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Este estudo examinou a mobilidade de crianças e adolescentes na faixa etária dos 11 aos 17 anos, de forma a caracterizar as viagens realizadas, por faixa de renda e modo de transporte. Também foi realizada uma pesquisa em uma escola privada do município de São Paulo, para identificar fatores que influenciam a escolha modal nas viagens por motivo escolar. Os resultados indicam para a tendência de aumento na utilização dos modos motorizados individuais sobre os modos não motorizados, para as rendas média e alta. Palavras Chave: Transporte. Planejamento de Transportes. Políticas Públicas.
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ELIANA MARTINS DE MELLO MONTAGNA
Mobilidade de crianas e adolescentes na Regio Metropolitana de
So Paulo em viagens por motivo educao:
Estudo de Caso em uma Escola Privada de So Paulo
Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso MBA em Gesto Pblica do Programa FGV In company
So Paulo - SP 2011
ELIANA MARTINS DE MELLO MONTAGNA
Mobilidade de crianas e adolescentes na Regio Metropolitana de
So Paulo em viagens por motivo educao:
Estudo de Caso em uma Escola Privada de So Paulo
Coordenador Acadmico: Prof. Henrique Fingermann
Orientador: Prof. Zilma Borges
Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao curso MBA de Ps-Graduao em
Gesto Pblica do Programa FGV in company
TURMA EMTU/STM
So Paulo - SP
2011
O Trabalho de Concluso de Curso
Mobilidade de crianas e adolescentes na Regio Metropolitana de So Paulo em viagens por motivo educao:
Estudo de Caso em uma Escola Privada de So Paulo
Elaborado por Eliana Martins de Mello Montagna e aprovado pela Coordenao Acadmica foi aceito como pr-requisito para obteno do MBA em Gesto Pblica,
do Curso de Ps-Graduao lato sensu, Nvel de Especializao, do Programa FGV In company
Data da aprovao: _____ de ________________de __________
Assinatura do Coordenador Acadmico Coordenador Acadmico: Prof. Henrique Fingermann
Assinatura do Professor Orientador do TCC Orientador: Prof. Zilma Borges
Ao Christian,
Companheiro de caminhada!
Aos meus pais, Clia e Jayme (in memorian).
AGRADECIMENTOS
Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos - STM e Empresa
Metropolitana de Transportes Urbanos de So Paulo EMTU/SP, pela oportunidade
de cursar o MBA em Gesto Pblica, sonho de longa data.
professora e orientadora Zilma Borges, pela ateno e empenho em nos
dar instrumentos para realizar este Trabalho de Concluso de Curso.
Companhia do Metropolitano de So Paulo CMSP, em especial Maria
Cristina Bastos, Emilia Mayumi Hiroi e equipe, pela disponibilizao e formatao
dos dados das Pesquisas Origem-Destino.
Escola da Vila, em especial Snia Maria Barreira, Deise Capelossi
(Neninha) por permitirem e apoiarem a realizao da pesquisa com os pais de
alunos.
minha irm, Celina Martins de Mello Moraes, professora da Escola da Vila,
por facilitar o contato com a escola e incentivar a realizao deste trabalho.
Aos amigos Slvio Jos Rosa, Roberto Carlos Fazilari e Slvio Montagner pela
companhia e estmulo nas aulas e trabalhos em grupo.
Aos amigos da STM, EMTU/SP e CPTM, companheiros de aula e trabalho.
Ao meu marido, Christian Montagna, pela grande ajuda na consolidao e
transcrio dos questionrios e apoio nas horas de estudo.
RESUMO
Este estudo examinou a mobilidade de crianas e adolescentes na faixa etria
dos 11 aos 17 anos, de forma a caracterizar as viagens realizadas, por faixa de
renda e modo de transporte. Tambm foi realizada uma pesquisa em uma escola
privada do municpio de So Paulo, para identificar fatores que influenciam a
escolha modal nas viagens por motivo escolar. Os resultados indicam para a
tendncia de aumento na utilizao dos modos motorizados individuais sobre os
modos no motorizados, para as rendas mdia e alta.
Palavras Chave: Transporte. Planejamento de Transportes. Polticas Pblicas.
SUMRIO
Lista de Tabelas ........................................................................................................... 7
Lista de Figuras ............................................................................................................ 7
Lista de Grficos .......................................................................................................... 8
1 Introduo ............................................................................................................. 9
1.1 Objetivos e Justificativa ................................................................................ 11
2 Referencial Terico ............................................................................................. 12
2.1 Mobilidade e Acessibilidade ......................................................................... 12
2.2 Mobilidade e Acessibilidade de Crianas e Adolescentes ........................... 14
2.3 Experincias na Gesto da Mobilidade de Crianas e Adolescentes .......... 17
3 Metodologia Proposta ......................................................................................... 21
4 Anlise dos Resultados ....................................................................................... 23
4.1 Anlise da Mobilidade atravs da Pesquisa Origem Destino ....................... 23
4.2 Pesquisa com Pais de Alunos ...................................................................... 32
5 Concluses e Recomendaes ........................................................................... 43
6 Referncias ......................................................................................................... 45
Apndice A - Questionrio enviado aos pais de alunos ............................................. 48
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Total de viagens por modo e motivo 2007 em milhares
Tabela 2. Nmero de Viagens por Motivo (x 1.000) na faixa dos 11 a 17 anos
Tabela 3. ndice de Mobilidade por faixa etria
Tabela 4. Resumo da Amostra da Pesquisa
Tabela 5. Perfil dos alunos
Tabela 6. Renda familiar
Tabela 7. Quantidade de pessoas com CNH na famlia
Tabela 8. Distncia casa -escola
Tabela 9. Tempo de viagem escolar
Tabela 10. Questes para pais de alunos que no vo escola a p ou de
bicicleta
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Imagem para campanhas de estmulo a caminhadas
Figura 2. Localizao das Unidades de Ensino da Escola da Vila
LISTA DE GRFICOS
Grfico 1. Populao Total e Populao na faixa dos 11 aos 17 anos na RMSP
Grfico 2. Populao na faixa dos 11 aos 17 anos na RMSP, por faixa de renda
Grfico 3. Total de viagens dirias na faixa dos 11 aos 17 anos
Grfico 4. ndice de Mobilidade na faixa dos 11 aos 17 anos
Grfico 5. % Viagens por Motivo, faixa 11 aos 17 anos
Grfico 6. % Viagens por Modo Principal, faixa 11 aos 17 anos
Grfico 7. ndice de Mobilidade Total na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de renda
Grfico 8. ndice de Mobilidade Modo Individual na faixa 11 aos 17 anos, por
faixa de renda
Grfico 9. ndice de Mobilidade Modo Coletivo na faixa 11 aos 17 anos, por faixa
de renda
Grfico 10. ndice de Mobilidade Modo A p na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de
renda
Grfico 11. ndice de Mobilidade Modo Bicicleta na faixa 11 aos 17 anos, por faixa
de renda
Grfico 12. Quantidade de automveis por famlia
Grfico 13. Diviso modal nas viagens escolares
Grfico 14. Modo de transporte utilizado nas viagens escolares
Grfico 15. Viagens escolares por modo, por distncia casa-escola
Grfico 16. Idade que os pais permitiriam a viagem escolar a p
Grfico 17. Respostas s afirmaes do questionrio
Grfico 18. Importncia dos fatores para viagens a p ou de bicicleta para a
escola
Grfico 19. Modo utilizado pelo pai/me nas viagens escolares na idade do filho
9
1 INTRODUO
Segundo os dados da Fundao Seade1 em 2006 existiam aproximadamente
3,8 milhes de estudantes matriculados no ensino fundamental e mdio na Regio
Metropolitana de So Paulo - RMSP. Este enorme contingente de crianas e
adolescentes matriculados se desloca diariamente de casa para a escola e da
escola para casa nos diferentes modos de transporte disponveis e acessveis.
Segundo dados da Pesquisa Origem-destino do Metr, diariamente, so
realizadas cerca de 13,2 milhes de viagens por dia por motivo educao, sendo o
segundo maior motivo de deslocamento, atrs apenas do motivo trabalho, conforme
podemos observar na tabela a seguir.
Tabela 1. Total de viagens por modo e motivo 2007 em milhares
MODO Trabalho Educao Compras Sade Lazer Outros Total
Metr 1.428 368 57 116 62 192 2.223 Trem 615 95 18 22 25 40 815 nibus 5.189 1.696 319 600 281 949 9.034 Fretado 432 53 2 2 14 11 514 Escolar 4 1.308 0 1 5 9 1.327 Auto 4.980 2.251 587 513 679 1.371 10.381 Txi 32 7 8 21 8 15 91 Moto 547 97 7 10 21 39 721 Bicicleta 214 39 4 0 12 35 304 A p 3.377 7.252 453 204 450 887 12.623 Outros 52 1 1 5 1 1 61
TOTAL 16.870 13.167 1.456 1.494 1.558 3.549 38.094
Fonte: Adaptado de Sntese dos dados da Pesquisa origemdestino da Regio Metropolitana de So
Paulo, Metr 2007, p. 46.
Na tabela 1, pode-se perceber tambm que a maior parte dos deslocamentos
realizados por motivo educao feito a p (55%), seguido por automveis (17%),
nibus regular (12,8%) e transporte escolar (9%). Vale ressaltar que, nesta mesma
pesquisa, foi identificado que, das viagens realizadas a p, aproximadamente 90%
so escolhidas pelas curtas distncias, mas pelo menos 8% (aproximadamente 475
mil viagens) so feitas por deficincias no sistema de transportes existente (caro,
distante, no acessvel ou demorado).
1 Fundao Seade, Informaes sobre os Municpios Paulistas. Disponvel em:
www.seade.sp.gov.br.
10
Informaes da Companhia de Engenharia de Trfego CET do municpio de
So Paulo em fevereiro de 2010 estimavam o aumento de 20% no trfego de
veculos no municpio com a volta s aulas2, resultando no aumento de
congestionamentos e de infraes ao redor dos estabelecimentos escolares.
O aumento da frota de veculos e sua priorizao no sistema virio em
detrimento dos modos coletivos e no-motorizados contribuem para a fragmentao
do espao urbano e deteriorao nas condies de deslocamento, principalmente
nas viagens a p ou de bicicleta (ALVES e RAIA JR., 2009).
Diversos estudos realizados em pases desenvolvidos apontam para um
grande aumento na utilizao de automveis nas viagens escolares de crianas e
adolescentes. Nos Estados Unidos, em 1969, cerca de 50 % das viagens por motivo
escolar eram realizadas a p ou de bicicleta, caindo para menos de 15% em 2001
(MARTIN e CARLSON, 2004.). Outros estudos identificam no somente a mudana
modal para estes deslocamentos, mas a perda da autonomia do jovem em relao
ao prprio deslocamento, isto , pesquisas indicam que houve um aumento na idade
em que crianas e adolescentes tem permisso dos pais para se deslocarem
sozinhos, seja para a escola ou para outras atividades.
A reduo da mobilidade independente de crianas e jovens resulta do
aumento da percepo de insegurana dos pais em relao ao trfego e
criminalidade (HILLMAN, 1990; HILLMAN, 1993; XAVIER, 2005). A ateno para as
viagens desta faixa etria, inicialmente motivadas pelas questes ligadas
segurana em relao ao trnsito, ampliaram-se para aspectos como a autonomia
no deslocamento, estmulo realizao de atividades fsicas, a influncia da forma
urbana na mobilidade de jovens e at para incentivo ao uso de modos no
motorizados por questes ambientais.
Apesar da extensa bibliografia internacional, foram encontradas poucas
referncias no Brasil que tratam do deslocamento de crianas e adolescentes ou das
caractersticas de sua mobilidade.
Dessa forma, esse trabalho se apresenta como uma oportunidade para se
investigar a mobilidade de crianas e adolescentes na Regio Metropolitana de So
Paulo.
2 http://noticias.r7.com/transito/noticias/cet-monta-operacao-para-volta-as-aulas-nesta-segunda-
feira-20100802.html
http://noticias.r7.com/transito/noticias/cet-monta-operacao-para-volta-as-aulas-nesta-segunda-feira-20100802.htmlhttp://noticias.r7.com/transito/noticias/cet-monta-operacao-para-volta-as-aulas-nesta-segunda-feira-20100802.html
11
1.1 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA
A partir do exposto anteriormente, este trabalho tem como objetivo geral
analisar o deslocamento de adolescentes na Regio Metropolitana de So Paulo -
RMSP e identificar fatores que influenciam a mobilidade dos jovens nas faixas
etrias dos 11 aos 17 anos nas viagens por motivo escolar.
Para isto, os objetivos especficos a serem explorados so:
Caracterizar a evoluo das viagens de crianas e jovens, de 11 a 17
anos, nos ltimos 30 anos na RMSP;
Caracterizar as viagens por motivo educao, incluindo o modo
utilizado, distncia casa-escola, tempo de viagem;
Identificar diferentes fatores que influenciam a escolha do modo de
transporte utilizado nos deslocamentos por motivo escolar;
Identificar fatores importantes para os pais dos alunos que possam
estimular o uso do transporte no motorizado (a p e de bicicleta) nas
viagens por motivo educao;
Identificar oportunidades para a aplicao de polticas pblicas de
incentivo utilizao de modos no motorizados nas viagens por
motivo educao.
12
2 REFERENCIAL TERICO
2.1 MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE
Os conceitos de mobilidade e acessibilidade so complementares e
interdependentes, compreendendo dois fatores que, juntos, afetam a capacidade de
viagem do cidado (RAIA JR., 2000).
Entende-se por mobilidade a capacidade de deslocamento de pessoas e bens
entre um ponto e outro, dada pelas caractersticas individuais (renda, idade, sexo,
entre outros) e pela disponibilidade do sistema de transportes, enquanto a
acessibilidade se relaciona com a facilidade de deslocamento destes indivduos a
partir de uma localizao especfica para a realizao de determinadas atividades,
como, por exemplo, trabalho e educao (ROSA, 2006; ALVES e RAIA JR., 2009).
Para Brasil (2007), a mobilidade influenciada tanto pelas diferentes
caractersticas individuais, que podem ampli-la, restringi-la ou condicion-la, como
tambm pela estrutura urbana, como o sistema virio e redes de transporte pblico.
Na Poltica Nacional de Mobilidade Urbana Sustentvel, a mobilidade
definida como:
Um atributo associado s pessoas e aos bens; corresponde s diferentes respostas
dadas por indivduos e agentes econmicos s suas necessidades de deslocamento,
consideradas as dimenses do espao urbano e a complexidade das atividades nele
desenvolvidas (BRASIL, 2004 citado por BRASIL 2007, p.41).
Raia Jr. (2000) busca esclarecer as diferenas entre mobilidade e
acessibilidade a partir das definies de Jones (19813, citado por RAIA JR., 2000,
p.15) que relaciona a acessibilidade com as oportunidades proporcionadas pela
localizao das atividades e do sistema de transporte existentes; j a mobilidade
est relacionada com a capacidade individual de deslocamento, a qual depender
das caractersticas individuais e do sistema de transporte disponvel.
Ainda de acordo com Raia Jr., pode-se diferenciar a acessibilidade de lugar,
como a facilidade com que certos lugares podem ser alcanados, da acessibilidade
3 JONES, S.R. Acessibility measures: a literature review. Transport and Road Research
Laboratory. Department of Environment. Department of Transport. Laboratory Report 967, 1981.
13
de pessoas, facilidade que uma pessoa ou determinado grupo de pessoas podem
atingir certos locais de atividades (HANSON, 19954 citado por RAIA JR. 2000).
Assim, uma localidade com maior acessibilidade ser mais atrativa do que uma outra
com menor acessibilidade.
Dentro das definies propostas por Brasil (2007) a acessibilidade significa a
possibilidade de um indivduo realizar qualquer movimentao ou deslocamento por
seus prprios meios, com total autonomia e em condies seguras, mesmo que para
isso precise se utilizar de objetos e aparelhos especficos. Este conceito
principalmente associado s barreiras existentes s pessoas com deficincia fsica,
mas pode tambm ser entendida de forma mais ampla, se considerarmos diferentes
grupos populacionais e suas especificidades de deslocamento (idosos, crianas,
deficientes visuais, auditivos e mentais, entre outros). O conceito de acessibilidade
definido por Brasil (2007) complementar ao de mobilidade, pois indica que medidas
de acessibilidade devem ser tomadas para garantir a mobilidade das pessoas de
uma forma geral.
Para Alves e Raia Jr. (2009) deve-se estender o conceito de acessibilidade
no somente para as pessoas com deficincia, mas tambm aos indivduos que
vivenciam outros tipos de restrio ao movimento, seja pelas ms condies de
infra-estrutura (caladas e sistema virio, por exemplo), pelas deficincias do
sistema de transporte (incluindo tambm os custos das tarifas), at a falta de
segurana nos deslocamentos p ou de bicicleta, que aumentam a vulnerabilidade
e riscos nos deslocamentos.
Para Wachs e Koenig (19795 citado por RAIA JR. 2000, p. 88) a capacidade
para usar um modo de transporte no uma medida til a no ser que os destinos
desejados possam ser atingidos por aqueles modos. E de modo recproco acessos
para fazer destinos por um dado modo se tornam sem sentido se este modo no
acessvel ao viajante em potencial. Raia Jr. (2000) defende a idia de que o
planejamento de transporte deve analisar conjuntamente a acessibilidade e
mobilidade, pois ambos influenciam a capacidade de viagem do cidado.
4 HANSON, S. Getting there: urban transportation in context. In: HANSON, S. (ed.). The
geography of urban transportation. New York/London: The Guilford Press, 1995. pp. 3-25. 5 WACHS, M. e KOENIG, J. G. Behavioural modelling, accessibility, mobility and travel need. In:
HENSHER, D.A.; STOPHER, P.R. (eds). Behavioural travel modelling. Croom Helm, Becknham: Kent, 1979. pp. 698-710.
14
2.2 MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE DE CRIANAS E ADOLESCENTES
O deslocamento de crianas e adolescentes, assim como a dos adultos,
influenciado por diversos fatores como renda, disponibilidade de automvel ou do
transporte pblico (mobilidade), mas tambm pelas distncias a serem percorridas e
localizao das atividades de interesse (acessibilidade).
Como conseqncia do crescimento desordenado e da priorizao do
automvel sobre outros modos de transporte no Brasil, a populao, em especial
nos grandes centros urbanos, vem sofrendo com a deteriorao da qualidade de seu
deslocamento e tambm com os efeitos negativos do modelo rodoviarista, com
aumento dos congestionamentos, poluio e degradao do ambiente urbano.
Longe de ser um problema somente das cidades brasileiras, a dependncia
do automvel tem levado pases desenvolvidos a aplicarem medidas de
gerenciamento de mobilidade, buscando reduzir o nmero de viagens realizadas por
automvel e ampliar a utilizao dos modos no motorizados.
Segundo Meyer (19846, citado por RAIA JR., 2000) no modelo de priorizao
do automvel podem ser identificados grupos que no necessariamente se
beneficiam das vantagens proporcionadas por este modo de transporte. So eles: os
idosos, os pobres e os deficientes. Estes grupos so identificados como os de menor
mobilidade, visto que tem sua capacidade de viagem restringida tanto pelas
capacidades pessoais (renda e caractersticas fsicas) quanto pela restrio da
acessibilidade s diferentes atividades urbanas que no podem ser alcanadas por
transporte pblico (RAIA JR, 2000).
De uma outra forma, as crianas e adolescentes, pela impossibilidade legal
de dirigir um automvel, tero suas atividades restritas ou sua independncia
afetada com o advento do automvel. Neste caso, as restries no so
predominantemente sobre a quantidade de viagens realizadas, mas sobre as
condies em que so realizadas, isto , na falta de infraestrutura, segurana e
autonomia nos seus deslocamentos.
6 MEYER, M. D.; MILLER, E.J. e MORDOCK, E. K. (ed.). Urban transportation planning: a
decision oriented approach. Nova Iorque: McGraw-Hill Higher Education, 1984.
15
Para Hillman (1993) o aumento das restries impostas s crianas nos seus
deslocamentos esto diretamente associadas ao aumento do uso do automvel.
Para este autor, a percepo de perigo dos pais em relao segurana das
crianas resultou, ao longo dos anos, em maiores restries na autonomia da
criana em relao ao seu deslocamento. Assim, a sensao de perigo
proporcionada pelo trfego intenso restringe atividades da criana como
caminhadas, andar de bicicleta ou at mesmo atravessar a rua desacompanhado de
um adulto. Rosembaum (1993) ressalta que o intenso trfego de veculo vem
comprometendo a independncia e autonomia das crianas em suas viagens,
resultando em menos oportunidades para que as estas exeram sua liberdade de
escolha, comprometendo sua qualidade de vida futura.
Martin e Carlson (2005) identificam as principais barreiras utilizao dos
modos no motorizados para as viagens escolares por jovens americanos. Segundo
estes autores, a distncia da escola, bem como os perigos de trfego so os
principais problemas para o deslocamento a p. Nesta pesquisa foram encontradas
diferenas entre os deslocamentos de crianas e adolescentes por faixa etria,
justificado pela existncia de maior quantidade de escolas primrias, isto , existe
maior probabilidade de existir uma escola primria do que uma secundria perto da
residncia, facilitando o acesso a p para o primeiro grupo.
McMillan (2007) buscou relacionar a forma urbana com os deslocamentos
escolares por modos no motorizados, avaliando a proporo de viagens a p e de
bicicleta relacionadas com variveis como a existncia de caladas em boas
condies e uso do solo, identificando reas predominantemente residenciais ou de
uso misto. Para esta autora, a forma urbana apresenta certa influncia na utilizao
dos modos no motorizados, mas aspectos como atitude em relao ao transporte
(aspectos culturais e comportamentais) e as distncias possuem maior influncia na
escolha modal.
De forma semelhante, Kerr et al. (2005) buscam relacionar a forma urbana e
uso do solo com a realizao de viagens no motorizadas por crianas e
adolescentes, analisando tambm as influncias de gnero, raa e renda. Os
autores identificaram que bairros com melhor infra-estrutura e espaos de recreao
contribuem para maiores nveis de atividades fsicas e caminhadas das crianas. No
entanto, para grupos de baixa renda e no-brancos, a realizao de viagens a p
estava relacionada falta de automvel, e no s atividades fsicas e recreativas,
16
independente da disponibilidade destes equipamentos no bairro. Em grupos de
menor faixa de renda foi identificada tambm maior propenso utilizao do
transporte pblico.
Para Wilson (2007), as diversas medidas de estmulo utilizao de modos
no motorizados nas viagens escolares perdem sua eficincia quando as famlias
passam a escolher as escolas mais distantes em detrimento das escolas dos bairros
em que moram. A autora ressalta o aumento dos custos sociais impostos pelas
maiores distncias percorridas, como congestionamento, poluio e diminuio da
atividade fsica das crianas. No entanto, apesar das conseqncias sociais
negativas, a autora avalia que estes aspectos so pouco considerados pelas
famlias ao escolher o estabelecimento escolar de seu filho. Para esta autora o
planejamento integrado buscando uma melhor articulao na implantao dos
equipamentos escolares nas cidades poderia resultar na melhoria dos padres de
viagem para estas faixas etrias.
Uma pesquisa realizada em 2003 (ITRANS, 2003) sobre mobilidade e
pobreza na RMSP aponta para os graves problemas de mobilidade e acesso aos
servios de transporte coletivo nas faixas de renda at 3 salrios mnimos, indicando
a privao da populao de baixa renda s diferentes atividades, desde busca
trabalho, at acesso educao e sade, e tambm para as atividades de lazer.
Itrans (2003) identifica, nos ltimos anos, uma melhoria no acesso dos jovens destas
faixas de renda escola a partir da melhor distribuio espacial das escolas
pblicas, facilitando o acesso a p, em caminhadas curtas, de at 15 minutos. No
entanto, para outras atividades como lazer ou busca ao trabalho, os jovens destas
faixas de renda tem seus deslocamentos restringidos pela falta de opes nos
bairros perifricos e pela falta de dinheiro para utilizao de transporte pblico, alm
do fato de que pouqussimas famlias nesta faixa renda possuem automvel.
Apesar do estudo mencionado no apontar problemas nos deslocamentos
dos jovens por motivo educao, ele aborda apenas a mobilidade do ponto de vista
das caractersticas do indivduo por faixa de renda, e no as caractersticas da
infraestrutura existente para os deslocamentos a p ou outros modos.
Vale lembrar tambm que, para as faixas de renda mais baixas, a caminhada
muitas vezes utilizada pela falta de recursos para utilizao de transporte coletivo,
mesmo significando longos percursos de caminhada (MALATESTA, 2007). Esta
autora ressalta ainda que nas regies perifricas, onde moram as camadas de renda
17
mais baixas, as condies de infraestrutura para pedestre so ainda piores que nas
regies centrais.
2.3 EXPERINCIAS NA GESTO DA MOBILIDADE DE CRIANAS E ADOLESCENTES
Em diversos pases, o deslocamento das crianas e adolescentes vem sendo
objeto de diferentes polticas pblicas e programas que visam proporcionar o
estmulo ao uso de modos no-motorizados e a segurana no trfego,
principalmente nas viagens por motivo escolar. Estas iniciativas, encontradas em
pases como os Estados Unidos, Canad e Reino Unido, entre outros, tm como
objetivo reverter a tendncia crescente no uso do automvel para viagens escolares,
bem como proporcionar melhorias no ambiente urbano que favoream o uso de
modos no motorizados.
2.3.1 Estados Unidos - Programa Nacional de Rotas Seguras para a Escola7-
O Programa Nacional de Rotas Seguras para Escola foi criado em 2005
atravs de legislao federal com o objetivo de financiar programas e projetos que
favorecessem uso de bicicletas e a caminhada nas viagens escolares. Os objetivos
gerais do programa so:
Encorajar as crianas, incluindo aquelas com deficincias, a caminhar ou
andar de bicicleta para a escola;
Fazer com que os modos p e de bicicleta sejam mais seguros e atraentes
como alternativa de transportes, conseqentemente estimulando um estilo de
vida mais saudvel a partir da infncia;
Facilitar o planejamento, o desenvolvimento e implantao de projetos e
atividades que melhorem a segurana e reduzam o trfego, consumo de
combustveis e poluio do ar no entorno das escolas primrias e
secundrias (FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION).
Ao longo de cinco anos (2005 a 2009) o governo federal americano destinou
cerca de 612 milhes de dlares para o programa, repassados a projetos elegveis
atravs dos Departamentos de Transporte Estaduais. Antes da implantao do
programa federal, vrios estados americanos como a Califrnia, por exemplo, j
7 National Safe Routes to School Program
18
dispunham de seus prprios programas de rotas seguras para a escola ou similares
(METROLINX e GREEN COMMUNITIES CANADA, 2010). Nesses estados, o
programa federal e iniciativas locais se complementam somando-se esforos e
verbas para a implantao de projetos.
Figura 1. Imagem para campanhas de estmulo a caminhadas
Fonte: National Center for Safe Routes to School. Disponvel em:
http://www.saferoutesinfo.org/resources/wts_graphics-and-logos.cfm. Acesso em: 20/01/2011
Os programas federais de Rotas Seguras para escola contemplam os
seguintes aspectos:
Infraestrutura melhorias em caladas, medidas de reduo de
velocidade e trfego (traffic calming), melhorias nos cruzamentos,
implantao de bicicletrios e paraciclos;
Outras medidas - Atividades para estmulo aos modos no
motorizados, campanhas pblicas de educao, educao no trnsito,
monitoramento das vizinhanas escolares, treinamentos especficos
para segurana de pedestre e ciclistas (METROLINX E GREEN
COMMUNITIES CANADA, 2010).
Na avaliao dos programas estaduais, Orenstein et. al. (2007) estimam um
aumento entre 20 e 200% nas viagens por modos no motorizados, dependendo da
escola analisada.
2.3.2 Canad Projeto Pisando L8
No Canad, vrios projetos de estmulo utilizao de modos no
motorizados nas viagens escolares foram desenvolvidos a partir de iniciativas de
8 Stepping it Up Pilot Project
http://www.saferoutesinfo.org/resources/wts_graphics-and-logos.cfm
19
organizao no governamentais como a Green Community Canad9. Esta ONG
apia projetos similares aos desenvolvidos nos EUA, denominados Rotas Ativas e
Seguras para Escola, disponibilizado em seu site ferramentas e informaes para
que as escolas e comunidades produzam seus prprios projetos.
O Governo de Toronto desenvolveu em 2009, atravs de sua agncia
Metrolinx e outros colaboradores, um projeto piloto para estmulo caminhada e uso
da bicicleta nas viagens escolares na Regio Metropolitana de Toronto e Hamilton
(Great Toronto and Hamilton Area). Com intuito de entender o deslocamento de
crianas e adolescentes nas viagens escolares, foi realizada uma pesquisa com
1.000 famlias que tem os filhos em idade escolar. O estudo identificou que nestas
reas 35% das crianas vo para escola de carro e aproximadamente 37% vo a p.
Atravs da pesquisa inicial, o trabalho identificou os grupos e potenciais mudanas
modais que poderiam ser estimuladas: para crianas que moram a at 2 km da
escola, poderiam ser propostas alternativas para caminhada e uso da bicicleta, e
para distncias acima disto, propostas de rodzios entre os pais e alternativas de
transporte pblico. Na viso de futuro estabelecida pela Metrolinx, 60% das
crianas devero utilizar modos no motorizados nos deslocamentos para a escola
nos prximos anos (METROLINX, 2010).
2.3.3 Recomendaes para Planejamento de Transporte e Uso do Solo
Amigveis para Crianas e Jovens no Canad10
Alm dos projetos ligados diretamente o gerenciamento da mobilidade, a
percepo da influncia do uso do solo em transporte gerou iniciativas que buscam
contemplar as necessidades de crianas e adolescentes nos diferentes projetos de
transporte e planejamento urbano no Canad (GILBERT e OBRIEN, 2010b).
Foram desenvolvidas recomendaes, feitas inicialmente para todo o pas,
adaptadas posteriormente pelos Estados e submetidas a consultas pblicas para
sua aplicao. As recomendaes, no total de 19, so agrupadas nas seguintes
categorias: colocar crianas e jovens como prioridade no planejamento de transporte
e uso do solo; fornecer e possibilitar que jovens sejam pedestres, ciclistas e usurios
de transporte pblico; proporcionar viagens seguras para a escola; promover aes
9 Disponvel em: http://www.saferoutestoschool.ca/.
10 Canadian child and youth friendly land use and transportation planning guidelines.
http://www.saferoutestoschool.ca/
20
para reduzir os impactos do transporte para jovens e crianas.
Estas recomendaes abordam tanto a localizao das atividades e
equipamentos pblicos quanto medidas de infraestrutura no seu entorno, alm de
questes como tarifas reduzidas e adaptaes para facilitar a independncia e
segurana das crianas na utilizao de diversos modos de transporte. Ao final do
documento, so identificadas as principais barreiras, aes possveis e
responsabilidades (governo local, governo estadual, comunidades, escolas) para a
aplicao das recomendaes (GILBERT e OBRIEN, 2010b).
21
3 METODOLOGIA PROPOSTA
As viagens realizadas por crianas e adolescentes por motivo escolar sero
influenciados tanto pelas caractersticas individuais da criana e da famlia (renda,
habilidades, segurana, propriedade de automvel) e da infra-estrutura existente
(existncia de caladas, situao das vias, condies de trfego) quanto pela
acessibilidade, isto a localizao da residncia e da escola.
Este estudo prope um recorte nas faixas etrias de 11 a 17 anos, pois
entende-se que, nesta faixa etria, os jovens j tm capacidade para exercer maior
autonomia nos seus deslocamentos, isto , j dispe, de forma geral, das
habilidades mnimas necessrias lidar com o trfego cotidiano e se locomover nos
diferentes modos de transporte.
Com intuito de analisar a mobilidade de crianas e adolescentes na Regio
Metropolitana de So Paulo, a metodologia proposta para este trabalho ter como
base a utilizao de duas pesquisas: a Pesquisa Origem Destino da Companhia do
Metropolitano de So Paulo CMSP nos anos de 1987, 1997 e 2007 e uma
pesquisa aplicada em uma escola privada no municpio de So Paulo.
A pesquisa OD permite a anlise da evoluo da mobilidade e viagens de
crianas e adolescentes, nas faixas dos 11 aos 17 anos, ao longo de 30 anos (1987,
1997 e 2007) para a Regio Metropolitana de So Paulo - RMSP.
A anlise da Pesquisa OD dos ltimos 30 anos permite verificar se houveram
mudanas significativas ou podem ser observadas tendncias de mudana na
mobilidade da faixa etria estudada, neste perodo.
Sero observados os dados populacionais e de viagem para as diversas
faixas de renda, de forma a identificar as diferenas de viagem entre as populaes
jovens de alto e baixo poder aquisitivo, a predominncia modal, e os ndices de
mobilidade nas diferentes faixas de renda.
Os dados da pesquisa OD sero avaliados conjuntamente para toda a RMSP,
isto , as informaes no sero desagregadas espacialmente por municpios ou
zonas de trfego.
A anlise local ser feita a partir da pesquisa realizada em uma escola
privada no municpio de S. Paulo, de forma a identificar os fatores que afetam a
mobilidade de crianas e adolescentes. A pesquisa ser realizada com pais dos
22
alunos de uma escola voltada para o pblico de alta renda na regio sudoeste de
So Paulo.
Desta forma, a pesquisa com pais de alunos buscar identificar aspectos que
possam ampliar o entendimento sobre a mobilidade de crianas e adolescentes, a
partir de uma situao especfica de localizao e pblico atendido (mdia e alta
renda). A pesquisa ser dividida em sees diversas com as seguintes
caractersticas:
Caracterizao do aluno e das famlias informaes sobre idade,
gnero, faixa de renda, propriedade de automvel e carteira de
habilitao na famlia;
Padro de viagem informaes sobre as viagens escolares: modo
utilizado, distncia casa-escola, tempo de viagem, valor do transporte
escolar e dados sobre acidentes sofridos;
Fatores que influenciam a realizao de viagens no motorizadas, e
motorizadas.
23
4 ANLISE DOS RESULTADOS
4.1 ANLISE DA MOBILIDADE ATRAVS DA PESQUISA ORIGEM DESTINO
As Pesquisas Origem Destino realizadas pela Companhia do Metropolitano de
So Paulo CMSP (Metr), na Regio Metropolitana de So Paulo - RMSP nos
anos de 1987, 1997 e 2007 foi utilizada para se obter as caractersticas gerais da
mobilidade na faixa etria dos 11 aos 17 anos.
4.1.1 Caractersticas populacionais
A pesquisa OD indica um aumento geral na populao da RMSP, que em
2007 contava com quase 20 milhes de habitantes. Apesar do aumento geral da
populao, a populao na faixa dos 11 a 17 anos diminuiu cerca de 13% entre os
anos de 1997 e 2007, conforme podemos observar no grfico a seguir. A
participao da populao de 11 a 17 anos no total geral da populao variou, nos
anos da pesquisa, entre 14, 24% e 10,6%, este ltimo valor para o ano de 2007.
Grfico 1. Populao Total e Populao na faixa dos 11 aos 17 anos na RMSP
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007
O grfico abaixo apresenta a populao de 11 a 17 anos, por ano da pesquisa
OD e faixas de renda. Alm do decrscimo de populao nesta faixa etria, pode-se
perceber a predominncia das faixas de renda familiar mdia entre 760 e 1.240 reais
e 1.520 a 3.040 reais, com as menores propores na faixa de renda mais elevada.
Apesar de a populao ter aumentado entre 1987 e 2007, a populao na faixa de
renda mais baixa (at 760 reais) permanece praticamente a mesma.
24
Grfico 2. Populao na faixa dos 11 aos 17 anos na RMSP, por faixa de renda
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007
4.1.2 Evoluo das viagens dirias
Um dos indicadores mais comumente usados para a medio da mobilidade
o ndice de Mobilidade, dado pelo nmero de viagens dividido pelo nmero de
habitantes. Este indicador usado pelo Metr nas pesquisas OD, e foi aqui utilizado
tambm por ser de fcil entendimento, e possvel desagregao para diferentes
faixas de renda e modos de transporte.
Vale lembrar tambm que os modos de viagem considerados so:
Modos motorizados:
Modo individual, ou modo individual motorizado: neste estudo foi
considerado o automvel;
So considerados modos coletivos: nibus, trem, metr, transporte
escolar, lotao, entre outros;
Modos no Motorizados:
Modo a p;
Modo bicicleta.
Os grficos a seguir apresentam as viagens totais realizadas pelos jovens,
por modo utilizado, e o ndice de mobilidade (viagens por habitante) na faixa etria
estudada. Em 2007 foram realizadas 4,8 milhes de viagens por crianas e jovens,
sendo a maioria delas a p, com o total de 3,1 milhes de viagens, seguido pelo
25
modo motorizado coletivo (1, 2 milho de viagens) e motorizado individual (464 mil
viagens). O modo bicicleta foi o nico que apresentou crescimento desde 1987,
atingindo o total de 33 mil viagens dirias.
Grfico 3. Total de viagens dirias na faixa dos 11 aos 17 anos
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007
Apesar da reduo no nmero de viagens absolutas entre 1997 e 2007, dada
a reduo na populao, o ndice de mobilidade apresenta uma ligeira melhora entre
estes dois anos, passando de 2,13 viagens/habitante para 2,33. No entanto, apesar
da melhora, o ndice ainda no chegou ao patamar de 1987, de 2,61
viagens/habitante.
A tendncia de diminuio da mobilidade observada em 1997 a mesma
observada para o total de viagens da RMSP, decrescente desde 1977, quando
atingiu valores de 2,07 viagens por habitante, contra 1,95 em 2007. A reverso desta
tendncia explicada tanto pela melhoria de renda da populao, quanto pela
implantao do Bilhete nico no municpio de S. Paulo e integrao entre os nibus
municipais e sistemas sobre trilhos (trem e metr).
26
Grfico 4. ndice de Mobilidade na faixa dos 11 aos 17 anos
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007
4.1.3 Motivo de Viagem e Modo Principal
A educao continua sendo o grande motivo de viagens na faixa etria
estudada, respondendo por mais de 80% das viagens no ano de 2007,
correspondendo ao total de 1,2 milhes de viagens por dia11. Pode-se observar
tambm pelo grfico a seguir, a diminuio das viagens por outros motivos, entre
eles trabalho e lazer. A diminuio das viagens por motivo trabalho pode estar
relacionada com o aumento das viagens por motivo educao, indicando um
aumento na freqncia destes jovens escola.
Tabela 2. Nmero de Viagens por Motivo (x 1.000) na faixa dos 11 a 17 anos
VIAGENS POR MOTIVO 1987 1997 2007
Escola/Educao 1.660 1.950 2.118
Residncia 2.269 2.439 2.343
Trabalho 477 302 180
Recreao/Visitas/Lazer 166 159 87
Compras 40 58 27
Mdico/Dentista/Sade 40 35 25
Outros 66 148 79
Total 4.720 5.091 4.860
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.
11
Foram retiradas as viagens por motivo residncia, pois os dados da pesquisa foram organizados a partir das viagens por motivo no destino. Parte-se do pressuposto que o motivo residncia ser, para grande parte das viagens, uma origem e um destino final.
27
Grfico 5. % Viagens por Motivo, faixa 11 aos 17 anos12
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.
O modo a p, conforme visto anteriormente, predominante nos
deslocamentos totais de jovens e crianas da faixa etria estudada. Observa-se
tambm no grfico a seguir a importante participao dos modos coletivos, com
destaque para os nibus. Tambm pode ser identificado um grande aumento no
nmero de viagens por transporte escolar, observado entre os anos de 1987 e 2007.
O automvel tambm aumenta sua participao nas viagens no mesmo perodo.
Grfico 6. % Viagens por Modo Principal, faixa 11 aos 17 anos
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.
12
Sem motivo residncia.
28
4.1.4 Evoluo da mobilidade de crianas e adolescentes por faixa de renda
A tabela a seguir apresenta os ndices de mobilidade por faixa etria por ano
da Pesquisa OD. Pode ser observado que as faixas etrias objeto deste estudo
esto entre as populaes maiores ndices de mobilidade da RMSP, acima, inclusive
dos ndices totais. Estes ndices altos so explicados principalmente pela realizao
de viagens escolares, que resultam na realizao de pelo menos duas viagens por
dia por pessoa (ida e volta da escola), mesmo que nas rendas mais baixas.
Conforme explicado anteriormente neste trabalho, a instalao de equipamentos
escolares nas diferentes regies da metrpole permitem maior acesso a educao
mesmo para as camadas de renda mais pobres da populao (ITRANS, 2003).
Tabela 3. ndice de Mobilidade por faixa etria
FAIXA ETRIA NDICE DE MOBILIDADE
1987 1997 2007
at 3 anos 0,44 0,49 0,70
4 a 6 anos 1,04 1,14 1,79
7 a 10 anos 2,27 1,87 2,19
11 a 14 anos 2,48 2,05 2,22
15 a 17 anos 2,79 2,22 2,48
18 a 22 anos 2,58 2,20 2,18
23 a 29 anos 2,50 2,16 2,28
30 a 39 anos 2,56 2,33 2,38
40 a 49 anos 2,34 2,13 2,09
50 a 59 anos 1,80 1,71 1,73
60 anos e mais 1,12 1,05 1,08
Total 2,06 1,87 1,95
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.
A quantidade de viagens por pessoa um indicador comumente usado para
se medir a mobilidade da populao. No entanto, vale ressaltar que a partir da
segregao dos dados por faixa de renda, podem ser identificadas grandes
diferenas entre os grupos, principalmente no uso do transporte individual e a p.
Os grficos 7 a 11 a seguir, apresentam os ndices de mobilidade para
crianas e adolescentes, por ano de pesquisa e faixa de renda13, total e por modo
individual, coletivo, bicicleta e a p.
A partir do grfico 7 observa-se a diferena entre os ndices de mobilidade
totais por faixa de renda, apontando a maior mobilidade das faixas de renda familiar
mais altas (acima de 3.040 reais), diferena observada tambm nas viagens de
outras faixas etrias. Entre as camadas mais alta e mais baixa de renda, a diferena
13
Para os anos 1987 e 1997 foram dadas as faixas de renda equivalentes a 2007.
29
de viagens chega a ser de at 42%.
Grfico 7. ndice de Mobilidade Total na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de renda
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.
O grfico 8 a seguir mostra o ndice de mobilidade por modo individual, e que
aponta uma grande diferena entre os deslocamentos dos jovens e crianas por
faixa de renda. Pode ser observado que, enquanto as viagens por modo individual
so mnimas, ou praticamente inexistentes para a populao mais pobre, estas
viagens tem um grande peso na mobilidade dos jovens das rendas mais altas.
Pode se perceber tambm uma tendncia de crescimento nas faixas de renda
a partir de 1.520 reais, em relao aos anos anteriores, chegando, inclusive, aos
ndices de mobilidade de 1987.
Grfico 8. ndice de Mobilidade Modo Individual na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de
renda
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.
A seguir, no grfico 9, so apresentados os ndices de mobilidade por modo
coletivo, onde se observa um aumento do nmero de viagens com aumento da
renda familiar. A exceo entrada est na camada de renda mais alta, indicando que
30
crianas e jovens mais ricos andam menos de transporte coletivo do que seus pares
de menor renda.
Grfico 9. ndice de Mobilidade Modo Coletivo na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de
renda
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.
Os grficos a seguir apresentam os ndices de mobilidade por modos no
motorizados, isto , a p e de bicicleta. Ao contrrio da tendncia observada no
modo individual, que cresce sua participao medida que a renda aumenta, para o
modo a p a situao a inversa: quanto maior a renda menor a mobilidade pelo
modo a p. Esta situao aponta para uma maior dependncia do automvel nas
crianas das rendas mais altas, com participao por modo similar ao observado em
pases desenvolvidos. Em relao tendncia, pode-se perceber que em 2007 o
modo a p tem os menores ndices dos trs anos, com exceo das duas faixas de
renda mais pobres. Em outras palavras, a partir das faixas de renda mdia, diminuiu-
se a mobilidade a p de crianas e adolescentes.
Grfico 10. ndice de Mobilidade Modo A p na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de renda
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.
31
As viagens realizadas por bicicleta so as que apresentam maior crescimento
entre os anos de 1987 e 2007, com intensificao do seu uso em quase todas as
faixas de renda. No entanto, as rendas mais altas so as que apresentam menor
ndice de mobilidade neste modo, ressaltando, assim como nas viagens realizadas a
p, que o alto ndice de mobilidade nesta faixa de renda est diretamente ligado s
viagens realizadas por modo individual.
Grfico 11. ndice de Mobilidade Modo Bicicleta na faixa 11 aos 17 anos, por faixa de
renda
Fonte: Elaborao do Autor a partir dos dados das Pesquisas OD do Metr 1987, 1997, 2007.
A pesquisa OD mostra um panorama geral das viagens e mobilidade de
crianas e adolescentes na RMSP. De forma geral, os ndices de mobilidade nesta
faixa etria so altos se comparados s outras faixas, mas apresentam grandes
discrepncias quando se observam as viagens estratificadas por faixa de renda. De
forma resumida, a Pesquisa OD nos d o seguinte retrato das viagens de crianas
e adolescentes na faixa etria estudada:
Altos ndices de mobilidade em recuperao, mas ainda no foram
alcanados os ndices de 1987;
As viagens escolares so o principal motivo de deslocamento;
Predominncia do modo a p (geral);
Dependncia do automvel nas camadas de alta renda;
Predominncia do modo a p nas camadas de menor renda;
Ao longo dos 30 anos observa-se uma tendncia no aumento do uso
do modo individual em detrimento do modo a p;
Aumento geral das viagens realizadas por bicicleta.
32
4.2 PESQUISA COM PAIS DE ALUNOS
Conforme explicado no captulo 3 Metodologia, alm da anlise realizada a
partir das Pesquisas OD do Metr, foi proposta uma pesquisa realizada com pais de
alunos de uma escola privada em So Paulo. Esta etapa do trabalho busca
identificar para este grupo especfico, condies que afetam a mobilidade de
crianas e jovens nas viagens por motivo educao.
Dado o curto perodo de tempo disponvel para a realizao da pesquisa
devido coincidncia da realizao desta com o fim do perodo letivo (ms de
dezembro), esta escola foi escolhida pela convenincia de contatos realizados
anteriormente a este trabalho e pela concordncia da coordenao em participar do
estudo.
A pesquisa com pais de alunos foi realizada atravs de questionrio
(Apndice A) distribudo aos alunos durante as aulas, no fim do ms de novembro de
2010, e recolhido pela escola ao longo de duas semanas. A distribuio foi feita para
todos os alunos do ensino Fundamental 2 (sexto ao nono ano) e para os alunos de
primeiro e segundo ano do Ensino Mdio. Os alunos do terceiro ano do Ensino
Mdio j estavam no perodo de recesso escolar para a realizao de exames
vestibulares e, portanto, no fizeram parte desta pesquisa.
O questionrio foi desenvolvido a partir de pesquisas internacionais
(METROLINX, 2010 e GREEN COMMUNITIES CANADA, 2011) desenvolvidas para
fins de programas de gerenciamento de mobilidade de viagens escolares. Por serem
pesquisas realizadas em pases desenvolvidos, foram adaptadas para o contexto
nacional e para os fins desta pesquisa.
Foram distribudos 480 questionrios, dos quais 124 foram devolvidos, mas
apenas 109 foram considerados vlidos. No foi realizado nenhum
acompanhamento junto aos alunos para solicitar o preenchimento e entrega dos
questionrios ou confirmar as respostas.
Tabela 4. Resumo da Amostra da Pesquisa
Populao Total Pesquisada Questionrios Vlidos Margem de Erro
480 109 +- 8,4%
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
33
A Escola da Vila14 uma escola privada, localizada na Zona Oeste do
municpio de So Paulo, com duas unidades de ensino, localizadas nos bairros do
Butant e Morumbi. A Escola dispe de Ensino Infantil, Ensino Fundamental e
Mdio, atendendo a crianas e adolescentes a partir dos trs anos de idade. Por ser
uma escola privada de alto padro, o pblico atendido compe-se
predominantemente de famlias de renda alta e mdia alta.
Figura 2. Localizao das Unidades de Ensino da Escola da Vila
Fonte: Elaborao do Autor
Nesta pesquisa no foram analisadas as condies de acessibilidade da
escola, isto , sua localizao na cidade, o trfego do entorno ou condies da
infraestrutura existentes. No entanto, pde ser constatado que ambas as unidades
pesquisadas so atendidas pelo sistema de transporte de nibus municipal e
intermunicipal.
4.2.1 Perfil dos Alunos e Famlias
As tabelas a seguir apresentam o perfil dos alunos pesquisados e
caractersticas da famlia. Foram pesquisados 109 alunos, dos quais 52% eram
meninas e 47% meninos. O maior ndice de respostas foi dos alunos de 12 e 13
14
Site da escola: www.escoladavila.com.br.
34
anos. AS famlias apresentam renda predominante acima de 5.700 reais (quase 83%
das respostas), sendo que apenas uma famlia pertence ao grupo de renda mais
baixo pela estratificao proposta (seguindo a estratificao proposta na pesquisa
OD).
Tabela 5. Perfil dos alunos
IDADE
GNERO
Total % Fem. Masc. NO
INFORMADO
11 15 6 21 19,27%
12 14 15 29 26,61%
13 9 12 21 19,27%
14 6 9 15 13,76%
15 7 5 12 11,01%
16 5 2 1 8 7,34%
17 1 2 3 2,75%
Total 57 51 1 109 100%
% 52,29% 46,79% 0,92% 100%
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
Tabela 6. Renda familiar
RENDA FAMILIAR N. FAMLIAS %
$761 a $1.520 1 0,92%
$1.521 a $3.040 2 1,83%
$3.041 a $5.700 13 11,93%
> $5.701 90 82,57%
NO INFORMADO 3 2,75%
Total geral 109 100,00%
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
Em relao propriedade de automvel, 98% das famlias possuem
automvel, sendo que 59% das famlias responderam ter 2 carros, e 16% relataram
ter pelo menos 3 ou mais automveis. Apenas duas famlias indicaram no possuir
automvel. Em relao habilitao para dirigir, a maioria das famlias conta com
pelo menos duas pessoas habilitadas (74%).
Grfico 12. Quantidade de automveis por famlia
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
35
Tabela 7. Quantidade de pessoas com CNH na famlia
N. pessoas com CNH Total de famlias % 1 14 12,84%
2 81 74,31% 3 13 11,93%
4 1 0,92%
Total geral 109 100,00%
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
Tabela 8. Distncia casa -escola
DISTNCIA CASA ESCOLA N. ALUNOS %
AT 1 18 16,51%
1 A 3 21 19,27%
3 a 5 22 20,18%
5 A 10 35 32,11%
>10 13 11,93%
Total geral 109 100,00%
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
Em relao distncia entre a casa e a escola, aproximadamente 35% dos
alunos declararam que moram a at 3 km de distncia, 52% na faixa entre 3 a 10 km
e o restante acima de 10 km. Vale ressaltar que, nos programas internacionais de
incentivo aos modos no-motorizados, as distncias at duas milhas
(aproximadamente 3,2 km) so consideradas razoveis para a utilizao destes
modos.
4.2.2 Padro de Viagens Escolares
Perto de 100% das viagens escolares realizadas so realizadas por modo
motorizado. As viagens por modo motorizado individual so predominantes tanto na
ida quanto na volta da escola, sendo que na volta da escola aumenta-se a
participao tanto dos modos coletivo quanto dos no motorizados.
Grfico 13. Diviso modal nas viagens escolares
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
36
O modo mais utilizado para a ida e volta da escola de carro com algum da
famlia, seguido por transporte escolar e de carro como parte de um rodzio. A
volta da escola, provavelmente pela indisponibilidade dos pais ou de outra pessoa
da famlia, apresenta maior variao de modos do que a ida, com aumento grande
no modo transporte escolar.
Grfico 14. Modo de transporte utilizado nas viagens escolares
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
O grfico a seguir apresenta a proporo de viagens por modo, por distncia
declarada da casa-escola. A partir das informaes abaixo pode-se perceber que a
utilizao dos modos no motorizados aparece somente nas viagens de at 3 km,
sendo maiores na volta do que na ida para a escola. Cabe ainda ressaltar, conforme
visto anteriormente, que o modo motorizado individual foi predominante em todas as
viagens, mesmo para aquelas de curta distncia, seja com algum da famlia ou num
rodzio.
O transporte pblico aparece nas viagens para distncias acima de 3 km, mas
ainda de forma modesta. Nas distncias maiores ele utilizado somente na volta da
escola. O modo transporte escolar utilizado em todas as distncias, sendo que nas
viagens entre 3 e 5 km este modo bastante utilizado.
Considerando a faixa de renda dos alunos, pode-se entender tambm a
presena de viagens de automvel com motorista em vrias respostas.
Pode-se inferir, a partir deste grfico, a importante influncia da distncia na
escolha modal, no entanto, como veremos adiante, ela no a nica definidora da
escolha modal. O modo bicicleta foi utilizado apenas por um aluno.
37
Grfico 15. Viagens escolares por modo, por distncia casa-escola
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
Em relao aos tempos de viagem, percebe-se, pela tabela a seguir, que o
tempo de volta maior que o tempo de ida para a escola, e quase 4% dos alunos
leva mais de uma hora para voltar para casa! No entanto, a predominncia das
viagens com at 20 minutos, com 74% das viagens de ida e 58% das viagens de
volta realizadas neste perodo de tempo.
Tabela 9. Tempo de viagem escolar
TEMPO DE VIAGEM IDA ESCOLA % VOLTA DA ESCOLA
%
At 10 min. 47 43,1% 37 34,3%
11 a 20 min. 34 31,2% 26 24,1%
21 a 40 min. 21 19,3% 28 25,9%
41 a 60 min. 7 6,4% 13 12,0%
> 60 min. - 0,0% 4 3,7%
Total geral 109 100,0% 108 100,0%
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
Apenas 4 alunos(3,7% do total) reportaram ter sofrido algum tipo de acidente
no percurso de ida ou volta da escola, sendo 2 utilizando automveis e 2 utilizando
transporte escolar.
O valor pago no transporte escolar varia entre 50 e 350 reais, conforme
38
respondido nos questionrios. A escola tambm dispe de um servio de transporte
escolar gratuito, entre as duas unidades (Butant e Morumbi), visto que algumas
atividades (treinos esportivos ou aulas especficas) requerem dos alunos a presena
em unidade diferente daquela onde atende aula. Este servio tambm utilizado por
alunos que moram mais perto de uma unidade, mas estudam na outra15.
4.2.3 Atitudes em relao ao transporte nas viagens escolares
As informaes a seguir fazem parte da seo do questionrio destinada a
investigar diferentes aspectos da escolha modal e fatores que influenciam a
mobilidade dos alunos desta escola. A primeira pergunta referia-se idade que os
pais permitiriam que os filhos fossem/ voltassem a p ou de bicicleta para a escola
regularmente, e as respostas foram organizadas no grfico a seguir.
Grfico 16. Idade que os pais permitiriam a viagem escolar a p
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
A idade mais indicada de permisso para a realizao de viagens no
motorizadas foi 15 anos, mas variam entre 8 e 18 anos. Alguns pais que
responderam nunca, colocaram observaes no questionrio sobre a autorizao,
relacionado-a distncia entre a casa e a escola, ou localizao da residncia
15
Informaes recebidas da escola.
39
junto vias muito movimentadas16.
A questo seguinte desta seo era dirigida aos pais de filhos que no
utilizavam modos a p ou de bicicleta para a escola, e era composta por vrias
afirmaes que deveriam ser respondidas pelos pais. O objetivo desta questo era
identificar fatores que influenciam a escolha do modo como: segurana no trfego,
distncia razovel para caminhada, percepo em relao s habilidades do jovem
para se locomover sozinho, condio das caladas, preocupao em relao
crimes, conhecimento e avaliao do atendimento do transporte pblico entre a casa
e a escola. Abaixo, segue tabela com as questes do questionrio.
Tabela 10. Questes para pais de alunos que no vo escola a p ou de bicicleta
12.1 Eu gostaria que meu filho fosse/voltasse escola p ou de bicicleta para a escola
12.2 Meu filho(a) ainda no tem desenvoltura no trnsito para ir desacompanhado escola
12.3 Moramos muito longe para que meu filho (a) v a p ou de bicicleta da escola
12.4 O trfego no percurso da residncia escola muito pesado (fluxo grande de veculos/ altas velocidades)
12.5 Existem ruas muito movimentadas/ difceis de atravessar no percurso
12.6 As caladas esto em ms condies de conservao e manuteno
12.7 Meu filho no vai a p ou de bicicleta porque tenho preocupaes em relao sua segurana (em relao crime/ bullying)
12.8 O caminho da escola faz parte do meu percurso de carro ao trabalho
12.9 No conheo as linhas de nibus que vo da nossa residncia at a escola
12.10 Considero o transporte pblico desconfortvel/ inconveniente
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
16
A pergunta poderia ter tido uma maior preciso se fosse antecedida de alguma observao sobre os pais considerarem a distncia entre a casa-escola razovel de ser percorrida a p.
40
Grfico 17. Respostas s afirmaes do questionrio
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
As respostas, representadas no grfico acima, podem ser resumidas da
seguinte forma:
Quase 40% dos pais gostariam que os filhos fossem p ou de
bicicleta para a escola;
Cerca de 40% consideram que seus os filhos j tm desenvoltura no
trnsito para irem sozinhos, a p ou de bicicleta, para a escola;
Mais de 50% consideram a distncia entre a casa e escola longe para
que os filhos vo a p ou de bicicleta para a escola;
72% consideram o trfego do percurso casa-escola pesado;
Quase 84% acham que as ruas so muito movimentadas e difceis de
atravessar no percurso casa-escola;
Aproximadamente 70% afirmam que as caladas esto em ms
condies de conservao no percurso;
63% tm preocupaes em relao crimes;
O caminho da escola no faz parte do percurso de 57% dos
respondentes, indicando que o eventual transporte do aluno para
escola pode gerar uma alterao no percurso da viagem ao trabalho,
aumentando as distncias percorridas e tempo de deslocamento;
Pouco mais de 60% dizem que no conhecem as linhas de nibus que
atendem a escola e a residncia;
41
Quase 50% consideram o transporte pblico desconfortvel.
Pode-se identificar, a partir das respostas acima, que, alm da distncia, o
trfego pesado e deficincia de infraestrutura so fatores importantes para os pais
de alunos que utilizam modos motorizados nas viagens escolares, e possivelmente
definidores da escolha modal, como identificado nas pesquisas internacionais.
Como conseqncia das dificuldades existentes para a realizao de
caminhadas e andar de bicicleta, muitos pais, preferem que seus filhos utilizem
modos motorizados.
A questo seguinte procurou justamente identificar a importncia dos fatores
acima mencionados na realizao de viagens a p ou de bicicleta, e foram
solicitados que todos respondessem, independente do modo de utilizado pelo filho
nas viagens escolares.
O grau de importncia atribudo a cada um dos fatores considerados est
representado no grfico a seguir. Praticamente todos os fatores foram considerados
extremamente importantes na realizao das viagens a p ou de bicicleta,
indicando a percepo da necessidade de intervenes no entorno da escola que
garantam ambientes mais amigveis para a realizao de viagens no motorizadas.
A exceo ficou no item acompanhamento de um adulto, considerado
extremamente importante para menos de 20% dos pais, e sem importncia para
um pouco mais de 10%.
42
Grfico 18. Importncia dos fatores para viagens a p ou de bicicleta para a escola
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho
Finalmente, e tambm como uma forma de provocao reflexo a ltima
pergunta pedia que o pai ou me respondesse qual modo utilizava nas viagens
escolares quando tinha a idade do filho, o que significa, aproximadamente pela
idade indicada pelos pais, viagens realizadas h 30 ou 40 anos. A maioria dos pais
relatou que ia e voltava da escola a p, desacompanhado.
Grfico 19. Modo utilizado pelo pai/me nas viagens escolares na idade do filho
Fonte: Autoria prpria com base em pesquisa para este trabalho.
43
5 CONCLUSES E RECOMENDAES
Este trabalho buscou investigar a mobilidade de crianas e jovens na Regio
Metropolitana de So Paulo e identificar diferentes tendncias nos deslocamentos
destes jovens nas viagens por motivo escolar.
A anlise da Pesquisa OD de 1987, 1997 e 2007 permitiu obter um retrato
geral das viagens realizadas na Regio Metropolitana de So Paulo, indicando que,
apesar da mudana modal de modos no motorizados para o modo individual nos
deslocamentos desta faixa etria no so ser observada para o grupo como um
todo, ela j apresenta uma tendncia para as camadas de renda mdia, alm de j
ter se estabelecido para as camadas de alta renda.
Com o aumento crescente da frota de automveis observado nos ltimos
anos, essa tendncia pode se consolidar nos prximos anos, a exemplo do ocorrido
em pases desenvolvidos.
As crianas e adolescentes anos tambm so o grupo etrio com maior
proporo de viagens a p, tanto em nmeros absolutos, quanto no total de viagens
realizadas a p. Conseqentemente, so elas as que mais sofrero com as
deficientes condies das caladas, e com a diminuio da segurana fsica pelo
intenso trfego de veculos e seu predomnio sobre o ambiente urbano.
A pesquisa com os pais de alunos permitiu uma anlise especfica,
relacionando, para as faixas de renda mais alta, a escolha do modo com a distncia
casa-escola e fatores importantes para os pais nas viagens dos seus filhos.
Conforme observado, a distncia um fator de grande importncia na escolha
modal, pelo menos para a utilizao dos modos no motorizados. No entanto, muitas
viagens que poderiam ser realizadas por modos ativos no o so, dadas as ms
condies do ambiente urbano e, principalmente pelo trfego intenso de veculos e
sua predominncia sobre o ambiente.
As polticas e programas implantados em pases desenvolvidos vm tendo
sucesso no aumento da utilizao dos modos ativos sobre os modos motorizados,
alm de proporcionarem mudanas no ambiente urbano para todas as faixas etrias.
Entende-se assim, que polticas e programas com intuito de recuperar o
ambiente urbano para as pessoas, proporcionando melhores condies nos
deslocamentos a p e de bicicleta, so necessrias para a qualidade de vida,
44
principalmente das geraes futuras, que sofrem as maiores conseqncias da
degradao ambiental causada pelo predomnio do automvel.
Atividades fsicas, autonomia, socializao e fortalecimento da capacidade de
escolha, alm de menos poluio e barulho, so aspectos relevantes para a
qualidade de vida de qualquer indivduo, e fatores importantes na formao de
hbitos que crianas e adolescentes levaro para sua vida adulta.
Como recomendao final, sugere-se o aprofundamento na investigao das
viagens escolares para outras faixas de renda e diferentes localidades, no apenas
da Regio Metropolitana de So Paulo mas para outras regies do Estado.
45
6 REFERNCIAS
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48
APNDICE A - QUESTIONRIO ENVIADO AOS PAIS DE ALUNOS
(Por favor, retorne este documento escola at o dia 03 de dezembro 2010) SEO A PADRO DE VIAGEM E CARACTERIZAO DO ALUNO
1. ESCOLA: ESCOLA DA VILA UNIDADE: BUTANT MORUMBI 2. SEXO : MASCULINO FEMININO 3. IDADE DO ALUNO (A): ANOS 4. SRIE/ ANO: FUNDAMENTAL ENSINO MDIO
5. Qual a distncia da residncia at a escola (aproximadamente)?
AT 1 KM DE 1 A 3 KM DE 3 A 5 KM DE 5 A 10 KM ACIMA DE 10 KM
6. Como seu filho (a) vai e volta da escola com maior freqncia (3 ou mais vezes por semana)?
IDA PARA ESCOLA VOLTA DA ESCOLA
A P ACOMPANHADO DE UM ADULTO A P ACOMPANHADO DE UM ADULTO
A P DESACOMPANHADO A P DESACOMPANHADO
DE BICICLETA DESACOMPANHADO DE BICICLETA DESACOMPANHADO
DE BICICLETA ACOMPANHADO DE BICICLETA ACOMPANHADO
DE CARRO (COM ALGUM DA FAMLIA) DE CARRO (COM ALGUM DA FAMLIA)
DE CARRO COMO PARTE DE UM RODZIO DE CARRO COMO PARTE DE UM RODZIO E
TRANSPORTE ESCOLAR TRANSPORTE ESCOLAR
DE TRANSPORTE PBLICO DE TRANSPORTE PBLICO
OUTRO. QUAL? OUTRO. QUAL?
7. Responda caso o seu filho (a) utilize o sistema de transporte escolar.
Qual o valor pago, por ms, no transporte escolar do seu filho?
8. Quanto tempo seu filho(a) leva no deslocamento de ida e de volta da escola (aproximadamente)? IDA PARA ESCOLA VOLTA DA ESCOLA
AT 10 MINUTOS AT 10 MINUTOS
DE 11 A 20 MINUTOS DE 11 A 20 MINUTOS
DE 21 A 40 MINUTOS DE 21 A 40 MINUTOS
DE 41 A 60 MINUTOS DE 41 A 60 MINUTOS
MAIS DE 60 MINUTOS MAIS DE 60 MINUTOS
9. Seu filho (a) j se envolveu em algum acidente de trnsito (coliso, atropelamento, etc) no percurso de ida ou volta da escola?
SIM
NO
NO SEI
10. Caso a resposta anterior seja SIM, qual modo de transporte ele estava utilizando?
A P
BICICLETA
CARRO
TRANSPORTE ESCOLAR
TRANSPORTE PBLICO (NIBUS)
OUTRO. Qual?
49
SEO B 11. A partir de que idade voc permitiria que seu filho fosse/voltasse da escola a p ou de bicicleta regularmente?
ANOS NUNCA NO SEI
12.Caso o seu filho no v a p ou de bicicleta para a escola, responda s afirmaes abaixo:
SIM TALVEZ NO NO SEI
Eu gostaria que meu filho fosse/voltasse escola p ou de bicicleta para a escola
Meu filho(a) ainda no tem desenvoltura no trnsito para ir desacompanhado escola
Moramos muito longe para que meu filho (a) v a p ou de bicicleta da escola O trfego no percurso da residncia escola muito pesado (fluxo grande de veculos/ altas velocidades)
Existem ruas muito movimentadas/ difceis de atravessar no percurso
As caladas esto em ms condies de conservao e manuteno Meu filho no vai a p ou de bicicleta porque tenho preocupaes em relao sua segurana (em relao crime/ bullying)
O caminho da escola faz parte do meu percurso de carro ao trabalho
No conheo as linhas de nibus que vo da nossa residncia at a escola
Considero o transporte pblico desconfortvel/ inconveniente
13. Qual a importncia dos fatores abaixo para que seu filho v ou volte da escola a p ou de bicicleta?
Extremamente Importante
Muito Importante
Um pouco importante
No Muito Importante
Sem Importncia
No Sei
Treinamento de educao no trnsito para as crianas e adolescentes Acompanhamento de um adulto/ responsvel em todo o percurso ou pelo menos em um trecho Medidas para a reduo de velocidade do trfego no entorno da escola Cruzamentos mais seguros/sinalizados no percurso Existncia de infraestrutura para bicicletas (ciclovias, ciclorotas) Condies de conservao e manuteno das caladas
Policiamento no entorno da escola
14. Quando voc tinha a idade do seu filho, qual modo de transporte voc utilizava para ir e voltar da escola?
IDA PARA ESCOLA VOLTA DA ESCOLA
A P ACOMPANHADO DE UM ADULTO A P ACOMPANHADO DE UM ADULTO
A P DESACOMPANHADO A P DESACOMPANHADO
DE BICICLETA ACOMPANHADO DE UM ADULTO
DE BICICLETA ACOMPANHADO DE UM ADULTO
DE BICICLETA DESACOMPANHADO DE BICICLETA DESACOMPANHADO
DE CARRO (COM ALGUM DA FAMLIA) DE CARRO (COM ALGUM DA FAMLIA)
DE CARRO COMO PARTE DE UM RODZIO DE CARRO COMO PARTE DE UM RODZIO
DE TRANSPORTE ESCOLAR DE TRANSPORTE ESCOLAR
DE TRANSPORTE PBLICO DE TRANSPORTE PBLICO
OUTRO. QUAL? OUTRO. QUAL?
50
SEO C 15. Qual a sua faixa etria?
25 A 34 ANOS
35 A 44 ANOS
45 A 54 ANOS
55 A 64 ANOS
ACIMA DE 65 ANOS
16. Qual a sua faixa de renda familiar?
AT $760
DE $761 A $1.520
DE $1.521 A $3.040
DE $3.041 A $5.700
ACIMA DE $5.701
17. Quantos automveis a famlia tem?
0 - NENHUM
1
2
3 OU MAIS
18. Quantas pessoas na famlia possuem carteira de habilitao?
PESSOAS
OBRIGADA PELA SUA COLABORAO!