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Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação
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MOBILE LEARNING E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: LIMITES E POSSIBILIDADES
Deise France M. A. Ferreira1 - UFPE
Dayse R. de Oliveira2 - UFPE Angelo Branco J. Callou3 – Faculdade SENAC
Resumo: Os alunos da Educação a Distância (EAD) apresentam um perfil diferenciado que demanda flexibilidade na busca de informações e conhecimento. Por meio da rede, os estudantes criam seus próprios percursos de aprendizagem utilizando-se de aparatos tecnológicos diversificados. O objetivo deste
trabalho é discutir as possibilidades de adaptação de cursos à distância para o formato Mobile Learning. Partindo de uma pesquisa bibliográfica, levantamos o estado da arte que pode fornecer elementos para se pensar nos limites e possibilidades de unir o contexto da mobilidade com a EAD. Entendemos que se faz necessário um desenho de curso a distância, que garanta ao aprendiz condições de explorar as diversas potencialidades do Mobile Learning. A simples adaptação do design educacional do curso, não garante a mudança metodológica necessária à aprendizagem, antes é primordial que o curso seja planejado visando atender a esse formato. Palavras-chave: Desenho de curso, Educação a Distância, Mobile Learning. Resumen: Los estudiantes de Educación a Distancia (EAD) presentan un perfil diferente que exige flexibilidad en la búsqueda de información y conocimiento. A través de la red, los estudiantes crean sus propios itinerarios de aprendizaje que utilizan diversos dispositivos tecnológicos. El objetivo de este trabajo es discutir la posibilidad de adaptar los cursos a distancia para el formato de
aprendizaje móvil. A partir de una búsqueda en la literatura, hemos planteado el estado de arte que puede aportar elementos para pensar acerca de los límites y posibilidades de unir el contexto de la movilidad con el EAD. Entendemos que es necesario un dibujo de las condiciones de educación a distancia que garantice al alumno a explorar las diferentes capacidades de aprendizaje móvil. Una simple adaptación del diseño educativo del curso no garantiza los cambios metodológicos necesarios para el aprendizaje, es fundamental que antes de que el curso está programado para cumplir con este formato. Palavras-chave: Curso de Dibujo, Educación a Distancia , aprendizaje móvil.
1 Deise Ferreira, Pedagoga pela Universidade Federal de Pernambuco e aluna do Mestrado Acadêmico do Programa de Pós-
graduação em Educação Matemática e Tecnológica da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. [email protected] 2 Dayse Rodrigues, Pedagoga pela Universidade Estadual de Santa Cruz e aluna do Mestrado Acadêmico do Programa de
Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. [email protected] 3 Ângelo Callou, Licenciado em Ciências Biológicas, aluno Especial do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática
e Tecnológica da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e Especialista em Docência no Ensino Superior pela Faculdade SENAC – PE. [email protected]
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Introdução
O tema Aprendizagem Móvel e Educação a Distância é relevante pelo fato
que a mobilidade é tendência nos dias atuais e está sendo a cada dia mais
incorporadas ao nosso cotidiano, e segue como uma das áreas que apresenta maior
urgência de aplicação de novas tecnologias e mobilidade, a educação. A evolução
tecnológica constante, o aumento do acesso a tecnologias móveis, os
investimentos, as isenções fiscais em aparatos tecnológicos e em redes sem fio, são
fatos que contribuem para que as informações circulem mais rapidamente e se
disseminem em qualquer lugar.
As tecnologias digitais estão cada vez mais integradas ao convívio social das
pessoas, com dispositivos e aplicativos mais customizados e personalizados
especialmente pela facilidade de uso entre crianças e jovens, desses instrumentos
e suas funcionalidades. Este fato, entretanto, não exclui os mais velhos que, em
geral, dependendo de seus contextos sociais, culturais e profissionais buscam
conhecer e se adaptar a essas novas tecnologias. Tudo o que foi dito acima, facilita
a entrada dos dispositivos moveis na educação, visto que estão cada vez mais
inseridas nos diversos contextos sociais e, diante de suas potencialidades
comunicativas e informacionais, podem contribuir para o processo pedagógico de
ensino e aprendizagem.
Mobile Learning é a aprendizagem através de dispositivos móveis, que surge
da necessidade de se comunicar, de obter informação e formação a qualquer lugar
e a qualquer tempo. Estamos e processo constante de mobilidade, e podemos
aproveitar o tempo em que estamos dispersos, para aprender. E nada melhor que
os dispositivos móveis (aparelhos portáteis de fácil transporte e custo) para nos
auxiliar, com aprendizagem em diferentes contextos.
Diante desse contexto, surgem diversos projetos e propostas para que o
Mobile Learning seja implantado e as tecnologias móveis disponíveis, sejam de
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fato, aproveitadas na educação. O desafio de unir o aprendizado ao contexto da
mobilidade tem sido tema de muitas discussões, especialmente sua aplicabilidade
pedagógica limitada nos meios acadêmicos e a oposição ao uso desses aparatos no
ambiente formal de educação.
Compreendemos que em meio aos estudantes, os dispositivos móveis podem
possibilitar a produção do conhecimento e sua sistematização. Conforme pesquisas
realizadas na América Latina pela UNESCO (2012), observamos que há projetos,
tanto da iniciativa privada quanto pública, que utilizam os Dispositivos Móveis
dentro e fora da sala de aula.
Um outro estudo, bastante pertinente de Sala e Chalezquer (2009) mostra
que o uso do celular no Brasil se inicia cedo, entre crianças de 6 a 9 anos. Para os
brasileiros o celular é muito mais do que um simples aparelho de fazer ligações, ou
envio de mensagem de texto, eles se se caracterizam pelo uso multifuncional. O
uso do aparelho muda à medida que as crianças e jovens crescem, adquirindo novas
experiências e autonomia. No âmbito escolar, o Brasil é um dos países da América
Latina com menos restrições quanto ao uso do celular. Diante dessas informações,
o Brasil tem um potencial intenso para a efetiva introdução dos celulares como
dispositivos móveis na educação e dos ambientes formais e informais de ensino.
Uma das justificativas da utilização de aparelhos móveis na educação, em
especial o uso de celulares, pode ser pelo número expressivo de usuários desses
aparelhos no país (267 milhões, em julho de 2013) de acordo com dados da Agência
Nacional de Telecomunicações - Anatel), e a cada dia esse número aumenta ainda
mais na proporção de não conseguirmos mais impedir sua entrada em contextos
formais e informais de aprendizagem. Contudo, essas tecnologias devem ser vistas
também como uma ferramenta expressiva para a inclusão digital (SILVA et all,
2012).
Sabemos que as pessoas, em potencial os estudantes, estão utilizando as
mídias móveis em vários momentos da sua vida, ou através de mensagens trocadas
via celular em sala de aula, fotos, vídeos e áudios registrando momentos
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considerados pertinentes a eles, e a internet sendo utilizada cada vez mais para
fins educacionais ou não. Atualmente, o que é mais visível é que esses
equipamentos são cada vez mais portáteis e móveis, além da praticidade de
conexão, em centros urbanos; principalmente devido à disponibilização de diversas
redes livres e abertas. Devido a isso necessitamos apresentar um olhar crítico e
reflexivo do uso dessas ferramentas e suas implicações no processo de ensino e
aprendizagem para a compreensão de suas probabilidades de uso e restrições.
Nesse sentido, observamos que a Educação a Distância EAD, vem se
estabelecendo e tomando cada vez mais espaço, principalmente diante das novas
Tecnologias, do acesso a Internet e dos baixos custos dessa modalidade
educacional, a tendência é se expandir ainda mais. O desenvolvimento tecnológico
e as inumeras possibilidades de interação, através da EAD, possibilitam a quebra da
distâncias entre as pessoas e o conhecimento e entre estudantes e professores.
Dessa forma, com o número expressivo de celulares no país, e com a evolução
dos serviços móveis, tem surgido o uso deses dipositivos moveis cda vez mais
aplicados ao contexto da EAD.
O advento da Internet, trouxe muitas mudanças para a Educação a Distância.
Onde novos espaços aprendizagem são criados, o alunos e a aprendiagem passam a
ser o centro da educação e os estudantes são mais autonomos e procuram construir
seu próprio conheciento. Dessa forma, para que seja viável a EAD, é imprescindivel
que os ambientes sejam estruturados, os recursos didáticos estejam de acordo com
a proposta metodologica do curso e ambientes capazes de proporcionar
acompanhamento e gerenciamento das atividades.
Pelos motivos descritos acima, o objetivo desse artigo é apresentar uma
articulação entre a Educação a Distância e a Aprendizagem Móvel, detro dos limites
e das possibilidades, no contexto do Brasil, apesar de poucas experiências e
literatura nesse sentido.
Hoje, a maioria dos ambientes oferece ferramentas de aprendizagem que
são disponibilizadas somente na plataforma web. Neste trabalho, mostraremos duas
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possibilidades de plataforma que permite o acesso ao módulo de aprendizagem
usando tanto a plataforma web quanto uma plataforma baseada em computação
móvel, onde através do celular o aluno pode acessar a aplicação e realizar os
exercícios usando o seu dispositivo móvel, o qual atuará como ferramenta de
aprendizagem.
Referencial Teórico
Conforme Bulcão (2009), em 1999 a Comunidade Européia, na declaração de
Bolonha, propôs orientações para nortear as ações educacionais daquela
Comunidade. Um deles foi estabelecer critérios e parâmetros para que os sistemas
educacionais dos países da Comunidade “permitissem a mobilidade dos cidadãos a
fim de facilitar o reconhecimento de seus diplomas em todo território europeu”.
Outro conceito “permitia o deslocamento de estudantes para aprendizagem e
treinamento, e também de professores e burocratas”. (BULCÃO, 2009). E assim
surge o conceito de Mobile Learning (M-learning) ou aprendizagem móvel ou em
movimento.
Desde o ensino por correspondência, ao ensino através da rede e recursos
multimídia, foram utilizados instrumentos para a aprendizagem a distância,
também pode ser considerados aprendizagem móvel. Pois há mobilidade dos
instrumentos e a separação no espaço e no tempo. (BULCÃO, 2009).
Ainda sobre o autor acima, para ela a proliferação da internet e a chegada
massiva dos aparelhos celulares, a mobilidade da informação e da aprendizagem
tende a se consolidar como instrumento preferencial de conexão do indivíduo com
os sistemas integrados de educação, informação e controle.
Conforme Saccol et all, (2011) as tecnologias de mobilidade são um dos
recursos mais importantes na “colonização do tempo do espaço”, porque contribui
simultaneamente para aprender a qualquer hora e qualquer lugar.
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Podendo reproduzir conhecimento e gerar competências. As características
dos estudantes atualmente, é gerencial e otimizar todo o tempo e espaço que ele
obtiver. Segundo a autora, acima mencionada, com a aprendizagem móvel o
estudante pode aprender a qualquer hora e em qualquer lugar, desde que esteja
confortável, ele pode acessar informações a qualquer momento, aproveitando o
tempo considerado inativo. A aprendizagem de maneira flexível, com mobilidade e
capacidade para desenvolver novas competências, a partir de novas formas de
aprender.
Soma-se a isso que a Educação a Distância vem cumprindo uma função muito
importante na sociedade, desde muitos anos atrás, hoje permite incluir uma parte
da população, que não acreditava ingressar no Ensino Superior.
A Educação a Distância tem utilizando a internet para se expandir cada vez
mais, levando informação e conhecimento a mais variada gama populacional.
Onde a falta de tempo, pede que qualquer horário ou lugar, seja utilizado
para ter acesso ao conteúdo e informação. E a computação móvel, surge como
possibilidade diante da necessidade desse tipo de acesso, a informações e recursos
independente de onde o usuário esteja, podendo se mover e continuar a visualizar
e manipular conteúdos e informações.
O que permite a computação móvel são os dispositivos móveis, que são aparelhos eletrônicos de baixo poder de processamento que podem armazenar e mostrar informações. Muitos desses dispositivos têm a capacidade de conexão com a internet através de redes do padrão wifi ou redes GPRS/3G. (MORAIS, P.S., et all, 2010)
Assim como a Educação a Distância não requer horário engessado, tampouco
local determinado para estudar, a aprendizagem pode ser individualizada,
ocorrendo de acordo com o ritmo e capacidade dos alunos. E também pode ser
colaborativa ou cooperativa, construindo assim um conhecimento mais profundo, o
grupo deixa de ser independentes e para se tornarem interdependentes (PALLOFF e
PRATT, 2002). A linguagem móvel, torna a interação entre os pares, ou a
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interativdade com os instrumentos, mais natual e espontâneo. Porque o interesse
parte do aprendente, de utilizar as ferramentas para seu próprio aprendizado.
Sabemos também que a aprendizagem é baseada em materiais mediatizados,
elaborados por especialistas, para beneficiar motivações externas para uma
aprendizagem eficaz. “A comunicação com a instituição é bilateral e realizada
pelos meios de comunicação disponíveis: correspondência, telefone, telefax ou
correio eletrônico”. (LAGARTO, 1994).
Dispositivos móveis e as ferramentas na educação a Distância
Conforme os estudantes que temos nos dias atuais, que se movimentam cada
vez mais para fora das salas de aulas, equipados com mais valiosos e imponente
dispositivos moveis, transformando qualquer ambiente em contexto de
aprendizagem, deve ser pensando nesses fatos, os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem. Criando ambientes mais dinamicos e flexiveis.
Uma ferramenta, muito utilizada para Educação a Distância são os Ambientes
Virtuais de Aprendizagem (AVA).
[...] que são softwares que, disponibilizados na internet, agregam ferramentas para a criação, tutoria e gestão de atividades que normalmente se apresentam sob a forma de cursos. Sendo construídos a partir do uso de diferentes mídias e linguagens, a intenção é proporcionar não só a disponibilização de conteúdos, mas principalmente plena interatividade e interação entre pessoas e grupos, viabilizando, por consequência, a construção do conhecimento. (SILVA In DINIZ e LUCENA, 2011).
Dentro dos AVAs podemos encontrar diversas interfaces, como chat, fóruns,
vídeos, etc. Favorecendo assim a diversos estilos de aprendizagem em momentos
síncronos e assíncronos, de resposta imediata e de resposta remota. Hoje existem
vários tipos de ambientes virtuais disponíveis, gratuitos e pagos. Porém o de maior
usuabilidade no Brasil e no mundo é o Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic
Learning Environment).
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Os AVAs ainda possuem, alguns deles, características de ambiente fechados e
veiculando visões tradicionais do ensino e da aprendizagem, não respondendo, às
novas necessidades dos aprendentes/utilizadores, nem à nova realidade
emergente. Por isso e outros motivos deve-se focar também no material de estudo
EAD, o mesmo não deve ser engessado ou estático, deve acompanhar o
desenvolvimento da turma e da demanda que emerge.
Figura 1: Exemplo de AVA/REDU móvel pago (a partir de 30 alunos)
Fonte: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.redumobile
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Figura 2: Exemplo de AVA/Moodle móvel gratuito.
Fonte:https://play.google.com/store/apps/details?id=com.moodle.moodlemobile&hl=pt_BR
"Ambientes digitais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação. Permite integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções tendo em vista atingir determinados objetivos." (ALMEIDA, 2003)
Assim os estudantes da EAD contam com essa ferramenta para interagir com
conteúdo, outros alunos, professores e construir colaborativamente sua própria
aprendizagem , e com o advento do Mobile Learning, o mesmo pode fazer isso em
qualquer lugar a qualquer tempo.
Em relação a material para estudo, Xavier (2009), trás a contribuição de que
os textos devem ser tratados como produtos do sujeito em processo e não como
produto finalizado. Por isso o mesmo, sugere hipertexto como possibilidade de
“organizar as informações em uma base de dados a partir da qual se pode efetuar
uma abordagem não necessariamente linear”. Nosso raciocínio sem sempre, ou
quase sempre não é linear. Porque os textos e material para estudos o são? O
hiperleitor pode fazer a leitura isolada dos links ou fazer a leitura tradicional.
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Assim o hipertexto oferece alternativas de exploração perceptual, configurando
leituras diferentes dos mesmos hipertextos e dos mesmos hiperleitores,
configurando assim uma experiência totalmente singular, pelo sujeito. (XAVIER,
2009).
Existem vários programas que oferecem serviços especializados para o ensino a distância através da Web, como o Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), que consiste em um software para aprendizagem que permite a criação de cursos online, páginas de disciplinas, grupos de trabalho entre outros (MOODLE, 2010).
Sabemos que há possibilidade dos computadores habituais sejam substituídos
pelos menores, pela sua portabilidade e mobilidade, e com isso o Mobile Learning
passa a ter mais acesso e o aprendizado móvel passa a ser mais comum, pois as
pessoas buscam mobilidade temporal e espacial. Pois diante de qualquer dispositivo
móvel o aprendizado passa a ser em qualquer lugar e a qualquer hora.
De fácil acesso e utilização, a EAD, por alunos e professores, ou mediadores
do processo, basta apenas ter acesso à internet e disponível qualquer dispositivo
móvel ou não.
De acordo com a União Internacional de Telecomunicações, no mundo, o
número de assinaturas do serviço de telefonia móvel chegou a 67 (sessenta e sete)
em cada 100 (cem) habitantes, indicando a presença dos telefones celulares no dia-
a-dia das pessoas. (ITU, 2009)
O acesso aos dispositivos móveis é alto, inclusive por aqueles de poder
aquisitivo baixo. Influenciando ainda mais a questão de falta de tempo e carência
de instrução formal.
Porém a Educação a Distância não pode acontecer de qualquer forma ou de
qualquer jeito ou em qualquer lugar. Para ser viável um curso em EAD, deve-se
existir espaço estruturado para organização dos recursos didáticos,
acompanhamento das atividades e gerenciamento do curso. Inclusive, se optar pelo
uso das plataformas móveis, deve-se implantar a proposta de acesso aos módulos
através da computação móvel, onde através do celular ou dispositivos móveis os
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alunos possam acessar os conteúdos e exercícios propostos, atuando como
ferramenta de aprendizagem. (SANTOS e BERTAGNOLLI, 2009).
O que se entende por dispositivos móveis,
Dispositivos Móveis são aparelhos versáteis que geralmente possuem algum meio de comunicação, principalmente sem fio. Eles dispõem de uma capacidade limitada de poder computacional (processamento e armazenamento) devido ao seu tamanho físico, e geralmente fazem uso
de bateria como fonte de alimentação. Como exemplos, temos o PDA (Personal digital assistants), celular, netbooks, tablets, entre outros. (MORAIS.; SILVA. ; FERREIRA. ; VALENTIM. ; ARAÚJO, 2010)
Como os autores supracitados afirmam, os dispositivos móveis estão em toda
parte, e com o número expressivo de pessoas que portam esses aparelhos, com os
incentivos do governo (baixo valor de impostos), com a acessibilidade a rede nos
grandes centros urbanos, inclusive nos ambientes formais de aprendizagem, nos
tempos considerados “inativos”, porque não trazer esses aparelhos para dentro do
contexto da Educação a Distância. Segue na figura 2 alguns exemplos desses
dispositivos móveis.
Figura 3. Dispositivos móveis eletrônicos.
Fonte: http://adrenaline.uol.com.br/tecnologia/noticias/9194/liderados-pelos-dispositivos-moveis-
eletronicos-terao-recorde-de-faturamento-em-2011.html
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Aprendizagem Móvel e Educação a Distância: Limites e Possibilidades
Os Ambientes virtuais de Aprendizagem (AVAs), precisam evoluir para
atender as exigências atuais, tanto no suporte das aplicações quanto da mobilidade
dos aprendizes.
"Ambientes digitais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação. Permite integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções tendo em vista atingir determinados objetivos." (ALMEIDA, 2003)
O material e o Design de curso disponiblizado para EAD, não devem e não
podem ser necessariamente o mesmo disponibilizado para o formato de Mobile
Learning. Os Cursos projetados para serem utilizados também os Dispositivos
Móveis deve ser pensando de formas especifica para esse fim (quando utilizado
essa caracterísitica de mobilidade).
O celular tem a tela de visulização pequena (em relação ao computador
pessoal), condições ambientais diversas, bateria e conexões limitadas. O Mobile
Learning requer vídeos curtos, imagens com pouco detalhes, síntese simplicidade e
conteúdo ágil.
Possibilidades que podem ser explorarado a partir do uso do Celular (com
exemplos). Para atividades que podem ser feitas a qualquer hora e em qualquer
lugar, considerando o contexto de mobilidade.
-Envio e recebimento de SMS (alertar objetivos, a qualquer hora e quaquer lugar,
uso popularizado);
-Produção e reprodução de audio e vídeo (sensibilizar e informar com
criatividade);
-Uso do teclado, da câmera e da Internet (colaborar, compartilhar e diversos
fins);
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-GPS e Geolocalização (trilhas e roteiros);
- Sensores (monitorar objetivos;
A EAD e a aprendizagem móvel deve ter material disponiblizado de formas
distintas. Não significa que um curso EAD não tenha possibilidades nos Dipositivo
Móveis, mas que sejam ações direcionadas.
Caso um curso seja pensando para ser utilizado em dipositivos móveis,mesmo
que seja EAD, o desenho didático do mesmo deve ser específico. Pensando nas
possibilidades do tamanho do ecrã (tela), custos com Internet, memória do
artefato, etc.
Metodologia
A metodologia utilizada neste estudo foi a pesquisa bibliográfica, pois a
mesma oferece meios que auxiliam na definição e resolução dos problemas já
conhecidos, como também permite explorar novas áreas onde os mesmos ainda não
se cristalizaram suficientemente. Permite também que um tema seja analisado sob
novo enfoque ou abordagem, produzindo novas conclusões. GIL (2008).
Essa pesquisa tem como fonte primordial os registros impressos decorrente
de pesquisas anteriores, ou seja, livros, artigos ou teses que contêm texto
analiticamente processados pelos seus autores. Severino (2007).
Essa fonte de pesquisa é amplamente utilizada nos estudos exploratórios
devido a sua facilidade para obtenção de informações iniciais sem a necessidade de
ir a campo.
Dessa forma, esse método permite que o tema seja abordado sob uma nova
ótica, favorecendo a análise ampla dos dados em diversas fontes dando meios para
produzir novas conclusões.
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Considerações Finais
Ao passo que a sociedade se moderniza, e acompanha as tendências atuais
de tecnologia e mobilidade, a educação também deve trilhar nos mesmos passos.
Se a Educação a Distância tem sido uma das preocupações atuais, por ser uma
modalidade acessível e viável a mais pessoas, vamos agrega-la ao que temos de
mais modernos em se tratando de tecnologia portátil.
Sabendo que o manuseio das Tecnologias da Informação e Comunicação pode
ser um desafio a educadores e educandos, pode-se dizer que as mídias móveis,
fazendo parte das Tecnologias Móveis sem Fio, poderiam ser tão acessíveis quanto
as TICs. As novas mídias devem valorizar os cursos e os recursos on-line para
estimular a Educação a Distância.
Novas mídias têm muito para oferecer, e os alunos de hoje podem beneficiar-se das comunicações instantâneas e interativas, eliminando ou diminuindo barreiras de tempo e espaço. Mas as situações de aprendizagem precisam considerar as diferenças, entender como as pessoas constroem seus modelos de realidade, estudar reações na prática
para lidar melhor com as dificuldades. São ações multiculturais envolvendo cultura, linguagem e significados ocultos [...] (PALANGE, 2009).
Compreendemos que nem todos os cursos a Distância podem ser adaptados
ao Mobile Learning,
ou que as novidades tecnológicas podem não vim acompanhadas de
inovações metodológicas. Em contra partida, muitos cursos serão feitos pensados
nessa tecnologia, e assim absorver todo potencial dessa ferramenta móvel e suas
características de mobilidade temporal e espacial. E ainda, formuladas para a
construção do conhecimento por parte do aluno. As ferramentas devem valorizar o
pedagógico e serem utilizadas não apenas para mascarar um ensino tradicional. “A
tecnologia será importante, mas principalmente porque irá nos forçar a fazer coisas
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novas, e não porque irá permitir que façamos melhor as coisas velhas” (DRUCKER,
1993 In TOTTI, GOMES, MOREIRA, SOUZA, 2011).
A realidade da Educação a Distância pode não ser a ideal atualmente, porém
se o trabalho for feito em equipe (Administrativa e Pedagógica) a partir de um
trabalho sério e construtivo, muita coisa ainda pode acontecer e mudar, mudar
sempre para melhor.
Há de se tomar cuidado com aplicações que não representam o M-Learning,
ou não são metodologicamente compativel com o uso dessas tecnologias móveis. A
ideias devem ter inovações não apenas tecnológicas, mas imclusive metodologias.
Não deve-se utilizar as formas tradicionais da EAD aplicadas nos dispositivos
moveis.
Como sugestão para trabalhos futuros, pode-se aprofundar as possibilidades
do Mobile Learning e a EAD, testar essas possibilidades e analisa-las no contexto da
Educação a Distância.
Referências ALMEIDA, M. E. B. Educação a distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educ. Pesqui. vol.29 no.2 São Paulo July/Dec. 2003. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022003000200010>. Acesso em 26/abr/2013 BULCÃO, R. Aprendizagem por m-learning. In: FORMIGA, M. e LITTO, F. Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education, 2009. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/08/1333262-brasil-registra-267-milhoes-de-numeros-de-celulares-ativos-em-julho-diz-anatel.shtml> Acesso em 30/out/2013 DINIZ, R. G.; LUCENA. C. M. A. Educação na modalidade à Distância como alternativa para a formação dos servidores de nível técnico da secretaria estadual de saúde do Rio Grande do Norte. In 17º CIAED – Congresso Internacional
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