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Modelo de Estrutura do Conhecimento
Badminton
Professores Estagiários:
Joana Silva; João Carronha; Pedro Cardigos; Pedro Gomes
Professora Cooperante: Dra. Júlia Gomes
Orientadora da FADEUP: Dra. Mariana Cunha
Mestrado do 2º Ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário
Agrupamento de Escolas António Nobre - Escola EB 2/3 Nicolau Nasoni
Porto, 2012/2013
Índice
Introdução 2
Módulo 1 4
Módulo 2 9
Módulo 3 12
Módulo 4 14
Módulo 5 17
Módulo 6 21
Módulo 7 24
Módulo 8 29
Bibliografia 30
1
IntroduçãoO Modelo de Estruturas do Conhecimento (MEC) é um instrumento que tem
como principal finalidade ajudar na planificação por parte do professor de Educação
Física acerca daquilo que irá encontrar ao longo do ensino de uma modalidade aos seus
alunos. Será importante para analisar, decidir e aplicar os seus conhecimentos tendo em
conta o contexto no qual se irá inserir, portanto, este instrumento deverá ser realizado de
uma forma bastante cuidadosa e metódica.
Para seguir toda uma lógica de progressão, o MEC apresenta-se como um
documento que requer uma conexão entre a planificação e metodologia de ensino à
matéria a lecionar, pelo que será um instrumento passível de ser alterado, consoante a
imprevisibilidade que o professor irá encontrar no terreno.
Este instrumento proposto por Joan Vickers, está dividido em 8 módulos que
servem como uma estratégia ao professor para melhorar a eficácia do seu ensino, sendo
portanto necessária toda uma organização que sustente a aplicação no terreno:
Módulo 1 – diz respeito às categorias transdisciplinares do conhecimento:
habilidades motoras, fisiologia do treino e condição física, cultura
desportiva e conceitos psicossociais. Estas quatro categorias estarão sempre
presentes na época desportiva e desencadeiam várias subcategorias
subjacentes a estas. Sabendo que existe uma heterogeneidade bem patente
nas escolas, estas subcategorias são ensinadas sequencialmente consoante a
turma que o professor irá encontrar;
Do Módulo 2 ao 8 está inserido o conhecimento processual, isto é, todo o
procedimento que se realiza desde a análise do contexto à aplicação prática nas aulas:
Módulo 2 – Conhecimento do Contexto;
Módulo 3 – Conhecimento dos Alunos;
Módulo 4 – Extensão e Sequência da Matéria;
Módulo 5 – Definição dos Objetivos;
Módulo 6 – Configuração da Avaliação;
Módulo 7 – Criação de situações de aprendizagem e progressões de ensino;
Módulo 8 – Aplicação (Unidades Temáticas, Planos de aula, Planeamento
Anual).
Estes 8 módulos são desencadeados por 3 fases: Análise, Decisões e Aplicação.
2
Na fase da Análise, tivemos em consideração todo o tipo de conteúdo
programático a ser abordado durante a época desportiva, para isso damos uma especial
atenção ao material, condições de segurança, nível dos alunos, no fundo a todo o
contexto em que nos inserimos para conseguirmos ter a mais acertada tomada de
decisão.
A fase de Decisão implica definir uma sequencialidade lógica da matéria que
iremos lecionar, tendo em conta o que foi analisado anteriormente (módulos 1, 2 e 3) é
importante e indispensável decidir eficazmente, definindo objetivos, revelando as
melhores formas de avaliação e criando progressões que se ajustem ao nível dos alunos
para a modalidade específica.
A fase de Aplicação refere-se às unidades temáticas, planos de aula e
planeamento anual. Estes podem estar sujeitos a alterações, pois a evolução dos alunos
nem sempre corresponde ao esperado, poderá ser demasiado positiva ou negativa, pelo
que terá de existir da nossa parte uma capacidade para prever possíveis imprevistos
durante o ano letivo.
Pensamos que a realização do MEC para cada modalidade é de extrema
importância pelo que poderá ser sempre o documento de apoio para as nossas aulas, um
guião para tomarmos as melhores decisões consoante sempre o nível da turma.
Importante mesmo é conseguirmos dar uma sequência analisando, instruindo,
observando, refletindo ou avaliando. Este Modelo da Estrutura e do Conhecimento
permitir-nos-á aumentar a nossa eficácia, tanto na tomada de decisão como no
planeamento de estratégias para resolver os problemas que nos serão propostos e, assim,
conseguirmos ensinar com o maior sucesso possível os nossos alunos.
3
Módulo 1 – Análise da modalidade desportiva em estruturas do conhecimento
Estrutura de Conhecimento -
Badminton
Habilidades Motoras
Posição Base
Apoios parelelos, sendo que o do lado da raquete
se adiante ligeiramente para a frente. Raquete ao nível do peito
e MI e MS fletidos. O atleta posiciona-se no centro do seu
campo.
Pega da raquete
A raquete deve ser agarrada pelos dedos e nao tanto pela
palma da mão. Há um relaxamento do corpo.
Fisiologia do Treino e Condição
Física
Cultura Desportiva
Conceitos Psicossociais
5
Habilidades Motoras
Pega da raquete
Pega de direita
Os dedos envolvem o cabo da raquete e o polegar faz um
"V" com o indicador.
Pega de esquerda
Há um papel importante do dedo polegar que se coloca numa das faces do cabo da
raquete. Este está a apontar para cima e é o elemento que permite realizar os batimentos
de esquerda, com a ajuda da rotação do antebraço.
6
Habilidades Motoras
Batimentos
Clear Lob Amortie Remate Serviço longo
Serviço curto Bloqueio
Deslocamentos
À frente À retaguarda Laterais
7
Fisiologia do Treino e Condição
Física
Ativação geral
Específico da
modalidade (exercicios integrados)
Pré-ativar os alunos
para a prática
desportiva do ponto de
vista fisiológico
e psicológico
Aquecimento cardiovascular
Exercícios simples que servem de ativação
geral e sao específicos
para os exercícios seguintes.
Retorno à calma
Alongamentos
Respiraçao
controlada
Descontração
muscular
Prevenção de
lesões
Condição física
Capacidades coordenativas
Capacidade de reação
Rítmo
Equilíbrio
Orientação
espacial
Capacidades condicionais
Velocidade Força Flexibilidade
Resistência
8
Cultura Desportiva
Equipamento
Volantes Raquetes
Regras de segurança Regulamento
Terreno de jogo Recomeço do jogo Pontuação Serviço
Caracterização da Modalidade
Conceitos Psicossociais
Fair Play Respeito Espírito de grupo Envolvimento Atenção MotivaçãoNoção de
cooperação/ oposição
Módulo 2 – Análise do Envolvimento
Numa fase inicial de docência num novo local, a análise das condições de
aprendizagem revela-se de extrema importância, uma vez que nos irá fornecer a
informação necessária relativamente aos espaços disponíveis para a realização das
aulas, do material disponível para esta, assim como das condições/fatores de segurança,
tanto do espaço como do material.
Esta informação prévia irá permitir uma melhor preparação da UT de acordo
com a realidade do local, a fim de ir de encontro ao sucesso desta, possibilitando, se
necessário, alternativas às condições e tempo suficiente para modificações pré
planeadas, como por exemplo, a improvisação de material caso este seja escasso ou a
alteração de estratégias e métodos para cobrir a inexistência destes.
Assim, surge a primeira grande preocupação, relativamente à gestão do
equipamento, das condições de logísticas e de segurança.
2.1 – Recursos EspaciaisQuanto ao Badminton, podemos contar como um Pavilhão Gimnodesportivo,
instalação que pode ser dividida para ser utilizada por duas turmas em simultâneo.
Apesar de termos também dois campos de jogos disponíveis no exterior destinados à
prática desportiva, no que concerne a esta modalidade é importante que seja praticada e
ensinada dentro do pavilhão porque um simples vento pode fazer com que não haja
condições de prática de Badminton.
Posto isto, o Pavilhão é o local onde os alunos vão familiarizar-se, evoluir e
aprender as diversas habilidades motoras do Badminton porque é o espaço que nos dá
mais garantias para a prática e onde temos uma maior facilidade para desenvolver o
processo ensino-aprendizagem.
2.2 – Recursos MateriaisPara a modalidade de Badminton, podemos contar com:
10 Raquetes em bom estado de conservação + 6/7 que não se encontram em
condições para a prática;
6 Volantes em bom estado de conservação+ 10 completamente destruídos;
20 Sinalizadores
2 Postes de ferro + 2 elásticos.
9
2.3 – Recursos HumanosÉ também importante perceber os recursos humanos existentes, pois a limpeza, a
preservação, o controlo e a segurança, quer do espaço, quer dos materiais, é algo que
deve ser levado em conta. Outro aspeto também importante é o controlo dos balneários.
Para estas tarefas o pavilhão dispõe de pelo menos 2 funcionários, um homem e uma
mulher, para fazem o controlo dos alunos e dos espaços.
2.4 – Rotatividade do espaçoDevido à imprevisibilidade das condições climatéricas e ao facto do jogo ser
praticado dentro do pavilhão como já foi referido anteriormente, o espaço para a prática
do Badminton será sempre o pavilhão gimnodesportivo.
Como já referido nos recursos espaciais o pavilhão pode ser dividido para ser
utilizado por duas turmas em simultâneo, dispondo assim cada professor de apenas uma
metade, ou então da sua totalidade. Para ter conhecimento da disponibilidade do
pavilhão seguidamente será apresentado o Roulement que permite visualizar o horário
dos diferentes docentes, e verificar quando o pavilhão está totalmente disponível, ou
quando é necessário partilha-lo.
Horas Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
08:30/09:15 6º D 7º C 9º B 7º A 9º C 6º B 9º A
09:15/10:00 6º D 7º C 9º B 7º A 9º C 6º C 9ºA
10:20/11:05 6º C 7º A 6º B 9 CEF 8º A 5º C 5º B
11:05/11:50 6º C 6º A 6º B 9 CEF 6º D 5º C 5º B
12:00/12:45 5º D 8º B 5º A 8º C 7º C 6º A 9º B
12:45/13:30 5º C 5º D 5º B 5º A 8º C 5º D 6º A 6º E 5º A
13:40/14:25
14:25/15:10
15:20/16:05 6º E 8º C 8º A 9º C 9º A 7 CEF 12º D 7º B 11º RB 8º B
16:05/16:50 6º E 8º A 7º B 7 CEF 12º D 7º B 11º RB 8º B
2. 5 - Regras e aspetos de segurança
10
Professor Francisco Professora Júlia e Estagiários
Professor José Mário Professor Podstawski
No início da aula cabe ao docente:
Verificar o piso do campo e se necessário recolher objetos que possam ser
potencialmente prejudiciais ao desenrolar da atividade ou à integridade física
dos alunos (exemplo: latas de sumo; vidros; entre outros);
Não permitir a utilização de relógios, fios, pulseiras, brincos e objetos afins, que
possam provocar ferimentos nos colegas ou no próprio aluno;
Não permitir aos alunos e alunas que realizem as atividades com as sapatilhas
desapertadas e exigir o uso de equipamento apropriado;
Garantir que as meninas fazem a aula com o cabelo apanhado.
A aula:
Deve iniciar com uma ativação específica ou geral, de forma a prevenir lesões;
Os alunos e alunas só devem iniciar as atividades à ordem do professor;
Quando a atividade a realizar estiver organizada por colunas, o aluno deve
aguardar até estar a uma distância razoável do colega, antes de dar inicio à
tarefa;
No caso destas mesmas atividades, os alunos deverão regressar à posição inicial
por fora dos corredores;
Devem ser construídas rotinas, para evitar a ocorrência de situações de risco.
Módulo 3 – Análise dos Alunos
11
A análise dos alunos revela-se de extrema importância, fornecendo toda a
informação útil relativamente à turma e à individualidade de cada aluno, das suas
capacidades e necessidades. Irá fornecer a informação necessária para orientar todo o
processo de decisão e planeamento da Unidade Didática, sendo este o ponto de partida
do meu trabalho como professor, a partir do qual guiarei todo o processo de
aprendizagem.
Esta análise será realizada na primeira aula, através de uma avaliação
diagnóstica para obter informação sobre as dificuldades e potencialidades dos alunos. A
avaliação é um elemento imprescindível do processo de ensino-aprendizagem, como tal,
é algo que está, constantemente, a ser realizado, através da mera observação do
professor sobre a turma. O grande objetivo da avaliação é o de verificar se o ensino tem
como resultado a aprendizagem dos alunos, nos vários domínios (psico-motor,
cognitivo e sócio afetivo). Ajudando-nos a determinar o nosso sucesso ou insucesso
enquanto professores, refletido no nível final de aprendizagem dos alunos.
Para perceber melhor quais os objetivos a definir para que os alunos, no final,
saiam beneficiados no seu processo de aprendizagem, é fundamental fazer uma
caracterização inicial da turma. Isto, no sentido de perceber alguns aspetos fulcrais que,
certamente influenciarão todo o processo de ensino-aprendizagem. De igual modo, é
necessária a realização de uma avaliação diagnóstica, para averiguar qual o nível inicial
dos alunos, de modo a preparar as aulas, traçando objetivos realistas, exequíveis,
tangíveis. O grande propósito deste delineamento é o de que, no final da unidade
didática, quando compararmos os resultados, possamos verificar se houve, ou não, uma
evolução significativa no seu desempenho, traduzindo-se na consumação de
aprendizagens significativas para os mesmos.
3.1 Caracterização da turma
A turma do 7º A é composta por 21 alunos, 13 dos quais são do género feminino
e 8 do género masculino. Os alunos desta turma são, regra geral, bons alunos. Dos 21
alunos da turma, 13 nasceram no ano de 2000, 1 em 1997, outro em 1998 e 2 em 1999,
ou seja, esta turma tem 4 repetentes.
Relativamente às questões de saúde, nesta turma existem 2 casos que exigem
algum cuidado, nomeadamente a Iara Fonseca que tem asma, e o Pedro Alves tem um
problema de coluna e os batimentos cardíacos acelerados.
3.2 Caracterização da turma através da avaliação diagnóstica
12
De acordo com o programa de Educação Física definido para o 3º ciclo a
modalidade do Badminton é uma matéria de Nível Introdução, no 7º ano. E uma vez
que os alunos vão abordar esta modalidade pela primeira vez, e as aulas são poucas, não
irei realizar avaliação diagnóstica, começando logo por ensinar os conteúdos básicos,
para que as aulas sejam rentabilizadas ao máximo.
13
Módulo 4 – Determinação da Extensão e Sequência da Matéria
Unidade Didática de Badminton
Duração das aulas 45’ 90’ 45’ 90’ 45’ 90’
AulasConteúdos 1 2/3 4 5/6 7 8/9
Hab
ilid
ades
Mot
oras
Pega na raquete(direita e esquerda)
I/E E E E E/C
AS
Posição Base I/E E E E E/C
Deslocamentos I/E E E E/C
Serviço Longo I/E E E E/C
Clear I/E E E E/C
Amorti I/E E E/C
Lob I/E E E/C
Form
as
de
Jogo
Jogo 1x1 I/E E E E/C
Fisi
olog
ia d
o T
rein
o e
Con
diç
ão F
ísic
a
Ativação Geral
Condição Física
Cap. Condicionais
Cap. Coordenativas
Retorno à calma
Con
ceit
os
psi
coss
ocia
is
Psicológicos
Sócio-afetivos
Cult
ura
D
esp
orti
va História
Regras/Sinalética
14
Justificação da Unidade Didática
A elaboração/estruturação desta unidade didática de Badminton destina-se à
turma do 7º A, do 3º ciclo do Ensino Básico. De acordo com o programa de Educação
Física definido para o 3º ciclo, no 7º ano de escolaridade é Introduzido o Badminton.
A realização da Unidade Didática de Badminton tem como principal objetivo ser
uma proposta exequível que tenha em consideração uma série de aspetos, atendendo aos
recursos materiais, e temporais existentes, pois são variáveis imprescindíveis em todo o
processo de ensino-aprendizagem, que podem influenciar e determinar a forma como os
conteúdos podem ser ensinados.
A seleção dos conteúdos teve como suporte o programa de Educação Física do
7º ano e os recursos materiais e temporais disponíveis. Um dos aspetos essenciais para
desta modalidade é a execução da posição base. Sendo uma habilidade fundamental
para uma correta e eficaz realização dos diferentes gestos técnicos e inclusive do
jogo1x1, e por isso, será introduzida inicialmente e exercitada ao longo de toda a UT.
Para que haja uma aprendizagem certa dos diferentes gestos técnicos é determinante que
os alunos dominem a pega da raquete, e por isso inclui nos conteúdos a abordar as duas
pegas, pois considero que para uma correta execução das diferentes habilidades os
alunos devem perceber que de acordo com o lado do batimento a posição da raquete
varia. Devem ainda ser capazes de decidir qual a melhor pega para determinada jogada.
Também é fundamental que dominem o serviço, que possibilita iniciar o jogo,
relativamente a este optei por ensinar apenas o serviço longo, pois o serviço curto
requer um maior controlo da força a aplicar e uma vez que os alunos se encontram numa
fase inicial da modalidade seria um gesto mais complexo para aprender e executar.
Seguidamente será introduzido o clear, pois sendo um gesto de fácil compreensão e
execução possibilitará que os alunos realizem ações de forma contínua. De seguida
introduzirei o amorti, e logo depois surgirá o lob. Optei por ensinar estes 4 batimentos,
pois estes são suficientes para que haja uma sequência de batimentos lógicos.
O jogo de 1x1 será o principal contexto onde os alunos aplicarão de forma
contínua todas as habilidades aprendidas. Ainda que este conteúdo seja introduzido ao
mesmo tempo que são introduzidos gestos técnicos é uma maneira de os alunos se
sentirem motivados e de tornar a aula dinâmica e interativa. É uma excelente forma para
que os alunos desenvolvam capacidades como a atenção e a decisão, uma vez que num
15
dado momento devem executar os diferentes ações de acordo com a situação que se
apresenta.
No que toca aos deslocamentos é crucial que os alunos mantenham uma postura
dinâmica ao longo de todas as tarefas, e para isso, é fundamental que se desloquem de
forma constante, pelo que será um dos conteúdos a abordar e desenvolver ao longo de
todas as aulas previstas para esta modalidade.
Uma vez que os alunos vão abordar esta modalidade pela primeira vez, não irei
fazer avaliação diagnóstica, pois não se justifica fazer uma avaliação quando os alunos
não têm conhecimentos da modalidade porque nunca a praticaram, e a UD é muito
pequena, por isso convém rentabilizar todas as aulas. Quanto à avaliação final, será
realizada na última aula da UD, através da situação de jogo 1x1, onde serão avaliados
todos os conteúdos trabalhados durante a UD.
Os conteúdos referentes às áreas dos conceitos psicossociais, cultura desportiva
e fisiologia do treino e condição física serão abordados ao longo das aulas, de acordo
com a sua maior ou menor justificação.
As restantes categorias transdisciplinares, cultura desportiva, condição física e
conceitos psicossociais, estão presentes em quase todas as aulas da unidade didática,
estando a sua abordagem dependente da sua maior ou menor justificação.
Quanto à cultura desportiva e aos conceitos psicossociais, segundo o Programa
Nacional de Educação Física do 3º ciclo do Ensino Básico, 7º ano de escolaridade
(1998), “o aluno coopera com os companheiros, quer nos exercícios, quer no jogo,
escolhendo as ações favoráveis ao êxito pessoal e do ompanheiro, admitindo as
indicações que lhe dirigem e aceitando as opções e falhas dos colegas”. “Aceita as
decisões da arbitragem, identificando os respetivos sinais, e trata com igual cordialidade
e respeito os colegas da equipa e adversários”.
Relativamente à Fisiologia do Treino e condição física, pelo facto do exercício
físico gerar adaptações no organismo, é necessário que em todas as aulas se promova o
desenvolvimento das capacidades coordenativas e condicionais, nomeadamente a força,
a velocidade, a resistência aeróbia e a flexibilidade, assim como a orientação espacial, a
diferenciação cinestésica, a coordenação e o equilíbrio, estas capacidades são
automaticamente trabalhadas durante a aula, nas diferentes situações de aprendizagem
propostas.
16
Módulo 5 – Definição dos objetivos
Antes de definir os objetivos penso que será conveniente fazer um breve
enquadramento destes. Os objetivos são a descrição daquilo que os professores
pretendem que os alunos atinjam, quer em grupo, quer individualmente, sendo
elaborados sempre em função dos alunos e tendo em consideração as
condições/situações e os critérios a serem trabalhados. São uma importante afirmação
que revela a extensão da mudança que o professor acha que os alunos conseguem
alcançar.
Tendo em consideração o que foi dito anteriormente, os objetivos para a
Unidade Temática de Andebol foram definidos de acordo com os alunos e o seu nível
inicial, e as aprendizagens a realizar estabelecidas pelo grupo disciplinar, procurando
assim realizar uma correta articulação entre as capacidades dos alunos e o que estes
serão capazes de realizar no final da UT, tendo sempre em atenção metas exequíveis.
Seguem-se os objetivos gerais e específicos das habilidades motoras; da
fisiologia do treino e da condição física; da cultura desportiva e dos conceitos
psicossociais.
17
Habilidades MotorasObjetivos Gerais Objetivos Específicos
Executar as habilidades técnicas e tácticas fundamentais, para
que num jogo de singulares exista uma certa continuidade de
ações.
Realizar a pega da raquete concertadamente, consoante a
especificidade do batimento;
Executar o clear impondo ao volante uma trajetória alta e longa
para o fundo do campo do adversário, o mais perto possível da
linha de fundo;
Executar o lob impondo ao volante uma trajetória alta e longa;
Executar o serviço longo, realizando um batimento abaixo da
cintura e impondo ao volante uma trajetória alta e longa;
Adotar a posição base, preparando a próxima intervenção;
Manter uma atitude dinâmica, realizando deslocamentos;
Aplicar o aprendido até então num jogo de singulares (1x1).
18
Fisiologia do Treino e Condição FísicaObjetivos Gerais Objetivos Específicos
Promover o desenvolvimento harmonioso do indivíduo;
Aumentar os níveis de condição física dos alunos.
Predispor os alunos, na parte inicial da aula, para as atividades que
irão ser operacionalizadas no decorrer da mesma, através da
ativação geral ou específica;
Desenvolver as capacidades coordenativas e condicionais tendo em
consideração a especificidade da modalidade;
Incitar que os alunos, na parte final da aula, retornem à calma,
através da operacionalização de tarefas que viabilizem a consecução
de tal propósito.
Cultura DesportivaObjetivos Gerais Objetivos Específicos
Familiarizar os alunos com os materiais, o regulamento e as
principais características da modalidade;
Utilizar a terminologia específica da modalidade.
Aplicar as regras estruturais, adjacentes à modalidade num
jogo de 1x1
Conhecer as características e o objetivo do jogo;
Caracterizar as habilidades técnicas e tácticas abordadas;
Manusear o material utilizado para a prática da modalidade de
forma concertada;
Conhecer as dimensões, linhas e marcações do campo.
19
Conceitos PsicossociaisObjetivos Gerais Objetivos Específicos
Desenvolver positivamente, através do Desporto, os jovens que
compõem esta turma;
Utilizar o Desporto como veículo para treinar uma série de
habilidades que extravasam a Educação Física como por
exemplo: a resolução de conflitos.
Respeitar o professor, os colegas, as regras; as decisões do
árbitro; e os resultados.
Desenvolver a atenção aquando do tempo de informação por
parte do professor ou colegas e também na realização das
tarefas propostas;
Cooperar com os colegas, tendo em vista o bem comum;
Estar envolvido, empenhado e motivado para a aula;
Resolver os conflitos existentes através do diálogo e da
compreensão.
20
21
Módulo 6 – Configuração da avaliação
O módulo 6 refere-se à avaliação, não só aos sistemas de avaliação que se
utilizam para verificar o nível de alcance dos objetivos (com referência à norma e ao
critério) mas também, quais são os tipos de avaliação que se podem administrar.
Existem quatro tipos de avaliação que se podem administrar nas aulas de Educação
Física, são eles: Avaliação Diagnóstica, Avaliação Formativa, Avaliação Sumativa e
Avaliação Contínua.
A necessidade de avaliar é fulcral no processo de ensino – aprendizagem, na
medida em que só através desta tarefa é possível determinar os resultados das ações de
aprendizagem dos alunos, e o grau de realização dos objetivos.
A avaliação pode-se definir como um processo para determinar se os objetivos
educacionais foram alcançados pelos alunos. Numa visão um pouco mais específica, é
“o processo de reunir informação para fazer um julgamento sobre produtos e processos
na situação instrucional.” (Rink, 1993). A avaliação revela-se pois, um fator
fundamental do ato educativo. Sem a avaliação, nunca saberíamos se o caminho
percorrido foi, ou não, corretamente escolhido ou sequer se o ensino deu origem a uma
aprendizagem real.
Sendo a própria avaliação um processo importante para a evolução do aluno e
tendo como base o contexto em que estamos inseridos, o processo de avaliação adotado
terá como base o Modelo CIPP (contexto, inicial, processo e produto) incutido por
Stufflebeam:
Contexto: corresponde à avaliação de fatores contextuais, que ajudam na
designação de metas e inclui a cultura escolar, as características dos alunos, os
materiais e equipamentos disponíveis;
Inicial: encaminha-nos para a diagnose, e permite dar forma às propostas. Esta
avaliação implica conhecer o nível de entrada dos alunos e é a partir deste
momento que se estrutura o processo de ensino e aprendizagem;
Processo: remete-nos para a avaliação formativa, que pode ser caracterizada por
uma avaliação formal ou informal. Permite ajustar o planeamento face às
necessidades dos alunos e alunas e ao seu ritmo de aprendizagem (revelando
dificuldades e facilidades) sendo, por isso, um ponto central de regulação e
monitorização.
Produto: dirige-nos para a avaliação sumativa que é sempre formal. Permite
confirmar a metódica, encerrando o ato de ensino e aprendizagem preconizado
pelo professor e possibilitando um serviço importante para decisões futuras.
6.1 - Avaliação Diagnóstica
A função deste tipo de avaliação é referente ao momento de avaliação inicial
(início do ano ou de uma unidade didática), procurando fornecer indicativos sobre a
posição do aluno face a novas aprendizagens, fazendo-se assim, uma prognose para os
objetivos a alcançar durante o processo ensino-aprendizagem. Os dados recolhidos
funcionam apenas como indicadores para o professor, para selecionar sequências de
trabalho adaptadas ao desempenho dos alunos nesse momento.
6.2 – Avaliação Formativa
Avalia os alunos continuamente, pela sua progressão ao longo das aulas, permite
verificar se os alunos estão a acompanhar aquilo que o professor planeou. Este tipo de
avaliação dá a conhecer ao professor, como é que o processo de ensino-aprendizagem se
está a desenvolver, assumindo assim uma função reguladora.
Contudo, devido ao reduzido número de aulas será realizada uma avaliação
formativa informal. Esta avaliação será efetuada ao longo de todas as aulas, através de
observação, não contemplando nenhuma tabela de classificação. Contudo, sempre que
necessário poderão ser efetuados alguns registos acerca do domínio motor e do domínio
psicossocial. Apenas a assiduidade/pontualidade será sujeita a registo em todas as aulas.
Quer nos casos de dispensa por atestado médico, quer nos casos em que a avaliação
decorre dentro parâmetros definidos, o item da assiduidade/pontualidade será avaliado
da seguinte forma:
Todas as aulas da Unidade Temática – 100%
Percentagem do aluno = (número de presenças x 10) / Número de aulas
Relativamente à motivação/atenção/envolvimento será elaborada, no fim da
modalidade, uma tabela onde os alunos serão avaliados de 1 a 5 de acordo com o seu
desempenho.
O domínio motor será avaliado no final da modalidade num contexto igual ao da
avaliação diagnóstica sendo utilizada uma tabela idêntica.
23
Para o domínio cognitivo os alunos serão constantemente questionados nas aulas
acerca dos conhecimentos que vão adquirindo. Uma das formas que achamos mais
eficazes os alunos aprenderem é através do seu próprio pensamento nas situações que
forem confrontando, por isso, eles terão de saber reagir e tomar a decisão certa no
momento certo.
6.3 – Avaliação Sumativa
Esta avaliação ocorre no final da unidade didática e permite verificar o nível
atingido pelos alunos. Permite avaliar a eficácia do ensino e a evolução dos alunos, nos
diferentes domínios, o psicomotor, o cognitivo e o socioafectivo. A avaliação sumativa
será realizada na última aula da unidade didática.
Critérios de Avaliação das turmas 7ºA; 7ºC; 8ºA; 9ºA; 9ºB:
Alunos que realizam as aulas normalmente:
Domínio Motor - 60% da nota final
Domínio Cognitivo - 15% da nota final (ex: perguntas feitas na aula aos alunos;
conhecimento das regras; entre outros)
Domínio Psicossocial – 25% da nota final:
Assiduidade/pontualidade – 10%
Motivação/Atenção/Envolvimento – 15%
24
Módulo 7 – Progressões de ensino
Fase
Intro
dutó
riaSequência serviço longo - clear
Objetivo do Exercício:
O aluno realiza iniciação ao serviço longo.
Descrição do Exercício:
Os alunos organizam-se em grupos de dois
e têm como objetivo colocar o volante em cima da
raquete com a ponta da pena a tocar na rede.
De seguida os alunos realizam movimento ascendente
com a raquete para lançar o volante e de seguida realizar
o batimento de serviço longo abaixo da cintura.
Componentes Críticas:
- A raquete não deve estar acima da cintura;
- O volante coloca-se na base da raquete;
- O batimento no volante tem de ser repentino.
Fase
de
Ext
ensã
o
Objetivo do Exercício:
O aluno realiza o serviço longo para o colega.
Descrição do Exercício:
Os alunos organizam-se em grupos de dois
e têm como objetivo agarrar o volante pela ponta da pena para,
de seguida, os alunos o largarem e realizarem
o batimento de serviço longo abaixo da cintura.
Componentes Críticas:
- A raquete não deve estar acima da cintura;
- Pega do volante pela ponta da pena;
- O batimento no volante tem de ser repentino.
25
Fase
de
Exte
nsão
Objetivo do Exercício:
O aluno realiza o serviço longo para o colega;
O colega coloca-se debaixo do volante e
realiza o batimento por cima da cabeça
(iniciação ao clear).
Descrição do Exercício:
Os alunos organizam-se em grupos de dois.
Um dos alunos realiza o serviço longo para o colega
e este coloca-se debaixo do volante para realizar
o batimento acima da cabeça.
Componentes Críticas:
- A raquete não deve estar acima da cintura (serviço longo);
- Pega do volante pela ponta da pena (serviço longo);
- O batimento no volante tem de ser repentino;
- O aluno que recebe, coloca-se debaixo do volante (clear);
- O aluno que recebe realiza batimento acima da cabeça.
Fase
de
Exte
nsão
Objetivo do Exercício:
O aluno realiza o serviço longo para o colega;
O colega coloca-se debaixo do volante e
realiza o clear.
Descrição do Exercício:
Os alunos organizam-se em grupos de dois.
Um dos alunos realiza o serviço longo para o colega
e este coloca-se debaixo do volante para realizar
o batimento acima da cabeça de forma a que o batimento
faça com que o volante assuma uma trajetória ascendente e,
de seguida, descendente para o fundo do campo.
Componentes Críticas:
- A raquete não deve estar acima da cintura (serviço longo);
- Pega do volante pela ponta da pena (serviço longo);
- O batimento no volante tem de ser repentino;
- O aluno que recebe, coloca-se debaixo do volante (clear);
- O aluno que recebe realiza batimento acima da cabeça (clear);
- O aluno que realiza o clear deve bater no volante para que este
siga uma trajetória longa para o fundo do campo.
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Fase
de
aplic
ação
Objetivo do Exercício:
O aluno realiza o serviço e clear, assim que as
situações de jogo o permitirem.
Descrição do Exercício:
Os alunos organizam-se em grupos de dois, em que jogam
um contra o outro (1x1 em oposição).
Componentes Críticas:
- A raquete não deve estar acima da cintura (serviço longo);
- Pega do volante pela ponta da pena (serviço longo);
- O batimento no volante tem de ser repentino;
- O aluno que recebe, coloca-se debaixo do volante (clear);
- O aluno que recebe realiza batimento acima da cabeça (clear);
- O aluno que realiza o clear deve bater no volante para que este
siga uma trajetória longa para o fundo do campo.
Fase
de
Exte
nsão
Objetivo do Exercício:
Promover a exercitação do serviço longo e do amorti.
Descrição do Exercício:
Os alunos organizam-se em grupos de dois
e têm como objetivo realizar amorti a receber o
serviço longo de modo a conseguirem acertar com o volante
na área pré-definida pelo professor, perto da rede. Pontuam
sempre que o consigam.
Componentes Críticas:
- A raquete não deve estar acima da cintura;
- O batimento no volante tem de ser repentino;
- Volante alto e para o fundo do campo;
- Contata o volante por cima da cabeça;
- Pé à frente;
- Batimento por cima, de modo a cair perto da rede;
27
28
Fase
de
aplic
ação
Objetivo do Exercício:
O aluno realiza o serviço; o clear; o amorti e o lob assim que a
situação de jogo o “peça”.
Descrição do Exercício:
Os alunos organizam-se em grupos de dois, em que jogam
um contra o outro (1x1 em oposição).
Componentes Críticas:
- A raquete não deve estar acima da cintura (serviço longo);
- O batimento no volante tem de ser repentino (serviço longo);
- Volante alto e para o fundo do campo (clear);
- Posiciona-te atrás do volante (clear);
- Promover os deslocamentos;
- Contata o volante por cima da cabeça (clear e amorti);
- Pé à frente (clear e amorti);
- Batimento por cima, de modo a cair perto da rede (amorti);
- Volante alto e para o fundo do campo (lob);
- Afundo com a perna direita;
- Movimento debaixo para cima.
- Batimento forte por cima (remate).
Módulo 8 – Aplicação
Este módulo corresponde a todo o tipo de planificações, avaliações, reflexões.
Como o próprio nome indica, é a fase onde aplicamos tudo aquilo que reunimos nos
módulos anteriores, que se traduz nos planos de aula, no plano da unidade didáctica e no
plano anual da disciplina.
Remeto para a consulta do portefólio digital, onde estão presentes todos os
documentos elaborados e necessários ao longo do estágio profissional e cujo link é:
http://portefoliodigitalnicolaunasoni.webnode.pt/
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BibliografiaGrice, T., (2008). Badminton Steps to Success. Second Edition. Human Kinetics.
Kalman, B., (2003). Badminton in Action. Crabtree Publishing Company.
Mendes, L., (2010). Sebenta da Didática de Badminton. Faculdade de Desporto da Universidade
do Porto.
Rink, E. Judith, (1993). Teaching Physical Education for Learning. 2nd Edition. Mosby
Siedentop, D., Tannehill, D., (2001). Developing Teaching Skills in Physical Education.
4th Edition. Mayfield Publishing Company.
Sweeting, R., Wilson, J., (1992). Badminton: Basic Skills and Drills. Mayfield.
Vickers, J.N., (1990). Instructional Design for Teaching Physical Activities. A
Knowledge Structures Approach. Human Kinetics.
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