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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁEugênio Texeira Fim
GRR20031335
A UTILIZAÇÃO DO SOM E DA MÚSICA NOTRATAMENTO DE SÍNDROME DO PÂNICO
EUGÊNIO TEXEIRA FIM
Curitiba2008
1
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Eugênio Texeira Fim
A UTILIZAÇÃO DO SOM E DA MÚSICA NOTRATAMENTO DE SÍNDROME DO PÂNICO
Trabalho de graduação apresentado àdisciplina Trabalho de Graduação(HA092), curso de Produção Sonora,Departamento de Artes, Setor de CiênciasHumanas, Letras e Artes, UniversidadeFederal do Paraná.Orientador: Prof. Dr. Hugo S. Mello
.
Curitiba - 2008
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SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
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1. INTRODUÇÃO
Os humanos há muito tempo tem apreciado os poderes de expansão mental promovidos
pela música e por milhares de anos músicos e compositores têm consciente ou intencionalmente
influenciado, os estados cerebrais dos ouvintes pela manipulação de freqüências de ritmos,
timbres, melodias, harmonias de sua música e atualmente por manipulações de freqüências.
Desde os tempos da antiguidade, a música possuía em suas propriedades físicas alguns poderes
mágicos e terapêuticos, então ela sempre foi tida como algo que possui poderes ainda
desconhecidos, mas com muitas evidências no decorrer da história.
No entanto, atualmente alguns estudos (autor) voltados para a descrição de
peculiaridades pertinentes às modalidades sensoriais, com ênfase na audição e no seu potencial
de produzir mudanças comportamentais e emocionais em humanos, despertaram a atenção de
pesquisadores e estudiosos do mundo inteiro dado a contribuição que essas pesquisas têm
trazido para as diversas áreas do conhecimento. Até há pouco tempo ninguém pensaria na
importância de manter o equilíbrio entre os dois lados do cérebro para se ter uma melhor
qualidade de vida. Sincronização dos hemisférios cerebrais é uma novidade que está instigando
várias pesquisas a respeito.
Estudos demonstram que surpreendentes efeitos positivos são desencadeados pelos sons
no cérebro e segundo De Paula (1997), as pesquisas que fundamentam esse estudo são
embasadas por pesquisadores de mais de 50 paises e do Instituto EMDR ® utilizando este método
na resolução de Estresse Pós-Traumático. A integração entre os hemisférios é possibilitada por
estímulos sonoros, sendo que uma das técnicas chama-se binaural beat ou som binaural. Sãosons psicoacústicos que alteram nossa configuração de ondas cerebrais e induzem nossos
hemisférios cerebrais a trabalharem sincronizados. Através da meditação, alguns pesquisadores
constaram pelo eletroencefalograma (aparelho que mede as alterações e os padrões de ondas
cerebrais), que os dois hemisférios cerebrais se integram e trabalham em sincronia, gerando
então, segundo eles um maior aproveitamento de nossas capacidades motoras, emocionais e
intelectuais.
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2. PANORAMA HISTÓRICO DO PODER MEDICIAL DO SOM
2.1 Seus usos e recursos na antiguidadeOs primeiros registros da ação da música sobre o homem estão nos papiros médicos
egípcios de 4.500 antes de Cristo, descobertos pelo antropólogo britânico, Flandres Petrie. Esses
papiros explanavam sobre o encantamento que a música produz sobre as mulheres e a
estimulação de suas fertilidades. Os papiros também revelaram a utilização de um sistema de
sons e de músicas, instrumentais e vocais para o tratamento de problemas mentais e emocionais
e incluía indicações para a cura de algumas doenças físicas.
Um antigo relato de aplicação terapêutica da música está na Bíblia (I Samuel 6,23):David tocava sua harpa para afastar o mal que dominava Saul, que logo se acalmava e
melhorava (ZAMPRONHA, 2007, p. 99). Além disso, conforme Palisca e Grout (1994 ), no
Antigo Testamente existem alguns relatos de benefícios musicais, como o caso de David que
cura a loucura de Saul tocando harpa (1 Samuel, 16, 14- 23) e também o tocar das trombetas e
as vozes que derrubaram as muralhas de Jericó (Josué, 6, 12-20).
De acordo com Palisca e Grout (1994 p. 17), pela mitologia grega a música é de origem
divina e seus inventores e primeiros intérpretes foram alguns deuses e semideuses, como Apolo,
Anfião e Orfeu. Nesse período atribuíu-se à música poderes mágicos onde pessoas pensavam
que ela era capaz de curar doenças, purificar corpo e o espírito. Os gregos, segundo Zampronha
(2007, p.92), tinham também uma relação com a música bem científica. Alegavam que a música
gerava ordem, equilíbrio, harmonia e a usavam para propiciar ao indivíduo o bem-estar.
Também na Grécia antiga, encontra-se muitas das idéias modernas a respeito da saúde e das
doenças ligadas à lógica e à razão. A cura, por exemplo, acontecia depois de uma análise
criteriosa, segundo os princípios lógicos e também ligados ao uso de alguns benefícios da
música. Os gregos valorizavam muito a arte musical e usavam-na para curar, para prevenir
doenças físicas ou mentais e para ajudar na educação dos jovens. Na mitologia grega o médico
e o músico, segundo Weber (2004), são simbolizados pelo mesmo personagem.
Segundo GROUT E PALISCA (1994 p. 18), quando os festivais e a arte musical
começaram proliferar-se cada vez mais, Aristóteles preocupado com o excesso de treino
musical do homem, diz que o ideal era que o homem estudasse música até o patamar de criar
melodias simples e ritmos simples e que não seria recomendado que as pessoas estudassem
música com excesso de detalhes. Isso porque Aritstóteles tinha medo de perder o controle do
estado, pois o povo poderia evoluir sem controle e segurança.
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O filósofo Platão recomendava-a para a cura de angústias, fobias e também educar e
direcionar o caráter da sociedade. No entanto, a música era controlada pelo estado, pois
segundo Platão os efeitos da música nem sempre correspondia ao esperado, então o estado
controlava o que tinha que ser ouvido. Logo, apenas duas espécies de música deveriam ser
utilizadas: a música viva, excitante, adequada à guerra, e a música tranqüila, induzindo à
concentração e relaxamento. Ainda os gregos herdaram de culturas anteriores os
conhecimentos da música como tratamento (ZAMPRONHA, 2007, p. 101).
Para Platão, a música era concebida pelo mito da Música das Esferas1 (SCHAFER,
1991, p. 163), que possibilitava ao indivíduo sintonia com o universo macrocosmo, pois para
ele existia uma música produzida pela revolução dos planetas, mas que os homens não
conseguiam ouvir, apenas senti-la, sintonizando-o então com o universo. A harmonia dasesferas, decorrente da eterna mobilidade dos astros. Segundo Wisnik (1989 p. 99), os planetas
aparecem dispostos no universo como escala. Os astros são os sete planetas da astrologia antiga,
o sol, a lua, Vênus, Mercúrio, Marte, Júpiter e Saturno. O caráter heptatônico dos planetas
coincide com a escala heptatônica dos gregos, além de possuírem o número sete em sua
simbologia que é sagrado em todo universo por todas as culturas, pois o número 3 corresponde
a harmonização divina e o 4 aos humanos e a soma deles dá-se o 7.
Segundo Menezes (2003 p.19), a primeira constatação sobre fenômeno acústico e aexistência de sons vem do conceito da física que diz que sem movimento não pode haver som e
todo movimento produz som, sejam estes percebidos ou não por nosso mecanismo auditivo.
Então, como as moléculas estão em movimento contínuo movimento, a produção de sons no
mundo é ininterrupta. Através dessas constatações é possível afirmar que não existe o silêncio,
ele penas é um fenômeno eminentemente humano e está relacionado às limitações fisiológicas
dos sons pelos humanos.
No Império Romano, visando a saúde e o bem-estar físico e psíquico dos indivíduos, a prática musical foi continuada por eles. Filósofos, sacerdotes e médicos usaram a música como
terapia. No entanto, com a queda do Império Romano, acabou enfraquecendo e obscurecendo os
conhecimentos assimilados dos gregos, mas na Alexandria o espírito científico musical
conseguiu sobreviver, passando depois o conhecimento para os árabes, que desde o século XIII
já fazia uso de “salas de música” em hospitais, procurando melhorar a saúde de seus enfermos.
1 A Música das Esferas é uma teoria antiga dos gregos da escola de Pitágoras, o qual dizia que cada planeta eestrela faziam música enquanto viajava pelos céus ressonando algum tipo de som correspondente a seu tamanhoe velocidade de rotação e translação.
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Segundo afirma Abdounur (1999, p. 21), Boetius (480-524 d.C.), cidadão e escritor
romano, escreveu sobre matemática, aritmética, geometria, astronomia e música. Tudo isso
publicado em cinco volumes no livro De Institutione Musica, em que considera a música uma
força que ocupava todo o universo e um princípio unificador tanto do corpo e alma do homem
quanto das partes do seu corpo. Sua obra foi muito difundida na Idade Média, seu tratado apoia-
se em estudos de Pitágoras.
Há também a Doutrina de Etos e de acordo com Palisca e Grout (1994 p. 20), essa
Doutrina é um sistema de efeitos e qualidades de tons e ritmos regidos pelas mesmas leis
matemáticas que influenciam o conjunto da criação visível e invisível. A música era capaz de
afetar o universo, assim ocorreram várias atribuições de milagres aos músicos lendários da
mitologia. Posteriormente, constataram os efeitos da música sobre a vontade, sobre o caráter e aconduta dos seres humanos. O jeito como a música agia sobre a vontade das pessoas foi
explicada por Aristóteles na doutrina da imitação. Segundo Aristóteles, a música imita as
paixões e estados da alma como ira, coragem, brandura entre outros estados. Assim, quando
ouvimos um trecho musical que imita algum desses estados de alma, ficamos repletos desse
estado de espírito. Resumidamente, quando ouvimos música adequada nos tornamos boas
pessoas e quando ouvimos música inadequada, nos tornamos pessoas más.
Ainda segundo Palisca e Grout (1994 p. 21), houve momentos históricos em que o estado proibiu determinados tipos de música, com o argumento de que se tratava de uma questão
importante para a proteção e o bem-estar das pessoas. Em Atenas e Esparta havia leis sobre a
música nas primeiras constituições. Até mesmo no século XX as ditaduras tanto fascistas
quanto comunistas, tentaram controlar a atividade musical de seus povos.
No Renascimento, época de grandes recriações, releituras e de profunda criatividade
artística, que tentavam desvendar a verdadeira arte de curar, a música, tratada racionalmente
como recurso de saúde, expressão e comunicação, era usada para o tratamento de certasdoenças, e fundia-se com a medicina. Segundo Zampronha (2007), no século XVII, a filosofia
de Descartes (1596-1650) em conjunto com a teoria dos afetos2 , seria a base de uma nova
ciência, a musicoterapia. Acreditava-se que os intervalos musicais podiam expandir ou contrair
o espírito do corpo e influenciar de maneira direta no estado mental. (cit. in Ruud, 1990, p.17).
Ainda conforme Zampronha et al. (2007), no século XVIII, são escritas várias obras a respeito
da música como possibilidade de cura para diversos males. Pierre Buchoz, escreveu Mémoire
2 Desenvolvida no barroco, defendia o princípio de que a música reproduz emoções.
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sur la manière de guèrir la melancolie par la musique, livro baseado na pesquisa sobre a ação
da música nas fibras nervosas e no tratamento de doentes melancólicos.
J.E.D. Esquirol (1772- 1840), um dos fundadores da psiquiatria moderna, recomendava
música, pois segundo ele, se a música não cura, ela distrai; logo, alivia (cit. In RIBAS, 1957,
p.123). No século XIX Chomet escreve The Influence of Music on Health and Life, discorrendo
sobre tratamentos realizados com o auxílio da música, priorizando o gosto musical do paciente.
Dalcroze, um dos precursores que rompeu com a escola tradicional de musicoterapia, ligava o
estudo do ritmo com o ser humano e suas deficiências. Por conseguinte, seus alunos
desenvolveram cursos de rítmica para crianças deficientes e tornaram-se os pioneiros da terapia
do ritmo (apud ZAMPRONHA, 2007, p. 103).
2.2 Algumas relações entre música e medicina
Conforme afirma Weber (2004, p.6) uma relação entre música e medicina está no fato
de inúmeras descobertas médicas terem sido inspiradas na música. Leopold Joseph
Auenbrugger (1722 - 1809), de Viena, Áustria era médico e músico, inventou a percussão
torácica, uma analogia entre a caixa torácica e o tambor, onde Auenbrugger concluiu que
qualquer anormalidade presente dentro do corpo do indivíduo é percebida através da alteraçãodo som ao percutir na caixa torácica. Assim criou também a percussão melódica, método onde
os dedos do médico percutem o corpo do paciente, geralmente no tórax ou no abdômen, e
através dos sons produzidos é avaliado o estado dos órgãos internos.
O estetoscópio, inventado por René-Theophile H. Laennec (1781 - 1826), médico e
flautista, pela dificuldade e pelo pudor de escutar o coração das pacientes encostando o ouvido
no tórax, usou um tubo de papel, parecido com uma flauta e conseguiu ouvir com muito mais
clareza o coração de seus pacientes. Então ele deu o nome do instrumento de estetoscópio, que
vem de sthethos, tórax, e skopos, observador.
Georg von Békésy recebeu o Prêmio Nobel de medicina em 1961, por descobrir como
os ouvidos percebem os sons e ele também era médico e músico. Ele mostrou que a cóclea
diferencia o ouvido humano de um sistema de amplificação. Assim sendo, pode-se dizer que a
música e a medicina compartilham muitos princípios comuns.
2.3 A Música na medicina tradicional chinesa
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Os antigos chineses afirmavam que tudo começou com o Wu Chi, a vibração primordial
ou som cósmico que se divide em Tai Chi (Fig 1) que cria dois tons (polaridade yin/ yang ),
sendo também estes subdivididos em 12 tons ou Lu.
Figura 1 – Taichi (yin- yang)
A filosofia chinesa, conforme Weber (2004, p. 8), acredita na polaridade de duas forças
opostas o Yang (força positiva, masculina) e o yin (força negativa, feminina) e tudo isso está
permeado na natureza aqui presente, onde também, dentro dos 12 tons, seis são de natureza
feminina e seis de natureza masculina, responsáveis pela sustentação do universo.
Ainda conforme Weber (2004 p. 8), os primeiros a estudarem as propriedades dos sons,
antes de Pitágoras, foram os chineses através de notas emitidas por tubos sonoros (seis tubos
yin e seis yang ), onde as relacionavam aos 12 meses do ano. Essas proporções surgiram através
de intervalos de quintas ascendentes, o ciclo das quintas3. A descoberta do ciclo das quintas para os chineses foi muito importante, pois para eles o número cinco é sagrado, pois é o número
dos elementos básicos: madeira, fogo, terra, metal e água. A musicoterapia chinesa relaciona
esses cinco elementos com a escala pentatônica que pode influenciar as emoções e o corpo
humano.
Assim podemos aferir de acordo com a Medicina Tradicional Chinesa que as
freqüências agudas são Yang e as freqüências graves são Yin. Partindo deste princípio básico já
podemos usar o som e a música como tratamento. Por exemplo: em um indivíduo comdeficiência do Yang, apresentando, cansaço, letargia, depressão, palidez, pulso lento, língua
pálida, está indicado sons com alta freqüência, estas podem estar em CDs produzidos
especialmente em laboratórios ou podem-se aprender a desenvolver o instinto de usar o som e a
música. Concertos de violino de Mozart possuem altas freqüências, cantos gregorianos, sons de
guitarra elétrica, saxofone, cítara indiano, solo de violino como Vivaldi, Mozart e Bach. O
ritmo deve ser o andante e o allegro. Os timbres principais é o violino, a voz humana,
instrumentos de corda como violão, guitarra elétrica, trompete, saxofone, cítara, guitarra baiana,
3 Ciclo das quintas – a partir de uma nota chega-se a todas as outras por um intervalo de quinta justa.
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sons de baleias, sinos tibetanos, diapasões, som do vento e juntamente com uma nova técnica, o
som binaural (será visto nos próximos capítulos) condicionando um padrão de onda beta
(capítulo 4).
Para um indivíduo com deficiência do Yin apresentando insônia, ansiedade,
irritabilidade, hipertensão, enxaquecas, sensação de calor, pulso rápido, língua vermelha, está
indicado o uso de freqüências e sons graves. Os sons binaurais são indicados, pois são de baixa
freqüência (utilizando principalmente ondas alfa, theta, delta), assim como concertos de
violoncelo, piano, teclados, oboé, tambores. O ritmo deve ser o largo, largueto, adágios. Os
timbres principais são do piano, teclado, flautas, violoncelo, tambores, fagote, trompa, sons da
água. Isso ajuda muito o indivíduo com problemas desse nível.
2.4 A musicoterapia dos cinco elementos
2.4.1 Terra
A música de terra corresponde a melodias suaves, prolongadas e calmas. Isso estimula o
baço, o pâncreas e o estômago. A música de terra é serena, equilibrada, mas ao mesmo tempo
intensa e visceral. Como exemplo tem-se a música de raiz em geral, moda de viola, repente
nordestino e compositores eruditos como Bach e Bartok. Os instrumentos musicais utilizadossão de percussão como vasos, ocarinas e sopros feitos de barro. Seu intervalo musical mais
utilizado é a terça maior e oitava e escala pentatônica chinesa no modo gong (mi, sol, lá, dó, ré).
O modo ocidental é o mixolídio e o ritmo principal é o adágio (66 - 76bpm) e o andante (76 -
108).
2.4.2 Madeira
A música da madeira possui melodias alegres, expansivas e em tonalidade maior.Estimulam o fígado e a vesícula biliar e a madeira representa a origem e a vida. Como exemplo
tem-se Mozart, Vivaldi e Jimi Hendrix. Os instrumentos que representam essa música são as
flautas de bambu e os sopros em geral. O intervalo musical mais utilizado é a quinta, sexta
maior e oitava. A escala pentatônica chinesa utilizada é o modo Jiao (dó, ré, mi, sol, lá). Os
modos ocidentais são o jônio e o lídio. O ritmo é moderato (108 - 120bpm); allegro (120 -
168bpm).
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2.4.3 Fogo
A música do fogo é uma música dramática que leva ao transe. Ajuda na organização,
melhora o coração, a circulação sanguínea e o intestino delgado. Essa música representa a
energia, como o fogo e dentre os exemplos musicais estão o Tecno, frevo, carnaval, óperas,
Beethoven, Wagner e Vivaldi. Os instrumentos mais utilizados são os de cordas como guitarra,
violão e cítaras. O intervalo musical é a quinta justa. A escala pentatônica chinesa é o modo Zhi
(sol, lá, dó, ré, mi). O modo ocidental utilizado é o frígio. O ritmo é o presto (168 – 200 bpm);
prestíssimo (200 - 208bpm).
2.4.4 Metal
A música do metal é intimista, em tonalidade menor e expressa certa melancolia.
Estimula os pulmões e o intestino grosso. A sua energia é a de limpeza e purificação. Como
exemplos musicais têm-se Chopin, Debussy, alguns jazzistas americanos, Stravinsky,
Schoenberg e Stockhausen. Os instrumentos utilizados são os gongos, carrilhões, sinos
tibetanos, xilofones e instrumentos de metal em geral. Os intervalos musicais são as segundas,
segundas menores, terças menores, e sextas menores. A escala pentatônica chinesa é o modo
Shang (ré, mi, sol, lá, dó). O modo ocidental é o dórico, eólio e lócrio. O ritmo é o largueto (60-
68 bom); adágio (66 – 76 bpm).
2.4.5 Água
A música da água é densa e profunda e estimula rins, bexiga e dá sabedoria. Os
exemplos são: música erudita romântica, música clássica chinesa, música minimalista, new
age de sons oceânicos e primordiais. Os instrumentos são os tambores, xilofones, calimbas,
trompas e violoncelo. Os intervalos musicais freqüentes são os de terça menor, sexta menor e
sexta maior. A escala pentatônica chinesa é o modo Yu (lá, dó, ré, mi, sol). O modo
ocidental eólio e dórico. O ritmo largo (40 – 60 bpm); largueto (60 – 66 bpm).
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3. PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOM E DA MÚSICA
3.1
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4. OS PADRÕES DE ONDAS NO CÉREBRO
Segundo Weber (2004 p. 67), as ondas são divididas em mecânicas ou não mecânicas.
Ondas mecânicas ( yin) são as que se propagam em meio sólido ou elástico, por exemplo: ondassonoras, ondas na água. As ondas não mecânicas ( yang ) não precisam de meio material para se
propagar, como por exemplo: ondas eletromagnéticas, luz, ondas elétricas, ondas de rádio.
Conforme DePaula (2007), a condução de informação entre um neurônio e outro é feita
por impulsos elétricos. O termo onda implica num sobe desce contínuo da descarga elétrica que
é conduzida. A carga elétrica pode ser positiva ou negativa e quantas vezes por segundo ele
varia entre essas duas é o significado do termo freqüência. A freqüência, representada por Hz,
implica em quantas vezes em um segundo houve uma variação par de positivo e negativo. Avariação da freqüência das ondas cerebrais no indica que tipo de atividade cerebral está
predominado em dado momento.
As ondas cerebrais, conforme Weber (2004 p. 79) são medidas como as ondas sonoras,
em Hertz (ciclos por segundo). No decorrer do dia nosso cérebro passa por quatro estados
mentais ou quatro tipos de ondas cerebrais. São as freqüências cerebrais alfa, beta, teta e delta
que têm forma de ondas eletromagnéticas produzidas pela atividade elétrica das células
cerebrais. Com o aparelho eletroencefalógrafo
4
, elas podem ser medidas e registradas em ciclos por segundo ou Hz (hertz). Essas ondas eletromagnéticas mudam de freqüência, conforme as
atividades elétricas dos neurônios, adaptando-se às suas tarefas e se adequando com as diversas
atividades diárias de cada pessoa (Fig. 1).
Os dois hemisférios estão ligados pelo corpo caloso e essa estrutura funciona como uma
ponte entre ambos os lados e pode ser exercitada e fortalecida mentalmente até se tornar
fisicamente capaz de transmitir informação entre os dois hemisférios com mais velocidade e
potência. Sincronizando os dois hemisférios e permitindo que estes trabalhem em uníssono,
podemos potencializar as nossas capacidades mentais. É como um computador que possui um
processador mais rápido e mais forte e seus componentes funcionando com maior eficiência5.
Através de estudos já comprovados, segundo Weber (2004, p.68), a atividade elétrica
cerebral ou os padrões de ondas cerebrais estão relacionados com a atividade neuroquímica no
cérebro; logo, os padrões de ondas cerebrais correspondem a neuroquímicos do cérebro como
noradrenalina, endorfinas e serotonina. Assim sendo, se alterarmos o padrão de ondas no
cérebro, consequentemente altera-se a química cerebral.
4 Aparelho que mede em que padrão de onda o cérebro está trabalhando.5 http://arcadesonhos.googlepages.com/ohomemeosonho Acessado em 12/07/08 as 23:32hs
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Tabela dos estados mentais
4.1.1 Beta
Essa freqüência é do estado de alerta, vigília e desperto. São ondas mais rápidas. Gera
atenção, concentração e cognição. Estado mental de atenção total, onde os neurônios
transmitem informações rápidas, permitindo atingir um estado de concentração. O treinamento
de onda beta é usado por terapeutas para tratar problemas de aprendizagem e concentração. A
faixa de ondas beta está entre 13-30 Hz. É indicado estimular esse padrão de onda quando se
tem déficits de cognição, cansaço mental, dificuldade com o raciocínio lógico, dificuldade de
atenção ou déficit neurológico (WEBER, 2004, p. 82).
[...] Consciência alerta, atenção, vigília, concentração, atividade mental. O estado beta está associado ao pensamento linear da atividade mental. Esse é o estado emque usualmente estamos para atender as nossas atividades do dia a dia como dirigir,ir ao banco, ler, conversar. No estado beta, a mente está concentrada usualmente emapenas uma coisa e a concentração é focalizada. O neuroquímico associado a esseestado é a noradrenalina. (WEBER, 2004)
4.1.2 Alfa
12
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Estado de meditação e relaxamento onde a ansiedade desaparece e gera uma sensação de
paz e bem-estar. A faixa de ondas alfa está entre 7Hz e 12 Hz. No estado alfa é possível acessar
estados de consciência bem profundos. Quase um estado de dormência. Quando você está
relaxado, sua atividade cerebral baixa do rápido padrão Beta para as ondas Alfa mais lentas.
Sua consciência interna se expande. Sua energia criativa começa a fluir e a ansiedade
desaparece. O treinamento Alfa é muito indicado para tratamento do estresse e as sessões de
som binaural que contém freqüências alfas, são excelentes para a solução de problemas de
memorização e para relaxar. Essa freqüência alfa funciona como um portal para estados de
consciência mais profundos. Dentro da faixa Alfa, está a Schuman Resonance - a freqüência do
campo eletromagnético da Terra, essa freqüência tem chamado muita atenção dos cientistas da
área de neuroacústica pelos seus imensos benefícios6. O ritmo alfa é o padrão básico vibratóriode todas as criaturas do planeta segundo Weber (2004 p. 82). Mediante estudos com
eletroencefalograma, chegou-se a conclusão que alcoólatras, viciados em drogas, indivíduos
ansiosos, produzem pouca atividade alfa. Sendo assim, regularizando esse padrão de onda
nesses indivíduos, equilibram-se os neurotransmissores. Assim é certa a possibilidade de
utilizar terapias que atuem nas atividades cerebrais, alterando os padrões de onda do cérebro.
Uma das técnicas é o tratamento pelo som binaural, que será visto posteriormente nesse
trabalho.[...] Relaxado, calmo lúcido, sem pensamentos, contemplativo. As ondas alfa estãoassociadas com um reflexivo, interiorizado e quieto estado mental. Nesse estado, amente está como foco aberto olhando para a pintura como um todo. Se em beta, nósolhamos a árvore, em alfa, nós olhamos a floresta. O neuroquímico associado é aacetilcolina e serotonina. (WEBER, 2004)
4.1.3 Teta
Segundo Weber (2004 p. 47), esse padrão de onda, a atividade cerebral baixa quase ao ponto do sono. Teta é o estado do relaxamento profundo e meditação, onde incríveis
capacidades mentais ocorrem. Esse estado propicia flashes de imagens do inconsciente,
criatividade e acesso a memórias há muito tempo esquecidas. Você pode sentir a sua mente
expandir além dos limites do seu corpo.
6 http://www.holosonic.com.br/os4estados.htm acessado em 21/07/08 as 13:22hs
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As ondas Teta têm um importante papel em programas de modificação de comportamento
e têm sido usadas no tratamento do vício de drogas e álcool. Teta é também o estado ideal para
aprendizagem acelerada, reprogramação mental e lembrança de sonhos.
A faixa das ondas Teta está entre 4 e 7 Hz. Em Teta, fica-se receptivo a informações que
estão além do nosso estado normal de consciência, ativando estados mentais extrasensoriais.
[...] Relaxamento profundo, meditação, imagens mentais, aprendizado, criatividade.Ondas cerebrais theta estão relacionadas aos sonhos. No estado de vigília, as ondastheta estão relacionadas com criatividade, imaginação, visualização e resolução d
problemas. Nas crianças é o ritmo cerebral predominante. Esse expansivo estadoemocional em terapia pode facilitar a catarse e romper com determinadas barreirascomportamentais ou de defesa. O neuroquímico associado é a endorfina (WEBER,2004).
4.1.4 DeltaDelta é a mais baixa de todas as freqüências de ondas cerebrais. Está associada ao sono
profundo, sonhos, inconsciência e algumas freqüências na faixa Delta liberam o hormônio do
crescimento humano (HGH) que é muito benéfico para a regeneração celular e a cura.
Delta é a onda cerebral onde a intuição pode aflorar facilmente. Os programas que contêm Delta
são ideais para o sono, a recuperação físico/mental e meditação profunda. A faixa Delta está
entre 0,1 e 4 Hz. Esse padrão de onda pode ajudar muito na recuperação da saúde da pessoa.
[...] Sono profundo, sonhos, inconsciência, coma. As ondas cerebrais delta, estãorelacionadas com o relaxamento profundo. O sono delta é o mais profundo estado desono, com a menor taxa metabólica, menor pressão sanguínea, menor temperaturacorporal e menor freqüência cardíaca. Esse é também o estado de mais rápidarecuperação da saúde física. O neuroquímico associado é o hormônio docrescimento. (WEBER, 2004).
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5. AS NOVAS TERAPIAS SONORAS E SEUS EFEITOS NO SER HUMANO
Conforme afirma Hamel (1976 p. 204), a cura de doenças mentais através da música esons tem uma história milenar que passa por todas as culturas. A tarefa dos curandeiros e xamãs
consistiam em oferecer aos doentes cânticos curativos em vez de remédios. Os antigos gregos
acreditavam poder curar dessa forma pessoas que sofriam de diversos males. Com um
instrumento de sopro tocavam sons da escala frigia sobre os pontos doloridos. Diz-se também,
que Pitágoras utilizava canções contra problemas corporais, para melhorar a aflição e para
acalmar a ira das pessoas. Ainda segundo Hamel (1976 p. 204), um médico vienense
Hofgartner, relata que com música mais acelerada e agradável os olhos do paciente brilhavam, o pulso se acelerava e a face ficava mais corada; por outro lado, música mais lenta e sombria
embaçava os olhos dos pacientes, palidez no rosto e desacelerava a pulsação.
De acordo com Hamel (1976 p. 205), é um fato comprovado que música rápida acelera o
batimento cardíaco e também que música pode influir na pressão sanguínea e até mesmo
modificar um eletrocardiograma e eletroencefalograma. Um pesquisador do comportamento
Johannes Kneutgen, relata que adolescentes débeis mentais e retardados passavam noites mais
calmos pelo fato de colocarem para eles ouvirem, canções de ninar e também casos deincontinência urinária noturna foram reduzidos em dois terços. Também constataram que era
possível interromper a medicação de vários calmantes.
Segundo Weber (2004 p.30), o som e a música causam grandiosos efeitos no cérebro dos
seres humanos. A via auditiva possui conexões com todas as regiões do cérebro. Assim sendo,
por meio do som podem-se ativar todos os níveis do cérebro, como o tronco cerebral, o tálamo e
o sistema límbico. O som pode alterar a quantidade de secreção de neuroquímicos7, agindo
também alterando e modificando o nível de dor, por exemplo. Tudo isso porque o som tem o
poder de alterar o padrão de ondas cerebrais e consequentemente modifica o nível de
neurotransmissores.
Como afirma Roederer (2002 p.267), a música transmite informação sobre estados
afetivos. Ela pode contribuir para a equalização do estado emocional de pessoas. Porém,
infelizmente não existem paradigmas para mensurarmos o quanto a música pode ajudar, mas as
evidências no decorrer da história são muitas sobre os efeitos terapêuticos, curativo e mágicos
da música e dos sons.
7 São os hormônios secretados pelo cérebro, como a adrenalina e a serotonina
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Conforme Zampronha (2007 p. 85), a partir da segunda metade do século XIX, tem-se
notícias de estudos acerca dos efeitos fisiológicos da música e dos sons sobre a digestão, a
circulação, a respiração, a força muscular, as secreções cutâneas, as ondas cerebrais, as emoções
no homem e nos animais. Os pesquisadores acreditam que as vibrações sonoras de uma música
entram em ressonância com essas vibrações internas do organismo e causam diversas reações
motoras e psíquicas.
O som e a música geram poderosos efeitos no cérebro pela via auditiva que possui
conexões com todas as regiões do cérebro, segundo Helmholtz (1821 - 1894). Sendo assim,
podem-se ativar todos os níveis do cérebro alterando a secreção de neuroquímicos através do
som binaural que será discutido logo as seguir. Os sons, segundo Alfred Tomatis, médico e
pesquisador da área da audiopsicofonologia, de alta freqüência possuem propriedadestonificantes e energizantes e os de baixa freqüência possuem propriedades relaxantes.
6.2 O som binaural e a sincronização dos hemisférios cerebrais
De acordo com Weber (2004 p. 110), tem sido demonstrado que pulsos sonoros podem
estimular alterações nas ondas cerebrais e o cérebro tem a tendência em igualar seu próprio
pulso de onda cerebral com pulsos de som exteriores, um fenômeno conhecido como“condicionamento acústico de onda cerebral” (acoustic brainwave entrainment). Conforme
Weber (2004 p. 90), pesquisas têm demonstrado que os diferentes estados da mente podem ser
induzidos através da audição de pulsos de som que igualam à velocidade das ondas cerebrais
associadas com estes estados da mente.
Em 1839, o estudioso alemão Heinrich Wilhelm Dove descobriu essas batidas binaurais
(binaural - beats) ou som binaural. Segundo Weber (2004, p.118), esse fenômeno acontece
quando são incididos simultaneamente aos dois ouvidos através de fones de ouvido, dois sons
com freqüências diferentes, com freqüências abaixo de 1.000Hz, resultando em um batimento 8.
Por exemplo, em um ouvido é incidido 200 Hz e em outro é enviado 210 Hz. Existe uma
diferença de 10 Hertz. Esse batimento de freqüência formada pela diferença dos dois sons, cria
um estímulo no núcleo olivar superior (estrutura da base do cérebro a qual é responsável pela
integração dos sons percebidos pelas duas orelhas), estimulando-o a produzir um padrão de
onda relativo a 10 Hertz, que no caso refere-se ao padrão de onda alfa. Sendo assim, esse
padrão de onda alfa faz com que o cérebro, nesse caso, secrete o neuroquímico acetilcolina.
8 Dois sons com frequências ligeiramente diferentes, ocasionando uma constante mutação no ouvido. Quantomais próximos forem os sons, mais lento é o batimento.
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No entanto, esse som binaural não é ouvido pelo homem, pois sua capacidade de
audição vai de 20 a 20.000 Hz. Essa onda é apenas percebida pela área auditiva do cérebro,
núcleo olivar (WEBER, 2004).
Novas pesquisas têm descoberto que essas freqüências podem ser superpostas, camada
após camada, produzindo complexas matrizes sonoras com poderosos efeitos de mudança de
estado mental (WEBER, 2004). Certas combinações de freqüências podem produzir intensa
atividade de ondas alfa, teta e delta.
[...] dessa maneira se quiséssemos condicionar um ritmo delta entre 1,5 e 3Hz,usaríamos diferenças de 3Hz por exemplo: em um ouvido seria enviada umafreqüência audível em torno de 400Hz e em outro ouvido 403Hz. Se quisermos
condicionar um ritmo alfa, a diferença deve ser em torno de 8e 13Hz e assim por diante. (WEBER, 2004)
[...] é o caso de Geral Oster e Robert Monroe, ambos, trabalhando de formaindependente, descobriram os efeitos dos sons binaurais. Eles descobriram que, comessa incidência de sons simultâneos com diferentes freqüências nos ouvidos, onúcleo olivar, uma estrutura do cérebro, começa a ressonar e cria um padrão de ondacerebral compatível com a diferença de freqüência entre os dois sons. Por exemplo,à incidência simultânea de uma freqüência de 200Hz em um ouvido e 210Hz emoutro, a diferença de 10Hz estimula a criação de um padrão de onda relativo a 10Hz,isto é, um padrão de onda alfa. . (WEBER, 2004)
Quando se ouve este efeito através de fones de ouvido durante cerca de 15 a 30 minutos,
cria-se um estado denominado de sincronização hemisférica, ambos os hemisférios cerebrais
produzem um único padrão de onda.. Segundo Weber (2004 p.136), este estado mental acontece
geralmente em pessoas que meditam com freqüência e é extremamente benéfico para a saúde
mental, quando ambos os hemisférios trabalham sincronizados, pois geralmente cada hemisfério
cerebral trabalha em padrões de ondas diferentes. Sendo assim, nossa capacidade cerebral fica
elevada.
Conforme afirma Hutchison (1994 p. 44), Robert Monroe um pesquisador dos mundos
interiores escreveu o livro Jorneys Out of the Body e fundou o Instituto Monroe na Virgínia,
EUA. Esta é uma organização dedicada ao estudo da consciência e seus estados modificados.
Através de muitos anos de experimentação, Monroe e seu grupo de amigos ao qual ele chamou
de Explorer Team, trabalharam no pequeno laboratório de Monroe, pacientemente explorando e
notificando os efeitos físicos e mentais (particularmente freqüência de onda cerebral, amplitude,
e sincronicidade indicada pelo EEG) de vários freqüências, e comparando com os efeitos de
outros sons, como seleções de Mozart, Bach, música popular, rock e simples batidas rítmicas
em vários tempos. Então ele descobriu cerca de 53 freqüências que podem ter um positivo e
forte efeito no cérebro humano.
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Ainda conforme Hutchison (1994 p. 31), ao longo de anos de pesquisa desenvolveram
um processo capaz de alterar os padrões de ondas cerebrais de forma a induzir estados de
consciência particulares. Através dos anos 60 e no início dos anos 70, Monroe explorou os
efeitos dos sons no cérebro e descobriu que poderia produzir um direcionamento ou
condicionamento das ondas cerebrais Com o tempo, esta equipe de pesquisadores desenvolveu
o processo de criar sons binaurais também. Assim como um copo de cristal ressona a uma pura
tonalidade, o cérebro ressona quando é bombardeado com ondas sonoras pulsantes, esse efeito
foi patenteado em 1975, e é chamado de frequency following response of FFR.
No decorrer do processo de pesquisa, de acordo com Hutchison (1994 p. 54), Robert
Monroe descobriu um acontecimento de grande significância. Fantasticamente ocondicionamento de frequency following response não acontecia somente na área responsável
pela audição, ou somente no lado esquerdo ou direito dos hemisférios cerebrais, o cérebro
inteiro ressona, as formas de onda de ambos os hemisférios tornam-se idênticas em freqüências,
amplitude, fase e coerência. O que Monroe descobriu foi uma técnica de produzir um estado de
equilíbrio e unidade entre os dois hemisférios cerebrais pelo som binaural.
Com a descoberta em 1960, como diz Hutchison (1994 p. 57) que os hemisférios
cerebrais operam independentemente e em diferentes modos, cientistas rapidamente chegaramàs implicações: a atividade cerebral humana é predominantemente focada em um hemisfério a
cada tempo, com dominância movendo-se para trás ou para frente entre os hemisférios de
acordo com o tipo de atividade diária. Mas o que aconteceria se, nossos cérebros usassem todo
seu poder simultaneamente, ambos os hemisférios funcionando igualmente e cooperativamente?
Essa resposta veio no início dos anos 70, quando estudos de EEG sobre as ondas cerebrais de
meditadores, revelou que em estados de profundo relaxamento, as ondas cerebrais mudavam de
sua forma assimétrica normal com dominância hemisférica para um estado de balanço eintegração de todo o cérebro, com mesma freqüência de onda cerebral, esse estado foi
denominado de sincronização hemisférica ( Hemi-Sync).
Os cientistas notaram que este fenômeno raro é acompanhado de profunda tranqüilidade,
flashes de insight criativo, euforia, atenção intensamente focada e aumento das habilidades de
aprendizado. Mas infelizmente eles notaram que somente meditadores com experiência parecem
aptos a criar este estado. Mas agora Monroe, estimulando o cérebro dos indivíduos com sons, os
coloca em um estado de sincronização hemisférica. Meditação instantânea. Cientistas há muito
tempo conhecem que específicas freqüências de ondas cerebrais produzem estados mentais indo
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de altos estados de concentração, provocados por ondas betas, através de relaxamento de alfa ou
ativação de memória criativa de ondas tetas ao sono profundo, de delta. Agora Monroe pode
determinar as freqüências de onda cerebral simplesmente selecionando a apropriada binaural
beat. Isto significa que é possível produzir padrões de onda cerebral unificados em ambos os
hemisférios, para evocar efeitos fisiológicos e estados mentais desejados. Para testar isso,
Monroe produziu um tape que induz a very slow (delta ) binaural beat no cérebro e quando
ministrada a centenas de indivíduos eles rapidamente dormem.
Pelas afirmativas de Hutchison (1994 p. 63), os resultados dos experimentos de Monroe
com a sincronização dos hemisférios do cérebro , tornam-se claro que o processo tem um amplo
campo de aplicações, incluindo o aumento de um variedade de funções mentais e cerebrais,incluindo focalização e atenção, resolução de problemas, insônia, criatividade, memória e
aprendizado. Muito da evidência avaliável vinha de médicos, psicólogos, educadores, cientistas,
terapeutas e outros através do mundo que investigam e documentam os efeitos da técnica de
Hemi-Sync em suas próprias áreas de especialização. Através das pesquisas publicadas a técnica
de Hemi-sync ajuda no tratamento de drogas, alcoolismo, aumento nas habilidades de
aprendizado, retardamento mental, autismo e distúrbios emocionais em crianças, melhora da
visão, redução da dor durante e após a cirurgia e aumento do potencial criativo.
Conforme Hutchison (1994 p. 68), alguns engenheiros elétricos na área de Tacoma,
EUA, desenvolveram um gerador de sinal binaural, que produz freqüências desejadas e
automaticamente mistura com música ou outros sons. O som pode ser enviado através de fone
estéreo ou alto-falantes externos. O aparelho do tamanho de um pequeno livro, não somente
produz o som binaural, mas pode produzir diversos sinais que você pode mesclar ondas theta
com beta ou theta com delta para um profundo relaxamento e uma experiência soporífica. Como
resultado do trabalho de Edrington e Owens, o gerador de sinal binaural está sendo usado paramelhora de aprendizado em muitas escolas públicas. Os sons binaurais são usadas em muitas
instituições de alto aprendizado, incluindo Brown University Medical School, the University of
North Carolina, University of Kansas Medical School, and the United States Army language
schools.
De acordo com Hutchison (1994 p. 70), encorajado pelo sucesso do som binaural na
melhora no aprendizado, Edrington determinou a análise justamente de quais efeitos a técnica
provoca nas ondas cerebrais. Seu estudo é o mais rigoroso, cuidadoso e conduzido e talvez o
mais impressivo estudo científico da exploração das batidas binaurais. Antes de colocar os
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indivíduos em um ambiente neutro (uma cama em um quarto escuro e sem barulho), Edrington
colocou uma variedade de estímulos sonoros através de fones de ouvido estéreo, incluindo o
som binaural em freqüências de 4hertz, ruído rosa, música, pulsos rítmicos, som binaural,
silêncio e combinações de estímulos. Em resposta ao som binaural de 4hertz, os indivíduos
mostraram um enorme aumento em amplitude de onda cerebral theta. O condicionamento
ocorreu em resposta ao estimulo binaural. Em adição a mensuração de sincronização
hemisférica indicou de 87% dos indivíduos mostraram significantes aumentos de sincronização
hemisférica, significando um aumento de suas habilidades cerebrais. O estudo Edrington
afirmou não deixar dúvidas de que as batidas binaurais possuem um direto e significante efeito
de condicionamento e sincronização cerebral.
Ainda conforme Hutchison (1994 p. 84), provavelmente a maior autoridade em
sincronização hemisférica é o Dr. Lester Fehmi, diretor do Princeton Behavioral Medicine and
Feedback Clinic, que observou ondas cerebrais usando um Multicanal de monitor de EEG que
permitiu uma imagem de toda atividade cerebral. Fehmi confirma que a sincronização
hemisférica de onda cerebral pode ser induzida por som binaural.
5.2 As propriedades medicinais do som binaural
Segundo DePaula (2007), o primeiro estudo que se tem registro sobre os efeitos do som
na atividade cerebral foi à publicação de Fechner, em 1860, com o título Elementos da
Psicofísica. Vários cientistas estudaram a atuação funcional do ato de ouvir e suas influências
no humor e na percepção do mundo. Um dos que mais se destaca é Dr. Guy Bérard cujo
trabalho e pesquisa culminaram na publicação de Audition égale Comportement .
Conforme afirma De Paula (1997), pesquisadores fizeram uma importante constatação:
os sons emitidos pelos equipamentos de Imagem por Ressonância Magnética (MRI) reduzia a
dor dos pacientes submetidos a este exame. Foi realmente surpreendente demonstrar que um
paciente com dor ao se submeter a uma ressonância, tinha sua sensação de dor diminuída, ou
suprimida completamente. Não só confirma a questão dos sons como instrumento terapêutico
(desta vez acidentalmente), bem como, alerta os pesquisadores sobre levantamentos feitos por
MRI e outras possíveis alterações neste tipo de exame largamente utilizado nos mapeamentos
cerebrais.Conforme Weber (2004 p.119), quando se equilibra o padrão de onda cerebral,
consequentemente haverá uma alteração na química do cérebro. Essa técnica psicoacústica,
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pode servir para a medicina complementar ou abolir o uso de medicamentos químicos, pois o
som binaural pode então estimular o cérebro a produzir o que ele necessita.
O Instituto Monroe, e posteriormente outras empresas, desenvolveu uma linha de CDs Hemi-Sync (tecnologia de sons binaurais criada e patenteada pelo instituto Monroe). Usando
estes CDs podem-se atingir determinados estados de consciência. Existem CDs que auxiliam
para potencializar a aprendizagem, deixar de fumar, melhorar o sono, promover uma cura para
síndromes mentais e induzir sonhos lúcidos9.
O pesquisador Andrew Neher investigou os efeitos dos tambores em padrões de EEG e
encontrou que ritmos podem dramaticamente alterar a atividade do padrão de onda cerebral.
Outro pesquisador de rituais shamânicos, Harner encontrou que no ritmo da batida do tambor
predominam as ondas theta durante os procedimentos iniciais shamanicos. Esse tipo de indução
de estados mentais, de acordo com Weber (2004 p.219), são fatos que os xamãs ou os monges
do Tibete, descobriram há séculos usando métodos naturais. Os xamãs chegam a estados
mentais alterados através da ingestão de substâncias naturais e os monges tibetanos através da
meditação e yoga.
Conforme afirma Hutchison (1994 p. 85), muitos dos geradores de pulsos sonoros agora
geram um campo na freqüência de 7.83hz. Este é o pulso relacionado of the earth ionosphere
cavity, também conhecido como "Schumann Ressonance". Foi constatado que essa é uma das
que possuem uma ampla variedade de efeitos benéficos no seres humanos, indo de melhora da
saúde a aprendizagem acelerada. Quando um sistema biológico vibra nesta frequencia, podemos
dizer que ele está em um estado de ressonância ou afinação com a freqüência magnética do
planeta, e talvez este ritmo único que tem sido denominado de "earth's natural brain wave"
produz profundos efeitos.
Cada padrão de onda cerebral tem sua própria freqüência e sua forma de onda, assim
quando o som modifica algum determinado padrão de onda gera efeitos diversos no cérebro. A
Tabela 2 mostra os estados mentais e os efeitos gerados por essas freqüências através da
aplicação do som binaural.
TABELA 2: EFEITOS GERADOS PELA ALTERAÇÃO DOS PADRÕES DE ONDAS CEREBRAIS
9 http://arcadesonhos.googlepages.com/ohomemeosonho acessado em 21/07/08 as 11:29hs
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Figura 2 - Aparelho de infrasom, outra técnica de terapia por som.
0,5 – 1,5 Hz Liberação de endorfina, que relaxa e dá prazer.
0,9 Hz Sensação de euforia.
2,5 Hz Produção de opiáceos endógenos (anestésicos e ansiolíticos).
4,0 Hz Liberação de encefalina, narcótico com efeitos similares aos da morfina e
heroína.
10 Hz Liberação de serotonina (neurotransmissor que regula a liberação de
hormônios), que é estimulante e melhora o humor.
14 Hz Estado alerta, concentração.
20,215 Hz Efeito similar ao do LSD.
30 Hz Efeito da maconha.
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Segundo Weber (204 p. 165), o Infrasom é um aparelho que emite ondas sonoras
audíveis, entre 60 e 100 Hertz, e é aplicado diretamente no local afetado do corpo humano e nos
pontos de acupuntura, aliviando as dores. Estas ondas, por sua vez, desencadeiam a estimulação
no local onde o corpo se encontra debilitado. Este processo faz com que as dores diminuam, que
o estado físico se fortaleça e que o organismo se estabilize em um processo batizado de
"regeneração de dentro para fora", tornando o organismo mais resistente.
Para Weber (2004 p. 86), uma importante propriedade terapêutica do som é o seu efeito
regenerativo e a diminuição do estado de adesão e coesão das estruturas orgânicas, que
promove um efeito circulatório, aliviando dores, espasmos, nodulações e tumores Além disso,
destaca o especialista, essa é a única eletroterapia que também pode ser aplicada, sem restriçõesou efeitos colaterais, em bebês, crianças e mulheres grávidas. O médico acredita que, por essas
características, essa terapia se torna uma alternativa interessante, tanto aplicada como terapia
complementar direcionada e adaptada a cada paciente individualmente, quanto combinada com
outras terapias convencionais.
As músicas utilizadas na terapia são escolhidas conforme critérios como freqüência,
ritmo, timbre, melodia e a emoção que ela evoca. A utilização do som na acupuntura é feita de
várias formas, seja por meio de alto-falantes direcionados para o corpo do paciente ou fazendouso de fones de ouvido, com a aplicação de técnicas psicoacústicas. Também são utilizados
aparelhos, conhecidos como integradores audiovisuais, como microcomputadores programados
com diferentes freqüências sonoras, diferentes ritmos e sons de natureza psicoacústica. Weber
(2004 p. 87) comenta que evidências médicas demonstram que esses aparelhos são importantes
aliados no tratamento de inúmeros estados mentais, podendo ser utilizados em distúrbios da
ansiedade, do sono, na síndrome do pânico, em dores crônicas e na prevenção de doenças
degenerativas cerebrais. As principais indicações da terapia de ondas sonoras são: enxaquecas edores em geral, lombalgia, hérnia de disco, osteoporose, tendinites e bursites, artrite e artroses,
reumatismo, asma, bronquite, sinusite e rinite, insônia, ansiedade, estresse, hiperatividade,
depressão e síndrome do pânico.
6.3 Som e luz que modificam a mente
Segundo Hutchison (1994 p. 110), humanos há muito tempo tem se intrigado com as
possibilidades de influenciar o funcionamento mental pela combinação de ambos os sons e
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luzes ritmadas para a estimulação. Por exemplo, rituais ancestrais para adentrar em estados de
transe sempre envolvem sons rítmicos na forma de batidas de percussão, chocalhos e luzes
piscantes produzidas por velas, tochas, fogueiras, ou longas linhas de corpos humanos dançando
ritmicamente. Alguns compositores do passado como o visionário Scriabin, criaram músicas
intencionalmente para serem experienciadas em combinação com luzes rítmicas. Os avanços na
tecnologia tornaram possível a combinação de sons e luzes. O cinema rapidamente explorou o
potencial de som e o poder de luzes na tela. Assim experiências audiovisuais nas quais foram
mesclados luzes piscantes e os ritmos da montagem de técnicas de edição para criar alterações
na consciência da audiência, seria impossível usando apenas som ou luz separadamente.
De acordo com Hutchison (1994 p. 112), através dos anos 70 e no início dos anos 80 osavanços tecnológicos ajudaram os cientistas a compreenderem mais integralmente como o som
e a luz podem influenciar a atividade eletroquímica cerebral. Em 1972, R. E. Townshe
desenvolveu o primeiro aparelho para usar óculos de luz preferivelmente a uma fonte luminosa
piscante. No mesmo tempo o pesquisador do cérebro e mente Jack Schwarz começou a fazer e
vender um óculos de luz similar ao qual foi denominada de ISIS. Em 1974 um cientista da
cidade de Nova York, Seymour Charas, obteve a primeira patente para uma máquina de luz e
som combinada. Mas no início dos anos 80 o tempo estava pronto para o uso da combinação de
som e luz.
Em adição esses aparelhos feitos com fones estéreos capacitam o usuário a selecionar ou
criar uma quase infinita variedade de sons sintetizados eletronicamente em qualquer desejada
intensidade e freqüência. Usando sofisticados circuitos de computador, os aparelhos interligam
as pulsações sonoras e visuais em uma relação sincrônica, assim as luzes podem ser diminuídas
ou aumentadas e os sons também. Isto é, as luzes estimulam o cérebro através do trato visual a
um freqüência de cerca de 8Hz, os sons estimulam o cérebro através do trato auditório aexatamente na mesma freqüência.
A pesquisa científica com direcionamento fótico mostrou claro condicionamento de onda
cerebral e está associado aos efeitos de sincronização hemisférica. Através dos novos aparelhos
que reproduzem som e luz, os experimentadores chegaram a conclusões acima da sua
expectativa que a combinação de som e luz integrados em variáveis freqüências aumentam os
poderes de sincronização hemisférica. Os indivíduos não somente entram rapidamente em um
profundo estado de relaxamento corporal, mas também reportam que as máquinas induzem a
um fluxo caleidoscópico brilhante e emocionalmente carregado de imagens e mandalas.
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Frequentemente os usuários experimentam cenas vívidas com uma extraordinária qualidade de
bem estar e as cenas são memórias esquecidas da infância. Em muitos casos, o relaxamento e o
senso de estar energizado mentalmente mantém-se por cerca de vários dias após o uso do
aparelho.
Figura 3 - Terapia por Som Binaural e luzes piscantes sincronizadas ao som na Clínica de Augusto Weber
em Curitiba.
O primeiro relato sobre isso é a maior autoridade em biofeedback (auto- conhecimento e
percepção do corpo) no mundo, Dr. Thomas Budzynsky que possui uma clínica Behavioral
Medicine Associetes em Denver. De acordo com Budzynsky o aparelho é efetivo para produzir
um estado de " sensation of detached relaxation". O grupo da clínica encontrou que a máquina é
muito útil como " Hypnotic Facilitator ", usando freqüências em uma faixa de 3-7 Hz, os clientes
rapidamente entram em um estado hipnótico. O aparelho atua como um facilitador de material
inconsciente.
Em 1988, Robert Cosgrove Jr., Phd., M.d., do departamento de anesthesia da Sanford
University School of Medicine, iniciou estudos sobre o aparelho que reproduz som e luz. Em
sua avaliação inicial, Cosgrove, uma autoridade em engenharia biomédica e farmacêutica, notou
que o aparelho era claramente poderoso na habilidade de causar relaxamento em uma grandequantidade de indivíduos. Este efeito era tão grande que ele ficou entusiasmado sobre o
prospecto de avaliação do aparelho por suas propriedades sedativas em pacientes que
antecedem a cirurgia, durante o ato cirúrgico e após. Ele também fez estudos para provar a
utilidade em stress crônico. Cosgrove concluiu que com a seleção apropriada de estimulação, os
protocolos têm sido observados por nós e concluímos que os aparelhos são um excelente
caminho para fortalecer a mente. Nós acreditamos que tenha um grande potencial para o uso de
promoção de ótima melhoria mental. Dr. Cosgrove conclui que os aparelhos de estimulaçãoáudio visual talvez vão revolucionar ambas as neurociências e a Medicina.
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Em 1990 Bruce Harrah-Conforth, Phd. da Indiana University, completou um estudo
controlado de uma máquina computadorizada de som e luz e o resultado de dois anos de
pesquisa no campo do condicionamento cerebral , onde um grupo de pessoas recebendo as
freqüências dos aparelhos de luz e som mostrou dramáticos alterações em seus padrões de
ondas cerebrais e também mostrou evidência de sincronização hemisférica. Participantes do
estudo quando foram questionados por Conforth comentaram típicas descrições como "Eu perdi
o senso do meu corpo", "Eu senti como se estivesse voando", "Me senti profundamente
relaxado', "Senti como se estivesse fora do meu corpo".
Em outros estudos aparelhos de som e luz o clínico e pesquisador C. Norman Shealy,
chefe do Shealy Institute of Comprehensive Health Care in Springfield Missouri, revelou que osangue e o líquido cérebro espinhal de indivíduos usando aparelhos de som e luz, mostram
dramáticos aumentos nos níveis de betaendorfinas. Sua pesquisa tem mostrado que estes
aparelhos são efetivos não somente no tratamento de dor e stress, mas para o tratamento da
ansiedade, depressão, insônia e desordem de aprendizado. Outros cientistas têm usado
estimulação luminosa para o tratamento de cefaléias e tiverem grande êxito.
Isto faz sentido, pois as alterações de aprendizado são frequentemente ligadas a uma
anormal atividade de onda cerebral em áreas específicas do cérebro. Em muitos casos a
atividade de onda cerebral nessas áreas é muito lenta, funcionam em theta ou delta quando
deveriam funcionar em beta.
6.4 “I -doser” – A dose virtual de som que altera a mente
Com todos esses estudos que relacionam os efeitos dos sons na mente humana,
atualmente surgiram alguns sites que usam desse princípio e vendem “doses” sonoras que
simulam alguns efeitos de entorpecentes como maconha, ácido, cocaína entre outros. Eles
utilizam o som binaural para obterem lucros. O site chama-se I- Doser 10 e a Gazeta do Povo
(jornal do estado do Paraná, em Curitiba) 11, fez uma matéria completa sobre John Ashton, o
inventor do software I-Doser . As simulações são de drogas tanto as lícitas, quanto as ilícitas,10
Programa facilmente baixado na internet do site http://www.i-doser.com para simular efeitos de drogasvirtualmente através do som binaural, onde o internauta compra uma dose sonora do que pretende sentir 11 Site:http://www.guiadasemana.com.br/noticias.asp?/TEEN/SAO_PAULO/&a=1&ID=16&cd_news=25314&cd_city=1&pig=1 – acessado em 18/08/08 as 16:38
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como maconha, cocaína, heroína, ecstasy, ópio, diazepam, peiote e outros relaxantes ou
estimulantes.
Esse software parece algo desconhecido para os brasileiros, mas nos Estados Unidosesse assunto está muito popular e existem diversas citações em fóruns e sites do gênero.
Chamada de brainwave binaural beat entrainment (sincronização de ondas cerebrais por som
binaural), o engenho se aproveita do fenômeno natural já explicado anteriormente, que ocorre
quando dois sons de freqüências similares se misturam e criam um terceiro som com uma
freqüência intermediária.
Especialistas que se pronunciaram, após o advento do programa i-doser , afirmaram que
ele pode ser útil no tratamento de dependentes químicos e que estudos devem ser feitos para
revelar as conseqüências reais deste produto.
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CONCLUSÃO
Atualmente as pesquisas têm mostrado que está existindo um grande interesse de
tratamento por novas terapias. As pessoas estão ficando menos resistentes perante as novidades
que vem surgindo. Como foi visto aqui nesse trabalho de pesquisa é percebível que já existem
desde a antiguidade muitas evidências e fatos de que o som pode curar ou senão induzir a uma
cura, aliviar, regenerar e alterar estados de consciência. Essas novas evidências de terapias
sonoras ainda estão sendo testadas e avaliadas, mas já possuem uma grande parte comprovada.
Como é o caso de que inserindo em nossos ouvidos o binaural beat ou som binaural, nossos
hemisférios cerebrais depois de um tempo exposto a esse som, entram em ressonância e
sincronizam-se, alterando então o padrão de onda cerebral. Assim, conforme o som exposto
pode-se melhorar ou curar vários males. Por exemplo, a depressão emocional nada mais é do
que a falta de um neuroquímico chamado: serotonina. Quando então induzimos nosso cérebro a
trabalhar em padrão de onda alfa, estamos gerando uma indução da cura da depressão, pois o
padrão de onda alfa faz o cérebro secretar serotonia, justamente o hormônio que os depressivos
não possuem e só conseguem repor com remédios fortíssimos e paleativos. Essa, eu creio ser a
grande evolução da interdiciplinaridade entre a música e a medicina, para beneficiar nós
humanos que estamos expostos a tantos males provenientes das conseqüências de nossas
atitudes dentro desse planeta.
Eu, há dois anos atrás, tive um trauma por ter quase morrido por intoxicação de dois
remédios. Assim desenvolvi a chamada “Síndrome do Pânico”. Tive que tomar mais remédios
fortíssimos. Até que encontrei um médico chamado Augusto Weber que me consultou e me
tratou pela terapia das ondas sonoras, utilizando acupuntura, som binaural associado a óculos
piscantes e infrasom. Depois de 10 sessões tive uma melhora muito grande. Não precisei nunca
mais tomar remédio nenhum. Minha mente voltou a trabalhar sem medos e traumas. Essa foi
minha experiência. O engraçado é que estudo música e a cura estava tão próxima que nemimaginava ser curado por princípios físicos da música.
Assim sendo, acredito muito nas novas tendências de tratamento alternativo que não seja
a velha e as vezes ultrapassada medicina tradicional. A terapia por ondas sonoras, acredito ser a
grande evolução medicina e da música.
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