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SALVADOR SEXTA-FEIRA 4/3/2011 8 2 CURTAS Aos 86, Inezita Barroso ganha biografia Hoje é o aniversário de 86 anos de Inezita Barroso, cantora, fol- clorista e apresentadora do pro- grama Viola Minha Viola, há 30 anos no ar pela TV Cultura de São Paulo. Os fãs da artista po- dem festejar. É que já está no mercado a obra A Menina Ine- zita Barroso, de Assis Ângelo, com ilustrações de Ciro Fernan- des, da Cortez Editora. O livro trata da vida e trajetória da pau- listana, desde o nascimento até o momento em que ela decide virar cantora, após assistir a uma apresentação de Carmen Miranda no Rio de Janeiro. O autor garante que é um livro escrito para leitores de todas as idades, “dos oito aos oitenta”. A alegre Inezita nasceu em ple- no Carnaval. Quando criança, Inezita, a Zitinha, ouvia Noel Rosa, Chico Alves, Paraguassu e Vicente Celestino Mario Vargas Llosa: vítima de fraude O italiano Tommaso Debenedetti abriu uma página no Facebook e publicou entrevistas falsas com o escritor Mario Vargas Llosa (foto) Javier Soriano / AFP Stephen King escreve sobre J.F. Kennedy O próximo livro de Stephen King tem como tema um fato real: o assassinato do presiden- te norte-americano John F. Ken- nedy. O livro, cujo título será 11/22/63, a data da morte de Kennedy, contará a história de um professor do ensino secun- dário que tenta desesperada- mente evitar a tragédia. A edi- tora de King anunciou nesta quarta-feira que o livro, de mil páginas, será lançado em 8 de novembro. Dentre os muitos best-sellers do autor estão Car- rie, O Iluminado, Christine e A Zona Morta. Nicki Minaj quebra recorde nas paradas A rapper Nicki Minaj revelou em sua conta no Twitter que que- brou nesta semana um recorde nas paradas da Billboard. Se- gundo a artista, seu álbum de estreia, Pink Friday, tornou-se o disco de uma rapper a perma- necer por mais tempo no Top 10 das paradas americanas. O CD está no ranking há 14 semanas. Pink Friday foi lançado na me- tade de dezembro e, na oca- sião, ficou atrás do novo disco de Kanye West, My Beautiful Dark Twisted Fantasy. O álbum da cantora já vendeu 989.300 cópias nos EUA. GASTRONOMIA Iguarias da culinária nordestina, como cuscuz, beiju e mingau, podem ser degustadas em vários pontos de Salvador Uma pausa para o café caipira no agitado dia a dia da cidade grande MARIANA PAIVA Mesa posta, sol entrando pela janela, o bule cheio de café pas- sado na hora. Da cozinha, vem o cheiro de outras delícias quen- tinhas a caminho da mesa: cus- cuz de milho, beiju de tapioca, ovos mexidos. Para quem mora na cidade, entre engarrafamen- tos e relógios que sempre criam atrasos, só sobra a frieza do fast food? Nem sempre. Antes ou depois de um dia de bastante correria, há quem in- vista em tomar um café caipira. É claro que, para isso, dispen- sam alguns itens do cenário da fazenda: muitos o fazem nos shoppings centers, com a ilu- minação artificial e o barulho tão conhecido das praças de ali- mentação. Ainda assim, quem confie no buffet de café caipira para conferir um pouco de leveza ao dia a dia atribu- lado. Sempre que tem algum tem- po livre, o advogado Dennys Au- gusto Silva vai ao shopping to- mar café caipira com sua família. “Acho uma opção bacana para sair da rotina”, revela. Dennys vê o café caipira na cidade grande como um ato cul- tural. “É uma oportunidade de os turistas conhecerem a cultura nordestina através da gastrono- mia. Além disso, tem o óbvio, que é ter o prazer de saborear as delícias da comida daqui”, diz. Para ele, entretanto, é preciso ter algum tempo disponível pa- ra ir ao buffet de café caipira e escolher com calma o que quer comer. “É um café mais demo- rado, não é como um fast food. Enquanto come, você pode ba- ter papo com as pessoas e re- laxar. O ideal mesmo é que seja um momento de pausa na cor- reria do cotidiano”, afirma. Investimento certo Proprietário do restaurante Cai- pira Express do Salvador Shop- ping, o empresário paulista Car- los Cunha decidiu investir num buffet de café nordestino depois de realizar uma pesquisa de mercado. “Vi que ainda não existia na cidade nenhuma iniciativa nes- se sentido e achei que poderia dar certo apostar no café como um diferencial”, considera. Segundo ele, o investimento na novidade valeu a pena. “Tan- to que já estamos até sendo copiados por outros estabele- cimentos. Tivemos uma ideia inovadora de sucesso”, revela Cunha. No buffet de seu restaurante, estão presentes itens típicos da culinária nordestina, como bolo de aipim, inhame, mingau de carimã e beijus de tapioca. Mes- mo assim, há espaço para itens do café convencional, como cho- colate quente, pães variados, queijo e presunto. Nem só de shopping, entre- tanto, vive o café caipira. No restaurante especializado em culinária nordestina Grande Ser- tão, no Costa Azul, o café da manhã conta com mais de 70 itens. Além de bolos e mingaus, há também opções como canjica, lelê, tapioca recheada e aipim. Para os mais dispostos, o café da manhã pode ser incrementado com itens como ensopado de carneiro, sarapatel, dobradinha e mocotó. As iguarias caipiras marcam presença também nos estabe- lecimentos que se dedicam a servir o café da manhã tradi- cional, com pães, frios e sucos. É o que acontece nas lojas Perini e no centro gastronômico Ponto do Pão, em Lauro de Freitas: embora não sejam especializa- dos em café caipira, itens como mingau de tapioca, cuscuz de milho e bolo de carimã nunca saem do buffet da manhã. Segundo o gerente do Ponto do Pão, Jadson Silva, a procura é tanta que alguns dos itens nor- destinos do café da manhã tam- bém aparecem como possibili- dades de sobremesa do almoço servido no lugar. “Tem muita saída, as pessoas gostam muito. Tanto que investimos nos itens nordestinos desde que implan- tamos o café da manhã”. Mila Cordeiro / Ag. A TARDE O bolo de milho pode ser encontrado até em fast food de shopping Nos cafés caipiras da cidade estão itens que variam de mingaus e bolos a sarapatel, mocotó e carne do sol CONFIRA AQUI ONDE TOMAR SEU CAFÉ CAIPIRA GRANDE SERTÃO Localizado no Costa Azul, o restaurante oferece buffet livre de café da manhã por R$ 19,90, aos sábados, domingos e feriados. Durante o carnaval, o café da manhã será servido todos os dias, das 7h às 11h. Tel: 3271-1119 CAIPIRA EXPRESS O restaurante, que fica na praça de alimentação do Salvador Shopping, oferece buffet a quilo de café caipira a partir das 17h. No Carnaval, o café será servido no horário normal. O quilo custa R$ 22,50. Tel: 3878-1338 PONTO DO PÃO Todos os dias, o centro gastronômico localizado em Lauro de Freitas serve café da manhã que inclui itens da culinária nordestina, de 6h30 às 11h. De segunda a sexta, o buffet livre custa R$ 12,90, e aos sábados, domingos e feriados, R$ 14,90. Tel: 3369-9999 PERINI O café da manhã inclui itens como aipim, bolo de milho e mingaus, e é servido das 7h ao meio-dia nas lojas da Graça e Pituba (nesta, só durante o Carnaval). Custa R$ 24 de segunda a sexta e R$ 27, aos sábados, domingos e feriados. Tel: 3346-9999 Não diga adeus, diga até breve, Galliano! Pedro Fernandes Repórter [email protected] Quando Christian Dior morreu em 1957, dez anos depois de fundar a marca que levava seu nome, sua empresa empregava mais de mil funcionários e tinha dezenas de produtos licencia- dos. Tudo porque a sua genia- lidade foi capaz de traduzir o espírito da época em uma nova forma de vestir a mulher. O pós-Segunda Guerra, a as- censão econômica e política americana e a polarização do mundo entre capitalistas e so- cialistas impunham novos com- portamentos. O new look, ves- tidos e saias corola com cintura marcada e destaque para o bus- to, era ao mesmo tempo com- portado e sexy, prático e ele- gante. Servia tanto às endinhei- radas, às donas de casa ou às profissionais. Dez anos podem parecer pou- co, mas bastaram para tornar seu nome sólido o suficiente pa- ra ser ainda hoje um dos car- ros-chefes do grupo Moët Hen- nessy Louis Vuitton (LVMH), que agrega marcas de luxo nos seg- mentos de moda, bebidas, per- fumes e joalheria. Se Dior so- breviveu a Christian, sem dúvida sobreviverá a John Galliano. A pergunta é se Galliano sobre- viverá a si mesmo. Pode-se dizer que o estilista inglês, acusado de antissemitis- mo e demitido esta semana de sua função de diretor criativo da Dior, passa por uma espécie de morte moral. Galliano ficou à frente da Dior por mais tempo que o próprio fundador. Só per- de para Marc Bohan, que reinou de 1958 a 1989. Mas despe- de-se em circunstâncias que po- dem arruiná-lo. Ele estava na casa desde 1996 e, com sua força criadora e re- volucionária, absorveu seus có- digos (como Dior, Galliano é um apaixonado pela Belle Époque) ao mesmo tempo que imprimiu seu estilo excêntrico e irônico. Nesses 15 anos, foi o respon- sávelportiraraDiordeumacrise ao renovar a cara da grife à sua imagem e semelhança. Pode-se dizer que o estilista inglês, acusado de antissemitismo e demitido esta semana da Dior, passa por uma espécie de morte moral, mas deve sobreviver a si mesmo Em nossos dias, talvez apenas o kaiser Karl Lagerfeld, diretor criativo da Chanel, tenha con- quistado mais poder e influência à frente de uma maison tão tra- dicional. Substitutos Mas estilistas vêm e vão, e a grife, por mais vexada que es- teja por conta do incidente, sai incólume com a única e digna atitude que poderia ter tomado. Rei morto, rei posto. Nomes co- mo Riccardo Tisci, da Givenchy, e Alber Elbaz, da Lanvin, já apa- recem na bolsa de apostas para a sua substituição. Mas o que será de John Gal- liano? Como manda qualquer manual de media training, ele, que já pediu desculpas, mandou dizer que está procurando tra- tamento para o seu problema com o álcool e pediu compaixão em nota pública. Se o mundo, como a moda, dá voltas em tor- no de si mesmo e só faz se re- petir, deve acontecer a ele o mesmo que aconteceu a Coco Chanel, que amargou anos de esquecimento depois de ter seu nome associado ao nazismo por se envolver com um oficial ale- mão na Segunda Guerra. Mas em nosso tempo os fatos ocorrem na mesma velocidade em que são postos de lado. Ou- so dizer que logo esse rebuliço terá ficado no esquecimento ou entrará para o anedotário do povo das modas. Assim, não di- ga adeus, Galliano, diga até a próxima temporada. Bruno Pellerin / EFE Galliano posa com as modelos Linda Evangelista, Naomi Campbell, Gisele Bündchen e Amber Valetta Alimentos típicos como carne e banana cozida também fazem parte do buffet de café caipira

Não diga adeus, diga até breve, Galliano!

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Artigo sobre a demissão do estilista John Galliano da Dior

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Page 1: Não diga adeus, diga até breve, Galliano!

SALVADOR SEXTA-FEIRA 4/3/20118 2

CURTAS

Aos 86, Inezita Barroso ganha biografia

Hoje é o aniversário de 86 anosde Inezita Barroso, cantora, fol-cloristaeapresentadoradopro-grama Viola Minha Viola, há 30anos no ar pela TV Cultura deSão Paulo. Os fãs da artista po-dem festejar. É que já está nomercado a obra A Menina Ine-zita Barroso, de Assis Ângelo,com ilustrações de Ciro Fernan-des, da Cortez Editora. O livrotrata da vida e trajetória da pau-listana, desde o nascimento atéo momento em que ela decidevirar cantora, após assistir auma apresentação de CarmenMiranda no Rio de Janeiro. Oautor garante que é um livro

escrito para leitores de todas asidades, “dos oito aos oitenta”.A alegre Inezita nasceu em ple-no Carnaval.

Quando criança,Inezita, a Zitinha,ouvia Noel Rosa,Chico Alves,Paraguassu eVicente Celestino

Mario Vargas Llosa: vítima de fraudeO italiano Tommaso Debenedetti abriu uma página no Facebook epublicou entrevistas falsas com o escritor Mario Vargas Llosa (foto)

Javier Soriano / AFP

Stephen King escrevesobre J.F. Kennedy

O próximo livro de StephenKing tem como tema um fatoreal: o assassinato do presiden-te norte-americano John F. Ken-nedy. O livro, cujo título será11/22/63, a data da morte deKennedy, contará a história deum professor do ensino secun-dário que tenta desesperada-mente evitar a tragédia. A edi-tora de King anunciou nestaquarta-feira que o livro, de milpáginas, será lançado em 8 denovembro. Dentre os muitosbest-sellers do autor estão Car-rie, O Iluminado, Christine e AZona Morta.

Nicki Minaj quebrarecorde nas paradas

ArapperNickiMinaj revelouemsua conta no Twitter que que-brou nesta semana um recordenas paradas da Billboard. Se-gundo a artista, seu álbum deestreia, Pink Friday, tornou-se odisco de uma rapper a perma-necer por mais tempo no Top 10das paradas americanas. O CDestá no ranking há 14 semanas.Pink Friday foi lançado na me-tade de dezembro e, na oca-sião, ficou atrás do novo discode Kanye West, My BeautifulDark Twisted Fantasy. O álbumda cantora já vendeu 989.300cópias nos EUA.

GASTRONOMIA Iguarias da culinária nordestina, como cuscuz, beijue mingau, podem ser degustadas em vários pontos de Salvador

Uma pausa para o cafécaipira no agitado diaa dia da cidade grandeMARIANA PAIVA

Mesa posta, sol entrando pelajanela, o bule cheio de café pas-sado na hora. Da cozinha, vemo cheiro de outras delícias quen-tinhas a caminho da mesa: cus-cuz de milho, beiju de tapioca,ovos mexidos. Para quem morana cidade, entre engarrafamen-tos e relógios que sempre criamatrasos, só sobra a frieza do fastfood? Nem sempre.

Antes ou depois de um dia debastante correria, há quem in-vista em tomar um café caipira.É claro que, para isso, dispen-sam alguns itens do cenário dafazenda: muitos o fazem nosshoppings centers, com a ilu-minação artificial e o barulhotão conhecido das praças de ali-mentação. Ainda assim, háquem confie no buffet de cafécaipira para conferir um poucode leveza ao dia a dia atribu-lado.

Sempre que tem algum tem-po livre, o advogado Dennys Au-gusto Silva vai ao shopping to-marcafécaipiracomsuafamília.“Acho uma opção bacana parasair da rotina”, revela.

Dennys vê o café caipira nacidade grande como um ato cul-tural. “É uma oportunidade deos turistas conhecerem a culturanordestina através da gastrono-mia. Além disso, tem o óbvio,que é ter o prazer de saborear asdelícias da comida daqui”, diz.

Para ele, entretanto, é precisoter algum tempo disponível pa-ra ir ao buffet de café caipira eescolher com calma o que quer

comer. “É um café mais demo-rado, não é como um fast food.Enquanto come, você pode ba-ter papo com as pessoas e re-laxar. O ideal mesmo é que sejaum momento de pausa na cor-reria do cotidiano”, afirma.

Investimento certoProprietário do restaurante Cai-pira Express do Salvador Shop-ping, o empresário paulista Car-los Cunha decidiu investir numbuffet de café nordestino depoisde realizar uma pesquisa demercado.

“Vi que ainda não existia nacidade nenhuma iniciativa nes-se sentido e achei que poderiadar certo apostar no café comoum diferencial”, considera.

Segundo ele, o investimentona novidade valeu a pena. “Tan-to que já estamos até sendocopiados por outros estabele-cimentos. Tivemos uma ideiainovadora de sucesso”, revelaCunha.

No buffet de seu restaurante,estão presentes itens típicos daculinária nordestina, como bolo

de aipim, inhame, mingau decarimã e beijus de tapioca. Mes-mo assim, há espaço para itensdo café convencional, como cho-colate quente, pães variados,queijo e presunto.

Nem só de shopping, entre-tanto, vive o café caipira. Norestaurante especializado emculinária nordestina Grande Ser-tão, no Costa Azul, o café damanhã conta com mais de 70itens.

Além de bolos e mingaus, hátambém opções como canjica,lelê, tapioca recheada e aipim.Para os mais dispostos, o café damanhã pode ser incrementadocom itens como ensopado decarneiro, sarapatel, dobradinhae mocotó.

As iguarias caipiras marcampresença também nos estabe-lecimentos que se dedicam aservir o café da manhã tradi-cional, com pães, frios e sucos.É o que acontece nas lojas Perinie no centro gastronômico Pontodo Pão, em Lauro de Freitas:embora não sejam especializa-dos em café caipira, itens comomingau de tapioca, cuscuz demilho e bolo de carimã nuncasaem do buffet da manhã.

Segundo o gerente do Pontodo Pão, Jadson Silva, a procuraé tanta que alguns dos itens nor-destinos do café da manhã tam-bém aparecem como possibili-dades de sobremesa do almoçoservido no lugar. “Tem muitasaída,aspessoasgostammuito.Tanto que investimos nos itensnordestinos desde que implan-tamos o café da manhã”.

Mila Cordeiro / Ag. A TARDE

O bolo de milho pode ser encontrado até em fast food de shopping

Nos cafés caipirasda cidade estãoitens que variam demingaus e bolos asarapatel, mocotó ecarne do sol

CONFIRA AQUI ONDETOMAR SEU CAFÉ CAIPIRA

GRANDE SERTÃO Localizado noCosta Azul, o restauranteoferece buffet livre de café damanhã por R$ 19,90, aossábados, domingos eferiados. Durante o carnaval,o café da manhã será servidotodos os dias, das 7h às 11h.Tel: 3271-1119

CAIPIRA EXPRESS Orestaurante, que fica na praçade alimentação do SalvadorShopping, oferece buffet aquilo de café caipira a partirdas 17h. No Carnaval, o caféserá servido no horárionormal. O quilo custa R$22,50. Tel: 3878-1338

PONTO DO PÃO Todos os dias,o centro gastronômicolocalizado em Lauro de Freitasserve café da manhã queinclui itens da culinárianordestina, de 6h30 às 11h.De segunda a sexta, o buffetlivre custa R$ 12,90, e aossábados, domingos eferiados, R$ 14,90. Tel:3369-9999

PERINI O café da manhã incluiitens como aipim, bolo demilho e mingaus, e é servidodas 7h ao meio-dia nas lojasda Graça e Pituba (nesta, sódurante o Carnaval). Custa R$24 de segunda a sexta e R$27, aos sábados, domingos eferiados. Tel: 3346-9999

Não diga adeus, diga até breve, Galliano!

Pedro FernandesRepórter

[email protected]

Quando Christian Dior morreuem 1957, dez anos depois defundar a marca que levava seunome, sua empresa empregavamais de mil funcionários e tinhadezenas de produtos licencia-dos. Tudo porque a sua genia-lidade foi capaz de traduzir oespírito da época em uma novaforma de vestir a mulher.

O pós-Segunda Guerra, a as-censão econômica e políticaamericana e a polarização domundo entre capitalistas e so-cialistas impunham novos com-portamentos. O new look, ves-tidos e saias corola com cinturamarcada e destaque para o bus-to, era ao mesmo tempo com-portado e sexy, prático e ele-gante. Servia tanto às endinhei-radas, às donas de casa ou àsprofissionais.

Dez anos podem parecer pou-co, mas bastaram para tornarseu nome sólido o suficiente pa-

ra ser ainda hoje um dos car-ros-chefes do grupo Moët Hen-nessy Louis Vuitton (LVMH), queagrega marcas de luxo nos seg-mentos de moda, bebidas, per-fumes e joalheria. Se Dior so-breviveu a Christian, sem dúvidasobreviverá a John Galliano. Apergunta é se Galliano sobre-viverá a si mesmo.

Pode-se dizer que o estilistainglês, acusado de antissemitis-mo e demitido esta semana desua função de diretor criativo daDior, passa por uma espécie demorte moral. Galliano ficou àfrente da Dior por mais tempoque o próprio fundador. Só per-de para Marc Bohan, que reinoude 1958 a 1989. Mas despe-de-se em circunstâncias que po-dem arruiná-lo.

Eleestavanacasadesde1996e, com sua força criadora e re-volucionária, absorveu seus có-digos (como Dior, Galliano é umapaixonado pela Belle Époque)ao mesmo tempo que imprimiuseu estilo excêntrico e irônico.Nesses 15 anos, foi o respon-sávelportiraraDiordeumacriseao renovar a cara da grife à suaimagem e semelhança.

Pode-se dizer queo estilista inglês,acusado deantissemitismo edemitido estasemana da Dior,passa por umaespécie de mortemoral, mas devesobreviver a simesmo

Em nossos dias, talvez apenaso kaiser Karl Lagerfeld, diretorcriativo da Chanel, tenha con-quistadomaispodereinfluênciaà frente de uma maison tão tra-dicional.

SubstitutosMas estilistas vêm e vão, e agrife, por mais vexada que es-teja por conta do incidente, sai

incólume com a única e dignaatitude que poderia ter tomado.Rei morto, rei posto. Nomes co-mo Riccardo Tisci, da Givenchy,e Alber Elbaz, da Lanvin, já apa-recem na bolsa de apostas paraa sua substituição.

Mas o que será de John Gal-liano? Como manda qualquermanual de media training, ele,que jápediudesculpas,mandou

dizer que está procurando tra-tamento para o seu problemacom o álcool e pediu compaixãoem nota pública. Se o mundo,como a moda, dá voltas em tor-no de si mesmo e só faz se re-petir, deve acontecer a ele omesmo que aconteceu a CocoChanel, que amargou anos deesquecimento depois de ter seunome associado ao nazismo por

se envolver com um oficial ale-mão na Segunda Guerra.

Mas em nosso tempo os fatosocorrem na mesma velocidadeem que são postos de lado. Ou-so dizer que logo esse rebuliçoterá ficado no esquecimento ouentrará para o anedotário dopovo das modas. Assim, não di-ga adeus, Galliano, diga até apróxima temporada.

Bruno Pellerin / EFE

Galliano posa com as modelos Linda Evangelista, Naomi Campbell, Gisele Bündchen e Amber Valetta

Alimentos típicos como carne e banana cozida também fazem parte do buffet de café caipira