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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO BIOMÉDICO
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA APLICADAS (MIP/PPGMPA)
MAYARA PERLINGEIRO DE SIQUEIRA
PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES DE NITERÓI, RJ: FREQUÊNCIA,
CONHECIMENTOS E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
NITERÓI
2016
2
MAYARA PERLINGEIRO DE SIQUEIRA
PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES DE NITERÓI, RJ: FREQUÊNCIA,
CONHECIMENTOS E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Microbiologia e Parasitologia
Aplicadas da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para a obtenção do Grau
de Mestre. Área de Concentração: Parasitologia.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Claudia Maria Antunes Uchôa Souto Maior
Niterói
2016
3
MAYARA PERLINGEIRO DE SIQUEIRA
PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES DE NITERÓI, RJ: FREQUÊNCIA,
CONHECIMENTOS E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Microbiologia e Parasitologia
Aplicadas da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para a obtenção do Grau
de Mestre. Área de Concentração: Parasitologia.
Aprovada em 16 de Fevereiro de 2016.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Otilio Machado Pereira Bastos – UFF – Presidente
Prof. ª Alynne da Silva Barbosa – UFF
Prof. ª Maria do Carmo Ferreira – UNIRIO
Prof. Alexander Sibajev – UFRR – Suplente
Prof. ª Danuza Pinheiro Bastos Garcia de Mattos – UFF – Suplente
Niterói
2016
4
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado a vida, por me abençoar e me guiar nas conquistas de meus
ideais, sempre me dando forças para seguir em frente.
À minha orientadora, Prof. Claudia Uchôa, por ter me dado asas. Por toda atenção e
paciência. Pelos ensinamentos, que iam além do científico. Pelo carinho de mãe e
apoio incondicional, inclusive nos momentos mais difíceis. Por ser um grande
exemplo e inspiração como profissional.
Ao prof. Otilio Bastos pela revisão criteriosa. Por todo auxílio e ensinamento,
enriquecendo cada passo dado com sua experiência e sabedoria.
À Fundação Municipal de Educação de Niterói pela parceria durante todo o estudo.
À CAPES, PROPPI/FOPESQ – UFF, PROEX – UFF e PIBIC – UFF pela concessão
de bolsas e apoio financeiro.
À prof. Ana Beatriz Fonseca pela realização da análise estatística.
À prof. Alynne Barbosa por ter me aberto as portas da Parasitologia há quatro anos
atrás. Pelo imenso apoio em todos os momentos. Pelos muitos ensinamentos e pela
amizade construída ao longo desses anos.
À toda a equipe de alunos que participaram do projeto: Eduarda Peixoto, Élida
Almeida, Juliana Matos, Andreza Ramos, Stephanie Scarabelli, Dessirer Netto,
Mayra Correa, Thiago Pilotto, Juliana Torres, Jéssica Detrano e Anna Luisa
Finkelstein. Por muito terem me ensinado, ao mesmo tempo que aprendiam. Pela
dedicação e esforço, sem o qual o estudo não teria acontecido.
Às escolas, funcionários e estudantes participantes do estudo pelo acolhimento,
participação e interesse demonstrado.
Aos meus pais, Claudete Perlingeiro e José Damião de Siqueira, por estarem
sempre ao meu lado me dando amor, confiança, suporte e incentivo. Por me
ajudarem a dar todos os meus passos, segurando minha mão no sucesso e na
derrota.
Aos meus avós, Maria da Glória e Antônio Ariosto Perlingeiro (in memoriam), pela
minha criação. Por serem os amores da minha vida, meus heróis, meus ídolos e por
me tornarem a pessoa que sou hoje. Cada luta, cada conquista e cada vitória é para
vocês.
5
Ao meu namorado e companheiro, Lucas Porto, pelo amor, carinho, apoio,
companheirismo e paciência. Por compreender minha ausência e nervosismo, por
me dar ombros e ouvidos e estar ao meu lado nos melhores e piores momentos.
À minha “filha peluda”, Flicka, por ser o meu anjinho de quatro patas, pela lealdade e
amor incondicional. Por ser minha fonte de consolo e alegria depois de um longo dia
de trabalho.
À minha “dinda”, Tania Roubier, por sempre me incentivar. Por suas sábias palavras
nos momentos de dificuldade e por ser minha segunda mãe.
Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Microbiologia e Parasitologia
Aplicadas pelos ensinamentos transmitidos durante esse percurso, e à Anna Soares,
secretária do curso, por toda a paciência, carinho e pela pronta atenção.
Às minhas companheiras de turma do mestrado pelos momentos de alegria e
dificuldade que compartilhamos e pelo que juntas aprendemos.
A todos os meus amigos que direta ou indiretamente participaram do estudo, dando
força e incentivo para que o trabalho fosse concluído.
6
“Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas! ”
Mario Quintana
7
RESUMO
O parasitismo intestinal ainda se constitui um dos mais sérios problemas de Saúde Coletiva no Brasil, principalmente pela sua correlação com o grau de desnutrição das populações, afetando especialmente o desenvolvimento físico, psicossomático e social de escolares. Além das condições precárias de higiene e das dificuldades econômicas, o desconhecimento sobre medidas preventivas contribui para que as populações menos favorecidas e, em especial, as crianças, se tornem o principal grupo em frequência de parasitoses intestinais. Vários recursos têm sido propostos como instrumentos auxiliares no processo de ensino, aprendizagem em saúde e da educação em saúde, que representa uma das ferramentas indispensáveis ao trabalho do profissional de saúde, devendo ampliar seu enfoque à criança, aumentando as possibilidades de se tornarem, na idade adulta, indivíduos com consciência crítica e com autoridade sobre as questões de saúde. Baseado neste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a frequência de parasitoses intestinais em estudantes e funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, identificar os saberes e implementar ações educativas. Foram realizadas atividades de sensibilização aos membros da comunidade escolar, seguido de assinatura de termo de consentimento e entrega de coletores fecais com orientações de coleta. As amostras fecais foram processadas pelas técnicas de Baermann-Moraes, Faust et al., Ritchie modificada, Lutz e Kato-Katz. Foram coletados material subungueal, processados pela técnica de Ritchie modificada e aplicados questionários de identificação de saberes aos funcionários e estudantes do 3º ao 7º ano do Ensino Fundamental. Ao final, foi apresentada uma feira educativa com dez dinâmicas. Aderiram ao estudo 630/2528 crianças e 111/460 funcionários, dos quais 263 crianças e 70 funcionários entregaram amostras fecais. Das amostras fecais, 72 (27,4%) de estudantes e 13 (18,6%) de funcionários estavam positivas para formas evolutivas de parasitos. Foi encontrada maior positividade para protozoários, principalmente não patogênicos. Das 494 amostras de material subungueal analisadas, um estudante apresentou positividade para Enterobius vermicularis. Dentre os 335 escolares que preencheram o questionário de saberes, observou-se conhecimento adequado sobre habitat (47,5%), formas de prevenção (48,4%) e sintomatologia (45,1%). Desses, 43,6% detinham conhecimento inadequado sobre transmissão. A maioria (50,7%) associou verminoses a vermes e 2,7% apresentaram conhecimento sobre protozoários. Dentre os 62 funcionários, observou-se conhecimento adequado sobre definição, exemplos, habitat, transmissão, sintomatologia e formas de prevenção. Na feira, que foi avaliada positivamente pelas equipes pedagógicas, observou-se grande interesse e participação das crianças, além de motivação em aprender. A baixa positividade, com predomínio de protozoários, pode estar associada a mudanças ambientais que inviabilizam a manutenção de alguns ciclos parasitários, bem como ser reflexo da baixa adesão ao trabalho proposto nessas escolas. A presença de informações fragmentadas sobre o tema reforça a necessidade de implementação de ações educativas estimulando a participação e a aquisição da informação por parte dos estudantes, assim como a importância do fortalecimento do conteúdo sobre parasitoses intestinais dentro do ensino de ciências, possibilitando a ampliação do conhecimento correto, o que poderá vir a interferir no empoderamento da comunidade alvo em relação a parasitoses intestinais e melhora na qualidade de vida. Palavras-chave: Enteroparasitoses. Crianças. Profissionais. Saberes. Orientação em saúde.
8
ABSTRACT
The intestinal parasitism still constitutes one of the most serious Community Health problems in Brazil, mainly because of its correlation with the degree of malnutrition of populations, especially affecting the physical, psychosomatic and social development of students. In addition to the poor conditions of hygiene and economic difficulties, the lack of knowledge about preventive measures contributes to the underprivileged populations, especially children, to become the main group in frequency of intestinal parasites. Several resources have been proposed as auxiliary instruments in the teaching process, health learning and health education, which is one of the indispensable tools to the work of healthcare professionals, which should expand its focus to the child, increasing the chances of becoming, in adulthood, individuals with critical awareness and authority on health issues. Based on this context, this study aimed to evaluate the frequency of intestinal parasites in students and employees from seven municipal schools of Niterói, RJ, Brazil, to identify the knowledge and to implement educational activities. Awareness activities were held for members of the school community, followed by signing a consent form and delivery of fecal collectors with collection guidelines. Fecal samples were processed by Baermann-Moraes, Faust et al., Ritchie modified, Lutz and Kato-Katz techniques. Subungueal material were collected and processed by Ritchie modified technique and knowledge identification questionnaires were applied to employees and students from 3rd to 7th year of elementary school. In the end, an educational fair was presented with ten dynamics. Joined the study 630/2528 children and 111/460 employees, of whom 263 children and 70 employees delivered fecal samples. Of fecal samples, 72 (27.4%) of students and 13 (18.6%) of employees were positive for evolutive forms of parasites. It was found higher rates of protozoa, mainly non-pathogenic. From 494 subungueal samples analyzed, one student was positive for Enterobius vermicularis. Among the 335 students who filled out the knowledge questionnaire, it was observed adequate knowledge about habitat (47.5%), forms of prevention (48.4%) and symptoms (45.1%). Of these, 43.6% had inadequate knowledge about transmission. Most (50.7%) associated verminosis to worms and 2.7% had knowledge about protozoa. Among the 62 employees was observed adequate knowledge about definition, examples, habitat, transmission, symptoms and prevention. At the fair, which was evaluated positively by the pedagogical teams, there was great interest and participation of children, besides motivation to learn. The low positivity, with predominance of protozoa may be associated with environmental changes that make it impossible to upkeep some parasitic cycles, as well as being a reflection of the low uptake to the proposed work in these schools. The presence of fragmented information on the subject reinforces the need for implementation of educational activities encouraging the participation and the acquisition of information by students, as well as the importance of strengthening the content of intestinal parasites in the teaching of science, enabling expansion of correct knowledge, which may interfere with the empowerment of the target community in relation to intestinal parasites and improved quality of life. Keywords: Enteroparasitosis. Children. Professionals. Knowledge. Health orientation.
9
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................16
2. OBJETIVOS .........................................................................................................18
2.1 OBJETIVO GERAL ..............................................................................................18
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................18
3. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ................................................................................19
4. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................20
4.1 PARASITOS INTESTINAIS .................................................................................20
4.1.1 Principais parasitos intestinais responsáveis pela infecção humana .............23
4.1.1.1 Blastocystis sp. ..........................................................................................23
4.1.1.2 Giardia duodenalis ....................................................................................24
4.1.1.3 Amebídeos ................................................................................................25
4.1.1.4 Geohelmintos ............................................................................................26
4.1.1.5 Hymenolepis sp. e Taenia sp. ...................................................................28
4.1.1.6 Enterobius vermicularis .............................................................................30
4.1.2 Fatores de risco para aquisição de parasitoses intestinais ............................31
4.2 PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES ...............................................32
4.3 CONHECIMENTOS SOBRE PARASITOSES .....................................................37
4.4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE .....................................................................................40
5. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................45
5.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO ...................................................................................45
5.1.1 Escola Municipal Anísio Teixeira ......................................................................46
5.1.2 Escola Municipal Santos Dumont .....................................................................46
5.1.3 Escola Municipal Noronha Santos ....................................................................46
5.1.4 Escola Municipal Dario de Souza Castello .......................................................47
5.1.5 Escola Municipal Levi Carneiro ........................................................................47
5.1.6 Escola Municipal Antônio Coutinho de Azevedo ..............................................47
5.1.7 Escola Municipal Professor André Trouche .....................................................48
5.2 PARTICIPAÇÃO NO PROJETO .........................................................................48
5.2.1 Sensibilização da população alvo ....................................................................48
5.2.2 Convite de participação e aceitação .................................................................48
5.2.3 Critérios de inclusão e exclusão .......................................................................49
5.3 COLETA DE AMOSTRAS ...................................................................................49
10
5.3.1 Amostras subungueais .....................................................................................49
5.3.2 Amostras fecais ................................................................................................50
5.4 PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS ..............................................................50
5.4.1 Amostras fecais ................................................................................................50
5.4.1.1 Técnica de Ritchie (1948) modificada por Young et al. (1979) .....................51
5.4.1.2 Técnica de Faust et al. (1938) .......................................................................52
5.4.1.3 Técnica de Lutz (1919) modificada ...............................................................52
5.4.1.4 Técnica de Baermann (1917) - Moraes (1948) .............................................53
5.4.1.5 Técnica de Kato e Miura (1954) modificada por Katz, Chaves e Pelegrino
(1972) ........................................................................................................................53
5.4.2 Amostras subungueais .....................................................................................54
5.5 ENTREGA DE RESULTADOS ............................................................................54
5.6 QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO ................................................................54
5.7 QUESTIONÁRIO DE SABERES .........................................................................55
5.8 EDUCAÇÃO EM SAÚDE ....................................................................................57
5.8.1 Feira educativa .................................................................................................57
5.8.1.1Características gerais dos parasitos ..............................................................57
5.8.1.2 Parasitos em Biscuit ......................................................................................58
5.8.1.3 Pescaria de parasitos ....................................................................................59
5.8.1.4 Estórias parasitológicas .................................................................................60
5.8.1.5 Jogo de trilha .................................................................................................61
5.8.1.6 Jogo da memória ...........................................................................................62
5.8.1.7 Higienização das mãos .................................................................................63
5.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA E PARÂMETROS DE ANÁLISE DESCRITIVA ...........64
6. RESULTADOS ......................................................................................................65
6.1 PARTICIPAÇÃO NO PROJETO .........................................................................65
6.2 PARASITISMO INTESTINAL ..............................................................................66
6.3 MATERIAL SUBUNGUEAL .................................................................................73
6.4 QUESTIONÁRIO DE SABERES .........................................................................74
6.5 EDUCAÇÃO EM SAÚDE ....................................................................................81
7. DISCUSSÃO .........................................................................................................83
8. CONCLUSÃO ........................................................................................................97
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................98
10. APÊNDICES ......................................................................................................116
11
10.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ...........................116
10.2 QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO ............................................................117
10.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE AMOSTRAS FECAIS ..........................119
10.4 LAUDO ENTREGUE AOS PARTICIPANTES .................................................120
10.5 QUESTIONÁRIO DE SABERES – ESTUDANTES .........................................121
10.6 QUESTIONÁRIO DE SABERES – FUNCIONÁRIOS .....................................122
10.7 QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA FEIRA EDUCATIVA ..........................123
11. ANEXOS ............................................................................................................124
11.1 PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE AO PROJETO ....................................124
12
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Mapa de Escolas Municipais e seus respectivos polos distribuídos pelo
Município de Niterói, RJ ............................................................................................45
Quadro 1 – Respostas esperadas para cada pergunta presente no questionário de
saberes aplicado aos estudantes das sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil,
incluídas no estudo no período de agosto de 2014 a outubro de 2015
....................................................................................................................................55
Quadro 2 – Respostas esperadas para cada pergunta presente no questionário de
saberes aplicado aos funcionários das sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil,
incluídas no estudo no período de agosto de 2014 a outubro de 2015
....................................................................................................................................56
Figura 2 – Banners com características gerais dos parasitos intestinais utilizados na
feira educativa realizada nas Escolas Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo
entre os meses de agosto de 2014 e outubro de 2015 .............................................58
Figura 3 – Observação de diferenças morfológicas e de tamanho entre as diversas
espécies de parasitos intestinais que ocorreu na feira educativa realizada nas
Escolas Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de agosto de
2014 e outubro de 2015 ............................................................................................59
Figura 4 – Pescaria de parasitos intestinais que ocorreu na feira educativa realizada
nas Escolas Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de agosto
de 2014 e outubro de 2015 .......................................................................................60
Figura 5 – Leitura de textos literários sobre parasitologia que ocorreu na feira
educativa realizada nas Escolas Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre
os meses de agosto de 2014 e outubro de 2015 ......................................................61
Figura 6 – Trilha parasitológica que ocorreu na feira educativa realizada nas Escolas
Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de agosto de 2014 e
outubro de 2015 ........................................................................................................62
Figura 7 – Jogo da memória que ocorreu na feira educativa realizada nas Escolas
Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de agosto de 2014 e
outubro de 2015 ........................................................................................................63
Figura 8 – Lavagem de mãos com tinta guache que ocorreu na feira educativa
realizada nas Escolas Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses
de agosto de 2014 e outubro de 2015 .......................................................................64
13
Tabela 1 – Adesão de estudantes de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil,
ao projeto de parasitoses intestinais no período de agosto de 2014 a outubro de
2015 ...........................................................................................................................65
Tabela 2 – Adesão de funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil,
ao projeto de parasitoses intestinais no período de agosto de 2014 a outubro de
2015 ...........................................................................................................................66
Tabela 3 - Frequência de amostras positivas para protozoários e/ou helmintos
detectados por técnicas coproparasitológicas em amostras fecais de 263 estudantes
de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a
outubro de 2015 ........................................................................................................67
Tabela 4 – Análise de determinantes de risco dos 137 estudantes participantes de
quatro Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil que entregaram amostra fecal no
período de agosto de 2014 a outubro de 2015 .........................................................68
Tabela 5 – Análise de determinantes de risco de 126 estudantes participantes de
três Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no
período de agosto de 2014 a outubro de 2015 .........................................................69
Tabela 6 – Frequência de amostras positivas para formas evolutivas de parasitos
detectados por técnicas coproparasitológicas em amostras fecais de 70 funcionários
de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a
outubro de 2015 ........................................................................................................71
Tabela 7 – Análise de determinantes de risco de 42 funcionários participantes de
quatro Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no
período de agosto de 2014 a outubro de 2015 .........................................................72
Tabela 8 - Análise de determinantes de risco de 28 funcionários participantes de três
Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no período
de agosto de 2014 a outubro de 2015 .......................................................................73
Tabela 9 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de
saberes preenchidos por 335 estudantes de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ,
Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de 2015
....................................................................................................................................74
Figura 9 – Gráfico representativo do número de respostas para cada pergunta
presente no questionário de saberes preenchidos por 335 estudantes de sete
Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de
2015 ...........................................................................................................................76
14
Tabela 10 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário
de saberes preenchidos por 62 funcionários de Escolas Municipais de Niterói, RJ,
Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de 2015 .........................................78
15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
OMS – Organização Mundial de Saúde
CDC – Center for Disease Control as Prevention
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais
EM – Escola Municipal
UMEI – Unidades Municipais de Educação Infantil
NAEI – Núcleo Avançado de Educação Infantil
AEE – Atendimento Educacional Especializado
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFF – Universidade Federal Fluminense
PVC – Policloreto de Polivinila
EVA – Etil Vinil Acetato
TNT – Tecido Não Tecido
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
SAA – Serviço de Abastecimento de Água
SES – Sistema de Esgotamento Sanitário
16
1. INTRODUÇÃO
O parasitismo intestinal ainda se constitui um dos mais sérios problemas de
Saúde Coletiva no Brasil, principalmente pela sua correlação com o grau de
desnutrição das populações, afetando especialmente o desenvolvimento físico,
psicossomático e social de escolares (FERREIRA & ANDRADE, 2005). As crianças,
principalmente as de baixa idade, representam a população onde o problema torna-
se mais grave (RODRIGUES et al., 2013).
Os distúrbios que os parasitos intestinais podem causar a seus portadores
incluem, entre outros agravos, dependendo da espécie parasitária, quadros de
diarreia e má absorção de nutrientes, obstrução intestinal, desnutrição e anemia
ferropriva, sendo as manifestações clínicas usualmente proporcionais à carga
parasitária albergada pelo indivíduo (SIQUEIRA et al., 2011).
No Brasil, os parasitos intestinais de maior ocorrência são Ascaris
lumbricoides, Trichuris trichiura, ancilostomídeos e Giardia duodenalis (BIASI et al.,
2010; VISSER et al., 2011; ANDRADE et al., 2013). Alguns estudos vêm apontando
aumento na frequência de Blastocystis sp., passando esse a ser o protozoário mais
comum nos inquéritos coproparasitológicos (NETO et al., 2004; MACEDO et al.,
2010; SANTOS et al. 2014).
No parasitismo, bem como em muitas outras infecções, a ocorrência é
decorrente do meio e das condições às quais as pessoas estão expostas
(BARBOSA et al., 2009).
Os enteroparasitos têm distribuição geográfica ampla, porém, com
prevalência variada nas diferentes regiões do mundo. Essa distribuição geográfica é
influenciada por vários fatores como condições sanitárias precárias, insuficiência de
ações educativas em saúde, práticas higiênicas inadequadas em manipuladores de
alimentos e utilização de água não tratada para o cultivo de hortaliças (GOMES et al,
2010).
Além das condições precárias de higiene e das condições socioeconômicas, o
desconhecimento sobre medidas preventivas contribui para que as populações
menos favorecidas e, em especial, as crianças, se tornem o principal grupo em
frequência de parasitoses intestinais (SIQUEIRA & FIORINI, 1999). Para Ribeiro et
al. (2004), quanto maior for o conhecimento sobre a doença, menores serão os
índices de infecção e evolução para formas mais graves.
17
Ribeiro e Marçal-Junior (2003) afirmaram que o nível insatisfatório de
conhecimento representa um dos principais fatores de risco para a aquisição de
enteroparasitoses. Logo, fomentar ações que possibilitem a divulgação e
aprendizagem desses saberes torna-se essencial no controle, aliado ao saneamento
básico e tratamento. Nesse contexto, vários recursos têm sido propostos como
instrumentos auxiliares no processo de ensino, aprendizagem em saúde e na
educação em saúde (SCHALL et al., 1987; SCHALL et al., 1993; TOSCANI et al.,
2007).
A aproximação da intervenção educativa de métodos e técnicas pedagógicas,
em oposição aos modelos tradicionais de ensino, pelos quais a informação é
mediada ao indivíduo, pode potencializar a ação em saúde, favorecendo uma maior
participação dos sujeitos envolvidos, o debate e a autonomia, além de garantir o
exercício da cidadania (RIBEIRO et al., 2013).
Ferreira e Andrade (2005) sugeriram que as práticas educacionais bem
aplicadas possibilitam que as pessoas adquiram os conhecimentos necessários para
prevenir certas parasitoses, evidenciando o valor da orientação para a
conscientização da população.
Portanto, a educação em saúde representa uma das ferramentas
indispensáveis ao trabalho do profissional de saúde no controle de endemias, e deve
ampliar seu enfoque à criança, pois, ao se trabalhar os indivíduos nessa fase da vida
aumentam-se as possibilidades desses se tornarem, na idade adulta, pessoas com
uma maior qualidade de vida, com consciência crítica e com poder sobre as
questões de saúde (BARBOSA et al., 2009). Além disso, o estudo dos índices de
parasitismo qualitativos e quantitativos tem, dessa forma, grande relevância por
resultar em informações de interesse público, alertando e precavendo para a
manutenção das condições de saúde da população (COSTA et al., 2015).
Baseado nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi identificar as
espécies parasitárias, os conhecimentos sobre parasitoses intestinais entre
estudantes e funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, e desenvolver
ações educativas em saúde. Esses objetivos visaram contribuir para o entendimento
da epidemiologia desses agentes na comunidade em questão, bem como divulgar
as informações sobre os parasitos intestinais, possibilitando o empoderamento
desse grupo e possível melhora na sua qualidade de vida.
18
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a frequência de parasitos intestinais e conhecimento sobre esse tema
entre estudantes e funcionários de Escolas Municipais de Niterói, desenvolvendo
ações educativas.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Identificar a frequência específica de parasitos intestinais nos escolares e
funcionários das escolas por técnicas coproparasitológicas.
- Identificar saberes dos escolares e funcionários sobre as parasitoses por
meio de questionário.
- Desenvolver ações educativas em saúde no campo das enteroparasitoses
junto à população alvo.
19
3. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Esse é um subprojeto do projeto interinstitucional da Universidade Federal
Fluminense e Fundação Municipal de Educação de Niterói intitulado “Parasitoses
intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e profilaxia” que
obteve parecer favorável em 22 de abril de 2014 no Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Medicina/Hospital Universitário Antônio Pedro, possuindo registro de
identificação no CEP, CMM/HUAP nº 621.193 e CAAE nº 25061913.0.0000.5243
(Anexo 1).
20
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 PARASITOS INTESTINAIS
As doenças parasitárias, cujos agentes etiológicos podem ser helmintos e/ou
protozoários constituem-se uma das maiores causas de morbidade e mortalidade em
muitos países localizados nos trópicos, sendo endêmicas nos países em
desenvolvimento (RIBEIRO et al., 2013).
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro de
Controle e Prevenção em Doenças dos Estados Unidos (CDC), essas infecções
afetam bilhões de indivíduos levando a óbito, anualmente, outros milhões, sendo
estimado que uma pessoa em cada quatro encontra-se infectada (WHO, 2004; CDC,
2015).
As enteroparasitoses com maior prevalência mundial são a ascaríase,
tricuríase, ancilostomíase e giardíase (VISSER et al., 2011). São cerca de 280
milhões de casos registrados por ano de infecção por Giardia duodenalis e uma
prevalência superior a 50% em países em desenvolvimento. Além dessas infecções,
a amebíase, presente em todos os países tropicais em desenvolvimento, representa
a terceira doença parasitária mais importante, causando aproximadamente 100.000
mortes por ano (WHO, 2004; CDC, 2015).
Segundo Rocha et al. (2000), no Brasil, as parasitoses intestinais encontram-
se bastante disseminadas e com elevada prevalência, ocorrendo, sobretudo, nas
regiões de baixa renda e com infraestrutura urbana deficiente (TOSCANI et al.,
2007).
De acordo com dados da OMS, nas últimas décadas, ocorreram importantes
melhoras nas condições de vida e saúde da população no Brasil, melhoras essas
associadas a mudanças nas políticas econômicas e sociais que resultaram em
benefício para o país (PAHO, 2013). Entretanto, as doenças, os atrasos em acordos
ambientais e a deficiência no saneamento, especialmente na área rural, ainda são
problemas enfrentados pelas autoridades em saúde como também pela sociedade
(HOLANDA & VASCONCELLOS, 2015).
O parasitismo intestinal ainda constitui um dos mais sérios problemas de
Saúde Coletiva, devido, em parte, a sua correlação com o grau de desnutrição das
populações, afetando especialmente o desenvolvimento físico, psicossomático e
21
social de escolares (MORAES NETO et al., 2010; CAVAGNOLLI et al., 2015). As
infecções parasitárias estão associadas à falta de saneamento e acesso à água
potável, privando populações pobres de saúde e bem-estar e contribuindo para a
marginalização social, o que prejudica o progresso econômico (FERREIRA &
ANDRADE, 2005; MORAES NETO et al., 2010, DIAS et al., 2013, HOLANDA &
VASCONCELLOS, 2015).
Devido à transmissão, vinculada a mecanismos de infecção passivo oral e/ou
ativo cutâneo, bem como a outros fatores, os enteroparasitos têm distribuição ampla,
porém, com variação na prevalência nas diferentes regiões. Tanto em ambientes
rurais, como nos urbanos dos países em desenvolvimento, as parasitoses intestinais
são amplamente difundidas, influenciadas por vários determinantes, tais como
condições sanitárias precárias, insuficiência de educação em saúde, práticas
higiênicas deficientes em manipuladores de alimentos e utilização de água não
tratada para o cultivo de hortaliças (GOMES et al., 2010).
O clima tropical-úmido, associado à desnutrição, falta de assistência médica,
ingestão de verduras cruas e/ou água contaminadas por formas evolutivas
infectantes de parasitos, condições sanitárias precárias, presença de reservatórios e
vetores, inadequadas práticas de higiene pessoal e doméstica representam fatores
que promovem o desenvolvimento e a propagação das formas infectantes de
helmintos e de protozoários intestinais (KOMAGOME et al., 2007), propiciando
exposição dos hospedeiros suscetíveis.
A idade, o estado nutricional, fatores genéticos, culturais, comportamentais,
profissionais e a resistência imunológica do hospedeiro são também fatores
predisponentes às parasitoses (BAPTISTA et al., 2013). Baptista et al. (2013)
afirmaram que a relação entre as condições ambientais e tais fatores favorece o
surgimento das infecções parasitárias.
Dessa forma, a população apresenta importante papel nos ciclos dessas
parasitoses, visto que são suas ações, ou não ações, em um meio ecológico
determinado, que vão permitir a transmissão de infecções ou seu controle
(BRICEÑO-LEON, 1996). Para a erradicação desse problema, tornam-se
necessárias melhorias nas condições socioeconômicas, no saneamento básico e na
educação em saúde, além de mudanças em hábitos culturais (VISSER et al., 2011;
CAVAGNOLLI et al., 2015).
22
A interação entre o parasito intestinal e seu hospedeiro pode causar danos,
que variam clinicamente desde quadros oligossintomáticos, pouco específicos, com
desconforto abdominal a processos diarreicos, má absorção, obstrução intestinal,
desnutrição e anemia por deficiência de ferro, associado à espécie parasitária
presente. Pode também, haver interferências no desenvolvimento, na função
cognitiva e no desempenho escolar de crianças (FERREIRA, et al., 2000;
CARVALHO-COSTA et al., 2007, CARVALHO & GOMES, 2011, RODRIGUES et al.,
2013; CAVAGNOLLI, et al., 2015).
Melo et al. (2010) concluíram que crianças em idade escolar são as mais
atingidas e prejudicadas pelas doenças parasitárias. Para Costa et al. (2015), a
introdução das mulheres no mercado de trabalho tornou as creches ou pré-escolas
muito procuradas, sendo esse o primeiro ambiente externo frequentado pelas
crianças, tornando-se, por conseguinte, um ambiente favorável às infecções
parasitárias.
O diagnóstico, por meio do exame coproparasitológico, é importante para a
identificação etiológica e melhor seleção dos agentes terapêuticos utilizados. Assim,
torna-se necessário identificar, tratar e prevenir as infecções parasitárias, a fim de
evitar prováveis epidemias e formação de novas áreas endêmicas. Além disso, as
medidas preventivas utilizadas para o controle das doenças parasitárias contribuem
para a redução dos gastos anuais com o tratamento específico (MAGALHÃES et al.,
2013).
Diante dessa situação, no Brasil, em decorrência da sua diversidade
geográfica e da existência de diferentes classes socioeconômicas e culturais na
população de uma mesma cidade, é importante que se conheça a prevalência de
enteroparasitoses e as principais espécies encontradas em cada região, para que se
possa estabelecer as medidas curativas e profiláticas necessárias para a redução
significativa do número de pessoas infectadas (FONSECA et al., 2010).
Assim, torna-se inquestionável a necessidade de mais trabalhos de
sensibilização nas escolas e também entre a população em geral, de modo que
sejam evitadas possíveis infecções enteroparasitárias, assim como o uso
indiscriminado de medicação antiparasitária. Essa intervenção torna-se importante,
sobretudo, porque o setor de saúde sofre com a ausência de planejamento e
continuidade dos programas em Saúde Coletiva e, portanto, tais atitudes evitariam
consequências deletérias à saúde do indivíduo (CAVAGNOLLI et al., 2015).
23
4.1.1 Principais parasitos intestinais responsáveis pela infecção humana
Os parasitos que vivem no trato gastrintestinal do ser humano pertencem aos
filos Protozoa, Stramenopiles, Platyhelminthes, Nemathelminthes e mais raramente
Acanthocephala. Condições de vida, moradia e saneamento básico são, em grande
parte, determinantes da transmissão de tais parasitos. Alguns como Entamoeba
histolytica, Giardia duodenalis, Blastocystis sp., Taenia sp., Hymenolepis nana,
Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e mais raramente Enterobius vermicularis
podem ser transmitidos por meio de água e alimentos contaminados com cistos ou
ovos. Outros parasitos, como os ancilostomídeos e estrongiloides, são transmitidos
principalmente por penetração cutânea de larvas presentes no ambiente (ANDRADE
et al., 2010).
4.1.1.1 Blastocystis sp.
Primeiramente considerado levedura, Blastocystis sp. foi posteriormente
classificado como um protozoário, estando, atualmente inserido no filo
Stramenopiles, a partir de análise filogenética (ADL et al., 2005). Blastocystis sp. tem
distribuição mundial, com frequência elevada, sendo muito frequente em países em
desenvolvimento, principalmente, devido à falta de saneamento (ROBERTS et al.,
2014).
A possibilidade de Blastocystis sp. ser um patógeno tem sido uma questão de
debate. Numerosos estudos realizados em todo o mundo objetivando identificar
caráter patogênico ao organismo humano têm produzido resultados contraditórios
(STENZEL & BOREHAM, 1996; LEELAYOOVA et al., 2004; TAN, 2008; SCANLAN,
2012). Apesar do acúmulo recente de evidências clínicas sugerindo o potencial
patogênico de Blastocystis sp., deve-se ter em mente que tal fato ainda não está
devidamente provado (SCANLAN, 2012; PARIJA & JEREMIAH, 2013).
Este protozoário apresenta ciclo monoxeno com participação de diversas
formas evolutivas com tamanhos e formas variadas sendo elas: forma vacuolar,
granular, ameboide e cística. O parasito é transmitido via fecal-oral e por meio de
água contaminada, alimentos contaminados e contato com animais. No diagnóstico,
a forma vacuolar é a relatada com maior frequência em amostras fecais (SALINAS &
GONZALES, 2007).
24
Devido ao pouco conhecimento sobre esse protozoário, ainda há controvérsia
sobre o tratamento de infecções por Blastocystis sp., visto que os mesmos podem
ser simplesmente parasitos oportunistas. Além disso, a ausência de saneamento
básico desempenha um importante papel em sua transmissão (TAN, 2008;
SCANLAN, 2012; ROBERTS et al., 2014).
Na blastocistíase são descritos sinais e sintomas gastrintestinais
inespecíficos, como diarreia, dor abdominal, flatulência, náuseas, vômitos,
constipação, perda de peso ou fadiga e "urticária". A gravidade desses sintomas
varia de acordo com infecções agudas a crônicas. Uma hipótese para explicar as
diferenças na infecção causada por esse parasito é a sua diversidade genética,
embora estudos ainda não tenham evidenciado associação entre os sintomas e os
subtipos de Blastocystis sp. (WAWRZYNIAK et al., 2013).
4.1.1.2 Giardia duodenalis
Entre os principais parasitos intestinais que infectam o ser humano, o
protozoário G. duodenalis destaca-se como um dos mais frequentemente
observados nos inquéritos coproparasitológicos (CORADI, 2010). São cerca de 280
milhões de casos registrados por ano de infecção por G. duodenalis e uma
prevalência superior a 50% em países em desenvolvimento (CDC, 2015).
Esse protozoário tem sido bastante estudado devido às suas características
parasitárias e seu lugar na classificação de organismos unicelulares. G. duodenalis
é encontrado em todo o mundo, além de ser o parasito intestinal mais frequente
entre a população dos países em desenvolvimento (IVANOV, 2010).
A giardíase é considerada pela OMS como uma zoonose, sendo a infecção
condicionada à ingestão de cistos. Esses cistos, associados à transmissão entre
diferentes hospedeiros, podem permanecer viáveis em ambientes úmidos por um
período de três meses e resistem à cloração habitual da água (ANDRADE et al.,
2010).
A transmissão da giardíase ocorre por meio da água e alimentos
contaminados pelos cistos, pelos manipuladores de alimentos e mais raramente por
contato direto inter-humano (fecal-oral), principalmente em asilos, creches e clínicas
psiquiátricas. Considera-se, também, a transmissão por meio de artrópodes como
moscas e baratas, através de seus dejetos ou regurgitação (PEREIRA et al., 2007).
25
A infecção por G. duodenalis apresenta um espectro clínico amplo, que varia
desde indivíduos assintomáticos até pacientes sintomáticos que podem apresentar
um quadro de diarreia aguda e auto limitante, ou um quadro de diarreia persistente.
Podem ocorrer alterações intestinais, cólicas, náuseas e anorexia. Os primeiros
sinais podem incluir febre de baixo grau e letargia. Os sintomas tardios incluem
diarreia aquosa de odor fétido, meteorismo e peristaltismo reforçado com vasta
flatulência e cólicas epigástricas (CORADI, 2010; IVANOV, 2010).
O maior impacto clínico da infecção por esse parasito tem sido observado em
indivíduos desnutridos, imunocomprometidos e em crianças. Nessas últimas, as
complicações decorrentes da giardíase, como a diarreia persistente e a má absorção
intestinal podem comprometer o desenvolvimento físico e cognitivo (CORADI, 2010).
4.1.1.3 Amebídeos
Os amebídeos, de vida parasitária e outros de vida livre, constituem um grupo
de protozoários de ampla dispersão ambiental, isolados em praticamente todos os
ambientes da água, do solo e do ar (SILVA & ROSA, 2003, CASVASINI et al., 2008).
A maioria dos amebídeos de vida parasitária são destituídos de poder
patogênico, sendo incluídos nesse grupo Entamoeba coli, Entamoeba hartmanni,
Endolimax nana, Iodamoeba butschlii, Entamoeba gengivalis, encontrada somente
na boca, e Entamoeba polecki, amebídeo de suíno capaz de infectar a espécie
humana (DIAS, 2012).
Em diversos países, grande número de infecções são por amebídeos não
patogênicas. A detecção de amebas não patogênicas, como E. coli, E. nana e I.
butschlii indicam que foram ingeridos água ou alimentos contaminados com resíduos
fecais humanos e, portanto, os portadores estão sob risco de infecção por outros
enteropatógenos como a Entamoeba histolytica que, por sua vez, é patogênica
(MAGALHÃES e al., 2013).
Entamoeba histolytica é o enteroparasito de maior importância médica, devido
a seu alto grau de patogenicidade, visto que a amebíase, presente em todos os
países tropicais em desenvolvimento, representa a terceira doença parasitária mais
importante (WHO, 2004). Os cistos são a forma infectante e são veiculados e
disseminados por hortaliças e água contaminadas por fezes humanas,
26
permanecendo viáveis durante um intervalo de tempo de cinco minutos nas mãos e
um período maior do que 45 minutos sob as unhas (CUNHA & AMICHI, 2014).
A amebíase intestinal caracteriza-se pela presença de úlceras locais,
principalmente no cólon, sigmoide e reto (ESPINOSA-CANTELLANO & MARTÍNEZ-
PALOMO, 2000). O abscesso amebiano hepático apesar de raro, é a forma mais
comum de amebíase extra intestinal. Decorre da migração do parasito através da
veia mesentérica superior até ao fígado, onde causa inflamação, degeneração e
necrose. Em países, como o México, onde a amebíase invasiva tem alta prevalência,
o abscesso hepático é mais frequente, constituindo uma grave complicação
(ANDRADE et al., 2010).
A OMS, em 1997, reconheceu a existência de Entamoeba dispar, não
patogênica, e recomendou o desenvolvimento de técnicas de diagnóstico clínico
laboratoriais que apresentassem sensibilidade, especificidade e fossem capazes de
diferenciar E. histolytica e E. dispar, visto que as mesmas são morfologicamente
idênticas (SILVA et al., 2014).
4.1.1.4 Geohelmintos
Mais de cinco milhões de pessoas no mundo estão sob risco de infecções por
helmintos transmitidos pelo solo, os chamados geohelmintos, sendo essas infecções
causadas por Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, as duas espécies de
ancilostomídeos, Ancylostoma duodenale e Necator americanus, e Strongyloides
stercoralis (PULLAN & BROOKER, 2012) que parasitam o intestino do ser humano.
Os geohelmintos são um grupo de nematódeos que causam infecção em
humanos por meio da transmissão de formas evolutivas representadas por ovos ou
larvas do parasito, que se desenvolvem no solo quente e úmido de países tropicais e
subtropicais do mundo. Como helmintos adultos, algumas espécies podem viver
durante anos no trato gastrintestinal humano (BETHONY et al., 2006).
A ascaríase é a helmintíase de maior prevalência no mundo causada por
Ascaris lumbricoides. A maioria das infecções por esse helminto envolve pequeno
número de parasitos adultos e é assintomática, diagnosticada por meio de exames
coproparasitológicos ou através da eliminação de formas em desenvolvimento ou
adultos pelo hospedeiro. A manifestação dos sintomas e sinais da ascaríase
depende do número de parasitos adultos albergados pelo indivíduo. Infecções
27
maciças podem resultar em bloqueio mecânico do intestino delgado, principalmente
em crianças (SILVA et al., 2011).
Trichuris trichiura é um parasito do ser humano que habita o intestino grosso.
Na maioria dos casos, a infecção decorre silenciosamente. Porém, os indivíduos que
contraem elevado número de parasitos podem apresentar sintomatologia intestinal,
cuja gravidade pode raramente levar ao óbito (SANTANA et al., 2014).
É comum ocorrer, a associação entre A. lumbricoides e T. trichiura. Essa
associação pode ser explicada devido à similaridade dos ciclos de vida desses dois
parasitos, pela grande eliminação de ovos pelas fêmeas e pela resistência desses
no meio ambiente, que pode atuar como um importante foco de manutenção e
transmissão dessas enteroparasitoses (BASSO et al., 2008).
A ancilostomíase humana é a infecção causada pelos nematódeos da família
Ancylostomatidae, que habitam o intestino delgado de seres humanos. As espécies
mais frequentemente envolvidas são Ancylostoma duodenale e Necator americanus
(CHIEFFI & FERREIRA, 2008). O parasitismo costuma ser assintomático, porém,
pode ocorrer o desenvolvimento de anemia em pacientes com infecções maciças,
especialmente quando há também certo grau de deficiência alimentar. A
sintomatologia também pode incluir manifestações pulmonares inespecíficas,
podendo haver tosse de longa ou curta duração, expectoração e febre. O
acometimento intestinal pode determinar dor epigástrica, náuseas, vômitos e
diarreia, às vezes sanguinolenta, ou constipação (ANDRADE et al., 2010).
Strongyloides stercoralis é um parasito de intestino delgado, de ciclo
monoxeno, que infecta seres humanos através do contato da pele com solo
contaminado com larvas infectantes. Esse parasito pode desenvolver ciclo direto ou
ciclo indireto com formação de adultos de vida livre. As fêmeas partenogenéticas,
que parasitam a mucosa intestinal, são capazes de produzir larvas, que podem
evoluir para o estágio infectante dentro do hospedeiro humano, possibilitando
aumento da carga parasitária (autoinfecção endógena), e resultar em uma infecção
de longa duração. Em indivíduos imunodeprimidos, a infeção intestinal pode resultar
na estrongiloidíase disseminada, na qual o parasito pode ser encontrado em
diversos órgãos, podendo levar ao óbito. Por outro lado, a estrongiloidíase intestinal,
sem complicações, pode apresentar sintomas gastrintestinais não específicos como
diarreia, dor abdominal e urticária. No entanto, na maioria dos casos, a infecção
permanece assintomática (SCHÄR et al., 2013).
28
A transmissão dos geohelmintos envolve a contaminação do ambiente com
fezes humanas e desenvolvimento de ovos e larvas infectantes no solo. Ascaríase e
tricuríase são transmitidas por via fecal-oral, por meio da ingestão de água e/ou
alimentos contaminados com ovos larvados do parasito. Tendo em vista a
necessidade desses parasitos de passar pelo solo para completar o
desenvolvimento das formas evolutivas infectantes, o hábito de defecar direto no
solo, comum nas zonas rurais, onde instalações sanitárias são menos frequentes,
conduz a intensa contaminação dos terrenos de peridomicílio (ASAOLU & OFOEZIE,
2003; DOLD & HOLLAND, 2011).
A principal forma de transmissão da ancilostomíase e da estrongiloidíase
ocorre pela penetração da larva do parasito na pele do hospedeiro, assim, qualquer
ocupação ou atividade associada diretamente ao solo, especialmente se conta-
minado com fezes humanas positivas para esses parasitos, possibilitará a ocorrência
da infecção (CAMILLO-COURA, 1974; ASAOLU & OFOEZIE, 2003).
Apesar de métodos de prevenção e tratamento serem largamente
conhecidos, as doenças causadas pelos helmintos transmitidos pelo solo são
consideradas doenças tropicais negligenciadas (DOLD & HOLLAND, 2011).
4.1.1.5 Hymenolepis sp. e Taenia sp.
A himenolepíase é determinada por Hymenolepis nana, vulgarmente
conhecido como "tênia anã" e mais raramente por Hymenolepis diminuta. H. nana é
um parasito comum em crianças e adultos jovens. Esse parasito possui ampla
distribuição geográfica, sendo encontrado em climas tropicais e subtropicais
(HUGGINS et al., 1993).
A principal forma de transmissão da himenolepíase ocorre pela ingestão de
ovos embrionados, por meio de alimentos ou mãos contaminadas ou no leito
subungueal, sobretudo nas crianças, onde o parasito desenvolve um ciclo
monoxeno. Além disso, embora de maneira mais rara, o parasito pode desenvolver
ciclo heteroxeno e, nesse caso, os insetos coleópteros, conhecidos vulgarmente
como "carunchos" de cereais, infectados podem ser ingeridos acidentalmente,
resultando também na transmissão do agente para o hospedeiro humano
(GERMANO et al., 2009).
29
Quase todos os indivíduos infectados são assintomáticos, no entanto,
infecções graves podem causar inflamação intestinal e pequenas ulcerações devido
à invasão das vilosidades da mucosa pelo escólex do parasito. Clinicamente, o
paciente apresenta diarreia, às vezes com muco, dor abdominal em cólica,
meteorismo, anorexia, perda de peso e cefaleia (MOTTA & SILVA, 2002).
A teníase é caracterizada pela presença do adulto de Taenia sp. no intestino
delgado do ser humano e pode ser adquirida pela ingestão de carne bovina ou suína
contendo a forma larvar do helminto, denominado cisticerco. A cisticercose é
caracterizada pela presença das larvas da Taenia sp. alojadas em tecidos do
hospedeiro intermediário. No ser humano, a cisticercose é determinada por larvas de
Taenia solium. Sua transmissão ocorre, principalmente, devido à ingestão de ovos
viáveis da solitária procedentes de mãos ou ambientes contaminados por fezes de
humanos portadores de teníase (NIETO, 2015).
Na teníase, os seres humanos são hospedeiros definitivos, sendo a infeção
determinada por duas espécies de Taenia sp., sendo elas Taenia solium e Taenia
saginata. Porém, na década de 1990, uma terceira espécie, denominada Taenia
asiatica, foi descoberta, sendo que a morfologia do adulto é semelhante à de T.
saginata, porém seu ciclo de vida é parecido com o de T. solium (GALÁN-
PUCHADES & FUENTES, 2013). Esse parasito tem sido relatado, principalmente
nos países asiáticos (EOM et al., 2009)
A teníase é geralmente assintomática ou apresenta sintomas leves, que
incluem dor na barriga, diarreia ou prisão de ventre, perda de peso, dor na cabeça,
anemia, cansaço (OLSON et al., 2002; GALÁN-PUCHADES & FUENTES, 2013). Já
a cisticercose é, principalmente, percebida quando o cisticerco se instala no sistema
nervoso central provocando distúrbios neurológicos, doença denominada
neurocisticercose. A infecção é capaz de desencadear sérios agravos, como
epilepsia, convulsões, dores de cabeça, desmaios e a morte do indivíduo (NIETO,
2015).
No que diz respeito à patogenicidade de T. asiatica, o quadro intestinal é igual
ao determinado pelas outras espécies de Taenia que infectam o humano. Por outro
lado, ainda não se sabe se essa espécie pode causar cisticercose em fígado
humano, tendo em conta seu tropismo hepático em suínos. Além dessa questão,
existem várias incertezas sobre T. asiatica, sendo necessário para responder a
essas perguntas, a realização de técnicas de diagnóstico com maior especificidade e
30
sensibilidade nos procedimentos de rotina da inspeção para T. asiatica, tanto em
humanos quanto em suínos, bem como a maior divulgação sobre esse parasito
(GALÁN-PUCHADES & FUENTES, 2013).
4.1.1.6 Enterobius vermicularis
A enterobíase é uma parasitose intestinal causada pelo nematódeo
Enterobius vermicularis que tem elevada frequência e vasta distribuição geográfica.
Sua incidência é maior nos países de clima temperado, tanto na Europa como na
América do Norte, inclusive nos países ricos e com níveis de saneamento
adequados (CAMPOS et al., 2011).
A transmissão da enterobíase é variada, podendo ser de forma direta, quando
o indivíduo, ao coçar a região perianal, coloca a mão contaminada com ovos do
helminto na boca, sem necessidade de passar pelo solo para embrionamento dos
ovos. A infecção também pode acontecer indiretamente pela contaminação da água
ou alimento, ou por meio de mãos contendo ovos do parasito. É muito comum
encontrar ovos do parasito em roupas de cama, nas toalhas, no chão e nos objetos
da residência de indivíduos infectados, sendo frequente a infecção entre aqueles
que habitam a mesma residência (DIAS, 2012).
O parasitismo geralmente é leve e assintomático. Quando presente, a
manifestação clínica mais frequente é o prurido anal ou peri-anal causado pela
presença do parasito nessa região. A infecção por E. vermicularis só causa uma
morbidade mais severa quando o parasito se encontra em localizações ectópicas,
geralmente em indivíduos com a integridade das paredes intestinais comprometidas,
de onde o helminto migra para sítios extracolônicos (CAMPOS et al., 2011).
A enterobíase ectópica tem sido descrita em várias localizações, incluindo
vagina, trompas, área genital, fígado, trato genital masculino e pulmões. O parasito
tem sido associado também com casos agudos de apendicite, colite e gastrenterites.
Quando localizados no trato geniturinário, a infecção por E. vermicularis pode causar
a enurese noturna, entre outras complicações (NETO et al., 2009; CAMPOS et al.,
2011).
31
4.1.2 Fatores de risco para aquisição de parasitoses intestinais
A prevalência de uma dada parasitose reflete frequentemente deficiências de
saneamento básico, nível de vida, higiene pessoal e coletiva (FREI et al., 2008). As
principais áreas endêmicas de parasitoses localizam-se nos países em
desenvolvimento, onde as condições de saneamento são geralmente precárias e a
poluição é intensa (RIBEIRO & MARÇAL JUNIOR, 2003).
O crescimento demográfico não planejado das áreas urbanas resultou em
uma interface conhecida como peri-urbana ou periferia urbana, a qual representa um
espaço definido por sua "falta de definição", não estando nem no espaço rural nem
no urbano da cidade (ZONTA et al., 2014).
Dentre os aspectos epidemiológicos que mais se associam às condições
sanitárias de uma região, as parasitoses intestinais possibilitam refletir, além do perfil
socioeconômico de uma população, a magnitude de exposição ao risco ao qual pode
se encontrar, decorrente do iníquo acesso aos serviços de saneamento básico
(LIMA et al., 2015).
A prevalência de infecções por parasitos intestinais é um dos melhores
indicadores socioeconômicos de uma população alvo e pode estar associada às
condições ambientais em que vivem, além de outros determinantes, como
instalações sanitárias inadequadas, poluição fecal da água e de alimentos
consumidos, fatores socioculturais, contato com animais, ausência de saneamento
básico, além da idade do hospedeiro e da espécie de parasito (BELO et al.,
2012).Tais indicadores epidemiológicos são capazes de sinalizar o impacto da
deficiência ou inexistência de medidas de saneamento básico sobre a Saúde
Coletiva, bem como, a efetividade das intervenções sanitárias (CUNHA et al., 2013,
LIMA et al., 2015).
Ludwig et al. (1999) realizaram um levantamento prévio na cidade de Assis,
SP, correlacionando as condições de saneamento básico à ocorrência de
parasitoses intestinais. Além disso, foi estabelecida uma relação entre as condições
de saneamento básico, expressos pelo número de ligações de água e esgoto, e a
frequência de parasitoses. Os autores apontaram que houve queda na frequência de
parasitoses entre 1990 e 1992, coincidindo com o aumento do número de ligações
de água e esgoto nestas regiões. De um modo geral, os autores verificaram um
decréscimo na prevalência de enteroparasitoses no período analisado.
32
Diante disso, Frei et al. (2008) apontaram que indicadores epidemiológicos
têm sido utilizados como importantes instrumentos para monitorar o progresso na
promoção da saúde. Por esta razão, os sistemas de estatísticas atuais precisam
fortalecer-se, sobretudo, nos países em desenvolvimento.
Cunha et al. (2013) estudaram a prevalência de infecções por enteroparasitos
e os fatores sociais, econômicos, culturais, sanitários e ambientais associados, em
comunidades extrativistas do Município de Cairu, BA. Os autores apontaram que os
resultados laboratoriais encontrados nas localidades estudadas comprovaram que a
soma dos fatores ambientais, socioculturais e demográficos, como baixa
escolaridade, utilização de fontes superficiais de água de abastecimento, defecação
a céu aberto e aglomeração de indivíduos nas residenciais, além de fatores
econômicos e sanitários, tais como baixa renda e carências ou inexistências de
serviços públicos de saneamento básico são favoráveis à transmissão de parasitos
intestinais.
Cavagnolli et al. (2015) realizaram um estudo sobre a prevalência das
enteroparasitoses e a análise socioeconômica de escolares de Flores da Cunha, RS.
A baixa prevalência de enteroparasitos encontrada pelos autores foi atribuída, dentre
outros fatores, às condições de saneamento básico no município, visto que 92,7%
possuíam água potável encanada, 57,2% tinham tratamento de esgoto e em 73,9%
das residências havia limpeza realizada pela prefeitura nas proximidades, sendo
considerada eficiente por 54,8% dos participantes.
Segundo Frei et al. (2008), é fundamental, para a melhoria das condições de
vida, aprimorar a cobertura, confiabilidade e desagregação de dados, especialmente
por grupo de renda e área geográfica. Para esses autores, é necessário, também,
aumentar a velocidade, a regularidade na coleta de dados e a disseminação de
informação para os usuários interessados.
4.2 PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES
A infecção por enteroparasitos pode ocorrer em qualquer idade, porém vários
relatos da literatura demonstram uma elevada frequência entre a população infantil,
sobretudo em ambientes de maior coletividade, principalmente entre escolares
(CHIEFFI et al., 1982; PEDRAZZANI et al., 1988; MOURA et al., 1997; MELO et al.,
2014; BIOLCHI et al. 2015) ou aquelas assistidas por creches (GURGEL et al., 2005;
33
KOMAGOME et al., 2007; UCHÔA et al., 2009; GONÇALVES et al., 2011; COSTA et
al. 2015).
As crianças estão mais expostas à infecção em função de hábitos higiênicos
precários, seja por desconhecimento ou não consolidação. Outro elemento que
favorece a aquisição desses parasitos seria uma maior exposição a fatores de risco,
propiciada pela interação com o ambiente, já contaminado por cistos, ovos ou larvas
(RODRIGUES et al., 2013).
O aumento dos casos de infecções em crianças institucionalizadas tem sido
associado a fatores como a aglomeração e contato muito próximo com outras
pessoas, hábitos que facilitam a disseminação de infecções como levar as mãos e
objetos à boca, incontinência fecal e falta de higiene das mãos (SEIXAS et al., 2011;
PEDRAZA et al., 2014).
Gurgel et al. (2005) avaliaram creches de Aracaju, SE, com objetivo de
identificar se esse espaço seria um ambiente protetor ou propiciador para
parasitoses intestinais por meio de exame coproparasitológico de 468 crianças de
creche e grupo controle. Os autores detectaram maior positividade em crianças
frequentadoras de creche (63%), tanto para helmintos quanto para protozoários, em
comparação às crianças que não frequentavam creche (41,1%), fato justificado pela
aglomeração de crianças.
Estudando crianças assistidas em creche de Itambé, PR, Komagome et al.
(2007) verificaram frequência para parasitos intestinais de 37%, sendo as menores
de dois anos as mais acometidas.
Uchôa et al. (2009) estudaram amostras fecais de 372 crianças e 57
funcionários de oito creches comunitárias do município de Niterói, RJ. Os autores
obtiveram adesão média de participação de 62,9% (372/591) entre as crianças e de
46,7% (57/122) entre os funcionários, sendo a positividade para enteroparasitos em
51,6% das crianças. As espécies parasitárias mais frequentes foram Giardia
duodenalis em 123 amostras, Entamoeba coli em 32, Ascaris lumbricoides em 33 e
Trichuris trichiura em 21, sendo o monoparasitismo observado em 144 (75%).
Esses resultados demonstraram elevada prevalência do parasitismo intestinal
nas crianças de creche no município de Niterói e indicaram a necessidade de
melhoria das condições de saneamento nas comunidades, bem como a implantação
de programas e projetos de fomento à educação em saúde continuada (UCHÔA et
al., 2009).
34
Costa et al. (2015), em seu estudo com crianças de pré-escolas de Xanxerê,
SC, analisaram material fecal de 99 delas. Destas, 34 (34,4%) foram negativas para
formas evolutivas de parasitos, enquanto que 65 (65,6%) apresentaram positividade.
Entre os parasitos mais encontrados, destacaram-se, segundo os autores, Ascaris
lumbricoides, presente em 32 amostras, ancilostomídeos, em 23, Entamoeba coli,
em 17 e Endolimax nana, em 15 amostras.
Por outro lado, segundo alguns autores, as parasitoses intestinais ocorrem
com maior frequência na faixa de 5 a 12 anos (CHIEFFI et al., 1982; PEDRAZZANI
et al., 1988; NGRENNGARMLERT et al., 2007; CARVALHO & GOMES, 2011).
Ngrenngarmlert et al. (2007) estudaram a prevalência de parasitoses
intestinais em oito escolas localizadas na Província de Nakhon Prathom, Tailândia.
Foram coletadas 1920 amostras fecais, as quais 242 (12,6%) foram positivas para
formas evolutivas de parasitos. Os autores apontaram que a baixa prevalência pode
ser explicada pela urbanização, investimentos públicos em saneamento básico,
investimentos em condições de vida e acessibilidade a serviços de saúde.
Östan et al. (2007) coletaram amostras fecais de 294 estudantes de duas
Escolas Primárias Privadas localizadas no Distrito de Manisa, Turquia. Desses, 91
(31%) estavam infectados com pelo menos uma espécie de parasito intestinal.
Segundo os autores, Giardia duodenalis foi o parasito mais observado, porém,
Blastocystis hominis também foi prevalente independentemente das condições
sanitárias. Os autores afirmaram que infecções por parasitos intestinais em
escolares representam um problema de Saúde Coletiva que aumenta conforme a
diminuição das condições socioeconômicas.
Já no Brasil, estima-se que 55,3% das crianças apresentem infecção por
enteroparasitos. A enteroparasitose na infância assume grande relevância não só
pela morbidade, mas também pela associação frequente com diarreia crônica e
desnutrição, condições que podem ocasionar déficit físico e cognitivo e até mesmo
óbito (PEDRAZA et al., 2014).
Moura et al. (1997) analisaram amostras de fezes de 146 crianças do 2º ano
do Ensino Fundamental de uma escola pública de Campinas, SP, e obtiveram
percentual de positividade de 30,8%, evidenciando Ascaris lumbricoides e Giardia
duodenalis.
Um estudo sobre parasitoses intestinais em 18.973 escolares de 7 a 14 anos,
realizado em algumas regiões de Minas Gerais, incluindo o Triângulo Mineiro, Alto
35
Paranaíba, Noroeste de Minas e Sul/Sudoeste, demonstrou que em 82% dos
escolares, o exame parasitológico de fezes foi negativo. Entre os positivos, 15% dos
estudantes estavam monoparasitados e 3% poliparasitados. A prevalência para
Ascaris lumbricoides foi de 10,3%, Trichuris trichiura 4,7%, ancilostomídeos 2,9%,
Enterobius vermicularis 1,2%, Hymenolepis nana 0,4% e Taenia sp. de 0,2%
(CARVALHO et al. 2002).
Em um levantamento realizado com escolares de 6 a 14 anos de uma escola
pública do município de Araguaína, TO, Pereira-Cardoso et al. (2010) observaram
positividade de 55,3%, nas 76 amostras fecais analisadas, destacando Entamoeba
coli (28,9%), Endolimax nana (18,4%), Giardia duodenalis (11,8%) e Ascaris
lumbricoides (9,2%) como os parasitos mais frequentes.
Em Teresina, PI, Carvalho e Gomes (2011) investigaram a prevalência de
enteroparasitoses em amostras fecais de 40 crianças de 6 a 12 anos de uma escola
pública. Das amostras analisadas, 67,5% foram positivas para enteroparasitoses,
sendo os parasitos mais encontrados Endolimax nana (54%), Entamoeba coli (22%),
Giardia duodenalis (16%), Hymenolepis nana (2,7%), Ascaris lumbricoides (2,7%) e
Enterobius vermicularis (2,7%). Segundo os autores, para que se minimize o número
de indivíduos infectados, é necessária a aplicação de medidas de controle, capazes
de neutralizar os mecanismos de transmissão.
Gelatti et al. (2013) coletaram 201 amostras de fezes de escolares da rede
pública estadual de Uruaçu, GO. O estudo observou que 34,3% apresentaram
resultado positivo ao exame parasitológico de fezes para parasitos patogênicos e
não patogênicos. Entre os protozoários, o mais frequente foi Giardia duodenalis
(15,9%), seguido pelos parasitos não patogênicos Endolimax nana (15,4%) e
Entamoeba coli (14,4%). O helminto Enterobius vermiculares foi detectado em 0,5%
das amostras avaliadas.
Biolchi et al. (2015), em seu estudo com escolares de áreas rurais e urbanas
do município de Campos Novos, SC, coletaram 109 amostras. Dessas, 24 (58,5%)
amostras de estudantes da zona rural e 21 (30,9%) de área urbana, apresentaram
parasitos, indicando uma elevada prevalência de parasitos na área rural. Dentre os
parasitos identificados, ancilostomídeos (35%) e Ascaris lumbricoides (28,3%) foram
os mais frequentes, seguidos de Entamoeba coli (25%), Giardia lamblia (5%),
Balantidium coli (1,6%), Iodamoeda sp. (1,6%), Isospora belli (1,6%) e Trichuris
36
trichiura(1,6%). Foi também identificado um caso de poliparasitismo (ancilostomídeo
e A. lumbricoides) em um estudante da zona rural, segundo os autores.
Cavagnolli et al. (2015) estudaram a prevalência de parasitoses e o perfil
socioeconômico da população escolar de Flores da Cunha, RS. Foram coletadas
amostras fecais de 341 alunos das quais 10,0% foram positivas, sendo observada a
presença de cistos de Endolimax nana (55,9%), Entamoeba coli (26,5%), Iodamoeba
butschlii (5,9%), Giardia lamblia (2,9%B) e ovos de Ascaris lumbricoides (2,9%),
além de indivíduos (5,9%) com poliparasitismo (Entamoeba coli e Endolimax nana).
Ao observar os inquéritos parasitológicos em crianças de várias regiões do
Brasil, é possível perceber que a prevalência dessas infecções apresenta grandes
variações de um local para outro, divergindo, também, em relação à idade (MOURA
et al., 1997; CARVALHO et al., 2002; GURGEL et al., 2005; PEREIRA-CARDOSO et
al., 2010; GELATTI et al., 2013, CAVAGNOLLI et al. 2015).
Além da coleta do material fecal, o exame do resíduo que se deposita sob as
unhas, também é importante para assinalar a presença de formas evolutivas de
parasitos (CAMPOS, 1974).
Campos (1974) afirmou que as crianças, devido aos hábitos higiênicos não
consolidados característicos da idade, podem carregar, nos resíduos que se formam
sob as unhas, uma ampla variedade de parasitos intestinais, disseminando
helmintos e protozoários por meio de mãos contaminadas.
Bezerra et al. (2013) coletaram material subungueal de 47 crianças de uma
creche de Fortaleza, CE. A positividade encontrada foi de 34%, sendo observados
os protozoários Entamoeba coli, Entamoeba histolytica e Giardia duodenalis, além
dos helmintos Hymenolepis nana e Trichuris trichiura. Os autores assinalaram que a
elevada frequência desses parasitos, cuja transmissão também ocorre por meio de
mãos contaminadas, é um indicativo das condições socioeconômicas das famílias
que utilizam os serviços da creche.
Segundo Pedraza et al. (2014), não existe uma técnica capaz de diagnosticar,
simultaneamente, todas as formas parasitárias. Algumas técnicas são mais
sensíveis, permitindo o diagnóstico de várias espécies de parasitos intestinais,
enquanto outras são específicas, indicadas para uma espécie de parasito em
especial. Devido a esse fato, estudos sobre prevalência de enteroparasitoses devem
priorizar a utilização simultânea de técnicas com diferentes fundamentos, com o
objetivo de aumentar a acurácia diagnóstica e, consequentemente, diminuir os
37
resultados falso-negativos (MELLO et al., 2000; CARVALHO et al., 2002; MENDES
et al., 2005).
Para Seixas et al. (2011), o levantamento coproparasitológico dos escolares
ainda é um procedimento de suma importância para o fornecimento de informações
epidemiológicas necessárias para promover medidas de intervenção. Porém, a
adesão, segundo alguns autores, pode ser um fator que dificulta tais levantamentos
coproparasitológicos (UCHÔA et al., 2009; NUNES, 2012; SANTOS et al., 2014).
Barbosa et al. (2009), em estudo realizado com moradores de um bairro da
periferia do município de Crato, CE, relataram que 47% (21/45) dos participantes
devolveram o recipiente com material fecal. Santos et al. (2014), estudando 240
escolares da cidade de Juazeiro, BA, afirmaram que 50 (20,8%) participantes se
submeteram a realização do exame de fezes. Segundo esses autores, essa baixa
adesão ao diagnóstico pode ser explicada porque os estudantes têm vergonha de
levar suas amostras fecais para a escola.
A escola pública é um elemento aglutinador da população carente e torna-se
importante reforçar o papel do setor saúde na prevenção de parasitoses intestinais,
no sentido de ampliar a informação sanitária, sempre na busca do melhor estado de
saúde e qualidade de vida. Nesse caso, também devem ser repassadas informações
sobre o parasitismo intestinal, bem como de outras doenças com mecanismo de
transmissão similar (MOURA et al., 1997; UCHÔA et al., 2009) propiciando o
“empowerment” da comunidade (BARBOSA et al, 2009).
4.3 CONHECIMENTOS SOBRE PARASITOSES
O desconhecimento ou nível insatisfatório de informações sobre
enteroparasitoses e sobre medidas de prevenção tem sido apontado por diversos
estudos como uma das principais causas de incidência de parasitoses e como fator
de risco para sua aquisição (RIBEIRO & MARÇAL-JUNIOR, 2003; SILVA et al.,
2011).
Um dos fatores, comumente citado nos discursos educacionais como causa
desse cenário referente à falta de informação da saúde, é a democratização do
ensino, ocorrida a partir dos anos de 1970, quando o Estado ampliou o número de
escolas e tornou o ensino de 1º grau gratuito e obrigatório para toda a população
brasileira, mas não garantiu sua adequação à nova clientela e, consequentemente,
38
não possibilitou a democratização do saber (CORAZZA-NUNES & PEDRANCINI;
2006).
O sistema educacional reflete a organização política do país e atende às
mudanças que ocorrem na sociedade. Transformações ocorridas mundialmente no
âmbito da política e da economia, sobretudo a partir da década de 1950, expuseram
a importância da ciência para a sociedade a qual foi, aos poucos, ganhando mais
espaço nos currículos (NASCIMENTO et al., 2013). No Brasil, as temáticas
relacionadas à saúde ganharam destaque quando foram introduzidas nos
parâmetros curriculares nacionais (PCN). De acordo com os PCN, é importante
desenvolver, durante as aulas de Ciências, uma abordagem sobre as infecções e
doenças adquiridas por meio do convívio com o ambiente e decorrentes do ciclo de
vida, bem como doenças humanas causadas por outros seres vivos (BRASIL, 1997).
Para Ferreira e Pereira (2014), dada a natureza atual da condução da
ciência, o conhecimento se dá por meio da solução de problemas complexos que
atravessam inúmeras disciplinas. A partir desse cenário, a construção
coordenada e cooperativa do conhecimento pode ocorrer através da liderança de
uma instituição com pesquisadores que formam a base do projeto para, assim,
transcender espaços físicos.
De acordo com Ribeiro et al. (2004), quanto maior for o conhecimento sobre a
doença, maior poderá ser a adesão ao tratamento, incluindo controle de cura, e
menores serão os índices de reinfecção e evolução para formas mais graves da
doença. Por conta disso, esses autores sugeriram a avaliação dos conhecimentos
dos grupos sobre determinadas doenças, como as parasitoses intestinais, sendo
geralmente realizada através da elaboração de questionários, entrevistas ou grupos
focais.
Mello et al. (1988) avaliaram o conhecimento de 88 indivíduos, incluindo 32
responsáveis e 56 estudantes de uma escola estadual do município de São Carlos,
SP. Entre os entrevistados, 82 pessoas conheciam helmintos, codificando as
espécies por lombriga, solitária, bicha, verme, oxiúros, amarelão, entre outros. No
entanto, todos desconheciam a palavra verminose. Os resultados encontrados pelos
autores mostraram que a população detém uma codificação para identificação de
helmintíases, assim como conceituação própria sobre sinais e sintomas, aspectos
epidemiológicos e formas de tratamento. Esses resultados são de fundamental
39
importância para o planejamento das campanhas e projetos educacionais em
verminoses.
Objetivando avaliar o conhecimento e as atitudes frente às parasitoses
intestinais, Siqueira e Fiorini (1999) aplicaram questionários em crianças em idade
escolar que envolveram os aspectos de etiologia, ciclo evolutivo, transmissão,
sintomatologia, diagnóstico, prevenção e controle de tais infecções. Os resultados
encontrados pelos autores apontaram que, embora a população em estudo tivesse
sido capaz de expressar conceitos corretos sobre parasitoses intestinais, a mesma
não mostrou relação desse conhecimento com atitudes cotidianas. Além disso, foi
observado nos sujeitos dificuldade em estabelecer diferenças entre sintomatologia,
diagnóstico e comportamentos preventivos com cuidados básicos de higiene pessoal
e da alimentação. Para os autores, tais medidas preventivas seriam capazes de
provocar mudanças comportamentais favoráveis ao combate das parasitoses
intestinais.
Ferreira e Andrade (2005) promoveram uma intervenção educativa em Estiva
Gerbi, SP, com 200 participantes, entre escolares e responsáveis. Desses, 75%
responderam questionário de conhecimentos sobre parasitoses, sendo observada
ampla assimilação de informações e mudanças nos hábitos e conceitos apontados,
após a intervenção. Segundo os autores, ainda que o município apresente boas
condições de saneamento, são encontradas parasitoses devido à falta de orientação
e higiene por parte da população, sendo necessária a implementação de ações que
viabilizem o controle das parasitoses na cidade.
Em processos educativos mais esclarecedores a respeito de prevenção de
parasitoses intestinais, como estudos voltados para uma abordagem mais
contextualizada, o conhecimento de medidas de prevenção pode abrir um leque de
possibilidades para a elaboração de estratégias que se aproximem de tal realidade,
interagindo o saber popular dos estudantes com práticas para a saúde na escola
(SILVA et al., 2011).
Segundo Frezza et al. (2015), crianças em idade escolar possuem um papel
importante, uma vez que ao aprenderem sobre as parasitoses e suas formas de
prevenção poderão contribuir como disseminadores e multiplicadores desse
conhecimento na escola e arredores, levando informação também aos seus
familiares, grupos de amigos e comunidade.
40
Além disso, a sensibilização por meio da informação é uma das melhores
maneiras para que o cidadão conheça, identifique, eduque e se previna das doenças
que causam danos ao ser humano (DIAS et al., 2013).
Desse modo, é fundamental conhecer o comportamento, a percepção,
atitudes e conhecimentos das pessoas em relação ao tema, já que as informações
obtidas são fundamentais para a elaboração de eventuais ações e programas de
intervenção a serem organizados pelos serviços públicos de saúde (BUSATO et al.,
2015).
Diante disso, no processo de profilaxia, são necessárias ações envolvendo
toda a comunidade, para que a mesma se torne um elemento ativo para mudanças
na qualidade de vida do grupo (UCHÔA et al., 2001).
4.4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE
A saúde nunca ocupou lugar de destaque na política do Estado brasileiro,
sendo sempre deixada na periferia do sistema, tanto no que diz respeito à solução
dos grandes problemas que afligem a população, quanto na destinação de recursos
(BARBOZA et al., 2008).
O termo “educação sanitária” foi proposto em 1919, nos Estados Unidos, em
uma conferência internacional sobre a criança. A ênfase na educação de infantes
era ressaltada pela maior possibilidade de se criar hábitos saudáveis. Sendo assim,
com propostas de medidas preventivas, imunização e atitudes individuais
relacionadas a cuidados higiênicos, os programas de ensino e currículos passaram a
incluir, a educação sanitária (SCHALL et al., 1987).
Naquele momento, a educação sanitária era proposta pelas campanhas
higienistas partindo-se do princípio de que as doenças eram decorrentes da
ignorância da população, sendo fundamental educar e ensinar comportamentos
saudáveis. Com o desenvolvimento do capitalismo, o Estado sentiu a necessidade
de se reemparelhar para as novas exigências de uma sociedade em constante
mudança, surgindo, assim, uma preocupação com o educar para a vida e para a
saúde, emergindo o conceito de educação em saúde (MELLO, 1987).
A educação em saúde sobrepõe-se ao conceito de promoção da saúde, como
uma definição mais ampla de um processo que abrange a participação de toda a
população no contexto de sua vida cotidiana e não apenas de pessoas sob o risco
41
de adoecer (SCHALL & STRUCHINER, 1999). Se o estado de saúde está
diretamente relacionado ao comportamento das pessoas, deve-se procurar vias mais
adequadas para promover a adoção de hábitos saudáveis ou alteração de condutas
prejudiciais, por meio da educação em saúde (PRECIOSO, 2004).
Surge, então, a necessidade de repensar sobre as questões que envolvem a
educação, uma vez que no setor saúde, o ato de educar sempre esteve presente,
em diferentes conjunturas e com objetivos distintos, influenciando o cuidado dos
indivíduos e grupos. Além disso, sabe-se que no contexto histórico, no qual se
concebe a saúde como direito de todos, a educação em saúde se propõe a
contribuir para um cuidado mais amplo, por meio de uma perspectiva político-
pedagógica baseada em uma concepção abrangente de saúde (EBLING et al.,
2012).
Diante disso, a educação em saúde representa um processo de ensino-
aprendizagem que objetiva a promoção da saúde. O educador em saúde é capaz de
facilitar descobertas e reflexões dos sujeitos sobre a realidade, sendo que os
mesmos têm o poder e a autonomia de escolher as alternativas (BARBOSA et al.,
2009).
As práticas educativas, quando bem aplicadas, levam as pessoas a
adquirirem conhecimentos necessários para prevenção de parasitoses, alcançando
objetivos propostos e evidenciando o valor da orientação como forma de
conscientizar a população (FERREIRA & ANDRADE, 2005). Além disso, atividades
de educação em saúde, quando realizadas na escola, distinguem-se das demais
instituições, por ser um espaço que possibilita educar por meio da construção de
conhecimentos resultantes do confronto de diversos saberes (SILVEIRA et al.,
2015).
Pezzan et al. (2009) implementaram e avaliaram um plano de ações
destinadas a reduzir as parasitoses em uma cidade rural na província de Buenos
Aires, Argentina. Os autores coletaram amostras fecais de 522 pessoas e realizaram
atividades de educação em saúde com a população. Os resultados apontaram que a
frequência de parasitoses intestinais foi de 43,9% de positividade para protozoários
e de 35,2% para helmintos antes da intervenção educativa. Após a intervenção,
houve uma redução na positividade para 38,9% para os protozoários e 20,3% para
os helmintos. Os autores concluíram, então, que a intervenção educativa reduziu a
42
frequência de parasitos na comunidade estudada, principalmente as infecções
causadas por helmintos.
Pereira et al. (2012) realizaram um estudo que implementou estratégias de
educação em saúde para promover medidas preventivas em Campos dos
Goytacazes, RJ. O objetivo desses autores foi avaliar a influência da educação em
saúde sobre a prevalência de infecções parasitárias intestinais na região, em um
esforço para fortalecer as políticas públicas para o controle dessas doenças no
Brasil. Os resultados, segundo os autores, demonstraram que o estudo exibiu uma
consciência aumentada da população quanto à importância das infecções
parasitárias intestinais e, dessa forma, atitudes e práticas relacionadas à prevenção
foram significativamente melhoradas após a atividade de educação em saúde.
Silveira et al. (2015) realizaram atividades de educação em saúde em uma
escola pública de um município da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Nos
encontros abordaram-se temáticas sobre educação em saúde, riscos do uso
indiscriminado e inadequado de piercing e tatuagens, além de higiene bucal.
Segundo os autores, o trabalho direcionado aos escolares promoveu a troca de
conhecimentos, esclareceu dúvidas, além de ter atuado na prevenção de doenças e
agravos.
Dessa forma, a escola tem representado um importante local para o encontro
entre saúde e educação abrigando amplas possibilidades de iniciativas tais como:
ações de diagnóstico clínico e/ou social, estratégias de triagem e/ou
encaminhamento aos serviços de saúde especializados ou de atenção básica;
atividades de educação em saúde e promoção da saúde (CASEMIRO et al., 2014).
Gomes dos Santos et al. (p. 574, 1993) sugeriram que:
Um programa de educação em saúde, incluído de modo sistemático e criativo no currículo escolar, pode conscientizar a criança em relação à saúde, estimulando o seu espírito crítico e responsabilidade na condução de sua vida de uma forma profilática, ciente de seus direitos e da importância de sua participação.
Os programas de educação em saúde disponíveis para a sociedade,
principalmente no Nordeste do Brasil, vêm contribuindo de forma primária no tocante
à assistência básica em saúde. As universidades, com perfis extensionistas, vêm
tentando contribuir com a sociedade principalmente com a difusão de técnicas que
43
minimizem os agravos em saúde. Além de contribuir com o aspecto
socioeconômico, favorece a docentes e discentes o campo de prática para a
consolidação de seus cursos e disciplinas, junto às reais necessidades da
comunidade onde estão inseridas (RODRIGUES et al., 2013).
A educação é comprovadamente uma medida profilática efetiva e tem sido
utilizada por vários pesquisadores no processo de prevenção às parasitoses
(MELLO et al., 1988; FERREIRA & ANDRADE, 2005; BARBOSA et al., 2009). Dessa
forma, por meio da realização de atividades relacionadas à educação em saúde
busca-se uma interação com os alunos, colocando-os como agentes conhecedores
e disseminadores de informações sobre as parasitoses, na comunidade em que
vivem (GELATTI et al., 2013).
A educação em saúde é um processo de ensino-aprendizagem que visa a
promoção da saúde. O educador em saúde tem o papel de facilitador das
descobertas e reflexões dos sujeitos sobre a realidade, sendo que os indivíduos têm
o poder (empowered) e a autonomia de escolher as alternativas. Tal processo deve
superar a conceituação biomédica de saúde e abranger objetivos mais amplos, uma
vez que a saúde deixa de ser apenas a ausência de doenças para ser uma fonte de
vida (BARBOSA et al., 2009).
A aproximação da intervenção educativa de métodos e técnicas pedagógicas,
em oposição aos modelos tradicionais de ensino em que a informação é
simplesmente fornecida ao indivíduo, pode potencializar a ação em saúde,
favorecendo a maior participação dos sujeitos envolvidos, o debate e a autonomia,
além de garantir o exercício da cidadania (RIBEIRO et al., 2013).
Por meio dos programas de educação em saúde, deve-se preparar o
estudante para que, ao deixar a escola, seja capaz de cuidar da sua própria saúde e
de seus semelhantes e, sobretudo, adotar um estilo de vida que comporte o objetivo
da chamada “saúde positiva” e que constitui o desenvolvimento de todas as suas
possibilidades físicas, mentais e sociais (PRECIOSO, 2004).
O âmbito escolar passa a ser, portanto, uma possibilidade de construir e
fortalecer vínculos entre a universidade, escola e serviço de saúde. Além disso, essa
tríade possibilita a conscientização de que a atuação transdisciplinar de forma
interdisciplinar deve ser contínua, cujos saberes devem ser mediados considerando
aspectos sociais de cada sujeito. Assim, não existe um saber absoluto, mas a
44
construção de um saber que emerge da coletividade, de forma horizontal que
incorpora os aspectos sócio culturais de todos os envolvidos (SILVEIRA et al., 2015).
Dessa forma, a educação em saúde precisa ser vista em uma perspectiva
construtiva de cidadãos participativos e autônomos, deixando a posição de meros
expectadores, conquistando uma atitude de sujeitos sociais conscientes de seus
direitos (EBLING et al., 2012). Nesse sentido, é importante que se busque
ativamente parceria com autoridades a níveis distritais, nacionais e internacionais a
fim de que uma estratégia desejada tenha um maior alcance e efetividade, uma vez
que a promoção da saúde envolve a responsabilidade de vários participantes da
sociedade: estado, comunidade, família e indivíduo (RIBEIRO et al., 2013).
Assim, torna-se necessário o desenvolvimento de ações educativas na busca
pelo “empowerment” comunitário, bem como a publicação de suas práticas
desenvolvidas no cotidiano de trabalho. Portanto, pode-se conhecer e avaliar a
eficácia das ações executadas e, assim, servirem de exemplo no direcionamento de
outros profissionais na execução dos processos educativos (BARBOSA et al., 2009).
45
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO
O projeto foi realizado em Escolas Municipais de Niterói, localizadas na região
metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, no período de agosto de 2014 a
outubro de 2015. As atividades propostas foram realizadas por um período de cerca
de um mês em cada escola.
A Fundação Municipal de Educação de Niterói apresenta, segundo
informações disponibilizadas na página virtual (http://www.educacaoniteroi.com.br):
46 Escolas Municipais (EM), 29 Unidades Municipais de Educação Infantil (UMEI) e
um Núcleo Avançado de Educação Infantil (NAEI), organizadas em sete polos do
município. Foram incluídas no estudo uma escola de cada polo, totalizando sete
escolas. As escolas estudadas foram indicadas pela Fundação Municipal de
Educação de Niterói, sendo elas: E.M. Anísio Teixeira, E.M. Santos Dumont, E.M.
Noronha Santos, E.M. Dario de Souza Castello, E.M. Levi Carneiro, E.M. Antônio
Coutinho e E.M. Professor André Trouche (Figura 1).
O número total de estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental I ao 7º ano
do Ensino Fundamental II e funcionários das sete escolas foi de, respectivamente,
2528 e 460.
Figura 3 - Mapa de Escolas Municipais e seus respectivos polos distribuídos pelo Município de
Niterói, RJ
46
5.1.1 Escola Municipal Anísio Teixeira
A Escola Municipal Anísio Teixeira (Escola A) está localizada no bairro São
Domingos e foi a primeira a fazer parte de um projeto piloto para implantação de
tempo integral nas escolas de ensino fundamental do município.
Possuía 208 estudantes inscritos, distribuídos em oito turmas de 1º ao 5º ano
do Ensino Fundamental I, em horário integral, e possuía 53 funcionários. A escola
apresentava nove salas de aula, laboratório de informática e ciências, sala de leitura,
refeitório com cozinha industrial, uma quadra, além de três salas de recursos e
banheiros adaptados para portadores de necessidades especiais.
5.1.2 Escola Municipal Santos Dumont
Localizada no Bairro de Fátima, a Escola Municipal Santos Dumont (Escola B)
possuía 278 estudantes matriculados em dez turmas de 1º ano do Ensino
Fundamental I ao 9º ano do Ensino Fundamental II, divididos em turnos da manhã e
tarde, além de 66 funcionários.
A instituição contava com dez salas de aula, laboratório de informática e
ciências, sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional
Especializado (AEE), quadra de esportes coberta e dois pátios, sala de leitura,
banheiro adequado à alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, um refeitório
com cozinha, sala de leitura e auditório.
5.1.3 Escola Municipal Noronha Santos
A Escola Municipal Noronha Santos (Escola C) está localizada nas Palmeiras,
no bairro Fonseca e é uma unidade de Educação Infantil e Ensino Fundamental I.
Estavam inscritos na instituição 195 alunos distribuídos em oito turmas de 1º
ao 5º ano do Ensino Fundamental I, divididos em turnos da manhã e tarde, e 70
funcionários. A escola possuía nove salas de aula, laboratório de informática,
refeitório com cozinha, sala de leitura, parque infantil, banheiro adequado à
educação infantil e a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, dependências
e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, quadra e pátio
coberto.
47
5.1.4 Escola Municipal Dario de Souza Castello
A Escola Municipal Dario de Souza Castello (Escola D) localiza-se em Itaipu,
na Região Oceânica e contava com 252 alunos matriculados em dez turmas do 1º
ao 5º ano do Ensino Fundamental I, somente no turno da manhã, além de 34
funcionários.
O prédio apresentava dez salas de aula, amplo auditório, pátio, sala de
recursos, sala de artes, biblioteca, laboratórios de ciências e informática, refeitório
com cozinha, dois vestiários, banheiro nos três andares, além de um ginásio
poliesportivo. Todos os espaços atendiam às condições de acessibilidade para os
alunos com necessidades especiais.
5.1.5 Escola Municipal Levi Carneiro
A Escola Municipal Levi Carneiro (Escola E) está localizada no bairro do Sapê
e possuía 796 alunos matriculados em 28 turmas de 2º ano do Ensino Fundamental I
ao 9º ano do Ensino Fundamental II, além de 115 funcionários.
A escola apresentava dois prédios que somavam 14 salas de aula,
laboratórios de ciências e informática, salas de artes, de recursos e de leitura,
quadra coberta, pátio e refeitório com cozinha.
5.1.6 Escola Municipal Antônio Coutinho de Azevedo
Até o ano de 2004, a Escola Estadual Antônio Coutinho de Azevedo pertencia
ao Estado do Rio de Janeiro. Porém, visando suprir a demanda excessiva de alunos
para cursar os anos iniciais do Ensino Fundamental, ocorreu sua municipalização,
tornando-se, então, a Escola Municipal Antônio Coutinho de Azevedo (Escola F).
Localizada em Santa Bárbara, a escola contava com 568 alunos matriculados em
turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I, além de 64 funcionários.
A escola possuía onze salas de aula, laboratório de informática, refeitório com
cozinha, sala de recursos multifuncionais para AEE, quadra de esportes coberta,
sala de leitura, despensa, almoxarifado, banheiro adequado a alunos com
deficiência ou mobilidade reduzida e dependências e vias adequadas a alunos com
deficiência ou mobilidade reduzida.
48
5.1.7 Escola Municipal Professor André Trouche
A Escola Municipal Professor André Trouche (Escola G) encontra-se
localizada no Barreto. Possuía 385 alunos matriculados em turmas do 1º ao 5º ano
do Ensino Fundamental I e 58 funcionários.
Além de oito salas de aula, a escola contava com refeitório com cozinha, sala
de recursos multifuncionais para AEE, laboratório de informática, sala de leitura,
despensa, almoxarifado, pátio descoberto, banheiro com chuveiro, banheiro
adequado a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida e dependências e vias
adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida.
5.2 PARTICIPAÇÃO NO PROJETO
5.2.1 Sensibilização da população alvo
Para sensibilização do grupo alvo foi enviada circular aos responsáveis
convidando-os a comparecer na escola, onde foi realizada a divulgação do projeto
por meio de palestra ou sensibilização em grupos, em data definida junto à direção
da escola. Durante a abordagem, houve uma breve explicação do projeto, com o
suporte de um banner, sobre conceitos de parasitoses intestinais, sintomatologia e
diagnóstico. No caso de palestra utilizou-se uma apresentação em mídia. Em
seguida, foi explicado como seria a realização do estudo, objetivos e benefícios
esperados, sendo os sujeitos deixados livres para a escolha de participação. A
sensibilização dos funcionários da escola foi realizada mediante abordagem de
pequenos grupos ou de forma individual, em dia diferente, também definido junto à
direção.
5.2.2 Convite de participação e aceitação
Todos os funcionários e estudantes das escolas foram convidados a participar
do estudo. O aceite de participação no projeto foi voluntário mediante assinatura do
termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Apêndice 1) pelo participante, no
caso dos funcionários ou pelo responsável no caso dos escolares. O TCLE foi
49
emitido em duas vias: uma foi entregue ao sujeito da pesquisa ou seu representante
legal e a outra arquivada pelo responsável pelo projeto.
Foi entregue aos funcionários e responsáveis dos estudantes um questionário
epidemiológico (Apêndice 2), para o levantamento dos aspectos socioeconômicos,
culturais e saberes. Estes foram preenchidos pelo próprio ou com auxílio de um dos
membros da equipe. Procedeu-se então a distribuição dos recipientes para coleta de
material fecal, sendo informadas datas e horários para entrega das amostras fecais
na escola.
Todos os participantes receberam orientação prévia relacionada aos cuidados
necessários para manipulação dos coletores e procedimento de coleta, de forma oral
e impressa (Apêndice 3).
Posteriormente, foi realizado o preenchimento de questionário para
identificação dos saberes e práticas dos estudantes e funcionários em dias
marcados com a direção da escola.
5.2.3 Critérios de inclusão e exclusão
Foi utilizado como critério de inclusão ser aluno do 1º ano do Ensino
Fundamental I ao 7º ano do Ensino Fundamental II, membro do corpo administrativo
ou docente da devida Escola Municipal e aceitar participar voluntariamente das
atividades propostas pelo projeto, com posterior assinatura do TCLE e termo de
assentimento quando pertinente.
Já como critérios de exclusão foram considerados a inviabilidade de
diagnóstico parasitológico em amostra fecal e/ou subungueal, o não preenchimento
do questionário epidemiológico e a recusa de participação nas atividades
educativas.
O estudante que não obteve autorização dos pais e/ou responsáveis para
participar do projeto pôde participar das atividades educativas, porém não
preencheu os questionários de avaliação de saberes, não sendo considerado na
amostra estudada.
5.3 COLETA DE AMOSTRAS
5.3.1 Amostras subungueais
50
A coleta do material subungueal foi realizada por turma em dias também
definidos junto à direção. O protocolo utilizado foi o estabelecido por Lourenço et al.
(2002), no qual utiliza-se raspagem do leito subungueal com palitos de madeira, e
acondicionamento do material em frascos plásticos contendo solução de formol-
glicerina a 5%.
O material, após a coleta, foi encaminhado para o Laboratório de
Parasitologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) para processamento.
5.3.2 Amostras fecais
As amostras fecais foram recolhidas seguindo cronograma estabelecido junto
à direção da escola e responsáveis, sendo duas com conservante Raillet & Henry,
como preconizado por Goulart & Leite (1978), e uma amostra fresca, sem
conservante. A coleta múltipla de amostras, em diferentes dias aumenta a eficácia
do diagnóstico (CARTWRIGHT, 1999; MELLO et al., 2000). Os coletores possuíam
etiquetas para identificação.
Posteriormente, as amostras foram encaminhadas para o Laboratório de
Parasitologia do Instituto Biomédico da UFF.
5.4 PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS
5.4.1 Amostras fecais
Cada amostra fecal fresca, entregue em pote coletor sem o líquido
conservante, foi processada segundo a técnica de Baermann-Moraes (MORAES,
1948). Após a execução da técnica, as três amostras de cada indivíduo foram
unificadas para o processamento pelas demais técnicas parasitológicas. Uma porção
da amostra fecal unificada foi separada para a realização da técnica quantitativa de
Kato e Miura (1954) modificada por Katz, Chaves e Pelegrino (1972) e outra porção
foi homogeneizada em água destilada, filtrada em tamis com gaze dobrada quatro
vezes, e transferida para cálice de vidro de fundo cônico. O filtrado foi aliquotado em
tubos de centrífuga com volume de 15 mL de fundo cônico para a realização das
técnicas coproparasitológicas qualitativas que seguem abaixo:
51
7 mL em tubo de centrífuga de fundo cônico para realização da técnica de
centrífugo sedimentação de Ritchie (1948) modificada por Young (1979);
15 mL em tubo de centrífuga de fundo cônico para realização da técnica
de centrífugo flutuação de Faust et al. (1938);
Uma parte do filtrado foi deixada sedimentar em cálice de fundo cônico por
24 horas para realização da técnica de Lutz (1919).
A leitura das lâminas obtidas de cada técnica foi realizada no microscópio
óptico binocular Olympus® BX 41, inicialmente, em aumento de aproximadamente
100 vezes e, para confirmação, se necessário, em 400 vezes, acoplado a câmera
digital Samsung® SDC415 com software de captura Honestech® PVR. Para
morfometria das formas evolutivas de parasitos foi utilizado o microscópio óptico
uniocular Olympus® CH30 em 400 vezes com uma ocular micrométrica Olympus®
SWH.
Considerou-se como positividade para a amostra o encontro de formas
evolutivas de parasitos intestinais em, pelo menos, uma das técnicas utilizadas.
5.4.1.1 Técnica de Ritchie (1948) modificada por Young et al. (1979)
Esta técnica tem como fundamento a centrífugo-sedimentação e foi utilizada
seguindo o protocolo preconizado por Cerqueira (1988). Acrescentou-se aos tubos
plásticos cônicos de centrifugação, contendo 7 mL do material filtrado, uma gota de
detergente (Ypê® neutro) e 3 mL de acetato de etila P.A. (Vetec®). Procedeu-se
homogeneização seguida por centrifugação durante 2 minutos a 814 g (2000
R.P.M.). Desprezou-se o sobrenadante e acrescentou-se ao sedimento água
destilada até completar o volume de 7 mL. Após a homogeneização, o material foi,
novamente, centrifugado por 2 minutos a 814 g. O sobrenadante foi descartado e,
com uma pipeta do tipo Pasteur descartável primo utilizada, foi colocada uma gota
de água destilada no tubo, procedendo-se nova homogeneização. Transferiu-se uma
gota desse material para uma lâmina de microscopia, e adicionou-se uma gota de
água destilada na amostra na lâmina, com o intuito de facilitar a leitura. O material foi
coberto por uma lamínula (24 x 32 mm), procedendo a leitura.
52
5.4.1.2 Técnica de Faust et al. (1938)
Essa técnica baseia-se na pesquisa de formas evolutivas de parasitos por
centrifugo-flutuação com solução de sulfato de zinco. A amostra no tubo plástico de
centrífuga de fundo cônico foi submetida à centrifugação por 1 minuto a 1272 g
(2500 R.P.M.) O sobrenadante foi descartado, acrescentou-se ao sedimento água
destilada até completar 15 mL, homogeneizou-se o material e o mesmo foi,
novamente, centrifugado por 1 minuto a 1272 g. Esse procedimento foi repetido
diversas vezes, até que o sobrenadante ficasse límpido. Após a lavagem, o
sobrenadante foi descartado, sendo o sedimento suspenso com solução de sulfato
de zinco - ZnSO4.7 H2O (Proquímios®) com densidade 1,180 g/mL. O material foi
homogeneizado e centrifugado por 1 minuto a 1272 g, objetivando formar uma
película de flutuação. Em seguida, os tubos foram dispostos, cuidadosamente, em
estantes. Utilizando-se uma alça de platina dobrada em ângulo de 90 graus, a
película de flutuação foi coletada e transferida para lâmina de microscopia, repetindo
esse procedimento por quatro vezes. Após as quatro alçadas, cobriu-se o material
com uma lamínula (tamanho 22 x 22 mm) e procedeu-se a leitura.
5.4.1.3 Técnica de Lutz (1919)
Essa técnica fundamenta-se na sedimentação espontânea de formas
evolutivas de parasitos em cálice de fundo cônico. Parte do material obtido após
homogeneização em água e filtração foi depositado em um cálice de fundo cônico
com capacidade de 250 mL. Adicionou-se água destilada até completar o volume do
mesmo, que foi coberto com filme de policloreto de polivinila (PVC) transparente e
mantido em repouso para sedimentação por 24 horas. Após esse período, com uma
pipeta descartável do tipo Pasteur primo utilizada, coletou-se uma alíquota do
sedimento e transferiu-se uma gota do mesmo para uma lâmina de microscopia.
Essa foi coberta com lamínula (24 x 32 mm) que, então, foi encaminhada para
leitura.
53
5.4.1.4 Técnica de Baermann (1917) - Moraes (1948)
Para a realização dessa técnica, que objetiva a pesquisa de larvas de
nematódeos por termohidrotropismo seguida por sedimentação espontânea, utilizou-
se amostras fecais frescas. Para processamento da amostra ocluiu-se a extremidade
da borracha localizada na parte inferior do funil com uma pinça de Mohr. Após este
procedimento, acrescentou-se água destilada na temperatura de 42°C no funil de
vidro do aparelho de Baermann. Colocou-se então, um tamis de fundo reto sobre o
funil, de forma que o fundo tocasse levemente na água e sobre este, gaze dobrada
quatro vezes. O material fecal fresco foi homogeneizado e transferido para a gaze.
Após 60 minutos retirou-se a porção final da água retida na mangueira de borracha
por meio da abertura da pinça de Mohr e esta foi colocada em vidro de relógio. O
material foi observado em microscópio estereoscópico com aumento de 20 a 30
vezes.
5.4.1.5 Técnica de Kato e Miura (1954) modificada por Katz, Chaves e
Pelegrino (1972)
A presente técnica objetiva a pesquisa e contagem de ovos de helmintos em
fezes, principalmente de Schistosoma mansoni. Utilizou-se o Kit Helm Teste Bio-
Manguinhos®. Uma pequena porção da amostra fecal foi colocada sobre uma tela
fina e comprimida para passagem de ovos de helmintos e detritos menores do que
os ovos. Em seguida, as fezes peneiradas foram raspadas e transferidas com o
auxílio de um palito plástico para o orifício (6 mm de diâmetro) de um cartão
retangular de plástico, colocado sobre uma lâmina de microscopia. Após encher
completamente o orifício, o cartão foi retirado, cuidadosamente, deixando sobre a
lâmina cerca de 1 g de material fecal. As fezes foram, então, cobertas com lamínula
de papel celofane embebidas em solução clarificante fornecida no kit. A lâmina foi
invertida, sobre uma folha de papel absorvente e comprimida. Foi aguardada uma
hora para ocorrer clarificação fecal procedendo exame ao microscópio. Todos os
ovos presentes na preparação foram contados. Finalmente, foi realizada contagem
do número total específico de ovos para cada helminto com objetiva de 10 vezes e,
em seguida, foi multiplicado o número achado pelo fator 24 que, então, determinou o
54
número de ovos por parasito em 1 g de fezes, sendo esse o fator de correção para
cálculo de Ovos Por Grama (OPG).
5.4.2 Amostras subungueais
O material subungueal coletado em 5 mL de solução de formol-glicerina a 5%,
foi transferido para tubo de centrífuga de fundo cônico, sendo o volume completado
com água destilada até completar 7 mL O material foi processado pela técnica de
Ritchie modificada por Young et al. (1979), porém a lâmina foi coberta com lamínula
22 x 22 mm, procedendo a leitura.
5.5 ENTREGA DE RESULTADOS
Os resultados obtidos foram entregues para aos pais e/ou responsáveis e
funcionários participantes da pesquisa em laudo individual (Apêndice 4) e foram
entregues para a escola e para a Fundação Municipal de Educação de Niterói, em
relatório geral.
5.6 QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO
Foram tabuladas as informações do respectivo questionário epidemiológico
para avaliação das condições de vida e fatores de risco nas diferentes escolas
estudadas.
Quanto a residência, considerou-se como residência sem risco aquelas que
não tinham quintal ou possuíam quintal de cimento. Já as que tinham quintal de terra
ou jardim foram consideradas como de risco.
Considerou-se também o grau de escolaridade da mãe, sendo classificado
em não letrada; baixo grau, quando a mãe tinha até Ensino Fundamental II
incompleto; médio grau, quando a mãe tinha Ensino Fundamental II completo até
Ensino Médio completo; alto grau, quando tinha Ensino Superior incompleto ou
completo; e não respondeu.
Quanto ao abastecimento de água, considerou-se rede de abastecimento do
governo, água sem tratamento, incluindo água de poço ou fonte natural e a categoria
não respondeu.
55
Em relação à água consumida, as respostas foram classificadas em água da
torneira/fonte natural/mineral como água sem tratamento; água tratada quando as
respostas envolviam uso de filtro ou fervura; e não respondeu.
A questão do esgoto foi categorizada em rede geral de esgoto/fossa; sem
tratamento quando a resposta se relacionava a encanamento jogando para rio ou
vala; e não respondeu.
Foram consideradas essas categorias por serem as mais relacionadas a
aquisição de parasitoses intestinais.
5.7 QUESTIONÁRIO DE SABERES
O questionário de saberes foi aplicado aos estudantes do 3º ano do Ensino
Fundamental I ao 7º ano do Ensino Fundamental II (Apêndice 5), sendo os alunos do
1º e 2º ano excluídos do preenchimento devido ao seu baixo grau de letramento.
O questionário consistia de sete perguntas abertas e os alunos podiam
responder por escrito ou em forma de desenho. As respostas esperadas para cada
pergunta se encontram no Quadro 1.
Quadro 1 – Respostas esperadas para cada pergunta presente no questionário de saberes
aplicado aos estudantes das sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, incluídas no estudo
no período de agosto de 2014 a outubro de 2015
Perguntas Respostas Esperadas
O que é verminose? Doenças causadas por vermes.
O que é protozoose? Doenças causadas por protozoários.
Como a pessoa “pega”/adquire
vermes/protozoários?
Por água e alimentos contaminados, mãos
contaminadas, através da pele, andando
descalço.
Ondem vivem esses “bichinhos” nas
pessoas?
Na barriga/intestino.
O que a pessoa sente quando tem
esses “bichinhos”?
Dor na barrriga, vômitos, enjoo, diarreia, perda de
peso, desânimo, coceira anal.
Para onde vão esses “bichinhos”
quando saem da pessoa?
Para o cocô/para o esgoto/para outra pessoa/para
o ambiente.
O que deve ser feito para não ter esses
“bichinhos”?
Lavando as mãos/lavando os alimentos/ bebendo
água filtrada/não andar descalço/higiene
pessoal/limpeza da casa/tratamento.
56
Já o questionário formulado para os funcionários da escola consistia de 11
perguntas abertas. As respostas esperadas para cada pergunta se encontram no
Quadro 2.
Quadro 2 - Respostas esperadas para cada pergunta presente no questionário de saberes
aplicado aos funcionários das sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, incluídas no
estudo no período de agosto de 2014 a outubro de 2015
Perguntas Respostas Esperadas
O que são parasitoses intestinais? Doenças causadas por vermes e protozoários.
Parasito intestinal e verme são
sinônimos?
Não, o verme é um tipo de parasito intestinal.
Qual verme/parasito intestinal você
conhece?
Lombriga, tênia, giárdia, ameba, oxiúro, dentre
outros.
O que são verminoses? Verminoses são infecções/doenças causadas
por vermes.
Quem causa as parasitoses intestinais? Vermes/Parasitos.
Onde vivem os parasitos intestinais nas
pessoas?
Vivem na barriga, mais especificamente no
intestino delgado ou grosso.
Como as pessoas adquirem os parasitos
intestinais?
Por meio de mãos, água e alimentos
contaminados com cistos de protozoários ou
ovos de helmintos/vermes.
O que a pessoa sente quando tem
parasitos intestinais?
Dor de barriga, diarréia, vômitos, perda de
peso.
Os parasitos intestinais são perigosos
para a nossa saúde? Por quê?
Sim, pois quando não tratados podem gerar
casos graves e, algumas vezes, levar o
indivíduo a óbito.
O que devemos fazer quando temos
parasitos intestinais?
Ir ao médico, fazer o diagnóstico e tomar o
medicamento que o médico passar.
O que podemos fazer para evitar e/ou
controlar as parasitoses intestinais?
Lavar as mãos antes das refeições, lavar as
mãos após o uso de banheiros, beber água
filtrada ou fervida, lavar bem as verduras e
legumes.
Para a análise das respostas dos estudantes e funcionários, as mesmas
foram avaliadas como: adequadas, incompletas, inadequadas, não soube
responder ou não respondeu.
57
5.8 EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Ao término da identificação dos parasitos encontrados, foram aplicadas
atividades de educação em saúde objetivando divulgação da informação e
prevenção das enteroparasitoses detectadas. A intervenção de educação em saúde
foi precedida pela identificação dos saberes e práticas dos estudantes e
funcionários, por meio do questionário de saberes prévios, que foi preenchido pelo
próprio ou com auxílio de um membro da equipe.
Foram desenvolvidas dinâmicas com as crianças, objetivando divulgação do
conhecimento sobre parasitoses intestinais, sua transmissão e profilaxia. Foi
realizada mostra de parasitos em banners, a lavagem de mãos utilizando marcador
colorido (FERREIRA & ANDRADE, 2005; UCHÔA, 2008; SANTOS, 2008),
visualização de formas evolutivas em microscópios (lâminas com estruturas
parasitárias), observação de helmintos adultos em frascos, construção de modelos
em massas de biscuit, pesca e pintura de parasitos, leitura de textos literários sobre
parasitos, jogo de trilha e jogo da memória.
Após as atividades foi entregue a coordenação pedagógica um questionário
(Apêndice 7) para avaliação da atividade.
5.8.1 Feira educativa
Ao todo foram desenvolvidas dez dinâmicas. As mesmas foram divididas em
sete estações de acordo com características gerais, morfologia e profilaxia, descritas
abaixo.
5.8.1.1 Características gerais dos parasitos
Foram confeccionados sete banners com 80 cm de largura e 100 cm de
comprimento com informações sobre os parasitos: Entamoeba histolytica, Giardia
duodenalis, ancilostomídeos, Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Enterobius
vermicularis e Taenia sp (Figura 2).
Nos banners foram apresentadas fotos dos parasitos, relacionando habitat,
tamanho, formas evolutivas, além das formas de transmissão e infecção.
58
Figura 4 - Banners com características gerais dos parasitos
intestinais utilizados na feira educativa realizada nas Escolas
Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de
agosto de 2014 e outubro de 2015
5.8.1.2 Parasitos em Biscuit
Esta atividade trabalhou as diferenças morfológicas e de tamanho entre as
diversas espécies de protozoários e helmintos intestinais (Figura 3).
Os estudantes puderam visualizar alguns parasitos intestinais em
microscópios, contendo lâminas com estruturas parasitárias. Além disso, foi
apresentado um recurso chamado “caixoscópio”, no qual uma caixa de papelão foi
colocada sobre um computador portátil da marca Positivo®, apresentando slides
com imagens de formas evolutivas de diferentes parasitos intestinais (NUNES,
2012).
Nessa estação, também foi incluída a observação de parasitos adultos das
peças da coleção da Disciplina de Parasitologia da UFF que foram levadas até a
escola.
Em seguida, foi proposto que cada estudante participante desenvolvesse
modelos a partir dos parasitos apresentados utilizando massa de porcelana fria
(Biscuit).
59
Figura 5 - Observação de diferenças morfológicas e de tamanho
entre as diversas espécies de parasitos intestinais que ocorreu na
feira educativa realizada nas Escolas Municipais de Niterói, RJ,
incluídas no estudo entre os meses de agosto de 2014 e outubro de
2015
5.8.1.3 Pescaria de parasitos
Nessa estação, que também objetivou trabalhar a morfologia das espécies, foi
realizada a pesca de parasitos (Figura 4).
Desenhos de formas evolutivas de parasitos foram espalhados em uma
piscina inflável cheia de palha. Os alunos, com o auxílio de uma vara de bambu,
pescavam determinada figura e o identificava de acordo com as imagens expostas
na parede, relacionadas ao material pescado. Nas imagens da parede eram
apresentadas informações sobre o parasito em questão.
Após a pescaria, o estudante foi convidado a pintar desenhos iguais aos
dispostos na parede com giz de cera ou lápis de cor.
60
Figura 6 - Pescaria de parasitos intestinais que
ocorreu na feira educativa realizada nas Escolas
Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo
entre os meses de agosto de 2014 e outubro de
2015
5.8.1.4 Estórias parasitológicas
Nesse momento da oficina, foi realizada leitura de livros contendo textos
literários sobre parasitos de autoria da professora Cláudia Uchôa, publicados pela
Eduff, 2013 (Figura 5).
As imagens do texto eram mostradas às crianças. Em alguns grupos,
estimulou-se a leitura pelos próprios estudantes, de acordo com a faixa etária dos
alunos.
61
Figura 7 - Leitura de textos literários sobre parasitologia
que ocorreu na feira educativa realizada nas Escolas
Municipais de Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os
meses de agosto de 2014 e outubro de 2015
5.8.1.5 Jogo de trilha
Este jogo teve como objetivo abordar formas de transmissão e prevenção das
parasitoses intestinais para reforço no aprendizado de conteúdos a esse respeito.
Nunes (2012) confeccionou um jogo de tabuleiro de chão com placas de Etil
Vinil Acetato (EVA) de 10 mm, tamanho 48x48 cm, aplicadas com vinil autoadesivo
com película de proteção. Cada placa apresentava uma imagem e uma descrição de
um fato e ação a ser seguida, relacionada a parasitoses intestinais. As placas
possuíam seis cores diferentes, totalizando 30 peças com encaixe para serem
acopladas. O jogo apresentava também um dado de espuma, revestido de pano, de
tamanho 30 x 30 cm para nortear as jogadas (Figura 6).
Os estudantes foram divididos em grupos e orientados a eleger um integrante
que iria andar no tabuleiro, enquanto os outros tinham que participar da execução
das tarefas, bem como jogar o dado. O dado foi lançado e o jogador deveria andar o
número de casas que havia sido designado. Ao parar sobre uma casa, ele fazia a
leitura do que estava escrito e deveria obedecer à tarefa discriminada. Além dele,
seus companheiros de grupo também deveriam fazer as atividades designadas.
O vencedor foi o grupo que chegou primeiro na última casa do tabuleiro.
62
Figura 8 - Trilha parasitológica que ocorreu na feira
educativa realizada nas Escolas Municipais de Niterói,
RJ, incluídas no estudo entre os meses de agosto de
2014 e outubro de 2015
5.8.1.6 Jogo da memória
Este jogo teve como objetivo trabalhar formas de prevenção de parasitoses
intestinais por meio da visualização de figuras com informações de ações que
previnem ou possibilitam a infecção por parasitos.
O jogo é constituído por bases de borracha E.V.A. com medidas de 11 cm x 9
cm, texto “Jogo da memória” impresso em papel A4 e cortado de forma circular e
imagens impressas em duplicata em folha A4, cortadas em tamanho aproximado de
10 cm x 8 cm (Figura 7). As imagens apresentavam mensagens como: lavar as
mãos após ir ao banheiro, não defecar no ambiente, não andar descalço no solo,
beber água filtrada, não conduzir o esgoto para rio ou lagoa, dar destino adequado
para o esgoto das casas, ferver a água de consumo, não permitir que moscas
pousem em alimentos, lavar verduras e frutas, cortar as unhas (NUNES, 2012).
Os alunos foram dispostos em roda e as peças foram colocadas no chão
sobre Tecido Não Tecido (TNT), com as imagens viradas para baixo. Cada
estudante escolhia duas peças e virava para ver se as imagens eram iguais e neste
momento era verbalizado o que a imagem representava. Se não fossem
semelhantes, o aluno as virava novamente e o próximo podia jogar. Caso as
imagens fossem iguais, ele as recolhia e colocava ao seu lado para contagem ao
final do jogo e repetia a jogada.
63
Figura 9 - Jogo da memória que ocorreu na feira
educativa realizada nas Escolas Municipais de
Niterói, RJ, incluídas no estudo entre os meses de
agosto de 2014 e outubro de 2015
5.8.1.7 Higienização das mãos
Esta atividade objetivou trabalhar com a importância da correta lavagem de
mãos. Após colocar uma venda sobre os olhos do estudante, foi adicionada sobre
suas mãos tinta colorida de baixo potencial alergênico e foi solicitado que o mesmo
lavasse as mãos como de costume (Figura 8). Após o término da lavagem, foi
retirada a venda dos olhos e todos puderam constatar se a lavagem foi ou não
eficiente através do grau de espalhamento da tinta pela superfície das mãos. Áreas
sem tinta foram consideradas como não lavadas. Em seguida, foi feita uma
discussão sobre a importância da lavagem das mãos e foi explicada a forma correta
de lavagem.
Finalmente, após essa atividade, foi pedido aos participantes que
encostassem as mãos em um TNT branco. As marcas das mãos foram identificadas
com os respectivos nomes e o mesmo foi entregue à direção da escola como
registro da atividade.
64
Figura 10 - Lavagem de mãos com tinta
guache que ocorreu na feira educativa
realizada nas Escolas Municipais de Niterói,
RJ, incluídas no estudo entre os meses de
agosto de 2014 e outubro de 2015
5.9 ANÁLISE ESTATÍTICA E PARÂMETROS DE ANÁLISE DESCRITIVA
Os resultados obtidos foram analisados de forma descritiva. A análise de
significância em relação à positividade para parasitos intestinais foi realizada pelo
Teste Exato de Fisher, enquanto a análise dos fatores epidemiológicos foi feita por
meio do Teste Qui-Quadrado. Em ambos os testes, o intervalo de confiança foi de
0,05.
Na análise dos percentuais de participação e positividade, considerou-se
como excelente as taxas entre 90 – 100%, como muito bom as taxas entre 70 –
89,9%, bom entre 50 – 69,9%, moderada em entre 30 – 49,9%, baixa de 10 – 29,9%
e muito baixa ente 0,1 – 9,9%.
Em relação aos questionários de saberes, optou-se, pela realização da
análise descritiva devido ao baixo número de questionários obtidos em cada escola
participante.
65
6 RESULTADOS
6.1 PARTICIPAÇÃO NO PROJETO
A adesão geral ao projeto mediante assinatura do TCLE foi de 24,9%
(630/2528) para crianças e 24,1% (111/460) para funcionários. Quanto à entrega da
amostra fecal, houve devolução do material de 263/630 (41,7%) crianças e 70/111
(63,1%) profissionais.
As participações no projeto de estudantes e funcionários de cada escola
estão apresentadas nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.
Tabela 1 - Adesão de estudantes de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, ao
projeto de parasitoses intestinais no período de agosto de 2014 a outubro de 2015
Escola Bairro Polo Total de crianças*
Total de
TCLEs
N0 de amostras
subungueais
Total de questionários de saberes**
N0 de amostras
fecais
Total de amostras
fecais positivas
A São Domingos
6 208 109 (52,4%)
90 41 53 (48,6%)
10
B Bairro de Fátima
1 246 65 (26,4%)
10 38 36 (55,4%)
11
C Fonseca 2 195 57 (29,2%)
36 24 18 (31,6%)
5
D Itaipu 7 252 60 (23,8%)
54 18 30 (50%)
8
E Sapê 4 674 133 (19,7%)
117 97 47 (35,3%)
17
F Santa Bárbara
3 568 139 (24,5%)
121 78 63 (45,3%)
17
G Barreto 5 385 67 (17,4%)
66 39 16 (23,9%)
4
Total 2528 630 (24,9%)
494 335 263 (41,7%)
72
*Total de crianças matriculadas do 1º ano do Ensino Fundamental I ao 7º ano do Ensino Fundamental II.
**Total de questionários de saberes preenchidos pelos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental I ao 7º ano
do Ensino Fundamental II.
A taxa de adesão relacionada ao aceite de participação e à entrega de
amostras fecais variou entre as sete escolas, tanto entre os escolares quanto nos
funcionários.
66
Tabela 2 - Adesão de funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, ao
projeto de parasitoses intestinais no período de agosto de 2014 a outubro de 2015 Escola Total de
funcionários Total de TCLEs
assinados
Número de amostras
fecais
Número de amostras
subungueais
Total de questionários
de saberes
Total de amostras fecais
positivas
A 53 23 (43,4%)
13 (56,5%)
12 12 3
B 66 16 (24,2%)
14 (87,5%)
11 17 2
C 70 16 (22,8%)
7 (43,8%)
9 8 0
D 34 8 (11,4%)
8 (100%)
7 8 5
E 115 29 (25,2%)
22 (75,9%)
16 8 2
F 64 14 (21,9%)
3 (21,42%)
5 6 0
G 58 5 (8,6%)
3 (60%)
4 3 1
Total 460 111 (24,1%)
70 (63,1%)
64 62 13
6.2 PARASITISMO INTESTINAL
Das amostras entregues por estudantes, 72/263 (27,4%) foram positivas.
Dentre as positivas, 51 (70,8%) apresentaram monoparasitismo e 21 (29,2%)
possuíam poliparasitismo. Observou-se associação entre Blastocystis sp. e
complexo Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar em dois estudantes, Entamoeba
coli e complexo Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar em seis, Ascaris
lumbricoides e Trichuris trichiura em um, Trichuris trichiura e Entamoeba coli em
outro, Endolimax nana e Blastocystis sp. em dois, Entamoeba coli e Blastocystis sp.
em cinco, Blastocystis sp. e Iodamoeba butschlii em um, Entamoeba coli e
Iodamoeba butschlii em outro e Entamoeba coli, Blastocystis sp. e complexo
Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar em dois estudantes.
Do grupo de 70 profissionais que entregaram amostras, 13 (18,6%) estavam
positivas e todas apresentaram monoparasitismo.
67
A frequência de amostras positivas para protozoários e helmintos detectados
entre os estudantes, está apresentada na Tabela 3, sendo observada maior
frequência de protozoários.
Tabela 3 - Frequência de amostras positivas para protozoários e/ou helmintos detectados
por técnicas coproparasitológicas em amostras fecais de 263 estudantes de sete Escolas
Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de 2015
Escola Total Positivas
G. d. E. c. E.h./E. d. I.b. E.n. B. sp A.l. T.t. E.v
A 10 2 20%
2 20%
3 30%
1 10%
1 10%
3 30%
2 20%
1 10%
0
B 11 1 9,1%
2 18,2%
0
0 1 9,1%
3 27,3%
2 18,2%
4* 36,4%
0
C 5 2 40%
1 20%
0 0 0 3 60%
0 0 0
D 8 1 12,5%
0 0 0 2 25%
6** 75%
0 0 0
E 17 0 8*** 47,1%
3 17,6%
1 5,9%
0 14**** 82,4%
0 0 0
F 17 3 17,6%
4 23,5%
4 23,5%
0 1 5,9%
11***** 64,7%
0 0 1 5,9%
G 4 0 1 25%
2 50%
0 0 2 50%
0 0 0
Total 72 9 12,5%
18 25%
12 16,7%
2 2,8%
5 6,9%
42 58,3%
4 5,6%
5 6,9%
1 1,4%
G.d. – Giardia duodenalis, E.c. -. Entamoeba coli, E.h./E.d. – Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar, I.b. Iodamoeba butschilii, E.n. – Endolimax nana, B.sp – Blastocystis sp, A.l. - Ascaris lumbricoides, T.t. -Trichuris trichiura, E.v. – Enterobius vermicularis Teste Exato de Fisher P<0,05 significativo *P=0,0011, ** P=0,0499, *** P=0,0047, ****P=0,0001, ***** P=0,0140
Foi observada diferença estatisticamente significativa quanto à positividade
por Blastocystis sp. nas escolas D, E e F, para presença de E. coli na Escola E e
para T. trichiura na Escola B quando comparados com a positividade geral.
Ao serem analisadas as condições de abastecimento de água, tipo de água
consumida e escolaridade da mãe pôde-se observar que as crianças que
frequentavam as escolas B (baixo/médio grau escolaridade da mãe, bebe água de
torneira), D (residência com risco, baixo/médio grau de escolaridade da mãe e bebe
68
água de torneira), E (baixo/médio grau de escolaridade da mãe, bebe água de
torneira) e F (residência com risco, baixo/médio grau de escolaridade da mãe)
apresentaram condições de maior risco para aquisição de parasitoses intestinais
(Tabelas 4 e 5).
Tabela 4 – Análise de determinantes de risco dos 137 estudantes participantes de quatro
Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil que entregaram amostra fecal no período de agosto de
2014 a outubro de 2015
Determinantes A
B
C
D
Total
T n=53
+ n=10
T n=36
+ n=11
T n=18
+ n=5
T n=30
+ n=8
T n=137
+ n=34
Tipo de residência Com risco 11
20,8% 1
10% 8
22,2% 1
9,1% 7
38,9% 2
40% 16
53,3% 4
50% 42
30,7% 8
23,5%
Sem risco 35 66%
9 90%
18 50%
7 63,6%
10 55,5%
3 60%
11 36,7%
3 37,5%
74 54%
22 64,7%
Não respondeu 7 13,2%
0 10 27,8%
3 27,3%
1 5,5%
0 3 10%
1 12,5%
21 15,3%
4 11,8%
Grau de escolaridade da mãe Não letrada 0 0 1
2,8% 1
9,1% 0 0 0 0 1
0,7% 1
2,9%
Baixo grau 14 26,4%
2 20%
15 41,7%
2 18,2%
2 11,1%
1 20%
7 23,3%
1 12,5%
38 27,7%
6 17,6%
Médio grau 18 34%
6 60%
8 22,2%
2 18,2%
12 66,7%
2 40%
15 50%
5 62,5%
53 38,7%
15 44,1%
Alto grau 10 18,9%
1 10%
2 5,5%
0 1 5,5%
0 5 16,7%
0 18 13,1%
1 2,9%
Não respondeu 11 20,8%
1 10%
10 27,8%
6 54,5%
3 16,7%
2 40%
3 10%
2 25%
27 19,7%
11 32,4%
Abastecimento de água Rede de abastecimento do governo
44 83%
8 80%
23 63,9%
7 63,6%
17 94,5%
5 100%
20 66,7%
4 50%
104 75,9%
24 70,6%
Água sem tratamento 3 5,7%
2 20%
3 8,3%
1 9,1%
0 0 7 23,3%
2 25%
13 9,5%
5 14,7%
Não respondeu 6 11,3%
0 10 27,8%
3 27,3%
1 5,5%
0 3 10%
2 25%
20 14,6%
5 14,7%
Água consumida Torneira/fonte natural/mineral 11
20,7% 3
30% 20
55,6% 4
36,4% 4
22,2% 2
40% 12
40% 4
50% 47
34,3% 13
38,2%
Água tratada 36 68%
7 70%
10 27,8%
4 36,4%
13 72,2%
3 60%
15 50%
2 25%
74 54%
16 47,1%
Não respondeu 6 11,3%
0 6 16,6%
3 27,3%
1 5,5%
0 3 10%
2 25%
16 11,7%
5 14,7%
Esgoto Rede geral de esgoto/fossa 39
73,5% 7
70% 27
75% 6
54,5% 17
94,5% 5
100% 22
73,3% 4
50% 105
76,6% 22
64,7%
Sem tratamento 3 5,7%
1 10%
1 2,8%
0 0 0 1 3,3%
1 12,5%
5 3,6%
2 5,9%
Não soube informar 2 3,8%
0 2 5,6%
1 9,1%
0 0 4 13,3%
1 12,5%
8 5,8%
2 5,9%
Não respondeu 9 17%
2 20%
6 16,6%
4 36,4%
1 5,5%
0 3 10%
2 25%
19 13,9%
8 23,5%
T – Total de crianças participantes; + – Crianças positivas
69
Tabela 5 – Análise de determinantes de risco de 126 estudantes participantes de três
Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no período de
agosto de 2014 a outubro de 2015
Determinantes E F G Total
T n=47
+ n=17
T n=63
+ n=17
T n=16
+ n=4
T n=126
+ n=38
Tipo de residência Com risco 16
34% 6
35,3% 24
38,1% 8
47,1% 6
37,5% 2
50% 46
36,5% 16
42,1%
Sem risco 24 51,1%
11 64,7%
32 50,8%
7 41,2%
10 62,6%
2 50%
66 52,4%
20 52,6%
Não respondeu 7 14,9%
0 7 11,1%
2 11,8%
0 0 14 11,1%
2 5,3%
Grau de escolaridade da mãe Não letrada 1
2,1% 1
5,9% 0 0 0 0 1
0,8% 1
2,6%
Baixo grau 16 34%
4 23,5%
8 12,7%
3 17,6%
5 31,3%
4 100%
29 23%
11 28,9%
Médio grau 21 44,7%
11 64,7%
37 58,7%
9 52,9%
9 56,3%
0 67 53,2%
20 52,6%
Alto grau 2 4,3%
1 5,9%
11 17,5%
3 17,6%
2 12,5%
0 15 11,9%
4 10,5%
Não respondeu 7 14,9%
0 7 11,1%
2 11,8%
0 0 14 11,1%
2 5,3%
Abastecimento de água Rede de abastecimento do governo 33
70,2% 14
82,4% 50
79,4% 12
70,6% 16
100% 4
100% 99
78,6% 30
78,9%
Água sem tratamento 7 14,9%
3 17,6%
6 9,5%
3 17,6%
0 0 13 10,3%
6 15,8%
Não respondeu 7 14,9%
0 7 11,1%
2 11,8%
0 0 14 11,1%
2 5,3%
Água consumida Torneira/fonte natural/mineral 11
23,4% 10
58,8% 21
33,3% 6
35,3% 3
18,8% 1
25% 35
27,8% 17
44,7%
Água tratada 29 61,7%
7 41,2%
35 55,6%
9 52,9%
13 81,2%
3 75%
77 61,1%
19 50%
Não respondeu 7 14,9%
0 7 11,1%
2 11,8%
0 0 14 11,1%
2 5,3%
Esgoto Rede geral de esgoto 25
53,2% 9
52,9% 41
65,1% 10
58,8% 14
87,5% 3
75% 80
63,5% 22
57,9%
Sem tratamento 8 17%
4 23,5%
8 12,7%
4 23,5%
0 0 16 12,7%
8 21,1%
Não soube informar 7 14,9%
3 17,6%
6 9,5%
0 2 12,5%
1 25%
15 11,9%
4 10,5%
Não respondeu 7 14,9%
1 5,9%
8 12,7%
3 17,6%
0 0 15 11,9%
4 10,5%
T – Total de crianças participantes, + – Crianças positivas
Observou-se que três crianças positivas para A. lumbricoides residiam em
casa com quintal de terra batida. Um dos estudantes com T. trichiura também
morava em casa com quintal de terra batida, enquanto outras duas, positivas para
esse helminto, não possuíam filtro na residência, utilizando água da torneira para
beber e cozinhar.
O grau de escolaridade da mãe dos estudantes positivos foi médio, tendo a
maioria Ensino Fundamental e/ou Médio incompleto e apenas cinco possuíam
70
Ensino Superior incompleto. O baixo grau de letramento coincidiu com um estudante
infectado por G. duodenalis, cuja mãe apresentava Ensino Fundamental incompleto,
e com outro aluno com positividade para complexo E. histolytica/E. dispar, no qual a
responsável era não letrada. Essa última criança não possuía filtro e utilizava água
da torneira para beber e cozinhar, assim como outros dois estudantes positivos para
G. duodenalis.
O abastecimento de água de dois alunos com Blastocystis sp. era por meio de
poço artesiano. O de um aluno com E. coli e I. butschlii era realizado por captação
de fonte natural, com encanamento próprio trazendo água de mina ou de rio direto
para casa. Além disso, o esgoto sanitário era descartado em tubulação jogando-o
atrás da casa.
O esgoto sanitário de dois estudantes com E. coli e complexo E.histolytica/E.
dispar era descartado por meio de fossa de alvenaria, assim como três estudantes
com Blastocystis sp. Dois alunos positivos para G. duodenalis tinham esgoto
descartado em tubulação jogando-o em rio ou mar.
Cinco estudantes com E. nana, oito com Blastocystis sp. e duas com G.
duodenalis não possuíam filtro na residência, utilizando a água para beber e
cozinhar vinda direto da torneira. O mesmo foi observado em outras dez crianças
com poliparasitismo, sendo esses Blastocystis sp./E. nana, E. coli/Blastocystis sp.,
E. coli/complexo E. histolytica/E. dispar e Blastocystis sp./complexo E. histolytica/E.
dispar.
Observou-se diferença estatisticamente significativa entre a positividade e o
tipo de água consumida (P=0,036) e o tipo de residência com risco (P=0,015) do
total de estudantes de todas as escolas participantes.
Dentre os funcionários participantes do estudo foram observados
exclusivamente protozoários, sendo os mesmos apresentados na Tabela 6.
71
Tabela 6 - Frequência de amostras positivas para formas evolutivas de parasitos
detectados por técnicas coproparasitológicas em amostras fecais de 70 funcionários de
sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de
2015
Escola Total Positivas
Entamoeba coli Endolimax nana Blastocystis sp
A 3 0 1 33,3%
2 66,7%
B 2 2* 100%
0 0
C 0 0 0 0
D 5 0 0 5** 100%
E 2 0 0 2 100%
F 0 0 0 0
G 1 0 0 1 100%
Total 13 2 15,4%
1 7,7%
10 76,9%
Teste Exato de Fisher P<0,05 significativo * P=0,0128, ** P=0,0359
Foi observada diferença estatisticamente significativa quanto à positividade
para E. coli na escola B e para Blastocystis sp. na D quando comparado à
positividade geral. A análise dos determinantes de risco não permitiu identificar
elemento de maior risco de infecção (Tabelas 7 e 8).
72
Tabela 7 – Análise de determinantes de risco de 42 funcionários participantes de quatro
Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no período de
agosto de 2014 a outubro de 2015
Determinantes A
B
C
D
Total
T n=13
+ n=3
T n=14
+ n=2
T n=7
+ n=0
T n=8
+ n=5
T n=42
+ n=10
Tipo de residência Com risco 3
23,1% 0 4
28,6% 1
50% 6
85,7% 0 3
37,5% 1
20% 16
38,1% 2
20%
Sem risco 9 69,2%
3 100%
7 50%
1 50%
1 14,3%
0 5 62,5%
4 80%
22 52,4%
8 80%
Não respondeu 1 7,7%
0 3 21,4%
0 0 0 0 0 4 9,5%
0
Abastecimento de água Rede de abastecimento do governo
12 92,3%
3 100%
4 28,6%
1 50%
7 100%
0 4 50%
2 50%
27 64,3%
6 60%
Água sem tratamento 0 0 7 50%
1 50%
0 0 3 37,5%
2 50%
10 23,8%
3 30%
Não respondeu 1 7,7%
0 3 21,4%
0 0 0 1 12,5%
1 20%
5 11,9%
1 10%
Água consumida Torneira/fonte natural/mineral 2
15,4% 2
66,7% 4
28,6% 0 0 0 1
12,5% 0 7
16,7% 2
20%
Água tratada 9 69,2%
1 33,3%
7 50%
2 100%
7 100%
0 7 87,5%
5 100%
30 71,4%
8 80%
Não respondeu 2 15,4%
0 3 21,4%
0 0 0 0 0 5 11,9%
0
Esgoto Rede geral de esgoto/fossa 6
46,2% 2
66,7% 11
78,6% 2
100% 6
85,7% 0 8
100% 5
100% 31
73,8% 9
90%
Sem tratamento 3 23,1%
0 0 0 0 0 0 0 3 7,1%
0
Não soube informar 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Não respondeu 4 30,8%
1 33,3%
3 21,4%
0 1 14,3%
0 0 0 8 19%
1 10%
T – Total de funcionários, + – Funcionários positivos
Dentre os funcionários, foi observado que um profissional positivo para
Blastocystis sp. também utilizava água da torneira para beber e cozinhar, visto que
não possuía filtro na residência.
73
Tabela 8 – Análise de determinantes de risco de 28 funcionários participantes de três
Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, que entregaram amostra fecal no período de
agosto de 2014 a outubro de 2015
Determinantes E
F
G
Total
T n=22
+ n=2
T n=3
+ n=0
T n=3
+ n=1
T n=28
+ n=3
Tipo de residência Com risco 1
4,5% 0 1
33,3% 0 2
66,7% 1
100% 4
14,3% 1
33,3%
Sem risco 20 90,9%
2 100%
1 33,3%
0 1 33,3%
0 22 78,6%
2 66,7%
Não respondeu 1 4,5%
0 1 33,3%
0 0 0 2 7,1%
0
Abastecimento de água Rede de abastecimento do governo
19 86,4%
2 100%
2 66,7%
0 3 100%
1 100%
24 85,7%
3 100%
Água sem tratamento 2 9,1%
0 0 0 0 0 2 7,1%
0
Não respondeu 1 4,5%
0 1 33,3%
0 0 0 2 7,1%
0
Água consumida Torneira/fonte natural/mineral
7 31,8%
0 1 33,3%
0 1 33,3%
0 9 32,1%
0
Água tratada 14 63,6%
2 100%
1 33,3%
0 2 66,7%
1 100%
17 60,7%
3 100%
Não respondeu 1 4,5%
0 1 33,3%
0 0 0 2 7,1%
0
Esgoto Rede geral de esgoto 14
63,6% 2
100% 2
66,7% 0 3
100% 1
100% 19
67,9% 3
100%
Sem tratamento 3 13,6%
0 0 0 0 0 3 10,7%
0
Não soube informar 2 9,1%
0 0 0 0 0 2 7,1%
0
Não respondeu 3 13,6%
0 1 33,3%
0 0 0 4 14,3%
0
T – Total de funcionários, + – Funcionários positivos
6.3 MATERIAL SUBUNGUEAL
Dos 630 estudantes participantes, foram analisados materiais subungueais de
494 deles (78,4%). Já dentre os 111 funcionários participantes, a coleta do material
foi realizada em 64 (57,7%).
Dentre as amostras analisadas, apenas uma (0,2%), de um estudante,
apresentou positividade, com a presença de ovos de Enterobius vermicularis.
A maioria das crianças apresentavam unhas curtas ou roídas.
74
6.4 QUESTIONÁRIOS DE SABERES
Foram preenchidos 335 questionários de saberes por estudantes. A Tabela 9
apresenta o percentual de adequação às respostas, por escola, referente a cada
pergunta presente no questionário.
Tabela 9 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de saberes
preenchidos por 335 estudantes de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de
agosto de 2014 a outubro de 2015
Pergunta Resposta A B C D E F G Total
Número de estudantes n=41 n=38 n=24 n=18 n=97 n=78 n=39 n=335
O que são verminoses?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
18 43,9%
1
2,4%
16 39%
6
14,6% 0
18 47,4%
3
7,9%
15 39,5%
1
2,6% 1
2,6%
7 29,2%
4
16,7% 5
20,8% 7
29,2% 1
4,2%
12 66,7%
1
5,6% 3
16,7% 1
5,6% 1
5,6%
52 53,6%
6
6,2%
27 27,8%
11
11,3% 1
1%
43 55,1%
2
2,6%
16 20,5%
17
21,8% 0
20 51,3%
1
2,6% 9
23,1% 9
23,1% 0
170 50,7%
18
5,4%
91 27,2%
52
15,5%
4 1,2%
O que são protozooses?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
0 5
12,2%
12 29,3%
24
58,5% 0
1 2,6%
3
7,9%
16 42,1%
16
42,1% 2
5,3%
0 3
12,5%
11 45,8%
8
33,3% 2
8,3%
0 2
11,1%
13 72,2%
1
5,6% 2
11,1%
4 4,1%
5
5,2%
32 33%
47
48,5% 9
9,3%
3 3,8%
0
17 21,8%
57
73,1% 1
1,3%
1 2,6%
0
11 28,2%
27
69,2% 0
9 2,7%
18
5,4%
112 33,4%
180
53,7%
16 4,8%
Como a pessoa “pega”/adquire vermes
e protozoários?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
3 7,3%
7
17,1%
18 43,9%
13
31,7% 0
9 23,7%
2
5,3%
19 50%
5
13,2% 3
7,9%
3 12,5%
5
20,8%
12 50%
3
12,5% 1
4,2%
5 27,8%
3
16,7% 7
38,9% 1
5,6% 2
11,1%
19 19,6%
12
12,4%
56 57,7%
8
8,2% 2
2,1%
21 26,9%
18
23,1%
20 25,6%
19
24,4% 0
8 20,5%
10
25,6%
14 35,9%
7
17,9% 0
68 20,3%
57
17%
146 43,6%
56
16,7%
8 2,4%
75
Tabela 9 - Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de
saberes preenchidos por 335 estudantes de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ no
período de agosto de 2014 a outubro de 2015 (continuação)
Pergunta Resposta A B C D E F G Total
Número de estudantes n=41 n=38 n=24 n=18 n=97 n=78 n=39 n=335
Onde vivem esses “bichinhos” nas
pessoas?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
22 53,7%
2
4,9%
12 29,3%
2
4,9% 3
7,3%
20 52,6%
6
15,8% 7
18,4% 3
7,9% 2
5,3%
8 33,3%
4
16,7% 7
29,2% 4
16,7% 1
4,2%
5 27,8%
3
16,7% 8
44,4% 1
5,6% 1
5,6%
50 51,5%
15
15,5%
25 25,8%
6
6,2% 1
1%
35 44,9%
3
3,8%
36 46,2%
4
5,1% 0
19 48,7%
3
7,7%
17 43,6%
0 0
159 47,5%
36
10,7%
112 33,4%
20 6%
8
2,4%
O que a pessoa sente quando tem esses
“bichinhos”?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
14 34,1%
16
39% 7
17,1% 4
9,8% 0
12 31,6%
10
26,3%
12 31,6%
3
7,9% 1
2,6%
3 12,5%
12
50% 5
20,8% 4
16,7% 0
0
10 55,6%
6
33,3% 2
11,1% 0
50 51,5%
28
28,9%
14 14,4%
5
5,2% 0
48 61,5%
3
3,8%
16 20,5%
11
14,1% 0
24 61,5%
2
5,1% 7
17,9% 5
12,8% 1
2,6%
151 45,1%
81
24,2%
67 20%
34
10,1%
2 0,6%
Para onde vão esses “bichinhos” quando saem da pessoa?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
8 19,5%
5
12,2%
19 46,3%
9
22% 0
11 28,9%
5
13,2%
15 39,5%
3
7,9% 4
10,5%
5 20,8%
3
12,5% 7
29,2% 9
37,5% 0
3 16,7%
2
11,1%
12 66,7%
1
5,6% 0
52 53,6%
6
6,2%
29 29,9%
9
9,3% 1
1%
42 53,8%
0
12 15,4%
24
30,8% 0
15 38,5%
1
2,6%
14 35,9%
9
23,1% 0
136 40,6%
22
6,6%
108 32,2%
64
19,1%
5 1,5%
O que deve ser feito para não ter esses
“bichinhos”?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
17 41,5%
7
17,1%
13 31,7%
4
9,8% 0
17 44,7%
10
26,3% 6
15,8% 1
2,6% 4
10,5%
5 20,8%
7
29,2% 7
29,2% 5
20,8% 0
7 38,9%
7
38,9% 2
11,1% 1
5,6% 1
5,6%
46 47,4%
16
16,5%
23 23,7%
11
11,3% 1
1%
43 55,1%
9
11,5%
16 20,5%
10
12,8% 0
27 69,2%
3
7,7% 8
20,5% 1
2,6% 0
162 48,4%
59
17,6%
75 22,4%
33
9,9%
6 1,8%
Foi observado, entre os escolares, variação da resposta para as perguntas
entre as sete escolas participantes (Figura 9). As escolas E e F foram as que
76
apresentaram maior percentual de respostas adequadas e a escola C a com maior
percentual de respostas inadequadas e menor adesão.
Figura 9 – Gráfico representativo do número de respostas para cada pergunta
presente no questionário de saberes preenchidos por 335 estudantes de sete Escolas
Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de agosto de 2014 a outubro de 2015
77
Dos 335 questionários analisados, 43,6% detinham conhecimento inadequado
sobre transmissão dos parasitos intestinais, afirmando que ocorria por meio de
sujeira ou comendo doces.
Quando perguntados sobre o habitat, 47,5% dos estudantes responderam
adequadamente, afirmando que vivem na barriga/intestino. Dentre as respostas
inadequadas foi indicado que os “bichinhos” vivem no estômago e, também, nas
unhas.
Quanto as formas de prevenção das parasitoses, 48,4% dos estudantes
responderam de forma adequada, citando “tomar remédio”, “se cuidar/ter higiene”,
“lavar as mãos” e “não andar descalço”. Dentre as respostas inadequadas, a mais
observada foi não comer doce para evitar parasitoses.
Já em relação à sintomatologia, 45,1% dos alunos do presente estudo
responderam adequadamente, afirmando que a pessoa sente dor/dor na barriga,
enjoos, coceira no bumbum e “passa mal”. Outra manifestação clínica apontada foi
“coceira”, o que foi considerado como resposta incompleta.
A associação entre vermes e verminose ocorreu na resposta de 50,7% dos
estudantes e 2,7% associaram protozooses a protozoários.
Entre os 62 funcionários, houve pouca variação de respostas de uma escola
para outra, sendo observadas respostas adequadas quanto à definição, exemplos,
habitat, transmissão, sintomatologia e formas de prevenção/controle. Foram
observadas poucas respostas em branco ou “não sei”. Os resultados do questionário
aplicado aos funcionários são apresentados na Tabela 10.
78
Tabela 10 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de saberes
preenchidos por 62 funcionários de Escolas Municipais de Niterói, RJ, Brasil, no período de
agosto de 2014 a outubro de 2015 Pergunta Adequação A B C D E F G Total
Número de funcionários n=12 n=17 n=8 n=8 n=8 n=6 n=3 n=62
O que são parasitoses intestinais?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
7 58,3%
2
16,7% 2
16,7% 1
8,3% 0
8 47,1%
3
17,6% 5
29,4% 0 1
5,9%
3 37,5%
3
37,5% 2
25% 0 0
6 75%
1
12,5% 0 1
12,5% 0
6 75%
2
25% 0 0 0
4 66,7%
2
33,3% 0 0 0
2 66,7%
1
33,3% 0 0 0
36 58,1%
14
22,6% 9
14,5% 2
3,2% 1
1,6%
Parasito intestinal e vermes são sinônimos?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
1 8,3%
1
8,3%
10 83,3%
0
0
0 1
5,9%
16 94,1%
0
0
0 1
12,5% 6
75% 0
1
12,5%
0 1
12,5% 7
87,5% 0
0
3 37,5%
0 5
62,5% 0
0
0 0 6
100% 0
0
0 0 3
100% 0
0
4 6,5%
4
6,5%
53 85,5%
0
1
1,6%
Qual verme/parasito intestinal você conhece?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
9 75%
0 2
16,7% 1
8,3% 0
13 76,5%
1
5,9% 1
5,9% 0 2
11,8%
7 87,5%
0 0 0 1
12,5%
5 62,5%
0 1
12,5% 1
12,5% 1
12,5%
7 87,5%
0 0 1
12,5% 0
6 100%
0 0 0 0
3 100%
0 0 0 0
50 80,6%
1
1,6% 4
6,5% 3
4,8% 4
6,5%
O que são verminoses?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
5 41,7%
0 5
41,7% 2
16,7% 0
8 47,1%
2
11,8% 5
29,4% 0 2
11,8%
5 62,5%
2
25% 1
12,5% 0 0
4 50%
0 2
25% 1
12,5% 1
12,5%
5 62,5%
0 2
25% 0 1
12,5%
4 66,7%
0 2
33,3% 0 0
2 66,7%
0 1
33,3% 0 0
33 53,2%
4
6,5%
18 29%
3
4,8% 4
6,5%
Quem causa as parasitoses intestinais?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
10 83,3%
0 2
16,7% 0 0
13 76,5%
0 4
23,5% 0 0
8 100%
0 0 0 0
6 75%
0 2
25% 0 0
8 100%
0 0 0 0
5 83,3%
0 1
16,7% 0 0
2 66,7%
0 1
33,3% 0 0
52 83,9%
0
10 16,1%
0 0
79
Tabela 10 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de
saberes preenchidos por 62 funcionários de Escolas Municipais de Niterói, RJ no período de
agosto de 2014 a outubro de 2015 (continuação)
Pergunta Adequação A B C D E F G Total
Número de funcionários n=12 n=17 n=8 n=8 n=8 n=6 n=3 n=62
Onde vivem os parasitos intestinais nas pessoas?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
10 83,3%
1
8,3% 1
8,3% 0 0
15 88,2%
1
5,9% 0 0 1
5,9%
8 100%
0 0 0 0
7 87,5%
0 0 0 1
12,5%
8 100%
0 0 0 0
6 100%
0 0 0 0
3 100%
0 0 0 0
57 91,9%
2
3,2% 1
1,6% 0 2
3,2%
Como as pessoas adquirem os parasitos
intestinais?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
9 75%
1
8,3% 2
16,7% 0 0
15 88,2%
0 2
11,8% 0 0
7 87,5%
1
12,5% 0 0 0
4 50%
2
25% 2
25% 0 0
7 87,5%
1
12,5% 0 0 0
4 66,7%
1
16,7% 1
16,7% 0 0
2 66,7%
1
33,3% 0 0 0
48 77,4%
7
11,3% 7
11,3% 0 0
O que a pessoa sente quando tem parasitos
intestinais?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
11 91,7%
0 1
8,3% 0 0
16 94,1%
0 1
5,9% 0 0
7 87,5%
1
12,5% 0 0 0
5 62,5%
2
25% 0 1
12,5% 0
8 100%
0 0 0 0
6 100%
0 0 0 0
3 100%
0 0 0 0
56 90,3%
3
4,8% 2
3,2% 1
1,6% 0
Os parasitos intestinais são perigosos para nossa
saúde? Por quê?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
5 41,7%
6
50% 1
8,3% 0 0
16 94,1%
1
5,9% 0 0 0
2 25%
5
62,5% 1
12,5% 0 0
4 50%
3
37,5% 0 1
12,5% 0
6 75%
2
25% 0 0 0
6 100%
0 0 0 0
2 66,7%
1
33,3% 0 0 0
41 66,1%
18
29% 2
3,2% 1
1,6% 0
80
Tabela 10 – Resultado das respostas para cada pergunta presente no questionário de saberes
preenchidos por 62 funcionários de Escolas Municipais de Niterói, RJ no período de agosto de
2014 a outubro de 2015 (continuação)
Pergunta Adequação A B C D E F G Total
Número de funcionários n=12 n=17 n=8 n=8 n=8 n=6 n=3 n=62
O que devemos fazer quando temos parasitos
intestinais?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
11 91,7%
0 1
8,3% 0 0
16 94,1%
0 1
5,9% 0 0
7 87,5%
1
12,5% 0 0 0
7 87,5%
0 0
1
12,5% 0
8 100%
0 0
0 0
6 100%
0 0 0 0
3 100%
0 0 0 0
58 93,5%
1
1,6% 2
3,2% 1
1,6% 0
O que devemos fazer para evitar e/ou controlar as parasitoses intestinais?
Adequada
Incompleta
Inadequada
Não sei
Em branco
10 83,3%
0 2
16,7% 0 0
17 100%
0 0 0 0
7 87,5%
1
12,5% 0 0 0
6 75%
0 2
25% 0 0
7 87,5%
1
12,5% 0 0 0
5 83,3%
1
16,7% 0 0 0
2 66,7%
1
33,3% 0 0 0
54 87,1%
4
6,5% 4
6,5% 0 0
Na definição de parasitoses intestinais houve relação a parasitos que vivem
no intestino, sem explicitar se seriam vermes ou protozoários. Na definição de
verminoses houve associação direta com vermes.
Conhecimentos inadequados foram obtidos quando os funcionários foram
questionados se parasito intestinal e vermes são sinônimos, visto que 85,5% dos
participantes responderam inadequadamente, afirmando que seriam sinônimos. As
justificativas mais observadas foram: “verme é o nome popular do parasito” e “verme
e parasitos são da mesma espécie”. Quando questionados quais parasitos
intestinais/vermes conheciam, foram citados como exemplo “lombriga”, “ameba”,
“giárdia” e “solitária”.
6.5 EDUCAÇÃO EM SAÚDE
As ações de educação em saúde foram realizadas, ao final da coleta de
materiais e entrega de resultados, em cada escola por meio de uma feira educativa,
sendo realizadas, ao todo, as 10 dinâmicas propostas.
81
Em todas as escolas participantes pôde-se observar grande interesse das
crianças. Vale destacar que nas escolas C (Noronha Santos) e G (André Trouche)
os alunos mostraram-se mais interessados e participativos, inclusive as turmas
consideradas mais agitadas, pelos professores da escola, as quais apresentaram
maior concentração e empenho nas atividades.
Conforme os estudantes iam passando para a próxima estação, os instrutores
questionavam o aprendizado e o grau de satisfação dos participantes, obtendo,
todas as vezes, uma resposta positiva dos mesmos.
Como as atividades realizadas nas escolas estudadas foram durante as
aulas, os responsáveis não participaram da feira educativa. Houve pouca
participação dos funcionários e dos professores, com exceção da escola G (André
Trouche). Nas outras escolas, os professores limitaram-se apenas a acompanhar os
estudantes nas atividades da feira.
A avaliação da feira educativa, realizada pela coordenação pedagógica de
cada escola, foi positiva e elogiosa. Na Escola C (Noronha Santos) as atividades
foram apontadas como “oportunas devido às condições sanitárias no entorno da
escola”. A escola G (André Trouche) parabenizou a equipe pelo “excelente trabalho
e pela organização das atividades realizadas durante a feira educativa”.
Porém, quando questionado sobre se as informações adquiridas na atividade
seriam consolidadas pelos estudantes, a resposta da Escola A (Anísio Teixeira) foi
que “para serem consolidadas de maneira mais efetiva, seriam necessários recursos
que, em geral, as escolas não possuem”. Segundo a Escola D (Dario Castello),
“muitos alunos são pequenos e não possuem a mesma orientação em casa, o que
pode leva-los a não tornar as informações obtidas, hábitos”. Já para a Escola C
(Noronha Santos), “as informações serão aproveitadas, mas a consolidação exigiria
maior contato com o assunto”.
Foi ressaltada, também, pela Escola A (Anísio Teixeira) a “importância das
parcerias entre essas escolas e outras instituições da sociedade civil, dentre elas as
universidades, uma vez que a experiência dos profissionais das escolas tem
apontado que essas parcerias são formativas, tanto para os alunos e professores
quanto para os elaboradores/executores do projeto”.
Quanto aos pontos positivos e negativos sobre a feira educativa, foram
apontados positivamente pelas escolas os materiais apresentados e também os
feitos pelos estudantes, complementados por explicações e intervenções pertinentes
82
dos instrutores integrantes do projeto. Tais observações puderam ser vistas na
participação das crianças durante as atividades pedagógicas propostas e na
motivação das mesmas em aprender aquilo que foi trabalhado na ocasião. A
pertinência da temática pôde, também, ser ressaltada como um aspecto positivo da
feira e do projeto como um todo, uma vez que foi possível sensibilizar os alunos para
a adoção de hábitos saudáveis, conscientizando-os em relação ao cuidado com o
seu bem-estar físico. Foi ressaltado que esse conteúdo é extremamente importante
para ser trabalhado ao longo de suas trajetórias escolares de modo que eles
possam adquirir atitudes saudáveis e sustentáveis para além da escola.
Como pontos negativos, foi destacada a pouca participação dos responsáveis
e a brevidade temporal do projeto. Segundo os avaliadores, a temática das
parasitoses poderia desdobrar-se em outros assuntos de igual importância, como,
por exemplo, cuidados com relação ao meio ambiente e a educação sanitária.
Dentre as sugestões apontadas para melhorar as atividades desenvolvidas,
foi citado, maior tempo para a realização da feira educativa, além de diversificar um
pouco mais as atividades de acordo com as diferentes faixas etárias.
83
7 DISCUSSÃO
A adesão geral ao estudo mediante assinatura do TCLE foi de 24,9% para
crianças e 24,1% para funcionários, o que foi considerado como baixa. Porém,
quanto à entrega da amostra fecal, houve devolução do material de 41,7% das
crianças e 63,1% dos profissionais. Barbosa et al. (2009), em estudo realizado com
moradores de um bairro da periferia do município de Crato, CE, relataram que 47%
(21/45) dos participantes devolveram o recipiente com material fecal. Nunes (2012),
em estudo realizado com escolares da Ilha de Marambaia, Mangaratiba, RJ,
observou que 62,5% (45/72) dos estudantes e 37,5% (6/16) dos funcionários que
aderiram ao estudo forneceram amostras fecais. Já Santos et al. (2014) estudando
240 escolares da cidade de Juazeiro, BA, afirmaram que 50 (20,8%) participantes se
submeteram a realização do exame de fezes. Segundo esses autores, essa baixa
adesão ao diagnóstico ocorreu, provavelmente, porque os estudantes tinham
vergonha de levar suas amostras fecais para a escola.
Nunes (2012), em estudo realizado com escolares da Ilha de Marambaia,
Mangaratiba, RJ, relatou que, em conversas informais com os escolares, os mesmos
comentaram ter vergonha de levar as amostras de fezes coletadas para a escola.
Para alguns autores, a dependência do auxílio dos pais para a coleta das amostras
pode ser um fator que dificulta a tarefa (KUNZ et al., 2008; BIASI et al., 2010). No
presente estudo pensa-se que esses, também, tenham sido fatores limitantes para a
entrega do material fecal. Outro elemento que pode ter determinado a baixa adesão,
tanto na assinatura do TCLE quanto na entrega de amostras, pode ter sido o tempo
de ação do projeto dentro de cada instituição, que foi de cerca de um mês. Esta
questão pôde ser percebida, pois muitas vezes no último dia de atividade do projeto
alguns participantes ainda entregavam amostras ou perguntavam se ainda poderiam
levar. Outro fator preponderante no retorno das amostras baseia-se em aspectos
culturais da sociedade, traduzidos pela resistência dos pais e estudantes em coletar
amostras de fezes, por esse material ser percebido como sujo, causador de repulsa
e vergonha.
Essa baixa adesão não possibilitou que o estudo estimasse a prevalência de
parasitismo intestinal entre os escolares atendidos pela rede pública de ensino de
Niterói, RJ e, talvez, seja uma informação omitida nos demais estudos
disponibilizados na literatura.
84
Das amostras entregues por estudantes, 72/263 (27,4%) foram positivas para
enteroparasitos. Resultados semelhantes foram encontrados por Belloto et al.
(2011), que relataram 30,3% de positividade em 310 crianças de uma Escola
Municipal de Mirassol, SP e por Pereira et al. (2010) em amostras de 523 alunos de
quatro escolas de Ensino Fundamental da cidade de Divinópolis, MG com
positividade de 26,77%. Resultados superiores foram observados por Biolchi et al.
(2015) que descreveram positividade de 58,5% entre escolares de área rural de
Campos Novos, SC e por Seixas et al. (2011) que relataram 94% de positividade
entre 200 escolares de uma área peri-urbana de Salvador, BA. Já resultados
inferiores foram encontrados por Cavagnolli et al. (2015) com positividade de 10%
em amostras de 341 escolares de Flores da Cunha, RS e Ponciano et al. (2012) com
18,12% entre 171 amostras de escolares de 6 a 12 anos da cidade de Alfenas, MG.
O índice de positividade para parasitos intestinais obtido no presente estudo
pode estar abaixo do real, pois foi vista a adesão apenas de responsáveis que
demonstravam comprometimento com a escola e provavelmente também com a
saúde de seus filhos, o que pode estar associado a adoção de cuidados profiláticos
e tratamento. Provavelmente, as crianças com pais menos comprometidos e
possivelmente expostas a maior risco não participaram do estudo. Por outro lado,
aquelas com pais que relataram cuidado extremo consideraram a participação
desnecessária. Em algumas escolas, a participação nas atividades de sensibilização
foi extremamente reduzida, chegando a ter, numa reunião programada para 200
pais, apenas 11 participantes. Observou-se também que a maioria dos escolares ia
para a escola e retornava para casa sem a supervisão de um adulto ou com
transporte escolar, o que reduziu o contato com os responsáveis.
No presente estudo, o monoparasitismo ocorreu em 70,8% (51/263) e o
poliparasitismo em 29,2% (21/263) das amostras, com associação de duas ou mais
espécies. Uchôa et al. (2009), estudando crianças e funcionários de creches de
Niterói, RJ, relataram que, dentre as crianças parasitadas, a infecção por um agente
ocorreu em 144/192 (75%) e o poliparasitismo em 53 (27,6%), sendo observada a
associação entre dois agentes em 34 (17,7%). Carvalho e Gomes (2011), em seu
estudo com escolares de 6 a 12 anos de uma escola pública de Teresina, PI,
apontaram que 20/30 (66,7%) das amostras estavam monoparasitados, enquanto a
associação entre dois agentes foi vista em nove (30%).
85
Do grupo de 70 profissionais que entregaram amostras, 13 amostras estavam
positivas (18,6%) e todas apresentaram monoparasitismo. Uchôa et al. (2009)
encontraram resultados superiores, visto que evidenciaram positividade em 22/57
(38,6%) das amostras fecais dos funcionários de creches de Niterói, RJ. Segundo os
autores, o monoparasitismo foi observado em 15 (68,2%) funcionários, ocorrendo a
associação entre dois parasitos em quatro funcionários e entre três agentes em um.
Não foi encontrado na literatura propostas para explicar tal fato. Pensa-se que a
maior frequência de monoparasitismo, tanto em crianças quanto em funcionários,
pode estar relacionada a dispersão das espécies de parasitos no ambiente onde
essas pessoas circulam, o que favoreceria a menor exposição à diversidade de
espécies, o que pode ser apontado como reflexo de tratamentos periódicos e
condições sanitárias mais adequadas.
O parasito intestinal mais frequente no presente estudo, tanto em amostras de
crianças quanto de funcionários, foi Blastocystis sp., evidenciado em 42 (58,3%)
estudantes e 10 (76,9%) funcionários. Nunes (2012) também observou elevada
frequência desse protozoário entre escolares e funcionários da Ilha de Marambaia,
Mangaratiba, RJ. Essa elevada frequência de Blastocystis sp. também foi relatada
por Neto et al. (2004) em escolares de São Paulo, SP, Macedo et al. (2010) em
pacientes de um hospital de Niterói, RJ, e Santos et al. (2014) em uma creche
comunitária de Florianópolis, SC. Em todos esses estudos a frequência obtida foi
superior à do presente estudo.
Segundo Tan (2008), a prevalência de Blastocystis sp. em diferentes regiões
de um mesmo país pode variar amplamente e esse protozoário é encontrado mais
frequentemente em estudos epidemiológicos. Por outro lado, o autor aponta que a
natureza pleomórfica do parasito e a falta de padronização nas técnicas para sua
detecção têm gerado resultados controversos e, em alguns casos, levado a
interpretações erradas dos mesmos. Esse mesmo autor, associa a elevada
prevalência de Blastocystis sp. com falta de higiene, exposição a animais e consumo
de água e alimentos contaminados. Também nesse estudo, em alguns indivíduos
positivos, evidenciou-se consumo de água direto da torneira, o que pode ter
possibilitado a infecção. A maior frequência desse parasito em todas as escolas
pode ser explicada devido ao maior treinamento dos microscopistas para o
diagnóstico, bem como estar associada à maior dispersão desse parasito no
ambiente, favorecendo a infecção de um maior número de hospedeiros suscetíveis.
86
Complexo E. histolytica/E. dispar e G. duodenalis foram evidenciados em,
respectivamente, 12 (16,7%) e nove (12,5%) amostras no presente estudo.
Resultados semelhantes foram encontrados por Gelatti et al (2013) para G.
duodenalis (15,9%) e superiores por Santos et al. (2014) para o complexo E.
histolytica/E. dispar (25%).
E. coli foi observada em 18 (25%) amostras de estudantes e duas (15,4%) de
funcionários. Tais resultados são superiores aos detectados por Ferreira e Andrade
(2005) que visualizaram esse protozoário em 5,2% das amostras de escolares de
Estiva Gerbi, SP. Os resultados do presente estudo são semelhantes aos obtidos
por Gomes et al. (2010), que identificaram E. coli em 20% das 115 amostras de
estudantes de uma Escola Municipal do Distrito de Águas de Miranda, Bonito, MS.
Assim como no presente estudo, Biolchi et al. (2015) também relataram a presença
de protozoários não patogênicos dentre os estudantes de Campos Novos, SC, como
Endolimax nana (55,9%), Entamoeba coli (26,5%) e Iodamoeba butschlii (5,9%). Os
protozoários não patogênicos servem de indicadores das condições sócio-sanitárias
e da contaminação fecal, a qual as pessoas estão expostas (BRITO et al., 2013).
A observação de protozoários não patogênicos no presente estudo deve ser
destacada, pois apesar desses parasitos não determinarem doença, os mesmos
apresentam uma importante implicação na epidemiologia das doenças parasitárias,
visto que possuem os mesmos mecanismos de transmissão de outros protozoários
patogênicos como E. histolytica e G. duodenalis. Essa positividade pode estar
associada ao consumo de água sem tratamento, bem como a hábitos higiênicos
pouco adequados.
Cinco amostras (6,9%) apresentaram T. trichiura e quatro (5,6%) A.
lumbricoides, havendo associação entre esses dois helmintos em uma amostra.
Fonseca et al. (2010), estudando 2523 crianças de Municípios de baixo Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) do Norte e Nordeste observaram que a proporção
de geohelmintos para o total de crianças examinadas foi de 36,5%, sendo superior à
obtida no presente estudo. Resultados diferentes do presente estudo também foram
encontrados por Cavagnolli et al. (2015), que encontraram elevada frequência de
ancilostomídeos (35%) e A. lumbricoides (28,3%) dentre as 109 amostras de
estudantes de Flores da Cunha, RS. Nunes (2012) encontrou baixa frequência de
geohelmintos dentre os estudantes e funcionários da Ilha de Marambaia, associando
essa baixa positividade a condições ambientais modificadas pela interferência do ser
87
humano, como compactação do solo, redução de áreas verdes e substituição de
áreas de gramíneas por cimento. No caso dos estudantes participantes do presente
estudo, a maioria residia em comunidades próximas à escola, o que também implica
em áreas urbanas modificadas pela ação antrópica, dificultando o ciclo dos
geohelmintos. Outros fatores que podem estar associados a essa baixa frequência é
a realização de tratamento com anti-helmínticos e a redução do consumo de
hortaliças cruas por crianças, principalmente as de menor poder aquisitivo, como
elemento cultural, onde a alimentação baseia-se principalmente em arroz, feijão e
batata.
Em relação à busca de formas evolutivas de parasitos intestinais em material
subungueal, no presente estudo, apenas uma das 494 amostras coletadas (0,2%)
apresentou positividade, com a presença de ovos de Enterobius vermicularis. Nunes
(2012) também encontrou positividade em apenas uma amostra, dentre os
participantes da escola da Ilha de Marambaia. Para a autora, a ausência de formas
evolutivas nas amostras de material subungueal, associada à observação de que
muitos escolares mantinham suas unhas curtas, fato também observado nesse
estudo, sugere boa consciência em relação à higiene pessoal. Resultados diferentes
foram evidenciados por Bezerra et al. (2013) que obtiveram positividade de 34% em
material subungueal de 47 crianças de uma creche de Fortaleza, CE. Os autores
assinalaram que a elevada incidência desses parasitos, cuja transmissão também
ocorre por meio de mãos contaminadas, é um indicativo das condições
socioeconômicas das famílias que utilizam os serviços da creche. Além de unhas
cortadas, nesse estudo também se observou, durante a coleta do material, que
grande parte das crianças roía unha, o que pode ter interferido na positividade,
gerando resultados falso negativos.
Em relação à análise do questionário epidemiológico, foi visto que três
crianças positivas para A. lumbricoides residiam em casa com quintal de terra batida.
Além disso, um dos estudantes com T. trichiura também morava em casa com
quintal de terra batida, enquanto outras duas, positivas para esse helminto, não
possuíam filtro na residência, utilizando água da torneira para beber e cozinhar.
Esses fatores, nos estudos de Moraes Neto et al. (2010) e Ludwig et al. (1999) foram
correlacionados com a infecção por parasitos intestinais.
O grau de escolaridade da mãe dos estudantes positivos foi médio, tendo a
maioria Ensino Fundamental e/ou Médio incompleto e apenas cinco possuíam
88
Ensino Superior incompleto. Segundo alguns autores, o baixo grau de escolaridade
da mãe pode influenciar a presença de parasitoses intestinais nas crianças
(FERREIRA et al., 2000; MACHADO et al., 1999). O baixo grau de letramento
coincidiu com um estudante infectado por G. duodenalis, cuja mãe apresentava
Ensino Fundamental incompleto, e com outro aluno com complexo E. histolytica/E.
dispar, no qual a responsável era não letrada. Além disso, essa última criança
também não possuía filtro e utilizava água da torneira para beber e cozinhar, assim
como outros dois estudantes positivos para G. duodenalis. Observou-se na análise
geral das informações que a maioria dos estudantes, independente da escola,
possuía responsáveis com grau de escolaridade baixo ou médio o que pode
representar maior risco.
Alguns estudos correlacionaram o tipo de abastecimento de água e a
precariedade do sistema de esgotamento sanitário à presença de parasitos
intestinais em escolares (FERREIRA et al., 2000; FERREIRA & ANDRADE, 2005;
MACHADO et al., 1999; MORAES NETO et al., 2010, LIMA et al., 2015). O
abastecimento de água da residência de um aluno com E. coli e I. butschlii era
realizado por captação de fonte natural, com encanamento próprio trazendo água de
mina ou de rio direto para casa. Além disso, o esgoto sanitário era descartado em
tubulação jogando-o atrás da casa. Cinco estudantes com E. nana, oito com
Blastocystis sp. e dois com G. duodenalis não possuíam filtro na residência,
utilizando a água para beber e cozinhar vinda direto da torneira. O mesmo foi
observado em outras dez crianças com poliparasitismo, sendo esses Blastocystis
sp./E. nana, E. coli/Blastocystis sp., E. coli/complexo E. histolytica/E. dispar e
Blastocystis sp./complexo E. histolytica/E. dispar.
Dentre os funcionários, um profissional positivo para Blastocystis sp. também
utilizava água da torneira para beber e cozinhar, visto que não possuía filtro na
residência. Tan (2008) relacionou a transmissão desse parasito ao consumo de água
e/ou alimentos contaminados. Apesar desses fatos, foi relatado que a maioria das
crianças participantes, apresentava em casa água de rede de abastecimento do
governo, assim como esgoto sanitário ou fossa. Esses dois fatores representam
determinantes associados à proteção para aquisição de parasitoses.
Belo et al. (2012), em seu estudo com escolares de São João Del-Rei, MG,
analisaram os fatores associados às infecções por parasitos intestinais. Os autores
observaram que o uso do filtro de água nas residências mostrou-se fortemente
89
associado à redução da prevalência geral de helmintos e protozoários. A maior
frequência de protozoários no presente estudo pode ser explicada pela ausência de
filtro na residência de alguns estudantes, visto que a poluição fecal da água está
associada à prevalência de infecções por enteroparasitos e o filtro, dependendo do
grau de porosidade do elemento filtrante, pode reter formas evolutivas de parasitos.
Nas sete escolas participantes, houveram relatos de uso de água direto da torneira,
havendo associação com positividade. Talvez o não uso de filtro esteja relacionado
a presença de abastecimento de água por subsidiária autorizada pelo governo, o
que leva a crença de que a água fornecida estaria livre de contaminantes.
Lima et al. (2015) realizaram um estudo que relacionou o atendimento por
Serviço de Abastecimento de Água (SAA) e Sistema de Esgotamento Sanitário
(SES) em Limoeiro do Norte, CE, entre os anos de 2010 e 2013. Segundo os
autores, a taxa de prevalência enteroparasitária na população observada apresentou
decaimento significativo ao longo dos anos e a progressiva expansão dos serviços
de água e esgoto demonstraram ser fatores de proteção a esse agravo, apontando
que as infecções parasitárias podem ser utilizadas como indicador epidemiológico de
referência para a implantação de equipamentos sanitários, como preconizado na Lei
de Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico. A baixa positividade no presente
estudo foi relacionada às boas condições de saneamento básico relatada pela
população alvo, como rede geral de esgoto, presença de filtros domésticos e água
canalizada.
Observou-se entre as escolas estudadas diferentes condições de
infraestrutura básica e hábitos, estando tal fato associado em algumas à maior
positividade parasitária. Embora o número de participantes tenha sido reduzido, o
que inviabilizou conclusões de maior amplitude, pôde-se associar o tipo de água
consumida e o grau de escolaridade da mãe à maior frequência para
enteroparasitos, porém, observou-se diferença estatisticamente significativa apenas
entre a positividade e o tipo de água consumida (P=0,036).
Por meio do questionário de saberes, a análise permitiu identificar
desconhecimento de questões referentes a parasitoses intestinais, pois muitos
estudantes responderam inadequadamente. Dos 335 questionários analisados,
43,6% detinham conhecimento inadequado sobre transmissão dos parasitos
intestinais, afirmando que ocorria por meio de sujeira ou comendo doces. Resultados
diferentes foram apontados por Siqueira e Fiorini (1999) em estudo realizado com
90
escolares do município de Alfenas, MG, onde as crianças em idade escolar e seus
pais relataram corretamente a transmissão de verminoses associando à falta de
hábitos higiênicos.
Quanto ao habitat, forma de prevenção e sintomatologia evidenciou-se
conhecimento adequado em cerca de 50% dos estudantes, embora tenha ocorrido
informações incompletas em um pequeno grupo. O principal habitat apontado foi à
barriga/intestino, embora erroneamente tenha sido também citado o estômago e as
unhas. Siqueira e Fiorini (1999) observaram respostas indicando corretamente a
localização dos parasitos no intestino e também a indicação incorreta de estômago,
como no presente estudo.
Dentre as respostas inadequadas relacionadas à prevenção, a mais citada foi
não comer doce para evitar as parasitoses. Moraes Neto et al. (2010), estudando
duas comunidades de Campos dos Goytacazes, RJ, observaram a associação entre
doces e parasitoses intestinais, o que também foi citado por Siqueira e Fiorini (1999).
A associação de ingestão de doces e parasitoses é apresentada por diversos
autores, embora não haja em nenhum desses uma explicação para tal fato. Pensa-
se que essa crença ocorre no espaço não formal devido ao quadro diarreico que é
observado em algumas crianças após ingestão de grande quantidade de doces e
que tenha sido associado pelos pais ao quadro diarreico, que também pode ocorrer
nas infecções por parasitos intestinais. Dessa forma, os pais passaram a utilizar
esse discurso, que foi incorporado culturalmente, sendo transmitido pela oralidade a
gerações sucessivas.
Em relação à sintomatologia muitos estudantes apontaram “coceira” como um
dos sintomas, o que pode ser relacionado à coceira perianal característica da
parasitose causada pelo helminto Enterobius vermicularis. O correto conhecimento
sobre sintomatologia foi apresentado nos estudos de Moraes Neto et al. (2010) que
citaram respostas como dor de barriga, náuseas e vômitos e de Siqueira e Fiorini
(1999) que relataram também sintomas bastante específicos, como coceira no ânus,
o que está de acordo com os resultados obtidos no presente estudo. Nesse estudo,
supõe-se que essa sintomatologia pode ter sido informada de maneira incompleta
devido à vergonha dos estudantes em informar que tal sintoma ocorre na região
perianal.
De forma geral, as crianças das escolas E e F apresentaram conhecimentos
com maior percentual de acerto e da C com respostas mais inadequadas. Além
91
disso, tais escolas foram as que obtiveram maiores e menor adesão,
respectivamente, o que levou ao questionamento se o maior nível de conhecimento
individual estaria associado ao maior retorno de amostras fecais.
O percentual médio de respostas corretas pode estar relacionado à aquisição
de informações difundidas no espaço escolar, embora Mello et al. (1988) discutam
que apesar da escola ser um espaço onde as informações são mediadas, outros
meios de comunicação podem influenciar o aprendizado relacionado à saúde, como
televisão, internet, jornal, dentre outros. Considerando que o sujeito se apropria de
informações oriundas de diversas fontes, torna-se difícil estabelecer a origem do
conhecimento expresso pelos participantes desse estudo.
Siqueira e Fiorini (1999) apontaram que, embora as crianças sejam capazes
de expressar conceitos corretos sobre parasitoses intestinais, como no presente
estudo, as mesmas não mostram relação desse conhecimento com atitudes
cotidianas. Além disso, foi observada dificuldade em estabelecer diferenças entre
sintomatologia, diagnóstico e comportamentos preventivos com cuidados básicos de
higiene pessoal e da alimentação. A transformação do saber em ação representa um
dos principais problemas relacionados à promoção da saúde e as atividades
educativas em saúde.
A maioria dos alunos das sete Escolas Municipais de Niterói (50,7%)
associaram verminoses a vermes. Mello et al. (1988) avaliaram o conhecimento de
88 indivíduos de uma Escola Estadual do município de São Carlos, SP, e verificaram
que 82 pessoas conheciam helmintos, codificando as espécies por lombriga,
solitária, verme, oxiúros, amarelão, entre outros. No entanto, todos desconheciam a
palavra verminose. No presente estudo, apesar de ter ocorrido a associação entre
verminoses e vermes, nenhum exemplo foi citado pelos estudantes, demonstrando a
fragmentação do saber.
Por outro lado, em relação aos protozoários apenas 2,7% dos estudantes
apresentaram algum conhecimento sobre tais parasitos. Resultado semelhante foi
observado por Nunes (2012) em estudantes da Ilha de Marambaia. A autora sugere
que a dificuldade de visibilização desse grupo de agentes, por serem microscópicos,
interfere no aprendizado do conteúdo, uma vez que os estudantes não conseguem
materializar o agente parasitário. Outro fato que pode estar associado a essa falta
de conhecimento pode ser devido a uma abordagem superficial do tema no ensino
dos conteúdos de ciências, uma vez que esses são contemplados de forma
92
superficial nos livros didáticos (NUNES, 2012). O tema é pouco contemplado nos
livros do sexto ano e abordado de forma superficial com poucos exemplos nos livros
de sétimo ano, quando são apresentados aos estudantes as questões relativas à
classificação dos seres vivos. No currículo escolar, a ampla diversidade de
conteúdos e, muitas vezes, a dificuldade dos estudantes no aprendizado leva a
equipe pedagógica a reduzir o conteúdo, e, provavelmente, esses temas podem ser
excluídos, determinando ausência desse saber.
O fato de algumas crianças terem deixado perguntas em branco pode sugerir
uma resistência dos mesmos para responder ao questionário. Resultado semelhante
foi encontrado por Nunes (2012), ao trabalhar com escolares da Ilha de Marambaia,
no qual a ausência de respostas foi entendida como indisposição de responder às
perguntas. Essa resistência pode ser associada, nas escolas participantes desse
estudo, aos diferentes graus de letramento dos estudantes e de interpretação das
perguntas. Pode-se verificar que em várias escolas do município de Niterói as
turmas apresentavam-se heterogêneas e com turmas de aceleração, com presença
de estudantes inseridos no respectivo ano de ensino, porém com dificuldade para ler
e escrever. A vergonha de não saber pode ter contribuído para esse tipo de
resposta.
Entre os funcionários, houve pouca variação de respostas de uma escola para
outra. Além disso, a análise dos 62 questionários permitiu evidenciar que os
profissionais participantes do estudo detinham conhecimento mais corretos referente
às parasitoses intestinais, tais como definição, exemplos, habitat, transmissão,
sintomatologia e formas de prevenção/controle, visto que quando questionados,
respondiam de forma mais completa do que as crianças. Ocorreu menor número de
respostas “não sei” ou em branco. Esse fato pode estar associado à escolha
voluntária em participar do estudo, já que dentre as crianças, mesmo com anuência
individual, a escolha parte mais dos pais do que do escolar.
Busato et al. (2015) apontaram que as pessoas conhecem a temática das
parasitoses como, por exemplo, lugares que podem ser contaminados com
parasitos, como a água, a terra e os alimentos. Porém, para os autores, a população
não é capaz de relacionar a eliminação dos parasitos à contaminação ambiental ou
ainda à contaminação fecal-solo-doença, o que concorda com os resultados do
presente estudo. Na pergunta para onde iam os parasitos quando saem das
pessoas, mais da metade dos estudantes relacionaram para o ambiente, embora tal
93
informação não tenha sido associada à transmissão, o que pode favorecer
exposição ao risco.
Apesar de terem definido corretamente parasitose intestinal, o que pode ter
sido induzido pela própria pergunta, verificou-se que os funcionários participantes
apresentaram conhecimentos inadequados quando questionados se parasito
intestinal e vermes são sinônimos. As justificativas mais observadas foram “verme é
o nome popular do parasito” e “verme e parasitos são da mesma espécie”. Esse fato
pode refletir que os mesmos desconheciam o que são protozoários, embora tenham
citado nos exemplos, alguns protozoários como ameba e giárdia. Outra suposição
para essa questão é a dificuldade em definir termos utilizados na rotina. No relatado
acima, os funcionários podiam conhecer os nomes, porém não sabiam a que grupo
cada um desses agentes pertencia.
Moraes Neto et al. (2010) relataram que em duas comunidades de Campos
dos Goytacazes a população tinha sua codificação própria para parasitos intestinais
sendo as mais comuns: “lombriga, ”, “giárdia, ” “solitária” ou “tênia, ” o que foi similar
ao do presente estudo. Segundo Mello et al. (1988), a indicação de nomes vulgares
de parasitos mostrou que a população detém uma codificação para identificação de
helmintoses, assim como conceituação própria sobre sinais e sintomas, aspectos
epidemiológicos e formas de tratamento. Essas informações são de fundamental
importância para o planejamento das campanhas e projetos educacionais em
verminoses. Muitas vezes, observa-se na prática de diversos profissionais da área
de saúde a falta de tempo e interesse em explicar detalhadamente as informações, o
que favorece a aquisição de saberes fragmentados que são internalizados pelo
sujeito e propagados de forma incorreta.
Para Busato et al. (2015), é necessário atuar com medidas que estimulem
mudanças comportamentais em relação ao autocuidado, prevenção e profilaxia das
parasitoses, no intuito de melhorar a qualidade de vida da população e, dessa forma,
minimizar a infecção por parasitos. Segundo os autores, faz-se necessário o
desenvolvimento de atividades de educação em saúde pelos profissionais da área,
além de um maior enfoque sobre o tema em escolas e grupos comunitários para que
as pessoas, famílias e comunidades busquem meios de enfrentar as
vulnerabilidades presentes no ambiente em relação às enteroparasitoses. A prática
educativa desenvolvida nesse estudo procurou difundir entre as crianças o hábito de
94
lavar as mãos, filtrar a água para beber, não defecar diretamente no solo, dentre
outras ações.
Quanto à realização das atividades de educação em saúde, por meio da feira
educativa, pôde-se observar grande interesse das crianças. Esse fato foi percebido
quando turmas consideradas mais agitadas, pelos professores, apresentaram maior
concentração e empenho nas atividades. Resultados semelhantes foram
encontrados por Nascimento et al. (2013), que utilizaram ferramentas didáticas
lúdicas para promover a aprendizagem das parasitoses pelos estudantes de uma
Escola Municipal de Aracaju, SE. Os autores constataram que o desenvolvimento
das atividades lúdicas despertou nos alunos uma notável motivação, o que tornou a
aula mais dinâmica e agradável e resultou numa maior eficácia do processo de
ensino e aprendizagem. Nesse estudo, tem-se a certeza de que as atividades
propostas e realizadas estimularam a participação. Porém, apresentaram como
objetivo maior a sensibilização quanto ao tema, por seu caráter pontual.
Barbosa et al. (2009) realizaram uma intervenção educativa com moradores
de um bairro da periferia do município de Crato, CE, e apontaram que as crianças
demonstraram ter compreendido a mensagem educativa, transmitida em linguagem
acessível à idade, sobre o que são parasitoses e quais os cuidados higiênicos e
preventivos para enteroparasitoses. De acordo com os autores, os resultados
encontrados mostram que as estratégias de interação e abordagens da temática
foram adequadas, acompanhando os requisitos estruturais para educação em
saúde, com uma atenção metodológica pertinente a especificidades do público alvo,
bem como atendendo as necessidades do mesmo. Observou-se no grupo
participante desse estudo retenção das informações apresentadas, que foram
evidenciadas durante a própria atividade nas estações subsequentes, porém não
houve intenção de avaliar o aprendizado efetivo a longo prazo, até porque seria
necessário retorno posterior e, mesmo assim, não seria possível determinar que a
feira seria a origem desse saber, uma vez que o aprendizado ocorre num continuum,
mediante contatos múltiplos com a informação.
Como as atividades realizadas no presente estudo foram durante o período
de aulas, os responsáveis não participaram da feira educativa. Além disso, houve
pouca participação dos funcionários e dos professores, visto que em algumas
escolas, os professores limitaram-se apenas a acompanhar os estudantes nas
atividades da feira. Para Casemiro et al. (2014), a participação da família e da
95
comunidade nas ações de saúde escolar faz parte do repertório de ações tanto de
estratégias pautadas pela higiene escolar quanto de promoção da saúde, caso com
ênfase na responsabilização dos sujeitos por sua saúde e a de seus familiares. A
pouca participação dos professores foi associada à jornada intensa e desgastante
de trabalho dos mesmos, que viram na feira educativa uma oportunidade para
relaxar. Quanto aos outros funcionários, como não houve obrigatoriedade de
participação nem liberação de suas atividades rotineiras, pensa-se que esses
preferiram seguir com sua rotina, para não atrasar a demanda diária de trabalho.
Silveira et al. (2015) realizaram atividades de educação em saúde em uma
escola pública de um município da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Nos
encontros, abordaram-se temáticas sobre educação em saúde, riscos do uso
indiscriminado e inadequado de piercing e tatuagens, além de higiene bucal.
Segundo os autores, o trabalho direcionado aos escolares promoveu a troca de
conhecimentos e esclareceu dúvidas, assim como observado no presente estudo.
A avaliação da feira educativa, realizada pela coordenação pedagógica de
cada escola participante, foi positiva e elogiosa. Porém, quando questionados sobre
se as informações adquiridas na atividade seriam consolidadas pelos estudantes, a
resposta foi que para isso, seria importante um maior tempo para a realização da
feira educativa e, além disso, seriam necessários recursos que, em geral, as escolas
não possuem, sendo ressaltada a importância das parcerias entre essas escolas e
outras instituições da sociedade civil, como as universidades.
Casemiro et al. (2014) afirmaram que a opção por efetivar as estratégias de
promoção da saúde nas instituições de ensino significa eleger uma proposta de ação
participativa que se desenvolve nas escolas envolvendo a comunidade educativa em
um processo de melhoria contínua, visando à criação de condições para uma
educação integral que se adapta às características do meio, tornando a escola um
lugar agradável para aprender e viver. Observou-se que nenhum professor
demonstrou interesse em dar continuidade as atividades propostas, nem em
desenvolver atividades com os estudantes sobre o tema, após a feira. Talvez, em
estudos futuros, seja interessante identificar multiplicadores dentro da escola, bem
como propor atividades a longo prazo com diversas oportunidades ofertadas em
momentos diferentes para propiciar a fixação da informação. Sabe-se que nesse
fazer será de extrema importância a integração com a escola, provavelmente, por
96
meio de um projeto a ser executado durante todo o ano letivo, o que demandará
esforço e interesse de todos os envolvidos.
Sugere-se que a baixa frequência parasitária com predomínio de protozoários
pode estar associada a mudanças ambientais que inviabilizam a manutenção de
alguns ciclos parasitários, bem como serem reflexo da automedicação, condições
sanitárias adequadas ou da baixa adesão. A presença de informações fragmentadas
sobre parasitoses intestinais reforça a necessidade de implementação de ações
educativas lúdicas estimulando a participação e a aquisição da informação por parte
dos estudantes. Torna-se importante despertar o professor para trabalhar essas
questões em sala de aula, possibilitando o fortalecimento desse conteúdo dentro do
ensino de ciências, e com isso, a ampliação do conhecimento correto e sólido, o que
poderá vir a interferir no empoderamento da comunidade alvo em relação a
parasitoses intestinais e melhora na qualidade de vida.
97
8 CONCLUSÃO
Foi encontrada baixa frequência de parasitos intestinais em escolares e
funcionários de sete Escolas Municipais de Niterói, RJ, participantes do projeto.
Verificou-se presença de informações sobre parasitoses intestinais
fragmentadas entre os estudantes e adequadas entre os funcionários de sete
Escolas Municipais de Niterói, RJ, participantes do projeto.
A feira educativa desenvolvida promoveu a divulgação do tema parasitoses
intestinais entre os escolares das sete Escolas Municipais de Niterói, RJ,
participantes do projeto, com ênfase em prevenção.
98
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116
10 APÊNDICES
10.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PAIS E/OU RESPONSÁVEIS E FUNCIONÁRIOS
Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e profilaxia. Responsável: Claudia Maria Antunes Uchôa Souto Maior Endereço: Disciplina de Parasitologia/UFF Rua Prof Hernani de Melo, 101 – 2 andar. São Domingos Niterói, RJ. Cep 24210-130. tel (21) 26292426 Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense Nome da Instituição: __________________________________________________________ Endereço: ____________________________________________________________________. Nome do Participante: ____________________________________________________. Idade: _______ RG: nº_________________________ Órgão Emissor: _______________. Nome do Responsável: _________________________________________________. Idade: _______ Endereço: ___________________________________________________________________. RG: nº_________________________ Órgão Emissor: _______________. O(A) Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ:
frequência, conhecimentos e profilaxia”, de responsabilidade da pesquisadora Claudia Maria Antunes Uchôa Souto Maior.
Declaro ter pleno conhecimento que:
O projeto tem como objetivo: conhecer a prevalência dos parasitos intestinais nos escolares e funcionários das escolas, identificar saberes dos escolares, funcionários e responsáveis sobre as parasitoses e desenvolver ações educativas em saúde junto à população alvo.
Será solicitada a coleta de amostras fecais pelo participante e de coleta de material debaixo da unha pela equipe, para o diagnóstico dos parasitos; preenchimento de questionário em papel e participação nas oficinas. Será realizado o registro da situação por fotografia e filmagem de situações que serão utilizadas apenas no contexto do projeto, sem divulgar nomes.
Autorizo a participação acima qualificada no presente projeto de pesquisa;
Este estudo não fará nenhum mal a minha saúde ou de crianças dessa Instituição;
Esta pesquisa tem por objetivos conhecer a prevalência de parasitoses intestinais, identificar saberes circulantes sobre parasitoses e desenvolver ações em educação e saúde com estudantes e funcionários desta Instituição;
Os benefícios esperados serão o resultado de exames coproparasitológicos/subungueal e o esclarecimento dos funcionários, crianças e pais e/ou responsáveis sobre parasitos que atingem crianças, objetivando conscientizá-los quanto ao que causam e como evitá-los;
Autorizo a realização de exames coproparasitológicos em fezes e material subungueal, preenchimento de questionários, gravação de entrevistas, falas e imagens, necessárias para a coleta de informações/dados para realização do estudo, as quais só poderão ser utilizadas no contexto do projeto ou em artigos relacionados ao mesmo.
Não gastarei nada para participar dessa pesquisa;
As amostras fecais e de material sub-ungueal serão descartadas após o processamento;
Terei a liberdade de retirar meu consentimento e deixar de participar do estudo a qualquer momento;
Nenhum nome será divulgado durante as etapas desse estudo ou ao seu término;
Poderei obter informações gerais sobre o estudo quando desejar. Os pesquisadores poderão ser contatados por meio do telefone (21)26292426.
Eu, _____________________________________,RGnº______________________, responsável legal por _______________________,RGº_______________________, declaro ter sido informado e concordo com a sua participação, como voluntário, no projeto de pesquisa acima descrito.
, de 20___.
Local dia mês
Assinatura do responsavel Assinatura do resp. pelo projeto
Assinatura 1ª testemunha Assinatura 2ª testemunha
117
10. 2 QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO
Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e educação em saúde
Nome da Instituição: ________________________________________________________
Nome do responsável: _______________________________________________________
Nome do estudante: _________________________________________________________
Endereço: ________________________________________________________________
________________________________________________________________________
1 – Tipo de residência:
( ) casa sem quintal
( ) casa com quintal de terra batida ( ) casa com quintal de terra batida e jardim
( )casa com quintal de cimento e jardim
( )casa com quintal de cimento e sem jardim
2 – Grau de escolaridade do pai:
( ) não letrado ( ) ensino fundamental I incompleto (antiga 1 a 4 série do
1grau)
( ) ensino fundamental I completo (antiga 1 a 4 série do 1grau) ( ) ensino fundamental II incompleto (antiga 5 a 8 série do
1grau)
( ) ensino fundamental II completo (antiga 5 a 8 série do 1grau) ( ) ensino médio incompleto (antigo 2 grau)
( ) ensino médio completo (antigo 2 grau)
( ) ensino superior incompleto ( ) ensino superior completo
3 – Grau de escolaridade da mãe:
( ) não letrado
( ) ensino fundamental I incompleto (antiga 1 a 4 série do
1grau) ( ) ensino fundamental I completo (antiga 1 a 4 série do 1grau)
( ) ensino fundamental II incompleto (antiga 5 a 8 série do
1grau)
( ) ensino fundamental II completo (antiga 5 a 8 série do 1grau)
( ) ensino médio incompleto (antigo 2 grau) ( ) ensino médio completo (antigo 2 grau)
( ) ensino superior incompleto
( ) ensino superior completo
4 – Abastecimento de água:
( ) captação de fonte natural (encanamento próprio trazendo a água da mina ou rio direto para casa)
( ) água obtida por baldes em fonte natural e utilizada
imediatamente ( ) água obtida por baldes em fonte natural e mantida em
reservatório
( ) rede de abastecimento a partir de caixa d’água central ( ) rede de abastecimento do governo ( canalizada)
( ) poço superficial
( ) poço artesiano
5 – Tipo de água consumida na residência (beber e
cozinhar):
( ) direto da torneira
( ) fervida
( ) filtros domésticos ( ) direto da fonte natural (rio, mina, etc)
6 –Tipo de filtro utilizado em casa:
( ) não possui filtro
( ) filtro de barro
( ) filtro de carvão
( ) Outro. __________________________
7 –Esgoto sanitário utilizado:
( ) fossa seca com banheiro fora da casa (parede de alvenaria e
fundo de solo, sem volume de água)
( ) rede geral de esgoto com tratamento ( ) tubulação jogando o esgoto em rio ou no mar
( ) tubulação jogando o esgoto atrás da casa
( ) fossa de alvenaria com diversos compartimentos ( ) não sei informar
8– Renda familiar (soma de ganhos dos membros da
família):
( ) inferior a R$ 300,00
( ) de R$ 300,00 a 600,00 ( ) de R$ 600,00 a 1000,00
( ) de R$ 1000, 00 a 2000,00
( ) superior a R$ 2000,00
9 – Número de moradores na casa:
( )1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4 ( )5 ( ) outro: _________
10- Número de crianças na casa:
( )1 ( )2 ( ) 3 ( ) 4 ( )5 ( )
outro: _________
definir idades: ______________________
11 – Outras informações:
( ) possui animal em casa. Quantos? _______ Espécie: ( )cão
( )gato ( ) outro ____
( ) tem horta em casa ( ) utiliza hortaliças cruas na alimentação. Quais?
____________________________
( ) consome carne de suíno Com que freqüência? ( ) inferior a 1 vez na semana ( ) mais
de 1 vez na semana ( ) 1 vez ao mês ( ) 1 vez ao ano.
12) Alterações intestinais nos moradores da casa:
( ) dor de barriga
( ) diarréia ( ) gases
( ) vômito
( ) prisão de ventre ( ) Outros. _________________________
13) Aspecto das fezes:
( ) normais
( ) moles
( ) liquefeitas ( ) constipadas
14) Tratamento contra parasitoses intestinais nas crianças:
118
( ) faz sob conta própria de 6 em 6 meses ( ) faz sob prescrição médica
( ) utiliza produtos naturais quando tem sintoma
( )não faz há mais de um ano
15 - Hábitos da criança:
( ) mão na boca ( ) objetos na boca
( ) contato direto com o chão
( ) tem cuidador
16 – Mora com:
( ) mãe ( ) pai
( ) irmão(s)
( ) padrasto ( ) madrasta
( ) outro: _____________
17 – Sabe o que são parasitoses intestinais?
( ) sim ( ) não
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
18 – Tem informações sobre como pega parasitoses intestinais?
( ) sim ( ) não
_________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
19 – Exemplo de parasitoses intestinais:
( ) sim ( ) não _________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
20 – Como evitar pegar parasitoses intestinais?
( ) sim ( ) não
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
119
10.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE AMOSTRAS FECAIS
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - INSTITUTO BIOMÉDICO
Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: freqüência, conhecimentos e educação
em saúde
Pesquisadores responsáveis: Cláudia M. A. Uchôa Souto Maior, Otilio Machado Pereira Bastos,
Mayara Perlingeiro de Siqueira.
INSTRUÇÕES PARA COLETA DE FEZES
PRIMEIRA COLETA – Coletar parte das fezes com palito de madeira e colocar no pote com
líquido conservante transparente. Descartar o palito no lixo. Fechar bem o pote.
SEGUNDA COLETA – Em outro dia, coletar parte das fezes com palito de madeira e colocar
no outro pote com líquido conservante transparente. Descartar o palito no lixo. Fechar bem o pote.
TERCEIRA COLETA – Coletar outra amostra, na noite anterior ou na manhã que você
entregará o material. Com o palito de madeira coloque parte das fezes no pote que não possui liquido
no interior. Descartar o palito no lixo. Feche bem o pote.
- Colocar os potes dentro do saco plástico e verificar se todos os potes tem o nome completo
da pessoa que terá as fezes analisadas.
- Se não conseguir coletar a amostra no pote sem o liquido no interior, entregar as amostras
coletadas no frasco com liquido no interior. Não esquecer de entregar a amostra do pote sem o
liquido em outro dia de coleta.
OBS: As amostras não precisam ser colocadas em geladeira
Cuidados: No caso de contato do líquido conservante com a pele, lavar em água abundante
e com sabão ou detergente. Em caso de contato com mucosa ocular ou ingestão lavar em água limpa
abundante e procurar atendimento médico. Apesar da baixa toxicidade do conservante, informar ao
médico contato com solução contendo formol (5%) e ácido acético (2%).
A coleta deverá ser realizada por um adulto.
MANTER OS FRASCOS FORA DO ALCANCE DE CRIANÇAS.
120
10. 4 LAUDO ENTREGUE AOS PARTICIPANTES
LAUDO PARASITOLÓGICO
Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e educação em saúde
Nome: Data de coleta/recebimento:
Parasitológico de Fezes Resultado
Protozoários Helmintos
Métodos: Baermann & Moraes; Ritchie modificado por Young et al; Faust e cols, Lutz e Kato-Katz.
Niterói, _______ de ______________________ de 2015
Cláudia M. A. Uchôa Souto Maior
Siape 0312149
Universidade Federal Fluminense - Departamento de Microbiologia e Parasitologia Rua Prof. Hernani de Mello, 101 – sala 212c. São Domingos, Niterói – RJ. Tel: (21) 2629-2426
121
10. 5 QUESTIONÁRIO DE SABERES – ESTUDANTES
Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e
profilaxia
Nome da Instituição: _______________________________________________
Nome do estudante: ________________________________________________
Idade: ______________ Série: __________________
Responda e/ou desenhe:
1 – O que é uma verminose?
2 – O que é uma protozoose?
3 – Como a pessoa “pega” / adquire
vermes /protozoários?
4 – Onde vivem esses “bichinhos” nas
pessoas?
5- O que a pessoa sente quando tem esses
“bichinhos”?
6 – Para onde vão esses “bichinhos”
quando saem da pessoa?
7 – O que deve ser feito para não ter esses
“bichinhos”?
122
10.6 QUESTIONÁRIO DE SABERES – FUNCIONÁRIOS
Projeto: Parasitoses intestinais em escolares de Niterói, RJ: frequência, conhecimentos e
educação em saúde
Nome da Instituição: ___________________________________________________
Nome: ________________________________________________________________
QUESTIONÁRIO SOBRE PARASITOSES INTESTINAIS – Funcionários
1- O que são parasitoses intestinais?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2- Parasito intestinal e verme são sinônimos?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
3- Qual verme/parasito intestinal você conhece?
______________________________________________________________________
4- O que são verminoses?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5- Quem causa as parasitoses intestinais?
( ) Bactérias ( ) Fungos ( ) Vírus ( ) Verme/Parasitos
6- Onde vivem os parasitos intestinais nas pessoas?
______________________________________________________________________
7- Como as pessoas adquirem os parasitos intestinais?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
8- O que a pessoa sente quando tem parasitos intestinais?
______________________________________________________________________
9- Os parasitos intestinais são perigosos para a nossa saúde? Por quê?
______________________________________________________________________
10- O que devemos fazer quando temos parasitos intestinais?
______________________________________________________________________
11- O que podemos fazer para evitar e/ou controlar as parasitoses intestinais? __________________________________________________________________________________
__________________________________________________________
123
10.7 QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA FEIRA EDUCATIVA
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA FEIRA EDUCATIVA SOBRE PARASITOSES INTESTINAIS
1- Qual sua opinião sobre a feira educativa sobre parasitoses intestinais?
2- Por favor, avalie os seguintes aspectos da feira educativa:
Excelente Bom Nem bom, nem ruim
Ruim Péssimo
Organização das estações: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Organização dos instrutores: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Domínio do conteúdo e clareza demonstrado pelos instrutores:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Conteúdo programado apresentado nas estações:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Estímulo à participação dos alunos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Didática e capacidade de compartilhar o conteúdo pelos instrutores:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Divertimento dos alunos durante a feira educativa:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
3-Você diria que os alunos adquiriram conhecimentos sobre as parasitoses intestinais, bem como as formas de transmissão e prevenção? ( ) Sim ( )Não 4- Você acha que esses conhecimentos adquiridos pelos alunos serão consolidados? ( ) Sim ( )Não 5-Cite os principais pontos positivos e negativos sobre a feira educativa:
6-Você tem alguma sugestão para nos ajudar a melhorar as atividades desenvolvidas durante a feira educativa?
124
11. ANEXOS
11.1 PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE AO PROJETO