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- 2 - Mitologia Pode-se definir Mitologia como o estudo e a interpretação do mito e do conjunto dos mitos de uma determinada cultura. O mito é um fenômeno cultural complexo que pode ser encarado de vários pontos de vista. Em geral é uma narração que descreve e retrata em linguagem simbólica a origem dos elementos e postulados básicos de uma cultura. A narraçãomítica conta, por exemplo, como começou o mundo, como foram criados os seres humanos e os animais e a origem de certos costumes e formas das atividades humanas. Quase todas as culturas possuem ou possuíram mitos algum dia e viveram de acordo com eles. Os mitos diferenciam-se dos contos de fadas por referirem-se a um tempo diferente do tempo comum (contos tradicionais). A seqüência do mito é extraordinária, desenvolvida num tempo anterior ao nascimento do mundo convencional. Como os mitos se referem a um tempo e um lugar extraordinário, bem como a deuses e processos sobrenaturais, têm sido considerados aspectos da religião. Porém, como sua natureza é integradora, o mito pode iluminar muitos aspectos da vida individual e cultural. Desde os primórdios da cultura ocidental, o mito apresenta um problema de significado e interpretação que tem gerado discussões sobre o valor e a importância da mitologia.

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MitologiaPode-se definir Mitologia como o estudo e a interpretação do

mito e do conjunto dos mitos de uma determinada cultura.

O mito é um fenômeno cultural complexo que pode serencarado de vários pontos de vista. Em geral é uma narração quedescreve e retrata em linguagem simbólica a origem dos elementose postulados básicos de uma cultura.

A narração mítica conta, por exemplo, como começou omundo, como foram criados os seres humanos e os animais e aorigem de certos costumes e formas das atividades humanas.

Quase todas as culturas possuem ou possuíram mitos algumdia e viveram de acordo com eles.

Os mitos diferenciam-se dos contos de fadas por referirem-se aum tempo diferente do tempo comum (contos tradicionais). Aseqüência do mito é extraordinária, desenvolvida num tempoanterior ao nascimento do mundo convencional.

Como os mitos se referem a um tempo e um lugarextraordinário, bem como a deuses e processos sobrenaturais, têmsido considerados aspectos da religião.

Porém, como sua natureza é integradora, o mito pode iluminarmuitos aspectos da vida individual e cultural.

Desde os primórdios da cultura ocidental, o mito apresenta umproblema de significado e interpretação que tem gerado discussõessobre o valor e a importância da mitologia.

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O que é Mito?Mitos são histórias tradicionais, quase sempre sobre deuses,

heróis ou criaturas do mundo animal, que explicam por que omundo é do jeito que é.

Pessoas de todos os tempos e de todos os tipos de culturaconstataram que a vida está repleta de mistérios. Por exemplo: qualé a origem do mundo, por que o sol se movimenta atravessando ofirmamento, o que faz as coisas crescerem, por que as plantasmorrem no inverno e renascem na primavera, de que modo ocorremas marés, por que há terremotos, para onde vão as pessoasquando morrem, se é que vão para algum lugar?

Na tentativa de responder a perguntas como essas, o homemcriou narrativas que transcendem a existência comum e cotidiana eque se enraizaram em diferentes culturas.

Dessa maneira, as respostas para as mais complicadasindagações da vida foram transmitidas de geração para geração, naforma de mitos. Em geral havia semelhanças entres as históriascontadas em sociedade marcadamente distintas, como nasMitologias da Grécia Antiga e dos Nórdicos, nas quais aparecemtemas universais como a vida após a morte e a origem do mundo.

Os mitos eram bem mais do que o simples contar história.Cada cultura possuía cerimônias e rituais próprios associados aosmitos. Essa associação implicava representar histórias exemplaresou oferecer sacrifícios aos deuses, na esperança de receberalguma benção em troca, como uma boa safra ou a vitória em umabatalha.

Explicações mitológicas do mundo diferem das explicaçõesapresentadas pela filosofia, que se baseiam na experiência e narazão. Os filósofos gregos buscavam explicações naturais, nãoexplicações sobrenaturais.

Esses filósofos diziam que os mitos não combinavam com umentendimento adequado da realidade. Criticavam as histórias deHomero porque nelas os deuses tem exatamente as mesmasimperfeições dos seres humanos.

O pensamento mítico teve início na Grécia, do séc. XXI ao VIa.C. e nasceu do desejo de dominação do mundo, para afugentar omedo e a insegurança. A verdade do Mito não obedece à lógicanem da verdade baseada na experiência, nem da verdadecientífica.

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É verdade compreendida, que não necessita de provas paraser aceita. É portanto uma percepção compreensiva da realidade, éuma forma espontânea do homem situar-se no mundo.Normalmente, associa-se, erroneamente, o conceito de mito àmentira, ilusão,ídolo, lenda ou ficção.

O mito não é uma mentira, pois é verdadeiro para quem o vive.A narração de determinada história mítica é uma primeira atribuiçãode sentido ao mundo, sobre o qual a afetividade e a imaginaçãoexercem grande papel.

Não podemos afirmar também que o mito é uma ilusão, poissua história tem uma racionalidade, mesmo que não tenha umalógica, por trabalhar com a fantasia.

Devemos diferenciar mito e ídolo, pois mesmo existindo umarelação entre eles, o mito é muito "maior" que o ídolo (objeto depaixão, veneração).

O mito é muito confundido com o conceito de lenda, porém estanão tem compromisso nenhum com a realidade, são meras históriassobrenaturais.

O mito não é exclusividade de povos primitivos, nem decivilizações nascentes, mas existe em todos os tempos e culturascomo componente inseparável da maneira humana de compreendera realidade. O mito é, na realidade, uma maneira de entender opassado.

Um historiador de religiões, certa vez afirmou: "Os mitoscontam apenas aquilo que realmente aconteceu". Isto não querdizer que os mitos explicam os fatos corretamente. Eles sugerem,entretanto, que por trás da explicação existe uma realidade que nãopode ser conhecida e/ou examinada.

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Tipos de mitosMitos cosmogônicos.Dentre as grandes interrogações que o homem permanece

incapaz de responder, apesar de todo o conhecimento experimentale analítico está à origem da humanidade e do mundo que habita.

É como resposta a essa interrogação que surgem os mitoscosmogônicos. As explicações oferecidas por esses mitos podemser reduzidas a alguns poucos modelos, elaborados por diferentespovos.

É comum encontrar nas várias mitologias a figura de um criadorque, por ato próprio e autônomo, estabeleceu ou fundou o mundoem sua forma atual.

Os mitos desse tipo costumam mencionar uma matéria jáexistente a toda a criação: o oceano, o caos ou a terra.

A criação a partir do nada, unicamente pela palavra de Deus,aparece claramente no livro bíblico do Gênesis.

Mitos escatológicosAo lado da preocupação com o enigma da origem, figura para o

homem, como grande mistério, a morte individual, associada aotemor da extinção de todo o povo e mesmo do desaparecimento douniverso inteiro.

Para a mitologia, a morte não aparece como fato natural, mascomo elemento estranho à criação original, algo que necessita deuma justificativa, de uma solução em outro plano de realidade.

Algumas explicações predominam nas diversas mitologias. Hámitos que falam de um primeiro período em que a morte não existiae contam como ela sobreveio por efeito de um erro, de um castigoou para evitar a superpopulação.

Outros mitos, geralmente presentes em tradições culturais maiselaboradas, fazem referência à condição original do homem comoser imortal e habitante de um paraíso terreno, e apresentam a perdadessa condição e a expulsão do paraíso como tragédiaespecificamente humana.

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Natureza do mito

Um dos livros mitológicos mais conhecidos é a "Ilíada", deHomero, que conta sobre a Guerra de Tróia. Nenhum leitor, hoje emdia, aceita a obra de Homero como um relato histórico. Porém, nãoexiste quase nenhuma dúvida de que, em algum tempo, muitosséculos antes de Homero, realmente houve uma guerra entrecidades-estado gregas e habitantes do noroeste da Ásia Menor.

Outro dos grandes mitos dos povos antigos é o Dilúvio. Aversão mais conhecida é o relato, encontrado no Gênesis o primeirolivro da Bíblia, de Noé e sua arca.

Nenhum cientista hoje admitiria que uma enchente pudesse tercoberto toda Terra, com a água atingindo as mais altas montanhas,mas a antiga Mesopotâmia sofreu muitas inundações.

É provável que uma excepcional enchente tenha se tornado umtema para a futura criação de um mito. Talvez, as ocorrências demuitas inundações foram agrupadas para, juntas, tornar-se umaúnica estória.

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A função dos Mitos

Os mitos tentam responder muitas questões.

Como o mundo surgiu? Como são os deuses, e de ondevieram? Como surgiu a humanidade? Por quê existe o mal nomundo? O que acontece após a morte? Os mitos também tentamexplicar costumes e rituais de uma determinada sociedade. Elesexplicam as origens da agricultura e a fundação de várias cidades.

Além de fornecer tais explicações, os mitos são usados parajustificar o modo de vida de uma sociedade. Várias famílias emmuitas civilizações antigas, justificavam os seus poderes através delendas que descreviam suas origens como sendo divinas.

A narração mitológica envolve basicamente acontecimentossupostos, relativos a épocas primordiais, ocorridos antes dosurgimento dos homens (história dos deuses) ou com os "primeiros"homens (história ancestral).

O verdadeiro objeto do mito, contudo, não são os deuses nemos ancestrais, mas a apresentação de um conjunto de ocorrênciasfabulosas com que se procura dar sentido ao mundo.

O mito aparece e funciona como intervenção simbólica entre osagrado e o seu oposto (o profano), condição necessária à ordemdo mundo e às relações entre os seres.

As semelhanças com a religião mostram que o mito se refere -ao menos em seus níveis mais profundos - a temas e interessesque ultrapassam a experiência imediata, o senso comum e a razão:Deus, a origem, o bem e o mal, o comportamento ético e aescatologia (destino último do mundo e da humanidade).

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Mito e religião

Alguns especialistas, atribuem importância especial aoargumento religioso do mito. Com efeito, são muito freqüentes osmitos que tratam sobre a origem dos deuses e do mundo, doshomens, de determinados ritos religiosos, de preceitos morais,tabus, pecados e redenção.

Em certas religiões, os mitos formam um corpo doutrinal eestão estreitamente relacionados com os rituais religiosos, o quelevou alguns autores a considerar que a origem e a função dosmitos é explicar os rituais religiosos.

Mas tal hipótese não foi universalmente aceita, por nãoesclarecer a formação dos rituais e porque existem mitos que nãocorrespondem a um ritual.

O mito, portanto, é uma linguagem apropriada para a religião.Isso não significa que a religião, tampouco o mito, conte umahistória falsa, mas que ambos traduzem numa linguagem dedescrições e narrações uma realidade que ultrapassa o sensocomum e a racionalidade humana e que, portanto, não cabe emmeros conceitos analíticos.

Religião e mito discordam, não quanto à verdade ou falsidadedaquilo que narram, mas quanto ao tipo de mensagem quetransmitem.

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Mito e sociedade

Como forma de comunicação humana, o mito está obviamenterelacionado com questões de linguagem e também da vida socialdo homem, uma vez que a narração dos mitos é própria de umacomunidade e de uma tradição comum.

Não se conseguiu definir, no entanto, a natureza precisadessas relações. O estudo da sociedade e da linguagem podecomeçar apenas com os elementos fornecidos pela fala e pelasrelações sociais humanas, mas em cada caso esse estudo seconfronta com uma coerência de tradições que não estádiretamente aberta à pesquisa. Essa é a área em que atua amitologia.

Algumas concepções mitológicas podem exemplificar acomplexidade e a variedade das relações entre mito e sociedade.

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Mito e psicologia

Freud deu nova orientação à interpretação dos mitos e àsexplicações sobre sua origem e função. Mais que uma recordaçãoantiga de situações históricas e culturais, ou uma elaboraçãofantasiosa sobre fatos reais, os mitos seriam, segundo a novaperspectiva proposta, uma expressão simbólica dos sentimentos eatitudes inconscientes de um povo, de forma perfeitamentecomparável ao que são os sonhos na vida do indivíduo.

Não foi por outra razão que Freud recorreu ao mito grego paradar nome ao complexo de Édipo.

Para ele, o mito do rei que mata o pai e casa com a própriamãe simboliza e manifesta a atração de caráter sexual que o filho,na primeira infância, sente pela mãe e o desejo de superar o pai.

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Mito e arte

Pelo caráter simbólico que reveste, o mito pode serconsiderado como uma forte manifestação artística e geradora dearte.

Em cada povo e civilização, os mitos são fonte de inspiraçãopara as mais diversas obras de arte como esculturas, pinturas,inscrições, monumentos, construções de templos e até mesmo adisposição dos túmulos em cemitérios.

Hoje em vários museus do mundo existem quadros eesculturas representando os antigos personagens que fizeram parteda mitologia.

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Mito e razão

Alguns autores reduzem os mitos a narrativas referentes hátempos antiquados e elaborados em épocas pré-críticas, isto é,antes do uso de métodos racionais de estudo e análise.

Entendem que o mito tornou-se, com o tempo, mera literatura,embora encontrem dificuldades para estabelecer com precisãoquando teria cessado a criatividade mítica.

Outros estudiosos, ao contrário, consideram o pensamentomítico um constante estudo sobre o estudo e a classificação doscaracteres físicos dos grupos humanos, complementares aopensamento racional e não um estágio "menos evoluído" deste.

Apontam, para demonstrá-lo, sinais de que o pensamentomítico está em operação em muitas das manifestações culturaiscontemporâneas como a arte.

O pensamento racional e científico não seria, portanto, umdecifrador de mitos e substituto do pensamento mítico, mas podeser capaz de reconhecer sua atualidade.

Enquanto a astronomia, com suas descobertas, esvaziou oscéus, antes povoados de deuses, a sociologia e a psicologiadescobriram forças que se impõem ao pensamento e à vontadehumana, e portanto, atuam e se manifestam de modoindependente.

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Mitos sobre o tempo e a eternidade

Os corpos celestes sempre atraíram a curiosidade e o interessehumano, em todas as culturas.

A regularidade e precisão inalteráveis do movimento dos astrosforam com certeza uma imagem poderosa na formação de umaidéia de "tempo transcendente", concebido como eternidade, emcontraste com o mundo de incessantes alterações e osacontecimentos inesperados vividos no tempo terreno.

O retorno periódico dos fenômenos siderais e de processosnaturais terrestres projetou-se, em algumas culturas, na concepçãorepetitiva do tempo.

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Mitos de transformação e de transição

Numerosos mitos narram mudanças cósmicas, produzida aotérmino de um tempo primordial anterior à existência humana egraças às quais teriam surgido condições favoráveis à formação deum mundo habitável.

Outras grandes transformações e inovações, como adescoberta do fogo e da agricultura, estão associadas aos mitosdos grandes fundadores culturais.

Nos mitos, são freqüentes as transformações temporárias oudefinitivas dos personagens, seja em outras figuras humanas ou emanimais, plantas, astros, rochas e outros elementos da natureza.

As mudanças e transformações que se dão nos momentoscríticos da vida individual e social são objetos de particular interessemitológicos e rituais: nascimento, ingresso na vida adulta,casamento, morte - acontecimentos marcantes para a pessoa e suacomunidade - são interpretados como atualizações de processoscósmicos ou de realidades míticas.

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Deuses e heróis

Em muitas mitologias, descrevem-se hierarquias de deuses,cada uma com um ou mais deuses supremos. A supremacia podeser partilhada pelos membros de um casal, ou ser atribuídasimultaneamente a dois ou três deuses distintos.

Pode também variar com o tempo, segundo circunstânciashistóricas, como por exemplo o domínio de um povo sobre outro ouo predomínio de determinados interesses e atividades (de tipoagrícola, guerreiro etc.).

São freqüentes os relatos de deuses supremos, por vezesidentificados como criadores originais do mundo, que a seguir ficaminativos e deixam o governo a cargo de outro deus ou deuses.

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O Mito hoje

Mas, e quanto aos nossos dias, os mitos são diferentes?

Tradicionalmente, a criação de mitos e lendas, olha para opassado para tentar fazer com que o presente tenha sentido. Aoinvés disso, alguns mitos modernos olham para o futuro. Oscontadores de estórias fazem uso de muitas invenções dos últimosséculos para tentar dar pistas de como a Terra será daqui hácentenas de anos, ou para imaginar a vida daqui há bilhões deanos-luz no espaço ou no futuro distante.

A criação de mitos, assim como a superstição, não é apenaspropriedade de pessoas que viveram há milhares de anos atrás.Isto persiste através da história.

O Oeste Americano do século 19 foi o assunto favorito para acriação de muitos mitos. O Oeste era uma realidade. Haviacowboys, índios, foras-da-lei e xerifes. Já as estórias de "Faroeste",apresentadas no cinema e na televisão, são versões bastanteromânticas de uma realidade nada feliz e de riquezas.

O homem moderno, tanto quanto o antigo, não é só razão, mastambém afetividade e emoção. Hoje em dia, os meios decomunicação de massa trabalham em cima dos desejos e anseiosque existem na nossa natureza inconsciente e primitiva.

O mito recuperado do cotidiano do homem contemporâneo,não se apresenta com o alcance que se fazia sentir no homemprimitivo. Os mitos modernos não envolvem mais a totalidade doreal como ocorria nos mitos gregos, romanos ou indígenas.Podemos escolher um mito da sensualidade, outro damaternidade,sem que tenham de ser coerentes entre si.

Os super-heróis dos desenhos animados e dos quadrinhos,bem como os personagens de filmes, passam a encarnar o Bem e aJustiça, assumindo a nossa proteção imaginária.

Por que mitos? Por que nos importarmos com eles? O que elestêm a ver com nossas vidas?

Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamosfamiliarizados com a literatura do espírito. Estamos interessadosnas notícias do dia e nos problemas práticos do momento.

As literaturas grega e latina e a Bíblia costumavam fazer parteda educação de toda gente. Tendo sido suprimidas, em prol de umaeducação concorde com uma sociedade industrial, onde toda umatradição de informação mitológica do ocidente se perdeu.

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Muitas histórias se conservavam na mente das pessoas, dandouma certa perspectiva naquilo que aconteciam em suas vidas. Coma perda disso, por causa dos valores práticos de nossa sociedadeindustrial, perdemos efetivamente algo, porque não possuímosnada para por no lugar.

Essas informações, provenientes de tempos antigos, têm a vercom os temas que sempre deram sustentação à vida humana,construíram civilizações e formaram religiões através dos séculos, etêm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundosmistérios, com os profundos limites de nossa travessia pela vida, ese você não souber o que dizem os sinais deixados por outros aolongo do caminho, terá de produzi-los por conta própria.

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A mitologia grega

Antes de a primeira filosofia evoluir na Grécia antiga, o retratopredominante do mundo era mitológico. Esse retrato ganhou corpoao longo de séculos. a mitologia grega se desenvolveu plenamentepor volta de 700 a.C., quando Homero e Hesíodo registraramcompilações de mitos. As mais célebres são os poemas Ilíada eOdisséia, de Homero.

Há pelo menos duas explicações possíveis para o surgimentoda mitologia grega: os deuses representam fenômenos naturais,como o sol e a lua, ou eram heróis de um passado remoto, queforam glorificados ao longo do tempo.

Os Deuses gregos se assemelharam fisicamente aos humanose revelava sentimentos humanos, com freqüência se comportandode uma maneira tão egoísta quanto qualquer mortal.

As histórias desses deuses falam de uma época heróica, dehomens e mulheres com poderes extraordinários e a exemplo doque ocorreu em outras culturas, há também mitos que narram acriação do mundo e da humanidade.

Os mitos são crenças e observações dos antigos rituais gregos,o primeiro povo ocidental, surgindo por volta de 2000 a.C.. Consisteprincipalmente de um grupo de relatos e lendas diversos sobre umavariedade de deuses.

A mitologia grega tem várias características particulares. Osdeuses gregos eram retratados como semelhantes aos humanosem forma e sentimentos. Ao contrário de antigas religiões, como oHinduísmo ou o Judaísmo, a mitologia grega não envolviarevelações especiais ou ensinamentos espirituais.

Também variava largamente na sua prática e crença, comnenhuma estrutura formal, tal como um governo religioso, aexemplo da igreja de nossos dias, e nenhum código escrito, comoum livro sagrado.

Séculos antes do nascimento de Cristo e do advento docristianismo, os gregos adoravam um certo número de deuses edeusas que, segundo eles acreditavam, viviam no Monte Olimpo, nosul da Macedônia, na Grécia.

As antigas histórias desses deuses inspiraram poetas, pintorese escultores durante vários séculos. Algumas das pinturas eesculturas mais conhecidas e preciosas do mundo representam osdeuses do Olimpo e suas aventuras.

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Os gregos antigos acreditavam que a terra era de formaachatada e circular, seu ponto central o Monte Olimpo ou Delfos. Aterra era dividida em duas partes iguais pelo Mar, como erachamado então o Mediterrâneo (medi = meio, terrâneo = terra). Aoredor da terra corria o Rio Oceano, cujo curso regular alimentava oMar e os rios.

Naqueles tempos remotos, os gregos pouco sabiam sobre aexistência de outros povos além deles mesmos, a não ser dospovos vizinhos as suas terras. Imaginavam que ao norte vivia umaraça de povo feliz, os Hiperbórios, que viviam numa eternafelicidade.

Seu território não podia ser alcançado nem por terra nem pormar. Eles nunca envelheciam nem adoeciam, não trabalhavam,nem guerreavam. Ao sul vivia um outro povo feliz que se chamavaAethiopios.

Eram amados pelos deuses que costumavam visitá-los ecompartilhar seus banquetes. Ao oeste encontrava-se o lugar omais feliz de todos, os Campos Elíseos, onde as pessoas quetinham o favor dos deuses eram levadas para viver para sempresem nunca morrer.

A mitologia grega é uma das mais geniais concepções que ahumanidade produziu. Os gregos, com sua fantasia, povoaram océu e a terra, os mares e o mundo subterrâneo de DivindadesPrincipais e Secundárias. Amantes da ordem, instauraram umaprecisa categoria intermediária para os Semideuses e Heróis.

A mitologia grega apresenta-se como uma transposição da vidaem zonas ideais. Superando o tempo, ela ainda se conserva comtoda a sua serenidade, equilíbrio e alegria. A religião grega teveuma influência tão duradoura, ampla e incisiva, que vigorou da pré-história ao século IV e muitos dos seus elementos sobreviveramnos Cultos Cristãos e nas tradições locais.

A civilização grega era constituída de pequenas cidades-estados. Os gregos amavam a vida e a viviam com entusiasmo.Eles tinham pouco interesse na vida após a morte, a qual, mesmopara os grandes homens daquele tempo, era acreditada comosendo incômoda.

Na Odisséia, a morte de Aquiles retrata que ele preferia ser umescravo em vida à um rei morto. O melhor que um homem podiaesperar seria procurar realizar grandes façanhas que seriamrelembradas depois de sua morte.

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Os gregos acreditavam no individualismo e apreciavam asdiferentes personalidades e caráters. Eles eram fascinados pelacontradição que muitas virtudes podem levar um homem exemplarà ruína ou à felicidade. Tinham uma forma de pensamento muitosutil.

Seus mitos e religião refletiam estas características. Seusdeuses eram personalizados com poder e imperfeições individuais,deuses que cometiam erros e eram flagrados enganando seuscônjuges. Mas também eram deuses heróicos, hábeis, amáveis edesenvolviam artes e habilidades essenciais de diversas maneiras,como música, tecelagem, ferragem etc.

Os heróis mortais também tinham um papel importante namitologia. Houve tempos em que os deuses precisavam de umherói mortal para vencer batalhas por eles. Mas muito raramentefaziam com que um herói viesse a se tornar um deus.

Muitos dos mais famosos contos heróicos apresentam, vez ououtra, relatos de alguém sendo trazido de volta do mundosubterrâneo. Esta característica apresenta um forte contraste àsreligiões que consagram que a ida ao mundo além da vida é ocaminho correto para objetivo principal da existência.

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Deuses GregosAnteros

Símbolo do amor desgraçado, da resistência ao amor, davingança ao amor não correspondido ou ao desamor.

ApoloNa lenda de Homero ele era considerado, principalmente, como

o deus da profecia. Apolo era músico e encantava os deuses comseu desempenho com a lira. Era também um arqueiro-mestre eexcelente corredor, sendo creditada a ele a primeira vitória nosJogos Olímpicos. Era também o deus da agricultura, do gado, daluz e da verdade. Ensinou aos humanos a arte da cura. Talvez porcausa de sua beleza, Apolo era representado com mais freqüênciana arte antiga que qualquer outra divindade

AresDeus da guerra, sanguinário e agressivo, personificava a

natureza brutal da guerra. Embora Ares fosse guerreiro e feroz, nãoera invencível, mesmo contra os mortais.

AristeuEra adorado como o protetor dos caçadores, pastores e

rebanhos, e como o inventor da apicultura e da arte de cultivarazeitonas. Era largamente venerado como um deus beneficente efreqüentemente era representado como um pastor juvenilcarregando um cordeiro.

AsclépioDeus greco-romano da medicina, com o poder de curar os

enfermos. Era também patrono dos médicos e era representadocomo um homem barbudo, de olhar sereno, com o ombro direitodescoberto e o braço esquerdo apoiado em um bastão, o caduceu,em volta do qual se enroscam duas serpentes, e que setransformou no símbolo da medicina.

DionísioDeus do vinho e da vegetação, que mostrou aos mortais como

cultivar as videiras e fazer vinho.

ErosEros é descrito como o mais belo dos imortais, capaz de

subjugar corações e triunfar sobre o bom senso. Deus do amor e dodesejo.

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HadesDeus dos mortos. Em algum lugar na escuridão do mundo

subterrâneo estava localizado o palácio de Hades. Erarepresentado como um lugar fúnebre, escuro e repleto de portões,repleto de convidados do deus e colocado no meio de campossombrios, uma paisagem assombrosa. Em lendas posteriores omundo inferior é descrito como o lugar onde os bons sãorecompensados e os maus são punidos.

HefestoDeus do fogo, tornou-se o ferreiro divino e instalou suas forjas

no centro dos vulcões. Patrono dos ferreiros e dos artesãos emgeral, é responsável, segundo a lenda, pela difusão da arte de usaro fogo e da metalurgia

HélioEra a representação divina do Sol. Na Grécia clássica, Hélio foi

cultuado em Corinto e sobretudo em Rodes, ilha que lhe pertencia eonde era considerado o deus principal, honrado anualmente comuma grande festa.

HermesMensageiro dos deuses, tinha sandálias com asas, um chapéu

alado e um caduceu dourado, ou vara mágica, entrelaçado porcobras e coroado com asas. Hermes era também o deus docomércio e o protetor dos comerciantes e dos rebanhos. Como adivindade dos atletas, ele protegia os ginásios e estádios e atribuía-se a ele a responsabilidade pela fortuna e a riqueza.

HimeneuDeus do casamento. Personificação dos cantos nupciais.

HipnosDeus do sono.

MorfeuDeus dos sonhos. Morfeu formava os sonhos que vinham para

aqueles que adormeciam. Ele também representava seres humanosem sonhos.

NereuDeus do mar.

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OrfeuPoeta e músico. Recebeu a lira de Apolo e tornou-se um

músico tão perfeito que não havia nenhum mortal capaz de sermelhor do que ele. Quando tocava e cantava, movia todos os seresanimados e inanimados. Sua música encantava árvores e pedras,domesticava animais selvagens, e até mesmo os rios mudavam oseu curso na direção da música do jovem.

PanPan ou Pã, cujo nome em grego significa "tudo", assumiu de

certa forma o caráter de símbolo do mundo pagão e nele eraadorada toda a natureza. Na mitologia grega, Pã era o deus doscaçadores, dos pastores e dos rebanhos. Representado por umafigura humana com orelhas, chifres, cauda e pernas de bode, traziasempre uma flauta, a "flauta de Pã", que ele mesmo fizera.

PoseidonDeus do mar. Na arte, Poseidon é representado como uma

figura majestosa e barbada segurando um tridente, efreqüentemente acompanhado por um golfinho.

PríapoDeus da fertilidade, protetor dos jardins e dos rebanhos.

UranoPersonificação do céu, é o deus do firmamento. clássica não

havia culto a Urano.

ZeusO deus supremo do mundo, o deus por excelência. Presidia

aos fenômenos atmosféricos, recolhia e dispersava as nuvens,comandava as tempestades, criava os relâmpagos e o trovão elançava a chuva com sua poderosa mão direita, à sua vontade, oraio destruidor; por outro lado mandava chuva benéfica parafecundar a terra e amadurecer os frutos. Chamado de o pai dosdeuses, por que tinha autoridade sobre todos os deuses, dos quaisera o chefe reconhecido por todos. Tinha o supremo governo domundo e zelava pela ordem e da harmonia que reinava nas coisas.

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Deusas GregasAfrodite

Deusa do amor e da beleza

AnfitriteDeusa do mar.

ÁrtemisTida como virgem e defensora da pureza, era também

protetora das parturientes e estava ligada a ritos de fecundidade;embora fosse em essência uma deusa caçadora, encarnava asforças da natureza e tutelava as ninfas, os animais selvagens e omundo vegetal.

AtenaEra o símbolo da inteligência, da guerra justa, da casta

mocidade e das artes domésticas e uma das divindades maisveneradas.

DeméterDeusa da colheita

DestinosAs três deusas que determinavam a vida humana e suas

ligações, também conhecidas como "Moiras". As Moiras repartiampara cada pessoa, no momento de seu nascimento, uma parcela dobem e do mau, embora uma pessoa pudesse acrescer o mau emsua vida por si própria.

Retratadas na arte e na poesia tanto como mulheres velhas eseveras quanto virgens sombrias, as deusas eram freqüentementevistas como fiadeiras.

Cloto, a fiadeira principal, tecia o fio da vida;

Láquesis, a distribuidora de quinhões, decidia a quantidade edesignava o destino de cada pessoa; e

Átropos, a implacável, carregava o poder de cortar o fio da vidano tempo designado. As decisões das Moiras não podiam seralteradas, nem mesmo pelos deuses.

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EumênidesAntigos espíritos da terra ou deusas associados à fertilidade,

mas também tendo certas funções sociais e morais. Protetoras dossuplicantes.

EríniasTambém conhecidas como Fúrias, eram as três divindades que

administravam a vingança divina, sendo elas:

Tisífona (a vingança contra os assassinos);

Megera (o ciúme) e

Alecto (a raiva contínua).

Eram justas, mas sem piedade e jamais analisavam ascircunstâncias que levaram a pessoa a cometer o erro.

GéiaO nome Géia, Gaia ou Gê, é utilizado como prefixo para

designar as diversas ciências relacionadas com o estudo doplaneta.

A deusa foi também a propiciadora dos sonhos e a protetora dafecundidade. Gaia é a personificação da Terra.

GraçasGraças (ou Cárites), as três deusas da alegria, charme e

beleza. Chamavam-se:

Aglaia (o Esplendor);

Eufrosina (a Alegria) e

Tália (a Floração).

As Graças presidiam sobre os banquetes, danças e todos osoutros eventos sociais agradáveis, trazendo alegria e boa vontadetanto para os deuses quanto para os mortais.

HebeDeusa da juventude. Durante muito tempo Hebe foi a copeira

dos deuses.

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HécateDeusa da escuridão, representava seus terrores. Em noites

sem luar, acreditava-se que ela vagava pela terra com uma matilhade uivantes lobos fantasmas.

Era a deusa da feitiçaria e era especialmente adorada pormágicos e feiticeiras, que sacrificavam cães e cordeiros negros aela.

Como deusa da encruzilhada, acreditava-se que Hécate e seubando de cães assombravam lugares fúnebres que pareciamsinistros aos viajantes.

HeraRainha dos deuses, protegia o casamento e era a protetora de

mulheres casadas.

ÍrisComo mensageira de Zeus e de sua esposa Hera, Íris deixava

o Olimpo apenas para transmitir os ordenamentos divinos à raçahumana, por quem ela era considerada como uma conselheira eguia.

Viajava com a velocidade do vento, podia ir de um canto domundo ao outro, ao fundo do mar ou às profundezas do mundosubterrâneo.

Era representada como uma linda virgem com asas e mantosde cores brilhantes e um aro de luz em sua cabeça, deixando nocéu o arco-íris como seu rastro. Para os gregos, a ligação entre oshomens e os deuses é simbolizada pelo arco-íris.

MusasNove deusas e filhas de Zeus e de Mnemósina, a deusa da

memória. As Musas presidiam as artes e as ciências e acreditava-se que inspiravam todos os artistas, especialmente poetas, filósofose músicos.

Calíope era a musa da poesia épica, Clio da história, Euterpeda poesia lírica, Melpômene da tragédia, Terpsícore das cançõesde coral e da dança, Erato da poesia romântica, Polímnia da poesiasagrada, Urânia da astronomia e Tália da comédia.

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NêmesisEntre os antigos gregos, Nêmesis foi a deusa da equanimidade

e, mais tarde, a personificação da desaprovação dos deuses àarrogância. Seu nome se inspira no grego némein, "repartir segundoo costume ou a conveniência".

A missão de Nêmesis era punir os faltosos e impor a execuçãode normas que restabelecessem o equilíbrio entre os homens.

NikêDeusa da vitória. É representada carregando uma grinalda ou

palma da vitória.

PerséfoneDeusa da terra e da agricultura. Era uma personificação do

renascimento da natureza na primavera.

SeleneDeusa da Lua. Era uma linda deusa, de braços brancos, com

longas asas, que percorria o céu sobre um carro para levar aoshomens a sua plácida luz.

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Titãs

Quem eram os Titãs?

Freqüentemente, chamados de deuses mais velhos, eles forampor muitas eras os regentes supremos do universo, tendo umtamanho enorme e sendo incrivelmente fortes.

AtlasFilho do Titã Japeto e da ninfa Climene, e irmão de Prometeu.

Atlas lutou com os Titãs na guerra contra as divindades do MonteOlimpo. Como castigo, ele foi condenado a suportar eternamente aterra e os céus em suas costas e o grande pilar que os separasobre os ombros. Justamente porque a figura de Atlas sustenta aterra, freqüentemente ela é utilizada nas páginas de coleções demapas (atlas), cujo nome denota um conjunto de mapas.

CeosO Titã da Inteligência.

CrioRepresentava o tremendo poder do mar.

CronosCronos era um deus ao qual se atribuíam funções relacionadas

com a agricultura. Segundo a tradição clássica, depois Cronostornou-se o regente do universo e simbolizava o tempo.

JapetoConsiderado como antepassado da raça grega e também de

todos os homens.

MétisPresidia a sabedoria e o conhecimento.

MnemósinaDeusa da memória.

OceanoGovernou o Oceano, um grande rio que, segundo a Mitologia

Grega, cercava a Terra e que se acredita ser um círculo plano.

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PrometeuConhecido como amigo e benfeitor da humanidade. Prometeu

e seu irmão foi concebido para criar a humanidade e prover ohomem e todos os animais da terra com aquilo que necessitassempara sobreviver.

RéiaMãe dos deuses e que por muitas eras dominou o Universo

junto com Cronos.

TêmisDeusa da justiça divina e das leis. Na arte antiga ela é

representada segurando para cima um par de balanças em que elapesa as reivindicações das partes contrárias.

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Heróis

AquilesHérculesJasãoPerseuTeseuUlisses

Animais e Monstros Mitológicos

CentauroCiclopesHarpiasMedusaMinotauroPégasoQuimera

Lendas Mitológicas

AgamenonAriadneMedéiaNarcisoSísifo

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Relação entre a Mitologia Grega e a Romana

NOME GREGO NOMEROMANO PAPEL NA MITOLOGIA

Afrodite Vênus Deusa da beleza e do desejosexual (na mitologia romana,deusa dos campos e jardins)

Apolo Febo Deus da profecia, da medicina eda arte do arco e flecha(mitologia greco romanaposterior: deus do Sol)

Ares Marte Deus da guerra

Ártemis Diana Deusa da caça (mitologia grecoromana posterior: deusa daLua)

Asclépio Esculápio Deus da medicina

Atena Minerva Deusa das artes e ofícios, e daguerra; auxiliadora dos heróis(mitologia greco romanaposterior: deusa da razão e dasabedoria)

Crono Saturno Deus do céu; soberano dosTitãs (mitologia romana: deusda agricultura)

Démeter Ceres Deusa dos cereais

Dionísio Baco Deus do vinho e da vegetação

Eros Cupido Deus do amor

Géia Terra Mãe Terra

Hefesto Vulcano Deus do fogo; ferreiro dosdeuses

Hera Juno Deusa do matrimônio e dafertilidade; protetora dasmulheres casadas; rainha dosdeuses

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NOME GREGO NOMEROMANO PAPEL NA MITOLOGIA

Hermes Mercúrio Mensageiro dos deuses;protetor dos viajantes, ladrões emercadores

Héstia Vesta Guardiã do lar

Hipnos Sonho Deus do sonho

Hades Plutão Deus dos mundossubterrâneos; senhor dosmortos

Posêidon Netuno Deus dos mares e dosterremotos

Réia Cibele Esposa de Crono/Saturno;Deusa mãe

Urano Urano Deus dos céus; pai dos Titãs

Zeus Júpiter Soberano dos deuses olímpicos

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Conclusão:Depois de termos pesquisado sobre o assunto referente à

mitologia, concluímos que ela é muito diferente do que pensamos,devido a quantidade de deuses, heróis, monstros e de como era omundo na opinião dos gregos.

Descobrimos também que devemos diferenciar mito dementira, ilusão, ídolo, lenda ou ficção, porque o mito é verdadeiropara quem o vive.

Ficamos surpresos ao saber que muitos deuses gregos têm nacivilização romana nomes diferentes e usados até hoje para originarnomes de conceitos usados em Psicologia, dar nomes a planetasou até relacionar problemas e situações atuais com o queaconteceu na antiguidade.

Descobrimos que até hoje construímos nossos mitos mudandoapenas a maneira de representar o Bem, o Mal e a Justiça, com acrença em heróis de estórias em quadrinhos, filmes, desenhosanimados de seres de outros planetas ou mesmo daqui que viajamatravés do espaço para levar a outras civilizações os ensinamentose características de sua origem.

E por último concluímos que se no passado a mitologia eraessencial para a vida humana, porque era através dela que seexplicava a origem de certas coisas é importante que aprendamos ausar esses ensinamentos, sinais e mensagens deixadas pelasgerações passadas para que nos ajudem a ter uma compreensãomelhor da nossa vida atual e o que queremos e desejamos para onosso futuro.

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BibliografiaMeios digitais (CD-ROM’s):

Almanaque Abril 1998

Enciclopédia Barsa 1999

Enciclopédia Digital em Multimídia

Enciclopédia Digital Koogan – Houaiss

Enciclopédia Encarta 2000

História do Mundo – Aventura visual

Material escrito:Conhecer 2000

Dicionário Brasileiro Globo

Enciclopédia Larousse Cultural

Internet:

http://afrodyte-floripa.vila.bol.com.br/mitologiagrega.html

http://alunostech.com/amibal/olimpiadasanibal/mitologia.htm

http://asgard.hpg.com.br/mitologi/grega/fotos.htm

http://casadamorgana.com.br/Mitologia.htm

http://elmss.vila.bol.com.br

http://greek.hp.vila.bol.com.br/mitologia.htm

http://leonfreire.vila.bol.com.br/grega.htm

http://members.tripod.com/mitologia/

http://mitosemagia.vila.bol.com.br/MitologiaGrega.htm

http://sites.uol.com.br/molimpo/

http://sites.uol.com.br/xango/mito.html

http://sobraulo.vila.bol.com.br/mitologia.htm

http://vampira3.vila.bol.com.br/mitologi.htm

http://www.acropolis.hpg.com.br/mitologia.htm

http://www.avoskelis.hpg.com.br/mitologiagrega.htm

http://www.cedi.g12.br/feira/mitologia/capa.htm

http://www.consultebrasil.com.br/Pag.%20Mitologia.html

http://www.convex.com.br/personal/41doum/mitogreg.html

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Internet (continuação):

http://www.graudez.com.br/detudoumpouco/mitolog/index.htm

http://www.jeanoliver.hpg.com.br/seres.htm

http://www.luaestrela.hpg.com.br/mitologia.htm

http://www.mithos.art.br/

http://www.mitologia.com.br/colecao.htm

http://www.moraes-page.hpg.com.br/mitologia.htm

http://www.nomismatike.hpg.com.br/Mitologia/MitoGrega.html

http://www.poseidonband.hpg.com.br/mitos.htm

http://www.procede.com.br/leandro/artigos/mitologia.htm

http://www.pvbs.hpg.com.br/mitologia.html

http://www.rheanet.com.br/mitologia3.html

http://www.soraya.hpg.com.br/mitologia.htm

http://www.teen2.hpg.com.br/arqhtml/outros/personagens.htm

http://www.uala.hpg.com.br/mitologiagrega.htm

http://www.umbandaracional.com.br/mito.html

http://www.ursopannda.hpg.com.br/framemitologia.htm

http://www.warj.med.br/mitologia.html