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CAPÍTULO I O CLIMA ORGANIZACIONAL O ser humano é eminentemente social e interactivo não vive isoladamente, mas em constante convívio e relacionamento com os seus semelhantes. A vida das pessoas constitui uma infinidade de interações com outras pessoas e com as organizações, além disso pelo facto de passar maior parte do seu dia dentro das organizações é necesserio que este relacionamento seja saudavél. A disposição de participar e contribuir para a organização varia de indivíduo para indivíduo, e até no mesmo indivíduo com o passar do tempo. “A organização é um sistema de actividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas.”A cooperação entre elas é essencial para a existência da organização . Uma organização somente existe quando há pessoas capazes de se comunicarem, e que estão dispostas a participar e a contribuir com acção conjunta, afim de alcançarem um objectivo comum”. (CHIAVENATO 2009,PAG.8). Neste, caso para que haja uma harmonia entre as pessoas a comunicação é fundamental, assim o sistema total de contribuições é instável pois as contribuições de cada participante na organização variam não somente em função das diferenças individuais existentes entre os participantes como também do sistema de recompensas aplicado pela organização para incrementar as contribuições. As organizações permitem satisfazer diferentes tipos de necessidades dos indivíduos: emocionais, intelectuais,

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CAPÍTULO I

O CLIMA ORGANIZACIONAL

O ser humano é eminentemente social e interactivo não vive isoladamente,

mas em constante convívio e relacionamento com os seus semelhantes. A vida

das pessoas constitui uma infinidade de interações com outras pessoas e com

as organizações, além disso pelo facto de passar maior parte do seu dia dentro

das organizações é necesserio que este relacionamento seja saudavél. A

disposição de participar e contribuir para a organização varia de indivíduo para

indivíduo, e até no mesmo indivíduo com o passar do tempo.

“A organização é um sistema de actividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas.”A cooperação entre elas é essencial para a existência da organização . Uma organização somente existe quando há pessoas capazes de se comunicarem, e que estão dispostas a participar e a contribuir com acção conjunta, afim de alcançarem um objectivo comum”. (CHIAVENATO 2009,PAG.8).

Neste, caso para que haja uma harmonia entre as pessoas a comunicação é

fundamental, assim o sistema total de contribuições é instável pois as

contribuições de cada participante na organização variam não somente em

função das diferenças individuais existentes entre os participantes como

também do sistema de recompensas aplicado pela organização para

incrementar as contribuições.

As organizações permitem satisfazer diferentes tipos de necessidades dos

indivíduos: emocionais, intelectuais, económicas etc. Elas existem para cumprir

objectivos que os indivíduos isoladamente não podem alcançar face as suas

limitações individuais.

Segundo o Chiavenato1 2009, afirma que as organizações são sistemas

extremamente complexos. Elas se revelam compostas de actividades

humanas em diversos níveis de análise, tais como: personalidades, pequenos

grupos, intergrupos, normas, valores, atitudes, tudo isto existe sob um padrão

complexo e multidimensional .Contudo essa complexidade constitui a base de

compreensão dos fenómenos organizacionais, dificultando também a vida do

administrador.

1Chiavenato I.,Gestão de Recursos Humanos 2009

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Ademais as organizações operam em diferentes ambientes sofrendo as mais

variadas coações e contingências que se modificam no tempo e no espaço e

reagem a elas através de estratégias para o alcance de resultados diferentes.

Tudo isto aumenta ainda mais a complexidade das organizações .

“A organização é uma entidade social conscientemente coordenada, com uma fronteira relativamente identificável que funciona numa base contínua para alcançar um objectivo comun.” Uma organização é constituída por pessoas e para que ela mude, também as pessoas têm que mudar”( ROBBINS 1990 pag 171).

No entanto o ser humano é único, e como tal cria seu próprio pensamento

individual quer por antecipação quer por reação ; a forma como estes

pensamentos e correspondentes acções se reflectem no contexto

organizacional poderá ganhar uma dimensão tal, que torna a reação do

sistema imprevisível.

Para Maximiano (1992) Uma organização é uma combinação de esforços

individuais que tem por finalidade realizar propósitos colectivos.” Por meio de

uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objectivos que seriam

inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma pequena oficina,

um laboratório ou um corpo de bombeiro, um hospital ou uma escola são

exemplos de organizações .

Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e outros. A organização então é o resultado da combinação de todos estes elementos orientados a um objectivo comum (MAXIMIANO 1992 PAG 140).

O indivíduo toma contacto com as organizações grande parte da sua vida, a tal

ponto de ser comum a afirmação de que, do nascimento á morte não há meio

de não se tomar contacto com elas todos dias. Sua importância para a vida

das pessoas, reside no facto de as organizações serem organismos muito

actuantes possuindo um papel relevante nas condições de vida.

Dentro deste conceito, conforme Marcovitch (1972). As organizações possuem

duas funções que são: Primária e Secundária. Como função primária

proporciona ocupação, renda e realização profissional para os que nela

trabalham. No entanto o trabalho pode ser visto como algo que não oferece

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uma qualidade de vida desejada quando monótono, sem criatividade ou

inovação.

Assim parece haver uma relação entre a motivação para o trabalho e o desafio

proporcionado ao indivíduo pelo trabalho. A ausência de condições que

proporcionem um trabalho inovador ou estimulante pode dar ao trabalho um

carácter de incómodo.

Ao passo que a função secundária da organização é constituir-se como

instrumento de que se serve a sociedade para fornecer todos resultados que

carece, uma vez que a maioria das exigências dos seres humanos é satisfeita

pelo trabalho dessas organizações. Baseando-se nestas duas funções, os

seres humanos através dessas organizações são produtores e consumidores.

A função primária de ocupar o indivíduo e dar a ele renda e realização

profissional, é uma razão para a existência e aperfeiçoamento das

organizações. Já a função secundária permite que a organização através da

produção de bens e serviços, satisfaça de modo eficiente as várias carências

da sociedade.

“ As organizações são manifestações concretas de instituições e uma associação de pessoas com papéis e tarefas específicas” (BERNARDES 1993, PAG.87).

A distinção que o autor faz de instituição e organização é a seguinte: a

instituição caracteriza-se por ter uma função que é de atender certa

necessidade social básica, por ter uma estrutura formada por pessoas que

possuem um conjunto de crenças, valores e comportamentos comuns, e por ter

relações de acordo com normas e procedimentos.

Já a organização é uma associação de pessoas caracterizadas por terem a

função de produzir bens, prestar serviços á sociedade, atender necessidades

de seus próprios participantes, e ter uma estrutura formada por pessoas que

relacionam-se entre si, dividindo o trabalho para transformar insumos em bens

e serviços.

Elas combinam agentes sociais e recursos convertendo-se em instrumentos de

economia, são planeadas de forma deliberada para alcançar determinado

objectivo, e formam unidades sociais portadoras de necessidades e interesses

próprios.

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O autor conclui que, a instituição é um fenómeno social abstrato e geral,

enquanto que organização é a sua manifestação concreta e particular.

1.2 Conceitos de Clima Organizacional

Para se estudar o clima organizacional torna-se necessário entender o conceito de cultura organizacional, pois entre clima e cultura há uma relação de causalidade, onde a cultura é a causa e o clima a consequência. Apesar de o clima organizacional ser afectado por vários factores, a cultura é uma das principais causas; outro aspecto prende-se com o facto da cultura e clima serem dois fenómenos intangíveis apesar de manifestarem-se de forma concreta.

” Cultura é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidas através de valores, normas, atitudes e expectativas compartilhadas por todos membros da organização.” A cultura representa as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a –dia, e que direcionam suas acções para alcançar objectivos organizacionais (CHIAVENATO (2009,PAG.87).

Cada organização tem a sua cultura e está presente desde a sua criação que influencia positiva ou negativamente o clima organizacional; a cultura pode sofrer mudanças mas existe um clima organizacional para cada tipo de cultura. Ela influencia as percepções, os valores e os sentimentos tornando o comportamento das pessoas semelhantes entre si.

De acordo com Luz ( 2007) A cultura organizacional é constituída de aspectos, que dão as organizações um modo particular de ser. Ela está para a organização assim como a personalidade está para o indivíduo.

Uma das relações existentes entre cultura e clima organizacional, é que a cultura resulta de práticas recorrentes estabelecidas ao longo do tempo, enquanto que o clima é um fenómeno temporal referindo-se ao estado de vontade dos funcionários; neste sentido cultura e clima são fenómenos complementares.

“O clima organizacional é o indicador do grau de satisfação dos membros de uma empresa em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, tais como modelo de gestão , missão da empresa, processo de comunicação, políticas, valorização profissional e identificação com a empresa.” Como diz o próprio nome, clima organizacional é o estado tanto psicológico ou fisíco em que se encontram os colaboradores da organização relativamente ao local de trabalho” (CODA1997,PAG.98).

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Luz (2003) entede que o Clima organizacional são as impressões gerais ou percepções dos empregados em relação ao ambiente de trabalho.

Embora nem todos têm a mesma percepção o clima organizacional reflecte o comportamento organizacional, isto é os atributos específicos de uma organização , seus valores ou atitudes que afectam a maneira pela qual as pessoas ou grupos se relacionam no ambiente de trabalho. O clima organizacional é o reflexo do estado de ânimo ou o grau de satisfação dos funcionários de uma empresa, num dado momento.

”Clima organizacional é o ambiente interno existente entre os membros de uma organização e está intimamente ligado ao grau de motivação dos seus participantes.” O termo refere-se especificamente aos aspectos da organização que provocam diferentes tipos de motivação em seus participantes” (CHIAVENATO 2009,PAG.60 ).

Conforme explicitado acima o clima organizacional traduz a influência

ambiental sobre a motivação dos participantes; assim ele pode ser descrito

como a qualidade ou propriedade do ambiente de trabalho que é percebida

pelos membros da organização, e que influencia o seu comportamento.

Quando o clima organizacional é favorável manifesta-se em relações de

satisfação , interesse , animação e colaboração entre os participantes; quando

tende a ser desfavorável caracteriza-se por apatia, depressão, falta de

interesse, insatisfação etc, podendo em casos extremos chegar a estado de

agressividade típicos de situações em que os membros defrontam-se

abertamente com a organização .

”O clima é representado pelos conceitos e sentimentos que as pessoas partilham a respeito da organização , e que afectam de maneira positiva ou negativa a sua satisfação e motivação para o trabalho” (MAXIMIANO 2000,PAG.107).

As organizações precisam compreender que tratar a questão do clima interno

como estratégia de gestão é fundamental para o desenvolvimento da

organização; o clima organizacional é um diferencial competitivo e as empresas

têm de se consciencializar disso para poderem competir no mercado e gerar

satisfação interna.

Os autores, Ferreira, João e outros (2011) consideram que o conceito de

Clima organizacional pode ser abordado a partir de quatro perspectivas

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distintas: Perspectiva Organizacional, Perspectiva Psicológica, Perspectiva

Psicossocial e Perspectiva Cultural.

A Perspectiva Organizacional evidencia como características definidoras do

clima do clima organizacional o seguinte: o clima existe na realidade

organizacional, é exterior ao indivíduo e difere das próprias percepções , pode

ser avaliado através da percepção ou de medidas objectivas, distingue-se inter-

organizacionalmente, é relativamente estável no tempo e influencia o

comportamento dos indivíduos na organização.

O clima forma-se em virtude dos indivíduos em uma organização estarem

expostos aos mesmos factores organizacionais, resultando por isso em

percepções semelhantes. Dimensão, estrutura, estilo de liderança,tipo de

tecnologia, numero de níveis hierárquicos , processos de decisão etc,

constituem alguns destes factores os quais existem independetemente das

percepções dos sujeitos.

Na Perspectiva Psicológica, Clima Organizacional é o conjunto das percepções

que reflectem a forma como os ambientes de trabalho, incluindo os atributos

organizacionais são cognitivamente aprendidos e representados em termos do

que significam para os indivíduos que os percebem. Nesta perspectiva assume

papel de relevo o fenómeno da percepção enquanto processo fundamental

relacionado ao clima.

Daqui resulta ser o comportamento individual no trabalho derivado do clima

percepcionado, o qual é a forma de expressão como o indivíduo mediatizado

pelas suas características individuais , percebe subjectivamente a realidade

organizacional. Por isso o clima equivale mais a percepção derivada de

atributos individuais do que a percepção derivada das características

organizacionais. Por esta razão o nível de análise desloca-se para o indivíduo

recebendo o resultado da percepção a designação de Clima Psicológico.

Já a perspectiva Psicossocial define Clima Organizacional como uma

representação criada pela interacção dos indivíduos na organização. Para esta

perspectiva o clima é originado pela interacção interindividual acentuando o

importante papel desempenhado pelo acordo perceptivo e pelo processo de

comunicação.O significado atribuído aos atributos organizacionais tem origem

na interacção de sujeitos dotados de conhecimentos prévios e adquiridos na

base do contacto com outros sujeitos.

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Apesar de as semelhanças entre as estruturas organizacionais e as diferenças

individuais poderem afectar o significado dos eventos organizacionais, são as

interacções entre os membros que mais influenciam as descrições do clima. A

base do clima organizacional é portanto o acordo partilhado pelos sujeitos fruto

da interacção existente entre eles.

Para a Perspectiva Cultural o Clima Organizacional é criado por um grupo de

indivíduos que interage e que partilha uma estrutura de referência comum que

contextualiza a interacção individual na organização: a cultura organizacional.

São os grupos que interpretam e constroem a cultura organizacional expressa

sob a forma de valore, normas, crenças etc, constituindo esta o contexto para

interpretar os eventos organizacionais.

A noção de grupo de indíviduos que partilham algo em termos perceptivos e as

influências culturais que estão na base do acto de perceber, são aspectos que

justificam a integração do clima organizacional no espaço cultural.como pode

ser especificado no quadro 1.

Turnover Ou rotatividade de pessoal pode indicar que algo vai mal;quando elevado significa que as pessoas não estão comprometidas com a empresa, que falta algo na empresa para satisfazê-las.

Absentismo O excesso de atrasos e faltas indica falta de interesse pela organização .

Avaliação de desempenho

Quando avaliado o desempenho dos funcionários, verifica-se que as informações recolhidas confirmam o baixo desempenho de alguns colaboradores, indicando seu estado de ânimo, sua apatia em relação a empresa ou até mesmo problemas pessoais que estejam afectando o desempenho.

Greves Embora as greves estejem ligadas ao não cumprimento das obrigações legais por parte da empresa, a adesão a elas muitas vezes revela o descontentamento dos funcionários em relação a empresa.

Conflitos interpessoais e interdepartamentais

A intensidade dos conflitos interpessoais e entre diferentes departamentos da empresa, é que determina o ambiente tenso na empresa.

Desperdício de material

Muitas vezes a forma de o trabalhador reagir contra a empresa é estragando os materiais, consumindo-os mais do que necessário , ou danificando os equipamentos de trabalho.

Queixas no serviço médico

Os consultórios médicos funcionam como um confessionário .Nele os funcionários descarregam suas angustias sobre todo tipo de reclamações – sobrecarga de trabalho, humilhações, descriminações ,constrangimentos etc.

Pichações nos banheiros

As paredes dos banheiros representam um espaço anônimo onde os funcionários sentem-se seguros para falar mal dos gestores ou da forma como a empresa trabalha.

Fonte: quadro 1: Adptação própria, Quadro 1-Indicadores de clima organizacional

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1.3 MOTIVAÇÃO

O mundo da administração está cada vez mais competitivo e exigindo elevados

níveis de motivação das pessoas. Funcionários motivados para realizar seu

trabalho tendem a proporcionar melhores resultados. A motivação então pode

ser entendida como sendo o principal combustível para o clima organizacional

dentro da empresa.

As pessoas são diferentes no que diz respeito á motivação: as necessidades

variam de indivíduo para indivíduo produzindo diferentes padrões de

comportamento, os valores sociais e a capacidade para atingir os objectivos

também são diferentes e assim por adiante.

Apesar destas diferenças o processo que dinamiza o comportamento é mais ou

menos semelhante para todas as pessoas. Nesse sentido há três premissas

que explicam o comportamento humano:

A primeira, o comportamento é causado por estímulos internos e externos:

existe uma causalidade do comportamento, tanto o meio ambiente como a

hereditariedade podem influenciar o comportamento das pessoas.

Na segunda observação, o comportamento é motivado: há uma finalidade em

todo comportamento humano, o comportamento não é casual nem aleatório

mas sempre orientado e dirigido para um objectivo.

Ao passo que a terceira, o comportamento é orientado para objectivos: em todo

comportamento há sempre um impulso, necessidade, desejo tendência e

expressões para designar os motivos do comportamento.

O modelo básico de motivação é o mesmo para todas as pessoas mas o

resultado pode variar pois depende da percepção do estimulo que varia de

pessoa a pessoa e na mesma pessoa conforme o tempo, das necessidades

que também variam conforme a pessoa e da cognição de cada pessoa. A

motivação das pessoas depende basicamente destas três variáveis.

“Motivação é o conjunto de forças energéticas que têm origem quer no indivíduo quer fora dele, que dão origem ao comportamento de trabalho, determinando a sua forma, direcção, intensidade e duração.”(CUNHA E MIGUEL 2007, PAG.154)

A motivação pode ser dividida em Intrínseca e Extrínseca . A motivação

intrínseca refere-se aos comportamentos de trabalho que são estimulados pelo

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entusiasmo que o trabalho em si mesmo suscita no colaborador; já a motivação

extrínseca diz respeito aos comportamentos extrinsecamente motivados, que

as pessoas levam a cabo com objectivo de conseguir alguma recompensa

material ou social.

Os autores Afonso & LeaL (2009) definem a Motivação, como sendo um factor

que leva as pessoas a agirem, a pensarem e a desenvolverem-se nos mais

diferentes contextos.

De acordo Spector (2012) Motivação é geralmente definida como um estado

interno que induz uma pessoa a se envolver em determinados comportamento.

A motivação está relacionada ao direcionamento, á intensidade e a persistência

do comportamento com o tempo. O direcionamento se refere á escolha de

comportamentos específicos partindo de um grande número de

comportamentos possíveis; a intensidade refere-se ao empenho em uma

tarefa, e a persistência se refere ao envolvimento continuado em um

comportamento ao longo do tempo.

A motivação diz respeito ao desejo de atingir alguma meta, e origina-se das

necessidades da pessoa. Tendo em conta este facto diz-se que uma pessoa

não pode motivar outra, uma vez que a fonte de energia que move o

comportamento motivacional vem do interior da pessoa, sendo inerente ás

suas características de personalidade. No entanto é possível manter as

pessoas motivadas quando se conhece suas necessidades e se lhes oferece

formas de satisfação para tais necessidades.

A motivação cobre grande variedade de comportamentos, a diversidade de

interesses percebida entre os indivíduos permite perceber que as pessoas não

fazem as mesmas coisas pelas mesmas razoes.

1.4 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO

As teorias da Motivação veêm a motivação dos funcionários por diferentes

perspectivas, e tentam explicar sobre as possíveis razões que levam as

pessoas a agir desta ou daquela forma. Estas teorias dividem-se em duas

categorias: teorias de conteúdo e teorias de processo. As teorias de conteúdo

procuram explicar a motivação através da análise dos motivadores: (como por

exemplo o que motiva as pessoas). Já as teorias de processo analisam a

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motivação de uma forma mais dinâmica procurando sobretudo resposta para a

questão : (como por exemplo como se desenrola o comportamento motivado)

1.5 TEORIA DA HIERARQUIA DE NECESSIDADES DE MASLOW

Maslow formulou o seu conceito de hierarquia das necessidades que

influenciam o comportamento humano, considerando o ser humano na

totalidade dando ênfase á integração dinâmica dos aspectos biológicos,

psicológicos e sociais. Maslow vê o ser humano como eternamente insatisfeito

e possuidor de uma série de necessidades relacionadas entre si por uma

escala hierárquica na qual uma necessidade deve ser razoavelmente satisfeita,

antes que outra se manifeste prioritária.

Para Maslow as necessidades humanas estão agrupadas em uma pirâmide de

importância do comportamento humano; na base da pirâmide estão as

necessidades mais baixas e recorrentesas chamadas necessidades primárias,

e no topo estão as necessidades mais sofisticadas e intelectualizadas, as

necessidades secundárias.

Fonte:Pirâmede de H. Maslow adptada do livro Idalberto Chiavenato em gestão de Recursos Humanos.

Segundo Maslow as necessidades não satisfeitas são os motivadores

principais do comportamento humano, havendo precedência das necessidades

mais básicas sobre as mais elevadas, ou seja quando ainda não satisfeitas as

necessidades fisiológicas um indivíduo não se sentirá estimulado pelas

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necessidades de estima por exemplo; por outro lado estando satisfeitas as

necessidades de um determinado nível, tornam-se activas as necessidades do

nível seguinte deixando as do nível anterior de ser motivadoras.

As necessidades mais baixas requerem um ciclo motivacional relativamente

rápido como comer, dormir, etc, enquanto que as necessidades mais elevadas

requerem um ciclo motivacional mais longo. Porém se alguma necessidade

mais baixa deixar de ser satisfeita durante muito tempo, ela torna-se imperativa

neutralizando o efeito das necessidades mais elevadas. A privação de uma

necessidade baixa faz com que as energias do individuo de desviem para a

luta pela sua satisfação.

1.6 TEORIA BIFACTORIAL DE FREDERICK HERZBERG

A motivação é algo que não tem uma definição precisa, alguns autores definem

de modo geral e especificamente é mais complicado, pois a motivação

depende do motivo que leva a pessoa a agir e da força que lhe proporciona

esta acção. Para Herzberg a motivação para o trabalho depende de dois

factores: Factores Higiénicos e Factores Motivacionais.

Factores Higiénicos: referem-se ás condições de que rodeiam o funcionário

enquanto trabalha, engloba as condições físicas e ambientais de trabalho, o

salário, benefícios sociais, as politicas da empresa, o tipo de supervisão

recebido, o clima de relações entre a direcção e os funcionários , os

regulamentos internos, as oportunidades existentes etc, correspondem á

perspectiva ambiental.

Herzberg considera os factores higiénicos limitados na capacidade de

influenciar poderosamente o comportamento dos funcionários; a expressão

higiene reflete o caracter preventivo e profilático e para mostrar que se

destinam simplesmente a evitar fontes de insatisfação do meio ambiente ou

ameaças potenciais ao seu equilíbrio. Quando estes factores são óptimos

evitam a insatisfação uma vez que a sua influência sobre o comportamento não

consegue elevar substancial e duradouramente a satisfação, e quando

precários provocam insatisfação. Por isso são chamados insatisfacientes e

incluem: politicas da organização , condições de trabalho e conforto, segurança

no cargo, salário, relações com os colegas, competência técnica do

supervisor.

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Factores Motivacionais: referem - se ao conteúdo do cargo, ás tarefas e aos

deveres relacionados com o cargo em si. Produzem efeito duradouro de

satisfação e de aumento de produtividade em níveis de excelência. O termo

motivação para Herzberg envolve sentimentos de realização , de crescimento

e de reconhecimento profissional manifestados por meio do exercício das

tarefas e actividades que oferecem um desafio e significado para o trabalhador.

Quando os factores motivacionais são óptimos eles elevam a satisfação;

quando são precários provocam ausência de satisfação, e por esta razão são

chamados de factores satisfacientes e englobam: oportunidades de promoção ,

delegação de responsabilidade, uso pleno de habilidades pessoais,

simplificação do cargo, liberdade de decisão, ampliação ou enriquecimento do

cargo.

Herzberg provou que não basta a criação de políticas higiénicas ou de

manutenção para motivar o funcionário, se não houver a reformulação de

cargos e a valorização efectiva de indivíduos inseridos na organização.

1.7 FACTORES QUE INFLUENCIAM O CLIMA ORGANIZACIONAL(TROCAR POR MODELOS DE ESTUDO DO CLIMA ORGANIZACIONAL)

.

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Capitulo 22.1 COLÉGIO EMIRAIS BREVE HISTÓRICO

O colégio Emirais é uma instituição privada de carácter educativo, fundada em

2008 que presta serviços no ramo da educação, e está localizado na

Urbanização Nova Vida, rua 2, O objectivos desta instituição é promover o

sucesso escolar, transmissão de valores, reforço da identidade da instituição e

valorização das relações interpessoais.

Esta instituição de ensino está vocacionada para leccionar o ensino

primário( iniciação- 6ª classe), o Iº ciclo do ensino secundário (7ª classe-9ª

classe), o IIº ciclo do ensino secundário( 10ª classe-12ªclasse) do curso pré-

universitário e curso de contabilidade e gestão.

O colégio Emirais tem a seguinte composição administrativa:

-Direcção Geral

-Subdirecção Administrativa e Financeira

-Subdirecção Pedagógica

A direcção geral topo máximo da hierarquia da organização tem as seguintes

funções: executar as directrizes propostas pelo concelho de Administração,

assegurar a obtenção dos resultados definidos nos planos administrativos e

operacionais em conformidade com a missão da organização.

“temos como missão proporcionar bases sólidas de formação e educação a toda comunidade para o desenvolvimento futuro do país” (Ester Galiano D. G Colégio Emirais 2008).

Seus princípios e filosofia de trabalho dentro das directrizes estratégicas

estabelecidas em coordenação com todas áreas da organização, definir

políticas e objectivos de cada área coordenando a execução dos respectivos

planos de acção, identificar oportunidades de ampliação e melhoria dos

serviços prestados visando manter a satisfação dos clientes e projectando uma

imagem positiva da organização no mercado.

A Subdirecção Administrativa e Financeira abarca o sector das finanças

contabilidade e tesouraria, a secretaria geral, gabinete de recursos humanos,

transportes, serviços gerais (património e logística, posto médico, manutenção,

informática, limpeza, jardinagem, Refeitório e segurança). São funções desta

subdirecção as seguintes: prever, organizar, dirigir e controlar a administração

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interna e comercial, participar na definição da política administrativa da

instituição, assegurar o cumprimento das obrigações legais a que a instituição

está sujeita, controlar os serviços gerais e coordenar os procedimentos

utilizados nos departamentos para elaboração , apresentação e manutenção de

dossiers e arquivos.

Já a Subdirecção Pedagógica é composta pela secretaria pedagógica,

coordenação de ciclos que engloba o ensino primário, o Iº ciclo do ensino

secundário, o IIº ciclo do ensino secundário composto pelo Puniv ( curso pré-

universitário) e curso de contabilidade. Fazem ainda parte da subdirecção

pedagógica o ATL ( actividade tempos livres) que é frenquentado pelos alunos

no período oposto as aulas, os laboratórios, biblioteca e AEC (actividades

extra- curriculares).

A subdirecção pedagógica tem as seguintes funções: acompanhar e verificar o

grau de cumprimento dos programas e planos de ensino em vigor, elaborar o

plano de preparação metodológica e controlar as actividades desenvolvidas

pela coordenação pedagógica, controlar a participação dos docentes em

seminários, visando a sua superação pedagógica bem como garantir a

realização de jornadas pedagógicas, controlar as actividades desenvolvidas

pelo ATL e AEC.

O pessoal da instituição divide-se em pessoal administrativo e pessoal docente,

e a instituição funciona em dois turnos (manhã e tarde); o horário de

funcionamento para o sector pedagógico é das 7.30m-12.30m no período da

manhã, e das 13h-18h no período da tarde, já o sector administrativo funciona

das 8h-15h. A estrutura física da instituição é composta por vários gabinetes,

laboratórios, secretarias, campo desportivo, salas de aulas, posto médico, sala

de professores, sala de coordenação, papelaria, ginásio, refeitório, cantina, wc,

jardins e arrecadação.

2.2 Caracterização da área pedagógica

No inicio de cada ano lectivo faz-se uma assembleia com os pais e

encarregados de educação , onde são explicados os objectivos da instituição, o

regulamento da escola, direitos e deveres dos alunos e o que se espera dos

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pais e encarregados de educação na vida escolar dos seus educandos .Após o

término de cada trimestre realiza-se também uma reunião de notas com os

encarregados de educação onde se faz o resumo do percurso académico do

aluno durante o trimestre (comportamento,rendimento académico,

recomendações etc), e sempre que necessário convocam-se os encarregados

de educação.

Segundo a Directora da instituição é notável a ausência dos pais e

encarregados de educação na vida estudantil dos seus filhos, pois mesmos

convocados não aparecem na instituição alegando desculpas de toda ordem:

muito ocupado nas suas actividades laborais, viagens constantes em serviço

etc. Estas ausências têm consequências para o rendimento académico do

aluno, pois o aluno sente-se desmotivado por saber que seus progenitores não

acompanham seus estudos fazendo com que ele tenha baixas notas podendo

até mesmo não passar de classe.

Muitas vezes o aluno precisa de acompanhamento nos seus estudos e os pais

furtam –se desta tarefa deixando toda responsabilidade para a escola. Casos

há em que os alunos apresentam sérias dificuldades de aprendizagem, aspecto

que muitas vezes os pais têm conhecimento, mas fingem ignorar para depois

atribuírem culpas a instituição, pois não basta o empenho dos docentes para o

sucesso escolar do aluno, os encarregados de educação também precisam dar

o seu contributo.

Outro aspecto em que a família tem grande influencia é a educação do aluno. A

escola para além de ser um lugar de instrução também é um lugar de

educação; por isso ela tem um regulamento do aluno onde constam as normas

a serem observadas pelo aluno na instituição, bem como os deveres dos

mesmos. Muitas vezes há dificuldades no cumprimento destas regras pelos

alunos por causa da frágil educação recebida, que causa conflitos entre o

elenco pedagógico e o aluno.

Quando isto acontece é feita a socialização do aluno para que ele saiba como

comportar –se na instituição, processo este demorado em alguns casos porque

há alunos que oferecem resistência a mudança de comportamento. Os alunos

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que conseguem enquadrar-se na instituição permanecem nela; os que insistem

em comportamentos inadequados são expulsos da instituição.

Uma particularidade que distingue esta instituição escolar das demais é o uso

de batas com o logotipo da instituição como uniforme, e não t-shirts como as

demais escolas privadas.

Outro aspecto digno de realce para a instituição é a segurança dos alunos;

todo aluno bem como os trabalhadores da escola têm cartões de identificação

e o acesso ao interior da instituição é feito com os mesmos passando pelas

catracas, que só abrem após o reconhecimento do cartão. Para os visitantes o

acesso a escola é feito com o acompanhamento de uma vigilante.

A instituição tem o serviço de transporte escolar que faz a recolha e distribuição

dos alunos, para os alunos que não utilizam este serviço a responsabilidade do

transporte dos mesmos é dos pais e encarregados de educação. No acto da

matrícula é obrigatório declarar na ficha de inscrição o nome do responsável

pelo transporte do aluno, e em caso de mudança de responsável a instituição

deve ser comunicada da mesma forma que caso apareça uma pessoa estranha

para levar o aluno a escola comunica aos pais e encarregados para confirmar a

sua autorização em levar o aluno.

“Os serviços de ATL( actividades tempos livres) e AEC( actividades extra-curriculares) são uma mais valia para a instituição; o ATL ajuda os pais que por força da sua actividade laboral não têm onde deixar os filhos após a saída destes da escola” (Ester Galiano 2D. G Colégio Emirais 2012).

Este serviço contempla as refeições diárias do aluno (pequeno-almoço, lanche,

almoço), descanso para o aluno, execução das tarefas marcadas nas aulas,

frequência de aulas de ballet, inglês, judo e capoeira de acordo a preferência

do aluno bem como a participação do aluno em actividades lúdica educativas.

Já as actividades extra-curriculares (AEC) estão abertas a todos alunos da

instituição.

Preocupada com a saúde dos alunos a instituição tem um posto médico

equipado com medicamentos essenciais e material para os primeiros socorros, 2 Ester Galiano Direitora Geral do colegio Emirais.

Page 17: MONOGRAFIA intro.doc

bem como dois enfermeiros permanentes. Quando surgem casos clinicos que

ultrapassam a competência dos enfermeiros estes são encaminhados para a

clinica mais próxima da escola, e os encarregados de educação são logo

comunicados do ocorrido para deslocarem-se a clinica. A par disto a instituição

tem parcerias com várias clínicas privadas e em diversas especialidades, que

periodicamente deslocam-se a escola para a execução de programas

relacionados a prevenção e educação de diversas doenças, que em muito

beneficia os alunos pois eles aprendem como precaver e comportar-se diante

de várias doenças e pequenos acidentes.

É tradição da instituição realizar no fim de cada ano lectivo o baile dos

finalistas, destinado aos alunos que concluem a 12ª classe do ensino

secundário; durante o baile são premiados os melhores alunos e é entregue a

cada aluno finalista uma faixa e um diploma.

2.3 Caracterização da área administrativa.

A area administrativa do colégio Emirais, funciona em estreita ligação com o

departamento dos recursos humanos e Para Rafael Nangayafina3 (2012), a

cultura de uma organização tem grande influência sobre os funcionários; ela

pode tornar os funcionários satisfeitos e motivados ou pelo contrário

insatisfeitos e descrentes.

“Quando o funcionário já faz parte da organização tem de adoptar a cultura da organização em que está inserido para poder desempenhar suas tarefas. Portanto toda cultura organizacional tem aspectos positivos e negativos; ela deve ser adaptativa para comportar valores e crenças com os quais o trabalhador compartilha e se identifica, e também flexível e aberta a mudanças e inovações” (RAFAEL NANGAYAFINA, 2012).

Segundo o responsável dos recursos humanos, os trabalhadores da instituição

estão divididos em trabalhadores administrativos e trabalhadores docentes,

com dois tipos de contratos de trabalho: contrato de prestação de serviços e

contrato por tempo indeterminado. Por ser uma instituição de ensino não está

em funcionamento durante todo ano daí o facto de ter um número reduzido de

trabalhadores efectivos, sendo a maior parte trabalhadores temporários.O

3 Rafael Nangayafina responsável do gabinete de recursos humanos.

Page 18: MONOGRAFIA intro.doc

pessoal com contrato de prestação de serviço, começa as suas actividades no

início do ano lectivo até ao seu término, que é diferente consoante as classes,

abrangindo este tipo de contrato também o pessoal docente.

No acto da celebração do contrato de trabalho é explicado ao trabalhador o tipo

de contrato que vai assinar, para que o mesmo conheça seus direitos e

obrigações em função do contrato a assinar; mesmo com esta explicação

surgem contradições na interpretação das claúsulas do contrato. Para o

contrato de prestação de serviços a sua renovação depende do empenho, da

assiduidade e pontualidade demostrada pelo trabalhador durante o ano.

Os trabalhadores efectivos são em número reduzido composto pelo pessoal da

secretaria geral, do departamento de finanças, alguns motoristas, empregadas

de limpeza, pessoal da cozinha, vigilantes, seguranças e pessoal do

departamento pedagógico( coordenadores e alguns docentes).Um aspecto

notório com a maioria dos trabalhadores que possuem contrato de prestação

de serviço, é a falta de comprometimento com a organização pois sentem-se

inseguros com receio de serem despedidos a qualquer momento.

Os trabalhadores efectivos são em número reduzido composto pelo pessoal da

secretaria geral, do departamento de finanças, alguns motoristas, empregadas

de limpeza, pessoal da cozinha, vigilantes, seguranças e pessoal do

departamento pedagógico( coordenadores e alguns docentes).Um aspecto

notório com a maioria dos trabalhadores que possuem contrato de prestação

de serviço, é a falta de comprometimento com a organização pois sentem-se

inseguros com receio de serem despedidos a qualquer momento.

Um outro aspecto que muitas vezes causa conflitos entre os trabalhadores e o

departamento dos recursos humanos são as faltas dos trabalhadores; as faltas

são reguladas pela LGT(lei geral do trabalho) onde estão definidas as

modalidades das faltas cometidas em função do tipo de

acontecimento( doença, óbito etc), e grau de parentesco. Para o responsável

dos RH segundo a lei geral de trabalho, nem toda falta justificada é

Page 19: MONOGRAFIA intro.doc

remunerada; são remuneradas as faltas relacionadas com grau de parentesco

directo como pais, filhos em caso de doença ou falecimento, outro tipo de faltas

não têm direito a remuneração.

O departamento de recursos humanos não possui na sua equipa um Psicólogo

do Trabalho, mas está sempre atento ao comportamento dos trabalhadores na

organização , pois o bem estar destes em muito contribui para o alcance dos

objectivos da organização.

As infracções cometidas pelos trabalhadores dependendo do tipo e gravidade

são punidas de acordo a LGT( lei geral de trabalho), começando por uma

advertência verbal quando a infracção é cometida pela primeira vez, passando

para advertência escrita quando a infracção é reincidente,culminando com o

despedimento imediato quando tratar-se de infracção grave, ou acumulação de

advertências tanto verbais como escritas.

A política salarial da organização não é a mesma para os trabalhadores

efectivos e os trabalhadores temporários; o pessoal efectivo tem remuneração

contínua sem interrupções e beneficia do salário do 13º mês. Já o pessoal com

contrato de prestação de serviço recebe o salário até ao término do ano lectivo

consoante as classe, isto para os docentes e não recebem o salário do 13º

mês.Desta forma os docentes da iniciação, 1ª,2ª,3ª,4ª,5ª,7ª,8ª,10ª.11ª classes

recebem salário até ao mês de Novembro, o mesmo acontece com as

vigilantes, motoristas e empregadas de limpeza com contrato de prestação de

serviço. Os docentes da 6ª, 9ª e 12ª classe são pagos até ao mês de

Dezembro pois as classes acima citadas são classes de exame que só são

feitos em Dezembro.

A instituição tem alguns benefícios e incentivos para os trabalhadores efectivos

como direito a alimentação, segurança social e subsídio monetário caso o

trabalhador ocupe algum cargo na instituição. Aos docentes com contrato de

prestação de serviço são atribuídos subsídios de planificação, de direcção de

turma e de coordenação de curso.

2.4 FACTORES QUE INFLUÊNCIAM O CLIMA ORGANIZACIONAL NO COLÉGIO EMIRAIS DE 2012 A 2014

Page 20: MONOGRAFIA intro.doc

A Motivaçao é uma força interior que se modifica a cada momento durante a

vida, e que direciona e intensifica os objectivos de um indivíduo; é uma

combinação de processos fisiológicos, intelectuais e psicológicos que

caracterizam o indivíduo e quando inexistente afecta o grau de interesse ou

vontade de realizar uma tarefa. O nível de motivação é afectado por vários

factores como a personalidade da pessoa, interacções humanas, percepções

do meio ambiente etc.

”a palavra motivação deriva do latim motivus, movere, que significa mover, que em seu sentido original representa incentivo, estímulo ou energização por algum motivo ou razão”( MAXIMIANO 2007, pag 120).

Quando se fala em motivação dentro das organizações, as pessoas pensam

logo em aumento salarial, sendo que a motivação não está relacionada

somente a remuneração, muitas vezes um simples elogio ou reconhecimento

de um trabalho feito faz a pessoa sentir-se motivada. As organizações

precisam manter os seus funcionários motivados para poder alcançar as metas

preconizadas, pois quando há funcionários desmotivados não é possível o

desenvolvimento da organização.

A Liderança é um dos mais importantes aspectos dentro da organização. O

líder tem de saber como guiar as pessoas, fazendo com que os funcionários

gerem resultados positivos para a empresa; é através da liderança que se cria

um clima organizacional produtivo, onde se eleva o potencial das pessoas,

onde se cria motivação e satisfação para os colaboradores.

”Liderança é a capacidade de influenciar pessoas para o alcance das metas, sendo essa liderança atribuída por meio de um alto cargo na organização” (ROBBINS 2007, pag. 208).

Neste caso o líder deve ser alguem querido pelos liderados de modo a fazer

com que as metas sejam alcançadas dentro de um clima favoravel. Os

liderados apresentam sua proatividade de maneira que o líder os reconhece e

os valoriza para atiguirem seus objetivos.

Existem três tipos de liderança:

Liderança Autocrática: o líder impõem as suas ideias e decisões sobre o grupo

sem a participação deste, A ênfase está no líder.

Page 21: MONOGRAFIA intro.doc

Liderança Liberal: o líder delega as decisões ao grupo deixando este a

vontade, é mínima a participação do líder e o grupo é enfatizado.

Liderança Democrática: o líder incentiva a participação das equipes conduzindo

e dando liberdade total aos funcionários, a comunicação ocorre livremente sem

pressão.

Cada um deste tipo de liderança produz sentimentos positivos ou negativos na

organização, sentimentos estes que influenciam o clima organizacional

tornando-o favorável ou desfavorável.Nem todo líder que tem poder exerce

autoridade sobre as pessoas, pois a autoridade é adquirida através do respeito

e da admiração das outras pessoas. Quando a empresa tem uma liderança

deficiente, gera desmotivação, conflitos internos e consequentemente prejuízos

para a organização.

A comunicação tanto interna como externa constitui uma ferramenta

estratégica que compatibiliza interesse á medida que compartilha valores,

promove o diálogo, troca de informações , de experiencias, e a participação de

todos os níveis organizacionais, além de viabilizar acções voltadas

prioritariamente aos clientes internos.

“O processo de comunicação é entendido como o envio de informação e significados, e dele depende a eficácia das relações interpessoais nas organizações“( MAXIMILIANO 2007 pag. 2010).

As falhas ou barreiras na comunicação causa desmotivação, insatisfação nos

funcionários originando uma propaganda negativa da empresa, que pode levar

a organização ao descrédito perda de tempo e de produtividade.

Para que se tenha um clima satisfatório a comunicação entre a organização e

Colaboradores deve ser eficiente, pois ela é um grande factor motivador dentro

da organização, e funcionários bem informados tornam-se mais envolvidos

com a missão da organização; a comunicação deve ser feita de forma directa,

adequada, clara e objectiva para evitar transtornos no desempenho da

organização.

Cultura da organização: cada organização tem a sua cultura; fazer parte de

uma organização significa assimilar a sua cultura. A cultura é o conjunto de

hábitos e crenças estabelecidos através de normas, valores, atitudes e

expectativas compartilhas por todos membros da organização; constitui o modo

Page 22: MONOGRAFIA intro.doc

institucionalizado de pensar e agir que existe na organização . A cultura

espelha a mentalidade que predomina em uma organização.

Relacionamento interpessoal: quando as relações pessoais entre funcionários

e chefias, e mesmo entre os próprios funcionários é de cooperação, o clima

organizacional torna-se favorável; mas se houver incidência de muitos conflitos

influenciará negativamente no clima. É necessário que as relações

interpessoais sejam cordiais para proporcionar o bom desempenho da

organização.

Estabilidade no emprego: o grau de segurança que a empresa oferece aos

trabalhadores e que é sentido pelos mesmos, o feedback dado pela

organização sobre o desempenho dos funcionários contribui para a existência

de um bom clima na organização; quando o trabalhador sente-se inseguro e

sem informações a respeito do seu desempenho, sente-se desmotivado e não

compromete-se com os objectivos organizacionais causando mau clima de

trabalho.

Treinamento e Desenvolvimento: essencial para o desenvolvimento de

competências comportamentais e qualificação dos trabalhadores, que auxiliam

os mesmos no exercício das suas actividades de forma mais eficaz possível,

possibilitando ao trabalhador a aquisição de novos conhecimentos e

desenvolvimento das suas habilidades, proporcionando a empresa uma força

de trabalho preparada para os desafios do mercado competitivo. Já o

desenvolvimento é percebido após o treinamento, visto que é no mesmo onde

se analisa o crescimento do trabalhador. As oportunidades oferecidas aos

membros da organização para sua qualificação, actualização e

desenvolvimento profissional contribuem para um clima saudável; quando a

organização não investe na superação dos funcionários estes sentem

desatualizados, desmotivados no exercício das suas tarefas, sem perspectiva

de desenvolvimento profissional criando um clima desagradável.

Salários: é o centro das relações de intercâmbio entre as pessoas e as

organizações, Todas pessoas nas organizações aplicam seu tempo e esforço,

recebendo em troca dinheiro que representa o intercâmbio de uma

equivalência entre direitos e responsabilidades recíprocos entre empregado e

Page 23: MONOGRAFIA intro.doc

empregador. Um bom sistema de remuneração deve ser estruturado a partir do

equilíbrio interno( hierarquia de cargos) e do equilíbrio externo( mercado), deve

estar apoiada numa política e critérios claros de administração de modo que

permita avaliação de cargos e salários baseada em critérios técnicos, captação

e retenção de pessoal originando assim um bom clima organizacional

indispensável para o desenvolvimento da organização.

Benefícios: as pessoas são atraídas e participam da organização não somente

em função do salário, cargo e oportunidades, mas também em função das

expectativas de serviços e benefícios sociais que poderão desfrutar. As

organizações precisam de planear atractivos para reter talentos dentro das

mesmas; os benefícios dados pela organização devem corresponder ás

necessidades e expectativas dos funcionários, adequados ao perfil dos

funcionários e de suas actividades visando atender seus objectivos individuais,

económicos e sociais, devendo ser um complemento da remuneração do

trabalhador. Os benefícios colaboram directamente para a satisfação e

aumento da produtividade dos funcionários.

O Colégio Emirais no reconhecimento e valorização dos funcionários:

O Colégio Emirais, define suas políticas de valorização do pessoal de modo a

manter os seus funcionários motivados e dispostos a alcançar os objectivos e

metas da organização. Pequenos elogios feitos podem ser a motivação que os

funcionários precisam para um bom desempenho; um profissional valorizado e

reconhecido sente-se mais motivado e pró-ativo, torna-se mais dedicado e

empenhado na execução das tarefas, e está sempre pronto a enfrentar novos

desafios para seu desenvolvimento profissional e da organização. O bom clima

a dependerá se a empresa valoriza e reconhece os seus recursos humanos, se

oferece oportunidades e investe neles. A adoção mecanismos e

reconhecimento dos funcionários cria um clima organizacional positivo.

Capitulo 3

Page 24: MONOGRAFIA intro.doc

3.1 FACTORES QUE INFLUÊNCIAM O CLIMA ORGANIZACIONAL NO COLÉGIO EMIRAIS DE 2012 A 2014( VER C/ O PROFESSOR E CORTAR)

Cada organização tem a sua cultura organizacional ou cultura corporativa; para

se conhecer uma organização é necessário primeiro conhecer a sua cultura e

fazer parte da mesma organização significa assimilar a sua cultura. O modo

como as pessoas interagem em uma organização, as atitudes predominantes,

as aspirações e assuntos relevantes nas interações entre os membros fazem

parte da cultura da organização.

“a cultura organizacional tem grande influência no desempenho dos funcionários, pois o funcionário ao ingressar em uma organização encontra já uma cultura estabelecida, e também traz consigo a sua cultura pessoal que quer implantar na organização; isto pode originar um conflito interno e para não interferir na convivência dentro da organização é fundamental explicar aos novos funcionários qual é a cultura existente na organização”.(Ester Galiano, 2012)(COLOCAR Conceito de maxi)

Para a responsável da instituição a cultura representa o universo simbólico da

organização e proporciona um referencial de padrões de comportamento entre

os funcionários influenciando na pontualidade, produtividade e qualidade de

serviço. Quando a cultura organizacional influencia negativamente no

desempenho dos funcionários ela deve ser mudada. Trabalhar com o colectivo

não é tarefa fácil, pois é difícil a articulação entre interesses pessoais e

particulares com interesses colectivos que muitas vezes originam conflitos.

Estes conflitos não devem ser ignorados ou reprimidos, pois nesta perspectiva

as diferenças podem ser discutidas e negociadas em favor de um projecto

colectivo. Por exemplo há o caso de trabalhadores que não podem trabalhar

aos sábados por causa da sua religião; nestes casos a organização é obrigada

a alterar a escala de trabalho para que nem a organização nem o trabalhador

saiam prejudicados.

Como parte da cultura da organização uma vez tratar-se de uma instituição de

ensino, a interação escola-família é essencial; a participação da família na vida

escolar do aluno muito contribui para o seu sucesso escolar.

Page 25: MONOGRAFIA intro.doc

Quando isto acontece é feita a socialização do aluno para que ele saiba como

comportar na instituição, processo este demorado em alguns casos porque há

alunos que oferecem resistência a mudança de comportamento. Os alunos que

conseguem enquadrar-se na instituição permanecem nela; os que insistem em

comportamentos inadequados são expulsos da instituição.

Na opinião de Panzo Mbuta4, a cultura organizacional influencia em grande

medida o desempenho dos funcionários, pois estes têm suas crenças e valores

pessoais que contrastam com a cultura encontrada na organização, levando

por isso algum tempo para os trabalhadores adaptarem-se a cultura existente

na organização.

De acordo com este responsável a instituição prima pela pontualidade e

assiduidade dos docentes, mas os atrasos dos docentes no inicio das suas

actividades tem causado transtornos a instituição. A escola da uma tolerância

de quinze minutos na hora da entrada dos professores, mas estes fazem da

hora de tolerância hora de chegada a instituição retardando assim o inicio das

actividades lectivas. Estes atrasos constantes devem-se ao facto da maior

parte dos docentes leccionarem em duas instituições diferentes em períodos

opostos, e o trajecto de uma instituição para outra ser condicionado pelo

demorado congestionamento das vias.

Outro aspecto que caracteriza os docentes com contrato de prestação de

serviço é que eles limitam-se apenas a leccionar, não se importando com

outros aspectos educativos característicos do processo de ensino, nem

participando em certas actividades programadas pela instituição. Como

sabemos a escola é um lugar de instrução e educação e o docente deve

trabalhar tendo em conta estes aspectos.

Os docentes da instituição assumem certos cargos pedagógicos para auxiliar o

trabalho da subdirecção pedagógica; assim temos os directores de turma que

são os responsáveis pelas turmas no que toca a sua organização, resolução de

conflitos entre alunos e até mesmo entre professor e aluno, são também o elo

de ligação entre os professores e encarregados de educação bem como entre

a turma e a subdirecção pedagógica.

4 Panzo Mbuta coordenador pedagógico desde 2012

Page 26: MONOGRAFIA intro.doc

Há os coordenadores de disciplina que têm a função de orientar o grupo de

professores de uma mesma disciplina, verificar a aplicação prática do programa

escolar da disciplina fornecido pelo Ministério da Educação, fazer assistência

as aulas dos professores para verificar a competência ou debilidades dos

mesmos.

Existem ainda os coordenadores de curso e coordenadores de ciclo; os

coordenadores de curso( isto para o IIº ciclo do ensino secundário) são os

elementos de interação entre a instituição e a escola de tutela, isto pelo facto

de ser uma instituição privada de ensino e por orientação do Ministério da

Educação deve estar filiada a uma escola pública. Já os coordenadores de

ciclo( ensino primário, Iº e IIº ciclo do ensino secundário) são os responsáveis

pelos demais coordenadores, pelos alunos e docentes e pela ligação entre

docentes e as diversas subdirecções da instituição.

É cultura da escola realizar a planificação pedagógica quinzenalmente aos

sábados sob orientação dos coordenadores de disciplina e coordenadores de

ciclo. Na planificação pedagógica é feito o plano semanal de aulas para cada

disciplina, onde são traçados os objectivos a atingir com o tema planificado, há

troca de experiencias entre docentes bem como o esclarecimento de dúvidas

sobre certas matérias a serem ministradas. Para que os alunos entrem em

contacto com a realidade do conteúdo que aprendem, são realizadas visitas de

estudo guiadas a museus, empresas, parques infantis, creches etc.A

superação pedagógica dos docentes é feita através de seminários pedagógicos

ministrados pelo Ministério da Educação antes do início de cada ano lectivo e

durante as pausa pedagógica trimestral.

CAPITULO( ORGANIZAR COM O PROFESSOR)

Page 27: MONOGRAFIA intro.doc

”A cultura organizacional é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidas por

normas, valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos membros de

uma organização”(CHIAVENATO 2014,PAG.154).

A cultura exprime a identidade da organização, é construída ao longo do tempo

serve de elo entre o passado e o presente contribuindo para a permanência e

coesão da organização. A essência da cultura de uma organização é originada

pela maneira como a organização desenvolve o seu trabalho, o grau de

autonomia entre os departamentos e o grau de lealidade expresso pelos

funcionários da organização, representa as percepções dos dirigentes e

trabalhadores da organização e reflete a mentalidade predominante.

Os valores organizacionais são moldados conforme as necessidades da

organização e fixam-se a partir das experiências vivenciadas pela organização

na solução de vários problemas que refletem a percepção da organização

como um todo. Estes valores são a base da cultura organizacional.

”Cultura organizacional se refere a um sistema de valores compartilhados pelos membros de uma organização e que a difere de uma outra. Esse sistema é em última análise um conjunto de características chaves que a organização valoriza” Robbins(2002,pag.498).

Na vertente do autor, é através da cultura organizacional que uma empresa se

distingue da outra, pois nela existem algumas particularidades que apenas são

encontradas com dentro de uma certa organização, deste mo o autor afirma

que Existem três factores preditores da cultura organizacional: factores

humanos, factores organizacionais e factores contextuais.

Factores humanos: referem-se aos indivíduos que contribuem para o

surgimento da organização tais como: fundadores, líderes, proprietários,

membros entre outros.

O fundador é uma figura significante porque ao fundar a sua organização,

decidiu como gerir a mesma, fazendo emergir as ideias e pressupostos básicos

da organização. Juntam-se ao fundador os líderes pois para além de terem

impacto e poder sobre os aspectos tangíveis e racionais da organização como

estrutura, gestão de recursos humanos e tecnologia utilizada, criam também

Page 28: MONOGRAFIA intro.doc

procedimentos, missão , rituais e linguagem própria que são transmitidos e

ensinados aos novos membros.

Factores organizacionais: referem-se a história e tradição da organização, bem

como a sua dimensão. A medida que aumenta a dimensão da organização,

aumenta a necessidade de regras e procedimentos estandardizados tendendo-

se impor uma cultura de regras.

Factores contextuais: são os aspectos relacionados com o ambiente onde a

organização actua. A influência da cultura nacional é um factor determinante

para as características da cultura organizacional.

2.3 Principais características da cultura organizacional

Regularidades nos comportamentos observados: as interações entre os

funcionários caracterizam-se por uma linguagem comum, terminologias

próprias e rituais relacionados com condutas e deferências.

Normas: são padrões de comportamentos que incluem guias sobre a maneira

de fazer as coisas; regulam diversos comportamentos organizacionais como o

tipo de relações interpessoais, a indumentária, passando por aspectos mais

centrais no trabalho como desempenho, qualidade de trabalho, inovação,

flexibilidade etc.

Valores: são os principais valores que a organização advoga e espera que os

seus funcionários compartilhem como qualidade de serviço, baixo absentismo,

alta eficiência.

Filosofia: são políticas que afirmam as crenças sobre como os empregados ou

clientes devem ser tratados.

Regras: são guias estabelecidos e relacionados com o comportamento na

organização. Os novos membros devem aprender estas regras para serem

aceites no grupo.

Clima organizacional: é o sentimento transmitido pelo local físico, como os

funcionários interagem. Como tratam os clientes, fornecedores etc.

Page 29: MONOGRAFIA intro.doc

A cultura organizacional não é algo palpável que se possa tocar; ela não é

percebida ou observada em si mesma mas sim através dos seus efeitos e

consequências.

Nesse sentido ela lembra um iceberg onde na parte superior que está acima

do nível da água estão os aspectos visíveis e superficiais que são observados

nas organizações e quase sempre decorrências físicas e concretas da cultura

como tipo de edifício, tecnologia utilizada, mobiliário, politicas de gestão de

pessoas, descrições de cargos. Na parte submersa estão os aspectos

invisíveis cuja observação ou percepção é mais difícil, e são decorrentes de

aspectos psicológicos e sociológicos da cultura.

Para se conhecer melhor a cultura de uma organização torna-se necessário

conhecer todos níveis de componente desta mesma cultura. De acordo com

Schein (1997),”Existem três níveis de componentes da cultura. artefactos,

valores declarados, e pressupostos básicos”.

-Artefactos: constituem o primeiro nível da cultura organizacional são os

aspectos mais visíveis e facilmente observáveis da cultura, que inclui tudo o

que é estrutura física e material, desde o vestuário até aos produtos da

organização passando pelo espaço físico, pelas bandeiras e logotipos.

O segundo nível é composto pelos valores declarados, que apresentam-se sob

a forma de estratégias, políticas, objectivos e filosofias e têm uma função

normativa e de orientação do grupo, justificando o que acontece na

organização e orientando os comportamentos dos grupos. Este nível é visível

através de verbalizações e documentos com informação sobre as estratégias,

objectivos e filosofias da organização.

Por último no nível mais profundo estão os pressupostos básicos, que referem-

se as crenças, percepções , pensamentos e sentimentos aceites como

verdadeiros e inquestionáveis que funcionam como sistema de significados

para interpretar e viver as situações.

A cultura de uma organização pode ser explícita ou implícita, dependendo de

cada organização. A cultura explícita é transmitida por meio de códigos de

ética, credos e por um conjunto de políticas e normas da organização. Quando

Page 30: MONOGRAFIA intro.doc

explícita se torna a cultura oficial que são os valores e ideais, os quais podem

coincidir ou não com o que é praticado. A cultura implícita penetra de forma de

forma mais profunda do que palavras escritas e faladas. Quando a cultura

praticada não coincide com a planeada, o que vale é a cultura praticada.

Como vimos a cultura organizacional é determinada pelos valores, normas e

condutas adoptadas pela organização e é facilmente influenciada pelos

trabalhadores pois eles trazem consigo seus próprios valores, normas e

atitudes. Algumas organizações têm uma cultura muito complexa de difícil

compreensão para os colaboradores, e por não compreenderem a cultura da

organização acabam criando a sua própria maneira de se comportar na

organização, originando assim atritos entre a cultura real a cultura planeada.

Maximiano(2005) destaca” que é por meio da socialização que os indivíduos

aprendem e adquirem a cultura de uma organização”. A socialização é a

maneira pela qual se transferem valores, crenças, e princípios aos novos

membros da organização quando nela ingressam. Neste processo são

revelados os elementos da cultura e os padrões de comportamento valorizados

pela organização para que os novos membros se ajustem a eles, e ao mesmo

tempo tentam exercer o desprendimento de hábitos antigos que devem

eliminados do comportamento dos novos membros.

As organizações podem ensinar a sua cultura com documentos ou reuniões; no

entanto a forma mais utilizada de se ensinar a cultura é com práticas e

decisões administrativas, isto é selecção cuidadosa dos candidatos, a

orientação sobre como executar suas tarefas com normas e treinamentos,

evitando assim um conflito entre a cultura explícita e implícita que pode trazer

sérios prejuízos a organização.

De acordo com Chiavenato(2014,pag.162)” Os colaboradores aprendem a

cultura organizacional de várias formas, como histórias, rituais, símbolos

materiais e linguagem”.

-Histórias: contos e passagens sobre o fundador da organização, lembranças

sobre dificuldades ou eventos especiais, regras de conduta, cortes e

Page 31: MONOGRAFIA intro.doc

realocação de funcionários, acertos e erros anteriores geralmente ancoram o

presente no passado e explicam a legitimação das práticas actuais.

-Rituais e cerimónias: são eventos sociais repetitivos que expressam e

reforçam os valores da organização. As cerimónias de fim de ano e as

comemorações do aniversário da organização são rituais que reúnem e

aproximam a totalidade dos funcionários para motivar e reforçar aspectos da

cultura da organização, seus valores e objectivos bem como reduzir os

conflitos.

-Símbolos materiais: a arquitectura do edifício , salas e mesas, o tamanho e o

arranjo físico dos escritórios constituem símbolos materiais que definem o grau

de igualdade ou diferenciação entre as pessoas e o tipo de

comportamento( como assumir riscos ou seguir a rotina, autoritarismo ou

espírito democrático, estilo participativo ou individualismo, atitude conservadora

ou inovadora) desejada pela organização. Os símbolos materiais como marca,

logotipo, cores, bandeiras são aspectos importantes da comunicação não

verbal.

-Linguagem: muitas organizações utilizam a linguagem como um meio de

identificar membros de uma cultura ou subcultura. Ao aprender a linguagem o

membro confirma e aceita a cultura e ajuda a preservá-la, as organizações

desenvolvem termos singulares para descrever equipamentos, escritórios,

pessoas, clientes etc.

As diferenças culturais e individuais existente entre os funcionários da

organização e do local onde a organização desenvolve suas actividades tem

influência na cultura organizacional. A compreensão das diferenças culturais

evita o risco de etnocentrismo, e a organização deve adaptar-se a cultura do

país onde desenvolve a sua actividade para podere competir no mercado

organizacional e sobreviver entre os concorrentes de outras nacionalidades.

Segundo Robbins(2000)” Cultura nacional e cultura organizacional não são a

mesma coisa”. A primeira diz respeito a similaridades e diferenças entre

países, ao passo que a segunda está relacionada com a organização. As

pesquisas sugerem que a cultura nacional tem maior impacto sobre os

Page 32: MONOGRAFIA intro.doc

colaboradores do que a cultura organizacional; isto significa que por mais

influência que a cultura organizacional exerça nas práticas gerenciais e no

comportamento dos funcionários a cultura nacional é predominante.

Percebe-se que as diferenças culturais e individuais tenham forte influência na

cultura organizacional pois as crenças e valores estabelecidos pelos

funcionários são informais, possuindo valores simbólicos e criando subculturas

dentro da cultura da empresa.

De acordo com Moscovici (2002,pag.6)” subculturas são realidades que

podem enriquecer o contexto cultural de uma organização pela introdução de

valores e pontos de vista diferentes, pela abertura de novos canais de

interação e comunicação com o ambiente exterior”.

Assim a cultura organizacional pode mudar o rumo de uma organização pois

ela tem essa força. Mas para isso deve ser uma cultura enraizada e ao mesmo

tempo flexível, atenta ao desenvolvimento tecnológico e preocupada com a

gestão de pessoas.

Tipos de cultura organizacional

-Cultura de Apoio: caracterizada pela participação, confiança e sentimento de

pertença, com uma liderança que estimula a participação e apoia o

desenvolvimento e trabalho em grupo, tendo como objectivo o desenvolvimento

dos recursos humanos e como critério de eficácia o desenvolvimento e

envolvimento dos indivíduos; é característica de organizações flexíveis

voltadas para si próprias.

-Cultura de Inovação: distingue-se pela iniciativa individual, possibilidade de

inovar, variedade de tarefas, cuja liderança está disposta a correr riscos para o

crescimento da organização, tem como objectivos a inovação e crescimento da

organização bem como o aumento de volume de negócios; é típica de

organizações flexíveis e voltadas para o exterior.

-Cultura de regras: caracterizada pela rigidez de normas e regras de

funcionamento, com uma liderança conservadora, cujo objectivo é o controlo,

Page 33: MONOGRAFIA intro.doc

estabilidade e segurança encontra-se em organizações pouco flexíveis e

egocentradas.

-Cultura de Objectivos: voltada para o alcance de objectivos predeterminados

orientada pelo líder, tem como objectivo obter vantagem competitiva e

superioridade no mercado, é típica de organizações pouco flexíveis centrada

no cliente externo.

Existem culturas organizacionais adaptativas e outras não adaptativas; as

primeiras caracterizam-se pela maleabilidade e flexibidade e são voltadas para

a inovação e mudança. As segundas caracterizam-se pela rigidez e são

voltadas para a manutenção de Ideias, valores, costumes e tradições que

permanecem arraigados e que não mudam ao longo do tempo, são

conservadoras e se mantêm inalteradas.

Mudança da Cultural Organizacional

O actual contexto ambiental das organizações encontra-se sobre repentinas

mudanças, e para que existam revitalização e inovação deve-se mudar a

cultura organizacional e as organizações têm de se adaptar a essas mudanças

para poderem sobreviver.

Quando há um alinhamento da cultura organizacional com a restante

dinâmica organizacional, as mudanças são bem vindas e integradas sem

grande desgaste embora o processo de mudança da cultura organizacional não

seja fácil.

Para Robbins(2000)” define que a mudança cultural tende a ocorrer quando

existe as seguintes condições:”

-Rotatividade na liderança: uma nova liderança fornece um conjunto diferente

de valores fundamentais.

-Ocorrência de uma crise grave: é o choque que destrói o status quo e coloca

em questão o propósito da cultura em vigor.

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-Organizações novas e pequenas: quanto mais nova for uma organização,

menos fortificada é a sua cultura e dessa forma é mais fácil mudar e comunicar

seus novos valores quando ela é pequena.

-Cultura fraca: nas culturas fracas é difícil ocorrer mudanças , porque quanto

maior o acordo entre os seus membros mais difícil será mudar.

Desta maneira a organização deve prestar atenção as estas condições porque

mudar a cultura organizacional é uma tarefa complicada, e se a organização

não mudar pelo motivo certo a nova cultura pode ser rejeitada pelos

funcionários.As organizações podem encontrar dificuldades na hora de mudar

sua cultura, pois esta mudança significa mudar a forma de pensar e agir das

pessoas e em alguns casos trocar as pessoas.

Para se efectuar uma mudança da cultura organizacional deve-se fazer um

diagnóstico da cultura em vigor e fazer uma comparação com a cultura

desejada, verificando o que cada uma dessas culturas tem de positivo e

negativo, identificar quais os elementos culturais que precisam ser alterados,

bem como o tempo disponível para a mudança. Não se pode mudar a cultura

de uma organização de um dia para o outro; é um processo que leva tempo e

exige constante comunicação e informação para os funcionários poderem

entender e aceitar que é preciso mudar.

Feito o diagnóstico da cultura que deve ser mudada, a fase seguinte refere-se

ás acções preparatórias no sentido de identificar possíveis resistências e

membros facilitadores da mudança; A implementação da mudança implica

actividades estruturadas suportadas por técnicas que afectam os sistemas,

valores, as práticas e processos organizacionais.

Por fim todo este processo deve ser monitorizado para se avaliar se houve ou

não a mudança pretendida, e como está a ser vivida pela organização bem

como integrar as situações imprevistas. É importante nesta fase a

comunicação, motivação e o envolvimento de todas partes interessadas.

Ferramentas que ajudam na mudança da Cultura da Organização

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Clareza de objectivos, valores e princípios: a empresa deve ter os seus

objectivos claros, definidos e orientados para médio e longo prazo. Para o êxito

da mudança os funcionários devem conhecer estes objectivos e serem

relembrados periodicamente deles.

-Imagem dos produtos e serviços: grau em que os vários públicos( interno e

externo)percebem a qualidade dos produtos e serviços oferecidos; não basta o

cliente externo ter percepção da empresa, mas também os funcionários devem

saber dos projectos em execução, das conquistas da empresa pois faz com

que os funcionários tenham orgulho do seu trabalho.

-Integração e comunicação: a estrutura da organização deve permitir a

comunicação interna entre os diversos níveis de forma simples e aberta; a

política de “portas abertas” deve ser incentivada pelos gestores até se tornar

comum na organização.

-Abertura a novas ideias: quando a empresa é dinâmica, está atenta ás

mudanças, tem senso de oportunidade, estabelece objectivos arrojados e é

líder de tendências cria um ambiente motivador; neste ambiente a empresa

valoriza e incentiva as novas ideias dos seus colaboradores.

-Superação e desenvolvimento: a empresa estimula e proporciona

oportunidades de desenvolvimento profissional para os funcionários, divulga

políticas de valorização dos funcionários incentivando-os aos estudos, em vez

de apenas cobrar qualificação dos colaboradores.

-Critérios para recrutamento, selecção e promoção dos funcionários : as

pessoas que têm sucesso nas organizações são aquelas que quando

contratadas aceitam comportar-se de acordo aos valores da organização. O

recrutamento e selecção deve ser feito por especialistas que recrutam

profissionais com o perfil da vaga e objectivos da organização.

Os mecanismos acima citados são formas de fazer com que a organização

mude a sua cultura, devendo-se ter em com conta o tamanho e estrutura da

empresa e adoptar cada ferramenta conforme a situação. A mudança da

cultura organizacional começa de cima para baixo deve ser executada pela

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administração , chefes de departamento e supervisores, pois é por eles que as

instruções chegam aos funcionários sendo a comunicação um factor

imprescindível nesta fase.

Para mudar a cultura organizacional não se deve esperar pela ocasião embora

se deva sempre aproveitá-las, mas actuar dentro de acções permanentes

numa dinâmica de monitoramento dos ambientes internos e externos e acções

tanto reativas como pró-reativas para que a competividade da organização

possa ser característica de forma a assegurar sua presença no mercado e

mesmo sua sobrevivência.

Apesar da necessidade de mudança é necessário algum grau de

estabilidade como base e pré-requisito para o sucesso da organização; de um

lado a necessidade de mudança e adaptação para garantir a actualização e a

modernização, de outro a necessidade de estabilidade e permanência para

garantir a identidade da organização.