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N° 83 - Decembro 2018 Revista Digital de Podologia Revista Digital de Podologia Gratuita - Em português Gratuita - Em português Boas Festas e um ótimo ... Felices fiestas y un óptimo ... Joyeuses fêtes et un optimum ... Buone Feste e un ottimo ... 2019

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N° 83 - Decembro 2018

Revista Digital de PodologiaRevista Digital de PodologiaG r a t u i t a - E m p o r t u g u ê sG r a t u i t a - E m p o r t u g u ê s

Boas Festas e um ótimo ...Felices fiestas y un óptimo ...

Joyeuses fêtes et un optimum ...Buone Feste e un ottimo ...

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DiretorAlberto Grillo

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Mercobeauty Importadora e Exportadora de Produtos de Beleza Ltda.

Tel: +598 99 232929 (WhatsApp) - Montevideo - Uruguay.

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A Editorial não assume nenhuma responsabilidade pelo conteúdo dos avisos publicitários que integram a presente edição, nãosomente pelo texto ou expressões dos mesmos, senão também pelos resultados que se obtenham no uso dos produtos ou serviçospublicados. As idéias e/ou opiniões expressas nas colaborações assinadas não refletem necessariamente a opinião da direção, quesão de exclusiva responsabilidade dos autores e que se estende a qualquer imagem (fotos, gráficos, esquemas, tabelas, radiografias,etc.) que de qualquer tipo ilustre as mesmas, ainda quando se indique a fonte de origem. Proíbe-se a reprodução total ou parcialdo material contido nesta revista, somente com autorização escrita da Editorial. Todos os direitos reservados.

R e v i s t a p o d o l o g i a . c o m n ° 8 3D e c e m b r o 2 0 1 8

ÍNDICEPag.

5 - Inovação. Substituição do Fenol pelo Ácido Tricloroacético no Tratamento da

Matricectomia Parcial com Técnica do Fenol/Álcool.

Eduardo R. Moreno. Licenciado en Podología. Argentina.

9 - Onicomicose: Diagnósticos e Tratamentos.

Podóloga Milena Kelner. Brasil.

31 - Compilado de fotos do PodoSur 2018.

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Comentário

Este trabalho de pesquisa surge da impossibili-dade de obter fenol na área onde pratico minhaprofissão "a Podologia", em Santa Fé-Argentina,já que a venda e uso de fenol em altas concentra-ções esta proibida, incluindo seu armazenamen-to, e conheciendo as bondades e resultados doTratamento de Matricectomia parcial de lâminaungueal - com queima química - TécnicaFenol/Álcool, descrita por inúmeros autores.

Essa situação me leva a procurar um substitutode fenol para esta aplicação, eu consultei doisdoutorados em Bioquímica, um dermatologista eum gerontologista explicando a técnica e propon-do o Ácido Tricloroacético (ATC) para a queimaquímica de células matriciais em substituição dofenol, "todos eles concordaram que era possívelfazê-lo usando o ATC".

Depois destas certezas, comecei a aplicá-lo emtratamentos, obtendo os mesmos resultados eefeitos que os descritos e testados com a técnicafenol/álcool (a morte das células matriciais nosetor onde é aplicada).

Palavras-chave: onicocriptose, matricectomia,fenol, ácido tricloroacético (ATC).

Introdução

A onicocriptose ocorre quando a pele periun-gueal é penetrada pela lâmina ungueal corres-pondente. Geralmente afeta adultos jovens eresulta em morbidade significativa.

Muitas cau-sas foram sugeridas, tanto hereditá-rias quanto adquiridas.

Entre as opções terapêuticas estão medidasconservadoras e tratamentos cirúrgicos.

O último grupo inclui a laminectomia par-cialassociada à matricectomia com fenol, que estáassociada a menores taxas de recorrência, dor

pós-operatória e tempo de recuperação do queoutros métodos. (1)

Fenol

É usado para produzir resinas fenólicas nafabricação de nylon e outras fibras sintéticas.

É também importante na indústria química,farmacêutica e clínica, pois é um poderoso bac-teri-cida, fungicida, antisséptico e desinfetante.

A aplicação de fenol concentrado na pele podecausar sérios danos à pele. A exposição curta aaltos níveis de fenol produz irritação do trato res-piratório e tremores musculares. A exposiçãoprolongada a níveis elevados de fenol causoudanos no coração, rins, fígado e pulmões.

O fenol produz uma queimação centralizada doterceiro grau do tecido da matriz. Durante váriassemanas produz um exsudado seroso a medidaque a ferida se desprende do tecido necrótico eatinge sua cura. (2)

O fenol acarreta os seguintes riscos:

Contato com a pele:A aplicação de fenol concentrado na pele pode

causar sérios danos à pele.

Ante a inalação:A exposição curta a altos níveis de fenol produ-

ziu irritação do trato respiratório e tremoresmusculares.

A exposição prolongada a níveis elevados defenol causou danos no coração, rins, fígado e pul-mões. (3)

Ácido tricloroacético (ATC)

É um componente orgânico derivado do vinagree amplamente utilizado em certas terapias paradoenças de pele, é o ácido tricloroacético.Geralmente indicado como ATC, é obtido pelareação de ácido acético e cloro na presença de

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Inovação. Substituição do Fenol pelo Ácido Tricloroacéticono Tratamento da Matricectomia Parcial com Técnica doFenol/Álcool

Eduardo R. Moreno. Licenciado en Podología. Argentina.

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um catalisador, no qual três moléculas de hidrogênio do grupo metila são substituídas por átomosde cloro.

Quando o ácido tricloroacético é aplicado, a necrose coagulativa das células é causada com a con-sequente morte celular. (4)

Discussão

Comprovado e descrito por vários autores, a Técnica Fenol/Álcool aplicada a uma matricec-tomiaparcial da lâmina ungueal é uma boa escolha para terminar com onicocriptoses recor-rentes.

Baixa taxa de recorrência é obtida. Pós-operatório indoloro. Incorporação rápida na atividade diária.Bons resultados estéticos e funcionais. Fácil execução da técnica. Não requer e-quipamento especial(5).

Maticectomia parcial química da placa ungueal Fenol / Álcool Técnica, continua a ser o Tra-tamentode primeira escolha quando de onicocriptose recorrente trata-se.

Fotos de alguns casos tratados com ácido tricloroacético a 90% em substituição ao Fenol.

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1ª consulta 28/11/17 28/11/17 após o

tratamento

7 dias

2 meses 8 meses Novembro de 2018

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Maio 2018Tratamento finalizado

Maio 2018

Novembro 2018 Novembro 2018

Já fiz mais de 50 tratamentos semelhantes, com apenas duas recorrências.

Conclusão

Pode-se concluir que o ATC ao 90% é uma boa opção para usar no lugar de fenol, com os mesmosresultados quando se trata de matar células da matriz de laminas ungueais após a realização de umamatricectomia parcial, e com menos riscos para quem a utiliza diariamente ou estão expostos aosseus vapores com uma probabilidade de inalá-los.

Autor: Eduardo R. Moreno - Licenciado en PodologíaFacultad de Bioquímica y Ciencias Biológicas Universidad Nacional del Litoral

Santa Fe - ArgentinaMatricula Colegio de Podólogos de la Provincia de Santa Fe Nº 0678

Matricula Ministerio de Salud de la Nación Argentina Nº [email protected]

Bibliografía

1. Dermatol. Argent. 2012, 325-328. 2. Revista Internacional de Ciencias Podológicas.3. ATSDR, Agencia para sustancias tóxicas y el Registro de enfermedades.4. https://acidos.info/tricloroacetico.5. Bos A.M., Van Tilburg M.W., Van Sorge A.A., Klinkenbijl J.H. Randomized clinical trial of surgical

technique and local antibiotics for ingrowing toenail, Br. J. Surg., 2007, 94: 292-296.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.2. REVISÃO LITERÁRIA.2.1 Podologia.2.2 Sistema Tegumentar - Anatomofiologia.2.2.1 Aparelho Ungueal2.3 Onicoses.2.4 Onicomicoses.2.5 Epidemiologia.2.6 Agentes etiológicos.2.7 Tipos de onicomicose.2.7.1 Onicomicose subungueal distal.2.7.2 Onicomicose subungueal proximal.2.7.3 Onicomicose superficial branca.2.7.4 Onicodistrofia total.2.8 Diagnóstico.2.9 Prevenção.2.10 Tratamentos.2.10.1 Tratamento tópico.2.10.2 Terapia sistêmica.2.10.3 Terapia combinada.2.10.4 Eletroterapia.2.10.4.1 Laser.2.10.4.2 Alta Frequência.2.11 Plantas medicinais.2.12 Óleos essenciais.2.12.1 Cedro.2.12.2 Canela.2.12.3 Citronela.2.12.4 Cravo folha.2.12.5 Lavanda.2.12.6 Melalaeuca.2.12.7 Patchouli.2.17.8 Tomilho.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Estrutura geral do tecido cutâneo.FIGURA 2: Estrutura histológica do aparelho

ungueal.

FIGURA 3: Trichophyton rubrum.FIGURA 4: Trichophyton mentagrophytes.FIGURA 5: Células de Candida albicans, visuali

zada em microscopia.FIGURA 6: Classificação das onicomicoses,

segundo a localização.FIGURA 7: Onicomicose subungueal distal.FIGURA 8: Aspectos clínicos dos diferentes tipos

de onicomicoses.FIGURA 9: Onicomicose superficial branca.FIGURA 10: Aspectos clínicos dos diferentes

tipos de onicomicoses.FIGURA 11: Laser na podologia.FIGURA 12: Alta frequência.FIGURA 13: Cedro do Líbano.FIGURA 14: Caneleira ou a milenar árvore de }

canela.FIGURA 15: Citronela.FIGURA 16: Cravo folha.FIGURA 17: Lavanda.FIGURA 18: Melaleuca.FIGURA 19: O Patchouli.FIGURA 20: Tomilho.

1. INTRODUÇÃO

Onicomicoses são infecções fúngicas que aco-metem a lâmina ungueal e pode causar o seuespessamento, descoloração, endurecimento edesintegração. Segundo Zenardi et al (2008,p.121) a onicomicose é a doença de unha maisfrequente e acomete aproximadamente 10% dapopulação de todo o mundo e representa até30% das infecções ungueais. Podem ser prove-nientes da infecção por diversos tipos de fungos:os dermatófitos, fungos não dermatófitos e asleveduras. Nos dias de hoje pode ser consideradaum problema de saúde pública devido a sua altaincidência na população e que está diretamenteassociada a fatores como: higiene, idade, sexo,clima, moradia, vida social, entre outros.

Os tratamentos convencionais consistem no

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Onicomicose: Diagnósticos e Tratamentos

Trabalho apresentado por Milena Kelner, como requisito parcial, para conclusão doCurso de Educação Profissional de Nível Técnico, na área da Saúde, com Habilitação de Técnico emPodologia do INA – Instituto de Naturopatia Aplicada de Blumenau, Brasil.Orientador: Profesor Marcelo Kertichka.

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uso de antifúngicos por via oral ou tópicos.Diversos fatores precisam ser considerados parao sucesso no tratamento seja alcançado, comopor exemplo, o número de lâminas atingidas, onível de infecção, o agente etiológico e o compro-metimento do paciente. Um ponto muito forteque pode levar ao insucesso do tratamento é quea eficiência dos fármacos está reduzida devido àresistência microbiana causada pelos diferentesperfis de susceptibilidade aos agentes antifúngi-cos. Além disso, para que a cura clínica sejaalcançada, o tratamento exige longos períodosde dedicação, podendo alcançar meses ou atéanos, e com isso, os efeitos adversos se tornamevidentes.

Embora seja uma patologia, a procura pelaresolução da onicomicose por parte dos clientesé relacionada à estética. No entanto, as infecçõesfúngicas, quando não tratadas, podem provocarmudanças substanciais na qualidade de vida dopaciente, limitando a prática de atividades físicasregulares, uma vez que as unhas se tornamespessas, causando pressão e irritando as bor-das ungueais ou quebradiças, deixando que aparte distal dos metatarsos desprotegidos. Alémdisso, problemas mais graves podem ocorrer,como ser uma porta de entrada para outrasinfecções.

Diante destas informações, percebe-se a impor-tância do estabelecimento de um tratamentoadequado, a partir de novas tecnologias e opçõesterapêuticas para o tratamento de onicomicoses.Penso que o profissional podólogo deve atuar deforma concomitante a outros profissionais desaúde, com técnicas de tratamento não invasi-vas, para redução do impacto no paciente comeste quadro instalado.

Terapias fotodinâmicas (laser e alta frequência)e terapias florais (óleos essenciais) são compro-vadamente eficazes, relativamente acessíveis epodem ser manipuladas pelos profissionais téc-nicos em podologia, desta forma, este trabalhose propõe a revisar a literatura sobre as onicomi-coses e as principais formas terapêuticas utiliza-das pelos profissionais podólogos.

2. REVISÃO LITERÁRIA

2.1 Podologia

A origem da palavra podologia tem sua origemno alfabeto grego, no qual o prefixo podos signi-fica pés e o sufixo logos significa tratado ou estu-do. Ou seja, a podologia é a área de conhecimen-to que se dedica ao estudo dos pés (Madella,2010a).

Entretanto para Nogueira (2008), a podologia éuma ciência da saúde humana que além de estu-dar os pés tem como objetivo conhecer profunda-mente o tegumento, os anexos cutâneos, nervos,músculos, ossos e tendões. Portanto, consiste doestudo da anatomia, fisiologia humana bemcomo prevenção e tratamento de patologias queacometem todo o conjunto podal.

Desta forma, define-se tal ciência como aquelaque desenvolve o estudo biomecânico dos torno-zelos e pés a fim de compreender a marcha e osproblemas que podem causar dificuldades o quepermite atuar de forma mais efetiva no tratamen-to multidisciplinar (BEGA, 2006, p. 1).

A Podologia já existe no Brasil desde o ano2000, antes disso existiam os calistas e os pedi-curo-calistas. O calista apareceu na pré-história(há 5 milhões de anos), quando o homem adotoua posição ereta e começou a caminhar, assim,pode-se dizer que é uma das profissões maisantigas do mundo. Conta-se que a esposa doimperador Nero sofria de uma enfermidade nospés e que foi tratada por um soldado de Romachamado Cayus, que recebeu o título de calista,permanecendo esta denominação que os podólo-gos mantiveram até o final do século XX no Brasil(MILEU, 2015).

Os profissionais destaques desta área são: opodólogo e os enfermeiros podiatras, designadosos profissionais capazes de cuidar dos pés. O pri-meiro é capacitado através do curso superior outécnico e o segundo através do curso superior deEnfermagem acrescido da pós-graduação latu-sensu, de instituições credenciadas peloMinistério da Educação (MEC). Ambos os profis-sionais detêm o conhecimento aprofundado emanatomia, fisiologia, biomecânica e patologiasdos pés (MADELLA, 2010a).

Para Madella (2006, p.74), a atuação do podó-logo se dá no tratamento das afecções dos pés,como calos, onicocriptose, onicomicoses e apli-cação de órteses para correção da laminaungueal deformada ou encravada, porém énecessário que o profissional podólogo saibaquando encaminhar seus pacientes para acom-panhamentos com outros profissionais da saúdecomo o médico ou nutricionista, se for necessá-rio.

A atividade do profissional podólogo é conside-ra como “atividades afins da medicina” e o podó-logo sendo legalmente reconhecido por órgãosgovernamentais deve procurar agir com zelomáximo frente aos seus clientes (MADELLA,2010b).

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Sendo assim, cabe ao podólogo trabalhar combiossegurança, ou seja, higienizar os materiais eseu local de trabalho, fazer o uso de equipamen-tos de proteção individual (EPIs), trabalhar comesterilização de instrumentos, fazer descartecorreto do lixo biológico e dos materiais quími-cos e perfurocortantes. Armazenagem corretados produtos químicos e medicamentos além deutilizar materiais descartáveis (VENTURI, 2009,p.18).

2.2 Sistema Tegumentar - Anatomofisiologia

A composição do sistema tegumentar é com-preendida por epiderme, derme, hipoderme e osanexos cutâneos (pelos e unhas). Todas as estru-turas funcionam de forma sincronizada, na qualcada parte tem uma função a qual mantém oequilíbrio do todo (GOMES; GABRIEL, 2006, p.24).

Conforme Sousa (2004, p.3), o sistema tegu-mentar tem como principal função a proteção doorganismo, da forma que a pele forma uma“barreira” protetora entre o organismo e o meioambiente. A pele impede a perda de água e pro-teínas para o exterior do organismo, é sensitivaao calor e frio, a dor e ao tato, é termorregulado-ra e muito eficaz na síntese da vitamina D.

A pele representa 15% do peso corporal e apre-senta grandes variações ao longo do corpo,sendo mais flexível, elástica ou rígida conformesua localização (SAMPAIO; RIVITTI, 2008, p. 1).Quanto a sua espessura varia em torno de 1 milí-metro na região da fase e 2 milímetros em

regiões como palma das mãos ou planta dos pés(FANDOS, 2004, p. 16).

Além disso, a pele possui reentrâncias e saliên-cias comumente encontradas nas regiões palmo-plantares. Estas saliências são chamadas de der-matóglifos e colaboram na identificação indivi-dual do ser humano, pois apresenta uma dispo-sição única (BEGA, 2006, p.8)

Na estrutura, o tecido é divido em 3 camadas,a epiderme, derme e hipoderme (Figura 1). Paramuitos autores a hipoderme não é consideradaparte integrante da pele, embora seja estudadadentro do sistema tegumentar (SOUSA; 2004, p.3).

A epiderme é composta por um revestimentode camadas sobrepostas, onde as células super-ficiais são achatadas e ricas em queratina deno-minada camada córnea (BORGES, 2006, p. 307).

De baixo da camada córnea está evidenciada acamada lúcida que tem na sua composição célu-las anucleadas e achatadas o que confere a ela atranslucidez (GOMES; GABRIEL, 2006, p. 28).

Por último a terceira camada é chamada degranulosa, identificada desta forma porque nelaaparecem granulações nos queratinócitos, umproduto da destruição da cromatina nuclear(FANDOS, 2004, p.18).

A camada de Malpighi ou camada espinhosa érodeada por células de Langerhans (origináriasda medula óssea) responsáveis por reações imu-nitárias.

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Figura 1: Estrutura geral do tecido cutâneo. Fonte: GARTNER, HIATT, 2003, p. 266.

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É denominada camada espinhosa devido aoseu aspecto lembrar pequenos espinhos e então,por fim, a camada mais profunda da epiderme édenominada camada basal ou germinativa, for-mada pelos queratinócitos (células formadas porqueratina), melanócitos (responsáveis pelo pig-mento melanina), células de Langerhans (siste-ma imunológico da pele) e células de Merkel (res-ponsável pela parte sensorial da pele) (SILVA etal, 2007, p. 10).

A derme é a segunda camada da pele, localiza-da de baixo da epiderme e é divida em duas:derme papilar e derme reticular. É formada pelotecido conjuntivo, que é constituído de água ematriz extracelular, sendo assim rica em proteí-nas fibrosas, o colágeno e a elastina (GOMES;GABRIEL, 2006, p. 26). Segundo Ribeiro et al(2004) é na derme em que estão dispostos osvasos sanguíneos, os nervos, os músculos ereto-res do pelo e os anexos cutâneos.

A derme papilar contém as papilas dérmicasadjacentes a camada basal da epiderme, que pormeio de reentrâncias permite a nutrição porintermédio dos vasos sanguíneos (BEGA, 2006,p. 11), Já a derme reticular é mais espessa quea papilar e é composta por feixes de colágenoque estão dispostos paralelamente a epiderme(SILVA et al, 2007, p. 11).

2.2.1 Aparelho ungueal

Para compreender melhor a patogênese dasonicomicoses é fundamental entender a estrutu-

ra, composição e as propriedades da lâminaungueal. A unha constitui um dos anexos cutâne-os mais importantes para o podólogo (BEGA,2006, p.15).

A unha ou lâmina ungueal tem a função de pro-teger a parte distal dos dedos de traumas alémde revelar algumas doenças sistêmicas e preser-var o sentido do tato nas mãos (MENDONÇA,2004, p. 228).

Sua estrutura é composta pela lâmina unguealpropriamente dita, as pregas laterais, próximas eperiungueais, o eponíquio, a lúnula, hiponíqueo,sulcos ungueais e leito ungueal como demonstra-do na figura 2 (GARTNER; HIATT, 2003, p. 279).

Para Alam et al (2010), a lâmina ungueal écomposta de 3 camadas: dorsal, intermediária eventral. A lâmina dorsal é produzida pela porçãoproximal da matriz ungueal, que consiste emcélulas achatadas e agrupadas, o que confere aunha o aspecto de resistência. A lâmina interme-diária é a mais espessa e é formada pelos quera-tinócitos proveniente do processo de queratiniza-ção do leito ungueal, esta camada é necessáriana adesão da placa ungueal ao leito ungueal.

É no dorso das falanges ditais dos dedos emque se encontra a unha, ésta, portanto, corres-ponde ao espessamento da camada córnea.

A inervação dos dedos é proveniente dos nervosque se originam no nervo tibial anterior e poste-rior. A inervação corre através do quinto dedo e

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Figura 2: Estrutura histológica do aparelho ungueal.Fonte: GARTNER, HIATT, 2003, p. 266.

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da metade medial do quarto dedo recebe inerva-ção sensitiva pelo ulnar.

O restante se dá por meio do mediano derivamde uma invaginação da epiderme, a qual já seencontra perfeitamente formada na metade doperíodo da vida fetal. (JUSTINO; JUSTINO; BOM-BONATO, 2011, p. 27).

A região espessa da camada basal ou germina-tiva é denominada matriz ungueal, é nela queocorrem as mitoses (divisões celulares), portantoas células que foram formadas anteriormentesão empurradas, dando assim, o crescimento daunha (SPENCE, 1991, p. 84). O leito da unha écomposto por camada basal ou germinativa, for-mando uma camada esbranquiçada em formatode meia lua que é visível através da unha, deno-minada lúnula. Na extremidade proximal da unhaencontra-se o eponíquio ou popularmente conhe-cida como cutícula e a parte de baixo da pontalivre da unha é denominada hiponíqueo. Asunhas possuem uma coloração rosada devido àextensa rede de capilares situada de baixo dela(GARTNER; HIATT, 2003, p. 280).

As pregas ungueais ou bordas ungueais sãocompostas por um epitélio espesso, sem cutícu-las evidentes mas, conta com uma camada maisde queratina que permanece como uma finamembrana em contato com a superfície unguealadjacente, formando assim os sulcos ungueaislaterais.

Na borda proximal da unha o epitélio é normale, se justapõe à placa ungueal, sua margem dis-tal é composta pelo eponíqueo ou cutícula quetem função protetora, formando uma espécie deselo que forma uma barreira contra microorga-nismos e fragmentos que possam acessar a áreapróxima a matriz, na sua ausência podem oco-rrer infecções ou distúrbios morfológicos ao sis-tema (BARAN et al, 2000, p. 2).

O crescimento das unhas se dá de forma contí-nua e uniforme em todos os pontos, a taxa decrescimento médio é de 0,10 milímetros por dia,no mês por volta de 3 a 4 milímetros (PEYREFIT-TE et al, 1998, p. 20).

Existem diversos fatores que afetam o cresci-mento das unhas, a velocidade do crescimentodas unhas, principalmente das mãos, varia deacordo com diversos fatores: idade, etnia, sexo,fatores nutricionais, produção hormonal, entreoutros. (BENY, 2004, p. 16).

É desconhecido o motivo pelo qual a lâminaungueal tem seu crescimento de forma linear,plana e, nivelada, portanto algumas hipóteses

analisam que isso ocorre devido à limitação dadapelas pregas ungueais ou pelo fato de que ascélulas se movem de forma distal (RIBEIRO et al,1995, p. 569).

A composição da unha, além da queratina,para Bega (2006, p.17) é evidenciada pela suacomposição química onde foram detectados apresença do nitrogênio, enxofre, cálcio, magné-sio, sódio, ferro, cobre, zinco, lipídios e água.

A flora normal encontrada nas unhas é com-posta principalmente por Scopulariopses brevi-caulis e Candida albicans (fungos). As infecçõesocorrem devido a incidência dos fungos dermató-fitos, em unhas normais, no qual a flora presentedesempenha um papel oportunista, servindo dereservatório para infecções em hospedeiros debi-litados (SABATOVICH, 2004, p.229).

Os dermatófitos são fungos queratinofílicos(fungos com enzimas capazes de degradar a que-ratina) com grande capacidade de invadir tecidosqueratinizados levando a formação das dermato-fitoses (infecções fúngicas).

As dermatofitoses são encontradas com maiorincidência em populações residentes em regiõesde clima quente e úmido, devido ao fato que sãofatores essenciais na reprodução dos parasitas(ALAM et al, 2010, p. 23).

O aparelho ungueal não é prejudicado somentepelas dermatofitoses. As distrofias ungueaispodem ser de ordem congênita (má formação),hereditária (origem genética), traumática (aci-dentes/traumas) e infecciosa (infecção por agen-te infeccioso externo) (SALERNO, 2006, p. 8).

2.3 Onicoses

Onicose, onicodistrofia ou onicopatia é umaalteração no aparelho ungueal, seu diagnósticoclínico depende do aspecto macroscópico e casonecessário é confirmado por exames comple-mentares, solicitados pelo profissional médico.

O exame clínico do aparelho ungueal forneceinformações para diagnóstico de doenças derma-tológicas e/ou doenças sistêmicas. As onicosescausadas por fungos, denominadas onicomico-ses (MENDONÇA; 2004, p. 227).

2.4 Onicomicoses

As onicomicoses são em porcentagem, 50% detodas as onicopatias.

Acometem pessoas de qualquer idade, porém,é mais frequente na população idosa (MAIFREDE,2009, p. 19).

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A pele é a barreira protetora natural do organis-mo, mas quando tem sua integridade compro-metida por traumas, facilita a transmissão dasmicoses. Além disso, o uso de sapatos fechadose apertados, a prática de esportes, sudoreseexcessiva, neuropatias periféricas, diabetesmellitus, doenças vasculares, obesidade, idadeavançada e predisposição genética são outrosfatores que contribuem para o aparecimento dasonicomicoses (LACAZ, 2012, p. 65).

O comprometimento do sistema imune tam-bém contribui para o aparecimento das micoses,por exemplo, pacientes portadores do vírus daimunodeficiência humana (HIV) podem apresen-tar uma frequência maior da patologia (até 40%)quando comparados a pacientes não infectados(KAUR et al, 2008, p. 8).

Em um estudo, no ano de 2005, no municípiode Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, 403pacientes diabéticos foram avaliados, duranteuma consulta dermatológica. Destes, foramdetectadas 1.198 manifestações cutâneas,sendo que 82,6% eram dermafitoses e 42,6%eram onicopatias causadas por fungos (FOSS ETal, 2005, p. 2).

Diversas são as reclamações das pessoas aco-metidas pelas onicomicoses, como o desconfortofísico e emocional, que envolvem questões estéti-cas e a limitação laboral (COPETO, 2010, p. 20).

A denominação onicomicose, é muito abran-gente, pois existem diversos tipos de ataquesmicóticos que acometem os corpos das unhas(BEGA, 2014, p. 127).

Qualquer infecção causada por fungo é chama-da de micose e as micoses são, geralmente,infecções de longa duração (crônica), porque osfungos crescem muito lentamente (VIANA, 2005,p. 42).

Os principais sinais e sintomas são a cor alte-rada (esverdeada, acastanhada esbranquiçada);Diminuição do crescimento; Unhas quebradiças;Sulcos transversais; Ondulações; Espessamento;Descolamento; Odor fétido; Dor; Engrossamentoda lâmina ungueal e perda definitiva da unha;Hiperqueratose subungueal; Fungos nos pés,agindo sobre a pele e destruição total ou parcialda unha (LACAZ, 2012, p. 67).

2.5 Epidemiologia

A onicomicose é a doença de unha mais fre-quente e acomete aproximadamente 10% dapopulação de todo o mundo. Em relação a preva-

lência, esta vem aumentando o mundo todo. Asonicomicoses estão mais presentes em áreas tro-picais, com clima quente e úmido, como noBrasil (ZENARDI et al, 2008, p.121).

Crianças por apresentarem crescimento dasunhas mais acelerado, área de superfície dalâmina menor e o menor contanto com esporosinfectantes e menor probabilidade de trauma,são menos afetadas pela onicomicose (MAIFRE-DE, 2009, p. 21).

O aumento da prevalência está associado adiversos fatores, como por exemplo, o aumentode número de pessoas que frequentam as acade-mias de ginástica, o aumento de pessoas imuno-suprimidas devido aos casos de AIDS, transplan-tados em uso de drogas imunossupressoras ecorticosteroides, a quimioterapia nos casos decâncer e o aumento da expectativa de vida aca-rretam no aumento do número de casos de oni-comicose. É considerada uma doença oportunis-ta, pois afeta as populações imunosuprimidas(COPETO, 2010, p. 21).

São diversos os fatores que podem levar ainfecção por fungos, entre eles os endógenos e osexógenos. Endógenos: enfermidades vasculares,diabetes, e imunopatias. Exógenos- má transpira-ção, calor, umidade, hiperidrose, calçados inade-quados (fechados, botas de couro, borracha),uso coletivo toalhas, traumatismos repetidos,situações de estresse (VIANA, 2005, p. 40).

O aumento da preocupação com a estéticatambém faz com que a população procure maisos profissionais de saúde capazes de realizar odiagnóstico, contribuindo para o aumento dosnúmeros de casos (ZENARDI et al, 2008, p. 121).

2.6 Agentes etiológicos

Os agentes etiológicos causadores de onicomi-se possuem variável distribuição e dependem dediversos fatores, tais como: localização geográfi-ca e clima. As infecções ungueais podem ser cau-sadas por outros agentes como as bactérias, masos fungos são os principais causadores de onico-patias nos seres humanos (MAIFREDE, 2009, p.22).

As onicomicoses podem ser causadas por fun-gos dermatófitos, fungos não dermatófitos e porleveduras (LACAZ et al, 2012, p. 83).

Os dermatófitos são divididos em antropofíli-cos, zoofilícos e geofílicos de acordo com seuhabitat natural. É o único grupo que possui capa-cidades de sobreviver no solo, mesmo em condi-ções desfavoráveis (COPETO, 2010, p. 23).

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A maioria dos casos de onicomicoses é causa-da pelos fungos dermatófitos (OLIVEIRA, 2014,p. 15), do gênero Trichophyton, Epidermophytone Microsporum, sendo que dentre esses, oTrichophyton rubrum (Figura 3) é o mais comum,responsável por 71% dos casos e o Trichophytonmentagrophytes (Figura 4) por 20%.

São fungos que, através de enzimas queratina-ses, utilizam a queratina como fonte energética(LACAZ et al, 2012, p. 86).

Os fungos não dermatófitos dificilmente sãocausadores de infecções, sendo responsáveis porapenas 2 a 12% dos casos de onicomicoses(ZENARDI et al, 2008, p. 122).

Figura 3: Trichophyton rubrum.Fonte: HOOG et al, 2016, p. 04.

Figura 4: Trichophyton mentagrophytes.Fonte: HOOG et al, 2016, p. 04.

As leveduras representam 7% dos casos de oni-comicoses, sendo a Candida albicans (Figura 5)e a Candida parapsilosis responsáveis pela maiorparte das infecções. As leveduras do gêneroCandida vivem como comensais nos humanos,fazendo parte da microbiota normal, porém sãooportunistas, capazes de se tornarem patogêni-cas quando encontram condições favoráveis(COPETO, 2010, p. 24).

Nas onicomicoses que têm a Candida sppcomo agente causador, a umidade ou pequenostraumas podem desencadear a patogenicidadeda levedura, pois trata se de um agente de ori-gem endógena (MAIFREDE, 2009, p. 24). Os pro-fissionais como lavadeiras, cozinheiras, jardinei-ros, são os mais propensos a ser acometidos

pelas onicomicoses causadas por C. albicans,pois são profissionais que possuem maior conta-to com água e solo (LACAZ et al, 2012, p. 90).

Figura 5: Células de Candida albicans , visuali-zada em microscopia.

Fonte: WANJEK, 2011.

Os fungos adquirem habilidades para mantersua sobrevivência, pois não afetam a matrizungueal que é fornecedora de sua fonte alimen-tar. Mesmo em uma lâmina que está totalmenteacometida pelo fungo, sua matriz continua sereproduzindo, mesmo que seja de forma parcial(JUSTINO; JUSTINO; BOMBONATO, 2011, p. 74).

2.7 Tipos de onicomicose

Conforme a apresentação clínica das onicomi-coses – localização, extensão e coloração – estaspodem ser classificadas em quatro tipos (Figura6), que são eles: subungueal distal (a), subun-gueal proximal (b), superficial branca (c) e onico-distrofia total (d) (CAMBUIM et al, 2011, p. 41).

Figura 6: Classificação das onicomicoses,segundo a localização.

Fonte: GROVER et al, 2012, p. 266).

2.7.1 Onicomicose subungueal distal

Mais comumente encontrada, responsável porcerca 90% dos casos. Tem início no hiponíquio ese estende até a região proximal. Causadora deuma descoloração amarelada da lâmina ungueal(Figura 7). A espécie causadora mais encontradaneste tipo de onicomicose é o Trichophytonrubrum (MARTINS, 2007, p. 597).

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Figura 7: Onicomicose subungueal distal.Fonte: COPETO, 2010, p. 26.

2.7.2 Onicomicose subungueal proximal

Mais rara de acontecer, tem início na regiãoproximal se estendendo até a região distal(Figura 8). É comum em pacientes portadores dasíndrome da imunodeficiencia humana adquirida(SIDA/AIDS). Traumas na lâmina podem facilitaro aparecimento deste tipo específico de onicomi-cose (ZENARDI et al, 2008, p. 122).

O T. rubum é o agente causador mais comum.Possui coloração esbranquiçada e rápida pro-gressão (MORAIS, 2013, p. 6).

Figura 8: Aspectos clínicos dos diferentes tiposde onicomicoses.

Fonte: MORAES, 2013, p. 4.

2.7.3 Onicomicose superficial branca

É um tipo menos frequente de onicomicose,representando em porcentagem de 2 a 5% dasonicomicoses. Acomete somente uma camadasuperficial da lâmina facilitando, assim, o trata-mento que pode ser realizado de forma tópica.Apresenta uma coloração esbranquiçada, evo-luindo para uma cor amarela (Figura 9).

São as unhas dos pés as mais acometidas poresse tipo de micose, devido ao maior número detraumas realizados nessa região, o que pode faci-litar o aparecimento da infecção fúngica e atépenetrar para dentro da lâmina, podendo evoluira uma onicodistrofia total (COPETO, 2010, p. 25;MAIFREDE, 2009, p. 24).

Esta onicomicose está associada ao desgasteda face dorsal da lâmina. O agente agressor pode

ser o uso prolongado de produtos químicos comoesmalte e acetona. O esmalte é prejudicial àunha quando permanece por longos períodos.

Isso porque a lâmina se desidrata e reidrataconstantemente. A presença do esmalte impedea reidratação e constantemente a lâmina torna-se porosa, o favorece à proliferação de fungos. Osegundo agente químico que comumente partici-pa como desidratação da lâmina (JUSTINO; JUS-TINO; BOMBONATO, 2011, p. 90).

Figura 9: Onicomicose superficial branca.Fonte: COPETO, 2010, p. 26.

2.7.4 Onicodistrofia total

É o estágio final das outras formas clínicasdevido ao descaso dos pacientes em relação aotratamento ou se este foi realizado de forma errô-nea.

A matriz ungueal é comprometida e toda alâmina sofrerá com as alterações, ficando que-bradiça e em situações mais avançadas apresen-tam-se restos de queratina, como pode ser obser-vado na figura 10 (MORAES, 2013, p. 6).

Figura 10: Aspectos clínicos dos diferentestipos de onicomicoses.

Fonte: MORAES, 2013, p. 4.

2.8 Diagnóstico

A onicomicose é uma patologia negligenciadapela maioria dos médicos que não conduzemseus pacientes para uma correta identificação doagente causador, acarretando, muitas vezes, emtratamentos feitos de forma inadequada. É degrande importância que o diagnóstico micológi-co seja realizado de maneira correta, indicando o

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agente causador para conduzir um tratamentoeficaz (MARTINS, 2007, p. 597). Somente asmanifestações clínicas não permitem a definiçãodo diagnóstico de acometimento fúngico. A utili-zação de métodos complementares para a iden-tificação é necessária, pois os medicamentos uti-lizados no tratamento dessa doença podem cau-sar muitos efeitos adversos (ZANARDI et al,2008, p. 123).

Os exames de laboratório são a forma comple-mentar mais utilizada para que o profissionalmédico posa chegar ao diagnóstico final. Cabeaos profissionais da saúde orientar o pacienteque antes da coleta, este deve informar o usoprévio de antifúngicos para que não haja resulta-dos do tipo falso-negativo.

Os exames mais comuns solicitados por umprofissional médico são: exame micológico dire-to, que é um método rápido e de baixo custo, ouo exame histopatológico da lâmina ungueal(LIMA et al, 2007, p. 189).

De acordo com estudos realizados nos EstadosUnidos da América (EUA), é economicamentemais vantajoso que todos os pacientes com sus-peita de onicomicose sejam avaliados correta-mente, submetidos aos exames laboratoriais ediagnosticados corretamente, devido ao tempode duração e custo do tratamento (MORAES,2013, p. 7)

2.9 Prevenção

A lâmina ungueal exige alguns cuidados bási-cos, como corte adequado e higienização comágua e sabão. É essencial para a saúde que oaparelho ungueal esteja sempre limpo. Dar gran-de atenção ao corte das lâminas, procurandomanter a borda livre, evitando os cortes do tiporedondo, oval ou pontiagudo. O comprimento daborda livre também deve ser levado em conside-ração, pois quanto mais compridas, maior é apropensão a traumas, fissuras e fraturas da lâmi-na ungueal. A técnica de onicoabrasão (lixamen-to), se feita com frequência, diminui a camada dequeratina o que torna as unhas mais fracas efinas (MENDONÇA, 2004, p. 338).

Para prevenir ou minimizar a fragilidade dasunhas recomenda-se evitar o contato com deter-gentes, imersão em água, retirada excessiva doeponíquio (cutícula) e uso excessivo de remove

dores de esmalte, as conhecidas acetonas. Ouso de cremes com óleos essenciais, na sua com-posição, que possuam força de combater asinfecções causadas por fungos e bactérias tam-

bém é altamente recomendado. (SABATOVICH,2004, p. 235).

É importante orientar o paciente a sempremanter os pés frescos e secos e usar meias esapatos limpos para prevenir o aumento da infec-ção já existente ou reinfecção. Caminhar descal-ço deve ser evitado.

Os alicates utilizados para o corte das unhasinfectadas não deve ser compartilhada (BARAN;ROBERT; DAWBER, 2000, p. 93). Indivíduosinfectados deverão ter as unhas aparadas nãomuito rentes para evitar que as lâminas ungueaissejam lesadas. (JUSTINO; JUSTINO; BOMBONA-TO, 2011, p. 35).

Cabe ao podólogo fornecer essas informaçõesao paciente quanto aos cuidados com os pés e oscalçados, concomitantemente ao tratamentomédico (PIEDADE, 2004, p. 89).

2.10 Tratamentos

Os tratamentos utilizados para as onicomico-ses são tópicos, orais ou associados (DIAS et al,2013, p. 12). Os antifúngicos mais utilizados naprática são o ciclopirox 8%, amorolfina 5%, ter-binafina, itraconazol, e fluconazol (MAIFREDE,2009, p. 26).

Fatores clínicos como as características dalesão, adesão ao tratamento, custo e eficácia dofármaco são de grande importância e devem seravaliados para que o sucesso no tratamento tera-pêutico seja obtido (LIMA et al, 2007, p. 190).

2.10.1 Tratamento tópico

O tratamento tópico impõe uma resistência,devido a sua dificuldade de penetrar na queratinada unha, pois esta é pouco permeável. Manter osníveis terapêuticos nesta região é outro fator aser considerado (MORAES, 2013, p. 9).

É uma terapia de baixa eficácia quando a oni-comicose atinge mais de dois terços da lâminaungueal ou quando há envolvimento da matrizungueal (DIAS et al, 2013, p. 15).

A grande vantagem é que reações adversasquase não acontecem, e também não há inter-ação medicamentosa. As drogas mais utilizadasno tratamento tópico são o ciclopirox 8% e amo-rolfina 5%na forma de esmalte.

O esmalte depois de aplicado forma um filmeoclusivo e o princípio ativo consegue atravessar alâmina ungueal, atingindo o leito ungueal onde

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ocorrerá a ação terapêutica (ROTTA, 2011, p.12).

O ciclopirox é um antifúngico de amplo espec-tro de ação e age contra os principais causadoresde onicomicoses. É um fungicida utilizado naforma de esmalte, que quando passado na unha,seu solvente evapora e aumenta a concentraçãodo fármaco na lâmina (MAIFREDE, 2009, p. 26).

Já a amorolfina 5% possui atividade fungicida(que mata os fungos) e fungistática (que impedea reprodução dos fungos). Possui ação contratodos os tipos de fungos causadores das onico-micoses, os dermatófitos, não dermatófitos e asleveduras. Mesmo as pequenas quantidades queconseguem atravessar a queratina e alcançar oleito ungueal são capazes de inibir o crescimentoda maioria das espécies de fungos dermatófitos(MORAES, 2013, p. 10). Entretanto, esta podeapresentar como reações adversas a dermatitede contato, coceira, descamação e ardência local(SIDRIM; ROCHA, 2004, p. 138).

2.10.2 Terapia sistêmica

Quando ocorre o envolvimento da matrizungueal, a terapia sistêmica é a mais indicada.Os medicamentos utilizados são mais eficazes,porém apresentam efeitos colaterais e risco deinteração com outros medicamentos. A terbinafi-na, itraconaol e o fluconazol são os mais utiliza-dos para o tratamento de onicomicoses nos diasde hoje (DIAS et al, 2013, p.16).

A terbinafina é um fungicida. Muito atuantecontra os fungos dermatófitos. Um fator interes-sante é de que até seis meses após a interrupçãoda droga os efeitos fungicidas estão atuantes noorganismo. É a droga de escolha devido a sua efi-cácia (80 – 90% de resposta para unhas dasmãos e 70 – 80% para as unhas dos pés) (MAI-FREDE, 2009, p. 27).

O itraconazol é uma droga fungistática, nãopermitindo o crescimento do fungo (ROTTA,2011, p. 13).

Já o fluconazol é um fungistático hidrossolúvel,o que permite maior penetração na lâminaungueal. É eficaz contra a maioria das espéciesde Candida spp.

Podendo ser utilizado no tratamento de pacien-tes imunossuprimidos. Porém, seu custo é eleva-do, quando comparado a outros fungicidas, eapresenta diversos efeitos adversos como a dia-rreia, flatulências, vômitos, dor abdominal, cocei-ra e etc.

Além de apresentar interações medicamento-sas com anticoncepcionais orais, hipoglicemian-tes orais, anticoagulantes orais entre outros(FREITAS, 2012, p. 7).

2.10.3 Terapia combinada

Diversos estudos apontam que os melhoresresultados no tratamento de onicomicoses sãoobtidos quando há associação de drogas tópicase sistêmicas, podendo até reduzir o tempo detratamento (DIAS et al, 2013, p. 16).

Atualmente existe uma diversidade de opçõesde antifúngicos muito grande, porém é necessá-rio o estudo de novos medicamentos, que sejammenos tóxicos e mais eficazes (LIMA et al., 2007,p. 191). Os medicamentos utilizados na terapiaantifúngica apresentam efeitos adversos, inter-ações medicamentosas e toxicidade.

O uso indiscriminado de antifúngicos e a nãoadesão ao tratamento, resultam no aumento daresistência de espécies fúngicas e ao fracassoterapêutico (MORAES, 2013; p. 12).

2.10.4 Eletroterapia

A eletroterapia é a utilização de equipamentosque gerem correntes elétricas específicas comfins terapêuticos. A eletricidade gerada dentro donosso corpo serve para controlar e operar os ner-vos, músculos e órgãos.

Essencialmente todas as funções e atividadesdo corpo envolvem alguma forma de eletricidade.A eletricidade gerada dentro do nosso corposerve para controlar e operar nervos, músculos eórgãos. Essencialmente todas as funções e ativi-dades do corpo envolvem de alguma forma eletri-cidade (KITCHEN, 2003, p. 8).

A eletricidade gerada dentro do nosso corposerve para controlar e operar nervos, músculos eórgãos. Essencialmente todas as funções e ativi-dades do corpo envolvem de alguma forma eletri-cidade.

Do ponto de vista da eletroterapia, o organismohumano pode ser entendido como formado pornumerosos sistemas eletrolíticos, separados pormembranas semi-permeáveis, cada célula formaum condutor eletrolítico.

Se esta célula e tecidos do organismo aplicar-mos um potencial elétrico, provocamos uma dis-sociação iônica, isto é, um fenômeno mediante oqual as moléculas se dividem em seus diferentescomponentes químicos, pelo fato de que cada

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um deles tem uma carga elétrica distinta. (GUY-TON, 2002, p. 167).

A terapia fotodinâmica é uma modalidade tera-pêutica que combina o uso de luz e o oxigênio. Ainteração destes elementos resulta em espéciesreativas capazes de induzir o sistema biológicoalvo a inviabilização das células (ROBERTSON etal, 2009, p. 3)

2.10.4.1 Laser

O laser é a única fonte de luz que se propagade forma organizada, em uma mesma direção,por meio de ondas de comprimento idêntico. Taiscaracterísticas o tornam um emissor de grandesquantidades de energia e de fácil manipulação.

O significado da palavra LASER é amplificaçãoda luz por emissão estimulada de radiação.

Na podologia pode-se trabalhar com o laser debaixa potência (Figura 11), utilizado no trata-mento de algias, inflamações, cicatrização detecidos e, se associado a substâncias fotosensi-bilizadoras, produz algumas espécies reativas deoxigênio capazes de atacar os fungos e bactérias(MAROTTI, 2008, p. 5).

Figura 11: Laser na podologiaFonte: http://www.ricardotrajano.com.br/equi-

pamento-laser-podologia.php. Acesado em: setembro de 2018.

2.10.4.2 Alta Frequência

A alta frequência foi desenvolvida por WernerVon Siemens em 1857 na Alemanha.

Já aqui no Brasil este aparelho ganhou uso nosmeados dos anos 70, e é uma modalidade recon-hecida em diversos países (BARROS, 2007, p.10).

A alta frequência é um equipamento versátil esimples de se usar, promove aumento do meta-bolismo das células, efeito antisséptico e estimu-la a circulação (GERSON, 2011, p. 13).

Para Silva (2007) relatam a função terapêuticado alta frequência se baseia em suas proprieda-des antimicrobianas, as características dessetipo de eletrodo advém da faísca do ozônio queem contato com o oxigênio são liberadas.

É uma corrente alternada de frequência eleva-da, constituído por uma bobina a vácuo, geral-mente de vidro, contendo um gás especial (néon,xénon, árgon). A descarga elétrica no ar entre oeletrodo e o cliente transforma o oxigênio emozônio, garantindo assepsia da área em que foiaplicado.

Outro efeito que o alta frequência é o calor queproduz aumento da temperatura, que apesar denão ser muito elevada é suficiente para desenca-dear estímulo na circulação periférica aumentan-do a vasodilatação e a oxigenação celular (MIE-DES, 1999, p. 12).

O gerador acoplado no alta frequência possuicorrentes alternadas, e diversos eletrodos devidro contém em seu interior vácuo e gás. Seusefeitos fisiológicos são: vasodilatador, permitemaior oxigenação das células, ação bactericida,fungicida, cicatrizante e antisséptico.

A penetração do ozônio no tecido se dá porosmose e é oxidante, o uso do equipamento écontraindicado em gestantes, pessoas com neo-plasias, pacientes com marca-passo, cardíacos,implantes de pinos cirúrgicos na área, hiperten-sos descompensados e quando associado a pro-dutos voláteis (KORELO et al, 2013, p. 23)

Figura 12: Alta frequênciaFonte: http://goldfeetpodologia.com.br/alta-

frequencia.htmlAcesso em: 30 de setembro de 2018.

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2.11 Plantas Medicinais

As plantas que são ditas como medicinais sãoconhecidas por toda a humanidade há muitotempo, são utilizadas em aplicações terapêuticasalém de servir como alimento, condimentos e atéperfumes (WOLFFENBUTTEL, 2010, p. 3).

A forma como as plantas medicinais foram con-sideradas como instrumento de cura na medici-na passou por diversos períodos ao longo da his-tória. Utilizadas inicialmente de forma empírica,fruto de um conhecimento que era passado degeração para geração, as plantas medicinais setornaram então interessantes para pesquisascientíficas, o que fez com que diferentes percep-ções fossem tomadas a respeito desse métodoterapêutico (LEITE, 2009, p. 4).

Os óleos essenciais são tipos de hormônios queajudam as plantas no crescimento, protegemcontra parasitas e auxiliam na polinização. Paraos humanos os óleos essenciais são princípiosativos, uma vez que há componentes químicoscom atividades farmacológicas que atuam sobreos sistemas orgânicos do corpo como: imunoló-gicos, linfático, cardiovascular, respiratório,digestivo e geniturinário (SILVA et al, 2007, p. 9).

Os medicamentos de uso tópico são vendidosde forma livre no mercado, além dos óleos essen-ciais e a terapia fotodinâmica, são os meios utili-zados pelos profissionais podólogos na terapiadas onicomicoses (SUPRINO, 2008, p. 4).

É importante definir que fitoterápicas são subs-tâncias produzidas a partir de uma planta intei-ra, sem manipulação química, enquanto fitofár-maco é um medicamento com princípios ativosmanipulados, retirado das plantas.

Os óleos essenciais são então fitoterápicos,pois o que conhecido como fitoterapia englobatanto os ativos hidrossolúveis, os extratos e assoluções mães, como os óleos essenciais liposso-lúveis.

A sua utilização terapêutica tem como finalida-de reestabelecer e promover a saúde da popula-ção que está amparada pela medicina tradicional(WOLFFENBUTEL, 2010, p. 9).

2.12 Óleos essenciais

Os óleos essenciais são compostos voláteisextraídos das plantas pelos mais variados pro-cessos – destilação, expressão do pericarpo,extração com solventes, entre outros. São quimi-

camente diversificados, possuindo diversasações. O efeito terapêutico dos óleos se deve àssuas estruturas moleculares bastante complexas,que possuem, em média, 300 componentes quí-micos em constante interação (PRINCE, 1989, p.7).

Os óleos essenciais são produtos naturais quesão usados como terapia alternativa com grandefunção farmacológica e terapêutica, sendo que é,mas frequente em aroma terapia. O termo óleoessencial (O.E) foi introduzido na renascença epossui o significado de “alma da planta”(MACHADO; JUNIOR, 2011, p. 6).

A característica mais marcante dos óleosessenciais é seu cheiro forte, exatamente igual aoexalado pela planta de origem (Viver bem comaromas, 2001, p. 4).

Os óleos essenciais, em geral, tem cor clara outransparentes e não são oleosos, embora algunssejam viscosos e coloridos. Todos são solúveisnos óleos graxos e em álcool, mas não na água.Cada óleo essencial encerra uma série de pro-priedades e uso medicinais (HOARE; WILSON,2010, p. 59).

Atualmente, pesquisas têm obtidos resultadosque nos proporcionado um conhecimento muitomais profundo a respeito dos óleos essenciais,assim como uma conscientização ainda maior doseu poder excepcional (PRINCE, 1989, p. 9).

A terapia para tratamento das dermatofitosesconsiste na remoção completa de estruturas epi-teliais infectadas e mortas, e aplicação de umasubstância antimicótica no local (SIDRIM;ROCHA, 2004, p. 388).

Tem como finalidade reduzir o tamanho dapopulação de fungos instalados na estrutura dalâmina, tornando mais eficiente o processo dedefesa, tanto pelo sistema imunológico quantopelo estímulo dos medicamentos adotados.Existem alguns tipos de fungos que são mais sus-ceptíveis a uma classe de óleos essenciais e queoutros fungos são mais resistentes.

Os óleos mais efetivos no tratamento de onico-micoses são: a canela, cedro, citronela, cravofolha, lavanda, lemongrass, melaleuca, tomilho epatchouli (PIEDADE, 2004, p. 93).

2.12.1 Cedro

O cedro, de nome científico: Cedrus atlantica. Éuma árvore perene, alta e com intenso aroma,cresce a uma altura de mais de 33 metros e vivemais de mil anos. O óleo essencial era usadopelos antigos egípcios no embalsamento, na

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fabricação de cosméticos e na perfumaria. NoTibete, tem sua utilização na medicina tradicio-nal e como incenso. O óleo essencial tem umaprofunda coloração âmbar e um aroma canfora-do e lenhoso (HOARE; WILSON, 2010, p. 65).

O óleo de madeira cedro foi possivelmente oprimeiro óleo essencial a ser extraído de umaplanta, tendo sido usado pelos egípcios no pro-cesso de mumificação. Eles também o valoriza-vam como ingrediente no preparo de cosméticos,e impregnavam com ele as folhas de papiro paraprotegê-lo de insetos.

Usavam a madeira para fazer adereços, mobí-lias e embarcações, e não usavam nada mesmopara os seus esquifes. Valorizavam tanto o cedroque a área do Líbano foi incorporada ao impérioEgípcio a fim de assegurar um fornecimentoregular. Há dois óleos comerciais conhecidospelo nome de cedro.

O óleo do Cedrus Atlantica, que é um cedro ver-dadeiro, é conhecido como óleo de cedro deAtlas e vem do Marrocos. O outro óleo vem daJuniperus Virgínia, uma árvore conífera que cres-ce na América do Norte. É conhecida como cedrovermelho e tem relação com o amarelo (Thujaoccidentalis), de cujas folhas o óleo de tuía éobtido (TISSERAND, 1993, p. 259).

Em sua composição pode-se encontrar a atlan-tona, cariofileno, cedrol, cadineno, cedreno, ace-til-dipenteno, ácido-limoneno-carboxílico, ácidoli-noleico, ácidopalmitoleico, alo-himachalol, α e β-himachaleno, atlantona, cedrusina, cedrusina-4-glucosídeo, cedrusinina, centdarol, deodardiona,deodarina, deodarona,dewarina, dewarol, hima-chalol, isocentdarol, longiborneol, 8 C-metilquer-cetina, meso-secisolarici-resinol, p-metil-acetofe-nona, p-metil-λ-3tetrahidroacetofenona, pinitol,quercetiria (CORAZZA, 2002, p. 173)

A essência retirada da madeira, Yang, contacom propriedades antissépticas, fungicida, ads-tringente, expectorante, diurética e até calmante.Aplicado em afecções cutâneas, bronquite, tosse,cistite, nefrite, como sedativo, ansiedade, agita-ção e irritação. Não utilizar na gravidez (Viverbem com aromas, 2001).

2.12.2 Canela

A canela, de nome científico, Cinnamomumzeylanicum, é considerada pelas populaçõesmais antigas como uma das mais importantesfragrâncias aromáticas, comercializada há maisde quatro mil anos, na Ásia e África. Em 2700, oimperador chinês Cheng-nung fez o registro da

canela sob o nome de “KWEI”. Há várias mençõ-es a ela na bíblia. Existem lendas dizendo que arainha de Sabá a entregou ao rei Salomão comoum dos aromas destinados a ungir a arca daaliança, que contém os códigos sagrados(CORAZZA, 2002, p. 169).

Em sua composição podemos encontrar oeugenol, ácido cinâmico, aldeído benzênico,aldeído cinâmico, benzoato de benzila, furfurol,safrol, cimeno, dipenteno, felandrenos, pineno. Acanela é cultivada no Sri-lanka. Existem conheci-das até hoje, 23 variedades da canela (SILVA et al2007, p. 217).

Possui em suas propriedades as funções esti-mulantes da função respiratória e cardíaca, éantisséptico, antidepressivo, purificante, diuréti-co, tônico, afrodisíaco, fungicida e faz controledas contrações musculares (TISSERAND, 1993,p. 255).

Figura 14: Caneleira ou a milenar árvore dacanela.

Fonte: https://www.coisasdaterra.com/consel-hos-de-jardinagem/arvores-e-arbustos/canela-oucinnamomum-zeylanicum-breyn/

Acesso em: 20 de setembro de 2018.

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Figura 13: Cedro do LíbanoFonte:ahttps://www.infoescola.com/plantas/ce

dro-do-libano/Acesso em: 20 de setembro de 2018.

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2.12.3 Citronela

A citronela, nome científico Cymbopogon nar-dus, tem mais de 30 espécies catalogadas, énativa do sudeste de Ásia. É uma planta herbá-cea tropical, de ciclo perene, que chega a atingiraté 150 centímetros. Não suporta o frio, e asgeadas causam a sua morte.

No seu período de crescimento, é exigente emchuvas, mas próximo á colheita o excesso de pre-cipitação afeta o teor e a qualidade do óleo. Écultura exigente de luz e em calor (SILVA et al,2007 p. 200). Tem folhas verdes, simples e lon-gas. As flores são agrupadas em forma de espi-gueta. As suas sementes são ricas em endosper-ma e o óleo destilado das suas folhas remete aolimão, e há séculos é usado como medicamentoe fragrância, sendo muito conhecido pela sua efi-ciência contra os insetos (repelente). Em razãode seu forte aroma de limão-doce, é usado comu-mente na indústria de perfumes e sabonetes(CORAZZA, 2002, p. 175.

Em sua composição podemos encontrar oácido hidrociânico, borneol, bourboneno, canfe-no, cânfora, cariofileno, citral, citrolena, citrone-lol, elemol, etanol, eugenol, farsenol, α-felandre-no, furfurol, geraniol, l-limoneno, linalol, mentol,metileugenol, mirceno, nerol, α e β-pipeno, sabi-neno, α-terpineol, terpinoleno (HOARE; WILSON,2010, p. 175).

Tem sua indicação para tônicos, desodorante,desodorizador, atua na oleosidade, na obesidade,fortalece os cabelos, estimulante geral, fadiga,cansaço, exaustão nervosa, antidepressivo, utili-zado como antisséptico nas doenças infecciosase também tem efeitos sobre a circulação, osmúsculos e as juntas (TISSERAND, 1993, p.262).

Figura 15: Citronela.Fonte: https://www.florafiora.com.br/p/oleo-

essencial-de-citronela/Acesso em 20 de setembro de 2018.

2.12.4 Cravo Folha

O cravo, nome científico Syzygium aromati-cum, é uma árvore sempre verde, em formato de

coluna, e com altura podendo atingir até 9metros. Precisa de lugares claros para se desen-volver. Os seus brotos de forma possuem umaforma malmequer, com cor marrom avermelhadae folhas pequenas em tons de cinza. Tem sua ori-gem nas Ilhas Molucas e da Indonésia, porémcultivado também em Madagascar, Zanzibar eJava (SELLAR, 2002, p. 202).

Na sua composição encontramos o furfurol,salicilato de metila, eugenol, acetato de eugenila,cariofileno, isocariofileno, pineno, aceido oleâni-co, havicol, kaempferol e quercetina (CORAZZA,2002, p. 177).

O cravo folha, durante muito tempo teve seunome científico de Eugenia caryopphyllata, masatualmente é Syzygium aromaticum. O óleo decravo, com baixo conteúdo de fenóis, é usadoprincipalmente em aplicações farmacêuticas,enquanto os que têm alto conteúdo de eugenol eisoeugenol são usados na síntese da fragrânciavanilina, mas 65% da produção mundial é moídae misturada ao tabaco para ser fumada. Graçasá ação antisséptica do eugenol, é usado com oóxido de zinco nas obturações temporárias e pre-parações como enxágue bucal (SILVA et al, 2007,p. 230).

Nas suas propriedades temos o cravo folhacomo um forte antisséptico, atuando em verru-gas e micoses, além de ser analgésico para doresde dente, estafa mental, memória fraca, estimu-lante e restabelecedor geral (TISSERAND, 1993,p. 263).

Figura 16: Cravo folhaFonte:ahttps://engenhariadasessencias.com.br

/loja/ativos-cosmeticos/30-oleo-essencial-de-cravo-folha.html.

Acesso em: 20 de setembro de 2018.

2.12.5 Lavanda

A lavanda, que tem nome científico, Lavandulaangustifolia, é um arbusto perene, fechado, comfolhas pontiagudas, e flores roxo-azulados, jáusada há muito tempo como erva medicinal e

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óleo essencial. Os melhores óleos essenciais sãoproduzidos na França. Foi um óleo muito utiliza-do pelos romanos no momento do banho, tal cos-tume acabou-se espalhando por toda a Europa.Ao contrário do que é popularmente estabeleci-do, a lavanda não é a parte roxa da flor.

Na realidade, essas flores são de lavandinha,que resulta de um cruzamento entre lavanda ver-dadeira e a lavandula spica; além de essa últimapossuir aroma mais próximo da cânfora, ela ébem maior e produz uma quantidade tambémmaior de óleo essencial (PRICE, 1989, p. 241).

Muito utilizada por suas propriedades relaxan-tes, e muito útil em um número significativo deproblemas de saúde, como: problemas de pele,acne, furúnculos, herpes labial, dermatite, acze-ma, pediculose, erupções cutâneas, tinha e quei-maduras de sol. Em seu modo de ação, ela ageestimulando o processo de cura, acelerando ocrescimento celular e a formação de pele nova esaudável (HOARE; WILSON 2010, p. 85).

Em sua composição podemos encontrar mono-terpenos, acetato de linalila, linalol, α-pineno,canfeno, felandreno, terpinoleno, α-tujenem, cân-fora, β-ocimento, cedreno, eucaliptol, geraniol,borneol, acetato de borneíla, terpinen-4-ol, a-ter-pineol, carvona, nerol, lavandulol, acetato delavandila, acetato perílico, álcool perílico, cariofi-leno, cadineno, cadinol, bisaboleno, ácidos: acé-tico, propiônico, capróico, isobutírico, valérico,tíglico, benzóico, p-coumárico. Cetonas: metila-mil, etilamil.

Aldeídos: n-heptanal (CORAZZA, 2002, p. 197).

Figura 17: LavandaFonte:ahttps://engenhariadasessencias.com.br

/loja/ativos-cosmeticos/39-oleo-essencial-dela-vanda-francesa.html.

Acesso em: 25 de setembro de 2018.

2.12.6 Melaleuca

É uma árvore nativa da Austrália também con-hecida como tea tree ou árvore de chá, cujonome cientifico é Melaleuca alternifolia, muitoutilizada por sua característica antisséptica. Éuma espécie de árvore ou arbusto alto da famíliaMyrtaceae. Muito valorizada culturalmente devi-do ao potencial medicinal do óleo retirado desuas folhas, de cor amarela clara e forte aroma,muito utilizado em produtos farmacêuticos ecosméticos.

O óleo de tea tree é uma das ferramentas maispoderosas da aromaterapia na luta contra bacté-rias, fungos e vírus. Como existem muitas varie-dades de melaleuca, é importante ter certeza deque a que se irá usar em aromaterapia é de fatoda espécie alternifólia. Uma das razões é a quan-tidade de cineol presente não seja muito grandea ponto de causar irritação da pele. (MAXWELL;MAXWELL 2000, p. 29).

Ele também é um tipo de óleo essencial exclu-sivo, já que foi constatado que é ativo entre astrês categorias de organismos infecciosos, como:bactérias, vírus e fungos (HOARE; WILSON,2010, p. 88).

A extração do óleo essencial de melaleuca éfeita por destilação e hidrodestilação das folhas,onde se encontram os terpenos, sesquiterpenose cineol que possuem propriedades bactericidase fungicidas (BACCOLI; REIS; SCIANI, 2015, p.7).

Na composição do óleo de melaleuca temos,conforme os padrãos australianos, um máximode 15% de 1,8-cineol e um mínimo de 30% de(+)-terpinen- 4, o principal ingrediente germicida(SCHUTZ; HANSEL; TYLER, 1990, p. 318).

Para o tratamento com o óleo de melaleuca,aplicar o líquido diretamente sobre o local dainfecção fúngica. No caso de infecção nas unhas,corte-as, lave o pé com sabão (sabão de óleo demelaleuca é uma boa opção) e aplique-o sobre asunhas o mais profundamente possível. Repitadiariamente o tempo recomendando por um pro-fissional da saúde (BALCH; STENGLER, 2005, p.347).

Alguns estudos obtiveram sucesso quandocolocaram à exposição do óleo em organismoscomo Escherichia coli (bactéria) Staphylococcusaureus (bactéria) e Candida albicans (fungo).

Como esses organismos são permeáveis aoóleo, ele inibe a respiração de células e a altera-ção na estrutura e na integridade de suas mem-

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branas e também proporciona vazamento dematerial intracelular. Isso leva à morte de bacté-rias e eliminação de doenças. Além disso, a com-posição química do óleo essencial de melaleucaé bastante complexa, a ponto de a bactéria nãoconseguir modificar seu sistema enzimático parase adaptar aos efeitos do óleo (CORAZZA, 2002,p. 243).

Utilizada como potente antifúngico, tem poten-cialidade refrescante. Eficaz contra pediculose,furúnculos, exantemas, queimaduras de sol, esti-mula cicatrização, protege contra infecções, anti-parasitário. Pode ser utilizado em compressas,imersões e em escalda pés (TISSERAND, 1993,p. 200).

Figura 18: MelaleucaFonte: https://blackambar.wordpress.com/2014/01/

14/dica-para-unhas-oleo-de-melaleuca/Acesso em: 25 de setembro de 2018.

2.12.7 Patchouli

Uma planta com folhas peludas e abundantes,medem em média dez centímetros de compri-mento por treze centímetros de largura, já naaltura, podem atingir até nove metros. Suas flo-res brancas contêm diferentes tons purpúreos. Éum arbusto que exaure o solo e precisa de terrafértil para conseguir se desenvolver. O óleo essen-cial é obtido a partir de suas folhas tenras quesão desidratadas e fermentadas antes da destila-ção. Produzido principalmente na índia, Malásia,e no Paraguai (SELLAR, 2002, p. 187).

Seu nome científico é Pogostemon patchouli. Onome patchouli tem origem do tâmul paccialaique quer dizer folha verde. Planta nativa do sud-este da Ásia e Índia, cultivado também em cli-mas subtropicais, como no Paraguai.

Dentro de suas propriedades ele é conhecidocomo antidepressivo, antisséptico, afrodisíaco,adstringente, cicatrizante, citofilático, diurético,

antitérmico, fungicida, inseticida, sedativo e toni-ficante, além de atuar em problemas de pele ole-osa, em cicatrizes e ulcerações.

Além de ser citado como estimulante do cresci-mento e da regeneração das células da pele, demodo que pode ajudar a reparar o tecido cicatri-cial e curar as feridas (HOARE;WILSON, 2010, p.97).

Na sua composição estão descritos o patchulol,eugenol, ésteres, β cariofileno, benzóico, cinâmi-co, banzaldeído, calameneno, cariofileno, cina-maldeídos, patchulipiridina e pogostol (CORAZ-ZA, 2002, p. 222).

Figura 19: O patchouliFonte: https://hadalavanda.pt/produto/oleo-

essencial-patchouli/Acesso em: 25 de setembro de 2018.

2.12.8 Tomilho

O tomilho tem como nome científico: Thymusvulgaris. É uma planta com crescimento muitoacelerado. Embora possua grande variedade deespécies, a grande maioria é familiar para pesso-as que detém o conhecimento sobre plantasmedicinais. Para que o óleo essencial seja produ-zido somente um tipo de espécie é utilizado, quepossui pequenas folhas em tom verde-profundo,que forma um gracioso arbusto inteiramenteramado. Seu desenvolvimento é mais abundanteno sul da França (PRICE, 1989, p. 270).

O tomilho é um arbusto que permanece pormuito tempo e chega a atingir até 45 centímetrosde altura, tem folhas que variam entre os tons deverde e cinza, muito aromáticas, e flores que sãona cor roxo ou branco.

Existem dois tipos de oléo essencial, o detomilho vermelho que tem coloração marrom oularanja e fragrância herbácea, e o óleo de tomilhobranco, que é um líquido na coloração amareloclaro com um aroma muito adocicado natural erefrescante, porém, suave (SILVA et al, 2007, p.220).

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Atua principalmente na prevenção de infecçãopor fungos e vírus, é cicatrizante, desintoxicante,litolítico (atua na absorção de pedras renais), cal-mante, ajuda em palpitações cardíacas e na insô-nia, antidepressivo, animador, antisséptico e cito-filático, é indicado nas artrites, gripes, resfria-dos, asma, bronquite, catarro, laringite, dor degarganta, dores musculares, má circulação, cor-tes, abscessos, dermatites, acne, eczema, peleoleosa, queimaduras, lesões, picadas de insetos,parasitas e escabiose (TISSERAND, 1993, p.215).

Na sua composição temos: a-tujeno, a-pipeno,canfeno, bpipeno,p-cimeno, a- terpineno, linalol,b-cariofeleno, timol, carvacrol. (CORAZZA, 2002,p. 245).

Figura 20: TomihoFonte: https://belezaesaude.com/tomilho/

Acesso em: 25 de setembro de 2018.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A onicomise é uma doença de grande prevalên-cia em todo o mundo, que causa grandes proble-mas na esfera social, psicológica, física e econô-mica para todos os indivíduos afetados por ela.Os tratamentos atuais disponíveis são de longaduração e altos custos, alguns com efeitos adver-sos inconvenientes e muitas vezes o tratamentonão cura totalmente a patologia.

Na grande maioria dos casos, os pacientes sub-metidos aos tratamentos disponíveis não o reali-zam de forma correta ou acabam por abandonara terapia instituída.

Diante disto, conclui-se que alguns tratamen-tos, como as terapias com laser tem se mostradomais vantajosas em relação a outros tratamentosantifúngicos empregados na prática da podolo-gia, devido à sua rapidez, poucos efeitos colate-rais, custo relativamente acessível e pela nãopossibilidade dos micro-organismos formaremresistência ao tratamento.

Cabe ao podólogo concomitantemente com osoutros profissionais da saúde identificar as oni-comicoses e escolher a melhor terapia para seestabelecer a cura das onicomicoses.

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