MODELOS FONOLÓGICOS

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Por Thais Cristófaro Silva

Citation preview

MODELOS FONOLGICOSPor Thas Cristfaro SilvaEstruturalismo

O que ?

Oestruturalismofoi um movimento europeu, ocorrido no incio do sculo XX, que englobou diversas reas das cincias humanas. Na rea da Lingustica, o movimento se iniciou aps os trabalhos deFerdinand Saussure, linguista que diferencioulngua(o suprassistema analisado pelos linguistas) defala(a fonte de dados para a anlise lingustica). A partir de ento, as investigaes do componente sonoro foram feitas tendo como base a unidade mnima de anlise fonmica ofonema.

Nas correntes estruturalistas, o fonema era considerado no somente a unidade mnima de anlise, mas tambm uma unidade que permitia a segmentao do contnuo da fala. Nessas correntes, a anlise do fonema prevalecia sobre outras reas, tais como morfologia e sintaxe.

Alm dos trabalhos de Sausurre (Curso de Lingustica Geral- 1916), trabalhos e propostas que contriburam para o progresso da corrente estruturalista foram realizados por Bloomfield (Language 1933), Jakobson (Fonema e Fonologia: Ensaios 1967), Martinet (La Lingstica Sincrnica. Estudos e investigaciones- 1968), Pike (Phonemics A Technique for Reducing Languages to Writing 1947), Sapir (Sound Pattern in Languages- 1925) e Trubetzkoy (Principles of Phonology- 1939). Um trabalho em Portugus que rene diversos textos importantes sobre fonologia e estruturalismo Fundamentos Metodolgicos da Lingustica (DASCAL, 1981).

Caractersticas do modelo:

>>Unidade mnima:fonema

>>Mtodos de anlise:- Anlise deSFS(sons foneticamente semelhantes);- Anlise depares mnimospara identificao de fonemas;- Anlise dealofonespordistribuio complementar.

Crticas ao modelo:

xO modelo segmenta o contnuo da fala em unidades discretas fonemas.

xO modelo no relaciona os alofones entre si. Por exemplo: o modelo relaciona as consoantes[t]e[d]entre si, mas no relaciona os alofones[tS]e[dZ]entre si.

xA unidade mnima o fonema (alguns linguistas iro propor outra unidade mnima para os segmentos).xO modelo no permitegeneralizaesentre fenmenos relacionados. Por exemplo: o modelo no permite dizer queconsoantes so labializadas quando seguidas de vogais arredondadas(/p/ se relaciona a[pW], /b/ se relaciona a[bW], etc.), pois o modelo relaciona apenas os fonemas a seus respectivos alofones.

Fonmica

O que ?

AFonmica a rea da Lingustica que busca estabelecer as relaes entre fonemas e alofones e teve como formulao inicial propor um mtodo para converter a fala em sistemas de escrita. O livro de Kenneth Pike intituladoPhonemics: A Technique for Reducing Languages to Writing (Fonmica: Uma Tcnica para Reduzir Lnguas Escrita) o trabalho seminal deste modelo.

Anlise fonmica*

Para que uma lngua seja analisada fonemicamente, alguns procedimentos so indicados:

1. Primeiramente, deve-se coletar ocorpusa ser estudado.

2. Em seguida, deve-se colocar todos os segmentos(fones)docorpusem uma tabela fontica.

3. Os segmentos fonticos devem ser agrupados na tabela de acordo com suas propriedades articulatrias.

4. A organizao na tabela fontica facilita a identificao desons foneticamente semelhantes (SFS): sons que compartilham propriedades fonticas.

5. Para a identificao dosfonemas, deve-se identificarpares mnimosao agrupar um par de palavras que tenham a mesma sequncia sonora exceto por um som e que tenham significados diferentes.

6. Se fonemas no forem encontrados para todos os SFS, deve-se investigar se ocorre alofonia atravs da caracterizao dealofones. Alofones so sons foneticamente semelhantes que ocorrem em contextos exclusivos: no contexto em que um som ocorre o outro no ocorre. Identificam-se alofones atravs do mtodo dedistribuio complementar.

7. Quando dois ou mais alofones se relacionam a um fonema qualquer pela distribuio complementar opta-se por representar tal fonema com o smbolo do alofone que ocorrem de maneira mais abrangente, em mais contextos.

8. Existe ainda a possibilidade de que alguns sons percam o contraste fonmico em contexto especfico. Neste caso ocorre o fenmeno deneutralizao, no qual esta perda do contraste fonmico representada por um arquifonema(geralmente uma letra maiscula que indica que qualquer um dos fonemas que perde o contraste naquele ambiente pode ocorrer).

9. Finalmente, depois de identificar os fonemas e alofones, constri-se oQuadro Fonmicoda lngua em questo.

Transcrio fonmica

As transcries fonmicas so feitas entre barras transversais/.../.Para as transcries fonmicas, deve-se recorrer ao Quadro Fonmico da lngua estudada (os quadros variam para cada lngua). Somente osFONEMASaparecem nas transcries fonmicas, ou seja, alofones no so utilizados nas transcries. Os smbolos utilizados nas transcries fonmicas so, geralmente, os mesmos utilizados nas transcries fonticas (smbolos propostos pelo Alfabeto Internacional de Fontica). Contudo, smbolos adicionais que no figuram no quadro do IPA podem ser utilizados em transcries fonmicas, desde que seja indicado o que o smbolo representa. Ou seja, todo e qualquer smbolo s tem interpretabilidade se especificado suas caractersticas e funes dentro do sistema simblico em questo. Exemplo de transcrio fonticaversustranscrio fonmica: (palavra transcrita = "fontica articulatria")

MODELOS LINEARES:

Fonologia gerativa

O que ?O modelo fonolgico gerativo foi desenvolvido em meados da dcada de 60, com o surgimento da teoria gerativa clssica proposta por Chomsky. Com o seu trabalhoAspects of the theory of syntax(1965), Chomsky revolucionou os estudos lingusticos ao determinar que o componente sinttico e no mais o sonoro deveria ser o foco das anlises lingusticas. Chomsky introduziu a noo deregras lingusticas (regras que relacionam o som e seu significado), alm de noes comocompetncia/desempenhoe Gramtica Universal. De acordo com suas propostas, o desempenho seria o uso real que o falante faz da lngua, enquanto que a competncia seria o conhecimento da lngua que o falante carrega. A noo de Gramtica Universal foi introduzida como uma proposta de relacionar as lnguas de acordo com suas similaridades. Para Chomsky as semelhanas presentes nas lnguas do mundo ocorreriam devido a uma essncia lingustica gentica comum aos homens. Dessa forma a GU seria uma organizao mental em relao linguagem compartilhada por todos os humanos.

As linhas gerais do modelo gerativo foram introduzidas principalmente com o trabalho de Chomsky e Halle The Sound Patter of English(1968). De acordo com o modelo todo falante possui umaestrutura lingustica profundacom informaes gramaticais. Atravs de regras, tal estrutura modificada gerandoestruturas de superfcie, ou manifestaes da fala. A representao fonolgica seria o nvel subjacente, profundo, e a representao fontica seria o nvel de superfcie. O modelo gerativo tambm traz modificaes que tentam aperfeioar as caractersticas criticadas do estruturalismo. Uma das novas propostas seria a unidade mnima, que passa a ser os traos distintivos, ao invs dos segmentos. Tal mudana iria permitir no s generalizaes, mas tambm uma melhor manipulao das regras fonolgicas.

Novos conceitos: Traos distintivos Classes naturais Regras fonolgicas

Traos distintivos

Uma das caractersticas do modelo gerativo que o difere do modelo estruturalista a unidade mnima admitida. No Gerativismo a unidade mnima deixa de ser os segmentos que compe os fonemas e passa a ser os traos distintivos. Tais traos seriam as propriedades mnimas referentes aos processos articulatrio e acstico envolvidos na produo de um som. De acordo com esse ponto de vista, a representao segmental de um som seria, ento, na verdade, o equivalente a um conjunto de feixes de traos distintivos referentes a esse som. No modelo de Chomsky e Halle, os traos so distintivos, ou seja, so suficientes para provar contrastes fonolgicos, e so binrios, podendo serausentes (-) ou presentes (+).

Os traos podem ser agrupados, ento, em conjuntos que envolvem as propriedades (articulatrias / acsticas) a que se referem. Dessa forma, tm-se traos de classes principais, traos de cavidade, traos de modo de articulao, traos de fonte e traos prosdicos. Para descrio de cada um dos tipos de traos distintivos, consulte a bibliografia indicada em nosso site ( importante lembrar que h divergncia de terminologias adotadas entre autores). Um exemplo de trao de cavidade seria o trao: nasal-no nasal. Por trao + nasal entende-se que o som produzido com abaixamento do vu palatino e por trao nasal entende-se que o som produzido com levantamento do vu palatino.

Veja abaixo a representao do segmento [n] atravs do feixe de traos:

A representao acima a denominadacompleta ou redundante. Essa denominao varia de acordo com a representao adotada, pois no modelo Gerativo as representaes so baseadas em dois tipos de matrizes de traos: as matrizes fonticas e as matrizes fonolgicas. As matrizes de traos seria, assim como a tabela fontica para o modelo Estruturalista, um dispositivo que facilita as transcries. Dessa forma amatriz fonticaagrupa todos os traos distintivos existentes na lngua em questo, enquanto que amatriz fonolgicaagrupa apenas os traos distintivos que diferenciam os segmentos. Na representao fontica, todos os traos devem ser especificados para um determinado segmento. J na representao fonolgica, omitem-se os traos redundantes, aqueles que so irrelevantes para a distino de tal segmento. Seguindo o exemplo acima, podemos representar o segmento [n], da seguinte forma (no-redundante):

Traos distintivos

Com a nova proposta de unidade mnima, o modelo Gerativo permitiu que as regras lingusticas fossem explicadas com mais formalismo e naturalidade. Utilizando-se dos traos distintivos possvel relacionar segmentos e mudanas transformacionais nos segmentos que, at, ento, no eram relacionados no modelo estruturalista. No gerativismo, possvel demonstrar que as regras se aplicam a classes de segmentos. Por exemplo: a representao estruturalista abaixo demonstra o processo de palatalizao de consoantes antes da vogal i:

De acordo com essa representao, relacionam-se os segmentos consonantais com seus respectivos segmentos modificados, mas no se relaciona os segmentos consonantais entre si. J na proposta gerativista, tal agrupamento possvel atravs do uso declasses naturais:

Tanto na representao estruturalista quanto na gerativista, o elemento A (anterior seta) corresponde descrio natural, o elemento B (posterior seta) corresponde mudana estrutural, e o elemento C corresponde aoambienteem que tal mudana ocorre. importante lembrar, que na representao gerativista no h necessidade de no elemento A aparecer os traos que sero modificados em B. Por exemplo, no caso acima, se em B ocorre o trao anterior, no h necessidade de citar o trao + anterior em A.

Classes naturais

Atravs da descrio dos segmentos por traos distintivos, foi observado que os segmentos se relacionavam quanto a determinados traos e, tambm, quanto a determinadas regras. Baseando-se nesses pressupostos, o modelo gerativista introduziu a ideia declasses naturais, que seriam conjuntos de segmentos que se relacionam. Para que dois ou mais segmentos constituam uma classe natural, necessrio que, para especificar a classe, sejam utilizados menos traos distintivos do que a quantidade utilizada para especificar cada segmento. Em geral, pode-se dizer tambm que dois ou mais constituem uma classe natural se:

- os segmentos sofrem regras fonolgicas juntos;- os segmentos funcionam juntos nos ambientes das regras fonolgicas;- um segmento torna-se o outro (e vice-versa) atravs de uma regra fonolgica e- um segmento derivado no ambiente de outro segmento.Dessa forma temos, para o mesmo exemplo de palatalizao acima: os segmentos t e d sofrem a mesma regra fonolgica juntos e, para especificar os dois segmentos juntos necessita-se de menos traos do que para especificar cada um deles. Dessa forma, t e d constituem uma classe natural, como mostrado abaixo:

Regras fonolgicas

De acordo com o modelo Gerativista regras fonolgicas expressam os processos pelo qual a lngua passa, de forma que representaes subjacentes tornem-se representaes fonticas (ou de superfcie). As regras fonolgicas podemtransformar segmentos,cancelar segmentosouinserir segmentos. Para representar uma regra fonolgica, faz-se uso de diversos smbolos, tais como C, V, N, G para as classes de segmentos consoantes, vogais, nasais e glides, respectivamente, por exemplo. Outros smbolos tais como e # tambm so utilizados: o primeiro para representar categorias vazias em regras de insero ou apagamento, e o segundo para representar final de palavra. O exemplo de palatalizao citado no tpico traos distintivos um exemplo de regra de transformao de segmento. Uma das crticas ao modelo gerativo o fato de ele trabalhar com categorias vazias, pois tendo status apenas terico, tais categorias exigem um maior nvel de abstrao.

Fonologia natural

O que ?

A fonologia natural, assim como a fonologia gerativa natural, uma proposta alternativa s ideias do gerativismo. A fonologia natural sugere a ideia de processos e regras na organizao do componente fonolgico. Os processos e regras se referem s mudanas fonolgicas ocorrentes na lngua, de forma que os processos se referem quelas naturais do falante, e as regras se referem quelas especficas de cada lngua. A fonologia natural, diferentemente da fonologia gerativa natural, no busca caracterizar tais processos e regras, mas sim investigar e explicar a naturalidade deles.

Para mais informaes acerca da fonologia natural, consulte o material bibliogrfico indicado abaixo:

STAMPE, David. Natural Phonology. Garland: Nova York, 1980.

Caractersticas do modelo:

>>Unidade mnima:traos distintivos(propriedades mnimas, binrias, de carter acstico ou articulatrio que definem os sons das lnguas).>> Introduz o conceito declasses naturais: uma classe natural o conjunto de segmentos que compartilham traos semelhantes e sofrem regras fonolgicas juntos. Esse conceito foi fundamental para permitir as generalizaes das regras.>> Introduz o conceito deprocessos/regras fonolgicas.>> Permitegeneralizaesnas regras fonolgicas.

Crticas ao modelo:x O modelo acarreta um elevado nvel deabstrao.

xOcorrecomplexidade nos formalismos.

xOcorrepertinncia da slaba.

xO modelo no cobre os nveis representacionais paratom e acento.

xO modelo no relaciona a Fonologia com aMorfologia.

MODELOS NO-LINEARES:

Fonologia autosegmental

O que ?

Os modelos lineares, que analisavam a fala a partir de uma sequncia de segmentos, contriburam significativamente para a evoluo dos pensamentos fonolgicos ao desenvolver as noes de traos distintivos, classes naturais e regras fonolgicas. No entanto, tais modelos apresentavam limitaes ao tentar explicar fenmenos fonolgicos suprassegmentais e prosdicos. Os modelos no-lineares, portanto, buscaram analisar a fala no como uma combinao unidimensionalmente ordenada de segmentos, propunha-se que os segmentos se organizavam hierarquicamente. Assim, segmentos formavam slabas, que, por sua vez, formavam ps, que formavam palavras fonolgicas, etc. Dentro desses modelos no-lineares encontram-se as fonologias autosegmental, mtrica, lexical, da slaba e prosdica.O grande mrito do modelo autossegmental foi a incorporao da slaba teoria. No modelo gerativo, a slaba era tratada como um trao [+ silbico] que era atribudo a um segmento. Esse tipo de anlise era insuficiente e no conseguia dar conta de diversos fenmenos relativos slaba. Na autossegmental, portanto, a slaba adquiriu status fonolgico. Os segmentos passam, ento, a no ser s um conjunto desorganizado de traos, mas um conjunto que possui uma estrutura interna organizada hierarquicamente. As representaes subjacentes tornam-se fonticas atravs de processos de derivao (em que atuam os princpios de boa-formao).A figura abaixo mostra uma representao silbica segundo a teoria em questo:

Caractersticas do modelo:

>>Segmentos possuem estrutura interna (traos organizados hierarquicamente).>>Representaes subjacentes so adotadas para as formas analisadas.

>>Os princpios podem atuar independentemente entre camadas.

>>A slaba tem como constituintes onset (O), ncleo (N), rima (R) e coda (C).

>>Os mecanismos de anlise permitem alto grau de generalizao dos processos fonolgicos.

>>Noo de licenciamento.

>>Princpios definem as representaes com boa-formao.

Representao

No modelo autosegmental, a slaba possui como constituintes imediatos o onset (O) ou ataque e a rima (R), essa que, por sua vez, possui os constituintes ncleo (N) e coda (C). Cada um desses constituintes associa-se a uma ou mais posies da camada CV como mostrado abaixo, para a palavraplanaltos.

Representao:

Posteriormente, props-se que houvesse, ao invs de uma camada com consoantes e vogais, uma camada com unidades temporais (X). Tal mudana na teoria baseou-se no fato de haver, em diversas lnguas, segmentos que so dbios quanto classificao. Isto , h segmentos que, ainda que sejam tradicionalmente classificados como consoantes, apresentam comportamento semelhante ao de vogais em certos contextos. E h tambm vogais que apresentam comportamento semelhante ao de consoantes em certos contextos. Tomemos como exemplo a nasal alveolar /n/ no ingls, embora seja tradicionalmente uma consoante, ela pode ocorrer como ncleo de slaba, a exemplo da palavra reason. Assim, /n/ estaria ocupando uma posio que seria preferencialmente ocupada por uma vogal. Assim, a substituio das consoantes e vogais por unidades temporais, ou posies esqueletais puras, resolve o problema. Alm disso, esse um recurso necessrio para a descrio de alguns fenmenos fonolgicos.

Silabificao

No Portugus brasileiro, os seguintes procedimentos so adotados para a silabificao de palavras. Segue abaixo como exemplo a silabificao da palavraplanaltos.

Procedimentos de silabificao:

1. Atribuir a cada segmento uma posio esqueletal (X).

2. Atribuir posio esqueletal (X) de cada vogal um ncleo (N) e associar o ncleo a uma rima (R).

3. Atribuir um onset (O) posio que precede cada rima (R).

4. Maximizar os onsets (O), isto , caso haja uma consoante (C) que possa ser atribuda tanto ao onset (O) quanto rima (R), ela deve ser atribuda ao onset (O).

5. Atribuir posio esqueletal das consoantes restantes (X) uma coda (C).

6. Atribuir as slabas (), da esquerda para a direita, a cada grupo de onset (O) e rima (R).

A forma como os segmentos so distribudos e associados aos constituintes determinada a partir de princpios, tais como oPrincpio de sonoridade,as condies de licenciamento silbicoe o Princpio do contorno obrigatrio. Tais princpios so especficos para cada lngua, embora se notem tendncias quanto organizao dos segmentos nas diversas lnguas do mundo.