94
Relação do índice de coordenação com as flutuações intracíclicas de velocidade num teste a velocidade constante até à exaustão, nas técnicas de costas, bruços e mariposa. Manuel Joaquim Moreira dos Santos Porto, 2009

Monografia de Manuel Santos

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Page 1: Monografia de Manuel Santos

Relação do índice de coordenação com as

flutuações intracíclicas de velocidade num teste a

velocidade constante até à exaustão, nas técnicas

de costas, bruços e mariposa.

Manuel Joaquim Moreira dos Santos

Porto, 2009

Page 2: Monografia de Manuel Santos
Page 3: Monografia de Manuel Santos

Relação do índice de coordenação com as

flutuações intracíclicas de velocidade num teste a

velocidade constante até à exaustão, nas técnicas

de costas, bruços e mariposa.

Monografia realizada no âmbito da disciplina de

Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e

Educação Física, na área de Desporto de

Rendimento, da Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto.

Orientador: Prof. Doutor João Paulo Vilas-Boas Soares Campos

Co-orientador: Prof. Doutor Ricardo Jorge Pinto Fernandes

Manuel Joaquim Moreira dos Santos

Porto, 2009

Page 4: Monografia de Manuel Santos

Santos, M. (2009). Relação do índice de coordenação com as flutuações

intracíclicas de velocidade num teste a velocidade constante até à exaustão,

nas técnicas de costas, bruços e mariposa. Porto: M. Santos. Dissertação de

Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: ÍNDICE DE COORDENAÇÃO; EXAUSTÃO;

FLUTUAÇÕES INTRACÍCLICAS DE VELOCIDADE; TEMPO LIMITE;

Page 5: Monografia de Manuel Santos

III

“Ser relevante é muito mais

complicado do que ter sucesso” Paul Hewson

Aos meus pais e irmão. À Eunice.

Page 6: Monografia de Manuel Santos

IV

Page 7: Monografia de Manuel Santos

V

Agradecimentos

Este documento é o final de um processo de formação mas não o final

do nosso processo de formação. Ao longo deste percurso, considerámos

algumas pessoas fundamentais, e por isso sentimos a necessidade de as

reconhecer como valiosas neste nosso percurso.

Agradecemos ao Prof. Doutor João Paulo Vilas-Boas, nosso orientador,

não só pela orientação na disciplina Seminário – Natação do 5º ano, mas por

todo o processo de crescimento e aprendizagem na área da Natação. O seu

interesse, as suas explicações, críticas e sugestões ajudaram muito nesta

construção de conhecimento.

De igual modo quereremos agradecer ao Prof. Doutor Ricardo

Fernandes, nosso co-orientador, pela sua disponibilidade e profissionalismo. A

forma como sempre nos acolheu no seu gabinete, o seu interesse por ajudar

ao longo deste processo, dando sempre explicações e sugestões, não

poderiam deixar de ser aqui reconhecidos.

Ao Engenheiro Pedro Gonçalves pelo tempo que nos disponibilizou para

tirarmos algumas dúvidas do âmbito informático. Sem o seu contributo parte

deste processo não seria possível.

Ao Dr. Pedro Morais pela grande ajuda prestada ao longo deste

processo, pela paciência que mostrou quando tínhamos dúvidas. A pessoa e o

seu grande conhecimento não podem deixar de ser por nós reconhecidos

À Elisabeth e ao Paulo pela ajuda que nos prestaram na tradução do

resumo para francês.

À Eunice, um especial agradecimento. Pela Amiga que é, por podermos

contar com ela sempre em toda a nossa vida. Agradecemos pela amabilidade

que sempre nos tratou mesmo nos momentos mais difíceis. Agradecemos pelo

amor, confiança e apoio incondicional que sempre mostrou ao longo desta fase

da nossa vida académica.

Page 8: Monografia de Manuel Santos

VI

Aos nossos pais e irmão que permitiram o nosso afastamento e não

deixaram de estar a nosso lado. Sem eles nunca chegaríamos a este ponto da

nossa formação. O seu amor e esforço nunca poderiam deixar de ser por nós

esquecidos.

A todos aqueles que, directa ou indirectamente, contribuíram para que

este momento fosse possível, contendo aqueles que não foram referenciados.

A todos o nosso Obrigado.

Page 9: Monografia de Manuel Santos

VII

Índices

Índice Geral

Agradecimentos .................................................................................................V

Índices..............................................................................................................VII

Índice Geral ..................................................................................................VII

Índice de Figuras ........................................................................................... IX

Índice de Quadros .........................................................................................XI

Resumo ...........................................................................................................XIII

Abstract ............................................................................................................XV

Resumé ...........................................................................................................XVI

Resumé ..........................................................................................................XVII

1. Introdução ...................................................................................................... 1

2. Revisão da Literatura ..................................................................................... 5

2.1. Índice de Coordenação............................................................................ 5

2.1.1. Índice de Coordenação na Técnica de Costas.................................. 5

2.1.2. Índice de Coordenação na Técnica de Bruços.................................. 8

2.1.3. Índice de Coordenação na Técnica de Mariposa ............................ 11

2.1.4. Índice de Coordenação e Factores Condicionantes........................ 13

2.2. Flutuações Intracíclicas de Velocidade.................................................. 16

2.2.1. Índice de Coordenação e Flutuações Intracíclicas de Velocidade .. 17

2.3. Conceito de Tempo Limite ..................................................................... 18

2.3.1. Tempo Limite e os Factores Biomecânicos..................................... 20

3. Objectivos e Hipóteses................................................................................. 23

3.1. Objectivos .............................................................................................. 23

3.1.1. Objectivo Geral................................................................................ 23

3.1.2. Objectivos Específicos .................................................................... 23

3.2. Hipóteses............................................................................................... 23

4. Material e Métodos....................................................................................... 24

4. Material e Métodos....................................................................................... 25

4.1. Caracterização da Amostra ................................................................... 25

Page 10: Monografia de Manuel Santos

VIII

4.2. Metodologia ........................................................................................... 25

4.2.1. Preparação dos Sujeitos ................................................................. 26

4.2.2. Protocolo Experimental ................................................................... 26

4.2.3. Recolha e Análise de Dados ........................................................... 28

4.2.4. Procedimentos Estatísticos ............................................................. 35

5. Apresentação de Resultados ....................................................................... 37

5.1. Técnica de Costas ................................................................................. 37

5.2. Técnica de Bruços ................................................................................. 41

5.3. Técnica de Mariposa.............................................................................. 45

6. Discussão..................................................................................................... 49

6.1. Discussão da Metodologia..................................................................... 49

6.2. Discussão dos Resultados..................................................................... 51

6.2.1. Técnica de Costas........................................................................... 51

6.2.2. Técnica de Bruços........................................................................... 54

6.2.3. Técnica de Mariposa ....................................................................... 56

6.2.4. Outras Considerações..................................................................... 58

7. Conclusões................................................................................................... 59

8. Bibliografia.................................................................................................... 61

Page 11: Monografia de Manuel Santos

IX

Índice de Figuras

Figura 1. Pacer Visual (TAR 1.1, GBK-electronics, Aveiro, Portugal). ............. 27

Figura 2. Oxímetro portátil K4b2. ...................................................................... 28

Figura 3. Válvula respiratória............................................................................ 28

Figura 4. Recolha de sangue capilar................................................................ 29

Figura 5. Analisador de Lactatemia YSI1500LSport......................................... 29

Figura 6. Processo de reconstrução de imagens de duplo meio em NPD. ...... 30

Figura 7.Modelação da acção de MS de costas (adaptado de Lerda & Cardelli,

2003). ............................................................................................................... 31

Figura 8. Estrutura de sincronização entre MS e MI na técnica de bruços. T1a –

tempo entre o fim da acção descendente (AD) dos MI e início da AD dos MS;

T1b – tempo entre o fim da acção lateral interior dos MI e o início da AD dos

MS; T2 – tempo entre o início da 1ª parte da recuperação dos MS e início da 1ª

parte da recuperação dos MI; T3 – tempo entre o final da 2ª parte da

recuperação dos MS e final da 2ª parte da recuperação dos MI; T4 – tempo

entre o início da 2ª parte da recuperação dos MS e início da 2ª parte da

recuperação dos MI (adaptado de Seifert & Chollet, 2005).............................. 32

Figura 9. Estrutura de sincronização entre MS e MI na técnica de mariposa. T1

– tempo entre início do agarre dos MS e o início da acção descendente 1; T2 –

tempo entre o início da acção ascendente e o início da puxada e; T3 – tempo

entre o início do empurre e início da acção descendente 2; e T4 – tempo entre

o início da recuperação e inicio da acção ascendente 2 (adaptado de Chollet et

al., 2006a). ....................................................................................................... 33

Figura 10. Representação gráfica da evolução do IdC ao longo Tlim-vV O2máx

para cada nadador e regressão linear entre o IdC e a %Tlim, com respectiva

recta de regressão. Valor do coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p)

de cada nadador e amostra.............................................................................. 39

Page 12: Monografia de Manuel Santos

X

Figura 11. Regressão linear estabelecida entre o IdC e as dv, com respectiva

recta de regressão, valor do coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p)

para cada nadador e para a amostra na técnica de costas.............................. 40

Figura 12. Representação gráfica da evolução do IFBP ao longo do teste Tlim-

vV O2máx de cada nadador, e regressão linear entre IFBP e %Tlim com

respectiva recta de regressão. Valor do coeficiente de correlação (r) e valor de

prova (p) de cada nadador e amostra. ............................................................. 43

Figura 13. Regressão linear estabelecida entre o IFBP e as dv, com respectiva

recta de regressão, valor do coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p)

para cada nadador e para a amostra na técnica de bruços. ............................ 44

Figura 14. Representação gráfica da evolução do TTG ao longo Tlim-

vV O2máx, para cada nadador, e regressão linear estabelecida entre o TTG e a

%Tlim com respectiva recta de regressão. Valor do coeficiente de correlação (r)

e valor de prova (p) para cada nadador e para a amostra. .............................. 47

Figura 15. Regressão linear estabelecida entre o TTG e as dv, com recta de

regressão, coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) para cada nadador

e amostra em mariposa.................................................................................... 48

Page 13: Monografia de Manuel Santos

XI

Índice de Quadros

Quadro 1. Idade (anos), massa corporal (Kg) e altura (cm); valores médios (x) e

respectivos desvios-padrão (dp) dos nadadores constituintes da amostra. ..... 25

Quadro 2. Valores relativos à %Tlim, ao IdC e às dv ao longo da distância do

teste de Tlim– vV O2máx. Média (x) e desvio-padrão (dp) do IdC e das dv de

cada nadador. .................................................................................................. 37

Quadro 3. Coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) das regressões

entre a média do IdC (x IdC), média das dv (x dv) e o Tlim. ............................ 38

Quadro 4. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão

linear estabelecida entre o IdC e a %Tlim na técnica de costas, por nadador e

da amostra. ...................................................................................................... 38

Quadro 5. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão

linear estabelecida entre o IdC e as dv na técnica de costas, por nadador e

para a amostra. ................................................................................................ 39

Quadro 6. Valores relativos à % Tlim, ao IFBP e às dv ao longo da distância do

teste de Tlim– vV O2máx. Média (x) e desvio-padrão (dp) do IFBP e das dv de

cada nadador. .................................................................................................. 41

Quadro 7. Coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) das regressões

entre a média do IFBP (x IFBP), média das dv (x dv) e o Tlim......................... 41

Quadro 8. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão

linear estabelecida entre o IFBP e a %Tlim na técnica de bruços, por nadador e

da amostra. ...................................................................................................... 42

Quadro 9. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão

linear estabelecida entre o IFBP e as dv na técnica de bruços, por nadador e da

amostra. ........................................................................................................... 44

Quadro 10. Valores relativos à % Tlim, ao TTG e às dv ao longo da distância do

teste de Tlim– vV O2máx................................................................................... 45

Page 14: Monografia de Manuel Santos

XII

Quadro 11. Coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) das regressões

entre a média do TTG (x TTG), média das dv (x dv) e o Tlim. ......................... 46

Quadro 12. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão

linear estabelecida entre o TTG e a %Tlim na técnica de mariposa, por nadador

e da amostra. ................................................................................................... 46

Quadro 13. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão

linear estabelecida entre o TTG e as dv na técnica de mariposa, por nadador e

da amostra. ...................................................................................................... 48

Page 15: Monografia de Manuel Santos

XIII

Resumo

O objectivo do presente estudo foi analisar as modificações que ocorrem na

coordenação da técnica utilizando o Índice de Coordenação (IdC) e a sua

relação com as Flutuações Intracíclicas de Velocidade (dv), durante um teste

exaustivo à velocidade do consumo máximo de oxigénio (V O2máx), nas técnicas

de Costas, Bruços e Mariposa. Nove nadadores do sexo masculino (3 costistas,

3 brucistas e 3 mariposistas), pertencentes à selecção nacional absoluta de

Portugal, realizaram um protocolo progressivo intermitente para a obtenção da

velocidade mínima correspondente ao V O2máx (vV O2máx). Passadas 48

horas os mesmos realizaram o teste de tempo limite à vV O2máx (Tlim-

vV O2máx). O V O2máx foi obtido através de um oxímetro portátil (K4 b2,

Cosmed, Italy). Os percursos de nado foram registados em imagens de vídeo,

em plano sagital, durante os primeiros 25m, os últimos 25m, e os primeiros 25m

de cada 100m intermédios do teste Tlim-vV O2máx, usando-se duas câmaras,

uma acima e outra abaixo da superfície da água, para obtenção de imagens de

duplo meio. A determinação do IdC, assim como das dv, foi realizada através do

programa de análise de vídeo APAS system (Ariel Dynamics Inc, USA). Os

principais resultados foram: (i) a %Tlim correlaciona-se positivamente com o IdC

(r=0.746, p<0.05), com o IFBP (r=0,884, p<0.05), e negativamente com o TTG

(r=-0,551, p<0.05); (ii) o IdC, IFBP e o TTG não mostram relação com as dv; (iii)

o Tlim-vV O2máx parece não se relacionar com o IdC e TTG, e relaciona-se

muito com o IFBP (r=0,998, p<0.05). Os presentes resultados parecem sugerir

que: (i) a coordenação da técnica tem tendência a aumentar ao longo do teste

exaustivo por via da acumulação de fadiga; (ii) não parece existir qualquer

relação do IdC, IFBP e TTG com as dv e (iii) nadadores com elevados IFBP

parecem ter maiores Tlim-vV O2máx.

PALAVRAS-CHAVE: ÍNDICE DE COORDENAÇÃO; EXAUSTÃO;

FLUTUAÇÕES INTRACÍCLICAS DE VELOCIDADE; TEMPO LIMITE;

Page 16: Monografia de Manuel Santos

XIV

Page 17: Monografia de Manuel Santos

XV

Abstract

The purpose of the present study was to observe the technique coordination

changes using the Index of Coordination (IdC) and his relation with Intraciclic

velocity Variations (dv), during a test until exhaustion at maximum oxygen

uptake velocity, in breaststroke, backstroke and butterfly. Nine portuguese

national team male swimmers were tested (3 backstrokers, 3 breaststrokers

and 3 buterflyers). Each swimmer performed a intermittent incremental protocol

for the minimum velocity at maximum oxygen uptake determination. Forty eight

hours after, the same subjects performed a time limit test at minimum velocity of

maximum oxygen uptake (Tlim-vV O2máx). The oxygen uptake was measured

through direct breath-by-breath oximetry (K4b2, Cosmed). Two synchronized

video cameras (JVC GR-SX1 SVHS and JVC GR-SXM 25 SVHS) fixed on the

lateral wall of the pool at 10m of the swimmer and perpendiculars to his

displacement were used. The cameras were connected to a double entry

audiovisual mixer (Panasonic AG 7355) and edited on a mixed table (Panasonic

Digital Mixer WJ-AVE55 VHS), giving a double projection, up and above the

water surface. Video analysis (APAS, Ariel Dynamics Inc, USA) was used in

order to obtain the IdC as the dv value, in the firsts 25 m, last 25 m and first 25

m of each 100m of the time limit test. The main results were: (i) IdC value

seems to increase throughout the test (r=0.746, p<0.05), the IFBP increase

(r=0,884, p<0.05), and the TTG decrease (r=-0,551, p<0.05); (ii) the IdC, and

TTG and the IFBP show no relationship with dv, (iii) no relation was observed

between Tlim-vV O2máx and the IdC and TTG, however this parameter seems

to be highly related with IFBP (r = 0.998, p <0.05). These results seem to

suggest that: (i) the technique coordination tends to increase throughout the test

by the fatigue accumulation; (ii) there is no relation between the IdC, IFBP and

TTG, and dv, and (iii) association exists between IFBP and the Tlim-vV O2máx.

KEYWORDS: INDEX OF COORDINATION; EXHAUSTION; INTRACICLIC

VELOCITY VARIATIONS; TIME LIMIT;

Page 18: Monografia de Manuel Santos

XVI

Page 19: Monografia de Manuel Santos

XVII

Resumé

L’objectif de cette étude fut d’analyser les modifications qui se produisent dans

la coordination de la technique utilisant l’Indice de Coordination (IdC) et sa

relation avec les Fluctuations Intracycliques de la Vitesse (dv), pendant un

teste jusqu'à l’épuisement de la vitesse de la consommation maximum

d’oxygène, dans les techniques de dos crollée, la brasse, le papillon. Les 9

nageurs du sexe masculin (3 spécialistes en dos, 3 en brasse et 3 en papillon),

appartenant à l’équipe nationale absolu du Portugal, on réalisé un protocole

progressif intermittent pour obtenir la vitesse minimum correspondant a

consommation maximum d’oxygène. Après 48 heures, la même nageurs

effectués l’épreuve du temps limite à la vitesse de la consommation maximale

d’oxygène (Tlim-vV O2máx). Le consommation d’oxygène a été mesuré avec un

oxymétrie portable (K4 b2, Cosmed, Italy). Les parcours de nage ont été

enregistré par images vidéo, en plan sagittal, durant les premiers 25 minutes,

les derniers 25 minutes, et les premiers 25 minutes de chaque 100m

intermédiaires du test Tlim-vV O2máx, utilisant deux cameras, une au dessus et

une autre en dessous de la superficie de l’eau, qui permit d’obtenir des images

en double moyon. Pour obtenir l’IdC et les dv ont a utilisés le programme

d’analyse de vidéos APAS system (Ariel Dynamics Inc, USA). Les principaux

résultats furent : (i) durant le test Tlim-v V O2máx le IdC augmente (r=0.746,

p<0.05), le IFBP augmente (r=0.884, p<0.05), et le TTG diminue (r=-0,551,

p<0.05) ; (ii) le IdC, IFBP et le TTG ne montre pas de corrélation avec les dv ;

(iii) le Tlim-vV O2máx ne semble pas se corréler avec le IdC et le TTG, et se

corrèle beaucoup avec le IFBP (r=0,998, p<0.05). Les résultats semblent

indiquer que : (i) la coordination de la technique semble avoir tendance a

augmente avec la fatigue ; (ii) que il ne semble pas exister de relation entre le

IdC et les dv, et (iii) les nageurs de haut IFBP semblent plus Tlim-vV O2máx.

MOTS-CLES: INDEX DE COORDINATION ; EXHAUSTION ; VARIATIONS

INTRACYCLIQUE DE VITESSE; TEMPS LIMITE;

Page 20: Monografia de Manuel Santos

XVIII

Page 21: Monografia de Manuel Santos

XIX

Abreviaturas e Símbolos

% - percentagem %Tlim – percentagem de tempo limite α - nível de significância * - estatisticamente significativo = - igual ± - mais ou menos < - menor > - maior ≤ - menor ou igual que ≥ - maior ou igual que cm - centímetros CM – centro de massa D – arrasto hidrodinâmico dp – desvio-padrão dv – Flutuações intracíclicas de velocidade Ė - dispêndio energético ept – eficiência mecânica propulsiva total FINA – Fédération Internationale Natation Hz - Hertz IdC – Índice de Coordenação IFBP – index of flat breastroke propulsion m - metros x - média m/s – metros por segundo MI – Membros Inferiores MS – Membros Superiores NPD – Natação Pura Desportiva p – valor de prova r – coeficiente de correlação

r2 – coeficiente de determinação

s – segundos

Page 22: Monografia de Manuel Santos

XX

T – intervalo de tempo não propulsivo Tlim – tempo limite Tlim-vV O2máx – tempo limite à velocidade correspondente ao consumo máximo de oxigénio TTG – total time gap

V O2máx – consumo máximo de oxigénio vV O2máx - velocidade correspondente ao consumo máximo de oxigénio

Page 23: Monografia de Manuel Santos

1

1. Introdução

Em Natação Pura Desportiva (NPD) o objectivo do nadador é completar

uma determinada distância no menor tempo possível, sendo desta forma a

velocidade de nado entendida como uma medida do rendimento desportivo

(Nigg, 1983; Termin & Pendergast, 2000), estando este dependente, entre

outros, de factores bioenergéticos e factores biomecânicos (Fernandes & Vilas-

Boas, 2002; Vilas-Boas, 1997). Esta relação de dependência é evidenciada

através Equação Geral da Performance do Nadador [v = Ė x (ept x D-1)],

desenvolvida por Di Prampero, Pendergast, Wilson e Rennie (1974), onde Ė

corresponde a dispêndio energético, ept equivale a eficiência mecânica

propulsiva total e D corresponde a arrasto hidrodinâmico.

Entre os factores biomecânicos, os parâmetros cinemáticos de braçada

(distância por ciclo, frequência gestual e índice de braçada), têm sido vistos

como importantes factores de caracterização técnica dos nadadores,

representando um papel preponderante na performance. Para além destes,

Chatard, Collomp, E. Maglischo e C. Maglischo (1990) revelaram que a

organização temporal das acções dos Membros Superiores (MS), constitui

também um importante parâmetro de caracterização técnica dos nadadores de

alto nível, temática que tem vindo a receber maior atenção por parte da

comunidade técnica e científica. Foi neste contexto que Chollet, Chalies e

Chatard (2000) propuseram uma metodologia, tendo por base a técnica de crol,

capaz de quantificar a coordenação entre MS, o índice de coordenação (IdC).

Este método baseia-se na análise da duração das diferentes fases ou acções

dos MS, permitindo a mensuração da coordenação entre os mesmos,

relativizando o intervalo de tempo entre a ocorrência de fases propulsivas, à

duração de um ciclo completo. A partir do estudo inicial de Chollet et al. (2000)

vários estudos têm sido conduzidos nesta área. Estudos esses que concluíram

que o IdC caracteriza a resposta em termos coordenativos e biomecânicos, do

nadador a uma determinada intensidade de nado e num determinado contexto,

Page 24: Monografia de Manuel Santos

2

ou seja, o IdC parece ser influenciado por diversos factores e constrangimentos

(Seifert, Chollet & Rouard, 2007a).

A partir dos estudos pioneiros realizados na técnica de crol, foram

realizados outros estudos (Chollet, Seifert, Leblanc, Boulesteix, & Carter, 2004,

2006a) tendo por base as restantes técnicas. Assim, e se na técnica de costas

a metodologia utilizada para a determinação do IdC é semelhante à da técnica

de crol, ou seja, procura-se identificar o intervalo de tempo existente entre o

final da acção propulsiva de um MS e o início da acção propulsiva do MS

oposto, nas técnicas simultâneas devido à existência de acções propulsivas

dos MS e dos membros inferiores (MI), a coordenação é medida pela

sincronização dos MI com os MS (Chollet et al., 2004). Paralelamente aos

estudos realizados nas restantes técnicas de nado, outros estudos foram

conduzidos nesta área procurando conhecer a relação entre o IdC com outros

factores associados ao rendimento desportivo como o nível de proficiência,

velocidade de nado e género, e mais recentemente com as flutuações

intracíclicas de velocidade (dv) (Alberty, Sidney, Huot-Marchand, Hespel &

Pelayo, 2005; Schnitzler, Seifert, Ernwein & Chollet, 2008).

Tendo por base a Equação Geral da Performance em NPD, diversos

estudos têm sido conduzidos no sentido de analisar a relação entre parâmetros

biomecânicos e parâmetros bioenergéticos. Esses estudos evidenciaram desde

logo elevada relação entre ambos os parâmetros (Barbosa, Keskinen,

Fernandes, Colaço, Carmo & Vilas-Boas, 2005b; Barbosa, Fernandes,

Keskinen & Vilas-Boas, 2007; Chatard et al., 1990; Fernandes, Marinho,

Barbosa & Vilas-Boas, 2006; Vilas-Boas, 1996). Recentemente, o IdC enquanto

parâmetro eminentemente biomecânico tem sido relacionado com parâmetros

bioenergéticos (Alberty et al, 2005; Alberty, Potdevin, Dekerle, Pelayo, Gorce &

Sidney, 2008; Caetano, 2008; Morais, Vilas-Boas, Seifert, Chollet, Keskinen &

Fernandes, 2008), parecendo indicar que os factores bioenergéticos possam

ter influência sobre o IdC. Contudo, poucos estudos têm sido realizados no

sentido de analisar a relação do IdC com parâmetros bioenergéticos em testes

até à exaustão. Foram efectuados alguns estudos em situação competitiva, que

supostamente implicam a exaustão no final da prova, no entanto, fica a dúvida

Page 25: Monografia de Manuel Santos

3

se a variação do IdC varia pelo efeito da fadiga ou pelo efeito da velocidade de

nado. A resposta a esta questão poderá ser dada através da aplicação de

protocolos realizados a velocidade constante.

Complementarmente, os factores bioenergéticos também têm sido

bastante estudados em NPD. Destes, o consumo máximo de oxigénio

( V O2máx) tem sido associado através de vários estudos com a performance

desportiva em NPD. Recentemente, o conceito do tempo limite à velocidade

mínima do V O2máx (Tlim-v V O2máx) foi introduzido em NPD (Billat et al.,

1996), sendo considerada a capacidade de suster a intensidade

correspondente ao V O2máx, um parâmetro a ter em consideração no treino de

nadadores. Assim sendo, parece não haver dúvidas quanto à relação entre a

área da biomecânica e da bioenergética (biofísica), como influenciadoras do

rendimento em NPD. Barbosa et al. (2006) afirmam que existem poucas

investigações no sentido de conhecer e compreender as possíveis relações

que se estabelecem entre estas áreas, referindo que são necessários futuros

estudos que envolvam estas duas temáticas.

Assim, com o presente estudo pretendemos analisar as modificações

que ocorrem na coordenação da técnica utilizando o IdC e a sua relação com

as dv, durante um teste até à exaustão a velocidade constante correspondente

à velocidade mínima que permite atingir o V O2máx, nas técnicas de Costas,

Bruços e Mariposa.

Page 26: Monografia de Manuel Santos

4

Page 27: Monografia de Manuel Santos

5

2. Revisão da Literatura

2.1. Índice de Coordenação

A partir do estudo pioneiro de Chatard et al. (1990), a organização

temporal das acções dos MS têm vindo a merecer a atenção por parte da

comunidade técnica e científica. Contudo, só a partir do estudo realizado por

Chollet et al. (2000), se tornou possível quantificar de forma objectiva a referida

organização, através do IdC. Inicialmente direccionado para a técnica de crol, o

IdC foi mais tarde adaptado às restantes técnicas.

Na técnica de costas a metodologia utilizada para a determinação do IdC

é semelhante à da técnica de crol, ou seja, procura-se identificar o intervalo de

tempo existente entre o final da acção propulsiva de um MS e o início da acção

propulsiva do MS oposto. Assim, o IdC pode ser visto como um meio de

quantificar a coordenação das acções dos MS, mensurando de forma precisa a

duração do período de tempo entre início da fase propulsiva de um MS e o fim

da fase propulsiva do MS oposto. Este método permite aferir o intervalo de

tempo entre o início da fase propulsiva de um MS, e o final da fase propulsiva

do MS oposto, procurando a (des)continuidade das acções propulsivas no

nado, definindo-se como uma tentativa de quantificação da percentagem de

tempo total do ciclo consagrado a um padrão de coordenação específico entre

o MS direito e o MS esquerdo (Chollet, 1997).

No que se refere às técnicas simultâneas, e tendo em consideração a

existência de acções propulsivas dos MS e MI, a coordenação é medida pela

sincronização dos MI com os MS (Chollet et al., 2004), sendo por isso

calculada de uma forma distinta das técnicas alternadas.

2.1.1. Índice de Coordenação na Técnica de Costas

Tendo em conta os três modelos de coordenação existentes, Chollet et

al. (2000) descreveram da seguinte forma como se determina o IdC para a

técnica de Crol: (i) catch-up – IdC negativo (IdC<0%), em que existe um

Page 28: Monografia de Manuel Santos

6

intervalo de tempo entre o final da acção propulsiva de um MS e o início da

acção propulsiva do MS oposto; (ii) oposição – IdC nulo (IdC=0%), em que não

existe intervalo de tempo entre o final da acção propulsiva de um MS e o início

da acção propulsiva do MS oposto; e (iii) sobreposição – IdC positivo

(IdC>0%), em que o início da acção propulsiva de um MS ocorre antes da

acção propulsiva do MS oposto ter terminado. Na técnica de Costas, o único

modelo de coordenação entre MS existente é o catch-up (Chollet et al., 2008;

Lerda & Cardelli, 2003; Lerda et al., 2005), devido à rotação alternada do corpo

sobre o eixo longitudinal e das limitações anatómicas do ombro não permitirem

uma acção propulsiva contínua (Colwin, 2002; Maglischo, 2003). Estes dois

factores levam a que, nesta técnica, seja necessária uma fase adicional na

acção do MS, denominada por saída (clearing), sendo segundo Maglischo

(2003), Lerda & Cardelli (2003) e Lerda, Cardelli e Coudereau (2005) o factor

responsável pela descontinuidade das acções propulsivas dos MS nesta

técnica. Maglischo (2003) refere que alguns nadadores apresentam um padrão

de acção de MS com três picos propulsivos, onde a segunda fase ascendente

é propulsiva, porém, este padrão não é habitual (Chollet, Seifert, & Carter,

2008).

Assim, o modelo catch-up, com descontinuidade entre acções

propulsivas, parece ser o adoptado pela maioria dos nadadores de costas

(Lerda & Cardelli, 2003). No entanto, os nadadores devem minimizar o tempo

entre as acções propulsivas dos MS com o intuito de diminuir as dv, já que

estas estão associadas a um maior custo energético (Alves, Gomes-Pereira &

Pereira, 1996; Barbosa et al., 2006; Vilas-Boas, 1996).

Em costas, Lerda e Cardelli (2003) modelaram a acção de MS desta

técnica em cinco fases: (i) entrada e agarre (entry and catch); (ii) tracção (pull);

(iii) puxada (push); (iv) saída (clearing); e (v) recuperação (recovery). O IdC é a

diferença temporal entre o final da fase (iii) puxada de um MS e o início da fase

(i) agarre do MS oposto. O IdC é relativizado à percentagem de ciclo de nado

completo.

Page 29: Monografia de Manuel Santos

7

O IdC tem vindo a ser estudado nesta técnica, ainda que em número

reduzido de estudos, tendo já sido analisada a sua relação com os parâmetros

gerais de braçada, nível de proficiência, erros técnicos, velocidade e mais

recentemente com o custo energético.

Lerda e Cardelli (2003) concluíram no seu estudo que: (i) a continuidade

das acções propulsivas dos MS não varia significativamente com o rendimento;

(ii) todos os nadadores utilizaram o catch-up como modelo de coordenação; (iii)

foram observadas alterações nas diferentes fases da acção de MS – duração

da entrada, agarre e puxada aumentaram nos nadadores melhores e a fase

saída decresceu. Este ajuste permite uma aplicação da força propulsiva mais

prolongada e uma diminuição do arrasto, reduzindo também o custo enrgético;

(iv) a quantificação do IdC indica o nível técnico do nadador.

Lerda et al. (2005) concluíram que: (i) o aumento da duração da fase

entry and catch é o melhor preditor da performance, em ambos os sexos,

sendo que os melhores nadadores sofrem menos arrasto porque a saída da

água do MS oposto é efectuada mais cedo; (ii) uma maior duração da entry and

catch auxilia o alinhamento corporal e limita desequilíbrios; (iii) a melhoria da

performance dá-se por diferentes modificações na técnica de nado entre os

sexos - variáveis como a flutuação, deslize e o momento hidrostático

influenciam os resultados entre sexos; (iv) em ambos os sexos, as melhores

performances são acompanhadas por uma modificação na sincronização dos

MS e dos MI – o número de batimentos dos MI por ciclo de acção dos MS

aumenta com a duração da fase clearing e v) há um aumento da entry and

catch com a velocidade de nado – estes aumentos estão relacionados com a

distância de ciclo de braçada, que é um factor na eficiência de braçada.

Chollet, Carter, e Seifert (2006b) utilizaram o IdC para quantificar a

influência de dois erros comuns à técnica de costas: (i) a entrada da mão fora

do plano do ombro e (ii) a flexão da cabeça sobre o tronco, com incrementos

na velocidade. Os erros foram executados separadamente e depois

conjuntamente. Os nadadores executaram ainda o seu nado técnico habitual,

para comparação. Todas as situações criadas foram aplicadas às velocidades

Page 30: Monografia de Manuel Santos

8

de 400m, 200m, 100m e 50m de cada nadador. As principais conclusões deste

trabalho foram: (i) o primeiro erro parece ser o que mais influencia a

coordenação entre MS e ainda é mais significativo quando em conjunto com o

segundo erro; (ii) os treinadores podem utilizar o IdC e a duração das fases da

acção dos MS para quantificar as relações existentes na coordenação dos MS;

(iii) estas informações, juntamente com outros parâmetros espaço-temporais da

acção dos MS, podem ser utilizadas na correcção de nadadores de nível

técnico inferior.

Recentemente, Chollet et al. (2008) analisaram a variação da

coordenação entre MS, através do IdC, ao incrementar a velocidade de nado.

Concluíram que: (i) com o aumento da velocidade os nadadores aumentaram a

frequência gestual, a duração relativa da fase puxada, e ainda o seu IdC; (ii)

com aumento da velocidade a distância por ciclo decresceu, em contraponto

com Lerda et al. (2005), e (iii) o IdC permite ao treinador aferir erros técnicos

dos nadadores.

Recentemente, Caetano (2008) relacionou o IdC com o custo energético

(C), na técnica de costas. Os resultados evidenciam que os nadadores adaptam

o seu IdC à velocidade de nado e que o IdC parece influenciar o C, sendo a

natureza da relação entre as variáveis de carácter individual.

Como podemos verificar, a maioria dos trabalhos na técnica de costas

relacionam o IdC a outros parâmetros biomecânicos influenciadores do

rendimento desportivo. A investigação do IdC onde são incluídos os parâmetros

bioenergéticos que influenciam o rendimento desportivo mostra-se reduzida,

existindo apenas um estudo realizado.

2.1.2. Índice de Coordenação na Técnica de Bruços

Nas técnicas simultâneas, um alto grau de coordenação entre MS e MI

garante uma maior continuidade das acções propulsivas dos MS e MI (Chollet

et al., 2004; Seifert & Chollet, 2005), o que leva a menores flutuações da

velocidade instantânea (Mason, Tong & Richards, 1992; Sanders, 1996).

Page 31: Monografia de Manuel Santos

9

Assim, as acelerações e desacelerações do corpo durante o nado

podem estar ligadas com as fases das acções de MS e MI (D’Acquisto, Costill,

Gehlsen, Young & Lee, 1988; Tourny, Chollet, Micallef & Macabies, 1992).,

Com isto, o IdC terá que ser avaliado a partir da sincronização dos MS

com os MI. É neste contexto que Chollet et al. (2004) iniciaram a investigação

do IdC na técnica de bruços, descrevendo o índice de coordenação sob a

designação de “index of flat breaststroke propulsion” (IFBP).

A acção dos MS em bruços é dividida em cinco fases (Chollet et al.,

2004): (i) deslize (arm glide); (ii) acção descendente (arm propulsion); (iii)

acção lateral interior (elbow push); (iv) primeira parte da recuperação e (v)

segunda parte da recuperação. A acção dos MI é dividida em análogo número

de fases (Chollet et al., 2004): (i) acção descendente (leg propulsion); (ii) acção

lateral interior (leg insweep); (iii) deslize (leg glide); (iv) primeira parte da

recuperação e (v) segunda parte da recuperação. Tanto na acção dos MS

como dos MI, as fases (iv) e (v) são dissociadas pela posição de 90º do braço

com o antebraço (MS), e da perna com a coxa (MI), durante a recuperação.

Depois de definidas as fases das acções dos MS e dos MI seria

necessária uma fórmula que calculasse o IFBP. A determinação da

sincronização dos MS com os MI é efectuada através de uma fórmula de

cálculo de intervalos de tempo não propulsivos entre as acções dos MS e MI,

tal como Chollet & Boulesteix (2001) utilizaram para mariposa. Com base nesta

necessidade, foram identificados por Chollet et al. (2004) quatro intervalos

temporais não propulsivos (T1, T2, T3, T4): T1 – durante o deslize, é dividido

em T1a (tempo entre o fim da acção descendente dos MI e o início da acção

descendente dos MS) e T1b (tempo entre o final da acção lateral interior dos MI

e o início da acção descendente dos MS). T2 – tempo entre o início da primeira

parte da recuperação dos MS e início da primeira parte da recuperação dos MI.

T3 – tempo entre o final da segunda parte da recuperação dos MS e o final da

segunda parte da recuperação dos MI. T4 – tempo entre o início da segunda

parte da recuperação dos MS e o início da segunda parte da recuperação dos

MI. T1, T2, T3 e T4 são medidos em percentagem da duração da acção

Page 32: Monografia de Manuel Santos

10

completa dos MI. Devemos referir, no entanto, que a acção lateral interior é

considerada propulsiva por alguns autores (Maglischo, 2003).

Com base no “index of Butterfly propulsion” (Boulesteix, Chollet &

Seifert, 2003), surgiram as seguintes fórmulas para o cálculo do IFBP (Chollet

et al., 2004):

Se T1a > 0 e T2 e T3 < 0:

IFBP = leg propulsion + arm propulsion + elbow push + ||(T2+T3)||–T1a (1)

Se T1a < 0 e T2 e T3 > 0:

IFBP = leg propulsion + arm propulsion + elbow push (2)

O IFBP foi ainda pouco estudado. Como já foi referido anteriormente,

Chollet et al. (2004) iniciaram a investigação do IdC em bruços, descrevendo o

IFBP, metodologia de análise e determinação do mesmo. Chollet et al. (2004)

na sua investigação concluíram que: (i) a uma velocidade de nado elevada

corresponde a um incremento na frequência gestual, a uma diminuição da

distância de ciclo, a um incremento das fases propulsivas, a uma fase de

deslize mais curta e uma diminuição da preponderância do T1, que mede o

deslize efectivo do corpo segundo estes autores; (ii) os nadadores de elite

mostram pequenos T2, T3 e T4, reflectindo uma maior continuidade das

acções de MS e MI, e (iii) a medição das lacunas temporais proporciona uma

avaliação dos nadadores, avaliando a sua habilidade em adaptar a

coordenação dos MS com os MI conforme os constrangimentos biomecânicos.

Leblanc et al. (2005) apontam que: (i) independentemente do nível dos

nadadores, com o aumento da velocidade de nado a frequência gestual

aumenta, a distância por ciclo diminui, as fases propulsivas aumentam e as

fases de deslize diminuem de preponderância; (ii) os nadadores de melhor

nível parecem ter um deslize mais curto e uma distância de ciclo maior; (iii) as

lacunas temporais dos nadadores de elite mostram uma maior continuidade

Page 33: Monografia de Manuel Santos

11

entre as acções dos MS e MI, e (iv) os nadadores de elite são capazes de

aperfeiçoar a sua propulsão, reduzindo as fases de deslize.

Seifert e Chollet (2005) concluíram que: (i) os nadadores de elite

mostram curtos T2, T3 e T4. Além disso, o T1 diminui à medida que a

velocidade de nado aumenta; (ii) os nadadores especialistas em bruços

aumentam a continuidade da coordenação entre MS e MI com a velocidade de

nado; (iii) as diferenças nos parâmetros espaço-temporais entre os sexos

dever-se-ão possivelmente às diferenças antropométricas e às diferentes

organizações motoras ligadas aos MS e MI; (iv) os nadadores de sexo

masculino mostram maior continuidade das acções propulsivas,

particularmente no sprint; (v) os melhores nadadores de sexo masculino

adoptam uma coordenação sobreposta, e assim, parecem ter uma capacidade

de suportar grandes arrastos activos e (vi) a medição os buracos temporais e o

IFBP são indicadores concretos da coordenação entre MS e MI e de propulsão,

que pode ser explorado pelos treinadores e nadadores para aumentar a

continuidade das acções propulsivas.

Apesar da existência de poucos estudos que envolvam o IdC na técnica

de bruços, parece ser inquestionável a validade deste na caracterização

técnica dos nadadores (Chollet et al., 2004; Leblanc et al., 2005; Seifert &

Chollet, 2005).

2.1.3. Índice de Coordenação na Técnica de Mariposa

Na técnica de mariposa, tal como em bruços, os MS e os MI são

alternadamente propulsivos. A preocupação pela coordenação das acções de

MS com as dos MI nesta técnica já não é nova, no entanto, nunca foi

quantificada de forma a permitir uma utilização prática. Por exemplo, Maglischo

(2003) afirmou que a primeira fase descendente da acção dos MI deverá

ocorrer durante a fase agarre (catch) da acção dos MS e que a segunda acção

ascendente dos MI deverá ocorrer durante a fase empurre (push) dos MS.

A metodologia da avaliação do IdC em mariposa foi descrita por Chollet

et al. (2006a), com base na sincronização entre os MI e os MS, representada

Page 34: Monografia de Manuel Santos

12

em quatro intervalos de tempo não propulsivos (T1, T2, T3 e T4) durante um

ciclo. Em mariposa, o IdC corresponde à sincronização entre os principais

pontos que determinam o início e o término das fases das acções de MS e MI

(Chollet et al., 2006a).

O time total gap (TTG) pode ser visto como o contrário do IdC nesta

técnica de nado, já que representa a soma dos intervalos de tempo em que não

existem acções propulsivas. A acção dos MS é dividida em quatro fases

(Chollet et al., 2006a): (i) entrada e agarre (entry and catch); (ii) puxada (pull);

(iii) empurre (push) e (iv) recuperação (recovery). A acção dos MI é dividida em

quatro fases (Chollet et al., 2006a): (i) primeira acção descendente; (ii) primeira

acção ascendente; (iii) segunda acção descendente e (iv) segunda acção

ascendente.

De seguida são definidos quatro intervalos temporais não propulsivos:

T1 – tempo entre o início da fase (i) agarre dos MS e o início da primeira fase

descendente dos MI; T2 – tempo entre o início da primeira fase ascendente dos

MI e a fase (ii) puxada dos MS; T3 – tempo entre início da fase (iii) empurre dos

MS e o início da segunda fase descendente dos MI, e T4 – tempo entre o início

da recuperação dos MS e o início da segunda fase ascendente dos MI. O T1,

T2, T3 e T4 são medidos em percentagem de um ciclo completo de nado

(Chollet et al., 2006a). O TTG é definido pela seguinte fórmula (Chollet et al.,

2006a):

TTG = |T1+T2+T3+T4| (3)

onde:

TTG – time total gap T3 – intervalo de tempo não propulsivo 3

T1 – intervalo de tempo não propulsivo 1 T4 – intervalo de tempo não propulsivo 4

T2 – intervalo de tempo não propulsivo 2

Depois do estudo inicial de Chollet et al. (2006a), que define a

metodologia da determinação do IdC na técnica de Mariposa, outros estudos

têm surgido, no entanto em número pouco significativo (Seifert et al., 2007b;

Seifert & Chollet, 2008; Seifert et al., 2008).

Page 35: Monografia de Manuel Santos

13

Seifert et al. (2007b) mostram que, aparentemente: (i) com o aumento da

velocidade a frequência gestual aumentou e as lacunas temporais diminuíram,

ou seja, a frequência gestual e a velocidade parecem ser parâmetros de

controle do IdC e (ii) as mudanças levaram a uma maior continuidade entre as

acções propulsivas dos MS e MI, sugerindo aos treinadores e nadadores que

devem seguir de uma forma rigorosa esta coordenação entre MI e MS.

Seifert et al. (2008) apresentam como conclusões do seu estudo que: (i)

com o aumento da velocidade a sincronização entre os principais pontos dos

MS e MI aumenta, ou seja, as lacunas temporais têm menor preponderância

num ciclo de nado, apresentando assim uma maior continuidade das acções

propulsivas; (ii) os nadadores de elite tendem a ter maior velocidade, distância

de ciclo e frequência gestual e uma melhor sincronização entre os MS e os MI

do que os nadadores de nível inferior, devido à menor T2 e T3 e maior T1; (iii)

o efeito do sexo mostra-se significativo, os homens apresentam uma maior

frequência gestual e velocidade; e (iv) as mulheres de nível inferior apresentam

um menor T1, que poderá estar relacionado com a capacidade dos nadadores

de elite assumirem uma posição do tronco e da cabeça mais adequada.

Seifert e Chollet (2008) apresentam como principais conclusões para as

técnicas simultâneas: (i) os intervalos de tempo não propulsivos diminuem com

o aumento da velocidade; (ii) a principal aplicação prática para os treinadores e

investigadores é que os intervalos temporais não propulsivos ineficazes podem

ser distinguidos das variáveis que normalmente são utilizadas na

caracterização técnica do nadador através do controlo dos tempos de deslize

dentro de um ciclo de nado, por exemplo e (iii) no caso das lacunas temporais

ineficazes, uma formação específica por parte do nadador poderá melhorar a

gestão do tempo de deslize.

2.1.4. Índice de Coordenação e Factores Condicionantes

A coordenação entre dois segmentos corporais deve ser vista não como

um resultado de uma prescrição simbólica de padrões de acção, mas antes

como consequência de constrangimentos impostos por essa mesma acção

Page 36: Monografia de Manuel Santos

14

(Seifert, Chollet & Rouard, 2007a). Os mesmos autores referem ainda que deve

reflectir daquele modo uma propensão dos sistemas biológicos para a auto-

organização, no sentido da optimização dessa mesma acção.

O IdC tem vindo a ser visto como uma adaptação a um dado

constrangimento, já que, por exemplo, o modo catch-up na técnica de crol,

parece ser uma adaptação do nadador à intensidade de nado, ao contrário de

um erro, como sempre tem sido considerado (Seifert et al., 2007a). Parece

possível que a manipulação do IdC possa ser um dos factores através do qual

os nadadores poderão alterar o C, para uma dada velocidade de nado

(Caetano, 2008; Morais et al., 2008).

No primeiro estudo realizado, Chollet, Chalies, Benavente e Nicol (1997

cit in Chollet, 1997), verificaram a adaptação do padrão coordenativo em

função do aumento da velocidade. Para uma velocidade correspondente ao

tempo dos 800m, os nadadores executaram o modelo catch-up (IdC > -6%); à

velocidade dos 100m, os nadadores mantêm o modelo catch-up, porém

aproximando-se do valor 0 (IdC < -5%) e em nado máximo, estão próximos do

nado em oposição, o ideal, pois providencia uma acção propulsiva contínua

(Costill, Maglischo & Richardson, 1992; Maglisho, 2003), sendo que IdC < -2%

e um nadador adopta o modelo de superposição (IdC > 0%).

Neste contexto, Seifert et al. (2007a) estudaram, no crol, os factores

condicionantes do IdC. Assim, os factores condicionantes são divididos em: (i)

factores relacionados com o envolvimento, ou seja com as condições em que

decorre a acção; (ii) factores condicionantes advindos da tarefa e (iii) factores

de ordem organizacional. Neste sentido, é possível distinguir três ordens de

factores condicionantes das acções dos MS na técnica de crol e por via disso,

do tipo de coordenação adoptado para os MS na realização de uma dada

tarefa, quantificada através do IdC.

Os factores relacionados com o envolvimento são externos ao nadador e

não são passíveis de serem manipulados pelo investigador (Carzola, Monpetit,

Prokop & Cervetti, 1984). Em NPD, o ambiente aquático impõe naturalmente

uma resistência a vencer (Toussaint, de Groot, Savelberg, Vervoorn, Hollander

Page 37: Monografia de Manuel Santos

15

& Van Ingen Schenau, 1988), requerendo forças propulsivas (Berger, Hollander

& De Groot, 1999; Schleihauf, 1979) para ultrapassar esta resistência.

Os factores condicionantes impostos pela tarefa dizem respeito às

características da mesma, como a velocidade imposta, os objectivos a atingir e

regras (Sidney, Paillette, Hespel, Chollet & Pelayo, 2001).

Os factores condicionantes do IdC de ordem organizacional dizem

respeito aos factores de ordem estrutural ou funcional do próprio nadador,

como o género, nível de rendimento desportivo e características

antropométricas dos nadadores (Seifert et al., 2007a).

Além dos factores referidos anteriormente, e que já têm sido

amplamente estudados, Alberty et al. (2005) no seu estudo da relação entre as

dv e o IdC, em exercício até à exaustão, observaram que o aumento IdC

poderá não ser apenas uma consequência do aumento da velocidade.

Recentemente, Morais et al. (2008) relacionaram o IdC com o C na técnica de

Crol, afirmando que parece haver uma adaptação coordenativa do nadador,

através do IdC, face ao C. Os autores referem ainda que a manipulação do IdC

pode ser um dos factores através dos quais se pode alterar o C para uma dada

velocidade. Esta situação parece indicar que, tal como Alberty et al. (2005)

defendem, os aspectos metabólicos poderão estar relacionados com o IdC.

Alberty et al. (2008) analisaram a evolução técnica, onde foi incluído o IdC, em

nado até à exaustão. O IdC alterou-se ao longo do teste, chegando perto do

modo oposição (IdC = 0%). Ou seja, os nadadores parecem desenvolver

mecanismos compensatórios para manter a velocidade.

Mesmo assim, poucos estudos foram realizados no sentido de

compreender a influência e a relação que se possa estabelecer entre o IdC e

os parâmetros bioenergéticos. Porém, esta relação não é de desprezar, porque

observámos estudos conduzidos no sentido de analisar a relação entre

parâmetros biomecânicos e bioenergéticos mostrando grande relação (Chatard

et al., 1990; Vilas-Boas, 1996; Fernandes et al., 2006; Barbosa et al., 2007).

Page 38: Monografia de Manuel Santos

16

2.2. Flutuações Intracíclicas de Velocidade

Dentro de um ciclo gestual de nado ocorrem variações de velocidade

instantânea designadas por dv, em que o ponto de referência é o centro de

massa (CM). Diversos autores em vez de utilizarem o CM enquanto referencial

de análise da velocidade de deslocamento do nadador, utilizaram a anca. A

justificação para a utilização desta região anatómica é a sua proximidade com

o CM e a maior facilidade de monitorização da cinemática desse ponto, em

comparação com o CM. Contudo, a velocidade da anca parece não representar

com fidelidade a velocidade do CM (Mason et al., 1992; C. Maglischo, E.

Maglischo & Santos, 1987). A importância da utilização do CM do nadador está

relacionada com a necessidade da avaliação dos perfis de velocidade e

aceleração, uma vez que o movimento padrão do CM reflecte o verdadeiro

movimento do corpo do nadador (Mason et al., 1992), sendo considerado o

método mais rigoroso para verificar a eficiência propulsiva da técnica de nado

(Maglischo et al., 1987).

As dv são vistas como um factor biomecânico de grande importância

(Alves, Santos, Veloso, Correia & Pereira, 1994; Ungerechts, 1988).

Dependendo da técnica de nado utilizada, a variação da economia motora

parece depender, em grande parte, das dv. A uniformidade na distribuição das

acções propulsivas ao num ciclo gestual representa um factor de eficiência de

nado crucial (Alves, 1996). As técnicas simultâneas possuem dv superiores

relativamente às técnicas alternadas (Hólmer, 1983; Nigg, 1983), uma vez que

as principais acções segmentares propulsivas têm de ser aplicadas em

simultâneo, o que origina que, após a aplicação das forças propulsivas, ocorra

um momento de frenagem devido à comparência do arrasto hidrodinâmico.

O corpo do nadador não se desloca a uma velocidade constante, uma

vez que os segmentos propulsivos alteram continuamente o seu movimento

sendo estes responsáveis pela variação da velocidade em cada ciclo gestual

(Barbosa et al., 2005a). Desde que um impulso termina até que outro se inicie,

o corpo do nadador é desacelerado devido às forças do arrasto hidrodinâmico,

sendo necessário reacelerar a sua massa (Vilas-Boas, 1997). Assim sendo, o

Page 39: Monografia de Manuel Santos

17

nadador precisa de despender uma quantidade de energia extra, que se

reflecte numa diminuição da economia motora (Vilas-Boas, 1996). É perante

isto que a maioria dos autores admite que quanto menores as dv, maior será a

adequação mecânica de nado. Vilas-Boas (1996) constatou que a um aumento

das dv corresponde um maior C. Também Barbosa et al. (2006) relatam a

relação positiva entre o C e as dv, onde um aumento das dv promoveu um

aumento significativo do C, excepto em bruços.

Neste sentido, Toussaint, Van der Helm, Hollander, De Groot e Van

Ingen Schenau (1983), consideram o C das dv como um dos principais factores

limitativos do desempenho dos nadadores. A redução das dv deverá ser uma

das principais prioridades a desenvolver nos processos de treino, no sentido de

optimizar a técnica de nado, permitindo a diminuição do custo energético

(Ungerechts, 1988; Hólmer, 1983).

Assim, a obtenção de um perfil de dv permite avaliar os momentos em

que o nadador utiliza as acções propulsivas efectivas para se propulsionar para

a frente. Este perfil, pode ainda fornecer informações acerca de como a

hidrodinâmica do nadador é utilizada para reduzir o arrasto (Vilas-Boas, 1997).

2.2.1. Índice de Coordenação e Flutuações Intracíclicas de Velocidade

Os estudos que relacionam o IdC com as dv ainda são relativamente

recentes e em número reduzido.

Alberty et al. (2005) no seu estudo que tinha por objectivo analisar a

coordenação dos MS e as dv em exercício até à exaustão, não obtiveram

qualquer relação significativa entre as dv e o IdC.

Por outro lado, segundo Schnitzler et al. (2008), os nadadores mais

lentos têm um incremento das dv com o aumento da velocidade de nado. Já os

nadadores de elite mantêm as dv constantes com o aumento da velocidade.

Esta estabilização das dv parece ser consequência de uma óptima adaptação

do IdC ao ritmo de nado, e sendo assim, as dv e o IdC deverão ser analisados

conjuntamente. As dv e o IdC parecem ser indicadores interessantes da

Page 40: Monografia de Manuel Santos

18

eficiência da técnica de nado e as dv parecem ser um meio para determinar as

adaptações, ou não adaptações, no modo de coordenação adequado.

Figueiredo et al. (2008) concluíram, num estudo piloto, que o IdC e as dv

estão fortemente ligados e que estes parâmetros parecem ter uma grande

influência no rendimento desportivo em NPD, tal como outros autores o

defendem. Os mesmos autores sugerem que, se um nadador nadar a uma

determinada velocidade, ou mantiver o IdC diminuindo as dv, pode significar

que ocorreu um aprimoramento técnico.

Nenhum destes estudos é efectuado a velocidade constante até à

exaustão. Ou seja, dos estudos realizados até ao momento, que englobam IdC,

dv e testes até à exaustão, nenhum isola completamente o efeito da fadiga do

da velocidade e muito menos, nenhum se realiza a uma velocidade específica

como a velocidade do consumo máximo de oxigénio (vV O2máx).

2.3. Conceito de Tempo Limite

Em NPD podemos verificar que o contributo do sistema aeróbio é

importante quando nos referimos às provas de 200m de cada estilo e

preponderante nas provas de 400m, 800m e 1500m Livres, uma vez que o

contributo do sistema aeróbio é considerado superior do que o do sistema

anaeróbio a partir dos 75 segundos (s) de exercício (Gastin, 2001). Toussaint &

Hollander (1994) demonstraram que o contributo do sistema anaeróbio diminui

drasticamente após os 180s de esforço, aumentando a partir deste momento o

contributo do sistema aeróbio.

Num estudo realizado por Smith, Montpetit e Perrault (1988), sobre o

contributo aeróbio na técnica de Costas, verificou-se que o consumo sub-

máximo de oxigénio (V O2 sub-máx) e o consumo máximo de oxigénio

( V O2máx) podem explicar até cerca de 78% da variabilidade no rendimento

desportivo na prova de 200m Costas. Estas conclusões vêm de encontro à

opinião de alguns autores que afirmam que a NPD pode ser definida como uma

Page 41: Monografia de Manuel Santos

19

modalidade de resistência estando o sucesso competitivo fundamentalmente

associado à capacidade do nadador se servir do sistema energético aeróbio.

O conceito de Potência Aeróbia refere-se à velocidade de

processamento de energia de origem oxidativa, a qual se poderá medir pelo

V O2máx. Assim, o V O2máx parece ser um dos mais importantes factores

bioenergéticos condicionantes do rendimento desportivo, que é a potência

“máxima” a que o sistema oxidativo consegue funcionar (Vilas-Boas, 1999).

A capacidade de desenvolver esforços prolongados está directamente

relacionada com a potência do metabolismo oxidativo, cujo conceito chave é o

V O2máx. Claro que o rendimento desportivo no exercício físico prolongado não

depende apenas deste indicador, sobretudo quando nos referimos a nadadores

de elevado nível desportivo (Van Handel, Katz, Morrow, Troup, Daniels &

Bradley, 1988).

Diversos investigadores da NPD têm tido a preocupação de estudar a

intensidade de esforço necessária para atingir o V O2máx durante o nado

(Hólmer, Lundin & Ericsson, 1974; Vilas-Boas, 1993; Alves, 1995). Mesmo

assim, não se encontram grande número de estudos na literatura que se

preocupem em determinar a capacidade limite, em termos temporais, da

permanência do nadador à velocidade mínima correspondente ao V O2máx

(Tlim – v V O2máx) (Fernandes et al., 2002). Este parâmetro, junto com outros

indicadores, como o limiar anaeróbio e a velocidade crítica, poderão possibilitar

melhores avaliações e consequente prescrição do treino, com vista à obtenção

de mais soluções bioenergéticas para as distintas comparticipações dos

sistemas fornecedores de energia (Fernandes et al., 2002).

O Tempo Limite (Tlim) foi definido por Billat e Koralstein (1996),

referindo-se ao tempo que os nadadores conseguem manter uma determinada

intensidade até à exaustão. Este tema tem sido um dos que tem ganho maior

atenção na investigação em NPD, como é o caso do Tlim à velocidade do

V O2máx (Tlim – v V O2máx), que parece poder fornecer informações valiosas

para o controlo de treino (Fernandes et al., 2003a). Segundo Fernandes et al.

Page 42: Monografia de Manuel Santos

20

(2002), esta capacidade de aguentar, no tempo, a intensidade correspondente

ao V O2máx, pode constituir uma nova categoria de treino em NPD.

Para além do que mencionámos anteriormente, os resultados dos

diversos estudos parecem sugerir que o Tlim – v V O2máx é diferente de

indivíduo para indivíduo, podendo ser considerada uma variável altamente

individualizada (Renoux, 2001).

2.3.1. Tempo Limite e os Factores Biomecânicos

Poucos estudos foram realizados em NPD sobre o Tlim, sendo grande

parte deles realizados em swimming flume (Billat et al., 1996; Faina, Billat,

Squadrone, De Angelis, Koralsztein & Dal Monte, 1997; Demarie, Sardella,

Billat, Magini & Faina, 2001), por nadadores e pentatletas. Estas condições

“artificiais” de realização parecem trazer constrangimentos à técnica de nado, e

consequentemente, aos parâmetros fisiológicos (Fernandes, Cardoso, Soares,

Ascensão, Colaço & Vilas-Boas, 2003b). Foi neste contexto que Fernandes et

al. (2003a; 2003b), Fernandes, Billat, Cruz, Colaço e Vilas-Boas (2004) e

Marinho, Vilas-Boas, Cardoso, Barbosa, Soares e Fernandes (2004), partiram

para o estudo do Tlim–vV O2máx em condições reais de nado, ou seja, na

piscina.

Foi em condições reais de nado que surgiram alguns estudos que ligam

o Tlim–v V O2máx aos factores biomecânicos condicionantes do rendimento

desportivo em NPD (Marinho et al., 2004; Balonas et al., 2006).

Marinho et al. (2004) realizaram um estudo com nadadores

universitários, nadadores treinados e nadadores de elite, para observar a

relação existente entre o Tlim – vV O2máx e os parâmetros biomecânicos

gerais. Os autores observaram que (i) a frequência gestual aumenta consoante

o aumento do nível desportivo, não comprometendo a distância de ciclo; (ii) a

distância de ciclo é superior nos nadadores de elevado nível desportivo,

embora sem significado estatístico; (iii) ao longo da prova de Tlim – v V O2máx,

Page 43: Monografia de Manuel Santos

21

verifica-se que a distância de ciclo vai diminuindo e a frequência gestual vai

aumentando, possibilitando a manutenção da velocidade de nado.

Estes resultados parecem estar de acordo com estudos de Keskinen e

Komi (1993) e Wakayoshi, D’ Acquisto, Cappaert e Troup (1996), onde a

manutenção de esforços a elevadas intensidades pode provocar uma

deterioração na habilidade técnica. Esta redução na qualidade técnica de nado

ocorre devido ao aumento da fadiga muscular local, que traduz a inabilidade do

nadador para manter a eficiência mecânica (Wakayoshi et al., 1996).

Num estudo com o objectivo de analisar a relação entre o Tlim-v V O2máx

e as dv nas quatro técnicas de nado, Balonas et al. (2006) verificaram que os

nadadores que apresentam maiores dv também apresentam maiores valores

de Tlim e que as dv diminuem ao longo do teste de Tlim, provavelmente devido

à acumulação de fadiga.

Torna-se importante uma maior investigação que inclua parâmetros

bioenergéticos, já que a relação entre estes dois factores do rendimento é

reconhecida pela comunidade técnico-científica. Para melhor compreender os

factores influenciadores do Tlim – vV O2máx será interessante perceber de que

forma os parâmetros técnicos, intimamente relacionados com a economia de

nado, afectam este tipo de esforços, como parece ser o caso do IdC.

Page 44: Monografia de Manuel Santos

22

Page 45: Monografia de Manuel Santos

23

3. Objectivos e Hipóteses

3.1. Objectivos

3.1.1. Objectivo Geral

Analisar as modificações que ocorrem na coordenação da técnica

utilizando o IdC e a sua relação com as dv, durante um teste até à exaustão à

velocidade correspondente ao V O2máx, nas técnicas de Costas, Bruços e

Mariposa.

3.1.2. Objectivos Específicos

(i) Analisar a evolução do IdC em Costas, do IFBP em Bruços e do TTG

em Mariposa, ao longo do teste Tlim-vV O2máx, ao nível individual e amostral.

(ii) Determinar a relação do IdC em Costas, do IFBP em Bruços e do

TTG em Mariposa, com as dv,ao nível individual e amostral.

(iii) Estabelecer a relação entre os valores médios do IdC em Costas, do

IFBP em Bruços e do TTG em Mariposa, e o Tlim-vV O2máx, a nível amostral.

3.2. Hipóteses

De acordo com os objectivos anteriormente enumerados e tendo em

conta a revisão da literatura realizada, formulámos como hipóteses do nosso

estudo:

(i) Os nadadores aumentam o IdC e IFBP e diminuem o TTG ao longo

do teste Tlim-vV O2máx.

(ii) Os nadadores diminuem as dv quando existe um aumento do IdC e

IFBP, e quando existe uma diminuição do TTG.

(iii) Os nadadores com menor Tlim-vV O2máx têm maior IdC e IFBP e

maiores valores de TTG.

Page 46: Monografia de Manuel Santos

24

Page 47: Monografia de Manuel Santos

25

4. Material e Métodos

4.1. Caracterização da Amostra

A amostra do presente estudo foi constituída por nove nadadores de

elite do sexo masculino (3 costistas, 3 brucistas e 3 mariposistas), integrados

na selecção nacional absoluta de Portugal.

O Quadro 1 apresenta as características gerais da amostra: idade,

massa corporal, altura e percentagem de massa gorda dos nadadores.

Quadro 1. Idade (anos), massa corporal (Kg) e altura (cm); valores médios (x) e respectivos

desvios-padrão (dp) dos nadadores constituintes da amostra.

Nadador Idade (anos) Massa Corporal (Kg) % Massa

gorda Altura (cm)

1 17 63.6 7 176

2 17 67.4 4 180 Costas

3 19 62.2 5 178

4 17 68.4 9 170

5 23 77.8 6 178 Bruços

6 17 70.8 9 175

7 24 80.2 8 184

8 17 67.2 2 180 Mariposa

9 20 64.2 7 174

x ± dp 19.25 ± 2.9 69.78 ± 6.3 6.75 ± 3.2 177.38 ± 4.3

4.2. Metodologia

Todas as avaliações foram realizadas numa piscina de 25m de

comprimento, 2m de profundidade e 12,5m de largura, coberta, com a

temperatura da água entre os 27º C e os 27,5 ºC.

Os nadadores e treinadores envolvidos no estudo foram informados

sobre a natureza e objectivos do mesmo e esclarecidos acerca dos

Page 48: Monografia de Manuel Santos

26

procedimentos experimentais que iriam ser desenvolvidos, tendo concordado

em participar voluntariamente no presente estudo.

Foi ainda pedido a todos os treinadores e nadadores que não

efectuassem exercício intenso nas unidades de treino antes ou durante as

avaliações.

4.2.1. Preparação dos Sujeitos

Na fase inicial da realização dos testes, foi efectuada uma avaliação

para obter dados relativos à altura, massa corporal e composição corporal, de

cada nadador, sendo utilizada uma balança de bioimpedância (Tanita) e um

antropómetro.

Para além disso, realizaram-se marcações no corpo de cada nadador,

nos 12 pontos anatómicos de referência, com fita adesiva ou marcador de cor

contrastante (regiões cárpicas, olecrâneos, côndilos femorais, regiões tíbio

társicas, articulações escápulo-umerais e trocânteres femorais).

De seguida, cada nadador colocou um cardio-frequencímetro (Polar

Advantage NV, Polar Electro Oy, Kempele, Finland) de forma a ser possível

monitorizar a sua frequência cardíaca, quer em repouso, quer durante a

realização dos testes (valores obtidos de 5 em 5 segundos).

4.2.2. Protocolo Experimental

Os nadadores realizaram dois protocolos experimentais distintos. Cada

nadador realizou um protocolo progressivo intermitente para a obtenção da

velocidade mínima correspondente ao V O2máx (vV O2máx), na técnica de nado

que lhe foi destinada para a realização do teste. Após 48 horas, os nadadores

foram sujeitos a um segundo teste, no qual tiveram de nadar até à exaustão à

vV O2máx previamente definida para determinar o Tlim. A prova de Tlim foi

efectuada nas três técnicas de nado (costas, bruços e mariposa) consoante a

técnica nadada no protocolo progressivo.

Page 49: Monografia de Manuel Santos

27

O protocolo progressivo consistiu na realização de “n” patamares de

200m (até um máximo de 8), sendo estes de intensidade progressiva, com

incrementos de 0.05m/s a cada patamar de 200m e com intervalos de 30s

entre os patamares, que serviram para a recolha de sangue capilar para a

análise da lactatemia (Fernandes et al., 2003b, 2008). A velocidade inicial de

nado foi determinada tendo em conta o melhor tempo actualizado do nadador

aos 200m dessa mesma técnica, subtraídos sete incrementos de velocidade.

O protocolo para a determinação do Tempo Limite consistiu em duas

diferentes fases (Fernandes et al., 2008): (i) realização de um aquecimento de

10 minutos a uma intensidade relativa a 60% da vV O2máx seguido de um

período de 20s de repouso e (ii) a manutenção dessa velocidade até à

exaustão.

Para ambos os protocolos realizados com os nadadores da amostra, a

velocidade de nado foi controlada através de um pacer visual (TAR. 1.1, GBK-

electronics, Aveiro, Portugal), com luzes no fundo da piscina, para as técnicas

de nado ventral e luzes suspensas num cabo de aço, estando este a 2m acima

da superfície da água, para a técnica de nado de costas.

Figura 1. Pacer Visual (TAR 1.1, GBK-electronics, Aveiro, Portugal).

Em ambos os testes, os nadadores foram instruídos no sentido de

usarem a técnica de viragem aberta, sempre realizada para o mesmo lado da

piscina, sem deslize subaquático. O teste iniciou-se dentro de água e foi

realizado nas mesmas condições para os diferentes indivíduos.

Page 50: Monografia de Manuel Santos

28

4.2.3. Recolha e Análise de Dados

No presente estudo foram recolhidos dois tipos de dados diferenciados,

os dados fisiológicos e os dados biomecânicos.

4.2.3.1. Dados Fisiológicos

Os dados fisiológicos recolhidos foram os seguintes: (i) consumo de

oxigénio; (ii) lactatemia e (iii) frequência cardíaca.

O consumo de oxigénio foi medido através de um oxímetro portátil (K4

b2, Cosmed, Italy) que permite analisar o consumo de oxigénio respiração a

respiração. Para além disso, foi utilizada uma válvula respiratória desenvolvida

por Toussaint, Meulemans, de Groot, Hollander, Schreurs e Vervorn (1987) e

adaptada por Keskinen, Rodríguez, e Keskinen (2003) para o K4b2.

Figura 2. Oxímetro portátil K4b2. Figura 3. Válvula respiratória.

O K4b2 permite a emissão de dados relativos aos gases analisados, por

telemetria, para um computador, possibilitando a sua observação em tempo

real. A “máscara” foi ajustada ao rosto do nadador, cobrindo-lhe por completo a

boca, e à qual está ligada a válvula respiratória que permite a comunicação

unidireccional do ar com o tubo colector de gás. O bocal de borracha ligado à

válvula respiratória foi fixado à cabeça do nadador através de uma fita

regulável (Toussaint et al., 1987), prevenindo a entrada de água e a fuga de ar

em redor da boca. A condução de ar expirado da válvula respiratória até ao

oxímetro foi feita por um tubo flexível. O oxímetro foi transportado à mão ao

lado do nadador ao longo da piscina. Para prevenir a inalação e expiração de

ar pelo nariz, todos os nadadores utilizaram uma mola de nariz “eyeline”.

Page 51: Monografia de Manuel Santos

29

Na determinação do V O2máx foram considerados os critérios fisiológicos

tradicionais, primários e secundários (Howley, Basset & Welch, 1995):

(i) ocorrência de plateau no consumo de oxigénio, ainda que se verifique

um aumento da velocidade de nado;

(ii) valores de lactatemia iguais ou superiores a 8mmol/l, quocientes

respiratórios iguais ou superiores a 1.0; frequência cardíaca superior a 90% da

frequência cardíaca máxima (220bpm – idade) e através da exaustão

generalizada.

A vV O2máx foi considerada a velocidade correspondente ao primeiro

patamar que desencadeia o V O2máx e foi calculada a partir de procedimentos

descritos na literatura e adoptados por Fernandes et al. (2003a).

As amostras de sangue, para a análise da concentração de lactato,

foram recolhidas do lóbulo auricular antes, imediatamente após o fim do

exercício e aos 3, 5, 7 minutos, quando necessário, durante o período de

recuperação. Para além disso, no protocolo progressivo efectuaram-se

recolhas de sangue nos intervalos entre os patamares. Estas análises foram

obtidas usando um auto-analisador YSI1500LSport (Yellow Springs

Incorporated, Yellow Springs, Ohio, USA).

Figura 4. Recolha de sangue capilar. Figura 5. Analisador de Lactatemia

YSI1500LSport.

A frequência cardíaca foi continuamente monitorizada e registada a cada

5 segundos, através de um cardio-frequêncimetro composto por um conjunto

de receptor/emissor Polar Advantaged NV (Polar Electro Oy, Kempele,

Finland). O emissor do “Polar” foi aplicado no nadador ao nível do apêndice

xifóide, num cinto ajustável ao seu tórax, e o receptor preso ao pulso.

Page 52: Monografia de Manuel Santos

30

4.2.3.2. Dados Biomecânicos

4.2.3.2.1. Captação das Imagens

Durante dois minutos foi registado um objecto de calibração

bidimensional rectangular plano, constituído por 6 pontos de calibração, que foi

colocado na trajectória do deslocamento, para permitir a posterior calibração e

transformação das coordenadas do sistema informático em coordenadas reais.

Para a representação do teste de Tempo Limite de cada nadador foram

seleccionados alguns percursos da prova. Observaram-se os primeiros 25m da

prova, os últimos 25m e todos os 100m intermédios do teste (por exemplo,

numa prova com uma duração de 400m, observaram-se os 25m, 125m, 225m,

325m e os 400m). Em cada percurso analisado digitalizou-se um ciclo gestual

completo para determinação das dv e três ciclos de nado para a determinação

do IdC.

Os percursos foram registados em imagens de vídeo, no plano sagital,

usando duas câmaras (JVC GR-SX1 SVHS e JVC GR-SXM 25 SVHS), uma

acima e outra abaixo da superfície da água permitindo uma reconstrução de

imagens de duplo meio. Estas câmaras foram colocadas de forma estacionária

na parede lateral oposta da piscina, perpendicularmente à direcção do

deslocamento do nadador e a cerca de 10m do nadador. As imagens das duas

câmaras foram sincronizadas em tempo real, gravadas em vídeo (Panasonic

AG 7355) e editadas numa mesa de mistura (Panasonic Digital Mixer WJ-

AVE55 VHS), para criar imagens de duplo meio, como descrito por Vilas-Boas,

Lamares, Fernandes e Duarte (1997).

Figura 6. Processo de reconstrução de imagens de duplo meio em NPD.

Page 53: Monografia de Manuel Santos

31

4.2.3.2.2. Digitalização das Imagens para Cálculo do IdC

A digitalização das imagens captadas foi realizada usando-se o

programa APAS (Ariel Dynamics Inc, USA), para a contagem dos frames de 50

Hertz (Hz), a fim de se aferir o IdC.

A acção de MS de Costas foi modelada em cinco fases: (i) entrada e

agarre (entry and catch) – do momento em que a mão entra na água até que

inicia a primeira acção ascendente; (ii) puxada (pull) – desse ponto até que

atinge o plano vertical do ombro; (iii) empurre (push) – desse ponto até ao

momento em que a mão fica o mais para trás e para baixo (ou final da segunda

acção descendente); (iv) saída (clearing) – desse ponto até que que a mão sai

da água (ou segunda acção ascendente) e (v) recuperação (recovery) – desse

ponto até que a mão entra na água, tal como Lerda e Cardelli (2003a) e Lerda,

Cardelli e Coudereau (2005).

Figura 7.Modelação da acção de MS de costas (adaptado de Lerda & Cardelli, 2003).

O IdC foi aferido contabilizando o número total de frames de um ciclo de

nado, contabilizou-se depois o número de frames entre o final da fase (iii)

empurre, de um MS, até ao final da fase (i) agarre do outro MS, ou seja, o IdC

constitui-se como a percentagem de tempo relativa a um ciclo de nado

completo em que não ocorrem acções propulsivas. Apenas foram utilizados os

nadadores que utilizam três fases propulsivas.

Na técnica de bruços, a acção de MS foi dividida em cinco fases: (i)

deslize; (ii) acção descendente (arm propulsion); (iii) acção lateral interior

(elbow push); (iv) 1ª parte da recuperação e (v) 2ª parte da recuperação. A

acção de MI foi dividida em cinco fases: (i) acção descendente (leg propulsion);

(ii) acção lateral interior (leg insweep); (iii) deslize, (iv) 1ª parte recuperação e

(v) 2ª parte da recuperação (Seifert & Chollet, 2005).

Page 54: Monografia de Manuel Santos

32

Figura 8. Estrutura de sincronização entre MS e MI na técnica de bruços. T1a – tempo entre o

fim da acção descendente (AD) dos MI e início da AD dos MS; T1b – tempo entre o fim da

acção lateral interior dos MI e o início da AD dos MS; T2 – tempo entre o início da 1ª parte da

recuperação dos MS e início da 1ª parte da recuperação dos MI; T3 – tempo entre o final da 2ª

parte da recuperação dos MS e final da 2ª parte da recuperação dos MI; T4 – tempo entre o

início da 2ª parte da recuperação dos MS e início da 2ª parte da recuperação dos MI (adaptado

de Seifert & Chollet, 2005).

Depois de modeladas as acções de MS e de MI foram definidos, de

acordo com Seifert e Chollet (2005) os intervalos de tempo que permitiram

calcular o IFBP (T1a, T1b, T2, T3 e T4). De referir, no entanto, que a acção

lateral interior é considerada propulsiva por alguns autores (Maglischo, 2003).

Também foi calculada a duração da fase (i) acção descendente (leg propulsion)

dos MI, e da fase (ii) acção descendente (arm propulsion) e da fase (iii) acção

lateral interior (elbow push) dos MS. Todos os tempos foram determinados

através da contagem de frames em que cada imagem tem a duração de 0,02s,

e expressos em percentagem de um ciclo de nado completo. O IFBP, expresso

em percentagem de acção de MI completa, foi calculado através das seguintes

fórmulas (Chollet et al., 2004):

Se T1a > 0 e T2 e T3 < 0:

IFBP = leg propulsion + arm propulsion + elbow push + ||(T2+T3)|| - T1a (4)

Se T1a < 0 e T2 e T3 > 0:

IFBP = leg propulsion + arm propulsion + elbow push (5)

Page 55: Monografia de Manuel Santos

33

Na técnica de mariposa, a acção de MS de mariposa foi dividida em

quatro fases (Chollet et al., 2006a): (i) entrada e agarre (entry and catch); (ii)

puxada (pull); (iii) empurre (push) e (iv) recuperação (recovery). A acção de MI

foi dividida em quatro fases (Chollet et al., 2006a): (i) descendente 1

(downward 1); (ii) ascendente 1 (upward 1); (iii) descendente 2 (downward 2) e

(iv) ascendente 2 (upward 2).

Depois de modeladas as acções de MS e de MI, foram determinados de

acordo com Chollet et al. (2006a), os intervalos temporais que permitiram

calcular o TTG (T1, T2, T3 e T4). Estes intervalos temporais são expressos em

percentagem de ciclo de nado completo através da contagem de frames em

que cada um tem a duração de 0,02s.

Figura 9. Estrutura de sincronização entre MS e MI na técnica de mariposa. T1 – tempo entre

início do agarre dos MS e o início da acção descendente 1; T2 – tempo entre o início da acção

ascendente e o início da puxada e; T3 – tempo entre o início do empurre e início da acção

descendente 2; e T4 – tempo entre o início da recuperação e inicio da acção ascendente 2

(adaptado de Chollet et al., 2006a).

O TTG, expresso em percentagem de ciclo de nado completo, foi

calculado através da seguinte fórmula (Chollet et al., 2006):

TTG = |T1+T2+T3+T4| (6)

4.2.3.2.3. Digitalização das Imagens para Cálculo das dv

Para o cálculo das dv foi efectuada a digitalização de imagens utilizando

o APAS (Ariel Dynamics Inc, E.U.A.). O módulo de digitalização, prevê a

definição de um modelo espacial antropométrico, representativo do corpo do

nadador. Isto, utilizando os dados de massa e localizações relativas dos CM

dos vários segmentos, permitirá o cálculo da localização do CM do nadador.

Page 56: Monografia de Manuel Santos

34

Para definição do modelo espacial, foi utilizado o modelo de Zatsiorsky

adaptado por De Leva (1996), que se compõe de 22 pontos anatómicos de

referência.

Na técnica de Costas foram identificados 20 pontos anatómicos em cada

fotograma (vértex, 7ª vértebra cervical, acrómio direito, olecrânio direito, região

cárpica direita, extremidade da falange distal do 3º dedo da mão direita,

acrómio esquerdo, olecrânio esquerdo, região cárpica esquerda, extremidade

da falange distal do 3º dedo da mão esquerda, côndilo femoral direito, joelho

direito, tornozelo direito, calcâneo direito, hallux direito, côndilo femoral

esquerdo, joelho esquerdo, tornozelo esquerdo, calcâneo esquerdo., hallux

esquerdo). Estes 20 pontos ligados constituíram os segmentos corporais

analisados (cabeça, braço direito, antebraço direito, mão direita, braço

esquerdo, antebraço esquerdo, mão esquerda, tronco, coxa direita, perna

direita, pé direito, coxa esquerda, perna esquerda, pé esquerdo).

Nas técnicas simultâneas (Bruços e Mariposa) foram identificados 13

pontos anatómicos (vértex, 7ª vértebra cervical, acrómio esquerda, olecrânio

esquerdo, região cárpica esquerda, extremidade da falange distal do 3º dedo

da mão esquerda, 5ª costela esquerda, ponto mais alto da crista ilíaca

esquerda, côndilo femoral esquerdo, joelho esquerdo, tornozelo esquerdo,

calcâneo esquerdo, hallux esquerdo). Estes 13 pontos ligados constituem os

segmentos corporais analisados (cabeça, braço esquerdo, antebraço esquerdo,

mão esquerda, tronco superior, tronco médio, tronco inferior, coxa esquerda,

perna esquerda, pé esquerdo).

Depois de definidos os modelos antropométricos anteriormente

descritos, efectuou-se a digitalização de imagens propriamente dita de todos os

pontos referidos anteriormente, para todos os fotogramas correspondentes à

sequência de imagens definidas para tratamento, definindo-se assim o CM em

cada fotograma. Foi utilizado um filtro digital de 5Hz para análise da curva de

deslocamento horizontal do CM, para eliminar alguns erros de digitalização que

poderão ocorrer, como é sugerido por Winter (1990).

Page 57: Monografia de Manuel Santos

35

4.2.4. Procedimentos Estatísticos

Os dados recolhidos no presente estudo foram tratados estatisticamente

através dos programas Microsoft Excel® 2003, do Microsoft Office® 2003, para

ambiente Windows® e do programa SPSS® versão 16.0 (Statistical Package for

the Social Sciences) para ambiente Windows®.

Para efectuar o trabalho de pesquisa, cumprindo-se com todos os

requisitos da análise exploratória dos dados, verificou-se a normalidade da

distribuição da amostra, através do teste de Shapiro-Wilk.

Ao nível da estatística descritiva, utilizaram-se medidas de tendência

central (média) e de dispersão (desvio-padrão), máximo e mínimo, para todas

as variáveis em estudo.

Para a análise estatística inferencial, realizaram-se regressões lineares

entre as variáveis em estudo: IdC e %Tlim, IdC e dv, média (x) do IdC e Tlim,

IFBP e %Tlim, IFBP e dv, x do IFBP e Tlim, TTG e %Tlim, TTG e dv, e entre a

x do TTG e Tlim.

Foram obtidos os coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2)

para todas as regressões referidas. O nível de significância foi fixado em

α≤0.05.

Page 58: Monografia de Manuel Santos

36

Page 59: Monografia de Manuel Santos

37

5. Apresentação de Resultados

5.1. Técnica de Costas

Foi feita uma análise descritiva das variáveis em estudo, por nadador, ao

longo do teste Tlim-v V O2máx, identificando-se os valores médios (x) e

respectivos desvios-padrão (dp) do IdC e das dv de cada nadador, conforme se

apresenta no quadro 2.

Quadro 2. Valores relativos à %Tlim, ao IdC e às dv ao longo da distância do teste de Tlim–

vV O2máx. Média (x) e desvio-padrão (dp) do IdC e das dv de cada nadador.

Nadador Percurso (m) Distância (m) % Tlim IdC (%) dv (m/s) 25 12,5 2,8 -23,61 0,14 125 112,5 25,0 -22,84 0,19 225 212,5 47,2 -22,34 0,15 325 312,5 69,4 -22,50 0,21 425 412,5 91,7 -21,57 0,21

1

450 437,5 97,2 -20,69 0,21 x ± dp -22,26 ± 1,02 0,19 ± 0,03

25 12,5 3,1 -22,48 0,16 125 112,5 28,1 -21,73 0,14 225 212,5 53,1 -21,58 0,14 325 312,5 78,1 -21,56 0,13

2

400 387,5 96,9 -21,32 0,17 x ± dp -21,73 ± 0,45 0,15 ± 0,02

25 12,5 3,6 -22,45 0,24 125 112,5 32,1 -21,69 0,16 225 212,5 60,7 -21,55 0,20 325 312,5 89,3 -21,74 0,25

3

350 337,5 96,4 -21,29 0,14 x ± dp -21,74 ± 0,43 0,20 ± 0,06

Partindo dos dados presentes no quadro 2, procurámos relacionar o IdC

médio com o Tlim-vV O2máx, o IdC com as dv médias e as dv médias com o

Tlim-vV O2máx, calculando os respectivos coeficientes de correlação (r)

(quadro 3).

Page 60: Monografia de Manuel Santos

38

Quadro 3. Coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) das regressões entre a média do

IdC (x IdC), média das dv (x dv) e o Tlim.

Tlim (s) x IdC (%)

r -0,737 x IdC (%) p 0,473 r -0,460 -0,261 x dv (m/s) p 0,695 0,832

Como podemos verificar no quadro 3, não existe relação

estatisticamente significativa entre o Tlim e a média do IdC, a média do IdC e a

média das dv, e entre a média das dv e o Tlim.

Com o intuito de verificar a forma como evolui o IdC na técnica de costas

ao longo do teste de Tlim-v V O2máx, foram efectuadas as regressões entre IdC

e a %Tlim (quadro 4).

Quadro 4. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão linear

estabelecida entre o IdC e a %Tlim na técnica de costas, por nadador e da amostra.

Nadador

1 2 3 Amostra

r 0,928* 0,830 0,818 0,746*

r2 0,861 0,689 0,670 0,556 * significativo para p≤0,05

Da análise do quadro 4, constata-se que os valores de r são elevados,

para todos os nadadores, mas apenas foi encontrado significado estatístico no

nadador 1 e para a amostra total, com uma variância explicada na ordem dos

86,1% para o nadador 1 e 74,6% para a amostra total. Apesar dos nadadores 2

e 3 não mostrarem correlação significativa para α≤0.05, caso fosse α≤0.1 a

correlação teria significância estatística.

Na figura 10 é representada graficamente a evolução do IdC na técnica

de costas ao longo do teste de Tlim-vV O2máx a nível individual, assim como a

representação gráfica da regressão linear entre o IdC e a %Tlim a nível

amostral.

Page 61: Monografia de Manuel Santos

39

Figura 10. Representação gráfica da evolução do IdC ao longo Tlim-v V O2máx para cada

nadador e regressão linear entre o IdC e a %Tlim, com respectiva recta de regressão. Valor do

coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) de cada nadador e amostra.

É possível observar o aumento do valor do IdC com a %Tlim, ou seja, ao

longo do teste de Tlim-vV O2máx existe uma diminuição do tempo não

propulsivo entre as fases propulsivas de cada MS.

Para cumprir o objectivo de averiguar a relação entre o IdC na técnica de

costas e as dv, foram calculadas as regressões entre o IdC e as dv (quadro 5).

Quadro 5. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão linear

estabelecida entre o IdC e as dv na técnica de costas, por nadador e para a amostra.

Nadador

1 2 3 Amostra

r 0,682 0,020 -0,690 0,073

r2 0,465 0,000 0,477 0,005

y = 0,025x – 23,66 r=0,928 p=0,008

y = 0,01x – 22,24 r=0,830 p=0,082

y = 0,009x – 22,26 r=0,818 p=0,090

y = 0,015x – 22,76 r=0,746 p=0,001

Page 62: Monografia de Manuel Santos

40

Da análise do quadro 5 verificámos que os valores de r apresentam uma

forte variabilidade entre os nadadores, não se observando qualquer

significância estatística entre as variáveis analisadas.

Na figura 11 apresentámos a representação gráfica da regressão linear

entre o IdC e as dv.

Figura 11. Regressão linear estabelecida entre o IdC e as dv, com respectiva recta de

regressão, valor do coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) para cada nadador e para

a amostra na técnica de costas.

Pudemos verificar na figura 11 uma grande variabilidade entre os

sujeitos e nenhuma significância estatística na regressão estabelecida entre o

IdC e as dv na técnica de costas.

y = 21,58x – 26,25 r=0,682 p=0,136

y = –0,53x – 21,67 r=0,020 p=0,974

y = 0,009x – 22,26 r=-0,690 p=0,197

y = 1,35x – 22,26 r=0,073 p=0,788

Page 63: Monografia de Manuel Santos

41

5.2. Técnica de Bruços

Na técnica de bruços foi efectuada uma análise descritiva das variáveis

em estudo (%Tlim, IFBP e dv), por nadador ao longo do teste Tlim-vV O2máx, e

calculados os valores médios (x) e desvio-padrão (dp) do IFBP e das dv a nível

individual (quadro 6).

Quadro 6. Valores relativos à % Tlim, ao IFBP e às dv ao longo da distância do teste de Tlim–

vV O2máx. Média (x) e desvio-padrão (dp) do IFBP e das dv de cada nadador.

Nadador Percurso (m) Distância (m) % Tlim IFBP (%) dv (m/s)

25 12,5 6,3 32,60 0,30 125 112,5 56,3 35,16 0,26 4

200 187,5 93,8 36,95 0,25 x ± dp 34,30±2,19 0,27±0,03

25 12,5 3,1 32,98 0,25 125 112,5 28,1 31,58 0,21 225 212,5 53,1 34,53 0,31 325 312,5 78,1 37,99 0,24

5

400 387,5 96,9 40,01 0,24 x ± dp 35,42±3,51 0,25±0,04

25 12,5 3,6 33,70 0,27 125 112,5 32,1 33,72 0,26 225 212,5 60,7 34,94 0,29 325 312,5 89,3 36,84 0,26

6

350 337,5 96,4 37,49 0,30 x ± dp 35,34±1,76 0,28±0,02

No sentido de procurar possíveis relações do IFBP com o Tlim, do IFBP

com as dv e das dv com o Tlim, partindo dos dados presentes no Quadro 6,

foram calculados os respectivos coeficientes de correlação (quadro 7).

Quadro 7. Coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) das regressões entre a média do

IFBP (x IFBP), média das dv (x dv) e o Tlim.

* significativo para p≤0,05

Tlim (s) x IFBP (%)

r 0,998* x IFBP (%) p 0,042 r -0,315 -0,251 x dv (m/s) p 0,796 0,796

Page 64: Monografia de Manuel Santos

42

Como podemos verificar no quadro 7, não se vislumbra qualquer relação

entre as dv e a média do IFBP e entre as dv e o Tlim. Foi encontrada elevada

correlação entre a média do IFBP e o Tlim, ou seja, os nadadores com maior

IFBP parecem caracterizar-se por um maior Tlim.

De seguida foram efectuadas as regressões entre IFBP e a %Tlim, isto

é, estudou-se como evolui o IFBP ao longo do teste de Tlim-v V O2máx (quadro

8).

Quadro 8. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão linear

estabelecida entre o IFBP e a %Tlim na técnica de bruços, por nadador e da amostra.

Nadador

4 5 6 Amostra

r 1,000* 0,916* 0,948* 0,884*

r2 1,000 0,839 0,898 0,782 * significativo para p≤0.05

Da análise do quadro 8, podemos constatar que os valores de r são

elevados. A significância estatística ao nível amostral é maior (p=0,001) do que

ao nível individual (p=0,012, p=0,029 e p=0,014 para os nadadores 4, 5 e 6,

respectivamente). Podemos então verificar que existe um aumento do IFBP ao

longo do teste de Tlim-vV O2máx. Esta relação tem uma variância explicada na

de 100% para o nadador 4, 83,9% para o nadador 5 e 89,8% para o nadador 6,

e 78,2% para a amostra total. Ou seja, parece que com o decorrer do teste

exaustivo existe uma diminuição dos tempos não propulsivos e um aumento

dos tempos propulsivos.

Numa tentativa de verificar a evolução do IFBP ao longo do teste de

Tlim-vV O2máx para cada nadador, foram efectuadas as representações

gráficas da evolução do IFBP ao longo do teste de cada nadador (figura 12).

Apresentámos ainda na referida figura a regressão linear entre o IFBP e a

%Tlim ao nível amostral, com a respectiva recta de regressão linear.

Page 65: Monografia de Manuel Santos

43

Figura 12. Representação gráfica da evolução do IFBP ao longo do teste Tlim-v V O2máx de

cada nadador, e regressão linear entre IFBP e %Tlim com respectiva recta de regressão. Valor

do coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) de cada nadador e amostra.

Da análise da figura 12, podemos verificar um aumento do valor do IFBP

ao longo do teste de Tlim-vV O2máx, ou seja, parece existir uma diminuição dos

tempos não propulsivos dentro de um ciclo de nado, tanto a nível individual

como a nível amostral, tal como já tínhamos anteriormente referido. Os dados

parecem mostrar que o IFBP não cresce linearmente com o desenrolar do teste

de Tlim-v V O2máx.

Foram ainda relacionados os valores do IFBP com as dv ao longo do

teste Tlim-vV O2máx (quadro 9).

y = 0,085x + 30,99 r=0,916 p=0,029

y = 0,043x + 32,93 r = 0,948 p=0,014

y = 0,050x + 32,31 r=1,000 p=0.012

y = 0,060x + 32,06 r = 0,884 p=0,001

Page 66: Monografia de Manuel Santos

44

Quadro 9. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão linear

estabelecida entre o IFBP e as dv na técnica de bruços, por nadador e da amostra.

Nadador

4 5 6 Amostra

r -0,973 0,056 0,452 -0,046

r2 0,947 0,003 0,205 0,002

Tal como foi verificado em costas, verificámos que os valores de r

variam muito entre sujeitos, não vislumbrando qualquer significância estatística.

Apresentámos ainda a representação gráfica da regressão linear entre o

IdC e as dv (figura 13).

Figura 13. Regressão linear estabelecida entre o IFBP e as dv, com respectiva recta de

regressão, valor do coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) para cada nadador e para

a amostra na técnica de bruços.

y = -80,43x + 56,62 r=-0,973 p=0,147

y = 5,30x +34,09 r=0,056 p=0,929

y = 43,76x + 23,26 r=0,452 p=0,444

y = -3,94x + 36,31 r=-0,046 p=0,880

Page 67: Monografia de Manuel Santos

45

Os resultados da figura 13, vão de encontro ao supra-referido, isto é,

não existe qualquer evidência estatística de uma possível relação entre as dv e

o IFBP.

5.3. Técnica de Mariposa

Tal como foi apresentado para a técnica de costas e de bruços, na

técnica de mariposa foi executada uma análise descritiva das variáveis em

estudo, por nadador, ao longo do teste Tlim-vV O2máx (quadro 10). Ainda

procedemos ao cálculo das médias (x) e respectivos desvios-padrão (dp) do

TTG e das dv de cada nadador da nossa amostra.

Quadro 10. Valores relativos à % Tlim, ao TTG e às dv ao longo da distância do teste de Tlim–

vV O2máx.

No sentido de averiguar as possíveis relações da média do TTG com o

Tlim, da média TTG com a média das dv e da média das dv com o Tlim, tendo

em conta os dados presentes no quadro 10, foram calculados os respectivos

coeficientes de correlação (quadro 11).

Nadador Percurso (m) Distância (m) % Tlim TTG (%) dv (m/s)

25 12,5 2,5 28,00 0,20 125 112,5 22,5 28,98 0,18 225 212,5 42,5 28,19 0,20 325 312,5 62,5 28,53 0,22 425 412,5 82,5 27,80 0,21

7

500 487,5 97,5 27,32 0,21 x ± dp 28,14±0,58 0,20±0,01

25 12,5 3,1 29,18 0,20 125 112,5 28,1 28,43 0,21 225 212,5 53,1 27,58 0,21 325 312,5 78,1 27,10 0,22

8

400 387,5 96,9 27,50 0,25 x ± dp 27,96±0,84 0,22±0,02

25 12,5 10 27,42 0,21 125 112,5 45 25,71 0,25 225 212,5 85 24,57 0,24

9

250 237,5 95 23,33 0,19 x ± dp 25,26±1,74 0,22±0,03

Page 68: Monografia de Manuel Santos

46

Quadro 11. Coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) das regressões entre a média do

TTG (x TTG), média das dv (x dv) e o Tlim.

Tlim (s) x TTG (%)

r 0,920 x TTG (%) p 0,257 r -0,832 -0,548 x dv (m/s) p 0,374 0,631

Da análise do quadro 11, verificámos que não existem relações

significativas estatisticamente entre as variáveis em estudo. Estes resultados

poderão estar relacionados com o reduzido número de nadadores pertencentes

à amostra do nosso estudo.

De seguida foram calculadas as regressões entre o TTG e a %Tlim, isto

é, uma tentativa de perceber como se desenvolve o TTG ao longo do teste de

Tlim-vV O2máx (quadro 12).

Quadro 12. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão linear

estabelecida entre o TTG e a %Tlim na técnica de mariposa, por nadador e da amostra.

Nadador

7 8 9 Amostra

r -0,594 -0,908* -0,980* -0,551*

r2 0,353 0,824 0,961 0,304 * significativo para p≤0.05

Da análise do quadro 12, podemos verificar que o nadador 7 não mostra

um r forte, não sendo estatisticamente significativo inclusivamente (p=0,214). O

nadador 8 apresenta um r negativo e elevado (r=-0,908), com significância

estatística (p=0,033). O nadador 9 apresenta um r negativo e ainda mais

elevado (r=-0,980), sendo estatisticamente significativo (p=0,020). Ao nível da

amostra desta técnica de nado o valor de r é negativo e moderado (r=-0,551),

com significância estatística (p=0,033). A variância explicada é de 82,4% para

o nadador 8 e 96,1% para o nadador 9. Já a amostra apresenta uma variância

explicada de 30,4%, o que poderá mostrar a influência do nadador 7 nestes

resultados.

Page 69: Monografia de Manuel Santos

47

Na figura 14 é exposta a representação gráfica da evolução do TTG ao

longo do teste de Tlim-vV O2máx, para cada nadador da técnica de mariposa, e

a regressão linear entre o TTG e a %Tlim para a amostra desta técnica.

Figura 14. Representação gráfica da evolução do TTG ao longo Tlim- v V O2máx, para cada

nadador, e regressão linear estabelecida entre o TTG e a %Tlim com respectiva recta de

regressão. Valor do coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) para cada nadador e para

a amostra.

Na figura 14, podemos verificar que a um aumento da %Tlim está

associado uma diminuição do TTG, isto é, ao longo do teste de Tlim-vV O2máx,

o TTG diminui, ou seja, existe uma diminuição dos intervalos de tempo não

propulsivos. Ao longo do teste de Tlim-vV O2máx os intervalos de tempo não

propulsivos vão diminuindo de predominância, aumentando assim o nível de

sincronização entre os MS e os MI nesta técnica de nado.

y = -0,009x + 28,63 r=-0,594 p=0,214

y = -0,02x + 29,01 r=-0,908 p=0.033

y = -0,044x + 27,82 r=-0,980 p=0.020

y = -0,026x + 28,69 r=-0,551 p=0.033

Page 70: Monografia de Manuel Santos

48

Para dar resposta a outro dos objectivos do nosso estudo, a relação dos

TTG com as dv, foram calculadas as regressões entre o TTG e as dv. Estas

foram calculadas para cada nadador da amostra e para a amostra total (quadro

13).

Quadro 13. Coeficientes de correlação (r) e de determinação (r2) da regressão linear

estabelecida entre o TTG e as dv na técnica de mariposa, por nadador e da amostra.

Nadador

7 8 9 Amostra

r -0,520 -0,607 0,251 -0,291

r2 0,271 0,369 0,063 0,085

Podemos verificar, a partir da análise do quadro, que não foi evidenciada

qualquer relação entre o TTG e as dv. Podemos ainda verificar que existe uma

grande variabilidade dos valores de r entre indivíduos sendo que em nenhum

dos casos é estatisticamente significativo (figura 15).

Figura 15. Regressão linear estabelecida entre o TTG e as dv, com recta de regressão,

coeficiente de correlação (r) e valor de prova (p) para cada nadador e amostra em mariposa.

y= -22,0x + 32,61 r=-0,520 p=0,290

y = -26,43x + 33,72 r=-0,607 p=0,277

y = 15,84x + 21,73 r=0,251 p=0,749

y = -23,26x + 32,27 r=-0,291 p=0,292

Page 71: Monografia de Manuel Santos

49

6. Discussão

6.1. Discussão da Metodologia

O protocolo utilizado no nosso estudo teve em consideração que as

condições de realização fossem o mais aproximadas possíveis da situação real

de nado mantendo deste modo uma elevada reprodutibilidade, consistência,

validade e fiabilidade daquilo que se pretende avaliar, situação que parece ir de

encontro ao definido por Alves (1996). Houve a preocupação de obter dados

bioenergéticos numa situação de execução o mais real possível, isto é,

tentando perturbar o menos possível o comportamento habitual do nadador

numa situação de treino ou competição. Mesmo havendo esta preocupação, foi

inevitável uma alteração na execução como o impedimento da realização da

viragem de rolamento ventral, habitualmente utilizada pelos nadadores na

técnica de costas, passando a utilizar viragem aberta. Os nadadores foram

ainda impedidos de sair em posição hidrodinâmica subaquática (Alves, 1996).

Contudo e apesar das condicionantes impostas ao nadador por via dos

instrumentos utilizados na recolha de dados, estas não parecem influenciar os

resultados e a sua inferência para uma situação de treino ou competição

(Keskinen et al., 2000; Keskinen et al., 2002; Kjendlie et al., 2003; Toussaint et

al., 1987).

No que diz respeito à captação de imagens utilizadas na determinação

do IdC, IFBP e TTG, o método utilizado diverge do originalmente proposto por

Chollet et al. (2000). Este passava pela captação de imagens de três planos

distintos: (i) plano sagital e paralelo ao deslocamento do nadador; (ii) plano

frontal e superior ao deslocamento do nadador, e (iii) um plano oblíquo ao

deslocamento do nadador. A captação sincronizada das imagens partindo

destes três planos tinha como principal objectivo a maior facilidade na análise e

identificação das acções do nadador. Contudo, e atendendo aos objectivos do

nosso estudo, considerámos mais adequada a utilização de uma metodologia

que utilize imagens de duplo meio apenas no plano sagital.

Page 72: Monografia de Manuel Santos

50

Existem duas metodologias de determinação do IdC, IFBP e TTG, que

têm sido frequentemente utilizadas: (i) digitalização e posterior análise

computacional das mesmas e (ii) observação simples e directa das imagens e

determinação imediata através da contagem de frames da duração de cada

fase ou acção dos MS e MI. As duas metodologias possuem vantagens e

desvantagens. A primeira tem como vantagem o maior rigor na delimitação de

cada uma das acções dos MS e MI, tendo como desvantagens a morosidade

que o processo de digitalização envolve e ainda o facto de que só é possível

analisar um ou dois ciclos dos MS, ou seja, aqueles que acontecem dentro do

volume de calibração. Relativamente ao segundo método, este tem como

principal desvantagem o possível menor rigor associado a um processo de

simples observação das imagens, tendo como principais vantagens a

possibilidade de observar ciclo após ciclo, e não um ou dois ciclos como

acontece no processo de digitalização, permitindo ainda uma determinação

menos morosa. Este foi o método que se tornou mais comum entre os estudos

realizados nesta temática (Chollet et al., 2000; Lerda & Cardelli, 2003; Lerda,

Cardelli & Coudereau, 2005; Chollet, Cárter & Seifert, 2006; Chollet, Seifert &

Cárter, 2008; Tourny-Chollet, Seifert & Chollet, 2009). Tendo a sua validade

sido testada por Seifert et al. (2006), verificando que não existem diferenças

estatisticamente significativas entre o procedimento que passa pela

digitalização das imagens do nadador e o que se baseia na observação directa

das mesmas imagens. Neste contexto, e atendendo aos objectivos e

características do nosso estudo, a identificação do padrão coordenativo do

nadador foi realizada recorrendo à observação directa das suas imagens.

Relativamente à definição das fases da acção dos MS em Costas, o

nosso estudo distingue-se um pouco do proposto por Chollet et al. (2006) e por

Chollet et al. (2008), uma vez que estes autores modelam a acção dos MS em

seis fases: (i) entrada e agarre; (ii) puxada; (iii) empurre; (iv) paragem da mão

na coxa; (v) saída e (vi) recuperação. No entanto, e tal como sucede nos

estudos conduzidos por Lerda & Cardelli (2003) e Lerda et al. (2005), no

presente estudo não foi observada a fase (iv), paragem da mão na coxa, pelo

que, tal como os autores supracitados, procedemos à modelação das acção

Page 73: Monografia de Manuel Santos

51

dos MS em cinco fases: (i) entrada e agarre; (ii) puxada; (iii) empurre; (iv) saída

e (v) recuperação.

No que se refere à técnica de bruços, a metodologia usada para

determinação da sincronização entre MS e MI é comum a outros estudos

realizados nesta técnica (Leblanc et al., 2005; Seifert & Chollet, 2005; Seifert et

al., 2008).

Na técnica de mariposa são aceites na literatura duas metodologias para

determinação da coordenação dos MS com os MI. A metodologia utilizada por

Seifert et al. (2007b), que utiliza a fórmula do relative phase, em que os

resultados são expressos em graus, e a metodologia descrita por Seifert et al.

(2008), a metodologia dos TTG, que se baseia na soma absoluta dos valores

de T1, T2, T3 e T4, sendo os resultados expressos em percentagem. Esta

última metodologia parece-nos ser a mais simples, facilitando a interpretação

dos valores de coordenação dos MS com os MI, e aproximando-se mais das

metodologias utilizadas em Crol, Costas e Bruços, que também apresentam os

seus resultados em percentagem.

6.2. Discussão dos Resultados

6.2.1. Técnica de Costas

No que se refere à técnica de costas, a análise inicial permitiu desde

logo observar que o modelo de coordenação adoptado pelos nadadores ao

longo do teste foi o modelo catch-up (IdC<0%), que implica um intervalo de

tempo entre as fases propulsivas dos MS, situação que parece ir de encontro

ao observado noutros estudos já realizados nesta técnica (Lerda & Cardelli,

2003a; Lerda et al., 2005; Chollet et al., 2006; Chollet et al., 2008). Segundo

Chollet et al. (2008), este é o único modelo possível de coordenação nesta

técnica de nado, devido à acentuada rotação alternada do corpo e das

limitações de flexibilidade da estrutura mio-articular do ombro não permitirem a

continuidade das acções propulsivas. Maglischo (2003) refere que o MS que

está a efectuar a recuperação deve entrar na água quando o outro MS está a

Page 74: Monografia de Manuel Santos

52

terminar a fase propulsiva. Uma vez que o MS vai entrar na água e descrever

ainda uma acção descendente até efectuar o agarre, que corresponde ao início

da acção propulsiva e de referência para a aferição do IdC, pelo que podemos

desde logo perceber que as acções propulsivas não serão contínuas.

Quanto aos valores médios obtidos para o IdC, apesar de nenhum

estudo com as características do presente estudo ter sido realizado até ao

momento é possível, no entanto, efectuarmos uma análise destes mesmos

valores tendo por base os estudos já realizados e que já utilizaram

intensidades de nado próximas da intensidade correspondente à vV O2máx

(Fernandes et al., 2003b; Termin & Pendergast, 2000). Assim, os valores do

IdC encontrados no presente estudo apresentam-se ligeiramente inferiores aos

valores encontrados noutros estudos (Chollet et al., 2008; Lerda et al., 2005).

Esta situação poderá ser justificada por dois factores: (i) menor nível técnico

dos nadadores da nossa amostra, visto que a quantificação do IdC parece

indicar o nível técnico do nadador (Chollet et al., 2006b, 2008; Lerda & Cardelli,

2003), sendo que os melhores nadadores têm um maior IdC e (ii) grande

variabilidade deste parâmetro entre os nadadores (Caetano, 2008; Lerda &

Cardelli, 2003; Lerda et al., 2005).

No que se refere aos valores médios obtidos das dv, estes vão de

encontro a outros estudos realizados nesta técnica de nado (Alves et al., 1996;

Barbosa et al., 2006; Portela et al., 2006), mesmo não tendo características

semelhantes ao presente estudo.

Tendo em conta que a literatura mostra que os nadadores de maior nível

têm um menor Tlim-vV O2máx (Billat & Koralsztein, 1996; Fernandes et al.,

2003a, 2003b, 2004), e que os melhores nadadores teriam maiores IdC

(Chollet et al., 2006b, 2008; Lerda & Cardelli, 2003; Lerda et al., 2005), seria de

esperar que os nadadores com maior Tlim-vV O2máx tivessem menores IdC.

Essa tendência parece existir no nosso estudo, no entanto, é importante referir

que não foi encontrado qualquer significado estatístico nos resultados. Este

facto parece dever-se à natureza individual dos dados, assim como ao número

reduzido de nadadores da nossa amostra.

Page 75: Monografia de Manuel Santos

53

Relativamente à relação entre o IdC e a %Tlim para a técnica de costas,

observou-se a existência de uma relação estatisticamente significativa para um

dos nadadores, não se observando qualquer tipo de relação para os restantes,

situação que parece justificar-se pelo elevado carácter individual do IdC

(Caetano, 2008; Lerda & Cardelli, 2003; Lerda et al., 2005). Contudo, para a

amostra total observou-se uma relação positiva entre ambas as variáveis e

estatisticamente significativa. Esta situação parece demonstrar que ao longo do

teste Tlim-vV O2máx, que implica necessariamente uma acumulação de fadiga,

o IdC tende a aumentar, isto é, com o aumento da fadiga acumulada parece

haver uma diminuição dos intervalos de tempo entre as acções propulsivas dos

MS. Os resultados corroboram com outros estudos efectuados que relacionam

testes exaustivos com a coordenação da técnica, ainda que apenas na técnica

de crol, mostrando que o IdC aumenta com a acumulação de fadiga (Alberty et

al., 2005, Alberty et al., 2008; Morais et al., 2008).

Seifert et al. (2007) demonstram que o IdC parece resultar de factores

advindos da tarefa, resultando da necessidade de uma determinada

coordenação dos MS, bem como de uma organização temporal dos ciclos de

MS muito particular. O modelo de coordenação adoptado parece ser então

resposta aos factores metabólicos (Alberty et al., 2005, 2008, 2009; Morais et

al., 2008), antropométricos e técnicos (Seifert et al., 2004). Pelayo, Alberty,

Sidney, Potdevin e Dekerle (2007) referem que os parâmetros da acção de MS

parecem adaptar-se aos constrangimentos impostos por exercícios que

envolvam o potencial aeróbio.

Se com fadiga acumulada existe maior continuidade das acções

propulsivas entre os MS, então o IdC parece ser uma estratégia que o nadador

utiliza para compensar a perda de reservas bioenergéticas, visto que a

velocidade de nado não se altera. Assim, é factual a existência de um

mecanismo compensatório, tal como outros autores o defendem (Alberty et al.,

2005, 2008, 2009; Morais et al., 2008), tendo que aumentar a eficiência dos

factores biomecânicos, onde é incluído o IdC, para manter a mesma velocidade

visto que existe uma diminuição da preponderância dos factores

bioenergéticos. Estes dados revelam que os nadadores modificam a sua

Page 76: Monografia de Manuel Santos

54

coordenação dos MS de forma a melhorar a sua eficiência de nado, diminuindo

desta forma o custo energético de nado (Barbosa et al., 2007, 2008; Morais et

al., 2008; Vilas-Boas, 1996).

Relativamente à forma como se relacionam o IdC e as dv, os resultados

mostram uma grande variabilidade entre os diferentes sujeitos da amostra.

Mesmo assim, não se evidencia qualquer relação estatisticamente significativa,

tanto a nível individual como a nível amostral, tal como no estudo realizado por

Alberty et al. (2005). A grande variabilidade destas duas variáveis em estudo,

poderá estar na causa desta ausência de relação.

6.2.2. Técnica de Bruços

No que se refere à técnica de bruços, os valores médios encontrados de

IFBP não nos mostram uma natureza tão individual como havia acontecido

para o IdC da técnica de costas. Relativamente aos valores médios do IFBP,

apesar de não ter sido efectuado qualquer estudo com as mesmas

características do presente estudo até ao momento nesta técnica de nado, é

possível mesmo assim realizarmos uma análise destes valores tendo por base

estudos realizados nesta técnica de nado e que utilizaram intensidades

próximas da intensidade que utiliza a vV O2máx (Fernandes et al., 2003b;

Termin & Pendergast, 2000). Seifert e Chollet (2003) mostram que o IFBP aos

100m (47,6%±10,1) é superior ao IFBP aos 200m (41,1%±11,3). Ou seja, com

o aumento da distância de nado, e com a diminuição da velocidade de nado, o

IFBP diminui. Tendo em conta que a velocidade de nado do nosso teste é

inferior aos 200m, é possível afirmar que os nossos dados estão de acordo

com Seifert et al. (2003).

Relativamente aos valores das dv nesta técnica de nado, estes

mostram-se semelhantes aos apresentados noutros estudos nesta técnica

(Barbosa et al., 2006; Lima et al., 2006). Para além disso, os valores das dv

mostram-se superiores às restantes técnicas de nado. O facto desta técnica de

nado, juntamente com mariposa, apresentar valores mais elevados das dv

comparando com a técnica de crol e costas deve-se às imposições técnicas

Page 77: Monografia de Manuel Santos

55

definidas pela FINA, que obrigam à realização de acções simultâneas dos MS

e dos MI entre si, implicando desta forma que após uma fase propulsiva se siga

uma fase não propulsiva (Vilas-Boas, 1996). Esta simultaneidade leva a que o

nadador sofra uma maior variação intracíclica da velocidade do CM (Craig &

Pendergast, 1979). Para além disto, esta técnica impõe uma necessidade de

dispender uma energia suplementar para vencer as forças de inércia (Vilas-

Boas, 1996).

Estudos realizados anteriormente demonstram que os melhores

nadadores mostram valores menos elevados de Tlim-vV O2máx (Billat &

Koralsztein, 1996; Faina et al., 1997; Fernandes et al., 2003b), ou seja, os

melhores nadadores suportam durante menos tempo nadar à intensidade

correspondente à vV O2máx. Por outro lado, alguns estudos realizados nesta

técnica de nado mostram que os melhores nadadores tendem a ter maiores

valores de IFBP (Chollet et al., 2004; Leblanc et al., 2005; Seifert & Chollet,

2005). Sendo assim, seria provável que a um Tlim-vV O2máx baixo se

associasse a um IFBP alto. Os resultados mostram-nos o contrário, quanto

maiores forem os valores de Tlim-v V O2máx maiores serão os valores de IFBP,

ou seja, maior o tempo dedicado às fases propulsivas. Estes resultados

parecem estar de acordo com Fernandes et al. (2004), que observaram que os

nadadores mais económicos conseguem suster durante mais tempo uma

intensidade de nado correspondente ao V O2máx.

Relativamente à relação entre o IFBP e a %Tlim, foram observadas

correlações positivas e estatisticamente significativas para todos os nadadores

e para a amostra total, ou seja, com o decorrer do teste de Tlim-v V O2máx o

IFBP aumenta, existindo desta forma um aumento da preponderância das

acções propulsivas da acção dos MS e dos MI, relativamente às acções não

propulsivas. Assim, os resultados parecem evidenciar uma alteração do padrão

de sincronização da acção dos MS com a acção dos MI. Desta forma, o IFBP

parece funcionar como um mecanismo compensatório, tal como já tinha sido

evidenciado noutros estudos realizados na técnica de crol (Alberty et al., 2005,

2008; Morais et al., 2008). Com o esgotamento das reservas bioenergéticas

Page 78: Monografia de Manuel Santos

56

existe a necessidade, por parte do nadador, de compensar essa perda através

de uma melhoria dos factores biomecânicos para manter uma determinada

velocidade. O IFBP parece ser então um dos factores biomecânicos mais

importantes, sendo uma estratégia utilizada pelos nadadores para manter a

velocidade de nado.

No que se refere à relação entre o IFBP e as dv, os resultados do nosso

estudo não mostram qualquer relação. Os resultados parecem estar de acordo

com o estudo de Alberty et al. (2005), realizado na técnica de crol, que sugere

não existir nenhuma relação entre as duas variáveis.

6.2.3. Técnica de Mariposa

Relativamente à metodologia utilizada para a determinação da

coordenação da técnica em mariposa, é importante referir que é um pouco

diferente da utilizada na técnica de bruços. Em bruços o IFBP é calculado

através da soma de intervalos de tempo de acções propulsivas, ora na técnica

de mariposa o TTG passa pela soma de intervalos de tempo de acções não

propulsivas. Por este facto, será previsível que a apresentação e interpretação

dos dados seja diferente. Com isto, um elevado TTG está associado a uma

menor coordenação da técnica.

Quanto aos valores médios encontrados do TTG, apesar de não existir

qualquer estudo com características similares do presente estudo até ao

momento, é possível no entanto contrapô-los com outros estudos já realizados

e que utilizaram intensidades de nado próximas da intensidade correspondente

à vV O2máx (Fernandes et al., 2003b; Termin & Pendergast, 2000). Assim, os

valores de TTG encontrados no nosso estudo são similares aos encontrados

por Seifert et al. (2008), que utilizam a mesma metodologia que é utilizada no

presente estudo para esta técnica de nado.

No que diz respeito aos valores das dv obtidos para a técnica de

mariposa, estes mostram-se idênticos aos encontrados noutros estudos

efectuados nesta técnica de nado (Barbosa et al., 2006). Para além disto,

Page 79: Monografia de Manuel Santos

57

mostram-se ligeiramente inferiores aos apresentados para a técnica de bruços

e superiores às restantes técnicas de nado. Como já foi referido, o facto desta

técnica apresentar valores maiores das dv, relativamente às técnicas

simultâneas, deve-se às imposições técnicas definidas pela FINA, que obrigam

à realização de acções simultâneas dos MS e MI, implicando que após uma

fase propulsiva se siga uma fase não propulsiva (Vilas-Boas, 1996).

Apesar de não existir qualquer significado estatístico, parece haver uma

tendência para que os nadadores com maiores valores de Tlim–v V O2máx

tenham um maior TTG médio. Ou seja, os nadadores maiores valores de Tlim–

vV O2máx são aqueles com intervalos de tempo não propulsivos, ou seja, os

nadadores de menor nível (Seifert et al., 2008; Seifert & Chollet, 2008). Isto

vem de encontro a outros trabalhos de investigação que sugerem que os

melhores nadadores mostram valores menos elevados de Tlim-vV O2máx (Billat

& Koralsztein, 1996; Faina et al., 1997; Fernandes et al., 2003b). A

insignificância estatística parece dever-se ao reduzido número da amostra.

Os resultados revelam que o TTG diminui ao longo do teste exaustivo a

velocidade constante, ou seja, com o decorrer do teste e consequente

acumulação de fadiga, o grau de sincronização entre as acções dos MS e MI

aumenta visto que os intervalos de tempo não propulsivos diminuem. No

entanto, esta evolução do TTG não é assim tão linear, tornando-se mesmo

difícil encontrar uma curva que mostre como o TTG se comporta ao longo do

teste de Tlim-v V O2máx. Mesmo assim, parece ser claro que o TTG diminui

com a acumulação de fadiga, tal como em crol (Alberty et al., 2005, 2008,

2009; Morais et al., 2008), costas e bruços. Isto leva-nos a interpretar estes

resultados à luz do que sugere Alberty et al. (2005), a existência de um

mecanismo compensatório para permitir a manutenção de velocidade de nado.

Assim, podemos referir que a uma diminuição do tempo não propulsivo

corresponde um menor custo energético (Caetano, 2008), fazendo crer que os

nadadores poderão manipular a coordenação da técnica de forma a alterar o

custo energético, para atingir uma dada velocidade (Morais et al., 2008).

Page 80: Monografia de Manuel Santos

58

O TTG não mostra qualquer relação com as dv. Estes dados estão de

acordo com os resultados apresentados por Alberty et al. (2005), não

mostrando qualquer relação estatisticamente significativa entre as duas

variáveis.

6.2.4. Outras Considerações

No presente estudo os resultados parecem ir de encontro ao afirmado

por Seifert et al. (2007), quando referem que o IdC tem que ser visto como uma

adaptação a um dado constrangimento, já que, por exemplo, o modelo de

coordenação de MS catch-up, na técnica de crol, parece ser uma adaptação do

nadador à intensidade de nado, ao invés de um erro, como habitualmente é

considerado. Neste sentido, ao observarmos que o IdC em costas, o IFBP em

bruços e o TTG em mariposa, que são parâmetros biomecânicos coordenativos

da técnica de nado, estão relacionados com a fadiga, os nossos resultados

estão de acordo com o que está descrito na literatura (Alberty et al., 2005,

2008, 2009; Morais et al., 2008), parece que o modo de coordenação utilizado

pode ser uma resposta do nadador a constrangimentos fisiológicos impostos

pela tarefa.

Assim, e adicionalmente aos outros factores apontados pelos diversos

estudos que visam o IdC, como o género, nível de proficiência, características

antropométricas e regras da tarefa (Chollet et al., 2000; Chollet et al., 2008;

Lerda & Cardelli, 2003; Schnitzler et al., 2007; Seifert et al., 2007; Tourny-

Chollet et al., 2009), a compreensão da adaptação da coordenação da técnica

pelo nadador é relevante na medida que parece influenciar e ser influenciada

por outros parâmetros, como os bioenergéticos.

É possível então referir que, ao invés de serem parâmetros

coordenativos puros, o IdC, IFBP e TTG parecem poder influenciar os

parâmetros fisiológicos. Neste sentido, a manipulação destes parâmetros pode

ser um dos factores pelos quais o custo energético pode ser alterado para uma

determinada velocidade (Morais et al., 2008) e devem ser tidos em conta no

processo de treino em NPD.

Page 81: Monografia de Manuel Santos

59

7. Conclusões

A coordenação da técnica em costas, bruços e mariposa parece

aumentar com a acumulação de fadiga. Podemos ainda observar que o IdC,

IFBP e o TTG não se parecem relacionar com as dv. Estas constatações

resultam das seguintes conclusões que pudemos retirar do nosso estudo, e

que de seguida apresentámos:

i) A nível amostral, o IdC na técnica de costas aumenta com o decorrer

do teste Tlim-vV O2máx.

ii) O IdC em costas não mostra qualquer relação com as dv, a nível

amostral e individual.

iii) O Tlim-vV O2máx parece não indicar o IdC médio na técnica de costas.

iv) A nível individual e amostral, o IFBP aumenta ao longo do teste de

Tlim-vV O2máx.

v) O IFBP não mostra nenhuma relação com as dv, a nível individual e na

amostra total.

vi) Os nadadores com valores mais elevados de IFBP médio mostram

maiores valores de Tlim-vV O2máx.

vii) A nível individual e amostral, o TTG diminui ao longo do teste de Tlim-

vV O2máx.

viii) O TTG parece não mostrar qualquer relação com as dv, ao nível

individual e a nível amostral.

ix) O Tlim-vV O2máx parece não relacionar-se com o TTG médio.

x) Independentemente da técnica de nado, a coordenação da técnica

aumenta com a acumulação de fadiga.

Page 82: Monografia de Manuel Santos

60

Page 83: Monografia de Manuel Santos

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