotoxina (EU) por frasco. Constitui-se cada frasco com 5 mL

de água apirogênica. Agita-se por 30 minutos no vortex e usa-se então este

concentrado para fazer diluições em série apropriadas. Mantém-se esta

concentração no congelador, para subseqüentes diluições, por não mais de 14 dias

(UNITED, 2000).

A atividade da Endotoxina foi relativamente calculada e aquela referência

padrão de Endotoxina foi expressa como unidades de Endotoxina por Milímetro

(Eu/mL) (YAMAMOTO et al, 2000).

Para produtos parenterais, o limite é correspondente a K/M, onde K é igual a 5

Ue/kg de peso corpóreo e M é igual à dose máxima humana recomendada por

quilograma. Para correlatos, os limites são de 0,5 UE/ mL e para aqueles em contato

com a medula espinal, o limite é de 0,06 UE/ mL. São isentos do limite de

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endotoxina: os produtos para novas aplicações ou produtos biológicos com limites

distintos e produtos farmacêuticos ou biológicos, que não possam ser testados pelo

método LAL (PINTO; KANEKO; OHARA, 2003).

12.4 TESTE DE COMPATIBILIDADE DO PRODUTO

Para verificação da inibição ou da potencialização de um produto, vários

testes devem ser feitos por métodos específicos. A não interferência do produto é

muito importante durante a realização do teste. Se for detectada em primeira

instância a interferência do produto, deve-se aplicar a Concentração Máxima Válida

(CMV), que consiste numa etapa preliminar para determinar a diluição máxima de

um produto na qual a concentração limite de endotoxina possa ser detectada ou a

Diluição Máxima Válida (DMV), onde a concentração pode ser calculada

(ROSLANSKY; DAWSON; NOVITSKY, 1990).

A Diluição Máxima Válida (DMV) é a diluição máxima permitida para um

produto com um determinado limite de especificação para que a endotoxina

bacteriana, caso presente, possa ser detectada (UNITED, 2004). Esta é apropriada

para injetáveis ou para soluções para administração parenteral na forma constituída

ou diluída para administração, ou onde for aplicável uma quantidade de droga,

dependendo do volume da dosagem para administração, este volume pode ser

variado (UNITED, 2000).

12.5 ABRANGÊNCIA DA VALIDAÇÃO

O fabricante do produto, ao empregar o teste de LAL, deve-se preocupar em

obter dados quanto à sensibilidade, inibição/ potencialização (PINTO; KANEKO;

OHARA, 2003).

Após a validação do teste, pode ser aplicado à rotina de trabalho para

aprovação ou rejeição dos lotes produzidos. O teste é usado quando a monografia

apresenta as especificações para o limite de endotoxina e, na situação de escolha

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entre os diferentes métodos (gelificação, fotométrico e turbidimétrico), a decisão final

é baseada no ensaio de gelificação (LOURENÇO; KANEKO; PINTO, 2005).

13. AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TESTES DE PIROGÊNIOS EM PRODUTOS FARMACÊUTICOS

Os produtos farmacêuticos para uso parenteral devem ser estéreis e

apirogênicos (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005).

Algumas comparações de metodologias foram feitas para esse tipo de

avaliação. Em coelhos, foi realizado o teste de hipertemia para elaboração da curva

dose-resposta com o 2º Padrão de endotoxinas bacterianas. Observou-se que o

limite forneceu resultados comparáveis com as doses pirogênicas para o homem

(BARTH et al, 2007).

O teste do LAL (lisado de amebócito do Limulus) é padronizado para

determinação do produto final cromogênico e por gelificação, que é bastante

utilizado para avaliação de produtos farmacêuticos. Observaram-se algumas

diferenças em amostras com resultados falso-positivos, decorrentes das respostas

de reagentes do LAL reativos e não-reativos à B-glicanos. Os resultados obtidos

através do teste, garantem a importância e limitações no Controle de Qualidade de

produtos farmacêuticos parenterais, reduzindo e substituindo o teste realizado em

animais (SILVEIRA et al, 2004).

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14. CONCLUSÃO

Os testes de pirogênio são necessários para avaliar a contaminação de

fármacos, produtos injetáveis e materiais de uso hospitalar. Atualmente, as

indústrias farmacêuticas estão muito centradas com relação às Boas Práticas de

Fabricação de injetáveis, prevenindo a contaminação dos produtos por substâncias

termogênicas. O tempo de manipulação e de esterilização também são fatores

importantes para evitar a contaminação por pirogênio, pois a endotoxina é muito

termoestável.

A metodologia in vitro para determinação de endotoxina tem sido muito estudada

e evolui cada vez mais, sendo bastante aplicável para produtos acabados.

A indústria deve estar atenta na qualidade inadequada de produtos

farmacêuticos, colocando a venda apenas produtos que sejam seguros e eficazes

para os pacientes.

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55

REFERÊNCIAS ADNER, N. et al. Collaborative study of a control standard endotoxin using the

Limulus Amebocyte (Gel-Clot) test. Journal of Parenteral Science and Technology. v. 45, n. 2, p. 88-93, mar. /apr. 1991.

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