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INGRID BOER BENETTI
EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS -
Arte e Fruição desveladas
no Louvre e Pinacoteca do Estado de São Paulo
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
UNISAL
Americana
2010
INGRID BOER BENETTI
EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS -
Arte e Fruição desveladas
no Louvre e Pinacoteca do Estado de São Paulo
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação, sob a Orientação do Prof. Dr. Severino Antônio Moreira Barbosa.
UNISAL
Americana
2010
Autor: Ingrid Boer Benetti
Título: Educação dos Sentidos - Arte e Fruição desveladas no Louvre e Pinacoteca do Estado de São Paulo
Dissertação apresentada como
exigência parcial para a obtenção do
grau de Mestre em Educação.
Trabalho de conclusão de curso defendido e aprovado em 27/08/2010 pela comissão julgadora:
_____________________________________________________
Prof. Dr. Severino Antônio Moreira Barbosa (orientador - UNISAL)
_____________________________________________________
Prof. Dr. Luís Antonio Groppo (membro interno - UNISAL)
______________________________________________________
Prof. Dr. José Geraldo Marques (membro externo - UNICAMP)
Dedicatória
Ao pequeno Antonio, meu sobrinho, que esboça o prazer
em conhecer as coisas do mundo impregnado de poesia,
meu desejo que, a leitura futura deste trabalho, que
possui uma somatória de vidas e conhecimentos
adquiridos com o tempo, possa fazer sentido a ele, como
representante de uma nova geração, que mais do que
nunca, precisam viver mais a educação do sensível, da
inteligência, para não cair no abismo da superficialidade
das coisas pouco vividas, causadas pela velocidade dos
eventos no mundo hoje.
AGRADECIMENTOS
“Os momentos maiores da vida, do nascimento à morte, são ritmados, cantados, dançados. As festas são os momentos floridos da existência.” (Edgar Morin)
Toda minha vida esteve permeada de amor, porque acima de tudo, ele é
que me mantém... completa e incompleta, impulsiva e contida, revelada e
escondida, forte e fraca, alegre e triste... são estas dicotomias que verbalizam o
meu existir na vida e na arte e que se fundem em um só sentimento, o amor.
Acredito que há muitas vidas dentro das vidas, há muitos mistérios entre
o céu e a terra, entre as estrelas e o átomo, entre o visível e o invisível. Do
amor Divino ao amor humano, do conhecimento científico ao senso comum.
Nada se faz só, tudo está em tudo, tudo se complementa com o outro, em um
ciclo sem fim. Portanto, neste momento festivo, de entrega e trocas de
conhecimentos, saberes sensíveis estão recheados de “outros”. Nesta
dissertação, muitas pessoas doaram amor, que se faz presente nas linhas e
entrelinhas, que ajudou na construção de um trabalho pautado no respeito ao
outro e às várias formas de linguagens existentes em cada um, que se
revelaram aqui, construindo juntos conhecimento.
Desde pequena, dedico alguns minutos antes de dormir aos anjos e
santos que me acompanham na minha existência. A oração que aprendi com
minha mãe é feita quase todas as noites. Eu agradeço a Deus, Santa Rita,
Santa Edwiges, Nossa Senhora Aparecida, Nosso Senhor Jesus Cristo, menino
Jesus, Santo Antônio, anjo da guarda, Frei Galvão e Nossa Senhora de
Schoenstatt.
Agradeço a minha mãe Dalva, por tudo o que me ensinou, por dedicar
tanto amor, cuidado, preocupação, apoio, dia após dia, e pela paz em saber
que está sempre comigo. Orgulho-me em presenciar seu talento para a
costura, em sempre me vestir com suas inúmeras criações inspiradoras,
tecidas, costuradas e bordadas de afeto. Ao meu pai Eugenio, por ser a prova
viva de que o amor à arte, a dedicação, a dor, a alegria de viver da arte, tirar o
sustento dela, pode pôr fim ao que necessita findar, trazer a paz, o saber
que valeu a pena. À ousadia do jovem pianista em 1958, ao tocar 48 horas ao
piano ininterruptamente, na intitulada “Maratona Musical”, que o consagrou
como “O pianista das 48 horas”; aprendi assim a ser atrevida e acreditar que
posso criar, inventar muitas coisas em nome do amor à arte.
Agradeço a minha irmã Etienne, por dividir muitos dias ao meu lado, por
fazer parte da minha vida. Ao perceber que crescemos e já não dormimos mais
juntas como antes, ficam os novos encontros de alegria em te ver sempre:
autêntica, geniosa, expansiva, linda e cheia de vida!
Ao meu marido Hariel, e “todo Céu em volta”. Agradeço à segurança,
amor e apoio que me dedica todos os dias em que me levanto, e tenho um
chão firme para pisar, e pelos momentos de compreensão à minha
necessidade de voar. Obrigada por me apoiar sempre, especialmente no
Mestrado, em que me incentivou: esteve comigo nos dois museus e me ajudou
na aplicação dos questionários, que são as “vozes” desta pesquisa. Você tem o
meu amor e minha admiração.
Agradeço aos meus avós maternos, João e Aparecida Boer, por me
ensinarem a pureza e a simplicidade da vida. Aos meus avós paternos Aldo e
Ida Benetti in memoriam, o sentimento de que nos deixaram muito cedo, sendo
assim, deles pouco sei. Incluo toda minha família neste agradecimento, tios
(as), primos (as), cunhados, sogro, sogra e sobrinho.
Aos meus tios Carmen Catharina e Theodoro Paulo Koelle, por
generosamente terem me dado os estudos desde o Jardim ao Ensino Médio no
Colégio Koelle em Rio Claro.
Aos professores que passaram pela minha vida e que me tocaram: às
professoras Geni e Marta, que me alfabetizaram com afeto, dedico o meu
respeito e carinho. Aos professores Diotto, por sua maestria em ensinar de
maneira cativante e divertida, e Jaime Leitão, um intelectual amoroso que mais
tarde me surpreenderia com um artigo divulgado em sua coluna no Jornal
Cidade de Rio Claro, fazendo declarações sobre minhas pinturas. Ao professor
Marcos Rizolli e à surpresa de seu convite para expor com artistas renomados
no parque Monsenhor Emílio José Salim em Campinas. A exposição
intitulada: “Estéticas Sensoriais” abriu portas para outras criações. Agradeço a
esse professor também pela acolhida calorosa no Mackenzie em São Paulo,
em que fui aprovada no Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura em
2004, mas não pude cursá-lo. Agradeço à doce professora da graduação Lucia
Reily, que mais tarde me acolheria na Unicamp como aluna especial do
programa de pós-graduação stricto-sensu, em sua disciplina “Arte Terapia”, em
2002. Na Unicamp, em 2003 e 2004 cursei mais duas disciplinas ministradas
pelo professor Ernesto G. Boccara: “Integração crítica das artes” e “Por uma
teoria dos multimeios, mediesfera, transdisciplinaridade - abordagem holística”,
o que me rendeu muitas leituras, interpretações teatrais performáticas no
observatório da Unicamp e outras experiências como vestir um macacão preto
com zíperes de abertura infinita, criado pela turma de moda. Fazia uma alusão
incrível ao meu trabalho “Empacotamento”, premiado na PUC Campinas.
Agradeço especialmente ao professor Severino Antônio – o sábio de
voz suave. Como orientador, a proximidade trouxe um aprender verdadeiro,
transformador, calmamente tecido, pintado no meu tempo, com respeito, de
dentro para fora. Despertou em mim o gosto pela escrita, pela leitura, o que
antes era sofrido e inseguro, agora transformado em delícias. Um admirável
educador que conhece singularmente o sujeito com quem conversa e ensina.
Seus inúmeros escritos dialogam muito bem com esta dissertação, sendo
também um dos teóricos que deram vida a este texto. Sua grande contribuição
teórica, pessoal, sensível, conduziu este trabalho a findar em uma grande
realização para mim.
Agradeço ao professor Marcos Martins pelos ensinamentos, clareza e
gentileza, e por ter contribuído com parte da documentação necessária para a
autorização da pesquisa no museu do Louvre, assim como ao professor
coordenador Renato Kraide Soffner, que contribuiu com as documentações
para o museu Pinacoteca do Estado de São Paulo. À Pró-reitora acadêmica,
professora Romane Fortes Santos Bernardo, obrigada por contribuir com as
documentações necessárias para a pesquisa. Ao professor Luis Groppo, minha
admiração, carinho e alegria por integrar a banca de defesa como membro
interno e por contribuir com seus ricos ensinamentos. Ao membro externo, o
ilustre professor José Geraldo Marques, saudações de afeto, pelas
importantes contribuições nesta dissertação. Agradeço à carinhosa e doce
professora Sueli Caro, responsável pela entrevista. Ao professor Manoel Nelito
M. Nascimento, por promover a oportunidade de que eu participasse do
encontro de Pedagogia Social no Unisal Americana. Aos queridos professores
da École de Français de Piracicaba, César e Myrian, recebam o meu respeito e
gratidão por terem feito inúmeros contatos com o museu do Louvre, facilitando
a pesquisa. Agradeço a senhora Anne Krebs, responsável pela autorização da
pesquisa no museu do Louvre e também a senhora Camila Sampaio Souza
Lima e ao senhor Carlos Minuano, responsáveis pela autorização da pesquisa
na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Agradeço aos colegas e amigos, que me acompanham desde a infância
até hoje: aos que não vejo mais, mas com quem posso contar sempre, aos que
me marcaram, aos que eu marquei, e aos que permanecem vivos nas
melhores lembranças. Aos amigos, educadores comprometidos, que
participaram direta ou indiretamente desta dissertação, com trocas de saberes
e apoio: agradeço à admirável Yara Helena de Andrade, à dedicada Cibele
Adriana Perina Aguiar e ao sensível Marcelo Pustilnik Vieira, e lembranças ao
adorável casal Fábio Camilo e Kety Biscalchin.
Como arte-educadora atuei em lugares bonitos e arborizados e em
periferias e lugares escuros, onde sobravam materiais e recursos didáticos, e
onde não havia nenhum...mas existia vontade. Assim, nenhum lugar era melhor
do que o outro, e as palavras eram respeito e desejo. Aprendi que tenho que
aprender todo dia, senti que o tempo é de cada um, saboreei todos os dias,
ouvi histórias inesquecíveis e vi seres humanos.
Aos companheiros da educação e aos alunos que passaram pela minha
vida, que sejam todos lembrados e incluídos nesta história em que estão
presentes, assim como uma coisa está em outra.
!
“Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao
risco e a aventura do espírito.”
(Paulo Freire)
“Por certo, ouvir-se-á a cada momento que nosso tempo é o tempo da técnica, da ciência, das viagens
`a lua. Os que continuam pensando dessa maneira são espíritos do século XIX que sobrevivem em
nossos dias sem compreender que assistimos o acaso dessa civilização que tanto os deslumbra. Não
compreendem que enquanto os norte-americanos e russos fazem viagens siderais o homem entrou na
crise mais violenta de toda a sua história.”
(Ernesto Sabato)
“As leis de construção do discurso interior acabam sendo as mesmas que servem de base para toda a
variedade de leis que regem a construção da forma e da composição das obras de arte.”
(Eisenstein)
“ Onde o mundo interior e o exterior se tocam, aí se encontra o centro da alma.”
(Novalis)
“ Sim eu quero saber. Saber para melhor sentir, sentir para melhor saber.”
(Cézanne)
“ L’art d’aujourd’hui est plus vivant que jamais.”
(A arte atual está mais viva que nunca)
(Kandinsky)
RESUMO
Este trabalho procura desvelar algumas possibilidades de como a arte/pintura educa a sensibilidade pelos sentidos receptores e fruidores do sujeito-espectador em seu encontro com a obra. Busca também elucidar a importância do saber ver pela visualidade - sentido da visão, e pela visibilidade - sentido da mente criadora e criativa, que possibilita um aprender sensível por fruição, num contato sujeito-sujeito ou seja: o encontro do artista (através da pintura) com o sujeito-espectador da obra. A importância da educação do sensível ou educação estética, na vida do sujeito, deve tentar combater o mal estar, e a perda de sentido na vida das pessoas, também causadas pelo uso desenfreado das tecnologias, que contribuem para um “olhar” superficial, condicionado a não perceber na vida a profundidade das coisas. Foi feita uma pesquisa bibliográfica com vários autores, dentre os quais destacam-se: Alfredo Bosi, Anamélia Bueno Bouro, Carol Strickland e John Boswell, Herbert Read, João Francisco Duarte Jr., Paulo Freire, Paul Klee, Wassily Kandinsky e Severino Antônio. A pesquisa empírica foi realizada nos museus: Louvre, em Paris, e Pinacoteca do Estado de São Paulo, em São Paulo, selecionando e abordando alguns sujeitos visitantes dos museus. Uma abordagem oral foi necessária para a apresentação dos questionários e verificação da possibilidade do sujeito respondê-lo. Posteriormente, os questionários sobre educação estética com perguntas qualitativas eram respondidos pelos sujeitos visitantes, sobre as pinturas escolhidas na pesquisa, e finalmente foi feita análise, interpretação das respostas, com todas as demais impressões vividas, relatadas e cotejadas na tentativa de elucidar os questionamentos que deram vida a este trabalho. Reitera-se a importância do ensino de arte, e a educação do sensível tanto no espaço formal, como em espaços não-formais e informais dentre os quais destacam-se os museus de arte.
Palavras-chave: educação do sensível, arte, sujeito-espectador
ABSTRACT
This work aims to investigate some possibilities of how art/painting educates the sensibility through the receptor and fruitive feelings of the subject-spectator while seeing the artistic work, face to face. Its goal is, also, to elucidate the importance of knowing how to see through the visuality – vision hability, and through the visibility – which concerns to the creator and creative mind, which possibilities a sensitive learning process, by fruition, on a subject – subject contact, such as a meeting between the artist, through his/her painting, and the subject-spectator of the artistic work. The importance of the sensitive education or aesthetic education on the life of the subject ought to combate the uncomfortableness and the loss of sense on the lives of people, which are also caused by the unlimited usage of the technologies, which contributes for a superficial looking, conditionated not to realize, in life, how deep things can be. A theoretical bibliographical research was done, with renowned authors such as Alfredo Bosi, Anamélia Bueno Bouro, Carol Strickland and John Boswell, Herbert Read, João Francisco Duarte Jr., Paulo Freire, Paul Klee, Wassily Kandinsky and Severino Antônio. The empirical research was done at two museums: Louvre, in Paris, and Pinacoteca do Estado de São Paulo, in São Paulo, selecting and approaching to some visitor–subjects of the museums. An oral approach was needed to present the questions and to check out if the subject could answer them. After that, the questions about aesthetic education, which were qualitative, were answered by the visitor subjects, concerning to the paintings that were chosen for the research, and finally, the analysises and interpretations were done, considering the answers, with all the other felt, related and comparated impressions, on the trial of elucidating the questions which gave life to this work. It is worthy to remember the importance of Art teaching, and sensitive education, for the formal, unformal and informal education spaces, among which it is possible to highlight the art museums.
Key-Words: Sensitive Education, Art, Subject-Spectator.!
RESUMÈ
Ce travail cherche à devoiler certaines possibilités de comment l’art/peinture éduque la sensibilité par les sens récepteurs et jouissants du sujet spectateur dans sa rencontre avec l’oeuvre. Il cherche aussi à élucider l’importance du savoir voir par la visualité – sens de la vision, et par la visibilité - sens de l’esprit créateur et créatif qui possibilite un apprentissage sensible par jubilation, dans un contact sujet-sujet, c’est-à-dire: la rencontre de l’artiste (à travers la peinture) avec le sujet-spectateur de l’oeuvre. L’importance de l’éducation du sensible ou de l’éducation de l’esthétique, dans la vie du sujet, doit essayer de combattre le malaise, la perte de sens dans la vie des gens, ayant aussi comme cause l’utilisation en excès de la technologie, qui contribue pour un “regard” superficiel, conditionné à ne pas percevoir dans la vie la profondeur des choses. Il a été fait une recherche bibliographique avec plusieurs auteurs, parmi lesquels reste en évidence: Alfredo Bosi, Anamélia Bueno Bouro, Carol Strickland et John Boswell, Herbert Read, João Francisco Duarte Jr., Paulo Freire, Paul Klee, Wassily Kandinsky et Severino Antônio. La recherche empirique fut réalisée aux musées: Le Louvre, à Paris, et à la Pinacothèque de l’État de São Paulo, à São Paulo, selectionnant et abordant quelques sujets visiteurs des musées. Un abordage oral fut nécessaire pour la présentation des questionnaires et constatation de la possibilité du sujet à y répondre. À posteriori, les questionnaires sur l’éducation esthétique avec des questions qualitatives étaient répondus par les sujets visiteurs, sur les peintures choisies dans le sondage, et finalement fut réalisée l’analyse, l’interprétation des réponses, avec toutes les autres impressions vécues, rapportées et examinées dans la quête d’éclaircir les questionnements qui donnèrent de la vie à ce travail. On réitère l'importance de l'enseignement de l'art, et l'éducation du sensible, aussi bien dans un espace formel que dans des espaces non formels et informels parmi lesquels on met en évidence les musées d'art.
!
!
Mots-clé: Education du sensible, art, sujet-spectateur
!
LISTA DE FIGURAS
ILUSTRAÇÃO 1 - CONJUNTO ARQUITETÔNICO QUE COMPÕE O MUSEU DO LOUVRE.......115
ILUSTRAÇÃO 2 - MAQUETE DO CHÂTEAU DU LOUVRE, CONSTRUÇÃO DO SÉCULO XV. ..116
ILUSTRAÇÃO 3 - FOTO TIRADA DE PAINEL FOTOGRÁFICO, DO MUSEU DO LOUVRE, QUE
MOSTRA A CONSTRUÇÃO DAS PIRÂMIDES DE VIDRO. ................................................118
ILUSTRAÇÃO 4 - HALL DE ENTRADA DO MUSEU DO LOUVRE. ......................................120
ILUSTRAÇÃO 5 - SALA ROUGE (LOUVRE) ONDE A PESQUISA FOI REALIZADA. A PINTURA A
JOVEM MÁRTIR ESTAVA DO OUTRO LADO DA PAREDE ENTRE AS DUAS PORTAS AO
FUNDO EM UMA ANTE-SALA.....................................................................................123
ILUSTRAÇÃO 6 - PRIMEIRO DIA DA PESQUISA AO LADO DE FORA DO MUSEU DO LOUVRE
ONDE NEVAVA. .......................................................................................................124
ILUSTRAÇÃO 7 - VISTA PARA O JARDIM, FOTOGRAFADA DO LADO INTERNO DO MUSEU
PARA FORA. ...........................................................................................................125
ILUSTRAÇÃO 8 - A LIBERDADE GUIANDO O POVO DO ARTISTA EUGÈNE DELACROIX, 1830.
.............................................................................................................................125
ILUSTRAÇÃO 9 - GRUPO DE ESTUDANTES LONDRINOS RESPONDENDO AO QUESTIONÁRIO
NO MUSEU DO LOUVRE. .........................................................................................128
ILUSTRAÇÃO 10 - JARDIN DES TUILERIES, EM FRENTE ÀS PIRÂMIDES DO MUSEU DO
LOUVRE.................................................................................................................129
ILUSTRAÇÃO 11 - A JANGADA DO MEDUSA DE THÉODORE GÉRICAULT, 1819. .............129
ILUSTRAÇÃO 12 - SUJEITOS VISITANTES RESPONDENDO AO QUESTIONÁRIO, NO MUSEU
DO LOUVRE. ..........................................................................................................130
ILUSTRAÇÃO 13 - VISTA DE UMA DAS JANELAS DO LOUVRE PARA O JARDIN DES
TUILERIES..............................................................................................................132
ILUSTRAÇÃO 14 - UMA DAS VISTAS PARA O PRÉDIO DO MUSEU DO LOUVRE. PARTE DA
ÁGUA DA FONTE AINDA ESTAVA CONGELADA............................................................132
ILUSTRAÇÃO 15 - A FONTE, DO MUSEU DO LOUVRE, DESCONGELAVA E PÁSSAROS SE
BANHAVAM.............................................................................................................133
ILUSTRAÇÃO 16 - OS SUJEITOS VISITANTES RESPONDIAM AO QUESTIONÁRIO SOBRE A
PINTURA A JOVEM MÁRTIR DE PAUL DELAROCHE, 1855..........................................133
ILUSTRAÇÃO 17 - EXPOSIÇÃO PARALELA PICASSO - DELACROIX QUE ACONTECIA NA
MESMA SALA QUE ABRIGAVA A PINTURA A JOVEM MÁRTIR. ......................................135
ILUSTRAÇÃO 18 - FACHADA DO MUSEU PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO. ......136
ILUSTRAÇÃO 19 - UMA DAS VISTAS DA SACADA DO PRÉDIO DO MUSEU PINACOTECA....139
ILUSTRAÇÃO 20 - FRONTÃO, COLUNAS DÓRICAS E TIJOLOS APARENTES COMPÕEM A
FACHADA DO MUSEU PINACOTECA. ........................................................................140
ILUSTRAÇÃO 21 - UMA DAS VISITAS PARA O OCTÓGNO, NO INTERIOR DA PINACOTECA,
ONDE ABRIGAVA UMA INSTALAÇÃO. .........................................................................142
ILUSTRAÇÃO 22 - VISTA PARA AS PASSARELAS E ELEVADOR QUE DÃO ACESSO ÀS
DEPENDÊNCIAS DO PRÉDIO DA PINACOTECA.. .........................................................144
ILUSTRAÇÃO 23 - BAÍA DE SÃO VICENTE DE BENEDITO CALIXTO, 1911. ......................145
ILUSTRAÇÃO 24 - SUJEITOS VISITANTES RESPONDENDO AO QUESTIONÁRIO, NA
PINACOTECA..........................................................................................................146
ILUSTRAÇÃO 25 - UMA DAS SALAS DA PESQUISA (PINACOTECA). BANCO EM FRENTE À
PINTURA BAÍA DE SÃO VICENTE ..............................................................................147
ILUSTRAÇÃO 26 - SUJEITOS VISITANTES RESPONDEM AO QUESTIONÁRIO NA PINACOTECA.
.............................................................................................................................149
ILUSTRAÇÃO 27 - GRANDE SALÃO É O NOME DE UMA DAS SALAS DA PESQUISA, NELA ESTÁ
A PINTURA CRIAÇÃO DA VOVÓ. ...............................................................................150
ILUSTRAÇÃO 28 - CRIAÇÃO DA VOVÓ DE OSCAR PEREIRA DA SILVA, 1895. .................151
ILUSTRAÇÃO 29 - FILA DE VISITANTES NO MUSEU PINACOTECA...................................153
ILUSTRAÇÃO 30 - SUJEITOS VISITANTES RESPONDEM AO QUESTIONÁRIO NA PINACOTECA.
.............................................................................................................................154
ILUSTRAÇÃO 31 - CAIPIRA PICANDO FUMO, DE JOSÉ FERRAZ DE ALMEIDA JUNIOR, 1893.
.............................................................................................................................155
ILUSTRAÇÃO 32 - OBSERVAÇÕES NO MUSEU PINACOTECA. ENCOSTADA NA QUINA DA
PAREDE, UMA PESSOA QUE VIGIA UMA DAS SALAS DO MUSEU. .................................158
ILUSTRAÇÃO 33 - OBSERVAÇÕES NO MUSEU DO LOUVRE. ESTUDANTES DESENHAM E
PINTAM SENTADOS NO CHÃO DO MUSEU. NINGUÉM OS IMPEDE DA ATIVIDADE APESAR DE
ESTAREM SENTADOS EM UMA DAS SALAS MAIS MOVIMENTADAS DO MUSEU ONDE ABRIGA
A PINTURA MONA LISA............................................................................................158
ILUSTRAÇÃO 34 - NO MUSEU DO LOUVRE OS SUJEITOS DA PESQUISA RESPONDEM AOS
QUESTIONÁRIOS.....................................................................................................160
ILUSTRAÇÃO 35 - NO MUSEU PINACOTECA OS SUJEITOS DA PESQUISA RESPONDEM AOS
QUESTIONÁRIOS.....................................................................................................160
SUMÁRIO
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INTRODUÇÃO - PINCELANDO
“Temos de viver a arte se quisermos ser permeados pela arte.” (Herbert
Read)
“A imagem não explica: convida-nos a recriá-la e literalmente revivê-la.”
(Octávio Paz)
“A Arte não reproduz o visível: ela torna visível.” (Paul Klee)
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Cursar o Mestrado no Unisal, em Educação sócio-comunitária, com
ênfase na linha de pesquisa práxis-educativa, linguagem e intersubjetividade,
abriu portas para a investigação do tema – “Educação dos Sentidos por meio
da arte”. A pesquisa tem como objetivo a educação dos sentidos por meio da
arte/pintura.
Duas perguntas fundadoras da pesquisa: A arte, em geral, como educa
os sentidos? Como se dá esta educação dos sentidos no espaço do museu na
relação entre sujeito visitante e pintura?
Assim, o objetivo desta pesquisa é compreender como o sujeito
visitante de museus aprende com a pintura. Como a arte pode educar a
sensibilidade, a percepção, o sentimento? Ela educa qualquer pessoa que
parar para olhá-la, apreciá-la ou somente quem se permitir, somente o sujeito
que se entregar a ela para vê-la?
Considerando-se esses elementos, é importante lembrar que, durante
a vida, o homem constrói conhecimento estético. Estética vem do grego
“aesthesis”, que significa senso, percepção. É possível entender que a
educação estética possui várias formas de leitura, de fruição.
Compreender o contexto dos materiais utilizados, das propostas, das
pesquisas dos artistas é poder conceber a arte não só como um fazer, mas
também como uma forma de pensar em e sobre arte.
Parte-se da premissa de que, em geral, olha-se sem ver. Outros
questionamentos se fazem presentes, embora não predominantes:
considerando que ver é atribuir significado, como se atribui significado a uma
situação? Como se dá sentido a ela? Como se compreende? O significado
está relacionado ao sentido que se dá às relações que são estabelecidas entre
as próprias experiências do sujeito e o que está sendo visto.
Alguns autores estudados dialogam muito bem com as questões
expostas nesta dissertação e sua pesquisa.
Herbert Read e a arte-educação; Paulo Freire e seus ensinamentos de
uma educação amorosa e para a vida; Alfredo Bosi e suas reflexões sobre
arte; Wassily Kandinsky e a alma na obra de arte; Paul Klee e sua contribuição
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na Bauhaus; Carol Strickland e a história da arte; João Francisco Duarte Jr.: a
importância das aulas de arte e a educação dos sentidos; Anamélia Bueno
Bouro e o olhar sensível para a arte; Severino Antônio e a educação do
sensível, linguagem e arte. Estes e outros autores são importantes e
fundamentais para contribuição na pesquisa. Todos veem a poesia do mundo,
todos acreditam que a arte pode fazer o homem ser melhor, mais sensível,
mais atento, mais humano.
A pesquisa empírica aconteceu em museus de arte, mais
especificamente dois: Museu do Louvre (Paris) e Pinacoteca do Estado de São
Paulo (São Paulo), dois museus de grande importância, um por ser o maior e
mais importante do mundo, e o outro por ser o mais antigo de São Paulo. As
vozes deste trabalho são os visitantes dos dois museus.
Fica claro que para o museu Pinacoteca do Estado, no Brasil, a
pesquisa e seus resultados são muito bem-vindos, podendo observar-se isso
por essa fala retirada do site oficial da Pinacoteca sobre a responsabilidade do
museu em relação a seus visitantes:
Uma das responsabilidades fundamentais do museu de arte na atualidade é educar o olhar e sensibilizar o espírito, criando as condições indispensáveis para o exercício completo da cidadania. Mas a grande tarefa do museu contemporâneo, nesta era virtual, é ainda, reafirmar a individualidade, o espiritual, o homem como agente criador, único e insubstituível. É para enfrentar este desafio que a Pinacoteca do Estado se repensa e se amplia incessantemente, preservando o passado e acolhendo o futuro. (site oficial da Pinacoteca, 2009)
No museu do Louvre, há a mesma preocupação e a solicitação de um
retorno sobre a pesquisa. A realização da pesquisa nos museus é muito
importante, lembrando que o foco do trabalho não está no sujeito integrado em
um ambiente educacional formal, e sim no sujeito visitante de museus, dentro
de uma educação não-formal, possibilidade demonstrada pela linha de
pesquisa do Unisal e informal.
A proposta dos museus dialoga muito bem com esta pesquisa, que
enfatiza a educação dos sentidos por meio da arte/pintura. A “fala” retirada do
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site, citada acima, é sensibilizadora, pensando no sujeito como um todo
perceptivo e seu contato com a arte.
Este trabalho tem a missão de não apenas contemplar a arte no
sentido visual, apesar de ser visual em sua maior dimensão, já que trata da
educação dos sentidos por meio da arte/pintura. Porém, nosso corpo possui
outros sentidos, além da visão, capazes de aprendermos. Por meio da
sensibilidade, do espírito, por meio da mente criativa. Digo que as histórias, as
diversas linguagens da arte podem nos tocar, por meio da fruição.
As seis pinturas escolhidas para a realização desta pesquisa são
facilmente narradas, por serem figurativas e são do século XIX. Elas contam
histórias e expressam emoções: “A Jangada do Medusa", de Théodore
Géricault (1791-1824); “A Liberdade Guiando o Povo”, de Eugène Delacroix
(1798-1863); “A Jovem Mártir”, de Paul Delaroche (1797-1856); “Baía de São
Vicente”, de Benedito Calixto (1853-1927); “Criação da Vovó”, de Oscar
Pereira da Silva (1867-1939); e “O Caipira Picando Fumo”, de José Ferraz de
Almeida Junior (1850-1899).
Essas pinturas dão ao apreciador distintas formas pelas quais se pode
estabelecer contato com elas. A visualidade, sinteticamente explicando, é o ato
de ver através dos olhos, e a visibilidade é o ato de ver através da imaginação
criadora. Ambas devem fruir por meio dos sentidos e este aprendizado é
denominado por Duarte Jr. de saber sensível, educação do sensível, educação
estética.
As pinturas devem alcançar o sujeito por meio dos olhos e da fruição.
No caso da falta do sentido de visão, por exemplo, é possível alcançá-la por
meio da visibilidade – imaginação intermediada por um sujeito descritor, que
fará do apreciador, cujo o sentido falta, o leitor da obra de arte.
A pesquisa empírica, como dito, ocorreu no Museu do Louvre,
realizada em janeiro de 2009 em Paris, e na Pinacoteca do Estado, realizada
em setembro de 2009 no Brasil. A técnica para coleta de dados foi a mesma
nos dois museus.
Houve abordagem de pessoas nas pinturas previamente escolhidas e
autorizadas por eles; distribuição dos questionários (em três línguas na França
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e no Brasil - francês, português e inglês); também foi utilizada máquina
fotográfica e filmadora, quando permitida pelo museu; os sujeitos da pesquisa,
que responderam os questionários, passaram por alguns pré-requisitos como:
1) Somente foram entrevistados aqueles que permaneceram no mínimo
dez (10) segundos diante da obra. Subentende-se que esse tempo de
permanência diante da obra mostra que a pintura despertou interesse
no sujeito.
2) Somente foram entrevistados os sujeitos que, além de possuírem
interesse pela obra, como evidenciado no quesito 1, também não faziam
uso de fones de ouvido (guia eletrônico), e não estavam acompanhados
de guias.
3) Não foram entrevistados artistas que faziam estudos das pinturas
escolhidas para a pesquisa nos museus, para não incomodá-los na sua
atividade.
4) Foram entrevistados grupos de alunos com seus professores, mas a
fala do professor não comprometeu a pesquisa. Portanto, sempre que o
grupo se aproximava da pintura escolhida, esta pesquisadora ficava
atenta para a fala do professor.
5) Não foram entrevistados visitantes que não compreendessem,
falassem e escrevessem em uma das três línguas (português, francês
ou inglês). No caso do visitante compreender a língua e não saber
escrevê-la, não foi possível fazer uma transcrição, pois acarretaria num
trabalho extra além da observação e abordagem dos sujeitos já prevista
na pesquisa, assim dificultando ainda mais as observações e coleta.
6) Não foram entrevistadas pessoas com "perfil de turista" (os que vão
até a pintura somente para ter uma foto ao lado da obra).
Os capítulos que estruturam esta dissertação são:
O capítulo I, que leva o nome de “Degustação Histórica, Pictórica
Educacional e Museológica” pretende situar o leitor na história da arte para
melhor compreender a pesquisa empírica; também permite ao leitor um breve
panorama sobre educação, arte e sua interação (arte-educação). Neste
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capítulo, contemplando a história da arte, o livro “Arte Comentada” de Carol
Strickland, e contemplando a arte-educação, Herbert Read aparece como pano
de fundo. O capítulo divide-se em três: 1.1, “Carol Strickland e a Arte
Comentada”, faz um panorama geral da história da arte, com ênfase nas
pinturas. O 1.2, “Considerações sobre Educação”, com o propósito de
apresentar algumas idéias sobre educação. Aqui contempla Paulo Freire e
outros autores que, com ele, dialogam e enriquecem as considerações
freirianas. O item 1.3, do mesmo capítulo, “Anotações sobre arte-educação”,
liga estas idéias e o ensino de arte à arte-educação. O item 1.4, “Museu como
espaço educativo”, procura explorar o espaço do museu, como um espaço
educativo em potencial, como complemento às demais formas de educação.
O capítulo II – “Estética da Criação: Teoria da Arte Educação”, como o
próprio nome diz, proporciona maior embasamento teórico para este estudo. O
capítulo divide-se em quatro partes. O item 2.1, “Concepções sobre Arte:
Educação dos Sentidos”, procura expor algumas idéias sobre o que se
entende por arte e sobre a crise dos nossos sentidos. Alfredo Bosi e João
Francisco Duarte Jr. acrescentam suas ponderações, além de outros autores
de destacada importância. Os três itens subsequentes levam o nome dos
teóricos e uma de suas obras fundamentais, cujas idéias serão examinadas
em cada um dos mencionados itens: 2.2, “Herbert Read e A Redenção do
Robô”; 2.3, “Wassily Kandinsky e Do Espiritual na Arte” ; e 2.4, “Paul Klee e
Diários”. Todos estes teóricos falam sobre a arte-educação e educação do
sensível nos livros mencionados.
Finalmente, o capítulo III – “Estética da fruição: A pesquisa desvelada
nos museus”, contempla descobertas e vivências nos museus de arte, e as
vozes dos sujeitos que respondem às questões que deram origem à própria
investigação, e que serão escutadas, analisadas e interpretadas. O capítulo é
dividido em quatro partes, intituladas: 3.1, “Caminhos para a revelação”, que
comenta a metodologia utilizada. Nos ítens 3.2, “Desvelando o Louvre” e 3.3,
“Desvelando a Pinacoteca”, é feito um relato sensível, contando a vivência dos
sujeitos envolvidos na pesquisa nos dois museus. No 3.4, “As vozes falam,
sentem e revelam”, é feita uma análise das respostas dos questionários,
correlacionando com a teoria.
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Pretende o trabalho contribuir para a pesquisa em Educação e Arte, de
algum modo. Lembrando que esta investigação leva a momentos de reflexão e
indagação, esperamos que este trabalho traga contribuições para as áreas de
educação, arte e linguagem, para simpatizantes, para curiosos e para quem
tem sede de saber e de conviver com a arte.