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. .. e Portugal vivem de cos - tas urn para o outro, decada s a fio. E ocioso esmiuc;ar as raz oes dest e surrealista alheamento : a d i tad ura fa scista de Sala zar' Mas tinhamos uma d ita dura fas- cista de Vargas aqui . A inten si- loniza <;iio cultural norte -american a no jJ ? No entanto , os grandes escritores nee ses e italianos do p6s-g uerra , sem nlfS inglese s e at e alemiie s, coexist i- com a recent e enxurrada de esplend i- escritores his pano -americanos : Virgi - Wolf, Doris Lessing , ita!o Calvi no, Pave- ' Pas olini , Proust , Musil que s6 conhece - os tardiamente em tradu<;oes brasileir as . Fo i urn trabalh o sutil mas eficiente de obia : primeiro , para extirpar toda e Iq u er influ e ncia cultural p ort ugu esa , com complexe s de ex-colonizados poli- ente , comec;amos a macaquear , com tados fr eq uen te ment e ridicules , urn ntismo aguado , que Mm e. de Stael con- ia nos filtrar da Alemanha ; depois , veio mita c;ao servil e i gua lme nt e inautenti ca todos os ismos parisien ses importado s. E Olavo Bilac a insuflar carnalidad e a asianismo gran i tisco de L eco nt e d e e. E ai de nos, niio e qu e urn " pr eto " do !), Cru z e Souza , da louri ssima Santa ina , desandou a metrif i car pa lavras as em louver de alvas musa s sim - · recenternente , pularnos leviana toda a magnifica renova<;ao portu - (com Teixeira de Pascoais, Fernando e Mario de Sa-Carneiro ) para atra- a alfandega , deglutindo-os , antropo· ente , todos de cambulhada nas rna a Semana de 22, o cubismo , o expressio- o futurismo ... Golpe de miseric6rdia : brasileiro atual elirninou a lite- portuguesa de nossos livros didat i-· com uma nor;ao doentia de nacionalis- : ehtra Carlos Drummond de Andrade , Fernando Pessoa . Ate a denornina<;ao do o do portugues empertigou-se de co- objetivas e que nada significarn : ern vez portuguis passamos a estudar lingua· .Com grande atraso, porem, os brasilei- se dao conta de que a literatura portu- nao parou corn Ec;a de Queiroz e Pessoa , guru de poucos iniciados . e, como advertia Virgilio Ferreira , o neo-realisrno , se se pode generalizar , pouco diger!.vel: 'teses poHticas rarissi- dil.o bons romances , mas era a Emigration, a revolta surda dos por- ses que A semelhanc;a dos autores ·a.es diante do nazismo , se recolhiarn a cadas anti-salazaristas , franco-atira- a disparar contra urna estrutura fas- o<.o C-- N -tjcVV us ape disfarca de sacerdote : "Um cebec;io nio t me is que ume colei brence . Oominis cenis , cole ire de cio divi "Ou enel, pensa einde. Ume especie d enel de cutidede enfiedo no pescoc;o. "Anel de castidade , hostia fureda , o que o Inspector gira no eixo du esferografice 6 1 6rbit1 na quelse suspe o corpo dos padres deste mundo . E eles vio: subindo ao ceu, gr avitendo nequele eneis, rodendo sobre os mesmos muito hi tos, mios cru11du sobre o pelto, sotainu 1 vento, subindo 1 prumo, subindo nmpre, n - aentido de eternidade . Todo o planeta sobrevoado por padres suspensos em ca de pureu, a gente e que nio os pod ver por causa dos nouos pecedos . "Mu este coleira que ceiu em cima secretlrie do inspector tr11 remetente . Co ela muito bem guardeda num envelope mio da Judite bateu a porta dum costurei de teatros, Parque Meyer Lisboa, por pederasta e toucado de capuchinho . Rec nhece? perguntou ." Havera Iugar para uma comoc;ao d leitor diante do mons tru oso Elias e su sordidez vulgare solitaria? Com seu lazardo que alimenta com insetos e debaixo de urn copo; o desejo que pela presa politics bonita , Mena , a do Major hoje rnorto ; a devoc;ao sacros que sente pelas fotografias dos pais e da irrnas mortas ; sua !uta diar ia contra os rato que lhe invadern os m6veis , as lernbran<;as a dignidade : "Na manhi seguinte quando acordar presenc;a des imagens veneradu , faleci irmi, falecidos pais, quando passer revi h ratoerias que deixou de sttntinttla por guesa se 1 u contr a Thoma s Mann aux para derrubar o d it ador . Era a psi-. do par Lis boa, Elias conte .a casa e as vir inutttis e humilhadu e •nc qUfmdo ele revelou a ponta do cornercial is- cose : armar os catnponeses e os proletarios urbana , da qual o autor trar moveis de familia -pusttados de cage rna antiartistico de Luebeck, n a sua Alema- e, com a parte sa do militarismo , esmagar os apavorante e on!.rico: h 1 'E d · · · h " d corruptos da casta ·do generalato . · "Oo outro lado e que sim · , do outro ledo, Jas insultuosas, quando, enfim, se aproxi n a nata ? ' no oa o propno nm o . e- do Tedutido condado do Liurdo e der claravam, indignados , os defen so re s do-sta· Como ja em 0 Oelfim, 0 epicentro de Tua da Madalent .a descer, e ·• feira dos ceras com 0 Tejo a sauda-lo, Elias so guard tus quo lan g uid o da Alemanh a de entiw . tudo e urn cadaver : aqui os frangalhos apa- · ortopedicos. Ai nunca falta que ver nem que l'l dessa noite a nodoa que I he assinala Ato continuo : Hitler . vorantes, pa tet icos, do major delirante, dis· meditar. pijema muturbado . Uma lag rima ·o t rt f h · putados por uma matilha de caes farnintos . "Hoje, I Ciincia, podemos re· que ele ,·ra -laver a tornei " au or po ugues ez, a ano s, um a . 1 d p 1 constituir as partes · mortas do ser humane:. bre. ve incursa o pel o mer cado editorial bra - nurna pra1a qua quer e ortuga . Que · haver 1 ·a mu 1 ·t 1 ·s- Podemos anima-l. as de energia motora e res- sileiro com seu romance 0 Oelfim qu e agora A ecol• du regard do nouveau roman tituir-lhes as formu e as -expressoes que simos mais trechos a Editora- Civilizarao Brasileira em f · - 1 · 1 d · f d " E · f b · q e essa .. ., ranees pnv1 eg1a o aspecto vi sua as co1- orem 1 J sua natureu - mtnente pro . o ra-pnma u r s eg unda edic;a o, sem refer ir-se a d ata de . sas : e ern parte o qu e o escritor tam bern faz , Hauloff, de Viena da Austria. o leitor intui, 'para da 1 Pa ciencia, e a civil iza<;ao aproximando-se do roteiro cinematogrll.fico a pino, ceda lofe com o seu vulgare rrieditar sob brasil ei ra. na descri c; ao minuciosa de cenas ate com -cerrlnho de lnvllido expoato I porta como u a imponancia e a pro pe ntro da importa nt e lit era- tomadas de primeiro plano (close up). E, A estivesse I espere da ordem de partida para fundidade da renova ri a !iberica (na Europa o sol se p oe no maneira de Manuel Puig em El Beso de La um rally-surpres,1. Vistas do cimo da rua, c;ao que Jose C_ ardoso Atlantica ) contemporfmea, Jos e Cardo so Pi- Mujer Arana , rnescla fontes dispares para -.quelas cedeiras · resplandecentes parttc:em P1res traz seJa ao r es , tern causa do a rna is f unda impressiio . compor o seu rornance-rnosaico : ca bec;alhos prontas a rolar fl qualquer momento pelo romance seja 8 condi - Por sua causa , agitaram -se os meio s televi - de jornal , tex tos de urna revista pornogrAf i- plano lnclinado ..abaixo, ganharem velocida· c;ao hum ana , seja aos · sivos, radiof6nicos , d a imprensa escrita , d o ca estrangeira , dep oi mentos de testernu- de, altura, e desaparecerem como mlquinas anseios pol!ticos . Parlamento . Por qu e? nhas na delegacia , ora96es para que se loucu sobrevoando os telhados da cidade. conversa com urn · BaJada da Praia dos Cies (ern edic;ao mal reproduza na parede a 1rnagem do divino . Ao por·do·sol rttcolhem domesticadamenttt , dos assassinos do Chefe costurada da mesma Civili za<;ao ) e parte corac;li.o , ate trechos de uma noticia sobre as I mas ficam as montras (vitrinu) iluminada.s - des - sa Conspira<;ao-que-N unca- daqHele triptico rnoderno no qual , sem que ocorrencias ern Portugal extraida s de urn I porque essas sic de todas as horas como os 'Houve, o Arquiteto Fontenova planetariamente interdepen- haj a: influencia mutua nem plagios , tres vespertine brasile iro. Sera necessaria in - - sacrarios dos ex-votos no caminho de quem ·ciou-lhe , com tragica lucidez: qu e somos , percebemos , (niio sera autor es exponenciais de seus pa!.ses foca li- sist ir no 6bvio de que para o autor o escritor passa. Exibttm membros articulados, esparti· "Eu creio que o medo e uma form ?) qu e a literatura portuguesa mod er- ·zam o crime de gravador em punho : Norman que , sozinho , sa be e dispoe do destine de lhos dramlticos que palacios de drematica de solid eo. Uma forma limite tam da s mai s vivas de ntro daquele celere MailtH com seu prisioneiro, Truman Capote todos os protagonistas de seu romance aca- tortura, de metal, protese e fundas bem, porque corresponde a ruptura do equi sculo dos Deu ses literarios europeu, com os assassinos de A Sangue Frio. Jose bou ? E que os documentos e as declarac;oes medicinals. Numa das vitrinas, em moldura Hbrio do individuo com aquilo que lhe fogos de artificio e marcha funebre . Cerdoso Pires arrna urn quebra-cabec;as poli- tarnbem focalizarn , cada urn A sua maneira , de veludo·reliquia, estl o professor Hasaloff t!Xterior. Mas o pior e que esse ruptura aca Cardoso Pires talvez nao tenha passad o tico, como Jorge S.mprun ern A Segunda· a tragedia central ? a proferir as suas palavras redttntoras sobre por criar uma logica de defesa, eu pelo do despercebido daqueles que ainda · Mort<t' de R.amon Merceder . Com urna dife - _ Se houvesse diividas quanta A grandeza as partes mortas do corpo." . . inenos apercebi·me disso, a logica do medo autore portugueses , dissocia:ndo inte - renc; a: Sernprun inspira-se em Proust na sua de Jose Cardoso Pire s como criador , basta - As policias, a Judic1aria ,'-alcunhada de <vai estabttlecendo certas alienadas ent e a cultura da politica . Ou sera biogl.'afia do assassino de Trotsky, no Mexi- ria este livr9 para dissipar as diividas dos a Judite, e a Pide , disputam os imputado s de valor•• ate um ponto em que se sente que Cardoso Pire s urn colonizador de An - co a mando de Stalin. Cardoso Pires narra , descrentes . Insere-se no cotidiano das in - como os caes a estrac;alhar os restos . padres c medo se torna assassino". agente da Pide , policia secreta temi - de maneira adrnira vel , o choque de duas vestigac;oes policiais sabre o crime todo urn do major assassinado par seus companhei- A estas reflexoes como que saidas de salazarismo, a torturar os resistente s esqui zofrenias : de fora, a estrutura rigid a riqu!.ssirno submundo e rnundo paralelo das ros de revolu<;ao inexistente . A burocracia , urn ensaio de Camus , Jose Cardoso Pire ita no em Luand a? Ao.contra- , qQ ffls.<;,i._,s _ rq_o _ sliJC!.Z _ C!.rista., sua ':I_e i. e ordem ", coisas existentes e das coisas sonhadas : detalhista e ociosa , faz crescer os autos ate acrescenta ,- ern sua s6bria ·Nota Final :\ flip-gcrisi a ·· !itl'a .... o:p:ressacr: ·-sua"-mesquj' ' · -mentais ao lado '!ie -su· rreali'smos ) · atingirem a 1fltura de oito 'grossos volumes , "Entio como hoje -ele (o n '-'C' onf6 seria Iihe'Z ; e i:l-' ' re8.fS.'E1ic&,·i ndelevel , ines'quecive1, vazados no estilo . que ' na tragedia individual itxistru I '. '" we-ialismo I afu B-nt:e:,bin ra -do :investi-gador Elias , oapelidado-de..Qo- : ; hin ebre Fugindo a lplrte mafor de erro col•ctivo; -qu• ' sffi'," Cfemo'Cra tico:' Sera )>or 'iSt:o 't:j ue '• teto E !' \tm,- obre-dioabo de :urn !e abo deserter vas -per sua · macabra reputac;ao 'de im:placa- · essa monotonia de funcionarios publicos dades de terror se servem dos evul na o agrada a tanta gente ? Afinal , de - do Ex ercito prepara uma alucinada revolu- vel coveiro de presos politiCC'" eram que nao tern muita escolha entre arrancar o sos para justificarem o crime social que ciar as mazelas de urn reg ime ditatorial cao esquerdista em Portugal. Tudo den tro seu preferido filet migl'lvn num sinistro sangue alheio e escrafunchar o pr6prio npresentam por si mesmas e que em del atores nao " sujar o prato em qu e de uma casa , 8 espera de apoio s e arm as menu de torturas e c ri mes " legais ", em nariz , ha os saltos fantasiosos a Ia De Sica •sses crimes a sua mio est I presente , A mesma onl-a de indignac;ao bure punca hou ve e- nunca che ern se u defesa da " Seguranc;a do Estado" . Passea n- do au to r: como no caso da cie de colei - todos." Leo Gll•on Rlbe

N -tjcVVhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/.../Biblioteca_1983.pdf · 2018-10-26 · fogos de artificio e marcha funebre. Cerdoso Pires arrna urn quebra-cabec;as poli- tarnbem focalizarn,

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Page 1: N -tjcVVhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/.../Biblioteca_1983.pdf · 2018-10-26 · fogos de artificio e marcha funebre. Cerdoso Pires arrna urn quebra-cabec;as poli- tarnbem focalizarn,

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e Portugal vivem de cos­tas urn para o outro, decada s a fio . E ocioso esmiuc;ar as razoes deste surrealista alheamento : a d i tad ura fa scista d e Salazar' Mas tinhamos uma d itadura fas ­cista de Vargas aqui . A inten si­

loniza <;iio cultural norte-americana no jJ ? No entanto, os grandes escritores

nee ses e italianos do p6s-guerra , sem nlfS ingleses e ate alemiies, coexisti­

com a recente enxurrada de esplend i­escritores hi spano-americanos: Virgi ­

Wolf, Doris Lessing , ita!o Calvi no, Pave­' Pasolini , Proust, Musil que s6 conhece­os tardiamente em tradu<;oes brasileiras .

Fo i urn trabalho sutil ma s eficiente de obia : primeiro, para extirpar toda e

I q u er influ encia cultural portuguesa , com complexes de ex-colonizados poli ­ente , comec;amos a macaquear, com tados freq uentemente ridicules , urn ntismo aguado , que Mm e. de Stael con­ia nos filtrar da Alemanha ; depois, veio

mita c;ao servil e igua lme nte inautentica tod os os ismos parisienses importados. E

Olavo Bilac a insuflar carnalidade a asianismo gran itisco de Leconte d e

e. E ai de nos , niio e que urn "preto" do!), Cruz e Souza , da lourissima Santa

ina , desandou a metrif icar palavras as em louver d e alvas musas sim-

·recenternente, pularnos leviana toda a magnifica renova<;ao portu-

(com Teixeira de Pascoais, Fernando e Mario de Sa-Carneiro) para atra­

a alfandega , deglutindo-os , antropo· ente , todos de cambulhada nas rna

a Semana de 22, o cubismo, o expressio­o futurismo ... Golpe de miseric6rdia :

~ uJ. JH"uJO brasileiro atual elirninou a lite­portuguesa de nossos livros didati-·

com uma nor;ao doentia de nacionalis­: ehtra Carlos Drummond de Andrade , Fernando Pessoa. Ate a denornina<;ao do

o do portugues empertigou-se de co­objetivas e que nada significarn: ern vez portuguis passamos a estudar lingua·

.Com grande atraso, porem, os brasilei­se dao conta de que a literatura portu­

nao parou corn Ec;a de Queiroz e Pessoa, guru de poucos iniciados.

e, como advertia Virgilio Ferreira, o neo-realisrno , se se pode generalizar, pouco diger!.vel: 'teses poHticas rarissi­

dil.o bons romances , mas era a Emigration, a revolta surda dos por­

ses que A semelhanc;a dos autores ·a.es diante do nazismo, se recolhiarn a cadas anti-salazaristas, franco-atira­

a disparar contra urna estrutura fas-

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disfarca de sacerdote : "Um cebec;io nio t me is que ume colei

brence. Oominis cenis , cole ire de cio divi "Ou enel, pensa einde. Ume especie d

enel de cutidede enfiedo no pescoc;o. "Anel de castidade, hostia fureda , o

be~io que o Inspector gira no eixo du esferografice 6 1 6rbit1 na quelse suspe o corpo dos padres deste mundo. E eles vio: subindo ao ceu, gravitendo nequele eneis, rodendo sobre os mesmos muito hi tos, mios cru11du sobre o pelto, sotainu 1 vento, subindo 1 prumo, subindo nmpre, n -aentido de eternidade. Todo o planeta sobrevoado por padres suspensos em ca ~oes de pureu, a gente e que nio os pod ver por causa dos nouos pecedos .

"Mu este coleira que ceiu em cima secretlrie do inspector tr11 remetente . Co ela muito bem guardeda num envelope mio da Judite bateu a porta dum costurei de teatros, Parque Meyer Lisboa, por pederasta e toucado de capuchinho. Rec nhece? perguntou ."

Havera Iugar para uma comoc;ao d leitor diante do monstruoso Elias e su sordidez vulgare solitaria? Com seu lazardo que alimenta com insetos e debaixo de urn copo ; o desejo que pela presa politics bonita , Mena , a do Major hoje rnorto ; a devoc;ao sacros que sente pelas fotografias dos pais e da irrnas mortas ; sua !uta diaria contra os rato que lhe invadern os m6veis , as lernbran<;as a dignidade:

"Na manhi seguinte quando acordar presenc;a des imagens veneradu, faleci irmi, falecidos pais, quando passer revi h ratoerias que deixou de sttntinttla por

guesa se 1 u contra Thomas Mann aux para derrubar o d itador. Era a psi- . do par Lis boa, Elias conte .a casa e as vir inutttis e humilhadu e •nc qUfmdo ele revelou a ponta do cornercial is- cose : armar os catnponeses e os proletarios urbana, da qual o autor trar moveis de familia -pusttados de cage rna antiartistico de Luebeck, na sua Alema- e, com a parte sa do militarismo, esmagar os apavorante e on!.rico :

h 1 'E d · · · h " d corruptos da casta ·do generalato. · "Oo outro lado e que sim· , do outro ledo, Jas insultuosas, quando, enfim, se aproxi n a nata ? ' no oa o propno nm o . e- do Tedutido condado do Liurdo e der claravam, indignados , os defensores do-sta· Como ja em 0 Oelfim , 0 epicentro de Tua da Madalent .a descer, e ·• feira dos ceras com 0 Tejo a sauda-lo, Elias so guard tus quo languid o da Alemanha de entiw. tudo e urn cadaver: aqui os frangalhos apa- · ortopedicos. Ai nunca falta que ver nem que l'l dessa noite a nodoa que I he assinala Ato continuo : Hitler. vorantes, patet icos , do major delirante, dis· meditar. pijema muturbado. Uma lag rima

·o t rt • f h · putados por uma matilha de caes farnintos . "Hoje, gra~as I Ciincia, podemos re· que ele ,·ra -laver a tornei " au or po ugues ez , a anos, uma . 1

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constituir as partes ·mortas do ser humane:. bre.ve incursao pelo mercado editorial bra- nurna pra1a qua quer e ortuga . Que ·haver1·a mu1·t1·s-Podemos anima-l.as de energia motora e res-sileiro com seu romance 0 Oelfim que agora A ecol• du regard do nouveau roman tituir-lhes as formu e as -expressoes que simos mais trechos a Ed itora - Civilizarao Brasileira lan ~'a , em f • · -1 · 1 d · f d " E · f b · q e essa .. ., ranees pnv1 eg1a o aspecto vi sua as co1- orem 1 J sua natureu - mtnente pro . o ra-pnma u r segunda edic;a o, sem referir-se a data de. sas : e ern parte o que o escritor tam bern faz , Hauloff, de Viena da Austria. o leitor intui, 'para pub'lica~iio da 1'· Paciencia, e a civil iza<;ao aproximando-se do roteiro cinematogrll.fico "Cel~;ada a pino, ceda lofe com o seu vulgare rrieditar sob brasileira. na descri c; ao minuciosa de cenas ate com -cerrlnho de lnvllido expoato I porta como u a imponancia e a pro

pentro da importante renova~iio litera- tomadas de primeiro plano (close up) . E, A estivesse I espere da ordem de partida para fundidade da renova ria !iberica (na Europa o sol se poe no maneira de Manuel Puig em El Beso de La um rally-surpres,1. Vistas do cimo da rua, c;ao que Jose C_ardoso Atlantica) contemporfmea, Jose Cardoso Pi- Mujer Arana , rnescla fontes dispares para -.quelas cedeiras ·resplandecentes parttc:em P1res traz seJa ao f--~~~~~~I:D•I r es ,tern causa do a rna is funda impressiio . compor o seu rornance-rnosaico : ca bec;alhos prontas a rolar fl qualquer momento pelo romance seja 8 condi-Por s ua causa, agitaram-se os meios televi - de jornal, textos de urna revista pornogrAfi- plano lnclinado ..abaixo, ganharem velocida· c;ao hum ana , seja aos · sivos, radiof6nicos , d a imprensa escrita , d o ca estrangeira, depoimentos de testernu- de, altura, e desaparecerem como mlquinas anseios pol!ticos . Em.J.Jiiig~ Parlamento. Por que? nhas na delegacia , ora96es para que se loucu sobrevoando os telhados da cidade. conversa com urn · BaJada da Praia dos Cies (ern edic;ao mal reproduza na parede a 1rnagem do divino . Ao por·do·sol rttcolhem domesticadamenttt, dos assassinos do Chefe costurada da mesma Civiliza<;ao) e parte corac;li.o , ate trechos de uma noticia sobre as I mas ficam as montras (vitrinu) iluminada.s -des-sa Conspira<;ao-que-Nunca-daqHele triptico rnoderno no qual, sem que ocorrencias ern Portugal extraidas de urn I porque essas sic de todas as horas como os 'Houve, o Arquiteto Fontenova

planetariamente interdepen- haj a: influencia mutua nem plagios , tres vespertine brasileiro. Sera necessaria in- -sacrarios dos ex-votos no caminho de quem ·ciou-lhe , com tragica lucidez: que somos, percebemos, (niio sera autores exponenciais de seus pa!.ses foca li- sistir no 6bvio de que para o autor o escritor passa. Exibttm membros articulados, esparti· "Eu creio que o medo e uma form

?) qu e a literatura portuguesa mode r- ·zam o crime de gravador em punho: Norman que , sozinho, sa be e dispoe do destine de lhos dramlticos que lembr~m palacios de drematica de solid eo. Uma forma limite tam das mais vivas de ntro daquele celere MailtH com seu prisioneiro, Truman Capote todos os protagonistas de seu romance aca- tortura, pesco~os de metal, protese e fundas bem, porque corresponde a ruptura do equi sculo dos Deuses literarios europeu, com os assassinos de A Sangue Frio. Jose bou? E que os documentos e as declarac;oes medicinals. Numa das vitrinas, em moldura Hbrio do individuo com aquilo que lhe

fogos d e artificio e marcha funebre . Cerdoso Pires arrna urn quebra-cabec;as poli- tarnbem focalizarn , cada urn A sua maneira , de veludo·reliquia, estl o professor Hasaloff t!Xterior. Mas o pior e que esse ruptura aca Cardoso Pires talvez nao tenha passad o tico , como Jorge S.mprun ern A Segunda· a tragedia central? a proferir as suas palavras redttntoras sobre por criar uma logica de defesa, eu pelo do despercebido daqueles que ainda · Mort<t' de R.amon Merceder. Com urna dife- _Se houvesse diividas quanta A grandeza as partes mortas do corpo." . . inenos apercebi·me disso, a logica do medo autores ·portugueses , dissocia:ndo inte- renc; a: Sernprun inspira-se em Proust na sua de Jose Cardoso Pires como criador, basta- As policias, a Judic1aria,'-alcunhada de <vai estabttlecendo certas rela~oe5 alienadas

ente a cultura da politica. Ou sera biogl.'afia do assassino de Trotsky, no Mexi- ria este livr9 para dissipar as diividas dos a Judite, e a Pide, disputam os imputados de valor•• ate um ponto em que se sente que Cardoso Pires urn colonizador de An- co a mando de Stalin. Cardoso Pires narra, descrentes . Insere-se no cotidiano das in- como os caes a estrac;alhar os restos .padres c medo se torna assassino". agente da Pide, policia secreta temi- de maneira adrniravel, o choque de duas vestigac;oes policiais sabre o crime todo urn do major assassinado par seus companhei- A estas reflexoes como que saidas de salazarismo, a torturar os resistentes esquizofrenias : de fora, a estrutura rigid a riqu!.ssirno submundo e rnundo paralelo das ros de revolu<;ao inexistente. A burocracia, urn ensaio de Camus, Jose Cardoso Pire

ita no em Luanda? Ao.contra- , qQ ffls.<;,i._,s_rq_o _sliJC!.Z_C!.rista., sua ':I_ei.e ordem", coisas existentes e das coisas sonhadas : detalhista e ociosa , faz crescer os autos ate acrescenta ,-ern sua s6bria ·Nota Final :\ txf'sfa "cons"equeiite ,Amas~ d e~ siia,~ flip-gcrisi a·· !itl'a .... o:p:ressacr: ·-sua"-mesquj' ' • ~liri~s ·-mentais ao lado '!ie -su·rreali'smos ) · atingirem a 1fltura de oito 'grossos volumes, "Entio como hoje -ele (o ~rqutteto) n

\'P O'l' v qtte'; ~e ria'O '-'C'onf6 seria Iihe'Z; "ai!"cH!ii.tr~:·'um hia ' o'f'f~ualine'"n'1e' ei:l-' ' re8.fS.'E1ic&,·i ndelevel , ines'quecive1, a'!lgif.~ repetiti~os (mo~ofo'rios_, vazados no estilo . que ' na ~~ tragedia individual itxistru ~urn I

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nao agrada a tanta gente ? Afinal , de- do Exercito prepara uma alucinada revolu- vel coveiro de presos politiCC'" !:.;~.,s eram que nao tern muita escolha entre arrancar o sos para justificarem o crime social que ciar as mazelas de urn regime ditatorial cao esquerdista em Portugal. Tudo dentro seu preferido filet migl'lvn num sinistro sangue alheio e escrafunchar o pr6prio npresentam por s i mesmas e que em

delatores nao ~ "sujar o prato em que de uma casa, 8 espera de apoios e arm as menu de torturas e crimes "legais", em nariz, ha os saltos fantasiosos a Ia De Sica •sses crimes a sua mio est I presente , A mesma onl-a de indignac;ao bur;· e punca houve e -nunca che ~arao ern seu defesa da " Seguranc;a do Estado". Passean- do au tor : como no caso da cie de colei- todos." Leo Gll•on Rlbe

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