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Modelo da Atividade Cinema

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Modelo da Atividade CinemaMódulo Insta lação de Sa las de Exibição

Serviço Social do ComércioDepartamento Nacional | Divisão de Planejamento e Desenvolvimento

2ª re impressãoAgosto / 2008

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SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

Departamento Nacional

Presidência do Conselho NacionalAntonio Oliveira Santos

Direção-Geral Maron Emile Abi-Abib

Divisão Administrativa e FinanceiraJoão Carlos Gomes Roldão

Divisão de Planejamento e DesenvolvimentoLuís Fernando de Mello Costa

Divisão de Programas SociaisÁlvaro de Melo Salmito

Consultoria da Direção GeralJuvenal Ferreira Fortes Filho

PUBLICAÇÃO

CoordenaçãoGerência de Estudos e Pesquisas / Divisão de Planejamento e DesenvolvimentoSebastião Henriques Chaves

ConteúdoGerência de Cultura / Divisão de Programas SociaisMarcia Leite

Técnico em Cinema Nadia Moreno

Assessoria Externa Osvaldo Emery

EDIÇÃO

Assessoria de Divulgação e Promoção / Direção GeralProjeto GráficoMario Saladini

Revisão de textoDenise Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA

SESC. Gerência de Estudos e Pesquisas. Modelo da Atividade Cinema: módulo espaços e equipamentos / SESC, Gerência de Estudos e Pesquisas. — Rio de Janeiro : SESC, Departamento Nacional, 2008. 40 p. ; 25 cm.

ISBN 978-85-89336-28-4 1. Cinema. 2. SESC. 3. Modelo. 4. Atividade. 5. Espaço. 6. Equipamento. I. Título.

CDD 791.43

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 5

1 - SALA DE EXIBIÇÃO

1.1 Importância da sala de exibição 61.2 Qualidade técnica da sala de exibição 8 1.2.1 Qualidade da imagem projetada 8 1.2.1.1 Obstáculos 8 1.2.1.2 Distorção trapezoidal 9 1.2.1.3 Curvatura da tela 9 1.2.2 Qualidade da imagem percebida 9 1.2.2.1 Visibilidade 10 1.2.2.2 Ângulos de observação 10 1.2.2.3 Dimensões da tela de projeção 10 1.2.3 Qualidade acústica 11 1.2.3.1 Isolamento de ruídos 12 1.2.3.2 Acústica ambiental 14 1.2.4 Conforto do espectador 14 1.2.4.1 Ângulos de visão 15 1.2.4.2 Espaçamento entre fileiras 15 1.2.4.3 Poltronas 15 1.2.4.4 Conforto térmico 16 1.2.5 Iluminação 16 1.2.6 Renovação e condicionamento do ar 17 1.2.7 Segurança 17 1.2.8 A cabine de projeção 18 1.2.9 Layout genérico de uma sala de cinema 201.3 Identificação de espaços apropriados 21 1.3.1 Lotação da sala 21 1.3.2 Construção nova x reforma 21 1.3.2.1 Construção nova 22 1.3.2.2 Adaptação de espaço existente 22

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1.3.3 Localização 24 1.3.4 Acústica 25 1.3.5 Informações necessárias para avaliação arquitetônica 25

2 - EQUIPAMENTOS DA SALA DE PROJEÇÃO 262.1 Sistema de Projeção 26 2.1.1 Projeção da imagem 28 2.1.2 Reprodução do som 28

3 - NÚCLEO DE CINEMA 303.1 Características físicas 31 3.1.1 Cabines de visionamento 31 3.1.2 Acondicionamento do acervo 32 3.1.3 Cabines de edição 33 3.1.4 Acondicionamento dos equipamentos de filmagem 33 3.1.5 Laboratório “multilinguagem” 34 3.1.6 Sala de aula/estúdio 34

4 – RELAÇÃO DAS NORMAS TÉCNICAS CITADAS 35

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Apresentação

Ao primar pela excelência e qualidade no atendimento à sua clientela, o SESC está sempre atento à adequação dos espaços e equipamentos destinados à realização de suas atividades, nas diversas áreas de ação da instituição. No caso das atividades relacionadas ao desenvolvimento artístico e cultural, são necessários para a sua realização ambientes tão específicos e adequados como os projetados para unidades de ensino, de tratamento médico-odontológico ou de prática esportiva.

O Módulo de Equipamentos e Instalações para salas de exibição foi con-cebido com o objetivo de colaborar com os Departamentos Regionais para o desenvolvimento dos projetos na área de cinema, auxiliando nos processos de definição e escolha do espaço físico, bem como prestando assessoria técnica no acompanhamento das atividades relacionadas com as linguagens artísticas, desenvolvidas no âmbito das ações em cultura.

Para tanto, procurou-se garantir que estejam contempladas neste manual, além da indicação das normas da ABNT, informações sobre as características técnicas, arquitetônicas e de equipamentos necessárias para se entender as es-pecificidades de uma sala de exibição, assim como o processo de projeção de um filme nesse espaço físico.

Além das salas de cinema, o manual abrange a elaboração de outros espaços específicos, necessários para atender às ações destinadas ao Desenvolvimento Artístico-Cultural na área de cinema. Tais atividades demandam o acesso a experiências teóricas e práticas, proporcionando não só um desenvolvimento crítico e artístico com relação à linguagem cinematográfica, mas também fa-vorecendo a qualificação de público, proposta expressa nas Diretrizes Gerais de Ação do SESC.

O SESC, portanto, pretende com mais esta publicação colaborar com a ex-tensa rede de cultura que a instituição mantém no país e se amplia a cada dia.

Maron Emile Abi-AbibDiretor-Geral

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1 - A SALA DE EXIBIÇÃO

1.1 A importância da sala de exibiçãoA “experiência cinema” requer uma situação específica, apenas propiciada

por um ambiente tecnicamente preparado para esse fim.Embora saibamos que a tecnologia já nos proporciona formas diferenciadas

de contato com a linguagem audiovisual, assistir a um filme no sofá da sala, na tela do computador ou do celular, ou em qualquer outro espaço e meio, não representa, em hipótese alguma, uma situação passível de se vivenciar a chamada “experiência cinema” ou “situação cinema”.

Um filme concebido para o cinema é uma obra de arte, realizada para ser exibida em sala escura, com tela grande e um sistema de som dividido em canais específicos, de forma que os diversos sons do filme sejam percebidos pelo espectador, sem que haja qualquer interferência no ambiente capaz de tirar sua atenção da tela e quebrar o “pacto” estabelecido com a narrativa. Essa é uma experiência sensorial e qualquer desvio de atenção quebra a sintonia do espectador com a obra.

Em uma sala de cinema, o espectador será conduzido a alterar comple-tamente sua noção de tempo e espaço, vai esquecer seus problemas, preo-cupações, projetos, desejos e transporá sua “alma” para o “universo mágico” da “experiência cinema”, independente de qual seja a proposta estética e a estrutura narrativa do filme exibido, mesmo que seja um filme documentário. Todo filme é realizado com o propósito de absorver a atenção do espectador durante seu tempo de exibição.

As mudanças tecnológicas sempre trazem novas possibilidades de se ter acesso a produtos audiovisuais, mas a sala de cinema conserva-se como o tem-plo de uma experiência só vivenciada nesse local.

Aparentemente não há nada de especial numa sala de cinema, mas tudo o que existe ali é minuciosamente estudado e calculado para proporcionar ao espectador vivenciar a experiência proposta pelo realizador da obra cinemato-gráfica ali exibida.

A sala de cinema é como um cubo fechado. Não pode ter janelas ou qual-quer outro elemento que permita a passagem de luz e som do exterior para

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Modelo da Atividade Cinema | Módulo Instalação de Salas de Exibição

seu interior. Todas as suas ligações com o exterior devem ser feitas de forma a preservar seu interior de qualquer ruído e de luz, da mesma forma que deve garantir preservar os demais ambientes em seu entorno do som dos filmes ali exibidos.

Por isso é necessário que se garanta uma configuração arquitetônica adequa-da e se utilize materiais específicos, tecnicamente adequados para esse fim.

No projeto arquitetônico da sala deve-se verificar a proporção entre a lar-gura e o comprimento do ambiente; as dimensões do ambiente e o tamanho da tela; a distância entre a primeira fila de cadeiras e a tela; a distância entre as fileiras; a distância entre a última fileira e a tela; o posicionamento das cadeiras com relação à tela.

Além disso, existem detalhes de arquitetura e de acabamento interno que são fundamentais para garantir que as exibições ocorram dentro dos padrões técnicos de qualidade, tais como piso inclinado (piso escalonado em degraus, que também devem obedecer a medidas específicas) e o acabamento da sala como um todo, envolvendo tipo de luminárias, forração do teto, revestimento do piso e paredes, tipo de poltronas utilizadas.

O interior da sala deve garantir, além do conforto ergonômico do espec-tador e a qualidade técnica de exibição, a segurança do público. Para atender a esse quesito, a sala deve ser dotada de saídas de emergência amplas, com portas com trava antipânico; luz de emergência no auditório e na cabine; sina-lização das entradas e saídas; detectores de fumaça e extintores de incêndio de fácil acesso; corredores de circulação entre as cadeiras e as paredes; corrimãos nos degraus ou rampas e o espaço destinado a cadeiras de rodas.

Devido a todas as características desse espaço, os projetos arquitetônicos de acústica e de sonorização de uma sala de cinema devem ser de responsabilida-de de especialistas em cada uma das especificidades da sala. É recomendável que a empresa de fornecimento e instalação dos equipamentos seja responsá-vel pelo projeto de sonorização. Embora a oferta de mão-de-obra especializa-da nessas áreas seja pequena, o Brasil conta com profissionais de gabarito para esse tipo de projeto.

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1.2 Qualidade técnica da sala de exibição A qualidade técnica de uma sala de projeção determina sua adaptação à

função a qual se destina: a projeção de obras audiovisuais. Embora muitas pes-soas acreditem que uma sala de projeção seja apenas um teatro ou auditório no qual se coloca uma tela em uma extremidade e um projetor em outra, ela é, na verdade, um ambiente único, com características muito específicas.

A especificidade da sala de projeção tem relação direta com as características da mídia cinematográfica, a forma como ela registra e reproduz os sons e as imagens e com os aspectos relacionados à percepção visual e auditiva huma-nas. Esta especificidade se manifesta através de diversos aspectos, cujas carac-terísticas são definidas por normas técnicas e recomendações de entidades e organizações ligadas a cinema.

A norma técnica brasileira mais importante sobre o assunto é a “NBR12237 - Projetos e instalações de salas de projeção cinematográfica”, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Baseado nesta norma são abordados abaixo os principais aspectos relativos à sala.

1.2.1 Qualidade da imagem projetada

1.2.1.1 ObstáculosA primeira precaução para se garantir a qualidade da imagem projetada é

assegurar que não haja nenhum tipo de obstáculo entre o projetor e a tela. Esta precaução é importante na hora do projeto de uma nova sala, como também na hora de se avaliar um local que possa ser adaptado como cinema, visando garantir que não haja vigas e colunas que possam obstruir o feixe de projeção.

1.2.1.2 Distorção trapezoidalAlém disso, as imagens do filme devem ser projetadas na tela sem defor-

mações, para que se possa assistir ao filme da mesma forma como imaginada pelo seu realizador. Para tanto, o projetor deve ser posicionado de forma que o eixo do feixe de projeção fique exatamente alinhado com o eixo geométrico da tela de projeção.

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No entanto, podem existir situações nas quais seja necessário deslocar o projetor em relação ao eixo da tela, seja no sentido vertical, seja no sentido horizontal. Se este deslocamento é excessivo, pode ocorrer o defeito chamado de distorção trapezoidal, que leva este nome por fazer com que a imagem projetada na tela, originalmente com formato retangular, assuma uma confi-guração trapezoidal.

Embora alguns modelos de projetores, principalmente os eletrônicos, te-nham funções ou mecanismos especiais para corrigir este problema, esses re-cursos têm limitações, o que torna recomendável que o posicionamento do projetor em relação à tela seja cuidadosamente calculado.

Para garantir que a distorção trapezoidal não seja percebida pelo espectador é importante que o conjunto projetor-tela de projeção tenha uma configura-ção tal, que permita que as distorções trapezoidais, vertical e horizontal, não sejam superiores a 5%, sendo recomendável que ela não exceda 3%. Estes valores são calculados a partir de fórmula matemática que leva em considera-ção a largura (ou altura da tela), o ângulo horizontal (ou vertical) do eixo de projeção e a distância entre o projetor e a tela.

1.2.1.3 Curvatura da telaOutro aspecto que pode deformar a imagem projetada é o excesso de cur-

vatura da tela. Preferencialmente, a tela de projeção deve ser plana, porém se for curva, seu raio de curvatura deve ser superior a duas vezes a distância entre a tela e o espectador mais afastado dela.

1.2.2 Qualidade da imagem percebida Mesmo que a imagem seja projetada na tela utilizando os melhores equi-

pamentos e com o posicionamento da tela e do projetor de acordo com o recomendado pela norma, como especificado acima, a imagem do filme só será percebida pelo espectador como deve ser percebida, ou seja, como con-cebida e criada pelo diretor e dentro dos padrões técnicos de qualidade, se a posição do espectador em relação à tela for tecnicamente correta, garantindo a visibilidade adequada.

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1.2.2.1 VisibilidadeUm cuidado básico e óbvio, porém muitas vezes negligenciado, é buscar que

o espectador possa ver toda a imagem projetada na tela. Para que isto acon-teça, é importante que não haja obstáculos arquitetônicos entre o espectador e a tela, tais como colunas, vigas, luminárias, ou ainda, o que infelizmente é muito comum, as cabeças dos outros espectadores sentados à sua frente.

Além de remover obstáculos arquitetônicos, é necessário que haja um es-calonamento visual que garanta uma linha de visão desimpedida à tela para todos os espectadores. De acordo com a norma da ABNT, este escalonamento deve ser de, no mínimo, 0,12m (12cm) entre fileiras consecutivas e, quanto maior o escalonamento, maiores as chances de se garantir uma boa visibilida-de para todos.

O escalonamento é determinado pela altura dos olhos do espectador ‘pa-drão’, definida por dados estatísticos, pelo posicionamento da tela de proje-ção, pela implantação das fileiras de poltronas no interior do auditório e pelo desnível entre elas.

1.2.2.2 Ângulos de observaçãoAs imagens dos filmes são bidimensionais e, a exemplo de todas as imagens

bidimensionais (uma pintura, uma fotografia, um página de livro etc.), é im-portante que o ângulo com o qual elas sejam observadas pelos espectadores não seja excessivo, de modo a garantir que sejam percebidas sem deformações.

Assim, os espectadores devem estar posicionados, no plano horizontal, em uma área delimitada por dois planos que façam um ângulo de 100º com as bordas laterais da tela e, verticalmente, por um plano que faça 110º com a borda superior da tela.

1.2.2.3 Dimensões da tela de projeçãoAs dimensões da tela devem ser definidas em função das dimensões do lo-

cal onde ela será instalada – ou vice-versa. Isso se traduz na definição de uma distância máxima e de uma distância mínima entre os espectadores e a tela de projeção.

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Se o espectador observar a tela de muito longe, as imagens parecerão pequenas, não serão percebidos os detalhes, dificultando o envolvimento do espectador com elas. Se, por outro lado, a tela for observada muito de perto, o espectador percebe-rá os grãos ou os pixels da imagem projetada na tela, além de estar sujeito a maior cansaço visual por conta do esforço de observar imagens muito de perto.

A norma da ABNT estipula que, a relação entre a distância (D) da tela de projeção até o espectador mais afastado dela, e a largura (L) da tela, não deve ser superior a 2,9 (D/L ≤ 2,9). Neste caso, como em todos os demais, a largura da tela refere-se à largura da imagem projetada no formato “Cinemascope”, no qual a proporção da imagem do filme é igual 1:2,35; ou seja, a largura da imagem é igual a 2,35 vezes a sua altura.

1.2.3 Qualidade acústicaAssim como a qualidade da imagem, a qualidade do som é fundamental

para garantir a projeção adequada de um filme. Um filme é uma obra au-diovisual, o que significa dizer que o som (diálogos, ruídos, músicas) é tão importante quanto a imagem na projeção do filme.

Ao contrário do que muitos pensam, o som de um filme é todo planejado, estudado e criado segundo uma concepção estética, que varia de acordo com a proposta e intenção do diretor. A essa proposta e intenção dá-se o nome de “desenho sonoro” do filme.

A garantia de uma boa projeção também passa, portanto, pelas questões referentes a acústica das sala de exibição, que cumpre tripla função:

a. assegurar que os sons externos não penetrem na sala e interfiram no som do filme;

b. garantir que o som que é produzido, ou reproduzido, em seu interior seja ouvido com qualidade por todos os espectadores.

Ou seja, podemos dizer que durante uma projeção não ouvimos apenas o som que é reproduzido pelas caixas acústicas, mas sim o resultado da interação deste som com as características acústicas do ambiente, determinadas por dois aspectos: o isolamento de ruídos e a acústica ambiental da sala.

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1.2.3.1 Isolamento de ruídosO isolamento de ruídos tem por objetivo garantir que não haja penetração

de sons indesejados no interior da sala de projeção. Caso contrário, o público pode ser distraído por informações sonoras estranhas ao filme e, em casos ex-tremos, quando o nível de ruídos for excessivamente alto, sequer ouvir o que é dito pelos atores e, com isso, não entender a trama do filme.

O nível máximo de ruídos recomendado pela norma da ABNT é da ordem de NC 30, de modo a garantir que os espectadores ouçam todos os sons da trilha sonora dos filmes, inclusive os mais sutis.

Também existem casos em que é importante garantir que o som produzi-do na sala de projeção, muitas vezes bastante elevado, não vaze para outros ambientes onde se deseja silêncio e acabe por prejudicar as atividades neles realizadas. É o caso, por exemplo, de salas de exibição ao lado de um estúdio de gravação, de uma biblioteca ou de um consultório médico.

O isolamento de ruídos de um ambiente é obtido, basicamente, pelo seu isolamento físico em relação aos ambientes que o circundam. A primeira me-dida nesse sentido é a eliminação de quaisquer aberturas entre a sala e os demais ambientes, através de portas, janelas etc. Como, no entanto, é neces-sário que se possa entrar e sair do ambiente, bem como haver uma renovação adequada do ar em seu interior, algumas medidas devem ser tomadas para garantir que isso aconteça sem prejudicar o isolamento de ruídos da sala.

No caso dos acessos é importante que eles sejam vedados com portas ma-ciças que impeçam a entrada de ruídos. Não devem ser utilizadas cortinas, pois elas não cumprem a função de isolamento de ruídos. As cortinas apenas cumprem a função de proteger a sala da entrada de luz, quando houver muita incidência de luz na antecâmara de entrada ao se abrir a porta.

Devem ser utilizadas antecâmaras entre o acesso à sala de projeção e o ex-terior. Isso é importante para evitar que o isolamento se perca toda vez que alguém abrir a porta durante uma sessão, para entrar ou sair do auditório. As antecâmaras também servem para evitar a penetração de luminosidade inde-sejada no interior do auditório.

A eliminação de janelas voltadas para o exterior impede a ventilação na-tural na sala, o que implica na necessidade de se instalar sistema mecânico

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de renovação e de condicionamento do ar para controle da temperatura, de modo a se garantir a salubridade do ambiente e o conforto térmico dos espectadores.

Esse sistema, por sua vez, deve ser projetado e instalado cuidadosamente para que não venha ele próprio a produzir ruídos no interior da sala de pro-jeção. É muito comum o sistema de ar condicionado ser a principal fonte de ruídos no interior da sala de projeção.

Outra possível fonte de ruídos no interior da sala de projeção é o visor instalado na parede entre a cabine de projeção, onde ficam instalados os equipamentos de projeção, e o auditório. Para evitar que isso ocorra, o visor deve ser adequadamente dimensionado, no tamanho necessário para aten-der às suas funções, e deve ser vedado com vidro para evitar que o ruído produzido pelos equipamentos vaze para o interior do auditório. Para que a vedação com vidro seja eficaz, no entanto, é importante que sua espessura, bem como a forma de sua instalação, seja corretamente dimensionada, pla-nejada e executada.

Também devem ser isolados quaisquer equipamentos que possam transmi-tir vibrações à estrutura do prédio e que venham a se transformar em ruídos audíveis. É o caso, por exemplo, dos compressores de ar condicionado ou de refrigeração, bombas d’água e qualquer outro equipamento mecânico que produza vibração.

Os materiais utilizados nas superfícies que compõem a “casca” que encerra a sala de projeção (paredes, teto e piso) devem ser sólidos e densos, por ofere-cerem maior resistência à transmissão de ruídos. Vale lembrar que o som que ouvimos é produzido pela vibração do ar. Materiais pesados, como concreto, tijolos maciços etc., oferecem maior resistência à vibração do que materiais mais leves, como compensado, divisórias etc. Por isso, quanto mais densos e pesados os materiais, melhor o isolamento acústico oferecido.

No entanto, é importante lembrar que a opção pelo tipo de material e de sistema construtivo mais adequados deve se dar a partir de um diagnóstico feito por profissional especializado em acústica para salas de cinema e da me-dição do nível de ruídos existente no local com equipamentos especializados.

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1.2.3.2 Acústica ambientalA acústica ambiental tem por função garantir que o som produzido na sala

seja ouvido com boa qualidade pelos espectadores. Ela é assegurada, princi-palmente, pelo nível sonoro produzido pelo filme, pela correta distribuição das caixas acústicas no interior do auditório e pela obtenção de um tempo de reverberação adequado.

O tempo de reverberação é, simplificando, o tempo que o som permanece em um ambiente depois de ser emitido. Quanto maior a duração do som no ambiente, maior o tempo de reverberação. Cada tipo de atividade tem um tempo de reverberação que lhe é mais adequado.

As atividades audiovisuais, que dependem da inteligibilidade da palavra para compreensão das mensagens do filme e utilizam vários canais sonoros distintos, necessitam de um tempo de reverberação mais baixo do utilizado, por exemplo, em salas de música.

O tempo de reverberação de um ambiente é determinado principalmente pelo tipo e pela distribuição dos materiais de revestimento utilizados em seu interior. Por isso, deve-se assegurar que o projeto acústico seja realizado por empresa ou profissional especializado, levando-se em conta as características do ambiente – geometria, volume, utilização – e as recomendações de normas técnicas.

Outro aspecto importante para a qualidade acústica da reprodução sonora do filme é a distribuição das diferentes caixas acústicas, que reproduzirão os diversos canais sonoros. As caixas devem ser posicionadas em função do tipo de som a ser reproduzido e de acordo com as dimensões e a geometria da sala.

Além disso, a tela de projeção deve ser do tipo perfurada para possibilitar que sejam instaladas atrás dela as caixas dos canais esquerdo, centro e direito, e assim garantir a relação entre a imagem projetada e o som a ela associada.

1.2.4 Conforto do espectadorComo é comum que uma sessão de cinema dure por várias horas, o es-

pectador só conseguirá assisti-la durante este tempo se a ele forem garantidas condições mínimas de conforto, determinadas, principalmente, pelos aspec-tos abaixo.

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1.2.4.1 Ângulos de visãoÉ importante que o ângulo com o qual o espectador movimenta sua cabeça

para visualizar a tela, tanto no sentido horizontal quanto no sentido vertical, não seja excessivo, de modo a evitar desconforto postural.

Para evitar que isto aconteça, o ângulo de visão do espectador mais próximo à tela não deve ser superior a 40º, em relação à borda superior da tela, e a 30º, em relação à metade da altura da tela. Se estes valores forem garantidos para a primeira fileira, eles estarão automaticamente garantidos para as demais.

Já o ângulo de visão horizontal entre o espectador e o centro da largura da tela deve ser inferior a 15º. Isso implica em que, muitas vezes, as fileiras de poltronas sejam dispostas em arco, voltadas para o centro da largura da tela.

1.2.4.2 Espaçamento entre fileirasOutro aspecto importante é garantir um espaçamento mínimo entre as fi-

leiras de poltronas, para que o espectador possa se instalar confortavelmente e ter acesso ao seu assento com facilidade. Por isso, o espaçamento mínimo entre fileiras consecutivas de poltronas, medido de encosto de uma fileira até o encosto da próxima, ou anterior, deve ser de 1,00m.

1.2.4.3 PoltronasAlém dos aspectos definidos por normas técnicas, o item mais importante

para garantia do conforto do espectador é o tipo de poltrona utilizada. As pol-tronas devem ser estofadas para garantir não apenas o conforto do espectador, mas também para favorecer a acústica da sala, já que o estofamento é melhor absorvente acústico do que superfícies rígidas, ajudando a obter o tempo de reverberação adequado.

É importante também que as poltronas sejam resistentes para reduzir custos de manutenção e evitar que elas comecem a ranger com o passar do tempo, atrapalhando a projeção.

Não devem ser utilizadas poltronas com sistema de fixação através de longa-rinas, porque esse sistema é muito frágil e se deteriora muito rápido.

É preferível utilizar poltronas específicas para cinema, fixadas diretamente ao piso, uma a uma, pois, embora o custo inicial deste tipo de poltronas seja

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mais elevado do que o de poltronas sobre longarinas, sua durabilidade o torna mais vantajoso a médio e longo prazo.

1.2.4.4 Conforto térmicoÉ importante garantir condições de conforto térmico relativos à tempera-

tura e à umidade do ar, como definido pela norma NBR6401 “Instalações centrais de ar condicionado para conforto - Parâmetros básicos de projeto”.

1.2.5 IluminaçãoEm uma sala de projeção, a informação visual principal é aquela exibida na

tela de projeção. Nada deve se sobrepor a ela, sob pena de diminuir o impacto visual das imagens e, por conseguinte, o impacto do filme.

É necessário eliminar quaisquer fontes de informação visual que venham a distrair a atenção do espectador em relação ao que é mostrado na tela. Isso é obtido reduzindo-se o nível de luminosidade no interior do auditório e evi-tando-se fontes de luminosidade externas e internas que possam prejudicar a qualidade da projeção.

As luzes que necessitam permanecer ligadas, como as de iluminação do piso, sinalização das saídas etc., devem ser instaladas de modo a não atrapalhar visualmente as informações da tela.

Uma possível fonte de luminosidade a ser controlada é a do visor de proje-ção, entre a cabine de projeção e o auditório, que deve ser dimensionado de forma a não deixar passar luz em excesso para o interior da sala de projeção.

Outro cuidado importante é com as cores das superfícies internas do audi-tório (revestimentos, poltronas, cortinas etc.) que devem ser escuras e foscas para evitar que reflitam para a platéia a luz das imagens projetadas na tela.

Em relação à segurança, deve ser previsto um sistema de iluminação de emergência, que deverá entrar em funcionamento automaticamente no caso de falta de energia. Este sistema deverá prover iluminação para o interior do auditório e da cabine de projeção, bem como para todo o percurso entre esses ambientes e o exterior do prédio. O mercado dispõe de sistemas de ilumina-ção automatizados e de luminárias com design próprio para salas de cinema.

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1.2.6 Renovação e condicionamento do arA necessidade de isolamento de ruídos e de luminosidade no interior da

sala de exibição implica na eliminação de quaisquer aberturas voltadas para o exterior. Com isso, a única forma de renovação de ar é através de sistemas mecânicos, associados aos sistemas de condicionamento de ar para controle da temperatura.

Como abordado anteriormente, o sistema de ar condicionado costuma ser o grande vilão do isolamento de ruídos do auditório. Para evitar que isso aconteça, é importante que ele seja projetado por profissional ou empresa especializada e que seja executado cuidadosamente.

O sistema de ar condicionado do auditório deve ser exclusivo para ele, para facilitar o isolamento de ruídos da sala e evitar que o som de um ambiente penetre através da rede de dutos de insuflamento e retorno. Além disso, um sistema de ar condicionado independente possibilita que ele seja ligado apenas quando do funcionamento da sala de exibição, dando mais flexibilidade à sua utilização e reduzindo os gastos com eletricidade.

A cabine de projeção também deve contar com um sistema de condiciona-mento de ar exclusivo para ela, levando-se em consideração o calor produzido no interior do ambiente pelos equipamentos de projeção. Em alguns casos, também deverá ser levada em consideração a perda de ar decorrente de siste-mas de exaustão utilizados para remover o calor produzido pela lanterna de projeção – a fonte de luz da projeção.

As condições ambientais de conforto térmico (temperatura, umidade relati-va etc.) são determinadas pela norma técnica NBR6401 “Instalações centrais de ar condicionado para conforto - Parâmetros básicos de projeto”.

1.2.7 SegurançaAs salas de exibição devem garantir a segurança de seus freqüentadores,

tanto durante sua utilização normal, como também em casos de emergência, quando se torna necessária a evacuação do público da sala em pouco tempo.

É importante que a sala de exibições se encontre localizada de forma a propiciar fácil acesso e escoamento do público. As circulações de saída do au-ditório devem levar a um espaço que garanta livre passagem. Esse espaço pode

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configurar-se como um saguão interno ou um corredor externo, e não deve conter qualquer obstáculo que obstrua a passagem.

Preferencialmente, a sala deve estar localizada no pavimento térreo, não só por oferecer melhores condições de segurança para o público, mas também por permitir o isolamento dos demais ambientes da Unidade, favorecendo a preservação dos demais patrimônios e a redução do contingente de pessoal ne-cessário para a segurança das demais dependências do prédio, quando apenas o cinema estiver funcionando.

As circulações devem ser amplas, bem iluminadas e as direções para a sala e para as saídas devem ser adequadamente sinalizadas. Devem ser evitados degraus para facilitar a circulação de pessoas com dificuldade de locomoção (pessoas em cadeiras de rodas, idosos etc). O piso deve ser revestido, preferen-cialmente, com material não-deslizante para evitar quedas. As portas devem ter barras antipânico, que facilitem sua abertura em situações de emergência.

As condições de segurança são determinadas por recomendações do Corpo de Bombeiros e posturas e legislações municipais e estaduais específicas, va-riando, pois, de caso a caso.

1.2.8 A cabine de projeçãoA cabine de projeção é o local onde ficam instalados e a partir de onde

são operados os equipamentos de projeção. Sua adequação técnica também é fundamental para garantir o bom resultado da projeção, a conservação dos equipamentos e condições de trabalho adequadas para o operador, o que tam-bém resulta em boa condição de segurança da sala.

A configuração do espaço da cabine depende do formato em que se opera a projeção, pois cada configuração apresenta um número de equipamentos, com tamanhos e especificidades técnicas de operação distintas.

As salas com projeção em 35mm, por exemplo, necessitam de uma cabine que comporte projetores de mais de um metro, com espaço em volta para o operador, enroladeiras, coladeiras, armários para rolos de película, entre outros detalhes. Já as cabines de salas com projeção digital requerem um espaço menor, pois abrigam equipamentos com dimensões e características distintas.

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Considerando a utilização de projetor digital, a cabine de projeção necessita de menor espaço que a cabine 35mm. Pode-se considerar, de forma genérica, que para operar com projetor digital, seja suficiente uma cabine medindo 2,20m x 3,00m (profundidade x largura), resguardado o cuidado de se verifi-car quais os equipamentos com que se irá operar, para definir com exatidão as dimensões da cabine no projeto arquitetônico. É importante também que o eixo da largura da cabine fique alinhado com o eixo da tela de projeção, para garantir que não haja distorção da imagem.

Além do formato e dimensões, uma boa cabine de projeção, independente-mente do formato operado, deve ter as seguintes características:

• Espaço suficiente para instalação dos equipamentos e acessórios de pro-jeção e, também, uma bancada ou mesa de trabalho, um armário para guarda das obras a serem exibidas, equipamentos e acessórios, e ainda possibilitar o trabalho e a circulação do operador.

• Boa iluminação para facilitar o trabalho do operador. É recomendável utilizar “spots” direcionados para as áreas de trabalho (projetor, banca-da, equipamento de som etc.) e uma iluminação geral para limpeza e manutenção.

• Proteção contra vazamentos de luz para a sala de projeção.• Bom isolamento acústico, para evitar que os ruídos na cabine sejam trans-

mitidos para a sala de projeção.• Ventilação/condicionamento de ar adequado, para garantir tanto o con-

forto do operador cinematográfico, como também o bom funcionamen-to dos equipamentos. Dependendo do equipamento utilizado pode ser necessário um sistema de exaustão para o equipamento de projeção da imagem. É necessário consultar o fabricante do equipamento sobre este aspecto.

• Instalações elétricas de boa qualidade para evitar acidentes e garantir o bom funcionamento dos equipamentos. Preferencialmente, os circuitos devem ser independentes para cada tipo de equipamento, aterrados e pro-tegidos contra sobrecargas.

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1.2.9 Layout genérico de uma sala de cinemaApresentamos abaixo um layout de sala de cinema genérica para ilustrar

as especificidades arquitetônicas, fundamentais para atender às necessidades técnicas de uma sala de cinema, conforme as normas da ABNT.

ANTECÂMARA SAÍDA

ANTECÂMARA SAÍDA

ANTECÂMARA SAÍDA

TELA DE PROJEÇÃO

ANTECÂMARA SAÍDAPLANTA BAIXA

CORTE LONGITUDINAL

CORTE LONGITUDINAL

CABINE DEPROJEÇÃO

ELEVAÇÃO TRASEIRA

ELEVAÇÃO FRONTAL

TELA DE PROJEÇÃO

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1.3 Identificação de espaços apropriados Para identificar o espaço adequado para construção de uma sala de cinema,

alguns aspectos são importantes e devem ser levados em consideração. Estes aspectos são relacionados abaixo a título de diretrizes gerais, posto que existem inúmeras possibilidades de utilização dos espaços e cada caso deve ser conside-rado individualmente, por profissional especializado.

1.3.1 Lotação da salaA lotação da sala de exibição deve ser definida em função das particularida-

des da Unidade onde ela será instalada, levando-se em consideração aspectos como:

• O público que freqüenta a Unidade e o público potencial que poderá passar a freqüentá-la a partir da construção da sala.

• A existência, ou não, de outras salas de exibição nas proximidades da Uni-dade ou no município onde ela se encontra.

• As limitações em termos de espaço, estrutura e qualquer outro fator que possa influenciar nas dimensões da sala.

É aconselhável que a sala possa acomodar um público da ordem de 120 pessoas. Quando se trata de construção, esta lotação oferece uma boa relação em termos de custo x benefício, em função do volume de investimentos rela-cionados às obras e equipamentos envolvidos na construção da sala.

O Departamento Nacional adotou esse número de lugares como ideal, ten-do como consideração todos os fatores acima mencionados. Desta forma, to-das as indicações de medidas deste manual, consideram as medidas mínimas para atender a 120 lugares.

1.3.2 Construção nova x reformaDefinida a lotação, deve-se buscar o local para sua instalação, que pode ser

tanto uma construção inteiramente nova, como também a reforma de um espaço construído anteriormente na Unidade.

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1.3.2.1 Construção novaEm princípio, deve ser dada preferência a uma construção inteiramente

nova, utilizando um terreno disponível na Unidade ou em suas proximidades. A principal vantagem desta opção é a possibilidade de se projetar um ambien-te inteiramente adaptado às necessidades específicas de uma sala de projeção, livre das limitações impostas por uma construção existente, projetada inicial-mente para outros fins.

Geralmente se aproveita muito pouco de um ambiente já construído quan-do se deseja instalar nele uma sala de exibição (usualmente pouco mais do que a “casca” formada pelas paredes, piso e teto) e a economia que se obtém nessa situação pode não se mostrar muito significativa em relação ao volume total da obra.

Também podem existir situações em que a viabilização da construção da sala em um espaço existente implique na necessidade de intervenções de peso na configuração geral do espaço, tais como: demolição de paredes, aumento do teto, rebaixamento do piso, reforço estrutural do prédio, construção de uma nova ‘casca’ interna para efeito de isolamento de ruídos etc.

Essas situações nem sempre são fáceis de serem resolvidas em uma constru-ção existente, podendo implicar em volume de obras superior ao envolvido em uma construção nova. Assim, vale a pena, sempre que possível, identificar uma nova área na Unidade na qual possa ser construída a sala.

Essa área deve ser de, aproximadamente, 180m2, dando preferência a uma geometria mais próxima de formato retangular do que quadrado, para acomo-dar a lotação mínima sugerida (120 lugares).

É importante ressaltar que esse valor é aproximado, correspondendo à con-figuração de uma sala hipotética, sendo possível acomodar públicos semelhan-tes em ambientes com áreas distintas à sugerida. Essa é apenas uma referência para se ter uma primeira idéia de espaço viável. Para tomar a decisão final, sempre se recomenda ouvir um profissional especializado.

1.3.2.2 Adaptação de espaço existentePor vezes pode ser conveniente a adaptação de um espaço existente na Uni-

dade para a instalação de uma sala de projeção. Isso pode acontecer quando se

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detectar um espaço ocioso ou que poderia ser melhor utilizado como sala de projeção. Em outros casos, esta opção pode se mostrar conveniente devido a não existência de um terreno disponível na Unidade ou em suas proximidades para a construção da sala.

Nestes casos, o espaço a ser utilizado para a construção de uma sala com a lotação mínima sugerida deve ter as seguintes dimensões:

• Largura (L): 10m, permitindo a instalação das poltronas, de circulações para o público e instalação de revestimentos acústicos nas paredes laterais.

• Comprimento (C): 18m, para instalação da tela de projeção com as cai-xas acústicas atrás dela, o espaçamento mínimo entre a tela e a primeira poltrona de projeção, das fileiras de poltronas com espaçamento mínimo recomendado entre elas e instalação da cabine de projeção.

• Altura, ou “pé-direito”, ou altura piso-teto (H): 5m, para instalação da tela com dimensões e posicionamento adequados à sala e de um escalo-namento de piso que possibilite a todos os espectadores ver totalmente a tela de projeção, sem que a cabeça do espectador a sua frente cubra parte da tela.

É importante observar que os valores acima se referem às dimensões livres, ou seja, sem considerar vigas, paredes, pilares, encanamentos ou quaisquer outros tipos de obstáculo que possam obstruir a visibilidade à tela ou o feixe de projeção.

É importante ressaltar, mais uma vez, que tanto no caso de construção nova para a sala de exibição, como no caso da construção da sala mediante reforma de um espaço existente, as medidas sugeridas acima são aproximadas.

É possível acomodar lotação semelhante em espaços cujas dimensões va-riem para mais ou para menos em relação ao sugerido, de acordo com o de-senvolvimento do projeto específico. No entanto, é conveniente dar preferên-cia a ambientes cujas medidas sejam mais próximas dos valores sugeridos, no intuito de se facilitar a instalação da sala.

No caso de uma construção existente, deve-se considerar também a pos-sibilidade de expansão do ambiente existente pela junção de dois ou mais

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ambientes contíguos para se aumentar a sua largura ou o seu comprimento, ou pelo rebaixamento do piso ou elevação do teto para se aumentar o seu pé direito.

1.3.3 LocalizaçãoNo caso da construção de uma nova sala, deve ser dada preferência a local

de fácil acesso e que tenha boa visibilidade para o exterior da Unidade. Salas de projeção costumam ser um fator de atração do público e quanto maior sua visibilidade, maiores as chances de se atrair mais público à Unidade.

Nos dois casos (construção nova ou reforma de edificação existente), deve ser dada preferência à instalação da sala de cinema no pavimento térreo da Unidade, visando facilitar o acesso do público ao auditório.

Auditórios em pavimentos superiores implicam em escadas que quase sem-pre são uma opção desconfortável para os freqüentadores e nem sempre é possível construir rampas com as dimensões e inclinação recomendadas para circulação de pessoas com dificuldades de locomoção ou em cadeiras de ro-das. Escadas rolantes e elevadores têm alto custo de aquisição e instalação, o que pode aumentar significativamente o volume de recursos necessários para construção da sala.

Outro aspecto a ser considerado em salas instaladas em pavimentos supe-riores refere-se à capacidade da estrutura em suportar o peso adicional: pare-des, revestimentos, equipamentos, pessoas etc.

Isso não significa que não seja possível a construção de uma sala em pavi-mentos superiores. Mas, se for necessário, deve-se ter especial atenção com a circulação do público: a distância a ser percorrida pelo usuário até acessar a sala de exibição; as dimensões dos corredores para uma circulação confortá-vel e segura; as dimensões e o posicionamento de escadas e, de preferência, rampas; e a existência de elevadores que facilitem o acesso de pessoas com dificuldade de locomoção , entre outras.

Outro aspecto a ser considerado em relação à localização da sala – tanto para uma sala nova, quanto para uma sala a ser instalada em local já existente – é a possibilidade de posicioná-la nas proximidades de ambientes onde já se desenvolvam atividades relacionadas à cultura. Este cuidado pode facilitar a

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criação de um pólo voltado a estes fins, facilitando a realização de atividades complementares e/ou integradas.

1.3.4 AcústicaComo visto anteriormente, a qualidade acústica é fundamental para se ga-

rantir a qualidade da reprodução sonora no interior do auditório. O isolamento de ruídos pode ser facilitado se a nova sala for localizada o

mais distante possível de ambientes que produzam ruídos excessivos ou de ambientes que necessitem de silêncio e possam vir a ser prejudicados pelo som dos filmes. Por exemplo: salas próximas a oficinas mecânicas, academias de ginástica, casas de máquinas de ar condicionado etc., podem favorecer a transmissão ruídos para a sala de exibição. Já consultórios médicos, salas de aula, salas de reunião etc. poderão ter suas atividades prejudicadas pelo som que eventualmente vier a vazar a partir da sala de projeção.

Esse cuidado é principalmente importante no caso de sala a ser instalada em ambiente já existente, que poderá dividir paredes, piso ou teto com ambientes que produzam ruídos ou que possam ser afetados pelos sons produzidos no interior da sala de projeção.

No entanto, essas condições não representam um problema instransponível para a instalação de uma nova sala de projeção, pois podem ser resolvidos atra-vés de um projeto de isolamento de ruídos adequado. A recomendação acima se dá por que, ao priorizar local e ambiente mais afastado de locais ruidosos, ou de locais que necessitem de maior nível de silêncio, se facilita o projeto e se reduz os custos de construção.

1.3.5 Informações necessárias para avaliação arquitetônica Para se avaliar a viabilidade de construção de uma sala de projeção em um

terreno disponível em uma Unidade do SESC, ou sua implantação em cons-trução já existente, são necessários desenhos de arquitetura atualizados dos locais selecionados.

No caso de se optar por uma nova construção, é importante o fornecimen-to de uma “planta de situação”, que vem a ser uma planta baixa do terreno, mostrando toda a área escolhida e identificando o seu entorno: construções

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vizinhas, vias públicas e internas, posicionamento geográfico (pontos carde-ais) etc. A planta de situação deve estar na escala de 1:100 ou mais detalhada (1:75, 1:50 etc.).

Já para o caso de construção já existente, devem ser providenciados dese-nhos de arquitetura em quantidade e tipo que permitam a perfeita compre-ensão do espaço. Estes desenhos devem ser, pelo menos, as plantas baixa e de corte transversal. Em alguns casos são necessários mais desenhos para a perfeita compreensão do espaço (planta hidráulica, elétrica e outros).

É importante também identificar nos desenhos os espaços vizinhos ao espa-ço no qual se pretende implantar a sala, tanto no mesmo pavimento (em planta baixa) como também nos pavimentos acima e abaixo dele (em cortes), descre-vendo o tipo de atividade neles desenvolvidas. Os desenhos devem estar em escala 1:50 ou em escala que permita maior detalhamento (1:25, 1:20 etc.).

Caso seja possível, devem ser enviadas fotos do local, identificando-se o que nelas é mostrado, para facilitar a compreensão do espaço selecionado.

2 - EQUIPAMENTOS DA SALA DE PROJEÇÃO

2.1 Sistema de projeçãoO SESC sempre atuou no circuito paralelo de exibição, não competindo

com o mercado comercial, por trabalhar com conteúdos distintos dos exibidos nas salas comerciais. Para tornar mais fácil a compreensão, podemos dizer que o SESC atua no chamado “circuito de arte”. No entanto, podemos afirmar com segurança que o SESC atua prioritariamente na formação de público e na difusão dos artistas nacionais.

Mesmo atuando como um circuito paralelo, o SESC sempre primou pela qualidade de suas ações perante sua clientela, o que resultou numa busca de soluções intermediárias entre o formato da “indústria” cinematográfica e o formato “doméstico”, de forma a conseguir realizar as exibições com qualida-de e dentro dos padrões legais que norteiam a exibição pública de filmes.

Dessa forma, embora não opere o formato 35mm (com raras exceções – apenas duas salas), as salas de exibição do SESC operavam com o formato

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16mm e posteriormente passaram a realizar suas exibições à partir do DVD, com projetores de vídeo ou data show.

Com o desenvolvimento da tecnologia digital, o SESC pôde passar a utili-zar os projetores eletrônicos, com novas tecnologias que apresentam qualidade muito superior aos antigos projetores de vídeo. Novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas e atualmente assiste-se à migração da projeção cinematográfica para sistemas eletrônicos ou digitais, que vêm sendo instalados inclusive em salas comerciais.

Uma das grandes vantagens da tecnologia digital é a facilidade na operacio-nalização das projeções. No sistema analógico, que utiliza suporte em película fotográfica, os filmes estão presos a cópias físicas, geralmente pesadas e volu-mosas, que precisam ser enviadas às salas e devolvidas ao distribuidor.

Já com o sistema digital de exibição, o filme pode ser enviado às salas via satélite ou cabo, desde que a sala esteja equipada para tal. Alternativamente, as cópias podem ser distribuídas em suportes físicos (DVDs de nova gera-ção, HD etc.) mais leves e menos volumosos do que as cópias em película. Além disso, as “cópias” digitais não sofrem o desgaste natural sofrido pelas cópias analógicas, mantendo sua qualidade inalterada da primeira a ultima projeção.

Outra vantagem da projeção do suporte digital é a possibilidade de exibi-ção de obras registradas em suportes alternativos e mais baratos como vídeo, MiniDV etc. Isso favorece a divulgação de obras de realizadores independen-tes, que dificilmente teriam como arcar com o custo da produção de cópias convencionais.

Esta característica facilita em muito a divulgação desse tipo de obras, favo-recendo o surgimento e a difusão de artistas das diversas regiões e fora do eixo comercial de exibição. Esse fator a torna preferencial para o SESC, cujo foco prioritário nas ações em cinema preconiza o trabalho nessa perspectiva.

Além disso, o mercado de exibição como um todo está migrando para o sistema digital de exibição. A diferença entre o SESC e o mercado comercial no próximo período estará no tamanho do arquivo utilizado para exibição, de 2K para 4K, o que significa diferença no nível de definição da imagem e na quantidade de canais de áudio utilizados. Num espaço de mais alguns anos,

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essa diferença estará entre o sistema atual e o sistema 3D, que será o formato das salas comerciais de cinema num futuro próximo, ficando o formato atual restrito aos circuitos de arte.

2.1.1 Projeção da imagemComo dito anteriormente, a velocidade com que novos equipamentos estão

sendo desenvolvidos nos obriga a não definir um tipo específico de equipa-mento neste momento, sob pena deste manual já estar obsoleto antes de che-gar aos Departamentos Regionais.

De qualquer forma, seja qual for a melhor solução de equipamento no mo-mento de conclusão das obras de uma sala de cinema, as medidas da sala serão fundamentais para defini-lo, pois há uma proporção entre a medida da tela e a distância que o projetor ficará da mesma.

A definição da lente a ser utilizada, os níveis de contraste e brilho necessá-rios, a quantidade de pixels da imagem projetada e o formato da imagem na tela também são informações utilizadas em concomitância com essas medi-das, para definir qual o projetor adequado ao espaço em questão.

As definições quanto à potência do som, os tipos e quantidades de caixas acústicas e amplificadores também dependem das dimensões da sala e demais características, como o tratamento acústico.

2.1.2 Reprodução do somA configuração mais comum do sistema de som digital até o momento é

a que se convencionou chamar “5.1”. Nessa configuração, a trilha sonora do filme é reproduzida através de cinco ‘canais’ sonoros, cada um deles podendo reproduzir sons diferentes dos demais.

Três desses canais são utilizados para a transmissão da parte mais impor-tante da trilha sonora dos filmes, que inclui os diálogos, a música e os ruídos de cena. Esses canais são reproduzidos por caixas acústicas posicionadas no centro da largura da tela (canal centro) e nas duas extremidades laterais (canal esquerdo e canal direito).

Essa disposição tem por objetivo criar uma sincronia entre a imagem mos-trada na tela e o som associado a ela. Se um copo se quebra na lateral esquerda,

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por exemplo, o som correspondente será reproduzido pela caixa acústica loca-lizada na extremidade esquerda, aumentando a sensação de realismo da cena.

Outros dois canais correspondem aos canais “ambiente esquerdo” e “am-biente direito” (ou “surround” em inglês), utilizados para reprodução dos sons que compõem o ambiente sonoro dos filmes.

Em uma cena que se passe em uma floresta, por exemplo, o canal ambiente pode ser utilizado para reproduzir o som do vento nas folhas das árvores, o can-to de pássaros, grilos e todos os sons associados ao local onde se passa a cena, contribuindo para aumentar o envolvimento do espectador com o filme.

Os canais “ambiente” são reproduzidos por caixas acústicas distribuídas nas paredes laterais e pela parede do fundo da sala, de modo a criar um campo sonoro homogêneo, sem que se perceba de onde exatamente estão sendo re-produzidos os sons dos ambientes do filme.

Fig. 1: O sistema de som “5.1”.

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Além desses cinco canais, existe ainda um canal exclusivo, definido pelo “ponto um” de “5.1”, para reprodução das baixas freqüências sonoras, os sons muito graves. Esse canal é reproduzido atrás da tela de projeção ou abaixo dela, pela caixa ou caixas, chamada “subwoofer”.

3 - NÚCLEO DE CINEMA

O Núcleo de Desenvolvimento Artístico-Cultural em Cinema é um espaço privilegiado de fomento dos processos de fruição artística e cultural, configu-rando-se como um promotor da ampliação do acesso aos bens culturais, bem como um incentivador da análise e do fazer artístico e cultural.

O Núcleo prioriza a oferta de cursos, oficinas, seminários e demais ativi-dades de caráter artístico-cultural, comunitário e solidário, que favoreçam a apropriação crítica e criativa do diversificado patrimônio cultural brasileiro, dos códigos específicos da linguagem cinematográfica, suas derivações e in-tersecções com demais formatos audiovisuais, enquanto instrumento de for-mação do indivíduo, de construção do sentido de pertencimento social e de transformação da realidade.

Além de proporcionarem um desenvolvimento crítico e artístico com rela-ção à linguagem cinematográfica, as ações dos núcleos fortalecem os processos de construção e recriação simbólica, de formação de comportamentos sociais, valores e expressões, potencializando o desenvolvimento e o aprimoramento artístico local.

Ao mesmo tempo em que favorecem a formação de platéia e qualificação de público, os Núcleos contribuirão para a melhoria da qualidade do ensi-no e da formação dos cidadãos, colaborando com a formação continuada de professores, mediadores e formadores de opinião. As ações dos Núcleos de Cinema do SESC contribuem para aproximar o patrimônio cultural do público, que se encontra à margem dos circuitos mais elaborados da cultura e das artes.

O Núcleo de Desenvolvimento Artístico-Cultural na Área Audiovisual do SESC configura-se como um promotor da ampliação do acesso aos bens cul-

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turais, bem como um incentivador do fazer artístico e cultural, tanto enquan-to fim, como enquanto meio.

Para isso, apesar de poder contar com espaços físicos alternativos e de ocu-pação em parceria com outras atividades, como por exemplo salas de aula, o Núcleo de Cinema também demanda alguns espaços físicos específicos, que veremos abaixo.

3.1 Características físicas

3.1.1 Cabines de visionamentoAs cabines de visionamento têm por objetivo permitir que filmes sejam

vistos ou consultados individualmente, principalmente para efeito de análise ou pesquisa. Não devem ser confundidas com salas de projeção, pois não têm o mesmo rigor em relação à qualidade técnica e conforto do espectador.

A solução mais comum e mais simples consiste em instalar as cabines de for-ma semelhante à utilizada em centrais de telemarketing ou de lojas de Internet (cyber-cafés, lan-house etc.). Trata-se, basicamente, de uma bancada, com divi-sórias de meia altura, para garantir maior privacidade a quem assiste ao filme.

Para essa solução cada unidade da bancada deverá medir cerca de 1,20m de largura, suficiente para acomodar até duas pessoas lado a lado, por cerca de 0,70m de profundidade. A quantidade de unidades de bancada deverá variar em função do perfil de cada Unidade.

Os equipamentos a serem utilizados devem ser definidos no momento da instalação das cabines, posto que existem várias configurações possíveis e no-vos modelos e formatos vêm sendo lançados a todo momento.

Mas pode-se considerar que, em termos gerais, cada cabine deverá ser equi-pada com um monitor de vídeo, preferencialmente do tipo LCD. Por terem menos profundidade, tais monitores ocupam menos espaço e são também mais confortáveis de serem observados de pouca distância.

A dimensão recomendada para o monitor é 21 polegadas, por permitir uma boa reprodução de detalhes e que se tenha visão de todo o quadro a curta distância. Monitor de maior dimensão pode exigir que a observação seja feita a partir de uma distância maior, exigindo maior dimensão da cabine.

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Além do monitor, cada cabine deve contar com um reprodutor de DVD equipado com controle remoto e dois pares de fones de ouvido. Ou, se for possível, ter um player com dois fones, conectado em rede a um servidor com uma jukebox, onde se encontrará a mídia do acervo, de forma a garantir o acesso do usuário ao conteúdo, inclusive com a possibilidade de avançar, retroceder e congelar a imagem em determinado quadro, sem que o mesmo tenha acesso à mídia.

Essa é a solução mais indicada, pois evita extravios. Exige um investimento inicial mais elevado, mas pode se mostrar menos custosa ao longo do tempo de manutenção do espaço, inclusive porque, estando informatizada em rede, possibilita que qualquer das novas alterações no formato da mídia utilizada para as cópias dos filmes no mercado implique apenas no acréscimo de um novo hardware, em contraposição à necessidade de troca de toda uma série de equipamentos, como fatalmente ocorrerá com a utilização de aparelhos DVDs individuais por cabine.

3.1.2 Acondicionamento do acervoO acervo é composto por obras impressas (livros e revistas especializados) e

audiovisuais representativas dos movimentos e escolas cinematográficas (ini-ciada com cópias em DVD, podendo o acervo ser atualizado com cópias em novos formatos adotados pelo mercado).

Esse acervo é composto de conteúdos de referência para estudo e pesquisa da arte cinematográfica e sua evolução histórica, no que se refere à linguagem, técnicas e suportes de realização, movimentos e expoentes, dentre outras ques-tões de relevância para o desenvolvimento artístico-cultural com foco na área de cinema.

A solução mais adequada e mais simples para guarda do material audio-visual é utilizar uma configuração semelhante a adotada por locadoras, nas quais as capas dos materiais para consulta são expostos em estantes específicas para esta finalidade, facilitando a escolha, e o acervo fica acondicionado numa jukebox, ou em local protegido, sendo entregues sob pedido para consulta na cabine, no caso da opção por aparelhos de leitura sem conexão de rede com a jukebox.

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Em relação a publicações, deve-se adotar o tratamento técnico realizado pela biblioteca. Onde não houver espaço suficiente, o acervo bibliográfico poderá ficar na própria biblioteca da unidade, com um catálogo disponível para consulta dos títulos disponíveis no local do Núcleo.

Um cuidado importante para preservação do material é conservá-lo ao abrigo da umidade, do sol e do calor excessivos e evitar mudanças bruscas de temperatura. O ideal é que o espaço seja compartilhado para atendimento da clientela, difusão do acervo e leitura. Isso pressupõe um espaço de tra-balho do técnico, com terminal de computador, ramal telefônico e balcão baixo ou mesa.

3.1.3 Cabines de ediçãoA cabine de edição deverá ficar instalada em ambiente fechado para garantir

que o trabalho seja feito sem a interferência de pessoas não envolvidas com ele. Este espaço deve medir 2,00m x 2,50m (largura x profundidade), no mínimo, considerando-se as necessidades básicas de espaço para duas ou três pessoas, mais os equipamentos. Espaços maiores, logicamente, proporcionarão maior comodidade para os ocupantes.

Os equipamentos - basicamente um computador com dois monitores e programas específicos para edição de imagem e som - deverão ficar instalados em uma bancada medindo 2,00m x 0,80m. Além dos equipamentos, esta bancada deverá possibilitar que sejam feitas anotações sobre o trabalho em desenvolvimento.

O isolamento acústico também é bem-vindo nesse ambiente, uma vez que nele se realiza também edição de som.

3.1.4 Acondicionamento dos equipamentos de filmagemA exemplo das cabines, os equipamentos de gravação de imagem e som

deverão ser definidos no momento de sua aquisição. Dependendo da quantidade, eles poderão ser acondicionados em um armá-

rio ou em um pequeno depósito. Independente da solução adotada é impor-tante que os equipamentos fiquem guardados em locais secos, sem umidade e ao abrigo da luz e de calor excessivo.

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Uma boa opção é acondicioná-los no mesmo espaço destinado a acondicio-nar o acervo em DVD.

3.1.5 Laboratório “multilinguagem” Existem várias possibilidades para instalação do laboratório. A mais comum

é a disposição de kits individuais, compostos por monitor de vídeo, teclado, mouse e fones de ouvido, ligados a um servidor central com capacidade para trabalhar com programas de tratamento de imagens e sons e comportar os ar-quivos de trabalho. A quantidade de kits deverá variar de acordo com o perfil de cada Unidade.

Além dos monitores individuais é aconselhável a existência de um projetor do tipo “data show” instalado no teto da sala, que projetará a imagem amplia-da em uma tela para demonstração dos programas e matérias de conteúdos diversos pelo instrutor, professor ou oficineiro, conforme o caso.

As bancadas podem ser dispostas em fileiras ou em forma circular, com os participantes sentando ao redor da bancada.

3.1.6 Sala de aula/estúdioA sala de aula ideal para as atividades do Núcleo deve ser um espaço mul-

tifuncional que possa ser configurado de acordo com o tipo de atividade a ser desenvolvida nela. Assim, ela deve ter, por exemplo, instalação elétrica independente para utilização de refletores, uma parede preparada para “fundo infinito” e, se possível, com tratamento acústico adequado que permita sua utilização como um mini estúdio de captação de imagem e som, além de ou-tros aspectos que deverão ser considerados durante o projeto, de acordo com as necessidades e as possibilidades.

No entanto, quando não houver espaço e/ou recursos para sua instalação, a unidade poderá dispor de uma sala de aula comum, equipada com data show e tela para as aulas teóricas e expositivas, e lançar mão de espaços alternativos para os exercícios de gravação.

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4 - RELAÇÃO DAS NORMAS TÉCNICAS CITADAS

NB1186 – Projetos e instalações de salas de projeção cinematográfica

MB 2958 – Reverberação – Análise do tempo de reverberação em auditório – Método e ensaio

NB 10 – Instalações centrais de ar condicionado para conforto – Parâme-tros básicos de projeto – Procedimentos NBR 6401

NB 95 – Níveis de ruídos aceitáveis – Procedimento

NB 101 – Tratamento acústico em recintos fechados - Procedimento

NBR 12179 – Tratamento Acústico em recintos fechados

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Papel Chamois Bulk Dunas 70g/m2

Fonte Adobe Garamond Pro - corpo 12

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