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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE AGRONOMIA JOÃO FILIPE DE LIMA E LIMA JÚLIA CUNHA LIMA UNIFORMIDADE E EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL NA REGIÃO DE ULIANÓPOLIS-PA PARAGOMINAS 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CURSO DE AGRONOMIA

JOÃO FILIPE DE LIMA E LIMA

JÚLIA CUNHA LIMA

UNIFORMIDADE E EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR PIVÔ

CENTRAL NA REGIÃO DE ULIANÓPOLIS-PA

PARAGOMINAS

2019

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JOÃO FILIPE DE LIMA E LIMA

JÚLIA CUNHA LIMA

UNIFORMIDADE E EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR PIVÔ

CENTRAL NA REGIÃO DE ULIANÓPOLIS-PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Universidade Federal Rural da Amazônia, como

parte das exigências do curso de Engenharia

Agronômica, para obtenção do título de

Engenheiro Agrônomo.

Área de concentração: Engenharia da Irrigação.

Orientador: D Sc. Rossini Daniel

PARAGOMINAS

2019

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal Rural da Amazônia

Bibliotecário: Milton Fernandes – CRB-2 1325

Lima, João Filipe de Lima e

Uniformidade e eficiência de um sistema de irrigação por pivô

central na região de Ulianópolis-PA / João Filipe de Lima e Lima e Júlia

Cunha Lima. – Paragominas, PA, 2019.

49 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia

Agronômica) - Universidade Federal Rural da Amazônia, 2019.

Orientador: Profº. D Sc. Rossini Daniel

1. Irrigação 2. Água - distribuição - uso eficiente 3. Cana de açúcar

I. Lima, Júlia Cunha II. Daniel, Rossini (orient.) III. Título.

CDD – 631.798115

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JOÃO FILIPE DE LIMA E LIMA

JÚLIA CUNHA LIMA

UNIFORMIDADE E EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR PIVÔ

CENTRAL NA REGIÃO DE ULIANÓPOLIS-PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Rural da Amazônia,

como parte das exigências do Curso de Engenharia Agronômica, para obtenção do título de

Engenheiro Agrônomo. Área de concentração: Engenharia da Irrigação.

Aprovado em 18 de fevereiro de 2019

BANCA EXAMINADORA

D Sc. Rossini Daniel

(Orientador)

Universidade Federal Rural da Amazônia

D Sc. Edmir dos Santos Jesus

Universidade do Estado do Pará

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À Deus pelo dom da vida,

À minha família, perpétua base de sustentação.

João Filipe de Lima e Lima

Aos meus pais, à minha avó Maria e meu bisavô

Gerardo, que me inspiraram a continuar em busca dessa

conquista.

Júlia Cunha Lima

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AGRADECIMENTOS

À Deus pelo dom da vida e aos meus familiares que através do amor me mantiveram de pé

durante essa jornada;

Ao meu orientador D Sc Rossini Daniel pela amizade e companheirismo;

À Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Paragominas;

Aos meus amigos, parceiros de todas as horas;

À PAGRISA – Pará Pastoril e Agrícola pelo apoio irrestrito;

À minha parceira de TCC, pela amizade e companheirismo inabaláveis.

João Filipe de Lima e Lima

Em primeiro lugar, gratidão a Deus;

Ao orientador D Sc. Rossini Daniel;

À Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Paragominas;

À família por todo apoio que ofereceram em todos os momentos;

À empresa PAGRISA – Pará Pastoril e Agrícola, por todo suporte e atenção oferecidos;

E ao meu parceiro de TCC, por todo empenho e dedicação na realização deste trabalho.

Júlia Cunha Lima

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RESUMO

A demanda hídrica dos sistemas de irrigação tem provocado discussões sobre o tema,

em virtude do aumento de áreas irrigadas e consequente aumento na demanda desse recurso

natural. Soluções têm sido buscadas para amenizar danos ao meio ambiente através da

redução do consumo de água por meio de metodologias de avaliação de sistemas de irrigação

desenvolvidas para avaliar quantitativa e qualitativamente essa técnica. Dessa forma, também

é possível identificar falhas no funcionamento e na distribuição de água, fatores importantes

na adequação do manejo da irrigação e na manutenção do equipamento. O ensaio teve como

objetivo avaliar a distribuição de água e a eficiência de aplicação em um pivô central através

do uso de coeficientes. Utilizou-se os seguintes parâmetros: coeficiente de uniformidade de

Christiansen (CUC), coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD), coeficiente de

uniformidade estatístico (CUE), três modelos matemáticos para o cálculo de eficiência em

potencial de aplicação de água (EpaKeller, EpaBernardo) e o percentual de área adequadamente

irrigada (Pad). Para o estudo foi utilizado um pivô central com 896 m em uma área efetiva

252 ha cultivada com cana-de açúcar, pertencente à PAGRISA, na região de Ulianópolis, PA.

No teste foram distribuídos coletores espaçados de 8 m ao logo do seu raio. O equipamento

apresentou resultados considerados satisfatórios em CUC e CUD, sendo 88,78% e 81,22%

respectivamente. Para CUE, o resultado foi classificado como regular com 77,39%. EpaBernardo

e EpaKeller, foi tido como excelente com 97,18% e 98,02%, respectivamente, resultados

positivos pelas condições atmosféricas favoráveis para irrigação no momento do teste. O valor

de Pad, foi de 28,57%, considerado ruim. O pouco tempo de uso do pivô central contribuiu

para bons resultados em uniformidade de distribuição de água. Porém, foi identificada uma

vazão inferior à da ficha técnica, que não teve influência sobre a distribuição e a eficiência da

aplicação de água, mas que afetou os resultados condicionados à lâmina padrão, que só foi

atingida em menos de 30% de seu comprimento, indicando que é necessária uma correção de

lâmina no manejo do equipamento.

Palavras-chave: Cana-de-açúcar. Distribuição de água. Eficiência de aplicação. Uso eficiente

da água.

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ABSTRACT

The water demand of irrigation systems has caused discussion on the theme, due to the

increase of irrigated areas and consequent increase in the demand of this natural resource.

Solutions have been sought to reduce damages to the environment through the reduction of

water consumption through irrigation system evaluation methodologies developed to

quantitatively and qualitatively evaluate this technique. In addition, it is possible to identify

faults in the operation and distribution of water, important factors in the adjustment of

irrigation management and maintenance of the equipment. The objective of this experiment

was to evaluate the water distribution and the application efficiency in a central pivot through

coefficients and other mathematical models. The following parameters were under usage:

Christiansen uniformity coefficient (CUC), coefficient of distribution uniformity (CUD),

coefficient of statistical uniformity (CUE), three mathematical models for potential water

application efficiency (EpaKeller, EpaBernardo) and the percentage in properly irrigated area

(Pad). The study had a central pivot with 896 m in an effective area of 252 ha cultivated with

sugarcane, which belongs to PAGRISA, in the region of Ulianopolis, PA. For the test,

collectors in distribution under the spacing of 8 m from its radius. The equipment presented

satisfactory results in the (CUC) and (CUD), being 88.78% and 81.22%, respectively. For the

CUE, the equipment presented a regular result with 77.39%. EpaBernardo e EpaKeller, considered

excellent, with 97.18% and 98.02%, respectively. Positive results also due to atmospheric

conditions considered good for irrigation. The value of Pad, was 28,57%, considered bad. The

short time of use of the central pivot, contributed to good results in water distribution

uniformity. However, the flow rate was lower than the one from the project, which had no

influence on the distribution and efficiency of the water application, but affected the results

conditioned to the standard blade, which only occurred in less than 30% of its length,

indicating that blade correction is required for the equipment management.

Keywords: Sugarcane. Water distribution. Application efficiency. Water efficient usage.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Painel de controle do pivô, modelo Field Boss 24

Figura 2 – Coletores construídos para a realização do estudo 26

Figura 3 – Esquema gráfico da montagem dos coletores 27

Figura 4 – Esquema de distribuição dos coletores na linha do carreador 27

Figura 5 – Disposição dos coletores ao longo do carreador 28

Figura 6 – Altura da cana-de-açúcar em relação aos coletores 28

Figura 7 – Distribuição das lâminas coletadas ao longo do pivô central 33

Figura 8 – Distribuição de água coletada do 1º ao 4º vão (Setor A) 34

Figura 9 – Distribuição de água coletada do 5º ao 8º vão (Setor B) 35

Figura 10 – Distribuição de água coletada do 9º ao 12º vão (Setor C) 36

Figura 11 – Distribuição de água coletada do 13º ao 16º vão (Setor D) 38

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Informações meteorológicas fornecidas pela Estação DAVIS

Vantage Pro2 no momento do teste 23

Tabela 2 – Pressão de entrada, pressão de saída e pressão no bombeamento do

pivô central teste, em Ulianópolis, PA 31

Tabela 3 – Resultados encontrados de CUC, CUD, CUE, EpaBernardo, EpaKeller e Pad 31

Tabela 4 – Classificação de CUC, CUD e CUE de acordo com Mantovani (2001) 31

Tabela 5 – Lâminas médias obtidas em cada vão do pivô central 33

Tabela 6 – Médias de CUC e CUD, registrados a cada 4 vãos 34

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10

2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 12

2.1 Objetivo geral: .............................................................................................................. 12

3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 13

3.1 Potencial hidrológico brasileiro .................................................................................... 13

3.2 Expansão da agricultura irrigada brasileira .................................................................. 13

3.3 Produtividade de sistemas irrigados ............................................................................. 14

3.3.1 Produtividade em cana-de-açúcar irrigada ................................................................... 15

3.3.2 Uso da Vinhaça na produção da cana de açúcar irrigada ............................................. 16

3.4 Demanda hídrica da irrigação ....................................................................................... 18

3.5 Avaliação de sistemas de irrigação ............................................................................... 18

3.5.1 Uso de coeficientes para avaliar sistemas de irrigação ................................................. 19

3.6 Fatores de influência na irrigação ................................................................................. 20

3.6.1 Fatores climáticos ......................................................................................................... 21

3.6.2 Fatores não climáticos .................................................................................................. 22

4 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 23

4.1 Localização e características da área do ensaio ............................................................ 23

4.2 Características do pivô central avaliado ....................................................................... 23

4.2.1 Sistema de bombeamento ............................................................................................. 24

4.2.2 Características e distribuição dos aspersores ................................................................ 25

4.3 Metodologia aplicada no ensaio ................................................................................... 25

4.4 Coeficientes matemáticos utilizados ............................................................................. 29

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 32

6 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 38

7 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 39

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1 INTRODUÇÃO

Estima-se que a população brasileira chegará a 233,2 milhões de pessoas no ano de

2047. No ano de 2018, a projeção era de 208,5 milhões (INSTITUTO BRASILEIRO DE

GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2018). Com tamanho crescimento demográfico, aumenta-se

a demanda por água e alimentos. Lima, Ferreira e Christofidis (1999), afirmam que o melhor

aproveitamento do solo e o uso da irrigação, são uma saída para essa problemática, que

contribui para impulsionar a agricultura irrigada tanto para complementar as necessidades

hídricas das plantas de regiões úmidas, quanto para permitir a produção em locais áridos e

semiáridos que representam 55% de toda área continental. Dessa forma, fica evidente a

importância da agricultura irrigada no cenário brasileiro e mundial para a produção dos

alimentos. Infelizmente, essa é uma área que ainda sofre com crescimento lento no Brasil em

virtude dos baixos investimentos.

Para os próximos anos, o país pode ter um papel protagonista na agricultura, pois,

atualmente é um dos maiores exportadores de seus produtos, contribuindo significativamente

com preços acessíveis aos consumidores, geração de emprego e elevação de renda, que faz

com que o setor do agronegócio tenha uma importante participação no Produto Interno Bruto

(PIB) brasileiro (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2018).

Dentro dessas perspectivas, poderá haver mais investimento em tecnologia para produzir mais

sem a necessidade de aumentar as áreas já cultivadas e a irrigação pode ser uma ferramenta

importante dentro deste quadro.

No Pará, a agricultura responde por cerca de 40% da economia na região de acordo

com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (2017). Fatores como o clima,

água em abundância e preço baixo da terra, contribuem para que o Estado tenha uma grande

importância no setor agrícola da região amazônica, além da sua enorme capacidade de

expansão, tendo em vista que de toda a sua área territorial, a agricultura responde atualmente

por apenas 0,26% (FAPESPA, 2017).

Dentro desse cenário, também cresce a agricultura irrigada no estado, e vem ganhando

cada vez mais espaço entre grandes e pequenos produtores que utilizam a aplicação artificial

da água para conseguir manter e otimizar durante o ano, as produções de pastagens,

hortaliças, e outras culturas de grande importância econômica; embora dados da Agência

Nacional de Águas (2017), mostrem que a região Norte ainda é considerada a de menor

desenvolvimento em irrigação, pelos números de investimentos ainda serem pouco

expressivos.

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O estado do Pará é uma região abundante em água, mas que necessita de atenção para

a preservação dos recursos hídricos, pois, a falta de manejo adequado, na prática da irrigação,

provoca desperdício de água, gastos em energia, perda de nutrientes na lavoura por lixiviação,

queda em produtividade das culturas pelo excesso de água aplicada e queda na receita líquida

do produtor (CAMARGO, 2016).

Outro fator preocupante é a carência de informações sobre irrigação no estado, que faz

com que muitos produtores invistam nesse mercado de forma empírica, considerando apenas o

projeto hidráulico e ignorando os aspectos agronômicos (NETTO e BASTOS, 2013) e fatores

como a qualidade da água utilizada da fonte, que pode prejudicar o funcionamento dos

aspersores e o tempo de vida útil do equipamento, em casos onde há presença de grandes

quantidades de material orgânico e/ou outros detritos (MAROUELLI; SILVA; SILVA, 2008).

Lima, Ferreira e Christofidis (1999), definem eficiência de irrigação como a razão da

quantidade de água efetivamente usada pela cultura e a quantidade retirada da fonte. A

eficiência de irrigação em termos mundiais ainda é muito baixa e a simples melhora de 1%,

representaria uma economia de água em 200 mil litros por agricultor, por hectare ano. Por

essa razão, faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas para a obtenção de dados

confiáveis sobre eficiência de irrigação na região Norte, para incentivar uma produção de

alimentos mais sustentável, com mais economia de água e energia, permitindo gerar melhores

resultados em produtividade e garantir maior rentabilidade ao produtor.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral:

Avaliar a distribuição de água por um sistema de pivô central através do uso de

coeficientes matemáticos, bem como determinar a eficiência em potencial de aplicação de

água.

2.2 Objetivos específicos:

Determinar a uniformidade através do uso de três coeficientes matemáticos visando a

melhoria do uso da água para fins de irrigação

Determinar a eficiência em potencial de aplicação de água utilizando dois modelos

matemáticos

Determinar o percentual de área adequadamente irrigada

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Potencial hidrológico brasileiro

O Brasil possui cerca de 12% da disponibilidade mundial dos recursos hídricos, valor que

pode chegar até 18% se considerado as vazões das bacias estrangeiras que entram no país, o

que representa 267 000 m³ s-1 (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2008). São

200 mil microbacias distribuídas em 12 regiões geográficas, dentre elas a bacia do São

Francisco, bacia do Paraná e a bacia Amazônica. Esta, considerada a maior bacia do mundo,

onde 60% é pertencente ao território brasileiro.

Todo esse potencial hídrico pode oferecer 19 vezes o volume de água por pessoa,

estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), de 1 700 m³ s-1

por indivíduo por

ano, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente [201-]. Mesmo assim, a distribuição de

água dentro do país ocorre de maneira desigual, onde a região amazônica é a mais

beneficiada, por deter 73% dos recursos hídricos brasileiro num local onde se concentra a

menor parte da população. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2018; PARÁ, 2012).

3.2 Expansão da agricultura irrigada brasileira

Estima-se que o Brasil passará de 75 milhões de hectares plantados em 2017/18, para 85

milhões nos próximos dez anos (BRASIL, 2018). Desses 85 milhões, cerca de 76 milhões têm

potencial para irrigação, pois, embora esteja entre os dez países com a maior área irrigada, o

Brasil ainda está muito aquém de seu potencial estimado, considerando sua extensão

territorial, solo, clima favorável e grande disponibilidade hídrica (AGÊNCIA NACIONAL

DE ÁGUAS, 2017a).

Dados da Agência Nacional de Águas (2017b) estimam a área irrigada no ano de 2030,

em mais de 10 milhões de hectares, enquanto em 2015 havia pouco mais de 6,95 milhões.

Esse aumento se deve a fatores ligados ao crédito rural, ao barateamento da tecnologia e

também na solidez do agronegócio nacional, que permite uma segurança nos investimentos.

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Culturas agrícolas como milho e soja são as que mais são cultivadas no sistema de

irrigação por pivô central. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2016) executou

estudos detalhados de viabilidade econômica da soja irrigada, feitas na região sul do estado de

Mato Grosso do Sul, na safra 2015/2016, constatando uma renda líquida positiva com

produtividade estimada em 70 sacas por hectare. Foi identificado que a cada real investido

nesse sistema de cultivo, obtinha-se um retorno líquido de 24 centavos de real. Foi também

verificada no estudo, a viabilidade da prática, mesmo com pequenas oscilações negativas de

preço, características importantes para dar segurança ao dispendioso investimento do

irrigante. Dessa forma, somam-se a viabilidade financeira, a possibilidade de se cultivar até

três ciclos culturais durante um único ano agrícola com a sucessão de culturas como milho,

feijão e olerícolas (SILVEIRA, 2011).

Quanto à região Norte, é a que menos sofre expansão na agricultura irrigada, com

exceção somente do estado do Tocantins, que teve aumentos expressivos nos últimos 30 anos.

O Pará, ainda apresenta uma tímida expansão na sua área irrigada em comparação com o

restante do país, crescendo em ritmo próximo a 1%, muito aquém dos 4% da média brasileira

(Agência Nacional de Águas, 2017, op. cit.). Um dos fatores que pode justificar essa ausência

de investimento em equipamentos de irrigação, seria o processo burocrático na região, que faz

com que muitos produtores abandonem essa alternativa. Apesar do grande potencial de

aumento da irrigação no norte do país, há ausência de trabalhos acadêmicos na região, pois

ainda não há referencial cientifico para planejar o manejo de irrigação, o que fragiliza os

investimentos na área.

3.3 Produtividade de sistemas irrigados

O incremento de produtividade em culturas irrigadas é bastante evidente, já que se faz

possível o suprimento da necessidade hídrica da cultura ao longo de seu ciclo fisiológico.

Conceição et al.(2018), em avaliações na variação do suprimento da demanda hídrica da

cultura do feijão, constatou ganhos entre 40 e 100% dá área foliar e melhoria em outros

fatores fisiológicos como o diâmetro de caule. Esses valores aumentaram conforme a

disponibilidade hídrica se elevava entre os 25% e 125% da demanda de água da cultura, o que

demonstra a capacidade de potencialização de produtividade em sistemas de cultivos

irrigados, não só fornecendo água durante períodos sem precipitação frequente, como fazendo

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15

a complementação da demanda em períodos de veranico, garantindo à planta a quantidade de

água necessária, no tempo certo para seu desenvolvimento adequado.

A irrigação de forragens para a produção animal, também tem ganhado força devido à

grande responsividade das plantas forrageiras tropicais mais comuns no Brasil. O capim

mombaça (Panicum maximum) é um exemplo de forragem comum em sistemas pecuários

paraenses e foi avaliada por Pedreira (1979), que através de cortes no verão e inverno,

identificou que a curva de crescimento da espécie era coincidente com a curva de distribuição

de pluviosidade no mesmo período. Maldonado et al. (1997), ao observar a produção de

matéria seca do capim Elefante (Pennisetum purpureum Schum), identificou o aumento da

produção linear às lâminas aplicadas, independentemente da época do ano. Essa resposta das

forrageiras tropicais à irrigação, traz segurança aos sistemas de produção animal intensivos,

com maior produção de matéria seca por área e manutenção da curva de produtividade vegetal

crescente durante todo o ano, servindo como banco de alimento para os rebanhos.

Culturas perenes como o café, também respondem de forma satisfatórias à irrigação.

Coelho (2005), verificou que a irrigação e fertirrigação durante os meses do ano com menor

pluviosidade, apresentou ganhos na produtividade e na redução do impacto do ciclo bienal do

café, que consiste na oscilação da produção a cada dois anos. Já Silva et al. (2005),

verificaram o efeito acumulado das seis primeiras colheitas da cultivar Acaiá Cerrado MG-

1474, cultivada em Lavras, e concluíram que a aplicação de 100% da evaporação do tanque

classe A, gerou produções 51% maiores em comparação com a testemunha. Incrementos de

produção como esses, atestam a viabilidade produtiva de culturas em sistemas irrigados,

ficando a cargo do produtor avaliar o melhor método, sistema e a viabilidade do investimento.

3.3.1 Produtividade em cana-de-açúcar irrigada

A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) é uma espécie pertence ao grupo das

gramíneas com maior eficiência fotossintética, pelo seu metabolismo C4 (CASAGRANDE,

1996), e desde que exista disponibilidade de água e radiação solar em medidas adequadas,

possui grande capacidade de converter carboidratos em biomassa (INMAN-BAMBER e

SMITH, 2005). A cana de açúcar é talvez, pela característica metabólica, uma das mais

responsivas à irrigação. Barros et al. (2012), avaliou na microrregião de Teresina-PI, em

sistema de irrigação por pivô central, um incremento de produtividade proporcional ao

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16

aumento das lâminas aplicadas em algumas cultivares de até 196,6 Mg ha-1

, com aplicação de

150% da evapotranspiração da cultura (ETc), valores produtivos muito acima dos

considerados aceitáveis em cultivos irrigados (100 a 150 Mg ha-1

), deixando a cargo do

irrigante a responsabilidade de calcular o custo-benefício do manejo a ser adotado.

Correia (2013), verificou ganhos qualitativos na produção da cana-de-açúcar sob

regime irrigado, detectando incrementos na pureza do caldo e nos teores de sacarose das

plantas submetidas a um manejo de demanda hídrica totalmente suprida. Experimentos como

esses, comprovam a necessidade da inclusão da irrigação no conjunto de técnicas de manejo

sucroalcooleiro, de modo se obter melhores resultados quantitativos e qualitativos na

produção.

A irrigação está entre as melhores e mais eficientes ferramentas para incremento de

produção e produtividade nos tempos atuais e tem se tornado um fator determinante na

qualidade e quantidade dos alimentos ricos em fibras e energias disponíveis para uma

população que cresce a um ritmo acelerado. No entanto, também é uma das mais complexas e

exigentes de conhecimento técnico específico. Netto e Bastos (2013) afirmam que atualmente,

há resultados produtivos que não seriam possíveis de alcançar se não fosse pela aplicação

artificial de água no solo para suprir a demanda de água das culturas. Entretanto, essa é uma

área multidisciplinar, que abrange física do solo, agrometeorologia, fitotecnia, fisiologia

vegetal, hidráulica, topografia e outras, que infelizmente são ignoradas na maioria das vezes

dentro de um projeto de irrigação.

3.3.2 Uso da Vinhaça na produção da cana de açúcar irrigada

A vinhaça é o resíduo liquido da fermentação do licor de cana-de-açúcar para

produção do álcool, que sai da indústria com temperaturas por volta de 100º C e sua produção

depende da tecnologia da destilaria e do teor alcoólico obtido na fermentação da calda, indo

de 10 litros até 18 litros de vinhaça para cada litro de álcool produzido. Rosseto (1987),

identificou que se trata de um material que contém entre 2% e 6% de sólidos, sendo a maior

parte matéria orgânica. Quanto aos minerais, há quantidades relevantes de potássio, magnésio

e cálcio em menor quantidade.

Por suas características, a vinhaça tem potencial para causar grandes impactos

ambientais quando descartada inadequadamente, podendo afetar de forma irreversível os

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afluentes superficiais, lençóis freáticos e toda a fauna e flora circundante. Por esses motivos, a

Portaria/GM Nº 323 - de 29 de Novembro de 1978, proíbe expressamente o lançamento da

vinhaça em afluentes, o que forçou a busca por alternativas adequadas para seu descarte, com

o mínimo de danos ao ambiente, mantendo a viabilidade financeira.

A vinhaça é produzida em grandes quantidades no Brasil, e foi classificada por Freire e

Cortez (2000) como contendo grande valor fertilizante e também alto poder poluente; cerca de

100 vezes maior que o esgoto humano comum, suas características como o pH baixo e poder

corrosivo são devastadores para fauna e flora. A solução encontrada foi sua utilização como

fertilizante, através do seu lançamento racional em cultivos de cana-de-açúcar, estando ela

pura ou através da fertirrigação.

Glória e Orlando filho (1984) detectaram modificações no solo fertilizado com vinhaça,

como aumento da disponibilidade de íons, aumento do pH e melhorias físicas no solo como a

capacidade de retenção de água. Esses fatores são também identificados por estudos como o

de Silva e Ribeiro (1998), que verificou o aumento do pH do solo para 7, em áreas onde após

anos de uso da vinhaça como fertilizante, aumentou a atividade de microrganismos benéficos

além da adição de matéria orgânica, demonstrando a sustentabilidade e benefícios do uso

adequado da vinhaça no sistema produtivo da cana-de-açúcar.

A fertirrigação com vinhaça é possível em praticamente todos os sistemas de aspersão

comumente utilizados na indústria sucroalcooleira, com a adoção de algumas técnicas para

evitar a corrosão dos equipamentos. Martins e Oliveira (2016), recomendam a adição de leite

da cal para o aumento do pH até 10 durante a lavagem de sistemas fechados. Essa prática

anula a acidez da vinhaça e impede a corrosão. Já para tubulações metálicas é fundamental o

emborrachamento das paredes internas.

Fatores como corrosão e a presença de grandes quantidades de matéria orgânica na

vinhaça, podem influenciar significativamente na eficiência da irrigação por pivô central,

tanto pelo acúmulo de matéria orgânica no interior do pivô e a consequente complicação da

passagem da água em pontos críticos como em válvulas, aspersores e seus bocais, quanto pela

eventual corrosão de partes desprotegidas, o que implica a necessidade de avaliações

periódicas nos equipamentos de irrigação como pivôs centrais, que forem utilizados para a

fertirrigação com vinhaça, a fim de manter seu adequado funcionamento.

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3.4 Demanda hídrica da irrigação

Os volumes de água demandados pelos equipamentos de irrigação de grande porte, geram

discussões ao redor do consumo na agricultura, que representa uma grande parte do uso

global. No entanto, há uma tendência de decréscimo na demanda de água por kg de alimento

produzido e isso se reflete nas projeções futuras de consumo de água, feitas pela Agência

Nacional de Águas, que estimaram as demandas de água (inclusive as da agricultura), para o

ano de 2030.

Em 2015, eram retirados 969 mil L s-1 para irrigar uma área de 6,95 milhões de hectares.

Em 2030, estima-se que essa demanda aumentará para 1,13 milhão de L s-1, irrigando uma

área de quase 10,1 milhões de hectares. Dessa forma, observa-se que em 2015 eram

demandados cerca de 139 L s-1 por hectare e espera-se que em 2030 o consumo de água seja

reduzido para 132 L s-1 por hectare, com tendência contínua de diminuição. Dados como

esse, mostram que mesmo com o aumento significativo da área irrigada no Brasil para os

próximos anos, haverá uma redução considerável do consumo de água dos irrigantes para que

seja produzida a mesma quantidade de alimentos, sem comprometer a viabilidade do aumento

da produção, produtividade e qualidade dos produtos, com respeito ao meio ambiente e

racionalidade no uso dos recursos hídricos (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2017).

3.5 Avaliação de sistemas de irrigação

A previsão da redução do consumo de água tem fundamentação na evolução

tecnológica dos equipamentos e na melhoria do manejo da irrigação, permitindo o uso mais

eficiente dos recursos hídricos. Entretanto, há técnicas que visam avaliar equipamentos e

sistemas de irrigação, com objetivo de verificar falhas principalmente na distribuição e na

eficiência de aplicação de água. Araujo et. al (2001), afirma que o aumento sistemático dos

custos energéticos no bombeamento de água, além de fatores ambientais relacionados a

retirada de grandes volumes de água de efluentes e do subsolo para uso em pivôs centrais, tem

trazido ao centro da discussão, o aumento da eficiência do uso de água, com objetivo de

atenuar impactos ambientais através da redução de seu consumo ao longo do tempo.

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Mendonza e Frizzone (2012) verificaram uma correlação positiva entre o aumento da

uniformidade de distribuição de água e a produção de feijão por hectare, constatando que o

aumento da uniformidade não só gerava economia, como contribuía para o acréscimo na

produção de feijão.

A importância de avaliar o funcionamento desses equipamentos, a distribuição e

eficiência de aplicação de água, são de grande importância para identificação de problemas,

que servem de base para a realização de ajustes, que poderão contribuir para um melhor

manejo da água e da cultura plantada.

3.5.1 Uso de coeficientes para avaliar sistemas de irrigação

As avaliações de uniformidade de distribuição de água em sistemas de irrigação

podem ser feitas de diversas formas, escolhendo uma ou mais equações de avaliação. A

primeira metodologia foi proposta foi Christiansen (1942), que adota o desvio médio absoluto

como medida de dispersão, sendo referido como CUC (Coeficiente de Uniformidade de

Christiansen). Wilcox e Swailes (1947) propuseram o CUE (Coeficiente de Uniformidade

Estatístico), que admitia o desvio-padrão como medida de dispersão, no qual se aceitam

valores acima de 75%. Criddle et al. (1956), introduziu um coeficiente conhecido como CUD

(Coeficiente de Uniformidade de Distribuição) que levava em consideração a média do menor

quartil e a lamina média coletada.

Hart (1961) também propôs um coeficiente usando o desvio-padrão como medida de

dispersão o CUH (Coeficiente de Uniformidade de Hart), no entanto, tem-se que o CUH é

igual ao CUC quando a distribuição de água é considerada normal. O mesmo autor propôs o

HSPA ou UDH (Eficiência Padrão da HSPA ou UDH), que se propõe a representar a

uniformidade de distribuição de água, sabendo-se que quando a lâmina aplicada e sua

distribuição se apresentam normais, o UDH têm valores iguais ao CUD.

Karmeli e Keller (1975) propuseram o CUA (Coeficiente de Uniformidade Absoluto)

que inclui as vazões máximas, mínimas e a média coletada. Não há impedimento de utilização

de um ou mais dos coeficientes, mas leva-se em consideração que as diferenças nos resultados

apresentados podem sofrer de sensíveis variações, ou nenhuma como no caso dos coeficientes

UDH e CUD, que apresentam resultados iguais, ou CUH e CUC que também apresentam

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resultados iguais, anulando a necessidade da aplicação desses coeficientes na mesma

avaliação.

Keller e Bliesner (1990), propuseram a percentagem de área adequadamente irrigada

(Pad), que consiste em calcular a área que recebeu lâmina igual ou superior à programada,

usando para isso o número de coletores e a lâmina coletada.

A eficiência potencial de aplicação de água (Epa) é a avaliação de o quanto foi emitido

pelo equipamento, e o quanto chegou ao alvo, sem se perder para o ambiente por evaporação

ou arraste. Bernardo (1995), desenvolveu uma metodologia que leva em consideração a razão

entre a lâmina padrão e a lâmina coletada. Já Keller (1984), desenvolveu uma equação que

leva em consideração fatores atmosféricos como velocidade do vento e evapotranspiração de

referência, além de características do equipamento, como: pressão e diâmetro de bocal, sendo

uma equação mais precisa, no entanto mais complexa e dependente de sensores como os

presentes nas estações meteorológicas.

3.6 Fatores de influência na irrigação

A irrigação por aspersão consiste em simular chuva aplicando água em forma de gotas,

distribuindo-as o mais uniformemente possível sobre a área. Esse método possui algumas

limitações técnicas, pois o ambiente exerce grande influência sobre esse tipo de irrigação.

Heinemann et al. (1997), destacou alguns fatores que afetam de forma significativa a

uniformidade de distribuição de água, que podem ser divididos em dois tipos: climáticos e

não climáticos. Os climáticos são: evaporação, temperatura, umidade relativa do ar e fatores

locais de vento (velocidade e direção) e os fatores não climáticos, relacionados à característica

do equipamento e do método de avaliação, como: diâmetro de tubulação, tipo e características

do aspersor, vazão, tamanho médio de gotas emitidas, comprimento de linhas principais e

laterais, entre outros.

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3.6.1 Fatores climáticos

Fatores atmosféricos podem apresentar grande relevância durante o planejamento da

irrigação, por competir com o solo e com as plantas por água, além de ser capaz de transportar

parte da água emitida pelo sistema, para outras áreas adjacentes, longe do interesse do

irrigante. O vento é um dos fatores mais importantes a serem observados durante a irrigação.

Olitta (1996), já alertava sobre a influência do vento sobre a irrigação por aspersão.

Sua ação afeta a distribuição da água emitida pelo aspersor e pode gerar distorções da lâmina

ao longo da área irrigada. Essa distorção ocorre quando o vento transporta a água para outras

áreas, às vezes longe do interesse do irrigante. Esse fenômeno depende principalmente da

velocidade do vento e do tamanho das gotas emitidas pelo equipamento: quanto maior a

velocidade do vento e menor o tamanho de gotas, maior será a distorção em comparação com

o mesmo sistema em condições de vento calmo. Por essa razão, é indispensável a observação

deste elemento no momento e local da irrigação, para melhorar a eficiência do uso da água. O

autor também afirma que as perdas por percolação profunda e escoamento superficial podem

ser reduzidas com a correta calibração do manejo do sistema, deixando desperdícios

ocorrerem apenas por evaporação durante a aplicação ou na superfície molhada, fatores que

não estão sob o controle humano.

Smajstrla e Zazueta (2003) classificam a perda de água por evaporação, como a parte

da água que evapora após ser pulverizada no ar pelo equipamento e a perda por arraste como a

ocorrida quando o vento leva gotas para fora da área irrigada. A perda por arraste também é

conhecida por deriva, e se refere à água que acaba por cair em áreas onde as plantas de

interesse não tem acesso, por ação do vento. São diversos os fatores que acabam por

influenciar na parte da água perdida por evaporação. Tarjuelo (2000), classificou como

principais a umidade relativa do ar, temperatura do ar atmosférico, temperatura da água a ser

emitida pelo equipamento, altura dos aspersores, tamanhos das gotas e a velocidade do vento,

no momento e local da aplicação.

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3.6.2 Fatores não climáticos

Fatores não climáticos são aqueles que não estão sob influência direta do meio

ambiente onde o equipamento está instalado, se referindo principalmente aos aspectos

mecânicos, como: tubulações, válvulas e outras peças que compõem o sistema. Klar et al.

(2001), avaliou dois pivôs centrais antes e depois da substituição de válvulas reguladoras de

pressão, calculando os coeficientes de uniformidade de distribuição. Os coeficientes

apresentados inicialmente pelos dois equipamentos foram de 58,5% e 67%. Após a

substituição das válvulas, modificaram para 89% e 88% respectivamente. Um ganho

expressivo de 30,5% e 21% em uniformidade, que garante ao irrigante melhor eficiência da

irrigação, economia de energia, melhorias produtivas e principalmente, o aumento da

produtividade da água.

Além das válvulas reguladoras de pressão, existem diversos componentes que podem

apresentar interferência na uniformidade de aplicação e eficiência do sistema. A observação

do coeficiente de uniformidade de distribuição é capaz de diagnosticar esses problemas, mas

para detecção do componente desgastado ou defeituoso, são necessárias avaliações mais

completas do sistema.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Localização e características da área do ensaio

O ensaio foi realizado na empresa Pará Pastoril e Agrícola S.A. (PAGRISA), localizada

no município de Ulianópolis-PA, a 3°41'58"S e 47°46'35"O e 129 m de altitude. A região

apresenta clima tropical Aw de acordo com Köppen, com temperatura média de 30º C,

podendo sofrer variações de 22 até 38º C. A umidade relativa do ar média de 85% e

precipitação pluviométrica em torno de 2500 mm ao ano (LOPES et al., 2013). O solo

predominante na área avaliada era Latossolo amarelo, com topografia levemente acidentada.

O croqui da área irrigada pelo pivô e a captação de água, constam no Anexo 7.

No momento da avaliação, as condições climáticas locais foram monitoradas por uma

estação automática DAVIS, modelo Vantage Pro2, instalada a 2 km da área experimental. Os

dados meteorológicos (Tabela 1) como velocidade e direção do vento, temperatura e umidade

do ar no momento do teste, foram armazenados em datalogger.

Tabela 1 – Informações meteorológicas fornecidas pela Estação DAVIS Vantage Pro2 no momento do

Teste em Ulianópolis, PA

Hora

Vento Temperatura do ar Umidade do ar

Velocidade

(km/h) Direção (°C) (%)

08:30 1,62 E-NE* 27,9 72

11:00 1,62 N-NE** 30,8 57

12:40 1,62 N-NE** 32,4 54

*E-NE: Leste – Nordeste, **N-NE: Norte – Nordeste.

Fonte: Pagrisa Pará Pastoril e Agrícola S.A.

4.2 Características do pivô central avaliado

Selecionou-se um pivô central fabricado pela Lindsay, modelo 9500P canavieiro, com 16

vãos e comprimento de 896 metros, com cada vão medindo entre 45 e 55 metros e uma área

irrigada de 252,21 hectares e vazão de 136,22 l s-1

. O sistema operava há 10 meses até o

momento da avaliação, a cultura estabelecida sobre a área era a cana-de-açúcar, cultivar RB

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579, plantada há 60 dias, medindo aproximadamente 1 m de altura. Seu estágio fenológico era

o perfilhamento inicial.

O equipamento tinha por controlador um painel modelo Field Boss, da própria ©Lindsay

(Figura 1), montada na torre central do pivô, de onde foi possível coletar dados no momento

da avaliação, como pressão da água na entrada do pivô, pressão ao fim do pivô, pressão de

bombeamento e dados de posição, velocidade de avanço e programação da lâmina a ser

aplicada.

Figura 1 - Painel de controle do pivô, modelo Field Boss

Fonte: ©Lindsay, 2019.

4.2.1 Sistema de bombeamento

O sistema de bombeamento utilizado foi composto por uma bomba KSB modelo MEG

200-150-400 de 128,64 cv e motor elétrico trifásico de 250 cv da WEG-W22, instalado à

1240 m do centro do pivô. A adutora possuía dois diâmetros, um trecho com 299,8 mm e 648

m de comprimento em PVC 300/125 e o segundo trecho com 309 mm de diâmetro e 592 m de

comprimento com tubos de PVC 300/80.

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4.2.2 Características e distribuição dos aspersores

O pivô central estava configurado com aspersores da Senninger modelo IWob UP3

com pressão de operação padrão entre os 0,69 e 1,03 bar, e diâmetros molhados entre os 9,5 e

18 m. Estes estavam uma altura de aproximadamente dois metros do solo acoplados a

reguladores de pressão de 10 mca (metros de coluna de água) fixados a uma mangueira

totalmente distendida, presas aos pontos de saída da tubulação aérea (plugs).

O espaçamento entre aspersores era variável. Do 1° até o 3° vão o espaçamento entre

aspersores era de 6 m, e do 4° vão ao 16° era de 3 m. Essa disposição tem a função de regular

a vazão, pois ao longo do pivô a pressão de saída dos aspersores é a mesma, mas varia o

diâmetro de bocais, alterando a vazão.

4.3 Metodologia aplicada no ensaio

Para a realização da avaliação da uniformidade e eficiência de aplicação de água no

equipamento, utilizou-se como base a NBR 14244 da ABNT (1998), utilizada para avaliações

em equipamentos do tipo pivô central. Essa avaliação consiste na disposição de pluviômetros

em linha uniforme ao longo do raio do equipamento, para a coleta das lâminas de água

aplicada e posterior avaliação com o uso de coeficientes matemáticos.

Neste trabalho, essa metodologia foi adaptada para as condições locais do ambiente,

pois o pivô central possuía um comprimento de 896 m, que para esse estudo, exigiria uma

maior mão de obra e maior tempo, o que poderia comprometer a avaliação. Além disso, em

razão do porte dos equipamentos da empresa e as lâminas aplicadas variarem de 3 a 35 mm,

optou-se pela utilização de coletores maiores, capazes de avaliar outros equipamentos

instalados na empresa além do pivô central, possibilitando que sejam reutilizados em

avaliações posteriores em outros sistemas de grande porte como o autopropelido.

Na NBR 14244 (1998), o espaçamento adotado era de 3 metros entre coletores e área

útil de coleta dos pluviômetros de 30 cm². Foi observada a correlação de 10 cm² de área útil

de coleta para cada metro linear de espaçamento entre coletores, o que exige uma grande

quantidade de coletores para avaliações em equipamentos mais longos. Para este ensaio foi

feita a correlação de 10 cm² de área útil de coleta para cada metro linear de espaçamento entre

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pluviômetros, que resultou em 78,53 cm² para 7,8 m entre coletores. Dessa forma, optou-se

por utilizar o espaçamento de 8 m entre pluviômetros.

Essa adaptação não modifica a correlação original da NBR 14244 (1998), ao mesmo

tempo em que permite reduzir o número total de coletores e acelerar a coleta das lâminas após

a passagem do equipamento, além de facilitar a logística no local de avaliação e montagem do

estudo em campo, sendo necessárias apenas 112 unidades para avaliar um pivô com 896 m de

raio irrigado, enquanto que utilizando o coletor padrão sugerido pela norma, seriam

necessários 298 unidades.

Os coletores utilizados no estudo foram construídos na Universidade Federal Rural da

Amazônia, campus Paragominas, utilizando tubos de PVC branco e caps de 100 mm. Foram

cortados em forma de um copo (Figura 2a), com altura de 23 cm, área total de coleta de 78,53

cm² e volume de 1,8 litros. Esses foram fixados ao solo por uma haste de alumínio de 70 cm

de comprimento, presa ao centro da base do coletor (Figura 2b).

Figura 2 - Coletores construídos para a realização do estudo

Fonte: Os autores.

As hastes de sustentação foram fixadas ao solo a 20 cm de profundidade do solo e 50

cm de altura, alinhadas verticalmente (Anexo 2). Em seguida receberam os coletores

devidamente numerados (Figura 3) e distribuídos na margem do carreador de transporte,

partindo do centro do pivô (Figuras 4 e 5, Anexo 5). A numeração dos coletores foi feita de

fora para dentro, onde o primeiro coletor foi posicionado na borda da área irrigada e o último

a 8 metros do centro do pivô.

A instalação na linha do carreador foi necessária para que não houvesse interceptação

vegetal da água aplicada pelo pivô (Anexo 3), já que a cultura apresentava 1 m de altura,

suficiente para interceptar parte da lâmina aplicada (Figura 6).

a) b)

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Figura 3 - Esquema gráfico da montagem dos coletores

Fonte: Os autores.

Figura 4 - Esquema de distribuição dos coletores na linha do carreador

Fonte: Os autores.

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Figura 5 - Disposição dos coletores ao longo do carreador.

Fonte: Os autores.

Na Figura 6 é demonstrado um coletor que seria influenciado pela interceptação

vegetal da lâmina a ser aplicada. Nesse caso, a planta foi desbastada até que as folhagens não

inferissem na área de coleta de água.

Figura 6 - Altura da cana-de-açúcar em relação aos coletores

Fonte: Os autores.

.

O equipamento foi programado durante a avaliação para uma velocidade de avanço de

97,04%, o equivalente a uma lâmina aplicada de 4 mm. O tempo de mudança de posição do

sistema era em intervalos de 3 minutos e 10 segundos. O teste teve início às 9:40 h da manhã,

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na posição de 263º e terminou às 12:40 h na posição 271º, as posições são definidas por

leitura azimutal, usando o Norte geográfico como posição 0. Imediatamente após a passagem

completa sobre os coletores, foi iniciada a coleta de água, com provetas graduadas de plástico

de 100 ml. As alturas de lâmina de água foram registradas em caderneta de campo, sendo

tabuladas posteriormente em planilha eletrônica do Excel.

4.4 Coeficientes matemáticos utilizados

Para reduzir o desperdício de água e sua aplicação de maneira eficiente, diversos

autores propuseram coeficientes para análise da distribuição de água que possibilitariam uma

melhor adequação do equipamento de irrigação. Neste trabalho, para os cálculos de

uniformidade de distribuição, eficiência e porcentagem de área adequadamente irrigada,

foram utilizados os coeficientes CUC (Equação 1), CUD (Equação 2), CUE (Equação 3),

EPABernardo (Equação 4) e EPAKeller (Equação 5) e Pad (Equação 6).

XN

X-Xi

-1100CUC

n

l-i

(1)

Onde:

CUC: Coeficiente de Uniformidade e Distribuição de Christiansen, em %;

Xi: Lâmina Coletada no i-ésimo coletor, em mm;

X: Lâmina Média Coletada em mm;

N: Número de coletores.

X

x100CUD 25

(2)

Onde:

CUD: Coeficiente de Uniformidade e Distribuição (%)

x25: Média das 25% das observações com menores valores (média do menor quartil);

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X

Sd 100CUE

(3)

Onde:

CUE: Coeficiente de Uniformidade Estatístico (%)

Sd: Desvio Padrão dos valores de Precipitação (mm);

X̅: média geral dos valores de precipitação (mm).

Lapli

X100Epa Bernardo

(4)

Onde:

Eficiência em Potencial de Aplicação de Água (%);

X̅: Lâmina Média Coletada, em mm;

Lapli: Lâmina Aplicada, em mm.

EpaKeller = 0,976 + 0,005 ET0 – 0,00017 ET0 + 0,0012 Vv – Cl (0,00043 ET0 +

0,00018 Vv + 0,000016 ET0Vv) (5)

Onde:

EpaKeller: Eficiência em Potencial de Aplicação de Água (%)

ET0: Evapotranspiração de referência (mm dia-1

);

Vv: Velocidade do Vento (km h-1

);

CI: Coeficiente adimensional que caracteriza o potencial de Evaporação e Arraste, dado pela

seguinte equação:

11,3 Db P 0,032CI (6)

Onde:

P: Pressão de serviço (kPa);

Db: Diâmetro do bocal (mm).

coletores

aplicoletores

Nt

LNtPad

(7)

Onde:

Pad: Percentual de Área Adequadamente Irrigada (%)

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Ntcoletores ≥ Lapli: Número total de coletores com lâmina igual ou maior que a lâmina média

aplicada;

Lapli: Lâmina média aplicada (mm)

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No início do teste, às 09h40, foram verificados os parâmetros instantâneos do pivô em

relação às pressões de operação através do painel de controle (Tabela 2).

Tabela 2 - Pressão de entrada, pressão de saída e pressão no bombeamento do pivô central.

Entrada Saída Bombeamento

(mca*)

64,09 15,00 103,00

*mca: Metros de coluna de água.

Fonte: Os autores.

Na Tabela 3, constam os valores obtidos de CUC, CUD, EpaBernardo, EpaKeller, Pad,

estabelecidos pela NBR 14244 (ABNT, 1998) para avaliação de equipamento de aspersão do

tipo pivô central, bem como o coeficiente de uniformidade estatístico (CUE).

Tabela 3 - Resultados encontrados de CUC, CUD, CUE, EpaBernardo, EpaKeller e Pad .

Coeficientes de Uniformidade Eficiência de Aplicação de Água

Percentagem de Área

Adequadamente

Irrigada

CUC CUD CUE EpaBernardo EpaKeller Pad

(%) (%) (%)

88,78 81,82 77,39 97,17 98,02 28,57

Fonte: Os autores.

Mantovani (2001), classificou os valores de CUC, CUD e CUE, apresentados na tabela a

seguir:

Tabela 4 - Classificação de CUC, CUD e CUE de acordo com Mantovani (2001).

Fonte: Mantovani, 2001.

Keller e Bliesner (1990), avaliaram matematicamente CUC e CUD, afirmando que os

dois coeficientes podem ser relacionados pela seguinte equação:

CUD=100-1,59 (100-CUC) (8)

CUC (%) CUD (%) CUE (%) Classificação

> 90 > 84 > 90 Excelente

80-90 68-84 80-90 Bom

70-80 52-68 70-80 Razoável

60-70 36-52 60-70 Ruim

< 60 < 36 < 60 Inaceitável

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33

Resende (1992) analisou os mesmos coeficientes e concluiu que CUD é sempre menor

que CUC devido as variáveis que leva em consideração na equação, considerando 25% da

área que recebeu as menores lâminas, enquanto CUC considera 50% da área, portanto, a

diferença entre os dois resultados é considerada normal.O valor de CUC (88,78%) obtido no

ensaio comparado com os valores definidos por Mantovani (2001), é classificado como bom.

Conforme essa mesma classificação, os valores de CUD (81,82%) e CUE (77,39%) foram

considerados como bom e regular, respectivamente. A velocidade de avanço (>97%) não

interferiu nos coeficientes de uniformidade, com resultados semelhantes encontrados por

Maccagnan (2013), que avaliou equipamentos com velocidade de 100% e obteve resultados

de CUC 89,73% e CUD 81,35%.

Os resultados dos dois coeficientes de uniformidade (CUC e CUD) se apresentaram

diferentes, mesmo utilizando os mesmos dados de precipitação coletados no teste, situação

considerada normal de acordo com Resende (1992).

O valor de CUE obtido na avaliação foi de 77,39%, razoável de acordo com

Mantovani (2001). A velocidade de avanço e a lâmina aplicada ligeiramente menor do que a

configurada, podem ter interferido no resultado dessa equação. Pinto, Silva e Oliveira (2006),

obtiveram lâminas de 2,75; 2,45 e 2,32 mm a 100% de deslocamento do pivô central, em três

épocas diferentes, valores abaixo da lâmina estipulada pelo fabricante de 3,47 mm.

Conforme a análise de variância dos mesmos autores foi verificada correlação

altamente significativa para velocidade de deslocamento do pivô. Portanto, a velocidade de

deslocamento do equipamento pode interferir na uniformidade de distribuição de água do

sistema de irrigação por aspersão.

Observa-se em algumas lâminas coletadas, diferenças muito grandes entre o maior

valor registrado (7,13 mm) e o menor valor (1,15 mm). A lâmina média obtida nos 112

coletores foi de 3,88 mm. Essas diferenças exercem influência sobre o resultado, já que o

coeficiente leva em consideração o desvio padrão e a média geral dos valores de precipitação.

A Figura 7, mostra a distribuição das lâminas obtidas em cada coletor, ao longo do

equipamento.

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34

Figura 7: Distribuição das lâminas coletadas ao longo do pivô central

Fonte: Os autores.

Na tabela 5, foram calculadas também as lâminas médias, CUC (Equação 1) e CUD

(Equação 2) de cada vão do pivô central, onde o maior valor de lâmina média encontrada foi

no 1º vão, com 4,18 mm; valor acima da lâmina aplicada pelo pivô, que pode ser justificado

pelo maior tempo de aplicação de água que ocorre nesse vão, diferente dos demais. A menor

lâmina média registrada ocorreu no 5º vão, com 3,60 mm. Esses cálculos foram realizados em

virtude do grande comprimento da linha lateral do equipamento (896 m), que poderia

apresentar variação na distribuição de água ao longo do pivô.

Tabela 5 – Lâminas médias obtidas em cada vão do pivô central.

Vão Comprimento

do vão (m)

Lâmina média

(mm)

1° 54,8 4,18

2° 54,5 3,69

3º 54,5 3,66

4º 54,5 3,78

5º 54,5 3,60

6º 54,5 3,63

7º 54,5 3,98

8º 54,5 3,80

9º 54,5 3,98

10º 54,5 4,08

11º 54,5 3,88

12º 54,5 4,08

13º 54,5 4,00

14º 47,9 4,05

15º 47,9 4,03

16º 47,9 3,88

Fonte: Os autores.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

1 21 41 61 81 101

min

as

(mm

)

Coletores

Lâminas coletadas Lâmina aplicada (mm)

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35

Calculou-se também, as médias de CUC e CUD a cada 4 vãos do pivô central

avaliado, divididos em setores: A, B, C e D (Tabela 6). A maior média de CUC e CUD

encontrada foi no setor C (9º, 10º, 11º e 12º vãos), com 94,24% e 92,72%, respectivamente. O

menor valor para CUC e CUD, foi encontrado no setor A, com 82,02% (CUC) e 75,75%

(CUD).

Tabela 6: Médias de CUC e CUD, registrados a cada 4 vãos.

Setor CUC (%) CUD (%)

A 82,02 75,75

B 90,94 87,02

C 94,24 92,72

D 93,29 92,48

Setor A: 1º ao 4º vão; Setor B: 5 º ao 8 º vão; Setor C: 9 º ao

12 º vão; Setor D: 13 º ao 16º vão.

Fonte: Os autores.

Foram construídos gráficos de distribuição de água a cada 4 vãos, divididos em 4

setores. Do 1º ao 4º vão, denominado Setor A (Figura 8), do 5º ao 8º vão, denominado Setor B

(Figura 9), do 9º ao 12º vão, denominado Setor C (Figura 10) e do 13º ao 16º vão,

denominado Setor D (Figura 11).

Figura 8: Distribuição de água coletada do 1º ao 4º vão (Setor A)

Fonte: Os autores.

0

2

4

6

8

91 94 97 100 103 106 109

min

as

(mm

)

Coletores

Setor A

Lâminas coletadas Lâmina aplicada (mm)

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Figura 9: Distribuição de água coletada do 5º ao 8º vão (Setor B)

Fonte: Os autores.

Figura 10: Distribuição de água coletada do 9º ao 12º vão (Setor C)

Fonte: Os autores

Figura 11: Distribuição de água coletada do 13º ao 16º vão (Setor D)

Fonte: Os autores

0

2

4

6

8

64 67 70 73 76

min

as

(mm

)

Coletores

Setor B

Lâminas coletadas Lâmina aplicada (mm)

0

2

4

6

8

36 39 42 45 48 51

min

as

(mm

)

Coletores

Setor C

Lâminas coletadas Lâmina aplicada (mm)

0

2

4

6

8

11 14 17 20 23

min

as

(mm

)

Coletores

Setor D

Lâminas coletadas Lâmina aplicada (mm)

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Os dados obtidos para a eficiência em potencial de aplicação de água proposta por

Bernardo (EpaBernardo), e Keller (EpaKeller) foram 97,17% e 98,02% respectivamente, o que

representa uma perda de água por arraste e evaporação de menos de 3%. Os dois modelos

apresentaram valores considerados ótimos, acima do valor mínimo determinado por Bernardo,

Soares e Mantovani (2006), de 78% para equipamentos de irrigação por aspersão.

Resultados semelhantes aos encontrados por Costa et al. (2005), que avaliou oito

pivôs centrais em Pinheiros-ES e encontraram resultados de EpaKeller que variaram entre

97,17 e 98,02%. Esses resultados podem ser atribuídos às condições climáticas locais, como

velocidade, temperatura e umidade do ar favorável à irrigação, causando pouca interferência

na irrigação durante a avaliação.

A equação de Bernardo, leva em consideração apenas a razão entre o valor para a

média da lâmina aplicada e a lâmina coletada, portanto, mais simples de ser obtida, porém,

menos precisa que a equação proposta por Keller, que leva em consideração fatores

atmosféricos como a velocidade do vento e evapotranspiração de referência e características

do equipamento como pressão e diâmetro de bocal do aspersor.

A percentagem de área adequadamente irrigada (Pad) obtida após a realização dos

cálculos foi de 28,57%, valor considerado ruim, de acordo com o exposto por Mantovani

(2001) já que representa apenas 73,14 ha de 252,2 ha totais. Vale ressaltar que 93,31 ha

receberam lâminas iguais ou superiores a 3,88 mm, determinada pelo fabricante, e 5%

menores que a lâmina aplicada (4 mm). No entanto, mesmo considerando essas lâminas

menores, não se deve negligenciar a necessidade de melhorias no sistema.

A velocidade de avanço de 97,04% influenciou no resultado da avaliação de área

adequadamente irrigada (Pad). Porém, essa configuração de velocidade não justifica que

menos de 30% dos coletores tenham recebido a lâmina padrão, indicando que o equipamento

apresenta uma vazão real ligeiramente menor que a de projeto, podendo ser corrigido com a

compensação dessas lâminas no planejamento da irrigação, ou com a calibração no

equipamento de controle. Vale lembrar que esse fator não influencia na uniformidade e

eficiência de aplicação de água do pivô.

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6 CONCLUSÃO

Os resultados encontrados para o ensaio foram considerados bons para CUC e CUD,

obtendo-se 88,78% e 81,82%, respectivamente. O pouco tempo de uso do pivô central e

condições climáticas favoráveis contribuíram para os resultados. Já para o CUE o valor

encontrado foi de 77,40% considerado regular para esse tipo de sistema de irrigação.

A eficiência em potencial de aplicação utilizando os modelos de Keller e Bernardo foi

considerada excelente com valores de 98,02% e 97,17%, respectivamente.

A porcentagem de área adequadamente irrigada foi de 28,57%, considerada ruim, que

ocorreu em virtude da vazão inferior à da ficha técnica do equipamento. Esse valor não

interfere na uniformidade de distribuição e eficiência de aplicação de água pelo pivô e pode

ser corrigido através da compensação de lâminas ou calibração no equipamento de controle do

sistema.

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ANEXOS

Anexo 1: Lote de coletores prontos

Anexo 2: Alinhamento dos coletores

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Anexo 3: Disposição de coletores ao longo do carreador

Anexo 4: Aproximação do pivô da linha de coletores

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Anexo 5: Momento da passagem do pivô sobre a linha dos coletores

Anexo 7: Área do pivô central e a posição de sua adutora de captação