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1
INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS –
IAESB
FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS – FASB
CURSO DE PSICOLOGIA
Iasmin Ribeiro da Silva Barreto
Patrícia Gomes dos Santos
O COMPORTAMENTO SUICIDA E AS POSSÍVEIS FORMAS
DE CONHECIMENTO ACERCA DA TEMÁTICA: UM
ESTUDO DIRECIONADO A ALUNOS/AS DOS CURSOS DE
PSICOLOGIA DO OESTE DA BAHIA
Barreiras - BA
2016
2
Iasmin Ribeiro da Silva Barreto
Patrícia Gomes dos Santos
O COMPORTAMENTO SUICIDA E AS POSSÍVEIS FORMAS
DE CONHECIMENTO ACERCA DA TEMÁTICA: UM
ESTUDO DIRECIONADO A ALUNOS/AS DOS CURSOS DE
PSICOLOGIA DO OESTE DA BAHIA
Trabalho de Conclusão de curso submetido ao curso
de Psicologia da Faculdade São Francisco de
Barreiras - FASB como requisito parcial para
conclusão do curso de Psicologia.
Orientador: Ms. Igor Eduardo Coutinho Madeira
Banca Examinadora:
Ms. Igor Eduardo Coutinho Madeira
Presidente da Banca: Professor Orientador
Esp. Beatriz Rabelo
Professor convidado
Ms. Carlos André Oliveira Nogueira
Professor Convidado
Data de Avaliação: _____/_____/______
Nota final: _______________________
3
AGRADECIMENTOS
Iasmin Ribeiro da Silva Barreto
Escolhi ser psicóloga guiada pela vontade de fazer o bem ao próximo. Cinco anos se
passaram, várias foram as mudanças que me proporcionaram aprendizado e crescimento
profissional. Nessa caminhada foram muitas alegrias e obstáculos enfrentados, mas eu venci.
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me ajudado a construir o alicerce de muitas
conquistas que virão.
Agradeço imensamente aos meus pais Zailde e Joel, por ficarem ao meu lado durante
todos os momentos dessa jornada, pelo amor incondicional, pelos conselhos que me guiarão e
que continuarão a me guiar por toda a minha vida e por não medirem esforços para me
oferecer o melhor.
Aos meus irmãos Maira e Paulo, pela convivência e pelo amor oferecido, durante toda
a minha vida pessoal e em especial acadêmica, pois acompanharam todos os meus esforços
para alcançar meus objetivos.
A toda a minha família, especialmente minhas tias, Zilmara, Josiane e Zilraide, ao
meu avô José Ribeiro, a minha madrinha Irani, aos meus primos Isabella e Lucas pelo apoio e
incentivo para a realização do meu sonho.
Ao meu irmão/amigo Ricardo Souza, por me fortalecer e me incentivar mesmo
estando a milhares de distância. Obrigada por me amparar com amor, carinho e paciência
diante todas as vezes que precisei, principalmente durante minha formação acadêmica.
Aos meus amigos, Natalia, Idionara, Fernanda, Nilson e Laísa, pela amizade,
dificuldades, conhecimentos e alegrias que construímos e vivenciamos durante todo esse
tempo.
E aos meus professores da FASB que contribuíram, de forma direta e indiretamente
para a minha formação profissional, e ao meu orientador Igor Eduardo Madeira Coutinho que
pôs em prova a minha capacidade de superar meus limites.
Obrigada!
4
Patrícia Gomes dos Santos
Ao longo desta trajetória surgiram muitos obstáculos, mas com força de vontade,
perseverança, comprometimento, e dedicação, finalmente consegui chegar ao final. Essa
vitória não seria possível se eu não tivesse o apoio de algumas pessoas. Assim, deixo meus
sinceros agradecimentos.
Primeiramente agradeço a Deus por ter me presenteado com a vida, fortalecendo
minha força e coragem nos momentos difíceis;
Á minha mãe Darci, por acreditar em minha capacidade, não deixando que eu
fraquejasse nas dificuldades, por manter o meu sustento em outra cidade, abrindo mãos dos
seus sonhos para a realização do meu.
Ao meu pai, por ser um guerreiro, mesmo diante de todas as dificuldades sempre
priorizou o ensino superior na vida de todos os/as filhos/as.
Aos meus irmãos Sdnei, Camilo e Angélica, todos contribuíram direta e indiretamente.
Em especial agradeço ao primeiro, pois foi essencial na minha caminhada, inicialmente arcou
com toda responsabilidade perante a minha pessoa, trazendo-me para morar em outra cidade,
assumiu papel de “pai”, sempre me ouviu, incentivou, apoiou, e acreditou no meu potencial,
exigindo cada vez mais de mim, pois notava que eu era capaz.
Ao meu namorado Emanoel, pelo afeto, compreensão, incentivo e apoio, sempre me
ajudando em tudo que eu precisasse, estando presente e relembrando a cada dia o meu valor.
A minha madrinha Terezinha pelos conselhos, incentivo e ajuda;
À todos os meus familiares.
As minhas amigas, Silmária, Kamila e Dierlen, por todos esses cinco anos de amizade,
uma sempre ajudando a outro no que precisar.
À todos os meus professores da FASB, que contribuíram na minha formação
acadêmica e ao meu orientador Igor Madeira que exigiu de mim muito mais do que eu
esperava ser capaz.
Obrigada!!!
5
“Salvar a vida, até onde é possível, mesmo à custa da morte. ”
Ferreira Virgílio
6
RESUMO
O suicídio é um tema complexo e pouco discutido. Por isso, vê-se a necessidade de expandir o
conhecimento existente sobre as técnicas preventivas que o Plano Nacional de Prevenção ao
Suicídio (2013) e Manual de Prevenção do Suicídio (2006) oferecem e avaliar o
conhecimento dos profissionais de saúde a respeito da temática. O objetivo do presente estudo
foi verificar o conhecimento dos estudantes de psicologia de faculdades privadas do Oeste da
Bahia sobre suicídio, os métodos de intervenção e prevenção, a partir das diretrizes do PNPS
e Manual de Prevenção do Suicídio. O presente estudo é de natureza quantitativa descritiva,
realizado com 77 estudantes com idade entre 16 a 40 anos de instituições privadas do Oeste
da Bahia. Foi utilizado para a coleta de dados um questionário estruturando contendo 12
questões acerca do conhecimento dos estudantes sobre a temática envolvida. Os dados foram
tabulados e analisados a partir do programa IBM SPSS 20.0. Os resultados apontaram que a
maioria é composta por estudantes do 8º semestre, 23% e do 10º semestre 27,3%. Diante dos
resultados observados, pôde-se notar que o nível de conhecimento dos estudantes é
considerado mediano frente a postura que o terapeuta deve exercer no trabalho com clientes
suicidas. Assim, é essencial que se tenha conhecimento e manejo sobre as principais técnicas
de prevenção e intervenção para o suicídio.
Palavras-Chave: Suicídio, Análise do Comportamento, Psicologia, Plano Nacional de
Prevenção ao Suicídio.
7
ABSTRACT
Suicide is a complex subject and little discussed. Therefore, there is a need to expand existing
knowledge about the preventive techniques that the National Suicide Prevention Plan (2013)
and the Suicide Prevention Manual (2006) offer and evaluate the knowledge of health
professionals about the subject. The objective of the present study was to verify the
knowledge of the psychology students of private colleges of the West of Bahia about suicide,
the methods of intervention and prevention, based on the guidelines of the PNPS and Manual
of Prevention of Suicide. The present study is of descriptive quantitative nature, performed
with 77 students aged between 16 and 40 years of private institutions in the West of Bahia. A
structured questionnaire was the tool used to collect data containing 12 questions about
students' knowledge about the subject involved. The data were tabulated and analyzed from
the IBM SPSS 20.0 program. The results showed that the majority is composed of 8th
semester students, 23% and the 10th semester 27,3%. In view of the observed results, it could
be noted that the students' level of knowledge is considered median in relation to the posture
that the therapist should exert in working with suicidal clients. Thus, it is essential to have
knowledge and management about the main prevention and intervention techniques for the
suicide.
Keywords: Suicide, Behavior Analysis, Psychology, National Plan for Suicide Prevention.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Dados gerais sobre o perfil dos estudantes ............................................................................ 20
Figura 2. Dados sobre os cuidados que se deve ter com clientes suicidas ............................................ 22
Figura 3. Dados sobre chegada do cliente ao consultório com ideação suicida .................................... 23
Figura 4. Dados sobre a intervenção adequada diante de clientes que dizem que irão utilizar
determinado objeto para retirar a própria vida ...................................................................................... 25
Figura 5. Dados sobre clientes que apresentam quadros psicopatológicos sendo propensos a cometer
suicídio. ................................................................................................................................................. 27
Figura 6. Dados sobre a quantidade de acertos dos participantes ......................................................... 28
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Cruzamento dos dados entre semestre X Instituição de ensino ............................................. 20
Tabela 2. Cruzamento dos dados instituição de ensino X Direcionamento acadêmico durante o período
de formação. .......................................................................................................................................... 21
Tabela 3. Cruzamento dos dados entre semestre X Como se procede o comportamento suicida ......... 22
Tabela 4. Cruzamento dos dados entre instituição de ensino X A intenção do paciente suicida em se
matar ...................................................................................................................................................... 24
Tabela 5. Cruzamento dos dados entre semestre X Paciente que narra ao terapeuta a intenção de se
matar ...................................................................................................................................................... 26
Tabela 6. Cruzamento entre semestre X Postura profissional que o terapeuta deve ter no contato inicial
com o paciente suicida. ......................................................................................................................... 27
Tabela 7. Cruzamento entre instituições de ensino X Quantidade de acertos ....................................... 29
10
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 10
2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 13
3. MÉTODO ......................................................................................................................................... 18
3.1 - Participantes ............................................................................................................................... 18
3.2 - Instrumentos ............................................................................................................................... 18
3.3 - Procedimento ............................................................................................................................. 19
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................... 20
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 30
6. REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 31
ANEXOS............................................................................................................................................... 36
11
1. APRESENTAÇÃO
O suicídio tem sido um tema que vem levantando muitos questionamentos acerca dos
altos índices de mortalidade no Brasil e no mundo. Na efetivação do comportamento suicida
existem variáveis biológicas, ambientais, psicológicas e sociais que estão envolvidas nesse
processo que acabam influenciando o potencial suicida a cometer o ato de retirar a própria
vida (Castro, 2005).
O suicido tem se caracterizado como um problema social, pois diversas são as
consequências psicológicas que afetam a família e as pessoas próximas ao suicida, por não
perceberem os sinais e evitar o acontecimento (Castro, 2005).
Em decorrência do impacto social, o comportamento suicida passou a ser destaque nas
universidades e discutido por vários profissionais (medicina, psiquiatria, psicologia,
enfermagem, etc.) por se tornar um problema de saúde pública, acarretando mortes,
ultrapassando o número de mortes por acidentes de trânsito e homicídios (Silva &
Palubriaginof, 2009).
Dessa maneira, o suicídio é um tema complexo que os/as profissionais, principalmente
da área de saúde têm discutido na tentativa de verificar quais as contingências que interferem
diretamente nessas taxas de mortalidade por suicídio. Através dessas estatísticas, se fazem
necessários estudos que investiguem se os profissionais da área de saúde, principalmente os/as
de psicologia possuem conhecimentos necessários para intervir e prevenir o comportamento
suicida. Dessa forma, os/as profissionais devem ter ao longo da graduação, formação para
realizar intervenções adequadas que possam proporcionar a superação do evento traumático e
evitar o comportamento suicida (Figueiredo, Silva, Mangas, Vieira, Furtado, Gutierrez &
Sousa, 2012).
Levando em consideração a importância desses conhecimentos para os profissionais
da área de psicologia, a temática escolhida surgiu pelo interesse de estudar e investigar os
conhecimentos dos alunos do curso de psicologia de duas instituições privadas do Oeste da
Bahia, buscando verificar de que forma os/as universitários são apresentados ao tema suicídio
e mensurar seus conhecimentos acerca das técnicas de intervenção e prevenção do suicídio a
partir das diretrizes do Plano Nacional de Prevenção ao suicídio (PNPS, 2013) e Manual de
Prevenção do Suicídio (Brasil, 2006). O presente trabalho, está dividido em 4 partes:
Introdução, Método, Resultados e Discussão e Considerações Finais. Na primeira parte será
12
feita uma explanação sobreo suicídio, mostrando ser um problema de saúde pública devido as
altas taxas de mortalidade, seus principais fatores de riscos e como é visto pela Análise do
Comportamento. Na segunda parte será apresentada o método do trabalho, dando enfoque aos
procedimentos de coleta e análise dos dados. Na terceira parte serão apresentados os
resultados e discussão, acerca do levantamento estatístico dos dados obtidos, bem como, a
discussão com outros autores, inclusive com o Plano Nacional de Prevenção ao Suicídio e
Manual de Prevenção do Suicídio. Por fim, serão apresentadas as principais conclusões a
respeito do estudo.
13
2. INTRODUÇÃO
Os altos índices de mortalidade no Brasil por suicídio vêm despertando em
pesquisadores da Psicologia o interesse por esse campo de estudo. O suicídio é um fenômeno
que ocorre desde os tempos remotos, atingindo todas as culturas, podendo ser caracterizado
como um comportamento autodestrutivo (Conselho Federal de Medicina, 2014). Com índices
elevados de mortes, o suicídio passou a ser caracterizado como um problema de saúde pública
(Junior, 2015). No Brasil, o índice de mortes por suicídio entre os anos de 2000 e 2012,
apresentou um percentual de 10,4% entre jovens e adultos com idade entre 15 a 44 anos,
porém, essas taxas são consideradas baixas em comparação com os dados de outros países
como a China, onde o número de óbitos por suicídio é de 121 para cada 100 mil habitantes, e
na Índia, de 258 para cada 100 mil (Cardoso, Baptista, Ventura, Branão, Padovan & Gomes,
2012).
Além disso, as tentativas de retirar a própria vida são aproximadamente 10 vezes
maiores do que as taxas de suicídios consumados. A Organização Mundial de Saúde (2013)
estimou que a cada 3000 pessoas, uma delas comete suicídio a cada 40 segundos, sendo que
20 ou mais praticam somente as tentativas de suicídio. Já em 2014, as estatísticas apontavam
11,4% de óbitos para cada 100 mil habitantes. Sendo, 15% para homens, pois utilizam
métodos mais letais (armas de fogo), comparado com o índice de 8% para as mulheres que
recorrem a meios menos letais (envenenamento, medicamentos) (OMS, 2014).
O suicídio não pode ser investigado somente por dados estatísticos que apontem sua
prevalência, devem ser realizados estudos que analisem o comportamento das pessoas que
querem tirar a própria vida com o objetivo de criar práticas preventivas para esse
comportamento. Como uma ferramenta de auxílio, a entrevista clínica pode ser muito
importante no processo de interação inicial com o paciente, pois caracteriza-se como técnicas
de investigação que possibilita o conhecimento e avaliação dos aspectos pessoais, relacionais
e sistêmicos, fornecendo condições para a previsão e identificação de comportamentos que
podem indicar o suicídio (Tavares, 2007). Com esse objetivo, Tureki (1999) classificou o
comportamento suicida em três categorias: ideação suicida, tentativas de suicídio e suicídio
propriamente dito. A ideação corresponde aos comportamentos privados como pensamentos e
ideias sobre a morte. Já as tentativas de suicídio, se caracterizam como o comportamento de
tentar retirar a própria vida; e por fim, o suicídio, caracterizado pelo ato de concretizar a ação
de morrer (Abreu, Lima, Kohlrausch & Soares 2010).
14
Durante muito tempo as variáveis que influenciam o comportamento suicida vêm
sendo investigadas e questionadas por pesquisadores da Psicologia (Baptista & Borges, 2005;
Braga, 2011; Mogadouro, Cordeiro, Zung & Vallada, 2009; Braga & Dell’Aglio, 2013 &
MDS, 2006). Para Baptista e Borges (2005), as tentativas de suicídio estão relacionadas a uma
rede de fatores de riscos como o gênero, o alcoolismo1 e o uso de substâncias psicoativas. No
que toca à orientação sexual, vários estudos mostram que a taxa de suicídios é elevada entre
os adolescentes LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) (Oliveira, 2012; Teixeira-
Filho & Rondini, 2012). De acordo com Teixeira-Filho e Marretto (2008), “nos Estados
Unidos, sabe-se que os jovens homossexuais (de ambos os sexos) representam um terço de
todos os suicídios juvenis (enquanto os homossexuais constituem no máximo 5 ou 6% da
população) “.
Além disso, os transtornos mentais como a depressão, esquizofrenia, transtorno do
pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtornos de ansiedade, transtornos de
sintomas somáticos e transtorno de personalidade vêm sendo encontrados em pessoas com
ideação suicida e nas mortes já consumadas (investigação feita através da autópsia
psicológica) (Braga, 2011; Mogadouro et al. 2009; Braga & Dell’Aglio, 2013).
A depressão tem sido apontada como um dos principais fatores de risco para o suicídio
em todas as faixas etárias, devido ao isolamento social, perdas, abuso físico, psicológico e
sexual, violência intrafamiliar entre outros (Braga, 2011). Por outro lado, a esquizofrenia é
responsável por cerca de 1/3 de casos de pessoas que se matam, sendo os fatores de risco mais
associados: sintomas depressivos, alucinações ou ideias delirantes, agitação psicomotora ou
inquietação, baixa aderência a tratamentos e medo de desintegração mental (Mogadouro et al.
2009). Outros fatores relacionados aos comportamentos suicidas são os transtornos da
ansiedade (transtorno do pânico e o transtorno obsessivo-compulsivo-TOC, os transtornos de
sintomas somáticos e os transtornos da personalidade) (Brasil, 2006).
Diferentemente das perspectivas anteriores que consideram as variáveis internas
como causadoras do comportamento, a Análise do Comportamento como um ramo da
Psicologia compreende que o comportamento só ocorre a partir da interação com o ambiente,
sendo o último, o lugar onde as explicações do comportamento devem ser buscadas (Skinner,
1953, 1981). Nesse sentido, as explicações que motivaram um indivíduo a cometer suicídio
1 Além das variáveis mencionadas, outro fator importante que desencadeia as tentativas de suicídio é o
alcoolismo. A dependência química ao uso de álcool é um dos transtornos comportamentais que atinge em torno
de 10 a 12% da população, principalmente os homens (Bessa, 2010). Dessa maneira, o transtorno está associado
a um dos fatores de risco mais predominantes para o suicídio, pois clientes que buscam tratamento para o
alcoolismo demonstram comportamento (verbal) que indiciam às tentativas de suicídio (Bessa, 2010).
15
não devem ser buscadas internamente (e.g. depressão), mas sim, em variáveis ambientais
externas ao comportamento (e.g. variáveis que causaram o comportamento depressivo
[comportamento respondente] como a perda de um emprego e que consecutivamente
provocaram o suicídio [comportamento operante]). Considerada como uma perspectiva
monista, para a Análise do Comportamento não existe a distinção entre eventos públicos
(comportamento motor e verbal) e privados (sentimentos, pensamentos, emoções, memória),
ambos são eventos da mesma natureza (naturais e localizados no tempo no espaço) herdados a
partir da história de seleção natural (filogênese) como os comportamentos reflexos, da história
operante de interação com o ambiente (ontogênese) e pela cultura, seja por intermédio do
comportamento verbal ou de práticas culturais (sociogênese); a única distinção é a
acessibilidade (Skinner, 1981; Baum, 2006; Sampaio & Andery, 2010).
Partindo desses princípios, os eventos que têm relação direta com o comportamento
suicida ocorrem por meio da interação entre organismo e ambiente, oferecendo a
possibilidade de uma maior compreensão do fenômeno investigado, não sendo possível a
descrição do comportamento sem referência ao ambiente (Abreu, 2008).
Os Analistas do Comportamento entendem que a morte por suicídio está
correlacionada como a única maneira de enfrentar e/ou evitar a dor psicológica2. Analisando
tecnicamente, o suicídio pode ser compreendido como um comportamento de fuga ou esquiva
(reforço negativo) de situações aversivas que a pessoa julga (comportamento de auto regra)
não ter solução por não encontrar reforçadores positivos disponíveis no ambiente e por trazer
alívio à dor (comportamento respondente condicionado) por ela experimentada (Vichi,
Huziwara, Sadi & Potalli, 2014).
Com o objetivo de identificar fatores relacionados ao desencadeio das respostas
suicidas, Banaco (2001) apontou características observadas na pessoa que apresenta
comportamento potencial ao suicídio. A primeira delas é a simulação do suicídio, onde o
indivíduo passa um bom período da vida simulando o suicídio, tal resposta ocorre, mas não há
risco de vida para quem a emite. A segunda função é a “ideação” suicida, momento em que a
pessoa passa parte do tempo imaginando e planejando sua morte (Banaco, 2001). A terceira
função está relacionada às respostas comportamentais que os indivíduos emitem e os colocam
em risco, tais indivíduos são classificados por terem uma “tendência” suicida. A quarta função
descreve a tentativa de suicídio. Nesse momento, a análise da situação é bastante conflituosa,
podendo ter como consequências possíveis para a tentativa deste, a simpatia (servindo como
2 A dor psicológica pode ser entendida como um comportamento respondente condicionado que exerce controle
aversivo para o comportamento, sendo eliciado por alguma variável ambiental.
16
forma de reforçar resposta) ou desprezo (que aumentaria a aversividade da situação e
produziria novas respostas de escape). Nos dois casos é notório que há uma maior
probabilidade da resposta ocorrer (Banaco, 2001).
Se tratando de um modelo de intervenção para clientes com ideação suicida ou com
histórico de tentativas de suicídio, existem técnicas terapêuticas que direcionam o trabalho do
psicólogo, tais como: Treinamento de Habilidades Sociais; Relação Terapêutica Colaborativa
e Resolução de Problemas de Comportamento (Jhon, Chiles, Kirk & Strosahl, 2005). O
trabalho do psicólogo é eliminar o sofrimento do cliente (controle aversivo) através das
alterações ambientais e da modificação de comportamentos inadequados como desamparo
aprendido, déficits comportamentais e comportamentos de fuga e esquiva. Tem por objetivo
propiciar novas condições de aprendizagem para lidar com o controle aversivo através de
estratégias de intervenção pelo reforço positivo, favorecendo o surgimento de uma vida
saudável (Vania & Sant’ Ana, 2004). Antes de realizar a intervenção, é necessário que o
terapeuta estabeleça o vínculo com o cliente se aproxime dele entendendo sua história
pessoal, verificando seus excessos comportamentais, déficits comportamentais e reservas
comportamentais (Fukumitsu, 2014; Mariano & Guilhardi, 2005).
Portanto, na Análise do comportamento, o psicólogo trabalha com a análise funcional,
podendo avaliar de forma contínua os comportamentos do cliente. Busca-se obter dados,
selecionar os comportamentos-alvo, operacionalizar esses comportamentos e assim escolher e
aplicar intervenções adequadas para modificá-los (Borges, Cassas & Cols, 2012).
A terapia comportamental trabalha com o uso de princípios experimentalmente
estabelecidos da aprendizagem e tem como objetivo alterar exemplos particulares dos
comportamentos da queixa apresentada tanto pelo cliente, quanto de pessoas relevantes do
ambiente social em que o mesmo está inserido (Abreu & Guilhardi, 2004). Assim, os
comportamentos inadequados são enfraquecidos e eliminados para que possam ser
introduzidos e fortalecidos repertórios comportamentais adequados (Borges & Cassas, 2012).
Não basta somente pensar em estratégias de intervenção para clientes suicidas, é
interessante se pensar em práticas preventivas. Por via disso, com base em altas taxas de
mortalidade por suicídio no Brasil e dos problemas de saúde pública gerados por ele, foi
criado o Programa Nacional de Prevenção ao Suicídio – PNPS (2013). O Programa Nacional
de Prevenção ao Suicídio tem como objetivo prevenir os agravos (índice de mortalidade),
promover melhoria na qualidade de vida dos grupos mais atingidos pelo suicídio e
desmistificar o estigma relacionado ao tema (Conte, et.al. 2012). Assim, são apresentadas
intervenções científicas existentes, de modo que respeitem as boas práticas dos profissionais
17
da área da saúde, valorizando os trabalhos que são realizados com eficiência, trazendo
resultados positivos que servem como ferramentas para o auxílio na diminuição das altas
taxas de suicídio no Brasil (PNPS, 2013).
Sabendo que o suicídio é um fenômeno complexo que necessita de uma atenção
diferenciada, faz-se necessário uma intervenção que seja realizada por uma equipe
multiprofissional com o objetivo de prevenir o comportamento suicida (CFP, 2013). A
prevenção do comportamento suicida é um desafio não somente para os profissionais de
psicologia, mas para todos os profissionais de saúde por se tratar de um problema social,
econômico e político (CFP, 2013).
Por isso, é importante que o profissional da área de saúde, nesse caso o psicólogo,
tenha um conhecimento sobre o PNPS (2013) e Manual de Prevenção do Suicídio (Brasil,
2006), pois ele fornece ferramentas para detectar precocemente as condições do
comportamento suicida e estratégias de intervenção que vão desde o acolhimento até a
reabilitação do paciente, possibilitado estratégias preventivas. Dessa forma, o presente estudo
tem como objetivo verificar o conhecimento dos estudantes de psicologia de faculdades
privadas do Oeste da Bahia sobre suicídio, os métodos de intervenção e prevenção, a partir
das diretrizes do Plano Nacional de Prevenção ao suicídio (2013) e Manual de Prevenção do
Suicídio (Brasil, 2006).
18
3. MÉTODO
O presente estudo é de caráter quantitativo descritivo, onde as variáveis foram
mensuradas através de um questionário com 12 questões estruturadas, referente aos
conhecimentos que os estudantes dos cursos de psicologia do Oeste da Bahia (variável
dependente) possuem a partir das técnicas de intervenção e prevenção ao suicídio de acordo
com o PNPS (2013) e Manual de Prevenção do Suicídio (Brasil, 2006) (variável
independente). O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade São Francisco de Barreiras sob o protocolo de nº 59502116.7.0000.5026.
3.1 - Participantes
Participaram do estudo 77 estudantes de dois3 cursos de Psicologia do Oeste da Bahia
(FA1 e FA2), de ambos os sexos, com idade entre 16 a 40 anos, cursando os seguintes
semestres: 4º, 6º, 8º, 10º. Com base na grade curricular dos cursos, os alunos do 2º semestre
foram excluídos da amostra por terem somente matérias introdutórias de Psicologia.
3.2 - Instrumentos
Na coleta de dados foi utilizado um questionário eletrônico (plataforma Google docs),
contendo 12 questões semiestruturadas e estruturadas sobre o conhecimento que os
acadêmicos de psicologia tinham a respeito das técnicas de intervenção e prevenção do
suicídio, os dados foram computados na plataforma Google docs. Os programas utilizados
para obter os dados foram: SPSS 20.0 e Excel. Para a realização do estudo foi necessário a
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE e Termo de Assentimento
em caso de o participante ser de menor idade.
O questionário, conteve 12 questões (abertas e fechadas) relacionadas ao perfil dos
participantes e questões relevantes sobre o conhecimento do suicídio. As perguntas foram
construídas por meio do PNPS (2013) e Manual de Prevenção do Suicídio (Brasil, 2006)
3 Para evitar a identificação das instituições de ensino, as faculdades serão identificadas com nomes fictícios:
FA1 e FA2
19
tendo como objetivo mensurar o conhecimento dos alunos do curso de psicologia do Oeste da
Bahia sobre as formas e técnicas de intervenção e prevenção ao suicídio.
3.3 - Procedimentos
Inicialmente, os pesquisadores entraram em contato com as instituições de ensino
superior para informar aos estudantes sobre o objetivo do estudo e formas de seleção. Foram
selecionados para o estudo, os participantes que apresentaram disponibilidade na participação,
garantindo assim, a seleção de forma randômica. Após a seleção, foi exigida a assinatura da
Carta de Aceite (em caso do participante ser menor idade) e do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, em seguida, os participantes foram encaminhados coletivamente para o
laboratório de informática das suas instituições para responderem ao questionário que teve
duração de 20 minutos. O questionário foi respondido individualmente por cada participante.
Os dados foram tabulados e analisados a partir do programa SPSS 20.0 e o Microsoft Excel
para a confecção dos gráficos e tabelas. A estatística utilizada para análise dos dados foi a
descritiva, onde foram mensurados o índice de acertos e erros de cada questão e a frequência
descritiva de cada resposta, avaliando-se a porcentagem das respostas dadas pelos
participantes. E por fim, realizou-se uma correlação entre o perfil dos participantes
(instituição de ensino e semestre cursado) com as respostas obtidas.
20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram do estudo cerca de 77 estudantes (75,3% n=57) FA1 e 22,1% (n=12)
FA2) (Anexo B) dos cursos de Psicologia do Oeste da Bahia, com idade entre 17 a 40 anos,
sendo a maioria com idade entre 17 a 20 anos (23,4%) e com 21 a 24 anos (54,5%) (Figura 1).
Figura 1. Dados gerais sobre o perfil dos estudantes
Os dados apontaram que a maioria dos estudantes está cursando o 10º (27,3%) e o 8º
semestres (26%) (Anexo C). Cruzando-se os dados, foi observado que na FA1 houve mais
participações entre os estudantes do 8º e 10º semestre (34,4%, respectivamente) e na FA2 a
maioria é representada por estudantes do 4º semestre (58,8%) (Tabela 1).
Tabela 1 - Tabela 1. Cruzamento dos dados entre semestre X Instituição de ensino
Variáveis FA1 (F%) FA2 (F%) Omitiram (F%)
4° 15,5% 58,8% 50%
6º
8º
10º
15,5%
34,4%
34,4%
41,2%
0%
0%
0%
0%
50%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
17 a 20 21 a 24 25 a 28 29 s 32 33 a 36 37 a 40
Po
rcen
tag
em
Idade
Gráfico 1 - Idade dos participantes
54,5%
23,4%
21
Total: 100% 100% 100%
Observa-se na tabela que não há respondentes dos últimos anos de graduação na FA2,
esses números não aparecem pelo fato da instituição de ensino possuir até o 6º semestre de
Psicologia.
Ao investigar se existe um direcionamento acadêmico durante o período de formação
profissional que os preparem para a atuação frente a um paciente com risco suicida, 49,4%
(n=38) dos estudantes disseram que sim, através de simpósios, palestras e minicursos (Anexo
D). Comparando esses dados por instituições de ensino, pôde-se observar que na FA1, 53,4%
(n=31) disseram que sim, através de simpósios, palestras e minicursos, já na FA2, 47% (n=8)
dos respondentes disseram que houve esse direcionamento, mas de maneira superficial
(Tabela 2).
Tabela 2. Cruzamento dos dados instituição de ensino X Direcionamento acadêmico durante o período de
formação.
Variáveis FA1 (F%) FA2 (F%) Omitiram (F%)
Sim, através de simpósios, palestras e minicursos 53,4% 41,2% 0%
Não, não houve nenhum tipo de direcionamento
Houve, mas de maneira superficial
Não sei responder.
5,2%
41,4%
0%
5,9%
47%
5,9%
50%
50%
0%
Total (%): 100% 100% 100%
Segundo Lacerda, Weber, Porto e Silva (2008), os eventos científicos são essências na
busca e assimilação de novos conhecimentos, tendo por finalidade reunir profissionais e/ou
estudantes de determinada especialidade para que haja troca e transmissão de informações,
onde o interesse é comum entre os participantes. Porém, é crucial que se tenha um
conhecimento ampliado e aprofundado de manejo e técnicas preventivas e interventivas para
que se desenvolva um trabalho adequado com pacientes suicidas (CFM, 2015).
Quanto aos cuidados que se deve ter com clientes suicidas, 75,3% (n=58) dos
participantes assinalaram corretamente a opção do controle/regulação do acesso aos métodos
mais utilizados, como: carbanato (chumbinho), pesticidas, raticidas, e restrição às armas de
fogo e outros (Figura 2). De acordo com o PNPS (2013), os métodos mais utilizados para
quem pensa em suicidar são: carbanato (chumbinho), pesticidas, raticidas, restrição às armas
de fogo. Dessa forma, a remoção ou o controle desses meios têm contribuído para a
diminuição das altas taxas de suicídio (PNPS, 2013).
22
Figura 2. Dados sobre os cuidados que se deve ter com clientes suicidas
Ao serem questionados pela forma como o comportamento suicida é precedido, pôde-
se observar que 98,7% (n=76) deles optaram pela alternativa: pensamento, plano e tentativa
(Anexo E). Os estudantes do 4º, 6º e 8º semestre tiveram percentual de 100% de acertos na
questão, pois o PNPS (2013) afirma que a sequência para cometer o ato suicida é:
pensamento, plano e a tentativa (Tabela 3).
Tabela 3. Cruzamento dos dados entre semestre X Como se procede o comportamento suicida
Variáveis 4º 6º 8º 10º
Pensamento, plano e tentativa.
Plano, tentativa e pensamento.
Tentativa, plano e pensamento.
Plano, pensamento e tentativa.
Não sei responder
100%
0%
0%
0%
100%
0%
0%
0%
100%
0%
0%
0%
95,3%
0%
4,7%
0%
Total (%) 100% 100% 100% 100%
Para Minayo e Cavalcante (2010), o comportamento suicida geralmente inicia-se com
comportamentos encobertos de suicídio (ideias e pensamentos em por fim a própria vida). No
avanço do processo ocorre o planejamento suicida; etapa em que o cliente estabelece quando
irá cometer o suicídio e quais os meios que fará para obter tal resultado (Baggio, Palazzo &
Aerts, 2009). Dessa maneira, a tentativa de suicídio poderá ocorrer e resultará ou não em
morte (Abreu et al. 2010) Vale ressaltar que as taxas de tentativas de suicídio são
3,9% 1,3%
75,3%
3,9%
15,6%
Não existem cuidados
com pacientes suicidas
Não ficar atento aos
sinais apresentados
pelo paciente
Controle/ regulação do
acesso aos métodos
mais utilizados, como:
carbamato
(chumbinho);
pesticidas; raticidas e
outros; e restrição às
armas de fogo
Somente o cuidado
com materiais letais
(arma de fogo, facas ,
estiletes e tesouras) é o
bastante
Não sei responder
Gráfico 2 - Em relação aos cuidados que se deve ter com clientes
suicidas, qual alternativa você considera correta?
23
aproximadamente 10 a 20 vezes maiores do que as taxas de suicídio consumados (Botega,
2014; Abreu et al. 2010).
Perguntados sobre quais os principais fatores de riscos associados ao comportamento
suicida, à maioria (98,7%) (Anexo F) apontou que as doenças mentais, os aspectos sociais e a
condição de saúde física limitante estão diretamente ligados com o comportamento suicida.
Observa-se que a maioria dos estudantes obtiveram maior percentual de acertos para a
questão. Dentre os transtornos mentais associados ao suicídio (bipolar afetivo, episódio
depressivo, transtorno depressivo recorrente, dependência de álcool e outras drogas
psicoativas), foi observado que a Depressão Maior ganha destaque (Botega, 2014; Feliciano
& Moretti, 2015), pois é uma doença que necessita da avaliação minuciosa para minimizar o
risco de suicídio (Canfield, 2015).
Ao analisar os dados obtidos diante do comportamento do terapeuta frente a um
cliente com ideação suicida que chega ao consultório e relata a intenção de se matar, o
percentual obtido através dos respondentes foi de 63,6% (n=49) para a alternativa de analisar
o comportamento diante o desejo de se matar e procurar rapidamente uma intervenção
preventiva, porém, 35,1% responderam que seria adequado passar a informação para a família
(Figura 3).
Figura 3. Dados sobre chegada do cliente ao consultório com ideação suicida
0,0%
63,6%
35,1%
1,3%
0,0%0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
Precisaria de
tempo para dar
uma devolutiva
ao paciente.
Analisaria o
comportamento
diante o desejo
de se matar e
procuraria
rapidamente
uma intervenção
preventiva.
Seria adequado
passar a
informação para
a família.
Logo após o
paciente relatar
a intenção de se
matar,
encaminharia o
caso para outro
terapeuta
Não sei
responder
Po
rcen
tag
em
Respostas
Gráfico 3 - Um cliente com ideação suicida chega ao consultório e relata
para você a intenção de se matar. O que você faria?
24
Comparando os dados entre as instituições de ensino, a maioria dos respondentes da
FA1 (67, 2%, n=39) e FA2 (52,9%, n=9) optaram pela alternativa que analisaria o
comportamento diante o desejo de se matar e procuraria rapidamente uma intervenção
preventiva (Tabela 4).
Tabela 4. Cruzamento dos dados entre instituição de ensino X A intenção do paciente suicida em se matar
Variáveis FA1 (%) FA2 (%) Omitiram
(%)
Precisaria de tempo para dar uma devolutiva ao
paciente.
Analisaria o comportamento diante o desejo de se
matar e procuraria rapidamente uma intervenção
preventiva.
Seria adequado passar a informação para a família
Logo após o paciente relatar a intenção de se matar,
encaminharia o caso para outro terapeuta.
Não sei responder
0%
67,2%
32,70%
0%
0%
0%
52,9%
41,1%
5,8%
0%
0%
50%
50%
0%
0%
Total (%) 100% 100% 100%
Dessa maneira, o terapeuta deve identificar, avaliar e analisar os sentimentos e
comportamentos envolvidos no desejo de retirar a própria vida, investigando gradativamente a
situação e o nível da ideação suicida para que através disso consiga intervir sobre o
comportamento (Brasil, 2006). Observa-se que a maioria dos estudantes respondeu
corretamente à questão proposta.
Ao investigar sobre um cliente que descreve que irá utilizar determinado objeto para
retirar sua vida e qual seria a intervenção, 85,7% (n=66) responderam que observaria se ele
tem acesso ao objeto ou facilidade de adquiri-lo, e imediatamente, fazer com que o paciente se
afaste de todo tipo de objeto que lhe põe risco a vida. Observa-se que houve maior percentual
para esta alternativa, sendo a correta e de acordo com o PNPS (2013), as restrições aos meios
letais são de grande importância na prevenção do suicídio (Figura 4).
25
Figura 4. Dados sobre a intervenção adequada diante de clientes que dizem que irão utilizar determinado
objeto para retirar a própria vida
Inúmeros são os meios que podem ser utilizados para um paciente retirar sua própria
vida. A estratégia de restrições no acesso e concessão de licenças de uso e porte de armas de
fogo, barreiras de proteção em certos locais e dificuldade na compra, armazenagem e
distribuição de pesticidas, contribuíram para a legislação e fiscalização adequada (PNPS,
2013). Botega (2014) salientou que os acessos aos meios letais devem ser investigados e
utilizados como requisitos de análise de morte, pois através dessas informações, serão
possíveis elaborar as estratégias de prevenção ao suicídio.
Quando questionados sobre um cliente que narra ao terapeuta à intenção de se matar e
que apresenta um comportamento sempre agitado e de repente fica calmo, 70,1 % (n=54)
respondeu que é necessário verificar se o comportamento gera indícios de que a decisão de
cometer o suicídio foi tomada (Anexo G). Comparando os dados por semestre, observa-se que
os estudantes do 6º (87,5%) e 10º (71,4%) semestre apontaram com maior frequência que
analisariam se esse comportamento (ficar agitado e calmo) gera indícios de que a decisão
suicida foi tomada (Tabela 5).
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
Não orientar os
familiares acerca
da facilidade ao
acesso do meio
letal.
Observar se ele
tem acesso ao
objeto ou
facilidade de
adquiri-lo
Não investigar se
o paciente tem
acesso ao objeto
alvo do suicídio.
Tentar convencer
o paciente a não
se matar.
Não sei
responder
Po
rcen
tag
em
Respostas
Gráfico 4 - O cliente descreve que irá utilizar determinado objeto para retirar
sua vida. Qual intervenção é adequada?
26
Tabela 5. Cruzamento dos dados entre semestre X Paciente que narra ao terapeuta a intenção de se matar
Variáveis 4º 6º 8º
10º
O comportamento do paciente pode oscilar, é normal.
Assim, o comportamento em risco pode ser desconsiderado.
Observar e analisar profundamente se a oscilação
comportamental é verdadeira.
Não investigar se o paciente tem acesso ao objeto alvo do
suicídio.
Verificar se o comportamento gera indícios de que a decisão
de cometer o suicídio foi tomada.
Não sei responder
0%
35%
0%
60%
5%
0%
12,5%
0%
87,5%
0%
5%
30%
0%
65%
0%
0%
28%
0%
71,4%
0%
Total (%)
100%
100%
100%
100%
Observa-se que essa é uma prática recomendada por Brasil (2006), pois deve-se
observar o sentimento de ambivalência apresentado pelo cliente, e analisar se os
comportamentos apresentados são verídicos.
Segundo a OMS (2000), existem dois tipos de precauções que devem ser tomadas ao
identificar comportamentos suicidas em clientes. Dentre elas são:
a melhora falsa ou enganosa, que reflete o momento em que um paciente agitado de repente fica calmo,
indiciando assim a decisão cometer o suicídio, explicando assim a calma após a decisão. E existe a
negação, que está relacionado a clientes que tem intenções sérias para se suicidar-se, automaticamente
negando a ideação suicida (OMS, 2000. p. 14).
Quando investigados sobre clientes que apresentam quadros psicopatológicos como
depressão, ansiedade, esquizofrenia e alcoolismo, como desencadeadores para cometer
suicídio, 93,5% dos estudantes escolheram a opção correta, sim, esses quadros indicam a
probabilidade da pessoa cometer suicídio (Figura 5).
27
Figura 5. Dados sobre clientes que apresentam quadros psicopatológicos sendo propensos a cometer
suicídio.
Cerca de 90% dos casos de suicídios estão relacionados a transtornos mentais, como
depressão, esquizofrenia, transtornos de humor bipolar e dependência de álcool e drogas
psicoativas, sendo considerados principais desencadeadores de morte por suicídio (Botega,
2014; Abreu et al. 2010; Ferreira & Gabarra, 2014 & PNPS, 2013).
Em dados gerais obtidos para o contato inicial com o paciente de ideação suicida,
frente a postura que o terapeuta deve apresentar, 64,9% (n=50) dos respondentes optaram por
entender e focalizar nos sentimentos da pessoa, 31,2% (n=24) responderam que é importante
conversar honestamente e com autenticidade (Anexo H). Do total dos respondentes dessa
pergunta por semestre, foi possível observar que 55% dos estudantes do 4º semestre e 85% do
8º semestre responderam entender e focalizar nos sentimentos da pessoa, sendo esta a
alternativa incorreta, pois o PNPS (2013) aponta que deve-se conversar honestamente e com
autenticidade, respostas dadas pelos estudantes do 6º semestre (37,5% ) e 10º semestre
(33,4%) (Tabela 6).
Tabela 6. Cruzamento entre semestre X Postura profissional que o terapeuta deve ter no contato inicial
com o paciente suicida.
Variáveis 4º 6º 8º
10º
Ficar chocado ou muito emocionado.
Entender e focalizar nos sentimentos da pessoa.
Conversar honestamente e com autenticidade.
Dizer que não pode atender o caso.
Não sei responder.
0%
55%
0%
40%
5%
0%
50%
37,5%
12,5%
0%
0%
85%
15%
0%
0%
0%
66,6%
33,4%
0%
0%
Total (%)
100%
100%
100%
100%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Sim, esses quadros
indicam a probabilidade
da pessoa cometer
suicídio.
Não, nenhum quadro
psicopatológico é
indicador de suicídio.
Não sei responder.
Gráfico 5 - Clientes que apresentam quadros psicopatológicos como
depressão, ansiedade, esquizofrenia e alcoolismo são mais propensos
a cometer suicídio? Marque a alternativa correta.
28
Ao mensurar o percentual de erros e acertos dos participantes da pesquisa, foi
observado que a maioria dos participantes acertou entre 6 (35,1%) e 7 (26%) acertos. Somente
13,9% dos participantes acertaram todo o questionário (Figura 6).
Figura 6. Dados sobre a quantidade de acertos dos participantes
Apesar dos estudantes considerarem que estudaram a temática do suicídio, os dados
apontam que o número de acertos pode ser considerado abaixo do esperado. Sugerindo-se
intervenções na categoria de ensino que melhor preparem os estudantes frente ao
comportamento suicida.
Deste modo, ao analisar a média obtida de erros e acertos por instituições de ensino,
pôde-se notar que a FA1 emitiu um maior percentual de acertos (37,9%), comparando-se com
a FA2 que obteve menor percentual de acertos (29,4%). Vale ressaltar que na FA1 os
semestres participantes foram 4º, 6º, 8º e 10º e na FA2 participaram do estudo apenas o 4º e 6º
semestres do curso de Psicologia, podendo assim interferir na quantidade resultados obtidos
na amostra (Tabela 7).
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
9 acertos 8 acertos 7 acertos 6 acertos 5 acertos 4 acertos 3 acertos
Gráfico 6 - Quantidade de acertos
29
Tabela 7. Cruzamento entre instituições de ensino X Quantidade de acertos
Variáveis FA1 (%) FA2 (%) Omitiram informação (%)
9 acertos
8 acertos
7 acertos
6 acertos
5 acertos
4 acertos
3 acertos
0%
13,7%
25,8%
37,9%
15,2%
5,7%
1,7%
11,8%
11,8%
23,5%
29,4%
11,8%
5,9%
5,8%
50%
0%
50%
0%
0%
0%
0%
Total (%) 100% 100% 100%
30
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O comportamento suicida caracteriza-se como um problema de saúde pública devido
aos altos índices de mortalidade. Entretanto, é um processo complexo onde o individuo tendo
a ideação suicida pode se comunicar através de meios verbais e não verbais, planejar o
suicídio, tentar o suicídio e por fim cometer o ato suicida. As variáveis que influenciam esse
comportamento podem ser biológicas, ambientais, psicológicas e sociais (Abreu, Lima,
Kohlrausch & Soares, 2010). Assim, existem diversos tipos de fatores de risco que oferecem
maior probabilidade do comportamento suicida ocorrer, dentre eles os transtornos mentais
(esquizofrenia, depressão, transtorno de humor, alcoolismo, etc).
O estudo apontou que a maior parte dos estudantes responderam que existe um
direcionamento acadêmico que os preparem para trabalhar com clientes suicidas. Apesar dos
resultados, é necessário que os profissionais da área de saúde (psicólogos, enfermeiros,
psiquiatras) estejam capacitados para atuarem frente a casos de clientes que apresentarem
comportamentos suicidas (CFM, 2015). É importante ter conhecimento sobre as principais
técnicas de prevenção e intervenção, desenvolver habilidades para uma relação satisfatória,
pois o trabalho com pacientes suicidas é algo complexo e demanda muito conhecimento e
habilidades enquanto profissionais da psicologia.
Dessa maneira, o presente estudo buscou verificar os conhecimentos dos estudantes de
psicologia frente a diversas situações que envolvem um atendimento com clientes de ideação
suicida. Portanto, pôde-se observar que o nível de conhecimento dos estudantes é considerado
mediano diante da postura que o terapeuta deve exercer no trabalho com clientes suicidas.
Assim, a inserção de cursos de capacitação que abarquem a relação terapeuta e cliente-
suicida, poderá oferecer melhores reportórios comportamentais aos estudantes.
Pelo fato do estudo não ter sido realizado com todos os/as estudantes dos cursos de
Psicologia, tanto de faculdades públicas e privadas, são importantes que surjam novos estudos
com amostras maiores e outras populações nacionais, como profissionais de Psicologia, para
que assim possa verificar se estão preparados ou não para intervir e prevenir o comportamento
suicida.
Observa-se que não há estudos nacionais conduzidos nessa área, sendo esse estudo o
primeiro do país a se preocupar com essa temática. Assim, sugere-se aos pesquisadores que
além de ensinar sobre o suicídio, verifiquem o conhecimento dos seus alunos sobre o tema.
31
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Vichi, C., Huziwara, E., Sadi, H., & Potalli, L. (2014). Comportamento em Foco. Associação
Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental – ABPMC. São Paulo.
34
World Health Organization (2013). Suicide Prevention (SUPRE). Acedido a 4 de fevereiro.
Retirado de: http://www.int/mental_health/prevention/suicide/suicideprevention/en/
World Health Organization (2014). Preventing suicide: a global imperative. Retrieved from
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/131056/1/9789241564779
35
ANEXOS
36
ANEXOS
ANEXO A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO
´
Idade: __________
Qual é a instituição que você cursa Psicologia ____________
Semestre em que está cursando Psicologia __________
1. Existe um direcionamento acadêmico durante o período de formação profissional que
os preparem para a atuação frente a um paciente com risco suicida?
a) ( ) Sim, através de simpósios, paletras e mini-cursos.
b) ( ) Não
c) ( ) Houve, mas de maneira superficial.
d) ( ) Por meio de disciplina específica na grade curricular.
e) ( ) Não sei responder.
...
2. Em relação aos cuidados que se deve ter com pacientes suicidas, qual alternativa você
considera correta?
a) ( ) Não existem cuidados com pacientes suicidas
b) ( ) Não ficar atento aos sinais apresentados pelo paciente.
c) ( ) Controle/ regulação do acesso aos métodos mais utilizados, como: carbamato
(chumbinho); pesticidas; raticidas e outros; e restrição às armas de fogo.
d) ( ) Somente o cuidado com materiais letais (arma de fogo, facas , estiletes e
tesouras) é o bastante.
e) ( ) Não sei responder.
3. O comportamento suicida é precedido de:
37
a) ( )Pensamento, plano, e tentativa.
b) ( ) Plano, tentativa e pensamento.
c) ( ) Tentativa, plano e pensamento.
d) ( ) Plano, pensamento e tentativa.
e) ( ) Não sei responder.
4. Principais fatores de risco associados ao comportamento suicida:
a) ( ) Somente as doenças mentais (depressão, esquizofrenia, TOC, ansiedade e
borderline).
b) ( ) Doenças mentais, aspectos sociais e condição de saúde limitante.
c) ( ) Condição da saúde, significativamente, limitada.
d) ( ) As doenças mentais e os aspectos psicológicos.
e) ( ) Não sei responder.
5. Um paciente com ideação suicida chega ao consultório e relata para você a intenção de
se matar. O que você faria?
a) ( ) Precisaria de tempo para dar uma devolutiva ao paciente.
b) ( ) Analisaria o comportamento diante o desejo de se matar e procuraria
rapidamente uma intervenção preventiva.
c) ( ) Seria adequado passar a informação para a família.
d) ( ) Logo após o paciente relatar a intenção de se matar, encaminharia o caso para
outro terapeuta.
e) ( ) Não sei responder.
6. O paciente descreve que irá utilizar determinado objeto para retirar sua vida. Qual
intervenção é adequada?
a) ( ) Não orientar os familiares acerca da facilidade ao acesso do meio letal.
b) ( ) Observar se ele tem acesso ao objeto, ou se tem facilidade de adquirir, e
imediatamente, fazer com que o paciente se afaste de todo tipo de objeto que lhe põe
risco a vida.
c) ( ) Não investigar se o paciente tem acesso ao objeto alvo do suicídio.
d) ( ) Tentar convencer o paciente para não se matar.
e) ( ) Não sei responder.
7. O paciente que apresenta um comportamento sempre agitado e de repente fica calmo.
Qual decisão deve ser tomada?
a) ( ) O paciente pode oscilar, as vezes ficar calmo e outras agitado, é normal. Assim o
comportamento em risco pode ser desconsiderado.
b) ( ) Observar e analisar profundamente se o comportamento é verdadeiro.
38
c) ( ) Se o paciente ficou calmo, não tem mais perigo. Dessa forma deve ser descartada
qualquer possibilidade da tentativa de suicídio.
d) ( ) Verificar se o comportamento gera indícios de que a decisão de cometer o
suicídio foi tomada.
e) ( ) Não sei responder.
8. Pacientes que apresentam quadros psicopatológicos como depressão, ansiedade,
esquizofrenia, alcoolismo, são mais propensos a cometer suicídio? Marque a
alternativa correta.
a) ( ) Verdadeiro.
b) ( )Falso.
c) ( ) Nenhum quadro Psicopatológico é indicador de suicídio.
d) ( ) Esses quadros psicopatológicos podem ou não interferir no ato suicida.
e) ( ) Não sei responder.
9. No contato inicial com o paciente de ideação suicida, como o terapeuta deve se
comportar?
a) ( ) Ficar chocado ou muito emocionado.
b) ( ) Entender e focalizar nos sentimentos da pessoa.
c) ( ) Conversar honestamente e com autenticidade.
d) ( ) Dizer que não pode atender o caso..
e) ( ) Não sei responder.
Gabarito
1. C
2. C
3. A
4. B
5. B
6. B
7. D
8. A
9. C
39
ANEXO B – DADOS SOBRE A QUANTIDADE DE PARTICIPANTES POR
INSTITUIÇÃO DE ENSINO
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
FA1 FA2 Omitir informação
Instituições de ensino
Instituições de ensino
75,3%
22,1%
2,6%
Quantidade de participantes por instituição de ensino
40
ANEXO C – DADOS SOBRE A QUANTIDADE DE PARTICIPANTES POR
SEMESTRES
Quantidade de Participantes Por Semestre
4º 6º 8º 10º
Semestre cursando 26,0% 2,8% 26,0% 27,3%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
Po
rcen
tag
em
Semestre cursando
41
ANEXO D – DADOS SOBRE O DIRECIONAMENTO ACADÊMICO DURANTE O
PERÍODO DE FORMAÇÃO.
Dados sobre o direcionamento acadêmico durante o período de formação
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
50,0%
Sim, através desimpósios,
paletras e mini-cursos
Não, nãohouveram
nenhum tipo dedirecionamento.
Houve, mas demaneira
superficial
Por meio dedisciplina
específica nagrade curricular
Não seiresponder
Po
rcen
tag
em
Respostas
Existe um direcionamento acadêmico durante o período de formação profissional
que os preparem para a atuação frente a um paciente com risco suicida.
42
ANEXO E – DADOS SOBRE COMO O COMPORTAMENTO SUICIDA É
PRECEDIDO
Dados sobre como o comportamento suicida é precedido
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
Pensamento,
plano, e
tentativa.
Plano, tentativa e
pensamento
Tentativa, plano
e pensamento
Plano,
pensamento e
tentativa
Não sei
responder
Po
rcen
tag
em
Opções de respostas
O comportamento suicida é precedido de:
43
ANEXO F – DADOS SOBRE OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS
AO COMPORTAMENTO SUICIDA
Dados sobre os principais fatores de risco associados ao comportamento suicida
1,3%
98,7%
0,0% 0,0%0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
Somente as doenças
mentais (depressão,
esquizofrenia, TOC,
ansiedade e
borderline).
Doenças mentais,
aspectos sociais e
condição de saúde
física limitante.
Condição de saúde
física
significativamente
limitada, somente.
Não sei responder.
Principais fatores de risco associados ao comportamento suicida:
44
ANEXO G – DADOS SOBRE O PACIENTE QUE DESCREVE A INTENÇÃO DE SE
MATAR
Dados sobre paciente que descreve a intenção de se matar
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
Po
rcen
tag
em
Opções de respostas
O paciente narra ao terapeuta a intenção de se matar, você observa que ele apresenta um comportamento sempre agitado e de repente fica calmo. Qual
decisão deve ser tomada?
45
ANEXO H – DADOS SOBRE O CONTATO INICIAL E A POSTURA DO
TERAPEUTA FRENTE UM PACIENTE SUICIDA.
Dados sobre o contato inicial e a postura do terapeuta frente um paciente suicida.
0,0%
64,9%
31,2%
3,9%0,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
Ficar chocado ou
muito emocionado.
Entender e focalizar
nos sentimentos da
pessoa.
Conversar
honestamente e com
autenticidade.
Dizer que não pode
atender o caso.
Não sei responder.
No contato inicial com o paciente de ideação suicida, como o terapeuta
deve se comportar?