Monografia Thiago Fernandes 2013 2

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    GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

    UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSOCAMPUS UNIVERSITÁRIO “DEP. EST. RENE BARBOUR”

    FACULDADE DE ARQUITETURA E ENGENHARIACURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

    AGROINDUSTRIAL

    THIAGO FERNANDES

    CADEIA AVÍCOLA PARA O DESENVOLVIMENTO DAS REDES DEEMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS NO TERRITÓRIO DE

    IDENTIDADE DO ALTO PARAGUAI

    Barra do Bugres/MT2013

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    THIAGO FERNANDES

    CADEIA AVÍCOLA PARA O DESENVOLVIMENTO DAS REDES DEEMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS NO TERRITÓRIO DE

    IDENTIDADE DO ALTO PARAGUAI

    Monografia submetida ao Departamento deEngenharia de Produção Agroindustrial, daUniversidade do Estado de Mato Grosso,como requisito parcial para obtenção do títulode Bacharel em Engenharia de ProduçãoAgroindustrial.

    Orientador: Prof. Luiz Carlos Pascuali, Dr.

    Co-Orientador: Rodrigo Faccioni, Esp.

    Barra do Bugres/MT2013.

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    TERMO DE APROVAÇÃO

    A monografia do acadêmicoThiago Fernandes foi julgada adequada para a obtenção de

    título de Bacharel em Engenharia de Produção Agroindustrial pela Universidade do Estado de

    Mato Grosso, sendo atribuída a nota ______ por este trabalho.

    Banca Examinadora:

    __________________________________

    Prof. Luiz Carlos Pascuali, Dr.UNEMATOrientador

    __________________________________

    Rodrigo Faccioni, Esp.Co-orientador

    __________________________________

    Prof. Airton José ChristUNEMATMembro

    Barra do Bugres, 21 de Novembro de 2013.

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    DEDICATÓRIA

    Dedico especialmente este trabalho a minha mãeMargarida de Freitas Lima Fernandes e a meu pai OsmarFernandes, pela batalha ao longo da vida, dedicação na minhaconstrução humana e por toda esperança e força que metrouxeram. A minha avó e ao meu avô, que desde pequeno memostraram o caminho para me tornar a pessoa que sou hoje. Aos

    meus amigos e colegas, pela força, companheirismo e união emtodos os momentos da minha vida. A minha segunda família doLaboratório de Metodologia Científica – LMC que me proporcionaram conhecimento e oportunidades para minhaformação. E aos meus orientadores de monografia e de bolsa deextensão pelo apoio, paciência e perseverança na minhacaminhada na busca de uma formação ética, social e profissional.

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    “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensaro que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.”

    (Arthur Schopenhauer)

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    AGRADECIMENTOS

    Meus sinceros agradecimentos aos meus pais, Osmar Fernandes e Margarida de Freitas Lima

    Fernandes, para que cada um deles saiba de meu reconhecimento. A minha mãe devo o amorque sempre cultivei pelos livros e a minha inspiração para a busca maçante do saber. Ao meu pai devo a paciência, o auxilio, os sábios conselheiros, os “nãos” da vida e o companheirismode que tudo tem seu tempo.

    A minha irmã, Thaiany Fernandes, agradeço a paciência e compreensão quando dos meusmomentos de distanciamento por causa dos estudos e dedicação tão necessários para aconcretização desta pesquisa cientifica.

    A minha tia Maria Aparecida pela ajuda durante toda a minha caminhada para esta formação, pelo apoio incondicional nas tomadas de decisões e pela sua presença em cada momento evitorias conquistada.

    Aos meus avós, Quitério Fernandes e Nair Fernandes, pela dedicação na minha criação, peloapoio nas dificuldades, pelos conselheiros compreendidos, pela educação de base solida quetive, pelos grandes seres humanos que são e pela importância que estes têm em minha vida,sendo os meus pilares e a minha inspiração.

    Ao Prof. Dr. Luiz Carlos Pascuali, a amizade e pelas sábias orientações nos constantesquestionamentos que me levaram a trilhar os caminhos para a pesquisa como também na busca de novos conhecimentos e de um trabalho final de graduação diferenciado.

    Ao Engenheiro Agrônomo Rodrigo Faccioni que além de co-orientador, tornou-se um amigo,ensinando-me entre muitas coisas que o ato de compartilhar o conhecimento é um ato que permite florescer novas possibilidades para um bom projeto educativo com uma fortefisionomia social.

    Aos professores que tive durante a graduação, e principalmente a minha orientadora de projeto de extensão, Prof. Dr. Marfa Magali Roehrs, pelo qual tenho especial apreço e umaenorme consideração, para que continue a cultivar a alegria de viver e a permanência detrabalhar na docência e na extensão universitária, contribuindo ainda mais com outrosindivíduos e assegurando a excelência naquilo que faz.

    A instituição de ensino UNEMAT, pela oportunidade de cursar um curso superior de extremarelevância e pelas muitas vezes consecutivas que há pôde representar nos eventos, levando no peito a sua identidade e seu brasão.

    Aos meus colegas de Laboratório que tanto compartilhei alegrias e saberes, podendocontribuir com a produção de ciências e tecnologia.

    Aos meus verdadeiros amigos, Amara Maria da Silva, Marcos Antônio da Silva Junior, LaízPatrícia da Silva e Valdemir Lino do Nascimento, pelos momentos, pela amizade, pelocompanheirismo e pela vivencia de irmãos que sempre tivemos. E a todos que direta ou

    indiretamente contribuíram com a minha formação acadêmica.

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    RESUMO

    Os avanços na pesquisa científica e as novas tendências de crescimento das inovações

    tecnológicas possibilitaram nesse meio o surgimento de técnicas sustentáveis para o campo.Isso é um reflexo do desenvolvimento rural, que trata a agricultura familiar como umsegmento econômico e social em constante avanço e transformações, o que permite que osagricultores tenham mais acessibilidade no uso e aplicação de tecnologias sociais esustentáveis em prol do desenvolvimento. O presente estudo tem como objetivo realizar umestudo de caso no intuito de diagnosticar o atual cenário de produção de frango tipo caipiraem Barra do Bugres/MT. Para tal ação, está previsto o uso de alternativas sistêmicas eoperacionais como ferramenta auxiliadora. Fixando neste objetivo, torna-se indispensáveldiscutir uma proposta que se destine em construir um modelo estratégico de Cadeia ProdutivaAgroindustrial do frango tipo caipira para o fortalecimento da criação avícola, visando à produção e a comercialização. Essas atividades estão sendo desenvolvidas gradativamente noC.F – Crédito Fundiário João e Maria (campo da pesquisa), devido este comportar um númerosignificativo de criadores, sendo que 21% correspondem aos que criam e industrializamfrangos de um universo de 95 propriedades. De fato, outra importante característica observadaé que devido os agricultores estarem se mobilizando frente às discussões da iniciativa dacooperativa, isso acaba tornando-os mais organizados e consequentemente fornecendo maiorapoio e sustentabilidade na comercialização. Portanto, fica explicito que esse trabalho temrelevância social, econômica e ambiental, pois se justifica pelo fato que a partir da formaçãode uma Cadeia Produtiva Agroindustrial - CPA, esses indivíduos poderão adentrar no mundodo agronegócio social e coletivo, estando em conformidade com as exigências legais de produção, qualidade, sanidade e higienização. Considera-se que a partir desta formação, tem-se a certeza que os produtos oriundos da agricultura familiar passaram a ter maiorreconhecimento no território, isso porque pós-industrializados agregam valor de produção eambiente, conquistando automaticamente a confiança do consumidor. Fica evidente que o usodesta estratégia proporciona unir indivíduos e tecnologias em um mesmo ambiente/espaço, oque em contrapartida eleva a importância econômica desse segmento e possibilita odesenvolvimento rural, tanto no município como para o território. Por fim, esse trabalhoalmeja relacionar extensão rural e o uso de recursos tecnológicos sociais, visando à equidadesocial no Projeto do Crédito Fundiário João e Maria e a alta relevância dessa iniciativa parauma nova visão de planejamento de gestão social participativa com perspectiva na criação de pequenos e médios empreendimentos coletivos solidários para a agricultura familiar. Conclui-se que o uso do tripé ensino-pesquisa-extensão torna possível a realidade, não somente para o

    este, mas que os elementos contextuais e as alternativas explanadas para o problemadiagnosticado possa também ser discutido como um modelo de crescimento e incremento parademais comunidades rurais e povos tradicionais pertencentes a qualquer um dos quatorzesmunicípios que fazem parte do território de Identidade do Alto Paraguai.

    Palavras-chave: Produção Econômico-agro-ambiental, Agricultura Familiar eExtensão Universitária, Empreendimento Solidários, Cadeias Produtivas Agroindustriais.

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    ABSTRACT

    The Advances in scientific research and new trends of growth of technological innovationsthat made possible through the emergence of sustainable techniques to the field. This is areflection of rural development, which is family farming as an economic sector and constantlyadvancing and social transformations, which allows farmers to have more accessibility in theuse and application of social and sustainable technologies for the development of theagribusiness. The present study aims to conduct a study case in order to diagnose the current production scene free-hange chicken in Barra do Bugres / MT. For this action, it was plannedto use alternative systemic and operational as a tool helper. Setting this goal, it is essential todiscuss a proposal that is intended to build a strategic model of Agroindustrial ProductionChain free-hange chicken to strengthen poultry rearing, aiming at production and marketing.

    These activities are being developed gradually in the C.F João and Maria (field research), because this would create a significant number of farmers, of which 21 % correspond to thosethat create and industrialize chicken from a universe of 95 properties. In fact, anotherimportant feature observed is that because farmers are mobilizing forward to the discussionsof the cooperative, it ends up making them more organized and therefore providing greatersustainability and representability in the market. Therefore, it is explicit that this work isrelevant social, economic and environmental, as justified by the fact that from the formationof a Agroindustrial Production Chain - APC, these individuals may enter the world ofagribusiness social and collective , due to start being in accordance with the legislative policyof production, quality, sanitation and hygiene. It is considered that from this training, we haveto make sure that products from family farms have become more recognized in the territory, post-industrialization because it adds value to local production and environment,automatically gaining consumer confidence. Clearly, the use of this strategy providesindividuals and incorporate technology in the same room / space, which in turn raises theeconomic importance of this follow-up and enables rural development both in the city and forthe country. Finally, this work aims to relate the scientific production, extension and use ofsocial technology resources, aiming at social equity in the C.F of the Agrarian Credit João andMaria and the high relevance of this initiative to a new vision of management planning with participatory social perspective in sucess the creation of small and medium enterprises

    collective solidarity for the family farm. It is concluded that scientific research that has asencouraging the use of the tripod teaching- research-extension, it is urgent and possible ourreality, not only for the C.F of Agrarian Credit, but that the contextual elements andalternatives explained to the problem diagnosed can also be discussed as a model of growthand development for rural communities and other traditional peoples belonging to any offourteen municipalities that are part of the territory Identity of Alto Paraguai.

    Keywords: Production and Economic Agri-environmental, University Extension and

    Family Agriculture, Solidarity Enterprise Management, Production Chains.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 01: Fundamentação e Esquema da Pesquisa Científica.............................................................. 28

    Figura 02: Identificação do Estado de Mato Grosso.............................................................................. 32Figura 03: Estrutura da cadeia produtiva de Bovinos, Aves e Suíno..................................................... 34Figura 04: Mapeamento dos municípios que mais criam e industrializam carne suína e frango........... 35Figura 05: Divisão das Microrregiões de Mato Grosso por Territórios. ............................................... 36Figura 06: Cadeia Produtiva Avícola de Corte - CPAC......................................................................... 38Figura 07: Modelo do Fluxograma Geral de Cadeia Produtiva............................................................. 40Figura 08: Localização Geográfica de Barra do Bugres........................................................................Figura 09: Mapa do Território de Identidade do Alto Paraguai.............................................................

    Figura 10: Tamanho dos Mercados para o Frango Semicaipira (2011).................................................Figura 11: Sistema integrado entre cadeia produtiva e Economia Solidária..........................................Figura 12: Modelo básico integrado de autogestão da Economia Solidária..........................................Figura 13: Ações proposta pela Secretária Nacional de Economia Solidária........................................Figura 14: Programa e a política pública que referencia o incentivo para o desenvolvimento daAgricultura.............................................................................................................................................Figura 15: Programas que demandam Políticas Públicas para criação e industrialização de frangoem Barra do Bugres/MT.........................................................................................................................Figura 16: Dinâmica dos limites entre as modalidades..........................................................................Figura 17: Fluxograma Contínuo do Sistema Alternativo de Criação de Aves Caipiras – SACAC.....Figura 18: Reprodutor recebendo banho antiparasitário........................................................................Figura 19: Fluxograma básico para industrialização do frango caipira inteiro......................................Figura 20: Localização do Município de Barra do Bugres na Mesorregião Sudoeste Mato-grossensee na Microrregião de Tangará da Serra no Estado de Mato Grosso.......................................................Figura 21: Mapa dos municípios vizinhos e das linhas rodoviárias que fazem fronteira e cortam acidade de Barra do Bugres/MT..............................................................................................................Figura 22: Vista aérea dos limites territoriais do C.F João e Maria/MT............................................... Figura 23: C.F do Crédito Fundiário João e Maria - MT.......................................................................Figura 24: Criação de galinhas/frangos tipo caipira...............................................................................Figura 25: Placa informando a localização de entrada para o C.F João e Maria...................................Figura 26: Representação Percentual dos Indivíduos que fazem parte da iniciativa da Cooperativa....Figura 27: Percentual de agricultores familiares que comercializam frangos caipiras – ChamadaPública Estadual.....................................................................................................................................

    Figura 28: Percentual de agricultores familiares que comercializam frangos caipiras – ChamadaPública Municipal..................................................................................................................................

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    Figura 29: Diferença entre preços dos frangos comercializados para as escolas municipais eestaduais – PNAE...................................................................................................................................Figura 30: Abatedouro de aves da Agricultura Familiar........................................................................

    Figura 31: Placa informando local, valor, prazo, origem dos recursos e capacidade de abate/dia defrangos....................................................................................................................................................Figura 32: Perfis do abatedouro da Agricultura Familiar......................................................................Figura 32: Fluxograma da industrialização do frango caipira – Abate com o SIM...............................Figura 33: Fluxograma do abate manual do frango caipira – Abate clandestino...................................

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 01 – PIB a preços correntes, participação e crescimento do Estado de Mato Grosso – período

    de 2005 e 2008..........................................................................................................................................Tabela 02: Divisão dos municípios que mais produzem e comercializam carne suína e de aves doEstado de Mato Grosso.............................................................................................................................Tabela 03: Produção das principais atividades pecuárias do Território do Alto Paraguai.......................Tabela 04: Ordem Crescente das Principais Atividades Pecuárias do Território do Alto Paraguai.........Tabela 05: Produção das principais atividades agrícolas e extrativistas permanentes do Território doAlto Paraguai............................................................................................................................................Tabela 06: Produção das principais atividades agrícolas temporárias do Território do Alto Paraguai....Tabela 07: População estimada e residente dos municípios.....................................................................Tabela 08: Rebanho Avícola (Galinhas, Galos, Frangas, Frangos e Pintos)............................................Tabela 09: Mercados promissores para o Frango Semicaipira.................................................................Tabela 10: Conceitos do termo Empreendimentos Econômicos – EE.....................................................Tabela 11: Situação dos empreendimentos na região Centro – Oeste......................................................Tabela 12: Princípios norteadores do sistema de autogestão....................................................................Tabela 13: Políticas Nacionais de Economia Solidária – PPA 2012- 2015..............................................Tabela 14: Mapeamento dos Empreendimentos Solidários – ES.............................................................Tabela 15: Programas e Políticas Públicas de incentivo a Agricultura Familiar e Economia Solidária...Tabela 16: Programa e as políticas públicas de incentivo a criação de frango em Mato Grosso.............Tabela 17: Programa e as políticas públicas de incentivo a agroindustrialização de frango em MatoGrosso.......................................................................................................................................................Tabela 18: Principais Perfis Agroindustriais do Programa - PA..............................................................Tabela 19: Políticas Públicas de incentivo a Economia Solidária no Território do Alto Paraguai – Município de Barra do Bugres/MT...........................................................................................................Tabela 20: Modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos - PAA...............................................Tabela 21: Necessidades nutricionais dos frangos caipiras de acordo com a fase de criação..................Tabela 22: Calendário de vacinação para galinhas caipiras de acordo com a fase de criação.................Tabela 23: Políticas Públicas de incentivo e fomento para a criação e industrialização no Território daCidadania..................................................................................................................................................Tabela 24: Municípios que fazem parte do Território de Identidade do Alto Paraguai...........................Tabela 25: Demonstrativo dos segmentos de produção no Município de Barra do Bugres/MT..............Tabela 26: Identificação do número de agricultores participantes da iniciativa da cooperativa de Barra

    do Bugres/MT...........................................................................................................................................Tabela 27: Quantidade (Kg) por sacos e preços da ração que a cooperativa produz................................Tabela 28: Pontos de comercialização da ração produzida pelos cooperados..........................................

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    Tabela 29: Explicação da ação da política pública de compra de alimentos do programa PNAE...........Tabela 30: Quantidade de agricultores familiares que comercializam frangos caipiras – ChamadaPública Estadual........................................................................................................................................

    Tabela 31: Quantidade de agricultores familiares que comercializam frangos caipiras – ChamadaPública Municipal.....................................................................................................................................Tabela 32: Diferença de preços pagos nas chamadas públicas para comercializar no PNAE..................Tabela 33: Comparação do conteúdo referencial da Embrapa com a percepção observada na criaçãode frangos caipiras no C.F João e Maria - Barra do Bugres/MT. ...........................................................Tabela 34: Análise de aproximação e distanciamento do que foi observado na criação de frangoscaipiras no C.F João e Maria - Barra do Bugres/MT................................................................................

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    LISTA DE SIGLAS/ABREVIATURAS

    ABEF: Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos.

    ATER: Assistência Técnica e Extensão Rural.CEPEA: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. C.F: Crédito Fundiário.CGPCT: Coordenação Geral de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais.CNAE: Classificação Nacional de Atividades Econômicas.CNDRSS: Conferencia Nacional do Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário.CODEVASF: Campanha de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento.CP: Cadeia Produtiva.CPA: Cadeia Produtiva Agroindustrial.CPAC: Cadeia Produtiva Avícola de Corte.EE: Empreendimentos Econômicos.EES: Empreendimentos Econômicos Solidários.EPS: Economia Popular Solidária.ES: Empreendimento Solidário.FBES: Fórum Brasileiro de Economia Solidária.IAAF: Instituto Acácia de Agricultura Familiar.IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.ICN: Índice de Concentração Normalizado.INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.LMC: Laboratório de Metodologia Científica.MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.MDA: Ministério do Desenvolvimento Agrário.MDIC: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior.MIN: Ministério da Integração Nacional.MT: Mato Grosso.MTE: Ministério do Trabalho e Emprego.PA: Programa de Agroindústria.PAA: Programa de Aquisição de Alimentos.PAC: Programa de Aceleração do Crescimento.PBSM: Plano Brasil Sem miséria.

    PGPAF: Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar.PMA: Programa Mais Alimentos.PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar.

    http://www.cepea.esalq.usp.br/http://www.cepea.esalq.usp.br/

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    PNAFS: Plano de Negócio do Abatedouro de Frangos Semicaipira.PNPB: Programa Nacional de Produção e uso de Biodiesel.P.A: Projeto de Assentamento.

    PESD: Programa de Economia Solidária em Desenvolvimento.PIB: Produto Interno Bruto.PROINF: Programa de Apoio a Infraestrutura e Serviços para o Território da Cidadania.PRONAF: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura FamiliarPTDRS: Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável.PTDRS - AP: Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Alto Paraguai.SACAC: Sistema Alternativo de Criação de Aves Caipiras.SAF: Secretária de Agricultura Familiar.

    SDC: Secretária de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo.SDR: Secretária de Desenvolvimento Regional.SDT: Secretaria de Desenvolvimento Territorial.SRA: Secretária de Reordenamento Agrário.SENAES: Secretária Nacional de Economia Solidária.SESAN: Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.SEPLAN/MT: Secretária de Estado de Planejamento e Coordenação do Estado de MatoGrosso.SETECS: Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social.SIES: Sistema de Informação em Economia Solidária.SIM: Serviço de Inspeção Municipal.SUASA: Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.T&I: Tecnologia e Inovação.UF: Unidade Familiar.UNEMAT: Universidade do Estado de Mato Grosso.VAB: Valor Adicional Bruto.

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    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 17 CAPÍTULO 1 – ELEMENTOS DA PESQUISA ..................................................................... 18 1.1 Problema .................................................................................................................... 19 1.2 Objetivos .................................................................................................................... 20 1.2.1 Geral ........................................................................................................................... 20 1.2.2 Específicos ................................................................................................................. 21 1.3 Justificativa ................................................................................................................ 21 CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL METODOLÓGICO ........................................................... 23 2.1 Delineamento da Pesquisa ......................................................................................... 23 2.2 Ações de Desenvolvimento Local e seus Indicadores ............................................... 24 2.3 Universo e Sujeitos da Pesquisa ................................................................................ 25 2.4 Instrumentos de Coleta de Informações ..................................................................... 26 2.4.1 Análise de Documentos ............................................................................................. 27 2.4.2 Trabalho de Campo .................................................................................................... 27 2.4.3 Estudo de Caso ........................................................................................................... 29 CAPÍTULO 3 – REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................... 30 3.1 Conceitos de Cadeia Produtiva Agroindustrial .......................................................... 30 3.1.1 Cadeias Produtivas em Mato Grosso ......................................................................... 31 3.1.1.1 Cadeia Produtiva do Frango em Mato Grosso ........................................................... 34

    3.1.2 Cadeias Produtivas em Barra do Bugres-MT ............................................................ 39 3.1.2.1 Cadeia Produtiva do Frango em Barra do Bugres-MT .............................................. 42 3.2 Empreendimentos Econômicos e Economia Solidária .............................................. 45 3.2.1 Sustentabilidade de Empreendimentos Econômicos Solidários - EES: tecnologia parauma gestão social ...................................................................................................................... 47 3.2.2 Economia Popular e Solidária .................................................................................... 49 3.3 Políticas Públicas para Empreendimentos Solidários ................................................ 53 3.3.1 Políticas Públicas de Mato Grosso para Economia Solidária .................................... 55 3.3.1.1 Políticas Públicas Estaduais para Criação e Industrialização de Frangos ................. 58

    3.3.2 Políticas Públicas de Barra do Bugres para Economia Solidária ............................... 61 3.3.2.1 Políticas Públicas Municipais para a Criação e Industrialização de Frangos ............ 62 3.3.3 Características de infraestrutura para a criação e industrialização de frangos........... 64 3.3.3.1 Criação de Frangos Caipiras ...................................................................................... 64 3.3.3.2 Industrialização de Frangos Caipiras ......................................................................... 69 CAPÍTULO 4 – A CIDADE DE BARRA DO BUGRES – MT .............................................. 70 4.1 As Cidades ................................................................................................................. 70 4.1.1 Localização do Município de Barra do Bugres – MT ............................................... 70 4.1.2 Breve contexto histórico de Barra do Bugres – MT .................................................. 72 4.2 O Projeto do Crédito Fundiário João e Maria – MT .................................................. 74 4.2.1 Localização do Projeto do Crédito Fundiário João e Maria ...................................... 75 CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO: RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................. 76

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    CONSIDERAÇÃOES FINAIS ................................................................................................ 94 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 95

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    INTRODUÇÃO

    No percurso pela marcha do Centro-Oeste, vimos despontar o avanço da agricultura,

    fazendo nascerem cidades, gerando empregos, desenvolvendo regiões, descobrindo novoshorizontes como também intensificando a atividade econômica e solidária.

    O presente trabalho, integrado a uma pesquisa mais ampla qualifica-se em apresentarum estudo de caso realizado com o acompanhamento participativo do tripé ensino-pesquisa-extensão, que eleva constantemente os pilares da universidade no que possibilita em associarà extensão universitária no diálogo com as diversas comunidades envolventes. A ênfase nessetrabalho acadêmico é priorizar e incentivar a formação de cadeias produtivas no Território de

    Identidade do Alto Paraguai, como estratégia para o desenvolvimento das comunidades ruraise povos tradicionais, fortalecendo as redes de empreendimentos coletivos solidários.

    Na última década, a agricultura familiar tem despertado a atenção para os maisdiversos segmentos de cadeia agroindustrial. Dentre os fatos, é importante mensionar queesses empreendimentos econômicos solidários são responsáveis pelo aprimoramento dagestão da propriedade tanto na parte da produção como na parte da comercialização, usandode extratégias gerenciais e operacionais para organizar a produção e aumentar a

    produtividade, especialmente para o setor de beneficiamento e agroindustrialização.

    Schneider (1999), dialoga que a agricultura familiar vem ganhando espaço elegitimidade social, política e academica dentro e fora das universidades, exercendo o quechamamos de trabalho social ou meritamente como extensão universitária.

    Devido ao aumento representativo da produção de ciências, inovação na academia eaos avanços tecnológicos ocorridos nas últimas décadas, influenciados pelos mais diversossetores das ações ligadas à agropecuária, têm propiciado nesse meio o surgimento deinúmeras outras atividades alternativas que contemplam a geração de emprego e renda extrasas famílias que vivemdo e no campo, em especial nesse caso, aos agricultores rurais doCrédito Fundiário João e Maria, pertencente ao Município de Barra do Bugres - Mato Grosso(ROEHRS, 2013).

    O desempenho da agricultura familiar nos últimos anos contribuiu fortemente com aelevação dos índices de inclusão e desenvolvimento sustentável rural, através doassociativismo e cooperativismo. O acréscimo da renda na agricultura familiar pressupõemelhor gestão social e participativa na propriedade, o que consequentemente proporciona avisão de um modelo de cadeias mais inovadoras com redução dos custos na produção, além

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    de proporcionar uma aproximação com os consumidores, que podem se beneficiar com produtos de melhor qualidade e com preços mais acessíveis (Ministério do DesenvolvimentoAgrário, 2013).

    Do ponto de vista produtivo, esse modelo estratégico de cadeia esta relacionado auma longa discussão e que atualmente vêm ganhando uma atenção especial por parte dosórgãos governamentais. Foram anos levantando hipóteses, ideias e argumentos para entãoconseguir suprir essa demanda de produção. Na própria história das políticas públicas para odesenvolvimento rural sustentável consta que o Brasil passou por um longo trajeto deamadurecimento e que hoje esta com um bom diálogo com os indivíduos do campo.

    Contudo, do ponto de vista de Santos (2002) existem atualmente várias maneiras derepresentar o nível de importância de um Empreendimento Solidário - ES, sendo que umadessas formas é observar o modo organizado do trabalho, dos processos e da expedição dos produtos finais, enquanto essa cadeia, seja ela de qualquer segmento, esteja representada poruma cooperativa ou associação.

    A provocação do processo de planejamento do desenvolvimento territorial ruralsustentável é permitir que as ações sugeridas pudessem, a cada ciclo, torná-lo cada vez mais participativo, integrado e sistêmico. Ainda que diante das adversidades de clima, solo einfraestrutura, além da dificuldade em acessar determinadas políticas públicas devido àsquestões de regularização fundiária e/ou ambiental, assim como a descriminação social e aassistência técnica precária e escassa no território (Ministério do Desenvolvimento Agrário,2010).

    Portanto, apresenta-se o projeto de pesquisa científica como uma forma de produção

    acadêmica de demonstrar as perspectivas para o desenvolvimento rural sustentável e solidário para as comunidades rurais e povos tradicionais do Território de Identidade do Alto Paraguai.

    CAPÍTULO 1 – ELEMENTOS DA PESQUISA

    Nesta primeira parte do projeto de pesquisa, encontra-se descrito o problemaidentificado, a justificativa e os objetivos deste trabalho. Como contexto, é descrito neste

    capítulo uma abordagem sobre as ideias e os acontecimentos que impulsionaram desenvolver

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    urgentemente este trabalho, oportunizando ter uma visão do atual cenário do campo da pesquisa e suas relações conceituais.

    Destaca também a importância das políticas públicas e os primeiros avanços dessaatividade agrícola para o desenvolvimento do município, principalmente para os agricultoresfamiliares do C.F João e Maria. Revitaliza também a discussão sobre os programas jáimplantados para essa categoria e a influencia do tripé ensino-pesquisa-extensão como eixosnorteadores complementares da metodologia de trabalho.

    1.1 Problema

    A agricultura familiar é um tema que de certa forma esta em comprometimento comtoda a cadeia de produção.

    Para tanto, compreende que a evolução dos tempos desempenhou um papelfundamental na estruturação de economias mais dinâmicas e de sociedades maisdemocráticas, almejando oferecer como prática continuada à equidade social, relacionada aum novo modelo de interface bioalternativo e/ou sustentável.

    O universo agrário é extremamente complexo, seja em função da grande diversidadeda paisagem (meio físico, ambiente, variáveis econômicas etc.), seja em virtude da existênciade diferentes tipos de agricultores, os quais têm interesses particulares, estratégias próprias desobrevivência e de produção e que, portanto, respondem de maneira diferenciada a desafios erestrições semelhantes (CARVALHO, 2003).

    Dentro desse cenário, a agricultura familiar destaca-se como uma forma de vida demilhares de homens e mulheres que resiste ao longo do tempo, ao processo excludente das

    políticas governamentais, e que buscam, dentro do mundo capitalista, manter seu espaço emum ambiente cada vez mais competitivo, concorrendo em nível desigual com osempreendimentos que atuam na lógica do agronegócio (SILVA e JESUS, 2007).

    Segundo análise de (CARNEIRO, 1999, p. 329):

    (...) destaca que existe um paradigma que reflete e discute que “a trajetória, ain dacurta em termos temporais, do conceito de agricultura familiar, é ampla em termos bibliográficos expressando a intensa contestação sobre as características empíricas eo estatuto teórico dessa “nova” bifurcação de análise” (CARNEIRO, 1999, p. 329).

    Como citado anteriormente, é apontar, dizer e discutir que ainda existe uma precariedade nos conceitos que compete a identificar esses indivíduos. Contextualizam várias

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    opiniões a respeito, porém, se restringe a uma visão do saber tradicional. Essa discussão éantiga e está sempre em pauta nos diálogos das conferências sobre a agricultura e a ruralidadeem todo o Brasil, principalmente no que remete a inclusão das cadeias produtivas como

    estratégia para o desenvolvimento socioeconômico.

    Para obter respostas que justificasse tanto a urgência, preocupação e a natureza destetrabalho, foi preciso ir a campo para realizar uma conversar não estruturadas, ou seja, realizaro reconhecimento do local e principalmente analisar o ambiente, o sistema produtivo, uso detecnologias sociais, ritmo de vida e demais importantes observações contextualizadas a partirde um dialogo aberto.

    Frente a esse posicionamento, tornou-se imprescindível investigar os resultados desta proposta na vida desses agricultores, partindo da seguinte perquisição:

    Quais as condições 1 favoráveis 2 para a criação e industrialização de frangos

    caipiras como estratégia para o desenvolvimento dos Empreendimentos Solidários no

    Território de Identidade do Alto Paraguai percebidas no C.F João e Maria – Barra do

    Bugres/MT?

    Enfim, após diagnosticar as principais condições favoráveis almeja-se discutir econfrontá-las nas visões de mais pressupostos teóricos.

    1.2 Objetivos

    1.2.1 Geral

    Investigar quais as condições favoráveis para a criação e industrialização de frangoscaipiras no C.F João e Maria – Barra do Bugres/MT como estratégia para o desenvolvimentodos Empreendimentos Solidários no Território de Identidade do Alto Paraguai.

    1 Condições: Subtende-se por condições a maneira de ser, o estado de uma pessoa ou coisa seja favorável oudesfavorável.2 Favoráveis: Que é vantajoso para alguém, propicio e/ou conveniente.

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    1.2.2 Específicos

    Verificar quais as exigências básicas para a criação e industrialização de frangos

    caipiras e como estas se manifestam (presentes/ausentes) no C.F do João e Maria;Caracterizar Empreendimentos Econômicos e Economia Solidária;Identificar quais as políticas públicas estaduais e municipal que estimulam/apoiam o

    desenvolvimento de ES na área de criação e industrialização de frangos caipiras;Analisar as políticas públicas estaduais e municipal e como se manifestam na prática

    em benefício dos agricultores do C.F João e Maria.

    1.3 Justificativa

    As sociedades globais vêm passando por uma fase de readaptações e adequações aosistema produtivo. Deixou-se de lado a produção de caráter feudal e passou-se a incorporarum novo modelo com estilo capitalista, e hoje, com as rápidas mudanças nesse cenário,vivencia-se a readequação dos fatores produtivos frente a grandes transformações nos meiosde produção com um acompanhamento muito próximo das novas e importantes T&I3.

    De acordo com o Censo Agropecuário mais recente, lançado pelo MDA em 2006,existem cerca de quatro milhões de estabelecimentos de agricultores familiares em todo oBrasil, o que representa 84% das propriedades rurais do país. Diante do total de produtosalimentícios produzidos no âmbito nacional, a agricultura familiar é responsável por 70%.Esses dados refletem que o governo brasileiro, principalmente nos últimos dez anos, temconsolidado um conjunto importante de políticas em apoio à agricultura familiar, através de

    ações dinâmicas de desenvolvimento que incluem os programas dos ministérios, principalmente os do MDA (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, 2012).

    Na visão de teóricos complementares, exemplificam que uns dos segmentos que maisse investe é a produção de frangos. Essa cadeia tem sofrido avanços promissores em setratando da genética, nutrição e manejo, promovendo a adoção de produção intensiva com períodos cada vez mais curtos de criação e alta produtividade na conversão ração/carne.

    3 T&I: Tecnologias e Inovações.

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    Outro setor identificado que vêm crescendo gradativamente foi o setor agrícola,tendo uma parcela de 38% do valor bruto da produção de alimentos, o que por sua vez, gerouum montante de 54 milhões de reais somente no ano de 2006. E contando com esse índice

    elevado de crescimento, consequentemente veio à possibilidade de contratação de maisindivíduos para operar esse nicho de mercado no campo.

    O fortalecimento dos investimentos no meio rural aconteceu conforme o surgimentodo potencial de tecnologia e inovação, que brotam nesse período como meios facilitadores dotrabalho (SOUZA, 2011).

    Paralelo a esse resultado, a maior parte desses empregos foi destinada às atividades

    que competem às cadeias produtivas, permitindo promover a inclusão social, cooperativismo,desenvolvimento socioeconômico, gestão e participação social, autonomia das mulheres,autonomia e emancipação da juventude rural e o etnodesenvolvimento. Além disso, resultadoscientíficos mostram que mais de 74% dos empregados no campo são oriundos da agriculturafamiliar.

    O segmento da agricultura familiar molda estilos de desenvolvimento rural quemantém relações positivas com os ecossistemas, criando empregos estáveis e dignos edinamizando as economias regionais (VEIGA, 2001).

    Conforme indução da pesquisa percebe-se que na região de Barra do Bugres/MT,especificamente no C.F João e Maria há um incentivo através de programas e políticas públicas para criar, agroindustrializar e comercializar frangos caipiras.

    Essa pesquisa científica ambiciona ser desenvolvida por razões acadêmicas e sociais.Em termos acadêmicos, considera-se uma análise sobre a identificação do potencialeconômico do frango caipira, como objeto mediador para o desenvolvimento e o suprimentodas necessidades de racionalização tecnológica na produção. Em termos de aplicações sociais,o trabalho fundamenta-se em poder atender as expectativas de crescimento e adequações dosagricultores familiares do C.F João e Maria, podendo posteriormente ser adaptado comomodelo para demais municípios do Território de Identidade do Alto Paraguai.

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    CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL METODOLÓGICO

    2.1 Delineamento da Pesquisa

    De fato, pretende-se utilizar como prática metodológica a pesquisa-ação, cobiçandodemonstrar dados específicos contendo números de famílias que criam frangos caipiras, comofazem/manejam essa produção, comercializam, quanto se investe nesse segmento, comorealizam o processo de industrialização, equipamentos, tecnologia entre outras perguntasdirecionadas. Compreende-se que dessa forma é possível explorar as técnica de observação eas conversas não estruturadas, somente sendo possível através do exercício da extensãouniversitária, que tem como diálogo o trabalho de campo.

    Este trabalho envolve comunidade e universidade, sendo proposto a ser desenvolvidoatravés dos eixos metodológicos da pesquisa-ação com ênfase da extensão rural.

    A pesquisa-ação é uma metodologia muito utilizada em projetos de pesquisa eminterface com a extensão propriamente dita, seguindo processo de mediação na resolução de problemáticas e/ou compartilhamento de melhorias e oportunidades, sujeitos a elevação dodesenvolvimento, ou seja, é a busca pela inovação no que se diz respeito à ação conjunta

    fragmentada pelo envolvimento entre os determinantes “ indivíduose academia”.

    Em uma visão particular, retrato que o contato e o diálogo pessoal promovemsubsídios suficientes para observar o que possivelmente poderá ser trabalhado. E é exatamentenesse viés, que se adiciona a pesquisa, pois busca a visão e a opinião de renomeados autores,tomando estes como elementos para justificar a interface da ideia. A indissociabilidade entre aextensão e a pesquisa científica apresenta-se hoje como uma das vertentes mais importantesnas universidades.

    A esse raciocínio conceitua-se um novo modelo de universidade. E para isso,Severino (2002, p. 11) ao afirmar que:

    (...) em uma sociedade organizada espera-se uma participação muito importante daeducação como prática institucionalizada, que contribuía para a socialização e aintegração dos homens em um universo que tendência à existência histórica econcreta do universo do trabalho, do universo da sociabilidade e do universo dacultura e das relações intencionais (SEVERINO, 2002, p. 11).

    A esta situação destaca a formação de três esferas, que nas últimas instâncias, éconstruída sob a existência de todos os indivíduos. As relações entre a história, trabalho e

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    cultura, remetem a uma discussão importante sobre as dimensões da universidade, pois comoo próprio nome condiz, é um universo de diversidade que ambiciona construir umacomunidade multidisciplinar.

    Delineando melhor esse contexto, Kemmis e Mc Taggart (1988) apud Elia e Sampaio(2001, p.248), revisa o conceito de pesquisa-ação enfatizando que:

    (...) pesquisa-ação é uma forma de investigação baseada em uma auto-reflexãocoletiva empreendida pelos participantes de um grupo social de maneira a melhorara racionalidade e a justiça de suas próprias práticas sociais e educacionais, comotambém o seu entendimento dessas práticas e de situações onde essas práticasacontecem. A abordagem é de uma pesquisa-ação apenas quando ela é colaborativaKemmis e Mc Taggart (1988) apud Elia e Sampaio (2001, p.248).

    Para uma maior compreensão sobre a realidade que envolve os indivíduos desta pesquisa, optou-se também por atribuir a pesquisa de cunho qualitativa. A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados,centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. Para Minayo(2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações,crenças, valores e atitudes. Essa opção justifica-se frente ao entendimento que a construção deciências é refletida como um fenômeno social por excelência.

    Na visão de Ludke e André (1986), que cita em seu contexto as ideias de Bogdan eBiklen (1982), introduz de forma direta que a metodologia de pesquisa qualitativa que arranjarelacionar-se com os reais parâmetros da extensão, consegue de uma maneira maisfacilitadora realizar o processo de investigação por ter um contato mais direto e prolongadocom os indivíduos e o ambiente, envolvendo a observação, absorção e obtenção de dadosdescritivos.

    2.2 Ações de Desenvolvimento Local e seus Indicadores

    Do ponto de vista de alguns autores, sobrepõe que para este tipo de pesquisa osistema de indicadores foi definido por apresentarem consistência transparente, de fácilentendimento, de ágil captação de informações, capaz de gerar comunicação e/ou informação.É importante destacar que foi utilizado para representar as tendências e os elementos

    estruturais uma reflexão bem elaborada delineada nos itens introdução e justificativa dessetrabalho.

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    Outro indicador utilizado para a construção do corpo metodológico foi à execução daextensão rural, que abriu caminhos para o amadurecimento de ir a campo e observar otrabalho desses agricultores. Optou em escolher essa estratégia devido à coleta de informações

    não acontecer somente pelo diálogo técnico, mais que transcendesse a uma conversar maisaberta, envolvendo um bate papo sem burocracias, sem combinações conforme tempo, ritmo eas falas.

    Resume-se então que tanto os relatos formais e informais, leituras direcionadas emacervos bibliográficos e documentais da área e subáreas. Foram eleitos como indicadores desustentabilidade que oferecem contribuições suficientes para discutir, dialogar e sistematizar aconstrução deste trabalho no projeto, envolvendo engenharia e sociedade em um âmbito de prospecção tecnológica.

    2.3 Universo e Sujeitos da Pesquisa

    Optou-se como definição da área geográfica de estudo, o C.F João e Maria, doMunicípio de Barra do Bugres, Estado de Mato Grosso. Essa escolha originou-se através dosseguintes critérios: 1- por ser uns dos C.F mais próximo do município; 2- pelo númerosignificativo de agricultores familiares que criam e abatem frango tipo caipira; 3- porapresentarem a maior porcentagem de indivíduos que fazem parte da iniciativa dacooperativa; 4- por exibirem uma comunidade rural organizada, com representações eatuações nas discussões sobre o plano de desenvolvimento regional e 5- facilidade de acesso àcomunidade e de contatos com os criadores de frango.

    A investigação incidiu sobre a população de agricultores familiares do C.F João e

    Maria entre julho e outubro de 2013.

    Na primeira fase (FASE I) foi realizado um estudo prévio sobre o C.F, os indivíduos,a tipologia do local, levando em consideração os relatos e a participação da extensão. Nasegunda fase (FASE II) tomou-se como objeto da pesquisa: 1- análise documental; 2-observaçãoin loco no C.F João e Maria; 3- diálogos e conversas informais. E finalmente, numterceiro momento (FASE III), foi realizada a análise dos dados e consequentemente adiscussão dos resultados. Para esta natureza de trabalho, o enfoque maior ficou centrado nosregistros e nas conversas informaisdos e com os agricultores familiares.

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    A estratégia implemantada para a coleta de informações consistiu em dois grandesmomentos, sendo que o primeiro foi à apresentação do pesquisador deste trabalho e dosobjetivos do mesmo. Este primeiro contato aconteceu no primeiro semestre de 2013, em uma

    das reuniões setoriais de mulheres deste C.F que reivindicavam seus direitos perante as políticas públicas do governo a participação de representantes do Ministério doDesenvolvimento Agrário - MDA. O segundo momento, aconteceu no mês de agosto de 2013,especificamente na 4ª reunião presencial do grupo organizado para a cooperativa daagricultura familiar, que consistiu em uma conversa pessoal com o representante do C.F Joãoe Maria, que estava participando das discussões das ações do grupo no auditório da prefeituramunicipal.

    Seguindo a mesma linha de trabalho, foi possível atingir 20 dos 33 agricultores quefazem parte do grupo da iniciativa da cooperativa e que residem no C.F João e Maria, o quecorrespondeu em termos percentuais em 60,6%. Dentre esses atingidos, foram selecionados03 indivíduos, ou seja, 15% dos que estavam presentes, com o objetivo estratégico de realizara conversa não estruturada livre e aberta ein loco como forma de roda de conversa. Paracritério de seleção levou-se em consideração: 1- presença na 4ª reunião; 2- Criadores defrangos; 3- Facilidade de contato; 4- Proximidade localizacional um do outro e 5- Diferençano uso de tecnologias na criação e Industrialização de frangos caipiras.

    2.4 Instrumentos de Coleta de Informações

    Marconi e Lakatos (1996) conceituam que esses instrumentos são necessários paraelucidação do fenômeno ou fato que o pesquisador quer desvendar. Os instrumentos técnicoselaborados pelo pesquisador para o registro e medição dos dados deverão preencher osseguintes requisitos: validez, confiabilidade e precisão. Todo o instrumental tem a natureza deestratégia expressa ou tácita para a ação e a habilidade em pesquisar, definindo qual a melhormaneira de propiciar o desenvolvimento da pesquisa.

    Para este trabalho foi utilizado o instrumento de pesquisa não estruturado. Esseinstrumento possibilita que o pesquisador e/ou entrevistador tenha total liberdade paradesenvolver cada situação podendo direcionar o diálogo para qualquer caminho.

    Nessa hipótese, podemos dizer que esse instrumento de coleta de dados pode ser

    caracterizado como um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha

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    informações durante o processo de dialogo a respeito de um determinado assunto (MARCONIe LAKATOS, 1996).

    2.4.1 Análise de Documentos

    Foram analisados documentos da Secretária de Agricultura e DesenvolvimentoSustentável e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, no que diz respeito às ações jádesenvolvidas pela atual gestão e documentos da proposta técnica do C.F João e Maria.Documentos das prestações de contas da cooperativa de agricultores de Barra do Bugres/MT,exposto para a plenária em umas das reuniões presenciais, documentos da Associação dos

    Produtores Rurais João e Maria – ASPROJAMA, entre outros específicos.

    É interessante destacar também que foram analisadas outras fontes documentais, taiscomo, o documento da 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável eSolidário - 2ª CNDRSS, Ata de reuniões da iniciativa da cooperativa de agricultores, Guia deações do Território da Cidadania e de Identidade.

    2.4.2 Trabalho de Campo

    A coleta de informações foi realizada através dos métodos supracitados nametodologia de ação: análise documental, observações participativas, conversas informais enão estruturada, e por fim, a efetivação de um estudo de caso, com o objetivo de apresentar ediscutir os resultados da pesquisa.

    As conversas informais e não estruturadas com os agricultores foram realizadasinloco no próprio Crédito Fundiário. Durante o trabalho de campo, ficou explicito e constatadouma cooperação e facilidade com relação às informações. A observação, o acesso aosdocumentos, à participação nas reuniões, possibilitou excelentes condições de trabalho.

    Sucintamente, a coleta de informações foi feita em anotações de caderno de campo,os quais foram transcritos para posteriormente serem analisados e discutidos. Procurouentender a possibilidade de se criar uma cadeia produtiva dentro de um C.F, que almejassecontribuir com o desenvolvimento do segmento agrícola, fortalecendo as redes de

    empreendimentos sobre a ótica da economia solidária.

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    Sistemicamente, daí a busca de respostas mais concretas e afuniladas sobre essa problemática tomou fundamento, se tornando norteadora da pesquisa conforme exemplificadono organograma abaixo.

    Figura 01: Fundamentação e Esquema da Pesquisa Científica.Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

    Este organograma de cunho didático pedagógico representa um delineamento daforma de como se deu a pesquisa, com o objetivo de realizar todos os processos dametodologia de trabalho. Foi através da articulação desses processos que as ideias foramfluindo e que todo o conteúdo passou a ser contextualizado, subdividindo-os em esferas deação, de forma multidisciplinar.

    Adotando esse conceito, foi proposto então o esquema representado pela Figura 01que decifrasse sucintamente como e de que forma foi executado o trabalho de coleta de

    informações.

    Proposta do Crédito Fundiário João eMaria – Barra do Bugres/MT

    ASPROJAMA

    Agricultura Familiar + C.F +Cooperativismo

    Avicultura + Empreendimento RuralSolidário + Desenvolvimento

    Sustentável

    Formação da Cadeia Produtiva dosegmento avícola

    95 propriedades / 33 famílias do João e Maria fazem parte da iniciativa da cooperativa

    20 agricultores do João e Maria produzem frangos60,6% do Universo de 33 agricultores

    03 agricultores para a conversa não estruturada15% do Universo de 20 agricultores que criam e

    industrializam frangos caipiras

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    2.4.3 Estudo de Caso

    Para efetivar o estudo e possibilitar a discussão ao fim do mesmo, foi proposta então

    a utilização do estudo de caso. O método de estudos de caso se concentra em estudar um dadoe/ou real fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto. E pensando nesta situação,subjetivamos em utilizar esse método devido o mesmo comportar o uso de conversas,arquivos, documentos, observações e demais meios.

    Para Yin (1989), o uso de um estudo de caso traz uma referência mais extensiva da pesquisa, ou seja, oferece maiores subsídios para discussão dos resultados obtidos, podendoao fim da mesma, concentrar-se em considerar todos os meios que contribuíram para o seudesenvolvimento metodológico, possibilitando usufruir de várias fontes de evidencias paracontextualizar a maneira escolhida para análise ede trabalho.

    Segundo as perspectivas teóricas de Bonoma (1985), a aplicabilidade de um estudode caso como um método extensivo que proporciona a discussão da pesquisa, depende particularmente e basicamente da proposta da pesquisa, ou seja, o problema identificado.Depende também do nível de controle e conhecimento do pesquisador em relação ao

    problema e suas relações interdisciplinares.De todo modo, fica explicito que a metodologia empregada durante todo o estudo foi

    estudada e pensada no intuito de detalhar o mais preciso possível às relações simples entre pesquisador, campo de experimento e indivíduos, levando em consideração um tema quemerece novos meios estudos metodológicos e que carece de referenciais teóricas direcionadas,tanto para verificar seu nível de aplicabilidade quanto para enriquecer e padronizar as técnicasenvolvidas na sua elaboração.

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    CAPÍTULO 3 – REVISÃO DA LITERATURA

    Neste capítulo inicia-se a abordagem da literatura, realizando uma revisão sob os pressupostos teóricos que atuam na área de conhecimento da pesquisa. Essa revisão serásubdividida em três grandes tópicos, sendo estes: 1- Cadeias Produtivas; 2- EconomiaSolidária; 3- Políticas Públicas.

    Iniciando o referencial, apresenta-se primeiramente uma contextualização da históriae do desenvolvimento das cadeias produtivas, sendo descritas em âmbito nacional, estadual emunicipal, identificando seu crescimento e sua maturidade. Em seguida, conciliando essareflexão, o segundo tópico traz uma abordagem teórica sobre o desenvolvimento e asinfluências dessas cadeias no meio rural, fomentando as perspectivas dos empreendimentoseconômicos solidários. E por último, reflete sobre o horizonte dos agricultores responsáveis pelos grandes crescimentos e pluralidades da agricultura familiar através das políticas públicas.

    3.1 Conceitos de Cadeia Produtiva Agroindustrial

    O estudo de Prochnik e Haguenauer (2001) revela a existência de um vinculo entre oconceito das cadeias produtivas e algumas propostas das teorias de crescimentodesequilibrado. Para estes, as cadeias produtivas é resultados da crescente bifurcação socialdo trabalho com maior autonomia entre os influentes econômicos, sociais e ambientais.

    Esse termo é considerado amplo nas discussões e remete que a importância para odesenvolvimento desta pesquisa é o decriação avícola e a cadeia produtiva - CP . Neste

    sentido, far-se-á uma rápida percussão em torno da discussão conceitual de cadeias produtivase de sua importância para o desenvolvimento deste estudo.

    Batalha (1997) conceitua que a cadeia de produção consiste em descrever asoperações de produção responsáveis pela transformação da matéria- prima em produtoacabado. Secundário a essa lógica, uma cadeia de produção é percebida como umadescendência linear de intervenções técnicas de produção e repartição. Portanto, talinstrumento será utilizado de forma descritiva e analítica.

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    Conforme Batalha (1997), o mesmo pré descreve que a existência desses mercados permite promover e integrar vários macrossegmentos, podendo considerar a existência e a participação das etapas intermediárias de produção que os compõem, de forma que:

    “Dentro de uma cadeia de produção agroindustrial típica podem ser enxergados nomínimo quatro mercados com dessemelhantes características: mercado entre os produtores de insumos e os produtores rurais, mercado entre produtores rurais eagroindústria, mercado entre agroindústria e distribuidores e, finalmente, mercadoentre distribuidores e consumidores finais” (BATALHA, 1997, p. 27).

    Contextualizando a ideia de Batalha, observa-se que os quatros macrossegmentos propostos para esse cenário de discussão estão diretamente ligados a um dos elos da cadeia de

    produção, sendo relacionados como comercialização, industrialização, produção de matérias- primas e o fornecimento de insumos. Batalha enfatiza que para qualquer um dessesmacrossegmento, deve atentar em atender todas as necessidades dos clientes, levando emconsideração a demanda, os recursos e sua produtividade.

    Na visão de reflexão de demais pressupostos teóricos, a ação de produzir matérias primas reúne as empresas e agricultores rurais que fornecem as matérias-primas iniciais paraque outras empresas avancem no processo de produção do produto final (agricultura, pecuária, piscicultura, etc.).

    3.1.1 Cadeias Produtivas em Mato Grosso

    As mudanças ocorridas na economia do Estado de Mato Grosso tem intensificado a permanência de novos investimentos em diversas áreas, principalmente no campo. O fortedinamismo econômico com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) vem contribuindo para saldos positivos na balança comercial brasileira e aumento gradativo da exportação.Essas mudanças estão sendo influenciadas pelo atual cenário em especial nas commodities.

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    Figura 02: Identificação do Estado de Mato Grosso.Fonte: MDA, 2011.

    Pesquisas demonstram que no período entre 2005 e 2008, o PIB do Estado de MatoGrosso manteve um equilíbrio surpreendente comparado em nível de Brasil. Essa relação passou de 1,74% para 1,75%, o que demonstra que o Estado está investimento fortemente nas bases econômicas, e uma dessas prioridades é fortalecer formação de novos EmpreendimentosSolidários (ES) e as cadeias produtivas. Para obter mais clareza daquilo que se presume,segue abaixo um quadro relativo que compara o aumento e o crescimento do PIB entre oBrasil e o Estado.

    Tabela 01 – PIB a preços correntes, participação e crescimento do Estado de Mato Grosso – período de 2005 e 2008.

    Ano Produto Interno Bruto a preçoscorrentes

    Relativa%

    Crescimento MTBase = 100

    Brasil Mato Grosso2005 2.147.239.292 37.465.937 1,74 100,002008 3.031.864.490 53.023.275 1,75 141,52

    Fonte: IBGE, OEE e Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA, 2008.

    O crescimento da renda econômica do Estado de Mato Grosso direciona para umcaminho com uma abordagem de desenvolvimento sustentável. Para este panorama, percebe-se que o setor econômico se torna mais forte, visíveis quando se depara com o Valor

    Adicionado Bruto – VAB. Esse valor mostra a relação de desenvolvimento do setor de

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    serviços. Umas das comparações que se pode fazer entre os dados Brasil - Mato Grosso é odesempenho do próprio setor de serviços, que apresentou um aumento de 43,8% para 48,6%.

    Esse aumento foi em cima das relações do PIB o que demonstrou que o Brasilcresceu consideravelmente, porém, o Estado de Mato Grosso também obteve um aumento bem representativo. Para essa discussão, outros pressupostos contextualizam que esseaumento do PIB foi devido ao aumento do setor da agropecuária, principalmente sobre a produção de alimentos. A agricultura familiar teve participação impar nesse desenvolvimento,fomentada pelas pequenas Cadeias Produtivas Agroindustriais - (CPA) distribuídas no Estadoe geograficamente identificadas por territórios.

    Em virtude do Estado de Mato Grosso ser umas das grandes potências na produçãode produtos acabados de origem animal, destacam-se nessa discussão as principais cadeias produtivas que oferecem maior lucratividade ao Estado. Essas cadeias foram selecionadaslevando em consideração o nível de produção e o lucro por cima das vendas. Assim, segundoBaicere (2011) a cadeia produtiva bovina e a cadeia produtiva de suínos e aves são as que seenquadraram e corresponderam com os requisitos de seleção.

    Segundo uma Pesquisa Agrícola Municipal realizada no ano de 2011, possibilitounovamente identificar que os segmentos que mais contribuiu para o desenvolvimento daeconomia também foram à cadeia produtiva bovina, suína, aves, madeira, soja e algodão.Essas cadeias promoveram ao Estado uma elevação sobre as classes sociais, principalmentena geração de emprego e renda. A respeito disso, pode se concretizar que tanto o beneficiamento quanto a industrialização foram às atividades mais praticadas nesse cenário,articulando produção de bens e serviços.

    A relação próxima dos elos com outras atividades do segmento é possível conformeo desenvolvimento das principais atividades econômicas que de certa forma estãorelacionadas às cadeias produtivas de carnes bovinas, suínas e aves, conforme demonstra aFigura 03. Esses três segmentos acabaram fazendo com que o Estado desenvolvesse oagronegócio e estruturasse formalmente a cadeia como um todo, podendo prever integrações eum acompanhamento técnico.

    A Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE (2011) explana que aestrutura das principais cadeias produtivas relacionadas à carne contempla uma primeira fase

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    de criação da pecuária somada ao desenvolvimento rural e presente na agricultura familiar(BAICERE, 2011).

    Figura 03: Estrutura da cadeia produtiva de Bovinos, Aves e Suíno.Fonte: CNAE, 2011.

    Baicere (2011) aponta que o Estado de Mato Grosso trabalha de forma verticalizada

    na produção e industrialização de frangos. A empresa que mais representa esse segmento é aAnhambi Agroindustrial. A mesma iniciou suas atividades em 1991 no Município de Tangaráda Serra-MT, inicialmente com a implantação de indústria de rações e concentrados, logodepois com a implantação de granjas e da instalação do abatedouro de aves, com capacidade para produção de incubatório de 2.000.000 pintos de um dia por mês e potencial de abate de80 mil aves/dia.

    3.1.1.1 Cadeia Produtiva do Frango em Mato Grosso

    A evolução do setor pecuário para se chegar a esses números também surpreende, principalmente quando se leva em conta que 64% do território estão preservados com área deremanescente florestal, unidades de conservação e terras indígenas. A Figura 04 apresenta ummapeamento dos municípios do Estado de Mato Grosso que mais produzem e comercializamsuínos e aves, divididos por áreas nos territórios. Essa identificação foi realizada através daanálise do Índice de Concentração Normalizado - ICN de cada município, voltados para ogeorreferenciamento das cadeias produtivas, conforme identificado na Figura 04.

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    Figura 04: Mapeamento dos municípios que mais criam e industrializam carne suína e frango.Fonte: CNAE, 2011.

    No detalhamento das principais cadeias produtivas formais, analisou que osmunicípios que mais produzem e industrializam esses dois elos de atividades são osmunicípios pertencentes às microrregiões de Tangará da Serra, Alto Paraguai, Primavera doLeste, Alto Teles Pires e Cuiabá.

    Para melhor representação dos territórios, tomou-se como base de classificação adivisão feita pelo Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS, 2010.

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    Figura 05: Divisão das Microrregiões de Mato Grosso por Territórios.Fonte: MDA, 2011.

    Para melhor explanação desses dados, Baicere (2011) analisa o mapa conformeidentificadas as cadeias produtivas de suíno e aves através da divisão por microrregiões. Paramelhor compreensão desta analise, os dados emitidos na legenda estão transpassados na tabela02, caracterizando os principais municípios que produzem e industrializam esse segmento demercado por território.

    Tabela 02: Divisão dos municípios que mais produzem e comercializam carne suína e de avesdo Estado de Mato Grosso.Nº no Mapa Município/MT Microrregião Território Segmento

    38 Cuiabá Cuiabá Território daCidadania – Grande

    Cuiabá

    Suínos/Frangos

    131 Tangará da Serra Tangará da Serra Território deIdentidade do Alto

    Paraguai

    Suínos/Frangos

    76 Nova Marilândia Alto Paraguai Território deIdentidade do Alto

    Paraguai

    Suínos/Frangos

    23 Campo Verde Primavera do Leste Território daCidadania – Grande

    Cuiabá

    Suínos/Frangos

    63 *Lucas do RioVerde4

    Alto Teles Pires - Suínos/Frangos

    79 *Nova Mutum Alto Teles Pires - Suínos/FrangosFonte: CNAE, 2011.

    4 *Os municípios de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum não fazem parte de nenhum dos territórios mato-grossenses. Na figura 05, constam circulado de vermelho os dois municípios na qual comprovam a sua exclusão.

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    Mesmo não aparecendo no ranking dos municípios com nível razoável deaglomeração da cadeia produtiva de suíno, o Município de Diamantino é destaque no Estado,como modelo de conexão das diversas atividades em nível de propriedade rural. Esta conexão

    é determinada sobre tudo pela formação e desenvolvimento de cooperativas e/ ou associações.

    Esta nota técnica nos permite identificar o potencial produtivo do Estado, inclusive, permitindo identificar as cadeias produtivas que estão melhores desenvolvidas, bem comoaquelas que necessitam urgentemente serem aprimoradas e/ou reformuladas. Essaidentificação permite que o governo reveja seu plano de desenvolvimento para cada território, politizando suas ideias, ações e intervenções através da formulação de políticas públicasespecíficas.

    Baicere (2011) novamente enfatiza que a agricultura de previsão foi, é e esta sendode fundamental importância para o desenvolvimento regional do Estado. Assim, é possívelcontextualizar que:

    (...) a agricultura empresarial é de suma importância para o Estado, pois é a granderesponsável pelo aumento das exportações, no entanto, a agricultura familiartambém é fundamental para o mercado interno, pois é ela quem fornece os gênerosalimentícios de primeira necessidade e que, se incentivada, poderá aumentar sua

    produção, diminuindo os custos desses alimentos, os quais ainda são, em muitasvezes, importados de outros estados (BAICERE, 2011).

    Para Carletti Filho (2005) a produção avícola de corte se diferencia das outrasatividades agropecuárias no que se refere às relações existentes entre unidade produtiva e aindústria, pois nessa produção existem duas formas de integração, sendo que uma é efetivada por meio de contratos e outra por um processo de verticalização. Estes métodos tornamfacilitadores e favorecem a empresa integradora, pois elimina grande parte do risco existente,

    sem perder o controle em todas as etapas produtivas, oportunizando máxima eficiente e produtividade em seus serviços.

    Segundo a ABEF – Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango(2004), o processo coordenado verticalmente assegura para a cadeia produtiva da aviculturade corte um baixo custo de produção, tecnologia, qualidade e inovação no processo produtivo,com rigoroso controle sanitário; empresas com certificação no segmento; capacidade deadaptação em relação à demanda por produtores especializados por mercado comprador;rastreabilidade de todo o processo produtivo até o mercado consumidor; garantias de sanidade

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    e segurança alimentar necessárias para o mercado interno e externo devido ao rastreamento do processo.

    O sistema coordenado verticalmente confere vantagens competitivas às empresas e éo maior responsável pelas conquistas brasileiras tanto no mercado interno quanto no externo.O modelo é caracterizado como sinérgico, conciliando eficiência produtiva com a grandecapacidade de produção em escala e distribuição dos processadores de carne.

    A cadeia produtiva da avicultura de corte é caracterizada por elos principais:avozeiro, matrizeiro, incubatório/nascedouro, aviário, frigorífico, varejista e consumidor finale pelos elos auxiliares como pesquisa e desenvolvimento genético, medicamentos, milho, soja

    e outros insumos, equipamentos e embalagens (MICHELS e GORDIN, 2004). A Figura 07apresenta a Cadeia Produtiva da Avicultura de Corte.

    Figura 06: Cadeia Produtiva Avícola de Corte – CPAC.Fonte: (MICHELS E GORDIN, 2004).

    O bserva-se que o Avozeiro é o primeiro elo da cadeia produtiva onde ficam asgalinhas avós. O Matrizeiro é o segundo elo da cadeia produtiva, pertencente normalmente aofrigorífico, onde se originam os ovos. O Incubatório/nascedouro é o terceiro elo da cadeia produtiva, unidades pertencentes geralmente ao frigorífico, que recebem os ovos para“chocarem”. O Aviário é o quarto elo da cadeia produtiva e corresponde a uma eta pa de produção, caracterizada pelos contratos de integração entre frigoríficos e produtores rurais(integrados). O Frigorífico é o quinto elo da cadeia produtiva. Também chamado de unidadeindustrial ou abatedouro ou empresa é o quinto elo da cadeia produtiva, onde se origina o

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    produto final – o frango resfriado, congelado, inteiro e em cortes/pedaços (ALVES FILHO,1996).

    3.1.2 Cadeias Produtivas em Barra do Bugres-MT

    De acordo com o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do AltoParaguai, (2010) as cadeias produtivas existentes no território acompanham os segmentos daagricultura. Desse ponto de análise, é possível identificar vários segmentos de produção quese enquadram na relação de cadeia produtiva. Assim, seguindo com essa discussão, na analisede pressupostos teóricos identificam que as principais cadeias produtivas são as tradicionais

    da atividade pecuária, ou seja, bovinos, suínos, aves, caprinos, ovinos, leite, cana de açúcar,entre outras.

    O PTDRS, (2010) apresenta dados que indicam que o Município de Barra doBugres/MT se destaca em todas as atividades agrícolas, onde se tem uma provável chance deque esses pequenos empreendimentos acabam se tornando pequenas cadeias produtivas. Destaforma, temos que a Tabela 03 e 04, apresentam eixos norteadores que possibilitam discutir a presença de cadeias produtivas no município, através da leitura investigativa do território.

    Tabela 03: Produção das principais atividades pecuárias do Território do Alto Paraguai.Municípios Produção das Principais Atividades Agrícolas e Extrativistas

    Bovinos1 Suínos1 Caprinos1 Ovinos1 Leite2 Mel deAbelha3

    Alto Paraguai 65.065 2.149 108 1.378 3.181 -Arenápolis 43.605 2.625 18 1.016 2.735 -

    Barra do Bugres 205.791 3.723 331 6.325 2.079 150Campo N. do

    Parecis40.896 3.948 70 2.890 253 15.973

    Denise 55.349 2.717 1.523 1.398 253 -Diamantino 91.253 143.000 182 3.425 1.971 - Nortelândia 42.180 1.112 56 2.107 824 3000

    Nova Marilândia 88.152 708 118 2.379 2.543 - Nova Maringá 75.527 3.059 222 1.805 468 225 Nova Olímpia 58.175 3.717 326 2.511 678 -Porte Estrela 98.640 1.784 353 5.400 169 760Santo Afonso 83.045 1.781 22 1.245 4.353 -São José do R.

    Claro93.607 1.942 182 2.432 971 1.000

    Tangará da Serra 250.060 19.565 250 4.743 6.620 15.415Total 1.291.345 191.830 3.761 39.054 27.098 36.523

    Fonte: Adaptado do PTDRS – AP, 2010.1Cabeças;2Mil Litros;3Kg.

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    Observam-se na analogia dos dados as principais atividades pecuárias do Territóriodo Alto Paraguai são as conhecidas popularmente como atividades tradicionais, ou seja, asque mais demandam produção de bens e serviços.

    Considerando à totalidade da expressão numérica final de forma crescente comorequisito de classificação, observa-se que a cadeia que mais demanda em termos de produçãoé a de bovino, seguida pela de suíno, ovino, mel de abelha, leite e caprinos, no Território deIdentidade do Alto Paraguai.

    Tabela 04: Ordem Crescente das Principais Atividades Pecuárias do Território do AltoParaguai.

    Ordem Crescente Cadeia Produtiva Total de Produção1º Bovino 1.291.3452º Suíno 191.8303º Ovino 39.0544º Mel de Abelha 36.5235º Leite 27.0986º Caprino 3.761

    Fonte: Adaptado do PTDRS, 2010.

    O conceito de cadeias produtivas foi desenvolvido adicionalmente, para criarmodelos de sistemas dedicados à produção, que incorporassem os atores antes e depois da porteira. As cadeias produtivas, por sua vez, possuem entre os seus elos os diversos sistemas produtivos agropecuários e/ou agroflorestais, nos quais ocorre a produção agrícola (CASTROet al., 2000).

    Figura 07: Modelo do Fluxograma Geral de Cadeia Produtiva.Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada- CEPEA, 2006.

    http://www.cepea.esalq.usp.br/http://www.cepea.esalq.usp.br/

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    Atento a mesma linha de pensamento, observa-se na Tabela 05, dados sobre a produção das principais atividades agrícolas e extrativistas permanentes do Território do AltoParaguai. Esses dados são referenciados no PTDRS (2010), que remete mais uma vez a

    discussão sobre as cadeias produtivas existem no território, principalmente as identificadas noMunicípio de Barra do Bugres/MT.

    Tabela 05: Produção das principais atividades agrícolas e extrativistas permanentes doTerritório do Alto Paraguai.

    Municípios Produção das Principais Atividades Agrícolas e ExtrativistasPermanentes

    Banana4 Borracha6 Coco da Bahia5 Café6 Alto Paraguai 190 36 80 -

    Arenápolis - - - -Barra do Bugres 3.570 486 114 -Campo N. do Parecis - - 40 -

    Denise - 185 100 -Diamantino 400 - 675 - Nortelândia 252 17 - -

    Nova Marilândia - 18 - 6 Nova Maringá 50 249 - 22 Nova Olímpia 602 71 383 -Porte Estrela 490 27 - -Santo Afonso 600 - - 5

    São José do R. Claro - 335 60 -Tangará da Serra 1.500 - 2.250 61Total 7.654 1.424 3.702 94

    Fonte: Adaptado do PTDRS – AP, 2010.4Cachos;5Mil Frutos;6 Toneladas.

    Tabela 06: Produção das principais atividades agrícolas temporárias do Território do AltoParaguai.

    Municípios Produção das Principais Atividades Agrícolas TemporáriasAmendoim6 Abacaxi5 Arroz6 Feijão6

    Alto Paraguai 15 450 270 9Arenápolis - 500 1.170 -

    Barra do Bugres 120 87 336 12Campo N. do Parecis 13.258 150 19.908 3.020

    Denise - - 1.875 106Diamantino - 880 9.360 5.383 Nortelândia - 875 900 4

    Nova Marilândia - 2.350 270 3 Nova Maringá 624 400 15.471 2.627 Nova Olímpia - 540 1.600 70Porte Estrela - 125 300 106Santo Afonso 3 1.625 3.120 4

    São José do R. Claro - 500 1.440 42Tangará da Serra - 12.000 3.450 54

    Total 14.020 20.482 59.470 11.440Fonte: Adaptado do PTDRS – AP, 2010.5Mil Frutos;6 Toneladas.

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    Segundo o PTDRS (2010) no Território do Alto Paraguai, a exceção dos municípiosque tem uma forte presença da agricultura empresarial com a cana-de-açúcar e a cultura dasoja é considerado municípios que demonstram índices gradativo de crescimento, os demais

    municípios são de população pobre, apresentando uma baixa arrecadação, como é o caso dosMunicípios de Alto Paraguai, Arenápolis, Denise, Nortelândia, Nova Maringá, Porto Estrela eSanto Afonso. A junção desses municípios considerados “pobres” pela baixa arrecadaçãorepresenta mais de 50% dos Municípios do Território de Identidade do Alto Paraguai.

    O Município de Barra do Bugres/MT como sujeito a ser identificado é uns dos quedemandam produção de bens e serviços e para esta categorização, caracteriza-se como um dos polos que vem crescendo na formação de cadeias produtivas, tendo participação importanteem todos os segmentos apresentados nas tabelas 05e 06 anteriormente, respectivamente.

    3.1.2.1 Cadeia Produtiva do Frango em Barra do Bugres-MT

    De acordo com estimativa do IBGE (2009), a região de Barra do Bugres, NovaOlímpia e Tangará da Serra, apresenta uma população de aproximada de 132.000 habitantes.

    Figura 08: Localização Geográfica de Barra do Bugres.Fonte: Instituto Acácia de Agricultura Familiar - IAAF, 2011.

    Segundo o Plano de Negócios do Abatedouro de Frango Semicaipira – PNAFS(2012) Barra do Bugres faz parte da mesorregião sudoeste mato-grossense e na microrregiãode Tangará da Serra, ainda integra o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento

    Econômico e Social do Alto do Rio Paraguai.

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    Figura 09: Mapa do Território de Identidade do Alto Paraguai.Fonte: MDA-SIT, 2011.

    Pesquisas revelam que a população estimativa de Barra do Bugres e demaismunicípios chega a contabilizar cerca de 132.000 habitantes, o que resulta em 22.500unidades familiares. Segundo dados específicos do IBGE (2010), em média cada família possui 04 pessoas.

    A SEPLAN de Mato Grosso (2008) discursa que 25% destas famílias têm uma rendaacima de 10 salários mínimos, ou seja, 5.625 Unidades Familiares - UF. Este segmentocompra um frango por semana, que dá uma total de 22.500 frangos/mês. Somando a classedita A com a classe B, teremos um mercado local de 33.750 frangos/mês. Este é o primeiromercado a ser explorado no território.

    Tabela 07: População estimada e residente dos municípios.

    Municípios População(hab.) População Residente(hab.)Total Urbana Rural

    Barra do Bugres 31.973 25.996 5.797 Nova Olímpia 17.515 15.836 1.679

    Tangará da Serra 83.431 75.921 7.510Total 132.919 117.753 14.986

    Fonte: IBGE, 2010.

    Segundo estimativa do IBGE (2008), a região dos Municípios de Barra do Bugres,

    Nova Olímpia e Tangará da Serra, apresenta um rebanho avícola de aproximadamente 3milhões de cabeças entre galinhas, galos, frangos e pintos, representando bem o potencial

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    produtivo regional. Além disso, voltando ao aspecto do mercado consumidor, a regiãoapresenta uma localização geográfica privilegiada ao redor de 170 km da região metropolitanade Cuiabá com seus aproximados 700 mil habitantes representando um mercado em potencial.

    Tabela 08: Rebanho Avícola (Galinhas, Galos, Frangas, Frangos e Pintos).Municípios Nº de Cabeças

    Tangará da Serra 2.886.439 Nova Olímpia 20.228

    Barra do Bugres 107.214Total 3.031.881

    Fonte: IBGE, 2008.

    A relação entre a indústria frigorífica e os aviários, percebe-se uma maior correlaçãoentre o preço recebido pelo frigorífico e o preço pago ao aviário. Algumas consideraçõestambém são cabíveis. De fato as relações formais e informais, a parceria estabelecida, aolongo dos anos, entre a indústria frigorífica e os granjeiros pode ter diminuído ocomportamento oportunístico de ambas as partes (KUPFER e HANSECLEVER, 2002).

    Tabela 09: Mercados promissores para o Frango Semicaipira.Tipo Principais Municípios Habitantes

    Mercado Territorial

    Alto Paraguai, Arenápolis,Campo Novo dos Parecis,

    Denise, Diamantino, Nortelândia, Nova Marilândia,

    Nova Maringá,Santo Afonso, São José do Rio

    Claro.

    134.000

    Mercado LocalBarra do Bugres,Denise,Diamantino, Nova Olímpia,Porto Estrela e Tangará d