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Por Mara Luquet e Andrea Assef Ilustrações Ivan Eric Szulc Meninas normais casam... Meninas iradas investem na relação www.saraivauni.com.br

Meninas normais se casam...Meninas iradas investem na relação

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Por Mara Luquet e Andrea Assef

Ilustrações Ivan Eric Szulc

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www.saraivauni.com.br

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Projeto gráfi co e capa

Coordenação editorial

Andrea Assef

Mara Luquet

Editora Letras&Lucros

Telefone: (0XX11) 3813-8464

E-mail: [email protected]

ISBN 978-85-02-08187-1

Copyright © Mara Luquet e Andrea Assef2009 Editora Saraiva e Editora Letras & Lucros

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Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Saraiva.A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

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Diretora editorial: Flávia Helena Dante Alves BravinGerente editorial: Marcio CoelhoEditoras: Rita de Cássia da Silva Juliana Rodrigues de QueirozProdução editorial: Viviane Rodrigues NepomucenoSuporte editorial: Rosana Peroni FazolariAquisições: Gisele Folha MósArte e produção: Know-how EditorialIlustrador: Ivan Eric Szulc

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE — SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

L987m

Luquet, MaraMeninas normais casam... meninas iradas investem na relação / por Mara Luquet e Andrea Assef ; ilustrações Ivan Eric Szulc. - São Paulo : Saraiva : Letras & Lucros, 2009.Inclui bibliografi aISBN 978-85-02-08187-1

1. Casamento - Aspectos econômicos. 2. Pessoas casadas - Finanças pessoais. 3. Orçamento familiar. I. Assef, Andrea. II. Título.

09-1133. CDD: 332.0240208655 CDU: 330.567.2-058.833

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PrefácioEste é um livro sobre casamentos. Tem capítulo so-

bre festa, sobre relação com a família e muito mais. No entanto, o ângulo é sempre fi nanceiro. Sabe por quê? Porque somos péssimas em organizar festas, não somos exatamente um ponto de referência quando se trata de elegância e bons costumes sociais. Se é isso o que vocês procuram, farão melhor negócio deixando este livro no balcão e procurando alguém com melho-res referências nessa área, como a Glorinha Kalil, que achamos chiquérrima.

Entretanto, embora ser chic seja fundamental, e nós adoramos a Glorinha, para conseguir que seu ca-sa mento não naufrague na deselegância fi nanceira, é essencial que ele esteja amparado por um modelo sus tentável em todos os ângulos. E o relacionamento com o dinheiro talvez seja o maior pilar de susten-tação, porque é aquele em que há maior tabu. Pes-quisas mos tram que os casais falam pouco ou nada sobre di nheiro, e a percepção que um tem do outro em rela ção à situação fi nanceira em geral está total-mente errada.

A receita não é ter muito ou pouco dinheiro para um casamento bem-sucedido, mas fundamentalmente

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saber lidar com os desafi os fi nanceiros que vão surgir ao longo do caminho.

Conhecemos bem as agruras fi nanceiras que envol-vem a vida de um casal e, por isso, nos aventuramos a escrever este livro. Nossa organização fi nanceira ain da está longe de ser a ideal, mas ao longo dos anos apren demos muita coisa. Primeiro, por força da profi ssão, nós duas somos jornalistas econômicas e, em 2004, resolvemos criar uma editora especializada adivinha em quê? Isso aí, fi nanças pessoais.

O segundo motivo é que ambas somos casadas com homens que são verdadeiros ícones de disciplina fi nanceira. É a prova concreta de que o amor vence sem pre no fi nal, porque o choque cultural é enorme. Apren demos com eles noções extremamente relevan-tes de organização fi nanceira que nos ajudaram mui-to e ajudam até hoje.

Já eles aprenderam com a gente a como não sofrer por conta de dinheiro. Afi nal, alguém já disse: “tudo o que o dinheiro resolve não é problema”, portanto, o desafi o é colocar a questão fi nanceira em seu devido lugar.

Gastar demais é um erro? Não tenha dúvida, a ir res-ponsabilidade fi nanceira vai empurrar seu casamen to para verdadeiros abismos.

Mas guardar demais também não é sinal de virtu-de. Você pode perder noites de sono e sofrer com an-siedade e depressão se estiver preocupada apenas em eco nomizar, sem nem ao menos saber por que está guar dando dinheiro.

Co mo em tudo que é bem-sucedido na vida, o se-gredo está no equilíbrio.

Nós dedicamos este livro aos nossos maridos, os quais nos ensinaram e também aprenderam a buscar a exata medida que o dinheiro deve ter em nossas vi das.

Mara Luquet e Andrea Assef

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Capítulo 1 O Casamento da Andrea • 7

Capítulo 2 O Casamento da Mara • 17

Capítulo 3 Enfi m, sós • 29

Capítulo 4 Sua maior rival • 39

Capítulo 5 A minha, a sua, a nossa... conta • 51

Capítulo 6 Família mosaico • 63

Capítulo 7 A vida dos outros • 75

Capítulo 8 Felizes para sempre • 85

Capítulo 9 Até que o dinheiro os separe • 95

Capítulo 10 Bem casados • 107

Casamento com ingresso • 117

Referências • 127

Sumário

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Capítulo 1

O Casamentoda Andrea

No tempo das nossas mães, casamento começava com festa. Para muita gente ainda é assim até hoje. Mas a verdade é que a festa é consequência do casa-mento, e não o contrário. Parece óbvio, não? Con-tudo, na prática, o que vemos são festas primorosas, enquanto casamentos nem tanto. Pior, em muitos ca-sos que já entraram para os anais das celebridades, os preparativos e notícias sobre as núpcias duram mais tempo do que o próprio casamento.

Por isso é que talvez o primeiro passo em direção ao casamento seja fazer uma espécie de amistoso, um treino antes de entrar de vez em campo para o casa-mento propriamente dito. Qualquer coisa entre um ou dois anos já será sufi ciente para você ver o que vem pela frente e certifi car-se de que, sim, esta é a vida que você quer. É claro que isso não é uma garan-tia de que vocês serão felizes para sempre, mas pode ser um sinalizador importante se você deverá ou não ir avante com o investimento na festa.

Além disso, planejar a festa de casamento e cons-truí-la aos poucos e juntos será mais prazeroso do que entregar para os pais de um ou de outro essa tare-fa. Parece mais simples e fácil deixar que seus pais pa guem a conta, não? Errado.

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Este é um empreendimento fi nanceiro que será mui-to construtivo para o relacionamento de vocês. Sabe por quê? Porque quando o assunto é dinheiro, os ca-sais pouco falam, e esse é um erro que pode compro-meter seriamente o sucesso do relacionamento.

Assim, quando nós mesmos colocamos a mão não apenas na massa mas também no bolso, praticamos juntos um dos mais difíceis exercícios em qualquer relacionamento: o fi nanceiro. E prepare-se, pois o desafi o de conciliar as expectativas de cada um de vocês sobre os gastos (ou não) com o casamento será apenas o primeiro desta nova vida. A partir deste mo-mento, tudo terá de ser negociado entre vocês: fi lhos, compra da casa própria, investimentos no futuro. E da maneira mais sustentável possível.

Agora, vamos aos casos práticos e, claro, começar pela história da Andrea, minha parceira neste livro e em tantos outros projetos. Andrea, 41 anos, já tem fi lhas e está casada desde 2004. Na época fez o casa-mento só no civil, não porque tenha restrições à festa. Ao contrário, desde que conheço a Andrea, ela pla-neja a festa de casamento, e olha que isso já tem qua-se duas décadas. Ocorre que para fazer uma festa de casamento, por mais modesta que pareça a princípio,

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você precisa ter dinheiro. Ou melhor, muito dinhei-ro. E este será o primeiro momento em que virá à tona uma diferença básica entre você e seu parceiro quando o assunto for o dinheiro: você abre a carteira com mais facilidade do que ele. Assim, se quiser uma festa de casamento mesmo, prepare-se para assumir a maior fatia desses gastos. Mas isso só será possível se você, além do dinheiro, tiver claro que não é uma questão de amar mais ou menos que o outro; é uma questão de ponto de vista.

Veja o caso da Andrea. Quem sempre sonhou em casar com direito a uma festa inesquecível, cercada por amigos e família, era ela. O marido, bacana e apaixonado, embarcou no sonho dela e fez tudo do jeito que ela queria. Até mais. Quando viu Andrea entrar na igreja, ao som de La vie en rose, ele fi cou mais emocionado do que esperava, com os olhos cheios d’água. Agora, se dependesse dele, o casamen-to seria algo bem mais simples, discreto e... barato. “Um almoço de domingo”, como disse certa vez para o desespero da Andrea. Por isso, tenha certeza de que festa de casamento para você pode signifi car algo muito diferente do que para seu futuro marido. E, principalmente, tenha certeza de que isso não quer

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dizer nada além do fato de vocês terem perspectivas pouco semelhantes em relação ao tema.

Quando pensa em festa de casamento, você lembra de bolo, champanhe, doces, buffet, parentes, amigos, lembrancinhas para cada um deles, um belo vestido etc. Seu marido pensa em qualquer coisa que custe pouco. Portanto, atenção. Não se abale quando ele disser que você exagerou ou que não precisa de fl ores e músicas, num esforço para reduzir o custo. Mante-nha-se calma e com a fi rme certeza de que ele te ama, o problema é que para ele estes são apenas detalhes que custam caro. Agora, se para você não são apenas detalhes, querida, trate de ter o dinheiro para bancar a empreitada.

Como não tinha recursos sufi cientes na época, An-drea casou só no civil para garantir o marido, que, afi nal, vale mais do que qualquer festa, e adiou as comemorações. Sábia decisão! Fazer um evento sem recursos sufi cientes pode criar um estresse já na par-tida de sua relação. Nesse caso, melhor não ter festa. Sabe por quê? Porque quando não temos dinheiro para comprar alguma coisa, nós tomamos crédito. E dívida é tudo o que você não precisa para começar um casamento. Você já terá desafi os sufi cientes pela

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frente para empreender esta grande jornada que é construir uma família. Portanto, esqueça as dívidas. Mas não a festa, se este é seu sonho.

Cada vez mais as pessoas começam primeiro os re-la cio namentos, depois, então, pensam nas comemo-rações. Esse é um comportamento que vem atingindo to das as idades. Veja, por exemplo, o depoimento da jovem Maria Cláudia, no último capítulo, sobre co mo está construindo a própria festa e o relacionamen to, que começou em 2005. É uma decisão mais madu ra e que fortalece mais o relacionamento do que o in verso.

Foi em 2008 que a Andrea decidiu então realizar o sonho da festa de casamento. Parece antiquado? Muito antiquado, não é? Eu mesma pensava assim até me casar, e com isso lá se vão dez anos. É um erro comum. Casar é o maior barato, e fazer festa também é uma experiência muito legal!

A Andrea fez um “combo”, um casamento e dois batizados. Aproveitou a festa, o padre, a igreja e resol-veu tudo numa tacada só. Além de casar, batizou as duas fi lhas menores, Isabel, 3 anos, e Nina, 1 ano. An-drea levou cerca de um ano para costurar a festa, mas o marido foi conhecendo e se integrando ao processo aos poucos. Na verdade, de alguns “detalhes”, como

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o cinegrafi sta e as fl ores na igreja, ele só soube no pró-prio dia. Agora, o sucesso do casamento da An drea pode ser creditado em parte à ajuda de alguns ami gos especiais. Um deles foi o Ivan Fruig, um craque em festas e grandes eventos. Ele e a mulher, Eliani Pra do, são amigos e vizinhos da Andrea. Quando ele sou be que faltavam apenas dois meses para o casamen to e que, apesar de ter reservado igreja e buffet, Andrea não havia pensado em coisas como arranjo de fl ores, cerimonial, música, Ivan veio em socorro da amiga.

A verdade é que Andrea estava dividida entre seu desejo de fazer algo muito bacana e uma certa timi-dez causada, em parte, pela preocupação do marido de que ela transformasse o casamento em um grande evento.

A preocupação dele, aliás, era bastante fundamen-tada, porque foi o que Andrea acabou fazendo. Um evento inesquecível e nem tão caro assim para os pa-drões dos casamentos de hoje em dia. O local da fes ta, por exemplo, foi um achado. O espaço, na Vila Ma-dalena, havia sido criado inicialmente para realizar festas de adolescentes. Acontece que a dona, Mariana Ramos, atirou no que viu e acertou no que não viu. De tão agradável e diferenciado, com comida e bebida

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de primeira linha, o local acabou se transformando em um dos redutos dos casamentos mais charmosos da cidade. Por ser completamente fora do circuito de gran des buffets clássicos para casórios de São Paulo, seus preços não estavam infl acionados pela palavra CASAMENTO, que tem a estranha capacidade de fa-zer qualquer coisa custar 4 vezes, 5 vezes mais.

Na verdade, como ela contou com o charme do inusitado (casar e batizar as fi lhas pequenas ao mes-mo tempo), aproveitou para ousar o máximo que deu e fez um evento único e com a sua cara. E tenha cer-teza de que o fato de fazer algo original pode trazer uma boa redução no seu orçamento, pois você não vai precisar seguir todos os ditames do ritual, ape-nas aqueles que convier ao seu estilo e ao seu bolso. O vestido de Andrea, por exemplo. Faltava um mês para o casamento e ela ainda não tinha sequer expe-rimentado qualquer modelo.

Andrea foi literalmente “arrastada” pelas ami-gas para o ateliê da estilista Emannuelle Junqueira. Quando ela viu o valor e o tempo que se gastava para ter um vestido exclusivo, optou por um dos modelos prontos, que saiu por menos da metade do preço e levou apenas alguns dias para os ajustes.

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Com os sapatos a história foi outra, e ela gastou muito... perna. Um sapato de noiva forrado com o tecido do vestido sairia, em uma loja especializada dos Jardins, por R$ 700,00. Andrea não teve dúvida: partiu para a São Caetano, a popular rua das noivas de São Paulo, e bateu perna até achar um sapato que combinasse com o seu vestido. Preço: R$ 149,00. “Só posso seguir os padrões das noivas enquanto couber no meu bolso e no meu gosto. De resto, vou fazer do meu jeito”, dizia ela. E foi assim mesmo.

Afi nal, em quantos casamentos você já esteve em que no convite os fi lhos mais velhos convidam para o casamento dos pais e o batizado das irmãs? E em que, ao chegar na igreja, você é recebido por uma linda jovem, de cabelo roxo, que lhe entrega os textos da liturgia (aliás, escritos a 6 mãos, pelos noivos e pelo Frei Betto) enquanto a música de fundo é um suave jazz? Emília, a garota dos cabelos roxos, é fi lha da Cacaia, que fez parte da trupe de amigos especiais de Andrea que a ajudaram a empreender esse evento. Enfi m, foi tudo muito emocionante. Andrea estava linda e absolutamente feliz. E o que deixava aque-le momento ainda mais glamoroso é que todos nós conhecíamos aquela família e sabíamos do carinho e amor que a cercava, enfi m, sentimentos que deixam qualquer festa com um sabor todo especial.

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