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EM FOCO JES na América Relança cooperação económica >>P. 05 FECHO Fórum banca Jornal Expansão promove IV edição >> P. 11 ENTREVISTA Gestão Há défice na prestação de contas >> P. 06 AVAL A INVESTIMENTOS Dezasseis contratos de in- vestimento, avaliados em 103 milhões 836 mil dólares foram assinados, quarta- -feira, pela Agência Nacio- nal para o Investimento Privado (ANIP). Os contratos referem-se aos sectores da indústria, comércio, construção civil e prestação de serviços. Os acordos foram rubricados pela presidente da ANIP, Maria Luísa Abrantes que referiu na ocasião que os empresários irão investir em várias outras áreas de actividade. AQUISIÇÕES BANCÁRIAS O Banco Atlântico e o Banco Internacional de Crédito, de Angola, apresentaram pro- postas vinculativas, visan- do a compra da sucursal em Portugal do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA). De acordo com o jornal es- panhol El Confidencial, es- tão também na corrida pela compra da sucursal os ban- cos Santander Totta e Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo. Esta última é a que mais interessa ao presiden- te do BBVA, Francisco Gon- zález. MAXI ABRE EM BENGUELA A cadeia de supermercados “Maxi” abriu nesta quinta- -feira, 19, na cidade de Benguela a sua nova loja, num investimento de cerca de 20 milhões de dólares, anunciou a empresa. A nota de imprensa que o NJ teve acesso refere que esta é o décimo quinto es- tabelecimento comercial da Maxi, que permitiu criar 120 novos postos de trabalho directos. A “Maxi” Benguela encon- tra-se inserida no complexo Maxipark, que integra mais 400 metros quadrados para outras lojas. NÚMERO DA SEMANA 2 MIL MILHÕES DE DÓLARES É quanto o Brasil vai disponibilizar a Angola no âmbito de uma linha de crédito Este suplemento faz parte integrante do semanário Novo Jornal e não pode ser vendido separadamente www.novojornal.co.ao Agora também na internet >> P. 04 MODELOS SOB CONDIÇÃO DE AUTORIZAÇÃO Não há importação de carros velhos

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Descrição economica Angolana.

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eM FOCOJeS na AméricaRelança cooperação económica>>P. 05

FeCHOFórum bancaJornal Expansão promove IV edição>> P. 11

entreviStAGestão Há défice na prestação de contas>> P. 06

AVAL A INVESTIMENTOSDezasseis contratos de in-vestimento, avaliados em 103 milhões 836 mil dólares foram assinados, quarta--feira, pela Agência Nacio-nal para o Investimento Privado (ANIP). Os contratos referem-se aos sectores da indústria, comércio, construção civil e prestação de serviços. Os acordos foram rubricados pela presidente da ANIP, Maria Luísa Abrantes que referiu na ocasião que os empresários irão investir em várias outras áreas de actividade.

AQUISIÇÕES BANCÁRIAS O Banco Atlântico e o Banco Internacional de Crédito, de Angola, apresentaram pro-postas vinculativas, visan-do a compra da sucursal em Portugal do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA).De acordo com o jornal es-panhol El Confidencial, es-tão também na corrida pela compra da sucursal os ban-cos Santander Totta e Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo. Esta última é a que mais interessa ao presiden-te do BBVA, Francisco Gon-zález.

MAXI ABRE EM BENGUELAA cadeia de supermercados “Maxi” abriu nesta quinta--feira, 19, na cidade de Benguela a sua nova loja, num investimento de cerca de 20 milhões de dólares, anunciou a empresa.A nota de imprensa que o NJ teve acesso refere que esta é o décimo quinto es-tabelecimento comercial da Maxi, que permitiu criar 120 novos postos de trabalho directos.A “Maxi” Benguela encon-tra-se inserida no complexo Maxipark, que integra mais 400 metros quadrados para outras lojas.

NÚMERO DA SEMANA

2MIL MILhÕES DE DóLARES

É quanto o Brasil vai disponibilizar a Angola no âmbito de uma linha de crédito

Este suplemento faz parte integrante do semanário Novo Jornal e não pode ser vendido separadamente

www.novojornal.co.aoAgora também na internet

>> P. 04

MODELOS SOB CONDIÇãO DE AUTORIzAÇãO

não há importação

de carros velhos

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O RelatóRiO África Progress Pa-nel referente ao ano de 2014 que nas últimas edições temos vindo a destacar, na sua parte final reco-menda acções tendentes a supera-ção dos desafios em África, embora reconheça que não se afigura fácil transpor essa meta.

Nesse sentido sublinha que, os líderes políticos, empresários, agricultores e a sociedade civil de África enfrentam uma oportunida-de sem paralelo de transformarem os seus países.

“Se essa oportunidade for apro-veitada, esta poderia ser a geração reconhecida pela história por ter erradicado a pobreza”, escreve o documento.

O relatório, sugere uma agenda para a mudança alargada, onde se inscrevem cinco princípios funda-mentais, como medidas práticas necessárias.

PaRtilhaR a RiquezaO crescimento inclusivo e o alar-

gamento das oportunidades são es-senciais para erradicar a pobreza.Os governos africanos devem estabe-lecer metas de equidade associadas aos objectivos de desenvolvimento pós-2015. Estas metas centrar-se--iam na diminuição das lacunas que se verificam nas oportunidades. Po-deriam incluir, por exemplo, reduzir para metade ao longo de cinco anos

as disparidades na escolarização, sobrevivência infantil e acesso a serviços básicos ligados às desi-gualdades existentes entre as zonas rurais e urbanas, lacunas de rique-za e divisões de género. Reforçar o compromisso para com o crescimen-to inclusivo exige a expansão da protecção social, incluindo transfe-rências monetárias para os pobres. Os governos deveriam desviar uma parte dos 3% do PIB regional que dedicam actualmente a subsídios de energia para programas de protec-ção social bem concebidos.

investiR na RevOluçãO veRdeOs governos africanos, o sector

privado e a comunidade global de-vem trabalhar em conjunto para in-vestir na revolução verde exclusiva-mente africana. É possível duplicar

a produtividade agrícola de África no espaço de cinco anos. Tal como sublinhado pela União Africana, os países africanos podem acabar com a fome e a subnutrição e tornarem-se intervenientes de peso nos merca-dos alimentares globais. É também vital libertar o potencial da agri-cultura e aquacultura sustentáveis para fornecer alimentos, empregos e receitas de exportação. Alguns dos requisitos para alcançar conquistas na agricultura são financeiros. Este é o momento para os governos cum-prirem a sua promessa de despender pelo menos 10% dos recursos orça-mentais na agricultura. Contudo, os governos têm também de criar as condições de mercado adequadas. Uma prioridade imediata consiste na promoção da substituição das importações, no sentido de reduzir a conta das importações de produtos alimentares de África, no valor de 35 mil milhões de dólares. Para tal, será necessário lançar medidas para reduzir barreiras pautais e não pau-tais ao comércio regional, eliminar os cartéis dos transportes e desenvolver infra-estruturas de comercialização.

fim aOs lucROs da PilhagemOs recursos de África deveriam

ser geridos de forma sustentável para benefício dos povos africanos. Medidas nacionais e regionais por si só não serão suficientes.

A comunidade internacional deve desenvolver sistemas multi-laterais que evitem a pilhagem dos recursos de África.

Pescas: A comunidade global deve agir colectivamente a fim de desencadear uma revolução azul para a gestão dos oceanos. Para travar a pilhagem dos recursos pis-catórios africanos, todos os gover-nos devem ratificar e implementar o Acordo sobre Medidas do Estado do Porto de 2009 a fim de combater a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN) e criar um re-gisto global dos navios de pesca.

Os governos africanos deveriam aumentar as multas sobre os navios INN, apoiar a pesca artesanal, au-mentar a transparência e garantir a divulgação plena das condições me-diante as quais as licenças de pesca comercial são emitidas.

Florestas: Todos os contratos de concessão de exploração florestal deveriam estar sujeitos à divulga-ção plena, em conjunto com as es-truturas de propriedade efectivadas empresas envolvidas. As concessões devem ser fornecidas com o con-sentimento informado das comuni-dades envolvidas, com base numa representação clara e precisa dos potenciais custos e benefícios.

acabaR cOm O défice duPlOOs governos africanos devem aca-

02 20 Junho 2014

Análise

África requer acções rumo ao desenvolvimento

Os recursos de África deveriam ser geridos de forma sustentávelpara benefíciodos povos africanos

bar com o défice duplo em infra-es-truturas e financiamento inclusivo.

A ausência de infra-estruturas constitui um obstáculo ao cresci-mento e à oportunidade.

O mesmo vale para o financia-mento. A cooperação regional no domínio da energia e dos transpor-tes é fundamental para alcançar economias de escala em projectos de infra-estrutura. Os governos africanos podem também apoiar o desenvolvimento de serviços ban-cários através de dispositivos mó-veis e do comércio electrónico para

superar a exclusão financeira, re-tirando ensinamentos de experiên-cias de sucesso como do M-PESA no Quénia. As instituições de desenvol-vimento do financiamento devem trabalhar com o setor privado para promover percepções do risco mais equilibradas.

equidade e tRansPaRênciaUm reforço da mobilização de re-

cursos nacionais constitui a solução para o financiamento de base ao crescimento inclusivo, com os go-vernos africanos a investirem num processo de cobrança de impostos eficiente e equitativo.

Os governos deveriam publicar de forma transparente todas as isenções fiscais que são atribuídas a entidades empresariais, tanto na-cionais como estrangeiras. O custo estimado da isenção fiscal deve ser divulgado publicamente, em con-junto com os motivos da isenção e os principais beneficiários.

cOmbate à evasãO fiscalAs multinacionais presentes em

África devem divulgar plenamen-te as suas operações financeiras e pagamentos ao fisco. Com base nas iniciativas actuais, os governos de-vem acelerar o intercâmbio automá-tico de informações fiscais e criar a capacidade de África beneficiar desta informação. Todos os gover-nos, incluindo os que regem juris-dições com sigilo financeiro, devem estabelecer registos públicos da propriedade efectiva das empresas e fundos fiduciários. As multinacio-nais podem abrir o caminho através da publicação de uma lista completa das suas associadas e informações sobre receitas, lucros e impostos pa-gos a nível global, no conjunto das diferentes jurisdições.

A comunidade internacional deve também cumprir a sua pro-messa no âmbito da ajuda e ir ain-da mais longe através da redução do custo das remessas. O G8 deve-ria trabalhar em conjunto com os governos africanos para reduzir o custo das transferências de remes-sas para um máximo de 5%. Tal sig-nifica reduzir práticas empresariais restritivas da parte dos operadores de transferências de fundos, refor-çar a concorrência e criar incenti-vos ao desenvolvimento de paga-mentos de remessas de baixo custo através de dispositivos móveis.

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A revisão do regulAmento sobre a actividade e importação, comércio e assistência técnica a equipamentos rodoviários pelo decreto presidencial nº62/14 de 12 de Março, mantém a proibição de importação de veículos ligeiros com mais de 3 anos e de pe-sados com mais de cinco.

No entanto, não prevê a impor-tação de alguns modelos de deter-minadas marcas, que não estando proibidos de importar, precisam de uma aprovação prévia do Ministério dos Transportes por via da sua co-missão técnica.

Carros como o Hyundai Grand I10, Kia Soul 2015 e o chinês Jin Ben, este último que está a ser usado como táxi pela semelhança que tem com o Toyota Hiace, não constam da lista agora actualizada de viatu-ras que podem ser importadas por empresas ou particulares.

Ainda assim estas viaturas já cir-culam nas nossas estradas e todas vindas de fora e segundo o despa-chante Miguel João, isso só está a ser possível porque os importadores terão conseguido junto de alguns representantes e oficinas garantia de assistência.

“Estes carros apesar de não cons-tarem da lista divulgada pela circular do Serviço Nacional das Alfândegas número 178 de 29 de Maio, estão a entrar no país com a autorização da Direcção Nacional dos Transportes”, disse a nossa fonte que explica a for-ma como se consegue a autorização para se desalfandegar estas viaturas.

Negócios04 20 Junho 2014

modelos condicionados a autorizaçãoImportação de vIaturas

Carros comoo Hyundai grand i10, Kia soul 2015 e o chinês Jin Ben, este últimoque está a serusado como táxi pela semelhança que tem como toyota Hiace,não constam da lista agora actualizada

as concessIonárIas dizem que as coisas não vão bem assim embora reconheçam que de-terminadas avarias levam mais tempo a ser resolvidas devido ao processo de importação das pe-ças de substituição.Embora sob anonimato, o res-ponsável pelas oficinas da princi-pal vendedora de viaturas no país disse que muitos automobilistas só voltam depois de levarem os caros a outros mecânicos e não superarem a avaria.“As pessoas compram os carros e desaparecem. Vão fazendo as ma-

nutenções fora e quando têm pro-blemas é que voltam. Muitos carros chegam aqui e não têm histórico na nossa base de dados, logo não podemos dar a garantia que eles exigem”, disse a nossa fonte.

Quanto as peças, “é verdade que em certos casos demora, mas isso tem a ver com o processo de im-portação que às vezes esbarra na burocracia”, concluiu a nossa fon-te. F. d.

concessionárias defendem-se

“O importador consegue junto de oficinas oficializadas ou repre-sentantes a documentação que atesta existirem condições para a assistência técnica das viaturas. Com esta documentação é solicita-da a Direcção Nacional dos Trans-portes a autorização que depois é apresentada à alfândega para que o carro possa sair do porto e ser re-gistado junto da Direcção Nacional de Viação”, avança.

É aí onde se começam as makas segundo alguns importadores, por-que muitas destas garantias são dadas a troco de alguns milhares de

kwanzas. Ou seja, algumas oficinas fazem disto um negócio.

“As oficinas encontraram nesta circular mais uma forma de ganhar dinheiro independentemente de te-rem condições ou não de assistirem estas viaturas que são recentes em termos de produção”, disse João Pe-dro um importador singular de via-turas que aponta o dedo à Direcção Nacional dos Transportes Rodoviá-rios por não ser capaz de acompa-nhar o mercado automóvel mundial.

“Não se entende como é que mar-cas ou modelos que já foram lança-das há mais de três meses ainda não

constam da lista agora divulgada! Os angolanos compram os últimos lançamentos das marcas e não é de agora. Por isso não se entende que por exemplo o Hyundai Grand I10 ainda precise de garantia de assis-tência para entrar no país”, diz o nosso interlocutor.

AssistênCiA defiCitáriA O regulamento sobre a actividade

e importação, comércio e assistên-cia técnica a equipamentos rodoviá-rios prevê também que os importa-dores ou representantes das marcas garantem a assistência técnica as

viaturas por si importadas e comer-cializadas no país, um negócio de milhões de dólares que muitos au-tomobilistas queixam-se.

“As representantes quase que não dão importância a assistência técnica. Nunca têm nada com a ex-cepção em alguns casos da aquela manutenção básica de troca de fil-tros e óleos”, disse o automobilista Marcelino Kiala que teve muitas di-ficuldades para resolver o problema da sua viatura.

“Comprei o carro aqui numa re-presentante. Meses depois tive um acidente e por incrível que parece tive que ser eu a mandar vir de fora as peças porque o carro ficou na ofi-cina deles três meses e nada”, disse agastado o nosso interlocutor que aponta o dedo a falta de fiscalização de quem de direito.

“Se houvesse uma fiscalização séria pela Direcção Nacional dos Transportes isso não acontecia. Por-que não se entende como é possível venderem com promessas de assis-tência e depois é o calvário que é?” Questiona.

Situação idêntica a de Marceli-no Kiala viveu Maria Paula que de tantas idas e vindas a representante acabou por levar o caso ao tribunal.

“ Comprei o carro no ano passado e meses depois começou a apresen-tar problemas mecânicos, entrou na oficina deles, saiu e voltou a dar problemas. Voltou a entrar na oficina de onde não saiu até agora. Quando lá vou dizem que estão a espera da peça já lá vão seis meses. Cansei-me e apresentei uma queixa ao tribunal contra eles”, conta Ma-ria Paula.

FaustIno dIogo

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numA áreA de mil e cinquenta hec-tares, entre Calele e Denda, vai ser er-guido, em 2015, o Pólo de Desenvol-vimento Industrial de Porto-Amboim.

Por se tratar de uma área tipi-camente agropecuária, rumores apontam para a existência de um desentendimento entre as autori-dades tradicionais das duas locali-dades e os criadores de gado. Estes últimos preferem a instalação do pólo noutro local.

Depois do acerto com as autorida-des tradicionais de Calele e Denda, o governo passa a tutelar a referida área que, no entender dos sobas Adriano José e Germano Alberto, vão oferecer oportunidades de em-prego a um sem número de jovens desempregados, a nível local.

“Gostei deste projecto. Isto é para dar possibilidades aos jovens que es-

tão aqui só a vadiar, não estão a tra-balhar e precisam de emprego. Nós também não estamos nada satisfei-tos com aquelas pessoas que querem impedir o desenvolvimento da nossa área”, afirmou Adriano José.

Instado a pronunciar-se sobre a existência de pessoas que querem inviabilizar o projecto, o soba res-pondeu com determinação: “Há pessoas que querem que a indústria não vá para lá e temos grandes pro-blemas com os criadores de gado, mas nós estamos de acordo porque queremos avançar com o projecto”.

A ministra da Indústria, Bernar-da Gonçalves, avaliou as caracte-rísticas do pólo industrial como perfeitas, argumentando que ele reúne condições aceitáveis para a implementação do projecto.

“Tal como os senhores tiveram a

oportunidade de ouvir do senhor governador, as políticas que estão sendo desenvolvidas pelo gover-no provincial estão perfeitamente alinhadas às políticas do governo central, nomeadamente, aquilo que está estabelecido no Plano Nacional de Desenvolvimento do país (PND). As características do pólo em si que nós encontramos aqui identificadas pelo governo provincial são perfei-tas. Tem todas as condições para que possamos desenvolver o pólo para que venha a albergar as indús-trias que estejam interessadas em implantar-se aqui, na província do Kwanza-Sul”, evidenciou.

O pólo de desenvolvimento cin-gir-se-á à instalação de pequenas indústrias transformadoras, numa área que dista 75 quilómetros, a norte, de Porto-Amboim e 200, a

sul, de Luanda. Quinze quilómetros separam-no da localidade do rio Longa, que será a principal fonte de abastecimento do precioso líquido.

O pólo vai servir de alavanca e su-porte ao futuro porto comercial de Porto-Amboim, no que toca ao desen-

volvimento económico da província.É opinião unânime que o Kwan-

za-Sul necessita de um parque in-dustrial à altura para responder às exigências do momento.

Fernando mateus,em porto-amboim

nA vertente económica a visita esta semana do Presidente da Re-pública, José Eduardo dos Santos ao Brasil ficou marcada pela con-cessão de um crédito daquele país sul-americano a Angola no valor de dois mil milhões de dólares, que se destinará a execução de infra--estruturas públicas nos domínios da construção e energia.

O acordo que estabelece esta li-nha de crédito foi assinado em Bra-sília, naquela que será a sexta linha de crédito do Brasil para Angola, elevando-se assim para o total 7,83 mil milhões de dólares.

Ainda no âmbito económico, An-gola e o Brasil assinaram, segunda--feira, em Brasília, um protocolo so-bre facilitação de vistos de entrada para empresários dos dois países.

Este documento estabelece me-canismos de facilitação de vistos de dois anos com múltiplas entradas.

Na ocasião o estadista angolano disse que as facilidades na atribui-ção de vistos de entrada vão con-tribuir para a melhor circulação de homens de negócios, de técnicos e gestores dos dois países, permitin-do assim o reforço do investimento

e do conhecimento.Várias empresas brasileiras estão

envolvidas nos sectores de energia e construção civil em Angola, espe-cialmente a Odebrecht, maior con-glomerado de construção diversi-ficada da América Latina, que está envolvida no sector da construção e de agronegócio, que é o maior empregador privado de Angola.

Refira-se que, as trocas comer-ciais de Angola e o Brasil, entre 2009 a 2013, cresceram 36 por cento, passando de 1.5 mil milhões para 1.9 mil milhões de dólares.

em CuBAOs Presidentes José Eduardo dos

Santos e Raúl Castro Ruz assitiram a assinatura em Havana de um me-morando e entendimentos no sec-tor da construção civil.

Num passado ainda recente em-presas cubanas estiveram envolvi-das na edificação de edifícios ha-bitacionais em várias províncias de Angola.

O Chefe de Estado angolano visi-tou ainda a Zona Económica de Ma-riel e o porto com o mesmo nome.

HortêncIo sebastIão

20 Junho 2014 05

Em foco Ricardo Salgado vai hoje, apresentar a sua demissão da presidência executiva do Banco Espirito Santo (BES), noticiou a imprensa portuguesa

Kwanza-sul

Novo pólo industrialvai surgir em Porto-Amboim

economia domina visitade Jes ao Brasil e Cuba

ministra da Indústria, bernarda gonçalves

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06 20 Junho 2014

Entrevista

“Os empresários têmde estar vinculadosàs obrigações fiscais”

“Os empresários estão aí,não têm culpa absolutamente nenhuma, quer dizer uns fazem-no e nós os técnicos temos que criaruma empatia,para vinculá-losao cumprimentodas obrigações fiscais”

Texto de Hortêncio SebaStião

Fotos de ampe rogério

No ramo de consultoria a intervenção de empresas nacionais é quase nula. Daí que a actividade de multinacionais se consolidara neste mercado. No entanto, a Sociedade de Consultoria & Gestão de Empresas (SC & GE S.A.) é uma das escassas empresas nacionais a operar neste subsector financeiro. O seu director-geral, Joaquim Carlos Vicente, em entrevista ao NJ explica a consultoria financeira, embora sem muitos detalhes e outros serviços que desenvolve.

Joaquim carloS Vicente, antigo quadro sénior da Sonangol é eco-nomista formado pela Universidade Agostinho Neto. Actualmente é do-cente na Universidade Privada de An-gola (UPRA), onde lecciona a cadeira

de Marketing. Ocupa os tempos livres na leitura e prática de

desporto.

PeRFil

O que lhe incentivou a penetrar neste segmento de mercado?

A história económica é cíclica, e sempre enfatiza aspectos de épocas em épocas. Por exemplo, no tempo do meu pai, o trabalhador valia me-nos, que qualquer outro produto ou mesmo outros bens corpóreos, ou ainda activos tangíveis.

Hoje, nos tempos modernos, e “boom” que o mundo atingiu com o desenvolvimento das tecnologias de informação, tornou a nossa galinha de ovos de ouro, é o conhecimento. Então a SC&GE S.A vende conhe-cimentos, e como slogan, dizemos que a nossa empresa é o parceira para gestão dos negócios.

Como assim?Há ainda em Angola um elevado

défice em relação à apresentação de contas e à sua respectiva fiscaliza-ção. A que se deve? Os tempos que

ocorreram criaram um conjunto de antipatias com a parte fiscal. Nós, os técnicos em contabilidade, enten-demos isso e temos a obrigação de subverter este estado de coisas em relação a falta de cultura fiscal. Os empresários estão aí, não têm culpa absolutamente nenhuma, quer di-zer uns fazem-no e nós os técnicos temos que criar uma empatia, para vinculá-los ao cumprimento das obrigações fiscais.

Que outros serviços disponíveis a sua empresa desenvolve?

A SC&GE, SA, é também uma em-presa de prestação de serviços, ou seja, independentemente da parte contabilística e fiscal também faze-mos outros serviços, que visam criar outras vantagens para a empresa. Posso citar o fornecimento de ma-teriais de escritório e consumíveis informáticos “office net”, limpe-za e desinfestação de escritórios, benfeitorias em residências e casas de passagem e escritórios, o for-necimento de água potável, inter-mediação imobiliária e seguros de empresas. Existimos como empresa

Page 7: Novo Jornal  - Economia

legalmente constituída desde Ja-neiro de 2009, cujo “core business” inicial, era o apoio à navegação ao longo da nossa costa, prestando serviços de cabotagem e em navios de longo curso e depois transitamos para a nova designação que é a So-ciedade de Consultoria & Gestão de Empresas, S.A, que está, a caminho de cinco anos.

E o negócio é rentável?Todos os negócios são por exce-

lência rentáveis, desde que se tenha em atenção o custo de oportunida-de por um lado e por outro, o binó-mio custo/beneficio. E o nosso é relativamente rentável.

Quanto ao volume de negócios o que há a assinalar?

Em termos de volume de vendas

ou prestação de serviços em 2013, arrecadamos cerca de 700 mil dó-lares, o que comparado com igual período do ano anterior, subimos mais 30%.

Quais são os vossos principais clientes?

São todas as pequenas e médias empresas, que abrange até negócios de restauração, entre outros.

E como perspectiva o futuro?Enquanto os mercados no geral e

em particular o angolano, estiverem em reorganização, aliás, aqui com a reforma tributária, inúmeras opor-tunidades de investimento estarão ao alcance dos investidores.

Já agora como encara a questão da concorrência no segmento de mercado em que está inserido?

Os monopólios normalmente im-pedem a inovação e a concorrência é salutar, ou seja, cria disputas em termos de quotas de mercado e pos-sibilita a criatividade.

Mas obviamente tem se confron-tado com dificuldades?

Sim. A nossa actividade é propen-sa a dificuldades, aliás, é algo que existe no conceito de empreende-dor/investidor, que é aversão ao risco. Mas, sentimos-nos suficien-temente maduros ao transformar-mos as dificuldades em facilidades. É que temos procurado fazer.

Para quando à expansão noutras regiões do país?

Apesar do grande mercado da ca-pital, existem perspectivas a médio prazo para rumarmos para as re-giões mais próximas, como o Bengo, Kwanza Norte e Malange.

E é só isso?Não. Temos vários projectos em

carteira, mas a prioridade será a de massificarmos a formação de pro-fissionais, através da organização de conferências e seminários sobre contabilidade e fiscalidade, aten-dendo as especificidades que o mer-cado impõe.

20 Junho 2014 07

“Há ainda em Angola um elevado déficeem relação à apresentação de contase à sua respectiva fiscalização”

“Prioridade seráa de massificarmos a formaçãode profissionais, atravésda organizaçãode conferênciase seminários sobre contabilidadee fiscalidade”

JOAqUiMCARlOS ViCeNTe,Dg Da Sc&ge Sa

Page 8: Novo Jornal  - Economia

A empresA de pagamentos “on-line” Paypal vai entrar em mais 10 países. A companhia passa assim a operar em 203 países, disponibili-zando a possibilidade de efectivar transacções através de computador ou telemóvel com acesso à internet.

De acordo com a agência Reu-ters, o alargamento engloba um universo superior a 80 milhões de utilizadores. Na Europa, a empresa entrará na Bielorrússia, Macedó-nia, Moldávia, Mónaco e Montene-

gro. Em território africano juntam--se Nigéria, Camarões, Costa do Marfim e Zimbabué. A lista fecha com o Paraguai.

A Nigéria, o país com o maior nú-mero de população em África, é indi-cada como o mercado com maior po-tencial de crescimento para a Paypal. O país possui cerca de 60 milhões de utilizadores na internet, de acordo com dados citados pela Reuters.

“A PayPal tem atravessado um período de reinvenção, renovan-

do muitos dos seus serviços para tornar mais fácil a sua utilização em telemóveis, o que nos permite expandir para mercados em rápido desenvolvimento”, afirmou Rupert Keely, responsável pelos negócios na Europa, Médio Oriente e África.

Nesta primeira fase, apenas vai ser possível aos utilizadores des-tes novos 10 países pagar bens e serviços através do Paypal. A trans-ferência de dinheiro para outros utilizadores não estará disponível

para já. Os comerciantes locais nos novos mercados também terão de esperar para receber pagamentos, explica a Reuters.

Actualmente, a PayPal conta com 148 milhões de contas activas no mundo. De acordo com a Reuters, cerca de 25% dos 52 mil milhões de dólares em volume de pagamentos da Paypal foram relativos a transac-ções transfronteiriças. Nesse perío-do, a empresa registou receitas de 1,8 mil milhões de dólares.

A emirAtes, dos Emirados Árabes Unidos, foi eleita a melhor empre-sa aérea do mundo. A companhia, que havia ficado com a 8ª colo-cação no ano passado, superou a Qatar Airways, eleita a melhor do mundo nos últimos dois anos.

A Emirates recebeu pelo nono ano consecutivo o prêmio de “Me-lhor Entretenimento de Bordo do mundo”.

As empresas asiáticas lideram

entre as dez primeiras colocadas da lista, com cinco premiações: Sin-gapore (Cingapura, 3º lugar), ANA (Japão, 4º lugar), Asiana Airlines (Coreia do Sul, 5º lugar), Cathay Pacific (China, 6º lugar) e Garuda Indonésia (Indonésia, 8º lugar).

Ainda figuram entre as top10, as empresas Turkish Airlines (Tur-quia) e Qantas Airways (Austrália), na 9ª e 10ª colocação, respectiva-mente.

O BAncO mundiAl prevê que a economia moçambicana registe uma expansão de 8,1% durante este ano e de até 8,6% em 2015, segundo o director da equipa de tendências macroeconómicas globais da insti-tuição, Andrew Burns.

Durante a apresentação do relató-rio semestral “Perspectivas Económi-cas Globais” para a região da África a sul do Saara, do Banco Mundial (BM), Andrew Burns adiantou que o crescimento do produto interno bru-to (PIB) de Moçambique continuará a ser sustentado por “fortes investi-mentos” na economia do país.

Para o gestor, o défice da conta corrente do país, que o BM estima que se situe em 49% do PIB no fi-nal do ano, revela-se preocupante quando interpretado num cenário de longo prazo e deve merecer uma atenção imediata das autoridades moçambicanas, cujo “grande desa-fio” passa por “converter o investi-mento realizado no país em desen-volvimento sustentável.”

Sobre os projectos de exploração de gás natural liquefeito da bacia sedimentar do Rovuma, Andrew Burns alertou para a crescente con-vergência dos preços do gás natural praticados nos mercados asiático, europeu e americano, que pode re-presentar um risco para Moçambi-que, notando, no entanto, que este factor não será uma condicionante ao início dos empreendimentos, projectado para 2018.

“A fase de investimentos é o grande desafio que as empresas enfrentam, mas, assim que concluída, poderão continuar a extrair recursos durante muito tempo”, considerou Burns.

O economista-chefe do BM para Moçambique, Julio Revilla, consi-derou, por outro lado, que as ac-tuais circunstâncias do mercado internacional do gás natural “não são as mesmas que se verificaram há dois anos”, instando, por isso, o país a acelerar o desenvolvimento dos projectos.

08 20 Junho 2014

Internacional

paypal vai entrarem mais 10 países

Moçambiquecresce 8,1%este ano

Emirates melhor do mundo

ComérCio eleCtróniCo

Page 9: Novo Jornal  - Economia

pOucOs AssuntOs provocam tanto debate e controvérsia entre nós como a questão à volta da maneira como estão ser geridas as receitas do pe-tróleo em Angola. Embora não seja recomendável fazer um “copy and paste”, se calhar deveríamos prestar um pouco mais de atenção à maneira como a Noruega lida com a gestão do petróleo.

Enquanto na maior parte dos países economi-camente dependentes da exploração de recursos minerais, a abundância de recursos não é garan-tia de que este venha a servir para assegurar o de-senvolvimento e o bem-estar para toda a popula-ção. A Noruega é um dos poucos países, senão o único, a conseguir combinar com notável êxito, ser um grande exportador de petróleo e garantir prosperidade e bem-estar para toda sua popula-ção e inclusive para às gerações futuras.

Mas o que há de especial no modelo norueguês para produzir resultados tão admiráveis? Que há de especial no modelo Angolano que faça com que para muita gente o petróleo não seja considerado uma bênção mas sim uma maldição? A experiência Norueguesa mostra como aquele país tem sabido escolher o seu caminho e utilizar os recursos do petróleo em benefício de todos. Será que Angola tem sabido escolher muito bem o seu?

Dizem aqueles que sabem do assunto que no caso da Noruega, as medidas económicas e po-líticas bem acertadas em relação ao petróleo, deveram-se à existência de um amplo consenso entre a classe politica, a eficácia da acção das ins-tituições do Estado e a presença de uma socieda-de civil activa e exigente.

Nada que não possa existir em muitos outros países, inclusive em Angola, desde que se aposte fortemente na criação de sistemas e mecanismos de governação capazes de ampliar e promover os níveis de participação dos cidadãos na vida pública.

Lá, como aqui, adopta-se um discurso politico que enfatiza a ideia segundo a qual, os cidadãos são os donos dos recursos naturais, cabendo ao governo apenas a responsabilidade de os admi-nistrar. Mas será que em ambos os países quem tem a responsabilidade de os administrar o faz de tal forma que os recursos sejam utilizados para promover a equidade social, económica e politica entre todos os cidadãos?

Talvez as diferenças entre o modelo norueguês e o Angolano para o licenciamento de blocos para exploração de petróleo não sejam assim tão grandes nem a principal razão para que ambos os países tenham experimentado significativas diferenças em relação a garantia de uma melhor distribuição das receitas do petróleo entre os seus cidadãos.

Dizem os que entendem do assunto que tal como na Noruega a capacidade de negociação com as empresas petrolíferas das autoridades An-golanas é considerado um exemplo a seguir, pois dela, tem vindo a resultar ganhos significativos para os cofres públicos. Mas atenção! Será que os modelos de desenvolvimento e de governação de ambos os países são semelhantes?

Lá, provavelmente a distribuição das receitas públicas não são feitas de forma discricionária,

o desempenho das políticas públicas não são avaliados de maneira subjectiva, provavelmente os municípios são administrados por indivíduos eleitos, que governam as instituições de forma aberta, democrática e transparente. As institui-ções são obrigadas a prestar contas à sociedade, e a probabilidade dos governantes serem respon-sabilizados politica e criminalmente quando se consegue provar os casos de má gestão ou cor-rupção é muito maior.

Sem entrar no detalhe ou no mérito de cada um dos países, é preciso ressaltar que ter recursos naturais e assegurar que as companhias estran-geiras paguem um preço justo pela sua explora-ção é necessário, mas não é suficiente, sobretudo quando não há um bom alinhamento de interes-ses entre governo, que é o gestor, cidadãos, que são detentores da riqueza em relação à forma como vamos partilhar entre todos os benefícios destes recursos.

Claro que a historia e o contexto de Angola é muito diferente do da Noruega. Mas o que se pode aprender do modelo Norueguês, é sem dúvida, o facto de que é ilusão acreditar que seja possível desenvolver com base nos recursos sem que se mude a percepção equivocada de que o petróleo gera riqueza imediata e instantânea para todos.

O petróleo não traz só riquezas, a sua desco-berta trás também desafios políticos, económi-cos, tecnológicos, sociais, ambientais, de gran-des proporções. O ritmo e grandeza do impulso que o petróleo pode dar ao desenvolvimento de um país, dependerão sempre das decisões sobre o modelo de desenvolvimento e o tipo de governa-ção que se adopta.

Olhando para o modelo Norueguês, Angola tem a oportunidades de reflectir e debater de forma inclusiva sobre como melhor aproveitar os ex-traordinários recursos petrolíferos que têm. É obrigação do governo distribuir ao máximo os benefícios dos recursos naturais para todos os cidadãos do país. Mas, para isso, há que clarificar qual é o melhor modelo!

Os ministérios das Pescas de An-gola e da Namíbia assinaram quarta--feira, 19, em Luanda um protocolo de cooperação no domínio das pes-cas, no âmbito da visita que o titular namibiano do sector, Bernhard Esau, efectuou esta semana ao país.

Em declarações aos jornalistas no fim da cerimónia, a ministra das Pes-cas de Angola, Vitória de Barros Neto realçou o empenhamento do sector em África, sobretudo na protecção e potencilaização dos recursos ma-rinhos em benefício dos respectivos povos e Nações.

Segundo a governante, “as nossas riquezas marinhas se transformem em bens necessários para a vida das nossas populações. Os nossos recur-sos marinhos devem ser melhor ex-plorados e distribuídos para ajudarem na redução da fome e da pobreza”.

Por seu lado, o homólogo namibia-no considerou que o acordo constitui mais um vector para o fortalecimento das relações de cooperação entre os dois países.

“Com a assinatura do memorando podemos dizer que os laços de coope-ração entre os dois países estão cada vez mais fortes. Vamos rentabilizar ain-da mais os nossos recursos marinhos e contribuir para a sustentabilidade do sector económico dos dois países”, fri-sou Bernhard Esau.

Durante a sua estada na capital angolana o ministro das Pescas da Namíbia, visitou o porto pesqueiro, nomeadamente o navio de fiscaliza-ção pesqueira, tendo manifestado o interesse daquele país estreitar a sua cooperação no domínio da fiscaliza-ção, pois que Angola detém meios so-fisticados para cobrir a costa regional.

Por outro lado, o Instituto nacio-nal de Apoio às Indústrias de Pesca e Investigação Tecnológica promove desde quinta-feira em Luanda, um seminário sobre avaliação do projec-to de ensilado em Angola.

O evento que encerra hoje, 20,

apresentará entre outros temas os resultados da produção de ensilado em Luanda, Namibe e Benguela, que consiste no aproveitamento do peixe não destinado ao consumo humano, onde é retirado um líquido ácido or-gânico utilizado na produção de ra-ção animal e fertilizantes.

BOlseirOs em FrAnçAUm grupo de cerca de 30 bolseiros

angolanos seguirão dia 30 do mês curso para a República de França, numa acção de formação de cinco anos naquele país europeu.

A iniciativa conta com apoio da Embaixada francesa em Angola e as empresas petrolíferas francesas que operam no país, nomeadamente a Total e a franco-britânica Schlumber-ger, devendo os bolseiros estudar em várias cidades de França, como Paris, Saint Etienne, Toulouse e Lyon.

Elisabeth Catarina Ismael natu-ral do Cunene, de 20 anos, a única menina bolseira seleccionada, diz sentir-se privilegiada e ao mesmo tempo surpreendida por acreditar que havia outras capazes de aprovar nos testes, mas tudo fará para cum-prir com o seu dever de formar-se para engrandecer a Nação.

“Vou formar-me em mecânica na cidade de Saint Etienne e acredito que tenho capacidade de conquistar muitas coisas e terei seguramente bons resultados”, afirmou Elisabeth, antiga estudante de ciências quími-cas e biológicas no Cunene

HortênCio SebaStião

20 Junho 2014 09

Actual

Assinam acordo no domíniodas pescas

angola e namíbia

O ritmo e grandeza do impulso que o petróleo pode darao desenvolvimentode um paísdependerão sempre das decisões sobre o modelo de desenvolvimentoe o tipo de governaçãoque se adopta

Vamos rentabilizar ainda mais os nossos recursos marinhos e contribuir paraa sustentabilidade

O Modelo Norueguês

Sérgio Calundungo

Page 10: Novo Jornal  - Economia

O Fundo Monetário Interna-cional (FMI) cortou as previ-sões de crescimento da maior economia do mundo (EUA) para 2014, de 2,8% para 2%, avaliação mais pruden-te comparada à do mercado, cuja expectativa aponta para um crescimento de 2,2%, de acordo com os resultados de uma pesquisa da Bloomberg. No seu relatório anual sobre a evolução da economia nor-te americana divulgado esta segunda-feira (16 de Junho), o FMI reconhece que os acon-tecimentos de ordem clima-

térica adversas registados no primeiro quarto do ano, tiveram um impacto sobre a performance da economia norte-americana, o que pode-rá condicionar o crescimento deste ano. Na mesma senda, aquela instituição, destaca a tímida e atrasada recuperação do sector imobiliário e a fra-ca procura que tem afectado o comércio a retalho. Apesar deste recuo nas previsões, a Directora Executiva daquela instituição financeira inter-nacional Christine Lagarde defendeu que tal situação era

temporária e acredita numa reviravolta. Neste contexto, tendo em conta a realização da reunião do Federal Open Market Committee (FOMC) esta semana nos dias 17 e 18 de Junho e a forte expectativa do mercado em torno dos re-sultados desta reunião, o FMI recomenda que a Reserva Fe-deral adie até 2015 um even-tual aumento da taxa de juro e que mantenha a sua política de estímulos ao crescimento económico. A instituição em causa recomenda ainda ao go-verno americano que se mate-

rializem as políticas de inves-timento em infra-estruturas e que se reveja a política de imi-gração para reforçar o poten-cial de crescimento. No entan-to, o FMI mantém inalterada a previsão de crescimento de 3% para 2015, ao mesmo tem-po prevê que o pleno emprego norte-americano só seja al-cançado em 2017. O relatório sublinha ainda, que caso não sejam realizadas as reformas e os investimentos previstos, o potencial de crescimento eco-nómico norte-americano po-derá ser de apenas 2% ao ano.

10 20 Junho 2014

Na semana de 9 a 13 de Ju-nho, a procura efectiva por Bilhetes do Tesouro registou ligeiro abrandamento, tendo este título específico absor-vido apenas o equivalente a AOA 250 milhões, numa emissão de AOA 9,67 mil mi-lhões, e que ficou também muito abaixo dos AOA 2,85 mil milhões absorvidos na semana anterior. Aponta-se a necessidade que os bancos comerciais têm em satisfazer

as suas operações cambiais junto do BNA como uma das razões para o ligeiro abran-damento. Tal comportamen-to teve impacto no volume total de Títulos do Tesouro, somente AOA 1,77 mil mi-lhões foram absorvidos pelo mercado primário dos AOA 11,2 mil milhões emitidos. Este montante foi repartido em AOA 250 milhões em Bi-lhetes do Tesouro (BT) e AOA 1,52 mil milhões em Obri-

gações do Tesouro (OT). A emissão de BT´s foi realizada para as maturidades de 182 e 364 dias com taxa de juro média de 3,75% e 4,72%. Para as OT´s, AOA 1,52 mil milhões foram totalmente distribuídas em Obrigações do Tesouro em Moeda Nacio-nal com indexação cambial com taxas de juro médias de 7,00% e 7,25%a.a nas maturidades de 2 e 3 anos respectivamente.

Nas duas últimas semanas (de 2 a 6 e de 9 a 13 de Ju-nho) o Banco Nacional de Angola (BNA) manteve a regularidade quanto ao vo-lume de divisas vendidos em leilão no mercado cam-bial, tendo totalizado um montante de US $ 1.200 milhões em cada semana, destacando-se deste modo o esforço para estabilidade deste mercado. Na última semana de 9 a 13 de Junho, o BNA vendeu um volume de divisas equivalente a US $ 600 milhões, igual mon-

tante da semana anterior. A taxa de câmbio média de referência para o mercado

interbancário apurada na semana em análise fixou--se nos AOA 97,902/US $,

com uma desvalorização quase nula de 0,0012% da moeda nacional em relação a semana anterior. E para o mesmo período, a principal taxa de referência para o mercado em geral, publica-da diariamente pelo Banco Central, para as duas prin-cipais moedas do mundo, a taxa de câmbio encerrou a semana nos AOA 97,902/US $ igual cotação da semana anterior e AOA 132,413/EUR com uma valorização do Kwanza face ao Euro de 0,13% respectivamente.

No Mercado Monetário Inter-bancário (MMI), para o perío-do de 9 a 13 de Junho, a LUI-BOR Overnight apurada no último dia da semana (Sexta--Feira 13), foi de 2,96% a.a.

sem variação pela quarta semana consecutiva. Para as restantes maturidades, maior incidência vai para LUIBOR com maturidade de 180 e 360 dias que registaram variações

ligeiras de 2 bp e 3 bp, e para as maturidades de 30 e 90 dias com variações negativas de 1 bp e 2 bp. Assim sendo, a taxa LUIBOR apurada na última sexta-feira (13 de Ju-

nho) para as maturidades de 30, 90, 180, 270 e 360 dias situaram-se na seguinte es-cala: 6,77%, 7,32%, 7,93%, 8,70% e 9,63%, ao ano res-pectivamente.

ActividAde económicA

Fmi revê em bAixA previsões de crescimento pArA economiA norte-AmericAnA em 2014

procurA por bilhetes do tesouro registA ligeiro AbrAndAmento

bnA mAntém vendA regulAr de divisAs no mercAdo

tAxA de juro do mercAdo interbAncário sem tendênciA certA

Valor da proposta de compra conjunta da Siemens e Mitsubishi pelos activos da área de energia do grupo industrial francês Alstom.

eur 810 milhõesus $ 20 mil milhões eur 14,2 mil milhõesLucros antes de impostos da empresa multinacional sueca de moda Hennes & Mauritz ( H&M) entre Março e Maio.

Montante do acordo assinado entre a multinacional britânica BP e a estatal chinesa CNOOC para o fornecimento de gás natural à China por 20 anos.

tAxAs de juro

TBC- 63 diasTBC- 182 diasBT- 182 diasBT- 364 diasEURIBOR 1 M EURIBOR 6 MEURIBOR 12 MLIBOR 1 MLIBOR 6 MLIBOR 12 MLUIBOR 1 MLUIBOR 6 MLUIBOR 12 M

moeda AKZAKZAKZAKZAKZAKZAKZEUREUREURUSDUSDUSD

16-jun-143,975,073,754,72

6,7707,9509,6300,1260,3160,4960,1540,3260,547

vAr. sm. bp00-9-4-123-7-4-3001

vAr. Ac. bp0

-17319-45-22-1729-9-7-6-1-2-4

tAxAs de juro bAnco centrAl

Taxa Básica do BNA: Taxa de Redesconto: Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez: Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez:

9,25%10,00%10,00%1,75%

tAxAs de cÂmbio spot

cotAção USD/AKZEUR/AKZZAR/AKZEUR/USDGBP/USDUSD/ZARUSD/BRLUSD/CNY

16-jun-1497,601

132,2369,0601,35741,698

10,74132,23526,226

var. sem.-0,06%-0,86%-1,62%-0,14%1,05%0,91%0,28%-0,24%

var. Acum.-0,02%-1,58%-2,27%-0,67%3,23%0,58%-6,65%2,88%

commodities

mAtériAs primAsBRENTCRUD OIL (ANGOLA)GAS NATURALOURO SPOTPLATINA

16-jun-14112,83113,39

4,571.272,081.437,50

var. sem.2,63%3,27%-1,10%1,69%-1,15%

var.Acum.4,65%5,45%

19,93%3,96%2,51%

mercAdos AccionistAs

ÍndiceDOW JONESNASDAQS & P 500FTSE 100PSI 20Nikkei 225BOVESPA

16-jun-1416.781,011.937,784.321,116.754,64

54.629,557.178,04

14.975,97

var.sem.-0,96%-0,69%-0,35%-1,75%0,66%-2,79%-0,55%

var. Acum.2,07%5,78%4,30%0,55%8,52%8,39%-7,22%

EUA

Zona Euro

Reino Unido

Japao

Brasil

China

África do Sul

Russia

-1,00%

0,90%

3,10%

6,70%

1,91%

7,40%

1,60%

0,90%

6,67%

11,80%

6,97%

3,63%

4,97%

4,08%

25,20%

5,53%

-2,22%

-

-4,41%

0,16%

-3,76%

1,48%

-5,10%

1,55%

-2,90%

0,25%

-5,84%

-

-3,38%

-

-5,02%

-0,84%

0,25%

0,25%

0,50%

-

10,75%

6,00%

5,50%

7,00%

0,23%

0,31%

0,52%

0,14%

10,86%

3,50%

5,73%

9,18%

2,72%

1,57%

2,73%

0,64%

12,90%

4,51%

8,40%

8,81%

var. pibreal (A/A)

externa/ pib

notas10 Anos

3meses

bancocentral

taxa de jurobalançaActividade

Fiscal/pib

desemprego

indicAdores dA ActividAde económicA (iº trimestre de 2014)

pAÍs

Mercados

mercAdo de tÍtulos

mercAdo monetário interbAncário

mercAdo cAmbiAl

maior incidência vai para luibor com maturidade de 180 e 360 dias que registaram variações ligeirasde 2 bp e 3 bp

Aponta-sea necessidade que os bancos comerciais têm em satisfazeras suas operações cambiais junto do bnA

Page 11: Novo Jornal  - Economia

O jOrnal ExpansãO vai organi-zar na próxima quinta-feira, 26, num dos hotéis de Luanda, a IV edição do Fórum Banca onde esta-rão presentes os principais respon-sáveis do sector, refere a comissão organizadora do evento.

Com o tema “A Banca e o Mer-cado de Capitais”, a conferência vai reunir os três reguladores que podem contribuir para um mercado de capitais moderno em Angola, bem como os principais responsá-veis da banca do país.

O ministro das Finanças, Arman-do Manuel, irá presidir a cerimónia de abertura do IV Fórum Banca numa altura em que foi recente-mente distinguido como o melhor ministro das Finanças de África pela revista The Banker.

Após a abertura, será a vez de Archer Mangueira, presidente da Comissão de Mercado de Capitais de Angola (CMC) a intervir sobre “O Mercado de Capitais e o sistema financeiro”, para a seguir o vice--governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Ricardo Abreu, fa-zer a sua prelecção sobre “A Banca como potenciador dos mercados”.

Aguinaldo Jaime, presidente da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros, também estará presente para discursar so-bre “Os Seguros e o Mercado de Ca-pitais”. Os três oradores irão assim debater a forma como a banca e os seguros podem impulsionar o mer-cado de capitais em Angola.

Além disso, o Fórum Banca terá a presença de Luís Laginha de Sousa, presidente executivo da Euronext Lisbon, que fará uma in-tervenção baseada na experiência da bolsa portuguesa e europeia nos mercados de capitais.

Laginha de Sousa faz parte da co-missão executiva da Euronext NYSE, o maior grupo de bolsas do mundo, onde estão incluídas as históricas bolsas de Nova Iorque e de Paris.

O evento contará ainda com de-bate moderado pelo director do Ex-pansão, Carlos Rosado de Carvalho, sob o tema, “Mercado de Capitais: Desafios para a Banca”, onde os responsáveis dos bancos nacionais irão explicar à plateia de que forma se pode acelerar a implementação de uma bolsa de valores em Angola.

Para este debate, está prevista a participação de Fernando Teles, presidente executivo do Banco In-

ternacional de Crédito (BIC), Emídio Pinheiro, presidente executivo do Banco de Fomento de Angola (BFA), Fernando Marques Pereira, presiden-te da comissão executiva do banco Caixa Totta e ainda Luís Lélis, admi-nistrador executivo do Banco Ango-lano de Investimentos (BAI).

O encontro vai debater um mer-cado de capitais eficiente, que se faz de instituições financeiras só-lidas e credíveis, essenciais para que outros sectores da economia possam ser financiados e, com isso, um maior crescimento da ri-queza do País.

Em Angola estão a ser lançadas as bases para a existência de um mercado de capitais moderno e à dimensão de outros países afri-canos como a Nigéria e África do Sul, numa altura em que existe um grande interesse internacional para investir no País.

A conferência pretende fazer um debate sério sobre como o sistema

financeiro pode, em consonância com os supervisores introduzir as melhores práticas internacionais.

A intenção do jornal Expansão é contribuir para o debate de sobre um mercado de capitais eficiente, que não se faz sem instituições financeiras sólidas e credíveis, es-senciais para que outros sectores da economia possam ser financia-dos e, com isso, um maior cresci-mento da riqueza do País.

Para isso, o jornal Expansão convidou os líderes dos bancos angolanos, as entidades supervi-soras e oradores internacionais para debater o tema.

Ciente da sua responsabilidade, o jornal líder de informação eco-nómica, que faz um acompanha-mento abrangente e rigoroso sobre a Banca e o Mercado de Capitais, realiza assim um evento destinado a empresários, gestores, quadros médios e superiores, políticos, aca-démicos e demais interessados.

O encontro vai debater um mercado de capitais eficiente,que se fazde instituições financeiras sólidas e credíveis

Em angola estãoa ser lançadasas bases para a existência de um mercado de capitais modernoe à dimensãode outros países africanos comoa nigériae África do sul

20 Junho 2014 11

Fecho A TAAG Linhas Aéreas de Angola recebe hoje o terceiro avião Boeing 777-300 ER, o primeiro da sua frotacom internet a bordo, tendo em vista o reforçoda frota intercontinental

Banca debate futura bolsa de angola

Armando manuel

Archer mangueira

Aguinaldo jaime

ricardo de Abreu

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