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Padrões de distribuição da cobertura vegetal na região Neotropical O Brasil no contexto da Região Neotropical MATAS ATLÂNTICAS Florestas tropicais brasileiras: características funcionais e estratégias de conservação

Mata Atlântica 2015

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Page 1: Mata Atlântica 2015

Padrões de distribuição da cobertura

vegetal na região Neotropical

“O Brasil no contexto da Região

Neotropical”

MATAS

ATLÂNTICAS

Florestas tropicais brasileiras: características funcionais e

estratégias de conservação

Page 2: Mata Atlântica 2015

Dois grandes

conjuntos interligados

historicamente

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Fonte: Batalha, Henrique Fo. et al. Connections between the Atlantic and the Amazonian forestavifaunas represent distinct historical events . J. Ornitol (2013 154:41-50

Avifauna

Species richness variation maps of New World suboscines for disjunctions between

the Atlantic Forest and the Amazon Basin.

A) Geographical distribution of 21 taxon pairs representing old divergences

(Miocene: 5.6–23 mya) between these biomes.

B) B) Geographical distribution of 37 taxon pairs representing young divergences

(Plio-Pleistocene: the last 5.5 mya) between these biomes. Bars in both maps

indicate the species richness for each pixel

a b

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Page 5: Mata Atlântica 2015

Sapayoa aenigma

Page 6: Mata Atlântica 2015

Avifauna

“ Our data show that the Quaternary climatic changes

were important in the interchange of avifauna

between these two biomes, and that geological events

during the Miocene, such as Andean uplift Hoorn et

al.2010) and associated changes in the axia(l grove to

the east—the establishment of broad foreland basins

and marine incursions (Cozzuol 1996; Haq et al.1987;

Paxton and Crampton 1996;Rasanen et al.1995;

Wesselingh et al.2006; Wesselingh and Salo 2006), may

also have played significant roles. “

Fonte: Batalha, Henrique Fo. et al. Connections between the Atlantic and the Amazonian forestavifaunas represent distinct historical events . J. Ornitol (2013 154:41-50

Page 7: Mata Atlântica 2015
Page 8: Mata Atlântica 2015

Geomorfologia/Clima/Vegetação

Domínios Morfoclimáticos do Brasil

“Mares de morros” florestados da fachada atlântica,

no domínio tropical atlântico.

Page 9: Mata Atlântica 2015

Onça-pintada (Panthera onca)

SOORETAMA – ONDE VIVEM OS ANIMAIS

Papagaio de cara roxa

(Amazona brasiliensis)

Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia)

Cotia (Hydrochaeris hydrochaeris)

Lagartixa-da-areia

(Liolaemus lutzae)

Page 10: Mata Atlântica 2015

TOPÔNIMOS TUPI

BUTANTAN (Terra muito dura)

ATIBAIA (Lugar de muita fruta)

UBATUBA (Lugar de muita canoa)

SÃO PAULO DE PIRATINIGA (Peixe a secar)

PIRITUBA (lugar da taboa)

ITAIM (Pedra pequena)

JAGUARÉ (Onde mora o jaguar)

TATUAPÉ (Caminho do tatu)

JACARÉ (Aquele que olha de lado)

PINDORAMA (Terra das palmeiras)

Page 11: Mata Atlântica 2015

Conceito de matas atlânticas

Mosaico de tipologias vegetacionaisintegradas historicamente.

As barreiras de dispersão dos organismos

não são tão nítidas, havendo zonas de contato entre diferentes tipologia

vegetacionais (ecótonos).

Cada formação possui seus próprios

condicionantes biogeofísicos.

Page 12: Mata Atlântica 2015

Mata de EncostaCampos

Mata de Planície AluvialRestinga

Page 13: Mata Atlântica 2015

No passado por exemplo, a mata atlântica

brasileira ocupava uma área de 1,3 milhões de

km2 enquanto hoje restam apenas 100.000 km2

aproximadamente

Page 14: Mata Atlântica 2015

CONSIDERADA “HOT-SPOT”

Número total de espécies / número de espécies endêmicas/

Ameaças

•Entre Pernambuco e Alagoas

•Entre Bahia e Espírito Santo

•Entre Rio de Janeiro e São Paulo

Mata Atlântica

Page 15: Mata Atlântica 2015

Norman Myers, biólogo da Universidade de Oxford em 1988

identificou 10 destes pontos. Ele descobriu que estes eram habitat de

44% das plantas vasculares e de 35% dos vertebrados terrestres –

Posteriormente a CI ampliou seu trabalho e chegou a 25 e depois a

34 pontos

16 destes hotspots, caracterizados por floresta tropical, já perderam

90% de sua cobertura florestal, de acordo com um artigo de Thomas Brooks

Page 16: Mata Atlântica 2015

Lista de hotspots

1.Andes Tropicais

2.Tumbes-Chocó-Magdalena (Panamá,

Colômbia, Equador e Peru)

3.Mata Atlântica (Brasil, Paraguai

e Argentina)

4.Cerrado (Brasil)5.Chile Central - Florestas Valdivias

6.Mesoamérica (Costa Rica, Nicarágua,

Honduras, El Salvador, Guatemala, Belize e

México)

7.Ilhas do Caribe

8.Província Florística da Califórnia

9.Floresta de Pinho-Encino de Sierra Madre

(México e Estados Unidos)

10.Florestas da Guiné (África Ocidental)

11.Província Florística do Cabo (África do

Sul)

12.Plantas Suculentas do Karoo (África do

Sul e Namíbia)

13.Madagascar e Ilhas do Oceano Índico

16. Maputaland-Pondoland-Albany

(África do Sul, Suazilândia e

Moçambique)

17. Chifre da África

18. Bacia do Mediterrâneo

19. Cáucaso

20. Ghats Ocidentais (Índia e Sri

Lanka)

21. Montanhas do Centro-Sul da

China

22. Sunda (Indonésia, Malásia e

Brunei)

23. Wallacea (Indonésia)

24. Filipinas

25. Regiões da Indo-Birmânia

26. Himalaias

27. Região Irano-Anatólica

28. Montanhas da Ásia Central

29. Japão

30. Sudoeste da Austrália

31. Nova Caledónia

32. Nova Zelândia

33. Ilhas da Polinésia e Micronésia

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Floresta Azonal

Altitude – Latitude - Idade

http://www.rbma.org.br

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Floresta Ombrofila Aberta

http://www.rbma.org.br

60 dias sem chuvas

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Floresta Ombrofila mista

(Araucaria anguistifolia)

http://www.rbma.org.br

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Floresta Estacional Decidual

(Matas Secas)Árvores entre 15 a

25m, cerca de 50%

dos indivíduos

perdem as folhas

•No nordeste

conhecida como

Agreste

http://www.rbma.org.br

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Floresta Estacional Semidecidual

A percentagem de arvores do conjunto

florestal que perdem folhas está entre (20% a

50%). Duas estações bem marcadas.

PE Morro do Diabo

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Restingas Manguezais

http://www.rbma.org.br

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Campos de Altitude

vegetação herbácea-arbustiva aberta dos planaltos de cadeia

montanhosa marítima, acima de 2000 metros, que se

desenvolve sobre os afloramentos rochosos cristalinos, solos

rasos e intensa radiação solar.

Page 35: Mata Atlântica 2015

Floresta Ombrofila Densa

Perenifólia, situa-se em elevações

montanhosas com variações fisionômicas o

que lhe permite altíssima riqueza e diversidade.

Presença de sub bosque, além de epífitas e

lianas. Apresenta um dossel de 10 a 40 m.

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http://www.rbma.org.br

Page 37: Mata Atlântica 2015

Fonte: Modificado de Tonhasca Jr, 2005

Floresta Sub

Montana

( 50 a 500m)

Floresta Montana

500 a 1000/1500

Floresta Alto Montana (nebular)

Acima de 1000/1500

Page 38: Mata Atlântica 2015

CLASSIFICAÇÃO DA VEGETAÇÃO BRASILEIRA

CLASSIFICAÇÃO FITOGEOGRÁFICA

IMPÉRIOFLORISTICO

De escala regional (1:1.000.000 até 2.500.000) até exploratória (1:1.000. 000 até 1:250.000)

Tipo de

Vegetação FORMAÇÕES

ZONA REGIÃO CLASSES DE FORMAÇÕES

SUBCLASSES DE

FORMAÇÕES

GRUPOS DE FORMAÇÕES

SUBGRUPOS DE

FORMAÇÕES

FORMAÇÕES PP DITAS

SUBFORMAÇÕES

NEOTROPICAL

Estrutura /Formas de vida

Clima/Déficit Hídrico

Fisiologia/TranspiraçãoE Fertilidade

Fisionomia(Hábitos)

Ambiente / relevo

Fisionomia específica /

fácies

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Floresta Sub-montana

( 50 a 500m)

no PARNASO

Jacatirão - Miconia fairchildiana

Page 42: Mata Atlântica 2015

Floresta Montana

(500 a 1000/1500)

PARNASO

Canela santa

Vochysia laurifolia

Jetiquibá Rosa

Cariniana legalis

Page 43: Mata Atlântica 2015

Campos de

altitudePARNASO

Floresta Alto Montana

Acima de 1000/1500

PARNASO

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http://www.labogef.iesa.ufg.br/labogef/arquivos/downloads/Manu

al_Tecnico_da_Vegetacao_Brasileira_n_48361.pdf

Manual tecnico de vegetação brasileira do IBGE

Page 45: Mata Atlântica 2015

Latitude Latitude Latitude

5° - 16°Natal e Porto seguro

16° - 24°Porto Seguro -

Cananéia

24°sul de cananéia

Alto Montana > 2.000 m > 1.500 m > 1.000 m

Montana 600 m-2.000 m 500 m-1.500 m 400 m-1.000 m

Sub Montana 100 m - 600 m 50 m - 500 m 30 m - 400 m

Floresta de

Planície5 m - 100 m 5 m - 50 m 5 m - 30 m

Zonação altitudinal depende da Latitude

PE IlhabelaPE Ilha do

Cardoso

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RECIFE (PE)........................ 1.500 - 2.000 mm

PARANAPIACABA..........................3.660 mm

ITAPANHAÚ.................................. 4.500 mm

SÃO PAULO-PARANÁ...................3.000 mm

“Rain Forest”

Page 47: Mata Atlântica 2015

Fonte: Puig (2008, p.56)

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Page 51: Mata Atlântica 2015

Fonte: Puig (2008, p.56)

Page 52: Mata Atlântica 2015

Estruturas verticais

Page 53: Mata Atlântica 2015

Fonte: Puig (2008, p.202)

Page 54: Mata Atlântica 2015

Fonte: Puig (2008, p.70)

Page 55: Mata Atlântica 2015

Fonte: Puig (2008, p.372)

Page 56: Mata Atlântica 2015

Fonte: Puig (2008, p.78)

Page 57: Mata Atlântica 2015

Tipos de clareiras

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Page 59: Mata Atlântica 2015

Síndrome de dispersão

Jatobá Hymenaea courbaril Família Leguminosae-

Caesalpinoideae / folha composta de 2 folíolos/dap 1m,

15 a 20mZoocoria (cotia)

Cedro Cedrela fissilisFamília Meliaceae / folha

composta/ dap 60 a 90cm,20 a 35m

Anemocoria

Page 60: Mata Atlântica 2015

Famílias, gêneros e espécies de grande distribuição na MA

Pau Brasil - Caesalpinia echinata Família Leguminosae-

Caesalpinoidae Folhas compostas bipinadas /

dap de 40-70cm / espinhenta de 8-12m

Autocoria

Palmito Juçara – Euterpe

Edulis/ Família Palmae

Zoocoria

Page 61: Mata Atlântica 2015

“Com a mão na massa!”

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Page 63: Mata Atlântica 2015

Fonte: Puig (2008, p.78

Fezes com sementes

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Page 66: Mata Atlântica 2015

Tibouchina granulosa

Tibouchina mutabilis - do RJ a SC.

Melastomataceae

A fragmentação antrópica, assim como processos naturais de

sucessão tornam comuns em toda a Mata

Atlântica.

Page 68: Mata Atlântica 2015

Syagrus rommansoffianum

Jerivá

Page 69: Mata Atlântica 2015

Endêmica da Região Neotropical.

conta atualmente com 56 gêneros e 3.086 espécies (Luther 2006)

Na Mata Atlântica foi registrado um total de 31 gêneros, 803 espécies

10 gêneros e 653 espécies são endêmicos da Mata Atlântica.

85% de bromélias na Mata Atlântica são polinizadas por Beija-flores

Bromeliaceae

VriesiaNidularium Neorogelia

Page 70: Mata Atlântica 2015
Page 71: Mata Atlântica 2015

Orchidaceae

A Mata Atlântica é rica em orquídeas.

A família possui mais de 20.000 espécies distribuídas em quase todas

as partes do planeta, porém a maioria das espécies é encontrada nas

áreas tropicais. O Brasil é um dos países mais ricos em orquídeas,

comparável somente à Colômbia e ao Equador. Estudos recentes

registram cerca de 2.300 espécies para o território brasileiro, sendo a

maior parte na Mata Atlântica .

•Os Cerrados têm a 3ªo. Maior número de espécies de orquideas

Laelia Catléia

Page 72: Mata Atlântica 2015

•A família Araceae tem 104 gêneros e cerca de 3500 espécies,

mais de 2/3 delas ocorrem no novo mundo.

•A grande maioria das aráceas é tóxica quando fresca

•Há muitas espécies vicariantes na Serra do Mar.

•A maioria das aráceas prefere lugares úmidos e sombreados.

Elas são rastejantes, trepadeiras e epífitas de florestas tropicais,

variando de pequenos indivíduos a espécies de porte arbustivo

•O odor é evidentemente o principal fator na atração dos

polinizadores (em geral insetos)

Araceae

Monstera deliciosa Anthurium andreaeanu

Page 73: Mata Atlântica 2015

Cipós

Lianas(trepadeiras lenhosas)

Grande diversidade de espécies

Asseguram coesão das copas

Vias de comunicação para animais

Potencial farmacêutico

Foram negligenciados nas pesquisas

Entre as plantas lenhosas estão entre as com

maior comprimento (podem ter cerca de

300m

são mais abundantes na África,

enquanto nos

neotrópicos a abundância é

intermediária e menor na Ásia

(Emmons e Gentry, 1983). Por

outro lado, as florestas neotropicais

são as que possuem a maior

diversidade de espécies trepadeiras

(Richards, 1952).

Engel, V. L. Et al (1998, p. 44)

Page 74: Mata Atlântica 2015

Samambaias

Alsophila longipetiolata - Samambaia-açu

A Mata Atlântica é caracterizada pela grande ocorrência de pteridófitas

arborescentes e epífitas:

Cyathea schanschin – xaxim

Nephrolepis biserrata

samambaia-graminha

Page 76: Mata Atlântica 2015

•Das 135 famílias de plantas tropicais, 60 são endêmicas da região

Neotropical (Good, 1964; Veloso, 1985)

•A Mata Atlantica tem endemismo para flora arbórea de 53,5% das

espécies Somando as espécies não arbóreas o endemismo chega a

77,4%

Endemismo

PARA FAUNA

Mamíferos (39%)

Primatas (80%)

Marsupiais (70%) gambás e cuícas

É alto também para borboletas, rãs e aves

O ENDEMISMO é um fator importante para as estratégias de conservação

Page 77: Mata Atlântica 2015

Animais da Mata Atlântica

Jacaré do papo amarelo

Caiman latirostrisPreguiça

Bradypus tridactylus

Onça pintada

Panthera onca

Muriqui - Brachyteles arachnoides

Preguiça de Coleira

Bradypus torquatus

Em extinção

Page 78: Mata Atlântica 2015

O macaco Muriqui ou Mono

Carvoeiro é o maior primata

das Américas, um macho

adulto pode atingir até 15 Kg.

Seu habitat natural é a Mata

Atlântica, do sul da Bahia ao

Norte do Paraná, entre 600 e

1800 m de altitude

É um dos animais em

maior risco de extinção

do mundo, devido à

destruição de seu habitat

natural, à baixa taxa de

reprodução da espécie e à

CAÇA.

Page 79: Mata Atlântica 2015

O Muriqui é um animal exclusivamente brasileiro.

Page 80: Mata Atlântica 2015

Tiê-sangue Ramphocelus bresilius

Saíra-sete-cores - Tangara seledon

Pica-pau benedito

Melanerpes flavifrons

Sanhaço de encontro azul - Thraupis cyanoptera

Trochiliformes

Trochilidae

Page 81: Mata Atlântica 2015
Page 82: Mata Atlântica 2015

Porco do

mato/ catetu

Tayassu tajacu

Serelepe/caxinguele - Sciurus aestuans

Cutia- Dasyprocta aguti)

Page 83: Mata Atlântica 2015

Animais da Mata Atlântica

Saúvas - Atta sexdensItapotihyla langsdorfii

Jararaca - Bothrops jararacaCaninana

Spilotes pullatus

Page 84: Mata Atlântica 2015

Mata Atlântica

Distribuição

original e

remanescentes

Page 85: Mata Atlântica 2015

Mauro victor

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Page 90: Mata Atlântica 2015

Retirada histórica da floresta

Exploração do Pau-Brasil

Terra Brasilis – 1515-1519 – Atlas Miler

Page 91: Mata Atlântica 2015

“Os invasores portugueses imprevidentemente

destruíram uma realização cultural, da qual

tinham apenas pálida consciência e à qual não

conseguiram dar nenhum valor: a capacidade

dos habitantes nativos de sobreviver em seu

meio. [...] Os homens da Mata Atlântica, como

todas as suas outras criaturas, haviam

armazenado, durante 12 mil anos, seus

próprios estoques de informação. Cada grupo

havia atribuído nomes a centenas de espécies

para as quais encontraram algum uso e sobre as

quais conheceram os hábitats, estações, hábitos

e, ainda relações com outras espécies. [...]

Apenas a tradição oral preservava essa cultura.

Uma vez retirados os indígenas de seus

hábitats, toda essa informação começou a se

deteriorar, e a floresta se tornou estranha e

carente de propósito humano.” (DEAN, 2004,

p. 83).Caesalpinia echinata

Árvore símbolo do Brasil

Page 92: Mata Atlântica 2015

O complexo da cana consumia a floresta não só por derrubada dessa para o

plantio da cana, mas também em forma de combustível que alimentava os

engenhos. Quando, depois de alguns anos de uso, a terra perdia sua fertilidade

inicial obtida a partir das cinzas da floresta, a terra era abandonada ou

transformada em pastagem e seu proprietário simplesmente reivindicava uma

nova sesmaria na qual ele recomeçaria tudo novamente

Cana-de-açúcar – primeiro corte sistemático da floresta

Page 93: Mata Atlântica 2015

Destruição histórica da floresta

Cana de Açúcar – Café – Industrialização – Urbanização - Consumo

Rugendas

1695 com a descoberta de

ouro a destruição da floresta

aumenta drasticamente.

Consumo direto e indireto da

floresta

Page 94: Mata Atlântica 2015

O consumo de madeira como combustível era intenso : nas

casas, nas fábricas, forjas, indiretamente na construção civil

(tijolos e telhas cozidos), siderúrgicas, etc.

As árvores dos manguezais eram as preferidas, pois

queimavam lentamente e não deixavam resíduos de resina

Em 1950, em SP, 7,5% dos trabalhadores rurais estavam

ligados ao corte de madeira e fabrico de carvão.

Em 1948 79% da energia consumida no Brasil era madeira

e carvão vegetal.

Dados de Waren Dean, 2004 p. 269

Dados alarmantes e pouco conhecidos

Page 95: Mata Atlântica 2015

Impactos

Page 96: Mata Atlântica 2015

Estratégias de Conservação

A mais utilizada em nosso país foi a criação de

Unidades de Conservação

Page 97: Mata Atlântica 2015

Fonte: www.mma.gov.br

Corredor central

da Mata Atlântica

Page 98: Mata Atlântica 2015
Page 99: Mata Atlântica 2015

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