MODELO DE ANAMNESE PSICANALITICA E PSIQUIATRICA

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  • 8/13/2019 MODELO DE ANAMNESE PSICANALITICA E PSIQUIATRICA

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    Modelo de Anamnese e Exame Psquico

    Este trabalho surgiu da percepo da dificuldade que alguns profissionais da rea da sademental, notadamente os psiclogos, tm em colher e organizar dados que auxiliem a reconstituio dahistria do paciente por meio da elaborao da chamada tcnica de anamnese

    !om este trabalho tentamos auxiliar aqueles que pouco ou nenhum contato ti"eram na realizaodessa tcnica, explicando seus "rios itens e, na medida do poss#"el, contribuindo com esclarecimentos quesubsidiem a incluso ou no de determinados fatos ou naquele item constante do roteiro

    Objetivo

    Este trabalho surgiu da percepo da dificuldade que alguns profissionais da rea da sademental, notadamente os psiclogos, tm em colher e organizar dados que auxiliem a reconstituio dahistria do paciente por meio da elaborao da chamada tcnica de anamnese

    !om este trabalho tentamos auxiliar aqueles que pouco ou nenhum contato ti"eram na realizaodessa tcnica, explicando seus "rios itens e, na medida do poss#"el, contribuindo com esclarecimentos quesubsidiem a incluso ou no de determinados fatos ou naquele item constante do roteiro

    !omo tambm foi obser"ada a necessidade de mais esclarecimentos prticos que permitissem aoprofissional em treinamento maior facilidade e autonomia na elaborao escrita de seu trabalho, tentamosacrescentar, ao final de cada item, exemplos de redao

    $s bases deste trabalho, colhidas a partir dos preceitos aplicados no %nstituto de &siquiatria da'()*, assim como a partir de "rios textos clssicos em &siquiatria, esto firmadas nos apontamentos dasaulas ministradas pelo &rof +r $nchses *obim -opes para as disciplinas de &sicopatologia % e&sicopatologia %%, ministradas para os cursos de graduao em &sicologia. na &'!/)*, na 'ni"ersidade!atlica de &etrpolis e na 'ni"ersidade Estcio de 01 bem como no curso de (ormao &sicanal#tica do!#rculo 2rasileiro de &sicanlise/0eo )*

    3 modelo de anamnese aqui usado aquele classicamente utilizado pela &siquiatria, calcada namera descrio dos sintomas, modelo rotulado como sendo o da &sicopatologia (enomenolgica &ode seracrescido de uma smula psicodin4mica calcada na &sicanlise !ontudo o modelo clssico da &siquiatria eo modelo da &sicanlise partem de premissas epistemolgicas opostas 3 primeiro modelo, tal como foienfatizado, pretende ser puramente descriti"o1 enquanto que o segundo se pretende compreensi"o &ortantoas informa5es colhidas na entre"ista pela &sicopatologia (enomenolgica 6itens % a %78 no podem contertermos ou descri5es psicanal#ticas

    $ apresentao deste modelo, til para uma primeiro e segunda entre"istas, quando esta se fizernecessria para maiores esclarecimentos, no implica em qualquer apreciao positi"a pelo autor dos textosdeste site em relao a &siquiatria, principalmente em sua "ertente biolgica e organicista $o contrrio,enfatizamos nossa atitude cr#tica em relao a mesma, apresentada em nossa ati"idade didtica nasdisciplinas e institui5es acima mencionadas, como tambm em disciplinas espec#ficas, como 0ade 9ental e&sicologia 6':E0$8, cu;a ementa foi constitu#da a partir de autores como.

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    &ara tanto, faz/se necessrio que um esquema completo do que perguntar este;a semprepresente em sua mente $ssim, diante de um paciente que se apresente prolixo ou lac>nico, estes no serofatores de empecilho para que se possa delinear sua histria

    $o entre"istador inexperiente cabe lembrar o cuidado em no transformar coleta de dados em?interrogao policial@ 'm equil#brio entre neutralidade, respeito e solidariedade ao paciente de"e sermantido 3 paciente de"e perceber o interesse do entre"istador e no o seu en"ol"imento emocional com asua situao

    9uitas "ezes, no se consegue ter todo o material em uma nica entre"ista, principalmente eminstitui5es em que o nmero de pacientes e a exigAidade do tempo de atendimento tornam/se fatorespreponderantes B aconselh"el que a entre"ista se;a conduzida de uma maneira informal, descontra#da,com termos acess#"eis C compreenso do paciente, porm bem estruturada

    Em uma anamnese, acaba/se por fazer dois cortes na "ida do paciente. um longitudinal oubiogrfico e outro trans"ersal ou do momento

    :o corte longitudinal, podemos localizar os registros das histrias pessoal, familiar e patolgicapregressas :o corte trans"ersal, enquadrar#amos a queixa principal do su;eito, a histria da sua doena atuale o exame ps#quico que dele feito

    3 roteiro para sua execuo pode sofrer algumas poucas "aria5es, em funo daquilo a que se

    prop5e, porm a estrutura bsica que aqui ser colocada aquela da anamnese mdica clssica :eleconstam. a identificao do paciente1 o moti"o da consulta ou queixa que o traz ao mdico ou terapeuta1 ahistria da doena atual1 a histria pessoal1 a histria familiar 6estas duas podero "ir sob o mesmo t#tulo D?istria &essoal e (amiliar@81 a histria patolgica pregressa1 um exame ps#quico1 uma smulapsicopatolgica1 uma hiptese de diagnstico nosolgico

    $lm disso, de nosso interesse que, aps a anamnese propriamente dita, conste umaproposio de uma hiptese psicodin4mica, um plane;amento para que se conduza o caso e uma bre"edescrio da atuao teraputica ;unto ao paciente em questo

    $lguns cuidados tero que ser tomados ao se fazer uma anamnese.

    / $s informa5es fornecidas pelo paciente de"em constar como de sua responsabilidade +a#,na redao, serem usados "erbos como relatar, declarar, informar, tendo o paciente como su;eitodeles

    Ex. &aciente informa ter medo de sair C rua sozinho 3utras express5es como. ?conformerelato do paciente@, ?de acordo com declara5es do paciente@ so usadas, sempre com o intuito deaclarar que o que esti"er sendo registrado baseado no que informado pelo entre"istado

    / 0empre que forem usadas express5es do entre"istado, estas "iro entre aspas

    / +epois de identificado o paciente, no item % da anamnese, aparecero apenas as suasprimeiras iniciais ao longo do registro

    :a medida do poss#"el, ao longo deste trabalho, tentaremos apontar outros cuidados

    !abe lembrar que no ob;eti"o deste trabalho um curso de psicopatologia, mas sim, a tentati"ade uniformizar as informa5es colhidas nas entre"istas iniciais com os pacientes, para que delas se tire maiorpro"eito no aux#lio teraputico a tais pacientes

    $ prxima etapa ser o desen"ol"imento da anamnese propriamente dita

    I. IDENTIFICA!O

    3s dados so colocados na mesma linha, em seqAncia 6tipo procurao8 +ela constam osseguintes itens.

    / 0omente as iniciais do nome completo do paciente, uma "ez que, por extenso, constar omesmo do seu pronturio ou ficha de triagem 6ex. )--&81

    / %dade em anos redondos 6ex ?FG anos@81

    / 0exo1

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    / !or. branca, negra, parda, amarela1

    / :acionalidade1

    /

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    precoce ou lenta, dentio, deambulao 6ato de andar ou caminhar8, como foi odesen"ol"imento da linguagem e a excreta 6urina e fezes8

    Ex. ?&aciente declara ter nascido de gestao a termo, parto normal@

    / 0intomas neurticos da inf4ncia. medos, terror noturno, sonambulismo, sonilquio 6falardormindo8, tartamudez 6gagueira8, enurese noturna, condutas impulsi"as 6agresso ou fuga8,chupar o dedo ou chupeta 6at que idade8, ser uma criana modelo, crises de ner"osismo,tiques, roer unhas

    / Escolaridade. anotar comeo e e"oluo, rendimento escolar, especiais aptid5es edificuldades de aprendizagem, rela5es com professores e colegas, ;ogos mais comuns oupreferidos, di"ertimentos, formao de grupos, amizades, popularidade, interesse por esportes,escolha da profisso

    Ex. ?$firma ter ido C escola a partir dos KL anos, ; que no ha"ia escolas prximas Csua casa@ ou ?$firma ter freqAentado regularmente a escola, sempre com idade eaprendizado compat#"eis@

    / -embrana significati"a. perguntar ao paciente qual sua lembrana antiga maissignificati"a que consegue recordar 3 ob;eti"o obser"ar a capacidade de estabelecer"#nculos, alm do aux#lio C compreenso da ligao passado/presente

    Ex. ?(oi quando minha me esta"a limpando uma ;anela, bateu com a cabea e caiu nocho Era tanto sangue que pensei que ela esta"a morta :essa poca, eu tinha F anos@

    / &uberdade. poca de apario dos primeiros sinais1 nas mulheres, a histria menstrual6menarca. regularidade, durao e quantidade dos catamnios1 clicas e cefalias1 altera5esps#quicas, como ner"osismo, emoti"idade, irritabilidade, depresso1 menopausa, ltimamenstruao8

    Ex. ?&aciente relata que os primeiros sinais da puberdade ocorreram aos onze anos eque obte"e informa5es sobre menstruao@

    / istria sexual. aqui se registram as primeiras informa5es que o paciente obte"e e dequem1 as primeiras experincias masturbatrias1 in#cio da ati"idade sexual1 ;ogos sexuais1atitude ante o sexo oposto1 intimidades, namoros1 experincias sexuais extracon;ugais1homossexualismo1 separa5es e recasamentos1 des"ios sexuais

    Ex. ?He"e sua primeira experincia sexual aos KM anos com seu namorado, mantendo,desde ento, relacionamentos heterossexuais satisfatrios com outros namorados@

    / Hrabalho. registrar quando o paciente comeou a trabalhar, diferentes empregos efun5es desempenhadas 6sempre em ordem cronolgica8, regularidade nos empregos emoti"os que le"aram o paciente a sair de algum deles, satisfao no trabalho, ambi5es ecircunst4ncias econ>micas atuais, aposentadoria

    Ex. ?!onta que aos NL anos obte"e seu primeiro trabalho como contador numa empresatransportadora@

    / bitos. uso do lcool, fumo ou quaisquer outras drogas !aso no faa uso, assinalar.?:o faz uso de lcool, fumo ou quaisquer outras drogas@

    ,. )I*T+%IA FAMI&IA% ')F(

    3 item de"e abrigar as rela5es familiares 6comea/se pela filiao do paciente8

    / &ais. idade1 sade1 se mortos1 causa e data do falecimento1 ocupao1 personalidade1recasamentos, se hou"er, de cada um deles Oerificar se h caso de doena mental em um deles ou

    ambosEx. ?$( o quinto filho de uma prole de dez 0eu pai, *!, falecido, em KPMF, aos QL anos, de

    infarto@

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    / %rmos. idade1 condi5es maritais1 ocupao1 personalidade %ndagar se h caso de doenamental $penas referir/se por iniciais

    Ex. ?0eus irmos so. $9, FR anos, solteiro, desempregado, descrito como "iolento, no se dcom ele@

    / !>n;uge. idade, ocupao e personalidade1 compatibilidade1 "ida sexual1 frigidez ouimpotncia1 medidas anticoncepcionais

    Ex. $( coabita maritalmente com nia, isso constar da +$

    3s tpicos seguintes apontam para os diferentes aspectos da "ida ps#quica do indi"#duo e de"em serin"estigados $ coleta desses dados, bem como a de todos os outros, poder ser feita na ordem em quemelhor parecer ao entre"istador &orm, no texto final, ser mantida uma ordem preestabelecida, com afinalidade de facilitar o acesso ao material

    &ara melhor organizao, usa/se a forma de pargrafo para cada um dos assuntos, sem, porm titul/los

    :o exame ps#quico, no se usam termos tcnicos1 o que se espera que se;a registrado aqui soaspectos ob;eti"os que ;ustifiquem os termos tcnicos que sero empregados posteriormente na smula

    Ex. ?&aciente apresenta/se inquieto, demonstrando desassossego, mas podendo ainda controlar suaagitao@ %sso corresponde ao que se chama de ?hipercinesia moderada@ Esse termo no ser aqui utilizado

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    Ele aparecer somente na smula quando se esti"er apontando o termo tcnico indicati"o dapsicomotricidade do paciente Em seguida, apontamos os di"ersos aspectos que integram o exame ps#quico

    /. A01esenta23o4refere/se C impresso geral que o paciente causa no entre"istador !ompreende.

    a $parncia. tipo constitucional, condi5es de higiene pessoal, adequao do "esturio,cuidados pessoais :o confundir com a classe social a que pertence o indi"#duo

    Ex. ?&aciente alto, atltico e apresenta/se para a entre"ista em boas condi5es de higienepessoal, com "estes adequadas, porm sempre com a camisa bem aberta@

    b $ti"idade psicomotora e comportamento. m#mica D atitudes e mo"imentos expressi"os dafisionomia 6triste, alegre, ansioso, temeroso, desconfiado, esqui"o, dramtico, medroso, etc81gesticulao 6ausncia ou exagero81 motilidade D toda a capacidade motora 6inquieto, im"el,incapacidade de manter/se em um determinado local81 deambulao D modo de caminhar 6tenso,elstico, largado, amaneirado, encur"ado, etc8

    Ex. ?0ua m#mica ansiosa, torce as mos ao falar, le"ando/as C boca para roer as unhas@ ou?0eu gestual discreto@

    c $titude para com o entre"istador. cooperati"o, submisso, arrogante, desconfiado, aptico,superior, irritado, indiferente, hostil, bem/humorado, etc

    Ex. ?9ostra/se cooperati"o, mas irrita/se ao falar de sua medicao@

    d $ti"idade "erbal. normalmente responsi"o Cs deixas do entre"istador, no/espont4neo 6tipopergunta e resposta8, fala muito, exaltado ou pouco e taciturno

    Ex. ?B normalmente responsi"o Cs deixas do entre"istador, mas torna/se hostil quando algo anotado em sua ficha@

    5. Consci6ncia4no se trata de conscincia como capacidade de a;uizar "alores morais, mas, sim,num sentido amplo, uma referncia a toda ati"idade ps#quica, ou se;a, a capacidade do indi"#duo de dar

    conta do que est ocorrendo dentro e fora de si mesmo

    !onscincia, aqui, ser a indicao do processo ps#quico complexo, que capaz de integraracontecimentos de um determinado momento numa ati"idade de coordenao e s#ntese :a prtica, aconscincia se re"ela na sustentao, coerncia e pertinncia das respostas dadas ao entre"istador

    $ clareza dessa conscincia traduzida pela lucidez Juando o paciente est desperto, recebendoe de"ol"endo informa5es do meio ambiente, ele est lcido, no importando, para esta classificao, o teorde sua integrao com o meio

    3s distrbios da conscincia geralmente indicam dano cerebral org4nico $s informa5es sensoriaischegam amortecidas ou nem chegam C conscincia

    3s estados de rebaixamento da conscincia podem ser. rebaixamento ou embotamento, tur"aoou obnubilao 6que um rebaixamento geral da capacidade de perceber o ambiente8 e estreitamento 6perdada percepo do todo com uma concentrao em um nico ob;eti"o paralelo C realidade 6ex estados dehipnotismo e sonambulismo8

    !abe ao entre"istador a"aliar o grau de alterao da conscincia, obser"ando se o paciente fazesforo para manter o dilogo e le"ar a entre"ista a termo, se a confuso mental interfere na exatido dasrespostas, que se fazem com lentido, ou se o paciente chega mesmo a cochilar, adormecer no curso daentre"ista

    3 paciente que exibe estado alterado da conscincia, com freqAncia mostra algum pre;u#zo tambmde orientao, embora o contrrio no se;a "erdadeiro

    Exemplo de como descre"er paciente lcido nas entre"istas. ?&aciente apresenta/se despertodurante as entre"istas, sendo capaz de trocar informa5es com o meio ambiente@

    7. O1ienta23o4 pode/se definir orientao como um complexo de fun5es ps#quicas, pelo qualtomamos conscincia da situao real em que nos encontramos a cada momento de nossa "ida

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    $ orientao pode ser inferida da a"aliao do estado de conscincia e encontra/se intimamenteligada Cs no5es de tempo e de espao

    Em geral, o primeiro sentido de orientao que se perde o do tempo, depois o do espao, queen"ol"e deslocamento e localizao e, num estado mais gra"e, a desorientao do prprio eu 6identidade ecorpo8

    $ orientao di"ide/se em.

    a. Auto0squica4paciente reconhece dados de identificao pessoal e sabe quem 1

    b. Alo0squica4paciente reconhece os dados fora do eu1 no ambiente.

    / Hemporal. dia, ms, ano em que est1 em que parte do dia se localiza 6manh, tarde, noite81

    / Espacial. a espcie de lugar em que se encontra, para que ser"e1 a cidade onde est1 comochegou ao consultrio1

    / 0omatops#quica. altera5es do esquema corporal, como, por exemplo, os membros fantasmasdos amputados, negao de uma paralisia, a incapacidade de localizar o prprio nariz ou olhos

    Ex. ?0abe fornecer dados de identificao pessoal, informar onde se encontra, dia, ms e ano

    em que est@8. Aten23o4aateno um processo ps#quico que concentra a ati"idade mental sobre determinado

    ponto, traduzindo um esforo mental B resultado de uma ati"idade deliberada e consciente do indi"#duo Dfoco da conscincia D a fim de inserir profundamente nossa ati"idade no real

    Essa energia concentrada sobre esse foco est intimamente ligada ao aspecto da afeti"idade +estaca/se a# a "igil4ncia 6conscincia sem foco, difusa, com ateno em tudo ao redor8 e a tenacidade 6capacidadede se concentrar num foco8 3 paciente no pode ter essas duas fun5es concomitantemente exaltadas 6opaciente man#aco, por exemplo, hiper"igil e hipotenaz8, porm, pode t/las rebaixadas, como no caso dosu;eito autista, esclerosado ou esquizofrnico catat>nico

    %n"estiga/se assim.

    / ateno normal. ou euprossexia1 normo"igil4ncia1

    / hiper"igil4ncia. ocorre num exagero, na facilidade com que a ateno atra#da pelosacontecimentos externos1

    / hipo"igil4ncia. um enfraquecimento significati"o da ateno, onde dif#cil obter a ateno dopaciente1

    / hipertenacidade. a ateno se adere em demasia a algum est#mulo ou tpico1 concentraonum est#mulo1

    / hipotenacidade. a ateno se afasta com demasiada rapidez do est#mulo ou tpico

    Ex. ?!oncentra/se intensamente no entre"istador e no que lhe dito, abstendo/secompletamente do que se passa C sua "olta@

    9. Mem:1ia4 ? o elo temporal da "ida ps#quica 6passado, presente, futuro8@ $ memria permite aintegrao de cada momento cinco dimens5es principais do seu funcionamento. percepo 6maneiracomo o su;eito percebe os fatos e atitudes em seu cotidiano e os reconhece psiquicamente8, fixao6capacidade de gra"ar imagens na memria8, conser"ao 6refere/se tudo que o su;eito guarda para o restoda "ida1 a memria aparece como um todo e um processo tipicamente afeti"o8, e"ocao 6atualizao dosdados fixados D nem tudo pode ser e"ocado8 !abe ressaltar aqui que nada fixado e e"ocado de maneira

    anrquica. h dependncia das associa5es que estabelecem entre si 6semelhana, contraste, oposio,contiguidade e causalidade8, e reconhecimento 6reconhecimento do anagrama 6imagem recordada8 como talD o momento em que fica mais dif#cil detectar onde e quando determinado fato aconteceu no tempo e noespao8

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    $ funo mnsica pode ser a"aliada pela rapidez, preciso e cronologia das informa5es que o prpriopaciente d, assim como a obser"ao da capacidade de fixao

    3 exame da memria passada 6retrgrada8 faz/se com perguntas sobre o passado do paciente, datade acontecimentos importantes !ontradi5es nas informa5es podem indicar dificuldades

    !om relao C memria recente 6antergrada8, podem ser feitas perguntas rpidas e ob;eti"as, como?3 que "oc fez ho;eI@ ou dizer um nmero de R ou G algarismos ou uma srie de ob;etos e pedir para que opaciente repita aps alguns minutos, se hou"er necessidade

    &ara o exame da memria de reteno pode/se pedir ao paciente que repita algarismos na ordemdireta e depois in"ersa

    $ maior parte das altera5es da memria pro"eniente de s#ndromes org4nicas 6amnsia, hiper ouhipomnsia8

    Ex. ?$( capaz de fornecer dados com cronologia correta1 consegue lembrar informa5es recentes,como a prxima consulta com seu psiquiatra@

    ;. Intelineado que existe

    $lucinao uma falsa percepo, que consiste no que se poderia dizer uma ?percepo sem ob;eto@,aceita por quem faz a experincia como uma imagem de uma percepo normal, dadas as suascaracter#sticas de corporeidade, "i"acidade, nitidez sensorial, ob;eti"idade e pro;eo no espao externo

    0o significati"as as alucina5es "erdadeiras 6aquelas que tendem a todas as caracter#sticas dapercepo em estado de lucidez8, as pseudo/alucina5es 6mais representao do que realmente percepo1os relatos so "agos8, as alucina5es com dilogo em terceira pessoa, fen>menos de repetio e eco dopensamento, sonorizao, ou"ir "ozes

    $s alucina5es podem ser auditi"as, auditi"o/"erbais 6mais comuns8, "isuais, olfati"as, gustati"as,cenestsicas 6corprea, sensibilidade "isceral8, cinestsicas 6mo"imento8

    $s perguntas que esclaream essa anlise podero ser feitas C medida que a oportunidade aparea&orm, no se pode deixar de in"estigar completamente esse item

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    $lgumas perguntas so sugeridas. ?$contece de "oc olhar para uma pessoa e achar que outraI@1?* te"e a impresso de "er pessoas onde apenas existam sombras ou uma disposio especial de ob;etosI1?Ooc se engana quanto ao tamanho dos ob;etos ou pessoasI@1 ?0ente zumbidos nos ou"idosI@1 ?3u"e"ozesI@1 ?3 que dizemI@1 ?+irigem/se diretamente a "oc ou se referem a "oc como ele ou elaI@1 ?(alam malde "ocI@1 ?7ingamI@1 ?+e quI@1 ?Hem tido "is5esI@1 ?!omo soI@1 ?O pequenos animais correndo naparede ou fios@1 ?0ente pequenos animais correndo pelo corpoI@1 ?Hem sentido cheiros estranhosI@

    Ex. )elata sentir um "azio na cabea, mas que ? bom, pois no ligo pros problemas da "ida@ e ?ou"iruma "oz que lhe diz ser um deus@

    !aso o paciente no apresente nenhuma situao digna de nota neste item, pode/se registrar. ?:oapresenta experincias ilusrias ou alucinatrias@

    >. Pensamento4 por meio do pensamento ou do racioc#nio, o ser humano capaz de manifestar suaspossibilidades de adaptar/se ao meio B por ele que se elaboram conceitos, articulam/se ;u#zos, constri/se,compara/se, solucionam/se problemas, elaboram/se conhecimentos adquiridos, idias, transforma/se e cria/se

    Este item da anamnese destinado C in"estigao do curso, forma e contedo do pensamento $quise faz uma anlise do discurso do paciente

    a !urso. Hrata/se da "elocidade com que o pensamento expresso e pode ir do acelerado ao

    retardado, passando por "aria5es

    U (uga de idias. paciente muda de assunto a todo instante, sem conclu#/los ou dar continuidade,numa acelerao patolgica do fluxo do pensamento1 a forma extrema do taquipsiquismo 6comum namania8

    U %nterceptao ou bloqueio. h uma interrupo brusca do que "inha falando e o paciente poderetomar o assunto como se no o ti"esse interrompido 6comum no esquizofrenia8

    U &rolixidade. um discurso detalhista, cheio de rodeios e repeti5es, com uma certacircunstancialidade1 h introduo de temas e comentrios no/pertinentes ao que se est falando

    U +escarrilamento. h uma mudana sbita do que se est falandoU &erse"erao. h uma repetio dos mesmos contedos de pensamento 6comum nas

    demncias8

    b (orma. :a "erdade, um conceito dif#cil de se explicar &orm, pode/se dizer que a forma amaneira como o contedo do pensamento expresso 3 pensamento abriga um encadeamentocoerente de idias ligadas a uma carga afeti"a, que transmitida pela comunicao um carterconceitual

    $s desordens da forma podem ocorrer por. perdas 6org4nicas8 ou deficincia 6oligofrenia8qualitati"as ou quantitati"as de conceitos ou por perda da intencionalidade 6fuso ou condensao,desagregao ou escape do pensamento, pensamento imposto ou fabricado8, onde pode secompreender as pala"ras que so ditas, mas o con;unto incompreens#"el, cessando/se os nexoslgicos, comum na esquizofrenia

    B importante lembrar que a "elocidade do pensamento 6curso8 pode ser normal, porm a formapode estar alterada por conter idias frouxas com o fluxo quebrado

    Ex. ?&aciente apresenta um discurso com curso regular, porm no mantm uma coerncia entreas idias, que se apresentam frouxas e desconexas@

    c !ontedo. $s perturba5es no contedo do pensamento esto associadas a determinadasaltera5es, como as obsess5es, hipocondrias, fobias e especialmente os del#rios

    &ara se classificar uma idia de delirante tem/se que le"ar em conta alguns aspectos. aincorrigibilidade 6no h como modificar a idia delirante por meio de corre5es8 $ ininfluenciabilidade 6a"i"ncia muito intensa no su;eito, chegando a ser mais fcil o delirante influenciar a pessoa dita normal8 $incompreensibilidade 6no pode ser explicada logicamente8 3 del#rio uma con"ico #ntima e inemo"#"el,contra a qual no h argumento

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    3s del#rios podem ser primrios 6ncleo da patologia8 ou secundrios 6so consequentes a umasituao social, a uma manifestao afeti"a ou a uma disfuno cerebral8

    'ma distino faz/se importante.

    a delirium. rebaixamento da conscincia 6delirium tremens1 deliriumfebril81

    b del#rio. alterao do pensamento 6alterao do ;u#zo81

    / bK idia delirante. tambm chamada de del#rio "erdadeiro1 primrio e ocorre comlucidez de conscincia1 no conseqAncia de qualquer outro fen>meno B um con;unto de;u#zos falsos, que no se sabe como eclodiu

    / bN idia deliride. secundria a uma perturbao do humor ou a uma situao afeti"atraumtica, existencial gra"e ou uso de droga uma compreenso dos mecanismos que aoriginaram

    $s idias delirantes podem ser agrupadas em temas t#picos de.

    / expanso do eu. 6grandeza, cime, rei"indicao, genealgico, m#stico, de misso sal"adora,deificao, ertico, de cimes, in"eno ou reforma, idias fantsticas, excessi"a sade, capacidadef#sica, beleza8

    / retrao do eu. 6pre;u#zo, auto/referncia, perseguio, influncia, possesso, humildades,experincias apocal#pticas8

    / negao do eu. 6hipocondr#aco, negao e transformao corporal, auto/acusao, culpa,ru#na, niilismo, tendncia ao suic#dio8

    3 exame do contedo do pensamento poder ser feito por meio da con"ersa, com a incluso hbilpor parte do entre"istador de algumas quest5es que conduzam C a"aliao &ode/se perguntar se o paciente

    tem pensamentos dos quais no consegue se li"rar 6explicar quais8, se acha que quando est andando narua as pessoas o obser"am ou fazem comentrios a seu respeito 6explicitar81 se os "izinhos implicam1 seexiste algum que lhe queira fazer mal, alguma organizao secreta1 se acha que en"enenam sua comida1 sepossui alguma misso especial na Herra 6qual8, se forte e poderoso, rico1 se freqAenta macumba1 se sofrede ?encosto@1 se esp#ritos lhe falam1 se h alguma comunicao com +eus e como isso se processa $qui"ale apontar para o fato cultural/religioso +ependendo da religio que professa 6espiritismo, umbanda,candombl8, algumas dessas situa5es podem ser obser"adas, sem, no entanto, a priori, fazerem parte depatologias

    Ex. ?$( muda de assunto a todo instante e subitamente )econhece que ; ficou ?bem ruim, masnunca fiz sadomasoquismo, porque isso coisa de ;udeu de olhos azuis 9as, graas a +eus, nunca piseinuma maonaria :o influencio ningum, mas sou influenciado 0ou o deus $, defensor dos fracos e

    oprimidos@

    ?. &in

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    6"oz murmurada em tom baixo8, logorria 6fluxo incessante e incoerc#"el de pala"ras8, para/respostas6responde a uma indagao com algo que no tem nada a "er com o que foi perguntado8, etc

    Ex. ?Expressa/se por meio de mensagens claras e bem articuladas em linguagem correta@

    /@. Consci6ncia do Eu4 este item refere/se ao fato de o indi"#duo ter a conscincia dos prprios atos

    ps#quicos, a percepo do seu eu, como o su;eito apreende a sua personalidade

    $s caracter#sticas formais do eu so.

    / sentimento de unidade. eu sou uno no momento1

    / sentimento de ati"idade. conscincia da prpria ao1

    / conscincia da identidade. sempre sou o mesmo ao longo do tempo1

    / ciso su;eito/ob;eto. conscincia do eu em oposio ao exterior e aos outros

    3 terapeuta orientar sua entre"ista no sentido de saber se o paciente acha que seus pensamentos ouatos so controlados por algum ou foras exteriores, se se sente hipnotizado ou enfeitiado, se algum lherouba os pensamentos, se existe eletricidade ou outra fora que o influencie, se pode transformar/se empedra ou algo esttico, se sente que no existe ou se capaz de adi"inhar e influenciar os pensamentos dosoutros

    / /. Aetividade4 a afeti"idade re"ela a sensibilidade intensa da pessoa frente C satisfao oufrustrao das suas necessidades

    %nteressa/nos a tonalidade afeti"a com que algum se relaciona, as liga5es afeti"as que o pacienteestabelece com a fam#lia e com o mundo, perguntando/se sobre. filhos, pai, me, irmos, marido ou esposa,

    amigos, interesse por fatos atuais&esquisa/se estados de euforia, tristeza, irritabilidade, angstia, ambi"alncia e labilidade afeti"as,

    incontinncia emocional, etc 3bser"a/se, ainda, de maneira geral, o comportamento do paciente

    Ex. B sens#"el frente C frustrao ou satisfao, apresentando liga5es afeti"as fortes com a fam#lia eamigos@

    /5. )umo14 o humor mais superficial e "ari"el do que a afeti"idade B o que se pode obser"ar commais facilidade numa entre"ista1 uma emoo difusa e prolongada que matiza a percepo que a pessoatem do mundo B como o paciente diz sentir/se. deprimido, angustiado, irrit"el, ansioso, apa"orado,zangado, expansi"o, eufrico, culpado, at>nito, ftil, autodepreciati"o

    3s tipos de humor di"idem/se em.

    / normot#mico. normal1

    / hipert#mico. exaltado1

    / hipot#mico. baixa de humor1

    / dist#mico. quebra sbita da tonalidade do humor durante a entre"ista1

    :o exame ps#quico, descre"e/se o humor do paciente sem, no entanto, coloc/lo sob um t#tulo tcnicoEx. ?3 paciente apresenta uma quebra sbita de humor, passando de um estado de exaltao a um deinibio@

    /7. Psicomot1icidade. todo mo"imento humano ob;eti"a satisfao de uma necessidade consciente ouinconsciente

    $ psicomotricidade obser"ada no decorrer da entre"ista e se e"idencia geralmente de formaespont4nea $"erigua/se se est normal, diminu#da, inibida, agitada ou exaltada, se o paciente apresenta

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    maneirismos, estereotipias posturais, automatismos, flexibilidade crea, ecopraxia ou qualquer outraalterao

    Ex. ?$presenta tique, estalando os dedos da mo direita@

    /8. ,ontade4 est relacionada aos atos "oluntrios B uma disposio 6energia8 interior que tem porprinc#pio alcanar um ob;eti"o consciente e determinado

    3 indi"#duo pode se apresentar normoblico 6"ontade normal8 ter a "ontade rebaixada 6hipoblico8,uma exaltao patolgica 6hiperblico8, pode responder a solicita5es repetidas e exageradas 6obedinciaautomtica8, pode concordar com tudo o que dito, mesmo que se;am ;u#zos contraditrios6sugestionabilidade patolgica8, realizar atos contra a sua "ontade 6compulso8, du"idar exageradamente doque quer 6d"ida patolgica8, opor/se de forma passi"a ou ati"a, Cs solicita5es 6negati"ismo8, etc

    Ex. ?$presenta oscila5es entre momentos de grande disposio interna para conseguir algo emomentos em que permanece sem qualquer tipo de ao@

    /9. P1a

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