95
BRUNO HENRIQUE ANDRADE GALVÃO Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com degeneração macular relacionada à idade submetidos ao tratamento com antiangiogênico intravítreo Recife – PE 2010

Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

  • Upload
    ngodien

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

BRUNO HENRIQUE ANDRADE GALVÃO

Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com

degeneração macular relacionada à idade submetidos ao

tratamento com antiangiogênico intravítreo

Recife – PE 2010

Page 2: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências da Saúde

Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical

Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com

degeneração macular relacionada à idade submetidos ao tratamento

com antiangiogênico intravítreo

BRUNO HENRIQUE ANDRADE GALVÃO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Medicina Tropical. Área de Concentração: Doenças Infecciosas e

Parasitárias.

Orientadora: Profª. Drª. Célia Maria Machado Barbosa de Castro

Recife, PE

2010

Page 3: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

Galvão, Bruno Henrique Andrade

Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com degeneração macular relacionada à idade submetidos ao tratamento com antiangiogênico intravítreo / Bruno Henrique Andrade Galvão. – Recife: O Autor, 2010.

94 folhas: il., fig., tab. e quadros. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de

Pernambuco. CCS. Medicina Tropical, 2010.

Inclui bibliografia, anexos e apêndices.

1. Degeneração macular. 2. Microbiota conjuntival. 3. Microbiologia ocular. I. Título.

617.711 CDU (2.ed.) UFPE 617.73

CDD (20.ed.) CCS2010-119

Page 4: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases
Page 5: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

REITOR

Amaro Henrique Pessoa Lins

VICE-REITOR

Gilson Edmar Gonçalves e Silva

PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DIRETOR

José Thadeu Pinheiro

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL NÍVEL MESTRADO E DOUTORADO

COORDENADORA

Maria Rosângela Cunha Duarte Coêlho

VICE-COORDENADORA

Heloísa Ramos Lacerda Melo

CORPO DOCENTE

Ana Lúcia Coutinho Domingues

Célia Maria Machado Barbosa de Castro

Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto

Fábio André dos Santos Brayner

Heloísa Ramos Lacerda de Melo

Maria Amélia Vieira Maciel

Maria de Fátima Pessoa Militão de Albuquerque

Maria do Amparo Andrade

Maria Rosângela Cunha Duarte Coêlho

Marli Tenório Cordeiro

Ricardo Arraes de Alencar Ximenes

Valdênia Maria Oliveira de Souza

Vera Magalhães da Silveira

Page 6: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

Dedico

A Deus, meu caminho e vida.

A Zivonaldo e Silvana, meus pais.

Page 7: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

AGRADECIMENTOS

“E aprendi que se depende sempre, de tanta, muita, diferente gente...

E é tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que

pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste

trabalho, um grande trabalho!

A minha família, especialmente meu PAI e minha MÃE por serem à

base de tudo da minha vida e por ter me proporcionado o melhor. E a

minha irmã Thaíse Galvão.

A minha orientadora, Célia Maria Machado Barbosa de Castro,

uma mulher de referência no âmbito pessoal e profissional, grande Mãe

Científica, Pesquisadora, Amiga, Professora, Orientadora, enfim não

consigo descrever resumidamente todas as qualidades desta pessoa tão

carinhosa e gentil, muitíssimo obrigado!!!

A minha Amiga, Irmã, Professora, Companheira de todas as horas

Wylla Tatiana Ferreira e Silva, a pesquisadora NATURE.

Aos colegas do Setor de Microbiologia Clínica do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA)/UFPE, em especial Karla Melo,

Simone Fraga, Kedma Magalhães que sempre me deram uma palavra

amiga. E também aos estagiários Rafael Acioli e Guilherme Firmino, que

sem vocês este trabalho seria mais complicado. E Fátima Diniz pelo apoio

e ensinamentos.

Ao Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical/UFPE, ao

Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), à Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), à Fundação de

Amparo à Pesquisa em Pernambuco (FACEPE).

A todos os Professores do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical/UFPE, em especial Ricardo Ximenes pelo aprendizado

diário (quando crescer quero ser igaul a este grande mestre) e a

Rosângela Coêlho pelos conselhos e confiança depositados em mim.

A todos os funcionários do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical/UFPE, Walter Leite, Jupira e Sônia Inês agradeço todo

carinho e ajuda diária.

Aos professores e funcionários do Departamento de Medicina Tropical, a secretária Luzia sempre carinhosa, e em especial aos

professores e funcionários da disciplina Microbiologia e Imunologia,

Professoras Ana Catarina, Cleide Miranda, Ivanise Aca, Maria Amélia e

aos funcionários Dejanira, Graça, Mário e Rosalva.

Page 8: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

Ao Núcleo de Pesquisa, Ensino e Assistência em Infectologia (NEPAI)/HC, a Profª Sylvia Lemos e em especial a Profª Conceição Lira,

por ser sobretudo AMIGA, CONSELHEIRA, INCENTIVADORA e por

acreditar em mim. Aos colegas Edjane, Everton e Raiana pela ajuda e ao

meu AMIGO Bartolomeu pela ajuda, amizade fora e dentro da

universidade e por fim a Solange pela pessoa de garnde coração e

generosidade.

A Fundação Altino Ventura (FAV) pela colaboração para

realização deste trabalho, em especial pela ajuda aos médicos Kleper

Leitão e Marcos Eugênio, a equipe da CCIH que não mediu esforço nas

várias semanas de trabalho, meu muito obrigado a Bartolomeu Santos,

Elizabeth Ramos e Rogéria Loiola, sem vocês esse trabalho teria se

tornado mais complicado.

Aos alunos aos quais tenho tido a honra de ensinar, mas, sobretudo,

com os quais, de aprender!

Aos meus amigos, que conquistei durante a vida acadêmica: Cybelle

Rolim, Vanessa Sá Leal, Michelle Galindo, Marília Gabriela, Sônia

Marinho, Roberta Bento, Lisiane Santos, Luciana Orange, Karla Romana e

Carlos Weber ...“os mais certos das horas incertas... Naqueles momentos

difíceis... Com palavras de força, de fé e de carinho... Com verdades em

frases abertas...”

Aos meus colegas de turma de mestrado, André, Diogo, Daniela,

Emanuelle, Frederico, Katherine, Kledoaldo, Luciana, Poliana e em

especial a minha eterna AMIGA Lígia Helena e aos amigos da turma de

doutorado Ana Isabel, Ana Líria, Antônio Carlos, Kedma Magalhães,

Marília Gabriela que nos deram muita força durante todo curso de

mestrado.

Aos meus amigos que sempre me ajudam nos momentos que mais

preciso: Magda Rosângela, Edinaldo... pelo incentivo, apoio e

compreensão.

Aos meus amigos do departamento de Anatomia e Nutrição/UFPE,

pelo apoio, incentivo, confiança, companheirismo e, sobretudo a

AMIZADE, com todo carinho Amanda Marcelino e Aline Isabel.

Aos PACIENTES, que gentilmente concordaram em participar do

estudo. Todo o meu respeito e solidariedade.

Àqueles que, por uma “razão” ou “estação”, de mim se

aproximaram com palavras, atitudes ou gestos de amizade.

E por tudo, agradeçamos a Deus!

Page 9: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

"O olho atento das horas paradas",

“O olhar além dos limites é quem liberta: " O olho da máscara dentro do olho

O olho da carne dentro da pele O olho entre os lençois/ O olho insuportável dos limites

O olho sem algemas".

Tanussi Cardoso

Page 10: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

RESUMO

Introdução: A injeção intravítrea representa um dos maiores desafios na terapêutica

oftalmológica atual para o tratamento da degeneração macular relacionada à idade, na

forma exsudativa, embora as injeções intravítreas possam levar a endoftalmite pós-

cirurgica, onde a fonte pricipal é a microbiota conjuntival. Objetivos: descrever a

microbiota conjuntival bacteriana e fúngica de portadores de degeneração macular

relacionada à idade no peri-operatório com uso de injeção intravítrea de antiangiogênico

em um esquema terapêutico trimestral. Métodos: foi realizado um estudo de série de

casos com 35 pacientes submetidos a injeção intravítrea de antiangiogênico para o

tratamento de DMRI e 30 pacientes controles sadios, na Fundação Altino Ventura-PE.

O material da conjuntiva foi coletado em 4 momentos: (t0) antes da primeira aplicação

de antiangiogênico; (t1) após uso tópico de 3 dias de antibiótico; (t2) antes da terceira

aplicação de antiangiogênico e (t3) no retorno de 30 dias após término, para o grupo

DMRI. Com relação ao grupo controle, foi feita apenas uma coleta para o islomento

bacteriano e fúngico, correspondente a t0. A coleta foi através de swab no fundo de saco

conjuntival inferior, e colocado em meio BHI.O processo de investigação

microbiológica seguia as seguintes etapas:bacterioscopia, cultura e antibiograma.

Resultados: para o grupo DMRI, o houve crescimento positivo das culturas para os

momentos t0, t1, t2 e t3, cujos percentuais foram respectivamente de 91,4%; 28,6%;

74,3% e 94,3%. Para o grupo controle, foi realizada a cultura da microbiota apenas no

momento t0, evidenciando-se um percentual de 93,3% de culturas positivas. Para ambos

os grupos houve maior freqüência de bactérias Gram-positivas em todos momentos,

prevalecendo às espécies Staphyloccocus aureus e Staphyloccocus coagulase negativo.

Os fungos mais frequentemente isolados Aspergillus sp e Penicillium sp para ambos

grupos.Conclusão: não houve diferença na distribuição dos micro-organismos isolados

na conjuntiva dos portadores de DMRI, comparada aos pacientes controles.

Descritores: Degeneração macular, Microbiota conjuntival, Microbiologia ocular.

Page 11: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

ABSTRACT

Introduction: Intravitreal injection represents a major challenge in current ophthalmic

therapy for the treatment of macular degeneration age-related, in exsudative form, though

intravitreal injection can lead to post-surgical endophthalmitis, whose the main source is

the conjunctival microbiota. Objectives: To describe the conjunctival fungi and bacterial

flora of patients with macular degeneration related to age in the perioperative period and

the use anti-angiogenic intravitreal injection in a regimen quarterly. Methods: We

performed a study of a cases series with 35 patients undergoing intravitreal

antiangiogenic drug for the treatment of AMD patients and 30 healthy controls, at the

Altino Ventura Foundation-PE. The Conjunctival material was collected in 4 stages: (t0)

before first application of antiangiogenic, (t1) after topical use of antibiotics in 3 days,

(t2) before the 3th application of antiangiogenic and (t3) in the 30th day after termination,

for the AMD group. With respect to the control group was made just a collection for the

bacterial and fungal isolation, corresponding to t0. The collect was through swab in the

conjunctival sac below, and incubated in BHI broth. The process of microbiological

investigation followed the following steps: bacterioscopy, culture and antibiogram.

Results: For the AMD group, the growth was positive for cultures in times t0, t1, t2 and

t3, the percentages were respectively 91.4%, 28.6%, 74.3% and 94.3%. For the control

group was performed microbial culture only at the time t0, evidencing a percentage of

93.3% for positive cultures. For both groups there was a higher frequency of Gram-

positive at all times, prevailing species Staphylococcus aureus and Staphylococcus

coagulase-negative. The fungi most frequently isolated were Aspergillus sp and

Penicillium sp for groups both. Conclusion: no difference in the distribution of

microorganisms isolated in the conjunctiva of patients with AMD, compared to control

patients

Keywords: Macular degeneration, Conjunctival microbiota, Microbiology eye.

Page 12: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 14

2- REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 18

2.1- ANATOMIA E FISIOLOGIA DO OLHO................................................................................... 18

2.2- ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DO OLHO ............................................................................... 23

2.3- MICROBIOTA CONJUNTIVAL ................................................................................................ 27

2.3.1 Constituição ............................................................................................................................... 27

2.3.2 Fatores que interferem na microbiota conjuntival .................................................................... 31

2.4- DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA À IDADE .................................................... 31

2.4.1 Conceito ..................................................................................................................................... 31

2.4.2 Classificação ............................................................................................................................. 33

2.4.3 Tratamento ................................................................................................................................ 34

2.4.4 Injeção intravítrea de antiangiogênico e endoftalmite infecciosa ............................................. 36

3- PERGUNTA CONDUTORA .................................................................................. 39

4- OBJETIVOS ............................................................................................................. 41

4.1- OBJETIVO GERAL ..................................................................................................................... 41

4-2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 41

5- MÉTODOS ............................................................................................................... 43

5.1 LOCAL DE ESTUDO ........................................................................................................................... 43

5.2 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................................................... 43

5.3 POPULAÇÃO-ALVO ........................................................................................................................... 43

5.4 CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO NA PESQUISA ......................................................................................... 44

5.4.1 Critérios de inclusão ................................................................................................................. 44

5.4.2 Critérios de exclusão ................................................................................................................. 44

5.5 PROCEDIMENTOS ............................................................................................................................. 45

5.5.1 Exame oftalmológico ................................................................................................................. 45

5.5.2 Coleta das amostras e análise laboratorial ............................................................................... 46

5.6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ............................................................................................................ 50

5.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ................................................................................................................. 50

6- RESULTADOS ......................................................................................................... 52

7- CONCLUSÕES ........................................................................................................ 74

8- PERSPECTIVAS ..................................................................................................... 76

9- REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 78

ANEXOS ....................................................................................................................... 87

APÊNDICES ................................................................................................................. 93

Page 13: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

13

_________________INTRODUÇÃO

Page 14: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

14

1- INTRODUÇÃO

Endoftalmite infecciosa é uma das maiores preocupações em procedimentos

cirúrgicos oftalmológicos. Apresenta prognóstico visual ruim, levando à cegueira legal

em até 38% dos casos (KARACAL, KYMES e APTE, 2007). Há um risco potencial de

endoftalmite infecciosa após injeção intravítrea com agentes utilizados na terapia

padrão, para uma série de doenças envolvendo a retina (TA, 2007; JAGER et al., 2004).

Dentre essas doenças, destaca-se a degeneração macular relacionada à idade (DMRI),

uma das principais causas de cegueira legal em indivíduos acima de 50 anos de idade

(NEHEMY, 2006).

Acredita-se que em sua maioria, a fonte do agente infeccioso, seja bactérias e/ou

fungos da própria microbiota conjuntival (MC), dos pacientes operados (SPEAKER et

al, 1991; De CARO et al., 2008). Este fato é bem comprovado em relação à cirurgia de

catarata (facectomia) e sugere-se que reduzindo ou eliminando as colônias microbianas

na superfície ocular pode haver diminuição na incidência de endoftalmite pós-operatória

(CIULLA, STARR e MASKET, 2002; HAMMOUDI, ADBODELL e WONG, 2007).

Injeção intravítrea de substância antiangiogênica tem se tornado um

procedimento comum na prática oftalmológica para tratamento de doenças vítreo-

retinianas. Nos últimos anos houve crescimento exponencial do número de injeções,

principalmente, após disponibilização dos agentes terapêuticos antiangiogênicos para o

tratamento da DMRI tipo exsudativa (MOSHFEGHI, 2008).

Page 15: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

15

Com o aumento das injeções intravítreas, particularmente para DMRI, cresce a

preocupação com as complicações associadas. Existe um risco inerente este

procedimento à endoftalmite infecciosa (TA et al, 2007; JAGER et al., 2004). Bactérias

da MC têm fundamental importância na etiologia da endoftalmite. Há comprovações de

que bactérias isoladas a partir de amostras vítreas de endoftalmite pós-facectomia foram

geneticamente iguais às bactérias da MC dos pacientes implicados (SPEAKER et al.,

1991; LEONG et al., 2002; BANNERMAN et al., 1997).

Na utilização de injeções intravítreas, entretanto, esta relação direta de

endoftalmite após injeção e microbiota conjuntival ainda não esta comprovada de forma

satisfatória (De CARO et al., 2008). A literatura sobre profilaxia antibiótica tópica em

portadores de DMRI exsudativa, com indicação de injeção intravítrea de

antiangiogênico, ainda é escassa apesar de haver a necessidade desse tipo de tratamento

com ranibizumab, droga aplicada no olho ou injetada em alguns casos, chegando à

repetição do procedimento por até 24 meses consecutivos (ROSENFELD et al., 2006;

HEIER et al., 2006).

As bactérias constituem o grupo mais comum de agentes causadores de

endoftalmite. Assim, uma vez havendo redução ou eliminação das colônias bacterianas

da superfície ocular, poderar haver diminuição na incidência de endoftalmite pós-

operatória. Várias medidas são propostas neste sentido, entre elas o uso de iodo-

povidona (PVPI) no pré-operatório, uso de antibiótico tópico no peri-operatório e

isolamento dos cílios. Porém, em revisão da literatura, o uso de PVPI no preparo pré-

operatório foi a única medida considerada comprovadamente capaz de diminuir a

incidência de endoftalmite pós-operatória. Isto vale especialmente no caso de DMRI

Page 16: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

16

exsudativa. Ressaltando que existem diferenças no perfil microbiológico da conjuntiva

ocular e escassa literatura, isso reforça a necessidade de realização de avaliações

periódicas a partir da cultura de secreção conjuntival nos serviços de oftalmologia, para

que orientações de mudanças e tratamento das complicações infecciosas possam ser

programados.

Diante do exposto, faz-se necessário a realização de estudos para esclarecer o

tipo de MC antes, durante e após os procedimentos cirúrgicos oftalmológicos. Assim, o

presente estudo pretende descrever as bactérias e os fungos conjuntivais de pacientes

com DMRI exsudativa, no peri-operatório do procedimento de injeção intravítrea de

antiangiogênico, em um centro oftalmológico de referência no estado de Pernambuco.

Page 17: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

17

_____REVISÃO DA LITERATURA

Page 18: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

18

2- REVISÃO DA LITERATURA

2.1- ANATOMIA E FISIOLOGIA DO OLHO

Os olhos são órgãos receptores altamente complexos, que fazem parte do

sistema sensorial. São encarregados de captar estímulos luminosos para que o sistema

nervoso possa exercer sua função integradora e coordenativa (DANGELO & FANTINI,

2004).

O olho humano é composto pelo globo ocular, pálpebras, músculos do globo

ocular e da pálpebra superior, aponevrose de Tenon, aparelho lacrimal, vasos e nervos

da órbita, observados na Figura 1(ALVES, MORGADO E PRISTA, 1995).

Figura 1: Anatomia do Olho (www.clinorp.com.br/.../anatomia_ocular.jpg)

A parede do globo ocular humano é composta por três camadas: externa –

fibrosa (esclera e córnea), intermediária – músculo-vascular (coroide, corpo ciliar e íris)

e nervosa (retina) e contém meios: humor aquoso, cristalino e humor vítreo (ALVES

MORGADO e PRISTA, 1995; HECHT, 2000).

Page 19: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

19

As pálpebras são formações músculo-membranosas que se mantêm lubrificadas

e carregadas de líquido. Possuem duas funções: proteção mecânica do globo ocular e

formação de um meio ótimo para a córnea (PRISTA, ALVES E MORGADO, 1995;

HECHT,200).

A proteção mecânica da superfície ocular é realizada por meio de duas

barreiras anatômicas, que previnem a penetração de patógenos para além da superfície

anterior do globo. A primeira é o septo orbital, um fino tecido de fibras (em

multicamadas) que divide a órbita da pálpebra em espaços pré e pós-septo e servem

como uma barreira física para prevenir infecções. A segunda é a conjuntiva (KLOTZ et

al., 2000).

A conjuntiva é uma membrana mucosa fina e transparente que reveste a

superfície posterior das pálpebras (conjuntiva palpebral ou tarsal), aderindo a elas

intimamente, recobrindo, também a parte anterior do olho (conjuntiva bulbar). No caso

de inflamação, deixa de ser incolor, devido à dilatação dos vasos sanguíneos

(MENDES, 2001a).

Além da função de proteção (recobrimento), a conjuntiva possui as seguintes

funções: mecânica (permite a livre movimentação dos globos oculares, graças às pregas

do fundo de saco); lubrificante, contribuindo para a auto-lubrificação e também da

córnea; e defensiva, através da formação de uma barreira, em conjuntivo com a lisozima

produzida pelas lágrimas, contra a penetração de micro-organismos (MENDES, 2001a).

A conjuntiva contribui para formar o filme lacrimal, o qual é formado por três

camadas: uma fina camada lipídica externa, para a prevenção da evaporação; uma

intermediária aquosa, mais espessa, que contém as glândulas lacrimais; e uma fina

camada de muco mais interna, que se adere à córnea (LEMP, 1973; WOOD, 1999;

Page 20: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

20

HECHT, 2000). O filme lacrimal, renovado a cada movimento da pálpebra, fornece uma

importante superfície úmida para a córnea, necessária para a formação de uma

superfície opticamente adequada. A utilização de soluções com pH abaixo de 4,0 ou

superior a 9,0 causa distorção neste filme (HECHT, 2000).

A produção constante de secreções e o movimento das pálpebras removem as

bactérias e poeiras das superfícies ocular pelas vias lacrimais, para a cavidade nasal

(ALVES, MORGADO E PRISTA, 1992; HECHT, 2000).

A lisozima, enzima presente nas lágrimas, também colabora na remoção de

micro-organismos; esta normalmente os destroi, mas possui ação reduzida sobre os

patogênicos (HECHT, 2000). Possui a capacidade de romper a parede celular de

bactérias Gram positivas e até de Gram negativas. Em conseqüência, a conjuntiva

possui uma flora microbiana escassa (PELCZAR et al., 1996; TORTORA E FUNKE,

2000).

Para a manutenção de uma córnea saudável e da acuidade visual, é necessária

uma conjuntiva saudável. Infecções da conjuntiva podem atingir a córnea, causando

perfuração e úlceras córneas (WOOD,1999).

A córnea, fina e transparente, é avascular e formada, principalmente, pelo

epitélio corneal, estroma e endotélio corneal (ALVES, MORGADO E PRISTA, 1992;

HECHT, 2000).

Está em contato direto com o meio ambiente e possui defesas imunes limitadas

(KLOTZ et al., 2000), mas possui outros mecanismos para prevenir infecção bacteriana.

Entre estes, está a produção contínua de lágrimas que, junto com o movimento da

pálpebra, servem para remover fisicamente bactérias dos olhos. As lágrimas são

também importantes para manter a secreção que contém imunoglobulina A, amilase e

Page 21: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

21

lisozima, as quais estão envolvidas na proteção do olho contra infecção bacteriana

(WATSON, REYES E MCMURRAY, 1978; MASINICK et al., 1997).

O epitélio corneal íntegro constitui uma barreira eficiente contra a invasão de

bactérias patogênicas. A ocorrência de abrasão na superfície da córnea pode permitir a

penetração de micro-organismo e, conseqüentemente, o desenvolvimento de infecções

na córnea. A cicatrização, devido a traumas, infecção, entre outros, normalmente, forma

uma mancha opaca permanente. Quando a transparência da córnea é alterada, o poder

de resolução e acuidade visual é afetado (HECHT, 2000).

A superfície ocular possui, além da proteção mecânica, proteção imunológica

para a defesa (KLOTZ et al., 2000). Apesar dos olhos estarem bastante protegidos

contra a invasão de micro-organismos, estes são vulneráveis às infecções acarretando

sérias conseqüências ao indivíduo (MIMS et al., 1999).

A maioria dos patógenos oculares não pode penetrar a camada epitelial da

córnea intacta, que é protegida pela pálpebra e pelo filme lacrimal. O organismo possui

mecanismos de defesa ativos e passivos que protegem os tecidos da córnea contra

invasão bacteriana, porém, havendo o fracasso no mecanismo de proteção da córnea ou

o epitélio corneal violado, as bactérias estão livres para invadir a córnea e provocar

infecções. O mecanismo ativo ocorre em 8 a 10 h após o dano córneo (SCHAEFER et

al., 2001).

A esclera é a parte posterior e opaca da túnica externa do olho, que tem o

revestimento fibroso protetor externo do olho que consiste quase inteiramente de

colágeno. É densa e branca, continua-se anteriormente com a córnea e posteriormente

com a bainha dural do nervo óptico. Internamente o globo ocular apresenta

Page 22: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

22

compartimentos distintos, assim há um segmento anterior e um segmento posterior, os

quais são separados pela face posterior do cristalino. ( DANGELO & FANTINI, 2004)

O cristalino é uma lente biconvexa, avascular, incolor e quase transparente, está

suspenso atrás da íris pela zônula, a qual o conecta com o corpo ciliar. O segmento

anterior a lente é dividido em duas câmaras, a anterior que vai do endotélio corneano à

face anterior da íris e a posterior que vai da face posterior da íris à face anterior do

cristalino. As câmaras se comunicam através da pupila e são preenchidas por humor

aquoso, o qual se encontra em constante renovação (KNOP, KNOP; 2005a).

O segmento posterior do globo ocular é preenchido pelo humor vítreo, estrutura

que se assemelha a um gel viscoelástico e composto por 98% de água. É delimitado

anteriormente pela face posterior do cristalino e posteriormente pela retina e nervo

óptico, sendo este a continuação das fibras ganglionares da retina e o responsável pela

condução do estímulo elétrico ao cérebro (FORRESTER et al., 2008; DANTAS, 2002).

A retina é uma delicada estrutura responsável pela conversão da informação

relevante do ambiente em impulsos nervosos que são transmitidos ao córtex para

decodificação e análise. Anatomicamente é formada por dez camadas estrutural e

funcionalmente distintas. O tecido retiniano é nutrido de duas maneiras distintas, sendo

uma pela artéria central da retina e seus capilares que nutrem as camadas mais internas

da retina. Ao centro do lado posterior da retina situa-se a mácula lútea, de cor amarela é

uma pequena área oval da retina, com cones fotorreceptores especiais, especializada

para acuidade visual (DANGELO & FANTINI, 2004).

Page 23: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

23

Anatomicamente o olho humano apresenta regiões internas e externas que fazem

parte da barreira física que modulam a imunidade ocular, em conjunto atuam na

preservação da integridade e funcionalidade do olho (CALLEGAN et al., 2002).

2.2- ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DO OLHO

Em virtude de sua origem embriológica e da presença de fatores fisiológicos

que controlam a resposta imune, o olho apresenta características imunológicas únicas.

A superfície ocular, do ponto de vista imunológico, é composta pela

conjuntiva, glândula lacrimal e pelo sistema de drenagem lacrimal. Essas estruturas

compõem o tecido linfático associado ao olho (EALT- eye associated lymphoid tissue),

conhecido como o mais novo componente do sistema imune de mucosa (KNOP; KNOP,

2002; MEEK et al., 2003).

Linfócitos e plasmócitos formam a principal população de leucócitos na

superfície ocular, constituindo o tecido linfoide que é distribuído por toda conjuntiva,

principalmente na região tarsal. A superfície ocular apresenta características em comum

com o sistema imune de mucosa: linfócitos T CD8+ em maior quantidade que linfócitos

T CD4+ no epitélio (camada basal) e a nível da lâmina própria ocorre o inverso. Os

plasmócitos, em geral, são encontrados na lâmina própria, onde principalmente, IgAs

(complexo excretor) são produzidas (KNOP e KNOP, 2000).

Esta estrutura básica da conjuntiva se estende para todo sistema de drenagem

lacrimal, como canalículo nasolacrimal, saco e ducto nasolacrimal (KNOP e KNOP,

2001; MEEK et al., 2003).

Page 24: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

24

Macrófagos, células dendríticas e mastócitos também são encontradas na

conjuntiva e participam da imunidade da mucosa, juntamente com proteínas do sistema

complemento. Os mastócitos atuam produzindo vários fatores, incluindo citocinas, que

recrutam outros leucócitos e organizam a reação inflamatória contra destruição do

patógeno (STAHL et al., 2002)

A glândula lacrimal está intimamente relacionada com a conjuntiva através de

10 a 12 ductos excretores. Apresenta uma maior quantidade de plasmócitos que

linfócitos intraepiteliais. Os linfócitos T CD8+ são mais freqüentes que os linfócitos T

CD4+ na glândula, em contraste com a conjuntiva. O complexo IgAs formado é

transportado por endocitose até a superfície apical onde o componente secretor protege

a imunoglobulina da ação das enzimas presentes no filme lacrimal e não fixa

complemento (WIECZOREK et al., 1988; FRANKLIN; KENYON; TOMASI, 1973).

Existem dois estimuladores do recrutamento das IgAs que permitem sua saída

da glândula lacrimal: o fator transformador de crescimento alfa (TGFα), produzido

pelas células T e macrófagos, e a interleucina-5 produzida pelos linfócitos T CD4+

ativados (De LA TORRE e NUÑEZ, 2002).

O filme lacrimal contribui também para a defesa imune da superfície da

mucosa ocular. Esse apresenta vários componentes, ente os quais, proteínas

antiinflamatórias e antimicrobianas, tais como: lactoferrina, lisozima, fosfolipase A2 e

IgAs. O filme lacrimal é produto do sistema secretor lacrimal, composto pela glândula

lacrimal principal e pelas glândulas acessórias, estas, distribuídas na substância própria

da conjuntiva. Ainda participam da produção do filme lacrimal, glândulas produtoras de

lipídeos e células produtoras de mucina. A mucina também contribui para a proteção da

superfície ocular, formando uma camada sobre o epitélio corneano resistente à

Page 25: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

25

degradação enzimática, limitando a adesão de micro-organismos na córnea (SACK et

al, 2005).

Assim, o componente extenso do sistema imune de mucosas juntamente com a

rede de vasos linfáticos que drenam para os linfonodos pré-auriculares e

submandibulares representa o sistema de defesa da superfície ocular que é chamado de

EALT. (KNOP e KNOP, 2002).

Esse mecanismo imunológico, combinado com um sistema fagocitário ativo e

de lisozimas no filme lacrimal, forma a primeira linha de defesa do bulbo ocular contra

a invasão microbiana e estabelecimento de processos infecciosos dos quais, a IgA

secretora parece ser o anticorpo mais importante (SETTIPANE; CONNEL;

SHERMAN, 1965, JAN et al., 2002).

Além da superfície ocular existe o compartimento intraocular, que é composto

por todas as estruturas intraoculares, juntamente com os fluidos intraoculares (humor

aquoso e o vítreo), separados do sangue através de zônulas ocludens (tight junctions)

que se encontram entre as células epiteliais e endoteliais. Os capilares da circulação

vascular retiniana e o epitélio pigmentar da retina contêm zônulas ocludens. Estes

constituem uma efetiva barreira para moléculas solúveis e contribuem para constituição

do humor aquoso e vítreo. Tanto a ausência de linfáticos intraoculares, quanto à barreira

sanguínea ocular oferecem importante contribuição anatômica para a existência do

imunoprivilégio (ALM e KAUFMAN, 2003; MEEK et al ., 2003; KAPLAN, 2007).

Diversos fatores condicionam o imunoprivilégio, como: receptores de

superfície das células parenquimatosas oculares com função imunomodulatória, fatores

imunomoduladores solúveis presentes no humor aquoso, regulação do sistema

complemento dentro do olho, células apresentadoras de antígeno promotoras de

Page 26: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

26

tolerância antigênica e como descrita, a barreira sanguínea ocular e a não convencional

via linfática existente no olho (KAPLAN e NIEDERKORN, 2007).

O imunoprivilégio depende da integridade anatômica de todas essas estruturas,

e do adequado funcionamento bioquímico que em conjunto, minimizam o dano visual

que pode ser causado pelas respostas imune celular, principalmente e humoral contra

patógenos potenciais. Acreditava-se que o imunoprivilégio e a inflamação não podiam

coexistir e que a inflamação intraocular o eliminaria. Apos vários estudos, pode-se

pensar que o olho desenvolve múltiplos mecanismos compensatórios para mantê-lo

(MO, WANG e KAPLAN, 2007).

O estímulo antigênico na mucosa ocular é semelhante ao de outras mucosas.

Os linfócitos após entrarem em contato com antígenos sofrem diferenciação em células

efetoras com atividade celular ou humoral, sendo neste caso mais freqüente a IgAs.

Esses linfócitos ativados, através dos vasos linfáticos chegam à circulação sanguínea e,

após contato com outras mucosas, retornam para circulação linfática, o que é chamado

de recirculação linfocitária. Este fato caracteriza a superfície ocular como parte do

tecido linfocitário associado de mucosa (MALT), o que pode esclarecer a presença de

anticorpos na lágrima (McCLELLAN; FRACO; FRACS, 1997; KNOP e KNOP, 2007).

Sapse et al. (1967) relataram que a aplicação de antígenos na conjuntiva resulta

em produção local de células com memórias específicas que respondem a posteriores

aplicações tópicas do mesmo antígeno. Experimentos mostram que animais imunizados

por via sistêmica a um antígeno específico produzem anticorpos circulantes conta o

antígeno, os quais podem ser recuperados no filme lacrimal.

Page 27: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

27

2.3- MICROBIOTA CONJUNTIVAL

2.3.1 Constituição

Os olhos possuem uma microbiota equilibrada e bastante específica. A

composição da flora microbiana tem início ao nascer, quando os olhos são rapidamente

colonizados por vários micro-organismos, que se mantêm até a fase adulta com algumas

modificações na composição (KAUFMAN et al., 2003).

A presença de micro-organismos na conjuntiva humana foi descrita já no

século XIX. Acreditava-se na época que somente bactérias aeróbias compunham a

microbiota normal (MARCON et al., 1996). Em 1935, foi evidenciada a existência de

microbiota aeróbia e também facultativa na conjuntiva normal (BURNS, 1997). Só em

1975, ficou demonstrada a presença de bactérias anaeróbias estritas (BURNS, 1989).

Staphylococcus coagulase negativo, Corynebacterium sp e Staphyloccocus

aureus são as espécies bacterianas mais encontradas na microbiota conjuntival norrmal

(De KASPAR et al., 2008). Existe certa variação nos estudos de freqüência relativa,

mas a maioria é concordante no que se refere à bactéria mais prevalente, o

Staphylococcus coagulase negativo (JAGER et al., 2004; RESNIKOFF et al., 2004;

ROSENFELD et al., 2006; ARANTES et al., 2008; De KASPAR et al., 2008; TA et

al., 2007; LOCATELLI , KWITKO e SIMONETTI, 2003).

Staphylococcus coagulase negativo representa um grupo de bactérias onde são

classificadas treze espécies e identificadas por diferentes métodos. Staphylococcus

epidermidis e Staphylococcus saprophyticus são as mais comumente citadas do grupo

pelo potencial patogênico. É questionável, porém, a validade clínica desses métodos

para diferenciar as bactérias do grupo. Determinação da concentração inibitória mínima

Page 28: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

28

(CIM) parece ser clinicamente mais importante do que a identificação individual de

cada espécie bacteriana (ANDO e TAKATORI, 1982).

Bactérias consideradas patogênicas também são encontradas, mas em

freqüência reduzidas. Fazem parte deste grupo: Streptococcus pneumoniae,

Enterococcus faecalis, Streptococcus sp, Haemophilus influenza, Haemophilus sp.,

diplococos Gram negativos, entre outros(De KASPAR et al., 2008).

Com a melhoria dos métodos de isolamento e identificação de bactérias

anaeróbias e fungos, tem-se observado cada vez mais estes micro-organismos na

microbiota conjuntival normal (McNATT et al., 1978, CAMPOS et al., 1994). Das

bactérias anaeróbias, Propionibacterium acnes tem se mostrado o mais prevalente na

maioria dos estudos, chegando a níveis de 86% do total de bactérias anaeróbias.

(SEHGAL et al., 1981; CHA et al., 1990) e de 33% numa casuística com bactérias

aeróbias e anaeróbias (ARANTES et al., 2008).

Quanto aos fungos, podem ser encontrado na microbiota conjuntival normal

em taxas que variam de zero até 28%. São considerados habitantes transitórios da

microbiota e dependem de fatores ambientais a serem isolados, como exposição ao

campo e estações do ano. Usualmente, o fungo não permanece no saco conjuntival,

muito menos cresce em condições normais. Mas sua presença, mesmo que transitória,

tem importância e caso haja desequilíbrio no sistema imunológico, como em doenças

crônicas, uso de corticoterapia e antibioticoterapia tópica, pode passar a causar doenças

(CAMPOS et al., 1994; SANTOS et al., 2006; OSATO, 1996; RUBIO, 2006).

A fonte de bactérias do saco conjuntival parece ser a pele das pálpebras. Este

conceito vem do fato que há grande similaridade na microbiota da pele desta região,

quando comparada à microbiota conjuntival. Isto se reflete na grande freqüência de

Page 29: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

29

anaeróbios presentes na conjuntiva ocular, semelhante ao que acontece na pele. E

quando a conjuntiva é comparada com outras membranas mucosas do corpo humano,

como a nasofaringe, cavidade oral, trato gastrintestinal e orifícios genito-urinários, há

nítidas diferenças nos organismos cultivados. Os Propionibacterium, por exemplo,

típico da MC, dá lugar aos bacteroides e as bifidobactérias (SEHGAL et al.,1981).

É importante ressaltar que a variedade de micro-organismos da MC encontra-se

em equilíbrio fisiológico entre seu mecanismo patógeno (competição nutritiva, inibição

metabólica e produção enzimática) e o sistema imunológico de seu hospedeiro.

Conseqüentemente, a conjuntiva abriga uma rica microbiota comensal. A presença

dessa, junto com a ação física das pálpebras e o efeito imunológicos da lágrima, impede

a colonização de bactérias patogênicas. No entanto, infecções de estruturas externas dos

olhos não são raras, seja por resultado de micro-organismos agressores ou por

crescimento descontrolado de bactérias devido à quebra do equilíbrio imunológico do

hospedeiro. Doenças como conjuntivite e úlcera de córnea podem surgir a parti daí

(BILEN et al., 2007).

Microbiota conjuntival tem sido relacionada também como principal fonte de

bactérias para infecções intra-oculares pós-operatória e pós-traumáticas (SPEAKER et

al., 1991; LEONG et al., 2002; BANNERMAN et al., 1997; De CARO et al., 2008; TA

et al., 2007). Nas endoftalmites pós-facectomia, bactérias cultivadas a partir do vítreo

foram geneticamente iguais às bactérias da microbiota da conjuntiva, pálpebra e mucosa

nasal em 82% dos casos.

Sobre a micobiota ocular normal, é englobada por fungos presentes nas

pálpebras, canais lacrimais e superfície ocular. Para grande maioria dos autores, os

fungos isolados em conjuntivas sadias são originados da biota anemófila, pois não

Page 30: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

30

foram detectadas evidências de que fungos pertençam à biota permanente em olhos

sadios, devido a não repetição dos resultados obtidos em cultivos seriados de

conjuntiva.(ANDRADE et al., 2006).

A exposição quase permanente da conjuntiva ao meio ambiente externo é,

talvez, a razão mais lógica para explicar a variabilidade da flora micótica conjuntival,

levando em conta a procedência dos indivíduos e sua ocupação (SANTOS et al., 2006).

Aliada a estas condições, existe o fato de que o ar ambiental existe um teor de esporos,

maior ou menor, na dependência de fatores ambientais como: clima, umidade e aeração

(DALFRÉ et al., 2007).

Os fungos de maiores freqüências isolados em microbiotas conjuntivais são os

filamentosos. Andrade et al. (2006), isolaram em conjuntiva sadia de diabéticos os

gêneros Aspergillus e Penicillium em maiores frequências e a espécie Acremonium spp.

Para Dalfré et al. (2007), quando estudou a micobiota conjuntival de cortadores de cana-

de-açuçar em Minas Gerais, os fungos mais frequente foram Fusarium sp, Geotrichum

sp, Cladosporium sp, Penicillium sp e Murcor sp.

As cirurgias oculares são consideradas fatores predisponentes ao

desenvolvimento de infecções oculares por ocasionarem perda da integridade da

superfície ocular (HOFLING-LIMA et al., 2005). O conhecimento dos componentes da

micobiota conjuntival orienta formulações das hipóteses diagnósticas nas infecções

micóticas oculares, é importante a certeza da existência, ou não de fungos como

integrante da biota transitória ou permanete na conjuntiva ocular.

Page 31: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

31

2.3.2 Fatores que interferem na microbiota conjuntival

Vários são os fatores que podem interferir no perfil da microbiota conjuntival,

tais como: idade (RUBIO, 2006); doenças que afetam a imunidade, como Diabetes

mellitus (BILEN et al., 2007; MARTINS et al., 2004), hanseníase (SANTOS et al.,

2006), síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) (CAMPOS et al., 1994) e uso de

drogas imunossupressoras (MILLER, 1977); condições oculares, como uso de lentes de

contato (FLEISZIG et al., 1992), alergia (LIBÓRIO et al., 2005) usuários de

hipotensor ocular para glaucoma (De KASPAR et al., 2004; SEHGAL et al., 1981;

Rubio, 2004), infecção ativa, uso indiscriminado de antibióticos e/ou corticóides

(ANDO e TAKATORI, 1982; SEHGAL et al., 1981); fatores ambientais, como

exposição ao meio rural com consequente maior freqüência de fungos, distribuição

sazonal (MARCON et al., 1996), pacientes internados em UTI (ARAÚJO et al., 2001);

doenças por mecanismos variados, como dermatite atópica e doença de Behçet

(GÜNDÜZ et al., 2008).

2.4- DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA À IDADE

2.4.1 Conceito

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 314 milhões

de pessoas são deficientes visuais em todo o mundo, das quais 45 milhões são cegos. O

problema, afeta mais idosos e mulheres. A distribuição geográfica da deficiência visual

não é uniforme, pois, cerca de 85% dos deficientes vivem nos países em

desenvolvimento (WHO, 2009). Entre as principais causas de deficiência visual estão:

Page 32: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

32

catarata, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade, opacidades corneanas,

retinopatia diabética, tracoma e doenças oftalmológicas da infância (por exemplo,

causadas por deficiência de vitamina A). Há uma tendência global, desde o início dos

anos 90 de diminuição nas taxas de deficiência visual em todo o mundo, com mudança

das principais causas. O número de pessoas cegas em decorrência de doenças

infecciosas é muito reduzido, entretanto, há um aumento significativo do número de

pessoas que têm deficiência visual secundária às doenças crônicas relacionadas ao

aumento da expectativa de vida (WHO, 2009).

Destaca-se que as três doenças que surgiram como potenciais ameaças à visão de

suas populações nos países industrializados foram: retinopatia diabética, degeneração

macular relacionada à idade e glaucoma. Esta é a segunda causa de deficiência visual

em todo o mundo, sendo superada apenas pela catarata. A DMRI é a terceira causa no

mundo, já sendo a principal causa de deficiência visual nos países industrializados

(WHO, 2009).

Degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença progressiva que

acomete a mácula (região central da retina), podendo levar a severo comprometimento

visual, nos estágios mais avançados. Anteriormente chamada de degeneração macular

senil, recebe este nome por afetar tipicamente pacientes na faixa etária acima dos 50

anos de idade (KINI et al., 1978). Caracteriza-se por perda em graus variados da

acuidade visual central, sendo a principal causa de cegueira em pacientes idosos nos

Estados Unidos da América (EUA) (HEIER et al., 2006). No Brasil, também é listada

com uma das principais causas de cegueira irreversível (BENTZON, FAHMY e

MÖLLER, 1975).

Page 33: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

33

É mais freqüente em indivíduos da raça branca, de origem caucasiana. Existe

uma relação direta do risco de doença com o aumento da idade. No estudo de Klein

(2007) a prevalência e a incidência da DMRI aumentam com a progressão da idade,

atingindo uma incidência cumulativa de 8% (em 15 anos de seguimento), em pacientes

com 75 anos ou mais. Esses dados remetem ao grande impacto desta doença no âmbito

da saúde pública, adquirindo especial relevância com o crescente aumento da

longevidade verificado nas últimas décadas.

É considerada uma doença de causa multifatorial, não existindo um único

elemento causador direto da doença. Vários fatores são implicados na sua fisiopatologia

e considerados fatores de risco: histórico familiar positivo, tabagismo, cor clara da íris,

catarata e cirurgia de catarata, hipertensão arterial sistêmica, hipercolesterolemia, sexo

feminino e doença cardiovascular (KINI et al., 1978; RODRIGUES et al., 2006).

2.4.2 Classificação

É classificada em duas formas distintas: forma não-neovascular ou atrófica e a

forma neovascular ou exsudativa (KINI et al., 1978).

A forma atrófica, também conhecida como DMRI seca, se caracteriza

essencialmente pela presença de drusas, que são lesões redondas e amareladas,

localizadas ao nível do epitélio pigmentar da retina (EPR). Há também outras

anormalidades do EPR, como atrofia geográfica e áreas de hiperpigmentação.

Representa cerca de 90% dos casos de DMRI e está associada com perda visual menos

grave que a forma neovascular, usualmente mais lenta, levando anos para seu

desenvolvimento (KINI et al., 1978; AGE, 2001).

Page 34: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

34

Na forma neovascular, também chamada de DMRI úmida, existe um

crescimento de vasos sangüíneos no espaço sub-retiniano, denominado membrana

neovascular sub-retiniana (MNVSR). A MNVSR estende-se anteriormente através de

um defeito na membrana de Bruch para o espaço do EPR e/ou da retina neurossensorial,

levando ao acúmulo de líquidos no espaço sub-retiniano, sangue ou lipídeos. Esses

efeitos secundários da MNVSR, adicionados a presença de tecido cicatricial ou fibroso,

são o que leva a perda visual mais rápida, ocorrendo em dias ou semanas e mesmo

pouco freqüente, é responsável pela maioria dos casos de cegueira legal por DMRI

(KINI et al., 1978, COMER e CIULLA, 2008).

2.4.3 Tratamento

Não existe um tratamento efetivo para a forma seca da DMRI, onde a atenção é

focada para a prevenção da doença. Exames periódicos e ensino aos pacientes sobre os

sinais precoces da doença são recomendados. Suplementação dietética com

antioxidantes como Vitaminas A e E, zinco e luteína também têm sido propostos. Em

um estudo populacional, houve menos progressão da DMRI em pacientes que fizeram

uso de suplementação dietética em casos selecionados (AGE, 2001, GRAGOUDAS et

al., 2004).

Para a forma neovascular, é necessário inicialmente o reconhecimento do tipo de

MNVSR e também sua localização. Com o auxílio da angiografia fluorescente, as

MNVSR podem ser clássicas, onde se define claramente toda área da lesão já nas fases

iniciais do exame e ocultas, onde a MNVSR fica obscurecida por deslocamento

fibrovascular do EPR ou vazamento de fluorescência de fonte indeterminada. Sobre a

Page 35: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

35

localização, é fundamental definir se a MNVSR atinge o centro da mácula, isto é, é

subfoveal ou se não ameaça a fóvea, dita extra-foveal (KINI et al., 1978).

Para os casos de localização extra-foveal, MNVSR clássicas ou clássicas com

componente oculto, porém de limites definidos, o tratamento de eleição permanece a

fotocoagulação por laser térmico. Já para os casos subfoveais ou justafoveais onde não

há segurança nos limites da lesão, tratamento por terapia fotodinâmica com

verterporfirina (PDT) e terapia com antiangiogênico são indicados (KINI et al., 1978,

ROSENFELD et al., 2006).

O PDT é realizado através da administração da verterporfirina endovenosa e

ativação da mesma por irradiação de laser de diodo de 689 nanômetros (nm), atingindo

seletivamente a MNVSR. É indicado para MNVSR predominantemente clássica, mas é

pouco utilizado atualmente pelo seu custo elevado e menor eficácia de tratamento em

relação à terapia com antiangiogênico (KINI et al., 1978).

Recentemente, foram introduzidas na prática oftalmológica, drogas que atuam

bloqueando a ação do fator de crescimento endotelial vascular (Vascular Endotelial

Growth Factor – VEGF). O VEGF é considerado fundamental na angiogênese ocular e

tem papel direto na formação e crescimento das MNVSR. Pegaptanib sódico e

Ranibizumab são exemplos destas medicações e ambos são administrados por injeção

intravítreas periódicas (MOSHFEGHI, 2008).

O pegaptanib sódico (Macugen®, Pfizer) foi o primeiro a ser lançado no

mercado, tendo sua liberação para o uso em janeiro de 2005 nos EUA. Atua

especificamente sobre a isoforma 165 do VEGF, em tese o isômero mais associado com

MNVSR em humanos. Apresenta eficácia semelhante ao PDT, com a vantagem

Page 36: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

36

adicional de não ter restrições quanto ao tipo de MNVSR. São indicadas injeções

intravítreas a cada seis semanas por um período de 12 meses (MOSHFEGHI, 2008).

O ranibizumab (Lucentis®, Novartis Ophthalmics) é um fragmento de anticorpo

que se liga e inibe todas isoformas do VEGF. Tem se tornado um tratamento comum

para DMRI, inclusive mudando o paradigma da DMRI exsudativa, que além de

estabilizar a doença, os pacientes passaram a ter melhora visual com o tratamento. No

estudo original de aprovação da medicação, 34% dos pacientes obtiveram ganho de

acuidade visual significante mantido após dois anos de tratamento com injeções mensais

(KINI et al., 1978; MOSHFEGHI , 2008).

O bevacizumab (Avastin®, Genentech) é um anticorpo monoclonal que inibe

todas as isoformas do VEGF humano. Inicialmente aprovado para o tratamento de

câncer metastático colo-retal, passou a ser utilizado por via intravítrea para tratamento

da DMRI exsudativa com resultados promissores (REZENDE FILHO e REZENDE,

2000). Ganhou popularidade no meio médico, mesmo sem aprovação oficial dos órgãos

regulamentadores. Isto se deve em parte a eficácia semelhante quando comparado ao

ranibizumab, e também a enorme diferença de custos: o bevacizumab tem um custo por

dose cerca de 20 vezes menor que o ranibizumab (MOSHFEGHI , 2008).

2.4.4 Injeção intravítrea de antiangiogênico e endoftalmite infecciosa

A injeção intravítrea por si só leva a um risco potencial de endoftalmite

infecciosa. Acredita-se que as bactérias da microbiota conjuntival do paciente poderiam

ganhar acesso direto ao vítreo no momento da injeção, ser carreadas pela ponta da

agulha, causando endoftalmite. E como a inoculação é direta no vítreo, a quantidade de

Page 37: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

37

bactérias necessárias para provocar endoftalmite seria bem menor se comparada com a

cirurgia de catarata (FLYNN e SCOTT, 2007; MASON et al., 2008).

Endoftalmite associada à injeção de pegaptanib sódico ocorreu numa freqüência

de 1,3% por pacientes e de 0,16% por injeção (ROSENFELD et al., 2006). Quanto ao

ranibizumab, foi encontrada freqüência de 1,6% por pacientes e de 0,25% por injeção

(MOSHFEGHI , 2008).

Em um estudo com quase 20.000 injeções de antiangiogênicos no período de três

anos, ocorreu endoftalmite confirmada por cultura positiva em dois casos (0,010%).

Bactérias Gram positivas foram identificadas: Staphyloccocus epidermidis e

Streptococcus sanguinis (REZENDE FILHO, 2000). Outros estudos não chegaram a

isolar bactérias nas culturas, sendo consideradas endoftamites suspeitas, sem

confirmação bacteriológica (FLYNN e SCOTT, 2007; DE KASPAR et al., 2004). O

número reduzido de casos de endoftalmite e também, estudos que incluem os casos

suspeitos, não permitem maiores conclusões sobre as características microbiológicas das

endoftamites associadas a injeções de antiangiogênicos (REZENDE FILHO, 2000).

Page 38: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

38

______PERGUNTA CONDUTORA

Page 39: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

39

3- PERGUNTA CONDUTORA

Qual a frequência e quais os tipos de bactérias e fungos na conjuntiva ocular no

peri-operatório de pacientes com DMRI exsudativa submetidos a injeção intravítrea de

antiangiogênico ?

Page 40: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

40

___________________OBJETIVOS

Page 41: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

41

4- OBJETIVOS

4.1- OBJETIVO GERAL

Descrever a microbiota conjuntival de portadores de degeneração macular

relacionada à idade (DMRI) no peri-operatório com uso de injeção intravítrea de

antiangiogênico em um esquema terapêutico trimestral.

4-2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

− Determinar a freqüência bacteriana e fungica dos isolados em quatro momentos

(t0, t1, t2, e t3) antecedentes e posteriores ao procedimento cirurgico;

− Identificar os tipos das bactérias e dos fungos isolados nos quatro momentos

antecedentes e posteriores ao procedimento cirurgico;

− Determinar a sensibilidade “in vitro” das bactérias isoladas a antimicrobianos.

Page 42: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

42

_______________METODOLOGIA

Page 43: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

43

5- METODOLOGIA

5.1 Local de Estudo

A pesquisa foi realizada na Fundação Altino Ventura (FAV), que fornece

serviços oftalmológicos a pacientes na cidade do Recife (PE) através do Sistema Único

de Saúde (SUS).

As análises microbiológicas das amostras foram realizadas no setor de

Microbiologia Clínica do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA) da

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

5.2 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo descritivo de uma série de casos. Estudos deste tipo

investigam a relação exposição-efeito em uma determinada população e em um dado

período de tempo.

5.3 População-alvo

A população-alvo deste estudo foi constituída por 35 pacientes portadores

confirmados de DMRI e 30 pacientes controles sadios, atendidos na FAV durante o

período de novembro de 2008 a novembro de 2009. Os voluntários foram convidados a

participar do estudo, após a explicação dos objetivos, seus riscos e benefícios e

enfatizando-se seus direitos de participar ou não da pesquisa. Para os que concordaram

Page 44: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

44

foi solicitada assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE

(Apêndice A).

5.4 Critérios para seleção na pesquisa

A seleção dos pacientes voluntários portadores da DMRI em estudos deu-se

através dos seguintes critérios:

5.4.1 Critérios de inclusão

− Idade superior a 50 anos e menor ou igual a 83 anos;

− Presença de MNVSR subfoveal secundária a DMRI, com diagnóstico

confirmado por angiografia fluorescente e tomografia de coerência óptica

(OCT);

− MNVSR predominante clássica (mais de 50% do total de área com MNVSR);

− MNVSR minimamente clássica (área menor que 50% com componenete

clássico) ou oculta sem componente clássico se houvesse sinais de progressão da

doença recente, isto é, perda de uma linha de visão na tabela de Snellen,

aumento igual ou maior que 10% de área ativa da MNVSR documentado por

angiografia e aparecimento de novo sangramento sub-retiniano (REGILLO et

al., 2008; BASHSHUR et al., 2008);

− MNVSR de no máximo 12 discos de área;

− Presença de líquido sub-retiniano, maculopatia cística ou espessura de mácula

central > 250 micras no OCT.

5.4.2 Critérios de exclusão

Page 45: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

45

− Uso de antibiótico tópico ou sistêmico nos últimos seis meses;

− Cirurgia ocular nos últimos seis meses;

− Sinais de infecção ocular ou sistêmica ativa;

− Uso de prótese no olho contralateral;

− Usuários de lentes de contato;

− Portadores de olho seco e/ou alergia ocular crônica que usem colírios de forma

regular;

− Portadores de diabetes mellitus;

− Portadores de glaucoma usuários de colírio hipotensor;

− Tratamento prévio para DMRI exsudativa por terapia fotodinâmica com

verterporfina ou terapia com antiangiogênico (bevacizumab, ranibizumab ou

pegaptanib).

5.5 Procedimentos

5.5.1 Exame oftalmológico

Todos os pacientes foram submetidos a um exame oftalmológico completo em

data anterior ao procedimento cirúrgico, pelo oftamologista responsável por esta fase do

estudo, consistindo nas seguintes etapas:

− Aferição da acuidade visual, que foi realizada após refração com melhor

correção óptica para cada paciente. Utilizou-se a tabela de optótipo de Snellen, a

seis metros de distância do paciente;

− Avaliação da biomicroscopia do segmento anterior do olho com lâmpada de

fenda, modelo SL3E de marca Topcon®;

Page 46: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

46

− Aferição da pressão intraocular com tonômetro de aplanação tipo Goldmann,

acoplado à lâmpada de fenda, após instilação prévia de uma gota de colírio

anestésico (Visonest®) e uma gota de colírio de fluoresceína;

− Realização da biomicroscopia do segmento posterior com lente de 90 dioptrias

(Volk®) e lâmpada de fenda, para avaliação do pólo posterior, com detalhes da

mácula e nervo óptico;

− Realização da oftalmoscopia binocular indireta, através de oftalmoscópio de

marca Keeler®, e lente de 20 dioptrias (Volk®), para avaliação da periferia da

retina após midríase medicamentosa.

Todos pacientes foram submetidos também a retinografia e angiografia

fluorescente (Retinógrafo TRC-50 IA, software Imagenet for Windows, versão 1.53,

Topcon®) e OCT (Stratus OCTTM, versão do software 4.1, Carl Zeiss Meditec, Inc),

para confirmação do tipo de MNVSR e identificação de tratamento com

antiangiogênico para DMRI.

5.5.2 Coleta das amostras e análise laboratorial

As coletas dos materiais foram realizadas no período de novembro de 2008 a

novembro de 2009, sendo o ínicio desta etapa correspondente à data da cirurgia.

A etapa de coleta do material foi realizada em quatro momentos: (t0) antes da

primeira aplicação de antiangiogênico, no pré-operatório imediato sem administração de

qualquer colírio; (t1) após o uso tópico de três dias de antibiótico profilático; (t2) antes

da terceira aplicação de antiangiogênico e (t3) no retorno de 30 dias após a terceira

Page 47: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

47

injeção. Na Tabela 1 é apresentado o detalhamento de cada um destes momentos de

coleta e os tipos de micro-organimos pesquisados em cada fase.

Tabela 1: Detalhamento dos momentos de coleta e micro-organismos isolados. Momentos de

Coleta

Descrição do local Micro-organismo a ser

isolado

t0 Sala de espera anexa ao bloco cirúrgico Bactérias e Fungos

t1 Consultório do ambulatório Bactérias

t2 Sala de espera anexa ao bloco cirúrgico Bactérias

t3 Consultório do ambulatório Bactérias e Fungos

Em todas as etapas de coletas, anteriormente citadas, foi realizada a correta

lavagem das mãos do profissional e utilizou-se swab (haste de plástico com algodão -

estéril) para coletar o conteúdo do fundo do saco conjuntival inferior.

Foi solicitado ao paciente que olhasse para cima e com o primeiro e o segundo

dedos de uma das mãos do profissional, seguravam-se as pálpebras, evertendo a

inferior. Com a outra mão, aplicava-se a extremidade do swab com movimentos de

rotação e deslizamento sobre a superfície da conjuntiva palpebral e fundo de saco

conjuntival inferiores no sentido medial para lateral e lateral para medial, sem tocar nas

margens palpebrais e cílios, a fim de evitar possíveis contaminantes.

Foram utilizados dois swabs, sendo o primeiro para isolamento fúngico em

meio ágar Saboroud utilizando a técnica das cinco pontas, e o segundo, para isolamento

bacteriano em 2 ml de BHI (Brain Heart Infusion), contido em tubo de ensaio. Em

seguida, ambas as amostras dos meios utilizados foram transportadas para o laboratório

em no máximo duas horas após a coleta. Todo o material microbiológico investigado

permaneceu hermeticamente fechado até a análise laboratorial.

Page 48: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

48

No setor de Microbiologia Clínica do Laboratório de Imunopatologia Keizo

Asami (LIKA/UFPE), o material foi incubado em estufa bacteriológica em aerobiose a

36° ± 1°C por até 5 dias. Os tubos eram observados a cada 24 horas para verificar o

crescimento de bactérias pela turvação do meio. O material dos tubos que apresentaram

turvação foi semeado em meio ágar Sangue (BBLTM Blood ágar base-infusion ágar)

hemácias de carneiro a 5% e ágar Levine (BBLTM Levine eosin methylene blue ágar)

para isolamento e identificação de bactérias. Caso não houvesse crescimento bacteriano

no período de 5 dias, as culturas eram consideradas negativas (Apêndice B).

As bactérias foram identificadas seguindo as recomendações de Koneman et al.

(2001). Identificadas primeiramente quanto ao tipo, pela coloração de Gram. Para os

cocos Gram-positivos, foi utilizado o teste da catalase para diferenciar os

Staphylococcus (catalase positiva) dos Streptococcus (catalase negativa). As espécies de

Staphylococcus foram identificadas através de uma prova de aglutinação em latéx

(Staphclin®, da Laborclin), quando positiva indicava crescimento de S. aureus e quando

negativa era realizado o teste de sensibilidade a novobiocina. Este quando sensível

indicava crescimento de Staphylococcus epidermidis e quando resistente o crescimento

de Staphylococcus saprophyticus.

Os Streptococcus são primeiramente diferenciados pela hemólise visualizada

no meio ágar sangue. Entre os Streptococcus isolados os que são alfa-hemolíticos,

tiveram seus testes utilizados o crescimento em bile esculina® (Laborclin), crescimento

em meio NaCl 6,5% em BHI e teste de sensibilidade a optoquina (Sensibiodisc-ID®,

Cecon). A partir destes testes puderam ser identificados Enterococcus sp, Streptococcus

do drupo D, Streptococcus do grupo viridans ou Streptococcus pneumonie.

Page 49: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

49

Para a identificação de Bacilos Gram-positivos esporulados, foi levado em

conta o crescimento em aerobiose e a presença de esporos visualizados pela coloração

de Gram.

As bactérias Gram-negativas foram identificadas através da coloração de Gram

e pelo crescimento no meio ágar Levine, meio seletivo para Gram negativo. Foram

realizados testes bioquímicos para identificação específicas das bactérias (Kit para

enterobactérias®, Laborclin).

Realizou-se o teste de difusão em disco de Kirby-Bauer para as culturas

positivas segundo as recomendações do National Committe for Clinical Laboratory

Standard (CLSI, 2008). Após cultivos em ágar sangue por 24 horas em aerobiose a 36°

± 1°C, colônias eram suspensas em solução salina, sendo a suspensão ajustada à escala

0,5 de Mc Farland (108 UFC/ml). A suspensão bacteriana obtida era semeada de forma

homogênea, com o auxilio de um swab estéril, sobre a superfície de placas contendo

ágar Mueller Hinton (DifcoTM Mueller Hintom ágar). Em seguida, com o auxilio de uma

pinça flambada, eram dispostos os discos de antibióticos sobre a superfície semeada.

Após essa etapa, as placas eram então incubadas a 36° ± 1°C por 24 horas. A leitura dos

halos foi realizada com o auxilio de uma régua.

Os antimicrobianos utilizados foram: tobramicina (10 µg), gentamicina (10

µg), cefalotina (30 µg), cloranfenicol (30 µg), vancomicina (30 µg), neomicina (30 µg),

ciprofloxacina (5 µg), moxifloxacina (5 µg), oxacilina (1 µg), ofloxacina (5 µg),

cefotaxima (30 µg) e cefoxitina (30 µg).

Para os fungos, o material foi semeado em placas de Petri com ágar Sabouraud

e foram conservadas à temperatura ambiente por 28 dias. Após esse período, as placas

que apresentaram crescimento foram consideradas positivas e as características

Page 50: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

50

macroscópicas e microscópicas dos cultivos permitiram a identificação de grande parte

dos fungos. Quando necessário, foram realizados para identificação dos fungos, cultivos

em lâminas, provas fisiológicas e provas bioquímicas.

5.6 Apresentação dos dados

Os dados foram apresentados de maneira descritiva. Com o objetivo de

categorizar a amostra estudada foram apresentadas as freqüências (%) e absolutas (N)

das classes de cada variável qualitativa (variáveis categóricas). Para as variáveis

quantitativas (contínuas) foi utilizada média, desvio-padrão, valor mínimo e máximo

para indicar a variabilidade dos dados.

5.7 Considerações Éticas

Este estudo foi submetido à Comissão de Ética em Pesquisa da Fundação

Altino Ventura, tendo sido aprovado sob registro CEP-FAV n° 036/08, carta de

aprovação n° 06/08 (Anexo A).

Todos os pacientes incluídos neste estudo receberam, no início, informações

detalhadas sobre a natureza da investigação e, após os esclarecimentos, assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Não houve prejuízo aos mesmos, visto

que a coleta de secreção do saco conjuntival não apresentou risco aos olhos dos

pacientes.

Page 51: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

51

_________________RESULTADOS

Page 52: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

52

6- RESULTADOS

Os resultados desse estudo deu origem ao artigo intitulado: “Microbiota

conjuntival em peri-operatório de pacientes com degeneração macular relacionada à

idade submetido a tratamento com antiangiogênico intravítreo”. Esse será submetido

como artigo original à revista: Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. Publicada pela

Scientific Electronic Library Online – SciELO e classificada como qualis B3 pela

CAPES. Possui fator de impacto igual a 0,1804 (ano de 2008) (ANEXO 2).

Page 53: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

53

ARTIGO ORIGINAL

Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com degeneração macular relacionada à idade submetido a tratamento com antiangiogênico

intravítreo

Bruno Henrique Andrade Galvão1,2 José Ricardo Diniz 3

Kleper Carvalho de Figueiredo Leitão3

Guilherme Oliveira Firmino1 Rafael Acioli Medeiros1

Célia Maria Machado Barbosa de Castro1,2,4 1Setor de Microbiologia Clínica, Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. 2Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. 3Fundação Altino Ventura, Recife, Pernambuco, Brasil. 4Departamento de Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. *Endereço para correspondência: Célia Maria Machado Barbosa de Castro 1Setor de Microbiologia Clínica, Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, Universidade Federal de Pernambuco,Campus Universitário, Cidade Universitária, Recife, PE, Brasil. CEP: 50670-901 Tel.: + 55 81 2126 8484 E-mail: [email protected]

Page 54: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

54

RESUMO

Objetivos: descrever a microbiota conjuntival bacteriana e fúngica de portadores de degeneração macular relacionada à idade no peri-operatório com uso de injeção intravítrea de antiangiogênico em um esquema terapêutico trimestral. Métodos: foi realizado um estudo de série de casos com 35 pacientes submetidos a injeção intravítrea de antiangiogênico para o tratamento de DMRI e 30 pacientes controles sadios, na Fundação Altino Ventura.O material da conjuntiva foi coletado em 4 momentos: (t0) antes da primeira aplicação de antiangiogênico; (t1) após uso tópico de 3 dias de antibiótico; (t2) antes da terceira aplicação de antiangiogênico e (t3) no retorno de 30 dias após término, para o grupo DMRI. Com relação ao grupo controle, foi feita apenas uma coleta para o islomento bacteriano e fúngico, correspondente a t0. A coleta foi através de swab no fundo de saco conjuntival inferior, e colocado em meio BHI.O processo de investigação microbiológica seguia as seguintes etapas:bacterioscopia, cultura e antibiograma. Resultados: para o grupo DMRI, o houve crescimento positivo das culturas para os momentos t0,t1,t2 e t3, cujos percentuais foram respectivamente de 91,4%; 28,6%; 74,3% e 94,3%. Para o grupo controle, foi realizada a cultura da microbiota apenas no momento t0, evidenciando-se um percentual de 93,3% de culturas positivas. Para ambos os grupos houve maior freqüência de bactérias Gram-positivas em todos momentos, prevalecendo às espécies Staphyloccocus aureus e Staphyloccocus

coagulase negativo. Os fungos mais frequentemente isolados Aspergillus sp e

Penicillium sp para ambos grupos.Conclusão: não houve diferença na distribuição dos micro-organismos isolados na conjuntiva dos portadores de DMRI, comparada aos pacientes controles. Descritores: Degeneração macular relacionada à idade, Microbiota conjuntival, Microbiologia ocular.

INTRODUÇÃO

Degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é responsável por perda

visual grave e é a principal causa de cegueira legal nos pacientes com mais de 50 anos

de idade na maioria dos países desenvolvidos(1). DMRI é uma doença caracterizada por

alterações degenerativas na parte central da retina, chamada mácula. Sua prevalência

aumenta com a idade afetando 8,5 a 27,9% da população maior que 75 anos. Das quatro

principais causas de cegueira legal, a DMRI é a única em que a profilaxia não foi ainda

bem establecida(2).

Page 55: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

55

Não existe terapia efetiva que promova a cura e o tratamento da DMRI na sua

forma exsudativa representa um dos maiores desafios na terapêutica oftalmológica(3). O

tratamento farmacológico de doenças vitreorretinianas é uma importante modalidade

terapêutica em oftalmologia e, em especial, no tratamento de doenças retinianas como a

DMRI(4). O desenvolvimento de medicamentos, como a classe de drogas

antiangiogênicas, aplicados intra-ocularmente é uma técnica bastante difundida. Pois, é

menos complexa e mais precisa para o fornecimento de quantidades suficientes de

drogas aplicadas diretamente sobre o tecido retiniano (5).

Algumas das desvantagens da injeção intravítrea são os risco inerentes ao

procedimento, que inclui a endoftalmite (4). Esta constitui uma das complicações mais

graves e de pior resultado funcional entre as afecções oftalmológicas, que resulta em

perda parcial ou completa da visão após poucos dias de inoculação. É causada

principalmente por micro-organismos provenientes da microbiota ocular que penetra no

olho após o procedimento cirúrgico (6).

É reconhecida a importância da microbiota conjuntival (MC) na fisiopatologia

da endoftalmite infecciosa (7). Usualmente, a microbiota conjuntival tem sido

relacionada também como principal fonte de bactérias para infecções intraoculares pós-

operatória e pós-traumática (8). Nas endoftamites pós-facectomia, bactérias cultivadas a

parti do vítreo foram geneticamente iguais às bactérias da microbiota da conjuntiva,

pálpebras e mucosa nasal em 82% dos casos (9).

Nas injeções intravítreas, entretanto, esta relação direta de endoftalmite pós

injeção e microbiota conjuntival ainda não foi comprovada de forma satisfatória (10).

Existe escassez de dados na literatura sobre MC e profilaxia com antibióticos tópicos,

nos portadores de DMRI exsudativa com indicação de injeção intravítrea de

Page 56: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

56

antiangiogênico, como ocorre no tratamento com ranibizumab, cujo tratamento pode

durar por até 24 meses consecutivos (11,12). Especula-se que bactérias da MC poderiam

ganhar acesso direto ao vítreo no momento da injeção, carreada pela agulha, causando

endoftalmite (4).

O saco conjuntival, em virtude da exposição externa e sua continuidade com a

pele, apresenta microbiota bacteriana normal e fúngica transitória (13). A MC pode ser

fonte de processos infecciosos quando o equilíbrio entre os processos de defesa são

rompidos (8).

Assim, o objetivo deste estudo foi descrever o tipo de microbiota bacteriana e

fúngica de portadores de DMRI exsudativa, no peri-operatório de injeção intravítrea de

antiangiogênico, para um esquema terapêutico trimestral em um centro oftalmológico

de referência no estado de Pernambuco.

MÉTODOS

Foi realizado um estudo de série de casos com 35 pacientes (35 olhos) acima

de 50 anos, submetidos à injeção intravítrea de antiangiogênico para tratamento de

DMRI exsudativa (grupo DMRI), entre novembro de 2008 e novembro de 2009,

atendidos na Fundação Altino Ventura (FAV), centro oftalmológico de referência em

Pernambuco. Trinta pacientes saudáveis, com idade superior a 50 anos, também

atendidos na FAV, compuseram o grupo controle.

Os critérios de exclusão foram: usar prótese no olho contra-lateral, ser portador

de glaucoma usuário de colírio hipotensor, fazer uso de medicação tópica ou lentes de

contato, ter realizado cirurgia ocular nos últimos seis meses, ser portador de diabetes

Page 57: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

57

mellitus, com sinais de infecção ocular e ser portador de olho seco e/ou alergia ocular

com uso de colírios de forma regular.

Todos os pacientes foram submetidos previamente a exame oftalmológico

completo. No presente estudo, tanto para os pacientes DMRI como para os controles,

foram realizadas coletas da microbiota conjuntival para identificação bacteriana e

fúngica.

O material da conjuntiva foi coletado em quatro tempos (t), nomeados, neste

estudo, t0, t1, t2, t3. Os tempos foram assim constituídos: (t0) imediatamente antes da

primeira aplicação de antiangiogênico; (t1) quatro dias após a primeira aplicação de

antiangiogênico (um dia seguinte à finalização do uso de antibiótico tópico profilático);

(t2) trinta dias após a segunda aplicação de antiangiogênico, imediatamente antes da

terceira aplicação; (t3) trinta dias após a terceira aplicação de antiangiogênico. Nas

coletas de t0 e t3, foram realizadas as identificações bacterianas e fúngicas; nas de t1 e

t2, apenas bacterianas. Os pacientes do grupo controle foram submetdos a uma única

coleta, com identificações bacterianas e fúngicas.

As coletas foram realizadas com swab, no fundo de saco conjuntival inferior,

no olho portador da patologia em estudo, sem tocar nas pálpebras ou nos cílios. O

material foi inoculado em meio BHI para o isolamento bacteriano e em ágar Sabouraud

para o isolamento fúngico, utilizando a técnica das cinco pontas. Após a coleta, as

amostras da secreção conjuntival foram encaminhadas ao Setor de Microbiologia

Clínica do Laboratório de Imunopatologia Keiso Asami (LIKA/UFPE), dentro de um

período que não ultrapassou duas horas. O material foi incubado em estufa

bacteriológica em aerobiose a 36º C ± 1 por até cinco dias. Os tubos foram observados a

cada 24 horas para verificação do crescimento bacteriano até turvação do meio. Na

Page 58: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

58

ausência de crescimento bacteriano no período de cinco dias, as culturas foram

consideradas negativas.

O processo de investigação bacteriana seguiu as seguintes etapas: (1)

Bacterioscopia: através da coloração pelo método de Gram; (2) Cultura: por meio da

utilização de duas placas (ágar Sangue e ágar Levine) para cultivo e posterior

identificação bacteriana; (3) Antibiograma: a partir do isolamento microbiano e

posterior aplicação ao teste de difusão em disco de Kirby-Bauer, utilizando-se ágar

Mueller Hinton. Os discos antibióticos utilizados incluíram: tobramicina (10 µg),

gentamicina (10 µg), cefalotina (30 µg), cloranfenicol (30 µg), vancomicina (30 µg),

neomicina (30 µg), ciprofloxacina (5 µg), moxifloxacina (5 µg), oxacilina (1 µg),

ofloxacina (5 µg), cefotaxima (30 µg) e cefoxitina (30 µg). Após semeio do inoculo, a

placa foi incubada em estufa bacteriológica em aerobiose a 36ºC ± 1 por 18 a 24 horas.

Para os fungos, o material foi semeado em placas de Petri com ágar Sabouraud

e foram conservadas à temperatura ambiente por 28 dias. Após esse período, as placas

que apresentaram crescimento foram consideradas positivas e as características

macroscópicas e microscópicas dos cultivos permitiram a identificação de grande parte

dos fungos. Quando necessário, foram realizados para identificação dos fungos, cultivos

em lâminas, provas fisiológicas e provas bioquímicas.

Os procedimentos metodológicos foram iniciados após concordância do

Comitê de Ética da Fundação Altino Ventura, e mediante assinatura do termo de

consentimento livre e esclarecido por cada um dos pacientes incluídos no estudo.

Page 59: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

59

RESULTADOS

Dos 35 pacientes com a patologia (DMRI) em estudo, 19 eram do sexo feminino

(54,3%) e 16 do masculino (45,7%). A média de idade foi de 67,75 ± 12,09 anos.

Quanto aos pacientes controles (C), 17 eram do sexo feminino (56,7%) e 13 do

masculino (43,3%), com média de idade de 69,17 ± 8,62 anos.

Os resultados das culturas bacterianas da conjuntiva dos portadores de DMRI e

C para cada tempo de coleta estão expressos na Tabela 1. Nos pacientes DMRI, houve

maior número de culturas positivas nos tempos 0, 2 e 3 (Tabela 1). Observa-se

igualmente menor número de culturas positivas no tempo de coleta posterior ao uso de

antibiótico tópico profilático (t1) em relação aos demais tempos (Tabela 1). A

distribuição de culturas bacterianas tanto positivas quanto negativas no C foram

semelhantes aquelas dos DMRI em t0 (Tabela 1).

Tabela 1. Culturas bacterianas da conjuntiva de pacientes portadores de DMRI exsudativa no peri-operatório de injeção intravítrea de antiangiogênico para um esquema terapêutico trimestral (DMRI) e de pacientes controles (C) da Fundação Altino Ventura, Pernambuco, 2008-2009

PACIENTES t0 t1 t2 t3

+ - + - + - + - DMRI

N 32 03 10 25 26 09 33 02 % 91,4 8,6 28,6 71,4 74,3 25,7 94,3 5,7

C N 28 02 * * * * * * % 93,3 6,7 * * * * * *

DMRI: Degeneração Macular Relacionada à Idade. C: Controles. n: número de culturas bacterianas. %: percentual do número de culturas bacterianas.* Não houve coletas neste momento (t0) imediatamente antes da primeira aplicação de antiangiogênico; (t1) quatro dias após a primeira aplicação de antiangiogênico; (t2) trinta dias após a segunda aplicação de antiangiogênico; (t3) trinta dias após a terceira aplicação de antiangiogênico

Page 60: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

60

Na Tabela 2 estão expressas as freqüências das bactérias isoladas nas culturas

das conjuntivas dos pacientes do grupo DMRI e C. Houve maior freqüência de bactérias

Gram-positivas em todos os tempos de coleta (Tabela 2). Tanto nos C, como nos DMRI,

Staphyloccocus aureus foi a espécie predominante em t0 (Tabela 2). Isto também se

repetiu para os DMRI em t1 (Tabela 2). Em t2 e t3, Staphyloccocus coagulase negativo

foi a mais freqüente (Tabela 2).

Page 61: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

61

Tabela 2. Identificação bacteriana da conjuntiva de pacientes portadores de DMRI exsudativa no peri-operatório de injeção intravítrea de antiangiogênico em esquema terapêutico trimestral (DMRI) e de pacientes controles (C) da Fundação Altino Ventura, Pernambuco, 2008-2009

MOMENTOS DE COLETA

DMRI C

Bactérias Freqüência % Bactérias Freqüência %

t0

n = 32 n=28 Staphyloccocus aureus 23 71,87 Staphyloccocus aureus 16 57,15 Staphyloccocus coagulase negativo 8 25,0 Staphyloccocus coagulase negativo 10 35,71 Citrobacter sp. 1 3,13 Serratia sp. 1 03,57

Klebisiella sp. 1 03,57

t1

n = 9 Staphyloccocus aureus 5 55,56 * * *

Staphyloccocus coagulase negativo 2 22,22 * * *

Proteus mirabillis 1 11,11 * * *

Corynebacterium sp 1 11,11 * * *

t2 n = 26

Staphyloccocus aureus 10 38,46 * * *

Staphyloccocus coagulase negativo 16 61,54 * * *

t3

n = 33 Staphyloccocus aureus 10 30,30 * * *

Staphyloccocus coagulase negativo 20 60,61 * * *

Klebisiella sp 1 03,03 * * *

Morganella morganii 1 03,03 * * *

Serratia sp 1 03,03 * * * DMRI: Degeneração Macular Relacionada à Idade. C: Controles. (t0) imediatamente antes da primeira aplicação de antiangiogênico; .* Não houve coletas neste momento; (t1) quatro dias após a primeira aplicação de antiangiogênico; (t2) trinta dias após a segunda aplicação de antiangiogênico; (t3) trinta dias após a terceira aplicação de antiangiogênico

Page 62: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

62

Os resultados relativos à sensibilidade de colônias bacterianas isoladas da

conjuntiva de pacientes DMRI e C encontram-se na Tabela 3. No DMRI, dentre os

diversos antimicrobianos testados, moxifloxacino foi o único que apresentou 100% de

sensibilidade em todos os tempos de coleta (Tabela 3). Ainda no DMRI, para a

oxacilina, observou-se a menor média de sensibilidade (92,2%) quando considerados

todos os tempos. Vale salientar que em t0 no DMRI, os antibióticos cloranfenicol,

vancomicina e moxifloxacino apresentaram 100% de sensibilidade para todas as

bactérias (Tabela 3). Do mesmo modo, em t0 no grupo controle houve 100% de

sensibilidade aos antibióticos: gentamicina, vancomicina e ofloxacino para todas as

bactérias isoladas (Tabela 3).

Page 63: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

63

Tabela 3. Sensibilidade antimicrobiana das bactérias conjuntivais nos pacientes portadores de DMRI exsudativa no peri-operatório de injeção intravítrea de antiangiogênico para um esquema terapêutico trimestral (DMRI) e de pacientes controles (C) da Fundação Altino Ventura, Pernambuco, 2008-2009

ANTIMICROBIANO SENSIBILIDADE (%)

DMRI C t0 t1 t2 t3 t0 t1 t2 t3

Cefalotina 97,10 94,30 97,10 94,30 90,00 * * * Cefotaxima 97,10 100,00 91,40 94,30 83,30 * * * Cefoxitina 94,30 100,00 97,10 100,00 93,30 * * * Ciprofloxacina 94,30 94,30 94,30 97,10 90,00 * * * Cloranfenicol 100,00 100,00 94,30 97,10 96,70 * * * Gentamicina 88,60 100,00 100,00 97,10 100,00 * - - Moxifloxacino 100,00 100,00 100,00 100,00 96,70 - - - Neomicina 100,00 97,10 100,00 97,10 96,70 - - - Ofloxacino 97,10 100,00 100,00 100,00 100,00 - - - Oxacilina 85,70 97,10 91,40 94,30 86,70 - - - Tobramicina 88,60 94,30 100,00 94,30 96,70 - - - Vancomicina 100,00 100,00 97,10 94,30 100,00 - - - DMRI: Degeneração Macular Relacionada à Idade. C: Controles. (t0) imediatamente antes da primeira aplicação de antiangiogênico; .* Não houve coletas neste momento; (t1) quatro dias após a primeira aplicação de antiangiogênico; (t2) trinta dias após a segunda aplicação de antiangiogênico; (t3) trinta dias após a terceira aplicação de antiangiogênico

Page 64: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

64

Na Tabela 4, pode-se observar a sensibilidade aos antimicrobianos pelas

espécies bacterianas Gram-positivas: Staphyloccocus aureus e Staphyloccocus

coagulase negativo. Moxifloxacino, neomicina e vancomicina apresentaram 100% de

sensibilidade aos isolados Gram-positivos.

Tabela 4. Sensibilidade aos antimicrobianos das espécies bacterianas Gram-positivas de conjuntiva em pacientes portadores de DMRI exsudativa no peri-operatório de injeção intravítrea de antiangiogênico para um esquema terapêutico trimestral (DMRI) e de pacientes controles (C) da Fundação Altino Ventura, Pernambuco, 2008-2009

ANTIMICROBIANO

SENSIBILIDADE (%) Staphyloccocus aureus Staphyloccocus coagulase

negativo t0 t1 t2 t3 t0 t1 t2 t3

Cefalotina 100,0 100,0 100,0 90,0 100,0 100,0 93,7 100,0 Cefotaxima 95,4 100,0 70,0 80,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Cefoxitina 90,1 100,0 90,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Ciprofloxacina 90,1 80,0 90,0 90,0 100,0 100,0 93,7 100,0 Cloranfenicol 100,0 100,0 100,0 90,0 100,0 100,0 93,7 100,0 Gentamicina 86,4 100,0 100,0 90,0 87,5 100,0 100,0 100,0 Moxifloxacino 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Neomicina 100,0 100,0 100,0 90,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Ofloxacino 100,0 100,0 100,0 100,0 87,5 100,0 100,0 100,0 Oxacilina 90,1 100,0 80,0 100,0 75,0 100,0 93,7 100,0 Tobramicina 86,4 80,0 100,0 90,0 87,5 50,0 100,0 95,3 Vancomicina 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 DMRI: Degeneração Macular Relacionada à Idade. C: Controles. (t0) imediatamente antes da primeira aplicação de antiangiogênico; (t1) quatro dias após a primeira aplicação de antiangiogênico; (t2) trinta dias após a segunda aplicação de antiangiogênico; (t3) trinta dias após a terceira aplicação de antiangiogênico.

Page 65: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

65

Os resultados das culturas fúngicas da conjuntiva dos pacientes do grupo DMRI

e C para cada tempo de coleta estão expressos na Tabela 5. Nos pacientes DMRI, a

distribuição de culturas positivas e negativas, nos dois tempos de coleta, foi semelhante

(Tabela 5). Nos pacientes C, o número de culturas positivas para fungos foi menor para

o mesmo parâmetro no DMRI (Tabela 5). O isolamento fúngico (não mostrado na tabela

5) em t0 e t3 no grupo DMRI mostrou maior freqüência para: Aspergillus sp,

Penicillium sp e menor freqüência para Rhodotorula sp, Scytalidium sp e Cladosporium

sp (14,29 %). No C foram isoladas em maior freqüência as espécies fúgicas Aspergillus

sp e Penicillium sp (10,00%). Neste grupo, não houve isolamento de fungos

leveduriformes.

Tabela 5. Culturas fúngicas da conjuntiva de pacientes portadores de DMRI exsudativa no peri-operatório de injeção intravítrea de antiangiogênico para um esquema terapêutico trimestral (DMRI) e de pacientes controles (C) da Fundação Altino Ventura, Pernambuco, 2008-2009

PACIENTES t0 t3

+ - + - DMRI N 5 30 6 29 % 14,29 85,71 17,14 82,86 C N 3 27 * * % 10,00 90,00 * *

DMRI: Degeneração Macular Relacionada à Idade. n: número de culturas fúngicas. %: percentual do número de culturas fúngicas. C: Controles. .* Não houve coletas neste momento; (t0) imediatamente antes da primeira aplicação de antiangiogênico; (t1) quatro dias após a primeira aplicação de antiangiogênico; (t2) trinta dias após a segunda aplicação de antiangiogênico; (t3) trinta dias após a terceira aplicação de antiangiogênico.

Page 66: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

66

DISCUSSÃO

No presente estudo, foi descrita a microbiota bacteriana e fúngica da conjuntiva

de portadores de DMRI exsudativa durante um esquema terapêutico trimestral de

injeção intravítrea de antiangiogênico. Houve um predomínio de bactérias Gram-

positivas, representadas por Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase

negativo. Além disso, foi observada uma boa resposta de sensibilidade dos isolados

bacterianos aos antimicrobianos testados. Quanto aos fungos, evidenciou-se baixa

positividade nas culturas, havendo predomínio de fungos filamentosos, como

Penicillium sp e Aspergillus sp. Esses achados foram confrontados a usuários do serviço

de saúde - Fundação Altino Ventura, contudo, não portadores de DMRI. A distribuição

das culturas bacterianas e fúngicas e a sensibilidade bacteriana aos antibióticos

examinados foram semelhantes em ambos os pacientes (DMRI e C).

A frequência de culturas bacterianas positivas na DMRI foi elevada em três (t0,

t2, t3), dos quatro tempos de coleta. Em t1, o número reduzido de culturas positivas

justifica-se possivelmente pela utilização, nos três dias consecutivos anteriores à coleta,

de antibiótico tópico profilático. Esta prática oftalmológica é eficiente para reduzir a

microbiota bacteriana conjuntival no peri-operatório. Os dados aqui apresentados

corroboram os dados encontrados por Arantes et al. (2008). Estes autores verificaram

que o uso de ciprofloxacino e gatifloxacino produziu redução da microbiota bacteriana

conjuntival ao serem administrados no pré-operatório de cirurgia de catarata

A recuperação da microbiota bacteriana, concebida por valores elevados de

culturas positivas em t2 e t3, pode indicar um possível restabelecimento do equilíbrio da

microbiota na superfície do tecido conjuntival. Podendo significar um fator de proteção

contra a colonização do tecido, por micro-organismos oportunistas e patogênicos(8).

Page 67: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

67

Em relação à identificação bacteriana, o presente estudo corrobora os achados da

literatura que refere alta freqüência de bactérias Gram-positivas, sobretudo

Staphyloccocus aureus e Staphyloccocus coagulase negativo. Alguns autores

observaram em amostras de Swabs usadas para avaliação da microbiota da conjuntiva

de pacientes submetidos à cirurgia oftalmológica, crescimento entre 27% e 54% de

Staphyloccocus coagulase negativo(14). Staphyloccocus aureus e Staphyloccocus

coagulase negativo constituem micro-organismos relacionados a aproximadamente 70%

dos casos de endoftalmite pós-cirúrgica(12).

Quando comparados os resultados dos dois tempos de coleta finais (t2 e t3) e os

dois tempos de coleta iniciais (t0 e t1), pode-se observar diferenças quanto ao percentual

de S. aureus e S. coagulase negativo, pois, nos tempos inicias houve maiores

freqüências de S. aureus enquanto nos dois tempos finais, S. coagulase negativo foi

mais frequente. A exposição quase permanente da conjuntiva ao meio externo é, talvez,

uma razão plausível para se explicar a existência de uma microbiota conjuntival

variável. Esta microbiota se altera segundo alguns parâmetros, tais como: procedência

dos indivíduos, patologias associadas, ocupação, idade e estado imunetario do

hospedeiro(15). Igualmente, a microbiota conjuntival pode sofrer variações geográficas e

também sazonais. Em um estudo conduzido em Madri (Espanha) com 4.432 pacientes,

verificou-se a distribuição das bactérias da microbiota conjuntival de acordo com os

meses do ano. Sendo sugerido que certas diferenças no isolamento poderiam estar

associadas ao clima(16).

No presente trabalho, em concordância com outros estudos, foi observada uma

baixa freqüência de bactérias Gram-negativas, entretanto, com divergência em relação

aos tipos bacterianos isolados. Enquanto no presente estudo foram encontradas mais

Page 68: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

68

freqüentemente Proteus mirabilis, Corynebacterium sp, Serratia sp e Klebisiella sp. Em

outros trabalhos, os seguintes Gram-negativos foram mais freqüentes: Escherichia coli,

Acinetobacter sp(9) e Pseudomonas aeruginosa(17).

De um modo geral no antibiograma, observou-se boa resposta das bactérias

isoladas para os testes de sensibilidade. O antibiótico oxacilina foi que demostrou

menor percentual de sensibilidade para os isolados em todos os momentos de coleta. A

resistência a oxacilina representa grande preocupação para os oftalmologistas, pois

usualmente, está associada à resistência aos beta-lactâmicos e pode apresentar um

padrão de resistência múltipla a outros antimicrobianos, como as quinolonas e

aminoglicosídeos. Em um levantamento no sudeste do Brasil de 2000 a 2003, onde se

avaliou S. aureus e S. coagulase negativo da microbiota conjuntival de pacientes no pré-

operatório, foi observada resistência crescente à oxacilina ao longo do tempo(18).

Moxifloxacino, um dos antimicrobianos comumente usados na prática

oftalmológica como agentes profiláticos em cirurgias, teve 100% de sensibilidade em

ambos os grupos. Este dado reveste-se de importância visto que, é fundamental a

escolha do antibiótico adequado na profilaxia de endoftalmite.

Ressaltase que os achados de sensibilidade aqui mostrados são dados in vitro e

não necessariamente implicam na sensibilidade da bactéria ao antibiótico in vivo. Estes

devem servir como uma orientação geral, e que a eficácia na prática depende da real

concentração inibitória mínima atingida no tecido desejado(15). Como o olho é o órgão

alvo, tem que ser considerada sua penetração nos vários estratos do olho, como na

córnea, conjuntiva, humor aquoso e até no humor vítreo.

Page 69: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

69

Dados de um estudo recente indicaram que Staphyloccocus coagulase negativo

apresentou sensibilidade de apenas 2,6% ao clorafenicol enquanto Staphyloccocus

aureus apresentou sensibilidade de 51,7%(14). A sensibilidade dessas bactérias ao

clorafenicol, no presente estudo, foi surpreendentemente maior.

Na DMRI, a investigação da microbiota fúngica da conjuntiva revelou 14,29% e

17,14% (em t0 e t3 respectivamente) de culturas positivas. Embora sejam mais

comumente associados às endoftalmites pós-traumática e endógenas, os agentes

fúngicos também estão implicados na causa de endoftalmite pós-cirúrgica. Os achados

sobre a microbiota fúngica na DMRI do presente estudo, são similares aos de outros

estudos brasileiros realizados em varias regiões: de zero por cento a 72% em

trabalhadores no corte de cana-de-açucar. Estudos têm mostrado a presença de fungos

transitórios na conjuntiva de pacientes sadios(9).

A freqüência das culturas fúngicas positivas entre os não portadores de DMRI

foi semelhante (10,00%) as dos portadores. Estudos realizados em múltiplos países

(desde 1935), investigando a microbiota fúngica em conjuntivas sadias, têm mostrado

resultados bastante heterogêneos, com variações entre 0 e 84,8% de cultivos positivos.

De fato, a freqüência de isolamento de fungos, em conjuntiva sadia, nem sempre é

passível de comparação. Essa variabilidade tem origem na ausência de uniformidade ao

se expressar os resultados. Assim, alguns autores apresentam seus resultados segundo o

número de indivíduos, enquanto outros, segundo o número de olhos com cultivos

positivos(19).

Dos isolados fúngicos observados na DMRI, Aspergillus sp e Penicillium sp

foram os mais freqüentes; Rodhotorula sp, Scytalidium sp e Cladosporium sp, foram os

menos. Vale salientar que esses fungos podem submergir a conjuntiva ocular e estão

Page 70: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

70

implicados como causa de endoftalmite pós-cirúrgica. No presente estudo, os portadores

de DMRI exsudativa são submetidos à aplicação mensal de antiangiogênico intravítreo,

por 3 meses consecutivos o que pode indicar cuidados suplementares(19).

Finalmente, este estudo teve como modelo de investigação a descrição da

microbiota bacteriana e fúngica durante o tratamento da DMRI com injeção intravítrea

de antiangiogênico em um esquema terapêutico trimestral. Questiona-se a possibilidade

de afecções oftalmológicas, com um risco potencial de endoftalmite pós-operatória. Esta

preocupação aumenta quando se conhece que o tratamento com drogas

antiangiogênicas, na DMRI é usualmente periódico, sendo necessarias varias injeções

num mesmo paciente ao longo do tempo. A microbiota conjuntival têm fundamental

importância na etiologia da endoftalmite. Daí a importância em se estudar a microbiota

conjuntival na DMRI visando conhecer os possíveis patógenos responsáveis por tais

infecções e contribuir para o planejamento de um tratamento mais adequado, além de

obter um prognóstico favorável das endoftalmites pós-cirúrgicas.

ABSTRACT

Objectives: To describe the conjunctival fungi and bacterial flora of patients with macular degeneration related to age in the perioperative period and the use anti-angiogenic intravitreal injection in a regimen quarterly. Methods: We performed a study of a cases series with 35 patients undergoing intravitreal antiangiogenic drug for the treatment of AMD patients and 30 healthy controls, at the Altino Ventura Foundation. The Conjunctival material was collected in 4 stages: (t0) before first application of antiangiogenic, (t1) after topical use of antibiotics in 3 days, (t2) before the 3th application of antiangiogenic and (t3) in the 30th day after termination, for the AMD group. With respect to the control group was made just a collection for the bacterial and fungal isolation, corresponding to t0. The collect was through swab in the conjunctival sac below, and incubated in BHI broth. The process of microbiological investigation followed the following steps: bacterioscopy, culture and antibiogram. Results: For the AMD group, the growth was positive for cultures in times t0, t1, t2 and t3, the percentages were respectively 91.4%, 28.6%, 74.3% and 94.3%. For the control group was performed microbial culture only at the time t0, evidencing a percentage of 93.3% for positive cultures. For both groups there was a higher frequency of Gram-positive at all times, prevailing species Staphylococcus aureus and Staphylococcus coagulase-negative. The fungi most frequently isolated were Aspergillus sp and Penicillium sp for

Page 71: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

71

groups both. Conclusion: no difference in the distribution of microorganisms isolated in the conjunctiva of patients with AMD, compared to control patients Keywords: Macular degeneration, Conjunctival microbiota, Microbiology eye.

REFERÊNCIAS

1. Nehemy MB. Degeneração macular relacionada à idade: novas perspectivas. Arq. Bras. Oftalmol. 2006, 69(6): 955-958.

2. Bordon AF, Oshima A, Guia TA, Calucci D, Sallum JMF, Farah ME. Avaliação da tomografia de coerência óptica em pacientes portadores de degeneração macular relacionada à idade tratada com terapia fotodinâmica com verteporfina. Arq. Bras. Oftalmol. 2008, 71, (6): 799-804.

3. Santos LPF, Diniz JR, Leão ACS, Sena MF. Degeneração macular relacionada à idade: prevalência e fatores de risco em dois centros oftalmológicos de referência em Pernambuco. Arq. Bras. Oftalmol., 2005, 68,(2):229-23.

4. Rodrigues EB, Maia M, Penha FM, Dib E, Bordon AF, Magalhães Junior O et al. Técnica para injeção intravítrea de drogas no tratamento de doenças vítreorretinianas. Arq. Bras. Oftalmol. 2008, 71(6): 902-907

5. Rodrigues EB, Rossi EE, Grumann Junior A, Meyer CH, Ho AC. Tratamento da forma neovascular de degeneração macular relacionada à idade com drogas antiangiogênicas. Arq. Bras. Oftalmol., Out 2006, 69(5):756-765.

6. Magalhães E, Nehemy P, Santos DVV, Fujji G, Nehemy MB. Avaliação clínica e incidência de endoftalmite infecciosa e não-infecciosa após injeção intravítrea de acetonida de triancinolona. Arq. Bras. Oftalmol. 2006, 69(6):791-794.

7. Bispo PJM, Melo GB, Azevedo PA, Hofling-Lima NA, Yu MCZ, Pignatari ACC. Endoftalmites bacterianas com culturas positivas: uma revisão de 6 anos. Arq. Bras. Oftalmol. 2008, 71(5):617-622.

8. Hofling-Lima AL, Farah ME, Montenegro L, Alvarenga LS, Chalita MRC, You MCZ. Alterações da microbiota conjuntival e palpebral após uso tópico de lomefloxacina e tobramicina na cirurgia de catarata e cirurgia refrativa. Arq.

Bras. Oftalmol.2002; 65(1):21-29. 9. Oliveira RCS, Brasil OFM, Arantes RS, Caldas LAS, Ferreira ALI, Moraes

Junior HV. Eficácia de um regime de administração de antibióticos tópicos na redução da microbiota conjuntival de pacientes sadios com catarata senil. Rev.

bras.oftalmol. 2007; 66(4): 242-247. 10. De Caro JJ, Ta CN, Ho HK, Cabael L, Hu N, Sanislo SR, et al. Bacterial

contamination of ocular surface and needles in patients undergoing intravitreal injections. Retina. 2008;28(6):877-83.

11. Rosenfeld J, Brown DM, Heier JS, Boyer DS, Kaiser PK, Chung CY, et al. Ranibizumab for neovascular age-related macular degeneration. N Engl J Med. 2006;355(14):1419-31.

12. Heier JS, Antoszyk AN, Pavan PR, Leff SR, Rosenfeld PJ, Ciulla Ta, et al. Ranibizumab for treatment of neovascular age-related macular degeneration: a phase I/II multicenter, controlled, multidose study. Ophthalmology. 2006;113(4):633.

Page 72: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

72

13. Santos PM, Melo CM, Martins SAR, Chaves AA, Sá DSP, Santos RCR. Estudo da microbiota fúngica da conjuntiva ocular em portadores de hanseníase e seus comunicantes. Arq. Bras. Oftalmol., 2006; 69(6):915-918.

14. Lorenzini PF and Picoli, S U. Microbiota bacteriana aeróbia da conjuntiva de doadores de córnea. Arq. Bras. Oftalmol., 2007; 70(2):229-234.

15. Diniz, J.R. Microbiota bacteriana da conjuntiva no pré-operatório de pacientes com degeneração macular relacionada à idade submetidos à injeção intravítrea de antiangiogênico comparada com pacientes submetidos à cirurgia de catarata [dissertação]. Pernambuco: Universidade Federal de Pernambuco; 2009.

16. Rubio EF. Climatic influence on conjunctival bacteria of patients undergoing cataract surgery. Eye.;18(8):778-84. 2004.

17. Uesugui E, Sypel-Gomes MC, Atique D, Goulart DG, Gallucci FR et al. Identificação laboratorial dos patógenos oculares mais freqüentes e sua suscetibilidade in vitro aos agentes antimicrobianos. Arq. Bras. Oftalmol., 2002, 65(3):339-342.

18. Gayoso MFA, et al. Suscetibilidade antimicrobiana in vitro dos Staphylococcus coagulase negativo oculares. Arq. Bras. Oftalmol. 2007; 70(6):924-928.

19. Andrade AJM, Hofling-Lima AL, Yu MCZ, Godoy P, Gompertz OF, Bonfim SS et al. Estudo da micobiota em conjuntiva sadia de diabéticos, residentes na área urbana da cidade de São Paulo - Brasil. Arq. Bras. Oftalmol. 2006; 69(1):75-83.

Page 73: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

73

_________________CONCLUSÕES

Page 74: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

74

7- CONCLUSÕES

O presente estudo possibilitou concluir que:

Houve um maior percentual de culturas positivas para o grupo DMRI nos

momentos t0, t2 e t3, havendo uma diminuição considerada quanto à positividade de

culturas para o momento t1, tempo de coleta posterior ao uso de antibiótico tópico

profilático. Para o grupo controle a distribuição de culturas bacterianas tanto positivas

quanto negativas foram semelhantes aquelas do grupo DMRI em t0.

Quanto às freqüências das bactérias isoladas nas culturas das conjuntivas dos

pacientes do grupo DMRI e Controle. Houve maior freqüência de bactérias Gram-

positivas em todos os tempos de coleta, havendo maiores freqüências de Staphyloccocus

aureus e Staphyloccocus coagulase negativo para todos os tempos de coleta, e em

menor percentual os Gram-negativos isolados foram Citrobacter sp, Proteus mirabillis,

Corynebacterium sp, Klebisiella sp, Morganella morganii e Serratia sp.

Não houve diferença no padrão de resposta das bactérias aos antibióticos

testados em ambos os grupos do estudo.

Não houve diferença na distribuição dos fungos da microbiota conjuntival em

portadores de DMRI com indicação injeção intravítrea de antiangiogênico quando

comparados com grupo controle. O isolamento mostrou maior freqüência para

Aspergillus sp e Penicillium sp em ambos os grupos.

Page 75: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

75

.

_______________PERSPECTIVAS

Page 76: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

76

8- PERSPECTIVAS

O presente estudo, em virtude da grande utilização na prática clinica despertou

interesse para investigações adicionais a cerca do peri-operatório de pacientes com

DMRI e suas complicações. Estas investigações serão efetuadas por nosso grupo de

pesquisa levando-se em consideração os seguintes pontos:

• Determinar genes de resistência através de biologia molecular em

isolados da microbiota conjuntival para os diversos tempos de coleta;

• Determinar se existe correlação entre as espécies bacterianas e fúngicas e

qual o desfecho de endoftalmite após o tratamento com antiangiogênico.

• Determinar a sensibilidade “in vitro” a antifúngicos dos fungos isolados

de acordo com as recomendações NCCLS.

Page 77: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

77

________________REFERÊNCIAS

Page 78: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

78

9- REFERÊNCIAS Age-Related Eye Disease Study Research Group. A randomized, placebo- controlled, clinical trial of high-dose supplementation with vitamins C and E, beta carotene, and zinc for age-related macular degeneration and vision loss: AREDS report no. 8. Arch Ophthalmol.;119(10):1417-36. 2001. Ando N, Takatori K. Fungal microbiota of the conjunctival sac. Am J Ophthalmol.;94:67-74. 1982. ANDRADE, Alfredo José Muniz de et al. Estudo da micobiota em conjuntiva sadia de diabéticos, residentes na área urbana da cidade de São Paulo - Brasil. Arq. Bras. Oftalmol., vol.69, n.1, pp. 75-83, 2006. Arantes TEF, De Castro CMMB, Cavalcanti RF, Severo MS, Diniz MFA, Urtiga RWD. Microbiota bacteriana conjuntival após uso tópico de ciprofloxacino e gatifloxacino em cirurgia de catarata. Arq Bras Oftalmol;71(2):191-6. 2008. Araújo Filho A, Salomão SR, Berezovsky A, Cinoto RW, Morales PH, Santos FR, et al. Prevalence of visual impairment, blindness, ocular disorders and cataract surgery outcomes in low-income elderly from a metropolitan region of São Paulo - Brazil. Arq Bras Oftalmol.; 71(2):246-53. 2008. Araújo WF, Yamazaki ES, Suzuki Jr ERS, Cuevas IAB, Grupenmacher F. Estudo da microbiota da microbiota conjuntival em pacientes internados em UTI. Rev Bras Oftal.;60(11):771-5. 2001. Araújo WF, Yamazaki ES, Suzuki Jr ERS, Cuevas IAB, Grupenmacher F. Estudo da microbiota da microbiota conjuntival em pacientes internados em UTI. Ver Bras Oftal.;60(11):771-5, 2001. Bannerman TL, Rhoden DL, McAllister SK, Miller JM, Wilson LA. The source of coagulase-negative staphylococci in the Endophthalmitis Vitrectomy Study. A comparison of eyelid and intraocular isolates using pulsed-field gel electrophoresis. Arch Ophthalmol.;115(3):357-61. 1997. Bilen H, Ates O, Astam N, Uslu H, Akcay G, Baykal O. Conjunctival microbiota in patients with type 1 or type 2 diabetes mellitus. Adv Ther.;24(5):1028-35. 2007. Bilen H, Ates O, Astam N, Uslu H, Akcay G, Baykal O. Conjunctival microbiota in patients with type 1 or type 2 diabetes mellitus. Adv Ther.;24(5):1028-35, 2007. BISPO, Paulo José Martins et al. Endoftalmites bacterianas com culturas positivas: uma revisão de 6 anos. Arq. Bras. Oftalmol. , vol.71, n.5, pp. 617-622, 2008. Bordon, AF et al. Avaliação da tomografia de coerência óptica em pacientes portadores de degeneração macular relacionada à idade tratada com terapia fotodinâmica com verteporfina. Arq. Bras. Oftalmol. , vol.71, n.6, pp. 799-804, 2008.

Page 79: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

79

Burns RP. Indigenous microbiota of the lids and conjunctiva. In: Tasman W, Jaeger EA, editors. Duane´s Clinical Ophthalmology: volume 2. Philadelphia: Lippicont-Raven;. p.1-5. 1997. Callegan, M.C., EngelbertM., Parke D.W., Jett, B.D., Gilmore, M.S., Bacterial endophthalmitis: epidemiology, therapeutics and bacterium-host interactions. Clinical Microb Reviews, 15 (1); 111-24. , 2002. Campos MSQ, Sato EH, Nosé W, Mós EM, Santos MAA. Microbiota anaeróbia do saco conjuntival humano normal. Arq Bras Oftalmol.;52(6):193-5. 1989. Campos MSQ, Silva LQCD, Rehder JRCL, Lee MB, O´Brien T, McDonnell PJ. Anaerobic microbiota of the conjunctival sac in patients with AIDS and with anophthalmia com pared with normal eyes. Acta Ophthal.; 72(2): 241 -5. 1994. Capriotti JA, Pelletier JS, Shah M, Caivano DM, Ritterband DC. Normal ocular microbiota in healthy eyes from a rural population in Sierra Leone. Int Ophthalmol.;29:81-4. 2009. Cha SB, Fischman O, Barros PSM, Mikoves R. Microbiota fúngica conjuntival de pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). Arq Bras Oftalmol.;53(2):80-90. 1990. Ciulla TA, Starr MB, Masket S. Bacterial endophthalmitis prophylaxis for cataract surgery: an evidenced based update. Ophthalmology.;109(1):13-24. 2002. Comer GM, Ciulla T. ARMD, Exudative: Treatment & Medication. e Medicine Specialties.[Internet].2008 [Citado 2009 mar 11]. Disponível em: http://emedicine.m edscape.com/article/1226030-treatment. Dangelo, J.G. & Fattini, C.A., Anatomia Humana sistêmica e segmentar para o estudante de medicina. 2ed. São Paulo. Atheneu; 164-66, 2004. Dantas, A.M. Anatomia Funcional do olho e Seus Anexos. 2 ed. Rio de Janeiro: Colina, 2002. De Caro J.J., Ta C.N., Ho HK., Cabael L., Hu N., Sanislo S.R., et al. Bacterial contamination of ocular surface and needles in patients undergoing intravitreal injections. Retina.;28(6):877-83. 2008. De Kaspar HM, Kreidl KO, Singh K, Ta CN. Comparison of preoperative conjunctival bacterial microbiota in patients undergoing glaucoma or cataract surgery. J Glaucoma;13(6):507-9. . 2004. De Kaspar, H.M.; Kreutzer T.C., Aguirre-Romo I., Ta C.N., Dudichum J., Bayrhof M., et al. A prospective randomized study to determine the eficacy of preoperative topical levofloxacin in reducing conjunctival bacterial microbiota. Am J Ophthalmol.;145(1):136-142. 2008.

Page 80: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

80

De La Torre, A., Nunes, M.X., Imunologia ocular: síndromes de ojo seco. Colombia Médica, 113-22, 2002 Diniz, J.R.Microbiota bacteriana da conjuntiva no pré-operatório de pacientes com degeneração macular relacionada à idade submetidos a injeção intravítrea de antiangiogênico comparada com pacientes submetidos à cirurgia de catarata [dissertação]. Pernambuco: Universidade Federal de Pernambuco; 2009. Fahmy JA, Möller S, Bentzon MW. Bacterial flora of the normal conjunctiva. II. Methods of obtaining cultures. Acta Ophthalmol (Copenh).;53(2):237-53. 1975. Fleiszig SM, Efron N. Microbial m icrobiota in eyes of current and former contact lens wearers. J Clin Microbiol.;30(5):1156-61. 1992. Franklin, R.M., Kenyon, K.R., Toamsi, T.B.Jr. Immunohistologic studies of human lacrimal gland: localization of immunoglobulins, secretory comnponent and lactoferrin. Journal of Immunology. 984-992, 1973 Gayoso, Maria de Fátima Azevedo et al. Suscetibilidade antimicrobiana in vitro dos Staphylococcus coagulase negativo oculares. Arq. Bras. Oftalmol., Dez 2007, vol.70, no.6, p.924-928. Gragoudas ES, Adamis AP, Cunningham ET Jr, Feinsod M, Guyer DR. Pegaptanib for neovascular age-related macular degeneration. N Engl J Med.;351(27):2805-16. 2004. Gündüz A, Gündüz A, Cumurcu T, Seyrek A. Conjunctival microbiota in Behçet patients. Can J Ophthalmol.;43(4):476-9. 2008. Hammoudi DS, Abdolell M, Wong DT. Patterns of perioperative prophylaxis for cataract surgery in Canada. Can J Ophthalmol.;42(5):681-8. 2007. Hecht, G. Ophthalmic Preparations. In: Gennaro A.R. Remington: the Science and Pratice of Pharmacy 20 Ed. USA: Lippincott Williams & Wilkins; 821-35. 2000. Heier JS, Antoszyk AN, Pavan PR, Leff SR, Rosenfeld PJ, Ciulla TA, et al. Ranibizumab for treatment of neovascular age-related macular degeneration: a phase I/II multicenter, controlled, multidose study. Ophthalmology.;113(4):633. e1-4. 2006; Hofling - lima, Ana Luisa et al. Alterações da microbiota conjuntival e palpebral após uso tópico de lomefloxacina e tobramicina na cirurgia de catarata e cirurgia refrativa. Arq. Bras. Oftalmol., vol.65, n.1, pp. 21-29, 2002. Jager RD, Aiello LP, Patel SC, Cunningham ET Jr. Risks of intravitreous injection: a comprehensive review. Retina.;24(5):676-98. 2004. Jan, H. et al. Multiple function of immunoglobulin A in vitro mucosal defense against viruses: an in vitro measles vírus model. J of Virol, 10972-79, 2002.

Page 81: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

81

Karplan, H.J., Anatomy and function and function of the eye. In: Niederkorn, J.Y., Karplan, H.J., Immune Response and the eye. Climical Immunology and Allergy. Basel, Karger, 4-10. 2007. Karplan, H.J., Niederkorn, J.Y., Regional immunity and immune primilege. In: Niederkorn, J.Y., Karplan, H.J.. Immune response and the eye. Climical Immunology and Allergy. Basel, Karger, 4-10, 2007. Kaufman, P.L., Alm, A., Adler’s Physiology of the Eye. 10 ed. St. Louis: Mosby, 2003 Kini MM, Leibowitz HM, Colton T, Nickerson RJ, Ganley J, Dawber TR Prevalence of senile cataract, diabetic retinopathy, senile macular degeneration, and open-angle glaucoma in the Framingham eye study. Am J Ophthalmol.;85(1):28-34. 1978. Klotz S.A. Fungal adherence to the vascular compartment: a critical step in the pathogenesis of disseminated candidiasis. Clin Infect Dis.; 14(1): 340-7, 1992. Klotz S.A. Penn C.C., Negvesky G.J., Butrus, S.I; Fungal and parasitic infections of the eye. Clinical Microbiology Reviews; 13(4); 662-85, 2000. Knop, E., Knop, N., Anatomy and immunology of the ocular surface. In: Niederkorn, J.Y., Karplan, H.J.. Immune response and the eye. Climical Immunology and Allergy. Basel, Karger, 92,36-49, 2007. Knop, E., Knop, N., Conjunctiva-associated lymphoid tissue in the human eye. Investigative Ophthalmology & Visual Science, V. 41, p. 1270-79, 2000. Knop, E., Knop, N., Fuctional unit for ocular surface immune formed by the lacrimal gland, conjunctiva and lacrimal drainage system. Advances in experimental Medicine and Biology, v. 506, 835-44, 2002. Knop, E., Knop, N., Lacrimal drainage-ssociated lymphoid tissue (LDALT): a part of the human mucosal immune system. Investigative Ophthalmology & Visual Science, 566-74, 2001. Koneman E.W., Allen S.D., Dowell Jr. V.R., Sommers H.M. Diagnóstico Microbiológico.Texto e atlas colorido. 2 ed. São Paulo: Medica Panamerica; 2001 Lawson A. The bacteriology of the normal conjunctival sac, and its practical bearing on the utility of antiseptics in ophthalmic surgery. Br Med J.;2:486-7, 1898. Lemp, M.A., Hamil, J.R., Factors affecting tear film breakup in normal eyes. Arch Ophthalmol, 103-5. , 1973. Leong JK, Shah R, McCluskey PJ, Benn RA, Taylor RF. Bacterial contam ination of the anterior chamber during phacoemulsification cataract surgery. J Cataract Refract Surg.;28(5):826-33. 2002.

Page 82: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

82

Libório AM, Nishiwaki-Dantas MC, Mimica LMJ, Dantas PEC, De Lima A.L.H., Microbiota conjuntival em pacientes com alergia ocular. Arq Bras Oftalmol.;68(6):824-7. 2005; Locatelli CI, Kwitko S, Simonetti AB. Conjunctival endogenous microbiota in patients submitted to cataract surgery. Braz J Microbiol.;34:203-9,2003. Lorenzini, Paula Fontana and Picoli, Simone Ulrich Microbiota bacteriana aeróbia da conjuntiva de doadores de córnea. Arq. Bras. Oftalmol., vol.70, no.2, p.229-234, 2007. MAGALHAES, Érika et al. Avaliação clínica e incidência de endoftalmite infecciosa e não-infecciosa após injeção intravítrea de acetonida de triancinolona. Arq. Bras. Oftalmol., vol.69, n.6, pp. 791-794, 2006. Marcon AS, Barbosa MP, Vasques CL, Marcon IM, Dorneles IC, Kader ITA, et al. Microbiota aeróbia e anaeróbia normal da conjuntiva e borda palpebral de indivíduos hígidos. Arq Bras Oftalmol.;59(3):289-94. 1996. Martins EN, Alvarenga LS, Höfling-Lima AL, Freitas D, Zorat-Yu MC. Aerobic bacterial conjunctival microbiota in diabetic patients. Cornea.;23(2):136-42. 2004. Masinick, C Montgomery, C.P., Hazlett, L.D., Secretory IgA inhibits Pseudomonas aeruginosa binding to córnea and protects against keratitis. Invest Ophthalmol Vis Sci; 38 (5): 910-18, 1997. Mc Clellan, K.A., Fraco, Fracs. Mucosal defense of the bouter eye. Survey of Ophthalmology, v. 42, 233-46, 1997. McNatt J, Allen SD, Wilson LA, Dowell Jr VR. Anaerobic microbiota of the normal human conjunctival sac. Arch Ophthalmol.;96:1448-50. 1978. Meek, B. et al. The ocular humoral immune response in health and disease. Progress in retinal and eye research, v 22, 391-415, 2003. Mendes, A.G. O que fazer quando a conjuntivite ataca? Disponível em: www.escelsanet.com.br/sitesaude, 2004 Miller B, Ellis P. Conjunctival flora in patients receiving immunosuppressive drugs. Arch Ophthalmol.;95:2012-4. 1977; Mims, C., Playfair, J., Wakelin, D., Williams, R. Microbiologia Médica. 2ed. Espanha: Manole; 1999 Mo, Jun-Song, Wang, W., Karplan, H.J. Impacto f inflammation on ocular immune privilege. In: Niederkorn, J.Y., Karplan, H.J.. Immune response and the eye. Climical Immunology and Allergy. Basel, Karger, 155-65, 2007. Moshfeghi AA. Rate of endophthalmitis after anti-VEGF intravitreal injection Retina Today.[Internet].2008 [Citado 2009 mar 17]; 75-6. Disponível em: www.retinatoday.com/issues/0308/0308_18.pdf.

Page 83: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

83

Nakata K, Inoue Y, Harada J, Maeda N, Watanabe H, Tano Y, et al. A high incidence of Staphylococcus aureus colonization in the external eyes of patients with atopic dermatitis. Ophthalmology.;107(12):2167-71. 2000. NEHEMY, Marcio Bittar. Degeneração macular relacionada à idade: novas perspectivas. Arq. Bras. Oftalmol., vol.69, n.6, pp. 955-958, 2006. OLIVEIRA, Renato Corrêa Souza de et al. Eficácia de um regime de administração de antibióticos tópicos na redução da microbiota conjuntival de pacientes sadios com catarata senil. Rev. bras.oftalmol. , vol.66, n.4, pp. 242-247, 2007. Osato MS. Normal ocular microbiota. In: Pepose JS, Holland GN, Wilhelmus KR, eds. Ocular infection and immunity. St. Louis: Mosby;. p.191-9. 1996. Pelczar Jr. M.J., chan E.C.S., Krieg N.R., Edwards D.D., Pelczar M.F. Microbiologia: Conceitos e aplicações. 2ed. São Paulo: Makron Books. 42-7; 1996. Prista, L.V.N, Alves, A.C., Morgado, R.M.C., Técnica farmacêutica e Farmácia galênica. 4 ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 485, 532-42. 1992. Prista, L.V.N, Alves, A.C., Morgado, R.M.C., Tecnologia farmacêutica. 5ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 138-48. 1995. Resnikoff S, Pascolini D, Etya'ale D, Kocur I, Pararajasegaram R, Pokharel GP, et al. Global data on visual impairment in the year 2002. Bull World Health Organ.;82(11):844-51. 2004. Rezende F. Tipos de cataratas. In: Dias FR, editor. Cirurgia da catarata. Rio de Janeiro: Editora Cultura Médica,. p. 33-9. 2000. Rodrigues EB, Rossi EE, Grumann Junior E, Meyer CH, Ho AC. Tratamento da forma neovascular da degeneração macular relacionada à idade com drogas antiangiogênicas. Arq Bras Oftalmol.;69(5):756-65. 2006; RODRIGUES, Eduardo Buchele et al. Técnica para injeção intravítrea de drogas no tratamento de doenças vítreorretinianas. Arq. Bras. Oftalmol. , vol.71, n.6, pp. 902-907, 2008. Rodrigues, Eduardo Büchele et al. Tratamento da forma neovascular de degeneração macular relacionada à idade com drogas antiangiogênicas. Arq. Bras. Oftalmol., vol.69, no.5, p.756-765, 2006. Rosenfeld J, Brown DM, Heier JS, Boyer DS, Kaiser PK, Chung CY, et al. Ranibizumab for neovascular age-related macular degeneration. N Engl J Med.;355(14):1419-31. 2006. Rosenfeld PJ, Moshfeghi AA, Puliafito CA. Optical coherence tomography findings after an intravitreal injection of bevacizumab (avastin) for neovascular age-related macular degeneration. Ophthalmic Surg Lasers Imaging.;36(4):331-5. 2005.

Page 84: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

84

Rubio EF. Climatic influence on conjunctival bacteria of patients undergoing cataract surgery. Eye.;18(8):778-84. 2004. Rubio EF. Influence of age on conjunctival bacteria of patients undergoing cataract surgery. Eye.;20(4):447-54. 2006; Sack, R.A., et l. Membrance array characterization of 80 chemokines, and growth factors in open- and closed tears: angiogenin and other defense system cosntituents. Investigative Ophthalmology & Visual Science, v. 46, 1228-1238, 2005. Santos PM,Melo CM, Martins SAR, Chaves AA, Sá DSP, Santos RCR. Estudo da microbiota fúngica da conjuntiva ocular em portadores de hanseníase e seus comunicantes. Arq Bras Oftalmol.;69(6):915-8. 2006. Santos, Laura Patrícia Ferreira et al. Degeneração macular relacionada à idade: prevalência e fatores de risco em dois centros oftalmológicos de referência em Pernambuco. Arq. Bras. Oftalmol, vol.68, no.2, p.229-233., 2005. Santos, Procópio Miguel dos et al. Estudo da microbiota fúngica da conjuntiva ocular em portadores de hanseníase e seus comunicantes. Arq. Bras. Oftalmol., Dez 2006, vol.69, no.6, p.915-918. Sapse, A.T. et al., Tears as carries of antibodies. Archives of Ophthalmology, v 77, 526, 1967. Schaefer, F., Bruttin O., Zografos, L., Guex-Crosler, Y., Bacterial keratitis: a prospective clinical and microbiological study. Br J Ophthalmol. 85: 842-7. 2001. Scott IU, Flynn HW Jr. The role of topical antibiotics prophylaxis for intravitreal injections. Arch Ophthalmol.;125(7):974-6, 2007. Sehgal SC, Dhawan S, Chhiber S, Sharm a M, Talwar P. Frequency and significance of fungal isolations from conjunctival sac and their role in ocular infections. Mycopathologia.;73(1):17-9. 1981. Settipane, G.A., Connel, J.T., Sherman, W.B. Reagin in tears. J of Immunlogy, v 36, 92, 1965. Speaker M.G., Milch F.A., Shah M.K., Eisner W., Kreiswirth B.N. Role of external bacterial microbiota in the pathogenesis of acute postoperative endophthalmitis. Ophthalmology.;98(5):639-49. 1991. Stahl, J.L. et al., Pathophysiology of ocular allegy: the roles of conjunctival mast cells and epithelial cells. Current Allergy and Asthma Reports. V 2, 332-39, 2002. Ta CN, Sinnar S, He L, Myung D, De. Kaspar, H.M. Prospective randomized comparison of 1-day versus 3-day application of topical levofloxacin in eliminating conjunctival microbiota. Eur J Ophthalmol.;17(5):689 -95, 2007

Page 85: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

85

Tortora, G.J., Funke, B.R., Case, C.L. Microbiologia. 6ed. Artes Médicas; 2000. Trabulsi, L.R., Souza, C.P., Microbiologia, 5 ed. Atheneu, 2006 Uesugui, Eliane et al. Identificação laboratorial dos patógenos oculares mais freqüentes e sua suscetibilidade in vitro aos agentes antimicrobianos. Arq. Bras. Oftalmol., Jun 2002, vol.65, no.3, p.339-342. Waltson, R.R>, Reyes, M.A., McMurray, D.N., Influence of malnutrition on the concentration of IgA, lysozime, amylase and aminopeptidadse in childrens tears. Proc Soc Exp Biol Med; 215-9, 1978 Wieczorek, R. et al., The immunoarchitecture of the normal human lacrimall gland. Relevancy for understanding pathologic conditions. Ophthalmology, v. 95, 100-9, 1988. Wood, M., Conjunctivitis: Diagnosis and management. Community Eye Health, 1999 12 (30): 19-20. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Visual impairment and blindness. Fact Sheet No 282, Disponível em:http://www.who.int/blindness/causes/priority/en/print.html>. Acesso em: 18 maio 2009a.

Page 86: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

86

______________________ANEXOS

Page 87: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

87

ANEXOS

Anexo A

Page 88: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

88

Anexo B

ISSN 0004-2749 versão impressa

ISSN 1678-2925 versão online

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

• Escopo e política • Normas para publicação • Forma e preparação de manuscritos • Envio de manuscritos

Escopo e política

Os Arquivos Brasileiros de Oftalmologia são publicados bimestralmente, tendo como objetivo registrar a produção científica em Oftalmologia, fomentar o estudo, aperfeiçoamento e atualização dos profissionais da especialidade.

São aceitos trabalhos originais, em português, inglês, ou espanhol, sobre experimentação clínica e aplicada, relatos de casos, análises de temas específicos, revisões de literatura, cartas ao editor ou comentários contendo críticas e sugestões sobre as publicações. Artigos com objetivos meramente propagandísticos ou comerciais, não serão aceitos.

Todos os trabalhos, após aprovação pelo Conselho Editoral, serão encaminhados para análise e avaliação de dois revisores, sendo o anonimato garantido em todo o processo de julgamento. Os comentários serão devolvidos aos autores para as modificações no texto ou justificativas de sua conservação. Somente após aprovação final dos editores e revisores, os trabalhos serão encaminhados para publicação.

Normas para publicação

As normas que se seguem foram baseadas no formato proposto pelo International Committee of Medical Journal Editors e publicado no artigo: Uniform requirements for manuscripts submitted to biomedical journals. Ann Intern Med 1997;126:36-47, e atualizado em maio de 2000. Disponível no endereço eletrônico: http://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreqr.htm.

O respeito às instruções é condição obrigatória para que o trabalho seja considerado para análise.

Requisitos técnicos:

Devem ser enviadas:

a) três cópias, em papel tamanho ISO A4 (212x297mm), digitadas em espaço duplo, fonte tamanho 12, margem de 2,5cm de cada lado, com páginas numeradas em algarismos arábicos, iniciando-se cada seção em uma nova página, na seqüência:

Page 89: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

89

Página de título, resumo e descritores, texto, agradecimentos, referências, tabelas e legendas;

b) permissão para reprodução do material;

c) aprovação de um Comitê de Ética da Instituição onde foi realizado o trabalho, quando referente a intervenções (diagnósticas ou terapêuticas) em seres humanos;

d) carta assinada por todos autores num termo em que se afirme o ineditismo do trabalho. A falta de assinatura será interpretada como desinteresse ou desaprovação à publicação, determinando a exclusão editorial do nome dessa pessoa da relação de autores.

Após as correções sugeridas pelos revisores, a forma definitiva do trabalho deverá ser encaminhada em duas vias, com cópia em disquete 3 ½". Os originais não serão devolvidos.

Forma e preparação de manuscritos

1. Página de identificação

Deve conter:

a) Título do artigo, em português (ou espanhol) e inglês, que deverá ser conciso, porém informativo; b) nome completo de cada autor, com o seu grau acadêmico e afiliação institucional; c) nome do departamento e Instituição aos quais o trabalho deve ser atribuido; d) nome, endereço, fax e e-mail do autor responsável e a quem deve ser encaminhada correspondência; e) fontes de auxilio à pesquisa.

2. Resumo e descritores

A segunda página deve conter o resumo, em português (ou espanhol) e inglês, de não mais que 250 palavras. Deverá ser estruturado, contendo os objetivos do estudo, métodos, principais resultados apresentando dados significativos e as conclusões. Abaixo do resumo, especificar 5 descritores que definam o assunto do trabalho. Os descritores deverão ser baseados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) publicado pela Bireme que é uma tradução do MeSH (Medical Subject Headings) da National Library of Medicine e disponível no endereço eletrônico: http://decs.bvs.br.

3. Texto

Deverá apresentar as seguintes partes: Introdução, Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões e Referências. Em artigos de revisão (sobre um tema, um método, etc), nos de proposições teóricas, comunicações, descrições de casos ou com outras finalidades, divisões diferentes podem ser adotadas, mas convindo que apareçam informações de

Page 90: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

90

um breve histórico do tema, seu estado atual de conhecimento e as razões do trabalho; métodos de estudo (fontes de consulta, critérios), hipóteses e linhas de estudo, etc. Cartas ao editor devem ser limitadas a duas páginas. A citação dos autores no texto, deverá ser numérica e sequencial, utilizando algarismos arábicos entre parênteses e sobrescritos.

4. Agradecimentos

Inclui colaborações de pessoas que merecem reconhecimento mas que não justificam sua inclusão como autor; agradecimentos por apoio financeiro, auxílio técnico, etc..

5. Referências

Devem ser numeradas consecutivamente, na mesma ordem que foram citadas no texto e identificadas com números arábicos. A apresentação deverá estar baseada no formato denominado "Vancouver Style", conforme exemplos abaixo, e os títulos de periódicos deverão ser abreviados de acordo com o estilo apresentado pela List of Journal Indexed in Index Medicus, da National Library of Medicine.

Para todas as referências, cite todos os autores até seis. Acima de seis, cite os seis primeiros, seguidos da expressão et al.

Artigos de Periódicos:

Costa VP, Vasconcelos JP, Comegno PEC, Jose NK. O uso de mitomicina C em cirurgia combinada. Arq Bras Oftalmol 1999;62:577-84.

Livros:

Bicas HEA. Oftalmologia: fundamentos. São Paulo: Contexto; 1991.

Capítulos de livros:

Gómez de Liaño F, Gómez de Liaño P, Gómez de Liaño R. Exploración del nino estrábico. In: Horta-Barbosa P. editor. Estrabismo. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 1997. p. 47-72.

Anais:

Höfling-Lima AL, Belfort Jr R. Infecção herpética do recém-nascido. In: IV Congresso Brasileiro de Prevenção da Cegueira; 1980 Jul 28-30, Belo Horizonte, Brasil; 1980. v.2. p. 205-12.

Teses:

Schor P. Idealização, desenho, construção e teste de um ceratômetro cirúrgico quantitativo [tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 1997.

Page 91: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

91

Documentos Eletrônicos:

Monteiro MLR, Scapolan HB. Constrição campimétrica causada por vigabatrin. Arq Bras Oftalmol [periódico online] 2000 [citado 2001 Jan 31]; 63(3): [9 telas]. Disponível em: URL: http://www.cbo.com.br/abo/abo63511.htm

6. Tabelas

Imprimir cada tabela em folha separada, com espaço duplo. A numeração deve ser sequencial, em algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto. Todas as tabelas deverão ter título e cabeçalho para todas colunas. No rodapé da tabela deve constar legenda para abreviaturas e testes estatísticos utilizados.

7. Figuras (gráficos, fotografias, ilustrações)

As figuras devem ser, de preferência, apresentadas em preto e branco, no tamanho 6x9cm, contendo no verso, em uma etiqueta, sua numeração, conforme citada no trabalho e uma seta indicando sua posição.

8. Legendas

Imprimir as legendas para as ilustrações usando espaço duplo, uma em cada página separada. Cada legenda deve ser numerada em algarismos arábicos, correspondendo a cada ilustração e na ordem que foram citadas no trabalho.

9. Abreviaturas e Siglas

Devem ser precedidas do nome completo quando citadas pela primeira vez. Nas legendas das tabelas e figuras, devem ser acompanhadas de seu significado. Não devem ser usadas no título e no resumo.

10. Linguagem

É essencial que o trabalho passe previamente por revisão gramatical, evitando-se erros de concordância, pontuação, etc. Quando o uso de uma palavra estrangeira for absolutamente necessário, ela deve aparecer entre aspas (exceto a expressão et al, na referência). Agentes terapêuticos devem ser indicados pelos seus nomes genéricos evitando-se, tanto quanto possível, as citações de marcas comerciais; cabe(m) ao(s) autor(es) a responsabilidade por elas.

Envio dos manuscritos

Os documentos deverão ser enviados, pelo correio, ao endereço abaixo.

© 2002-2009 Conselho Brasileiro de Oftalmologia Alameda Santos, 1343 - 11º andar cj. 1110

01419-001 São Paulo SP Brasil Tel: +55 11 3266-4000 Fax: +55 11 3171-0953

Page 92: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

92

___________________APÊNDICES

Page 93: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

93

APÊNDICES

Apêndice A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Paciente nº:___________________ Iniciais do Paciente: ____________

Título do estudo: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com degeneração macular relacionada à idade submetidos ao tratamento com antiangiogênico intravítreo Centro de estudo: Fundação Altino Ventura

1. Explicação do Estudo

A endoftalmite infecciosa é uma das complicações mais graves da cirurgia intra-ocular.

Podendo ocorrer após a injeção intravítrea de antiangiogênico, prática comum atul para

tratamento de Degeneração Macular Relacionada à Idade – DMRI. Acredita-se que micro-

organismos da própria microbiota conjuntival do paciente ganhe acesso a parte interna do olho e

provoque a infecção. Então atenção é necessária aos componentes desta microbiota, e sua

respostaaos diferentes antibióticos que são usados como agente profiláticos.

Este estudo tem como objetivo avaliar a microbiota conjuntival ocular no Peri-operatório de

injeção intravítrea de antiangiogênico por DMRI.

2. Participação no Estudo

A sua participação consistirá em permitir a coleta de material do olho a ser submetido à

injeção intravítrea de antiangiogênico.

O exame será realizado pelo oftalmologista responsável pelo estudo e no Peri-operatório da

cirurgia. Será coletado material (secreção) da parte externa do olho, inferiormente no saco

conjuntival, sem tocar cílios ou pálpebras, utilizando-se um “swab” (haste plástica com algodão

estéril em uma das extremidades). Este procedimento causa um leve desconforto, MS que em

geral é bem tolerado pelos pacientes.

Os pacientes seguirão normalmente suas programações cirúrgicas e este exame em nada

atrapalha ou acrescenta risco adicional à cirurgia. Inclusive é considerado exame pré-operatório

de rotina em alguns serviços para o conhecimento da microbita conjuntival e instituição de

profilaxia antibiótica adequada.

Caso aceite participar desta pesquisa, está garantido que poderá desistir a qualquer

momento, bastando para isso. Informar a sua decisão de desistência, da maneira mais

conveniente. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador, com a

instituição (FAV) ou ao seu tratamento.

3. Benefícios

Page 94: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

94

O beneficio potencial desta pesquisa é permitir um melhor conhecimento da microbiota

conjuntival nos pacientes, possibilitando escolha adequada de profilaxia antibiótica e até mesmo

terapêutica de uma possível endoftalmite.

4. Confidencialidade:

Os resultados do estudo poderão ser publicados, porém o seu nome e sua identidade nunca

serão revelados, de forma que você não poderá ser identificado e a sua identidade será mantida

em sigilo.

A sua participação é voluntária. As informações obtidas serão analisadas sem divuldgação

ou identificação dos participantes, sendo utilizadas apenas nessa pesquisa. Caso esses dados

interessem a alguma outra pesquisa, você será consultado e os dados só serão fornecidos com a

sua autorização.

5. Garantia de acesso:

Você terá a garantia de que terá acesso ao pesquisador responsável, para esclarecimento de

eventuais dúvidas. O principal é José Ricrdo Diniz, que pode ser encontrado no endereço da

Rua da Soledade, 170, Bairro – Boa Vista (Fundação Altino Ventura) e pelo telefone (81)

99761298. Se tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato

com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Rua da Soledade, 170, Boa Vista, Recife – PE,

CEP: 50070-040, fone (81) 3302-4300, FAX: (81) 3421-8971, email

[email protected]

6. Consentimento

Eu entendi a descrição do estudo e ceito livremente participar desta pesquisa como voluntário.

Eu tive a oportunidade de perguntar ao seu entrevistador as minhas dúvidas e recebi respostas

satisfatórias.

Nome (Sujeito da pesquisa) ............................................................................................................

Assinatura .......................................................................................................................................

Data da asssinatura..........................................................................................................................

Nome (testemunha) .........................................................................................................................

Assinatura ........................................................................................................................................

Data da assinatura.............................................................................................................................

Nome (pesquisador).........................................................................................................................

Assinatura ........................................................................................................................................

Data da assinatura.............................................................................................................................

Page 95: Microbiota conjuntival em peri-operatório de pacientes com ... · pense estar. Minha profunda gratidão à grande equipe que fez deste trabalho, um grande trabalho! A minha ... frases

95

Apêndice B

Formulário de Coleta de Dados Paciente:______________________________________________________ Registro: _____________ Sexo: □Masculino □ Feminino Data de Nascimento___/___/_____ Endereço: _____________________________________________________ Dados Microbiológicos: 1ª Coleta (t0) Cultura: □Positiva; □Negativa Micro-organismo: ______________________________________________ Bacterioscopia: ________________________________________________ Antibiograma: □ tobramicina (10 µg), □ gentamicina (10 µg), □ cefalotina (30 µg), □ cloranfenicol (30 µg), □ vancomicina (30 µg), □ neomicina (30 µg), □ ciprofloxacina (5 µg), □ moxifloxacina (5 µg), □ oxacilina (1 µg), □ ofloxacina (5 µg), □ cefotaxima (30 µg), □ cefoxitina (30 µg). 2ª Coleta (t1) Cultura: □Positiva; □Negativa Micro-organismo: ______________________________________________ Bacterioscopia: ________________________________________________ Antibiograma: □ tobramicina (10 µg), □ gentamicina (10 µg), □ cefalotina (30 µg), □ cloranfenicol (30 µg), □ vancomicina (30 µg), □ neomicina (30 µg), □ ciprofloxacina (5 µg), □ moxifloxacina (5 µg), □ oxacilina (1 µg), □ ofloxacina (5 µg), □ cefotaxima (30 µg), □ cefoxitina (30 µg). 3ª Coleta (t2) Cultura: □Positiva; □Negativa Micro-organismo: ______________________________________________ Bacterioscopia: ________________________________________________ Antibiograma: □ tobramicina (10 µg), □ gentamicina (10 µg), □ cefalotina (30 µg), □ cloranfenicol (30 µg), □ vancomicina (30 µg), □ neomicina (30 µg), □ ciprofloxacina (5 µg), □ moxifloxacina (5 µg), □ oxacilina (1 µg), □ ofloxacina (5 µg), □ cefotaxima (30 µg), □ cefoxitina (30 µg). 4ª Coleta (t3) Cultura: □Positiva; □Negativa Micro-organismo: ______________________________________________ Bacterioscopia: ________________________________________________ Antibiograma: □ tobramicina (10 µg), □ gentamicina (10 µg), □ cefalotina (30 µg), □ cloranfenicol (30 µg), □ vancomicina (30 µg), □ neomicina (30 µg), □ ciprofloxacina (5 µg), □ moxifloxacina (5 µg), □ oxacilina (1 µg), □ ofloxacina (5 µg), □ cefotaxima (30 µg), □ cefoxitina (30 µg).