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Toda aventura e adrenalina da MIT Revista onde você quiser. Eleita a melhor revista de luxo do Brasil, ela tem a maior tiragem do setor: 100 mil exemplares.
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BTG Pactual: O Private Bank com a melhor estratégia de expansão global e a mais completa gama de serviços da América Latina.
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Fonte: PWM/The Banker Magazine - Global Private Banking Awards 2014
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4 Mit revista junho 2015
Editorial
Como você vai perceber, a sua MIT Revista mudou.
Mudou bastante. tornou-se mais abrangente
porque a família de veículos Mitsubishi também
mudou. Nos últimos anos, sem perder a essência
4x4, a marca dos três diamantes ampliou sua linha de
modelos com o lancer e com os crossovers aSX e New
outlander. Para acompanhar essas mudanças, refizemos
nosso projeto gráfico-editorial. assim como na gama de
carros Mitsubishi, a revista comporta agora o Mundo Urbano,
o Mundo Sem Fronteiras e o Mundo 4x4.
Você com certeza tem entre os amigos alguém totalmente
movido a adrenalina urbana – que adora música clássica e
não perde uma boa exposição de arte por nada deste mundo.
Para eles, esta edição trata da cena gastronômica de Nova
York e mergulha na vida e na obra dos irmãos Campana, dois
dos designers mais premiados da atualidade. Nascidos e
criados em Brotas, interior paulista, hoje eles vivem entre São
Paulo-londres-Milão.
Há aqueles que mesclam esse mundo urbano com
esportes ao ar livre e com viagens para os mais diversos
lugares do planeta. Exemplo singular desse mundo é o
empresário-maratonista amilcar lopes Jr., de 51 anos. de
segunda a sexta, ele comanda um grande negócio baseado
em alta tecnologia, mas em seu tempo livre é detentor de
tempos inacreditáveis em maratonas pelo planeta.
os leitores com o dNa 4x4, claro, continuam contemplados
com reportagens com alto teor de adrenalina. Você já tinha
ouvido falar de andrea Moller? Essa paulistana mudou-se para
o Havaí, tornou-se a rainha do downwind (stand up paddle em
alto-mar) e, entre outras façanhas, foi a primeira mulher na
história a surfar a temida onda gigante de Jaws.
E então, caro leitor? Qual desses três mundos é o seu?
Seja qual for, você vai encontrá-lo na MIT Revista. Se você
tem um Pajero, uma l200 triton, um lancer, um aSX ou
um New outlander, o que interessa é que você esteja no
comando de seu mundo. Drive your world.
drive your world
New Outlander
Por feRNaNdO paIva, diretor editorial
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REVISTA MIT_junho.pdf 1 5/25/15 9:01 AM
Job: 21631-047 -- Empresa: africa -- Arquivo: AF-FER-21631-047-An-Rev-Pg-QuaD-Drive-Your-World-Retratos-Jun-416x275_pag001.pdfRegistro: 168315 -- Data: 14:46:26 22/05/2015
Job: 21631-047 -- Empresa: africa -- Arquivo: AF-FER-21631-047-An-Rev-Pg-QuaD-Drive-Your-World-Retratos-Jun-416x275_pag001.pdfRegistro: 168315 -- Data: 14:46:26 22/05/2015
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Job: 21631-047 -- Empresa: africa -- Arquivo: AF-FER-21631-047-An-Rev-Pg-QuaD-Drive-Your-World-Retratos-Jun-416x275_pag002.pdfRegistro: 168314 -- Data: 14:46:25 22/05/2015
Job: 21631-047 -- Empresa: africa -- Arquivo: AF-FER-21631-047-An-Rev-Pg-QuaD-Drive-Your-World-Retratos-Jun-416x275_pag002.pdfRegistro: 168314 -- Data: 14:46:25 22/05/2015
10 Mit revista junho 2015
sumário
Mundo 4x4Mundo uRBAno Mundo seM fRonteiRAs
48 The BrothersDepois de deixarem Brotas (sP),
os irmãos Campana estão entre os
designers mais cultuados do mundo
56 A onda dos gastropubsCozinha com identidade e excelente
oferta de bebidas marcam o cardápio
desses pubs de Nova York
62 Arte em dobroum dos museus mais populares
do mundo, o Tate modern comemora
15 anos planejando sua expansão
66 Na linha de frenteA história de Amilcar Lopes Jr.,
o empresário que virou lenda
entre os maratonistas amadores
72 The New OutlanderCom mais de 100 inovações na
linha 2016, o crossover esportivo
da mitsubishi segue na vanguarda
78 Durma na adegaQuatro hotéis de luxo nos quais
o hóspede dorme (e bebe)
de frente para as vinícolas
84 Andrea Molleruma das mais consagradas remadoras
do planeta e primeira mulher a surfar
Jaws, a paramédica está no topo
90 Esplendor amazônicoA viagem dos 20 anos do mitsubishi
motorsports para o Cristalino Lodge,
um paraíso no coração do Brasil
96 Relatos selvagensAs poucas e boas histórias que
fazem a fama das corridas de
aventura mundo afora
n junho/julho/agosto 2015 n edição 58
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REVISTA MIT_junho.pdf 1 5/25/15 9:01 AM
12 Mit revista junho 2015
PUBLICIDADE E COMERCIAL Diretor Executivo André [email protected] ComercialOswaldo Otero Lara Filho (Buga)[email protected] de Publicidade e Novos NegóciosMarco Taconi [email protected] de NegóciosFernando Bonfá[email protected] de NegóciosBruna do [email protected]
REPRESENTANTESBBI PublicidadeInterior de São Paulo Tel. (11) 95302-5833Tel. (16) 98110-1320
GRP - Grupo de Representação PublicitáriaPR – Tel. (41) 3023-8238SC/RS – Tel. (41) 3026-7451
Media Opportunities Comunicação Ltda.DF – Tel. (61) 3447-4400MG – Tel. (31) 2551-1308RJ – Tel. (21) 3072-1034
DEPARTAMENTO FINANCEIRO-ADMINISTRATIVOAnalista FinanceiraCarina [email protected] AssistenteAlessandro [email protected]
Impressão e acabamento Log&Print Gráfica e Logística S.A. Tiragem102.000 exemplares
Auditado por
Custom Editora Ltda.Av. Nove de Julho, 5.593 - 90 andar - Jd. Paulista São Paulo (SP) - CEP 01407-200Tel. (11) 3708-9702E-mail: [email protected]
ATENDIMENTO AO [email protected] ou tel. (11) 3708-9702
MUDANÇA DE ENDEREÇO DO LEITOREm caso de mudança de endereço, para receber sua MIT Revista regularmente, mande um e-mail com nome, novo endereço, CPF e número do chassi do veículo
REDAÇÃODiretor Editorial
Fernando [email protected]
Diretor Editorial Adjunto Mario Ciccone
Henrique [email protected]
RepórterJuliana Amato
[email protected] Estagiário
Raphael [email protected]
ARTEDiretor
Editor Guilherme Freitas
Raphael [email protected]
Prepress Roberto Quevedo
Projeto Gráfico Ken Tanaka
PRODUÇÃO EXECUTIVA E PESQUISA DE IMAGENSRita Selke
COLABORARAM NESTE NÚMEROTexto
Alessandra Lariu, Gabriella Bonnatelli, Junior Bellé, Luiz Braga, Mara Gama, Marcello Borges, Maria Clara Vergueiro, Renato Góes,
Silvana Assumpção, Walterson Sardenberg So, Xavier Bartaburu
Fotografia Adriano Carrapato, Adventure Camp, Alirio de Castro, Cadu Rolim, Carma Casul/Age Fotostock/Other Images, Christian Kerber/Laif,
Daniel Krieger, David Howells/Latinstock, David Santos Jr, David Spurdens/Corbis, Elaine Bayma, Fernando Laszlo,
Guillem Lopez/Photoshot/AGB Photo Library, Glowimages, Henrique Ribas, Istock, Jordan Siemens/Corbis, Kiko Ferrite, Latinstock, Leon Neal/AFP
Photo, Leticia Godoy, LuÌs Real /AGB Photo, Luiz Braga, Marcos Mandez/Mitsubishi, Markus Lange, Nicole Franzen, Paul Wagtouicz, Paulo Fridman,
Rafael Campos, Ricardo Leizer, Sion Touhig/Getty Images, Tom Papp, Victor Affaro, Vidler Steve/AGB Photo, Wenn/Other Images, Wiliam Costa
Ilustração Fernanda Guedes
Revisão Goretti Tenorio
Publicação trimestral da Custom Editora Ltda.Sob licença da MMC Automotores do Brasil S.A.
CONSELHO EDITORIALAndré Cheron, Carolina Barretto, Fernando Julianelli, Fernando Paiva,
Humberto Fernandez e Patrícia de Azevedo Poli
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14 Mit revista junho 2015
O escorpiano Luiz Braga,
58 anos, já representou o Brasil
na Bienal de Veneza e tem fotos
nas coleções do Masp e do MAM-RJ.
Nascido e criado em Belém, onde
vive, seu olhar sensível capta de forma
ímpar a alma do povo ribeirinho e a
paisagem amazônica, nas frequentes
viagens que realiza pela região. É dele
o roteiro personalíssimo do que fazer,
ver e curtir em Belém.
cOlABORAdORes
Titular de uma coluna sobre
sustentabilidade e design no site da
Folha de S.Paulo, Mara gaMa, 51,
é consultora de qualidade de texto
do jornal. Autora do livro Carlos Motta
(dBA, 2004), participou da coletânea
Brazil: A Celebration of Contemporary
Brazilian Culture, da prestigiosa
Phaidon Press. Nesta edição,
Mara desvendou a vida e a obra
dos irmãos campana.
Italiana de Florença, safra 1970,
gaBrieLLa BonateLLi mora no
Brasil há dez anos. estudou moda
e design em Milão, viveu na Tailândia
e no Japão. Trabalhou anos como
confeiteira em Manhattan – para
onde volta sempre que possível.
Apaixonada por ópera, livros, comida
e grande conhecedora de vinhos,
Gabi assina o saboroso roteiro dos
gastropubs de Nova York.
adrian Kojin foi diretor
da edição brasileira da revista
The Surfer’s Journal e é correspon-
dente da Fluir e do site Waves. em
1987, veio de moto da califórnia ao
Brasil, experiência que virou livro e
que ele planeja repetir em 2017. Até
lá, segue contando as boas histórias
do surfe. como a da waterwoman
brasileira Andrea Moller, primeira
mulher a surfar Jaws.
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Maria CLara Vergueiro, 34,
foi fisgada pelos esportes de ação
quando cursava ciências sociais
na UsP. Na época, entrou para o
time de apresentadores do sportv.
A diretora da divisão de livros da
editora Rocky Mountain adora correr
nas trilhas da fazenda do marido,
ao lado dos filhos. Nesta Mit,
Maria clara assina a reportagem
sobre corridas de aventura.
Jornalista pós-graduado em ma-
rketing do esporte, ary Pereira
jr. trabalhou nas rádios eldorado e
Record e na Folha de S.Paulo. cobriu
olimpíadas (Atlanta, sydney e Atenas),
jogos pan-americanos e a copa do
Mundo da África do sul. Vela é a sua
especialidade – esteve na Regata Volta
ao Mundo, na America’s cup e, no mês
de abril, cobriu para a Mit o mundial
da classe s40 em Florianópolis.
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18 Mit revista junho 2015
Se alguém me disser: “Tenho
apenas meio dia em Belém”,
eu indicaria na hora uma visita
ao tradicional mercado Ver-
-o-Peso. Mas, considerando que você já
sabe disso, faço aqui algumas sugestões
que completam o caleidoscópio formador
da nossa Belém. O Teatro da Paz (acima)
é, sim, um belo teatro, especialmente no
seu interior. Portanto, não se conforme
em passar na frente. Você vai descobrir
o requinte que fazia de Belém, nos anos
1900, a “Paris dos Trópicos”. Observe a
gloriosa pintura do teto, de uma beleza
vertiginosa. E não deixe de ir ao foyer.
A Estação das Docas é o melhor lugar
para apreciar o pôr do sol descortinando
a vastidão da baía do Guajará. De águas
doces sempre pontuadas pelo vaivém
dos barcos de pesca, é um lugar aprazível
para passear, conversar ou simplesmente
deixar o olhar anoitecer. Se não bastasse
a paisagem, ela ainda abriga diversos res-
taurantes e o sorvete imbatível da Cairu.
Peça para provar o de bacuri, a princesa
de nossas frutas. Se gostar de cerveja,
a Amazon Beer é o lugar para provar
sabores exclusivos e premiados.
Parque à beira do rio Guamá, o
Mangal das Garças é um dos mais
significativos exemplos da arquitetura e
do paisagismo amazônicos. Ali ficam um
amplo borboletário, um museu naval, um
ótimo restaurante para almoçar, centenas
de pássaros e tartarugas. E do alto do
farol você terá uma magnífica vista aérea
da cidade velha e do rio.
Fundado em 1895, o Museu Paraense
Emílio Goeldi é um centro de referência
em pesquisa de fauna, flora e antropolo-
gia da Amazônia. Seu parque zoobotâ-
nico, de uma vegetação exuberante, faz
parte da infância de muitos belenenses
como eu. Não deixe de conhecer o acervo,
riquíssimo, ou apreciar as exposições de
arte temporárias que ali ocorrem.
Ao percorrer esse roteiro entre a
Belém de influência europeia e a vertente
cabocla, permeada pela natureza, você
perceberá por que seus chefs e artistas
estão brilhando no cenário mundial.
O premiado fotógrafo Luiz Braga traça um roteiro turístico-sentimental de sua terra
Ver além do peso em Belém
mundo uRBAnoO MElhOr DA ViDA NAS ciDADES
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20 Mit revista junho 2015
mundo sem fronteirasonde o concreto encontra a terra
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Soldados, crianças, esportistas
e descolados em geral. Foram
esses, sucessivamente, os
responsáveis pelo sucesso das
garrafas de alumínio Sigg, uma marca
suíça que, no decorrer de 107 anos,
passou dos bornais de anônimos recrutas
às mãos de celebridades dignas desse
nome, do piloto Fernando alonso a gisele
Bündchen. ambos foram fotografados
com a garrafinha colorida.
a Sigg tem um design tão vistoso que
foi parar na coleção do MoMa, o Museu
de arte Moderna de nova York. de olho no
mercado fashion, a marca chegou a lan-
çar um modelo acomodado em um cinto
louis vuitton. nem precisava. o nome
Sigg já se tornara um poderoso chamariz,
seja entre praticantes de fitness, trekking
e ciclismo e outros esportes, como
também entre quem quer apenas matar
a sede com elegância. Bem, os elegantes
não matam a sede. Hidratam-se.
Se o design e a diversidade de cores
estão entre os principais fatores de atra-
ção, é preciso realçar, também, que as
garrafas – disponíveis em seis tamanhos,
de 300 ml a 1,5 litro – emprestam ao usu-
ário a imagem de quem respeita o meio
ambiente. Quem tem uma Sigg, afinal,
provavelmente filtrou água em casa, em
vez de comprá-la em embalagem Pet .
isso se chama consciência ecológica.
a história da garrafa teve início em
1908, quando o especialista em pro-
cessamento de metais Ferdinand Sigg
associou-se ao colega Xaver Küng. a ideia
era fabricar produtos de alumínio nos
arredores de Zurique. as primeiras safras
renderam panelas, frigideiras e cantis.
estes últimos foram de muita valia para
os soldados ao longo da Primeira guerra
Mundial (1914-1918). a grande virada
ocorreu no início da década de 1980,
quando o governo suíço proibiu a utiliza-
ção de garrafas para líquidos nas escolas
públicas. nenhum recipiente passara
pelo crivo de higiene e saúde. a Sigg foi in-
cumbida de criar uma garrafa padrão – e
caprichou. o modelo aceita qualquer tipo
de bebida, não deixa cheiro, não altera o
gosto original e não cria fungos. graças
ao revestimento interno e a uma tampa
hermeticamente perfeita, mantém o
frescor do líquido por 12 horas, desde que
não tome sol. nesse caso, será preciso
adquirir um saco térmico, também produ-
zido pela Sigg. Se o conteúdo for quente,
a temperatura é mantida por 6 horas.
as primeiras garrafas esportivas da
empresa chegaram ao mercado nos anos
1990. Foi tamanha a procura que a Sigg
deixou de fabricar outros produtos, à
exceção do copo, com o mesmo sistema
de tampa. antes de ser garrafa, o material
se resume a uma porção de 100% de alu-
mínio, semelhante a um disco de hóquei.
Prensado por um golpe de 600 toneladas,
a peça começa a se transformar em
cilindro. o processo completo de fabrica-
ção exige 26 etapas. nas derradeiras, a
garrafa recebe o revestimento interno de
verniz atóxico à base de água e vai para o
forno. a pintura é o toque final.
todos os anos a Sigg lança uma nova
coleção, elevando o portfólio para mais
de 100 modelos, sem contar as edições
comemorativas ou licenciadas. tal atitude
tem por intuito não só atualizar a marca,
mas também incentivar a prática de
colecionar. enfim, depois de soldados,
crianças, esportistas e descolados em
geral, o público da Sigg é, também, de
maníacos por coleções.
a garrafa de alumínio suíça que se tornou símbolo de status entre descolados
divisor de águasPor walterson sardenberg so
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22 Mit revista junho 2015
Mundo 4x4por um planeta sem asfalto
O turismo espacial está
prestes a ganhar uma
alternativa aos perigosos
voos impulsionados por
foguetes. Em 2016, a World View
Entrerprises, companhia americana de
Tucson, no Arizona, deve sair à frente
nessa corrida valendo-se de uma
tecnologia centenária: o balão de gás
hélio. As viagens transportarão seis
passageiros e dois tripulantes até a
fronteira do espaço numa estranha e
magnífica invenção. O balão suspende
uma espécie de parapente, que, por sua
vez, leva uma cápsula, que, por sua vez,
acomodará os felizes seres humanos
em sua viagem quase espacial.
Quando alcançar os 37 quilômetros
de altitude, próxima à da borda
superior da estratosfera, a nave
“pousará” sobre a atmosfera, assim
como uma pedra de gelo flutua sobre
a água. A própria natureza a manterá
ali, sem risco de escape para o espaço
– balões flutuam no ar e, portanto,
não vão a lugar algum onde não existe
ar. A experiência da Word View não
envolve a perda de gravidade, uma vez
que não chega realmente ao espaço
– para isso o balão teria de subir
pelo menos 100 quilômetros. Mas no
visual do topo da estratosfera já está
garantido o emocionante espetáculo
da Terra circundada pela fina linha
azul da atmosfera contra a escuridão
estrelada do cosmos.
A subida levará duas horas, assim
como a descida. Outro par de horas
será reservado para a navegação e o
deleite na luxuosa cápsula equipada
para o máximo conforto e prazer
dos viajantes. O veículo se encontra
em fase avançada de testes e as
passagens já estão à venda por US$ 75
mil – bem menos que os US$ 250 mil
que deverão ser cobrados pela Virgin
Galactic, do bilionário inglês Richard
Branson. As reservas podem ser feitas
pelo site http://worldviewexperience.
com mediante o pagamento de um
sinal de US$ 7,5 mil. A Word View
é uma das duas companhias que
desenvolvem voos turísticos espaciais
em balão – a outra é a espanhola
Zero2infinity, que ainda não tem data
prevista para estrear. As viagens da
empresa ibérica, no entanto, levam
somente quatro passageiros e dois
tripulantes. Ao módico preço de 110 mil
euros por pessoa.
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um voo de seis horas e us$ 75 mil até a fronteira do espaço
De balão na estratosferapor Silvana aSSumpção
revMIT58mundos.indd 22 28/05/15 20:35
Toda gasolina deve garantir o bom funcionamento do motor. Mas nos Postos Petrobras tem sempre mais: a gasolina Petrobras Grid conta com um redutor de atrito, que proporciona maior desempenho e máxima eficiência. É alta tecnologia desenvolvida por quem mais entende de combustíveis.Nos Postos Petrobras você encontra tudo e sempre mais. É por isso que o Brasil se encontra aqui.
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26 Mit revista junho 2015
PORTA-MALAS A bAgAgeM dO viAjAnTe
POR walterson sardenber so
O primeiro montanhista foi um poeta. dos
grandes, por sinal. O italiano Francesco Petrarca
criou a forma dos sonetos. não só. Também é
considerado um precursor do humanismo – além
do montanhismo. em abril de 1336, ele subiu ao cocuruto
do monte ventoux (1.912 metros), na França. Seu objetivo:
encontrar um lugar sossegado para meditar. Petrarca é tido
e havido como o pioneiro do montanhismo por um motivo
simples: inaugurou – e documentou – a prática de subir em
montanhas sem o objetivo de conquista territorial ou de
exploração. ele subiu por esporte, digamos.
É preciso distinguir montanhismo de alpinismo. Muita
gente boa confunde. Uma coisa é o trekking na altitude – o
montanhismo. Pode exigir, vez por outra, subir por encostas
íngremes, vá lá. Mas a maior parte do trajeto consiste em
caminhadas. Outra coisa, radicalmente diferente, é o alpinismo,
a escalada épica de paredões de rocha na vertical, o que requer
muita técnica – além de perseverança e coragem. Subir
ao topo do everest, por exemplo, a 8.848 metros. Acima dos
8 mil metros, a concentração de oxigênio é apenas um terço da
encontrada no nível do mar. A temperatura dentro da barraca
chega a 20 graus Celsius negativos – e a sensação térmica, a
70 graus negativos. não bastasse, há o risco de avalanches.
eliseu Frechou, montanhista e alpinista, foi o consultor
para a escolha de equipamentos das linhas que se seguem.
dos seus 45 anos, esse paulistano radicado em São bento
do Sapucaí, no interior de São Paulo, dedicou três décadas
a encarar montanhas. em 1989, criou a primeira escola
brasileira de escalada, a Montanhismus. Subir é com ele
mesmo. Ao alto, pois.
Com menos esforços e técnica que o alpinismo, o montanhismo leva a lugares fabulosos
Sobe!
Itatiaia: um bom começo
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27junho 2015 Mit revista
Exagero suíço
Sonho quente
O termo canivete suíço deriva de
Swiss Army Knife – ou faca do exército
suíço. Foi criado pelos soldados ameri-
canos. Não só porque o viram no bornal
dos suíços. Há outras razões. Desde
1909, o objeto traz a bandeira suíça
estampada. Mas o motivo principal do
batismo foi o fato de os americanos
não conseguirem pronunciar o nome
original, offiziersmesser.
A criação do canivete com mais
de uma lâmina deve-se ao suíço
Karl Elsener, em 1896. Um ano
depois, o objeto já tinha seis
ferramentas embutidas. Mais
tarde, Elsener deu ao canivete
a marca Victoria, que seus filhos
transformariam em Victo-
rinox quando passaram a
utilizar aço inoxidável.
Tendo como con-
corrente a Wenger, de
Theodore
Wenger, a
companhia
jamais parou
de incrementar o
seu artigo principal –
mesmo depois de adquirir
a fábrica rival, em
2005. Hoje, o mo-
delo mais apreciado,
o SwissChamp, tem
33 funções. De acordo
com Eliseu Frechou, não
é preciso tanto. “Quase
sempre, um montanhista recorre
ao canivete só para cortar cor-
das”, diz. “O meu tem apenas
duas lâminas e uma tesoura”,
conta, admitindo que também vai bem
um modelo com alicate acoplado. “Mais
do que isso, vira trambolho.”
www.victorinox.com
O primeiro saco de dormir foi
patenteado pelo galês Pryce Jones no
ano de 1876. Tornou-se um sucesso. O
exército russo comprou 60 mil peças,
e o exército britânico também fez co-
piosas encomendas. Já nos primeiros
tempos usavam-se plumas de ganso
como revestimento. De fato, é o melhor
isolante térmico já descoberto. Não se
recomenda, porém, utilizá-lo no Brasil.
“Aqui chove muito e a pluma estraga
quando fica úmida”, explica Frechou.
Reza o bom senso preferir, portanto,
material sintético, tanto para a área
externa quanto interna do sleeping
bag. Alguns deles: Polaguard Delta,
Polar-loft e Thermolite Extreme. Um fa-
bricante de primeiríssima? A The North
Face, americana.
Também é importante escolher um
modelo com formato de sarcófago e
que se adeque ao tamanho do corpo.
Outra dica: jamais compre um saco de
dormir tendo por base a temperatura
extrema indicada pela fabricante. Ho-
mens devem levar em conta a tempera-
tura-limite. Mulheres, a temperatura de
conforto. Isso não é sexismo. Homens
sentem menos frio que mulheres.
www.thenorthface.com.br
Elsener inventou o canivete com mais de uma lâmina. Hoje, o SwissChamp tem 33 funções
Um moderno sleeping bag, da The North Face
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28 Mit revista junho 2015
O mundo nos ombros
A gênese das mochilas perde-se nos
tempos. O nome tem origem romana.
Mutilus era palavra para referir-se aos
escravos. Eles tinham os cabelos “mu-
tilados”, cortados bem curtos. Naquela
época, longas madeixas significavam
poder. No País Basco, o vocábulo deri-
vou para motxil, designando os sacos
levados às costas pelos servos, carre-
gando as tralhas dos seus senhores.
Data da década de 1930 o surgimento
da mochila específica para montanhis-
mo. Embora várias marcas disputem a
autoria, ela costuma ser atribuída a uma
fábrica alemã, a Deuter – ainda hoje na
vanguarda do segmento.
As mochilas para montanhismo
dividem-se em três tipos, conforme o
período da jornada. Quem vai e volta no
mesmo dia usa um modelo de ataque
(com capacidade de 12 a 35 litros). Para
um máximo de três dias, as semicar-
gueiras são as indicadas: acomodam
barraca, saco de dormir e fogareiro em
espaço de até 60 litros. Acima dessa
amplitude, as mochilas são cargueiras.
Um bom modelo de ataque é confec-
cionado com cordura, tecido sintético
leve e duradouro; e revestimento duplo
no fundo. Embora resistente à chuva,
vem com uma capa impermeável
acoplada. Para aliviar peso, tem menos
compartimentos. As alças nos ombros
devem ser estreitas
e as barrigueiras, removíveis. Tudo para
não atrapalhar a mobilidade. Embora
não cheguem à altura das Deuter,
há boas marcas nacionais,
com destaque para a
Conquista
e para a Curtlo. www.deuter.com.br
PORTA-MALAS
Ao buscar um exemplo das
dificuldades da língua portuguesa,
o Barão de Itararé encontrou: “Bota
é coisa que se calça, e calça é coisa
que se bota”. Ainda mais complicado
é descobrir o primeiro sujeito a usar
botas. Alguns atribuem o pioneirismo
a Átila, o imperador dos hunos. Bem,
ele pisou com força brutal nos povos
conquistados, ao longo do século 5. Já
as modernas botas de montanhismo
têm um autor: o italiano Vitale Bramani.
Sobrevivente de uma infausta
excursão numa montanha suíça,
em 1935, ele notou: a maioria dos
acidentados usava calçados impróprios
para terreno escorregadio. Assim,
foi buscar a solução na
aderência da ranhura
dos pneus; e contou
com a colaboração de
Leopoldo Pirelli (sim,
o da fábrica de pneus).
Surgia o solado Vibram.
Vitale Bramani (ao centro) é o pai das
botas de montanhismo, como a brasileira Snake
Pés ao alto
O nome é a soma das sílabas iniciais
do nome e do sobrenome de Bramani.
Foi a grande mudança. Ainda hoje,
as melhores botas de montanhismo
utilizam solados Vibram.
De resto, o material ideal para o
corpo da bota continua sendo o couro
natural. “Ele tem mais resistência
à abrasão e respira melhor”, explica
o montanhista Eliseu Frechou, que
aconselha o cano alto, a fim de proteger
o calcanhar de eventuais entorses nas
caminhadas. Ele também recomenda
as botas da marca nacional Snake, de
Londrina. E justifica: “São adequadas
para os trópicos, onde há mais lama do
que rochas lisas”. www.snake.com.brFO
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Siga pelo caminho mais seguro: Escolha a blindagem ofi cial da Mitsubishi. Saiba como em www.armura.com.br ou ligue 0800 171715Copyright© 2015. DuPont. Todos os direitos reservados. DuPont™ e DuPont™ Armura® são marcas ou marcas registradas da E.I.
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Depois dessa o lobo mau foi até pra outra história.
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30 Mit revista junho 2015
O maciço das Prateleiras (2.548
metros) não é tão alto quanto o seu
vizinho, o pico das Agulhas Negras
(2.791 metros). Seja como for, lá de cima
oferece um visual tão ou mais aliciante. A
escalada de Prateleiras costuma ser uma
das primeiras jornadas de fôlego de um
praticante de montanhismo. Isso se dá
por várias razões. A começar pelo fato de
ficar dentro de um parque nacional com
razoável estrutura – O Parque Nacional
de Itatiaia, o primeiro do Brasil, inaugu-
rado no ano de 1937 pelo presidente Ge-
túlio Vargas. Além disso, está encravado
entre as duas maiores cidades do país, a
179 quilômetros do Rio de Janeiro e a 274
quilômetros de São Paulo. “Dá para fazer
a subida e voltar em um mesmo dia”, diz
Frechou. De quebra, basta sair do parque
para encontrar hotéis e restaurantes
nas cidades fluminenses de Itatiaia e
Engenheiro Passos. Frechou recomenda
outros pontos bem aquinhoados em
atrações para os iniciantes: a pedra do
Baú (1.950 metros), em São Bento do
Sapucaí (SP), o pico dos Marins (2.420
metros), em Piquete (SP) e o Parque
Nacional da Serra dos Órgãos (RJ).
CINCO dIas Na mONtaNha
Ele está fincado em uma tríplice
fronteira entre Brasil, Guiana e Venezue-
la. Seu acesso se dá por este último país.
Embora jamais tenha saído do mapa dos
montanhistas de primeira linha, só nos
anos mais recentes o monte Roraima
entrou no GPS da massa de ecoturismo.
Não porque seja fácil subir ao topo (2.810
metros). Mas porque os índios venezue-
lanos das redondezas montaram esque-
mas bem azeitados de excursão, em que
funcionam como guias e carregadores.
A jornada leva, no mínimo, cinco dias.
“Não é para iniciantes”, alerta Frechou.
“O trecho realmente íngreme pode ser
cumprido em um único dia. É cansativo.
Para chegar a ele é preciso caminhar
muito e atravessar rios, entre outros
percalços.” Se vale a pena? No alto há
um platô com visão para outros platôs
e cachoeiras. Não por acaso, o escritor
britânico Arthur Conan Doyle baseou-se
no monte Roraima para criar, ainda em
1912, o romance O Mundo Perdido.
depOIs dO frIO, O sOl
Só vai à Tanzânia, na África, quem
sabe que Zanzibar não é verbo, mas o
nome de um espetacular arquipélago do
país, além de ser um de seus dois prin-
cipais chamarizes turísticos. O outro
tem o nome de Kilimanjaro. É a maior
montanha do continente, com 5.892
metros de altitude. Tudo no Kili, como
o tratam na intimidade, impressiona.
O pico africano coleciona três vulcões
inativos. Mais: tem neve eterna no topo,
embora esteja em uma região tropical
e exista quem diga que a coroa branca
pode derreter definitivamente até 2020
em virtude do aquecimento global. Não
bastasse, é a maior montanha livre do
planeta. Isso quer dizer que não faz par-
te de uma cordilheira, como o Everest
ou o Aconcágua. O Kili é único – tam-
bém no sentido estrito da palavra.
Subi-lo não requer tanta técnica quan-
to se alçar aos outros sete maiores picos
do mundo. Ainda assim, só candidatos
com razoável experiência, preparo físico
e paciência alcançam o cume. Há dois
adversários principais. O primeiro é o frio.
A temperatura no alto chega a 20 graus
negativos. Outra dificuldade são as bai-
xas taxas de oxigênio na atmosfera. Elas
desabam a 50% daquela encontrada
no nível do mar. Sem aclimatação, nada
feito. Isso quer dizer que o montanhista
deve, no jargão, “carregar alto e dormir
baixo”. Em outras palavras, precisa subir
com carga até determinada altitude e
voltar para passar a noite em altitude
mais baixa. Uma excursão bem planejada
exige um mínimo de seis dias, incluindo a
descida. Na volta, o prêmio: comemorar
nas praias ensolaradas de Zanzibar.
primeiros passos
O monte roraima, na fronteira
com a Venezuela: muito atraente
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Sem título-1 1 19/02/15 14:47
32 Mit revista junho 2015
clássicos lugares e objetos que nasceram para ser eternos
por fernando paiva
poucos bares podem se gabar
de haver inventado um drinque
consumido em todo o planeta.
Da mesma maneira, são raros
os restaurantes que criaram um prato
apreciado mundialmente. mas é o que
acontece com o Harry’s bar. Desde que
abriu, em 1931, ele funciona num sólido
edifício de pedra calcária, no número
1323 da calle Vallaresso, em Veneza, itália.
a menos de 100 metros da basílica de
são marcos, não se trata apenas da casa
de onde saíram o bellini e o carpaccio.
com exíguos 4,5 por 9 metros no térreo, o
Harry’s é o maior bar do mundo.
o bellini leva uma parte de polpa de
pêssego branco e três de prosecco di
conegliano. Foi inventado nos anos 1930
e batizado em 1948. Dois anos depois,
para agradar a uma condessa que não
podia comer carne processada, criou-se
o carpaccio – contrafilé fresco, jamais
congelado, cortado em lâminas e tempe-
rado com maionese, suco de limão, molho
Worcestershire, pimenta-branca moída e
sal. o autor das obras-primas: giuseppe
cipriani (1900-1980), sócio-fundador e
barman de mão cheia, que homenageou
dois mestres da pintura veneziana – gio-
vanni bellini e Vittore carpaccio. Harry?
ora, era Harry pickering, jovem bebum
americano que emprestou 40 mil liras a
cipriani para que este realizasse o sonho
de ter um bar.
e que bar! tornou-se de imediato um
sucesso graças à simpatia de cipriani e
aos detalhes que lá permanecem há 74
anos: balcão acolhedor logo à entrada,
poltronas de braço, redondas e aconche-
gantes, forradas de couro, mesas baixas
cobertas por toalhas de linho amarelo-
-claro ou branco-marfim, iluminação
suave, uma experiente brigada com mais
de duas décadas de casa – e pratos e
drinques clássicos como a vista para
ele fica em Veneza, tem tanta história quanto a própria cidade e atende pelo nome de Harry’s
o maior bar do mundog
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33junho 2015 Mit revista
o Grand Canal. No passado, o Harry’s
se celebrizou graças a frequentadores
como o pintor Georges Braque, o escritor
Truman Capote, o casal Maria Callas-
-Aristóteles Onassis, a colecionadora
de arte e mecenas Peggy Guggenheim
e o cineasta Orson Welles – que, mal se
instalava, já dizimava quatro porções de
sanduíches de camarão e duas garrafas
de Dom Pérignon, apenas para começar
os trabalhos. A aura de ponto de encontro
dos rich & famous se mantém, principal-
mente durante o Festival do Cinema de
Veneza, quando você pode encontrar ali
Nicole Kidman, Martin Scorsese, Helen
Hunt e Woody Allen.
Agora, quem imortalizou mesmo o
lugar foi Ernest Hemingway (1899-1961).
No implacável inverno de 1949-50, ao
revisar em Veneza as provas de seu
romance Do Outro Lado do Rio, Entre
as Árvores, o futuro prêmio Nobel de
literatura menciona o bar como cenário
das lembranças do atormentado coronel
Richard Cantwell. Um cinquentão às vol-
tas com uma garota de 18 anos, o militar
retorna ao norte da Itália após a Segun-
da Guerra Mundial (1939-45), dividido
entre o amor e a morte. Quem acha que
é autobiografia ganha um Bellini. Dois
toques: o lugar é caro e, à noite, invadido
por turistas, em sua maioria americanos.
Portanto, vá para o almoço. E peça uma
mesa no térreo. Os habitués dizem que
o primeiro andar, aberto em 1960, não
conta. www.harrysbarvenezia.com
Pequeno, sim. Mas repleto de histórias, incluindo as de Ernest Hemingway
Duas imortais criações do Harry’s: o Bellini (na foto, preparado pelo barman Ruggero Caumo) e o carpaccio
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34 Mit revista junho 2015
painel objetos do desejo com alta tecnologia
por AlessAndrA lAriu, de Nova York
cinco gadgets para tornar sua vida mais fácil
Vamos ser práticos
n 1. FAlA que eu trAduzoo sigmo, aparelhinho que cabe na palma da mão, sabe 25 línguas. Você fala no idioma que quiser e ele traduz imediatamente no idioma que você desejar. www.sigmo-translator.com
n 2. 3d nA pAlmA dA mãoesses óculos da Zeiss transformam o smartphone em um cinema pessoal em 3d. exibido no aplicativo da Zeiss Vr, o filme é convertido em tela dupla e as lentes fazem a mágica. www.zeiss.com
n 3. escândAlo se alguém se atrever a abrir a porta do seu quarto ou de onde quer que você pendurar o belle Hop, um barulho capaz de acordar a vizinhança inteira soará para espantar o intruso.
n 4. ordem e progressocâmeras, celulares, fios, carteiras, cabos, canetas, batons, chaves... tire tudo da bolsa e coloque no gridit, placa hi-tech com elásticos que vai organizar sua vida. www.grid-it.eu
n 5. isto é umA máquinA de lAvAraberto, o scrubba mede 54 por 54 centímetros. dobrado, fica do tamanho de um livro de bolso. o mais bacana: ele lava até dois pares de meia, dois calções e duas camisetas em poucos minutos. basta enchê-lo de ar, adicionar água, sabão líquido, e esfregar. companheiro ideal para viagens. www.thescrubba.com
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as boas-novas da marca dos três diamantes pelo mundo
em 1999, quando a mitsubishi electric começou a vender ra-
dares oceanográficos, eles serviam para monitorar as correntes
oceânicas. após o grande terremoto na costa leste do Japão
em março de 2011, porém, percebeu-se que os radares haviam
detectado com sucesso os devastadores tsunamis. Foi quando
a empresa resolveu concentrar esforços para aprimorar a coleta
de dados feita pelos radares. no começo deste ano, conquis-
tou-se finalmente um grande avanço. uma nova tecnologia
melhorou de maneira substancial a detecção e a previsibilidade
dos tsunamis. com extrema precisão, ela permite acompanhar,
em tempo real, o tamanho, a velocidade e a direção das ondas
gigantes. assim, a mitsubishi electric pretende antecipar os aler-
tas, dando mais tempo para que as pessoas sigam os procedi-
mentos de evacuação e ajudando a salvar vidas.
mitsubisHi electric
mundo mitsubisHipor junior bellé
caça-tsunamis
Quando é preciso ser rápidoum detector de tsunamis em tempo real, a câmera mais veloz do mundo, a busca pelo 5G e a transmissão wi-fi de energia. conheça as novidades do grupo mitsubishi nos quatro cantos do planeta
35junho 2015 Mit revista
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mundo mitsubishi
Ela é a rainha do gatilho. tem o mais rápido disparo contí-
nuo do mundo. Assim é a recém-lançada nikon 1 J5,
a câmera digital mais veloz do mercado. Capaz de
capturar até 60 quadros por segundo sequencial-
mente, a J5 é uma dsLR, câmera digital reflex que
permite a mudança de lentes. Ela faz impressio-
nantes imagens de 20,8 megapixels de resolução
e vídeos em Full hd 1080/60p – ou seja, filma
em 4K. Passar os arquivos para o computador ou
enviá-los para uma nuvem também é simples: a J5
já vem com conexão wi-fi. E, para usuários de Android,
oferece a tecnologia nFC (near Field Communication).
niKon
mitsubishi ELECtRiC CoRPoRAtion
Que venha o 5GEnquanto o 4G ainda galga sua popularização no mundo, a
mitsubishi Electric Corporation já avança no sonhado território
do 5G. A companhia se valeu de uma tecnologia já com amplo
uso comercial em outros sistemas, particularmente em satéli-
tes, e a adaptou para estações de transmissão 5G. o protótipo
da antena equipada com o sistema APPA (Active Phased Array
Antenna) foi testado com sucesso em abril, numa parceria
com a nokia, no brooklyn 5G summit, em nova York, Estados
unidos. o 5G aumentará bastante a velocidade e a capacidade
de tráfego de dados de nossos mobiles.
o click mais veloz do mundo
36 Mit revista junho 2015
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Uma tela não que não se quebra
ASAHI GLASS
Microscópio maiúsculoHá cinco anos, a Nikon desenvolveu o microscópio N-
-Storm e revolucionou o setor com imagens dez vezes maio-
res do que a óptica convencional conseguia alcançar.
O N-Storm vinha responder a uma demanda urgente
da medicina e da química por aparelhagem mais
precisa e potente. No último mês de abril,
a Nikon deu outro passo importante no universo
da microscopia. A empresa lançou o N-Storm
4.0, o primeiro a fazer imagens com super-reso-
lução – especificamente 20 nm de resolução – de
fenômenos em células vivas. Isso sem contar que
ele é dez vezes mais rápido que seu antecessor.
NIKON
Celulares, tablets e alguns computadores trabalham com
telas touchscreen feitas de vidro e plástico. Pensando nisso,
a Asahi Glass, companhia do grupo Mitsubishi, desenvolveu a
linha Dragontrail, um grande salto em termos de resistência a
riscos e impactos. A tela aguenta pressões de mais de 16 quilo-
gramas. A produção da Asahi Glass é ambientalmente correta,
pois o Dragontail é feito sem chumbo, arsênio ou antimônio.
Aliás, você pode estar usando o Dragontail neste exato momen-
to: ele já está nas telas de celulares como o Sony Xperia Z, Z1, Z2
e Z3, o Samsung Galaxy Nexus e muitos outros modelos.
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37junho 2015 Mit revista
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mundo mitsubishi
Vento digital
mitsubishi hEAVY industRiEs
A mitsubishi heavy industries acaba de fazer o teste em
solo de sua mais nova turbina de vento para produção de
energia eólica. o evento aconteceu no centro de testes de
hunterston, Reino unido. trata-se da primeira turbina em larga
escala equipada com transmissão hidráulica digital. ou seja:
seus sistemas de transmissão de energia são feitos por meio
do chamado digital displacement – marca registrada da mhi
–, capaz de substituir os sistemas tradicionais e mecânicos
por outro computadorizado. Com o sucesso do teste, a mhi
pretende construir uma segunda turbina ainda em 2015. desta
vez numa plataforma flutuante no parque eólico a ser implan-
tado ao largo da província de Fukushima, no Japão.
Energia sem fio Já imaginou um mundo sem cabos, em que a eletricidade
fosse transmitida pelo ar, como num sistema wi-fi? Esse é o
futuro que a mitsubishi heavy industries (mhi) está mirando.
um passo importante aconteceu em março, no centro de testes
da mhi no Japão, conhecido como Kobe shipyard & machinery
Works. Ali, micro-ondas transmitiram 10 kilowatts a uma distân-
cia de 10 metros, fazendo um pequeno painel de LEd acender.
Foi o sinal verde para a mhi seguir um ousado projeto de energia
renovável, que envolve a construção de um satélite geoestacio-
nário, 36 mil quilômetros acima da superfície da terra, com um
painel solar cuja energia acumulada será enviada via wireless.
mitsubishi hEAVY industRiEs
38 Mit revista junho 2015
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40 Mit revista junho 2015
combustível bebidas para abastecer a alma
por marcello borges
produzido exclusivamente na
região que lhe empresta o
nome, no oeste da França,
o conhaque é um destilado
de vinho branco que passa duas vezes
pelo alambique e depois vai descansar,
envelhecer e ganhar cor e aromas
sutis em barris de carvalho das
florestas de limousin ou tronçais.
documentado desde o século
16, tem na inglaterra, na china e
nos estados unidos seus maiores
mercados. com preços que vão
de r$ 195 (um rémy martin, por
exemplo) a r$ 10 mil (um louis
Xiii da mesma rémy) ou mais,
sua complexidade, sua sutileza
– e seu preço – são tão maiores
quanto mais envelhecidos.
tem teor alcoólico de 40%.
deve ser bebido em taças
tulipa, e não em balões,
como erroneamente se
convencionou – esse tipo
de taça libera vapores
etílicos em excesso e
prejudica a degustação.
selecionamos três
conhaques para beber
no inverno, puros
ou na companhia
de queijos como
roquefort, brie ou o
raro mimolette.
o rémy martin
(1) não chega a ser
“de entrada”, como
se diz no jargão
enogastronômico, mas
representa bem o tipo
vsop (very special
old pale), com uma
comme il fautenvelhecidos em barris de carvalho francês, os conhaques saem do armário no inverno
1
mistura de bebidas de cinco anos de
barril, no mínimo. ao nariz é frutado,
com aromas de laranja, figo, baunilha
e cravo. tem corpo médio, com final
médio-longo. (r$ 195)
subindo um pouco na escala de
envelhecimento e ganhando mais
atrativos, temos os Xo (extra
old), como o courvoisier Xo (2),
produzido com bebidas de 20 a
35 anos. a marca ficou famosa
por fazer os conhaques prediletos
do imperador Napoleão, cujo
desenho aparece nos rótulos da
casa. É bem aromático, com toque
floral, de laranja e de cacau. Na
boca, lembra creme brûlée, e tem um
final longo. (r$ 675)
chegando aos conhaques haute
de gamme, encontramos o Hennessy
Paradis extra (3). seu nome vem do
lugar onde são guardados os garrafões
de conhaques com 50 anos ou mais,
usados nos cortes mais finos das casas
produtoras. É um hors d’age, o que signi-
fica que tem no seu blend bebidas de 30
a 50 anos, em média – além de algumas
destiladas em 1880. ao nariz, pimenta,
especiarias, frutas e rosas. No final,
notas de mel e trufas. (r$ 3.620).
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Preços no Rei dos Whiskys & Vinhos, em São Paulo.
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Job: 21812-030 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFCS-21812-030-Mitsubishi-AnRv-PajeroDakar-OneMillionViews-416X275_pag001.pdfRegistro: 168678 -- Data: 17:07:49 28/05/2015
Job: 21812-030 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFCS-21812-030-Mitsubishi-AnRv-PajeroDakar-OneMillionViews-416X275_pag001.pdfRegistro: 168678 -- Data: 17:07:49 28/05/2015
44 Mit revista junho 2015
André SturmGaúcho radicado em São Paulo, ele mudou a vida cultural da cidade. E não tira férias há 30 anos
quAl o SEu mundo PESSoAS quE fAzEm A difErEnçA
Por Juliana amato rEtrAto leticia godoy
Prestes a completar 49 anos, ele foi responsável por
elevar de 60 mil para 600 mil o público anual do
museu da imagem e do Som (miS). também liderou
a reabertura do cinema Belas Artes, tradicional ponto
de encontro cultural paulistano. mesmo com todo esse barulho,
André Sturm é discreto. nascido em Porto Alegre (rS), mudou-
-se para São Paulo aos 5 anos e foi morar perto do aeroporto de
Congonhas. descobriu sua paixão pelo cinema aos 17 anos, no
curso de administração de empresas na fundação Getulio Var-
gas, onde se encantou com o cineclube da faculdade. foi um pulo
até assumir a programação da sala e passar a garimpar filmes
raros em distribuidoras. também não tardou para se tornar pro-
gramador da Cinemateca Brasileira e escrever o roteiro de Arre-
pio, seu primeiro curta-metragem. Em 1989, durante o festival de
Berlim, adquiriu os direitos de distribuição de quatro filmes, entre
eles Vozes Distantes, de terence davies. o sucesso o ajudou a
criar a Pandora, produtora que lançou no Brasil diretores como
o grego theo Angelopoulos e o polonês Krzysztof Kieslowski.
Como cineasta, foi eleito melhor diretor em Gramado com Do-
mingo no Campo, de 1994. Quem Você Mais Deseja, de 2008, foi
o melhor filme no festival internacional de Curtas-metragens de
São Paulo. Conheça um pouco do mundo de André Sturm.
o que torna um filme ou uma
exposição inesquecível?
A emoção. o que não quer dizer
chorar ou rir. Boa parte das exposições
do miS teve esse resultado positivo
por causa das experiências sensoriais.
uma coisa meramente intelectual
não funciona. Acho que meu desafio
é tentar fazer atividades das quais
as pessoas gostem, mas antes disso
procuro o que eu gosto. dessa forma
as pessoas acabam se surpreendendo
também. desde o primeiro fim de se-
mana da exposição do Castelo rá-tim-
-Bum, a fila estava enorme. fomos pe-
gos de surpresa. o sol estava forte. Até
que ouvi uma mulher perguntar para
um ambulante o preço do refrigerante.
Custava 8 reais – o cara se aproveitou
da situação. Por isso, resolvemos ta-
belar os preços para os visitantes não
serem explorados. A minha preocupa-
ção chega até esse ponto.
a arte pode transformar o mundo?
não acredito nisso. mas o trabalho
cultural, este sim, é capaz de mudar a
vida das pessoas.
a que você atribui a boa aceitação
das suas ideias?
A busca por ideias diferentes.
ofereço as coisas de um jeito diferente.
Sempre quero trazer o mais difícil, o mais
bacana. toda segunda passo duas horas
quebrando a cabeça para pensar em coi-
sas novas e em como oferecê-las de for-
ma interessante. tenho grande interesse
em tentar perceber o que as pessoas
ainda não sabem que querem ver.
entender a arte nos dias de hoje é
um processo complicado?
Parte da arte contemporânea é mais
complexa e requer um nível intelectual
para ser fruída. mas não cabe a quem
cuida da programação a tentativa de
entender a quem a arte se destina. não
dá para ter a petulância de achar que
será legal para todo mundo se o paladar
não está preparado. não dá pra tocar
Schönberg para crianças. mozart é mais
palatável. É preciso saber dosar e mis-
turar coisas diferentes e que estimulem,
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45junho 2015 Mit revista
para aproximar o público de mundos
diferentes.
Prefere o pop ou erudito?
Gosto dos dois.
O que você costuma ouvir?
Tenho uma coleção enorme de CDs
e DVDs. Tenho ouvido muito Leonard
Cohen, Bob Dylan e Deep Purple.
E seus filmes preferidos?
Difícil de escolher, mas eu citaria
Quanto Mais Quente Melhor, Apocalypse
Now e A Última Gargalhada.
Contra ou a favor das selfies?
No primeiro dia da exposição do Ku-
brick, vi que era proibido fotografar. No
dia seguinte, chamei a equipe e cancelei
a proibição. Ver as fotos de uma exposi-
ção acaba dando mais vontade de ir. E o
sucesso se deve muito a isso. É a mesma
coisa dizer que não vai ao estádio porque
o jogo de futebol passa na TV.
Salas de cinema estão morrendo?
Os cinemas de rua têm dificuldade
para se manter justamente por estarem
na rua. O entorno decai e as pessoas pa-
ram de ir. Quem é que vai ao cinema na
avenida São João [centro de São Paulo]
hoje em dia? Quando a área valoriza, a
especulação imobiliária toma conta e
eles não têm como competir.
Tem algum sonho?
Fazer um filme para ser selecionado
no Festival de Cannes. Já tenho o roteiro
pronto. Mas no momento não dá para
tocar, pois precisaria me afastar por no
mínimo dois meses.
O que diferencia as exposições do
MIS?
Muitos não sabem que o que viram
aqui em São Paulo só viram aqui em São
Paulo. Na exposição do Stanley Kubrick,
as cenografias – como o corredor do
O Iluminado, a sala do 2001, a sala com
inclinações e neon do Laranja Mecânica
– foram criações nossas em parceria
com um arquiteto. Tudo para colocar as
pessoas dentro dos filmes.
Qual o seu mundo?
Sou bem mais urbano. Tem gente
que parte em busca de suas raízes. Eu
gosto é de ver os meus alicerces.
n 1. fIlME ”Senhor das Moscas, dirigido por Harry Hook, é uma adaptação brilhante do livro de William Golding, que ganhou o prêmio Nobel de literatura pela obra.” n 2. lIvrO ”Cemitério de Praga, do Umberto Eco, foi um que marcou muito.” n 3. PrOgraMa “Definitivamente o MIS é o meu programa ideal em São Paulo, mas não descarto outros eventos culturais em cartaz.” n 4. ObjETO ”O meu preferido é uma bola de futebol, paixão que divido com a turma com quem jogo no Paulistano.” n 5. MúSICa “Ouço muita. Então, um aparelho de som é meu brinquedo favorito. Tenho uma coleção enorme de CDs e DVDs.” n 6. vIagEM “Adoraria conhecer Bora-Bora, na Polinésia Francesa, mas, como não tiro férias há 30 anos, não sei bem quando isso vai acontecer.”
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Vidros blindados com composto especial
anti-estilhaçamento, garantia de 10 anos
contra delaminação e SteelGlass, que
dispensa o uso de overlap.
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Vidros blindados com composto especial
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contra delaminação e SteelGlass, que
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48 Mit revista junho 2015
Com “um tom que beira o caipira”, os irmãos Humberto e Fernando Campana deixaram Brotas e hoje estão entre os designers mais cultuados do mundo
mundo uRBAno capa
por mara gamafotos fernando laszlo
The
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49junho 2015 Mit revista
Humberto e Fernando: do interior paulista para os grandes museus
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Humberto queria ser índio. Pé no chão.
Fernando, astronauta. Mundo da
Lua. Nasceram em Brotas, no inte-
rior de São Paulo, para onde os avós,
italianos, imigraram para trabalhar
na lavoura de café. O pai trabalhou
como engenheiro agrônomo. A mãe,
professora primária. Na infância, di-
vidiam o dia entre brincadeiras no quintal e o cinema. “A cida-
de tinha uma sala com uma programação incrível, era a nossa
janela para o mundo”, conta Fernando, hoje com 54 anos. “Tí-
nhamos uma vida híbrida entre a natureza e a cultura”, lembra-
-se Humberto, que está com 62 anos. Nos anos 1970, foram
para São Paulo. Humberto entrou em direito na USP, no largo
São Francisco. Foi morar em um pequeno apartamento perto
da Biblioteca Mário de Andrade, no Centro. Fernando fez parte
da primeira turma da faculdade de arquitetura da Belas Artes.
Morou em cima do cine Bijou, onde a janela para o mundo
abriu-se ainda mais – o cinema, vizinho do colégio Equipe e
dos teatros Arena e Oficina, era célebre por exibir filmes de
arte e pela frequência de intelectuais.
Formado, Humberto não demorou a largar o emprego em
um escritório de advocacia e se mandar para Itabuna, a 426
quilômetros de Salvador, no sul da Bahia. Havia decidido ser
artista e foi trabalhar numa cooperativa de cacau fazendo ar-
tesanato de conchas e mosaicos. Ficou nessa por dois anos.
Já Fernando foi fazer curso de monitores para a Bienal Inter-
nacional de Artes de São Paulo de 1983. Ajudou na instalação
do francês Daniel Buren e conheceu artistas como Keith He-
ring, Anish Kapoor, Sandro Chia e Tony Cragg. Isso abriu seus
os olhos para a arte internacional. Quando Humberto voltou
da Bahia, queria fazer esculturas. Os interesses artísticos
dos dois começaram a coincidir. Passaram a trabalhar juntos
numa oficina na rua Peixoto Gomide, perto do Museu de Arte
de São Paulo (Masp).
E veio o dia em que Humberto resolveu fazer uma cadeira
inspirado num desenho de espiral que lhe aparecera num so-
nho. Uma placa de metal recortada fez as vezes do encosto de
uma cadeira e a espiral recortada virou o encos-
to da outra. Nasciam ali as Desconfortáveis,
a gênese do trabalho dos irmãos Campa-
na. Expostas na galeria Nucleon, em 1989,
elas deram o que falar. Pronto. Meio
sem querer, Fernando e Humberto
haviam virado designers.
Corte para 2015
Humberto está no po-
rão da Lasvit, na República
Tcheca. Enquanto acompa-
nha os últimos detalhes da
produção das novas
luminárias coloridas
Candy, ele se depara
com moldes de ma-
deira antigos para a
produção de vidro.
Eles estão cobertos
de fungos. Imediata-
mente a forma original
e fortuita lhe desperta
a vontade de criar um
novo objeto. Em meia hora, m o -
biliza a jovem equipe de técnicos para
produzir o primeiro exemplar do que viria a
ser a linha Fungo: um candelabro de madeira
com gotas de vidro soprado que parecem ger-
minar espontaneamente da madeira. “Nosso
trabalho sempre foi inspirado pela natureza”,
diz Humberto. “Nós quisemos misturar isso
com a tradição da Lasvit para fundir suas
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51junho 2015 Mit revista
A cadeira Favela, a thousand Eyes e a
cadeira Vermelha. Acima, o lustre
Ring Chandelier
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mundo uRBAno capa
técnicas com materiais naturais.” A cena dá uma mos-
tra sobre o modo de fazer dos irmãos Campana, a dupla
de designers brasileiros de maior prestígio
global. Revela ainda as experimentações
e posição de liberdade criativa conquista-
da – mesmo se a produção for para
marcas tradicionais. “Somos
a alta costura para algu-
mas empresas, a alfaiata-
ria”, define Fernando. Esse
tipo de trabalho personali-
zado e com acabamento re-
quintado pode ser visto também em
duas outras produções recentes da dupla
para empresas estrangeiras: o projeto Co-
coon, da Louis Vuitton, e a poltrona Thousand
Eyes, da Fendi. O Cocoon é um assento móvel e estofado
de pendurar, para ambiente externo ou interno. Foi moldado em
resina, em formato de ovo recortado, e encapado com couro.
A peça é parte de uma série inspirada em viagens, a Objetos
Nômades, com utensílios elaborados para celebrar o que a
Vuitton chama de “encontro entre o savoir-faire e o design”. Eles
são confeccionados com materiais nobres e produzidos em
edições limitadas. A coleção remete ao departamento de Pedi-
dos Especiais da Louis Vuitton, um laboratório criativo de onde
saíram invenções como a cama-baú (1880) e
o baú-biblioteca (1923).
Para a Fendi, com lançamento no Sa-
lão de Milão de abril deste ano, os Cam-
pana criaram a poltrona Thousand Eyes
(Mil Olhos) usando os chaveiros que os
artesãos da Fendi produzem em pelú-
cia com imagens de olhos estilizados.
A poltrona faz referência à cadeira
Banquete, um dos maiores sucessos
da dupla. O toque de luxo vem do bron-
ze-dourado usado na estrutura da peça. Mas o
acabamento artesanal de artigos de luxo não
fica só no mobiliário. A série de luminárias Can-
dy, da já citada Lasvit, foi toda produzida em
vidro soprado e metal e inclui os lustres Sphe-
re e Anel e Lollipop, um candeeiro de mesa.
“O brilho do vidro e o aspecto visual das
linhas coloridas fazem com que você
imagine a peça como um doce, da-
queles coloridos que se vendem nos
mercados populares no Brasil, daí o nome Candy”,
diz Humberto. “Eles buscavam novas técnicas e nós,
vindos de um país com pouca tradição no
vidro, demos uma visão nova e fresca
para o projeto”, diz Fernando.
preço justo
No Brasil, grandes
projetos esquentam o
ano de 2015, mostrando
a versatilidade dos Cam-
pana: a produção limitada,
construída artesanalmente, de
forma lenta e com referências culturais
fortíssimas, na coleção de peças Cangaço,
para a Firma Casa, e a série Estrela, primeiro
projeto industrial de mobiliário dos Campana no país.
A coleção Cangaço surgiu da pesquisa da dupla sobre manu-
faturas originais de comunidades de artesãos. Por meio da
Artesol, instituição que mapeia o artesanato de tradição para
preservar o patrimônio cultural do Brasil, os designers conhe-
ceram o talento e a originalidade de Espedito Seleiro, criador
de roupas, bolsas, calçados e chapéus e dono de um estilo
marcante. “Queremos valorizar o fazer, o improviso brasilei-
ro e resgatar processos que estão morrendo”, diz Humberto.
“Por isso, investimos em trocas com artistas e comunidades.”
O interesse por conhecer e registrar processos manu-
ais dominados por pequenos núcleos de artesãos no Brasil
segue no centro das atenções. A dupla estuda um modo de
preservar o capim dourado, com ajuda do Banco Mundial, no
Jalapão, em Tocantins. Em breve, os irmãos devem partir para
conhecer a fundo o artesanato têxtil do estado de Sergipe.
Na série Estrela, o encontro com uma empresa jovem e com
disposição de investir em produção nacional – a A Lot of Bra-
sil – foi uma ótima surpresa. “Chegamos a um bom produto,
industrializado, bonito e com preço justo”, acredita Humberto.
Questionado sobre o conforto da série, feita em ferro, Fernan-
do analisa: “Talvez o irregular das formas cause desconforto
visual, mas fizemos muitos testes para atestar seu conforto”.
Será que o peso de um estilo já tão marcante no cenário
do design chega a cercear a liberdade de criação? “O jogo de
não se repetir é prazeroso”, diz Fernando. “Quando alguém es-
pera que a gente siga para um lado, a gente já está no outro.
Mas não estamos fugindo de nada. Gostamos de manter a
mente em permanente exercício. A invenção não vem pronta,
ela é um processo”, avalia. É em um galpão alugado na região
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Peças admiráveis: abajur Lollipop, lustre Fungo e cadeira Estrela
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54 Mit revista junho 2015
mundo uRBAno capa
da Barra Funda, centro de São Paulo, que os
irmãos mantêm a sua usina criativa desde
1983. Adaptado para abrigar pequenas salas
de reunião e escritórios, o espaço é um mis-
to de laboratório, ateliê de costura, fábrica
de estofados e oficina de marcenaria, com
soldas, ferramentas, couros e ferros retorci-
dos, onde trabalha uma equipe afinada. De lá
saem protótipos e testes de materiais e tra-
mas que compõem suas coleções, vendidas em vários países,
com materiais nobres misturados com produtos baratos –
mármores com arames, ralos com cerâmicas, cordas, reta-
lhos, espelhos, vime, pano...
O trabalho da dupla começou a aparecer em 1989, com
a exposição de cadeiras batizadas de Desconfortáveis, já
indicando o caráter provocativo e nada utilitário do
design dos irmãos. Em 1990, uma mostra no
MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova
York) deu a largada para o reconhecimen-
to internacional, que hoje se consolida em
parcerias com marcas como Edra, Alessi,
Baccarat, Nodus, Magis, Moleskine e Veni-
ni, entre outras. Uma importante parceria
com a Melissa produziu sandálias e bolsas
com as varetas que os irmãos já haviam
usado em mesas, estante e utensílios. Nos
últimos anos, esculturas, cerâmicas, instala-
ções, cenografia, design de interiores e paisagismo
ficaram mais frequentes no portfólio. Os Campana
assinam o café do Theatro Municipal de São Paulo e o
Café Campana, no Museu D’Orsay, em Paris, além de
interiores de hotéis como o New Hotel, na Grécia, e
Iniala Beach House, em Phuket, na Tailândia. Os
Campana também conquistaram lugar cati-
vo nas coleções permanentes de museus
como o Georges Pompidou e o Museu de
Artes Decorativas, em Paris; o MoMA,
em Nova York; o Museu Vitra, em Weil am
Rhein, na Alemanha; e o Museu de Arte
Moderna, em São Paulo.
prêmios e mais prêmios
Para a estudiosa e professora de de-
sign Ethel Leon “a pesquisa formal dos
Campana remete ao universo duscham-
peano”. Para ela, desde quando apa-
receram, eles vêm “questionando as
fronteiras do design e da intervenção
artística, ao acentuar o caráter simbóli-
co de seus objetos”, conforme escreve no
livro Design Brasileiro - Quem fez, Quem Faz. O
papel de destaque no design contemporâneo
vem sendo reconhecido em diversos prê-
mios, como o de Designer do Ano na Design
Miami (2008), o Maison & Objet, na França
(2012) e a seleção do comitê Colbert Prize,
também na França. Os Campana receberam
a Ordem de Artes e Letras do Ministério da Cul-
tura na França e a Ordem de Mérito Cultural em
Brasília. Listados pela revista Forbes no top 100
das personalidades mais influentes no Brasil em
2013, foram selecionados pela revista Wallpaper
para o top 100 do design no planeta em 2014.
Maria Cecília Loschiavo dos Santos, filósofa
e professora da Faculdade de Arquitetura e Ur-
banismo da USP, afirma em Móvel Moderno no
Brasil que os materiais têm “destacada prece-
dência no processo criativo” dos Campana e são
parte decisiva da “crítica contundente por eles empreendida
ao funcionalismo do móvel”. “A dimensão simbólica da obra dos
Campana vem do uso de recursos e conceitos com
grande apelo midiático, quase como fetiches exóti-
cos, a citação direta ou o mimetismo de elementos
presentes na cultura brasileira. Esteticamente,
essas obras apresentam um duplo estatuto:
no design e na arte”, observa Maria Cecília.
Fernando concorda e frisa que, apesar de
terem saído da cidade de Brotas, Brotas
não saiu deles: “Nós chegamos à sofis-
ticação máxima de peitar o mainstream,
mas temos um tom que beira o caipira”.
poltrona, cadeira e armário da
série cangaço
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56 Mit revista junho 2015
mundo uRBAno gastronomia
por gabriella bonatelli ILUSTrAÇÃo fernanda guedes
Cozinha com identidade e excelente oferta de bebidas marcam os gastropubs, protagonistas estrelados
da cena gastronômica na cidade
nYE
m uma esquina no coração do West Village, a poucas quadras
do rio Hudson, um salão acolhedor abriga mesas pequenas e
próximas, ao lado de um extenso balcão. No andar de cima, o
clima é mais intimista e aconchegante – ideal para um encontro
a dois. os lugares são disputados por um público eclético. Não
há dress code. Nem se exigem maiores refinamentos. A dose ca-
prichada de apuro na execução dos pratos, no entanto, garante
ao lugar, há sete anos, uma estrela no Guia Michelin de Nova
York. Não se trata de um bistrô ou de restaurante descolado cheio de vanguardices,
daqueles definidos como trendy, mas de um lugar que oferece comida substanciosa.
o nome: The Spotted pig. Aberto em 2004, ele marcou o início de um novo capítulo
na cena gastronômica de Nova York: o movimento gastropub. o termo, resultado da
união das palavras “gastro”, de gastronomy, e “pub”, de public house, foi cunhado em
1991 pelo crítico britânico Charles Campion, em uma resenha sobre o The Eagle, pub
fundado naquele ano em Londres por David Eyre e Mike Belden. Sem saber que estava
criando um conceito, a dupla investiu em pratos clássicos ingleses com inspiração me-
diterrânea. Tudo preparado na hora, com ingredientes de qualidade, em uma cozinha
minúscula e aberta, localizada atrás do balcão.
Até então, uma clara barreira dividia restaurantes e pubs ingleses. A chamada pub
grub, comida básica e gordurosa servida nesses estabelecimentos, era tão ruim que o
novo termo acabou se tornando útil para distinguir os lugares que se esforçavam para
oferecer pratos elaborados por um staff profissional, a preços acessíveis. A fórmula
pegou, e vários gastropubs começaram a surgir, revigorando a cultura gastronômica
britânica: muitos viraram sucesso instantâneo ao dar oportunidade para jovens chefs,
ávidos por mostrar seu talento.
Comer & beber em
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58 Mit revista junho 2015
Foi o que aconteceu com April Bloomfield, chef inglesa natu-
ral de Birmingham. Ela trabalhou em várias cozinhas na Irlanda
do Norte e em Londres, até cruzar o Atlântico em 2003, passar
pela Califórnia e fincar bandeira em Manhattan ao inaugurar
seu Spotted Pig (314 West 11th Street, tel. 212 620-0393, thes-
pottedpig.com), pub que inaugurou o conceito em Nova York. A
novidade apresentou um revival de clássicos esquecidos, agora
preparados com ingredientes sazonais, e estabeleceu uma exci-
tante diversidade de bebidas: em vez de oferecer um ou dois ti-
pos de vinho e uma seleção modesta de cervejas, os gastropubs
passaram a estimular o conhecimento e o consumo de cervejas
artesanais e vinhos bem selecionados. Hoje, passada uma dé-
cada, a chef britânica, conhecida pelo perfeccionismo, consa-
grou-se como uma das melhores dos Estados Unidos, e os gas-
tropubs proliferaram pela cidade com sua abordagem high-low,
tremendamente atraente.
Muitas vezes, eles seguem o conceito farm-to-table – da fa-
zenda à mesa, ao pé da letra –, reduzindo os intermediários en-
tre fornecedor e consumidor. Isso significa que os ingredientes
utilizados vêm, em geral, dos melhores produtores, açouguei-
ros, padeiros e queijeiros da região. O foco é a essência do sabor
e para isso não se medem pudores na utilização competente
e equilibrada de condimentos. “As pessoas vão aos gastropubs
por causa da atmosfera aconchegante e da comida, ótima para
ser apreciada com a bebida fantástica que eles oferecem”, diz a
carioca Lorena Ringoot, premiada chief concierge do hotel The
Surrey, há 30 anos vivendo em Nova York.
Um lugar ideal para começar a noite com uma happy hour
é The Wren (344 Bowery, 212 388-0148, thewrennyc.com), no
SoHo. Quem entra tem a impressão de estar em uma típica
casa de fazenda britânica, com paredes e móveis proposital-
mente desgastados. O cardápio combina clássicos britânicos e
americanos. No brunch, bastante concorrido, a estrela é o full
irish: ovos fritos, linguiça, black pudding (morcela), feijão, ba-
con, cogumelos e mostarda – tudo servido com pão de cerveja.
Para o jantar, mexilhões com pimenta em conserva e bacon, o
inevitável fish & chips e o imperdível beef shortrib, sanduíche de
carne de costela assada, preparado com cebolas carameliza-
das e rúcula. Há um cuidado especial com os coquetéis, como o
back in black, feito com cerveja Guinness, uísque irlandês, açú-
car queimado e café. A carta de cervejas não é exagerada, mas
traz curiosidades como a white ale japonesa Hitachino Nest.
Aconchegante e diminuto, o Wilfie & Nell (228 West 4th
Street, 212 242-2990, wilfieandnell.com), no West Village, é a
casa primogênita dos donos do Wren, com uma seleção im-
pressionante de cervejas e, como gastropub que se preze, um
cardápio de comidinhas bastante sedutor para os foodies de
plantão. Lá estão descritos, orgulhosamente, ingredientes lo-
cais e seus produtores – entre eles queijos da Murray’s Che-
ese Shop e picles de Bob McClure. Tijolos aparentes e mesas
comunitárias, nas quais é preciso se espremer para conseguir
espaço, criam a atmosfera informal e ruidosa que vai ao en-
contro da essência dos gastropubs. Ainda assim, há um espa-
ço mais ou menos escondido do resto do ambiente, separado
por duas portas. Conte com a sorte: quem chegar primeiro
leva. A carta de vinhos, com três brancos e três tintos, sepa-
ra os rótulos por variedades de uvas. Peça o hambúrguer dry
aged, com picles e queijo tallegio ou gruyère. Ou renda-se ao
cordeiro ao molho de cerveja Guinness, servido com raízes e
torradas com manteiga de mel.
A inspiração irlandesa também domina o Penrose (1590 Se-
cond Avenue, 212 203-2751, penrosebar.com), com atmosfera
informal e retrô. Os picles são famosos e realmente incríveis,
dos orgânicos aos picantes. Outro destaque é o spiced beef
sandwich, preparado com carne curada por 40 dias, tempera-
da com mostarda picante e, claro, picles. Entre os clássicos do
O The Wren é ideal para iniciar a noite.
Na outra página: Spotted Pig e
sanduíche do Breslin
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60 Mit revista junho 2015
mundo uRBAno gastronomia
menu, a britânica shepherd’s pie divide
espaço com o americaníssimo mac &
cheese. A carta de uísques traz 50 ró-
tulos. E inclui preciosidades como o Pa-
ppy Van Winkle, um dos bourbons mais
raros do mundo.
A rusticidade domina o ambien-
te do Cannibal Beer & Butcher
(113 East 29th Street, 212 686-5480,
cannibalnyc.com). Verdadeiro templo
para os amantes de carnes e cervejas,
o lugar funciona como açougue e café
durante o dia. À noite, se transforma
em um bar descontraído que atrai um
público sem frescuras para devorar far-
tos cortes. Peças inteiras de presunto e
carne ficam penduradas por ganchos
de aço, e as geladeiras estão sempre
abastecidas com mais de 300 rótulos
de cervejas. No cardápio, disponível em
papel de embrulho, seleções de carnes
curadas, salsichas preparadas na hora e
lascas de presunto são ideais para com-
partilhar. Obrigatórios, os cannibal dogs
são dois cachorros quentes cobertos
com ragu de costela, chili, cebolinha e
mostarda chinesa. Faz sucesso, tam-
bém, o filé de costela maturado a seco,
com tutano e molho béarnaise.
the Breslin (20 West 29th Street,
212 679-1939) é o segundo gastropub
de April Bloomfield, aberto em 2009
seguindo o sucesso do Spotted Pig.
Em outras palavras, também já con-
quistou (e preserva) sua estrela no
Michelin. Trata-se de um bar aconche-
gante ao lado do lobby do descolado
Ace Hotel. O ar é vagamente britânico:
um espaço escuro, com janelões que durante
o dia absorvem a luz natural, talvez na tentativa
de reproduzir o fog londrino. O lugar vive lotado, ge-
ralmente por um público jovem e bonito, ávido por
ver e ser visto. Mas isso não significa que outras faixas
etárias não se sintam à vontade ali. A atmosfera é levemente
mais elegante do que nos demais gastropubs e, como que para
compensar, o cardápio traz pratos ultracalóricos, em porções
generosas. A vedete do menu é o hambúrguer de cordeiro:
com carne suculenta e tempero de cominho, ganha uma fatia
delicada de queijo feta e algumas rodelas de cebola. O
pão, rústico, tem superfície crocante e interior de-
liciosamente macio, acompanhado de fritas levíssi-
mas. Em tempo: o brunch do The Breslin é considerado
um dos melhores de Nova York.
Um pouco distante, o Brooklyn vive seu momen-
to de centro das atenções na Big Apple.
É certo que a região já teve dias mais
alternativos e vem adquirindo um ar
mais arrumadinho no que diz respeito
a gastronomia e frequência. Mas alguns
estabelecimentos locais, como o trophy Bar
(351 Broadway, 347-227-8515 trophy-
bar.com), parecem se manter imunes
a essa atmosfera cool, preservando,
dignamente, a própria essência. A parte
externa é discreta: não há placas ou nomes
indicando o lugar, apenas a foto de um troféu
dourado indicando a entrada. Lá dentro, é
possível ouvir o metrô rugindo acima do
salão, em meio a prateleiras adornadas com
troféus. O menu de drinques inclui coquetéis
clássicos e exclusivos e a carta de cervejas arte-
sanais traz garrafas e latas. A cozinha destaca os
chamados clássicos de estádio com pegada gour-
met – leiam-se asinhas
de frango com molho
apimentado, búrguers com
bacon e rolinhos de camarão
com batatas crocantes. E por
aí vai. Não à toa, o lugar se au-
todefine “um oásis para
quem vive em South
Williamsburg e um des-
tino para qualquer pes-
soa à procura do má-
ximo de diversão e do
mínimo de atitude”.
trophy Bar 351 Broadway
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Wilfie & nell228 West 4th Street
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61junho 2015 Mit revista
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mundo uRBAno arte
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um dos museus mais populares do mundo comemora 15 anos planejando sua expansão
por xavier bartaburu
arte em dobro
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63junho 2015 Mit revista
Com quatro dias – dois em trânsito e dois por lá – o viajante conhece o melhor do parque
O Turbine Hall: espaço para
grandes obras
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64 Mit revista junho 2015
mundo uRBAno arte
Torrões de açúcar. Sem eles, o museu de arte mo-
derna e contemporânea mais visitado do mundo
não existiria. Foi graças aos cubinhos adoçantes
que Sir Henry Tate, magnata das refinarias britâni-
cas, fez fortuna no final do século 19. Tate gostava
também de pintura: era um dedicado colecionador
de arte inglesa. Ao completar 70 anos, desconfiado do destino que
tal patrimônio teria na mão de seus herdeiros, resolveu doar sua
coleção à Coroa britânica. Como o acervo não coube na National
Gallery, foi preciso criar, em 1897, um museu só para as obras do
barão dos torrões de açúcar: um edifício neoclássico às margens
do rio Tâmisa, em Londres, inicialmente denominado National Gal-
lery of British Art, mas depois rebatizado para Tate Gallery,
O conjunto de obras da Tate cresceu. Precisava aparecer. Criou-
-se, então, um novo museu inteiramente dedicado à arte do século
20. A antiga usina termelétrica de Bankside foi o espaço escolhido.
Projetada nos anos 1940 pelo mesmo criador das cabines telefô-
nicas vermelhas de Londres (o arquiteto Giles Gilbert Scott), tam-
bém nas barbas do Tâmisa, a construção de aço e tijolos dispõe de
34 mil metros quadrados iluminados pela luz natural que atraves-
sa janelas e claraboias. Ao mesmo tempo, é um marco da arquite-
tura industrial londrina. Assim, na esteira do Musée d´Orsay, em
Paris, onde uma estação de trem desativada fora transformada
em museu de arte moderna anos antes, o escritório suíço Herzog
& De Meuron (que depois projetaria o estádio olímpico de Pequim)
reconfigurou o edifício. Sem mexer em sua estrutura original – tan-
to que a chaminé da velha usina continua lá, bem como a antiga
sala das turbinas, com seu pé-direito monumental, transformada
em átrio de entrada e espaço de exposição para o deleite de artis-
tas como Louise Bourgeois, Anish Kapoor e Olafur Eliasson.
Em 11 de maio de 2000, estava oficialmente inaugurada, pelas
mãos da rainha, a Tate Modern – enquanto a galeria original, por
sua vez, assumia o nome definitivo de Tate Britain. Não bastasse
um novo espaço para as artes na capital do país, o governo inglês
encomendara também a construção de uma ponte futurista ligan-
do as duas margens do Tâmisa, em frente ao museu. Projetada
pelo arquiteto inglês Norman Foster, a Millenium Bridge foi inaugu-
rada dois dias antes. Naquele mesmo ano, o Tate Modern tornou-
ao lado, cenas de um museu construído
na extinta usina elétrica de Londres
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-se o museu de arte do século 20 mais visitado do globo, na casa
dos 5 milhões de pessoas. Hoje, aos 15 anos de vida, mantém o
sucesso de crítica e público. Seus 15 mil visitantes por dia o tornam
a quarta atração turística mais popular de Londres.
Essa multidão é impulsionada, sobretudo, pelas grandes retros-
pectivas organizadas pela Tate. Caso das colagens de Henri Matis-
se, em 2014, recordista em número de visitantes: foram 560 mil
em cinco meses. Damien Hirst atraiu 463 mil pessoas em 2012.
Diante desses blockbusters sobra pouco espaço para a produção
de nações não europeias, ainda que se note certo esforço. Em se-
tembro, por exemplo, uma mostra reunirá diversas manifestações
da pop art ao redor do mundo, incluindo obras de artistas de paí-
ses como Japão, Colômbia, Argentina, Islândia e Brasil. Vale lem-
brar que, nestes 15 anos de vida, apenas três nomes da arte brasi-
leira tiveram retrospectivas de fôlego na Tate: Hélio Oiticica (2007),
Cildo Meireles (2008) e Mira Schendel (2013).
A expansão do museu, nesse sentido, pode ser vista como uma
janela de oportunidade para artistas menos conhecidos em solo
inglês. O novo edifício, de 11 andares, previsto para ser inaugurado
em 2016, quase duplicará a área das exposições. Concebido pelos
mesmos arquitetos que revitalizaram as instalações da antiga usi-
na, o prédio também terá impacto significativo na receita do mu-
seu. E essa é, declaradamente, a intenção por trás da expansão:
diversificar as fontes de renda num momento em que os recursos
públicos andam cada vez mais escassos. Foi-se o tempo em que
torrões de açúcar sustentavam a arte por aqui.
Próximas exPosiçõesn sonia Delaunay - 15 de abril a 9 de agosto. Primeira grande retrospectiva em Londres da pintora russa, uma das pioneiras do abstracionismo n The World Goes Pop - 17 de setembro de 2015 a 24 de janeiro de 2016. Pop art dos cinco continentes entre os anos 1960 e 70 n alexander Calder: Performing sculpture - 11 de novembro de 2015 a 3 de abril de 2016. Além dos célebres móbiles modernistas, a mostra exibirá incursões do escultor americano nos campos do cinema, do teatro e da música
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66 Mit revista junho 2015
a1000car
por walterson sardenberg so fotos paulo fridman
a história de amilcar lopes Jr., o empresário que virou lenda entre os maratonistas amadores
N a l i N h a d e f r e N t e
Completar uma maratona em menos de três horas é tarefa árdua demais para
um amador. por melhor que ele seja. só de imaginar o tamanho do trajeto, o desafio
faz doer a panturrilha. são 42 quilômetros mais 192 metros, geralmente em meio
a dezenas de milhares de competidores. Quase o triplo do itinerário da tradicional
Corrida de são silvestre, em são paulo, com seus 15 quilômetros de asfalto. pois o
empresário paulista Amilcar Lopes Jr., 51 anos, conseguiu romper essa barreira das
três horas já na sua primeira maratona internacional, a de Nova York, em 1999. Um
fenômeno. Não por acaso, ele se tornou não só uma lenda – mas também o homem
a ser vencido no meio esportivo-empresarial.
o portuga, como gosta de se referir a si próprio, em seu linguajar ao mesmo tem-
po irreverente e ultracompetitivo, virou a medida, a referência. “os caras não acredi-
tavam que eu pudesse fazer aquele tempo”, lembra o filho de portugueses, ex-presi-
dente da companhia Águas petrópolis paulista e atual CEo da rastreabilidade Brasil,
empresa de rastreamento de remédios. “Eu disse a eles: ‘Calma que vocês ainda não
viram nada’.” segue-se uma sonora gargalhada.
Eis aí um fanfarrão assumido. Em Nova York, ele cravou 2h54min24seg, para es-
panto dos parceiros de treinamento, dos motoristas paquistaneses dos táxis ama-
relos, dos patos dos lagos do Central park e do primeiro treinador de Amilcar, o in-
trépido Marcos paulo reis, que sempre lhe recomendou economizar o ímpeto no
início das provas para dosar as forças. Uma estratégia, aliás, esnobada sem qualquer
cerimônia desde os primeiros passos.
mundo sem fronteiras perfil
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Ele tornou-se até tema de um livro, em que outros executivos encaram o desafio de vencê-lo
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Ao arrepio da cautela de Reis, o desobediente Amilcar pôs em
prática aquilo que, bem-humorado, trata por “Método Portuga”,
uma cartilha nada convencional. “Não acredito nessa história
de split negativo, em que a segunda metade da corrida deve ser
mais rápida que o início”, provoca. “Eu já começo acelerando tudo
o que posso.” Amilcar recorreu ao mesmo estratagema quando
baixou o próprio tempo, na Maratona de Chicago, em 2004. Para
assombro até dos ventos poderosos vindos do lago Michigan, ele
terminou a competição em 2h48min. No parecer de seu criador,
o “Método Portuga” pode ser resumido em dois momentos dis-
tintos durante as provas. O primeiro é uma pergunta: “Que raios
estou fazendo aqui?” O segundo, uma decisão, pouco solene:
“Está doendo o corpo todo. Preciso correr o mais rápido possível
para terminar o quanto antes esse sacrifício”.
Outras particularíssimas ousadias do “Método” são o desa-
pego à tecnologia e até mesmo o desprezo pela constante hidra-
tação no decorrer da prova. O Portuga utiliza um relógio comum,
apenas para marcar o tempo, e bebe água só depois de comple-
tar mais da metade do trajeto – o que parece ainda mais insólito
em se tratando do sócio-proprietário da companhia Águas Pe-
trópolis Paulista.
Pelo menos para seu autor, a excêntrica metodologia se
mostrou ainda mais eficiente no dia 22 de outubro de 2006.
Os incrédulos parceiros de treinamento, em São Paulo, de fato,
ainda não haviam visto nada semelhante. Naquele dia, 33.659
pessoas zarparam das ruas de Chicago, disputando a maratona
anual. Menos de mil cruzaram a linha abaixo do limite de 3 horas.
Amilcar, então com 43 anos e os cabelos começando a embran-
quecer, foi o 320º colocado, com o tempo de 2h43min57. À sua
frente, a rigor, chegaram apenas profissionais. Refeito da exaus-
tão do esforço, o Portuga, como costumava fazer, espicaçou o
treinador Marcos Paulo Reis: “Cadê sua garotada? Não tem nin-
guém melhor para concorrer comigo?”
A pirraça resultou em um desafio concreto. Reis selecionou
três entre seus alunos – todos eles executivos – e passou a
treiná-los com afinco para que desbancassem a marca daquele
tagarela. Em comum, o trio tinha ricas histórias de superação. O
empresário Marcelo Apovian, o Lelo, por exemplo, passara por
sucessivas cirurgias para recompor o tamanho de uma perna,
encurtada em 6 centímetros em uma queda praticando esqui.
perseverança é a palavra
Quem, enfim, quebraria o tempo do quarentão voador? A
história tinha tal dimensão humana que chamou a atenção do
jornalista Sérgio Xavier Filho. Nasceu assim o livro Operação
Portuga (Ed. Arquipélago), lançado em 2011 e agora na quarta
edição. A ampla reportagem pode ser lida como um romance.
Daqueles difíceis de largar. Na concepção do autor, o perso-
nagem mais complicado de captar em sua essência foi justa-
mente o que aparece no título. “Por trás da primeira imagem
de um sujeito extrovertido e fanfarrão, descobri um empresário
que, ao contrário da maioria, não usa o esporte como válvula
de escape, mas como maneira de turbinar ainda mais a vida do
homem de negócios”, diz Sérgio, diretor de redação da revis-
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ta Playboy, comentarista de futebol da
rádio Bandnews FM e, também, mara-
tonista (seu melhor tempo: 3h30min32
em Chicago, na edição de 2010). “Amil-
car vive com extrema intensidade. Treina
duro, trabalha duro e ainda consegue ter vida social”, resume.
Amilcar concorda com a análise. Diz ele: “A atividade empresa-
rial exige metas, treinamento e garra. Exatamente como no espor-
te. Busco a energia nas competições e transponho essa receita
para a vida profissional”. Para o empresário, esporte e negócios
são complementares. “Um dá energia para o outro.” No entender
de Sérgio, a extrema dedicação de Amilcar a tudo aquilo que faz
tem a ver com o relacionamento com o pai, falecido em 2008. “No
fundo, ele sempre quis mostrar ao pai, um imigrante simples e tra-
balhador, que também poderia ser um vencedor. Simples assim.”
Perseverança é palavra corrente em seu vocabulário. “Tanto no
esporte quanto na vida profissional, surgem entraves e sofrimen-
tos. Se você desistir antes, não chega lá.” O pai de Amilcar imigrou
de Trás-os-Montes, norte de Portugal, nos anos 1930, pegou no
batente como entregador de pães, conferente de cargas na Águas
Petrópolis, juntou economias e comprou uma distribuidora de be-
bidas na rua Bandeira Paulista, no Itaim Bibi, que ainda não era
o bairro badalado de hoje. “Morávamos nos fundos. Eu fazia en-
tregas de bicicleta”, conta Amilcar, que, ainda garoto, descobriu a
vocação esportiva. “Fui jogar como ponta-direita e notei que corria
muito mais que os outros. O que me atrapalhava era a bola.”
Daí para se tornar sócio-militante do Esporte Clube Pinheiros,
como corredor e atleta de salto triplo, foi um pulo, ou melhor,
um João do Pulo – o João Carlos de Oliveira, então o recordista
mundial da modalidade e influência decisiva. Naquela época, o
pai vendeu a distribuidora de bebidas e adquiriu a Águas Petró-
polis, a única fonte de água mineral do mundo situada dentro de
uma metrópole, no bairro de Santo Amaro, zona sul de São Paulo.
“Só tinha o dinheiro da entrada. O resto pagou na raça, em quatro
anos, inaugurando o ‘Método Portuga’ na família”, brinca. O entu-
siasmo do filho com o esporte, no entanto, não o empolgava. “Du-
rante um bom tempo, ele achava que era coisa de vagabundo”,
Amilcar guarda os objetos das provas, de pulseiras aos tênis. Enquadrou até os números de peito das camisas
diz Amilcar, pai de um skatista de 16 anos, de um boxeador de 22
e padrasto de um praticante de MMA de 23.
Quando cursava biologia na PUC de Campinas, descobriu o
triatlo e o duatlo – respectivamente, competições que incluem,
numa mesma prova, natação, ciclismo e corrida e somente as
duas últimas modalidades. Em 1988, ajeitou uma bicicleta na ca-
pota de seu Escort XR3 e foi disputar uma competição de triatlo
em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Chegou na frente. Ga-
nhou várias outras. “Estava tão bem que pensei até em viver do
esporte”, conta. Não fosse o seu temperamento impulsivo dispu-
taria o título nacional de 1995 do duatlo. Acabou vice-campeão.
Não pôde disputar a derradeira prova do calendário por ter toma-
do um gancho na penúltima. Ao ouvir que havia sido eliminado
por, supostamente, ter aproveitado o vácuo do carro de apoio no
trecho de bicicleta, subiu no palanque e deu um chute no troféu.
ElE trEinA Até Escondido
Portuga desistiu por uns tempos da modalidade. Voltou com
tudo já na década seguinte. Em 2002, realizou outra proeza. Fi-
cou em quarto lugar na categoria de corredores entre 35 e 39
anos no Ironman de Florianópolis. É uma das mais difíceis pro-
vas de triatlo do planeta. Além de correr uma maratona inteira,
o competidor precisa cumprir 180,2 quilômetros de ciclismo e
outros 3,8 quilômetros de natação.
A índole explosiva também despontou quando Amilcar resol-
veu “brincar de piloto”. No início da década de 1990, ele correu de
automóvel em diversas categorias. Chegou a disputar duas edi-
Ele já praticou duatlo, triatlo, correu várias maratonas e até foi piloto de automóvel. Teve sucesso em todas essas atividades. Sempre utilizando o particularíssimo “Método Portuga”, que deixa os adversários pasmos
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ções das Mil Milhas de Interlagos. “Ganhei provas no Brasileiro de
Corsa e fiquei entre os dez melhores no Brasileiro de Palio”, re-
corda. Em um treino em Interlagos, em que os modestos carros
da Fórmula Palio dividiam a mesma pista com os lépidos veículos
da Stock Car, Wilsinho Fittipaldi, irritado pela demora de Amilcar
em dar passagem ao seu bólido, acabou “fechando” o carro do
Portuga, que foi parar na grama. Para quê! Amilcar entrou no boxe
de Wilsinho com uma chave de roda nas mãos e ganas de quebrar
tudo. Ficou na ameaça. Uma conversa reservada com o irmão de
Emerson resolveu o assunto.
Dito assim pode parecer que Amilcar se envolveu em muitos
atritos. Não é o caso. Longe disso. Ele está sempre cercado de
amigos e, apesar das brincadeiras recorrentes com os adversá-
rios das corridas, é muito benquisto no meio. Que o diga aquele
que já foi o seu maior rival nas competições e, também, o pri-
meiro a quebrar o seu recorde em maratonas: Marcelo Apovian,
o Lelo, que, três anos depois da principal façanha do Portuga,
cravou 2h27min58 numa disputa em Berlim. “O Amilcar é mes-
mo um fanfarrão. No meio de uma corrida, encosta ao seu lado e
brinca: ‘Você não vai aguentar’”, revela. “Mas, ao mesmo tempo,
é um grande sujeito, um cara super do bem, um amigo leal. Sei
que, como executivo, cobra bastante dos seus funcionários. É as-
sim porque tem por princípio a perseverança e a meritocracia.”
Quanto ao já famoso “Método Portuga”, Lelo admite que o
rival “não é muito ortodoxo”. Lembra, contudo, que os espetacu-
lares resultados de Amilcar como corredor se devem, sobretu-
do, a três componentes: o gosto pelos desafios, a garra e muito
treinamento. “Ele chega a treinar escondido”, entrega. O gosto
pelos desafios também se revela na vida profissional. Depois de
29 anos dando duro na Águas Petrópolis Paulista, Amilcar deci-
diu “parar de botar água na garrafa”. Embora continue sócio da
próspera companhia, com 180 funcionários, resolveu abrir outro
negócio. Há três anos, com aporte de capital do banco BTG Pac-
tual, inaugurou a Rastreabilidade Brasil. A empresa começou a
operar ainda antes da determinação da
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) que obriga os laboratórios mé-
dicos a rastrear cada caixa de remédio
que fabrica. “Apostei que a norma sairia,
pois era tendência mundial”, explica.
Mais uma vez a ousadia. Mais uma vez
o “Método Portuga”.
esquentado, amilcar já chutou troféu e quis brigar com Wilsinho fittipaldi. mas é homem de muitos amigos, que admiram a sua garra, determinação e persistência tanto no esporte quanto no mundo dos negócios
No automobilismo, fez amigos como
Tony Kanaan. Mas seus resultados
mais expressivos foram conquistados
com a bicicleta do triatlo e do duatlo. Ou nas maratonas.
Como a de Chicago, no ano de 2006
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mundo sem fronteiras carro
Newoutlander
Com mais de 100 inovações na linha 2016, o crossover esportivo da Mitsubishi segue na vanguarda
por henrique skujis, do autódromo Velo Città
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73junho 2015 Mit revista
Os novos faróis ganharam luzes diurnas de LEDd
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74 Mit revista junho 2015
O New Mitsubishi Outlander acelera
sozinho. Ele também freia sem que
você precise pisar no pedal de freio.
Se começar a chover, o limpador do
para-brisa entra em ação automati-
camente. Escureceu? Os faróis acen-
dem sem que o motorista se preocu-
pe com isso. Na hora de estacionar,
uma câmera de ré torna a manobra muito mais fácil e rápida.
Para ligar o carro, esqueça a chave – basta apertar um botão
no painel e você já escuta o ronco suave do motor. Na estrada,
caso você se distraia e mude de faixa involuntariamente, um
sinal sonoro soa para que você tome o rumo certo. Errou a tra-
jetória da curva? Controles de tração e estabilidade entram em
campo para minimizar o risco de derrapagem. Ou seja: além de
primar pela segurança (o carro recebeu nota máxima dos três
principais institutos mundiais no gênero), dirigir o crossover da
marca dos três diamantes é um grande prazer.
Mais adiante, falaremos como funciona essa tecnologia
que faz o New Outlander acelerar e brecar sozinho. Antes, no
entanto, vamos falar um pouquinho sobre a história do carro.
Quando desembarcou no Brasil, em setembro de 2013, o All
New Outlander trouxe o seguinte aposto: o mais moderno carro
já produzido em série pela Mitsubishi. Pois o modelo 2016 do
crossover deu um passo ainda mais adiante na linha evolutiva
da marca. Nada menos do que 100 inovações foram feitas para
mantê-lo na vanguarda da indústria automobilística.
Tais aperfeiçoamentos vão de detalhes no design à sinto-
nia fina na suspensão. Da melhoria no isolamento acústico ao
incremento no desempenho. Das rodas de liga leve redesenha-
das a uma nova opção de motores. Neste mês de junho, quando
chegar às concessionárias vindo do Japão, ele será o primeiro
crossover movido a diesel que a Mitsubishi importa para o Bra-
sil. Um crossover de tecnologia, requinte e desempenho que
mantém sua aura de objeto do desejo.
ACC, FCM, LDW, ASC, ATC e HSA são siglas de alguns dos
equipamentos que tornam a pilotagem do New Outlander extre-
mamente confortável e segura. ACC significa Adaptive Cruise
Control, sistema que acelera ou freia o carro automaticamente.
Trata-se da geração mais recente do tradicional controlador de
mundo sem fronteiras carro
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velocidade. Ele mantém a velocidade desejada, mas vai muito
além. Quando um veículo mais lento surge à frente, ela é redu-
zida para que uma distância segura seja mantida. Não é preciso
tocar no pedal do freio nem mesmo se o veículo da frente parar.
Para segurança semelhante no trânsito urbano, o New Ou-
tlander tem o FCM (Forward Collision Mitigation). A uma veloci-
dade de até 30 km/h, o sistema faz soar um sinal e, se necessá-
rio, na iminência de uma colisão dianteira, para completamente
o carro. Como já dito, o veículo também ajuda motoristas de-
satentos que mudam de faixa involuntariamente. O LDW (Lane
Departure Warning) percebe o descuido e faz soar um sinal para
que o condutor corrija a trajetória a tempo.
Vamos agora falar do motor. Os já existentes 2.2 (160 cava-
los) e 3.0 V6 (240 cavalos), ambos a gasolina, foram aperfeiço-
ados na linha 2016. Ficaram mais econômicos e ganharam per-
formance – principalmente em baixa rotação, com menor perda
de torque. Torque, diga-se, é um dos destaques do novo motor
2.2 de quatro cilindros a diesel: são 36,7 kgf.m entre 1.500 e
2.750 rpm. Isso significa força de sobra à disposição do pé direi-
to, mesmo em baixas rotações. Aliado a uma relação peso/po-
tência de apenas 6,6 kg/cavalo proporcionada pelos 165 cavalos
de potência, esse torque torna a condução do Outlander extre-
mamente prazerosa e dinâmica. O silêncio e a vibração quase
imperceptível também chamam a atenção na versão a diesel.
Nas três motorizações, o carro vem com os divertidos paddle
shifters (“borboletas” atrás do volante para a troca de marchas),
e nas versões V6 e a diesel com a possibilidade de o motorista se-
lecionar por meio de um botão três opções de tração: Eco, Auto
e Lock. A primeira mantém a tração preferencialmente em 4x2.
A segunda tem predileção pela 4x4. E a terceira é 4x4 em tempo
integral, ideal para pisos escorregadios ou de terra. O câmbio
das versões a diesel e V6 a gasolina possuem o exclusivo Invecs-
-II, que analisa o modo de dirigir de cada motorista, tornando as
ACC e FCM são capazes de frear o carro sem que o motorista faça nada. O LDW avisa em
caso de mudança involuntária de pista. O ASC e ATC são controles de estabilidade e
tração que evitam derrapagens
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mundo sem fronteiras carro
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n 1. A terceira fileira de banco aumenta a capacidade do New Outlander para sete passageiros n 2. A tampa do porta-malas agora abre 3,7 cm a mais. n 3. O carro conta com nove airbags n 4. Outra novidade são os espelhos eletrocrômicos n 5. Detalhe no painel do piloto automático adaptativo, capaz de frear o carro sozinho n 6. No painel, destaque para a tela de 7 polegadas do sistema multimídia n 7. Detalhe dos controles do aquecimento do banco, da tração e o câmbio automático n 8. Um sensor no alto do para-brisa aciona o limpador automaticamente em caso de chuva
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trocas de marchas mais suaves. A versão 2.0 é equipada com
câmbio CVT de nova geração e sistema Invecs-III.
Do lado de fora, é perceptível o esmero dos designers. O carro
manteve seu visual inconfundível, mas ganhou traços mais mo-
dernos. Para-lamas e para-choques também mudaram, com no-
vos faróis e uma entrada de ar maior. Os faróis passam a contar
com luz de iluminação diurna de LED, aumentando a segurança.
No interior, a sofisticação fica evidente. Os bancos de couro, pre-
to ou bege, receberam nova costura para aumentar ainda mais
o conforto. O volante, onde se esconde um dos nove airbags do
carro, também está entre os cem aperfeiçoamentos recebidos
na linha 2016: além do acabamento de couro e de trazer os con-
troles do som e do ACC, ganhou empunhadura mais anatômica.
O computador de bordo tem 13 funções. O sistema multimí-
dia, com tela de 7 polegadas, traz GPS, Bluetooth, áudio strea-
ming, USB e o DIS (Dynamic Information System), com acelerô-
metro, bússola e indicações da aceleração lateral, da inclinação
frontal e da altitude. São 25 porta-objetos e oito luzes de corte-
sia. O New Outlander tem ainda a opção de uma terceira fileira
de bancos, elevando a capacidade do carro para oito pessoas.
Com os bancos rebatidos, o porta-malas acomoda generosos
1.600 litros. Para se ter uma ideia do minucioso aperfeiçoamen-
to feito na linha 2016, até a abertura da tampa do porta-malas
entrou na lista: ela agora abre 3,7 centímetros a mais para faci-
litar a colocação de bagagem. Com três anos de garantia sem
limite de quilometragem, o New Outlander chega às concessio-
nárias Mitsubishi a partir de R$ 114.990.
Silencioso e com baixíssima vibração, o novo motor diesel é um dos mais modernos do mundo. Tem 165 cv e um incrível torque
de 36,7 kgf.m. A relação peso/potência do carro é de apenas 6,6 kg/cv
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mundo sem fronteiras viagem
Durma na adega
por marcello borges
a sala de degustação e as outras amenidades do algodón ficam diante das parreiras
Quatro hotéis nos quais o hóspede dorme (e bebe) de frente para vinícolas
o enoturismo tornou-se uma das atividades mais
atraentes e de crescimento mais rápido da
indústria turística: 17% dos turistas de lazer nos
EUA dedicaram-se a atividades relacionadas ao
vinho, segundo a Travel Industry Association. Dados brasilei-
ros recentes mostram que entre 2001 e 2010 o número de
visitantes de vinícolas saltou de 45 mil para 200 mil por ano
– crescimento de 340%. Mas o que se faz no enoturismo?
obviamente, a principal atividade é a degustação de vinhos.
Mas isso não é suficiente para sustentar hotéis nas vinícolas.
os proprietários encontram atrativos adicionais para manter
o visitante entretido entre um copo e outro.
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Eleito recentemente pelo guia Frommer’s como um
dos melhores destinos em vinícolas, o Algodón fica em
Mendoza, a mais famosa região da Argentina na produção
da Malbec. A propriedade tem nove suítes com lareira,
pátio e outras amenidades, e todas ficam perto da sala de
degustação. O restaurante Chez Gaston permite acompanhar
os vinhos locais com excelentes pratos. Recentemente,
foram construídas cinco suítes no espaço chamado Wine
& Golf Lodge. Um campo de golfe de nível internacional e
11 quadras de tênis fornecem a inspiração para o hóspede
queimar calorias. O hotel também não decepciona os fãs de
esportes radicais, de caminhadas e de hipismo. A vinícola
data de 2002, e entre seus vinhos encontram-se variedades
de Malbec (tinto e rosé), Bonarda, Cabernet Sauvignon, um
vinho de corte Cabernet/Syrah, Merlot, Chardonnay, um Gran
Reserva (corte de Malbec com Cabernet, Syrah e Merlot) e
outros, como o Pima, cujo nome evoca um tipo de algodão da
mais alta qualidade e cuja produção é feita com uvas colhidas
em videiras datadas de 1946. A diária sai por US$ 260. www.
algodonwineestates.com
Algodón Wine estAte Argentina
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Projeto do Marqués de Riscal é do canadense Frank Gehry
mundo sem fronteiras viaGeM
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81junho 2015 Mit revista
Conhecido por obras notáveis como a Casa Dançante,
em Praga, e o Museu Guggenheim, em Bilbao, o arquiteto
canadense Frank Gehry projetou este hotel com cara de obra
de arte. São 14 suítes de luxo, dois restaurantes – o 1860 e o
Marqués de Riscal, ambos cuidados pelo chef Francis Panie-
go, estrelado pelo Michelin –, um spa da Vinothérapie Cau-
dalie, com diversos tratamentos baseados na uva, e um Wine
Bar, no qual é possível provar toda a gama de vinhos da cole-
ção, tanto em taça quanto na garrafa, a preços convidativos. A
especialidade da vinícola são os vinhos tintos feitos com uva
Tempranillo, emblemática da região e que produz bebidas de
corpo médio, com aromas como couro, cereja, tomate, bau-
nilha e cravo. Geralmente, o tempo na madeira confere-lhes
mais complexidade, caso do Marqués de Riscal Gran Reserva,
que passa no mínimo 24 meses em barrica e 36 em garrafa.
A colheita na região começa em setembro – confira com a
vinícola a possibilidade de acompanhar esse ritual. A diária é
a partir de US$ 380. www.hotel-marquesderiscal.com
hotel marqués de riscal Espanha
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mundo sem fronteiras viagem
Considerado pela revista Departures
um dos dez melhores hotéis em
vinhedos do mundo e pelo Trip Advisor
o 13º melhor hotel da América, o Ponte
Vineyard fica dentro da Ponte Winery.
Sua vinícola produz em média apenas
1.500 caixas de cada rótulo, mas tem
uma variedade bastante interessante.
Com vários tipos de acomodações
– inclusive quatro quartos onde o
seu cão pode ficar acomodado – e
amenidades completas (wi-fi de alta
velocidade grátis, HDTV de 42” e
outras), conta ainda com um Cellar
Lounge, sala de ginástica com esteiras
e halteres, serviços de spa, giros pelas
vinícolas e até passeio de balão. Para
os românticos, um passeio de charrete
de 90 minutos leva os hóspedes pelos
vinhedos – com direito a uma garrafa
de vinho e sanduíches. Quartos a partir
de US$ 209. www.pontewinery.com
PONTe viNeYaRD iNN Estados Unidos
O Ponte vineyard foi eleito um dos
dez melhores hotéis do gênero
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83junho 2015 Mit revista
Não é de hoje que a Turquia se transformou num destino
turístico importante, e a Capadócia, lar do hotel Argos, é,
em grande parte, a responsável por essa fama: passeios
de balão levam o visitante a mais de 300 metros de altura,
permitindo-lhe vislumbrar a paisagem fascinante de uma
das mais antigas civilizações do planeta. Na encosta de uma
montanha, o Argos está instalado num antigo mosteiro – o
maior do mundo. Em seu vinhedo, cultivam-se uvas como a
Syrah e a Kalecik Karasi, uma variedade da Pinot Noir.
Os vinhedos são visíveis desde os terraços da propriedade.
Um dos passeios mais interessantes faz-se pelos
túneis situados sob o velho mosteiro: são mais de cinco
quilômetros, com adegas privadas e salas de reunião onde
antes dormiam os monges. O pernoite custa a partir de
US$ 200 e inclui a degustação de 21 vinhos da região. www.
argosincappadocia.com/EN/
Argos in CAppAdoCiA Turquia
o Argos fica em um antigo
mosteiro na Capadócia
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84 Mit revista junho 2015
mundo 4x4 perfil
por adrian kojin
andreamollerUma das mais consagradas remadoras do planeta e primeira mulher na história a surfar Jaws, a paramédica paulistana chegou ao topo
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Quem vê Andrea buscando a filha Ke-
ala, de 11 anos, na escola da pacata
cidadezinha de Paia, em Maui, no Ha-
vaí, não distingue muito além de uma
mãe carinhosa. Já quem a flagrar
durante um atendimento de emer-
gência, saltando apressada de uma
ambulância, estará testemunhando o
trabalho de uma dedicada paramédica em ação. Nos dois
cenários, no entanto, o que ninguém consegue ima-
ginar é do que essa mulher é capaz de aprontar quando entra
no mar. As revistas especializadas em stand up paddle chamam
Andrea de “Rainha do Downwind”. Além de ser a número 1 nessa
que é uma das mais difíceis condições de remada em alto-mar,
ela tem lugar cativo no panteão dos esportes marinhos. Pudera:
foi a primeira mulher a surfar Jaws, a onda mais desafiadora do
planeta. Andrea tem outros feitos que permitem colocá-la entre
as maiores atletas da Terra. Antes de enumerá-los, porém, va-
mos entender como ela chegou lá.
Andrea é filha de Gunnar Moller, um dos pioneiros do windsur-
fe no Brasil. Nasceu em São Paulo, mas mudou-se aos 7 anos para
Ilhabela, no litoral norte do estado. Desde cedo, acompanhava o
pai em competições. “Minha inspiração e
minha ligação com o mar vêm dele”, con-
ta. Ao fundar a Marina Porto Ilhabela, hoje
uma das mais bem aparelhadas da ilha,
Gunnar proporcionou as condições ideais
para que a vocação de Andrea aflorasse.
Cercada de mar, a garota, apaixonada pelas ondas e pelo vento,
tinha pela frente a infância que pediu a Deus. Fundamental nes-
se período foi o convívio com uma turma de meninos que viriam
a se tornar destacados esportistas – entre eles futuros campe-
ões mundiais e medalhistas olímpicos, como o velejador Robert
Scheidt, o kitesurfista Guilherme Brandão, o windsurfista e rema-
dor Paulo dos Reis e os mountain bikers Vando e Juninho Cruz.
Era uma garotada que desde cedo procurava aventuras na ter-
ra e no mar. Andrea ia junto. Fazia questão de não ser deixada para
trás. “A gente ia de bicicleta para a praia do Bonete por trilhas de
barro praticamente intransponíveis”, lembra-se. “Não tinha isso de
‘ai, sou uma menina’. Por estar sempre na companhia de homens,
eu precisava ser como eles. Não podia pedir para irem mais de-
vagar, me esperar.” Talvez esteja aí a chave para entender o que a
levaria a protagonizar feitos tão excepcionais ao trocar Ilhabela por
Maui, no Havaí. A mudança deu-se em 1998, aos 17 anos, quando
ela aproveitou um curso de inglês em San Diego, na Califórnia, para
escapar e adotar a meca do surfe como sua nova casa. Ali, Andrea
não demorou pra virar o que se chama de waterwoman. Além do
windsurfe, aperfeiçoou-se no surfe e nos esportes a remo.
Fisicamente forte e mentalmente determinada, logo se des-
tacou no remo. Passou a figurar entre as melhores do planeta e
tornou-se a primeira mulher a quebrar uma série de barreiras nos
esportes de mar. Nos últimos 16 anos, foi a que mais acumulou
travessias e obteve vitórias de canoa havaiana no canal de Kaiwi,
entre as ilhas de Molokai e Oahu – no universo do remo, o desa-
fio equivale à escalada do Everest para os montanhistas. São 54
quilômetros entre ondas enormes, correntes traiçoeiras e ventos
fortíssimos, que exigem esforço sobre-humano. A isto se chama
downwind, modalidade na qual Andrea é chamada de rainha por
quem entende do assunto. Com sua equipe de OC6 (canoa com
seis integrantes), venceu sete vezes a prova, da qual detém o re-
corde de 5 horas e 22 minutos. Remando solo, completou cinco
travessias, chegando em primeiro em duas delas. No reveza-
mento da OC1, foram oito travessias, com quatro vitórias.
Da mesma grandeza são seus feitos cruzando Kaiwi de stand
up paddle. Ou talvez ainda maiores, pois foi ela a primeira mulher,
junto com a parceira Maria Souza, também brasileira, a atraves-
sar o canal remando em pé sobre uma prancha, em 2005. Desde
então, já completou a prova oito vezes, consagrando-se como re-
cordista mundial feminina em número de travessias. De 2005 a
2008, venceu fazendo dupla com Maria Souza. De 2009 a 2013,
fez o percurso solo, chegando em primeiro lugar em 2010 e 2011.
Aos 36 anos, Andrea se mantém firme no topo. Em abril, venceu
pela sétima vez seguida a prestigiada OluKai Ho’olaule’a SUP
Race, em Maui, registrando um novo recorde nos anais do espor-
te, com o maior número de vitórias consecutivas numa prova.
Listados os louros de Andrea, fica mais fácil dizer que es-
tamos diante de uma das maiores atletas do planeta, ainda
que tal reconhecimento seja restrito àqueles que circulam no
mundo do remo. Visibilidade maior, extrapolando o universo
da canoa havaiana e do stand up paddle, Andrea colhe no
surfe de ondas gigantes, atividade à qual se dedica com mais
prazer atualmente. Em 2004, rebocada pelo brasileiro Eraldo
Gueiros, foi a primeira mulher a surfar Jaws. Formou, também
com a parceira de remo Maria Souza, a primeira dupla femini-
na de tow in. E logo se tornaram a primeira dupla feminina de
tow in a vencer as gigantescas ondulações de Jaws.
Tais feitos só seriam superados em termos de impacto no
surfe feminino quando uma mulher chocou o mundo ao surfar
Jaws na remada. A façanha, considerada impossível até para ho-
mens há não muito tempo, coube a... Andrea Moller. Nesse dia,
mundo 4x4 perfil
No downwind, remada em alto-mar,
Andrea é imbatível
Na infância, em Ilhabela (SP), conviveu com meninos que viriam a se tornar destacados esportistas, como o velejador Robert Scheidt. Única menina da turma,
fazia questão de não ser deixada para trás
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como não havia saído de casa com essa intenção, improvisou o
equipamento com uma prancha emprestada e desceu uma onda
monstruosa para a esquerda, direção que a levava para o lado da
baía no qual um erro pode jogar o surfista de encontro às pedras.
Andrea relata assim a experiência: “Quando vi, já estava na trilha
do barranco em frente à Jaws com a prancha debaixo do braço.
Tive que passar a arrebentação pulando das pedras e varando
o quebra coco na remada. Não sabia o risco em que estava me
colocando, mas a adrenalina é tanta que acabei indo na roubada
e me dando bem. A onda era grande e muito rápida. Quando você
completa uma onda como aquela e sai vivo, você dá mais valor
à vida. Uma dose de irresponsabilidade sempre está presente, o
problema é que a gente só percebe isso depois de anos, quando
paramos para nos perguntar como pudemos ser tão loucos”.
o pior inimigo
Não foi em Jaws, no entanto, o maior sufoco de Andrea em sua
vida de aventuras no mar. A morte passou perto em uma traves-
sia solo do canal de Kaiwi. Duas horas após a largada, quando já
se encontrava a uma enorme distância da costa, Andrea perdeu
contato com seu barco de apoio, que tivera uma pane seca. Sozi-
nha, desorientada, exausta, sem ter como saciar a sede e a fome,
e pressentindo a presença de enormes criaturas sob sua canoa,
dependia dela mesma para se salvar. O canal de Kaiwi já tirou mui-
tas vidas em histórias trágicas, entre elas a do salva-vidas havaia-
no e surfista de ondas grandes Eddie Aikau, em 1978. “Me lembro
de cada momento dessas quatro horas remando sozinha, sem o
amparo do barco, até Oahu. Sei todos os pensamentos que vie-
ram à minha cabeça”, conta Andrea, explicando que, quando você
se desidrata e se cansa, o corpo dói e você passa por situações
em que tudo pode acontecer. “Eu já não via mais ninguém – e o
medo, principalmente o medo do mar, é o pior inimigo.” Andrea
achou o caminho da praia e saiu viva do encontro com a morte.
Seu próximo projeto é colocar em prática mais uma edição do
Ike Moana, evento idealizado por ela desde 2013 e que oferece a
crianças com necessidades especiais a oportunidade de passar
um dia em contato com o mar, aprendendo stand up paddle com
atletas profissionais. O evento é um aquecimento para a Imua,
corrida anual de stand up paddle que levanta fundos para o Imua
Family Services, tradicional instituição de Maui dedicada a crian-
ças que requerem uma atenção diferenciada. Como paramédica,
Andrea também encontrou a oportunidade de contribuir de ma-
neira significativa para a comunidade que a recebeu de braços
abertos. O emprego lhe garante ainda a segurança financeira não
proporcionada pelo esporte, apesar de todas as glórias elenca-
das nesse texto. “Não existe nada como salvar vidas e ver o sorri-
so no rosto de uma criança”, diz. “Hoje, minha vontade é de com-
petir para isso, não para a mídia ou por dinheiro. Quero remar,
estar com minha filha e ajudar as pessoas. Isso é a perfeição.”
mundo 4x4 perfil
1. na piscina da casa em ilhabela (Sp); 2. Com o pai, gunnar moller, pioneiro do windsurfe no Brasil; 3. os primeiros passos no windsurfe; 4. Com a filha; 5. Como paramédica no Havaí, onde vive
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n Siga Andrea no instagram.com/andreamollermaui e no facebook.com/andrea.moller.161.
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Andrea enfrenta e vence mais uma
gigantesca onda de Jaws, no Havaí
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mundo 4x4 viagem
esplendor amazônicoNo Cristalino Jungle Lodge, uma jornada ao coração da floresta
por ferNaNdo paiva , de Alta Floresta fotos kiko ferrite
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mundo 4x4 viagem
Uirapuru dá no chão, não no alto.
Estávamos na trilha das Casta-
nheiras, prontos para mais uma li-
ção, ao vivo, em cores e com direito
a áudio, sobre a floresta amazônica.
De uniforme verde-oliva camuflado, o
guia José, peruano de Lima, tocou no
gravador para o uirapuru o canto de
um outro macho. o pássaro, territorial por natureza, veio se
aproximando devagarinho. Cauteloso, respondia ao pio. Que-
ria porque queria saber onde estava o “intruso”.
Enquanto isso, francisco Carvalho de sousa, piauiense de
Luzilândia, evangélico da Assembleia de Deus, 42 anos, guia
há 18, varejava com seu binóculo o emaranhado de galhos no
chão da mata. pronto! “Corram aqui para ver”, sussurrou. E fo-
cou o telescópio, assestado num tripé, para todos apreciarem
o cantor mais célebre da Amazônia.
Demos sorte. Era um uirapuru-verdadeiro, passarinho bra-
vo, marrom-acinzentado, garganta e peito cor de ferrugem.
Nos seus ínfimos 10 centímetros de comprimento, ele soltava
o canto inconfundível, curto e forte, semelhante aos sons da
clarineta e da flauta. Irapuru, corneta, mandingueiro, realejo,
tangará, o nome não importava. “o que importa é que a pre-
sença dele é um índice biológico de que o lugar não foi desma-
tado”, explicou José. “Na Amazônia peruana, é difícil de achar.”
Mas não aqui, na margem esquerda do rio Cristalino, norte de
Mato Grosso, quase na divisa com o pará. Integrávamos a trupe
dos felizes ganhadores da viagem ao Cristalino Jungle Lodge,
em comemoração aos 20 anos do rali Mitsubishi Motorsports.
Um lugar que todos os brasileiros deveriam conhecer.
A aventura começou quando, vindos de Alta floresta de
micro-ônibus, deixamos o rio teles pires e suas águas barren-
tas para subir a escura massa líquida do Cristalino. A impo-
nência da floresta, margeando o rio cheio, remetia ao paraíso
intocado que os irmãos Villas-Bôas encontraram perto daqui
nos anos 1940, durante a expedição roncador-Xingu. Nunca o
chavão “vegetação luxuriante” foi tão apropriado para descre-
ver um lugar. Depois de um dia voando horas desde são paulo,
nada como um mergulho naquela água cor de chá-preto para
limpar corpo e alma.
Eleito pela National Geographic Traveler como um dos me-
lhores hotéis de selva do mundo, o local é a materialização do
sonho da empresária e ecologista Vitória Da riva Carvalho. filha
do célebre colonizador Ariosto Da riva (1915-1992), cofundador
de diversas cidades do norte do paraná, de Naviraí (Ms) e funda-
dor de Alta floresta, Vitória formou-se em letras pela pUC-sp, foi
professora de inglês e mais tarde estudou administração na fGV.
No começo dos anos 1990, quando resolveu trabalhar com eco-
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Com quatro dias – dois em trânsito
e dois por lá – o viajante conhece o melhor do parque
ao lado, torre de observação. Nesta página, a sede do lodge e guarantã tombado
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Cenas da amazônia no Cristalino Jungle Lodge: jacaré flagrado à noite;
macaco-aranha encara a teleobjetiva; sapo venenoso do gênero Dendrobates;
casal de araracangas voa sobre o rio; anambé-azul no meio da galhada; mutum-de-penacho e seu topete;
o veloz voo do pato-do-mato; e iguana descansa no alto de árvore.
para saber mais, entre no site cristalinolodge.com.br
e no instagram @cristalinolodge
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turismo e começou a falar em preservação ambiental numa área
devastada pelo garimpo e pelas serrarias, foi chamada de louca.
E ali estávamos, instalados em bangalôs ultraconfortáveis
e totalmente ecológicos, aproveitando o resultado da “lou-
cura” de Vitória. Vivenciando o esplendor selvagem de 12 mil
hectares de reservas florestais particulares, encostados em
185 mil hectares de um único parque nacional, hábitat de 595
espécies de aves (um terço das existentes no Brasil), 50 espé-
cies de peixes, 102 de répteis e anfíbios e 2 mil de borboletas.
Mas deixemos as cifras de lado e voltemos à mata.
o Cristalino é o paraíso dos birdwatchers. Gente que, em
bom português, adora passarinhar. Do alto das suas duas tor-
res metálicas de observação, a 50 metros do solo e acima da
copa das árvores, a turma se deliciou com o topete encara-
colado do araçari-mulato, o indescritível sete-cores-da-ama-
zônia e as penas multicoloridas da araracanga. No meio da
floresta, aprendemos a diferenciar o pequenino inhambu-de-
-cabeça-vermelha do imponente mutum-de-penacho.
A adrenalina subiu quando, na mata fechada, fomos surpre-
endidos pelo barulho forte, ritmado, de uma martelada seca e
invisível. “Macaco-prego tentando abrir coco de castanha pra
comer”, traduziu francisco. “Entrar na mata e ver de perto a al-
tura das árvores é impressionante”, disse Carla Guimarães, sor-
teada na etapa de penedo (rJ) e que, ao lado do marido, parti-
cipa do Mitsubishi Motorsports desde 2005. Carla se referia à
emoção de olhar para cima depois de chegar aos pés de uma
castanheira de estimados 800 anos de vida, tão grossa que oito
pessoas de mãos dadas mal davam conta de abraçá-la.
Quintanista de engenharia civil na Usp de são Carlos, Heytor
Biagiotti pessoa, premiado na etapa de ribeirão preto (sp), con-
tou que “o mais legal foi o sapo”. Ele se referia ao simpático ba-
tráquio amarelo com manchas pretas, encontrado sob algumas
folhas. ficou fascinado com a explicação do guia José: “Esse bi-
cho é muito perigoso, solta um veneno que índio põe em ponta
de flecha para torná-la mortal”. outro hit foi subir o rio num fim de
tarde e descê-lo de motor desligado, mas com as lanternas ace-
sas. De repente, flagramos um big dum jacaré saindo para jantar.
Bem educado, nos cumprimentou jogando água com a cauda.
para terminar, teve até causo de assombração. Quem con-
tou foi o francisco, que já trabalhou em garimpo. Certa vez uns
caboclos foram pescar na nascente do Cristalino. Lugar de mui-
to peixe porque ficava em lugar proibido, quase dentro da base
aérea de Cachimbo. Mal tinham montado acampamento, ouvi-
ram uns uivos horríveis vindos da mata. “Com certeza é índio
brabo”, disseram. E se mandaram de volta para Alta floresta.
Anos depois, retornaram. Antes, porém, foram fazer o reconhe-
cimento do terreno. Acharam uma choça. Dentro, uma rede de
garimpeiro, dessas de náilon, armada. Dentro da rede, algo.
“Abriram e deram com a ossada de um homem com um
vidro de analgésico na mão”, explicou francisco. o sujeito ti-
nha quebrado a perna, não podia se mover. Quando ouviu os
pescadores chegando, começou a gritar. “E vocês vejam que
azar: o povo se mandou, achando que era índio.”
abraçar em oito pessoas a castanheira com idade estimada de oito séculos foi uma das inúmeras experiências vividas pelos sortudos que comemoraram na mata os 20 anos do mitsubishi motorSports
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mundo 4x4 esporte
por maria clara vergueiro
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Há 17 anos, as corridas de aventura desembarcaram no Brasil e conquistaram os corações de atletas amadores e profissionais
No final dos anos 1990, o paulistano Alexandre Freitas, hoje com 53 anos, participou de uma competição na Nova
Zelândia muito diferente de tudo o que ele já havia experimentado. Era uma espécie de corrida com imersão
na natureza, leitura de mapas topográficos, trabalho em equipe, estratégia e múltiplas modalidades esportivas.
A primeira prova do gênero, a Coast to Coast, havia estreado naquele país em 1980. o brasileiro ficou fascinado
com a competição, cujos desafios para as equipes formadas por quatro pessoas incluíam corridas, remadas e pedaladas
por longas distâncias em percursos indicados em um mapa recebido poucas horas antes da largada. os atletas carrega-
vam em suas mochilas o mínimo necessário para sobreviver durantes os dias de expedição, dormiam um par de horas por
dia, precisavam administrar os humores e desconfortos dos companheiros de equipe e, após centenas de quilômetros por
matas fechadas, rios, corredeiras, mar e montanhas, chegavam ao final da competição tão realizados quanto destruídos. DA
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correr na altitude: uma das
dificuldades
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98 Mit revista junho 2015
Contagiado pela nova modalidade, Alexandre trouxe a ideia
para o Brasil. organizou em 1998 a primeira corrida de aven-
tura do país, a Expedição Mata Atlântica (EMA). Foram três
dias e 220 quilômetros de percurso. para atrair adeptos e in-
centivar o esporte, criou a Sociedade Brasileira de Corridas de
Aventura (SBCA) e lançou um circuito brasileiro de provas. Em
2002, Freitas precisou sair de cena para cuidar de uma doen-
ça devastadora provocada por um parasita que se instalou em
seu corpo durante uma prova nas ilhas Fiji. Seus esforços, no
entanto, formaram um seleto grupo de adeptos do esporte;
gente que tinha espírito inquieto e aventureiro, como o empre-
sário José pupo, 48 anos. “As corridas de aventura uniram três
coisas que eu amo: natureza, estratégia e gente”, explica pupo,
tricampeão brasileiro de rafting e técnico da seleção brasileira
de canoagem na olimpíada de Barcelona (1992).
Nesses 17 anos, inúmeras provas foram realizadas em
cenários como Chapada Diamantina (BA), Serra dos Órgãos
(rJ), Serra da Bocaina (Sp), Lençóis Maranhenses (MA), Jala-
pão (To) e Amazônia (AM), entre tantos outros. o melhor mo-
mento da corrida de aventura no Brasil deu-se entre 2000 e
2008, quando eventos como o Ecomotion pro, principal prova
de aventura do país, chegavam a somar 60 quartetos nacio-
nais e estrangeiros. Naquele período o esporte recebia aten-
ção da mídia atraída pelo aspecto pitoresco do esporte. Afinal
de contas, quem eram aquelas pessoas que, em sã consci-
ência e por vontade própria, dedicavam parte da vida para
treinar, investiam um bom dinheiro em inscrições e viagens e
torravam os fins de semana para se meter no meio do mato,
passando por situações de adversidade e privação? os relatos
de sobreviventes – com o perdão do exagero – são selvagens
(leia três no final da reportagem).
única equipe 100% feminina
No dia 15 de novembro deste ano, o Brasil vai sediar pela
terceira vez uma etapa do campeonato mundial de corridas
de aventura. Será no pantanal (MT) e contará com os mes-
mos organizadores que adquiriram a marca Ecomotion em
2012. responsável por aquela prova e pela etapa deste ano no
pantanal, Shubi Guimarães revolucionou as corridas quando
montou, em 2000, a única equipe 100% feminina do mundo,
a Atenah, que chegou a ser a melhor equipe brasileira no Eco-
motion 2006, com as atletas Cristina de Carvalho, Fernanda
Maciel e Nora Audrá ao seu lado. Hoje, Shubi reúne forças, co-
nhecimento e coragem para divulgar o esporte que a ensinou
algumas das lições mais importantes da vida. “A corrida de
aventura é uma ferramenta para ajudar na promoção da biodi-
mundo 4x4 esporte
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com quatro dias – dois em trânsito
e dois por lá – o viajante conhece o melhor do parque
versidade, da identidade cultural e da conservação das nossas
áreas, mas sofre com leis que priorizam só o futebol, com o
desinteresse da mídia e a consequente falta de renovação dos
atletas”, avalia.
Mesmo assim existem no Brasil cerca de 30 equipes “cons-
tantes”, que disputam provas regionais e se arriscam em com-
petições fora do país, já que não há campeonato nacional.
um dos circuitos mais importantes da região Sudeste, que há 14
anos serve de porta de entra-
da para aspirantes e de treino
paras atletas experientes, é
o Adventure Camp. por lá já
passaram mais de 40 mil pes-
soas, segundo os cálculos do
organizador, Sergio Zolino, ve-
terano com mais de 70 corridas de aventura no currículo. Longe
daqui, uma mulher se consagra e coleciona títulos. A brasiliense
Barbara Bonfim vive como atleta profissional e integra a equipe
espanhola Columbia vidaraid, líder do ranking mundial – a equi-
pe brasileira BMS Multisport ocupa a oitava colocação.
Capitão da QuasarLontra, equipe mais longeva do país (17a
no ranking mundial), rafael Campos, 37 anos, passou pelas
Forças Armadas e encontrou na aventura, em 1999, o ambien-
te perfeito para praticar técnicas de sobrevivência na selva e o
autocontrole, adquiridos nas experiências extremas dos tem-
pos de exército. Atleta-referência das corridas de aventura no
Brasil, rafael chegou a participar de 18 competições por ano,
nacionais e internacionais. pai da recém-nascida Manuela,
ele diminuiu o ritmo, mas é presença certa em ao menos dez
provas anuais, sendo duas delas expedicionárias (acima de
300 quilômetros). “Continuo motivado graças à paixão pelo
esporte, às experiências pro-
porcionadas pela interação
com as pessoas e a natureza,
e principalmente porque sigo
aprendendo em cada compe-
tição”, diz o único brasileiro
a vencer, em 2006, os 250
quilômetros da dificílima prova solo Between 2 Continents,
Between 2 oceans, na Costa rica.
Afastados desde 2012 das corridas de aventura (mas não
das provas de montanha), os amigos Caco Alzugaray e Cristina
de Carvalho aplicam os princípios das corridas no dia a dia. os
empresários – ele preside a Editora Três, da revista IstoÉ, e ela
é sócia da assessoria esportiva Núcleo Aventura – gerenciam
crises, lidam com equipes e cuidam dos problemas pessoais
As provas realizadas no Brasil, embora sem grande divulgação, atraem apaixonados
como o multiatleta José pupo. “As corridas unem três coisas que amo: natureza,
estratégia e gente”, diz ele
os cenários podem ser floridos. ou inóspitos, como o da patagônia
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100 Mit revista junho 2015
com recursos mentais aprendidos nas competições. “Nunca
perco de vista o curto, o médio e o longo prazo. Assim como
fazia na aventura, equilibro na minha vida essas três perspec-
tivas: é preciso vencer cada dia todos os pequenos desafios
do percurso, sem ficar imobilizado por um contratempo pon-
tual e sem investir toda a energia de uma vez”, ensina o publi-
sher. “A prova é longa e exige que se administrem muito bem
os recursos.”
para Cristina, o maior aprendizado é caminhar com otimis-
mo, sem remoer os desconfortos físicos ou lamentar os ine-
vitáveis erros de estratégia e navegação. “A postura é seguir
adiante sem fricote, consertando tudo que estiver ao alcance,
com determinação e respeito pela equipe. isso é sensacional
em todos os aspectos da vida”, arremata a atleta. Se para al-
guns as corridas de aventura parecem selvagens demais, e
exigem mais do que o corpo e a mente humanas são capazes
de dar, para outros a modalidade veio para nos reaproximar
da natureza e foram um choque na mentalidade consumista,
acomodada e viciada em conforto, que impõe o ritmo da vida
nas cidades grandes. E você, o que acha?
mundo 4x4 esporte
a bússola ajuda um bocado e o mapa orienta os competidores, mas não tem jeito: muitos trajetos exigem enfrentar a lama
cartilha de veteranoAventureiros com muitos quilômetros rodados compartilham a experiência em poucas lições:
n fé em deus e pé na tábua Bolhas, cortes, queimaduras e problemas nas unhas são comuns e levam muita gente a desistir. Manter os pés secos, lubrificados e protegidos é crucial para seguir adiante.
n comer, beber e gastar Enquanto uma pessoa ativa consome cerca de 2.500 calorias por dia, um atleta de longa distância consome 10 mil calorias ou mais em apenas meio dia de prova.
n antecipe os problemaso bom corredor de aventura sabe prever
os melhores e os piores cenários – e atua preparado para todos eles.
n “nada é tão ruim que não possa piorar”A aventura começa quando algo sai errado. Ter em mente que um obstáculo ainda não é o limite e olhar de forma construtiva para o problema é fundamental.
n “depois da tempestade, sempre vem a calmaria”Geralmente trechos muito sofridos são recompensados com momentos inesquecíveis e belos.
n acredite no seu instinto o contexto da aventura reaproxima as pessoas da natureza e das sensações mais primárias. Nesse cenário, poucos
conhecimentos podem funcionar mais do que o seu instinto.
n mantenha a fé inabalável É muito importante acreditar que tudo vai dar certo no final.
n saia da zona de conforto, sem perder a linha os que desistem antes do máximo nunca evoluem. os que extrapolam os limites costumam lidar com consequências pesadas.
n escolha bem seus parceirosSempre que possível, corra com pessoas de quem você gosta muito e que você já sabe como funcionam em situações extremas e de stress.
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atravessar rios e encarar o rapel são percalços que costumam fazer parte de uma modalidade rigorosa em relação ao preparo físico
n percursos
Costumam ter de 50 km (curtas) a 500
km (expedicionárias). podem levar de
algumas horas a alguns dias.
n modalidades
Normalmente, os percursos alternam
trechos de trekking (caminhada ou
corrida em terrenos rústicos), mountain
bike, canoagem e técnicas verticais
(rapel, escalada, canyoning). A leitura de
mapas topográficos é obrigatória.
n equipes
Formadas por quatro integrantes,
que precisam permanecer juntos
por todo o trajeto. obrigatoriamente
um deles tem que ser uma mulher.
Cada equipe tem um capitão, que
geralmente monta a estratégia e atua
em momentos decisivos. Embora não
seja uma regra, tende a ser um líder. o
navegador é responsável pela leitura
do mapa da prova.
n pcs e ats
os postos de Controle (pC) são pontos
estratégicos que servem para fiscalizar
a passagem obrigatória e a colocação
das equipes na prova. As Áreas de
Transição (AT) consistem em pontos
em que há troca de modalidade, onde
os atletas podem ou não encontrar
sua equipe de apoio, fazer refeições
rápidas, trocar peças de roupas e até
dormir por alguns minutos.
n apoio
Existem dois modelos distintos de
provas: as que contam com equipes de
apoio – que acompanham os atletas
nos pCs e ATs, cuidando do conforto
físico, alimentação e do transporte
de seus equipamentos – e as que
não contam com apoio, exigindo que
os atletas sejam autossuficientes.
Nestas, a organização se encarrega de
transportar equipamentos.
n restrição de sono
A administração do sono é uma parte
estratégica fundamental. Alguns
eventos contam com Dark Zone, um
momento em que a organização
paralisa a prova para que todas as
equipes durmam. No Brasil, a maioria
dos eventos é non stop, ou seja, sem
pausa estabelecida para sono.
o beabá das corridas de aventuraJo
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rafael campos (ao centro) e shubi
guimarães (de óculos) estão entre
os principais atletas brasileiros desse
esporte radicalíssimo
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poucas e boas
perdidas no quirguistãoPor Shubi Guimarães
“Em 2003, corremos com a equipe
Atenah o raid Gauloises, no Quirguis-
tão, uma das provas expedicionárias
mais tradicionais e duras do mundo.
Durava cerca de sete dias. No segundo
dia, a prova foi paralisada por causa da
morte de uma atleta francesa no rio.
Evacuaram todas as equipes do rio e
levaram para a beira do lago issy Kull.
Lá, sofrendo com o frio, nossa equipe
encontrou abrigo em uma casa para
nos aquecermos antes de prosseguir.
Mas, enquanto dormíamos, a organi-
zação reuniu todo mundo em alguns
ônibus para levar os atletas até outra
transição, e nós ficamos esquecidas
na casa do tiozinho que nos acolheu.
Quando acordamos, não tinha mais
ninguém, mais nada, nem sinal da orga-
nização. Estávamos sem mochila, sem
mapa, sem dinheiro, abandonadas no
meio do nada, no Quirguistão. Durante
12 horas vagamos a pé por estradas
completamente desertas, paramos e
invadimos o único carro que passou por
lá (depois de fazermos uma barreira
humana no meio da estrada, obrigando-
-o a parar). Trocamos oito pilhas por um
saco de biscoito murcho e uma garrafa
de Coca-Cola e descolamos uma ca-
rona, fazendo mímica, até o lago issy
Kull. Quando chegamos, encontramos
os membros da organização confabu-
lando. Disse para eles que tinham nos
abandonado e que tínhamos passado o
maior dos perrengues. o chefe da prova
respondeu: ‘vocês são brasileiras, eu
sabia que iam se virar’.”
oásisPor Rafael Campos
“Foi durante o sexto dia do Eco Challen-
ge, nas ilhas Fiji. Àquela altura da prova,
já caminhávamos bastante debilitados,
cansados, com os pés cheios de bolhas,
uns quatro quilos mais magros. pas-
sando por uma vila, encontramos uma
fijiana diante de uma mesa improvisada
em tábuas de madeira com algumas
frutas. Nos aproximamos, imaginando
que ela as venderia (na nossa situação,
estávamos dispostos a pagar bem
caro, se tivéssemos dinheiro). Mas ela
simplesmente disse que poderíamos
comer tudo, que teria mais para dar
às outras equipes. Não estava ven-
dendo, mas oferecendo. Aquilo era um
sonho! Fruta fresca depois de tantos
dias comendo gel, comida liofilizada,
suplementos... uma situação completa-
mente inusitada que eu nunca esqueci.
Esses pequenos confortos, com os
quais estamos acostumados, ganham
um valor incomensurável durante ou
depois de uma prova de aventura.”
entrando pelo canoPor Cristina Carvalho
“No meio de um trekking de uma prova,
caminhávamos por um trecho de terra
onde originalmente havia um córrego
pequeno, mas que havia enchido muito
nos dias anteriores e virado um rio.
Não dava para ver muito bem o chão,
os limites da trilha sumiam embaixo
da água. Dei um passo para fora da
trilha sem perceber e caí em uma
manilha (tubo de concreto para fossas
e esgotos). Fiquei com metade do
corpo dentro dela e outra metade fora,
presa pelo meio das pernas, uma fora
outra dentro, com um volume de água
absurdo na minha cara, totalmente sub-
mersa. Eu poderia ter morrido se meus
parceiros de equipe demorassem para
ver onde eu tinha me enfiado. Lembrei
das lições básicas de resgate de rio:
manter a calma e botar a mão para fora
d’água para ser vista. Meus companhei-
ros viram minha mão e me puxaram
com força. Saí toda machucada e tive
que fazer a etapa seguinte, de mountain
bike, completamente destruída, mal
conseguia sentar no banco.”
próximas paradasNas corridas de aventura, os percursos precisam ser inéditos, e por isso cada evento é único. Conheça abaixo algumas das competições mais legais do planeta, que integram o circuito mundial (ArWC)
áfrica n nome: Expedition Africa n onde: Suazilândia, país no sul da África n quando: de 5 a 14 de junho de 2015 n quilometragem: 500 kmn kineticgear.co.za
américa do norten nome: Expedition Alaska n onde: Alasca, EuA n quando: de 28 de junho a 4 de julho de 2015
n quilometragem: 473 km n expeditionak.com
austrália n nome: XpD n onde: região de Queenslandn quando: de 3 a 14 de agosto de 2015n quilometragem: cerca de 700 quilômetrosn xpd.com.au
europan nome: raid in France n onde: Ain, leste da Françan quando: de 16 a 20 de setembro de 2015n quilometragem: 370 quilômetrosn raidinfrance.com
brasiln nome: ArWC pantanal
n onde: Serra do Amolar, pantanal n quando: de 11 a 21 de novembro de 2015n quilometragem: ainda não divulgadan arwcpantanal.com
nova Zelândia n nome: GoDZone n onde: Lake Wanakan quando: 2016 (sem data definida) n quilometragem: 557 quilômetrosn godzoneadventure.com
américa do sul:n nome: Tierra vivan onde: patagônia Chilenan quando: 2016 (sem data definida) n tierraviva.com.ar
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106 Mit revista junho 2015
universo mitsubishi
por ary pereira jr., de Jurerê (sc) FOTOS Marcos Mandez/Mitsubishi
Mundial de vela
o mitsubishi motors s40
World championship ga-
rantiu seu lugar na história
da vela. realizado entre
os dias 12 e 16 de abril nas águas de
jurerê, em florianópolis (sc), tratou-se
da terceira edição do mundial da classe
s40 – as anteriores aconteceram no
chile (2013) e na espanha (2014). o
evento reuniu 11 veleiros e 110 velejado-
res, sendo oito medalhistas olímpicos,
donos de 17 condecorações. na flotilha,
destaque para nomes como torben
Grael (brasil), jochen schümman (ale-
manha), santiago lange (argentina) e
nuno barreto (portugal).
o campeonato foi marcado pela
emoção a cada boia e por um impres-
sionante equilíbrio entre as tripulações.
vale dizer que, na classe soto 40, os
barcos estão entre os mais velozes
do iatismo e são one design, rigoro-
samente iguais. o que decide são a
habilidade e o entrosamento da equipe
a bordo. no mitsubishi motors s40
World championship, dos 11 veleiros,
sete venceram ao menos uma das dez
regatas. tamanha igualdade de forças
levou a decisão para o último dos cinco
dias de prova.
Graças ao vento nordeste em torno
de 10 nós (18 km/h) e ao sol, que
permaneceu iluminando os velejadores
por três dias, o Patagonia (argentina)
ganhou as duas primeiras regatas.
Oito medalhistas olímpicos estiveram no Mitsubishi Motors S40 World Championship
os Medalhistas olíMpicosn jochen schümman (Alemanha): 4 medalhas (3 ouros) n santiago lange (Argentina): 2 n javier conte (Argentina): 1 n juan de la Fuente (Argentina): 2 n torben Grael (Brasil): 5 (2 ouros) n clínio de Freitas (Brasil): 1 n nuno barreto (Portugal): 1 n hugo rocha (Portugal): 1
Senhores do vento
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107junho 2015 Mit revista
tripulações fazem contrapeso em
busca da liderança
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universo mitsubishi Mundial de vela
equilíbrio: dos 11 veleiros, sete venceram ao
menos uma etapa
no segundo dia, a intensidade do vento
aumentou. o chileno Estampa del Vien-
to e o brasileiro carioca venceram. na
quinta e sexta regatas, o Pajero (brasil)
foi absoluto: aproveitou ao máximo as
rajadas de até 20 nós, as mais fortes da
competição. no penúltimo dia o vento
diminuiu, chegaram as nuvens e só deu
chile, com vitórias do Mitsubishi Motors
e do santander.
no esperado dia da decisão, o vento
de nordeste a noroeste, predominante
em florianópolis, rondou para sul na
entrada da frente fria, trouxe chuva,
mas não ultrapassou os 10 nós de velo-
cidade. com 12 pontos de vantagem, o
líder Patagonia precisava apenas mar-
car o Pajero. foi o que sua tripulação
fez, com eficiência, na nona regata. os
argentinos chegaram em quarto lugar,
apenas uma posição atrás do Pajero.
na prova final, o Pajero conquistou sua
terceira vitória e assegurou o vice-cam-
peonato mundial. para garantir o título,
bastava ao Patagonia cruzar a linha de
o soto 40n comprimento total: 12,3 m n boca máxima: 3,75 m n calado: 2,6 m n Área vélica: 100 m² n deslocamento: 4,2 t n peso máximo de tripulação: 770 kg n projetista: javier soto acebal (arG) n Material do casco: fibra de vidro e carbono
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universo mitsubishi Mundial de vela
chegada. os argentinos assim fizeram
e levaram a taça para casa. “É incrí-
vel vencermos uma competição com
tantos grandes velejadores na disputa”,
disse o tático do Patagonia, mariano
parada, hexacampeão mundial de vela
em várias classes.
o alemão jochen schümman, tri-
campeão olímpico e tático do Earlybird,
quinto colocado em florianópolis, ficou
impressionado com a competição.
“disputar uma classe oceânica one
design é como correr em uma olimpía-
da”, afirmou. “É minha primeira vinda à
américa do sul e fiquei muito feliz com
o ambiente saudável e com a organi-
zação.” torben Grael, comandante do
Energisa, o 11º colocado, fez coro. “o
nível do campeonato, o local e a orga-
nização foram ótimos”, disse. “temos
corrido apenas regatas no rio, mas não
poderíamos deixar de vir a um evento
desta dimensão.”
além de contar com o talento de
nomes consagrados, o mundial
acrescentou experiência à bagagem
dos brasileiros que estão em campa-
nha para os jogos olímpicos rio 2016,
como jorge Zarif, larissa juk, samuel
“samuca” albrecht e henrique haddad.
o momento de emoção, fora da água,
ficou para a abertura da cerimônia de
premiação. ausente do mundial por
motivos profissionais, eduardo de
souza ramos, comandante do Pajero,
participou em vídeo, gravado em são
paulo horas antes da entrega dos tro-
féus e medalhas. “estou muito feliz por
concretizar o sonho do inédito mundial
de s40 no brasil, com os melhores
barcos e os melhores velejadores no
campeonato de oceano mais impor-
tante do país”, disse. “será uma delícia
se pudermos fazer os três próximos
também no brasil.”
veleiro Patagonia: os campeões vieram
da argentina
o pódio 1) patagonia (Argentina)2) pajero (Brasil)3) itaú (chile)
“sofremos um pênalti, tivemos uma largada escapada, enfrentamos os melhores velejadores do mundo, mas nossa tripulação mostrou que é forte para superar as dificuldades.”sergio rocha, capitão do veleiro pajero (Brasil)
“na s40, valem a tripulação e o treinamento. os barcos são iguais para todos. É como um ditado muito popular no chile: ‘Mais valem os índios do que as flechas’.”dag von appen, secretário-geral da classe s40 e comandante do itaú (chile)
“não poupamos esforços para trazer tripulações estrangeiras. os barcos do chile cruzaram a cordilheira dos andes sobre carretas.”carlos sodré, o cuca, diretor técnico do Mitsubishi Motors s40 World championship
as nacionalidadesn alemanha n argentina n austrália n brasil n chile n espanha n méxico n portugal n suécia n uruguai
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112 Mit revista junho 2015
universo mitsubishi
por renato Góes autódromo velo città @nacaomitsubishi @mundomit www.mitsubishimotors.com.br
lancer cup
depois de uma longa espera, o
autódromo velo città voltou
a ouvir o emocionante ronco
dos motores. a abertura
da terceira temporada da lancer cup
aconteceu no dia 14 de março. para 2015,
a mitsubishi preparou novidades que ele-
varam o nível da competição e tornaram
as disputas entre os gentleman drivers
ainda mais acirradas. a partir deste ano, o
campeonato traz o selo da confederação
brasileira de automobilismo (cba). outra
novidade são os novos circuitos: além
do tradicional velo città, em mogi Guaçu
(sp), entram em cena os autódromos de
Goiânia (Go), tarumã (rs) e interlagos
(sp). todas as etapas terão cober-
tura do canal bandsports.
as duas primeiras etapas
foram disputa-
das no velo
città. para
aumentar
a emoção e
a imprevisibilidade dos resultados, foram
feitas duas alterações no traçado da pista.
a primeira foi a criação de um trecho de
alta velocidade que recebeu o nome de
curva do caipirinha, mais amena que a
curva do r – a mudança tornou a volta
em média cinco segundos mais rápida. a
outra novidade foi o aumento do raio da
curva da vitória, que antecede a reta final.
tais mudanças abriram a possibilidade de
quatro diferentes circuitos no velo città.
a chuva fina que persistiu durante
a manhã interferiu nos tempos dos
treinos classificatórios da
primeira etapa. a iminente
troca de pneus causou um
pequeno atraso e aumen-
tou a ansiedade dos pilotos. Quan-
do o safety car deixou a pista, a
ansiedade transformou-se
em adrenalina. na cate-
goria rs, bruno mesquita,
Com novo traçado, o Velo Città recebeu as duas primeiras etapas da Lancer Cup 2015
Equilíbrio em alta rotação
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113junho 2015 Mit revista
ultrapassagens marcaram a etapa
de abertura da temporada
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114 Mit revista junho 2015
universo mitsubishi lancer cup
a chuva foi um desafio a mais para
os pilotos no velo città
campeão da temporada de 2013, largou
bem e não deu brecha para o segundo
colocado, elias jr. o campeão de 2014,
sérgio alves, iniciava sua recuperação
saindo da quinta para a terceira coloca-
ção. a disputa ganhou em emoção quan-
do o carro do líder perdeu um pouco de
desempenho. elias jr. ameaçou tomar a
posição, mas bruno segurou a pressão.
“o carro começou a escorregar de
traseira”, explicou bruno. Quem também
estava feliz era o piloto da categoria r, o
estreante rodrigo mange. “corri com o
segundo colocado na minha cola, mas
soube administrar a vantagem”, resumiu.
paulo pomelli venceu na rs master,
e ricardo feltre “bolão”, que divide a
pilotagem com o filho ricardinho, foi o
primeiro na r master. na segunda prova
do dia, o grid invertido trouxe surpre-
sas. com os pilotos mais rápidos na
primeira prova tendo que sair no meio
do bolo, o momento da largada sempre
é essencial para o ganho de posições.
foi o que pensaram os sete pilotos que
se chocaram logo na primeira curva. o
safety car precisou entrar na pista e a
bandeira amarela permaneceu hasteada
por quase metade da prova. Quem se
deu bem foi o estreante na categoria
lancer rs luiz santiago. após a relar-
gada, ele não cometeu erros e venceu.
na lancer r, ricardinho feltre, figura
conhecida nas competições off-road da
mitsubishi, mostrou talento também
no asfalto. “a experiência na mitsubishi
cup foi essencial para que eu saísse da
confusão quando um carro rodou na mi-
nha frente.” e comemorou: “voltei para
a pista, me recuperei e consegui minha
primeira vitória.” na categoria r master
quem venceu foi bernardo parne.
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116 Mit revista junho 2015
seGunda etapa
a segunda etapa da lancer cup 2015
começou diferente da anterior: com
sol forte e pista seca. melhor para os
gentleman drivers. nada menos do que
seis pilotos andaram na casa do 1’37”.
bruno mesquita mais uma vez foi o mais
rápido nos treinos e largou na frente,
seguido por sérgio alves e elias jr. só
que os dois pilotos cariocas tiveram
problemas durante a prova. sérgio foi
perdendo o freio e não demorou para
cair da segunda para a sexta colocação.
já elias teve problemas elétricos e foi
obrigado a abandonar. bruno venceu
com folga. atrás dele chegou eduardo
de souza ramos, que, além do segundo
lugar, venceu na categoria rs master. na
categoria r, novamente ricardo feltre
se destacou, assim como bernardo
parne na r master.
as emoções mais fortes acontece-
ram na segunda prova. assim como
na primeira etapa, uma nova confusão
ocorreu na largada, sendo necessária a
entrada do safety car. após a relargada,
elias jr. saiu da 12ª para a segunda posi-
ção. começou então uma disputa entre
ele e o líder, sérgio alves. uma série de
ultrapassagens entre os dois deixou a
disputa emocionante. a briga possibi-
litou a aproximação do bloco interme-
diário. na metade da prova, a distância
entre primeiro e quinto colocados era
mínima. um erro poderia custar a prova.
foi o que aconteceu com elias jr.: uma
vacilada o derrubou da liderança para a
quinta colocação. sérgio alves também
errou. sylvio de barros assumiu a dian-
teira e ali se manteve até a bandeirada
final. “consegui tirar vantagem da briga
deles”, disse sylvio, momentos após ser
premiado tanto na categoria rs como
na rs master. na lancer r, mauro neu-
enschwander foi o vencedor. bernardo
parnes venceu novamente na r master.
“a emoção de fazer parte de um cam-
peonato tão forte é muito grande”, disse
parnes. emoção, diga-se, não vão faltar
nesta terceira temporada. na próxima
etapa, no dia 21 de junho, a lancer cup
deixa pela primeira vez o velo città e
desembarca em Goiânia, no autódromo
ayrton senna.
É só cheGar e acelerar.a locação do lancer r e do lancer rs para parti-cipar da mitsubishi lancer cup utiliza o conceito sit&drive: questões logísticas, como mecânicos, manutenção e peças de reposição, ficam sob a responsabilidade da mitsubishi, por meio da ralliart, seu departamento de competições. basta o piloto colocar o capacete, ajustar o cinto de segurança, acelerar e se divertir. para mais infor-mações, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (19) 3818-4319.
classiFicação Geraln lancer rs 1) bruno mesquita - 72 ptos 2) eduardo souza ramos - 70 ptos 3) sérgio alves - 66 ptos 4) luiz santiago - 49 ptos 5) elias jr. - 42 ptos n lancer r 1) ricardi-nho feltre - 100 ptos 2) mauro neuenschwan-der - 94 ptos 3) rodrigo mange - 75 ptos 4) alexandre navarro - 62 ptos 5) pedro h. costa - 62 ptos n lancer rs Master 1) eduardo souza ramos - 70 ptos 2) luiz santiago - 49 ptos 3) sylvio de barros - 41 ptos n lancer cup r Master 1) bernardo parnes - 92 ptos 2) ricardo “bolão” feltre - 50 ptos 3) vital menezes - 45 ptos
próxiMas etapasn 19 e 20 jun Goiânia (GO) n 24 e 25 jul Velo Città (SP) n 21 e 22 ago Interlagos (SP) n 02 e 03 out Tarumã (RS) n 13 e 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração
patrocinadores: armura, artfix, btG pactual, lubrax, pirelli, sky, unirios
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118 Mit revista junho 2015
universo mitsubishi evo day
o lancer evolution é o tipo
de carro que mexe com o
imaginário de quem gosta
de velocidade. não à toa
o lancer evo day, organizado pela
mitsubishi motors no autódromo velo
città, tornou-se o evento favorito de
quem é fanático pelo carro. veteranos
e novatos dividem espaço nas retas e
curvas em busca de mais performance.
donos do modelo que virou um mito
após vencer quatro vezes o World rally
championship (1996 a 1999) têm a
pista à disposição
para acelerar e ti-
rar tudo do carro.
figura presente
desde as primei-
ras etapas do evo
day em 2013, o
empresário edras
soares, de itapira (sp), se habituou a
fazer os melhores tempos do track day.
seu lancer evo a cada ano ganha mais
pimenta. na atual temporada, para
reduzir o peso do carro, edras tirou
o revestimento interno e os bancos.
“também mandei colocar gaiola, subs-
tituí a tampa do porta-malas e coloquei
para-lama com extração de ar para
os freios”, conta. nas duas primeiras
Veteranos e novatos se misturam no Lancer Evo Day
Pé embaixo
várias gerações do lancer evo dividem
a pista do velo città
por renato Góes autódromo velo città @nacaomitsubishi @mundomit www.mitsubishimotors.com.br
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120 Mit revista junho 2015
“a gente que partici-pa desde o começo sabe como o evo day evoluiu e se tornou um evento obrigató-rio para quem ama velocidade.” jiho Kim, empresário
“além da oportuni-dade de correr no velo città, a gente encontra os amigos e outros fanáticos pelo lancer evo.”rodrigo rodrigues, empresário
etapas do ano, ele conseguiu andar
abaixo de 1’40”. “É um evento sólido e
sério, que a cada etapa demonstra sua
qualidade. o velo città tem a melhor
pista para um evento desse tipo.”
já eric varga, administrador de
empresa de limeira (sp), estreou no
lancer evo day na primeira etapa do
ano. ele havia comprado seu lancer
evolution X dois meses antes. “sou
dono recente e esta é a minha primeira
vez numa pista de verdade”, disse.
“depois de muita conversa com gente
que entende, a decisão sobre o melhor
custo-benefício para um carro esportivo
ficou para o lancer. É esportivo, tem
preço acessível e conta com o suporte
da mitsubishi”, afirmou. a experiência foi
tão boa que ele retornou para a etapa
seguinte. dessa vez, com reforços no seu
lancer. “mandei reprogramar a ignição e
troquei o filtro de ar e o radiador de óleo.”
após as duas primeiras provas do dia,
já era possível observar seu semblante
feliz. “o carro é uma máquina. acelerar
no velo città é uma experiência única e
obrigatória pra qualquer um que goste
de velocidade.” se você quer sentir essa
adrenalina, veja abaixo o calendário das
próximas etapas.
universo mitsubishi evo day
próxiMas etapasn 20 jun Goiânia (GO) n 25 jul Velo Città (SP) n 22 ago Interlagos (SP) n 03 out Tarumã (RS) n 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração
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122 Mit revista junho 2015
universo mitsubishi Fun day
nardolei campos e carlos pa-
raventi estavam de asX com
menos de 600 quilômetros
de vida. rodrigo ronzella, de
outlander Gt, trouxe o pai, cleuci, para
ser seu navegador. no lancer cvt de
tiago rossetti estavam sua namorada,
samanta, e os amigos denis e fernanda.
essas e outras dezenas de turmas a bor-
do de seus mitsubishi estiveram nas duas
primeiras etapas da segunda temporada
do fun day, nos dias 14 de março e 25 de
abril. no entanto, quem mais chamou a
atenção no velo città foi o casal luiz mi-
guel pedroso filho e Gabriela akemi Koga.
os dois resolveram incrementar o álbum
de fotos do futuro casamento com
imagens na pista. sem deixar o lancer
fora do enquadramento, luiz,
devidamente trajado de terno
e gravata, e Gabriela, de
vestido longo, posaram
para as fotos em meio
ao ronco suave dos
motores. “conse-
gui juntar minhas
duas grandes
paixões: a Ga-
briela e o lancer”,
afirmou luiz. o
fun day é um dia
no qual o velo città
fica aberto à disposição de quem tem
um mitsubishi. trata-se de uma prova de
regularidade realizada em um autódromo
– no caso, um autódromo homologado
pela federação internacional de auto-
mobilismo (fia). em cada uma das três
provas, de 30 minutos, os participantes
precisam passar no tempo correto em
diversos pontos da pista e fazer a volta no
tempo determinado pela organização. o
piloto mais regular leva o troféu para casa.
nardolei, aquele do asX seminovo, ficou
na 13ª colocação da primeira etapa. “foi
excelente, inesquecível.
na próxima, estarei aqui de novo.” cleuci e
rodrigo, pai e filho que vieram de outlan-
der Gt, também aprovaram a brincadeira.
“em 70 anos de vida nunca havia passado
por uma experiência como essa. foi
revigorante”, disse cleuci. “eu sabia que
tinha um ótimo carro, mas agora tenho
certeza”, concluiu rodrigo. já Gabriela, a
noiva, estava extasiada com o fun day:
“Que meu casamento seja sempre assim,
que momentos como esse continuem
fazendo parte da nossa vida.”
Entre os presentes nas etapas de abertura, famílias, amigos e um casal de noivos
Regular e sempre
por renato Góes autódromo velo città @nacaomitsubishi @mundomit www.mitsubishimotors.com.br
próxiMas etapasn 20 jun Goiânia (GO) n 25 jul Velo Città (SP) n 22 ago Interlagos (SP) n 03 out Tarumã (RS) n 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração
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123junho 2015 Mit revista
do Fun day, podem participar o outlander, o asx e o lancer
“É emocionante participar deste evento numa pista como o velo città. daqui para a frente não vou perder uma etapa.” hans sartori beran, estudante
“o carro respondeu muito bem na pista. Mas o mais legal foi compartilhar esse momento com meus amigos e minha namorada.”tiago rossetti, programador
fotos adriano carrapato
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124 Mit revista junho 2015
universo mitsubishi
por juliana aMato
Motorsports @nacaomitsubishi @mundomit www.mitsubishimotors.com.br
Campos do Jordão (SP) e Tiradentes (MG), no Sudeste, e Gravatá (PE), no Nordeste, abriram a temporada 2015 do Mitsubishi MotorSports
A Nação 4x4 está de volta
túnel de árvores nos arredores da histórica tiradentes
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125junho 2015 Mit revista
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REFERÊNCIAno transporte
126 Mit revista junho 2015
já fazia quatro meses que a
nação 4x4 não se encontrava.
a última etapa do mitsubishi
motorsports sudeste havia sido
no dia 15 de novembro, em ribeirão
preto. após uma longa espera, lá
estavam os felizes clientes mitsubishi
prontos para a largada de mais uma
temporada do rali de regularidade.
dia 21 de março, campos do jordão
(sp). frio sob medida. chuva mais sob
medida ainda. tudo do jeito que estes
pilotos e navegadores gostam. a prova
exigiu habilidade dos competidores
para executar curvas com o piso liso,
além de driblar a neblina e a garoa.
os mais de 250 carros inscritos
espirraram muita lama pela serra
da mantiqueira. entre idas e vindas
pela divisa entre são paulo e
minas Gerais, a planilha levou os
participantes pelas cidades são bento
do sapucaí, marmelópolis, delfim
moreira, brasópolis, piranguçu e
Wenceslau braz. sobrou adrenalina.
marcio roberto torres e carolina
merisse, proprietários de uma l200,
participaram pela primeira vez.
“sempre quisemos participar do
motorsports”, contou ele. marcio,
10 anos, filho do casal, entrou na
brincadeira para ajudar os pais e adorou
a experiência.
na categoria Graduados, o primeiro
lugar foi para os irmãos alfredo e
camilo turcatto, de são paulo (sp),
a bordo de um pajero full. “voltamos
agora a competir juntos e estamos
felizes com o resultado”, disse o
navegador. “viemos focados para
competir. começar o ano assim
aumenta a nossa confiança”, completou
o piloto. na categoria turismo,
quem levou a melhor foi o casal luiz
renato lopes e debora carvalho, de
pouso alegre (mG), a bordo de uma
l200 triton. “buscamos o rali para
fazer programas com nossos filhos
adolescentes. e quando entramos no
carro esquecemos o papel de marido
e mulher, viramos piloto e navegador”,
contou debora. na categoria para os
iniciantes, a turismo light, leandro
de mendonça thurler e rodrigo vieira,
de rio das ostras (rj), venceram a
bordo de um pajero tr4. “foi uma
emoção enorme. vale muito a pena.
Quando chegamos da trilha, senti que
estávamos bem, mas não tínhamos
a noção de que daria para ganhar”,
comemorou o navegador, que pretende
estar “em todas as etapas deste ano”.
Enquanto a etapa de Campos o Jordão foi debaixo de uma garoa que deixou o piso como a Nação 4x4 gosta, em
Tiradentes a prova foi em um dia de sol e vento fresco
universo mitsubishi Motorsports sudeste
uma l200 triton rs vence as
montanhas de campos do jordão
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128 Mit revista junho 2015
universo mitsubishi Motorsports sudeste
o pódio da categoria turismo light em campos do jordão e o sorriso no rosto dos competidores
classiFicação caMpos do jordãon Graduados 1) alfredo turcatto/camilo turcatto (são Paulo/sP) 2) josé marques junior/claudio roberto flores (Belo Horizonte/MG) 3) acyr hideki silva/Gustavo schmidt (corupá/sc) 4) otavio enz marreco/allan enz (Apucarana/PR) 5) ernesto Kabashima/luiz durval brenelli paiva (são Paulo/sP) n turismo 1) luiz renato lopes/debora a. de carvalho (Pouso Alegre/MG) 2) paula breves/vilma rafael (Rio de Janeiro/RJ) 3) carlos frederico bauer/ alexandro silva (são Bento do sul/sc) 4) valdir de lacerda/elisa borges lacerda (Pouso Alegre/MG) 5) paulo rochadel lima/ daniel cavalcanti lima (Brasília/DF) n turismo light 1) leandro thurler/rodrigo j. vieira (Rio das Ostras/RJ) 2) claudio lemos/ any Karoline lemos (Rio de Janeiro/RJ) 3) ricardo sant’ana/samila colla (são Paulo/sP) 4) fernando cesar louro/victor Gomes barcellos (são Paulo/sP) 5) reginaldo rocha junio /evaldo alves (são Paulo/sP)
classiFicação tiradentesn Graduados 1) bruno eymael/victor eymael (santana de Parnaíba/sP) 2) otavio enz marreco/allan enz (Apucarana/PR) 3) daniel Krabbe/marcello ladeira (Jacareí/sP) 4) josé marques junior/claudio roberto flores (Belo Horizonte/MG) 5) luciano Wanzuit/renan pamplona medeiros (Gaspar/sc) n turismo 1) carlos frederico bauer/alexandro silva (são Bento do sul/sc) 2) eduardo Kruger/fabiane Kruger (Jaraguá do sul/sc) 3) paulo rochadel lima/daniel cavalcanti lima (Brasília/DF) 4) paula breves/vilma rafael (Rio de Janeiro/RJ) 5) celio mauro fonseca/matheus ribeiro fonseca (Pouso Alegre/MG) n turismo light 1) claudio rafael/any Karoline lopes (Rio de Janeiro/RJ) 2) Guilherme sodre / Gustavo Gasparian (são Paulo/sP) 3) leonardo menarim/adriana micheli (castro/PR) 4) reginaldo rocha junior/evaldo alves (são Paulo/sP) 5) leandro thurler/rodrigo vieira (Rio das Ostras/RJ)
próxiMas etapas sudesten 20 jun Goiânia (Go) n 04 jul curitiba (pr) n 08 ago penedo (rj) n 22 ago vitória (es) n 07 nov joinville (sc) n 28 nov ribeirão preto (sp)
patrocinadores: petrobras, itaú, dalgas, W. truffi, transzero, pirelli, clarion, unirios, embracon, stp, tecfil, mapfre, pilkington, flamma, rede, sky, sideral e artfix.
“Mesmo sem conhecer ninguém, fui muito ajudada durante o rali. você faz amigos, se diver-te. esse é o espírito da nação 4x4.” any Karoline lemos, rio de janeiro (rj)
“além do prazer de acelerar, fazer parte de um rali de verda-de e de estar entre amigos, você viaja, conhece cidades pelo brasil.”leandro thurler, rio das ostras (rj)
tiradentes
a segunda etapa do ano do mitsu-
bishi motorsports sudeste aconteceu
nos arredores da cidade histórica de
tiradentes (mG). de pajero dakar, josé
carlos coelho e alexandrina souza, de
campinas (sp), casados há mais de
30 anos, formavam uma das duplas. o
engenheiro e a professora eram pura ani-
mação na companhia do casal de amigos
Waldeques e regina. a planilha levou os
competidores aos municípios de prados,
lagoa dourada e dores de campos. “na
primeira etapa tivemos muitos desafios,
pois choveu. mas foi maravilhoso”, con-
tou o piloto, sobre a prova de campos do
jordão (sp). em tiradentes, mais expe-
rientes, perderam-se pouco e estavam
mais habituados à planilha. apesar da
diversão, não foi dessa vez que a turma
foi ao pódio. “mas valeu. Quem sabe
na próxima?”, comentou regina. Quem
venceu na categoria turismo light foi o
casal claudio rafael e any Karoline le-
mos, do rio. “batalhamos. o espírito 4x4
é indescritível!”, disse any. na turismo,
carlos bauer e alexandro silva, foram
ao topo. “foi um trabalho em equipe”,
contou bauer. na Graduados, a vitória
foi de bruno e victor eymael, com um
pajero full. “foi nossa primeira vitória. tá
difícil acreditar”, contou bruno.
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130 Mit revista junho 2015
classiFicação GravatÁn Graduados 1) fernando Gomes/amarino duarte (Fortaleza/cE) 2) fernando oliveira/ jean paul bernhardt (Teresina/PI) 3) paulo roberto Goes/jhonatan ardigo (Joinville/sc) 4) fabio carvalho / claudio flores (Belo Horizonte/MG) 5) paulo coelho/cristovam coelho neto (Fortaleza/cE) n turismo 1) fernando siqueira/fabio saboia (Fortaleza/cE) 2) pedro barbosa/sirio silva (Fortaleza/cE) 3) romulo cavalcanti junior/humberto Waldy neto (Fortaleza/cE) 4) marcio botelho/leandro belizario (Fortaleza/cE) 5) thiago soares ferreira/emerson toshio arakaki (Fortaleza/cE) n turismo light 1) ronaldo nogueira/denise nogueira (Fortaleza/cE) 2) eduardo lopes / erico sousa (Fortaleza/cE) 3) victor de lima saraiva/joão paulo rodrigues (Recife/PE) 4) thiago barreto de souza/rodrigo barreto da cunha (Olinda/PE) 5) alberto borba/ricardo maciel de Gouveia (Recife/PE)
próxiMas etapas nordesten 12 set joão pessoa (pb) n 26 set natal (rn) n 24 out fortaleza (ce)
patrocinadores: petrobras, itaú, dalgas, W. truffi, transzero, pirelli, clarion, unirios, embracon, stp, tecfil, mapfre, pilkington, flamma, rede, sky, sideral e artfix.
“É um fim de semana diferente. você tem a chance de colocar seu carro na trilha em um evento superorganizado.”eduardo callou, Barbalha (PE)
universo mitsubishi Motorsports nordeste
“vai-te embora! vai-te
embora!” com o
inconfundível sotaque
pernambucano,
eduardo callou dava o impulso para
ricardo dos santos acelerar a l200
triton pelas serras dos arredores de
Gravatá. a cidade, a 84 quilômetros
do recife, recebeu a etapa de abertura
do mitsubishi motorsports nordeste.
eduardo é mineiro de uberaba. foi lá pra
cima estudar medicina, conheceu a irmã
de ricardo, casou-se e mudou-se para
barbalha. apesar de ser estreante no
papel de navegador, eduardo parece à
vontade com a planilha. na primeira hora
de prova, nenhum vacilo, nenhum erro.
bastou, no entanto, receber um
elogio do cunhado para aparecer uma
ponte de madeira que não tinha que
aparecer. meia-volta. era preciso buscar
alguma referência que os fizesse voltar
à prova. um mata-burro, um cacto,
uma casa, um rio, uma ponte, uma torre
eólica... foram quatro minutos de atraso.
era preciso ultrapassar os carros que os
haviam deixado para trás. e tome poeira.
e tome emoção. “vai-te embora, vai-te
embora!” ricardo e eduardo mandaram
bem. conseguiram minimizar o erro.
passaram por chã Grande, bezerros,
cumaru... depois de cruzar a linha
de chegada, a dupla estava feliz com
o desempenho e, principalmente,
com a diversão. “É um fim de semana
diferente. a gente se esquece de tudo. e
curte a adrenalina”, diz ricardo.
a ponte que apareceu onde não tinha
que aparecer fez um estrago no desem-
penho dos amigos. não que eles tenham
ido mal: ficaram em 34º lugar entre os
86 carros da categoria turismo light.
“mais da metade dos pontos perdemos
naqueles quatro minutos”, lamentou
eduardo. a vitória na categoria ficou com
ronaldo e denise nogueira, de fortaleza
(ce). casados há 35 anos, eles garan-
tem que o motorsports é um excelente
hobby de casal. “estamos com os filhos
criados. o rali acaba sendo um objetivo
comum, que une o casal”, diz ronaldo.
na categoria turismo, melhor para os
também cearenses fernando siqueira e
fabio saboia, de fortaleza. na Gradua-
dos, a vitória ficou com fernando Gomes
e amarino duarte, outra dupla de forta-
leza. “não me venha falar em favoritismo.
tem muita poeira até o fim do campeo-
nato”, alertou fernando. a próxima aven-
tura da nação 4x4 no nordeste acontece
no dia 12 de setembro, em joão pessoa
(pb). vai encarar ou vai-te embora?
terra e cactos no caminho até o pódio de Gravatá (pe) fo
tos
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Mulmídia ASX, TR4, L200, Pajero Dakar, Lancer e Pajero Full
Compabilidade: uso
Compabilidade: Mulmídia ASX
132 Mit revista junho 2015
universo mitsubishi
por henrique skujis
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133junho 2015 Mit revista
Com bike, trekking, canyoning e muita lama, Campos do Jordão (SP) abriu a temporada
A aventura recomeçou
Travessia de rio em busca de mais
um carimbo
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134 Mit revista junho 2015
Uma trilha por uma extinta
linha de trem que escoava a
produção de marmelo. Um
canyoning bem molhado
na cachoeira de São Sebastião. Um
pequeno trekking por um pedaço
do Caminho da Fé. Dois trechos 4x4
para Mitsubishi nenhum botar defeito.
Uma pedalada de seis quilômetros
montanha enlameada abaixo. A busca
de um ponto no mapa apenas com o
uso de coordenadas geográficas. A
manufatura de uma bússola utilizando
agulha e rolha. Tudo isso debaixo
de uma chuvinha fina que deixou as
estradas de terra molhadas o suficiente
para aumentar a emoção na pilotagem.
Esse foi um pouco do cardápio
servido durante a etapa de abertura
da 12ª temporada do Mitsubishi
Outdoor, em Campos de Jordão.
Os competidores aceleraram por
pedaços menos conhecidos da serra
da Mantiqueira, ziguezagueando entre
os estados de São Paulo e Minas Gerais
e avistando os rios Sapucaí e Santo
Antônio. Entre as cidades do caminho,
Delfim Moreira e Marmelópolis, que
já foram as maiores produtoras de
marmelo do Brasil – a fábrica da Cica
virou centro cultural. “Essa mistura
de adrenalina com tarefas culturais
é fantástica”, diz João Felipe Pestana,
piloto da equipe Isso Paulista. “A gente
vem pra subir no pódio, mas o que mais
nos atrai para o Mitsubishi Outdoor é a
oportunidade de viajar e se divertir em
família.”
A bordo de um Pajero TR4, ele veio
com a mulher, o filho, a nora e um casal
de amigos. A Paulo, filho de João Felipe,
couberam as tarefas mais “adrenadas”,
como as duas pedaladas da planilha.
“O pior é que eu não sei o que é lama
e o que é estrume de vaca”, brincou
Paulo, depois de vencer a pirambeira
sobre duas rodas. João Felipe é 4x4 das
antigas. Daqueles que desde moleque
abrem o sorriso ao encontrar uma trilha
enlameada. Quando ficou sabendo
da existência do rali de estratégia da
Mitsubishi, comprou o Pajero TR4 para
poder participar.
Quem também apareceu de carro
novo foi André Xavier, estrategista da
Crazy Birds, uma das principais equipes
do Mitsubishi Outdoor. O carro, no
caso, era o Mitsubishi ASX 4x4 do pai.
“Comprei pra usar na cidade, mas o
Os competidores aceleraram por pedaços menos conhecidos da serra da Mantiqueira, ziguezagueando
entre os estados de São Paulo e Minas Gerais
UnIvERSO MITSUBIShI outdoor
No caminho, um túnel por onde
passava uma hoje extinta
linha de trem
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136 Mit revista junho 2015
classificação campos do jordãon fun 1) Coragem 2) Crazy Birds 3) Mittrail n Extreme 1) Omelletes Sem Noção 2) Futura Tintas 3) Flexsoft
próximas Etapasn 04 jul Curitiba (PR) n 08 ago Penedo (RJ) n 22 ago Vitória (ES) n 07 nov Joinville (SC) n 28 nov Ribeirão Preto (SP)
patrocinadorEs: Petrobras, Mapfre, Transzero, Atlântica, Midori, Pirelli, Clarion, Unirios, Pronutri, Brascabos, Cisa Trading, W. Truffi, Pilkington e Artfix.
“no mitsubishi outdoor, você faz amizades e conhece novos lugares. tudo com muito espírito de aventura.”Eduardo Lopes, equipe Promed
trekking, canyoning e pilotagem no
caminho até o pódio
UNiVERSO MiTSUBiShi outdoor
“nossa equipe é de amigos, não de atletas. nos divertimos na sexta, no sábado, no domingo.”Ricardo Perazatta, equipe Omelletes Sem Noção
André é apaixonado por isso aqui e me convenceu a vir com
ele”, disse Eduardo Lucas Xavier, 67 anos, feliz da vida ao ver
seu novo carro pintado de lama. “Fiquei impressionado que
o mesmo ASX que eu uso no dia a dia é capaz de enfrentar
trilhas de terra com tanto desempenho mesmo debaixo de
chuva.” E por pouco os “pássaros loucos” não voaram até
o topo do pódio. Quase. Ficaram na segunda colocação da
categoria Fun.
A vitória ficou com a equipe Coragem, que entre os seus
dez integrantes tem seis mulheres e duas crianças, de 9 e 12
anos. Na categoria Extreme, os melhores da etapa foram os
Omelletes Sem Noção. “Somos uma equipe de amigos”, diz
Mauricio Marengoni. “Não somos atletas. A gente vem pela
alegria. Nos divertimos na sexta, no sábado e no domingo”,
completa Ricardo Perazatta. O próximo fim de semana de
festa e aventura é no dia 4 de julho, em Curitiba.
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138 Mit revista junho 2015
universo mitsubishi
por juliana aMato e renato Góes
cup
o Mitsubishi asx r acelera nas trilhas de ribeirão preto (sp)
A nova categoria ASX R foi o destaque das duas primeiras etapas da Mitsubishi Cup 2015
Terra à vista!
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139junho 2015 Mit revista
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140 Mit revista junho 2015
em sua 16ª temporada,
a mitsubishi cup, o mais dis-
putado rali cross-country de
velocidade do país, ganhou
uma nova categoria. a novidade atende
pelo nome de asX r e tem como prota-
gonista o a asX racing, carro desen-
volvido pela ralliart.
na primeira etapa do ano, em ribei-
rão preto (sp), 56 carros aguardavam
a contagem regressiva para percorrer
o circuito criado na fazenda francesca.
o dia começou lamacento e escorre-
gadio. na segunda prova do dia, com
o terreno mais seco, as ondulações no
solo aumentaram. a piloto sandra dias
se surpreendeu com as curvas cegas,
escondidas pela cana alta. “essa foi a
minha primeira experiência, é muita
adrenalina, é maravilhoso”, disse ela,
que, ao lado de minae miyauti, faz
parte da única dupla 100% feminina
da mitsubishi cup. mais tarde, com o
sol a pino, a terceira prova fez parti-
cipantes enfrentarem um solo seco e
com cascalho. “foi um circuito novo
e desafiador”, contou o piloto marcos
ermírio de moraes.
seGunda etapa
pela quarta vez a cidade de Mafra
(sc) sediou uma etapa da mitsubishi
cup. o palco novamente foi a fazenda
campo novo. com a colheita de soja
e milho já realizada, a visibilidade era
total, mas as beiradas da pista estavam
traiçoeiras por causa da palha que
forrava o chão. bastava sair um pouco
do trilho para que segundos preciosos
fossem perdidos. dirigir muito rápido
se mostrou uma tática menos eficaz
do que se manter na pista andando
com mais prudência. um bom exemplo
ocorreu na categoria pajero tr4 er, em
que luiz carlos parente e Glauco alen-
castro se sagraram campeões sem ter
vencido nenhuma das três provas. “foi
uma prova muito técnica e o nosso en-
trosamento foi perfeito”, afirmou o pi-
loto. na pajero tr4 er master, a dupla
andré miranda/allison pedroso havia
vencido as duas primeiras provas. na
terceira prova, ficaram em quarto lugar,
a um décimo da terceira colocação.
com isso, os fred e nickolas macedo,
que venceram a terceira prova, ficaram
com o título. na asX r, peterson oli-
veira e Gilson rocha venceram duas de
três provas. na l200 triton er, quem
não deu mole para a concorrência foi a
dupla albano dos santos e joão Gilber-
to ferreira, que faturou as três etapas
do dia. Quem seguiu a mesma linha foi
o piloto fernando ewerton na triton rs,
que fez a trinca em mafra.
com a colheita feita, a visibilidade aumentou nas trilhas de Mafra (sc)
universo mitsubishi cup
Ribeirão Preto (SP) e Mafra (SC), duas das mais tradicionais etapas da história
da Mitsubishi Cup, abriram a temporada 2015
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142 Mit revista junho 2015
universo mitsubishi cup
classiFicação ribeirão preto (sp)n l200 triton rs 1) marcelo emerichk men-des/breno de almeida resende 2) ricardo feltre/andré lucas munhoz 3) fernando ewerton/alberto andreotti n l200 triton er 1) renato Kahn/Gizle araújo 2) ivan machado terni/eduardo pereira e. costa 3) pietro branchina/henry Kirst n asx r 1) marcelo tomasoni/luis felipe eckel 2) marcelo fiuza/dalmo bergantin 3) peterson oliveira/Gilson rocha n pajero tr4er Master 1) rodrigo meinberg/joão luis stal 2) eder benito/fernando abe 3) fabrício Zanella/elaine ribeiro machado n pajero tr4 er 1) vitor josé muench/jorge adriano peters 2) paulo cesar Gondim/antonio chagas júnior 3) luiz claudio parente/Glauco alencastro
classiFicação MaFra (sc)n l200 triton rs 1) fernando ewerton/alberto andreotti 2) juliano jorge vieira diener/luiz afonso poli 3) marcelo emerichk mendes/breno de almeida resende n l200 triton er 1) albano dos santos parente jr/ joão Gilberto ferreira 2) ivan machado terni/eduardo pereira e costa 3) renato Kahn/ Gizle araújo n asx r 1) peterson oliveira/ Gilson rocha 2) Wagner roncon/joselito viei-ra júnior 3) fabio ruediger/eduardo bampi n pajero tr4 er Master 1) fred macedo/nick macedo 2) andré miranda/alison pedroso 3) fabrício Zanella/elaine ribeiro machado n pajero tr4 er 1) luiz claudio parente/Glauco alencastro 2) carlos alberto Girolla/Gilberto cecilio junior 3) alessandro césar tozoni/fabio peralli
próxiMas etapasn 27 jun jaguariúna (sp) n 29 ago a definir n 19 set indaiatuba (sp) n 17 out a definir n 14 nov mogi Guaçu (sp)
patrocinadores: axalta, itaú, transzero, petrobras, pirelli, magneti marelli, unirios, clarion, sky, italspeed, stp e artfix.
“o asx r tem po-tência, estabilidade e ainda é o carro mais bonito da Mitsubishi cup.” fabrício bianchini,categoria AsX R
“a Mitsubishi cup é a grande escola para surgirem novos pilotos e fazer crescer o esporte no brasil.”marcos moares,categoria AsX R
“o sistema sit&drive facilita muito a vida de quem corre. basta chegar e acelerar, sem preocupação com as partes logís-tica e mecânica.”Glauber fontoura, categoria Triton Rs
lama em Mafra. concentração e
champanhe em ribeirão
universo mitsubishi cup
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144 Mit revista junho 2015
mit parceria pirelli
“as pistas funcionam
como um laboratório
a céu aberto.” a frase é
facilmente ouvida em
entrevistas com a participação da pirelli
e nos corredores da fabricante. com vo-
cação secular para os esportes a motor
e apreço italiano pelo design, a empresa
desenha pneus exclusivos tanto para os
mais prestigiados veículos como para
competições monomarcas. competições
de rua, ralis e pistas de circuito fechado
recebem essa atenção, visto que a his-
tória da pirelli se mistura à trajetória do
automobilismo mundial.
em 2011, quando a mitsubishi iniciou
o projeto do Lancer evo r, chamou a
pirelli para conversar a respeito do pneu
que deveria ser utilizado na categoria.
passada essa fase, as duas empresas cal-
çaram o veículo com um dos modelos de
linha para ter ideia de como o pneu iria se
comportar e o tanto de desenvolvimento
que seria necessário para se chegar ao
calçado ideal para essa competição.
Vários protótipos foram desenhados e
testados para se chegar, enfim, ao pneu
mais adequado. a pirelli, inclusive, desen-
volveu um novo composto, que, naquele
momento, tornou-se exclusivo para essa
categoria de turismo.
apesar de os pneus do Lancer evo de
passeio e de corrida possuírem medidas
semelhantes e o mesmo nome, eles não
são iguais. Os compostos de rodagem
para competição e algumas estruturas
são exclusivos para esse tipo de utilização.
trata-se de compostos de altíssima per-
formance. Os pneus de rua e o de compe-
tição atendem a diferentes requisitos. Se
o modelo de competição fosse para a rua,
o rendimento quilométrico seria baixo.
tendo isso em vista, o trabalho da pirelli
é balancear essa utilização de modo que
cada produto tenha o seu uso específico.
por outro lado, a competição serve de
laboratório a céu aberto, sim, pois alguns
dos componentes utilizados em pista
podem, no futuro, ir para a rua. isso não
será necessariamente perceptível aos
olhos do usuário. porém, quando um dos
pesquisadores da pirelli está estudando
um composto ou uma estrutura diferente
para alguma competição, pode também
encontrar uma solução que se encaixe
perfeitamente em algum pneu de passeio
que esteja igualmente em desenvolvimen-
to. em laboratório a céu aberto ou dentro
do centro de pesquisa e Desenvolvimento
da pirelli, acontece a mesma coisa: a fabri-
cante de pneus trabalha para desenvolver
e melhorar os pneus que estão tanto no
seu veículo como no monoposto ou bólido
da competição de que você mais gosta.
Os pneus de rua e de pista têm o mesmo nome e medidas semelhantes, mas são diferentes
cada Lancer evo com seu pneu
pOr marco moretti*
(*): gerente de produto Car e Motorsport da Pirelli para a América do Sul.
mitsubishi lancer cup: pneus pirelli desenvolvidos para a categoria
tOm
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146 Mit revista junho 2015
mit parceria transzero
“a qualidade não é
alcançada e sim
desenvolvida por
todos diariamente.” a
frase, que é parte do Sistema de Gestão
da transzero, sintetiza com precisão
o compromisso da empresa com a
satisfação dos clientes a cada entrega
de veículo. como resultado do foco no
aprimoramento dos processos internos,
a transzero conquistou há 17 anos a
certificação iSO NBr iSO 9001:2008
pela Fundação carlos alberto Vanzolini.
a certificação impulsiona as atividades
da empresa, que atua há mais de 50
anos no setor de transporte de veículos
e é a transportadora mitsubishi para
todo o país, realizando operações ágeis,
precisas, eficientes e sustentáveis.
O objetivo estratégico da transzero é
a busca contínua pela satisfação dos
clientes com serviços prestados por
pessoal qualificado e melhoria constante
dos nossos processos.
a empresa mantém uma moderna
e eficiente estrutura logística de
transporte, que cobre todo o território
nacional. a matriz está situada em São
Bernardo do campo (Sp). Onze filiais
dão apoio administrativo e operacional,
cobrindo os principais polos de
fabricação e distribuição de veículos
novos. além de montadoras, a transzero
atende as principais concessionárias,
locadoras de veículos, frotistas e pessoas
físicas. cem por cento rastreada por
satélite e apoiada por computadores
de bordo, a frota transzero permite
o gerenciamento de informações
integradas e a identificação da posição
dos veículos e equipamentos em todas as
etapas do transporte.
transzero atua há mais de 50 anos no setor de transporte de veículos
compromisso com a qualidade
Matriz da empresa é em são Bernardo
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148 Mit revista junho 2015
mit parceria unirios
interligar a região Norte ao Sul do
Brasil em lugares de difícil acesso
é o objetivo do grupo UNiriOS
desde 1993. Desenvolvendo
projetos logísticos como distribuição de
cargas em geral e operações especiais
de transbordo de navios, a UNiriOS
destaca-se no mercado nacional e
internacional como operador portuário
e pela excelência no cumprimento
dos prazos, segurança e investimento
contínuo em capacitação para os
colaboradores.
com frota de transporte moderna, o
grupo UNiriOS trabalha nas rodovias
com cavalos mecânicos, basculantes
e carretas baú, pranchas, siders,
cegonhas, extensivas, rebaixadas,
frigoríficas, linhas de eixo e transporte
de contêineres e big bags. Sobre as
águas, a empresa conta com grandes
balsas e empurradores, capazes de
transportar até 5 mil toneladas.
O grupo UNiriOS tem certificação
iSO 9001:2008, o que transmite ainda
mais credibilidade e confiança aos
clientes. a empresa possui um moderno
sistema de comunicação via satélite
e monitoramento de todas as cargas
24 horas por dia, aliando agilidade e
competência à garantia de integridade
dos produtos transportados.
a UNiriOS mantém contrato de
parceria na modalidade milk run com
a mitsubishi motors do Brasil, com
origem em São paulo, para transportar
peças importadas e nacionais para
abastecer a fábrica de catalão, no
interior de Goiás, inclusive com entrega
de embalagens aos fornecedores. Dentre
os serviços prestados está o transporte
de peças por meio de equipamentos
com cavalos mecânicos, carretas-baús,
siders e double decks com sistema
de rastreamento via satélite. com
esses e todos os outros trabalhos,
sempre cumprindo o que é firmado na
negociação, a UNiriOS se consolida,
cada dia mais, como a melhor empresa
de transporte rodofluvial do Brasil.
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150 Mit revista junho 2015
retrovisor um olhar para o passado
por rodrigo ribeiro
a trajetória de sucesso do mitsubishi lancer nos ralis se mistura com a própria história do modelo. lançado em 1973, o carro
era oferecido em várias versões. a mais rápida delas era batizada de Gsr. seu motor 1.6 de 110 cv era capaz de levar seus 825 kg
a 185 km/h. essa variante esportiva foi feita de olho nas competições off-road, nas quais sua potência subia para 171 cv. o resultado
nas pistas chegou rápido: o lancer Gsr estreou com vitória no rali australiano southern Cross em 1973. a consagração veio no
ano seguinte, no safari rally, competição africana com mais de 5 mil quilômetros de extensão e comparável com o mítico dakar.
este carro da foto venceu a prova por quatro anos seguidos, de 1974 a 1977. uma das raras unidades ainda em ação do lancer Gsr,
um modelo verde, ano 1975, está exposta no autódromo velo Città, em mogi Guaçu (sp).
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