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Pastor José Antônio dos Santos: um exemplo de fé, liderança e integridade lider da Assembleia de Deus em Alagoas falece aos 83 anos, deixando as marcas de um ministério profícuo e abençoador que não será esquecido “Meus dias penosos são passados. Verei a cabeça que foi coroada de espi nhos, e a face que por minha causa foi cuspida. Eu vivi por fé, mas agora estou indo ao lugar onde viverei por vista, e estarei com Aquele com quem me delei tarei! [...] Recebe-me, Senhor, pois ve nho a ti!” - são essas as últimas palavras proferidas pelo personagem “Cristão”, do clássico O Peregrino, ao adentrar as mansões celestiais. Essa obra, datada do século 17 e de autoria do célebre prega dor batista John Bunyan, era uma das preferidas de um grande peregrino da Cidade Celestial cujo ministério aben çoou um número incontável de pessoas no Brasil e no mundo, e que concluiu a sua brilhante carreira por volta das 10h30 da manhã do dia 24 de julho de 2015: Pastor José Antônio dos Santos, carinhosamente conhecido em todo o Brasil como “Pastor José Neco” ou sim plesmente como “Pastor Neco”. Pastor Neco liderava a Assembleia de Deus em Maceió e a Convenção das As sembleias de Deus em Alagoas (Comadal) há 30 anos. Ele também presidia a União de Ministros das Assembleias de Deus no Nordeste (Umadene) há 12 anos e era considerado uma das maiores lideranças da denominação no país, além de um dos seus mais destacados ensinadores. O líder da AD alagoana também era membro da Mesa Diretora da Conven ção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) há 14 anos, sempre exercendo funções de vice-presidência. Suas ministrações e estudos bíblicos em Escolas Bíblicas pelo Brasil afora e em Assembleias Gerais da Convenção Ge ral abençoaram milhares de ministros que devem às suas mensagens e con selhos muito da sua formação como obreiros. Ele era um exemplo tanto de amor à obra de Deus e ao ensino da Pa lavra como de vida íntegra e ilibada, o que o fez, não por acaso, ser considera do um dos líderes mais respeitados da denominação em todo o país. Nesta edição especial e histórica, em homenagem e em gratidão a Deus pela vida deste grande homem, o jornal Men sageiro da Paz apresenta, para a memória das futuras gerações que não tiveram a oportunidade de conviver com ele e para a lembrança prazerosa de quem o conhe ceu, um pouco da vida, história e minis tério do pastor José Antônio dos Santos. Pois, como afirmam as Sagradas Escritu ras, “a quem honra, honra” (Rm 13.7).

Mensageiro Da Paz

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Page 1: Mensageiro Da Paz

Pastor José Antônio dos Santos: um exemplo de fé, liderança e integridadelider da Assembleia de Deus em Alagoas falece aos 83 anos, deixando as marcas de um ministério profícuo e abençoador que não será esquecido“ Meus dias penosos são passados.

Verei a cabeça que foi coroada de espi­nhos, e a face que por minha causa foi cuspida. Eu vivi por fé, mas agora estou indo ao lugar onde viverei por vista, e estarei com Aquele com quem me delei­tarei! [...] Recebe-me, Senhor, pois ve­nho a ti!” - são essas as últimas palavras proferidas pelo personagem “Cristão” , do clássico O Peregrino, ao adentrar as mansões celestiais. Essa obra, datada do século 17 e de autoria do célebre prega­dor batista John Bunyan, era uma das preferidas de um grande peregrino da Cidade Celestial cujo ministério aben­çoou um número incontável de pessoas no Brasil e no mundo, e que concluiu a sua brilhante carreira por volta das 10h30 da manhã do dia 24 de julho de 2015: Pastor José Antônio dos Santos, carinhosamente conhecido em todo o Brasil como “Pastor José Neco” ou sim­plesmente como “ Pastor Neco”.

Pastor Neco liderava a Assembleia de Deus em Maceió e a Convenção das As­sembleias de Deus em Alagoas (Comadal) há 30 anos. Ele também presidia a União de Ministros das Assembleias de Deus no Nordeste (Umadene) há 12 anos e era considerado uma das maiores lideranças da denominação no país, além de um dos seus mais destacados ensinadores.

O líder da A D alagoana também era membro da Mesa Diretora da Conven­ção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CG A D B) há 14 anos, sempre exercendo funções de vice-presidência.Suas ministrações e estudos bíblicos em Escolas Bíblicas pelo Brasil afora e em Assembleias Gerais da Convenção G e­ral abençoaram milhares de ministros que devem às suas mensagens e con­selhos muito da sua formação como obreiros. Ele era um exemplo tanto de amor à obra de Deus e ao ensino da Pa­lavra como de vida íntegra e ilibada, o que o fez, não por acaso, ser considera­do um dos líderes mais respeitados da denominação em todo o país.

Nesta edição especial e histórica, em homenagem e em gratidão a Deus pela vida deste grande homem, o jornal Men­sageiro da Paz apresenta, para a memória das futuras gerações que não tiveram a oportunidade de conviver com ele e para a lembrança prazerosa de quem o conhe­ceu, um pouco da vida, história e minis­tério do pastor José Antônio dos Santos.Pois, como afirmam as Sagradas Escritu­ras, “a quem honra, honra” (Rm 13.7).

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Mensageiro da Paz

De Alagoas para o mundo: a trajetcConheça um pouco dos 60 anos de vida de fé e dos 53 anos de um

José Antônio dos Santos nasceu em 5 de dezembro de 1931, na cidade de San­tana do Ipanema, no interior do Estado de Alagoas, filho de Alcides Antonio dos Santos e Otília Cavalcante dos Santos.

C om uma infância sim ples e expe­rimentando m uitas dificuldades, João Antônio, desde criança, trabalhava na roça para ajudar os pais no orçamento dom éstico, até que, aos 14 anos, deci­diu aprender um a profissão. “Espelhei- -me em um sapateiro cham ado Nô M arcolino, que hoje não está entre nós. Eu andava 12 quilôm etros para aprender a profissão e, com m enos de dois anos, já estava vivendo por conta própria” , contava.

Ainda jovem, João Antônio tomou a decisão de viajar para tentar a vida em outro lugar. Passou por Sergipe, Paraíba e São Paulo, onde trabalhou num ca- fezal. Lá, foi convidado para liderar 40 homens, quando ainda tinha 22 anos de idade, demonstrando, dessa fohna e des­de cedo, sua vocação para a liderança.

Em São Paulo, conheceu a jovem Francisca Cavalcante, com quem se ca­sou. Teriam, ao todo, nove filhos, sendo seis ainda vivos: José, Jemima, Jeilza, Ge- dida, Jesana e Jeilma, que lhes deram 13 netos. Os três filhos falecidos são Lucas, Luzineide e Lucicleide. João Antônio voltou para Alagoas quando tinha 24 anos e por motivo de doença. C om ele, foi a semente do Evangelho plantada em seu coração quando ainda estava em São Paulo, onde ouviu falar do Evangelho de Cristo pela primeira vez numa fazenda.

Conversão e cham ado para o ministério

Aos 23 anos, em junho de 1955, ele aceitou Jesus como seu Salvador. Dias depois, sua esposa também aceitou Cris­to, tornando-se, por toda a vida, uma companheira fiel na obra do Senhor.

Desejoso de se aprofundar mais ain­da na obra de Deus, o jovem João Antô­nio dos Santos buscou e recebeu o batis­m o no Espírito Santo ainda no mês de outubro daquele ano. E em 30 de agos­to de 1956, desceria às águas batismais

Cham ado por D eus desde o início de sua fé para trabalhar em Sua obra, a trajetória do irmão Neco com o obrei­ro foi rápida. Ele começou trabalhando como auxiliar de trabalho na igreja de 1957 a 1958, até que, em 30 de agosto de 1958, foi separado para o diaconato. Exatos dois anos depois, em 30 de agos­to de 1960, foi consagrado ao presbité­rio; e mais dois anos depois, em 30 de agosto de 1962, foi consagrado ao m i­nistério de evangelista. Já a ordenação ao pastorado ocorreu em 30 de agosto de 1971.

Desde os anos de 1960, irmão José N eco já liderava igrejas. D e 1962 a 1974, ele pastoreou as Assembleias de Deus nas cidades de Pão de Açúcar, Ca- maragibe, Jacuípe, Palmeira dos índios, Paulo Afonso e Arapiraca. Em 1974, porém, assumiu como vice-presidente da Assembleia de Deus em Maceió, que era liderada à época pelo pastor M ano­

el Pereira Lima. Durante nove anos, ele exerceu essa função, até que, em no­vembro de 1985, devido a problemas de saúde do pastor Manoel Pereira, pastor Neco assumiu interinamente a liderança da A D alagoana. Porém, pouco tempo depois, o pastor Manoel Pereira faleceu.

Posse m arcante com o líder da A D em Alagoas

Havendo a necessidade de ser eleito um novo pastor-presidente para lide­rar a A ssem bléia de D eus em A lagoas, o pastor Jo sé A ntônio dos Santos, que até então estava interinam ente presi­dindo a igreja, convocou o m inisté­rio alagoano para realizar a eleição do novo líder estadual no dia 3 de junho de 1986. M uito prudentem ente, ele convidou para presidir a referida elei­ção o pastor José Rodrigues Sobrinho, então líder da Assem bléia de D eus em Sergipe. Para que houvesse lisura no processo eletivo do novo presidente, o pastor Rodrigues assum iu a presi­dência da igreja em Alagoas o ito dias antes da eleição, garantindo transpa­rência e honestidade na escolha.

N o dia 3 de junho, data para a eleição do novo líder, no auditório do templo-sede, o pastor José A ntônio dos Santos agradeceu a confiança a ele de­positada durante nove anos com o vice- -presidente e seis meses na qualidade de presidente interino. Logo em seguida, o pastor José Rodrigues Sobrinho soli­citou ao ministério que os candidatos à presidência da igreja se apresentas­sem para que fosse eleito, dentre eles, o novo pastor-presidente. Diante do silêncio do seleto auditório de pastores e evangelistas da Assembleia de Deus em Alagoas, o presidente da reunião, pela segunda vez, solicitou que os can­didatos ao cargo de pastor-presidente se apresentassem. Diante desta segunda solicitação, um grupo de líderes apre­sentou o pastor José Antônio dos San­tos, que neste mom ento estava sentado junto aos dem ais obreiros, no auditó­rio, com o sendo o único candidato ao referido cargo.

Diante da indicação do pastor José Antônio dos Santos, sem nenhum outro

O jovem José Antônio dos Santos começou a sua vida profissional como sapateiro

obreiro ter se apresentado com o candi­dato, ele foi eleito por unanimidade. Ao referir-se a esse episódio, o pastor José Sobrinho diria: “ Estou m uito fe­liz, porque este foi um marco histórico na história de um a igreja subm issa, não à vontade humana, m as, sim , à vontade soberana do nosso D eus” .

H avendo sido eleito pastor-presi­dente, o pastor José Antônio dos San­tos convocou im ediatam ente o presbi­tério da capital para com unicar-lhe a sua eleição efetuada pelos obreiros do interior do Estado e, ao m esm o tem­po, pedir-lhe tam bém a aprovação. D a m esm a form a, os presbíteros da cap i­tal aprovaram a sua eleição e, no dia 6 de junho de 1986, o pastor José Neco assum iu efetivam ente a presidência da igreja e do m inistério em todo o Esta­do de Alagoas.

Em seu discurso de posse, pastor José N eco declarou: “ O que eu mais desejava neste m om ento era fazer uma festa, com bandas e corais, devolvendo a direção da igreja ao pastor [Manoel] Pereira. M as, se D eus o tom ou para si,

que seja feita a Sua vontade. Q uanto a m im , daqui por diante, espero que os m ais novos me considerem com o pai, os da m esm a idade com o irmão e os m ais velhos com o filho. Em nom e do Pai, do Filho e do Espírito Santo, re­cebo esta grande responsabilidade, es­perando corresponder à altura a con­fiança em mim depositada” .

A inda na noite da sua posse, lade­ado por pastores de diversos Estados, por sua fam ília, pelo m inistério local e pela igreja, o pastor Jo sé A ntônio dos Santos afirm ou que desejava desenvol­ver o m inistério presidencial m arcado por três coisas: “A unção, a união e a alegria” , realidades estas que aqueles que o acom panharam ao longo de to­dos esses anos de abençoada presidên­cia atestaram em sua gestão.

Seguiram -se, então três décadas de um m inistério profícuo e abençoado, m arcado não apenas pela expansão da Assem bleia de D eus no Estado de A la­goas, mas tam bém por investim ento na obra m issionária, com o envio de vários obreiros ao estrangeiro.

Pastor José Neco: um apóstolo da Assembleia de Deus no Nordeste

Foi com muita tristeza que rece­bemos a notícia do falecimento do amado pastor José Antônio dos San­tos, carinhosamente conhecido por todos nós como Pastor José Neco. Se foi um grande amigo. Dorm iu no Se­nhor um apóstolo das Assembleias de Deus no Nordeste.

M ais do que um companheiro de ministério, Pastor N eco foi um irmão e um grandíssim o amigo. Ele era um dos patrim ônios da Assem­bleia de D eus no Brasil, de manei­ra que, com o seu passamento para

a Eternidade, podem os afirmar que a Assembleia de D eus no Brasil está hoje mais pobre. A Assembleia de D eus no Brasil está de luto.

Pastor N eco foi um exem plo para todos nós de hum ildade, com panhei­rism o, sinceridade, am or a D eus e à Sua Igreja, e paixão pela Palavra de D eus. Ele se vai para o Seu Senhor e C risto , depois de um a carreira bri­lhante sobre a terra, mas deixa para a igreja alagoana, e para todos nós obreiros do Brasil, um grande legado, um exem plo de vida, liderança, servi­

ço, integridade e am or pelo Seu Se­nhor e a Sua obra.

Que Deus esteja consolando a fa­mília enlutada e a am ada igreja em Alagoas nesse momento de dor pela partida do amado irmão Neco. Rece­bam , em nosso nome, o abraço frater­no não só de minha família e da igreja em São Paulo, mas de todas as Assem­bleias de Deus no Brasil.

N o amor de Cristo,

Pr. José Wellington Bezerra da Costa Presidente da CGADB

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Mensageiro da Paz

)ria de um líder chamado por Deuspastorado profícuo e abençoador do pastor José Antônio dos Santos

O jovem obreiro José Neco se lançou ainda à evangelização do Estado de Alagoas; ao lado.

Pastor José Antônio dos Santos: uma referência para todos nós

Neste dia, em que nos reunimos como santos de Deus para a despedi­da do Pastor José Antonio dos Santos, é preciso que falemos algumas breves palavras.

Prestamos nossos sentimentos à família. O Pastor José Antonio dos Santos foi um líder e homem de Deus para sua família. Um grande homem de Deus precisa sê-lo primeiramente em seu lar, sua casa, e o Pastor José An­tonio dos Santos nos deu esse exemplo como marido, pai, sogro, avô. Para a família, deixamos aqui nossos senti­mentos pela perda deste tão ilustre ho­mem de Deus. À irmã Francisca, sua digníssima companheira, e aos filhos José, Jemima, Jeilza, Gedida, Jesana e Jeilma, nossos sentimentos.

O Pastor José Antonio dos Santos foi um líder e homem de Deus na As- sembleia de Deus em Maceió, servin­do ao Senhor nosso Deus por 60 anos, pastoreando várias igrejas no interior do Estado, antes de assumir a lideran­ça da A D em Alagoas após a partida do então pastor Manoel Pereira Lima.

O Pastor José Antonio dos Santos foi um líder na Assembleia de Deus em Alagoas enviando missionários para o exterior e alargando as tendas

da Assembleia de Deus no Estado. Não se limitou ao pastorado, mas dedicou-se ao ensino nas Escolas Bíblicas de Obrei­ros em todo o Brasil. Para a Assembleia de Deus em Alagoas, prestamos nossos sentimentos.

O Pastor José Antonio dos Santos foi um líder na Umadene. C om o pre­sidente desta União de Ministros, dei­xou marcas em sua liderança, marcas de compromisso com Deus, fidelidade para com a denominação e à CGA- D B . Para a Umadene, que perdeu o seu grande líder, deixo uma mensagem de reflexão: não se esqueçam dos referen­ciais do Pastor José Antonio dos Santos como um homem que buscou sempre a reconciliação, a misericórdia, a fideli­dade e o companheirismo. Um homem que buscou não seus próprios interesses, mas um homem que buscou servir, mi­nistrar e ser um exemplo não só para o ministério na A D em Maceió, mas em todo o Nordeste.

O Pastor José Antonio dos Santos foi um líder como vice-presidente da C G A D B . Ao longo dos anos, sempre apoiou sua denominação, e como um dos pastores mais respeitados de nosso país, foi vice-presidente de nossa C on­venção Geral, trazendo consigo o amor

e o compromisso pentecostal do Nor­deste. Teve ainda uma importante participação como Conselheiro Ad­ministrativo da Casa Publicadora das Assembleias de Deus.

Foi estar com o Senhor nosso Deus um homem que era um marco, uma referência como servo de Deus, como líder, um pacificador que exerceu mui­to bem o ministério da reconciliação. Em que pese toda essa envergadura, o Pastor José Antonio dos Santos era um homem simples, cheio da unção do Espírito Santo. As Assembleias de Deus no Brasil sentirão essa lacuna.

Que Deus conforte a família, a igreja, e que nunca percamos de vista uma verdade bíblica neste momento: o Pastor José Antonio dos Santos está na Glória, com o Senhor Jesus Cristo, o Deus a quem serviu com empenho, cumprindo seu ministério, e receberá a coroa da vida, entregue pelo próprio Je­sus, reservada àqueles que forem fiéis até morte. Vivamos uma vida santa, para que possamos encontrar com o pastor José Antonio dos Santos na eternidade.

Pr. José Wellington Costa Junior Presidente do Conselho Adm inistrativo d a CPAD

Paixão pelo estudo da Palavra de D eus

Desde cedo, pastor Neco dem ons­trou paixão pelo ensino e a pregação da Palavra de Deus. D esde seus pri­meiros anos com o obreiro, ele culti­vou o hábito de anotar todas as coisas interessantes que ouvia em pregações ou estudos bíblicos, seja de grandes pregadores e ensinadores até dos ir­m ãos m ais sim ples. Leio a Bíblia vá­rias vezes e amava o estudo da Palavra.

Ele fez Teologia pela primeira vez nas Escolas Teológicas das Assembléias de D eus no Brasil, form ou-se bacharel em Teologia pela Faculdade de Filoso­fia e Teologia de Alagoas e com o dou­tor em divindade pela Faculdade de Filosofia e Teologia Filadélfia.

N as últim as duas décadas de sua vida, devido ao seu notório cham ado também para o ensino, pastor Neco passou a ser cham ado com m uita fre­quência para m inistrar estudos bíbli­cos em Escolas Bíblicas pelo Brasil. M inistrou também em Escolas Bíbli­cas N acionais prom ovidas pela C on ­venção Geral das Assem bleias de Deus no Brasil (C G A D B ) e foi com frequ­ência preletor nas últim as edições da Assembléia Geral da C G A D B .

U m m in istério reconhecido

O m inistério e a liderança do pas­tor José Neco foram reconhecidos em todo o Nordeste e no Brasil. N ão à toa, foi eleito por seis vezes consecuti­vas presidente da União de M inistros das Assem bleias de D eus no Nordeste (Um adene), órgão criado em 1985 e que teve, em quase m etade da sua his­tória, o pastor N eco com o seu líder.

N a C G A D B , ele fez parte de vários órgãos: C onselho Regional Nordeste (1993 e 1999), Conselho Adm inistra­tivo da C PA D (1995) e M esa D ireto­ra (desde de 2001 , sempre exercendo funções de vice-presidência).

Ao todo, foram 60 anos de fé e 53 anos de um pastorado profícuo e aben­çoador não só para a igreja de Alagoas, mas para todo o Brasil. C om o disse o salmista, “os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e Ele de- leita-se no seu caminho” (SI 37.23).

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4 Mensageiro da Paz JULHO 2015

Pr. José Antônio dos SantosArtigo publicado originalmente na edição 1.428 do jornal Mensageiro da Paz, de maio de 2004

O verdadeiro Evangelho faz diferençaO que tira as coisas do comum ,

classificando-as como especiais, são exatamente as diferenças que elas apresentam no curso para o qual se destinam. As que não apresentam di­ferenças, mudanças ou transforma­ções, estão fadadas a permanecerem em inércia total, enquanto as outras se dinamizam na medida de cada ação impetrada, não im portando as críticas ou oposições que venham a sofrer ao longo dessa caminhada.

N a Bíblia Sagrada, encontramos o Evangelho pautado em diferenças a partir de sua inauguração, quando o Senhor Jesus, contrariando a expecta­tiva de m uitos grupos, anunciou que o seu Reino não era deste m undo. Sua atenção não estava voltada no m om en­to para as questões políticas e sociais em que os judeus estavam submersos naqueles dias. As visões eram antagô­nicas quanto ao Evangelho que Jesus

pregava. Ele estava preocupado com a vida além do túmulo, com a alm a dos homens, com o espiritual, em com o se apresentariam ao Senhor em caso de iminente juízo. O s outros, por sua vez, estavam preocupados no bem-estar passageiro, na aparência de um viver efêmero, ainda que mais tarde viessem a queimar no fogo do inferno.

Os apóstolos falaram do espírito do Anticristo operando no mundo já na­queles dias, predizendo algo tão pareci­do com o verdadeiro evangelho que, se possível, enganaria até os escolhidos. Nas declarações do apóstolo Paulo em Roma­nos 1.16, podemos identificar a presença de “outro evangelho”, talvez um evan­gelho contextualizado com os interesses de quem queria vivê-lo de forma liberal e descomprometida, um evangelho sem as dores e agonias do Calvário e a ver­gonha da cruz, distante dos vitupérios a que são submetidos aqueles que desejam

viver piamente o verdadeiro Evangelho. Em outro texto, o apóstolo mostra a sua preocupação com as igrejas no fim dos tempos, alertando que surgiriam “outros evangelhos”, os quais repudiou e admoes­tou a repudiá-los, ainda que fossem pre­gados por anjos.

O evangelho que não faz diferença é aquele evangelho vazio, empobrecido e enfraquecido, adaptado aos caprichos e vontades humanas, da qual falou o apóstolo: “ M uitos, não podendo sofrer a sã doutrina, ajuntarão para si prega­dores que lhes digam apenas o que gos­tam de ouvir” . E, sem dúvida, uma das mais poderosas armas que o inimigo das nossas almas tem deflagrado nestes úl­timos dias para confundir a mente dos mais fracos e menos esclarecidos. Com o pretexto de que também se trata de um evangelho, m uitos estão deixando o caminho do Reino dos Céus, que é to­mado por esforço, e embarcando após

essas prédicas levianas que mostram um céu mais fácil de ser alcançado. Ali, se cantam os mesmos hinos, se fazem as mesmas orações, se obedece a uma liturgia semelhante, porém a diferença está nos resultados. As pessoas não en­contram a mudança que o verdadeiro Evangelho provocaria nelas, a transfor­mação das suas vidas, de seu caráter.

O verdadeiro Evangelho carrega como sím bolo e lema a cruz do Calvá­rio, e cruz fala de sacrifício, preço e so­frimento. Um evangelho que não tem vínculo com a cruz é inócuo, vazio; nada exige, mas também nada pode oferecer.

O verdadeiro Evangelho é aquele no qual se cumpre as palavras do após­tolo: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é. As coisas velhas passaram e eis que tudo se fez novo” , 2C o 5.17. Esse é o verdadeiro Evangelho, que faz diferença.

Acima, pastor José Neco e sua esposa, irmã Francisca, em um momento de homenagem da AD em Alagoas; à direita, com pastor José Wellington Junior, presidente do Conselho da CPAD, no último encontro da Umadene, em 2013; abaixo, ministrando na Escola Bíblica Nacional da CGADB em 2004; Ele era muito querido no Brasil, inclusive por suas ricas e inspiradas ministrações