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MANUAL DE GESTÃO DE NEGÓCIOS E FINANCEIRA PARA AS COMUNIDADES MECANISMO DE DOAÇÃO DEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

MECANISMO DE DOAÇÃO DEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

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Page 1: MECANISMO DE DOAÇÃO DEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

MANUAL DE GESTÃO DE NEGÓCIOS E FINANCEIRA PARA AS COMUNIDADES

MECANISMO DE DOAÇÃODEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

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MANUAL DE GESTÃO DE NEGÓCIOS E FINANCEIRA PARA AS COMUNIDADES

MECANISMO DE DOAÇÃODEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

Page 3: MECANISMO DE DOAÇÃO DEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

FICHA TÉCNICA

Titulo: Manual de Gestão de Negócios e Financeira para as comunidades

Autor: Zacarias Filipe Zandamela

Revisão: Maria Joana Chirindza

Ilustrações: Ernesto J. Nguenha

Maquetização: Output Comunicação e Imagem

Propriedade: MozDGM

Projecto: Mecanismo de Doação dedicado às Comunidades Locais- DGM Moçambique

Page 4: MECANISMO DE DOAÇÃO DEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

ÍNDICE

01. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................5

1.2. Objectivos ..................................................................................................................................................... 6

1.3. Metodologia a ser usada pelo formador ........................................................................................ 6

02. DEFINIÇÃO DE CONCEITOS BÁSICOS .....................................................................................9

2.1. O que é um Empreendimento de Participação Comunitária ............................................... 9

2.2. Acções de envolvimento comunitário ........................................................................................... 10

2.3. A Cadeia de Valor ..................................................................................................................................... 10

2.4. Mercados ..................................................................................................................................................... 13

2.5. Plano de negócios.................................................................................................................................... 14

03. OBJECTIVOS E FINALIDADES DA CONTABILIDADE E DE GESTÃO FINANCEIRA ..........17

04. CONTABILIDADE BÁSICA ...........................................................................................................19

4.1. Importância dos Registoscontabilísticos ..................................................................................... 19

4.2. O património ............................................................................................................................................... 20

4.3. Tipos de livros de registo utilizados Contabilidade ................................................................. 24

4.4. Preparação da Demonstração de Resultados ........................................................................... 27

05. GESTÃO FINANCEIRA ..................................................................................................................31

5.1. Fluxo de caixa ............................................................................................................................................. 31

5.2. Investimento .............................................................................................................................................. 33

5.3. Fontes de financiamento e custo de dinheiro ............................................................................ 35

5.4. Métodos de avaliação económica de investimentos ............................................................. 37

5.5. Poupança ..................................................................................................................................................... 38

06. TRIBUTAÇÃO EM MOÇAMBIQUE ...............................................................................................41

07. ANEXOS ...........................................................................................................................................43

08. REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................45

Page 5: MECANISMO DE DOAÇÃO DEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

Tabela 1- Metodologia a ser adaptada pelo formador……………………………………………................ 9

Tabela 2- Exemplos de Empreendimentos comunitários…………………………………………............ 10

Tabela 3- Exemplo de Empreendimento Comunitáriocoparticipado……………………………...... 11

Tabela 4- Exemplo de elementos patrimoniais ……………………………………………………................. 27

Tabela 5- Exercício de como se preenche um Diário de Caixa …………………………………........... 29

Tabela 6- Exercício de como se preenche um Controlo de Stock ………………………………....... 31

Tabela 7- Exercício de como se preenche um Diário de Bancos……………………………….......... 33

Figura 1- Exemplo duma Cadeia de Valores Simplificada………………………………………............... 13

Figura 2- Exemplo duma Cadeia de Valores Complexa – Cadeia de Valores de Milho ……. 15

Page 6: MECANISMO DE DOAÇÃO DEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

6Manual de Gestão de Negócios e Financeira

INTRODUÇÃO01O Projecto Mecanismo de Doação Dedicado às Comunidades Locais – Moçambique (MozDGM) constitui um dos esforços do Governo de Moçambique para garantir a conservação da biodiversidade, melhorando os meios de vida das comunidades locais. Associado as lições anteriores que o país teve,pretende-se com este projecto que, antes da sua implementação efectiva,se reúna um conjunto de ferramentas completos e necessárias para fortalecimento de capacidades, habilidades e competências das comunidades locais e dos provedores de serviços afins para o seu sucesso na gestão comunitária efectiva e funcional de recursos naturais.

Estas ferramentas visam garantir que as comunidades locaispossam participar activamente nos processos de tomada de decisões sobre a gestão dos recursos naturais locais, geração de fluxo de capitais baseada na sua gestão produtiva e sustentável, elaboraçãode projectos de geração de renda sustentáveis,poiso sucesso de qualquer negócio depende fundamentalmente das capacidades de gestão do mesmo.

Assim, para a funcionalidade destas ferramentas no terreno, torna-se fundamental que se constitua um pacote de materiais de formação/fortalecimento. Nestes termos, a Rede para Gestão Comunitária de Recursos Naturais (R-GCRN) em Moçambique, um organismo aglutinador, que procura facilitar processos e harmonizar procedimentos de gestão comunitária de recursos naturais, recomenda que este pacote seja constituído fundamentalmente pelo estabelecimento/fortalecimento dos sistemas de governação comunitária ajustados, funcionais e monitoráveis constitui umabase importante para a acção colectiva, gestão comunitária de recursos naturais, gestão financeira e de negócios locais e a delimitação de terras e

agendas comunitárias. Neste sentido, torna-se importante que as comunidades ou Organizações Comunitárias de Base (OCBs)e tenham conhecimentos profundos de gestão financeira e de negócios, para uma contabilidade organizada e um processo de prestação de contas transparente.

O fraco perfil dos provedores de serviçosna área de gestão financeira e de negócios, ausência de material estruturado e completo para a orientação de formadores na capacitação das comunidades locais, fraca captação de oportunidades de financiamento ao nível das OCBsdevido a ausência de contabilidade organizada e desconhecimento dos procedimentos de prestação, elevados custos associados à contratação de serviços para assistência técnica na área de finanças em projectos comunitários, entre outros aspectos, motivaram a elaboração deste manual para formadores em gestão financeira e de negócios. Ainda no espírito de construção estruturada de capacidades em gestão financeira e negócios, à parte, foi elaborado um manual simplificado para facilitar o acesso do conteúdo deste manual ao nível das comunidades locais.

Este manual é resultado sistematização, harmonização e adequação duma série de materiais de capacitação em gestão financeira e de negócios. O presente manual de formador de formadores em gestão financeira e de negócios não é um compêndio sobre o assunto, mas uma ferramenta básica de consulta e orientação para os formadores na capacitação das matérias de gestão financeira e de negócios para OCBs, cujos conteúdos incluem: (i) noções básicas sobre empreendimentos comunitários, (ii) cadeia de valores, (iii) mercados, (iv) planos de negócios, (v) contabilidade, (vi) gestão financeira, e (vii) tributação em Moçambique.

Page 7: MECANISMO DE DOAÇÃO DEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

7 Manual de Gestão de Negócios e Financeira

Objectivos

Metodologia a ser usada pelo formador

1.1

1.2

O objectivo geral deste manual é depromover o sentido de contabilidade organizada nas OCBs e o reforço da necessidade de investimento na criação de sistemas e capacidade para a contabilidade organizada com mecanismos simples de prestação.

E tem como objectivos específicos:

• Elaborar um manual prático (orientado ao saber fazer)para os facilitadores sobre gestão financeira bem como um conjunto de ferramentas básicas (caderno) para uma

contabilidade organizada e prestação de contas adequado para as comunidades;

• Capacitar os formadores/facilitadores em gestão financeira e metodologias funcionais para a construção de capacidades das comunidades;

• Orientar os formadores na capacitação de comunidades e suas instituições sobre um conjunto de matérias relevantes para a construção, consolidação e monitoria de sistemas simples de gestão financeira/prestação de contas de contas;

Deve ser usada uma metodologia combinada que privilegia a prática antecipada por uma abordagem teórica dos conceitos. Exposições práticas através da combinação de exercícios e ilustrações usando os vários exemplos contidos nesse manual sempre atentas à realidade das

comunidades e do contexto local. A tabela 1 a metodologia a ser adoptada pelo formador, carga horária por tema, e uma proposta de avaliação no fim de cada tema a ser feita pelo formador.

Tema/AulaObjectivo de

aprendizagem Metodologia Carga Horária Avaliação

Conceitos Básico•Empreendimento de Participação Comunitária•A Cadeia de Valor•Mercados•Plano de negócios

2. Objectivos e Finalidades da Contabilidade e de Gestão Financeira

Explicar a importância dos conceitos básicos de gestão de negócios e a sua relação com comunitárias OCBs

Introduzir os conceitos de contabilidade e gestão financeira ea relação entre os conceitos

Uma exposição teórica seguida de discussões em plenária usando casos práticos relacionados com a realidade das comunidades locais, com ajuda das Ilustrações

Uma exposição teórica com apoio de ilustrações e que seja participativa

18h

8h

Caso de estudo usando ilustrações para os formandos identificar o conceito.Plano de negócios em grupos

Exercícios de escolhas múltiplas simples

Tabela 1- Metodologia a ser adoptada pelo formador

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira 8

3. Contabilidade Básico• Importância dos Registros contabilísticos • Tipos de livros de registo utilizados na Contabilidade • O património• Preparação da Demonstração de Resultados

Fluxo de caixaInvestimento (decisões por de trás de investimento e orçamento de capital)Fontes de financiamento e custo de dinheiroPoupança

Tributação em Moçambique

Compreender as técnicas de contabilidade e a sua relação com os negócios comunitários, desde os registosatéa produção de relatórios de contas

Compreender e aplicar a gestão financeira dos negócios; compreender as diferentes formas de investimento bem como as diferentes formas de financiamento e o seu custo;Compreender a importância da poupança nos empreendimentos comunitários

Conhecer o sistema tributário, importância e os tipos de impostos aplicáveis aos pequenos negócios -ISPC

Uma exposição teórica com apoio de ilustrações e participativa;Exemplos práticos e trabalhos em grupos

Uma exposição teórica com apoio de ilustrações e participativa;Exemplos práticos e trabalhos em grupos;Discussões praticas baseadas em negócios ou empreendimentos reais na comunidade;

Ilustrações; definições e preenchimento de guia de entrega e discussão em plenária

26h

28h

4h

Avaliação em grupo consistindo no Mapa de fluxo de caixa;Escolher entre várias opções de investimento a melhor e bem justificada usando técnicas de avaliação

Verificação dos conhecimentos através de escolhas múltiplas.

O formador poderá também recorrer a outros métodos que julgar necessários desde que sirvam de reforço aos propostos acima ou ajustá-los ao contexto e realidade local e de circunstâncias.

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10Manual de Gestão de Negócios e Financeira

DEFINIÇÃO DE CONCEITOS BÁSICOS02

O que é um Empreendimento de Participação Comunitária

2.1

O empreendimento de participação comunitária é aquele que é constituído por pequenos investidores de uma comunidade ou associações do sector empresarial, que aplicam seus recursos na criação de novos negócios ou na capitalização dos já existentes.

Geralmente é formada por pessoas da mesma comunidade, da mesma família ou ramos de actividades, tais como: professores, enfermeiros, membros duma tribo, camponeses ou criadores organizados em cooperativas, artesões, etc. (Tabela 2).

Tipo de empreendimento comunitário

Finalidade/Objectivo Localização

1. Empreendimento comunitário de produtores da castanha de cajú criado por um grupo de homens.

2. Empreendimento comunitário de produção e comercialização do Mel criado por um grupo de mulheres.

Comercialização da castanha de cajú

Comercialização do Mel

Distrito de Pebane, província da Zambézia

Distrito de Metuge, província de Cabo Delgado

Tabela 2- Metodologia a ser adoptada pelo formador

Nos dois exemplos acima descritos de empreendimentos comunitários, existe algo em comum queé a geração de rendimento para as famílias de produtores de castanha de cajú em Pebane e das mulheres produtoras de Mel em Metuge.

Para que a geração de rendimento seja sustentável, é importante que os empreendimentos sejam bem geridos sobretudo financeiramente. Isso significa que o empreendimento deve gerar lucros, isto é, o dinheiro recebido das vendas da Castanha ou do Mel deve ser mais do que o dinheiro gasto para produzir a Castanha ou o Mel.

• A gestão financeira é um instrumento que deve ajudar tanto os produtores da Castanha de cajú, assim como as mulheres produtoras do Mel a gerir melhor os seus

empreendimentos comunitários de modo a obter resultados positivos (o lucro).

O termo comunitário, usado neste manual não pode ser confundido com o termocaridade.Trata-se de uma organização queé voltada para investimento e geração de lucros ao nível da comunidade. É uma forma associativista da comunidade local em que podem participar dezenas ou centenas de interessados, com a segurança e transparência que as actividadesrepresentam em termos de recursos financeiros.

O empreendimento comunitário,exigea co-participação, geralmente financeira ou em espécie dos seus associados, com a expectativa de partilha de resultados positivos na mesma proporção da co-participação, isto é, que haja justiça na partilha dos resultados positivos.

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira11

Para melhor ilustrar, como pode ser feita a partilha proporcional dos resultados obtidos, resultantes duma actividade co-participada num empreendimento, vejamos o seguinte exemplo.

Exemplo O exportador local do segundo exemplo acima, quer comprar 300 quilogramas de Mel em favos,acontece que nenhuma das mulheres sozinha tem essa quantidade disponível. São três mulheres, a dona Maria, Sandra e a Tânia. Cada uma tira 100quilogramas de Melsendo

que agora o empreendimento está em condições de fornecer os 300 quilogramas ao exportador local que paga 21,000.00 meticais ao empreendimento pelos 300 quilogramas. Qual é o valor para cada uma delas?

A repartição do valor pago pelo exportador, para aquisiçãodo Mel será na mesma proporção da co-participação, isto é, os 21,000.00 meticais serão divididos por 3 cabendo a cada uma 7,000.00 meticais pelos 100 quilogramas conforme a tabela abaixo.

Tabela 3- Exemplo de Empreendimento Comunitário co-participado

Vendedoras Quantidades vendidas Recebimento (valor recebido)

Dona Sandra

Dona Maria

Dona Tânia

Total (do empreendimento)

100.00 Quilogramas

100.00 Quilogramas

100.00 Quilogramas

300.00

7,000.00

7,000.00

7,000.00

21,000.00

O empreendimento comunitário, como iniciativa comercial da comunidade localtambém apresenta vantagens para o desenvolvimento local, por meio da viabilização de negócios,

abertura denovos empreendimentos, geração de emprego e renda, retenção de poupança local, enfim: geração de riqueza para a comunidade.

Acções de envolvimento comunitário2.2

A dinamização de acções participativas, permite criar relações de proximidade entre os membros da comunidade, uma melhor inclusão social, planificação conjunta, apropriação dos planos e processos participativos de tomada de decisão. Para tal,éimportante que a comunidade tenha sistemas de governação funcionais, ou seja uma estrutura que representa a comunidade com mandato bem definido e com obrigatoriedade de prestar contas àcomunidade.

• Deve-se encorajar a participação comunitária na elaboração de projectos de negócios, que têm potencial de gerar lucros para as comunidades participantes. Para que esse encorajamento seja efectivo, deve haver disseminação de conhecimentos de gestão de negócios na comunidade, através de pequenas assembleias, reuniões e encontros informais. É essencial o envolvimento das estruturas representativas da comunidade (chefes de localidade, régulos, chefes de tribo) para garantir maior confiança no projecto; nas fases de mobilização de recursos para implementação do projecto.

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira 12

Figura 1 - Exemplo duma Cadeia de Valores Simplificada

PRODUÇÃO PROCESSAMENTO COMERCIALIZAÇÃO

A Cadeia de Valor2.3

A cadeia de valor pode ser definida como um conjunto de actividades e operações, de modo a criar valor desde as matérias-primas até o produto ou serviço final. A cadeia de valor de uma empresa ou empreendimento é um conjunto de actividades empresariais a que ela se dedica para desenvolver, produzir e comercializar seus produtos ou serviços. Para elucidar melhor o que é uma cadeia de valor e como ela se manifesta, iremos usar a agricultura. Uma cadeia de valor pode ser constituída, por exemplo, por um grupo ou cooperativa

de produtores envolvidos não somente na produção, mas também no processamento e comercialização dos produtos. Aqui temos um conjunto de actividades distintas, a produção, o processamento e a comercialização. Cada actividade acrescenta valor para o resultado final e todas compõem uma cadeia de valor. Conforme a Figura 1, ilustra a estrutura simplificada duma cadeia de valor agrícola desde a semente na machamba até o produto final no mercado.

Exemplo Um grupo de mulheres camponesas no distrito de Metuge, na localidade de Nacuta dedica-se àprodução de milho que é vendido ao Sr António, que é proprietário de moageiras. O Sr. António vende a farinha de milho em sacos de 50 kg para o comerciante local, o Sr. Mário. O Sr. Mário por sua vez vende a farinha ao consumidor final em sacos de 50 kg, em latas ou em quilos.

Trata-se duma cadeia de valor do milho em que as mulheres camponesas dedicam-se à produção, o Sr António ao processamento e por fim, o Sr Mário se dedica à comercialização. Esta é uma cadeia de valor simplificada, existe outras actividades na cadeia de valor como o armazenamento, a distribuição entre outros como ilustra a figura 2.

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira13

Figura 2- Exemplo duma Cadeia de Valores Complexa – Cadeia de Valor de Milho

CONSUMO

DISTRIBUIÇÃO

DISTRIBUIÇÃO

INSUMOS

PROCESSAMENTO

ARMAZENAMENTO

ARMAZENAMENTOINICIAL

PRODUÇÃO

CONSUMO DO

PRODUTOR

MOAGEIRASLOCAIS

MOAGEIRASINDUSTRIAIS

CONSERVAÇÃOTRADICIONAL

COMERCIANTES |ARMAZENISTAS

LOCAIS

COMERCIANTESINDUSTRIAIS

GROSSISTAS

ASSOCIAÇÕESPRODUTORES

PRODUTORTRADICIONAL DE

EXCEDENTES

PRODUTOR DE

SUBSISTÊNCIA

SEMENTES FERTILIZANTES FITOFÁRMACOS FERRAMENTAS

AQUISIÇÃO MERCADO

ALIMENTAÇÃOANIMAL

EXPORTAÇÃO

PMARETALHISTAS

SUBPRODUTOSMILHO

Grupos e associações de produtores bem organizados têm um papel importante ao educar seus membros, garantir o controlo de qualidade dos produtos e melhorar o acesso a crédito e a outros recursos produtivos (tractores, sistema de irrigação, entre outros).

Fonte: Cadeia de valor do milho (fonte: Estudo de cadeias de valor de cereais e oleaginosas de Sofala, 2013)

Qual é a importância de cadeia de valor para as comunidades? Os empreendedores comunitários, precisam de conhecer todas as actividades desde a sementeira até ao consumidor final, bem como o financiamento necessário para cada uma dessas actividades. Essa informação pode ajudar os empreendedores a escolher em que actividades investir ou em qual das fases da

cadeia de valor oferece maior retorno. Por exemplo, é importante que os produtores ou agricultores saibam de quanto precisam de capital inicial para comprar sementes e outros insumos, ou para investir em equipamento.

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira 14

Mercado é o “local” onde se encontram quem quer comprar e quem quer vender e que, através de um processo de negociação, determinam o preço e a quantidade do bem a ser transaccionado/trocado entre ambos. Se o bem a ser transaccionado são frangos, então temos o mercado de frangos, se o bem são cereais então temos os mercado de cereais. Se os intervenientes nesse mercado forem os trabalhadores que querem vender o seu trabalho e as empresas que o querem adquirir, então temos o mercado de trabalho e o preço a ser determinado é o salário.

Mercados2.4

Em qualquer mercado uma das variáveis chaves é o preço, o qual mede o valor do bem em termos monetários. O preço funciona como indicador quer para os compradores, quer para os vendedores: se os consumidores querem comprar mais quantidades de um bem, o seu preço aumenta; este aumento cria um incentivo a quem quer vender para que aumenta a sua oferta. Desta forma será restabelecido um equilíbrio de mercado. Por outro lado, se a procura de determinado bem diminui, os vendedores têm incentivos a reduzir os preçosa fim de reduzir os seus stocks; desta forma, com preços mais baixos, mais compradores procurarão o bem.

ExemploQual é o preço por quilograma do mel produzido pelas senhoras em Metuge? Portanto seria: a divisãodo valor de 21,000.00 pelos 300quilogramas: 21,000.00/300 = 70.00 por quilograma é o preço pago à Tânia, Maria e àSandra pelo comprador em Metuge. Neste caso, o exportador é o comprador, as mulheres são vendedoras e o mercado é chamado mercado de Mel. O preço de 70.00 meticais é o preço de equilíbrio pelo qual as vendedoras estão dispostas a trocar 300quilogramas de Mel pelo valor de 21,000.00 meticais que o

exportador está disposto a pagar. Se o preço aumentar de 70.00 para 75.00 as vendedoras podem estar dispostas a oferecer mais do que 300quilogramas,entretanto, o exportador pode reduzir as quantidades comprando menos de 300quilogramas. Por exemplo se ele tiver apenas 21,000.00 meticais com o novo preço ele só pode comprar até 280 quilogramas de Mel. Esse exemplo mostra que a variação do preço no mercado tem reacções distintas entre os dois intervenientes do mercado, vendedores e compradores.

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira15

Tipos de mercado• Mercado formal (pagamento de impostos, taxas, etc)• Mercado informal (vendedores ambulantes,

comércio informal, etc)

Exemplo de mercados informais: O pequeno negócio de esquina, feito nos passeios das estradas, dominado por mulheres e crianças associado inicialmente à venda de bens alimentares e roupa usada ou até mesmo venda de produtos ilegais (roubados ou proibidos por lei). É um mercado de pequenos negócios na esquina, ou ambulante, mas ultimamente pode-se encontrar grossistas e retalhistas nesse tipo de mercado sobretudo os que querem evitar o pagamento de taxas ou impostos cobrados nos mercados formais. Um mercado formal é geralmente um local físico gerido por uma estrutura governamental, geralmente um município para zonas municipalizadas ou o governo local. São exemplos: mercado de Montepuez, mercado central da cidade de Mocuba, entre outras.

Condições necessárias para existência de Mercados:

• Existência de vendedores ou ofertantes• Existência de compradores ou

demandantes• Tipo de produto (ex. mercado de frangos,

produtos alimentares, produtos agrícolas, etc)

• O preço (um preço de equilíbrio que satisfaz tanto o comprador como vendedor para certa quantidade)

Existem outras formas de mercado: há mercados retalhistas (onde os bens ou produtos são vendidos em quantidades pequenas e geralmente para o consumidor final, aquele que vai usar para o consumo final, como preparar uma refeição para a família); mercados grossistas (onde os bens ou produtos são vendidos ao revendedor em quantidades maiores e este irá também vender para o consumidor final, o preço é normalmente mais baixo para ter margem de lucro ao vender para o consumidor final) e os mercados de matérias-primas(por exemplo, na agricultura é o mercado de sementes e na avicultura é o mercado de pintos).

Plano de negócios2.5

Imagine que você deseja fazer um negócio de criação de frangos, construir uma casa, organizar uma festa, viajar para a cidade de Maputo ou para a cidade de Quelimane ou Pemba. Com certeza, sua intenção é que tudo dê certo, mas, para que issoaconteça, é necessário fazer um cuidadoso planeamento. Preste atenção nesta palavra: PLANEAMENTO. Ou seja, a criação de frangos, a casa, a festa e a viagem não vão se realizar apenas porque você assim deseja, mesmo que seja um desejo ardoroso. Ideias assim nascem em nossos corações, porém, para que elas se tornem realidade, é preciso construí-las passo a passo.

Para que uma viagem aconteça por exemplo, é necessário escolher o local a ser visitado, decidir o tempo da viagem, quanto dinheiro levar, comprar passagens, reservar hotel,

arrumar as malas, entre tantas outras coisas.Se, para uma simples viagem, precisamos fazer tudo isso, imagine quando queremos abrir um negócio. E empreender, muitas vezes, é uma viagem para um lugar desconhecido.

Exemplo

Para que o negócio de criação de frangos dê certo, é necessário escolher o local a ser implementadopara a criação, conhecer o custo dos pintos, custo da alimentação dos pintos, o custo do equipamento necessário (aquecedores, comedouros, bebedouros, o tanque de água, etc.), medicamentos necessários, e a própria comercialização (onde vai vender os frangos, à quem, etc.), entre tantas outras coisas.Para você organizar suas ideias é que foi criado o PLANO DE NEGÓCIO. Nesta viagem ao mundo

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira 16

dos empreendedores, o plano denegócio será o seu mapa de percurso, um guião. O plano de negócio é indispensável para iniciar, expandir e manter o negócio. É útil também para atrair parceiros comerciais e investidores, por exemplo um pequeno criador de frangos no distrito do Ibo pode ser fornecedor duma cadeia de restaurante. Investir em conhecimentos para a maioria dos empreendedores comunitários é algo inútil e caro, elas não percebem que algumas atitudes ou decisões tomadas sem um planeamento e conhecimento pode prejudicar muito o seu empreendimento. Avaliar o mercado concorrente, o público-alvo,

ponto de localização são alguns estudos que aderem o plano de negócio, também visa os pontos fortes e fracos do seu negócio perante os concorrentes. Portanto, o plano de negócio é uma ferramenta simples de grande relevância para qualquer tipo de negócio porque permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado.

O plano de negócio é um documento vivo, no sentido de que deve ser constantemente actualizado para que seja útil na prossecução dos objectivos dos empreendedores e de seus sócios.

O que é o plano de negócios?

Um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objectivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objectivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir

seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado.Instrumento ideal para pensar cuidadosamente cada uma das etapas que antecedem a abertura ou expansão da empresa e a própria viabilidade do empreendimento.

Page 17: MECANISMO DE DOAÇÃO DEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS

Manual de Gestão de Negócios e Financeira17

Os principais passos de um plano de negócio

• Procure definir os objectivos do negócio (por exemplo: geração de renda na venda de frangos e ovos)

• Quais os principais produtos e/ou serviços (frangos e ovos)

• Quem serão seus principais clientes (pessoas singulares, casas de pasto, restaurantes, vendedoras no mercado)

• Onde será localizada a empresa (por

exemplo: no distrito de Pebane na Zambézia ou distrito de Quissanga em Cabo Delgado)

• O montante de capital a ser investido (preparar um orçamento de gastos)

• Qual será a facturação mensal (preparar um orçamento de vendas)

• Que lucro espera obter do negócio (orçamento de lucro que é a diferença entre o orçamento de vendas e de despesas)

• Em quanto tempo espera que o capital investido retorne (mapa de fluxo de caixa)

Benefícios do Plano de Negócio

Além de conhecer quais são os pontos fortes e fracos do empreendimento, elaborar um plano de negócio também oferece outros benefícios práticos, como a lista detalhada de informações em relação ao nicho (tipo de clientes: vendedores do mercado ou casas de pasto?) de actuação do negócio, a busca por

referências do mercado e consumidores para o desenvolvimento de novos produtos e serviços e entendimento sobre como os concorrentes (outras comunidades que fazem o mesmo negocio de criação de frangos) trabalham suas marcas. Confira a seguir outros motivos para começar o quanto antes o planeamento de seu empreendimento.

• Aprimorar as ideias do negócio e analisar as oportunidades dele;

• Apresentar o empreendimento aos fornecedores de dinheiro para investir (as pessoas que estão interessadas em co-participar no empreendimento);

• Análise da parte financeira (fluxo de caixa para os próximos três meses ou mais);

• Análise das funções do sócio (o que vai

fazer, tirar dinheiro ou participar na gestão);• Orientar o empreendedor no planeamento

estratégico (um plano de longo prazo, entre 2 a 5 anos);

• Auxiliar o empresário na tomada de decisões;

• Aumentar as oportunidades de sucesso do negócio, entre outros benefícios.

Usando um plano de negócios por exemplo para a criação de frangos, deve ser antecedido por um estudo de viabilidade. No caso de frangos, deve tentar responder às questões no anexo A, usando o resultado desse estudo de viabilidade tente criar um Plano de Negócios a estrutura no anexo B.

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18Manual de Gestão de Negócios e Financeira

03 OBJECTIVOS E FINALIDADES DA CONTABILIDADE E DE GESTÃO FINANCEIRA

A Contabilidade é parte essencial dos processos de qualquer empreendimento seja ele familiar, em sociedade, comunitária ou de uma empresa. Porém, somente uma contabilidade realizada de forma eficaz e eficiente pode contribuir para um resultado satisfatório para o empreendimento, ou seja, tem a capacidade de gerar lucros (renda).À primeira vista pode-se afirmar que os objectivos e finalidades da contabilidade são os mesmos em qualquer parte do mundo. Existem várias definições dos objectivos da contabilidade e das finalidades desta, mas a maior parte transmite a mesma ideia básica de que, o objectivo é de alicerçar as decisões dos gestores ou tomadores de decisão a partir das informações extraídas dos demonstrativos

financeiros.A Contabilidade tem por finalidade a geração de dados e informações úteis que possam auxiliar os gestores dos empreendimentos comunitáriosno processo de tomada de decisões de gestão.A finalidade da contabilidade é fornecer informações às pessoas ou entidades interessadas na situação patrimonial (bens, direitos e obrigações) e económica (lucro ou prejuízo) da entidade, bem como no apuramento da capacidade produtiva do negócio. A contabilidade não deve ser utilizada para manipular demonstrações ou dados sobre o negócio como ilustra a imagem (2+2 não pode ser igual à 7).

A gestão financeira é uma actividade tida como a espinha dorsal das empresas independentemente do seu tamanho. Assim sendo, pode-se afirmar que, a falta de noções básicas da administração financeira (como gerir o dinheiro) e de contabilidade (como fazer o correcto registo das transacções) impede que os detentores de pequenos empreendimentos detentores tomem decisões acertadas sobre

que rumos às empresas devem tomar que estratégias de competitividade devem ser adoptadas, de que forma e quando as referidas estratégias devem ser aplicadas, onde e como devem ser aplicados os investimentos resultantes dos ganhos das suas actividades das operações normais. No que diz respeito à parte financeira dos negócios, as demonstrações financeiras

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira19

devem proporcionar informações acerca da posição (a situação real do empreendimento), das alterações desta (mudanças na estrutura patrimonial) e dos resultados das operações (positivos ou negativos), para que sejam úteis aqueles que investiramo seu dinheiro no negócio, os que gostariam de co-participar e outros utentes, a fim de investirem racionalmente, concederem empréstimos e tomarem decisões semelhantes – contribuem assim para o funcionamento eficiente dos mercados de dinheiro.

• Enquanto a gestão financeira ocupa se com decisões sobre qual é a opção de investimento com maior retorno, onde buscar o dinheiro com o menor custo, a contabilidade produz informações úteis que auxiliam os gestores financeiros dos empreendimentos comunitários no processo de tomada de decisões usando a informação contabilística para gerar maior retorno para o empreendimento. A contabilidade alimenta a gestão financeira com os dados e informações úteis.

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20Manual de Gestão de Negócios e Financeira

04 CONTABILIDADE BÁSICA

Contabilidade é a primeira técnica que, qualquer negócio deve usar correctamente para produzir bons relatórios financeiros. Contabilidade é, portanto, definida simplesmente como uma

maneira de escrever todas as operações que envolvem:

• Dinheiro que entra no seu negócio.• Dinheiro que sai do seu negócio.

Exemplo

Uma associação de mulheres que se dedica à produção de hortícolas (tomate, cebola, repolho) no distrito de Gurué, vende a sua produção no mercado local e uma parte nos Distritos circunvizinhos, isto é, escoam para Cuamba, Nampula e os excedentes no mercado de Alto Molocué. Pela venda da sua produção

a associação recebe dinheiro no negócio que deve ser registado na sua contabilidade. Para poder escoar os seus produtos aluga camiões, portanto há uma saída de dinheiro para pagar o aluguer e essa saída de dinheiro deve ser registada na sua contabilidade.

Importância dos Registoscontabilísticos4.1

A manutenção de registos é necessária para todas as organizações, empresas ou empreendimentos. Registos puros e, precisos irão ajudar o empreendedor a encontrar e solucionar problemas de negócios. Registos contabilísticos são importantes porque eles ajudam o empreendedor a controlar seu dinheiro, eles mostram a você o desempenho do seu negócio, eles agem como prova para outras organizações (como bancos ou instituições de microfinanças, parceiros de negócios, os que comparticiparam no empreendimento entre outros) de como está o seu negócio e eles lhe ajudam a planificar o futuro.

Manutenção de registos contabilísticos também é importante como uma ferramenta para ajudar a tornar seu negócio lucrativo. Se você não sabe quanto você gasta e quanto você vende, como vai saber se está a ter lucro? Como você vai descobrir se o seu negócio está com problema? Como você saberá qual é o foco para melhorar o desempenho e a rentabilidade do seu negócio?

Por exemplo, um empreendimento comunitário dedicado à pesca e a sua comercialização no distrito de Macomia em Cabo Delgado, usa barcos a motor de 40 cavalos para as suas actividades o que lhes permite diversificar as zonas de captura do pescado. Entretanto eles gastam 8,500.00 por semana, mas não registam essa saída de dinheiro na sua contabilidade. Por causa de falta de registo dessa saída de dinheiro eles apresentam na sua contabilidade um lucro maior que não reflecte o desempenho real e consequentemente a rentabilidade do negócio.

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira21

O registo contabilístico rigoroso de todas as operações de saída e entrada de dinheiro permite saber a situação do empreendimento comunitário a qualquer momento e tomar as

decisões mais acertadas sobre os negócios em função da informação contabilística contida nos registos.

O património4.2

O património de uma pessoa singular ou empreendimento é composto pelo conjunto de bens, direitos e obrigações, passíveis de

mensuração, de sua propriedade. O património é quantificável em termos monetários.

OS BENS E DIREITOS

REPRESENTAM O ASPECTO

POSITIVO PATRIMONIAL, QUE É

DENOMINADO DE “ACTIVO”.

AS OBRIGAÇÕESREPRESENTAM O

ASPECTONEGATIVO

PATRIMONIAL, QUEÉ DENOMINADO DE

“PASSIVO”.

PATRIMÓNIO

BENS DIREITOS

OBRIGAÇÕES

ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS

O património é composto por elementos positivos e negativos.

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira 22

4.2.1 BensSão os elementos que podem ser avaliados monetariamente e podem ser destinados para uso, troca ou venda.Os bens possuem utilidade, poissão eles que satisfazem as necessidades de seus proprietários.

Na sequência, algumas classificações de bens importantes na contabilidade:

Bens Permanentes– São bens que possuem vida longa, e são adquiridos para serem utilizados no negócio ou empreendimento, ou seja, não são destinados à venda. Ex: veículo, (para transportar hortícolas, pescado ou frangos para os mercados) barcos a motor de 40 cavalos usados na pesca comercial, equipamento usado na criação de frangos (bebedouros, aquecedores a gás). Esses bens não estão àvenda, mas usados por mais de um ano no negócio.

Bem de Consumo – São adquiridos para utilização dentro do negócio, e que serão consumidos de imediato ou a curto prazo, geralmente dentro do próprio mês ou ano em que são foram adquiridos. Ex: material de expediente, material de limpeza, o combustível para os barcos a motor, medicamento para os pintos, sementes para a horta.

4.2.2DireitosSão os elementos que representam os bens que estão em poder de terceiros, isto é, bens entregues a outras pessoas, mas que nos dão direito a receber dinheiro a curto ou longo prazo.Geralmente aparecem acompanhados da expressão “a receber”, “a compensar”,a “recuperar”, “a creditar”, ou outro similar, indicando a promessade recebimento ou que permita recuperar parte do bem transferido.

Bens imóveis – bens que não podem ser deslocados de seu lugar de origem (solo e subsolo) sem dano físico ou de utilização. Ex: casa, terreno ou machamba, prédios, floresta, etc.

Bens Corpóreos (tangíveis) – sãobens que constituem corpo físico, ou seja, possuem matéria e podem ser tocados. Ex: carros, máquinas, mercadorias, enfim a grande maioria dos bens.

Bens incorpóreos (intangíveis) – são bens que não constituem matéria, ou seja, não podem ser tocados. Mesmo assim, esses bens são passíveis de avaliação económica e devem ser registados na contabilidade por seu valor de mercado. Ex: licença de exploração mineira é um bem intangível de grande valor (maior do que o papel emitido pelas autoridades), é uma autorização temporal (5 a 40 anos) que vale muito dinheiro e deve estar devidamente registado na contabilidade pelo seu valor.

Exemplo de bens corpóreos (tangíveis) é ilustrado pela figura abaixo: Trata se de uma viatura de transporte de mercadorias, uma avioneta, computador e uma pequena fábrica. de negócio permite identificar e restringir

Exemplo:contribuições a receber, títulos a receber, adiantamento concedido (nestecaso mesmo sem a expressão, trata-se de um direito, porque alguémrecebeu o adiantamento e deverá devolver o valor recebido). Estão inclusas nesta categoria pessoas que levaram a nossa mercadoria com a promessa de pagar depois (são nossos clientes).

RESUMINDODireitos são bens (ou o seu equivalente) em “dinheiro” de propriedadeda empresa, que se encontram momentaneamente em poder deterceiros (nas mãos de outras pessoas). Ex: valores a receber, clientes (ele já levou a mercadoria e estádevendo), contas a receber (um financiamento aprovado pelo comité de gestão ou impostos a recuperar (eu tenho um créditotributário junto ao governo), etc.

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Exemplo Um agricultor de Mocuba vende 50 kg de tomate no valor de 800.00 meticais à um comerciante local para pagar em dois meses. Qual é o registo contabilístico deste facto patrimonial? Trata-se de um bem ou direito?

Resposta: trata-se de um direito no valor de 800.00 meticais que o agricultor tem a receber do comerciante dentro de dois meses. Esse facto património deve ser registado na contabilidade do agricultor (como activo porque é um elemento positivo, aumenta o património do agricultor em 800.00).

Activo - Representa os valores positivos do património (bens + direitos). É onde estão aplicados os recursos da empresa.

Para ser Activo é necessário que qualquer item preencha quatro requisitossimultaneamente:

a) Constituir bem ou direito da empresa.b) Ser de propriedade, posse ou controle de longo prazo da empresa.c) Ser mensurável monetariamente.d) Trazer benefícios presentes ou futuros.

4.2.3ObrigaçõesÉ a responsabilidade de pagamento por bens adquiridos ou despesas realizadas. São bens de propriedade de terceiros (de outras pessoas ou empreendimentos) que estão em poder do nosso negócio ou da nossa empresa, ou são dívidas contraídas em virtude de despesas. Quando se compra um bem ou se contrata um serviço, tanto um quanto o outro devem serpagos, portanto, temos aqui uma obrigação, uma dívida que poderá ser paga imediatamente ou a prazo. As obrigações na contabilidade recebem o nome técnico de exigível, por se exigir da empresa o pagamento das dívidas. Assim, quando uma empresa compra mercadoria a prazo, ela passa a ter a obrigação de pagar o valor da compra no prazo acordado.Uma despesa sempre vai gerar também um pagamento, que éuma obrigação. As obrigações representam as dívidas com terceiros, ou seja, com as pessoas de fora da empresa.

Geralmente aparecem acompanhadas da expressão: “a pagar”, “a recolher”, “passivos”, “a liquidar” ou outro similar. Exemplo: salários a pagar, impostos a recolher, fornecedor, o salário dos trabalhadores, entre muitas outras.Exemplo: no nosso exemplo acima do comerciante que levou o tomate do agricultor para pagar em dois meses o valor de 800.00Mts. O comerciante tem uma divida a pagar ao agricultor, o que significa um passivo que deve ser registado na contabilidade dele como contas a pagar. É importante fazer esse registo para saber o que tem a pagar, quando, quanto e à quem?

• O que temos a pagar (passivo) não é nosso por isso é uma saída de dinheiro e o que temos a receber activo) é nosso por isso é uma entrada de dinheiro.

RESUMO DO PATRIMÓNIO

PATRIMÓNIO = BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES

BENS + DIREITOS – SÃO OS ELEMENTOS POSITIVOS (+).

OBRIGAÇÕES – SÃO OS ELEMENTOS NEGATIVOS (-).

O que é que constitui o nosso património? Aquilo que nos pertence depois de pagar as nossas dividas?

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira 24

4.2.4 Património líquido

O Património Líquido pode ser representado por uma das seguintes fórmulas:

A fórmula do património líquido serve para medir a riqueza que a empresa possui.

PATRIMÓNIO LIQUIDO = BENS + DIREITOS -

OBRIGAÇÕES

Património Liquido = Activo - PassivoOU

Exemplo

Ao agricultor do exemplo anterior para além do valor a receber do comerciante, tem no seu armazém quantidade de tomate correspondente a 15,000.00 mts, uma camioneta no valor de 150,000.00mts. Também tem obrigações a cumprir que consiste no pagamento de semente que levou na SEMOC

no valor de 10,000.00 mts para pagar no fim do mês (divida a pagar) e um empréstimo no banco no valor de 100,000.00 mts (esse valor foi usado juntamente com as suas poupanças para comprar a camioneta). Qual é a situação líquida (património liquido) do agricultor de Mocuba?

Tabela 4- Exemplo de elementos patrimoniais

Elementos Patrimoniais Bens Direitos Obrigações

Clientes -

- -

- -

- -

800,00

10,000.00

100,000.00

Fornecedores

Empréstimo a pagar

Mercadorias 15,000.00Viaturas 150,000.00

Total 165,000.00 800.00 110,000.00

Respostas: Activo = 165,000.00 (bens) + 800.00 (direitos) = 165,800.00 este é o activo do agricultor;

Passivo = 10,000.00 (divida com a SEMOC) + 100,000.00 (divida com o banco) = 110,000.00

• Património líquido do agricultor: 165,800.00-110,000.00 = 55,800.00 (activo-passivo);

O património líquido igual aos 55,800.00

meticais. Esta situação é vantajosa para o nosso agricultor?! Sim, porque os elementos positivos do património dele (activos) são maiores que os elementos negativos (passivo). Isto significa que o negócio dele pode gerar recursos suficientes para pagar as suas dívidas e ficar com um saldo positivo.

Imagine uma situação em que um empreendimento tem activos (bens e direitos) de 25,000.00 meticais e passivo (obrigações) de 35,000.00 meticais. Qual é a situação líquida?

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• Património líquido = 25,000.00 -35,000.00= -10,000.00 NEGATIVO

A situação NÃO é vantajosa tendo em vista que o activo, mesmo que transformado em dinheiro, não seria suficiente para cobrir as obrigações contraídas pela empresa.

Tipos de livros de registo utilizados na Contabilidade

4.3

Nós devemos considerar os livros de contas seguintes que irão ajudar o seu negócio a manter o controlo do dinheiro entrando e saindo do negócio:

• Diário de Caixa • Livro de Controlo de stocks; • Livro de registo dos devedores • Diário de Bancos • Reconciliações Bancárias

4.3.1 Diário de CaixaVocê precisa de um documento escrito, por exemplo, um recibo, para provar que você recebeu dinheiro ou pagou dinheiro. Para manutenção de registos, recibos e outros documentos são chamados de comprovativos. Os comprovativos são a prova de todas as transacções. Um recibo é um registo formal da transferência de dinheiro de uma pessoa para outra. Ele indica que foi pago dinheiro por serviços ou mercadorias. Diariamente quando a sua empresa ou negócio está aberta, anote

cada transacção de dinheiro que entra e que sai do seu negócio usando um Diário de Caixa. Obtenha e mantenha todos os recibos e outros comprovantes de transacções do seu negócio por despesas, por exemplo, bens e salários, venda de produtos ou compra de matérias prima (pode ser pintos de um dia, semente ou material de pesca). Você pode manter os comprovativos no caixa de dinheiro até que você feche o negócio a cada dia e depois arquiva-los.

Exemplo Um comité de gestão de recursos naturais, das áreas de conservação no distrito de Metuge, recebeu do governo provincial, um certo valor resultante dos 20 por cento das taxas consignadas e decidiu aplicar no investimento turístico que oferece acomodação e alimentação. No dia 08 de Dezembro efectuou as seguintes transacções em dinheiro:

a) O valor em dinheiro no estabelecimento do dia 7 de dezembro de 5,000.00 MT;b) Compras de 10 frangos numa criadora local no valor de 2,500.00 MT;c) Compra de energia credelec no valor de 1,000.00 MT;

d) Compra de recarga para o gerente no valor de 500.00 MT;e) Serviu 8 pratos de frango grelhado com batata e xima para um grupo de turistas em trânsito no valor de 4,800.00 MT (600.00 por prato);f) Um casal de hóspedes pagou em dinheiro três dormidas no valor total de 12,000.00 MT;g) Foi pago o salário adiantado (a pedido deste) do motorista no valor de 2,800.00 MT.h) Foi feito um depósito de 5,000.00 MT na conta bancaria do estabelecimento na cidade;Repostas: Estas são transacções de saída e entrada de dinheiro. Devem ser devidamente registadas no diário de caixa conforme a tabela abaixo:

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira 26

4.3.2 Livro de Controlo de stocks (Ficha de Armazém)Neste livro, regista-se cada movimento diário de compra (quantidades, preços e valor total), assim como de venda (quantidades, preços e valor total) das mercadorias, de matéria-prima comprada e vendida (quantidades, preços e valor total) e a produção acabada (quantidades, preços e valor total) destacando-se o saldo(quantidades, preço e valor total) após movimento. Seja qual for o tipo de negócio, é importante manter o controlo de stocks, seja stocks de mercadoria comprada para revenda, de produção para venda (produção de frangos, de hortícolas ou de cereais como milho, arroz, ou produto de pescado, etc) ou matéria-prima adquirida para usar na produção (sementes,

Exemplo

Uma comunidade constituída por mulheres no distrito de Pebane dedica-se a compra de galinhas, abate, preparação e venda de frangos a instâncias turísticas na sede distrital. Durante o mês de novembro fizeram as seguintes operações:

• No dia 01 de novembro, tinham no armazém 45 frangos pronto para entrega a 250.00 cada;

• No dia 11 de novembro, compraram 100 galinhas de criadores locais ao valor de 190.00 meticais cada;

• No dia 15 de novembro, venderam a crédito 35 frangos com respectivos derivados à

CAIXASaldo Anterior _5,000.00_______________Entradas __16,800.00_______________Soma ____21,800.00__________Saidas ____11,800.00__________

Dia 08 de Dezembro de 2019 ___ Saldo Actual ____10,000_____________

DATA DESCRICAO ENTRADAS8/12/2019 Compra de 10 frangos 8/13/2019 compra de energia credelec8/14/2019 compra de recarga 8/15/2019 compra de 8 pratos de frango grelhado8/16/2019 hospedagem de tres noites 8/17/2019 pagamento de salario (adiantado)8/18/2019 Deposito em numerario na conta bancaria

Total

2,800.00 5,000.00

11,800.00 16,800.00

2,500.00 1,000.00

500.00

SAIDAS

RESUMO

4,800.00 12,000.00

pintos de um dia). Cada tipo de stocks requer um tratamento distinto (condições de frio para o pescado, de aquecimento para pintos, etc) entretanto, deve haver controlo de sua aquisição, armazenamento e o seu uso. Este documento, permite-lhe visualizar se o preço de venda das mercadorias é ou não superior ao da compra das mesmas (do custo de produção no caso de frangos ou feijão bóer). Também facilita que a qualquer momento possa saber sobre a quantidade das mercadorias em stock assim como o seu valor e saber em que momento poderá fazer novas compras para a reposição do mesmo. Nota que cada tipo de mercadoria deve ter a sua própria Ficha de Armazém.

Tabela 5- Exercício de como se preenche um Diário de Caixa

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uma casa de pasto na sede distrital de Pebane a 280.00 MT cada.

• No dia 18 de novembro, venderam a pronto pagamento a um comerciante local 30

frangos de 1.5kg a 250.00 cada;• No dia 21 de novembroAdquiriram 25

frangos de um criador na localidade de Nicadine a 190.00 MT.

Tabela 6 - Exercício de como se preenche um Controlo de Stock

Qtd P.unit Valor Qtd P.unit Valor Qtd P.unit Valor1/11/2019 45 190.00 8,550.00

11/11/2019 100 190.00 19,000.00 100 190.00 19,000.00 15/11/2019 - 35 280.00 9,800.00 -35 190.00 (6,650.00) 18/11/2019 - 30 250.00 7,500.00 -30 190.00 (5,700.00) 21/11/2019 25 190.00 4,750.00 - 25 190.00 4,750.00

Total 125 23,750.00 65 17,300.00 105 19,950.00

Saldos

Elaborado por:

Nome do Produto: Frango/galinhaMes: Novembro

Saldo inicial

____/____/20_____

Aprovado por:

Nome(cargo)

____/____/20_____

Controle de Stocks

Nome(cargo)

DataEntradas Saídas

O controlo de stock não serve para apurar lucro ou prejuízo, mas sim para controlar o stock

disponível e a sua movimentação (saídas e entradas).

4.3.3 Diário de BancosNeste livro, regista-se cada movimento diário de compra (quantidades, preços e valor total), assim como de venda (quantidades, preços e valor total) das mercadorias, de matéria-prima comprada e vendida (quantidades, preços e valor total) e a produção acabada (quantidades, preços e valor total) destacando-se o saldo(quantidades, preço e valor total) após movimento. Seja qual for o tipo de negócio, é importante manter o controlo de stocks, seja stocks de mercadoria comprada para revenda, de produção para venda (produção de frangos, de hortícolas ou de cereais como milho, arroz, ou produto de pescado, etc) ou matéria-prima adquirida para usar na produção (sementes,

pintos de um dia). Cada tipo de stocks requer um tratamento distinto (condições de frio para o pescado, de aquecimento para pintos, etc) entretanto, deve haver controlo de sua aquisição, armazenamento e o seu uso. Este documento, permite-lhe visualizar se o preço de venda das mercadorias é ou não superior ao da compra das mesmas (do custo de produção no caso de frangos ou feijão bóer). Também facilita que a qualquer momento possa saber sobre a quantidade das mercadorias em stock assim como o seu valor e saber em que momento poderá fazer novas compras para a reposição do mesmo. Nota que cada tipo de mercadoria deve ter a sua própria Ficha de Armazém.

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Tabela 7 - Exercício de como se preenche um Diário de Bancos

Exemplo Agora o comité de gestão de recursos naturais das áreas de conservação no distrito de Metuge durante o dia 08 de dezembro efectuou as seguintes transacções:

a) O saldo de 5,000.00 MT na sua conta bancaria; b) Compras de 10 frangos numa criadora local no valor de 2,500.00 MT, pagos por cheque nr. 101c) Compra de energia credelec no valor de 1,000.00 MT via cartão de débito;d) Compra de recarga para o gerente no valor de 500.00 mts via transferência bancaria;

e) Serviu 8 pratos de frango grelhado com batata e xima para um grupo de turistas em trânsito no valor de 4,800.00 MT (600.00 por prato); os turistas pagaram via POS; f) Um casal de hóspedes pagou em dinheiro três dormidas no valor total de 12,000.00 MT por transferência bancarias; g) Foi pago o salário adiantado (a pedido deste) do motorista no valor de 2,800.00 MT por transferência bancaria para a conta do motorista;h) Foi feito um depósito de 5,000.00 MT na conta bancaria do estabelecimento na cidade;esse valor saiu de caixa do empreendimento para o banco.

DATA DESCRIÇÃO DEBITO/ENTRADA CREDITO/SAIDA SALDO08/11/2019 Transporte .............. 5 000,00 MT 09/11/2019 Compra de 10 Frangos, cheque nr 101 2 500,00 MT 2 500,00 MT 10/11/2019 Compras de energia credelec 1 000,00 MT 1 500,00 MT 11/11/2019 Compra de recarga para o gerente 500,00 MT 1 000,00 MT 12/11/2019 Venda de pratos de frango grelhado 4 800,00 MT 5 800,00 MT 13/11/2019 Recebimento de valor de tres dormidas 12 000,00 MT 17 800,00 MT 14/11/2019 Salario adiantado ao Motorista 2 800,00 MT 15 000,00 MT 15/11/2019 Deposito feito na conta do empreendimento 5 000,00 MT 20 000,00 MT

A Transportar ........... 20 000,00 MT

MOVIMENTOS

CONTROLO BANCÁRIO

Preparação da Demonstração de Resultados4.4

A partir da Demonstração de Resultado você pode ver:

• Se seus lucros têm aumentado ou diminuído.

• Se os seus custos têm aumentado ou diminuído.

• Se suas vendam têm aumentado ou diminuído.

Ter esta informação pode tornar mais fácil de tomar as medidas necessárias para ajudar o seu negócio. Por exemplo, sabendo que o valor das vendas está diminuindo pode indicar que você deve melhorar suas técnicas de marketing, ajustar os seus preços ou a diversificar seus serviços. Se os seus custos têm aumentado regularmente, você pode olhar mais de perto suas operações e descobrir maneiras de reduzir suas despesas operacionais.

4.4.1 Como criar uma Demonstração de Resultados

• Como negociante, você deve preparar uma demonstração de resultados no final de cada mês. A regra é simples para

determinar o lucro ou perda é esta equação abaixo:

• • Resultados = Receitas – DespesasResultados = Receitas – Despesas

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RENDIMENTOS

RESULTADOLÍQUIDO

GASTO

RESULT. LÍQUIDO = REDIMENTOS - GASTOS

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

É necessário definir cada elemento separadamente que compõe o resultado líquido, o lucro do negócio para melhor entender como

é que chega ao lucro e sobretudo qual deve ser o comportamento de cada elemento ao longo do mês.

4.4.2 ReceitasEntrada de recursos financeiros, geralmente proveniente da venda de bens ou serviços. Uma característica da receita é produzir recursos que se forem maiores que as despesas, gerarão o lucro da empresa. Exemplo: venda de frangos, de feijão bóer, de milho ou farinha de milho, de pescado, venda de serviços dormidas), descontos obtidos (nas compras de matéria prima ou mercadoria para revenda), juros

Exemplo

a) A receita de 21,000.00 MT pela venda de 300quilogramas de Mel;b) As receitas de 4,800.00 MT e 12,000.00 MT pela venda de refeições e três dormidas respectivamente;

A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas quanto ganhos. A receita surge no decurso das actividades normais da entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, aluguéis.Ganhos representam outros valores que se

recebidos, etc. Resumindo, é somente através das receitas que a empresa obtém lucro. As receitas são variações positivas do património líquido (elementos positivos do património). Podem ser obtidas através de comercialização, industrialização, prestação de serviços, dentre outras formas, portanto ao longo da cadeia de valor, todas actividades podem produzir uma certa receita.

enquadram na definição de receita e podem ou não surgir no decurso das actividades normais da entidade, representando aumentos nos benefícios económicos e, como tais, não diferem, em natureza, das receitas.Ganhos incluem valores, por exemplo, aqueles que resultam da venda de activos não circulantes. A definição de receita também inclui ganhos não realizados. Por exemplo, os que resultam da reavaliação de títulos e valores mobiliários negociáveis e os que resultam de aumentos no valor contábil de activos de longo prazo.

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4.4.3 DespesasCaracterizada pelo consumo de bens ou serviços, ou ainda, pela saída de recursos financeiros sem aumento do património ou aquisição de um bem para consumo rápido, geralmente durante o exercício. As despesas ocorrem a todo o momento e são comuns na empresa. Exemplos: água, luz, telefone, salário do mês, depreciação (perda do valor de um bem em virtude de seu uso), propaganda e publicidade, combustível, correio, aluguer, material de expediente, material de limpeza, manutenção de imóvel, impostos sobre as vendas, descontos concedidos, comissões de funcionários, etc. Resumindo, sempre haverá uma despesa quando for preciso desembolsar recurso financeiro, mesmo que não seja à vista, sem obtenção de um bem ou direito que aumentem os valores positivos da empresa. A definição de despesas abrange tanto as perdas quanto as despesas propriamente ditas que surgem no decurso das actividades normais do empreendimento. As despesas, são originadas por exemplo, pelo custo das vendas (todas

Exemplo

1. Despesa de 1000 MT na compra de credelec;2. Despesa de 500 MT na compra de uma recarga;3. Despesa de 2,800.00 MT no pagamento adiantado do salário do motorista;

as despesas que tornam as vendas possíveis tas como transporte para os mercados ou comissões pagas aos vendedores), salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de desembolso ou redução de activos como caixa e equivalentes de caixa, estoques e activo imobilizado.Perdas representam outras vicissitudes que se enquadram na definição de despesas e podem ou não surgir no decurso das actividades usuais da entidade, representando decréscimosnos benefícios económicos e, como tais, não diferem, em natureza, das demais despesas.Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e inundações, assim como as que decorrem da venda de activos não circulantes. A definição de despesas também inclui as perdas não realizadas. Por exemplo, as que surgem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de moeda estrangeira com relação aos empréstimos da entidade a pagar em tal moeda.

4. Despesa de 19,000.00 na compra de 100 galinhas;5. Despesa de 4,750.00 MT na compra de 25 frangos;

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32Manual de Gestão de Negócios e Financeira

05 GESTÃO FINANCEIRA

Cada empreendimento lida com o dinheiro para pagar as despesas, comprar equipamentos e stocks. Os empreendimentos comunitários também lidam com dinheiro quando elas vendem seus produtos (frangos, ovos, hortícolas, pescado, milho ou feijão bóer) e serviços (dormidas nas estâncias turísticas, guia turísticas). Essas transacções são em dinheiro ou a crédito como já vimos antes. Gestão financeira envolveria, portanto, gravar actividades de negócios que sejam de natureza financeira (contabilidade), organizar e resumir esses dados e apresentá-los em relatórios para uso pelas partes interessadas (investidores, co-proprietários, credores, fornecedores etc). O primeiro e mais importante usuário destas informações é o dono ou os donos (associação

ou cooperativa comunitária) do negócio ou empreendimento.

O objectivo da gestão financeira é ajudar na tomada de decisões sobre questões de rentabilidade (lucro onde as receitas são maiores que as despesas), investimento (os projectos escolhidos com um plano de negócios), gestão de tesouraria (de recebimentos e pagamentos), preços e outros aspectos do desempenho do negócio. O custo de fazer decisões erradas é alto e em muitos casos leva ao insucesso empresarial (o negócio pode fechar por acumular maus resultados). A gestão financeira ajuda a reduzir os erros na tomada de decisões e aumenta a eficácia da gestão (tomada dadecisão certa).

Fluxo de caixa5.1

Este é um dos primeiros documentos da gestão financeira, sobretudo de negócios de pequena e média escala. Um plano de fluxo de caixa ou demonstrativo mostra quanto dinheiro você pode esperar fluir para o seu negócio (recebimentos de caixa) e quanto dinheiro você pode esperar fluir para fora do seu negócio (os pagamentos em dinheiro) durante um determinado período de tempo. O fluxo de caixa difere -se do controlo de caixa porque o primeiro é uma projecção daquilo que pode se esperar do negócio (é uma parte componente importante do plano de negócios) e o segundo é controlo diário dos movimentos de dinheiro. Conhecendo quanto dinheiro você pode esperar entrar no seu negócio é fundamental para projectar o quanto você pode realmente pagar e reabastecer seu estoque, se você vai ter fundos suficientes para fazer investimentos adicionais, se você será capaz de cobrir todos seus custosoperacionais, etc.

Um plano de fluxo de caixa é uma parte essencial de um negócio e a maioria das pessoas de negócios já fazem esse tipo de planeamento, seja formal ou informalmente (a projecção de vendas mensais e de pagamento de salários mensais já é um exemplo de fluxo de caixa). Formalmente escrevendo suas projecções, com o tempo você aprenderá a cometer menos erros com suas projecções, ter um melhor registo das suas expectativas e se o seu negócio realmente preenche estas expectativas, e você será capaz de ver seu negócio através de uma lente maior do que puramente em uma base diária ou mensal. Ver um cenário maior permite que você faça decisões inteligentes no futuro. Por exemplo, você pode projectar quando fazer aumentos de capital (para aumentar as quantidades vendidas ou produzidas), ou se existem certos produtosem stocks que você poderia comprar

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em grandes quantidades para poupar dinheiro (aproveitar alguma promoção), ou se você deve manter o stock mínimo e reabastecê-lo

regularmente para maximizar seu fluxo de caixa e assim por diante.

5.1.1 Como fazer um Plano de Fluxo de Caixa?Quando você estiver fazendo seu plano de fluxo de caixa, você vai olhar para todas as fontes de dinheiro que vem para o negócio e comparar com todas as fontes de dinheiro que saem do negócio. É útil fazer um plano de fluxo de caixa usando meses como sua unidade de tempo.

Para fazer um plano de fluxo de caixa você precisa estimar Dinheiro que irá entrar e Dinheiro que irá sair da seguinte forma:

ENTRADA DE DINHEIRO

a) Dinheiro no início do mês: Este é o dinheiro que sobrou no seu negócio a partir do mês anterior. Você tem esse dinheiro na sua conta do banco ou no caixa de dinheiro no início do mês. Portanto, é transportado de um mês para o outro. b) Entrada de Dinheiro das vendas: Este é o dinheiro da venda de mercadorias e serviços no seu negócio. Vendas totais = Número de

produtos e serviços vendidos X Preço dos serviços e produtos. c) Dinheiro do proprietário: Este é o dinheiro contribuído pelo proprietário do negócio (em associações comunitárias, esse é o valor de co-participação de negócios), o valor disponibilizado pelas autoridades dos 20% pode ser considerado nessa rubrica. d) Dinheiro de devedores: Este é o dinheiro daqueles que devem dinheiro ao seu negócio. Comumente, estes serão pagamentos em dinheiro a serem efectuados por clientes de vendas anteriores a crédito, todas vendas a crédito serão pagas em dinheiro no período acordado.e) Empréstimo de dinheiro recebido: refere-se ao dinheiro que é emprestado para o seu negócio. Empréstimos precisarão ser pagos pelo negócio. Nesta categoria, são registados todos valores recebidos a título de empréstimo/credito (dinheiro de micro finanças, valor recebido de xitique aplicado no negócio, etc).

TOTAL DE ENTRADA DE DINHEIRO: Total de entrada de dinheiro = a+b+c+d+e

SAÍDAS DE DINHEIRO

a) Saída de Dinheiro por custos de materiais: são os custos de todos os materiais utilizados na prestação dos seus serviços, tais como stocks para revenda. Custo material = Quantidade utilizada X Custo de cada unidade utilizada (matéria prima tais como sementes, combustível usados nos barcos a motor).b) Saída de Dinheiro pelos custos de trabalho: Este é todo o dinheiro que sua empresa gasta em salários e ordenados das pessoas directamente empenhadas em oferecer os serviços, por exemplo, o salário de um assistente de loja ou da senhora que cuida dos pintos ou da hortas na machamba e o subsidio do guarda do armazém dos produtos ou mesmo o salário do motorista da camioneta.

c) Saída de Dinheiro por outros custos: são todos os outros custos que você precisa para gerir um negócio. Isso inclui aluguer para edifícios, electricidade, água, secretários, juros sobre empréstimos, impostos, despesas com as peças dos barcos, dinheiro gasto na medicação dos pintos ou na compra de gás para aquecedores a gás.d) Saída de Dinheiro para investimentos planificados: refere-se ao dinheiro que você vai gastar para construir um novo espaço ou compra de equipamentos e mobiliário para expandir o seu negócio. No exemplo da estância turística pode ser o dinheiro gasto para aumentar mais quartos.e) Capital do empréstimo reembolsado: refere-se ao dinheiro que você estará pagando de volta cada mês para pagar o dinheiro emprestado a você.

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5.2.1 Decisões de investimentoInvestimento para uma empresa, consiste em comprometer capital, sob diversas formas de modo durável, na esperança de manter ou melhorar sua situação. Os investimentos para qualquer organizaçãosãofundamentais, pois proporcionam o crescimento do seu nível de operações e geram resultados por váriosexercícios económicos.As decisões de investimento nas empresas estão voltadas para a maximização dos lucros, para trazer riqueza para os seus proprietários.No caso de empreendimentos comunitários,

TOTAL DE SAÍDA DE DINHEIRO: refere-se à soma de a+b+c+d+e+f+g

f) Juros do empréstimo reembolsado: refere-se ao custo do empréstimo que você estará pagando todo mês para o indivíduo ou instituição que lhe emprestou o dinheiro. Isto é pago com base na quantidade de dinheiro que você recebeu como um empréstimo.

g) Outros dinheiros: refere-se a qualquer outro dinheiro pago para fora do seu negócio (saída de dinheiro), que não se enquadre nas categorias acima. Os exemplos aqui poderiam ser Encargos de Associações, taxas de treinamento e poupança, taxas de estacionamento, portagens.

As principais características do fluxo de caixa são:

• Planeamento e controle das entradas e saídas financeiras em período determinado (saber com alguma precisão quando o negócio espera receber dinheiro e quando espera gastar).

• Avaliação das actuais condições de recebimentos e pagamentos no período (quais são os prazos de recebimentos e pagamentos?!);

• Prognostico para evitar que a organização opere com aperto ou folgafinanceira no período (um dos objectivos principais de gestão de fluxo de caixa, nunca deve faltar dinheiro quando este é necessário ou o empreendimento não deve ficar “sentado” em cima de dinheiro sem fazer nada).

• Estudo das melhores políticas de prazos

para os recebimentos e pagamentos (regra geral: deve se estabelecer um prazo de recebimento mais curto que de pagamentos).

• Conveniência de comprometer os recursos disponíveis.

• Fixação de um nível de caixa (fundo de maneio fixo).

O fluxo de caixa torna-se um instrumento importante porque possibilita uma boa gestão dos recursos financeiros, evitando situações de insolvência (falhar pagamento de fornecedores ou de uma despesa importante como ficar sem credelec) ou falta de liquidez (falta de dinheiro no banco ou na caixa); permite o conhecimento do grau de independência financeira das organizações; e viabiliza, ainda, a avaliaçãoda capacidade da organização de financiar o seu capital de giro (financiar o ciclo produtivo) ou depender de recursos externos.

Investimento5.2

trazer lucros em jeito de renda sustentável para a comunidade torná-lo independente e participativo na vida empresarial da sua localidade. Já nas cooperativas onde reúna o associativismo, oobjectivo principal é aumentar o bem-estar do seu quadro de membros, por isso as decisões de investimento precisam ser muito bem analisadas, para que possam satisfazer tanto seus associados, através da prestação de serviços e geração de renda excendentária, quanto as necessidades da cooperativa.

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• As decisões de investimento, tecnicamente denominadas de orçamento decapital, consistem em um processo para avaliar e seleccionar investimentos, alongo prazo, que sejam coerentes com o objectivo da empresa de maximizara riqueza de seus proprietários.

As organizações realizam investimentos motivadas pelas mais diversas razões, entre as quais podem ser citadas:

• Substituição de activos obsoletos (maquinaria em avançado estado de degradação);

• Aquisição de activos para expansão com novos produtos ou em novosmercados.

• Aquisição de outra empresa (um empreendimento comunitário pode adquirir um hotel cujo proprietário está a enfrentar dificuldades).

• Cumprimento de exigências legais (no caso

de empresas que constroem escolas);• Atendimento de demandas de

grupos de interesse (fornecedores, clientes,colaboradores, entre outros).

• Cumprimento de normas ambientais (investir em filtros ambientais ou plantio de arvores de substituição);

• Aumento da eficiência das operações (exemplo de uso de barcos a motor que permite aumentar área de captura do pescado);

A decisão típica de orçamento de capital (investimento) envolve um investimento inicial substancial, seguido de uma série de entradas de caixas menores.Uma vez que normalmente envolvem um volume maior de recursos e são difíceis custos de serem revertidas, decisões incorrectas em relação ao orçamento de capital podem levar, em última instância, à dissolução da empresa (falência).

5.2.2 Etapas do processo de orçamento de capitalO processo de avaliação de investimentos inicia-se com a colecta de informações relevantes, para avaliar os custos e os benefícios de sua implementação, assim como a criação de uma estratégiaóptima, para a implementação do projecto ao longo do tempo.

O processo de orçamento de capital envolve um conjunto de etapas:

• Geração de propostas - consiste na geração das propostas de investimento que podem ser feitas a todos os níveis da organização. Entretanto, os projectos mais dispendiosos passam por níveis superiores da hierarquia da empresa (um conselho na comunidade avalia qual projecto tem maior retorno em termos de geração de renda; investir em gado caprino ou na criação de frangos?!). Um número significativo de propostas é gerado com o intuito de ter várias opções disponíveis.

• Discussão e análise - Consistem em avaliar os pontos positivos e negativos do investimento. Os custos e benefíciospropostos são estimados e então

convertidos em uma serie de fluxos de caixa relevantes (para tomada de decisão), aos quais várias técnicas de orçamento de capital são aplicadas, para conferir a rentabilidade do investimento. Alem disso, os vários aspectos de risco a proposta são incorporados a análiseeconómica (lucro esperado depois de subtrair os custos dos benefícios e comparar qual dos dois; o projecto de caprinos ou de frangos tem potencial de dar maior retorno);

• Tomada de decisão - uma vez concluída a análiseeconómica, um relatório sintético, frequentemente com uma recomendação, é submetido aos responsáveis (ao conselho comunitário por exemplo), para a tomada de decisões. A dimensão do desembolso e a importância dos gastos de capital determinam em qual nívelhierárquico da empresa ou empreendimento comunitário a decisãoserá tomada.

• Implementação - consiste em implementar o projecto de investimento (por exemplo, se tiver sido aprovado ao nível comunitário o projecto de frangos depois será submetido à um comité de gestão para a sua avaliação. Uma vez aprovado pelo comité,

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com recursos necessários já disponíveis segue se a fase de implementação);

• Acompanhamento - envolve a monitoria dos resultados durante a fase operacional do projecto, isto é, a comparação entre os resultados reais obtidos com a implementação do projecto, em termos de custos benefícios, e os valores estimados

na fase de análise do projecto.Uma das etapas mais importantes do processo de orçamentação de capital é a discussão e análise, a qual passa por um estudo da viabilidade económico-financeira do projecto de investimento. A viabilidade é determinada sobre o fluxo de caixaestimado associado ao investimento.

5.2.3 Componentes do investimento Para fazer um investimento que atenda

a suas necessidades, é importante que você conheça as três características dos investimentos: liquidez, risco (oposto de segurança) e rentabilidade.

Liquidez: refere-se à capacidade de um empreendimento ou investimento ser transformado em dinheiro, a qualquer momento e por um preço justo. Por exemplo, o activo mais líquido que existe é o próprio dinheiro. Dinheiro na conta bancária tem menos liquidez porque leva algum tempo para levantar, entretanto tem mais liquidez que uma conta a prazo (poupança). Já os imóveis, por exemplo, podem levar muito tempo para serem vendidos, sendo considerados investimentos de baixa liquidez.

Risco: é a probabilidade de ocorrência de perdas. Quanto maior o risco, maior a probabilidade de o investidor incorrer em perdas. Dependendo do investimento, podemos ganhar ou perder

5.2.4 Objectivos do investimentoO que você pretende fazer com o seu dinheiro? Pagar uma faculdade? Comprar um carro? Comprar uma casa própria? Saber como você pretende utilizar seu dinheiro no futuro é um passo importante para a escolha do tipo de investimento.Definido o seu objectivo, fica mais fácil saber em quanto tempo você vai precisar dele, ou seja, sua necessidade de liquidez. Se o objectivo é comprar uma casa, e se você está apenas começando a formar sua poupança, então provavelmente serão necessários alguns anos para que consiga juntar o dinheiro. Por outro

pequenos ou grandes valores. Exemplos de investimentos de menor risco são a conta poupança e osbilhetes de tesouro, desde que você fique de posse do título e o desconte na data de seu vencimento. Exemplos de maior risco são investimentos numa zona de instabilidade ou propenso a inundações em caso de chuva.

Rentabilidade: é o retorno, o lucro, a melhoria do património líquido resultante do investimento, a remuneração do investimento. Quando fazemos um investimento, temos uma expectativa de rentabilidade que pode se concretizar ou não. Em geral, quanto maior a rentabilidade prometida, maior o risco de perder a quantia aplicada. O risco e a rentabilidade normalmente estão relacionados, as vezes onde há maior risco, é onde há maior retorno.Então, antes de escolher, compare a rentabilidade prometida com a média do mercado e desconfie de promessas muito boas.

lado, se o objectivo é uma viagem daqui a seis meses, então você precisa de investimentos de maior liquidez e provavelmente não vai tolerar investimentos com alta volatilidade (maior risco) que possam colocar em risco os seus objectivos.O horizonte de aplicação é um factor decisivo na definição do investimento mais apropriado, pois o tempo em que o recurso ficará aplicado poderá influenciar na rentabilidade e até na tributação. Na secção sobre a poupança iremos ver os diferentes tipos de aplicação de poupança.

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Fontes de financiamento e custo de dinheiro5.3

O capital de uma empresa está todo investido no activo, com o objectivo de gerar retornos adequados. Esse capital é fornecido pelos proprietários (sócios) e por terceiros. Portanto, as duas principais fontes de financiamento das actividades das organizações constituem os recursos próprios (poupanças dos sócios ou co-investidores) e os recursos de terceiros (empréstimos bancários, compras a prazo).

A utilização de recursos de terceiros é

necessária uma vez que as empresas, muitas vezes, não possuem capital próprio para investir em um dado projecto e as oportunidades não esperarão que a empresa poupe o suficiente para investir.

Como consequência, as empresas terão que lançar mão de empréstimos. Às vezes precisa se de dinheiro para expandir o negócio em resposta a uma oportunidade de negócio.

Exemplo

Recorrendo ao exemplo de exportador de Metuge de Mel que agora quer 600quilogramas de Mel contra as 300 kgs. O empreendimento constituído pela dona Sandra, dona Maria e dona Tânia não tem essas quantidades disponíveis, a sua produção máxima conjunta é de 400quilogramas (tem 100quilogramas extra). O que fazer? Elas não querem perder o cliente. Elas identificam uma cooperativa de produtores de Mel no distrito de Quissanga que pode fornecer 200quilogramas ao preço unitário de 60.00 meticais na condição de pronto pagamento. Elas não têm nenhuma poupança disponível senão recorrer a um empréstimo bancário a uma taxa de juro de 10% para o prazo de um mês (o exportador efectua pagamento em duas a três semanas apos inspeccionar o produto).

Existe uma outra opção de comprar 20 toneladas a crédito no distrito de Ancuabe ao preço unitário de 65.00 por quilograma pagável em 30 dias.

NB: nas duas situações, elas terão de recorrer a capitais alheios.

Qual é a melhor opção?O objectivo delas é maximizar o lucro: 200 X

70.00 = 14,000.00 (o valor de uma das opção: o menor custo).

1) Opção: elas precisam de: 60.00 X 200 = 12,000.00; o banco cobra 10% (taxa de juro; o custo de dinheiro; preço de dinheiro).

10% de 12,000.00 é igual a: 1,200.00 (é o preço a pagar pelos 12,000.00 para devolver dentro de um mês).

Lucro da opção 1: 14,000.00 (200 X 70.00) – 13,200.00 (12,000.00 + 1,200.00) = 800.00.

2) Opção: compram 200quilogramas no Ancuabe: 200 X 65.00 =13,000.00 logo, o lucro na segunda opção: 14,000.00 -13,000.00 = 1,000.00.

Qual é a melhor opção? Com maior retorno e menor custo? É a segunda porque 1,000.00> 800.00.Os recursos de terceiros podem ser de curto ou longo prazo, conforme o prazo de exigibilidade.

No limite, pode-se dizer que há três fontes de financiamento: capital próprio, capital de terceiros de longo prazo e capital de terceiros de curto prazo. Cada fonte de financiamento possui um custo de contratação associado.

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Manual de Gestão de Negócios e Financeira 38

Métodos de avaliação económica de investimentos

5.4

5.4.1 Técnicas de análise de investimentoAs técnicas de análise de investimento ou técnicas de orçamento de capital consistem em métodos utilizados para a avaliação da viabilidade de projectosde investimento.

Os principais métodos de avaliação de projectos são:

• Prazo de retorno ou Payback (PB) e Payback Descontado (PBD).

5.4.2 Prazo de retorno ou PaybackÉ o período necessário para a empresa recuperar seu investimento inicial em um projecto, a partir das entradas de caixa.Para calcular, basta acumular as entradas de caixa até que se atinja o valor do investimento

5.4.3 Valor Presente LíquidoDiferentemente do payback, o Valor Presente Líquido (VPL) é um critério que considera explicitamente o valor do dinheiro no tempo.

5.4.4 Taxa Interna de RetornoA Taxa Interna de Retorno (TIR) é definida como a taxa de desconto queé igual ao valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial, ou seja, é a taxa de desconto que faz o valor presente líquido ser igual a zero.A TIR, apesar de ser mais difícil de calcular a mão que o VPL, é a técnica sofisticada mais

5.4.5 Custo médio ponderado de capitalOs empreendimentos comunitários precisam de financiar seus investimentos, seja através de capital próprio dos sócios existentes ou membros da comunidade, seja através de capital obtido de novos associados, ou ainda através de intermediários financeiros (bancos, agiotas). Da composição percentual de cada

• Valor Presente Líquido (VPL).• Taxa Interna de Retorno (TIR).• Custo médio ponderado de capital

• Vamos apenas definir a título ilustrativo, mas não é objecto desse manual discutir os cálculos mais detalhados de cada um dos métodos acima. O exemplo anterior mostra como se avaliam opções de investimento olhando para o retorno versus custo de capital (ex: taxa de juro).

inicial. Se as entradas de caixa forem constantes, pode-se calcular o payback dividindo o valor do investimento pelo valor da entrada de caixa.

Desconta os fluxos de caixa da empresa ao custo de oportunidade, que se refere ao retorno mínimo que deve ser obtido por um projecto.

usada para a avaliação de alternativas de investimentos.Se o VPL for maior que zero, a empresa obterá um retorno maior do que seu custo de capital. Com isso, estaria aumentando o seu valor de mercado e, consequentemente, a riqueza dos proprietários.

fonte de financiamento e de seus custos, surge o custo médio ponderado de capital.

O custo de capital de terceiros é o retorno que os emprestadores exigem pelos seus recursos.

O custo do capital próprio é o retorno que os proprietários (associados) exigem pela sua

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participação no financiamento permanente da cooperativa ou empreendimento.

De maneira geral, a empresa busca uma estrutura de capital adequada que maximize a riqueza dos proprietários. É comum encontrar na estrutura de capital das empresas os mais diversos tipos de fontes de financiamento. Para encontrarmos o custo de capital da empresa, temos que calcular o custo de capital médio ponderado dos custos de todas as fontes de financiamento.Dessa forma, constata-se uma relação entre as decisões de financiamento e as decisões de investimento, e o custo de capital estabelece de forma directa esta vinculação. Se o custo de capital for muito elevado, reduzirá o conjunto de projectos possíveis de serem investidos, uma vez que apenas os de maior retorno (acima do elevado custo de capital) poderão

ser cogitados. Por outro lado, se o custo de capital for baixo, ampliam-se as possibilidades de investimento para a empresa.

Poupança5.5

É uma parte do dinheiro que não é gasto no período em que é recebido, que é guardado para ser usado num momento futuro. Portanto, poupar significa guardar dinheiro ou produto de lado, pouco a pouco, duma forma segura até obter fixada para um uso futuro, hoje pode-se ter mais do que se precisa e amanhã ter-se

menos. Poupança é um tipo de investimento onde recursos são guardados para uso futuro. Às vezes, é mesmo para lidar com a incerteza sobre o futuro tais como: pagar despesas que tem a ver com a saúde, educação ou investir em projectos com maior retorno.

5.5.1 A poupança e o consumoO consumo é a aplicação imediata do rendimento na aquisição de bens e serviços. Pode ser entendido como a quantidade de dinheiro gasta num determinado bem ou serviços, como consumo de energia ou combustível.A poupança é a parte do rendimento que não foi gasta no consumo, como a parte do dinheiro que guardamos em casa, no banco ou tiramos no xitique familiar ou do grupo.

5.5.2 Por que poupar?Ao poupar, você acumula valores financeiros no presente para serem utilizados no futuro. Os valores poupados no presente e investidos durante um, dois ou mais anos poderão fazer

A poupança é uma fonte de riqueza para qualquer pessoa, família, empresa, comunidade ou país. É uma maneira de construir património, requer sacrifícios presentes no consumo familiar, da comunidade ou do empreendimento. Qualquer pessoa a qualquer momento pode poupar, desde que tenha rendimento e algum valor remanescente que não o queira utilizar para fazer face as despesas fixas e queira atingir um objectivo.

uma diferença significativa na qualidade de vida do poupador no futuro.Assim, são vários os motivos para poupar: precaver-se diante de situações inesperadas, preparar para aposentar-se, realizar sonhos

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5.5.3 A importância da poupançaA poupança permite: Aumentar a capacidade de enfrentar situações imprevistas (por exemplo, a entrada numa situação de desemprego ou um aumento inesperado das despesas

5.5.4 Tipos de poupança

5.5.5 Aplicação da poupança

em resultado de uma situação de doença ou acidente). Satisfazer necessidades de consumo no futuro (por exemplo, a compra de casa, a compra de um carro ou a poupança para a reforma).

etc. Apresentamos neste manual algumas estratégias para que você atinja seu objectivo de poupar. Entre elas, falamos da importância de elaborar um orçamento, de ser um

consumidor consciente, de utilizar o crédito de forma responsável e os juros a seu favor. Trata-se de estabelecer prioridades. Ao fazer isso, torna-se muito mais fácil incorporar o hábito de poupar.

Podemos considerar dois tipos de poupanças: formal e informal.

Poupança informal é a forma mais comum nas famílias, comunidades, nas zonas urbanas. Tem a vantagem de ser de fácil acesso ao dinheiro poupado, sem burocracias pois não envolve instituições formais de crédito como bancos ou microfinanças. São exemplos desse tipo de poupanças, as xitiques familiares, entre amigos ou colegas ou nas comunidades. A maior desvantagem desse tipo de poupança é que o

valor não rende juros, portanto, não cresce com o tempo.

Poupança formal é aquela que é feita com recurso à uma instituição de crédito/poupança, um banco ou uma instituição de microfinanças. Tem a vantagem de ser considerada segura, rende taxas de juros, portanto o valor cresce com o tempo. A vantagem é ser de difícil acesso ao dinheiro, exige depósitos mínimos e não é acessível para todos, como por exemplo comunidades rurais. Exemplo deste tipo de poupança são depósitos a prazo nos bancos.

A aplicação mais comum da poupança é o investimento,que consiste na aplicação dos recursos poupados, com a expectativa

de obtermos uma remuneração por essa aplicação.

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TRIBUTAÇÃO EM MOÇAMBIQUE06

Os impostos são importantes sobretudo, para os pequenos e médios empreendimentos, como é o caso dos empreendimentos comunitários.

Assim sendo, o sistema tributário moçambicano integra impostos directos e indirecto, actuando a diversos níveis e subdividem-se em:

a) IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES – IRPSEste é o imposto pago pelos trabalhadores e incide sobre o valor anual dos rendimentos, embora deduzido mensalmente na fonte pela entidade empregadora. Os empreendimentos comunitários, que empregam trabalhadores que tenham salários anuais acima de 200,000.00 MZN poderão ser sujeitos a retenção dos impostos mensais dos trabalhadores e a respectiva canalização para Autoridade Tributaria. Geralmente, maior parte dos empreendimentos comunitários não estão abrangidos por não ter trabalhadores que estejam a auferir um salário igual.

b) CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURANÇA SOCIAL- INSSEsta contribuição, incide sobre o salário base, bónus, comissões e outras prestações de natureza análoga atribuídos com carácter

de regularidade, e gratificação da direcção. A taxa mensal é de 7% sendo 4% pago pelo empregador 3% pelo trabalhador. Recomenda-se a inscrição dos colaboradores, incluindo os proprietários dos empreendimentos mesmo que os rendimentos estejam abaixo do valor acima (do IRPS) devido ao caracter social para além de obrigatoriedade.

c) IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS COLECTIVAS - IRPCEste imposto é pago pelas empresas (médias e grandes) uma taxa anual de 32% sobre o lucro obtido. Existem outras taxas de acordo com o sector, entretanto a taxa geralmente aplicada a maioria dos empreendimentos é de 32%. Poucos são os empreendimentos comunitários nesta categoria de empresas pelo facto de a maioria ter uma baixa facturação anual. O governo criou para esses empreendimentos um imposto simplificado.

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d) IMPOSTO SIMPLIFICADO PARA PEQUENOS CONTRIBUINTES- ISPC O ISPC incide sobre as pessoas colectivas e singulares que exerçam actividades agrícolas, industriais ou comerciais de pequena dimensão, incluindo prestação de serviços, cujo volume de negócios seja igual ou inferior a 2.500.000,00 MZM por ano. Existem duas modalidades de pagamento uma delas que é o pagamento de 75.000 MZM por ano e outra o pagamento de 3% sobre o volume anual de negócios. Estas modalidades de tributação constituem a porta de entrada de empreendimentos comunitários nos impostos e com o crescimento (quando ultrapassam o valor de facturação anual de 2.500.000.00) passam para o regime normal de IRPC e do IVA.

e) IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO- (IVA)O sistema tributário moçambicano, impõe que o pagamento dos impostos deve ser efectuado por todos cidadãos, independentemente do estado e da condição social. Trata-se do sistema de impostos que incidem sobre as despesas, que compreende o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA). O IVA paga-se durante as transmissões de bens e prestações de serviços efectuadas no território nacional, bem como na importação de bens. A taxa aplicável ao IVA é única, de 17%. Aqui os empreendimentos comunitários no regime de ISPC são considerados como consumidores finais.

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07 ANEXOS

• Anexo A- Questões para o Estudo de Viabilidade para o Plano de Negócios

• Anexo B- Estrutura de Plano de Negócios• Anexo C- Fundo de Caixa• Anexo D- Resumo de Despesa• Anexo E- Controlo Orçamental• Anexo F- Fluxo de Caixa

• Anexo G- Controle de Stocks• Anexo H- Controlo Bancário• Anexo I- Controle de Caixa• Anexo J- Mapa de Reconciliação Bancária• Anexo K- Diário de Bancos• Anexo L- Orçamento Inicial• Anexo M- Orçamento Operacional

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08 REFERÊNCIAS

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MANUAL DE GESTÃO DE NEGÓCIOS E FINANCEIRA PARA AS COMUNIDADES

MECANISMO DE DOAÇÃODEDICADO ÁS COMUNIDADES LOCAIS