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Modelação da evolução da carbonatação em elementos de betão armado Isabel Filipa Garcia Monteiro Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em ENGENHARIA CIVIL Júri Presidente: Professor Doutor Augusto Gomes Orientador: Professor Doutor Fernando Branco Vogais: Engenheiro Rui Neves Junho 2010

Modelação da evolução da carbonatação em elementos de ... · Ao Eng.º Arlindo Gonçalves, do LNEC, pela sua disponibilidade em tirar todas as dúvidas referentes à sua especificação

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Modelação da evolução da carbonatação em elementos de betão armado

Isabel Filipa Garcia Monteiro

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

ENGENHARIA CIVIL

Júri

Presidente: Professor Doutor Augusto Gomes

Orientador: Professor Doutor Fernando Branco

Vogais: Engenheiro Rui Neves

Junho 2010

i

Agradecimentos

Ao Professor Fernando Branco, pela possibilidade, disponibilidade e rigor que me ofereceu na

realização este trabalho.

Ao Eng.º Arlindo Gonçalves, do LNEC, pela sua disponibilidade em tirar todas as dúvidas

referentes à sua especificação.

A todos os professores que, ao longo da minha formação, contribuíram com o seu saber.

À Alvis por me ter acolhido em longas noites de trabalho. Obrigada Maria.

Aos meus amigos, pelos incentivos encorajadores, a toda a hora e em todos os momentos.

Contribuíram sempre de uma maneira directa ou indirecta para a execução deste trabalho.

Aos meus pais, por me terem permitido chegar até este nível de formação. Obrigada pelo apoio

permanente e interesse com que encararam o mestrado que agora concluo.

iii

RESUMO

Nos últimos anos tem crescido o número de estruturas de betão armado com manifestações de

patologia, principalmente com problemas de corrosão de armaduras. Um dos fenómenos mais

responsável por estas alterações na vida útil do betão é a carbonatação. A carbonatação

natural do betão é um processo que depende das características dos materiais e do ambiente,

num processo simultâneo.

Existem vários modelos que descrevem a relação entre a profundidade de carbonatação e o

txkx = tempo decorrido. Porém o modelo mais frequentemente utilizado é a expressão

onde k é intitulado como coeficiente de carbonatação. A quantificação deste coeficiente é

habitualmente difícil já que depende dos vários factores que afectam a carbonatação.

Neste trabalho pretendeu-se estimar os valores que se pode atribuir ao coeficiente de

carbonatação, de modo a ser possível determinar uma profundidade de carbonatação mais

exacta ao fim de um determinado período. Para isso, recorreu-se a um conjunto de dados reais

(nomeadamente idade da estrutura e profundidade de carbonatação), provenientes de

relatórios de peritagens do IST (cerca de 100 medições). Com estes dados fizeram-se ainda

diferentes análises de correlação, dividindo todos os dados em grupos com características

semelhantes que pudessem influenciar o avanço da carbonatação, nomeadamente idade,

pintura, resistência e exposição.

Comparou-se ainda os valores do coeficiente de carbonatação encontrados, com os indicados

na última especificação do LNEC de modo a avaliar a sua fiabilidade.

PALAVRAS-CHAVE: Betão, corrosão, carbonatação, vida útil, coeficiente de carbonatação;

iv

ABSTRACT

In recent years has grown the number of reinforced concrete structures with pathologies, mainly

associated with corrosion problems in reinforcement. One of the main process responsible for

these anomalies is the carbonation. The concrete natural carbonation is a process that depends

simultaneously of the materials characteristics and of the surrounding environment.

There are several models that describe the relationship between the carbonation depth and

concrete age. But the most used is the equation txkx = where k is named the carbonation

coefficient.

The aim of this study was to define , a range of values for carbonation coefficient in order to be

able to make more accurate evaluations of carbonation depth from the concrete age. It was

considered about 100 measurements of real data (structure age and carbonation depth), from

audits performed by IST. Correlations were also analyzed. The data structures was splited into

groups with similar characteristics that could influence the carbonation progress, such as age,

superficial paint, compression strength and exposure level.

The carbonation coefficient obtained were compared with those reported in the latest LNEC

specification.

KEYWORDS: Concrete, corrosion, carbonation, service life, carbonation coefficient;

v

Índice Agradecimentos ............................................................................................................................. i

RESUMO ....................................................................................................................................... iii

ABSTRACT..................................................................................................................................... iv

Índice............................................................................................................................................. v

Notações ......................................................................................................................................vii

Índice de Tabelas...........................................................................................................................ix

Índice de Figuras ...........................................................................................................................xi

Índice de Gráficos........................................................................................................................xiii

1 Introdução............................................................................................................................. 1

1.1 Aspectos Gerais ................................................................................................................... 1

1.2 Estrutura do trabalho .......................................................................................................... 2

2 Enquadramento .................................................................................................................... 3

2.1 Betão Armado.............................................................................................................. 3

2.2 Durabilidade do betão ................................................................................................. 4

2.3 Corrosão do aço no betão armado .............................................................................. 6

2.4 Princípios da Corrosão ................................................................................................. 8

2.5 Tipos de Corrosão ...................................................................................................... 10

3 Factores que induzem a corrosão nos elementos de betão armado.................................. 13

3.1 Corrosão induzida por iões cloretos .......................................................................... 13

3.2 Corrosão induzida pela carbonatação ....................................................................... 14

3.3 Factores que influenciam a velocidade de carbonatação ......................................... 16

3.3.1 Factores Externos .................................................................................................. 16

3.3.2 Factores Internos................................................................................................... 19

3.3.3 Medição da carbonatação..................................................................................... 23

4 Modelos para a previsão da vida útil das estruturas .......................................................... 27

4.1 Definições e conceitos ............................................................................................... 27

4.2 Métodos para a determinação da vida útil do betão armado................................... 28

4.3 Modelos para o período de iniciação ........................................................................ 31

4.3.1 Ensaios Acelerados ................................................................................................ 43

4.4 Modelos para o período de propagação ................................................................... 46

4.5 Modelação da Durabilidade do betão segundo a Especificação LNEC E465 ............. 49

4.5.1 1º Modelo proposto pelo LNEC............................................................................. 52

vi

4.5.2 2º Modelo proposto pelo LNEC............................................................................. 56

5 Campanha de medições ...................................................................................................... 59

5.1 Tipo de Construções .................................................................................................. 59

5.1.1 Viadutos Rodoviários............................................................................................. 60

5.1.2 Deck Parking dos Hipermercados Modelo ............................................................ 61

5.1.3 Praça de Touros..................................................................................................... 62

5.1.4 Escolas Secundárias ............................................................................................... 63

5.2 Medições Realizadas.................................................................................................. 64

5.3 Quadro Síntese .......................................................................................................... 65

6 Análise dos Resultados........................................................................................................ 69

6.1 Período de Iniciação................................................................................................... 69

6.1.1 Análise Geral.......................................................................................................... 69

6.1.2 Pintura ................................................................................................................... 71

6.1.3 Resistências ........................................................................................................... 74

6.1.4 Tipos de elementos ............................................................................................... 75

6.1.5 Elementos em ambiente exterior e interior poluído............................................. 77

6.1.6 Idades .................................................................................................................... 78

6.2 Corrosão..................................................................................................................... 79

6.3 Recomendações para projecto .................................................................................. 84

6.3.1 Intervalos de Confiança de k ................................................................................. 84

6.3.2 Comparações de valores com o LNEC ................................................................... 86

6.3.3 Recobrimentos para 60 anos................................................................................. 88

7 Conclusões .......................................................................................................................... 91

8 Bibliografia .......................................................................................................................... 93

ANEXOS ....................................................................................................................................... 97

vii

Notações

CO2 Dióxido de carbono

k Coeficiente de carbonatação

M Massa do dióxido de carbono (g)

D Coeficiente de difusão do dióxido de carbono no betão (m2/s)

A Área da secção (m2)

C1 Concentração do dióxido de carbono no exterior (g/m2)

C2 Concentração do dióxido de carbono na frente de carbonatação (g/m2)

t Tempo de exposição

Idade inicial da estruturas (anos)

n Parâmetro que depende do tipo de cimento usado

Fe2O3 Óxido de Ferro

H2O Água

E Potencial

e- Electrão

OH- Iões de Hidróxido

O2 Oxigénio

Ca (OH)2 Óxido de cálcio

H2CO3 Ácido carbónico

SO2 Dióxido de enxofre

H2S Gás sulfídrico

NaOH Hidróxido de cálcio

KOH Hidróxido de potássio

CaC03 Carbonato de Cálcio

a/c Relação água cimento

T Temperatura

HR Humidade relativa

XRDA Difracção de Raio-X

DTA Análise térmica diferencial

TGA Termogravimetria

FTIR Espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier

Diferença de concentração do dióxido de carbono

ix

Índice de Tabelas

Tabela 4‐1 Coeficientes necessários para o uso das equações propostas por Hamada (1969) .39

Tabela 4‐2 Valores de coeficientes relativo ao mbiente.............................................................40

Tabela 4‐3 Valores de introdução do ar......................................................................................40

Tabela 4‐4 Valores dos coeficientes a e b relativos ao tipo de ligante .......................................40

Tabela 4‐5 Valores do coeficiente de durabilidade (k) conseguidos através de um estudo

experimental (ENTAC 2006) ........................................................................................................43

Tabela 4‐6 Valores de n

a

KK determinados experimentalmente (MEIRA,2003)..........................46

Tabela 4‐7 Categorias de vida útil na NP EN 1990 ......................................................................49

Tabela 4‐8 Limites da composição e da classe de resistência do betão sob acção da

carbonatação para uma vida útil de 50 anos ..............................................................................50

Tabela 4‐9 Classes de exposição ambiental carbonatação E 464 ...............................................51

Tabela 4‐10 Classes de fiabilidade e suas consequências...........................................................51

Tabela 4‐11 Valores dos parâmetros k1 e n.................................................................................53

Tabela 4‐12 Valores de Rc65 consoante o tipo de cimento utilizado no betão..........................54

Tabela 4‐13 Valores dos parâmetros m, p, e c para o cálculo de k60 ..........................................57

Tabela 5‐1 Valores de temperaturas e humidades de alguns Deck Parking analisados .............61

Tabela 5‐2 Quadro síntese das estruturas analisadas e respectivos elementos ........................65

Tabela 5‐3 Número de dados de cada elemento com exposição e revestimento distintos.......67

Tabela 5‐4 Número de dados de cada elemento ........................................................................67

Tabela 6‐1 Pontos tratados na limpeza de dados .......................................................................70

Tabela 6‐2 Divisão dos diferentes estados de corrosão admitidos.............................................80

Tabela 6‐3 Quadro Síntese das estruturas analisadas no período de corrosão..........................80

Tabela 6‐4 Valores Estatísticos do coeficiente de carbonatação...............................................84

Tabela 6‐5 Intervalos de Confiança segundo a Distribuição Normal para todos os pontos .......85

Tabela 6‐6 Valores Estatísticos do coeficiente de carbonatação após limpeza..........................86

Tabela 6‐7 Intervalos de Confiança segundo a Distribuição Normal para um intervalo de

pontos .........................................................................................................................................86

Tabela 6‐8 Valores de recobrimentos recomendados (mm) ......................................................89

xi

Índice de Figuras

Figura 2‐1 ‐ Relações entre os principais factores que influenciam a durabilidades dos

elementos de betão armado (CEB, 1992) .....................................................................................5

Figura 2‐2 Diagrama de Pourbaix para o sistema água/ferro a 25º (Pourbaix,1976) ...................7

Figura 2‐3 Representação esquemática da corrosão da armadura (COSTA,1999) .......................8

Figura 2‐4 Volume relativo do produto da corrosão (COSTA,1999) ...........................................10

Figura 2‐5 Corrosão generalizada num pilar duma área industrial.............................................11

Figura 3‐1 Avanço do processo de carbonatação (SALTA,1996).................................................14

Figura 3‐2 Zonas envolvidas no mecanismo de carbonatação e variação do pH ao longo da

profundidade (COSTA,1999) .......................................................................................................15

Figura 3‐3 Influência da concentração de CO2 no coeficiente de carbonatação (Uomota e

Takada,1993)...............................................................................................................................17

Figura 3‐4 Conteúdo de água nos poros do betão em função da humidade relativa

(FIGUEIREDO e tal. 1994) ............................................................................................................18

Figura 3‐5 Profundidade de carbonatação em relação à humidade relativa e o teor de CO2

(Ceukelaire e Nieuwenburg, 1993) .............................................................................................19

Figura 3‐6 Influência da cura na profundidade de carbonatação (Thomas e Matthews.

1992) ...........................................................................................................................................20

Figura 3‐7 Efeito da relação água‐cimento na profundidade de carbonatação (SALTA,1996) ..21

Figura 3‐8 Representação esquemática da carbonatação no interior de uma fenda................22

Figura 3‐9 Relação entre a profundidade de carbonatação e a resistência a compressão

aos 28 dias (Huand e Yang, 2002) ...............................................................................................23

Figura 3‐10 Indicador de Fenolftaleína para a medição da carbonatação..................................24

Figura 3‐11 Medição da frente de carbonatação........................................................................24

Figura 4‐1 Vida útil de uma estrutura .........................................................................................28

Figura 4‐2 Modelo de vida útil de TUUTI (1982) .........................................................................30

Figura 4‐3 Profundidade de carbonatação em função do tempo...............................................33

Figura 4‐4 Representação de x = k x t em escalas logarítmicas (Andrade e Alonso, 1996).....34

Figura 4‐5 Nomograma para determinação da profundidade de carbonatação (Meyer,

1987) ...........................................................................................................................................41

Figura 4‐6 Câmara de carbonatação ...........................................................................................44

Figura 4‐7 Esquema simplificado de uma câmara de carbonatação acelerada..........................44

xii

Figura 4‐8 Perda de secção da armadura (para dois diâmetros diferentes) em função de

velocidade de corrosão ...............................................................................................................48

Figura 5‐1 Viaduto da Rotunda do Aeroporto (Relatório ICIST, EPNº5/98)................................60

Figura 5‐2 Vista do Deck Parking do Hipermercado Modelo de Ovar (Relatório ICIST EP

Nº89/99)......................................................................................................................................62

Figura 5‐3 Vista geral das bancadas da Praça de Touros de Setúbal (Relatório ICIST EP Nº

35/03)..........................................................................................................................................62

xiii

Índice de Gráficos

Gráfico 4‐1 Resistência à carbonatação em função da resistência à compressão para

diferentes tipos de cimento (LNEC) ............................................................................................54

Gráfico 6‐1 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em todos os

elementos....................................................................................................................................70

Gráfico 6‐2 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com

pintura.........................................................................................................................................71

Gráfico 6‐3 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com

pintura após limpeza de dados ...................................................................................................72

Gráfico 6‐4 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos sem

pintura.........................................................................................................................................73

Gráfico 6‐5 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos sem

pintura após limpeza de dados ...................................................................................................73

Gráfico 6‐6 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com

resistência inferior a 35 MPa ......................................................................................................74

Gráfico 6‐7 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com

resistência superior a 35 MPa.....................................................................................................75

Gráfico 6‐8 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em vigas .......................76

Gráfico 6‐9 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em pilares ....................76

Gráfico 6‐10 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos

exteriores ....................................................................................................................................77

Gráfico 6‐11 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos

interiores .....................................................................................................................................77

Gráfico 6‐12 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com

idades superiores a 20 anos........................................................................................................78

Gráfico 6‐13 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com

idades inferiores a 20 anos .........................................................................................................79

Gráfico 6‐14 Avanço da deterioração no estado de fendilhação...............................................83

Gráfico 6‐15 Avanço da deterioração no estado de Descasque ................................................83

Gráfico 6‐16 Avanço da deterioração no estado de Redução da Secção ...................................84

Gráfico 6‐17 Distribuição dos valores do coeficiente de carbonatação encontrados ...............85

xiv

Gráfico 6‐18 Comparação do andamento das curvas pelo LNEC e pela análise dos dados,

com resistência constante fcm=28.8 MPa ..................................................................................87

Gráfico 6‐19 Comparação do andamento das curvas pelo LNEC e pela análise dos dados,

com várias resistências................................................................................................................88

Gráfico 6‐20 Comparação dos recobrimentos necessários para uma vida útil de 60 anos ........89

1

1 Introdução

1.1 Aspectos Gerais

Actualmente a durabilidade a longo prazo das estruturas de betão armado é umas das grandes

preocupações de segurança, económicas e ambientais no âmbito da construção civil.

O desempenho a longo prazo das infra-estruturas de betão armado é regido pela deterioração,

definido como a perda das capacidades físicas, químicas, mecânicas e biológicas dos

materiais. A corrosão é a forma mais comum de deterioração do aço e consiste na

desintegração química ou electroquímica do material metálico, num determinado meio de

exposição. Trata-se de um processo gradual e com um tempo de iniciação nem sempre óbvio

de se detectar numa observação exterior. A corrosão pode ser induzida por cloretos ou por

carbonatação, porém neste trabalho irá ser aprofundada apenas esta última, ou seja a corrosão

provocada pela penetração do dióxido de carbono nos elementos de betão armado.

Vários modelos têm sido estudados e reformulados com o objectivo de prever a vida útil das

estruturas de betão armado, porém não se trata de um processo simples. Trata-se de uma

formulação que envolve vários processos distintos, desde a difusão até ao inicio da corrosão,

propriamente dito, e que envolve vários parâmetros cuja variabilidade não deve ser ignorada.

Com o presente trabalho pretendeu-se analisar os modelos de previsão de vida útil já

existentes e através dos elementos de vários estudos já efectuados, tentar verificar se esses

modelos se adaptam às medições experimentais.

O trabalho consistiu assim em:

- Actividade experimental de i&D envolvendo técnicas de inspecção e diagnóstico de

desempenho do betão armado em estruturas, em especial recorrendo a técnicas não

destrutivas para avaliação da corrosão e de outras anomalias decorrentes;

- Participação no tratamento de informação e na construção duma base de dados sobre

desempenho do betão armado em ambiente marítimo, utilizando dados provenientes de

diversas estruturas ou de estudos em escala reduzida e em condições de exposição natural;

- Análise e verificação da fiabilidade de modelos de desempenho desenvolvidos para o

betão armado. Participação na elaboração de guias de recomendação sobre danos por

corrosão no betão armado, processos de reparação e reabilitação desses danos.

Considerando que o estudo da carbonatação do betão em bases adequadas pode vir a ser um

contributo relevante para o desenvolvimento dos modelos de previsão de vida útil, os próximos

capítulos descrevem o desenvolvimento da investigação nesse sentido em sequência da

análise de resultados observados em inspecções efectuadas pelo ICIST em várias estruturas.

2

1.2 Estrutura do trabalho

Após o presente capítulo de carácter introdutório este trabalho encontra-se dividido em 7

capítulos, estando o presente texto incluído no primeiro. De seguida apresenta-se uma breve

descrição de cada um dos seguintes capítulos.

- Capítulo 2. Enquadramento: neste capítulo apresenta-se uma síntese sobre os fenómenos

químicos e físicos decorrentes da carbonatação. É exposto a noção de durabilidade do betão

e todos os processos que decorrem da corrosão.

- Capítulo 3. Factores que induzem à corrosão nos elementos de betão armado: É

explicada a forma como a carbonatação pode ser induzida, e a forma como diversos factores

internos e externos podem influenciar o progresso deste fenómeno. É ainda abordado no

último ponto o procedimento utilizado, hoje em dia, para medir a profundidade de

carbonatação nos elementos de betão armado

- Capítulo 4. Modelos para a previsão da vida útil das estruturas: Este capítulo é reservado

aos modelos de previsão de vida útil de elementos de betão armado, tendo como referência a

corrosão das armaduras. São apresentados e discutidos alguns modelos descritos na

bibliografia analisada, referindo-se também as suas limitações. É explicada a aplicabilidade

destes modelos a ensaios de carbonatação acelerada e as principais alterações que ocorrem

nestes casos. São ainda analisados os modelos propostos pelo LNEC, com o intuito de virem

a ser comparados com os dados recolhidos.

- Capítulo 5. Campanha de medições: Aqui é descrita a metodologia da recolha de dados

utilizada no decorrer deste trabalho assim como se descreve todos os tipos de estruturas que

fizeram parte deste levantamento e suas características.

- Capítulo 6. Análise das medições: Neste ponto é feita a análise de resultados, tendo em

consideração o principal modelo proposto para a modelação da carbonatação na fase inicial.

É feita uma divisão dos pontos em grupos consoante determinadas características de modo a

detectar uma variação do coeficiente de carbonatação expressiva.

- Capítulo 7. Conclusões: Neste último capítulo é feita uma síntese das principais conclusões

retiradas da realização deste trabalho. É ainda feita uma confrontação entre os objectivos

pretendidos de inicio e abordadas eventuais recomendações para o futuro.

3

2 Enquadramento

2.1 Betão Armado

O uso do betão armado em obras, inicialmente de pequena escala, apenas começou a ser

introduzido na segunda metade do século XIX, difundindo-se rapidamente a sua utilização em

obras de grande envergadura. Para este rápido desenvolvimento, houve uma grande

contribuição da descoberta da complementaridade entre as propriedades de dois materiais,

relativamente baratos, o aço e o betão. Estes dois materiais, reunidos num material compósito

vão dar origem ao tão usado betão armado, e mais tarde, ao betão pré-esforçado. Juntos

conseguem conferir ao material as suas melhores qualidades: resistência à tracção,

proveniente do aço, e uma boa resistência à compressão, proveniente do betão.

Como qualquer material de construção, são exigidas duas características fundamentais no seu

desempenho: resistência e durabilidade. O objectivo é resistir mecanicamente a todos os

esforços a que poderá estar sujeito durante a sua vida útil e durar o mais possível sem perder

nenhuma das suas propriedades e em particular, as mecânicas-resistentes. Esta última

depende, de um modo relativamente complexo, de uma série de factores ligados ao betão e ao

próprio aço. No que diz respeito à durabilidade, esta também vai depender dos dois

constituintes. No que se refere ao betão propriamente dito, a durabilidade vai depender das

interacções, em geral de natureza química, entre ele e o meio em que se encontra. O mesmo

acontece com o aço, considerando neste caso como ambiente envolvente o próprio betão de

recobrimento.

Apesar de o betão ser o material de construção mais consumido no planeta, o conhecimento e

divulgação das práticas construtivas adequadas não acompanharam o crescimento da

actividade de construção. Este facto faz com que os vários descuidos em obra, sejam um dos

principais factores responsáveis pela diminuição da capacidade do betão em proteger as

armaduras contra a corrosão.

É de referir que a qualidade do betão armado em si é uma grandeza que depende da sua

utilização, propriedades e causas intrínsecas . Trata-se de uma referência nem sempre fácil de

analisar mas não fazendo com que este seja o material mais usado na construção civil, nos

dias que correm.

4

2.2 Durabilidade do betão

A preocupação com a durabilidade do betão teve início na década de 70, quando as estruturas,

que até então eram consideradas de vida útil infinita, começaram a apresentar, em

determinadas condições, deterioração precoce. Este facto fez com que, no final dos anos 80 e

90, a durabilidade passasse a ser observada como um forte ponto de pesquisa, promovendo o

desenvolvimento de diversos estudos e definições referentes ao tema.

As primeiras definições que surgiram relativamente à durabilidade dos betões, geralmente

caracterizavam-se pela forma simplista como se traduziam, acabando por confundir o conceito

de durabilidade com vida útil. Em termos gerais, a expressão durabilidade do betão é

usualmente empregue para caracterizar a resistência deste ao ataque de agentes agressivos,

físicos e químicos. A natureza, a intensidade e os diversos mecanismos associados a cada um

desses ataques podem variar consideravelmente, daí a razão pela qual a expressão

durabilidade ser entendida como vaga neste campo relacionado com o betão. Uma estrutura é

considerada durável se, durante a sua vida, conservar os requisitos de projecto em termos de

segurança, de funcionalidade e estética, sem custos de manutenção não previstos (Andrade,

1996).

Definindo “desempenho” como a capacidade de uma estrutura satisfazer os fins para que foi

projectada, sob todos os pontos de vista, é de opinião geral que, devido aos efeitos complexos

do meio ambiente sobre as estruturas e de todas as reacções que isso envolve, a melhoria do

desempenho ao longo da vida não pode ser apenas obtida pelo aumento da qualidade dos

materiais usados. Para que isso aconteça tem de se actuar em diferentes vertentes: em fase

de projecto de estrutura e arquitectura, a nível de processos de execução da obra e nos

procedimentos relativos à inspecção e manutenção (CEB,1992).

As relações entre os principais factores que influenciam a durabilidade dos elementos de betão

armado e as suas consequências em termos de desempenho, encontram-se resumidas na

Figura 2-1.

5

Figura 2‐1 ‐ Relações entre os principais factores que influenciam a durabilidades dos elementos de betão armado (CEB, 1992)

Os principais factores que afectam a durabilidade são os seguintes:

• Projecto estrutural (principalmente pormenorização e cofragem);

• Materiais (principalmente compostos do betão e armaduras);

• Execução (principalmente desempenho dos operários como por exemplo a vibração do

betão);

• Cura (principalmente humidade e calor).

Estes quatro factores são os que fortemente influenciam a qualidade da estrutura do betão

armado no sentido em que definem a distribuição e natureza dos poros, o que vai influenciar a

eficácia na limitação de mecanismos de transporte de substâncias agressivas nessa rede

porosa que contribuem para a sua deterioração.

6

2.3 Corrosão do aço no betão armado

O betão é um material de durabilidade longa, mas não invulnerável. As causas de deterioração

das estruturas de betão armado são muito variadas e incluem causas externas não

controláveis ou acidentais, erros de dimensionamento, excesso de solicitação mecânica,

degradação intrínseca do betão mas principalmente a corrosão das armaduras.

A corrosão nos elementos de betão armado é portanto o principal processo responsável pela

deterioração e pelo encurtamento da vida útil das estruturas. O primeiro sinal visível de

corrosão das armaduras consiste no aparecimento de manchas de cor castanha ou

avermelhada, vulgarmente designadas por ferrugem, e que escorrem muitas vezes ao longo da

armadura. Em alguns casos, estas manchas são acompanhadas de fissuração, desagregação

e descasque do betão, resultado de forças de tensão internas geradas pelo processo de

corrosão. Para uma melhor previsão da vida útil dos elementos de betão armado, é necessário

conhecer todos os mecanismos e procedimentos envolvidos na corrosão.

O conceito de corrosão é habitualmente tomado como a alteração de materiais metálicos por

reacções químicas resultantes da sua interacção com o meio ambiente. Todos os metais

existentes na natureza, encontram-se geralmente sob a forma de compostos tais como óxidos

e sulfetos, associados com outros elementos. Para usá-los na sua forma elementar é

necessário extrair o metal através de um processo de redução, processo este que requer a

aplicação de uma certa quantidade de energia. O processo inverso, através do qual o metal

volta ao seu estado natural, é acompanhado de uma redução da energia, isto é, ocorre através

de uma reacção espontânea. Este processo que corresponde a uma oxidação, é conhecido por

corrosão e representa a destruição lenta do metal (ANDRADE,1992). Segundo a natureza do

mecanismo, pudemos classificar a corrosão em química (oxidação ou corrosão seca) e

electroquímica (corrosão propriamente dito).

Por oxidação entende-se o ataque provocado por uma reacção gás-metal, com a formação de

uma película de óxidos. Este tipo de corrosão ocorre de uma forma extremamente lenta, à

temperatura ambiente, e não provoca deterioração substancial das superfícies metálicas,

excepto se for provocado por gases muito agressivos.

A corrosão electroquímica trata-se de um ataque de natureza electroquímica que ocorre em

meio aquoso, como resultado da formação de uma pilha ou célula de corrosão e que é o

principal responsável pela corrosão do aço envolvido no betão nas estruturas de Engenharia

Civil. Este processo suscita o movimento de iões em dissolução que participam em reacções

de equilíbrio com outros iões do meio, incluindo os da água, dependendo assim do pH do meio.

7

A elevada alcalinidade do betão (pH 13), faz com que o aço que se encontra envolvido por

este, esteja protegido contra a corrosão. Esta natureza alcalina é devida à presença de

grandes quantidades de hidróxido de cálcio, que se forma durante a hidratação dos silicatos do

cimento, e aos álcalis que geralmente estão incorporados como sulfatos, no clinquer. A

presença destas substâncias no betão induz um pH situado entre 12,6 e 14,0, na fase aquosa

contida nos poros. Este facto faz com que se forme uma camada de óxidos submicroscópica

passivante, sólida e aderente de Fe2O3 sobre a superfície da armadura actuando como uma

barreira física entre o meio e o metal por períodos indefinidos, mesmo em presença de

humidade elevada. A destruição desta película passivante pode ocorrer quer pela diminuição

do pH quer pela acção dos cloretos, quando estes ultrapassam um determinado valor crítico.

Pode-se estabelecer, para cada metal, uma relação entre o potencial do processo de corrosão

(E) e o pH, que é traduzido graficamente em diagramas E-pH, mais conhecido por Diagramas

de Pourbaix, como se pode ver na Figura 2‐2. Estas representações resultam, geralmente, de

um estudo teórico das reacções possíveis para um dado metal num dado meio acabando por

se enquadrar em três domínios distintos: imunidade, corrosão e passivação. No estado de

“passivação”, assume-se que o metal recobre-se de uma capa de óxidos que actua como uma

barreira protectora impedindo a posterior oxidação. No estado de “corrosão”, são estabelecidas

condições termodinâmicas entre o pH e o potencial electroquímico acabando por levar à

instabilidade da camada passivante de óxidos. O metal diz-se num domínio de “imunidade”

quando se encontra nas condições correspondentes à sua estabilidade termodinâmica, não

sofrendo assim qualquer tipo de corrosão.

Figura 2‐2 Diagrama de Pourbaix para o sistema água/ferro a 25º (Pourbaix,1976)

8

2.4 Princípios da Corrosão

O processo de corrosão assemelha-se ao funcionamento de uma pilha induzido por diferenças

de potencial existentes entre as várias zonas da armadura. Existe um ânodo onde ocorre a

oxidação electroquímica, um cátodo onde ocorre a redução electroquímica e um electrólito por

onde circula a corrente iónica como se pode observar na Figura 2‐3. O ânodo consiste na zona

de armadura despassivada e o cátodo na zona de armadura que tem acesso ao oxigénio.

(Costa,1999). Estes três elementos mencionados formam entre si um circuito fechado, que

dependendo da diferença de potencial aplicada, assim ocorrerá corrosão.

Figura 2‐3 Representação esquemática da corrosão da armadura (COSTA,1999)

No ânodo, a relação mais provável de acontecer é a dissolução do ferro em que os iões

passam para a solução na forma de Fe++ libertando dois electrões.

Fe Fe++ + 2e- ( 2‐1)

Estes electrões passam através da armadura, que funciona como condutor eléctrico, até ao

cátodo, onde ocorrem determinadas reacções (2‐2) e (2‐3) que vão depender da

disponibilidade de oxigénio e do pH das regiões mais próximas. Nesta interface, os electrões

anteriormente libertados, reagem com o oxigénio e com a água, originando iões de hidróxido

(OH-) que fluem em direcção ao ânodo de forma a completar o circuito eléctrico.

2 H2O + O2 + 4e- 4 OH- (Ambientes Alcalinos e neutros, pH 7) (2‐2)

2H+ + 2e- H2 (Ambientes ácidos, pH<7) (2‐3)

9

Qualquer destas reacções é dependente do pH. A reacção (2‐3) só pode ocorrer em condições

de betão muito especiais como o caso de betão muito húmido e contendo substâncias

redutoras. A reacção (2‐2) é normalmente a reacção catódica mais importante e a sua

velocidade é dependente da concentração de oxigénio e portanto do grau de arejamento,

temperatura, concentração de sais etc. Dado o seu papel na reacção catódica, o oxigénio é

não só um factor essencial no fenómeno de corrosão, como o principal responsável pela

velocidade do processo.

No que diz respeito à reacção anódica ( 2‐1) referida anteriormente, constituí apenas o primeiro

passo no mecanismo da deterioração por corrosão das armaduras. Se este processo fosse

limitado apenas à dissolução do aço, não ocorreria a fendilhação e delaminação do betão de

recobrimento, dado que os iões de ferro se dissolveriam na solução dos poros. Porém, na zona

anódica ocorrem reacções secundárias (2‐4), (2‐5), (2‐6) e (2‐7) que originam produtos de

corrosão cuja forma final depende das condições de humidade e da disponibilidade de

oxigénio.

Fe + 3H2O Fe (OH)3 + 3H+ + 3e- (2‐4)

3Fe + 4H2O Fe3 O4 + 8H+ + 8e- (2‐5)

Fe + 2H2O FeO (OH-) + 3H+ + 3e-

(2‐6)

Fe O(OH-) + O2 Fe3O4 ou Fe (OH)2 (2‐7)

Aos produtos de corrosão formados durante o processo, está associado um grande aumento

de volume ,Figura 2‐4 , acabando por gerar dentro do betão grandes tensões que levam à sua

fendilhação, delaminação e destacamento.

10

Figura 2‐4 Volume relativo do produto da corrosão (COSTA,1999)

2.5 Tipos de Corrosão

Como já foi dito anteriormente, a corrosão pode ser classificada segundo a natureza do seu

processo. Porém também se pode estabelecer uma classificação no que diz respeito à sua

morfologia: corrosão generalizada, localizada e fissurante.

A corrosão generalizada, como o próprio nome indica, ocorre devido a uma perda generalizada

da película de passivação, resultante da frente de carbonatação no betão, presença excessiva

de cloretos ou lixiviação do Ca(OH)2, como se pode observar na Figura 2‐5. Este tipo de

corrosão pode ocorrer uniformemente, com a superfície tendendo a ser lisa e regular, ou não

uniformemente, apresentando neste caso uma superfície rugosa e irregular. Neste caso de

corrosão há também o perigo de perda das características mecânicas do aço, mas a

consequência mais nefasta será a fissuração do betão.

11

Figura 2‐5 Corrosão generalizada num pilar duma área industrial

A corrosão localizada forma-se por dissolução localizada da película de passivação,

tipicamente causada pela penetração de iões cloretos vindos do exterior ou pertencentes a

algum constituinte que componha o betão. Forma-se então, pontualmente, uma célula de

corrosão onde existe uma área passivada intacta, actuando como um cátodo, e uma pequena

área actuando como anôdo, que perdeu a sua película passiva e onde se reduz o oxigénio

acabando por dissolver o aço.

Por fim, pode-se ainda distinguir a corrosão sob tensão que se caracteriza por ocorrer, em aços

submetidos a elevadas tensões, em cuja superfície é gerada uma microfissura que vai

progredindo rapidamente, provocando uma ruptura brusca e frágil do metal em questão, ainda

que não exista evidências de ataques. Ocorre normalmente em estruturas pré-esforçadas, mas

pode-se dar também em estruturas de betão armado. Trata-se de um fenómeno bastante

especifico e normalmente associado à má qualidade do betão, bainhas mal preenchidas,

lixiviação do betão ou a presença de determinados iões. Os mecanismos que regem a corrosão

sob tensão ainda são pouco compreendidos, mas sabe-se que os seus efeitos são

extremamente perigosos nas estruturas de betão, caracterizando-se por roturas bruscas, sem

deformação significativa de elementos estruturais e, praticamente sem sintomas visuais de

corrosão.

13

3 Factores que induzem a corrosão nos elementos de betão armado

3.1 Corrosão induzida por iões cloretos

Como já foi referido anteriormente, a corrosão é o principal processo da deterioração dos

elementos de betão armado. Esta corrosão pode ocorrer por indução dos iões cloretos ou por

carbonatação. Neste trabalho explorou-se, mais especificamente, a última vertente referida.

Porém é importante, ainda que superficialmente, desenvolver o processo de corrosão devido à

acção dos cloretos.

Este tipo de corrosão acontece com mais frequência e intensidade, em sítios em que o betão

se encontre exposto a um ambiente marítimo onde a concentração de cloretos é mais elevada.

É, sem qualquer tipo de dúvida, o principal causador de corrosão do aço nas estruturas de

betão pois para além de ocorrer com grande velocidade, causa perdas acentuadas da secção

das armaduras. Nenhum outro contaminante comum está tão extensivamente documento na

literatura como causador de corrosão dos metais no betão, como estão os cloretos

(Cascudo,1997).

Os iões cloreto podem estar presentes no betão através de formas distintas. Podem fazer parte

dos vários componentes dos aditivos do betão ou penetrarem desde o exterior através da rede

de poros, o que normalmente ocorre em ambientes marinhos ou quando se utilizam sais de

degelo em pontes.

Existe uma certa dificuldade a respeito da quantidade de iões cloretos suficientes para romper

a camada de óxidos passivantes e iniciar o processo de corrosão das armaduras. O

conhecimento deste parâmetro tem uma importância significativa, quer para a execução de

obras novas, quer para a reparação e manutenção de obras existentes. Este limite não está

associado a um valor fixo, embora existam algumas normas que recomendam valores

orientativos. Esta dificuldade de estabelecer um limite surge devido às numerosas variáveis

intervenientes, nomeadamente tipos de cimento, proporção de cimento, relação água cimento

(a/c), conteúdo de humidade e outros. Para além disso, o mecanismo de despassivação por

iões cloreto não se encontra totalmente compreendido, mas acredita-se que os iões se

incorporam na camada passiva, substituindo parte do oxigénio e aumentando a sua

condutibilidade. A camada perde assim a sua função de protecção acabando por permitir a

corrosão do aço envolvido no betão.

Basicamente, os parâmetros que influenciam a penetração de cloretos, são os mesmos para a

penetração do CO2. A relação a/c na composição do betão e a cura são características que

14

influenciam a qualidade do betão em questão e têm relação directa com a penetração de

cloretos.

3.2 Corrosão induzida pela carbonatação

A carbonatação trata-se de um fenómeno físico-químico que decorre sempre que se encontre

disponível no meio dióxido de carbono (CO2) e água. O processo traduz-se na reacção entre os

constituintes ácidos do meio com o liquido intersticial existente nos vários poros do betão

armado. Estes poros encontram-se saturados com hidróxido de cálcio provenientes da

hidratação da pasta de cimento, e também, com outros produtos alcalinos. No que diz respeito

aos principais constituintes do meio, fazem parte o ácido carbónico (H2CO3), o dióxido de

enxofre (SO2) e o gás sulfídrico (H2S).

A velocidade deste fenómeno encontra-se, então, directamente relacionada com a pasta

cimentícia, com os iões carbonatos mas também com a capacidade de penetração e reacção

do CO2. O mecanismo relevante do transporte de CO2 do meio envolvente até às armaduras é

a difusão. A difusão ocorre como um fenómeno de transporte de matéria onde o soluto é

transportado devido aos movimentos das moléculas de um fluido. Estes movimentos fazem

com que o soluto passe das zonas de maior concentração, para zonas de menor concentração.

Neste caso especifico, o CO2 que penetra para o interior do betão, vai reagir com os hidróxidos

de sódio e potássio presentes na zona intersticial, fazendo diminuir a sua concentração e

simultaneamente aumentar a solubilidade dos hidróxidos de cálcio. São estes últimos que

acabam, gradualmente, por reagir com o CO2, como se pode ver na equação (3‐1), tendo como

produto final a formação do carbonato de cálcio. Desta forma ocorre um processo de difusão

do CO2, para o interior do betão e um processo de difusão de NaOH, KOH e Ca(OH)2, para a

frente de carbonatação como se encontra representado na Figura 3‐1 (Costa,1999).

Ca (OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O

(3‐1)

Figura 3‐1 Avanço do processo de carbonatação (SALTA,1996)

15

As substâncias, NaOH e KOH, encontram-se em pequenas quantidades na pasta de cimento,

logo o seu papel no processo de carbonatação é muito reduzido. A principal relação associada

à carbonatação é aquela que envolve o Ca(OH)2 .

Estas reacções que provocam o avanço da “frente de carbonatação” a partir da superfície, são

acompanhadas de uma queda do pH, de valores aproximadamente de 13 até valores que

poderão ser inferiores a 9, permitindo assim que a corrosão do aço tenha início. Os valores

iniciais de pH do betão têm como principal causa o Ca(OH)2 presente. Com o avançar das

reacções, vai-se assistindo ao desaparecimento do hidróxido de cálcio do interior dos poros o

que faz com que o pH diminua. Pode-se assim definir três zonas: a zona carbonatada onde o

Ca(OH)2 foi convertido em CaCO3, a zona não carbonatada onde o CO2 ainda não penetrou e

uma zona intermédia onde se desenvolve a reacção de carbonatação, como se pode ver na

Figura 3‐2.

Figura 3‐2 Zonas envolvidas no mecanismo de carbonatação e variação do pH ao longo da profundidade (COSTA,1999)

A carbonatação trata-se de um mecanismo que, em geral, ocorre lentamente devido às baixas

concentrações de CO2 na atmosfera e também derivado ao facto de o betão possuir reservas

elevadas de hidróxido de cálcio o que, associado à sua baixa permeabilidade, lhe confere uma

elevada resistência à penetração de CO2.

16

Apesar da carbonatação possuir como principal problema a corrosão do aço que se encontra

envolvido pelo betão, este processo também apresenta aspectos positivos. O facto de ocorrer a

transformação de hidróxido de cálcio em carbonato de cálcio, que é um produto com baixa

solubilidade, faz com que a porosidade do betão em questão diminua, aumentando assim a

resistência mecânica e a resistência ao ataque químico. Porém, nos betões constituídos por

cimento que possuam na sua constituição cinzas volantes ou escórias de alto forno, observa-se

um efeito contrário. Nestes casos específicos, o efeito do processo da carbonatação provoca

um aumento da porosidade capilar levando a uma maior absorção e permeabilidade da

camada de betão de recobrimento que se encontra a proteger o aço da corrosão. Este especial

fenómeno deve-se à formação de um gel de sílica muito poroso como um dos produtos

resultantes da carbonatação.

3.3 Factores que influenciam a velocidade de carbonatação

O elevado número de parâmetros envolvidos torna muito difícil a previsão da profundidade de

carbonatação em estruturas sujeitas à acção do ambiente exterior.

Os factores que afectam a corrosão que ocorre no aço nos elementos de betão armado podem

ser classificados em duas categorias principais: factores externos e factores internos. Factores

como relação água/cimento (a/c), condições de cura, grau de hidratação, quantidade e tipo de

cimento, concentração de dióxido de carbono, são uns dos muitos factores que poderiam ser

aqui enumerados e que influenciam a taxa de carbonatação do betão. Para Neville (1997), a

carbonatação depende fortemente da pressão de penetração do agente agressivo e da

humidade relativa (HR). Uomoto e Takada (1993) relatam que o fenómeno também sofre

influência da concentração de CO2 e das condições de exposição (humidade e temperatura).

Liang.Qu e Liang (1986) descrevem que a carbonatação do betão é um fenómeno

predominantemente de difusão que é influenciado, principalmente pela qualidade do betão e

pelas condições de exposição. Deste modo, nos pontos seguintes são descritos os principais

factores externos e factores internos que interferem na carbonatação do betão.

3.3.1 Factores Externos

Os principais factores externos determinantes para que ocorra o fenómeno de difusão são a

concentração de CO2, a temperatura e a humidade relativa do ar uma vez que vão determinar o

grau de saturação dos poros. A carbonatação é directamente proporcional à temperatura e à

concentração de CO2.

17

A concentração de CO2 na atmosfera, segundo Kazmierczak (1995), exerce grande influência

na velocidade da carbonatação em estruturas de betão. Em ambientes naturais, o teor de CO2

vai de 0,035% em volume até 1%, quando se está a tratar de zonas industrializadas, sendo a

quantidade na atmosfera variável com a temperatura e a pressão. Como já foi referido

anteriormente, considera-se que a difusão do gás carbónico pelos poros do material segue os

princípios da primeira lei de Fick, segundo a qual a difusão deste gás se dá na razão directa do

gradiente de concentração. Segundo Neville (1992), a acção de difusão ocorre mesmo em

ambientes onde a concentração desse gás na atmosfera é muito baixa, como é o caso de

ambientes rurais, onde o teor de CO2, é aproximadamente de 0,03% em volume. Kazmierczak

(1995) relata que os diferentes teores de CO2, encontrados naturalmente na atmosfera,

relacionam-se directamente com a velocidade de carbonatação, mas não alteram o seu

mecanismo físico-químico.

Hoje em dia, com o aumento da produção de gases pelos países em vias de desenvolvimento,

as concentrações de CO2 têm tendência a aumentar. Em 1993, Uomota e Takada elaboraram

um estudo com o objectivo de verificar a influência do teor de CO2 no avanço da frente de

carbonatação. Para isso, submeteram vários elementos de betão armado com concentrações

de CO2 que variavam de 0,07% (ambiente natural interno), 1% e 10% (ensaios acelerados).

Todos eles se encontravam sob as mesmas condições de temperatura (T) e humidade relativa

controlada (HR), (T=20ºC e HR= 55%). Como se pode verificar através da observação da

Figura 3‐3, o aumento do teor de CO2 elevou a velocidade de carbonatação dos betões em

estudo.

Figura 3‐3 Influência da concentração de CO2 no coeficiente de carbonatação (Uomota e Takada,1993)

18

A humidade relativa é outro dos importantes factores que afectam a carbonatação do betão,

uma vez que a água tem um papel significativo neste processo. Se por um lado bloqueia os

poros dificultando assim o processo de difusão, por outro, possibilita um meio para a reacção

entre o CO2 e o Ca(OH)2. Na ausência de humidade, o CO2 penetra nos poros do betão

facilmente, mas o processo de carbonatação não ocorre pois não é possível a sua dissolução.

Porém, numa situação em que temos 100% de humidade, o CO2 é dissolvido, mas devido à

sua baixa taxa de difusão na água (cerca de 104 vezes menor que no ar), a carbonatação é

retardada. A velocidade máxima deste fenómeno, ocorre numa situação intermédia, com a

possibilidade simultânea de difusão e dissolução de CO2 no sistema de poros do betão como

se pode ver na Figura 3‐4.

Figura 3‐4 Conteúdo de água nos poros do betão em função da humidade relativa (FIGUEIREDO e tal. 1994)

De acordo com Parrot (1990), a taxa máxima de carbonatação pode ser observada para a

exposição de humidade relativa de 60%. Já segundo outros autores, as taxas mais altas de

carbonatação ocorrem quando a humidade relativa do ambiente é mantida entre 50% e 75%.

Para humidade relativa de 30% ou inferior, não há carbonatação ou esta processa-se de uma

forma muito lenta. Papadakis, Vayenas e Fardis (1991) destacam que a humidade é o factor

chave para o processo de carbonatação.

Ceukelaire e Nieuwenburg (1993) levaram a cabo uma investigação onde avaliaram a

influência da humidade relativa na profundidade de carbonatação no betão. No ensaio fez-se

variar vários componentes, nomeadamente a concentração de CO2 (10% e 0,03%) e a

humidade relativa entre 40% a 90%. Os autores verificaram que para os vários teores de CO2,

a carbonatação atingiu profundidade máxima na humidade relativa de aproximadamente 50%

como se pode ver na Figura 3‐5.

19

Humidade relativa do ar (%)

Figura 3‐5 Profundidade de carbonatação em relação à humidade relativa e o teor de CO2 (Ceukelaire e Nieuwenburg, 1993)

De uma maneira geral, a relação entre a humidade relativa e a profundidade de carbonatação é

difícil de avaliar devido aos ciclos de molhagem/secagem a que a estrutura pode estar sujeita

No que diz respeito à temperatura, a sua influência na taxa de reacções químicas dá-se de

acordo com a teoria de Arrhenius, segundo o qual o incremento de temperatura implica um

aumento da taxa de reacções químicas. Embora seja pouco significativo, Uomoto e Takada

(1993) demonstraram, em ensaios experimentais, que eliminando o efeito do teor de CO2, o

efeito da temperatura sobre a carbonatação verifica-se. Na prática, isto significa que as zonas

cujas superfícies têm maior exposição solar são carbonatadas mais rapidamente.

3.3.2 Factores Internos

Também as características do betão apresentam uma forte influência na carbonatação, dentro

das quais se destaca, a composição química do betão, o traço específico e a qualidade de

execução. Ressalta-se ainda a influência das propriedades mecânicas na carbonatação do

betão.

A compactação e cura do betão são um dos factores que vão interferir no avanço da

profundidade de carbonatação uma vez que determinam a dimensão e continuidade dos poros

que constituem a rede de canais por onde o CO2 penetra. Por mais cuidado que se tenha no

fabrico do betão e na qualidade dos seus diversos componentes, se este não for devidamente

compactado, acaba-se por formar uma camada de recobrimento porosa. Segundo Andrade

(1992), o betão necessita de uma boa compactação que assegure um bom recobrimento das

20

armaduras e uma distribuição homogénea dos diferentes agregados que o constituem. Chega-

se mesmo a estabelecer a relação que os betões mais bem compactados têm coeficientes de

difusão inferiores quando comparados com aqueles não compactados.

Em relação à cura, existem variadíssimas opiniões sobre a sua influência no processo.

Andrade (1992) verificou que uma cura insuficiente bloqueia e perturba determinadas reacções

de hidratação e dá como resultado um betão poroso e muito mais vulnerável ao processo,

permitindo o fácil acesso das substâncias agressivas às armaduras. A influência da cura na

velocidade de carbonatação tem vindo a ser demonstrada por vários autores através de

ensaios experimentais. Thomas e Matthews (1992), avaliaram o efeito da cura, durante um

período de 4 anos, e constataram influência significativa na redução da profundidade de

carbonatação para betões curados em tempos mais elevados, como se pode ver na Figura 3‐6.

Pela observação da figura, pode-se facilmente concluir que a profundidade de carbonatação é

superior em casos que possuam uma cura deficiente ou imprópria para o caso em questão.

Figura 3‐6 Influência da cura na profundidade de carbonatação (Thomas e Matthews. 1992)

A razão água/cimento num determinado elemento de betão armado, também vai ter uma

acção determinante na estrutura porosa do betão, pelo que exerce uma influência significativa

na penetração do CO2 . Quanto maior for essa relação, maior será a permeabilidade e

porosidade do betão e consequentemente, maior difusão de CO2, como se pode observar na

Figura 3‐7.

21

Figura 3‐7 Efeito da relação água‐cimento na profundidade de carbonatação (SALTA,1996)

Quanto mais baixa for a relação água/cimento ou água/ligante, mais compactos serão os

betões e, consequentemente, mais resistentes à carbonatação. É um facto, mais que

reconhecido, que a profundidade de carbonatação diminui com o aumento de quantidade de

cimento por metro cúbico de betão. Isto ocorre devido ao facto de o avanço da frente de

carbonatação ser inversamente proporcional à reserva alcalina disponível na matriz da pasta

de cimento hidratada, que por sua vez é função da composição química do cimento (teor de

Ca(OH)2 e álcalis presentes).

Outro aspecto importante relativo à composição interna do betão é a acção de adições activas. O efeito destes produtos relativamente à acção da carbonatação, pode-se traduzir em

dois níveis: conduzem a pastas de cimento com menor teor em hidróxido de cálcio mas

simultaneamente modificam a porosidade do betão, originando um refinamento da estrutura

porosa. O primeiro efeito é negativo uma vez que diminui a capacidade de fixação do CO2, pela

pasta de cimento, fazendo com que sejam necessárias menores quantidades de CO2 para

carbonatar o betão em questão. No que diz respeito ao segundo efeito referido, trata-se de

uma mais valia uma vez que reduz a difusibilidade ao CO2, abrandando assim a sua

penetração. Resta apenas determinar qual dos efeitos será mais condicionante para a

evolução da profundidade de carbonatação nos elementos de betão armado. Relativamente à

adição de cinzas volantes, vários autores e ensaios experimentais indicam que, geralmente, a

acção destes produtos aumenta a velocidade de carbonatação. Porém pode-se considerar que

este efeito negativo apenas se faz sentir em betões com teores de adição superior a 30%.

Quanto às adições de sílica de fumo, segundo análises estatísticas realizadas, este produto

não apresenta qualquer tipo de efeito significativo, sendo a sua influência na profundidade de

22

carbonatação determinada pela relação água/cimento (SALTA,1996). As escórias de alto forno

conferem aos betões uma menor resistência à carbonatação, efeito ainda mais acentuado

quando são aplicadas em quantidades superiores a 60-70%. No então, se o seu teor não for

muito elevado, a carbonatação não se agravará, desde que a cura seja efectuada de uma

forma adequada e o betão apresente uma boa qualidade.

No fundo, o uso dos vários tipos de adições disponíveis, deve ser ponderado e encarado como

algo que pode melhorar as características do betão, mas nunca substituir na sua totalidade o

cimento uma vez que também possui vários aspectos negativos na sua durabilidade.

A fissuração é outro dos factores internos que vai influenciar a velocidade de carbonatação

dos elementos de betão armado. Este processo ocorre devido a um conjunto de reacções que

se dão a partir da superfície para o interior do betão. Como tal, a área de exposição que o CO2

tem acesso é um factor a ter em conta. Na presença de fissuras superficiais, o CO2 consegue

penetrar mais rápido e mais profundo no betão, além da superfície de contacto ser maior, como

se pode ver na Figura 3-8.

Figura 3‐8 Representação esquemática da carbonatação no interior de uma fenda

No que se refere ao efeito das propriedades mecânicas na carbonatação do betão, estudos

experimentais descrevem que a profundidade de carbonatação, para um teor de CO2 de 100%,

decresce com o incremento da resistência à compressão axial do betão, como se pode

observar na Figura 3‐9.

23

Figura 3‐9 Relação entre a profundidade de carbonatação e a resistência a compressão aos 28 dias (Huand e Yang, 2002)

3.3.3 Medição da carbonatação

Existem vários métodos para verificar se uma dada zona do betão se encontra ou não

carbonatada, assim como existem métodos práticos que nos permitem determinar essa mesma

profundidade de carbonatação. Normalmente este estudo é feito recorrendo à aspersão de

fenolftaleína porém pode-se ainda destacar procedimentos mais sofisticados: a difracção de

Raio-X (XRDA), a análise térmica diferencial (DTA), a termogravimetria (TGA) e a

espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR).

A análise XRDA é utilizada pela possibilidade de se conseguir determinar a intensidade de

distribuição de cristais de Ca(OH)2 e CaCO3 enquanto que o TGA, que se trata de um ensaio

quantitativo, já permite determinar efectivamente o valor das suas concentrações. Na análise

térmica diferencial, como o próprio nome indica, as diversas substâncias que constituem a

massa cimentícia são caracterizadas em função da sua temperatura. No que diz respeito ao

método de FTIR, fornece o espectro de infravermelho da amostra onde é possível determinar a

profundidade a que ocorre o pico das ligações carbono oxigénio presentes nos cristais de

CaCO3 que corresponde à frente de carbonatação. Pode-se distinguir outro método, através da

observação microscópica, onde se observa directamente a presença ou não de cristais de

CaCO3.

Apesar da grande fiabilidade e rigor destes procedimentos descritos anteriormente, aquele

mais prático e que mais se adequa à aplicação em campo é utilizando indicadores, como a

fenolftaleína. A aplicação deste tipo de indicadores é feita em solução alcoólica e permite de

forma extremamente rápida, fácil e económica, obter leituras de profundidades de

24

carbonatação. Roy et al (1999) afirmam que uma das limitações da determinação da

profundidade carbonatada usando solução de fenolftaleína é o dano superficial localizado, além

de esta apenas fornecer um indicativo da extensão da carbonatação, porém trata-se de um

teste simples e de fácil utilização, fornecendo respostas imediatas. A forte vantagem da

aplicação de fenolftaleína é traduzida pelo facto de o seu ponto de viragem de coloração

coincidir com os valores de pH para os quais se considera que a carbonatação ocorre. Um

betão que se encontre nas suas melhores condições, possui um pH na ordem dos 13. À

medida que a frente de carbonatação vai avançando pelo elemento de betão, uma das

consequências é a diminuição progressiva do pH. Quando esses valores chegam próximos de

9, na escala do pH, considera-se que o betão se encontra carbonatado. E é precisamente a

partir deste valor que fenolftaleína passa de incolor para uma tonalidade rosa-carmim ou lilás

como se pode ver na Figura 3‐10.

Figura 3‐10 Indicador de Fenolftaleína para a medição da carbonatação

O que o indicador faz na realidade é reagir com a fase líquida contida nos poros do betão e

exibe a cor correspondente ao intervalo do valor do pH que se verifica.

A especificação E 391 do LNEC estipula um procedimento baseado na Recomendação RILEM

CPC – 182, para determinar a profundidade de carbonatação. Neste documento pode-se

encontrar a descrição do processo que consiste em vários passos. Começa-se por extrair a

amostra de betão e pulveriza-se com uma solução alcoólica de fenolftaléina a 0,1%. De

seguida mede-se na superfície de extracção a profundidade de carbonatação com o auxílio de

uma régua como se pode ver na Figura 3-11.

Figura 3‐11 Medição da frente de carbonatação

25

Outro procedimento, alternativo à extracção de amostra de betão, e muito usado em

diagnósticos de obras, consiste em perfurar com uma broca o elemento e de mm em mm,

medir a frente de carbonatação, recorrendo mais uma vez à aspersão de fenolftaleína para

dentro do furo. Depois do procedimento efectuado, os furos são preenchidos com argamassa.

É recomendado que a leitura da profundidade de carbonatação se dê o mais rapidamente

possível logo após a extracção do provete, uma vez que com o passar do tempo a coloração

da fenolftaleína tende a esbater-se.

Além da fenolftaleína, também podem ser utilizados outros indicadores químicos como

timolftaleína e o amarelo de alizarina. Porém Meyer (1969) afirma que, embora estes produtos

definam zonas virtualmente idênticas às feitas com fenolftaleína, na prática, estes indicadores

são menos distintos que esta.

27

4 Modelos para a previsão da vida útil das estruturas

4.1 Definições e conceitos

Entende-se por vida útil de um elemento estrutural ou material, o período de tempo depois da

colocação em serviço, durante o qual todas as suas propriedades excedem os valores mínimos

aceitáveis quando sujeito a acções de manutenção periódicas. No fundo, as estruturas devem

ser projectadas e construídas de modo que sob as condições ambientais previstas na época do

projecto e quando utilizadas conforme preconizadas, conservem a sua segurança, estabilidade

e aptidão em serviço durante o período correspondente à sua vida útil. Quando ultrapassada a

vida útil de uma estrutura, entra-se no período denominado de vida residual. A vida residual de

uma estrutura de betão armado é o período de tempo contado a partir do momento em que o

desempenho da estrutura se torna inaceitável. Neste caso ter-se-á de intervir e proceder a

reparações repondo novamente condições de segurança, funcionalidade ou mesmo estéticas,

semelhantes às do projecto ou mesmo superiores, atingindo desta forma uma nova vida útil da

estrutura.

É vulgar considerar que as estruturas correntes de betão armado possuam um período de 50

anos como vida útil. No entanto existem situações frequentes onde esta consideração não

ocorre. Pode-se encontrar casos onde este prazo é ultrapassado, continuando o material a

desempenhar as suas funções estruturais com idades bastante superiores. Ou a situação

contrária, como a detecção de estruturas precocemente degradadas, onde claramente se

observa um término da sua vida útil, bastante antes dos 50 anos.

Infelizmente, a noção de vida útil das estruturas não se encontra bem sedimentada no espírito

das pessoas envolvidas no processo construtivo, como os projectistas, construtores ou donos

de obra. Pelo que se assiste na prática, o mais frequente de acontecer é que o valor da vida

real das estruturas depende mais de factores económicos que da evolução das suas

características resistentes e da sua durabilidade. Trata-se assim de uma realidade traduzida

mais num problema de índole económico do que técnico.

Nos últimos anos tem ocorrido um interesse crescente pelo desenvolvimento de modelos para

estimar o tempo de vida útil das estruturas de betão armado. Não se trata de um estudo fácil

uma vez que existem demasiados parâmetros envolvidos. Para uma previsão minimamente

fiável é fundamental o conhecimento de um determinado conjunto de dados: características

dos materiais, da estrutura e sua evolução ao longo do tempo; requisitos funcionais mínimos

exigíveis; meio ambiente e factores de degradação; mecanismos de deterioração e sua

interpenetração. Apesar de não ser uma investigação directa e simples, não se pode de todo

28

ignorar uma vez que toda a degradação envolvida vai influenciar o desempenho da estrutura

em causa como se pode ver na Figura 4‐1.

Figura 4‐1 Vida útil de uma estrutura

Os estudos sobre a durabilidade do betão armado e de outros materiais evoluíram muito, nos

últimos tempos, em função de um maior conhecimento dos mecanismos de transportes dos

fluidos em meios porosos, permitindo associar o tempo aos modelos matemáticos que

expressam quantitativamente estes mecanismos (ANDRADE, 2005).

4.2 Métodos para a determinação da vida útil do betão armado

Ao longo dos anos foram-se desenvolvendo vários métodos para prever a vida útil de

elementos de betão armado. A primeira abordagem que surgiu foi a de estimativas baseadas

em conhecimentos e experiências adquiridas. É uma metodologia muito simplista e que apenas

se tornou possível devido à acumulação de conhecimento e experiência adquiridos na

elaboração de testes de campo e de laboratório. Porém, com os avanços tecnológicos, que

frequentemente inserem novos materiais no mercado construtivo, e considerando também o

aumento da severidade do ambiente natural, as aproximações da vida útil baseadas nesta

abordagem foram-se tornando de difícil realização e com algumas incoerências (CLIFTON,

1993). Para além disso, este método apenas assume uma vida útil para betões fabricados para

possuir uma vida útil razoavelmente curta e em condições de serviço não muito agressivas.

Quando se tratam de betões com uma tendência para durar mais, este tipo de método já não

consegue responder às necessidades com grande fiabilidade.

29

Na linha deste último pensamento, apareceram novas estimativas mas desta vez baseadas em

comparações de desempenho. Logo cedo foi abandonado este método pois existem

demasiadas variáveis envolvidas que acabavam por dar este processo como bastante incerto.

Ao estudar um determinado betão, que durou um determinado tempo, em dadas condições

ambientais, não se pode automaticamente concluir que outro tipo de betão nas mesmas

condições, agirá da mesma maneira. Cada estrutura é um caso singular (materiais, geometria,

práticas de construção), não se podendo generalizar desta forma tão grosseira as suas

propriedades a longo prazo.

Hoje em dia, pode-se distinguir, fundamentalmente, duas formas de abordagem na

determinação da vida útil de estruturas. A primeira trata-se do método experimental, baseado

em ensaios de deterioração através dos quais se pretende reproduzir as condições e os

agentes agressivos a que se prevê que a estrutura se encontrará submetida ao longo do

tempo. Este tipo de modelo é baseado em dados provenientes de ensaios em laboratórios ou

dados reais provenientes de inspecções. O outro método, encontra-se mais inclinado para uma

via analítica, recorrendo a modelos matemáticos que pretendem reproduzir os efeitos dos

agentes agressivos ao longo do tempo. Baseiam-se no ajuste de equações, em função de

dados obtidos em inspecções, e na grande maioria são baseados na segunda lei de Fick, a

qual considera hipóteses adicionais, e pode ser empregada na forma de equação matemática.

Estes métodos analíticos podem ser determinísticos ou probabilísticos consoante sejam

desenvolvidos para um número específico ou para um conjunto de valores associado a

probabilidades de ocorrência. (ANDRADE, 2005).

Os modelos de durabilidade determinísticos fornecem sempre um valor médio de degradação,

desempenho ou vida útil. Esta abordagem baseia-se nos mecanismos de transporte de gases,

massas e iões através dos poros, sendo os principais mecanismos envolvidos a

permeabilidade, absorção capilar, a difusão de iões e gases e a migração de iões. Neste

método também se tem em conta a qualidade do betão como também o percurso que o agente

agressivo deve percorrer até atingir o aço, em concentrações e quantidades suficientes para

deteriorar a estrutura (ANDRADE, 2005).

A abordagem probabilística surge no seguimento do facto de muitas decisões no âmbito da

Engenharia Civil serem tomadas sob condições de incerteza, onde se faz uma adequada

quantificação das aleatoriedades, bem como a verificação dos seus efeitos dentro de um todo.

No caso da previsão da vida útil, são empregues as teorias de confiabilidade para predizer com

uma maior margem de segurança como se comportará a estrutura, considerando a

aleatoriedade das características dos materiais, das diferentes acções dos esforços e dos

factores ambientais durante a sua vida útil (ANDRADE, 2005).

30

O erro humano e as incertezas devem ser sempre levados em consideração,

independentemente da abordagem que se está a utilizar. No fundo, o passo final de todo o

desenvolvimento de um modelo de durabilidade é a quantificação e a formulação, sendo os

métodos estatísticos e o raciocínio teórico as ferramentas usadas.

Das várias abordagens estudadas, a que se encontra mais evidenciada na bibliografia é o

modelo de TUUTI, devido à sua exaustiva experimentação. TUUTI (1982) propõe um modelo

simplificativo de previsão da vida útil para as estruturas de betão armado, considerando a sua

degradação devida ao fenómeno de corrosão das armaduras. Esta abordagem divide a vida útil

em duas fases distintas: o período de iniciação e o período de propagação como se pode

observar na Figura 4‐2.

Figura 4‐2 Modelo de vida útil de TUUTI (1982)

Esta divisão ocorre devido ao facto de os diferentes mecanismos envolvidos em cada um dos

períodos serem, do ponto de vista físico-químico, diferentes, sendo necessário pormenorizar

dois modelos distintos com propriedades de desempenho que consideram aqueles

mecanismos. Estas diferenças são também consideradas na modelação das acções

ambientais.

O período de iniciação (t1) corresponde ao intervalo de tempo que decorre desde o início da

vida da estrutura até à altura em que as armaduras perdem parte significativa da protecção

conferida pelo betão, devido à carbonatação, à penetração dos cloretos ou à combinação de

ambos os efeitos. Nesta etapa os agentes agressivos ainda estão a penetrar através da rede

de poros da camada de recobrimento de betão sem causar danos efectivos à estrutura.

Atendendo apenas à carbonatação, considera-se que a corrosão se torna possível quando a

espessura de carbonatação iguala a do recobrimento. Isto é equivalente a dizer que o período

de iniciação corresponde ao tempo necessário para que toda a espessura de recobrimento se

encontre totalmente carbonatada.

31

O período de propagação (t2) corresponde ao tempo que decorre entre o fim do período de

iniciação até que a corrosão das armaduras assuma um nível de degradação inaceitável. Uma

vez atingida as armaduras, os factores que interferem para que o período de propagação seja

mais ou menos rápido são a humidade, o oxigénio que rodeia as armaduras entre outros. A

corrosão das armaduras não é um processo contínuo, podendo ser interrompido a qualquer

momento, pela ausência de algum factor necessário para que o mesmo continue a ocorrer.

A vida útil é considerada como a soma da duração destes dois períodos t=t1+t2. Este modelo é

puramente qualitativo sendo muito citado pela sua simplicidade embora deixe algumas

questões importantes em aberto. Seria útil desenvolver dados quantitativos do processo

corrosivo nas estruturas, assim como uma melhor definição de níveis máximos de deterioração.

4.3 Modelos para o período de iniciação

Modelar o avanço da frente de carbonatação ou a penetração de cloretos trata-se de uma

tarefa difícil devido à complexidade dos mecanismos que envolvem este processo. A frente de

carbonatação é controlada pela difusão do dióxido de carbono que ocorre através dos poros do

betão, que por sua vez depende da humidade, temperatura, concentração de dióxido de

carbono e da resistência à carbonatação em questão, como foi referido anteriormente. Todos

estes factores analisados em simultâneo vão determinar o teor alcalino do betão e a sua maior

ou menor capacidade em ser penetrado.

Para os cloretos, a tarefa é ainda mais complexa, uma vez que estes podem estar no betão em

várias formas, como citado, e provenientes de várias fontes. Dependendo disso podem ser

gerados vários processos distintos.

Neste caso, apenas irá ser abordado, pormenorizadamente, a questão do período de iniciação

da frente de carbonatação uma vez que o estudo posterior se deu única e exclusivamente

tendo em conta este processo de corrosão nos elementos de betão armado.

Dado que a carbonatação é determinada por um processo de difusão do CO2,, pode-se

modelar a respectiva profundidade recorrendo à 1ª Lei de Fick (COSTA, 1999). A difusão

consiste no transporte de matéria sob um determinado gradiente de concentração. Neste caso

especifico, o CO2 que se encontra presente na atmosfera é consumido na reacção com o

hidróxido de cálcio da solução dos poros, obtendo-se assim carbonato de cálcio e permitindo a

difusão de CO2 para o interior do betão. Segundo a 1ª Lei de Fick, a quantidade (m) de CO2

que se difunde através de uma determinada camada de betão generalizada, pode ser expressa

pela seguinte equação (4-1).

32

(4-1)

se se considerar que a variação do CO2 ao longo da camada de carbonatação é dada por:

em que,

m- massa do dióxido de carbono (g);

D- coeficiente de difusão do dióxido de carbono no betão (m2/s);

A- área da secção (m2);

C1- concentração do dióxido de carbono no exterior (g/m2);

C2- concentração do dióxido de carbono na frente de carbonatação (g/m2);

t- tempo (s);

x- espessura da camada de betão carbonatado (m);

Por outro lado na frente de carbonatação, o CO2 reage com os compostos alcalinos. A

quantidade de CO2 necessária para que a frente de carbonatação progrida é considerada

directamente proporcional ao volume da camada de betão carbonatado, equação (4‐2).

(4‐2)

Introduzindo a equação (4‐2) na equação (4-1), pode-se obter a seguinte equação (4‐3).

que também pode ser expressa de seguinte forma:

(4‐4)

(4‐3)

33

Integrando esta última equação (4‐4) ao longo da espessura de carbonatação que se

desenvolve no período e admitindo que D, C1 e C2 são constantes obtém-se (4‐5):

(4‐5)

Combinando todos os parâmetros constantes num único parâmetro (K) tem-se a fórmula que

serve de base à generalidade dos modelos de previsão de carbonatação, ( 4‐6).

( 4‐6)

em que,

x - profundidade de carbonatação (mm);

k - coeficiente de carbonatação (mm/ano-1/2);

t - tempo de exposição ao agente agressivo (ano);

Esta relação assume uma variação da profundidade de carbonatação (x) proporcional à raiz

quadrada do tempo de exposição(√t), como se pode observar na equação ( 4‐6). As unidades

da constante de proporcionalidade são normalmente apresentadas em mm/ano-1/2, Figura 4‐3.

Figura 4‐3 Profundidade de carbonatação em função do tempo

A aplicação deste modelo, tem muitas limitações uma vez que as simplificações utilizadas na

sua dedução a partir da 1ª Lei de Fick não se verificam na realidade (COSTA, 1999). Por

exemplo, o coeficiente de difusão do CO2 no betão vai depender de muitas variáveis, não

sendo constante ao longo do período de exposição, conforme tinha sido assumido atrás. Este

34

coeficiente vai depender das condições de exposição e da forma como essas condições

influenciam o teor de humidade do betão. Também a porosidade do betão não é constante ao

longo da profundidade acabando por influenciar o coeficiente de difusão ao longo das

camadas.

Resumindo, este coeficiente vai depender de vários factores dependentes da agressividade

ambiental e do próprio betão, o que torna a sua correcta modelação bastante complexa.

Quanto maior for o valor de K mais curto será o tempo de iniciação da estrutura.

Ao logaritmizar a equação ( 4‐6) obtêm-se:

( 4‐7)

( 4‐8)

Usando escalas logarítimas para os valores de recobrimento e do tempo, consegue-se obter

rectas de inclinação 0,5 cuja ordenada em t=1 ano correspondem aos vários valores de K,

como se pode ver na Figura 4‐4.

Figura 4‐4 Representação de x = k x t em escalas logarítmicas (Andrade e Alonso, 1996)

A maioria dos modelos de previsão do avanço da carbonatação ao longo do tempo são

baseados nesta teoria anteriormente descrita. Porém, existem autores que descrevem que

para betões com idades mais avançadas, a profundidade de carbonatação observada muitas

vezes é menor que a prevista neste modelo. Smolczyk (1969) cita que a equação da raiz

quadrada do tempo é uma aproximação da profundidade de carbonatação, que apenas se

torna adequada para fins de extrapolação após um longo período de carbonatação. Relata

mesmo que este modelo apenas apresenta uma boa precisão nos resultados, para períodos

35

superiores a 10 anos de degradação natural da estrutura de betão armado, sugerindo que,

para períodos inferiores, o expoente de t possa vir a diferir de ½.

Smolczyk (1969) relata ainda que esta relação pode não trazer bons resultados em situações

onde algumas propriedades do betão agregam maior importância, como por exemplo a

variação da porosidade em relação ao grau de hidratação do cimento e ao teor de humidade do

betão. Desta forma, o autor propõe que a carbonatação em função do tempo seja obtida pela

equação (4‐9).

(4‐9)

em que,

- profundidade de carbonatação (mm);

k - coeficiente de carbonatação (mm/ );

t - tempo de exposição (anos);

- idade inicial da estruturas (anos);

n - parâmetro que depende do tipo de cimento usado;

Smolcyk relata que a inclusão do tempo na formulação, faz com que se consiga criar um

modelo de estimativa de profundidade de carbonatação capaz de ser utilizado em estruturas já

existentes, desde que se conheça a sua idade.

Daimond et al, em 1971, apresentou uma nova vertente da equação ( 4‐6), retirando uma

primeira fase de iniciação de carbonatação. Isto ocorria devido ao facto de ser necessário

contabilizar o período de secagem do material quando a difusão do dióxido de carbono está

inicialmente bloqueada pelos poros capilares saturados de água. Estes vários intervalos podem

ser analisados nas equações (4-10) onde ti representa esse período de iniciação:

(4‐10)

Tendo em conta os efeitos cinéticos de humidade no interior do betão, este ajustamento pode

também ser explicado pelo factor das reacções químicas de carbonatação não ocorrerem

instantaneamente, dado ser necessário um certo tempo até que a completa carbonatação da

superfície exposta ocorra.

Bakker (1988) no seu modelo, também despreza a carbonatação quando o betão se encontra

húmido e portanto o betão primeiramente terá que secar para depois carbonatar. Assim a

36

frente de evaporação limitará a frente de carbonatação. A profundidade de evaporação é

calculada de maneira similar a qualquer outro processo de difusão, e a profundidade seca é

dada pelas seguintes equações (4‐11), (4‐12) e (4‐13).

(4‐11)

(4‐12)

(4‐13)

em que,

y- profundidade seca (m);

- coeficiente de difusão do vapor de água (m2/s);

b- quantidade de água evaporada do betão (kg);

- humidade da frente de evaporação (kg/m3);

- humidade do ar (kg/ m3);

w- quantidade total de água do traço (kg/m3);

C- consumo de cimento (kg/m3);

GH- grau de hidratação do cimento;

- água de gel (kg/m3);

- água dos poros capilares (kg/m3);

Ainda segundo Bakker, a equação global que reflecte a velocidade de carbonatação nos ciclos

de humidade e secagem é a seguinte (4‐14), (4‐15) e (4‐16)

(4‐14)

(4‐15)

37

(4‐16)

em que,

e- profundidade de carbonatação no tempo t (m);

– profundidade de carbonatação no tempo (m);

- coeficiente de difusão do CO2 (m2/s);

– coeficiente de difusão do vapor de água (m2/s);

a -quantidade de compostos alcalinos do betão (kg/m3);

b -quantidade de água evaporada do betão (kg/m3);

- concentração de CO2 no ar (kg/m3);

- concentração de CO2 na frente de carbonatação (kg/m3);

– humidade da frente de evaporação (kg/m3);

- humidade do ar (kg/m3);

Mas esta não é a única variação que se pode estabelecer à equação ( 4‐6). Adaptado por HO e

Lewis, em 1987, pode-se considerar que a estrutura apresente carbonatação inicial (x0). Um

dos casos pode ser devido aos provetes, ao serem ensaiados em condições de carbonatação

acelerada, mesmo antes de serem introduzidos na câmara, poderem apresentar um dado valor

de carbonatação inicial (x0).

(4‐17)

Este tipo de variação tem de ser analisada com uma certa prudência uma vez que estamos a

somar profundidades de carbonatação que ocorrem em condições distintas. O valor que

representa uma pré-carbonatação (x0) sofrida pelo betão resulta de condições não aceleradas.

Já a parcela restante, equivale à carbonatação sofrida em condições de um ambiente com

elevada concentração de dióxido de carbono. Para efeitos de modelação experimental, apenas

faz sentido somar valores de profundidade de carbonatação que ocorram em condições

idênticas. HELENE (1997) ressalta que, para interiores, nos quais as condições ambientais

permanecem praticamente constantes, este modelo tem representado bem a realidade. No

38

entanto, para ambientes exteriores, a profundidade de carbonatação efectivamente encontrada

tem sido inferior ao previsto pelo modelo.

Em todos os modelos documentados na bibliografia consultada, a grande dificuldade é, sem

dúvida, determinar o valor do coeficiente de carbonatação (K). O autor Hamada (1969)

apresenta uma nova forma de calcular este coeficiente traduzido pelas equações que se

seguem (4‐18), (4‐19) e (4‐20).

(4‐18)

(4‐19)

(4‐20)

em que,

t - tempo de exposição (anos);

- profundidade de carbonatação (cm);

k - coeficiente em função da relação água/cimento do betão;

ac - relação água/ cimento;

R - coeficiente tabelado que depende do tipo de cimento( ); tipo de agregado( ) e acção do

agente na superfície ( );

39

Na Tabela 4‐1, pode-se encontrar os coeficiente , e necessários para a utilização das

equações acima referidas, determinadas por Hamada.

Tabela 4‐1 Coeficientes necessários para o uso das equações propostas por Hamada (1969)

Cimento Portland Cimento Portland com escória de alto forno

Tipo de cimento

Comum

Alta

resistência

inicial

Escória 30-

40%

Escória

60%

Cimento Portland

pozolânico

Cimento Portland com 20% cinza

volante

1 0,6 1,4 2,2 1,7 1,9

Tipo de

Agregado Areia de rio

Areia de rio, brita de

pedra-pomes

Areia e brita

de pedra-

pomes

Cinza (fina,

grossa)

1 1,2 2,9 3,3

Superfície

agente

activo

Normal (sem aditivo) Incorporador de ar

Redutor de

água

(plastificante)

1 0,6 0,4

Outros autores, como é o caso de Jiang, Lin e Cai apresentam um modelo de estimativa do

coeficiente de carbonatação, considerando que os factores principais que afectam a

carbonatação do betão são o tipo e quantidade de ligante, a relação água/cimento, o grau de

hidratação, a concentração de dióxido de carbono e a humidade relativa. Apesar de toda a

complexidade envolvida, consegue expressar todas estas relações na equação (4‐21).

(4‐21)

em que,

HR – humidade relativa;

W – quantidade de água (kg/m3);

C – consumo de cimento (kg/m3);

C0 – concentração de CO2 (%);

- coeficiente que depende do tipo de cimento;

- coeficiente do grau de hidratação.

40

Hakkinen, apresenta um modelo mais simples, quando comparado com o último, sendo o

coeficiente de carbonatação (k) obtido pela seguinte equação (4‐22) (FERREIRA,2000).

(4‐22)

em que,

- coeficiente relativo ao ambiente que se pode observar na Tabela 4-2;

– coeficiente relativo ao teor de ar introduzido no betão (%) expressos na Tabela 4-3;

– resistência à compressão média do betão (MPa);

a,b – coeficientes relativos ao tipo de ligante que se encontram na Tabela 4‐4;

Tabela 4‐2 Valores de coeficientes relativo ao mbiente Tabela 4‐3 Valores de introdução do ar

Ambiente Estruturas protegidas da chuva 1,0

Estruturas expostas à chuva 0,5

Porosidade do ar Ar introduzido

0,7

Ar não introduzido

1,0

Tabela 4‐4 Valores dos coeficientes a e b relativos ao tipo de ligante

a b

Cimento Portland 1800 - 1,7

Cimento Portland + 28% de cinzas volantes 360 - 1,2

Cimento Portland + 9% de micro sílica 400 - 1,2

Cimento Portland + 70% de escórias 360 - 1,2

Outro exemplo de análise é apresentado por Meyer, que elaborou um gráfico para a avaliação

da profundidade de carbonatação até um período de exposição de 50 anos, em função do tipo

de betão e das condições de exposição como se pode observar na Figura 4‐5.

41

Figura 4‐5 Nomograma para determinação da profundidade de carbonatação (Meyer, 1987)

Segundo Sentler o coeficiente de carbonatação pode ser expressa pelas seguintes equações

(4‐23), (4‐24), (4-25) e (4-26)

(4‐23)

(4‐24)

(4‐25)

(4‐26)

em que,

e- profundidade de carbonatação (m);

a- factor empírico que toma o valor aproximado de 64;

- permeabilidade do betão para HR = 60% (m2);

t- tempo (s);

42

CaO – conteúdo de CaO no cimento (kg/m3);

HR- humidade relativa do ar (%);

n- factor do tempo em função da humidade relativa.

Com base na bibliografia consultada, pode-se afirmar que existe uma certa dificuldade na

aplicação dos modelos para estimativas da profundidade de carbonatação, os quais, em sua

grande maioria, devido às simplificações, não reflectem a intensidade do fenómeno real. Já

outros métodos evitam estas simplificações mas em contrapartida apresentam parâmetros de

difícil determinação ou onerosa obtenção. Bakker (1988) considera que seja duvidoso que

alguma vez se consiga determinar uma fórmula para a previsão da velocidade de

carbonatação, que seja devidamente adequada, tendo em conta todos os parâmetros

envolvidos no processo em questão.

No fundo, a equação de TUTTI trata-se da base para todo o restante raciocínio, que possui

uma forma bastante simples de determinar a profundidade de carbonatação, onde a tarefa

mais complicada consiste em determinar o valor de K. Este parâmetro assume-se como um

coeficiente de durabilidade do betão e que engloba todas as variáveis dependentes do betão e

da agressividade ambiental. Na bibliografia existente pode-se encontrar um vasto leque de

valores tabelados com ou sem a aplicação de factores correctivos de modo a ter em conta

aspectos como o tipo de cimento, classe de exposição ou sistemas de protecção que possam

vir a ser aplicados.

O valor do coeficiente de durabilidade, na generalidade, vai depender essencialmente de três

variantes principais: quantidade de substância do betão passíveis de sofrerem carbonatação;

diferença de concentrações de dióxido de carbono no exterior e na frente de carbonatação;

coeficiente de difusão através do betão. O facto de estes modelos dependerem fortemente, não

dos valores das concentrações de CO2 mas sim da diferença de concentrações, faz com que

se use modelos de ensaios acelerados, onde são utilizadas elevadas concentrações deste

gás, mantendo assim a validade dos modelos.

Na Tabela 4‐5 é possível observar valores de K obtidos via experimental, em elementos de

betão armado, expostos a condições atmosféricas próximas do mar. Neste caso pode-se

observar uma evolução clássica da carbonatação para betões mais porosos, isto é, com uma

maior relação água/cimento. Para além disso, é possível verificar que para betões iguais,

expostos em zonas significativamente próximas, os comportamentos relativos à carbonatação

são distintos.

43

Tabela 4‐5 Valores do coeficiente de durabilidade (k) conseguidos através de um estudo experimental (ENTAC 2006)

Relação a/c Distância ao

mar (m) (mm/ )

10 1,782 0,84

100 1,737 0,80

200 2,195 0,83 0,50

500 2,446 0,85

10 2,372 0,90

100 2,853 0,96

200 3,155 0,94 0,57

500 3,724 0,95

10 3,754 0,87

100 4,328 0,90

200 4,445 0,88 0,65

500 4,552 0,90

4.3.1 Ensaios Acelerados

Uma forma de avaliar o coeficiente de carbonatação (K) presente na equação ( 4‐6) consiste

em realizar ensaios de carbonatação acelerados. São preparados provetes de betão e

posteriormente colocados dentro de uma câmara de carbonatação acelerada, com condições

de temperatura, humidade e teor de dióxido de carbono controladas. As concentrações que se

praticam dentro da câmara são muito superiores às encontradas num ambiente exterior

comum. Mantidos constantes os restantes parâmetros, é possível obter valores de

profundidade de carbonatação em laboratório bastante superiores aos que seriam medidos em

condições naturais no exterior.

Os estudos em condições aceleradas de carbonatação são testes que envolvem um uso de

elevada concentração de reagentes, temperatura, humidade e outros parâmetros que podem

influenciar na aceleração da degradação do betão armado. Estes testes, quando devidamente

concebidos, executados e interpretados podem fornecer uma base sólida para a previsão do

desempenho do betão armado durante o seu período de vida útil. Alguns autores relatam as

vantagens da utilização destes tipos de ensaios destacando, principalmente o rígido controle

do ambiente de exposição, a rapidez de execução e a precisão das medidas devido à utilização

de equipamentos bastante sofisticados. Por sua vez, Neville (1982) destaca a necessidade da

prudência na extrapolação dos resultados dos ensaios acelerados para as condições normais

de exposição. Esta preocupação deve-se principalmente ao facto de o dióxido de carbono,

quando usado em altas concentrações poder distorcer os fenómenos dos ensaios acelerados.

44

Este tipo de ensaios são realizados em laboratórios específicos, em câmaras de carbonatação,

e onde através dos dados das experiências realizadas é possível obter informações relevantes

a respeito do desempenho do betão armado, quando submetido às condições de utilização. A

câmara de carbonatação é uma caixa cujas dimensões são, usualmente, 100x60x65 cm

(comprimento x profundidade x altura), vedada para aprisionar o CO2 em alta concentração. Na

Figura 4‐6 pode-se observar um exemplo de uma câmara de carbonatação acelerada.

Figura 4‐6 Câmara de carbonatação

A sub-pressão e a quantidade de gás bombeado são controladas por reguladores de pressão e

por um manovacuômetro. Também a temperatura e as humidades relativas podem ser

registadas através de aparelhos especializados para tal. Na Figura 4‐7 encontra-se um

pequeno esquema para ilustrar o funcionamento destes ensaios acelerados realizados em

laboratório.

Figura 4‐7 Esquema simplificado de uma câmara de carbonatação acelerada

45

Em trabalhos desenvolvidos por investigadores, os teores de CO2 utilizados para acelerar o

processo de carbonatação, são os mais diversos, indo de valores tais como 1% ou 5% até

100% de CO2. Neste último, em particular, a profundidade de carbonatação é controlada tendo

como parâmetro o tempo, em horas, a partir do início do processo. Foi através de ensaios

acelerados, como estes, que a especificação do LNEC foi baseada, tendo havido alguns

percalços, que irão ser abordados mais à frente.

Através de ensaios de carbonatação acelerado é então possível determinar os valores de K em

exposição acelerada ( ) e em exposição natural ( ) e estabelecendo um quociente entre os

dois consegue-se prever qual o comportamento em ambiente natural. Tudo isto num espaço de

tempo bastante reduzido. É possível então, aplicar este raciocínio à determinação da

profundidade de carbonatação através das equações (4‐27) e (4‐28).

(4‐27)

(4‐28)

em que,

- profundidade de carbonatação

em condições de carbonatação

acelerada;

- coeficiente de carbonatação em

condições aceleradas;

- tempo até se atingir uma

profundidade de carbonatação .

em que,

- profundidade de carbonatação em

condições de carbonatação de

exposição real;

- coeficiente de carbonatação em

condições reais;

- tempo até se atingir uma

profundidade de carbonatação .

Em 1988, Ho e Lewis através de várias pesquisas, chegam à conclusão que é possível

relacionar os resultados da carbonatação acelerada com os resultados da exposição real

recorrendo à equação (4‐29).

(4‐29)

em que,

- coeficiente de carbonatação em condições aceleradas;

- coeficiente relacionado com a diferença de concentrações de CO2;

- coeficiente de condições ambientais;

- coeficiente de carbonatação em condições reais.

46

O factor correlaciona a diferença da concentração de CO2 entre a câmara acelerada e a do

laboratório, em iguais condições de humidade relativa e temperatura. O factor correlaciona

as condições de exposição do ambiente de laboratório (interna) com a natural (externa). Ho e

Lewis (1988) determinaram um de 7,2 para humidade relativa de 50% e temperatura de

20ºC. Para o factor assumiu-se um valor conservativo de 1,4 o que conduz a valores de

aproximadamente de 10. Este valor difere ligeiramente daqueles encontrados em outras

bibliografias, mas como já foi dito anteriormente, trata-se de uma abordagem conservativa. Na

Tabela 4-6 é possível observar os resultados de várias pesquisas levadas a cabo por diversos

autores (MEIRA, 2003).

Tabela 4‐6 Valores de n

a

KK

determinados experimentalmente (MEIRA,2003)

n

a

KK Ensaios acelerados Exposição Natural

7,44 23ºC, 50% HR,

4±0,5% CO2

23ºC, 50% HR,

0,03% CO2

7,44 20ºC, 40% HR,

10% CO2

20ºC, 40% HR,

0,03% CO2

7,5 30ºC, 50% HR,

5% CO2

20ºC, 54% HR,

0,03% CO2

Como já foi dito anteriormente, existe uma extrema dificuldade em simular todas as variáveis

que influenciam este processo natural que é a carbonatação, principalmente devido à grande

quantidade de factores que intervêm. Para além disso os ensaios acelerados não são

padronizados, o que muitas vezes dificulta, e até mesmo impede a comparação entre as

diversas pesquisas. Apesar disso, com o passar dos anos, e com todo o crescente

desenvolvimento observado no campo dos ensaios acelerados, têm-se vindo a assistir a um

uso mais efectivo destes resultados, principalmente nas actividades de projecto e construção

de estruturas de betão armado.

4.4 Modelos para o período de propagação

O período de propagação é definido normalmente em função da percentagem da perda de

secção ou pela fissuração produzida pela expansão dos produtos de corrosão. O grande

problema de ambos os critérios é a estimativa da taxa de corrosão sendo este o ponto comum

de todos os modelos desenvolvidos para este período. Para o caso da fissuração, deve ser

levada em consideração a dificuldade de se definir o limite de volume que os produtos de

47

corrosão podem alcançar. Quanto à perda de secção das barras, é praticamente impossível

determiná-la em ensaios não destrutivos. Em função disto há um grande interesse na busca

por equipamentos ou outras formas de estimar a perda de secção das barras. Na sua maioria

os modelos são desenvolvidos a partir de dados experimentais ou provenientes de inspecções,

mas produzem resultados de difícil interpretação e aplicação (SILVA,1998).

É a velocidade de corrosão, Vcorr, que determina o período de propagação. O elevado número

de parâmetros envolvidos torna muito difícil a previsão da velocidade de corrosão em

estruturas sujeitas à acção do ambiente exterior. Cada estrutura constitui um caso particular,

determinado pelas condições de exposição a que está sujeita e pela qualidade de betão com

que foi construída (COSTA, 1999). Porém, esta velocidade vai depender das velocidades do

processo anódico e catódico e da resistividade do betão, sendo corrente considerar que a

velocidade de corrosão é inversamente proporcional à resistividade do betão como se pode

observar na equação (4‐30).

(4‐30)

em que,

- resistividade do betão (Ω.m);

C – constante-Bazant aponta para 10 000; outros autores apontam para 1000 (Salta,1996);

O período de propagação, tp, pode ser calculado recorrendo à equação (4‐31).

(4‐31)

em que,

tp - período de propagação (anos);

- valor limite de perda de secção da armadura (µm);

- velocidade de corrosão (µm/ano).

O valor de varia de caso para caso, embora, como ordem de grandeza se possa tomar

100 µm correspondentes a valores de períodos de propagação entre 20 e 100 anos, para o

caso de carbonatação em que os valores médios de velocidade de corrosão são de 1 a 5 µm

/ano (Andrade e Alonso,1996).

48

Na Figura 4‐8 apresenta-se um exemplo que ilustra a variação do período de propagação com

a perda de secção da armadura, em função da velocidade de corrosão.

Figura 4‐8 Perda de secção da armadura (para dois diâmetros diferentes) em função de velocidade de corrosão

Porém, ainda existem outros autores que consideram possível determinar o tempo de

propagação, em anos, a partir da resistência de compressão, como se pode observar na

equação (4‐32).

(4‐32)

em que,

f- resistência do betão à compressão (N/mm2);

- resistividade do betão (Ω.m);

De qualquer forma, todos estes processos estão ainda em fase de investigação pelo que ainda

não é possível, com rigor, definir tempos de inicio e propagação de corrosão.

49

4.5 Modelação da Durabilidade do betão segundo a Especificação LNEC E465

Foi publicada em Novembro de 2007, a especificação do LNEC que estabelece uma

metodologia para estimar as propriedades de desempenho do betão armado ou pré-esforçado

sujeito à acção do dióxido de carbono e dos cloretos, que permitem satisfazer a vida útil

pretendida (E 465-2007). Os modelos de desempenho do betão que suportam a metodologia

têm dois parâmetros, definidores das resistências à penetração do agente agressivo e à

corrosão, para quantificar a vida útil de uma obra de betão armado. Está em desenvolvimento

um modelo com um único parâmetro, a resistividade eléctrica do betão, que se considera

promissor, mas que não se contempla nesta especificação por os parâmetros nele envolvidos

não estarem totalmente quantificados. Esta especificação começa por estabelecer o

enquadramento necessário para o entendimento da metodologia em causa. Todas as

definições usadas neste regulamento já foram referidas anteriormente, como é o caso de vida

útil, durabilidade e fiabilidade.

Para utilizar os modelos da especificação, de modo a determinar os valores das propriedades

de desempenho do betão é necessário definir previamente vários factores a saber: vida útil;

classe de exposição ambiental e classe de fiabilidade.

É recomendado, como regra de aplicação, que a vida útil de cada elemento de betão armado,

deve ser especificada, dentro das cinco categorias indicadas na Tabela 4-7, consoante

características e funções da estrutura.

Tabela 4‐7 Categorias de vida útil na NP EN 1990

Vida útil pretendida

Categoria Tg (anos) Exemplos

1 10 Estruturas temporárias

2 10 a 25 Partes estruturais substituíveis

3 15 a 30 Estruturas para a agricultura e semelhantes

4 50 Edifícios e outras estruturas comuns (hospitais, escolas)

5 100 Edifícios monumentais, pontes e outras estruturas de engenharia civil

É enunciado ainda que as diversas partes duma obra podem possuir diferentes vidas úteis,

devendo tal estar explícito no projecto; uma ponte pode durar 100 anos, mas por exemplo os

apoios estruturais ou as juntas podem durar apenas 25, devendo então estar previstas

disposições que permitam a sua substituição.

50

São dadas também algumas recomendações relativas a limites de recobrimento ou de razões e

dosagens nos cimentos, de forma a que as estruturas consigam desempenhar todas as suas

correctas funções numa vida útil de 50 anos (Tabela 4‐8)

Tabela 4‐8 Limites da composição e da classe de resistência do betão sob acção da carbonatação para uma vida útil de 50 anos

Tipo de cimento CEM I (Referência); CEM II/A(1) CEM II/B(1); CEM II/A(2); CEM IV (2); CEM

V/A(2) Classe de exposição XC1 XC2 XC3 XC4 XC1 XC2 XC3 XC4

Mínimo recobrime

nto nominal

(mm)

25 35 35 40 25 35 35 40

Máxima razão

água/cimento

0,65 0,65 0,60 0,60 0,65 0,65 0,55 0,55

Mínima dosagem

de cimento (kg/m3 )

240 240 280 280 260 260 300 300

Mínima classe de resistênci

a

C25/30 LC25/28

C25/30 LC25/28

C30/37 LC30/33

C30/37 LC30/33

C25/30 LC25/30

C25/30 LC30/33

C30/37 LC30/33

C30/37 LC30/33

(1) Não aplicável aos cimentos II/A-T e II/A-W e aos cimentos II/B-T e II/B-W, respectivamente. (2) Não aplicável aos cimentos com percentagem inferior a 50% de clínquer portland, em massa.

De seguida são definidas as classes de exposição ambiental através da descrição do ambiente

e de exemplos informativos, só estando descritas na Tabela 4‐9 aquelas referentes à

carbonatação. Esta simplificação traduz, ainda que de uma forma incompleta, a influência do

ambiente na resistência do betão armado à corrosão das armaduras, pois além da humidade,

intervêm a temperatura, a radiação solar, a chuva e o vento. Na análise posterior apenas se

teve em conta os efeitos produzidos em elementos de betão armado expostos aos ambientes

mais agressivos do tipo XC3 e XC4.

51

Tabela 4‐9 Classes de exposição ambiental carbonatação E 464

Classe Descrição do

ambiente Exemplos informativos

XC1 Seco ou

permanentemente

húmido

Betão armado no interior de edifícios ou estruturas, com excepção

das áreas com humidade elevada.

Betão armado permanentemente submerso em água não agressiva.

XC2 Húmido, raramente

seco

Betão armado enterrado em solo não agressivo.

Betão armado sujeito a longos períodos de contacto com água não

agressiva.

XC3 Moderadamente

húmido

Superfícies exteriores de betão armado protegidas da chuva

transportada pelo vento.

Betão armado no interior de estruturas com moderada ou elevada

humidade do ar.

XC4 Ciclicamente

húmido e seco

Betão armado exposto a ciclos de molhagem/secagem.

Superfícies exteriores de betão armado expostas à chuva ou fora do

âmbito da XC2

Outra questão que se deve definir previamente neste modelo é a classe de fiabilidade da

estrutura, RC3, RC2 ou RC1. Na Tabela 4‐10 encontram-se definidas as consequências da

rotura ou deficiente funcionamento da estrutura, consoante o tipo de fiabilidade que

escolhemos. Para as análises a efectuar foi escolhido uma classe de fiabilidade do tipo RC2,

uma vez que se trata de uma situação média de fiabilidade.

Tabela 4‐10 Classes de fiabilidade e suas consequências

Classe de Fiabilidade Classe de consequências

RC3 Elevadas consequências económicas, sociais e ambientais ou para a

vida humana, aplicavél a edifcios altos, pontes principais, hospitais e

teatros;

RC2 Médias consequências, aplicável a edificios de habitação, industriais e

de escritórios;

RC1 Pequenas consequências aplicavéis a armazéns ou construções pouco

frequentadas;

Assim como nos modelos teóricos analisados anteriormente, também nesta especificação

considera-se, para a evolução no tempo da deterioração do betão armado ou pré-esforçado por

corrosão do aço, o modelo de TUTTI. Este modelo, como já enunciado anteriormente,

considera o tempo de vida útil dividido em dois períodos: iniciação e propagação da corrosão.

Apenas irão ser abordados os dois modelos desenvolvidos para o período de iniciação, onde

apenas o 1º Modelo irá ser comparado com os valores experimentais retirados.

52

4.5.1 1º Modelo proposto pelo LNEC

A força motriz relevante de transporte do dióxido de carbono do ar para junto das armaduras, é

o gradiente de concentração deste constituinte de ar atmosférico. Para os posteriores modelos

considerou-se como concentração do dióxido de carbono na atmosfera de 0,7 x 10-3 kg/m3 .

O primeiro modelo pode ser traduzido pela equação ( 4‐33).

( 4‐33)

O primeiro factor corresponde à Lei de Fick que, considerando estacionário o fluxo de CO2,

rege a evolução da profundidade de carbonatação X (m) no tempo t (anos).

em que,

D – coeficiente de difusão do dióxido de carbono através do betão carbonatado em equilíbrio

com o ambiente de 65% de humidade relativa e 20ºC (m2/ano);

- diferença de concentração de dióxido de carbono no exterior, c, e na frente de

carbonatação, c1. Considerando o CO2 totalmente consumido na frente de carbonatação, c1 = 0

e 0,7 x 10-3 kg/m3 ;

a – quantidade de CO2 que provoca a carbonatação dos componentes alcalinos do betão

contidos numa unidade de volume do betão, dependendo portanto do tipo e dosagem do

cimento utilizado (kg/m3 ).

O segundo factor, K, é o produto de factores que permitem ter em consideração a influência

das condições de ensaio e de exposições ambientais diferentes de 65% de humidade relativa e

a cura do betão.

em que,

k0 - factor de valor 3 quando as condições de ensaios são as da Especificação LNEC E 391;

k1 - factor que permite considerar a influência da humidade relativa, dependendo da classe de

exposição, como se encontra na Tabela 4‐11;

k2 - factor que permite considerar a influência da cura, tendo o valor de 1 na cura normalizada

e de 0,25 quando a cofragem é de permeabilidade controlada e a cura é de 3 dias;

53

n - factor que permite considerar a influência da molhagem/secagem ao longo do tempo, cujos

valores também se encontram na Tabela 4‐11; to – período de referência (= 1 ano)

Tabela 4‐11 Valores dos parâmetros k1 e n

XC1 XC2 XC3 XC4

k1 1,0 0,20 0,77 0,41

n 0 0,183 0,02 0,085

Considerando que a resistência à carbonatação dum betão pode ser medida pela equação

(4‐34), que integra não só a difusibilidade do CO2 do betão, como o tipo e dosagem do cimento.

(4‐34)

Pudemos substituir esta última equação (4‐34) no modelo ( 4‐33) e obtemos (4‐35).

(4‐35)

A determinação em laboratório da resistência à carbonatação dum betão, , é feita

seguindo a Especificação LNEC E 391, usando o tempo t1 necessário para atingir no provete de

ensaio um valor mensurável de X1 ao utilizar uma concentração superior à do CO2 no ar. No

anexo 1 são apresentados os valores de elaborados pelo LNEC e conseguidos através

de ensaios experimentais. Da equação (4‐35) vem:

(4‐36)

Introduzindo a equação (4-34) na equação ( 4‐33) e tendo em conta o valor de c, a expressão

do modelo de previsão da profundidade de carbonatação X dada pela equação ( 4‐33) passa

finalmente a ser descrita da seguinte forma:

(4‐37)

Como se pode verificar pela equação (4-37), este modelo está dependente da classe de

exposição do betão, fazendo assim variar os valores dos k´s e n, mas também da resistência

do betão à carbonatação ( ). Este valor não é de fácil determinação induzindo logo uma

certa incerteza quando usado para o cálculo da profundidade de carbonatação. Este valor tanto

pode ser encontrado através do anexo 1, mas para isso tem que se assumir determinados

parâmetros, ou então através de fórmulas desenvolvidas relacionadas com o tipo de cimento.

54

De seguida pode-se encontrar na Tabela 4‐12 as fórmulas utilizadas neste modelo da

especificação para calcular o valor da resistência à carbonatação (RC65) de forma a conseguir

determinar uma dada profundidade de carbonatação.

Tabela 4‐12 Valores de Rc65 consoante o tipo de cimento utilizado no betão (LNEC)

Rc65 Tipo de cimento

Rc65 = 0,0016.fcm3,106 CEM I; CEM II/A

(4‐38)

Rc65 = 0,0018.fcm2,862

CEM II/B; CEM III; CEM IV; CEM V

(4‐39)

Os resultados obtidos em laboratório, aquando da especificação, permitiram distinguir a aptidão

dos diferentes tipos de cimento para conferirem aos betões, com eles fabricados, a desejada

resistência à carbonatação. No Gráfico 4-1 mostra-se a relação entre a resistência à

compressão e a resistência à carbonatação, Rc65. Como se observa, os cimentos CEM I e

CEM II/A apresentam melhor desempenho à penetração do CO2 quando comparados com os

cimentos CEM II/B. Pode-se detectar desde já certas limitações que este modelo pode induzir,

para além do facto de ser sempre necessário saber o tipo de cimento utilizado no betão. Ainda

pela observação do Gráfico 4-1, é de notar que os ensaios que foram realizados com betões

fabricados com CEM I e II/A possuem uma elevada dispersão em relação à curva de melhor

ajustamento (curva preta).

0

200

400

600

800

1000

1200

10,0 30,0 50,0 70,0 90,0

fcm(MPa)

RC

65 (k

g.an

o/m

5 )

CEM I ; II/A

CEM II/B to V

Gráfico 4‐1 Resistência à carbonatação em função da resistência à compressão para diferentes tipos de cimento (LNEC)

Esta discrepância pode-se explicar pela falta de sensibilidade de não se ter separado os dois

tipos de cimento em duas curvas distintas de maneira a serem atingidos valores mais

expressivos da realidade.

Para além disso, estas curvas foram determinadas através de um número reduzido de ensaios

que decorreram num curto espaço de tempo o que fez com que a profundidade de

55

carbonatação não se desenvolvesse muito. Logo um pequeno erro absoluto na medição, por

mais pequeno que fosse, pode constituir um importante erro relativo, fazendo toda a diferença

na interpretação final. Todos estes ensaios para determinar o valor de Rc65 apenas foram

efectuados em betões que se encontravam em ambientes do tipo XC3 e XC4 o que de certa

forma traduz o pior dos casos de desenvolvimento de carbonatação. Este tipo de modelo

proposto pela especificação do LNEC apenas pode ser utilizado quando existem registos da

resistência de compressão, e o tipo de cimento com que o betão foi fabricado.

Como referido anteriormente, o tratamento de dados ao longo desta dissertação, baseou-se em

alcançar um valor do coeficiente de carbonatação (k) capaz de relacionar, de uma forma

generalizada a profundidade de carbonatação com o tempo. Trata-se de um valor de referência

possível de usar em todas as circunstâncias de modo a devolver profundidades de

carbonatação, com simplicidade mas dentro de um intervalo de rigor bastante aceitável. Houve

então a necessidade de transformar a fórmula proposta na especificação do LNEC para uma

fórmula capaz de devolver um único valor de k , (4-40).

(4-40)

Através da observação da fórmula, detecta-se que pelo modelo do LNEC, o tempo não se

encontra levantado a 0,5 mas sim a um valor 0,5-n. Tratando apenas de exposições em

ambientes XC3 e XC4, e consultando a Tabela 4‐11, esses valores serão de 0,5-0,02 (0,48) e

0,5-0,085 (0,415) respectivamente. Considerou-se esta aproximação extremamente razoável e

possível de ser utilizada para uma comparação com os dados recolhidos e posteriores

conclusões.

Foi então necessário determinar o valor de Rc65 . Para isso, poderíamos utilizar as equações

acima descritas ou então recorrer ao anexo 1 e retirar directamente o valor. Consultou-se

novamente o anexo 1 e assumiu-se o ambiente XC4, em região seca, vida útil de 50 anos,

classe de fiabilidade RC2 e um recobrimento normal de 35mm. Foi assim atribuído um valor de

Rc65 de 41 kg.ano/m5. Com todos os dados disponíveis foi assim possível determinar o valor do

coeficiente de carbonatação:

Este valor, à primeira vista, pareceu completamente exagerado. Houve assim a necessidade

de tentar encontrar outro valor de k mas desta vez recorrendo à equação(4-41), e assumindo

que a maioria dos betões são fabricados com cimento do tipo CEM I e CEM II/A. Para isso era

necessário um valor de resistência do betão (fcm). A média dos valores encontrados nos

nossos pontos foi de 41,8 MPa, à altura da peritagem. Fazendo o respectivo recuo, à sua

resistência a 28 dias, foi utilizada a normal do REBAP, obtendo assim um valor de 28,8 MPa.

56

Para este último valor, e aplicando a equação(4-39), o valor de Rc65 obtido foi de 54,7

kg.ano/m5 o que corresponde a um coeficiente de carbonatação:

4.5.2 2º Modelo proposto pelo LNEC

O segundo modelo apresentado na especificação do LNEC, resulta de se ter verificado

experimentalmente existir uma boa correlação entre os valores do coeficiente de difusão do ar

e o coeficiente de permeabilidade do ar no betão. Com base nesta última propriedade, foi

estabelecida a equação (4‐41), para prever a profundidade de carbonatação X (mm) ao fim do

tempo t (anos):

(4‐41)

em que,

a - factor de valor 150;

k coeficiente de permeabilidade ao ar do betão de recobrimento (em 10-16 m2) nas condições

de humidade da exposição ambiental. Está relacionado com o valor medido pelo método

CEMBUREAU descrito na Especificação LNEC E 392 (mas utilizando o oxigénio como fluido)

com o provete a 28 dias de idade e em equilíbrio com HR=60%, K60, pela expressão k = m.k60

em que o “m” é dado pela Tabela 4‐13;

p - expoente que depende da humidade relativa do betão e portanto da classe de exposição;

c - teor de óxido de cálcio da matriz de cimento hidratado do betão (kg/m3), dependente do tipo

de cimento utilizado e da classe de exposição;

k2 - factor que permite considerar a influência da cura, tendo o valor de 1 na cura normalizada e

0,5 quando a cofragem é de permeabilidade controlada e a cura é de 3 dias.

Para definir o valor de k60 que o betão deve exibir para que o recobrimento R (em mm) só seja

atingido pela frente de carbonatação no fim do período de iniciação ti, é introduzida uma nova

equação (4‐42) sendo possível assim calcular o valor do k que vai influenciar a profundidade de

carbonatação ao longo do tempo. A especificação em causa apresenta os valores do

57

coeficiente de permeabilidade dos betões, k60, segundo o LNEC e seguindo uma linha de

ensaios experimentais.

(4‐42)

Os valores de m, p e c que se encontram presentes nas equações (4-41) e (4‐42) são

apresentados na Tabela 4‐13.

Tabela 4‐13 Valores dos parâmetros m, p, e c para o cálculo de k60

c (kg/m3) HR (%) m p

CEM I * CEM II/III CEM IV

60 1,00 0,51 460 350 230

65 0,737 0,5 460 350 230

70 0,534 0,48 460 350 230

75 0,382 0,45 470 358 235

80 0,256 0,42 485 365 240

85 0,184 0,37 510 388 253

90 0,117 0,32 535 410 265

95 0,057 0,25 570 430 285

100 0 0,19 615 470 310

Este modelo não vai ser utilizado como comparação, apesar de fazer parte da especificação do

LNEC, uma vez que a nível Europeu a tendência tem vindo a ser a preferência de modelos

baseados na difusão do ar. Para além disso, nos ensaios em que o modelo se baseou

ocorreram uma série de contratempos, aquando da sua realização em laboratório que

dificultam a sua sustentabilidade. Trataram-se de uns ensaios morosos, onde a humidade

relativa adoptada não era a correcta para este tipo de ensaio e que por esta razão, os valores

da profundidade de carbonatação deram mais baixos do que o suposto. Para permitir utilizar os

resultados dos ensaios efectuados, foi então necessário incrementar um dos factores, a, para

150, quando na realidade não deveria ser superior a 98/100.

59

5 Campanha de medições

5.1 Tipo de Construções

Como referido anteriormente, a elaboração desta tese baseou-se em dados de profundidade

de carbonatação recolhidos de inspecções realizadas pelo ICIST no período de tempo entre

1998 e 2008 (anexo 2). Trata-se de um vasto leque de relatórios que englobam diversos tipos

de estruturas e respectivos elementos com idades compreendidas entre 4 e 65 anos.

Assumindo que a profundidade de carbonatação varia proporcionalmente à raiz quadrada do

tempo de exposição , e através dos dados recolhidos é possível elaborar um estudo

sobre os valores que o coeficiente de carbonatação pode tomar. Conseguiu-se assim,

determinar o valor do coeficiente de carbonatação (k) em várias circunstâncias e a partir dai

fazer a respectiva análise dos resultados.

Durante o decorrer do levantamento de dados, nem sempre foi possível aproveitar toda a

informação disponível uma vez que alguns relatórios não apresentavam valores de medições

de carbonatação mas apenas valores de resistências e fotografias dos elementos estruturais

danificados. Na análise do período de iniciação foram conseguidos 113 pontos enquanto que

para o período de corrosão foram conseguidos 82, como os respectivos valores de

recobrimento.

Pode-se distinguir vários grupos de estruturas que foram alvos de inspecção por parte do ICIST

e dos quais se utilizou as medições para este estudo: Viadutos Rodoviários, Decks Parking dos

Hipermercados Modelos, Praça de Touros e Escolas Secundárias. Estes relatórios foram

solicitados por identidades especificas de modo a caracterizarem a sua segurança estrutural e

tendo em conta as anomalias existentes nos elementos em questão. Para além destes grupos,

também foram utilizados dados de relatórios referentes a estruturas pontuais, nomeadamente

alguns edifícios ou pontes ferroviárias.

Cada estrutura possui uma funcionalidade diferente, com características bastante especificas e

tudo isso vai influenciar os valores das suas medições, daí que cada caso deva ser tratado e

analisado de uma forma separada para se tentar interpretar todas as influências que isso pode

acarretar para as profundidades de carbonatação e coeficiente de carbonatação

correspondente. Nos pontos seguintes apresenta-se uma caracterização dos tipos de

construções analisadas.

60

5.1.1 Viadutos Rodoviários

A Direcção de Projecto dos Acessos a Lisboa (DPAL), da Câmara Municipal de Lisboa,

celebrou um protocolo com a Associação para o Desenvolvimento do Instituto Superior Técnico

(ADIST), a fim de realizar a avaliação estrutural de obras de arte e apresentando as

respectivas patologias no Concelho de Lisboa. Devido ao tipo de estruturas em questão, com

média de 24 anos de idade, os elementos analisados nos relatórios foram, na sua maioria dos

viadutos, muros de testa, vigas do tabuleiro e tabuleiro.

As patologias de durabilidade que mais foram verificadas através da inspecção visual foram os

danos resultantes de embate de veículos, principalmente na zona dos pilares, e problemas de

drenagem que estarão na origem das fissuras, acelerando assim a sua deterioração e posterior

corrosão.

Devido ao facto de a maioria dos viadutos analisados se localizarem na Cidade de Lisboa, mais

precisamente nos acessos à 2ª Circular (Figura 5‐1) é de realçar a quantidade de poluição que

os envolve e o CO2 atmosférico a que estão sujeitos, que constitui um factor que acelera o

processo de carbonatação.

Figura 5‐1 Viaduto da Rotunda do Aeroporto (Relatório ICIST, EPNº5/98)

61

5.1.2 Deck Parking dos Hipermercados Modelo

Como referido, muitos dos dados tratados foram retirados de relatórios referentes a Deck

Parking dos Hipermercados Modelo espalhados pelo país com idades compreendidas entre os

4 e os 10 anos de idade. Este estudo foi solicitado pela firma IGI/SONAE com vista a detectar

anomalias de dois tipos: as associadas a problemas de comportamento estrutural e as

resultantes da degradação dos materiais ao longo do tempo.

Os Deck Parking são estruturas com características especificas que devem ser consideradas

na sua concepção. Este aspecto levou inclusive ao desenvolvimento de recomendações

específicas em alguns países. Na sua estrutura é frequente usar elementos pré-fabricados de

betão armado e/ou pré-esforçado o que obriga a uma boa concepção das ligações e juntas de

modo a assegurar um bom comportamento global.

Em termos de durabilidade, os pisos devem suportar o desgaste dos automóveis e/ou as

sobrecargas de utilização, têm de ter bons sistemas de drenagem e impermeabilização e, além

do CO2 atmosférico, estão sujeitos ao efeito dos gases de escape, o que acelera os processos

de carbonatação. Também não se deve ignorar os valores da temperatura e da humidade que

se encontram presentes nos Deck Parking, Figura 5‐2, pois podem-se revelar importantes para

os valores da profundidade de carbonatação atingidos.

Tabela 5‐1 Valores de temperaturas e humidades de alguns Deck Parking analisados

Temperatura

(ºC) Humidade(%)

Amadora 15 35

Albufeira 25 --

Portimão 28 --

S.João da Madeira

20 --

Seixal 12 35

Amarante 12 54

Santarém 15,5 58

Ao analisar os relatórios disponíveis detectou-se inúmeros factores responsáveis pela

deterioração dos elementos de betão armado: elementos estruturais desaprumados, juntas

abertas e deformadas, escorrências diversas associadas a uma deficiente drenagem de

pavimento e à não existência de impermeabilização. Para além disso há várias zonas dos

elementos onde são visíveis zonas com deficiente betonagem, ou mesmo betão poroso, onde

são visíveis as armaduras, denotando deficiente cuidado na construção. Sendo um espaço

onde a circulação rodoviária é a função fundamental, Figura 5‐2, também se pode detectar

vários elementos que se encontravam deteriorados mas devido ao choque de veículos.

62

Figura 5‐2 Vista do Deck Parking do Hipermercado Modelo de Ovar (Relatório ICIST EP Nº89/99)

5.1.3 Praça de Touros

A Inspecção Geral de Actividades Culturais (IGAC) solicitou ao ICIST a realização de

inspecções às estruturas das praças de touros nacionais de modo a caracterizar a sua

segurança estrutural tendo em conta as anomalias existentes Figura 5‐3. Nos relatórios

analisados são desenvolvidos os resultados das respectivas peritagens.

Figura 5‐3 Vista geral das bancadas da Praça de Touros de Setúbal (Relatório ICIST EP Nº 35/03)

A maioria das praças de touros de Portugal foi construída entre o fim do século XIX e o

princípio do século XX. Foram, em geral, realizadas com paredes circulares de alvenaria de

pedra ou tijolo que suportavam bancadas em madeira. (ICIST EP Nº 35/03).

Ao longo do século XX, as praças sofreram melhoramentos que se traduziram habitualmente

na substituição das bancadas de madeira por bancadas com componentes de betão, havendo

63

ainda frequentemente alterações correspondentes ao aparecimento ou reformulação de

estruturas internas também em betão. (ICIST EP Nº 35/03).

Apesar de, na sua maioria, as Praças de Touros não se encontrarem em zonas fortemente

poluídas, tem que se ter em conta que todos os elementos de betão armado destas estruturas,

mesmo os interiores e reparados, encontram-se em contacto mais ou menos directo com o

meio ambiente. Isto significa que estão sujeitos a uma humidade relativa superior a 60% o que

de certa forma propícia o ocorrer da corrosão.

5.1.4 Escolas Secundárias

A Parquescolar solicitou ao ICIST a realização de uma peritagem às anomalias existentes em

diversas Escolas Secundárias do país. Todos estes relatórios analisados apenas forneceram

dados no que diz respeito aos diferentes níveis de deterioração dos elementos, uma vez que

se trataram de peritagem essencialmente de inspecção visual, sem direito a ensaios. Tal

inspecção apenas permite caracterizar as anomalias visíveis, ou seja, anomalias de

comportamento estrutural, anomalias de durabilidade dos materiais e ainda aspectos de

deficiência funcional pontuais relativos à física dos edifícios e às redes instaladas. Estes

relatórios, referentes às Escolas Secundárias, não tinham qualquer tipo de informação sobre a

profundidade de carbonatação, daí que não se tenha englobado no estudo do coeficiente de

carbonatação.

64

5.2 Medições Realizadas

Apesar de todo o trabalho se desenvolver essencialmente à volta da profundidade de

carbonatação dos diferentes elementos de betão armado, foram retirados dos relatórios

analisados, outros valores de igual interesse e que se revelaram úteis para a interpretação de

algumas análises efectuadas. São exemplos disso o recobrimento inicial dos elementos em

questão, assim como a resistência do respectivo betão aquando da peritagem. Na quase

totalidade dos relatórios, os ensaios experimentais que deram origem aos dados usados, foram

todos elaborados seguindo o mesmo procedimento.

As medições das profundidades de carbonatação, na maioria das peritagens, foram realizadas

por medição directa nas carotes retiradas dos elementos de betão e através de furos abertos

noutros locais, utilizando um spray à base de fenofetaléina.

No que diz respeito às medições da resistência do betão, estas foram determinadas através do

esclerómetro. Trata-se dum ensaio não destrutivo que permite estimar a resistência do betão

superficial. Baseia-se na relação entre a dureza do betão e a sua resistência, medindo o recuo

de uma massa calibrada que é comprimida contra a superfície do betão com uma mola, sendo

em seguida solta. O deslocamento de recuo da massa indica o número do esclerómetro N que

está relacionado com a resistência média à compressão do betão fcm. Os resultados do

esclerómetro são influenciados pelo tipo de cimento e de agregados, pela humidade,

irregularidades da superfície, carbonatação superficial, etc., devendo ser usados com algum

cuidado e tendo em conta medições em bastantes pontos (≥10). São particularmente úteis para

análises comparativas do betão em várias zonas da mesma construção. As medições nos

elementos de betão da maioria dos relatórios foram realizadas com um esclerómetro tipo

Schmidt, para o qual existem as correlações entre o número do esclerómetro e as resistências

médias do betão em cubos. O esclerómetro indica ainda, para cada nível de resistência a

margem de erro associada. No que diz respeito aos valores de resistência retirados, estes

foram divididos em dois grupos: resistência inferior ou superior a 35 MPa, tema este que será

analisado mais detalhadamente no capítulo 6.

Para além destes dados que se encontravam explicitamente nos relatórios analisados, foi de

extrema importância observar se os vários elementos das estruturas possuíam determinadas

características que podiam influenciar, positiva ou negativamente a profundidade de

carbonatação. Nomeadamente se tinham ou não pintura como revestimento, se se

encontravam numa zona de poluição e de elevada humidade e o facto de se encontrarem no

exterior ou interior.

Por último, recorrendo às fotografias que se encontravam no levantamento fotográfico de cada

relatório, foi assim possível preencher uma tabela com a respectiva evolução da deterioração

dos elementos de betão armado. Foram considerados três principais estados de passagem da

deterioração: fendilhação, descasque e corrosão. Cada estado ainda se dividiu em três sub-

65

estados possíveis: uma zona com apenas um varão; uma zona com vários varões ou várias

zonas. Como referências retiradas a partir de fotografias, temos sempre que ter em conta a sua

subjectividade, pois diferentes observadores podem tirar conclusões diferentes do mesmo

elemento de betão armado. Nem sempre foi fácil determinar em que nível de deterioração as

peças se encontravam.

5.3 Quadro Síntese

Neste ponto são apresentados todos os dados que foram utilizados na análise de resultados

sobre a profundidade de carbonatação. Na Tabela 5‐2 descrevem-se os diferentes elementos

de cada estrutura indicando-se as suas idades, profundidades de carbonatação, recobrimentos

e resistência do betão. Em algumas estruturas pontuais, estas últimas duas características não

se encontravam nos relatórios analisados, logo não fazem parte da tabela indicada.

Tabela 5‐2 Quadro síntese das estruturas analisadas e respectivos elementos

CARBONATAÇÃO

Estrutura Idade (anos) Elemento de betão armado Prof. Carb.

(mm) Recobrimento

(mm) Resist. (MPa)

22 encontros 1 - B30 22 vigas do tabuleiro 25 15 B35 22 lajes 20 14 B35 Viaduto da Fonte Nova

22 pilares 20 - B35 26 muros de testa 20 25 45 26 vigas do tabuleiro 17 17 57 26 montante 17 27 45 Viaduto da rotunda do aeroporto

26 tabuleiro 22 34 - 26 pilares 14 22 53 26 vigas 15 35 51 Viaduto da Rotunda do aeroporto na Av.

Das Comunidades Portugueses 26 tabuleiros 13 37 57 26 pilares 20 35 45 26 vigas 16 25 49 Viaduto da Avenida de Berlim 26 tabuleiro 18 15 53 23 pilares 13 40 58 23 muro de testa 17 34 43 Viaduto do Ramo da 2a Circular 23 tabuleiro 20 23 57 25 encontros 6 18 52 25 Pilares 18 32 51 25 Vigas 17 27 47 25 Tabuleiros 15 27 48

Viaduto do Campo Grande

25 Carlinga do alinhamento 20 23 52 6 encontros 7 25 41 6 pilares 6 25 44 6 viga 4 25 -

Ponte Secundária Ferroviária 1 (Junto à central termoeléctrica do Pego)

6 tabuleiro 10 25 - 6 encontros 16 25 43 6 pilares 7 25 44 6 viga 5 25 42

Ponte Secundária Ferroviária 2 (Junto à central termoeléctrica do Pego)

6 tabuleiro 7 25 31 6 muro de testa 10 30 46 6 pilares 4 30 49 Ponto Rodo-Ferroviária sobre o Rio Tejo 6 lajes 10 30 46 4 Pilar 4 - 39 4 Viga Transversal 4 - 40 4 Viga Longitudinal 10 - 41

Deck Parking do Hipermercado Modelo de Santarém

4 Laje 5 - 38 10 pilares 21 14 29 Deck Parking do Hipermercado Modelo

de Albufeira 10 face inferior da laje 23 23 38

66

CARBONATAÇÃO

Estrutura Idade (anos) Elemento de betão armado Prof. Carb.

(mm) Recobrimento

(mm) Resist. (MPa)

9 pilares 24,5 12 33 9 face inferior da laje 18,5 17 40 Deck Parking do Hipermercado Modelo

de Portimão 9 laje da escada 16,5 17 39 6 pilares 5,5 27 54 6 face inferior da laje (pre fabricada) 1 27 55 Deck Parking do Hipermercado Modelo

de S.João da Madeira 6 viga 1 21 55

10 pilares 14 20 27 Deck Parking do Hipermercado Continente de Vila Nova de Gaia 10 face inferior da laje 20,5 11,5 32

65 pilares 40 30 58 65 vigas 15 36 52 Casa Mãe da Rota dos Vinhos-Palmela 65 laje de cobertura(sup) 36 - 47 6 pilares 14 28 44 6 viga 4,5 22 51 Deck Parking do Hipermercado

Continente de Viana do Castelo 6 face inferior da laje 6 24 50 6 viga 2 - 56 Deck Parking do Edificio Sonae em

Matosinhos 6 laje 1 28 48 6 pilares 4 24 50 6 laje 8,5 32 50 Deck Parking do Hipermercado

Continente de Matosinhos 6 viga 6 35 55 5 pilares 4,5 44 32 5 viga 12 28 45 Deck Parking do Hipermercado

Continente da Amadora 5 face inferior da laje 5 13 47 5 pilares pre fabricados e pintados 6 37 33 5 viga 6 15 44 Deck Parking do Hipermercado

Continente do Seixal 5 face inferior da laje 26 26 39

Deck Parking do Hipermercado Modelo de Amarante 4 face inferior da laje 6 27 50

32 pilar 28 60 52 Edifício Principal da Fundação Calouste Gulbenkian 32 parede 20 30 54

7 pilares pré fabricados e pintados 7,5 37 35 7 viga 7,5 15 41 2ª Inspecção ao Deck Parking do

Hipermercado Continente do Seixal 7 face inferior da laje 29 26 33

85 Face inferior das bancadas 31 19 32 Praça de Touros de Alter do Chão 85 face lateral da viga do pórtico da cavalariça 12 34 29 99 Pilar da cobertura dos camarotes 39 16 20 Praça de Touros de Estremoz 99 Viga da cobertura dos camarotes 45 22 31 19 viga de pórtico 25 17 29 Praça de Touros de Elvas 19 pilar de pórtico 22 12 30 12 Face interior da parede junto à entrada poente 2 58,5 33 12 Face exterior da parede junto à entrada poente 4 51 45 12 viga interior 2,5 24 42 (Torre de Refrigeração 1)

12 pilares 2 45 50 10 Face interior da parede junto à entrada poente 10 56 - 10 Face exterior da parede junto à entrada poente 11,5 40 44 (Torre de Refrigeração 2) 10 pilares 10 54 49 10 Face interior da parede no nível 2 11 26 43 10 face interior da parede no nível 4 12 26 40 10 face exterior da parede do nível 0 (SW) 7,5 50 46 10 face exterior da parede do nível 0 (NW) 8 55 44 10 face exterior da parede do nível 0 (NE) 8 44 46

(Chaminé)

10 face exterior da parede do nível 0 (SE) 5 60 51 43 viga radial (face inferior) do sector 1 61,5 27 20 43 viga radial (face lateral) do sector 1 23 25 36 Praça de Touros de Setúbal 43 pilar do sector 1 37,5 20 31 52 viga interior do sector 1 18 18 32 52 face exterior de degrau do sector 1 4 20 26

Praça de Touros de Alcochete (valores, estranhos, muito baixos para

tanta idade) 52 face interior de degrau do sector 1 8,5 15 29 22 pilar interior do lado Sul 33 30 14 Praça de Touros da Póvoa de S. Miguel

(obra inacabada) 22 pilar exterior do lado Sul 32 24 14 19 pilar da zona melhor 23,5 22 34 Praça de Touros da Amareleja 19 pilar da zona pior 51,5 20 23 32 pilar de pórtico 23 9 35 Praça de Touros de Abiúl 32 viga radial 27 19 36 18 pilar 15 20 35 Armazéns da Firma FARAME em Sintra 18 viga radial 4 18 39

67

Tratam-se de 113 elementos diferentes, que se encontram distribuídos por 37 estruturas. No

anexo 3 encontra-se outro quadro síntese das mesmas estruturas mas desta vez com

informação referente ao ambiente e revestimento, assim como ao período de corrosão,

propriamente dito, anexo 4.

Para uma melhor análise dos diferentes grupos de elementos, encontra-se na Tabela 5‐3 e

Tabela 5-4 uma divisão destes e a quantidade de dados a que se teve acesso. Apenas foram

feitos estudos sobre a evolução da profundidade de carbonatação, ao grupo de elementos que

possuíam mais de 15 elementos pois considerou-se que menos que isso o resultado poderia

não ser representativo.

Tabela 5‐3 Número de dados de cada elemento com exposição e revestimento distintos

Tabela 5‐4 Número de dados de cada elemento

Elementos

com poluição 34 com pintura

sem poluição 7

com poluição 58 exterior

sem pintura sem poluição 1

com poluição 0 com pintura

sem poluição 1

com poluição 4 interior

sem pintura sem poluição 8

Elementos

pilares 30 vigas 29 laje 15

paredes 15

tabuleiro 7

muros de testa 3

encontros 3

outros 11

Resistência ≥ 35 69

Resistência 35 26 com pintura 40 Sem pintura 70

69

6 Análise dos Resultados

6.1 Período de Iniciação

6.1.1 Análise Geral

Para determinar o coeficiente de carbonatação médio (k), começou-se por fazer uma análise

geral, utilizando para esse efeito, todos os dados disponíveis, sem se fazer qualquer tipo de

distinção entre grupos de estruturas. Colocaram-se os pontos de profundidade de

carbonatação vs idade num gráfico e ajustou-se uma função do tipo tendo-se obtido

valor médio de k = 3,50 mm/ano0,5, como se pode observar no Gráfico 6-1.

Este ajustamento foi feito recorrendo a uma função do Excel, a função Projecção Linear

(PROJ.LIN). Esta permite calcular os dados estatísticos de uma curva polinomial utilizando o

método dos " mínimos quadrados” de modo a calcular a curva que melhor se adapte aos dados

e, em seguida, obtêm-se uma equação que descreva essa mesma curva, incluindo o

coeficiente de correlação (R2). Este parâmetro compara os valores previstos com os reais no

intervalo de 0 a 1. Se for igual a 1, existe uma correlação perfeita no exemplo — não existindo

diferenças entre o valor previsto de y e o valor real de y. Por outro lado, se o coeficiente de

determinação for igual a 0, a equação de regressão tem má correlação para a previsão de um

valor de y. A precisão da linha calculada pela função PROJ.LIN depende assim do grau de

dispersão dos dados. Quanto mais lineares forem os dados, mais precisão terá o modelo. A

equação escolhida para a linha nesta fase inicial da análise foi do tipo onde o

valor da constante b é zero. Relacionou-se assim, o valor da profundidade de carbonatação (y),

com o valor da raiz do tempo (x) de modo a ser devolvido um valor de k que melhor se ajuste

aos dados recolhidos. Este raciocínio tanto foi utilizado para todos os elementos, Gráfico 6‐1,

como para as restantes análises, descritas no ponto seguinte.

70

Gráfico 6‐1 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em todos os elementos

Pela observação do gráfico, detectou-se que existiam pontos que claramente se encontravam

distantes do andamento da função. Houve então a necessidade de voltar a reler os relatórios

de onde tinham sido retirados esses pontos, a fim de detectar se haveria alguma razão

especial que justificasse a sua eliminação e fazer uma nova aproximação do k, com melhor

ajustamento. A maioria dos pontos encontravam-se bem avaliados, logo mantiveram-se em

estudo. Apenas alguns demonstraram razões especiais para os respectivos valores, pelo que

não se mantiveram nesta análise. Na Tabela 6-1 encontra-se um pequeno resumo dos pontos

que foram novamente avaliados.

Tabela 6‐1 Pontos tratados na limpeza de dados

Estrutura Ponto Problema Excluído/Não excluído

Praça de Touros de Setúbal (43;61,5) Graves problemas de betonagem; Excluído

Praça de Touros de Setúbal (43;37,5) Graves problemas de betonagem; Excluído

Praça de Touros da Amareleja (19;51,5)

Outlier (*), idade razoável e profundidade de carbonatação elevada, mas sem razão aparente para este resultado;

Não excluído

Praça de Touros de Alcochete (52;8,5)

Outlier, muita idade e pouca profundidade de carbonatação, mas sem razão aparente para este resultado;

Não excluído

Praça de Touros de Alcochete (52;8,5)

Outlier, muita idade e pouca profundidade de carbonatação, mas sem razão aparente para este resultado;

Não excluído

Outlier (*) Valor observado que é numericamente distante dos restantes dados;

71

Durante este processo de limpeza de dados, não se encontrou qualquer tipo de relação directa

entre os pontos que se encontravam na parte superior ou inferior da linha de tendência

estudada. Por vezes poder-se-ia pensar que a poluição, ou mesmo a pintura nos elementos

estudados iriam ter algum tipo de influência no andamento da profundidade de carbonatação,

mas tal não se verificou, pelo menos por observação gráfica.

Ao excluir os dois pontos que se encontravam desajustados no gráfico, o valor médio de k

apenas sofreu alterações a partir da terceira casa decimal, não se revelando assim significativa

a correcção feita.

6.1.2 Pintura

De modo a avaliar a influencia de alguns parâmetros, fez-se o mesmo procedimento para a

obtenção do coeficiente de carbonatação, mas desta vez dividiram-se os elementos em

pintados e não pintados. Esta análise tinha como objectivo verificar se a pintura tinha alguma

relevância visível no avanço da profundidade de carbonatação.

A pintura por si só, funciona em teoria como uma espécie de protecção contra os agentes

agressivos, logo, contra os agentes que vão dar origem ao processo da carbonatação. Era de

esperar que os pontos com pintura, tivessem um valor de k inferior ao da média, uma vez que a

profundidade de carbonatação deveria evoluir de uma maneira mais suave, mas tal não se

verificou, Gráfico 6-2. De facto, o valor de k para os elementos com pintura deu mesmo um

valor mais elevado que a média.

Gráfico 6‐2 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com pintura

72

Diminui-se então o intervalo das idades (considerando-se estruturas mais novas - até 40 anos),

e fez-se de novo a análise, de modo a verificar se realmente o facto de ter pintura não

influencia o desenvolvimento da profundidade de carbonatação. Neste caso o valor de k

baixou, mas não o suficiente para ser menor que o k encontrado para todos os elementos,

Gráfico 6-3.

Este resultado não era o que se esperava perante esta análise, mas pode ser justificada devido

aos seguintes factos: a) a maioria dos elementos pintados analisados serem elementos

pertencentes a interiores poluídos (Deck Parkings) dai que os valores do coeficiente de

carbonatação possam estar fortemente influenciados; b) as tintas normalmente usadas neste

tipo de elementos, tratam-se de tintas de água que, se degradam rapidamente e a longo prazo,

pouco ou nada vão contribuir para aumentar a resistência dos betões ao ataque dos agentes

agressivos.

Gráfico 6‐3 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com pintura após limpeza de dados

Fez-se uma análise semelhante, mas desta vez para os pontos cujos elementos não tinham

pintura. Efectuou-se também uma limpeza de dados excluindo os pontos assinalados no

gráfico, de maneira a reduzir o tempo em análise. Os resultados encontram-se apresentados

nos Gráfico 6-4 e Gráfico 6-5. Neste caso pode-se verificar que a limpeza de dados permitiu

obter uma melhor correlação entre os pontos e a linha de ajustamento.

73

Gráfico 6‐4 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos sem pintura

Gráfico 6‐5 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos sem pintura após limpeza de dados

O valor de k deu ligeiramente superior ao valor do coeficiente de carbonatação encontrado

para todos os elementos. Pode-se explicar este facto devido à inexistência de pintura, o que

não confere aos elementos em questão protecção, permitindo assim um maior avanço da

carbonatação.

74

6.1.3 Resistências

Procurou-se analisar a influência da resistência do betão no coeficiente de carbonatação

(dividindo entre ≥ 35 MPa e ≤ 35 MPa). Estes valores de resistência foram retirados dos

relatórios analisados mas são suficientes para ter uma percepção que a resistência nos betões

são um dado importante para a carbonatação. Em resistências maiores, a profundidade de

carbonatação tem mais dificuldade em avançar, enquanto que nas resistências menores esses

valores já são mais altos. Esta relação pode ser interpretada também nos valores de k para

cada grupo de elementos, como se pode observar nos Gráfico 6-6 e Gráfico 6-7.

Gráfico 6‐6 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com resistência inferior a 35 MPa

75

Gráfico 6‐7 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com resistência superior a 35 MPa

6.1.4 Tipos de elementos

Tentou-se ainda dividir os pontos em grupos de elementos de modo a tentar encontrar alguma

semelhança de andamento que se pudesse considerar característica de cada grupo. É óbvio

que esta abordagem implica muitos factores que vão influenciar o desenvolvimento da

profundidade de carbonatação e que não foram tidos em conta, como por exemplo se os

elementos são interiores ou exteriores, se estão expostos a grandes níveis de poluição etc. Daí

que os valores do coeficiente de carbonatação encontrados para os elementos não possam

servir como referência. Apenas se pode concluir que os valores de k se encontram dentro da

mesma ordem de grandeza que o encontrado para todos os elementos em geral, como

observado no Gráfico 6‐8 e Gráfico 6-9.

76

Gráfico 6‐8 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em vigas

Gráfico 6‐9 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em pilares

77

6.1.5 Elementos em ambiente exterior e interior poluído

Ainda no âmbito da análise de medições recolhidas, fez-se uma separação entre os elementos

que se encontram no exterior e os elementos que se encontram no interior poluído. Como

elementos desta análise teve-se para os elementos exteriores os viadutos e pontes e para os

interiores os deck parkings. O objectivo deste raciocínio era conseguir detectar alguma

variação do coeficiente de carbonatação capaz de expressar a importância da protecção e

ambiente dos elementos aquando do processo de carbonatação.

Gráfico 6‐10 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos exteriores

Gráfico 6‐11 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos interiores

78

O valor de k dos elementos interiores acabou por ser mais elevado do que qualquer um dos

outros, o que pode ser explicado devido aos pontos que foram usados serem na sua maioria,

elementos de Deck Parkings. Estes elementos estão sujeitos diariamente a grandes

quantidades de poluição o que faz disparar o processo de carbonatação devido à presença de

CO2. Para além disso, se repararmos nos gráfico dos elementos interiores, todos os pontos

utilizados possuem idades inferiores a 10 anos, logo elementos considerados jovens onde se

passa aquele avanço inicial e repentino da carbonatação, confirmado na próxima análise.

6.1.6 Idades

A última separação efectuada aos elementos analisados, foi dividi-los em grupos de idades.

Pretendia-se verificar se havia tendência de, em estruturas com idades mais recentes, o valor

da carbonatação ser maior e com o passar do tempo, esse valor tender a atenuar-se. Obteve-

se um valor de k=3,37 para idades superiores a 20 anos, e k=3,94 para idades inferiores a 20

anos, como se pode ver nos Gráfico 6‐12 e Gráfico 6‐13, apoiando assim esta consideração.

Gráfico 6‐12 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com idades superiores a 20 anos

79

Gráfico 6‐13 Relação entre a profundidade de carbonatação e a idade em elementos com idades inferiores a 20 anos

6.2 Corrosão

Como referido anteriormente, aquando da análise dos vários relatórios, também foram retirados

vários valores referentes ao estado de corrosão e ao respectivo recobrimento que a estrutura

tinha quando iniciou a sua função. Apesar de este período de propagação não ter sido

devidamente abordado neste trabalho, o objectivo era encontrar alguma relação, ainda que

pequena, para as várias fases destes estados. Apesar de não se ter detectado nenhum

ajustamento que fosse significativo, elaborou-se este pequeno subcapítulo com os dados

envolvidos.

Dividiu-se assim, o estado de corrosão em três fases distintas, como se pode observar na

Tabela 6‐2, e onde cada estado ainda se subdividiu em outros três.

80

Tabela 6‐2 Divisão dos diferentes estados de corrosão admitidos

1 fissura 1 Uma zona

Várias fissuras 2 fendilhação

Várias zonas 3

Uma zona 1 varão 1

Vários varões 2 Descasque

Várias zonas 3

Uma zona 1 varão 1

Vários varões 2 Redução da

Secção

Várias Zonas 3

Apenas foram analisados 82 pontos com recobrimento e com estado de deterioração após

acabar o período de iniciação. Os dados não se encontravam igualmente distribuídos pelos três

estados principais (fendilhação 58; Descasque 5; Redução da Secção 19). Na Tabela 6‐3

encontra-se uma síntese de todos os pontos utilizados nesta breve análise.

Tabela 6‐3 Quadro Síntese das estruturas analisadas no período de corrosão

Idade Prof. Carb. (mm) Recobrimento (mm) Estado deterioração Nível

6 7 25 1 fendilhação

6 6 25 1 fendilhação

6 16 25 1 fendilhação

6 5 25 1 fendilhação

6 7 25 1 fendilhação

6 10 30 1 fendilhação

6 4 30 1 fendilhação

6 10 30 1 fendilhação

6 1 27 1 fendilhação

6 1 21 1 fendilhação

4 6 27 1 fendilhação

25 6 18 2 fendilhação

25 18 32 2 fendilhação

25 15 27 2 fendilhação

6 4 25 2 fendilhação

6 10 25 2 fendilhação

6 7 25 2 fendilhação

9 24,5 12 2 fendilhação

81

Idade Prof. Carb. (mm) Recobrimento (mm) Estado deterioração Nível

6 5,5 27 2 fendilhação

6 1 28 2 fendilhação

5 4,5 44 2 fendilhação

5 12 28 2 fendilhação

5 6 37 2 fendilhação

10 11,5 40 2 fendilhação

18 4 18 2 fendilhação

26 20 25 3 fendilhação

26 17 17 3 fendilhação

26 17 27 3 fendilhação

26 22 34 3 fendilhação

26 14 22 3 fendilhação

26 15 35 3 fendilhação

26 13 37 3 fendilhação

26 20 35 3 fendilhação

26 16 25 3 fendilhação

23 13 40 3 fendilhação

23 17 34 3 fendilhação

23 20 23 3 fendilhação

25 17 27 3 fendilhação

25 20 23 3 fendilhação

65 40 30 3 fendilhação

65 15 36 3 fendilhação

6 14 28 3 fendilhação

6 4,5 22 3 fendilhação

6 6 24 3 fendilhação

6 4 24 3 fendilhação

6 8,5 32 3 fendilhação

6 6 35 3 fendilhação

5 5 13 3 fendilhação

5 6 15 3 fendilhação

7 7,5 37 3 fendilhação

7 7,5 15 3 fendilhação

7 29 26 3 fendilhação

85 31 19 3 fendilhação

85 12 34 3 fendilhação

99 39 16 3 fendilhação

99 45 22 3 fendilhação

19 25 17 3 fendilhação

19 22 12 3 fendilhação

10 21 14 2 descasque

5 26 26 2 descasque

12 2 45 2 descasque

26 18 15 3 descasque

82

Idade Prof. Carb. (mm) Recobrimento (mm) Estado deterioração Nível

19 23,5 22 3 descasque

22 25 15 1 redução

52 4 20 1 redução

22 20 14 2 redução

47 - 20 2 redução

9 16,5 17 2 redução

52 8,5 15 2 redução

22 32 24 2 redução

18 15 20 2 redução

10 23 23 3 redução

9 18,5 17 3 redução

10 14 20 3 redução

10 20,5 11,5 3 redução

43 61,5 27 3 redução

43 23 25 3 redução

43 37,5 20 3 redução

22 33 30 3 redução

19 51,5 20 3 redução

32 23 9 3 redução

32 27 19 3 redução

De seguida, colocou-se todos os pontos referentes a um dado estado, e tentou-se detectar

algum andamento perceptível. Em alguns casos, isso foi possível, noutros devido ao número

reduzido de pontos, também não foi possível.

Começando pela fendilhação, fase que precede o período de iniciação, colocando os pontos

num gráfico, Gráfico 6-14 podemos detectar um certo andamento ao longo do tempo. Apesar

de se ter tentado todos os ajustes possíveis, o potencial foi o que obtém um maior nível de

correlação, ainda que baixo ( R2 = 0,268).

83

Gráfico 6‐14 Avanço da deterioração no estado de fendilhação

No que diz respeito à fase do Descasque, apenas se teve acesso a 5 pontos, o que não era, de

todo, suficiente para fazermos uma análise de tendência como se pode observar no Gráfico

6‐15.

Gráfico 6‐15 Avanço da deterioração no estado de Descasque

Por último, obteve-se um gráfico com todos os pontos na fase de Redução da Secção, a fase

mais avançada de todo o processo de propagação. O número de pontos era suficiente mas

encontravam-se desigualmente dispersos, razão pela qual não foi possível tirar uma relação,

Gráfico 6‐16.

84

Gráfico 6‐16 Avanço da deterioração no estado de Redução da Secção

6.3 Recomendações para projecto

6.3.1 Intervalos de Confiança de k

Para além duma estimativa pontual de um parâmetro é, em muitas situações, importante dispor

de alguma forma de intervalo que indique a confiança que se pode depositar na estimativa

pontual. Para isso recorreu-se à definição do intervalo de confiança (IC) que para um

parâmetro desconhecido Ф é do tipo, (6-1).

l ≤Ф≤ u

(6-1)

onde l e u dependem do valor observado na estimativa pontual, e da distribuição por

amostragem da estatística, usada para estimar Ф. Para a análise destes intervalos foi

considerada uma Distribuição Normal Padrão.

Utilizando todos os dados da profundidade de carbonatação e da idade, dos pontos analisados,

foi possível calcular, em relação ao coeficiente de carbonatação, a respectiva média, desvio

padrão e coeficiente de variância, representados na Tabela 6‐4.

Tabela 6‐4 Valores Estatísticos do coeficiente de carbonatação

Média (µ) 3,6

Desvio Padrão 2,26

Número de elementos (n) 103

Coeficiente de Variância (cv) 0,677

85

Como se pode detectar pela observação da Tabela 6-4, o desvio padrão tem um valor elevado.

Isto ocorreu devido ao facto de haver uma grande discrepância entre os vários valores de k

analisados. Nesta primeira análise havia valores que variavam desde 1 até 11, como se pode

observar no Gráfico 6-17. Mesmo assim analisaram-se os intervalos de confiança para esta

gama de valores de coeficiente de carbonatação. Os resultados encontram-se expressos na

Tabela 6‐5.

Gráfico 6‐17 Distribuição dos valores do coeficiente de carbonatação encontrados

Tabela 6‐5 Intervalos de Confiança segundo a Distribuição Normal para todos os pontos

Intervalo Limite Inferior Limite Superior

95% 3,18 4,06

80% 3,34 3,91

50% 3,47 3,77

Procurou-se analisar em paralelo o efeito dos elementos extras, seleccionando apenas os

valores de k que se encontravam apenas entre 2 e 5,1 e excluindo os restantes pois poderiam

tratar-se de situações anormais e que de certa forma não iriam traduzir da melhor maneira a

realidade. Reduziu-se assim de 103 para 64 elementos e voltou-se a determinar os valores

estatísticos necessários para o cálculo dos intervalos de confiança, como se pode ver na

Tabela 6‐6.

86

Tabela 6‐6 Valores Estatísticos do coeficiente de carbonatação após limpeza

Média (µ) 3,4

Desvio Padrão 0,8

Número de elementos (n) 64

Coeficiente de Variância (cv) 0,249

Pode-se ver que neste caso o desvio padrão já possui um valor mais baixo, e mais aceitável,

assim como o próprio coeficiente de variância.

Como estes dados foi então possível determinar novamente os intervalos de confiança (95%,

80% e 50%), como se mostra na Tabela 6‐7.

Tabela 6‐7 Intervalos de Confiança segundo a Distribuição Normal para um intervalo de pontos

Intervalo Limite Inferior Limite Superior

95% 3,15 3,56

80% 3,22 3,49

50% 3,28 3,42

Apesar dos resultados serem melhores, as diferenças não são muito significativas, pelo que se

manteve a análise com a amostra total.

6.3.2 Comparações de valores com o LNEC

Para além das análises estatísticas, procurou-se também estabelecer uma comparação com os

valores existentes na especificação do LNEC. Neste caso, pode-se estabelecer uma

comparação através do próprio valor do coeficiente de carbonatação, embora, essa análise

seja aproximada uma vez que, segundo a expressão do LNEC, a variável tempo encontrava-se

elevado 0,48 e não 0,5. Para além disso, para se obter o coeficiente de carbonatação pelo

LNEC, tem-se de ter acesso ao valor da resistência do betão, o que no nosso caso não se

passa pois o nosso valor é generalizado. De qualquer maneira pode-se verificar, desde já, uma

certa discrepância entre os valores obtidos nesta tese e os valores propostos pelo LNEC.

Para uma análise mais correcta e aproximada destes valores, teve-se a necessidade de não

obter relações directas entre os valores das contantes de k, mas sim entre os próprios valores

das profundidades de carbonatação que cada raciocinio irá obter.

87

Começou-se por observar o andamento de três curvas, elaboradas para as mesma resistências

(fcm=28,8 MPa). A curva azul seguiu a média do valor de coeficiente de carbonatação utilizado

neste trabalho (k=3,50) enquanto que a curva vermelha devolveu valores de profundidade de

carbonatação determinados através da fórmula da especificação. Também se determinou a

curva correspondente ao valor de k encontrado para o intervalo de confiança de 95%, cor

verde. Como se pode verificar pela observação do Gráfico 6-18, o andamento da curva do

LNEC encontra-se significativamente superior em relação à curva azul, como já era de calcular.

Gráfico 6‐18 Comparação do andamento das curvas pelo LNEC e pela análise dos dados, com resistência constante fcm=28.8 MPa

Obteve-se ainda mais uma comparação, mas desta vez fez-se variar as resistências na fórmula

do LNEC. Como se pode ver pelo Gráfico 6‐19, a curva que retrata o uso do coeficiente de

carbonatação encontrado neste trabalho, encontra-se totalmente enquadra no meio das curvas

que traduzem o andamento de betões com resistências de 40MPa e 35MPa. Tem-se apenas

uma grande diferença entre a curva da tese e a curva do LNEC de resistência 25MPa.

88

Gráfico 6‐19 Comparação do andamento das curvas pelo LNEC e pela análise dos dados, com várias resistências

Com estas últimas análises, pode-se afirmar com alguma certeza, que o uso de um k

generalizado que se encontre entre os intervalos de confiança determinados anterior, constitui

uma boa aproximação da realidade.

6.3.3 Recobrimentos para 60 anos

Ainda como recomendação para futuros projectos, houve a necessidade de analisar os valores

dos recobrimentos recomendados para uma vida útil de 60 anos, consoante as diferentes

abordagens estudadas.

Para isso, recorrendo à fórmula anteriormente utilizada, , e com os valores de K

encontrados, foram determinados os recobrimentos necessários para conseguirem suportar

uma vida útil de 60 anos. Simultaneamente, colocou-se no Gráfico 6-20, os diferentes 83

pontos com os respectivos recobrimentos. O objectivo foi determinar quantos deles é que se

encontravam dentro dos intervalos considerados pelas diferentes abordagens.

89

Gráfico 6‐20 Comparação dos recobrimentos necessários para uma vida útil de 60 anos

Pela observação do Gráfico 6‐20,conclui-se que a maioria dos recobrimentos analisados (39

pontos) ainda se encontram muito abaixo das média de valores recomendados no geral. Esta

factor é um dos principais responsáveis pelo avanço da corrosão nos elementos de betão

armado. Para além disso, verificou-se que a abordagem do LNEC, devolve um recobrimento

com um valor, de certa forma elevado, que apenas é cumprido por 4 pontos na nossa análise.

De seguida, na Tabela 6‐8, encontra-se uma síntese dos recobrimentos a ter em conta

consoante as abordagens.

Tabela 6‐8 Valores de recobrimentos recomendados (mm)

Média 95 % LNEC

Geral 25 29 40

Betões ≥ 35 MPa 24 26 22

Betões ≤ 35 MPa 29 42 50

91

7 Conclusões

Ao longo deste trabalho verificou-se que o aumento da profundidade de carbonatação (x) vai

variando com a raiz quadrada do tempo, mediante determinadas condições. Esta conclusão

deriva dos valores dos coeficientes de correlação que se obteve para todas as análises

efectuadas, permitindo assim dizer que esta abordagem explica, de certa forma, todo o

andamento do processo.

A oscilação do coeficiente de carbonatação levou a concluir que factores como a idade,

resistência do betão ou ambiente de exposição influenciam em todo o processo de

carbonatação. Mais ensaios experimentais são necessários com vista a um melhor

entendimento do processo sob várias condições e se se justificar, alguma separação nos

modelos.

No que diz respeito à abordagem processada pelo LNEC, o tratamento da base de dados levou

a concluir que os valores resultantes da especificação se encontram bastante sobre

dimensionados.

Por último, deveria haver uma maior sensibilização para o valor dos recobrimentos a utilizar em

todos os elementos de betão armado. É um dos muitos intervenientes que vão influenciar o

avanço da carbonatação e assim determinar o valor da vida útil da estrutura. Os recobrimentos

recomendados encontram-se bem determinados, a questão é que na pratica e na maioria dos

casos, essas recomendações não são levadas em conta.

Seria de grande utilidade seguir os estudos deste trabalho, recorrendo nomeadamente a

ensaios sobre carotes de obra, que mais tarde seriam ensaiados em condições aceleradas e

posteriormente comparadas com valores de exposição real. O desenvolvimento deste tipo de

pesquisas e comparações levará a um melhor entendimento de todo o processo envolvido,

assim como uma melhor precisão dos desempenhos.

93

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97

ANEXOS

ANEXO 1

Resistência à carbonatação dos betões, RC65 (kg.ano/m5), com cura normalizada

Rc65

(kg.ano/m5) betão com cura

normalizada

XC2 XC3XC4

região seca

região húmida

k1 0,20 0,77 0,41 n 0,183 0,02 0,085

(Classe estrutural) e recobrimento (mm)

(1) 10 15 (2) 15 20 (3) 20 25 (4) 25 30 (5) 30 35 (6) 35 40

tg=50 anos

RC3

tic (anos) 112 14 98 126

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

167 407 344 424 74 181 194 238 42 102 124 153 27 65 86 106 19 45 63 78 14 33 48 60

RC2

tic(anos) 92 12 80 104

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

148 351 291 361 66 156 164 203 37 88 105 130 24 56 73 90 16 39 53 66 12 29 41 51

RC1

tic(anos) 80 10 70 90

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

135 295 260 321 60 131 146 180 34 74 94 115 22 47 65 80 15 33 48 59 11 24 37 45

tg= 100 anos

RC3

tic(anos) 224 28 224 252

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

260 793 683 753 115 352 384 424 65 198 246 271 42 127 171 188 29 88 125 138 21 65 96 106

RC2

tic (anos) 184 23 184 207

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

229 656 580 640 102 292 326 360 57 164 209 230 37 105 145 160 25 73 107 118 19 54 82 90

ANEXO 2

RELATÓRIOS (R)

R95 - Branco, F. A. - " Levantamento das Zonas Degradadas dos Lotes 6 e 7 da Quinta do Lambert ". Rel. CMEST EP. 10/90, 1990.

R98 - Branco, F. A.; Azevedo, J. - "Avaliação de Deficiências Estruturais no Edifício da Firma 3K na Av. de Berna", Rel. CMEST EP. 24/90, 1990.

R117- Branco, F. - "Ensaios de Avaliação Estrutural do Edifício do BNCI", Rel. CMEST EP. 22/91, 1991.

R120- Branco, F. - "Ensaios de Avaliação Estrutural no Edifício do BANIF, Rua Rodrigo da Fonseca, 11", Rel. CMEST EP. 28/91, 1991.

R142 - Branco, F. - "Inspecção e Análise Estrutural do Viaduto da Rua do Arco de Carvalhão", Rel. CMEST EP 11/92, 1992.

R170 - Branco, F. - "Viaduto de Alcântara da Ponte 25 de Abril. Inspecção das Zonas Fendilhadas nas Consolas". Rel. CMEST EP 16/93, 1993.

R197 - Branco, F. - "Inspecção de Patologias Estruturais do Hotel Metrópole". Rel. CMEST EP 24/94, 1994.

R227 - Branco, F. - "Análise das Patologias do Edifício de Arquivo Morto no Continente da Amadora", Rel. CMEST EP 28/95, 1995.

R241 - Branco, F. - "Análise das Patologias do Edifício de Arquivo Morto do Continente da Amadora: Relatório Final", Rel. IC-IST EP 15/96, 1996.

R248 - Correia, A.; Branco, F.; Matos, J. - "Análise das Patologias do Edifício do BNU na Rua Augusta", Rel. IC-IST EP 1/97, 1997.

R251 - Branco, F. - "Avaliação Estrutural das Obras de Arte da 2ª. Circular. Viaduto do Ralis (nº. 11-7A) - 1º. Relatório", Rel. IC-IST EP 11/97, 1997.

R256 - Branco, F.; Brito, J. - "Avaliação Estrutural das Obras de Arte da 2ª. Circular. Viaduto da Fonte Nova (nº. 11-7A) - 2º. Relatório", Rel. IC-IST EP 22/97, 1997.

R267 - F. Branco; J. Brito; J. Roberto Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte da 2ª Circular.Viaduto da Rotunda do Aeroporto. Acesso à 2ª Circular (nº 9 – 6A). 8º Relatório”, Rel. IC-IST EP 5/98, 1998.

R268 - F. Branco; J. Brito; J. Roberto Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte da 2ª Circular.Viaduto da Rotunda do Aeroporto na Av. das Comunidades Portuguesas (nº 9 – 6B). 9º Relatório”, Rel. IC-IST EP 6/98, 1998.

R269 - F. Branco; J. Brito; J. Roberto Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte da 2ª Circular.Viaduto da Av. de Berlim (nº 9 – 6C). 10º Relatório”, Rel. IC-IST EP 7/98, 1998.

R270 - F. Branco; J. Brito; J. Roberto Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte da 2ª Circular.Viaduto do Ramo da 2ª Circular (Junto à Av. Dr. Alfredo Bensaúde) (nº 10 – 7A). 11º Relatório”, Rel. IC-IST EP 8/98, 1998.

R279 - F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte da 2ª Circular. Viaduto do Campo Grande (nº 8-5B) 12º Relatório”, Rel. IC-IST EP 20/98, 1998.

R282 - J. Brito; F. Branco – “Análise das Patologias do Museu de Arte Popular”, Rel. IC-IST EP 25/98, 1998.

R287 - F. Branco; J. Brito; P. Mendes; J. R. Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte Junto à Central Termoeléctrica do Pego. Inspecção Inicial da Ponte Secundária Ferroviária 1. 1º Relatório”, Rel. IC-IST EP 34/98, 1998.

R288 - F. Branco; J. Brito; P. Mendes; J. R. Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte Junto à Central Termoeléctrica do Pego. Inspecção Inicial da Ponte Secundária Ferroviária 2. 2º Relatório”, Rel. IC-IST EP 35/98, 1998.

R289 - F. Branco; J. Brito; P. Mendes; J. R. Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte Junto à Central Termoeléctrica do Pego. Ponte de Acesso à Torre de Captação. 3º Relatório”, Rel. IC-IST EP 36/98, 1998.

R290 - F. Branco; J. Brito; P. Mendes; J. R. Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte Junto à Central Termoeléctrica do Pego. Inspecção Inicial da Ponte Rodo-Ferroviária sobre o Rio Tejo”, Rel. IC-IST EP 44/98, 1998.

R300 F. Branco; J. Brito; A. Moret Rodrigues; J. R. Santos – “Caracterização das Patologias do Edifício do Bloco da Mata” (CMSesimbra), Rel. ICIST EP 5/99, 1999.

R301 F. Branco; J. Brito; A. Moret Rodrigues; J. R. Santos – “Caracterização das Patologias do Edifício do Bloco da Mata” – Relatório Complementar da 2ª fase (CMSesimbra), Rel. ICIST EP 5/99, 1999.

R302 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Avaliação Estrutural do Mercado de Palmela”, Rel. ICIST EP 8/99, 1999.

R303 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Modelo de Santarém”, Rel. ICIST EP 10/99, 1999.

R304 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Modelo de Albufeira” (IGI), Rel. ICIST EP 23/99, 1999.

R305 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Modelo de Portimão” (IGI), Rel. ICIST EP 24/99, 1999.

R318 F. Branco; J. R. Santos – “Ensaios in Situ no Armazém da CML na Av. 24 de Julho” (Perry da Câmara, Ldª) , Rel. ICIST EP 44/99, 1999.

R320 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Modelo de S. João da Madeira (IGI), Rel. ICIST EP 46/99, 1999.

R321 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Continente de Vila Nova de Gaia (IGI), Rel. ICIST EP 47/99, 1999.

R324 F. Branco; P. Mendes; J. Brito; J. Ferreira; J. R. Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte junto à Central Termoeléctrica do Pego – Ensaio de Carga da Ponte Ferroviária sobre o Rio Tejo. 7º Relatório” (Tejo Energia), Rel. ICIST EP 53/99, 1999.

R325 F. Branco; P. Mendes; J. Brito; J. Ferreira; J. R. Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte junto à Central Termoeléctrica do Pego – Ensaio de Carga da Ponte Secundária Ferroviária 2. 8º Relatório” (Tejo Energia), Rel. ICIST EP 54/99, 1999.

R326 F. Branco; P. Mendes; J. Brito; J. Ferreira; J. R. Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte junto à Central Termoeléctrica do Pego – Ensaio de Carga da Ponte Secundária Ferroviária 1. 9º Relatório” (Tejo Energia), Rel. ICIST EP 55/99, 1999.

R327 F. Branco; P. Mendes; J. Brito; J. Ferreira; J. R. Santos – “Avaliação Estrutural das Obras de Arte junto à Central Termoeléctrica do Pego – Ensaio de Carga da Ponte Rodoviária sobre o Rio Tejo. 10º Relatório” (Tejo Energia), Rel. ICIST EP 56/99, 1999.

R328 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Campanha de Ensaios de Durabilidade no Deck Parking do Cascais Shopping” (SM – Empreendimentos Imobiliários, SA), Rel. ICIST EP 60/99, 1999.

R329 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Edifício Casa Mãe da Rota dos Vinhos em Palmela” (CMPalmela), Rel. ICIST EP 61/99, 1999.

R330 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Continente de Viana do Castelo (IGI), Rel. ICIST EP 63/99, 1999.

R331 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Edifício Sonae em Matosinhos (IGI), Rel. ICIST EP 64/99, 1999.

R332 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Continente de Matosinhos (IGI), Rel. ICIST EP 65/99, 1999.

R333 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Continente da Amadora” - Janeiro (IGI), Rel. ICIST EP 1 /00, 2000.

R334 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Continente do Seixal” - Janeiro (IGI) Rel. ICIST EP 2 /00, 2000

R337 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Modelo de Amarante” - Fevereiro (IGI) Rel. ICIST EP 12/00, 2000

R340 F. Branco – “Análise das Patologias do Hotel Estoril Sol, Associadas à Obra de Escavação do Lado Nascente” - Abril (PERTIS) Rel. ICIST EP 28 /00, 2000

R342 F. Branco; J. Brito; J. R. L. Santos – “Inspecção das Patologias dos Edifícios da Fundação Calouste Gulbenkien na Av. de Berna” - Julho (FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN) Rel. ICIST EP 57 /00, 2000

R347 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos –“Avaliação das Patologias no Reservatório de Água Potável do Pinhal Novo” - Outubro (CMP) Rel. ICIST EP 77 /00, 2000

R363 F. Branco; J. Brito; J. Ferreira; J. R. Santos – “Ensaio de Carga na Laje da Cisterna da Quinta da Regaleira” - Abril (CulturSintra) . Rel. ICIST EP.28/01, 2001.

R365 F. Branco; J. Brito; J. R. Santos – “2ª Inspecção do Deck Parking do Hipermercado Continente do Seixal” – Abril (IGI) . Rel. ICIST EP.35/01, 2001.

R366 F. Branco – “Peritagem ao Edifício da Estrada da Bela Vista, 99 em Vale Fetal” - Maio (Procuradoria da Comarca de Almada) . Rel. ICIST EP.38/01, 2001.

R368 F. Banco; J. Brito – “Peritagem à Obra do Edifício Sito na Rua Fernando Palha nºs 43 a 47, em Lisboa” - Junho (Farinha Alves & Cruz) . Rel. ICIST EP.47/01, 2001.

R402 F. Branco; J. Brito – “Peritagem à Obra do Edifício Sito na Rua Fernando Palha nos 43 a 47 em Lisboa” - Abril (Farinha Alves & Cruz, Lda) .Rel. ICIST EP.17/02, 2002.

R404 F. Branco – “Inspecção às Anomalias do Deck-Parking do Cascais Shopping – Actualização em Abril de 2002” – Maio (Sonae Imobiliária) .Rel. ICIST EP.20/02, 2002.

R424 Branco, F; Brito, J - Peritagem às Anomalias na Cobertura do Centro de Emprego do IEFP em Benfica . Rel. ICIST EP 2/03, 2003.

R431 Branco, F - Peritagem às Anomalias nas Coberturas do Mercado Abastecedor no Porto. Rel. ICIST EP 10/03, 2003.

R433 Branco, F - Peritagem Estrutural ao Edifício do Teatro Capitólio, no Parque Mayer. Rel. ICIST EP 12/03, 2003.

R438 Branco, F; Brito, J - Peritagem às Anomalias de um Edifício na Rua Prof. Orlando Ribeiro, nº 6, em Lisboa. Rel. ICIST EP 23/03, 2003.

R443 Branco, F; Brito, J; Vaz Paulo, P; Correia, J - Peritagem Estrutural de Edifício sito em Vilamoura. Rel. ICIST EP 33/03, 2003.

R444 Branco, F; Brito, J - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros de Alcochete. . Rel. ICIST EP 34/03, 2003.

R445 Branco, F; Brito, J - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros de Setúbal. . Rel. ICIST EP 35/03, 2003.

R447 Branco, F; Brito, J - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros da Figueira da Foz. . Rel. ICIST EP 37/03, 2003.

R448 Branco, F; Brito, J; Ferreira, J; Lopes dos Santos, J; Falcão, AP; Vaz Paulo P; Correia, J - Peritagem às Estruturas da Central do Pego. . Rel. ICIST EP 43/03, 2003.

R454 Branco, F; de Brito, J; - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros das Caldas da Rainha. Rel. ICIST EP 52/03, 2003

R455 Branco, F; de Brito, J; - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros de Salvaterra de Magos. Rel. ICIST EP 53/03, 2003.

R456 Branco, F; de Brito,J; - Peritagem às Anomalias de um Edifício na Rua Francisco Sá Carneiro, nº 11, em Setúbal. Rel. ICIST EP 56/03, 2003.

R461 Branco, F; de Brito, J - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros de Alter do Chão. Rel. ICIST EP 69/03, 2003.

R462 Branco, F; de Brito, J - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros de Estremoz . Rel. ICIST EP 70/03, 2003.

R463 Branco, F; de Brito, J - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros de Elvas. Rel. ICIST EP 71/03, 2003.

R465 Branco, F; de Brito, J - Peritagem àEstrutura da Praça de Touros de Mourão. Rel. ICIST EP 77/03, 2003.

R466 Branco, F; de Brito, J - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros de Redondo. Rel. ICIST EP 78/03, 2003.

R470 Branco, F; Brito, J- Peritagem ao Hotel Eduardo VII para Definição de uma Situação de Referência. Rel. ICIST EP 05/04, 2004.

R473 Branco, F; Brito, J - Inspecção das Passagens Agrícolas junto à Central Termoeléctrica do Pego. Rel. ICIST EP 14/04, 2004.

R474 Branco, F; Brito, J; - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros de Évora. Rel. ICIST EP 15/04, 2004.

R475 Branco, F; Brito, J; - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros de Reguengos de Monsaraz. Rel. ICIST EP 16/04, 2004.

R483 Branco, F; Brito, J;- Peritagem à Estrutura da Praça de Touros da Póvoa de S. Miguel. Rel. ICIST EP 36/04, 2004.

R484 Branco, F; Brito, J;- Peritagem à Estrutura da Praça de Touros da Amareleja. Rel. ICIST EP 37/04, 2004.

R489 Branco, F; Brito, J - Peritagem às Anomalias de um Apartamento na Rua Gonçalo Mendes da Maia, Lote 16, 4º Esq., em Santo Amaro de Oeiras. Rel. ICIST EP 44/04, 2004.

R494 Branco, F; Brito, J; - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros de Abiúl. Rel. ICIST EP 49/04, 2004.

R498 Branco, F.A.; de Brito, J. - Peritagem ao Edifício sito na Av. Duque de Ávila, nºs 73 a 77 para Definição de uma Situação de Referência – EP 1/05, 2005

R500 Branco, FA, Ferreira, J. - Peritagem às Patologias da Loja de Setúbal da Firma Fabio Lucci – EP 4/05, 2005

R506 Branco, FA,de Brito, J - Acompanhamento dos Trabalhos de Reabilitação das Obras de Arte junto à Central Termoeléctrica do Pego - EP 18/05, 2005

R507 Branco, FA,de Brito, J - Peritagem ao Estado de Conservação de um Edifício na Av. Visconde de Monserrate, em Sintra, e aos Cuidados Necessários à sua Remodelação – EP 19/05, 2005

R509 Branco, FA,de Brito, J - Peritagem à Estrutura da Praça de Touros do Montijo – EP 22/05, 2005

R517 Branco, FA, de Brito, J - Peritagem às Anomalias Estruturais do Edifício nº 35 da Rua Presidente Arriaga, em Lisboa - EP 36/05, 2005

R518 Branco, FA, de Brito, J - Assessoria aos Trabalhos de Reabilitação das Fachadas do Edifício sito na Rua Duarte Vidal, nº 3 (R. Prof. Orlando Ribeiro nº 6), em Lisboa, Relatório Interno - EP,37/05,2005

R520 Branco, FA, de Brito, J,Ferreira, JPJG - Peritagem às Estruturas dos Armazéns da Firma FARAME em Sintra – EP 41/05, 2005

R521 Branco, FA, de Brito, J - Peritagem às Anomalias do Edifício Sito na Rua Rodrigo de Albuquerque nº 14, em Linda-a-Velha – EP 42/05, 200

R565 de Brito, J; Branco, F; Ferreira, J - Peritagem às Anomalias Estruturais nas Lajes do Edifício da Av. Elias Garcia, nº 187, em Lisboa, Relatório ICIST - EP nº 65/06

R572 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem

às Anomalias Construtivas da Escola Secundária D. Dinis, Relatório ICIST - EP nº 7/07

R582 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária D. João de Castro, Relatório ICIST - EP nº 20/07

R587 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária Pedro Nunes, Relatório ICIST - EP nº 27/07

R588 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária de Benavente, Relatório ICIST - EP nº 29/07

R589 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária Pedro Alexandrino, Relatório ICIST - EP nº 30/07

R591 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária Gil Vicente, Relatório ICIST - EP nº 32/07

R592 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária Gabriel Pereira, Relatório ICIST - EP nº 33/07

R593 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Básica Marquesa de Alorna, Relatório ICIST - EP nº 34/07

R594 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária D. Filipa de Lencastre, Relatório ICIST - EP nº 35/07

R595 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária Rainha D. Amélia, Relatório ICIST - EP nº 36/07

R596 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária Josefa de Óbidos, Relatório ICIST - EP nº 37/07

R597 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária D. Manuel I, Relatório ICIST - EP nº 38/07

R598 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Machado de Castro, Relatório ICIST - EP nº 41/7

R600 Branco, F; de Brito, J - Peritagem às Anomalias no Edifício da Rua General Garcia Rosado, nº 20, em Lisboa, Relatório ICIST - EP nº 44/07

R601 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária Eça de Queiroz, Relatório ICIST - EP nº 45/07

R602 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária D. Pedro V, Relatório ICIST - EP nº 46/07

R603 Branco, F; de Brito, J; Ferreira, J; Correia; J; Paulo, P; Flores; I; Roriz; L - Peritagem às Anomalias Construtivas da Escola Secundária Mouzinho da Silveira, Relatório ICIST - EP nº 47/07

R604 Branco, F; de Brito, J - Ensaios de Carga realizados no Viaduto do Eixo Viário Norte-Sul sobre a Av. Padre Cruz, em Lisboa, Relatório ICIST - EP nº 48/07

R605 Branco, F; Ferreira, J - Peritagem às Anomalias no Edifício da Rua Latino Coelho, nº 57, Relatório ICIST - EP nº 51/07

R616 F. Branco; J. Ferreira - Peritagem às Patologias do Edifício sito em Lisboa na Rua Silva Carvalho, nº 75 - Estudo realizado para Compradores. Relatório ICIST - EP nº 6/08

R626 F. Branco; J. Ferreira - Peritagem às anomalias no edifício da R. Latino Coelho, nº 57 (2ª Fase). Estudo realizado para a Caixa Geral de Depósitos. Relatório ICIST - EP nº 27/08

R628 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Prof. Reynaldo dos Santos. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 31/08

R629 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Padre Alberto Neto. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 32/08

R630 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária de Ourém. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 33/08

R631 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Padre Alberto Neto. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 34/08

R632 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Emídio Navarro. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 35/08

R633 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Francisco de Arruda. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 36/08

R634 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Jâcome Ratton. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 37/08

R635 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Dr. António Carvalho de Figueiredo. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 38/08

R636 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Sebastião da Gama. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 39/08

R637 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Hortênsia de Castro. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 40/08

R638 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Vergílio Ferreira. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 41/08

R639 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Dr. Solano de Abreu. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 42/08

R640 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária de Alcácer do Sal. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 43/08

R641 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária da Amora. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 44/08

R642 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária de Santo André. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 45/08

R643 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária de S. Lourenço. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 46/08

R644 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária de Salvaterra de Magos. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 47/08

R645 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária de Ponte de Sôr. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 48/08

R646 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Rainha D. Leonor. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 49/08

R647 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária António Arroio. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 50/08

R648 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Prof. Herculano de Carvalho. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 51/08

R649 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Rainha Santa Isabel. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 52/08

R650 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Santa Maria. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 53/08

R651 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Sá da Bandeira. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 54/08

R652 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Prof. Ruy Luís Gomes. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 55/08

R653 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Pedro de Santarém. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 56/08

R654 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária D. Sancho II. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 57/08

R655 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Diogo de Gouveia. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 58/08

R656 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Dr. Azevedo Neves. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 59/08

R657 F. Branco; J. Brito, J. Correia, J. Ferreira - Peritagem às anomalias construtivas da Escola Secundária Sebastião e Silva. Estudo realizado para a Parquescolar. Relatório ICIST - EP nº 60/08

Anexo 3

Ar livre Interior

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

22 encontros 1 x 22 vigas do tabuleiro 25 x 22 lajes 20 x

Viaduto da Fonte Nova

22 pilares 20 x 26 muros de testa 20 x 26 vigas do tabuleiro 17 x 26 montante 17 x

Viaduto da rotunda do aeroporto

26 tabuleiro 22 x 26 pilares 14 x 26 vigas 15 x

Viaduto da Rotunda do aeroporto na Av. Das Comunidades

Portugueses 26 tabuleiros 13 x

26 pilares 20 x 26 vigas 16 x Viaduto da Avenida

de Berlim 26 tabuleiro 18 x 23 pilares 13 x 23 muro de testa 17 x Viaduto do Ramo da

2a Circular 23 tabuleiro 20 x 25 encontros 6 x 25 Pilares 18 x 25 Vigas 17 x 25 Tabuleiros 15 x

Viaduto do Campo Grande

25 Carlinga do alinhamento 20 x

Ar livre Interior

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

6 encontros 7 x 6 pilares 6 x

Ponte Secundária Ferroviária 1 (Junto à central termoeléctrica

do Pego) 6 viga 4 x 6 tabuleiro 10 x

6 encontros 16 x 6 pilares 7 x 6 viga 5 x

Ponte Secundária Ferroviária 2 (Junto à central termoeléctrica

do Pego) 6 tabuleiro 7 x 6 muro de testa 10 x 6 pilares 4 x

Ponto Rodo-Ferroviária sobre o

Rio Tejo 6 lajes 10 x 4 Pilar 4 x 4 Viga Transversal 4 x 4 Viga Longitudinal 10 x

Deck Parking do Hipermercado Modelo

de Santarém 4 Laje 5 x

10 pilares 21 x Deck Parking do Hipermercado Modelo

de Albufeira 10 face inferior da laje 23 x

9 pilares 24,5 x 9 face inferior da laje 18,5 x

Deck Parking do Hipermercado Modelo

de Portimão 9 laje da escada 16,5 x 6 pilares 5,5 x

6 face inferior da laje (pre fabricada) 1 x

Deck Parking do Hipermercado Modelo de S.João da Madeira

6 viga 1 x

Ar livre Interior

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

10 pilares 14 x Deck Parking do Hipermercado

Continente de Vila Nova de Gaia

10 face inferior da laje 20,5 x

65 pilares 40 x 65 vigas 15 x Casa Mãe da Rota

dos Vinhos-Palmela 65 laje de

cobertura(sup) 36 x

6 pilares 14 x 6 viga 4,5 x

Deck Parking do Hipermercado

Continente de Viana do Castelo 6 face inferior da laje 6 x

6 viga 2 x Deck Parking do Edificio Sonae em

Matosinhos 6 laje 1 x

6 pilares 4 x (*1) 6 laje 8,5 x

Deck Parking do Hipermercado Continente de Matosinhos 6 viga 6 x

5 pilares 4,5 x 5 viga 12 x

Deck Parking do Hipermercado Continente da

Amadora 5 face inferior da laje 5 x

5 pilares pre

fabricados e pintados

6 x

5 viga 6 x

Deck Parking do Hipermercado

Continente do Seixal 5 face inferior da laje 26 x

Ar livre Interior

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

Deck Parking do Hipermercado Modelo

de Amarante 4 face inferior da laje 6 x

32 pilar 28 x Edifício Principal da Fundação Calouste

Gulbenkian 32 parede 20 x

7 pilares pre

fabricados e pintados

7,5 x

7 viga 7,5 x

2ª Inspecção ao Deck Parking do

Hipermercado Continente do Seixal

7 face inferior da laje 29 x

85 Face inferior das bancadas 31 x

Praça de Touros de Alter do Chão 85

face lateral da viga do pórtico da

cavalariça 12 x

99 Pilar da cobertura dos camarotes 39 x Praça de Touros de

Estremoz 99 Viga da cobertura dos camarotes 45 x

19 viga de pórtico 25 x Praça de Touros de Elvas 19 pilar de pórtico 22 x

12 Face interior da parede junto à entrada poente

2 x

12 Face exterior da parede junto à entrada poente

4 x

12 viga interior 2,5 x

(Torre de Refrigeração 1)

12 pilares 2 x

Ar livre Interior

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

10 Face interior da parede junto à entrada poente

10 x

10 Face exterior da parede junto à entrada poente

11,5 x

(Torre de Refrigeração 2)

10 pilares 10 x

10 Face interior da parede no nivel 2 11 x

10 face interior da parede no nivel 4 12 x

10 face exterior da

parede do nivel 0 (SW)

7,5 x

10 face exterior da

parede do nivel 0 (NW)

8 x

10 face exterior da

parede do nivel 0 (NE)

8 x

(Chaminé)

10 face exterior da

parede do nivel 0 (SE)

5 x

43 viga radial (face

inferior) do sector 1

61,5 x

43 viga radial (face lateral) do sector 1 23 x

Praça de Touros de Setúbal

43 pilar do sector 1 37,5 x

Ar livre Interior

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

sem pints/ poluiç

sem pintc/ poluiç

pintado s/ poluiç

pintado c/ poluiç

52 viga interior do sector 1 18 x

52 face exterior de degrau do sector 1 4 x

Praça de Touros de Alcochete

(valores estranhos, muito baixos para

tanta idade) 52 face interior de degrau do sector 1 8,5 x

22 pilar interior do lado Sul 33 x Praça de Touros da

Póvoa de S.Miguel (obra inacabada) 22 pilar exterior do

lado Sul 32 x

19 pilar da zona melhor 23,5 x Praça de Touros da

Amareleja 19 pilar da zona pior 51,5 x 32 pilar de pórtico 23 x Praça de Touros de

Abiúl 32 viga radial 27 x 18 pilar 15 x Armazéns da Firma

FARAME em Sintra 18 viga radial 4 x

(*1) pintado à cerca de 8meses antes da inspecção;

Anexo 4

Fendilhação Descasque Redução de secção

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

uma zona

1 fissura

uma zona

vár fiss vár

zonas uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

22 encontros 1 x x 22 vigas do tabuleiro 25 x x x 22 lajes 20 x x

Viaduto da Fonte Nova

22 pilares 20 x x x 26 muros de testa 20 x 26 vigas do tabuleiro 17 x 26 montante 17 x

Viaduto da rotunda do aeroporto

26 tabuleiro 22 x 26 pilares 14 x 26 vigas 15 x

Viaduto da Rotunda do aeroporto na Av. Das Comunidades

Portugueses 26 tabuleiros 13 x

26 pilares 20 x 26 vigas 16 x Viaduto da Avenida

de Berlim 26 tabuleiro 18 x x 23 pilares 13 x 23 muro de testa 17 x Viaduto do Ramo da

2a Circular 23 tabuleiro 20 x 25 encontros 6 x 25 Pilares 18 x 25 Vigas 17 x 25 Tabuleiros 15 x

Viaduto do Campo Grande

25 Carlinga do alinhamento 20 x

Fendilhação Descasque Redução de secção

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

uma zona

1 fissura

uma zona

vár fiss vár

zonas uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

6 encontros 7 x 6 pilares 6 x 6 viga 4 x

Ponte Secundária Ferroviária 1 (Junto à central termoeléctrica

do Pego) 6 tabuleiro 10 x 6 encontros 16 x 6 pilares 7 x 6 viga 5 x

Ponte Secundária Ferroviária 2 (Junto à central termoeléctrica

do Pego) 6 tabuleiro 7 x 6 muro de testa 10 x 6 pilares 4 x

Ponto Rodo-Ferroviária sobre o

Rio Tejo 6 lajes 10 x 4 Pilar 4 x 4 Viga Transversal 4 x 4 Viga Longitudinal 10 x

Deck Parking do Hipermercado Modelo

de Santarém 4 Laje 5 x 10 pilares 21 x x Deck Parking do

Hipermercado Modelo de Albufeira 10 face inferior da laje 23 x x x

9 pilares 24,5 x 9 face inferior da laje 18,5 x x x

Deck Parking do Hipermercado Modelo

de Portimão 9 laje da escada 16,5 x x x 6 pilares 5,5 x

6 face inferior da laje (pre fabricada) 1 x

Deck Parking do Hipermercado Modelo de S.João da Madeira

6 viga 1 x

Fendilhação Descasque Redução de secção

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

uma zona

1 fissura

uma zona

vár fiss vár

zonas uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

10 pilares 14 x x x Deck Parking do Hipermercado

Continente de Vila Nova de Gaia

10 face inferior da laje 20,5 x x x

65 pilares 40 x 65 vigas 15 x x Casa Mãe da Rota

dos Vinhos-Palmela 65 laje de

cobertura(sup) 36 x x

6 pilares 14 x 6 viga 4,5 x

Deck Parking do Hipermercado

Continente de Viana do Castelo 6 face inferior da laje 6 x x x (*1)

6 viga 2 x Deck Parking do Edificio Sonae em

Matosinhos 6 laje 1 x

6 pilares 4 x 6 laje 8,5 x

Deck Parking do Hipermercado Continente de

Matosinhos 6 viga 6 x 5 pilares 4,5 x 5 viga 12 x

Deck Parking do Hipermercado Continente da

Amadora 5 face inferior da laje 5 x

5 pilares pre

fabricados e pintados

6 x

5 viga 6 x

Deck Parking do Hipermercado

Continente do Seixal 5 face inferior da laje 26 x x

Fendilhação Descasque Redução de secção

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

uma zona

1 fissura

uma zona

vár fiss vár

zonas uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

Deck Parking do Hipermercado Modelo

de Amarante 4 face inferior da laje 6 x

32 pilar 28 (*2) Edificio Principal da Fundação Calouste

Gulbenkian 32 parede 20

7 pilares pre

fabricados e pintados

7,5 x

7 viga 7,5 x

2ª Inspecção ao Deck Parking do

Hipermercado Continente do Seixal

7 face inferior da laje 29 x x x

85 Face inferior das bancadas 31 x x x

Praça de Touros de Alter do Chão 85

face lateral da viga do pórtico da

cavalariça 12 x

99 Pilar da cobertura dos camarotes 39 x (*3) Praça de Touros de

Estremoz 99 Viga da cobertura dos camarotes 45 x (*3)

19 viga de pórtico 25 x x x Praça de Touros de Elvas 19 pilar de pórtico 22 x x x

12 Face interior da parede junto à entrada poente

2

12 Face exterior da parede junto à entrada poente

4

12 viga interior 2,5

(Torre de Refrigeração 1)

12 pilares 2 x x

Fendilhação Descasque Redução de secção

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

uma zona

1 fissura

uma zona

vár fiss vár

zonas uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

10 Face interior da parede junto à entrada poente

10

10 Face exterior da parede junto à entrada poente

11,5 x

(Torre de Refrigeração 2)

10 pilares 10 (*2)

10 Face interior da parede no nivel 2 11 (*2)

10 face interior da parede no nivel 4 12 (*2)

10 face exterior da

parede do nivel 0 (SW)

7,5 (*2)

10 face exterior da

parede do nivel 0 (NW)

8 (*2)

10 face exterior da

parede do nivel 0 (NE)

8 (*2)

(Chaminé)

10 face exterior da

parede do nivel 0 (SE)

5 (*2)

43 viga radial (face

inferior) do sector 1

61,5 x x x Praça de Touros de Setubal

43 viga radial (face lateral) do sector 1 23 x x x

43 pilar do sector 1 37,5 x x x

Fendilhação Descasque Redução de secção

CARBONATAÇÃO

Estrutura idade Elemento de betão armado

Prof carb (mm)

uma zona

1 fissura

uma zona

vár fiss vár

zonas uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

uma zona

1 varão

uma zona vár

varões

vár zonas

52 viga interior do sector 1 18 (*2)

52 face exterior de degrau do sector 1 4 x x x

Praça de Touros de Alcochete

(valores,estranhos, muito baixos para

tanta idade) 52 face interior de degrau do sector 1 8,5 x x x

22 pilar interior do lado Sul 33 x x x Praça de Touros da

Póvoa de S.Miguel (obra inacabada) 22 pilar exterior do

lado Sul 32 x x x

19 pilar da zona melhor 23,5 x x Praça de Touros da

Amareleja 19 pilar da zona pior 51,5 x x x 32 pilar de pórtico 23 x x x Praça de Touros de

Abiúl 32 viga radial 27 x x x 18 pilar 15 x x x Armazéns da Firma

FARAME em Sintra 18 viga radial 4 x

(*1) tem a ver com a introdução e tubagens q provoca escorrimentos e acaba por degradar mais facilmente. Caso pontual;

(*2) Não existem fotografias dos elementos analisados;

(*3) Segundo o relatório, apesar de ter uma grande profundidade de carbonatação, não se vê descasques nem armaduras devido às pinturas periódicas