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MORFOLOGIA E ASPECTOS BIOLÓGICOS DE @ q oloneb� �isohk�i MADER, 1950 (COLEOPTERA, COCCINELLIDAE) ANTÔNIA DO CARMO BARCELOS CORREIA Engenheiro Agrônomo Orientador: Prof. Dr. EVONEO BERTI FILHO Dissertação apresentada à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre. em Ciências Biológicas. Area de Concentração: Entomo- logia, PIRACICABA Estado de São Paulo - Brasll Dezembro - 1986

MORFOLOGIA E ASPECTOS BIOLÓGICOS DE @qoloneb isohk i … · A sibipiruna, Ca.e.6a.lp-tn-ta. pel~ophohOide.6 Ben-th. (Leguminosae), usada como planta ornamental ou de sombrea mento,

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MORFOLOGIA E ASPECTOS BIOLÓGICOS DE @qoloneb� �isohk�i MADER, 1950 (COLEOPTERA, COCCINELLIDAE)

ANTÔNIA DO CARMO BARCELOS CORREIA Engenheiro Agrônomo

Orientador: Prof. Dr. EVONEO BERTI FILHO

Dissertação apresentada à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre. em Ciências Biológicas. Area de Concentração: Entomo­logia,

PIRACICABA Estado de São Paulo - Brasll

Dezembro - 1986

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i i •

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Evoneo Berti Fil_ho, Pro.f. Adjunto do De

p a r ta me n to de E n tom o 1 o g i a d a ESA L Q / U S P , p e 1 a o r i e n t ação , c o n -

fiança, incentivo, amizade e pela versão do resumo para o in­

glês.

Ao Dr. Miguel Afonso Neto, Presidente da EPA­

MIG, pela oportunidade concedida para a realização do curso,

estímulo e interesse.

Ao Dr. Robert D. Gordon, do 11 US National Museum

of Natural History 11 , Washington, pela identificação do cocci­

nelídeo.

. A Dra. Natalie Vanderberg, da Universidade da

Calif6rnia, Berkeley, �elas sugest6es e remessa de material

b i b 1 i ográf i co.

Aos profesiores do Departamento de Entomologia

da ESALQ/USP, pelos ensinamentos; particularmente aos profes­

sores Dr. José Roberto Postal i Parra e Dr. Roberto Antônio Zuc­

ch i , pe 1 as suges t6es e fac i 1 idade de acesso aos equipamentos

indispensáveis para a execução desta pesquisa.

Aos funcionários, estagiários e colegas de cu�

so, pela agradável convivência e colaboração desinteressada, es­

pecialmente a Carlos Alberto Hector Flechtmann, pela traduçio

da desc�ição da espécie (original em alemão) e a Guillermo San­

chez Gutierrez, pela determinação do sexo do inseto.

Ao meu companheiro e aos meus filhos, pela pa­

c i �nc ia, incentivo e carinho.

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LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

SUMARIO

i i i .

,,Página >/

V

V i

RESUMO . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . • • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vii

SUMMARY ..•.•. -............................ º . . . . . . ix

1. 1 NTRODUÇÃO • • • • • • • • • - • • .. • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • O 1

2. REVISÃO DE LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 03

2.1. Morfologia ................................ 03

2.2. Biologia .. .. .. .. . ... . . • ... .. ...... .. .. .. . .. 08

3. MATERIAL E METODOS . . . . . .. . • • .. . . . .. .. .. .. .. . . . . 12

3.1. Morfologia ... : . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . .. . . 12

3.2. Biologia . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

3. 2. 1 . Técnica geral ................ _. . . . . . 1 3

3.2.2. Comparação de dietas ...... .... ... . . 14

3.2.3. Biologia em P-0eudoplu-0ia e em psil í-

deo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3.2.4. Biologia ém ovos de An.a.ga.-0.ta. . . • • . . . 17

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . .. • .. • . . .. . . . . . .. .. . . . 18

4.1. Morfologia ................................ 18

4.1.1. Ovo ................................ 18

4 . 1 . 2 . La r v a · d o 4 '! í n s t a r ..•.... · .... ; . . . . . 2 O

4.1.3. Pré-pupa ........................... 23

4 • 1 • 4· • P u p a . • . . . • . . .• • . • . . . . • • • . . . . . . . . . • . . 2 3

4.1.5. Adulto ............................. 25

4.2. Aspectos bi'ológicos . . • • . . . • . . • • • • . . . . . . . . . 31

4.2.1. Técnica de criação .. .. • .. • • • . • . • • • • 31

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4. 2'. 2.

4. 2. 3.

4 . 2 • 4 .

4 . 2 • 5 .

4 . 2 • 6 .

5. CONCLUSÕES

Fase de ovo

Fase larval • o • • • • o o • • • • • • • • o • • • • • • •

Fase p r� - pu pa 1 •....................

Fase pupal ....................... , ..

Fase adulta

j V.

Página

33

34

41

4 1

42

47

6. LITERATURA CITADA • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 49

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Figura N'?

o I

02

.03

04

LISTA DE FIGURAS

A-Esquema do ovo de Cyeloneda zi~ehkai;

B-Vista dorsal da larva de 4'? ínstar de

C. zi~eh[<.ai; C-Vista dorsal do tórax, com

padrio diferente de manchas

Vista dorsal da pupa de Cyeloneda z~e!!:.

kai ................................... .

A-Vista dorsal do adulto de Cyelone..da

zi~ehka.i; B-Vista frontal do pronoto,apr~

sentando manchas menores; C-Idem,

chas normais; D-Ibidem, manchas

man­

maio-

res •• li • li ...... OI "' .... li o ...... li ............................ ..

A-Vista ventral do abdome do macho de

Cyeloneda zi~ehkai: LFA, linha femoral ab

dom i n a I; 7 s e 8 S, 7'? e 8'? .e s t e r n i tos; B­

r d em, fê m e a. G e n i t ã I i a dom a c h o: C -' I o

bo mediano (vista lateral): CD, crista

dorsal; PE, processo externo; PI, proce~

.so interno; D - Tegmen (vista ventral):

PA, parâmero; LB, 10bo basal; TR, tra-

v.

Página

19

24

27

bes; E -Tegmen (vista lateral) ... ..... 29

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Tabela N<:

01

02

03

04

LISTA DE TABELAS

Viabi 1 idade, duração média e intervalo de varia

ção da fase larval até adulta, média e intervalo

de variação do peso dos adultos de Cyc.toneda zLóc..!!:.

kai Mader, 1950 obtidos em diferentes aI i

mentos, sob condiç~es delaborat6rio (25±

vi o

Página

l<:C; 70±10%UR e fotofase de 14h) ........ 36

Parâmetros diversos aval iados para Cljc.lo­

neda zi.6c.hkai Mader, 1950 criada em labo­

rat6rio, com ovos de Anaga.6ta kuehniella + d i e t a a r t i f i. c i a I ( mel e I e v e d u r a) ou c o m

ovos + ninfas de P.6lj.tla sp. (25±1<:C; 70+

10%UR e fotofase de 14h) ............... .

Porcentagens de larvas de 4~ ínstar de C~

c.loneda zi.6c.hkai Mader, 1950, criadas em

laborat6rio, com P.6lj.tla sp., que apresen­

taram manchas amarelai no t6rax (25±1 <;C;

39

70±10%UR; e fotofase de 14h) .000.. •••••• 40

Números de posturas, total de ovos e ovos por

postura, viabilidade dos ovos, intervalo de vari~

çao e período de oviposição, para 19 fê­

meas acasaladas de Cyc.loneda zi.6c.hkai Ma­

der, 1950, em laboratório (25±I<;C; 75±10%

UR e l4h de fotofase) ................... 44

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v i I .

MORFOLOG IA E ASPECTOS B I OLÓG I COS DE Cyc.R.oneda z.Úlc.hkcú ML\DERJ 1950 (COLEOPTERA J COCCINELLIDAE)

RESUMO

Autora: ANTONIA DO CARMO BARCELOS CORREIA

Orientador: Prof. Dr. EVONEO BERTI FILHO

Esta ·pesquisa teve o objetivo de desenvolver uma

técnica de criação de Cyc.loneda zi~c.hkai Mader, 1950, em lab~

ratório, para estudos de morfologia e de biologia. Insetos co

letados no campo foram criados até F5' durante 1 I meses, em

câmara cl imatizada (25±I<:C; 70±lO%UR e fotofase de 14h), usan

do-se ovos de Anaga~ta kuehnieR.R.a (Zel\er) + dieta artificial

(mel e levedura}. Este conjunto, bem como ovos de P~eudopR.u-

.ói.a inc.R.uden~ CWalk.) e psilídeos (P~yR.R.a sp.) de sibipiru-

na (Cae.óalpinia peR.tophotLOide.ó Benth., Legumi nosae) foram os

melhores entre 17 aI imentos testados. Este ·Gltimo, provave!

mente; é a presa usual deste coccinel ídeo. Usando-se ovos de

A. kuehnieR.R.a + dieta artificial como alimento, verificaram

se os seguintes valores médios: período de incubação de 3

dias; durações do 1<:, 2<:, 3<: e 4<: ínstares larvais, pré -pupa

e p u p a de, r e s p e c t i v a m en te, 2, 2; 1, 9; 2,?; -:;, 7; I, 6 e 4, 9 d i as ; ~

período de larva l a adulto de 17, !/dias, com viabi 1 idade de

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v i I I .

48,3%; perfodo de oviposiçio, para 19 f~meas acasaladas, de

98,5 dias, praticamente coincidente com a longevidade, duran­

te o qual cada f~mea produziu 708,6 ovos, com viabil idade de

48,0%. Estes resultados permitiram concluir que e possfvel

criar-se C. z~~ehRai em laboratório, durante várias ge­

rações sucessivas, usando-se ovos de A. Ru~hni~lla + dieta ar

tificial. Entretanto, o valor deste aI imento

tendo sido superado por P~ylla sp. As fases do

desenhadas e descritas.

foi mediano,

inseto foram

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i x.

MORPHOLOGY AND B I OLOG I CAL ASPECTS OF Cyc.ioneda z1.6c.hfw.-l MOJJER, 1950 (COLEOPTERA J COCCINELLIDAE)

Author: ANTONIA DO CARMO BARCELOS CORREIA

Adviser: Prof. Dr. EVONEO BERTI FILHO

SUMrJfARY

This research was carried out to characterize

Cyc.ioneda z.{.6c.hk.a.{ Mader, 1950 (Coleoptera, Coccinell idae)

morphologically, as well as to develop a rearing technique for

laboratory studies and to obtain some biological data about

the insect. Field collected insects were reared on Anaga.6-ta

k.uehn.{eiia (Zeller) eggs and artificial diet (hoyney p lu 5

yeast) in a climatic chamber (25±1<?C, 70±10%RH, 14 hour photo­

phasel up to the 5th generation, for a ll-month period. The

Anaga.6-ta eggs plus the artificial diet, together w i th

P.6eudopiu.6.{a .{nc.iuden.6 (Walk.) e9gs and from

"S i b i P i runa ll t rees (Cae.6aip.{n.{a pei-tophoJto'{de.6. And P.6 yiia

sp. is probably the usual prey of this coccinellid. By using

Anaga.6-ta eggs Dlus artificial diet as a source of food the

follDwing mean values were observed: egg period of 3 days;

1 s t, 2 n d, 3 r d a n d 4 t h 1 a r vaI j n st a i- 5 o f 2. 2; 1. 9 ; 2.2 and

3.7 days; prepupa and pupa periods. of 1.6 and 4.9 days, respectively;

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x.

the period from first instar larval to adult was 17.1 days,

with a viability of 48.3%; the mean oviposition period for 19

mated females was 98.5 days and practically coincident with

their longevity. During its lifetime each female produced

708.6 eggs, with a viability of 48.0%. These results have

shown the possibility of rearing several generations of C.

zióc.hk-ai in laboratory with A. k-ue.hl1ie..R..R.a eggs plus artificial

diet. However the food value of P.6y.R..R.a. sp. is better when

compared with the other types of f6od.

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1. INTRODUÇAO

A famíl ia Coccinell idae, representada em sua

maioria por esp~cies predadoras, exerce i~portante papel en­

tre os agentes de controle biol6gtco de pragas. Justamentepor

isto tem stdo estudada praticamente em todo o mundo, especial

mente nos países mais desenvolvidos. Entretanto, Cy~loneda,

considerado por GORDON (1985) como um g~nero do Novo Mundo,

com a maioria" de suas esp~cies ocorrendo na regt~o Neotropi -

cal, fui at~ agora pouco estudado. No Brasil, as escassas in­

formações disponíveis referem-se quase que apenas a Cy~loneda

.óa.ngu-tnea. L. (J 763).

A sibipiruna, Ca.e.6a.lp-tn-ta. pel~ophohOide.6 Ben-

th. (Leguminosae), usada como planta ornamental ou de sombrea

mento, e anualmente atacada por psi 1 ídeos. A aç~o que coccine

I ídeos e outros predadores exercem sobre eles ~ de suma im-

portância, pois evita aplicações de inseticidas químicos em

ruas e praças de diversas cidades, segundo MACHADO (1982) ,

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2 •

que estudou dois destes coccinel fdeos: Cyeloneda eonjugata

Mulsant, 1850 e Olla v-nigJwm (Mulsant, 1"866).

Próximo de sibipiruna coletaram-se, juntamentecom

estas esp~cies, exemplares de uma outra, posteriormente i~en-

tificada como Cyeloneda. zi.óehlla.i Mader, 1950. o único tra-

balho publicado a seu respeito e a descrição da espécie, on

de o autor I imitou-se a alguns caracteres gerais do adulto.

Portanto, nao se conhecemas outras fases do inseto e tampou-

co de que se aI imentam adultos e

Teve este trabalho

ver uma ·t~cnica de criaç~o de C.

larvas.

o objetivo de de~envo~

z,L.6ehlla.i que possibilita~

se estudos em laboratório, a fim de se .obter alguns dados

sobre sua biologia e de caracterizar, atrav~s de descrições e

desenhos, as fases do inseto e a genit~l ia masculina.

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3.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. "MORFOLOG I A

Cyeloneda z~~ehka~ foi descrita por MADER,

(1950), juntamente com outras quatro novas esp~cies de cocci­

nel ídeos. Todas foram coletadas em 1948, na BoI ívia, pelo Sr.

Zischka, em cuja homenagem o autor nomeou a esp~cie. Esta, foi

encontrada em Cochabamba, a 2.600 m, sob casca de árvore. A

descrição ~ sucinta, baseada apenas em alguns caracteres do

adulto, e fot a anfca refer~ncia que se obteve sobre o inse­

to.

Quanto a outros coccinel ídeos deste mesmo ge­

nero, PALMER (1914) descreveu de forma breve pupas de 7 esp~-

2res de joaninhas. Entre elas, o autor trabalhou com Coee~­

He11.a~an9u~nea Linn~, 1763, sinonímia de Cyeloneda ~angu~ytea

(L. >. •

Há algumas I istas de cQccinel ídeos que ocorrem

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4 .

no Brasil; na de BLACKWELDER (1945) consta o maior numero de

espéc i es do gênero Cye..e.one.da., num total de ·qu i nze: C. b-i.oeu..e.a.ta.

Kor.,C. b-i.htn-i.h-i.gna.ta Muls,C. ea..e...e.-i.hp-i...e.ota. Guér., C. eonjuga­

ta Muls.,C. eonhP-i.e-i...e...e.a.ta Muls., C. eona..e...e.-i.na. Weise, C. dane.h

te.i Muls.,C. de.ve.ht-i.ta Muls., C . ..e.onata Muls., C~ mae.ande.n

Muls., C. me.tta..e.-i.ea Crotch, C. pa..e...e.-i.du..e.a Muls., C. nub-i.da

Muls., C. ~ne.de.e-i.mhigna~a Muls. e C. v-i.g-i.n~-i.duono~a~a Muls. O

autor citou C. hanguine.a ocorrendo em alguns países da Améri­

ca do Sul, mas nao no Brasil.

GUfRIN (1953) 1 istou nove espécies de Cye..e.one.­

da no Brasil, j~ citadas por BLACKWELDER, alªm de C. hangu-i.­

ne.a. De quatro delas forneceu des~riç6es dos adul­

tos e sua dtstribuiç~o no país: C. mae.ande~, C. hanguinea, C.

~ne.deneimhignata e C. ea..e...e.-i.hp-i...e.o~a.

Em Illnsetos do Brasil ll , LIMA(1953) escreveu

um capítulo sobre Coccinellidae, onde abordou características

principais de adultos e larvas, além de fornecer extensa bi­

bliogr~fia, composta por 104 referências. Do gênero C ye..e.o neda,

tratou apenàs de C. hangu-i.ne.a.

GUEVARA (1971) estudou car~cteres morfo16gicos

de larvas e pupas de três espécies de joaninhas que ocorrem

no Peru, incluindo C. hangu-i.ne.a. Além de descriç6es, também

fez desenhos e uma chave para identificaç~o das larvas.

A f a m í 1 i a C o c c i n e 1 1 i d a e t a m b é m f o i e s t u d a d a po r

DlllON & DlllON (1972), que caracterizaram Cyelone.da e descre

veram C. hangu-i.nea.

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5 .

o gênero C!fc.ion.eda também foi discutido por CHAPIN

(1974), com chave e descrições de adultos das 2 espécies que

ocorrem em Louisiana, USA: C. ~anguine~ e C. munda. A autora

transcreveu uma afirmativa de DQbzhansky (1931): "0 centro de

diversidade das espécies de Cyc.~on.eda local iza-se nas Améri

cas Central e do Sul, onde este e alguns gêneros relacionados

5 U b 5 t i tu í r a m C O c. c.. i n eLe. a c o m p I e t a me n t é . II

Embora não tenham tratado particularmente de

Cyc.~oneda, vários autores dedicaram-se ao estudo de larvas de

coccinelídeos. E o caso de GAGE (1920), que propos umatermi-

nologia para as estruturas do corpo das larvas, na qual seta

é uma estrutura localizadá diretamente sobre a superfície do

corpo; cbalaza .também é uma seta mas origina de uma base pe-

queria, ci I índrica ou arredondada; tubérculo é uma protuberân-

cla redonda, coberta de setas; struma também é uma protuberâ~

cia redonda, mas coberta de chalazas com bases baixas; paras-

colus é uma protuberância alongada, coberta com chalazas, se

for baixa, então as bases de pelo menos algumas chalazas -sao

alongadas; sentus é um apêndice parecido com um galho, com ra

mos curtos que apresentam seta~ e scolus tem numerosos ramos

longos com setas. Depois dele, PETERSON (1960) descreveu e

des~nhou estruturas de algumas espécies, adotando a terminol~

gia de GAGE, onde ap~nas trocou tubérculo por verruca. SASAJI

(1971) estudou a estrutura geral das larvas, também apresen -

tand6 desenhos de seis espécies. SAVOY~KAYA & KLAUSNITZER

(1973) escreveram, no livro "Biology-of Coccinellidae", de

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6.

Ivo Hodek, um extenso capTtulo Sobre morfologia e taxonomia,

e forneceram chaves (uma delas pictórica) para algumas lar­

vas da região Paleártica, ao nTvel de espécie. Recentemente,

SAINI (1983) publicou chaves para identificação de larvas de

6 espécies de coccinelTdeos predadores de pulgões de alfafa,

na Argentfna, e incluiu C.~angu~nea.

Restringindo-se às pupas, PHUOC & STEHR (1974)

descreveram detalhadamente as estruturas de 32 generos e 49

espécies, pertencentes alI tribos da América do Norte;

sã6 de Cycloneda: C. munda (Say) e C. ~angu~nea (L.).

duas

Além

da morfologia e da t~xonomia,ainda discutiram relações fi log~

néticas.

Entre os autores que trataram apenas de adul­

tos de coccinelTdeo~ merece destaque KOVAR (1973), que escre­

veu um capTtulo no livro de HODEK. KOVAR abordou a morfolo­

gia, anatomia, filogenia e taxonomia, usando ilustração farta

e minuciosa, mas não se referiu ao g~nero Cycloneda. SASAJI

(1971), já citad~, também caracterizou a joaninha adulta, e o

fez deforma bastante didática.

Dois resumos foram publ,icados recentemente no

Brasil, sobre C. ~angu~nea. No de GUEVARA & ZAFFARONI (1980)

ovos, larvasepupasforam descritos; no de QUINTELLA et alii

(1986) fez-se um estudo morfológico comparativo entre esta es

pécie e Coleomeg~lla maculata (De Geer. 1775), abordando to­

das as fases.

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7 .

Ainda entre os trabalhos brasileiros recentes

devem ser r e s sal t a dos o de MACHADO (1 98 2 r e o de A R I O L I (1983).

Com o mérito de ter sido provavelmente a primeiro pesquisador.

a relatar O.t.ta v-n,{,g'wm (Mulsant, 1866) no Brasil, MACHADO

estudou a morfologia desta espécfe e de Cycloneda conjugata

Mulsant, 1850.. Quanto a ARIOLl., estudou os Coccinelini do Rio

Grande do Sul, inclusive Cyc.toneda. O autor apresentou e dis

cutiu características colocadas por diversos estudiosos deste

gênero, e uma chave condensada de Mader (1957), acrescida de

dadós de Mulsant (1865-66), para 14 espécies de Cyc.toneda no

Brasil. "Em relação à listagem de BLACKWELDER'(1945}, estacha

ve nao cita C. me;t;ta.t,{,ca, C. pa.tLld.u.ta e nem C. JLubi­

da, mas acrescenta C. pu.ói.t.ta Weise. ARI.OLI descreveu

cuidadosamente quatro espécies que ocorrem no Rio Grande do

Sul: C. ca.t.t,{,.ó pi.t.to;ta, C. conjuga;ta, C. deve.ó;t,{,;ta e C . .óangu,{,·

nea.

Finalmente, GORDON (1985) descreveu adultos de

C . .óanguinea .óanguinea (L.), C . .óanguinea .t,{,mb,{,6eJL Casey, C.

munda (Say) e C. po.t'{';ta Casey, que existem na América do Nor­

te. GORDON, ao caracterizar o gênero, afirmou: IICyc.toneda e um

gênero do Novo Mundo, com mais de 50. nomes atualmente incluí

dos. A maioria destes são neotropicais, com 3 espécies ocor-

rendo do norte do México para cima ll• Portanto, endossou o ex-

posto por Dobzhansky, em 1931. Quanto a genitál ias, GORDON co

mentou que Jul ius Weise foi o primeiro taxonomista de coccine­

lídeos a perceber que a genitál ia mas~ulina poderia ser usada

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8.

para distinguir espicies, embora nao tenha se dedicado a este

aspecto. Entre os autores citados acima, os que se preocupa-

r a m c o m o e s tu do de g e n- i t á 1 i a s f o r a m S A S A J I (1 97 1 ) , KOVAR

(1973), CHAPIN (1974), ARIOLI (1983) e GORDON (1985) Os dois

primeiros ressaltaram que este constitui o caráter mais impo~

tante para a taxonomia. Tambim HAGEN (1962) enfatizou este

aspecto e afirmou que o número de manchas no él itro dos cocei

nelídeos não pode ser isoladamente usado para identificá-los; que

este caráter foi usado durante anos como base para muitas as-

sim chamadas espicies, mas que a maioria destes nomes foram

agora suprimidos.

2.2. BIOLOGIA

Ati o momento, nao se conhecem trabalhos sobre

a biologia de Cyeloneda ziéehkai. Apenas VANDENBERG* infor-

mou que, provavelmente, esta espicie aI imenta-se de ovos de

crisomelídeos.

Entretanto, o genero tem sido amplamente estu-

dado, especialmente Cyeloneda éangu.inea. Assim, IGLESIAS (1914)

discutiu a importância dos coccinelídeos no controle de va-

rias pragas e realçou C. éanguinea, por aI imentar-se de diver

sas espicies de pulgões. Miller & Thompson (1926/1927), cit~

* VANDERBERG, N. (Uni:versidade da Cal i.fôrnia, Berkeley,

Comunicação pessoal, 1985.

EUA) .

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9.

dos por MACHADO (1982) relataram que C • .6an.guil1e.a .únac.u1a.,ta (F.)

e o mais abundante entre os predadores de afídeos de citros,

ocorrendo durante todo o ano, na F16rida.

Verificou-se uma série grande de trabalhos des

te tipo, ao longo dos anos. Selecionando-se apenas os traba-

lhos brasileiros mais recentes, pode-se citar: SILVA et alii

(1968), que 1 istaram dez referências de C • .6an.guil1e.a predando

a f í d e o s em v á r i a s e s p é c i e s v e g e t a i seI o c a I i d a d e s d o p a í s ; o

estudo de GRAVENA (1969) sobre dinimica populacional de Sc.hi-

zaphif.i gll.amil1um (Rondani, 1852) e de seus inimigos naturais,

em sorg9, em Jaboticabal, SP, onde C • .6al1guine.a e SC.ljIllI'l.U.6 spp.

foram c i tados; GUEVARA & ZAFFARON I (1980), que forneceram da-

dos sobre a duração de cada fase de C . .6al1guine.a em laborató

rio; COSTA et aI ti (1982) também relataram esta espécie como

importante predador de BIl.e.vic.oll.yl1e. bll.a.6.6ic.ae. em repolho, no

Pará; GRAVENA (1983) destacou C • .6anguil1e.a entre os coccinel í-

deos predador~s de ovos e larvas pequenas de lepidópteros pr~

gas do algodoeiro e MORETI et ali i (1984) observaram-na pre-

dando pulgões em cultura de trigo na região de Marília, SP.

Ainda entre os trabalhos brasileiros recentes

merecem destaque o de SANTOS & PINTO ( 1 98 1 ) e o de

MACHADO (1982). Os primeiros autores estudaram a biologia de

C . .6al1guine.a, em viveiro de mangueira e em laboratório, a 1 i -

mentando-a com pulgões. Verificaram que as fêmeas produzi-

ram, em média, 601 ovos bem distribuídos num período de 63

dias que coincidlu, praticamente, com a longevidade do adul-

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1 o.

to. O período de ovo a adulto durou em midia 18,1 dias, qua~

do submetidos a m~dias de temperatura e de umidade relativa de

21,9c,>C e 67,25%, no perfodo. MACHADO estudou aspectos da bi~

logia d~ Cyeloneda eonjugata e de Olla v-nlg4um, aI imentando-

a s com p s i 1 í d e o s c o 1 e t a dos em s i b i p i r una. Constatou que em

ambas as esp~cies a fase larval tem quatro ínstares, sendo a

duração média do 4c,> instar maior quea dos demais ínstares

larvais. A autora relatou que houve alta mortal idade preco-

ce de adultos, alta frequ~ncia de ovos inf~rteis e da não ob­

tenção de posturas, para C. e~njugata, tendo obtido apenas 2

posturas por f~mea, num total de 5 f~meas.

Entre os trabalhos estrangei ros, duas outras espéc i es.

deste·g~nero que tem sido estudadas, tanto no campo quanto no laboratório,

são Cyefoneda munda (SIMPSON & BURKARDT, 1960 e BOLDYREV ~~,

e Cyeloneda: polita CFRAZER et aI ii, 1981 e MESSING & ALINIA-

ZEE, 19851.

Com relação aos aI imentos de coccinel ideos pr!:

dadores, HODEK (1973) afirmou que se pode classificá-los em

dois tipos: essenciais e alternativos. Essenciais -sao os que

asseguram o desenvolvimento e a oviposição, enquanto os alter-

nativos apenas prolongam a sobreviv~ncia do inseto, consti-

tu~ndo uma fonte substituta de energia. Segundo o autor, há

gradações entre eles e, dependendo do tipo de alimento, podem

variar diversos aspectos da biologia do inseto, tais como a

viabi lidade dos ovos e o numero de ovos por f~-

mea. Outra assertiva deste autor e que a descoberta de aI i-

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11.

mentos adequados e priticos (comp dietas artificiais) e um

pré-requisito para futuros progressos qual itativos nos estu-

dos com coccinel ídeos. Ele afirmou, aJnda, que a tio falada

p o 1 i f a g ia destes i n se tos só e x i s te p a r a a a c e i ta ç i o de a 1 i me n

tos alternativos, mas para o aI imento essencial eles são mui-

to específicos. Num outro trabalho, HODEK (196]), relatouque - I

alguns coccinelídeos pr~dadores t~m ~ma faix~ larga de aceita

çao para a presa essencial.

Dundby (1966), citado por HODEK (1973), e Ipe!.

ti et alii (1972), citados por I PERT I & TREPAN I ER- BLAIS (1972),

mostraram a possibi I idade de se criar coccinel ídeos coccidófa

gos e afidófagos usando-se ovos de Anaga~ta kuehnlella Zel-

I e r • IPERTI &TREPANIER-BLAIS {1972} compararam este alimen-

to com um favoráve 1 (Aphl~ 6abae Scop,) e um desfavorivel

(Aphl~ nenll Kalt.) para c-riar Adonla l1-notata Schn. Os par~

metros utilizados foram desenvolvimento completo dos vários está-

gtos, comprimento e peso das larvas e mortal idade de ovo a

adulto. Os autores concluíram que,embora este coccinel ídeo

possa ser criado continuamente em laboratório usando-se ovos

de A. kuehniella, sua cr1ação massal não é facilitada.

Finalmente, também como predadores de ps i 1 í-

deris, os coccinel ídeos t~m sido bastante estudados, especial-

mente na Europa. Num único ano, levantamentos populacionais

ou liberação em pereiras foram realizados na Inglaterra (HODG

SON & MUSTAFA, 1984), em Portugal (MATIAS, 1984), na I ti 1 i a

(MORI & SANCASSANI, 1984) e na França (NGUYEN et ~, 1984).

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12 •

.. 3. MATERIAL E METODOS

3.1. MORFOLOGIA

Adul tos foram enviados para o Dr. Robert D.Gordon,

do "U.S~ National Museum of Natural History", que os identifi

cou como sendo Cy~loneda zi~~hRai Mader, 1950, tribo Coccinel

lini e subfamília Coccinelinae.

Para o estudo morfológico utilizaram-se insetos

progenitores e da geração Fl' criados segundo metodologia de~

crlta no sub-f tem 3.2. Foram usados ovos do dia e adultos mor

tos. Para obtenção das genitil ias, adultos 'recentemente mor-

tos foram dissecados em placa de Petri parafinada, mergulha-

dos em igua destilada. Após serem retiradas, foram transferi-

das para lâminas escavadas. Larvas e pupas, cerca de 48 h

~pós a ecdise, foram colocadas em congelador por um período

aproximado de 5 h. Em s~guida, foram retiradas do congelador,

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13.

mas preservadas na geladeira, procedendo-se então as medições,

descrições e desenhos.

Medições biom~tricas foram obtidas com o auxf-

1 ia de ocular microm~trica adaptada ao microscópio estereoscó

pico, tomando-se amostras de 10 indivfduos de ,cada fase. Des­

crições e ilustrações foram feitas usando-se microscópio bio­

lógico (para ovos e genitillas, Imersos em ãgua destilada, em

limina escavada) e microscópio estereoscópico (para larvas,

pupas e adultos), ambos com câmara clara acoplada. Para a co~

fecção dos desenhos seguiram-se as recomendações de HELMORE

(1982).

Uma s~rie de adultos, incl'uindo genitãlias mas

c u 1 i' nas p r e s e r v a das em g 1 i c e r i na, f o i i, n t e g r a da ao M u s eu d o

Departamento de Entomologia da ESALQ/USP e à coleção do CRTP/

EPAMlG, em Uberaba, MG.

3.2. BIOLOGIA

3.2.1. TECNICA GERAL

Os insetos foram mantidos em camara climatiza

da, no laboratório de Biologia de Insetos, da ESALQ/USP, de

dezembro de 1985 a novembro de 1986. Temperatura e umida­

de relativa (25±I~C, 70±10% UR) foram registradas através de

termo - higrógrafo, com diagrama semanal; fotofase de

I 4 h. O manuseio dos coccinel fdeo~ (troca de aI imento, cole-

ta de dados, etc.) foi feito no laboratório de Controle Bioló

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14 •

gico, procurando-se voltar com os insetos para a camara clima

tizada o mals ripido possfvel.

As joaninhas foram co1etadas manualmente, pro­

ximo de sibipirunas; conseguindo-se formar apenas 6 casais. E~

tes e cada um dos 418 adultos criados posteriormente foram

identificados com um número, de forma que era possfvel saber

a ascendência e a descendência de cada indivíduo. Ao se for­

mar novos casais, procurou-se escolher insetos de diferentes

progenitores, objetivando retardar o "inbreeding". Adultos por­

tadores de qualquer tipo de má-formação foram descartados.

Os adulto~ acasalados foram mantidos em placas

de Petri de plistico, de 9,0 cm de di~me~ro e 1,5 em de altu­

ra. Em cada uma colocou-se Um pequeno chumaço de algódão em-

bebido em água destilada, umedecido de 2 em 2 dias e trocado

semanalmente. Excetuando- a área ocupada pelo algodão,o res­

tante da base da placa foi forrado por papel fi 1tro, também

trocado semanalmente. Sua função era absorver a umidade ex-

cessiv~ do ar dentro da placa, bem Como restos de dieta, eser

vir como lo~al de oviposição. Diariamente os ovos foram re­

cortados deste papel, contados e incubados em caixas plásti­

cas de 2,7 cmde largura, 4,7 cm de comprimento e l,8cm de altura.

3.2.2. COMPARAÇAO DE DIETAS

Para decidir com que al imento seria mantida a

criação, adultos, anteriormente -al imentados com dieta arti-

ficial, foram individualizados em caixinhas plásticas de 6,3

cm de diâmetro e 2,3 cm de altura; càda conjunto de 5 adul-

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I 5.

tos .recebeu um tipo de aI imento,. durante 3 dias consec~tivos.

Os aI imentos foram: Bnevic.on!fne bna.6.6ic.ae (L.), CefLa.taplú.6 ta-

~aniae (Boisd.), Pina.6pi.6 sp, Coc.C.U.6 v~nidi.6 (Green),

denma .6ennic.onne (Fabr.), P.6!flta s~; ovos de Atabama afLgitta

c.ea (Hueb.), Si~o~noga c.eneatella (01 iv.), Spodoptena 6nugi­

penda (J.E. Smith), P.6eudoptu.6ia inc.tuden.6 (Walk.), Viatltaea

.6ac.c.hanati.6 (Fabr.) e Anaga.6ta kuehnletta Zel ler; lagartas de

I? instar de V . .6ac.c.hanati.6 e S. 6nugipenda; banàna "in natu-

ra"; farinha de banana e dieta artificial (mel + levedura, em

partes iguais). Observou - se se o aI imento foi ou -nao

aceito.

Depois de obtidos os resultados (su b - item

4.2.1) decidiu-se manter a criação com ovos de A. kuehnietta

e dieta artificial, fornecidos diariamente. Esta última, co-

locada sobre um pequeno pedaço de papel encerado.

As larvas oriundas de uma mesma postura eram indi-

vidual izadas, para evitar canibal ismo. Segundo MACHADO (1982)

isto não deve ser feito no primeiro dia, porque eleva a morta

lidade no I? instar. Cerca de 12 h apos a ec I osão, co locavam-se

agua e ovos de A. kuehnietta nas ca ixas onde elas estavam agr~

padas, procedendo-se i individual ização no dia seguinte.

Para criar as larvas usou-se, durante o prime~

ro mes, ora tubos de vidro (2,5 cm de di~metro e 8,5 cm de aI

tura} com tampão de algodão revestido por um tecido fino, ora

c a i x a s p lã s t i c a s l6, 3 c m d e d i â me t r o e 2, 3 c m d e a 1 t u r a). Nos

dez meses seguintes usaram-se apenas estas últimas. Os cuida-

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16.

dos com cada caixa plástica eram idênticos aos das placas de

Petri dos casais, como forro de papel fi ltro e algodão molha­

do. A dieta artificial era colocada sobre o .algodão, depois

passou-se a colocá-la sobre o papel encerado (ver sub-item

4.2. 1) . '

3.2.3. BIOLOGIA EM Pôeudopluôia E EM PSILTDEO

Devido a disponibi lidade de ovos de Pôeudoplu­

~ia ineluden~ (Walk.), criadas no laborat6rio de Biologia dos

Insetos da ESALQ/USP, em março de 1986, decidiu-se usá-los p~

ra criar um grupo de larvas. Diariamente' foram recortados p~

j un to com p~is com ovos e colocados nas caixas de criação,

dieta artificial. Avaliou-se a porcentagem de

do período total de desenvolvimento.

sobrevivência

Foram usados ovos e ninfas de psilídeos para

c r i a r I O 6 I a r v as . F o I h a s de s i b i P i r u na com p s i I í d e o s foram

coletadas de 2 em 2 dias, de forma que num dia oferecia-se pr~

sa fresca e no seguinte, psi I ídeos

de sacos plásticos, na geladeira,

vivos, mas

por 24 h'.

mantidos dentro

Usaram-se as

caixas plásticas pequenas, forradas e com algodão úmido~ To-

das as larvas foram diariamente observadas e aval iou-se a

duração de cada instar, o período total de desenvolvimento, a

porcentagem de sobrevivência do período de desenvolvimento

e o peso dos adultos .• Anotou-se ainda se havia ou nao va­

riação no padrão de manchas da larva de 4? instar, por

ser a única' que variava.

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17.

3.2.4. BIOLOGIA EM OVOS DE Ana9a~ta

Finalmente, um conjunto de larvas foi criado

com ovo~ de A. kuehniella, outro s6 com dieta artificial e

ainda outro com ovos e dieta.

os mesmos do caso anterior.

Os parâmetros avaliados foram

Quanto aos adultos, objetivando verificar-se

a longevidade, q~ando'alimentados apenas com dieta, 20 inse­

tos foram- colocados nas placas de Petri ji descritas, 2 adul-

tos por placa. Foram supridos com dieta artificial e agua

de 2 em 2 dias, do final de janei'ro ao início de novembro de

1986.

dade.

Aval iou-se a porcentagem de sobrevivência e a longevi-

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18.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. MORFOLOGIA

4.1.1. OVO

Tem forma elíptica, afi1ado no ápice e na ba­

se, onde se observa, ao microsc6pio bio16gico~ uma subst~ncia

clara, quase transparente,que serve para fixá-lo ao substrato

(Figura lA)~ De coloraçio amarela, apresenta variaç5es de tom

que serio discutidas no sub-ítem 4.2~2. C6rion brilhante e

aparentemente 1 iso, mas se observado com o auxíl io de micros­

c6pio estereosc6pico constata-se que a superfície é levemente

esculturada. A micr6pi1a local iza-se na extremidade apica1.As

dimens5es aproximadas do ovo (média de 10 ovos) sio 1,3mm de

comprimento e 0,5 mm de largura.

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1 9 .

. :. :~ .. ~. ' .. . .. :~

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Figura 1. A-Esquema do ovo de Cycloneda z~ehkai, com destaque para micró pila; B - Vista dorsal da larva de 4~ ínstar de C. z~ehQai; c­Vista dorsal do tórax; com padrão diferente.de manchas.

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20.

4.1 .2. LARVA DO 4~ fNSTAR

Devido ao fato das larvas de coccinelídeos a­

presentarem diferenças morfológicas notáveis de um ínstar pa­

ra outro, a maioria das chaves para identificação são confec­

cionadas apenas em função da larva madura (SAVO~SKAYA& KLAUS

NITZER, 1973).

4 Como a maioria das larvas de joaninbas, a de

4~ ínstar de Cyeloneda z~~eh~a~ (Figura lB), é alongada, fu­

slforme, com o dorso arqueado e plana na superfície inferior.

Apresenta maior largura na região do metatórax e não tem o

corpo revestido por secreção cerosa. Suas dimens~es aproxima­

das são de 8,4 mm de comprimento e 2,6 mm de largura.

A cabeça, pouco destacada, e sUb-retangular,

com cantos arredondados e esclerotizada. Tem sutura frontal

bem desenvolvida, em forma de ômega invertido, com as extremi

dades convergindo para os sulcos antenais. SAVO't'SKAYA & KLAUS­

NITZER (1~731 afirmaram que, dependendo da tribo, esta sutura

pode ter forma de V, de Y ou não existir. Mas SASAJI (1971)',

informou que a sutura frontal geralmente tem a forma de ômega

Invertido. Antenas reduzidas, com três segmentos: o escapo e

o mais largo, pedicelo de tamanho mediano e flagelo 'unisseg­

rnentado. De cada lado da cabeça há 3 ocelos, dispostos em tri­

~ngulo. Mandíbulas triangulares, com 2 d~ntes no ápice. Pal­

pos maxilares 4-segrnentados, o segmento basal menos esclero­

t i' z a d o que o sou t r o s 3, s e n d o o t e r rn i na 1 ma Ls e s c u r o e e S c 1 e-

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2 I .

rotizado, cônico e levemente truncado no ápice. Na parte su­

perior do 2~ segmento do palpo maxilar há um grupo de setas

circundando-o. Lacfnla e gálea fundem-se num Qnico segmento,o

lobo maxilar, arredondado, com setas longas e esparsas. Pal-

pos labiais 2-segmentados. Labro m6vel, castanho-claro, sub-

retangular, arr~dondado nos ingulos laterais, cobrindo a cavi

dade oral. Quanto ã cor, a cabeça e amarela bem clara, comuma

grande mancha preta de cada lado, na região da g~na. Na fron­

te bá outra mancha cinza-escura, difusa.

A larva de 4~ fnstar tem pernas longas e pllo­

sas, com fêmur e tfbla-tarso cilíndricos. No ápice desta úl­

tima ve-se um grupo de setas clavadas e uma garra, na base da

qual bá um dente largo. Tfbia-tarso da perna anterior aproxi­

madamente do mesmo comprimento da mediana e da posterior~ se­

gundo SASAJI (1971}, em alguns gêneros de Coccinelllni ela e

maior. Quanto à cor, a região proximal da tíbia-tarso e do fê

mur é quase branca, semi-transparente, bem como o trocanter e

a parte inferior da coxa. O restante da perna é negro ou cin

za-escuro.

Os 3 segmentos do t6rax sao bem definidos: pr~

t6rax transverso e oval, meso- e metat6rax fortemente trans -

versos e distintamente mais largos que o prot6rax. Este últi­

mo tem, dorsalmente, um par de placas esclerotizadas grandes,

divididas na linha mediana, que apresentam áreas escuras. So­

bre a placa, contornando-a, há várias chalazas. Meso- e meta­

noto possuem cada um, também na região dorsâl, um par de pla-

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22.

cas menos esclerotizadas que as do pronoto. Em cada placa há

uma struma maior, na margem lateral, e uma menor, na margem

mais central; à frente destas placas destacam-se os espirácu­

los. De cada lado, abaixo e um pouco para trás, há uma chala­

za conspícua.

o abdome consiste de 10 segmentos, dos quais

9 sao visíveis em vista dorsal. O 10~ serve como disco de suc

ção para ajudar a larva na 10como~ão e para fixá-la ao subs -

trato, durante a ecdise. Os espiráculos estão presentes late­

ralmente, do l~ ao 8? segmentos; abaixo de cada um deles, po~

tanto na área sub-espiracular, há uma struma branca. Na re­

gião dorsal há 4 pequenas strumae em cada um dos 8 segmentos

abdominais, cada struma constando de 2 chalazas. O conjunto

forma 4 fileiras lFigura I B}; são todas negras, excetuandoas

2 laterais do l~ segmento (visivelmente maiores) e as 4 do

4~ segmento. ~á setas e chalazas distribuídas sobre o 9? seg­

mento. Coloração geral da larva cinza, podendo variar de cla­

ra a escura; o ~~ segmento geralmente i mais.escuro, com 2

manchas dtfusas. Percebe-se uma mancha branca de contorno p6~

co definido em toda a longitude do tórax e do abdome.

~ interessante ressaltar que ocorreram 2 tipos

de areas escuras, no tórax das larvas de 4? ínstar: com (Fig~

ra lC) e sem manchas amarelas. Inclusive, entre um e outro

houve gradações. A ocorrência destas larvas com manchas ama­

relas será discutida na parte de biologia (sub-ítem 4.2.3).

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23,

4.1.3. PRE:-PUPA

Muitos autores, como HODEK (1973), nao consi-

deram este como um estágio à parte. Embora não haja diferen-

ças marcantes na morfologia, em termos biológicos a pre-pupa

é muito característica, motivo pelo qual será discutida no

sub-f tem 4.2.4.

4.1.4. PUPA

Pupa (Figura 2) do tipo exarada, fixa ao subs-

trato, apresentando a última exúvia larval aderida à região

terminal do ab.dome. Corpo arredondado e muito convexo dorsal-.

mente, com cerca de 4,2 mm de comprimento e 3,1 mm de larg~

ra. Coloração geral cinza-esverdeada, num tom muito claro; c~

heça e pernas castanho-claras; élitros de cor cinza - escura,

com a borda dorsal apresentando contorno mais claro, geralme~

te; olhos negros, como a maioria das manchas distribuTdas pe-

10 corpo. Cabeça do tipo hipognata. Pronoto quase

com 6 manchas pretas, nitidamente emargin~do, com

b.ranco-,

contornos

laterats castanhos. O mesonóto pode, ou não, ter um par deman

chas mais claras que as outras, geralmente de contorno pouco

definido. Já as 2 do metanoto são conspícuas, escuras, de for

ma sub-quadrangular ou oval. No tergo de cada segmento abdomi

nal há 4 manchas, exceto no l~ e no 6~, onde há apenas 2 meno

res, e no 7~, que é imaculado. O conjunto de,stas manchas for-

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24.

lmm

Figura 2. Vista dorsal da pupa de Cycloneda z~hchRa~.

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25.

ma 4 fileiras, sendo 2 laterais e 2 mais centrais. Próximo a

estas mancbas laterais estão os espiráculos, os do l~ segmen­

to abdominal parcialmente cobertos pelos élitros. A pupa apr~

senta 4 membranas i nterssegmentais, dispostas entre os segmen­

tos abdominais 3 e 7, que lhe permitem grande moeil idade. Fi­

nalmente, tem microssetas espalhadas por toda a superffcie do

corpo, e estrias suaves em toda a vista dorsal do meso-, meta

noto e segmentos abdominais.

De acordo com PHUOC & STEHR (1974), a presença

de manchas escuras, membranas interssegmentais emicrossetas

sao características dás pupas de Coccinellinae. Estes auto-

res citam ainda como características de Cyeloneda: superfí-

cie do él itro densamente micronodulada, pleuras abdominais su~

quadradas e levemente rugosas, sternum abdominal claro e ima­

culado, e margem posterior dos terga 3 a 6 finamente dentea­

da. Estas características, exceto a última, foram constata­

das em C. zi~eh~ai.

4.1.5. ADULTO

A descrição da espécie, de acordo com

(1950), e a seguinte:

"5. Cyeloneda zi~eh.~a.i n. sp.

MADER

Quase hemisferica. Cabeça e escutelos amare-

lo·amarronzados; pronoto amarelo, com 7 man~has pretas, é 1 i -

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26.

tros amarelo-amarronzados, com contorno amarelo, que na união

dos dois é claro e estreito, bordas externa e basal mais lar-

gas, a última limitada por uma cor esmaecida. Parte inferior,

com antenas, peças bucais e pernas amarelo-avermelhadas. As 7

manchas pretas do protórax dispõem-se em 4, 3. A mancha na

frente do escutelo e a menor e puntiforme; ao lado fica uma

larga, bem próxima a base, duas outras têm forma de grossas

vírgulas, originam-se de uma parte atrás dos olhos e dirigem-

se para a pequena mancha antes do escutelo; entre estas e a

borda lateral do pronoto fica uma mancha maior, mais ou menos

quadrada. Comprimento: 4,5 mm, largura: 3,9 mm. Bol ívia: Co

chabamba, 2.600 m, dias 7 e 10 de XI de 1948, "leg". Zischka,

sob casca de árvore".

Insetos coletados no campo e os criados em la-

boratório ajustam-se a esta descrição, mas pode-se fazer al-

gumas ressalvas .. Mader provavelmente examinou apenas três in

setos e não pode constatar que a coloração da cabeça, prono-

to e él itros varia muito, após a .morte, indo de amarelo-pa-

lha a cinza-escura. Os él i tros podem apresentar-se imacula-

dos, OU com manchas esverdeadas ou acinzentadas. A cor da su-

perfície ventral também pode variar de amarelo-creme a mar-

rom-avermelhada. Além disto, há duas manchas negras na cabe-

ça; provavelmente Mader não as viu porque os insetos retraí

ram a cabeça, ao morrer, e elas ficaram ocultas sob o prono-

to (Figura 3, A e C).

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27.

B

c

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A o

Figura 3. A-Vi sta dorsa 1 do adul to de Cyei.oY/.edo.. zi..6c.hluú; B-Vi sta fron­tal do pronoto, apresentando manchas menores; C-Idem, manchas normais; O-Ibidem, manchas maiores.

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28.

No adulto vivo, a superfície dorsal da cabeça

e do pronoto é quase branca, numa mistura de verde e cinza mui

to claros; olhos e manchas negros, sendo também geralmente visíveis

as manchas da cabeça; contorno fino e negro nas laterais do pronoto

e adiante do escutelo, unindo as duas manchas basais. El itros

de cor cinza-clara a cinza-escura, em tons verde-musgo, re­

gião do calo humeral às vezes preta; uma faixa clara estrei

ta contorna cada élitro, alargando no ápice; esta faixa,

em sua por sua vez, apresenta fino contorno castanho

margem externa. Escutelo usualmente castanho-claro, com con-

torno castanho-escuro. Antenas, peças bucais, pernas e ster­

num em tons variados de castanho. Comprimento e largura do

corpo em torno de 5,1 e 4,2 mm, respectivamente.

As manchas do pronoto podem apresentar varia­

ção tFiguras 3B e 3D), diminuindo de tamanho ou aumentando tan­

to que coa1escem, passando de sete para três manchas; neste

Qltimo caso, superffcie dorsal da cabeça também negra.

Linha femora1 abdominal incompleta (Figura 4A),

processo prosternal com carenas; extremidade distal das tíbias

medianas e posteriores com um par de esporões; garras tarsais

com um dente basa1.

Observou-se dimorfismo sexual, sendo os machos

geralmente menores, mais claros, com élitros mais redondos,

aprese·ntando os 7~ e 8~ esterni tos como na Figura 4A. Ape­

sar de todos estes caracteres, é difícil distinguir o sexo em

c. z~~eh~a~, especialmente no inseto vivo. ?egundo KOVA~

t1973), é comum esta dificuldade em Coccine11 idae.

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A

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CD

7S

29.

B

o E

Figura 4. A-Vista ventral do abdome do macho de Cyctoneda z~ehRai: LFA, linha femoral abdominal; 75 e 8S, 7~ e 8~ esternitos; B-Idem,fê mea. ~enitãlia do macho: C - lobo mediano (vista lateral); CD~ crista dorsal; PE, processo externo; PI, processo interno; D­Tegmen (vista ventral): PA, parâmero; LB, 1050 basal; TR, tra­bes; E - Tegmen (vista lateral).

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30.

Quanto à genitál ia mascul ina, de acordo com

SASAJI (1971), i o conjunto formado pelos segmentos genitais

(9~ e 10~ abdominais) e pelo órgão genital, sendo todo o con-

junto resistente aos efeitos destrutivos de solução de hidró-

xido de potássio. Ainda segundo este autor, o termo i freqUe~

temente usado em sentido mais restrito, abrangendo apenas te~

men e aedeagus, no macho. No presente trabalho adotou-se o

termo em seu "sensu stricto".

Em C. zi~ehkai o lobo mediano (Figura 4C), ta~

bim chamado sipho, pinis ou aedeagus, i longo, tubular, ven-

tralmente curvado. ,

Sua base forma cap~ula sifonal bipartida,

com pequena cr i sta dorsal, processo i nterno (ou braço adjace~

te) distintamente curvado e o externo (ou braço oposto) rela-

tivamente longo. SASAJI (197l) afirmou que o ápice do lobo

mediano é freqUentemente compl icado em sua estrutura; nes.ta

espicie e simples, afilando gradativamente.

Tegmen ou phalobasis (Figura 4D e E) consistin

do da peça basal, formada pelos lobos laterai s pareados (ou

parâmeros) e da peça mediana chamada lobo basal; este de me-

nor comprimento que aqueles; suporte mediano (trabes ou hypo-

mera) articulado com o lado ventral do tegmen. Lobos late-

rais e lobo basal esclerotizados e castanhos; trabes quasehi~

1 ino. Terço apical dos parâmetros com grande quantidade de

pelos longos e curvados; lobo basal triangular, alongado, gl~

bro, fendido na face ventral para recepção do sipho. Durante

a c8pula, o macho usa o tegmen para prender.e puxar para bai-

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31.

xo a parte do abdome da fêmea, enquanto que o aedea

gus corre pelo interior do lobo basal e e intro-

duzido na genitália feminina. Segundo KO\7AR (1973),

o lobo basal costuma ser erroneamente chamado de

aedeagus; isto deve ocorrer porque, durante a cópula, vê-se sua

introdução e não a do aedeagus verdadeiro.

4.2. ASPECTOS BIOLÓGICO

4.2.1. TECNICA DE CRIAÇAO

Provavelmente, o fato de se começar a fornecer aI imento

e agua as larvas no dia da eclosão e de só i nd i v i dua 1 i zá-l as no 2';1

dia foi suficiente para impedir índices altos de mortalidade,

devidos ao canibal ismo e a ferimentos i IHldvertidamente causa­

dos pelo pincel.

Cerca de um mes após o início da criaç~o os tu

bos de vidro foram preteridos em favor das plaquinhas, devido

ã facilidade de manuseiodestas, principalmente. Aqueles têm

equilfbrio mais instável,virando e caindo com freqUência; .e

mais dif[c[l manti-los I impos e o algodão molhado seca rapid~

mente, Isto ê vál ido quando se usa ovos de Anaga.ó.ta k.u.e.hnle.l

la, mas não quando se aI imenta as larvas com psil ídeos. O for

mato do tubo ê mais adequado para o posicionamento da folha

de sibipiruna, permitindo melhor caminhamento da larva e a

colocação de uma folha maior. Este último aspecto ê importa~

te para larvas de 4';1 ínstar~ que precisam de grande quantida-

:~

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32.

de de presas. Além disso, o ambiente mais úmido da placa pro

piei a a germinação abundante de fungos sobre as secreções de

psilfdeos.

Quanto à dieta artificial, na fase inicial da

criação era colocada sobre o algodão molhado, mas fermenta-

va rapidamente, o que criava a necessidade de se trocar dia-

riamente o algodão. Com o papel encerado a preservação da die

ta melhorou e pode-se trocar o algodão s6 1 ou 2 vezes por se­~

mana, tendo-se apenas o trabalho de umedecê-lo eventualmente.

Entretanto, o uso da dieta sobre o papel encerado causou a

morte de virias larvas de l~ fnstar, que nela ficaram presas.

Para evitar este inconveniente, adotou-se o procedimento de

s6 oferecer dieta a partir da l~ ecdise, quando as larvas ji

conseguem se desprender do al imento pegajoso.

Com respeito à aceitação dos diversos aI imen-

tos pelos adultos, constatou-se que não consumiram BILe.v-i.c.oILyne.

bILa.6.6-i.c.ae. (L.} (pulgão da couve), P-i.na.6p-i..6 sp. (escama fari­

nha de citros}, Coc.c.u..6 v-i.IL-i.d-i..6 (Green) (cochonilha verde do

café), ovos de V-i.atILae.a .6ac.c.haILal-i..6 (Fabr.) (broca da cana-

de-açúcar}, banana "in natura" e farinha de banana. Estes

dois últimos foram inclufdos porque Kesten (1969), citado por

HODEK (1973), conseguiu manter fêmeas de Anat-i..6 oc.e.llata (L.)

oviposltando durante meses, al imentando-as somente com bana-

na, pela qual eram fortemente atrafdas.

Os adultos de Cyc.lone.da z-i..6c.hka-i. aceitaram, mas

comeram apenas quantidades mfnimas, de

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33.

(Boisd.) (pulgão das palmáceas e das orquídeas); larvas pe-

quenas de La.6,[ode.ltma .6e.ltlt,[c.oltne. (Fabr.) (praga de fardos de

fumo); ovos de Alabama altg,[llac.e.a (Hüeb.), de S'[totltoga c.e.-

Ite.ale.lla (01 iv.) de Spodopte.lta 6ltug,[pe.ltda (J.E. Smith), e de

P.6e.udoplu.6,[a ,[nc.lude.n.6 (Walk.), lagartas de l~ (nstar de V .

.6ac.c.haltal,[.6 e de S. 6ltug,[pe.ltda.

Tiveram excelente aceitação: a dieta artifi-

cial, ninfas de psil ídeos (P.6ylla sp .. ) e ovos de Anaga-Óta k-ue.h-'1

n,[e.lla. Observou-se,' inclusive, que os adultos são ávidos p~

la secreção dos psilídeos. De posse destes resultados e de

outros que serão discutidos em ítens a seguir, decidiu-se man

ter a criação com ovos de A. k-ue.hn,[e.lla e dieta. Durante pe-

ríodos em que nao foi possível obter ovos, forneceu-se apenas

dieta. Os insetos foram criados até a geração FS'

4.2.2. OVO

Usualmente fqram colocados agrupados, em posi-

ção vertical. O local preferido para oviposição foi a págirra

inferior do papel filtro. Quando aI imentados com psil ídeos,

o local preferido passava a ser sob folhas de sibipiruna. A

postura geralmente ocorria no final da tarde, em torno das

18 h.

O período de incubação variou apenas em horas.

Como geralmente as larvas eclodiam em torno das 16-18 h e a

leitura s6 era feita na manhã seguinte, a variação de algumas

horas não influiu, sendo sempre de 3 dias o valor registrado.

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34.

Durante cerca de 2,5 dias os ovos permaneciam

aparentemente inalterados. Então, em cerca de 3 horas, adqul

riam coloração cinza e as larvas eclodiam.

BALDUF (1935) relatou que ovos de coccinelí-

deos sao usualmente amarelo-alaranjado, podendo tornar-se mais

claros ou escuros, dependendo de 2 fatores: da aproximação da

maturidade e da cor do al imento consumido pela fêmea. Entre­

t~nto, observou-se que uma mesma fêmea de Cycloneda zihchkai,

ingerindo um mesmo tipo de al imento, pode produzir ovos desde­

alaranjadosaquase brancos, em diferentes épocas. Inclusive, a

maioria dos ovos de determinadas fêmeas era amarelo-ouro, en­

quanto de outras eram amarelo-claro. Portanto, além dos 2 fa

tores citados por BALDUF, podem ocorrer variações na cor dos

ovos de uma fêmea para outra, e de uma época para outra.

Outros asp~ctos inerentes aos ovos serao apre­

sentados e discutidos no sub-ítem 4.2.6.

4.2.3. FASE LARVAL

Logo apos a eclosão, as larvas eram de colora-

ção cinza-clara, com a cabeça e as pernas amarelas. Gradati-

vamente escureciam, enquanto permaneciam imóveis e agregadas

em torno do córion dos ovos. Pouco depois, iniciavam a ali-

mentação, sendo comum sugarem-ovos remanescentes e larvas pre~

tes a eclodir. Depois permaneciam cerca de 12 h agrupadas,

saindo no 2~ dia ã procura de alimento.

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35.

xaçao

As larvas demonstraram grande capacidade de fl

nas superfícies, usando a extremidade do abdome, no-

tadamente durante a ecdise. Nesta ocasião, fixavam-se emqua,!.

quer parte da caixa plástica ou do papel filtro, geralmente,de

cabeça para baixo, e quando completavam o processo a ex~via

permanecia aderida ao substrato. Antes de se fixarem, as lar-

vas paravam de se alimentar e movimentavam-se pouco. Como a

do l~, também as larvas dos outros instares eram cinza -claro rJ

com cabeça amarela logo após a ecdise, escurecendo em segui-

da.

Do mesmo modo que a maioria dos coccinelídeos (HODEK,

1973), Cyci.onedazL6c.hk.ai apresentou 4 instares larvais. A duração

e a viabilidade do período de larva de l~ instar a adulto

variou de acordo com o alimento fornecido à larva (Tabela 1).

As larvas tratadas apenas com dieta artificial

nao conseguiram completar seu desenvolvimento, tendo a maio-

ria morrido no 1~ instar. Foram baixos a viabilidade do pe-

ríodo de larva a adulto e o peso dos adultos, quando os indi-

viduos foram al imentados apenas com ovos de Anaga~ta k.uehniel

la. O melhor tratamento foram os ovos suplementados com die-

ta artificial, pois embora apresentando viabi 1 idade média, o

desenvolvimento foi relativamente rápido e o peso médio dos

adultos foi maior.

Segundo HODEK (1973), as larvas podem ingerir

al imentos não-adequados, incapazes de suprir totalmente suas

necessidades. Neste caso, uma alta porcentagem delas morre

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37.

sem completar o desenvolvimento. o autor afirmou que isto p~

de ocorrer quando coccinelídeos especial izados num determina

do grupo de presas são criados com alimento de outro grupo.

Foi muito alta a viabilidade de larva a adul

to, quando foram usados ovos de Pheudopluh~a ~ncludenh + die-

ta. Este fato assume maior relevância ao se levar em conta

que, no 4~ Tnstar, o suprimento diirio de ovos foi muito re-

duzido, chegando a faltar totalmente por 2 ou 3 dias, n pa ra

algumas larvas. 1st o e x p 1 i c a a d e m o r a d e s t e s i n s e tos p a r a co.!!!,

pletarem seu desenvolvimento. Apesar de não se ter procedi-

do a pesagem dos adultos, verificou-se que eram menores que

os dos outros 2 tratamentos. Também HODEK (1973), estudando

Cocc~nella hep-tempunc-ta-ta, reduziu substancialmente a quanti-

da de diiria de Aph~h 6abae, no 4~ ínstar larval. Verificou

que, mesmo com apenas 1/7 da ração diária normal, nao houve

aumento na mortal idade, mas a duração do ~ltimo Instar cres-

ceu mais de 2 vezes.

Os resultados relativos aos ovos de P. ~nclu-

denh sugerem a idéia de se insistir nesse tipo de alimento:

Entretanto, constatou-se que não foi pritico trabalhar com

estes ovos, principalmente devido à grande demanda de tempo pa

ra recortar Papéis onde as mariposas ovipositaram. Os ovos

são pouco visTveis e, além disso, é preciso colocar vários p~

daços de papel para cada larva, diariamente.

Em outro experimento, o melhor destes alimentos

foi comparado com ovos e ninfas de Phyllasp., praga de sibi-

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38.

piruna, provável aI imento essencial de C. z~~ehka~. Verificou

se que as durações médias dos 2 primeiros ínstares foram idên

ticas, e as do 3~, 4~, pré-pupa e pupa foram semelhantes (Ta-

bela 2). Entretanto, a duração média do período desde a eclo

são da larva ã emergência do adulto foi maior, quando se aI i­

mentou os insetos com ovos de A. kuehn~ella e dieta artifi-

cial. ~ interessante comparar este valor (17,1 dias) com o

da Tabela 1, obtido para um grupo~aior de larvas, criadas

sob esta mesma condição (15,8). Este Gltimo resultado é mui-

to semelhante ao obtido para as joaninhas aI imentadas com psl

lídeos (15,3).

o peso médio dos adultos foi praticamente igual

para os 2 tratamentos, mas variou muito entre i n d i v í duo s "

dentro de cada tratamento. Já a viabil idade no perío-

do de larva de l~ ínstar até adulto foi maior com psilídeos.

Quanto ã praticidade, observou-se que foi mais

fácil e rápido tratar dos insetos com ovos de A. kuehn~ella

e dieta. As folhas de sibipiruna precisam ser cuidadosamente

examinadas para delas retirar-se larvas de sirfídeos e de ou~

tros coccinelídeos, capazes de predar as larvas pequenas de

C. z~~ehka~. Além disto, frequentemente havia secreção abun­

dante de psilídeos nas folhas, que favoreciam crescimento rá-

pido de fungos, exigindo maior tempo para limpeza dos rec i-

pientes de criação. Finalmente, ficou-se na dependência de

surtos de psilídeos na natureza.

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Tab

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2.

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40.

Um aspecto interessante observado em relação

a aparência das larvas de 4~ ínstar, é que ã medida que as g~

raçoes avançavam, parecia haver maior porcentagem de larvas com

manchas amarelas no tórax (sub-item 4.1.2). Isto foi confir-

mado quando se observou um conjunto de larvas criadas com ps~

lídeos (Tabela 3).

Tabela 3. Porcentagens de larvas de 4~ ínstar de Cyeloneda

Geração

F2

F3 F4

F5

zihehkai Mader, 1950, criadas em laboratório, com

Phylla sp., que apresentaram manchas amarelas no tó

rax (25±1 ~c ;70+10% UR e fotofase de 14 h).

Larvas Larvas com observadas manchas amarelas

(n~) (%)

1 8 1 1 , 1

40 40,0

7 43,0

17 100, O

A explicação para este fato talvez seja o au-

mento da homozigose, ã revelia dos cuidados tomados (sub-ítem

3.2), porque o número de insetos progenitores foi pequeno.

BARTLETT (1985) afirmou que o aumento da homozigose, provoca-

do pelo "inbreeding", possibilita o surgimento de caracteres

controlados por alelos recessivos. Ocorre também aumento na

variação fenotípica da população, segundo este autor, desde

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41.

que gens similares sejam concentrados num mesmo indivíduo, p~

dendo outros Indivíduos possuírem concentrações de outros alelos.

Além de implicações biológicas, este fato tam-

bém evidencia a necessidade de se usar insetos da fase

cial da criação, para caracterizações morfológicas.

4.2.4. FASE PRf-PUPAl

i n i -

Quando a larva completava seu desenvolvimento,

parava de se aI imentar e movimentava-se pouco. Defecava en­

tão com grande freqUincia e depois fixava-se ~o sub~trato, g~

ralmente de cabeça para baixo, usando o último segmento abdo­

minal,sendo então considerada como pré-pupa. Gradualment~, as

sumia uma posição característica, dobrada ventralmente, com as

pernas semi-esticadas e voltadas para trás. Permanecia i mó-

vel,mas se tocada reagia com movimentos bruscos, levantando a

parte anterior do corpo.

A duração midia desta fase (Tabela 2) foi de

1,1 dias para larvas criadas com psilídeos e de 1,6 dias para

as aI imentadas com ovos de Anaga~~a + dieta.

4.2.5. FASE PUPAl

esverdeada.

logo apos a ecdise a pupa era clara, amarelo­

lentamente, escurecia e surgiam as manchas carac

terísticas das pupas de Coccinellinae.

fase consta da Tabela 2.

A duração média desta

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42.

Usualmente permanecia imóvel, mas, se perturb~

da, movimentava-se bruscamente, como a pre-pupa. Durante a

c r i a ç ã o o b s e r vou - s e que 1 a g a r t i n h a s d e 1 '! in s t a r d e A. k.ue.hvú­

e.~la, ao caminharem sobre a pupa, provocavam este movimento.

Freqüentemente eram esmagadas entre as membranas interse~

mentais. o sGbito encontro dos bordos esclerotizados de 2

segmentos abdominais funcionava como uma armadilha.

4.2.6. FASE ADULTA

Ao emergi rem, os adul tos apresentavam corpo cl~

ro, mas já com as manchas do pronoto escuras. G radua:lmente, os

il itros escureciam e adquiriam brilho, enquanto as asas mem-

branosas permaneciam esticadas. Finalmente eram dobradas, e

o inseto permanecia imóvel, junto a exúvia, por várias horas.

No dia seguinte, procuravam al imento e, se não encontravam,

freqUentemente comiam a exúvia pupal; IGLESIAS (1914) tambim

relatou este fato para Cyelone.da ~anguine.a.

O acasalamento era feito com o macho sobre O

dorso da fimea, conforme detalhado no sub-f tem 4.1.5. Este

permanecia nesta posição por um período muito variável ~ de ho­

ras ati, sem que impedisse a locomoção e alimentação da fê­

mea.

SANTOS & PINTO (1981) observaram que a fecunda

çao dos ovos de C. ~anguine.a, em laboratório, não era feita

de uma única vez, já que as cópulas eram freqUentes durante o

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43.

dia, antecedendo a postura. Relataram que, ao se el iminar o

macho do casal, a fimea geralmente continuava a oviposição,

mas de ovos não fecundados. HODEK (1973) afirmou que a copu-

la é usualmente repetida várias vezes durante a vida do adul-

to, embora para várias' espécies 1 cópula seja sufici-

ente para conferir a fimea fertil idade permanente. Neste as-

pecto, c. zi~eh~ai comportou-se como a maioria dos coccinel í

deos, tend~ copulado·freqUentemente. r)

Observou-se que apos a

morte do macho, as fimeas.geralmente continuavam ovipositan-

do ovos fecundados, po~ periodos de até 72 dias. BALDUF (1935)

citou um caso em que ovos férteis continuaram a ser produzi-

dos até 55 dias, após 1 ~nica cópula.

Em geral, as posturas eram realizadas diaria-

mente, durante os períodos em que as fimeas eram adequadamen-

te a 1 i mentadas. Caso contrário, cópulas e posturas eram in-

terrompidas, tendo-se verificado um período máximo de 47 dias

para determinado casal. Mesmo com alimentação normal, estas

interrupç5es podem ocorrer; SANTOS & PINTO (1981) constataram

um período de interrupção na postura de 38 dias, para insetos

adeqüadamente alimentados.

O período total de oviposição, pratic~mente, c~

incidiu com a longevidade da fêmea. Levando-se em conta 19

fêmeas acasaladas (Tabela 4), aI imentadas com ovos de A. ~ue.h-

n.ie.,t,ta + dieta artificial, este período durou 98,5 dias, durante os

quais cada fimea produziu 708,6 ovos, distribuídos em 49,4po~

turas, com 14,3 ovos por postura e viabil idade de 48,0%, em

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I;,J

44.

Tabela 4. Números de posturas, total de ovos e ovos por postura, viabil i­

dade dos ovos, intervalo de variação e período de oviposição,p~

ra19 fêmeas acasaladas de Cqeton~da z~ehRai Mader, 1950, em

laboratório (25±1C;>C, 70+10%UR e 14h de fotofase).

Total NC;> Ovos/ Viabilidade dos ovos Período de ovipo Fêmea nC;> de de postura . - -

Intervalo de slçao ovos posturas % média

variação (d i as)

1528 77 20,0 35,0 O - 80 ',188

2 1420 84 16,9 57,0 O -100 121

3 1376 85 16,2 39,2 O - 89 172

4 1069 78 13,7 27,2 O -100 122

5 1007 74 13,6 31,5 O -,79 167

6 1007 49 20,5 80,0 O -100 103

7 994 83 12,0 68,8 O -100 135

8 801 47 17,0 69,7 O -100 98

9 673 45 14,9 27,5 O - 86 55

10 526 47 11 ,2 6,3 O - 24 137

11 551 43 12,8 71, O O -100 111

12 464 38 12,2 23,9 O - 60 64

13 380 26 14,6 57,0 O -100 72

14 377 54 7,0 43,5 O -100 155

15 336 26 12,9 77 ,4 O -100 33

16 316 18 17,5 64,5 14 - 94 27

17 300 35 8,6 74,3 25 -100 65

18 208 21 9,9 8,2 O - 50 37

19 131 8 16,4 93,9 78 -100 9

Média 708,6 49,4 14,3 48,0 98,5

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45.

média. Fêmeas acasaladas e depois isoladas continuaram nor

malmente a oviposição, mas fêmeas virgens quase não oviposi­

taram.

Além da freqUência das posturas, já discutida,

todos os parâmetros acima citados podem ser afetados pela all

mentação. De fato, FERRAN et aI i i (1984), estudando Semiada­

lia undeeimno~a~a Schn., verificaram que os primeiros ovos so

eram produzidos quando as fêmeas ingeriam de 70 a 90 mA de

presas, e que, durante o período de oviposição, havia uma re

lação linear entre o consumo aI imentar e a postura, expressa

em peso fresco, sob forma acumulada. Segundo HODEK (1973),

quando a quantidad~ ou a qualidade do alimento ingerido por

Adalia bipune~a~a não foram adequadas, verificou-se diminui-

ção no número de ovos produzidos e em sua viabi 1 idade. CLAU-

SEN (1940) afirmou que, nestes casos, o período de ovi-

posição costuma ser prolongado. Mas HODEK (19~7) res-

saltou que, mesmo quando bem aI imentadas, há considerá-

vel variação na fecundidade e no numero de ovos por po~

tura de uma fêmeas para outra, dentro de uma mesma es~

pécie.

Verificou-se que os adultos, mantidos desde

o final de janeiro de 1986 apenas com dieta artificial e agua,

permaneceram aparentemente imóveis na placa de Petri, sob o

papel filtro, agrupados. Excetuando 1 deles, todos os ou­

tros continuavam vivos em novembro de 1986, quando se encer­

rou a coleta de dados. Até esta ocasião, a fase adulta durou,

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46.

em média, 284,6 dias, variando de 227 a 295. Este período lo~

go é plausTvel, pois HODEK (1973) afirmou que, em espécies com

um longo período de inatividade, a longevidade é de cerca de

1 ano.

Seria interessante que estes insetos fossempo~

teriormente al imentados com psi 1 ídeos, para verificar-se se

conseguiriam copular e ovipositar. Em caso positivo, poder­

se-ia manter criaç5es inativadasJurante meses, em laborat6

rio, e ativá-las apenas quando necessário, com vantagens 6b­

vias, tais como economia de alimento e de mio-de-obra.

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47.

5. CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos, podem ser es-

tabelecidas as seguintes conclusões:

• Apesar de ter-se observado dimorfismo sexual,

é difícil distinguir o sexo em C. zi~eh~ai, especialmente no

inseto vivo.

E possível criar-se C. z-i.~.eh~ai por gera-

ções .sucessivas, em laboratório, usando-se, como alimento, ovos

de Anaga~.ta ~ue.hnie..f...f..a (Zeller). + dieta artificial (mel e lé­

vedura).

• Para este coccinelídeo, a dieta artificial re

vela-se como um alimento alternativo, ou seja, apenas prolo~

ga a sobrevivência do inseto, constituindo uma fonte substi-

tuta de energia.

• O vos e n i n f a s de P ~ y.f...f..a s p. , psilídeos

de sibipiruna, funcionam como alimento essencial de C.

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zi.6c.hk.ai,

çao.

assegurando desenvolvimento e

• ( possível manter adultos vivos,

com dieta artificial e água, durante vários meses,

de quiescência.

48.

oviposi-

apenas

em estado

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49.

!)

6. LITERATURA CITADA

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