O Corpo No Autismo e Na Esquizofrenia Doutorado Bialer 2012

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  • UNIVERSIT PARIS 7 DENIS DIDEROT

    UFR SCIENCES HUMAINES ET CLINIQUES

    ET

    UNIVERSIT DE SO PAULO COTUTELLE INTERNATIONALE DE THESE

    DOCTORAT EN RECHERCHES EN PSYCHOPATHOLOGIE ET

    PSYCHANALYSE - UNIVERSIT PARIS 7 DENIS DIDEROT

    DOCTORAT EN PSYCHOLOGIE CLINIQUE UNIVERSIDADE DE SO

    PAULO

    ANNE 2012

    LE CORPS DANS LAUTISME ET DANS LA SCHIZOPHRNIE

    Par

    Marina Bialer

    Directeurs de Thse : Professeur Alain Vanier / Professeur Jussara Falek

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  • JURY

    PROF. ALAIN VANIER ___________________________

    PROF. JEAN-CLAUDE MALEVAL _________________

    PROF. JUSSARA FALEK __________________________

    PROF. MARIA ABIGAIL DE SOUZA ___________________

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  • DDICACES

    Esta tese realizada em cotutela, em um percurso intelectual itinerante entre Paris- So

    Paulo dedicada Leon, Jajb Bialer, e Yela Waiser meus avs paternos que em 1948

    deixavam a Europa e a Rssia para recomear uma vida partir deste trajeto de Paris

    So Paulo.

    queles cujos corpos desapareceram nas cinzas de uma Guerra: meu tio Janus, Yanush

    Waiser, meus bisavs Aron Bialer e Brajndla Blass Bialer, e Jacob Waiser e Gitla

    Frajnholc Waiser, e a meus tios e tias.

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  • REMERCIEMENTS

    Monsieur le Professeur Alain Vanier, je tiens vous tmoigner de ma gratitude pour

    avoir accept dtre directeur de ma thse. Merci pour mavoir soutenue et encourage

    dans ce long parcours.

    Madame le Professeur Jussara Falek, je vous remercie davoir accept dtre

    directrice en cotutelle de cette thse. Cest avec vous que jai compris limportance de la

    rigueur et de la prcision.

    Madame le Professeur Maria Abigail de Souza, je tiens vous remercier davoir

    accept dtre membre du jury. Je suis trs reconnaissante pour toute lindispensable

    aide administrative.

    Madame le Professeur Silvana Rabello, je suis trs honore que vous ayez accept

    dtre pr-rapporteur de ce travail. Je tiens vous remercier de mimpliquer dans vos

    projets de recherche sur lautisme et sur la psychose, dans des activits thoriques et

    cliniques trs stimulantes.

    Monsieur le Professeur Jean-Claude Maleval, je suis trs honore que vous ayez

    accept de juger ma thse. La considration et lintrt que vous portez ma recherche,

    en acceptant dtre membre du jury, me permettront dapprofondir ce champ dtude

    dans lequel je me suis engage.

    Martine Avril, pour les enseignements et pour lamiti.

    Aux Boillat, pour un accueil familial Paris et Yulia, pour lamiti

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  • AGRADECIMENTOS

    Alex et Ana Silvia.

    Celso Moraes, por ter transformado dias cinzentos em arco-ris.

    Maria Helena Raimos de Oliveira, mestra.

    Maria Lcia de Arajo Andrade pelo apoio e incentivo ao meu interesse pela

    pesquisa.

    Aos professores da USP que me acompanharam na pesquisa em psicanlise e com os

    quais constru um percurso de pesquisa sobre o corpo, especialmente: Professora

    Maria Cristina Machado Kupfer que me ensinou como dar corpo s minhas pesquisas

    em psicanlise, pela imensa generosidade.

    s amigas Lilian, Cl, Jaque, Rita, por concretizarem o que h de mais encantador em

    um grupo de amigas. Vocs foram super importantes para a realizao desta pesquisa.

    Agradeo imensamente todo o holding dado por vocs.

    Aos amigos psys: Pablo, pela sbia interlocuo e Chris, sempre surpreendente.

    Aos amigos psys: Elza Furuta, pelos nossos encontros sempre to gostosos; Z, por me

    permitir trocas to sinceras; Helder e Cludia, pelo apoio e presena.

    Yukie Kawasaki, pelos papos ao lado do Sena e Place Monge

    Lcia Junqueira Novaes.

    Ricardo Goldenberg.

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  • RSUM

    Bialer, M. (2012). Le corps dans lautisme et dans la schizophrnie. Thse de doctorat, Universit Paris 7 Denis Diderot / Universidade de So Paulo, Paris.

    On aborde lautisme et la schizophrnie partir des deux concepts cl de la thse :

    lobjet (a) et le trait unaire - trait de lAutre. On essaye de rendre compte dun rapport

    singulier de lautiste au signifiant, dune non-incorporation du signifiant primordial de

    lAutre. On distingue lautiste, celui qui na pas incorpor la marque de la jouissance de

    lAutre, na pas incorpor le signifiant primordial, du schizophrne, celui qui a

    incorpor la marque de la jouissance de lAutre mais qui na pas la possibilit de

    recourir aux discours tablis pour construire le corps propre, pour nommer le corps

    propre. Il y a la possibilit de constructions autour des Sxs + des morceaux de

    jouissance pour tiqueter, pour nommer, la place des discours tablis en dfaut. On

    distingue les stratgies schizophrnes autour dun travail de localisation de la jouissance

    par la lettre, et les stratgies autistiques autour dun travail de localisation de la

    jouissance sur les bords.

    Mots-cls : autisme schizophrnie - trait unaire - objet (a) signe lettre - jouissance.

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  • RESUMO - USP

    Bialer, M. (2012). O corpo no autismo e na esquizofrenia. Tese de Doutorado,

    Universit Paris 7 Denis Diderot / Universidade de So Paulo, Paris.

    No primeiro captulo da tese aps a introduo, intitulado II, realizo um percurso terico

    da imagem do corpo prprio nos escritos e seminrios iniciais de Lacan, situando R, S e

    I - o Real, o Simblico e o Imaginrio - em jogo no ser humano. A concluso deste

    captulo introduz os dois conceitos principais que sero trabalhados na tese: o objeto

    ( a ) e o trao unrio, considerando o trao unrio como um trao do Outro simblico,

    um trao de identificao no imaginria mas simblica e o objeto como o real, no-

    especular. Aborda-se a importncia do seminrio A angstia de Lacan para a

    formulao da importncia do conceito do trao e de ( a ) para a compreenso de RSI

    essencial para a abordagem da esquizofrenia e do autismo. A partir do esquema ptico

    utilizado por Lacan para abordar a constituio da imagem do corpo no ser humano,

    assim como a estruturao de RSI a partir da perda de uma parte do corpo prprio, de

    uma perda de gozo estruturante do ser humano, teo algumas consideraes sobre os

    esquemas pticos que poderamos encontrar no caso do autismo e da esquizofrenia, a

    partir da articulao entre significante e corpo. partir dos estudos de M-C Laznik

    proponho situar o autismo, a partir da falha na impresso da marca do gozo do Outro a

    qual permite a inscrio do erotismo, base da construo do narcisismo e do

    estabelecimento de um Outro no circuito pulsional. O autismo , ento, situado em

    relao a uma falha da inscrio do Outro primordial impedindo o tempo da inscrio

    total do Significante do Outro, da alienao no Significante do Outro Simblico, da

    marcao pelo Outro, e da posterior Separao, no existente no Autismo. Por outro

    lado, na Esquizofrenia, situo a inscrio do Outro, do significante do Outro, da marca

    do Gozo do Outro, mas no h a inscrio da ausncia da marca do Outro necessria

    para sair do lugar de objeto do Gozo do Outro. A partir das formulaes de Lacan no

    seminrio A angstia sobre a esquizofrenia, do esquizofrnico como aquele que

    tomado somente na dimenso do real do seu corpo pelo seu Outro, havendo uma

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  • inscrio de trao inicial da ordem do grito, que devido prematuridade do humano,

    necessita de um Outro que lhe atribua a dimenso de apelo, de um chamado ao Outro, o

    que no ocorre na esquizofrenia, permanecendo o grito fora da dimenso simblica do

    estatuto de um apelo ao Outro, assim como todos os rgos do corpo e a imagem do

    corpo prprio na esquizofrenia tambm no tero como recorrer a um discurso

    estabelecido, uma articulao significante dada pelo Outro que formularia as funes

    dos seus rgos e a unidade do seu corpo.

    Nos captulos III e IV da tese distingo a partir dos conceitos de objeto (a) e de trao

    unrio a clnica do autismo e da esquizofrenia. Analiso a articulao terica-clnica de

    diversos psicanalistas que estudam esta clnica, focalizando a compreenso do corpo a

    partir destes conceitos-chave. importante ressaltar que h diferentes pontos-de-vista

    sobre a questo do diagnstico diferencial do autismo e da esquizofrenia. Achei

    interessante incluir na tese trabalhos interessantes, com articulaes enriquecedoras,

    apesar de alguns psicanalistas utilizarem critrios diagnsticos diferentes do que

    proponho nesta tese. Pode-se observar que realizo algumas ressalvas quando a

    construo diagnstica divergente daquela que proponho. No entanto, achei

    interessante contemplar a diversidade de pontos-de-vista sobre o diagnstico e

    tratamento e no exclu-los. Outra deciso tomada foi a de no excluir casos que no se

    enquadrassem em quadros clnicos puros, isto , embora estudemos a clnica da

    esquizofrenia e do autismo, no possvel excluir, por exemplo, traos de parania em

    esquizofrnicos, assim como no podemos deixar de abordar quadros de crianas muito

    pequenas nas quais a estrutura ainda no est definida e onde podemos postular uma

    sada do autismo.

    No captulo III, intitulado A questo do corpo no autismo partir dos conceitos de

    objeto (a) e do trao unrio, abordo o manejo clnico de diversos psicanalistas em torno

    da extrao de objeto do circuito autista, respeitando a lgica do circuito de cada autista

    em sua singularidade, realizado a partir da incluso inicial do analista no circuito autista

    e a partir de tal entrada dcil realizando intervenes no sentido de auxiliar o autista

    na estruturao das suas invenes singulares. Vrios dos trabalhos colocam em

    destaque a importncia do corpo do analista, e da extrao de um objeto do corpo do

    analista permitindo a inscrio de uma negatividade, em torno da circulao de objetos

    que coloca em ato o corpo do Outro como suporte para a extrao e circulao do

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  • objeto, a partir da inscrio de um buraco no Outro, do Outro faltante encarnado no

    analista. Abordarei neste captulo as formulaes de psicanalistas que privilegiam no

    tratamento do autismo, o conceito da localizao do gozo na borda como uma

    modalidade especfica do tratamento do gozo pelo autista. Tal localizao em uma

    borda tambm sendo evidenciado no investimento no campo dos signos, na criao de

    uma ilha de competncia, no investimento de um duplo, e na criao do designado

    Outro de suplncia ou Outro de sntese, constitudo de signos, formulao do

    psicanalista J-C- Maleval sobre um Outro que permite um tratamento do gozo e um

    possvel enodamento no borromeano de RSI dentro de uma estrutura autstica, de uma

    construo de uma inscrio neste Outro de signos, e no em um Outro significante, e

    de uma relao cindida com o gozo. O Outro de sntese constitudo de signos situado

    em relao ao referente, em uma relao de parasitismo, sendo distinta por Maleval

    ( 2003 ) tanto do S1 quanto do S2, mas que permite um manejo da linguagem no autista

    mas com prevalncia do signo icnico, em uma relao das palavras que o autista usa

    diretamente s imagens visuais que foram referentes, a partir dos quais construir seu

    pensamento, em uma conexo rgida ao referente. Discuto a possibilidade da construo

    de uma imagem corporal a partir de um moi ideal, da construo de um espelho como

    sugerida por Maleval a partir da inscrio de uma perda que o psicanalista equivale a

    (a). Haveria a possibilidade de constituir assim um moi ideal, mas no um ideal do moi

    o qual dependeria do trao de um Outro significante, inexistente no autista. Em relao

    ao objeto (a) discuto como o tratamento pelo objeto, e tambm como a formulao da

    possibilidade de localizar o gozo na borda, em objetos, ou no Outro de suplncia. H a

    possibilidade de uma regulao do gozo pelo imaginrio, atravs do Outro de suplncia,

    pode-se estabelecer diferenciaes, que no so da ordem significante exatamente, mas

    de um significante acoplado imagem, aos signos. A limitao da construo do Outro

    de suplncia persistiria na impossibilidade do significante, da linguagem ser crochetada

    de gozo no autismo.

    Ainda neste mesmo captulo abordaremos o tratamento do autismo sugerido por M-C

    Laznik de autistas pequenos nos quais podemos pensar uma sada do autismo, e uma

    inscrio no campo do desejo, no campo significante. Laznik (1995 / 2003) sublinha a

    importncia do trabalho sobre o campo do significante do Outro materno, a partir do

    qual a criana ainda no pde se inscrever. A psicanalista trabalha o campo da escuta

    dos significantes da me, e dos traos do significante da criana e uma vertente que

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  • poderamos situar em relao ao objeto (a), o trabalho de instaurao de uma separao

    de uma parte de si prpria, partir da instaurao de um corte em relao ao campo do

    significante do Outro significante, at a formulao da inscrio de um trao unrio na

    criana. Em relao construo do objeto (a), Laznik ressalta a importncia da mise en

    scne da perda do objeto do Outro encarnado pela analista como algum que suporta ser

    faltante, e a partir da falta no Outro, a criana pode viver a prpria falta, a prpria perda,

    podendo assumir este ato da perda de uma parte de si mesmo. A analista suportando a

    sua prpria incompletude, uma incompletude formulada inclusive no nvel do corpo da

    analista, permitir tambm me se deparar com a sua prpria incompletude, e deste

    modo, tolerar a separao da criana de uma parte de si prpria. Na transferncia, a

    partir do trabalho da inscrio da perda, da criana como objeto (a), na transferncia ao

    analista no lugar do Outro encarnado podendo se situar como aquele que tentar sustentar

    a criana para que ela saia da identificao ao lugar do objeto (a) cado, inscrevendo-se

    pelo corte uma estrutura de borda, havendo um percurso entre sair da posio de objeto

    (a), para a posio de causa do desejo de um outro. Mas a psicanalista designa com

    pertinncia que h casos de crianas pequenas com traos autsticos, em que possvel

    intervir e realizar uma estruturao fora do autismo, o que a autora designa como ps-

    autismo.

    No captulo IV, abordamos em vrios casos clnicos o conceito de objeto (a) na

    esquizofrenia, e o conceito de sinthoma como uma possibilidade de n do RSI na

    esquizofrenia, especificando a importncia dada ao conceito da letra, do trabalho sobre a

    materialidade da letra como uma soluo possvel na esquizofrenia para dar bordas ao

    gozo ilimitado, numa forma singular de ancoragem da sua economia de gozo.

    Abordamos a construo pela via da inscrio de uma perda no real do corpo do Outro,

    na construo de um objeto suplementar no qual se enquadra o gozo

    A partir das formulaes de Holvoet (2008) aborda-se a questo de como pensar uma

    negativao de um gozo em excesso na esquizofrenia, considerando-se que na

    esquizofrenia, a linguagem tem um efeito real sobre o corpo. A questo de como se criar

    um menos com o real, de como fazer entrar o menos no real a questo muito

    pertinente levantada pelo psicanalista questo muito presente no dia-a-dia da nossa

    clnica com os esquizofrnicos. Holvoet sublinha as tentativas de inscrio de uma

    perda real principalmente em relao ao corpo prprio, onde sugiro podermos situar a

    questo da extrao do objeto (a). Vrios psicanalistas comentam a importncia do

    10

  • corpo do analista no tratamento da psicose, especificando a importncia de ser um corpo

    marcado pelo desejo, marcado pela falta. A vivncia de disperso do corpo na

    esquizofrenia, em relao ausncia do recurso a um discurso estabelecido, o que pode

    ser suplantado por uma construo singular de um n entre RSI. A esquizofrenia coloca

    em evidncia uma incidncia direta da linguagem sobre o corpo da a importncia que

    se deve ter no trabalho com a esquizofrenia para quem o que se fala tomado como

    real, e tambm entender a importncia da escuta ao p da letra do que se falado. A

    criao de um sinthome pode ser uma soluo ao esquizofrnico para realizar ento o n

    RSI. A importncia do trabalho sobre a letra na esquizofrenia descrito nos casos

    clnicos descritos assim como nas anlises evidenciadas pelo trabalho de escrita de

    Walser.

    No captulo V, abordo a prevalncia da letra na esquizofrenia, dada a importncia do

    investimento da dimenso da letra permitir uma localizao do gozo e, eventualmente, a

    criao de um vazio estruturante, a partir do qual o esquizofrnico pode organizar os

    seus traos, da ordem do grito, os Sxs, e os seus modos de gozo. Em relao ao autismo,

    enfatizo a prevalncia do signo, a localizao do gozo se dando privilegiadamente pela

    manuteno de um gozo vivido o mximo possvel como cortado do corpo prprio.

    Palavras-chave: autismo esquizofrnia - trao unrio - objeto (a) signo letra -

    gozo.

    11

  • ABSTRACT

    Bialer, M. (2012). The body in autisme and in schizophrenia. Thesis, Universit Paris 7 Denis Diderot / Universidade de So Paulo, Paris.

    This work discusses autism and schizophrenia based on two key concepts of this thesis:

    the object (a) and the unary trait trait of the Other. We try to account for a unique

    relationship of the autist to the signifier, a failure to incorporate the primordial signifier

    of the Other. We distinguish the autistic, who has not incorporated the mark of the

    jouissance of the Other, who has not incorporated the primordial signifier, and the

    schizophrenic, who has incorporated the mark of the jouissance of the Other, but is not

    able to use established discourses to build his/her own body, to name his/her own body.

    There is the possibility of constructions around the Sxs+ jouissance to label, no name,

    instead of the discourses in default. We distinguish schizophrenia strategies through an

    effort of placement of jouissance by the letter, and autistic strategies through an effort of

    placement of jouissance on the rim, on the boards.

    Key-words : autism schizophrenia unary trait - object (a) sign letter - jouissance.

    12

  • SOMMAIRE

    I. Introduction. p.14

    II. Remarques sur le corps partir des travaux de Lacan : de limage du corps propre

    lobjet (a) hors miroir. p.23

    III. Articulations sur le corps dans lautisme partir des concepts de lobjet (a) et du

    trait unaire. p.64

    1. Le maniement de lobjet et linvestissement sur le bord articuls lconomie de la

    jouissance et le rapport au corps propre. p.64

    2. Le travail sur lobjet et sur les traits avec les petits autistes. p.100

    3. La prvalence du signe chez lautiste. p.124

    IV. Articulations sur le corps dans la schizophrnie partir des concepts de lobjet (a) et

    du trait unaire. p.150

    1. Le travail sur la jouissance et le bricolage dun corps. p.150

    2. Lalangue et le corps dans la schizophrnie. p.165

    V. Le corps et la lettre. p.174

    1. Du vide aux traits. p.175

    2. Le trait et la lettre dans la schizophrnie. p.213

    3. Le trait et la lettre dans lautisme. p.248

    VI. Conclusion. p.265

    VII. Bibliographie. p.269

    13

  • I. INTRODUCTION

    Cette thse a surgi des questions thoriques et cliniques suscites dans le quotidien du

    traitement des schizophrnes et des autistes.

    Labordage initial des psychanalystes se rfrant aux tudes de Lacan et de Freud a

    privilgi la conceptualisation de la psychose, comme la forclusion du Nom-du-Pre, la

    clinique de la paranoa en tant approfondie. Le parcours de Lacan favorisant de plus en

    plus les concepts de Rel et de Jouissance a entran une prminence des observations

    sur la schizophrnie et lautisme dans les travaux lacaniens, bien que labordage de ces

    structures nait pas t aussi systmatise que la paranoa lavait t.

    Lors des premiers sminaires et crits de Lacan, labordage initial de la constitution de

    limage du corps propre et du moi donne dimportantes indications sur les perturbations

    dans lautisme et la schizophrnie, qui ont t avantageusement revisites par divers

    psychanalystes partir des laborations postrieures de Lacan. Ltude de ces

    perturbations ltape antrieure au stade du miroir, prenant en considration les

    nuances de ces structurations et des effets au niveau du corps de ces altrations, est

    prcieuse dans le cadre de ces deux pathologies.

    Ceci tant, cette thse prend justement comme point de dpart les formulations initiales

    de Lacan sur limage du corps propre abordant le point de mutation des laborations de

    cette conceptualisation du sminaire Langoisse, dans lequel Lacan labore le stade du

    miroir partir des deux concepts-cl de cette thse: lobjet (a) et le trait unaire.

    Limportance dcisive de ces concepts fournit les lments de base pour un diagnostic

    diffrentiel entre lautisme et la schizophrnie, tablissant diverses stratgies de

    traitement.

    Le choix de sparation diagnostique des structures de lautisme et de la schizophrnie

    repose sur mon exprience clinique, ainsi que sur les travaux contemporains de

    psychanalystes qui tudient ce champ, les diverses tudes dans le domaine de la

    psychanalyse qui sy ddient, dont certaines ont t le bain de langage de cette thse.

    Celle-ci se propose de faire une analyse minutieuse des concepts de lobjet (a) et du

    14

  • trait, partir de plusieurs tudes de la littrature psychanalytique permettant une

    orientation distincte du traitement des spcificits de ces structures.

    Dans le champ psychanalytique, fond sur les contributions lacaniennes, certains

    auteurs comme Laurent, Zenoni et Stevens rapprochent la schizophrnie de lautisme,

    dautres, tels que Rosine et Robert Lefort, les distinguent lun de lautre, dsignant

    lautisme comme une quatrime structure, dautres encore privilgient celui-ci comme

    une a-structure. Dans cette thse sont proposes des diffrences structurales entre

    autisme et schizophrnie importantes relever pour le traitement.

    Lautiste nayant pas incorpor la marque de lEros de lAutre est trs souvent dcrit

    comme un corps amorphe. Le corps nest pas mordu par la pulsion. Dans lautisme ce

    qui sobserve est laltration entre un tat automate et un tat dynamique lorsque

    lautiste accouple son corps un objet/bord, un autre/double partir duquel il acquiert

    un dynamisme libidinal, sans incorporer, toutefois, la jouissance de lAutre dans les

    circuits. Nous divergeons de divers abordages de lautisme, selon lesquels le rapport de

    lautiste lobjet, son double et lanalyste serait une relation intrinsquement de

    destructivit et on corrobore avec les tudes des psychanalystes Perrin et Maleval sur les

    effets bnfiques de la relation de lautiste un objet/double partir duquel il peut

    gagner un dynamisme libidinal, localisant la jouissance dans le bord de cet autre,

    lanalyste pouvant se situer comme un partenaire dans ce travail de traitement de la

    jouissance. Il est intressant de noter lobservation commune des psychanalystes qui

    travaillent avec les autistes sur limportance de sadresser eux de faon ne pas

    prsentifier son objet voix et le regard, effaant autant que possible la dimension

    jouissante du langage, ce qui souligne aussi une manire pour lanalyste de pouvoir se

    prsentifier dans le traitement. La plupart des psychanalystes mentionnent limportance

    pour celui qui travaille avec un autiste denraciner sa place danalyste marque par le

    dsir et le manque au niveau du corps propre. Un traitement respectant les formes

    particulires de lautisme permet lautiste de traiter sa jouissance ; lanalyste, pouvant

    occuper dans le transfert une place de partenaire, peut aider lautiste tablir les

    altrations de son conomie de jouissance.

    Dans la schizophrnie, Lacan a soulign les perturbations du corps, compte tenu que

    pour le schizophrne, la fonction de chaque organe lui pose problme. Le schizophrne

    15

  • peut travailler sa dispersion du corps, une eventuelle fragmentation de son image

    corporelle, par la lettre, par la fixation de la jouissance dans la lettre permettant la

    construction dun nouage de RSI partir dun sinthome, dune construction de ses traits

    les traits de ses cris primordiaux articuls aux traits de sa jouissance en une

    construction qui permet un tissage du corps, de la construction dun corps bord de

    lettres qui fixent la jouissance, auparavant disperse dans le corps, en une criture

    corporelle. Le schizophrne, lui, peut travailler la dispersion du corps, de la jouissance

    du corps, par la lettre, par la matrialit de la lettre. Une des solutions pour le

    schizophrne est lattaque de la langue maternelle, soit en la fragmentant, soit par

    lironie envers lAutre; lautre solution est de tenter de crer une ngativit du rel. La

    tentative de ngativation par la lettre, la tentative de travailler la lettre peut tablir une

    localisation de la jouissance disperse chez le schizophrne chez qui la jouissance

    revient dans le propre corps. Le travail sur la lettre est une tentative pour le

    schizophrne de faire en sorte que la langue morde le corps, ce qui peut avoir lieu par

    un travail de bordage des lettres au corps. la place du discours qui tiquette les

    organes, le schizophrne peut utiliser des lettres, la matrialit de la lettre, comme

    distincte du signifiant.

    La clinique de lAutisme et de la Schizophrnie est dune extrme richesse et le propos

    de la thse est daborder spcifiquement la question du corps dans ces structures.

    Le premier chapitre de la thse, intitul Remarques sur le corps partir des travaux de

    Lacan : de limage du corps propre lobjet (a) hors miroir , retrace un parcours

    thorique de limage du corps propre dans les crits et les sminaires initiaux de Lacan,

    situant R, S et I - Rel, Symbolique et Imaginaire en jeu dans ltre humain. La

    conclusion de ce chapitre introduit les deux concepts principaux qui seront travaills

    dans la thse: lobjet (a) et le trait unaire, considrant le trait unaire comme un trait de

    lAutre symbolique, un trait didentification non imaginaire mais symbolique et lobjet

    en tant que rel, non spculaire. A cet effet est aborde limportance du sminaire

    Langoisse de Lacan concernant le concept du trait et de lobjet (a). Les schmas

    optiques y sont utiliss pour clairer la constitution de limage du corps dans ltre

    humain, ainsi que la structuration RSI autour de la perte dune partie du corps propre, de

    la perte de jouissance structurante de ltre humain. Jmets alors quelques hypothses

    sur ces schmas qui pourraient sappliquer dans le cas de lautisme et de la

    16

  • schizophrnie, partir de larticulation entre signifiant et corps. A la lumire des tudes

    de M-C Laznik, je propose de situer lautisme, partir de labsence dincorporation de

    la marque de la jouissance de lAutre, laquelle permet linscription de lrotisme la

    base de la construction du narcissisme et de ltablissement dun Autre dans le circuit

    pulsionnel. Lautisme est alors situ par rapport un dfaut dinscription pleine de

    lAutre primordial empchant lincorporation du signifiant de lAutre, de lalination du

    signifiant de lAutre symbolique, de la morsure par lAutre, et de la sparation

    postrieure qui nexiste pas dans lautisme. Dautre part, dans la schizophrnie, je situe

    linscription de lAutre, du signifiant de lAutre, de la marque de la Jouissance de

    lAutre, mme sil ny a pas inscription de labsence de la marque de lAutre.

    Le schizophrne, celui qui nest vu que dans la dimension du rel de son corps par son

    Autre, a une inscription du trait initial de lordre du cri, lequel, compte tenu de la

    prmaturit de lhumain, a besoin dun Autre qui lui attribue la dimension dappel, dun

    appel lAutre. Ce qui na pas lieu dans la schizophrnie, le cri demeurant hors de la

    dimension symbolique du statut dun appel lAutre. Les organes du corps chez le

    schizophrne naura pas, non plus, la possibilit de recourir un discours tabli, une

    articulation signifiante donne par lAutre qui lui donnerait les fonctions de ses organes

    et une unit imaginaire de son corps donne par limage du corps en rapport lautre et

    lAutre.

    Dans les chapitres III et IV de la thse, partir des concepts de lobjet (a) et du trait

    unaire, je distingue la clinique de lautisme et de la schizophrnie. Janalyse

    larticulation thorico-clinique de plusieurs psychanalystes qui focalise la

    comprhension du corps partir de ces concepts cls. Jai choisi daborder quelques cas

    qui nappartiennent pas des cadres cliniques purs, autrement dit, bien que nous

    tudiions la clinique de la schizophrnie et de lautisme, il nest pas possible de

    ngliger, par exemple, chez certains schizophrnes, les traits de paranoa. Autre dcision

    prise, aborder les cas de petits enfants chez qui la structure nest pas encore dfinie en

    laissant conjecturer une nouvelle structuration chez des enfants ayant des traits

    autistiques.

    Dans le chapitre III, intitul La question du corps dans lautisme partir des concepts

    de lobjet (a) et du trait unaire, jaborde le maniement clinique de divers

    17

  • psychanalystes autour de lextraction dun objet du circuit autiste, respectant la logique

    du circuit de chaque autiste dans sa singularit, ralis partir de linclusion initiale de

    lanalyste dans le circuit autiste et partir de cette entre docile ralisant des

    interventions afin daider lautiste structurer ses inventions singulires. Plusieurs

    travaux mettent en vidence limportance du corps de lanalyste. Lextraction dun objet

    du corps de lanalyste peut permettre dinscrire une ngativit autour de la circulation

    dobjets qui met en acte le corps de lAutre comme support pour lextraction et la

    circulation de lobjet, partir de linscription dun trou dans lAutre, de lAutre

    manquant incarn par lanalyste. Jaborderai dans ce chapitre les formulations de

    psychanalystes qui privilgient dans le traitement de lautisme, le concept de la

    localisation de la jouissance au bord dun objet supplmentaire comme une modalit

    spcifique du traitement de la jouissance par lautiste. Cette localisation sur un bord est

    galement mise en vidence par linvestissement dans le champ des signes, la cration

    dun lot de comptence, linvestissement dun double et la cration de lAutre de

    supplance ou Autre de synthse, constitu de signes. Ces stratgies peuvent permettre

    le traitement de la jouissance jusqu un possible nud non borromen de RSI dans une

    structure autiste. Il sagit de la construction dune inscription dans cet Autre de signes,

    et non dans un Autre signifiant, et de la relation scinde avec la jouissance. LAutre de

    synthse, constitu de signes distincts tant du S1 que du S2, est situ dans une relation

    de parasitisme au rfrent, mais qui permet une assimilation du langage chez lautiste

    reposant sur la prminence du signe iconique. Je discute la construction possible dune

    image corporelle partir dun moi idal, la construction dun miroir comme Maleval la

    suggre partir dune perte de jouissance que le psychanalyste fait quivaloir lobjet

    (a). Selon Maleval, il y aurait un moyen de constituer ainsi un moi idal, mais pas un

    idal du moi, lequel dpendrait du trait dun Autre signifiant, inexistant chez lautiste.

    Par rapport lobjet (a), je note comment le traitement par lobjet localisant la

    jouissance au bord, dans les objets, ou chez lAutre de supplance, permettrait une

    rgulation de la jouissance par limaginaire et lAutre de supplance constitu de signes.

    La limitation de la construction de lAutre de signes persisterait dans un corps coup de

    la jouissance dans lautisme. Le psychanalyste J-C Maleval suggre une construction,

    o il distingue diffrentes phases du miroir comme une possibilit dhabiter le corps

    propre pour lautiste. Il sagirait de miroirs rels et non virtuels qui, la fin du parcours,

    aboutirait la perte dun objet vcu comme faisant partie de lui-mme. Il ne se limite

    pas la construction de lAutre de synthse, mais linscription de la perte dans le

    18

  • corps (une perte contrle dans le cas de lautiste), dune perte de quelque chose qui lui

    appartient, qui permet une nouvelle appropriation de limage de lui-mme, partir de

    linscription dun point dopacit, similaire lespace blanc de lobjet (a) dans le miroir.

    Il ne sagit pas, selon Maleval, de ltablissement dun idal du moi, impossible pour

    lautiste, dune identification symbolique un trait de lAutre, mais de linstauration

    dune perte partir dune perte relle qui permet dtablir ce que lauteur dsigne le

    troisime miroir, celui qui permet la structuration dun moi narcissique chez lautiste. Il

    ne sagit donc pas, de laccs une image virtuelle, impossible dans lautisme, qui

    ncessite de lincorporation de lAutre symbolique du miroir inexistant dans lautisme,

    mais de la perte dune partie du corps propre quivalant la perte de lobjet (a)

    permettant la construction du corps propre comme une unit. Autre point souligner,

    dans lautisme, il sagit de constructions reposant sur le maintien dune scission de

    lautiste par rapport au champ de la jouissance, dune scission de la jouissance par

    rapport au corps.

    Dans ce mme chapitre sont abords les traitements de lautisme de tous petits enfants,

    raliss par la psychanalyste M-C Laznik. Celle-ci souligne limportance du travail sur

    le champ du signifiant de lAutre maternel ainsi que sur celui de lcoute des signifiants

    de la mre et des traits du signifiant de lenfant. Lcoute du signifiant maternel, la

    scansion du champ signifiant maternel au travers de consultations conjointes des parents

    avec lenfant autiste sest rvle un axe de travail important sur le champ signifiant, o

    lenfant est baign, permettant linscription dune alination pour mener ensuite au

    travail de sparation. Le travail de sparation se faisant partir de linscription dun

    moins au niveau du corps ; dans la mise en acte de ce travail, laxe dinscription dun

    moins au niveau du corps propre de lanalyste, incarnant lAutre dans la sance. Autre

    axe du traitement, celui autour de la sparation, par rapport linscription de lobjet (a),

    partir de linstauration dune sparation de lenfant dune part de lui-mme et dune

    coupure par rapport au champ de lAutre signifiant et de la construction de lobjet (a).

    Dans ce sens, Laznik met en avant la mise en scne de la perte de lobjet de lAutre

    incarn par lanalyste comme quelquun qui peut tre manquant, et partir du manque

    dans lAutre, lenfant peut vivre son propre manque, la propre perte dune partie de lui-

    mme. Lanalyste incarnant sa propre incompltude, incompltude formule y compris

    au niveau du corps de lanalyste, permettra la mre de faire face sa propre

    incompltude et accepter ainsi la perte de la sparation. Lors du transfert, partir du

    19

  • travail de linscription de la perte de lenfant comme objet (a), lanalyste la place de

    lAutre incarn peut se situer comme celui qui tente de sustenter lenfant pour quil

    sorte de la place de lobjet (a) en tant que chu, sinscrivant par la coupure dune

    structure de bord. Il existe un parcours entre la sortie de la position dobjet (a) chu et

    celle de la cause du dsir de lAutre, o il sagit dune nouvelle structuration chez des

    enfants trs petits, qui navaient pas encore de structure tablie.

    Par rapport aux autistes, la structure de lautisme, on travaille la prvalence du signe,

    qui, contrairement la lettre, ne sinscrit pas sur le corps. On formule lexistence de

    stratgies autistiques comme des tentatives de faire avec les signifiants et la jouissance,

    partir dun rapport singulier au langage, nayant pas daccs au chiffrage de la

    jouissance par lalangue, du fait de la non incorporation de lAutre primordial mais de

    son assimilation, dont lune des consquences est la prvalence des signes, distincts du

    signifiant et de la lettre.

    Au chapitre IV, intitul La question du corps dans la schizophrnie partir des

    concepts de lobjet (a) et du trait unaire , nous abordons au travers de plusieurs cas

    cliniques le concept dobjet (a) et le concept de sinthome comme une possibilit de

    nud de RSI dans la schizophrnie, en spcifiant limportance donne au concept de la

    lettre, du travail sur la matrialit de la lettre comme solution possible dans la

    schizophrnie pour donner des bords la jouissance illimite, un ancrage singulier de

    lconomie de jouissance. Nous abordons, galement, la voie de linscription dune

    perte dans le rel du corps de lAutre et la construction dun objet supplmentaire dans

    lequel sencadre la jouissance. partir des formulations dHolvoet, nous mettons en

    avant la manire de penser la ngativation dune jouissance en excs dans la

    schizophrnie. Faire entrer un moins dans du rel est une question pertinente souleve

    par le psychanalyste, prsente dans le quotidien de notre clinique avec les

    schizophrnes. Holvoet souligne les tentatives dinscription dune perte relle,

    principalement par rapport au corps propre, o il suggre que nous pouvons situer la

    question de lextraction de lobjet (a). Plusieurs psychanalystes mentionnent

    limportance du corps de lanalyste dans le traitement de la psychose, la ncessit

    davoir un corps marqu par le dsir, par le manque. Nous remarquons le vcu de

    dispersion du corps dans la schizophrnie, par rapport labsence du recours un

    discours tabli, ce qui peut tre supplant par la construction singulire dun nud entre

    20

  • R-S-I. La schizophrnie met en lumire lincidence directe du langage sur le corps, do

    le soin apporter dans le travail avec le schizophrne qui prend ce qui est dit comme

    rel, et mettre laccent sur lcoute littrale de ce qui est dit.

    La cration dun sinthome peut permettre au schizophrne de raliser le nud RSI.

    Lintrt du travail sur la lettre dans la schizophrnie est dcrit dans les cas cliniques,

    ainsi que dans les analyses ressortant du travail dcrit. Il existe une possibilit pour le

    schizophrne de travailler la dispersion du corps par la lettre. Le schizophrne face au

    rel sans recours aucun discours, les organes disperss dont la fonction ne pourrait tre

    donne que par un discours qui implique un enchanement signifiant inexistant dans la

    schizophrnie. Ne pouvant recourir au semblant, aux discours, le rel est extrmement

    lourd pour le schizophrne. Lune des solutions est dattaquer la langue maternelle, que

    ce soit de manire fragmente, ou par lironie vis--vis de lAutre ; autre solution, la

    tentative de crer une ngativit dans le rel qui peut tablir une localisation de la

    jouissance, disperse chez le schizophrne dont le moi peut tre fragment, limage du

    corps aussi, et que cette jouissance revienne dans le corps propre ou dans lAutre

    fragment.

    Les mots ayant une incidence directe sur le corps, le travail sur la lettre est une tentative

    pour le schizophrne que la langue morde le corps, ce qui peut tre fait en bordant les

    lettres au corps. En lieu et place du discours tabli qui tiquette les organes, le

    schizophrne peut utiliser les lettres, la matrialit de la lettre, distincte du signifiant,

    pour tiquetter les organes. Il sagit dun travail de hors-sens, sur la base dune

    construction du sinthome, une solution de construction qui englobe la fois le concept

    de lobjet (a) de la jouissance et le concept du trait des signifiants Sxs.

    Au chapitre V, nous travaillons le parcours de la Chose linscription des traits o peut

    se situer la cration dans la schizophrnie, des scansions ncessaires pour quil soit

    possible de tisser lexistence du sujet et un nouage de RSI. Nous abordons la question

    de linscription du Un et du parcours labor pour formuler linscription du Un et la

    rptition du Un par rapport linscription du reste, lobjet (a) qui surgit de la double

    coupure et permet un nouage RSI. Nous abordons, aussi, partir du concept de la lettre,

    la matrialit de la lettre en tant que modalit du travail de lalangue dans la

    schizophrnie, du travail sur les S1s ou Sxs comme je prfre les dsigner, comme un

    21

  • corps marqu par lalangue. Dans ce sens, nous faisons quelques commentaires sur les

    formulations de Lacan se rapportant Joyce, la construction de son sinthome, lequel,

    partir de la lettre, de son identification son sinthome en tant quhomme de lettres, a

    russi tablir une consistance de ses morceaux de rel auparavant disperss. Nous

    utilisons lanalyse, ralise par Quinet, de Bispo de Rosrio, schizophrne aux traits

    paranoaques, dont le travail dalignement des lettres dans son art, dans son corps cr,

    sera mis en vidence comme une faon de concevoir un sinthome. Nous abordons,

    galement, luvre de lcrivain Walser par rapport son travail sur la lettre.

    Pour conclure le chapitre, on aborde, dans lautisme, labsence de lalination pleine au

    signifiant primordiale de lAutre. La non incorporation de S1, mais son assimilation,

    caractrise, alors, le rapport de lautiste au langage. Il en dcoule une coupure entre le

    signifiant et la jouissance. On abordera deux voies distinctes dans le traitement de

    lautiste: celle suggre par Laurent, qui privilgie le concept de la lettre, et celle de

    Maleval, privilgiant le concept du signe, comme distinct de la lettre.

    22

  • II. REMARQUES SUR LE CORPS DANS LAUTISME ET DANS LA

    SCHIZOPHRNIE CHEZ LENFANT PARTIR DES TRAVAUX DE LACAN : DE

    LIMAGE DU CORPS PROPRE LOBJET (a) HORS MIROIR.

    Ltude de limaginaire en termes de construction du narcissisme et de limage du corps

    propre est extrmement importante pour aborder lautisme et la schizophrnie.

    Jaborderai initialement la construction chez Lacan de la conceptualisation du stade du

    miroir par rapport la constitution du moi et de limage du corps pour formuler, partir

    des tudes et de la clinique de lautisme et de la schizophrnie, ce qui est en jeu au

    moment prcdant le spculaire, ce qui ne sinstalle pas et affecte toute la relation

    entre corps et langage dans le champ de lautisme et de la schizophrnie.

    Je propose, en premier lieu, un abordage de la construction chez Lacan de la

    conceptualisation de limaginaire par rapport la construction de limage du corps, du

    moi et du narcissisme.

    Dans le texte l Au-del du principe de ralit Lacan (1936/1999) souligne que

    lidentification dont il sagit chez lhumain nest pas une imitation, mais de

    lassimilation de traits lesquels dterminent le psychisme constituant une image

    dsassimile du rel, permettant la reprsentation du rel. Dans Les complexes

    familiaux o Lacan (1938 /2001) parle de ce quil appelle le complexe dintrusion ,

    quand lenfant connat ses frres, il aborde lagressivit prsente dans la jalousie

    fraternelle, qui plus quune rivalit, reprsente une identification lautre lie limage

    du corps propre. Dans ce texte, cest par le drame de la jalousie que le moi affirme son

    identit la vue du sein maternel possd par un semblable : il sagit de la jalousie

    permettant la diffrenciation du moi et de lautre, du moi et de lobjet. Dans ce texte,

    Lacan dcrit alors deux moments : un premier, avant la constitution du moi, et un

    deuxime, une fois le moi mis en place. La constitution du moi est lie la constitution

    de limage de lautre, du double. Le moi se constitue en mme temps que lautrui dans

    le drame de la jalousie (Lacan, 1936/1966, p.43). Lenfant est, dabord, dans

    limmaturit, son corps est fonctionnellement morcel. Puis, lidentification cette

    image, extrieure lui, lui permet de se rfrer cette unit imaginaire qui nest quune

    23

  • image virtuelle de lui-mme, une anticipation dunit mais dont lexistence permet la

    matrise du corps propre partir de cette image. En outre, dans ce texte, lidentification

    limage de lautre, et la reconnaissance de son image dans le miroir sont lies non

    seulement la naissance du moi mais la construction de la ralit du sujet :

    la reconnaissance par le sujet de son image dans le miroir est un phnomne qui, pour lanalyse de ce stade, est deux fois significatif : le phnomne apparat aprs

    six mois et son tude ce moment rvle de faon dmonstrative les tendances qui

    constituent alors la ralit du sujet ; limage spculaire, en raison mme de ses

    affinits, donne un bon symbole de cette ralit : de sa valeur affective, illusoire

    comme image, et de sa structure, comme elle reflet de la forme humaine (Lacan,

    1936/1966, p.40-41).

    Une constatation intressante est le fait que dans ce texte, Lacan va mettre en rapport

    limportance du sevrage la prmaturit humaine lors de sa naissance, ce que lon

    pourrait lire, me semble-t-il, comme sa permabilit lAutre. Dans ce texte, lauteur

    aborde lidentification limage de lautre lie ce phnomne du sevrage. Notons que,

    dans le sevrage en question, il sagit dun tiers, du frre qui devient lobjet du dsir de la

    mre, point capital pour quil puisse constituer son moi. Lacan dcrit, alors, cette image

    du double assume par lenfant comme lidal de limago du double (Lacan,

    1936/1999, p. 42) - image dcrite comme formant le moi ainsi que lalinant. La

    naissance du moi est lie une alination originaire de cette image extrieure au sujet.

    Dans le texte Le stade du miroir comme formateur de la fonction du Je telle quelle

    nous est rvle dans lexprience psychanalytique , cette image laquelle le sujet

    sidentifie sera une gestalt entranant des identifications secondaires, mais cette

    identification est base dans une alination cette image, une mconnaissance puisque

    cette image est extrieure au moi. Ce que Lacan reprendra comme lessentiel introduit

    par ce texte cest l assomption jubilatoire qui vient comme signe dune

    identification, cest--dire la transformation produite chez le sujet quand il assume une

    image (Lacan, 1949/1999, p. 93).

    Dans le texte Lagressivit en psychanalyse, Lacan (1948/1999) raffirme la

    jubilation chez lenfant dans la conqute de lunit idale du corps propre, de cette

    forme gestaltique, ainsi que lagressivit lie cette mconnaissance originaire dans la

    24

  • formation du moi, sa structure alinante en raison de son origine extrieure lui-

    mme. Lacan affirme quil faut considrer quune identification au rival, une

    identification secondaire lie ldipe nest possible qu partir dune premire

    identification du sujet au rival qui serait lui-mme. Le Gaufey (1997) affirme que la

    conception du moi que lon doit comprendre dans le stade du miroir serait un moi qui

    ne vient ni de limage, ni de lindividu, mais de la tension installe entre les deux par

    lidentification (p. 67). Dans le texte Propos sur la causalit psychique , Lacan

    (1946 / 1999) dcrit limage comme pouvant induire des formes comme le moi. Il sagit

    de diverses images idales de lautre - qui captent le moi, qui lalinent et qui le causent

    - qui constituent limago, une image typifie. Lacan considre cette image de lautre

    opratrice de lidentification de limago : limago est cette forme dfinissable dans le

    complexe spatio-temporel imaginaire qui a pour fonction de raliser lidentification

    rsolutive dune phase psychique, autrement dit une mtamorphose des relations de

    lindividu son semblable (Lacan, 1946/1999, p. 188).

    Lors du sminaire Les crits techniques de Freud (1953-1954/1975), Lacan, en

    considrant la prsentation spculaire du stade du miroir, choisit dutiliser un modle

    optique pour lintroduire.

    (Lacan, 1953-1954/1975, p. 126)

    Lexprience du bouquet renvers est la premire version utilise par Lacan pour

    expliquer ce qui est mis en place dans le stade du miroir. Il sagit de la figuration dune

    exprience doptique telle que la dcrit par H. Bouasse, laquelle consiste utiliser un

    miroir sphrique concave pour dmontrer la constitution de limage. Lacan utilise ce

    modle pour claircir les conditions de possibilit de cette constitution et pour illustrer

    lintrication troite du monde imaginaire et du monde rel dans lconomie

    psychique (Lacan, 1953-1954/1975, p. 127).

    25

  • Dabord le schma introduit par Lacan est constitu par une bote sur laquelle repose un

    vase rel et en dessous, il y a un bouquet de fleurs renvers invisible lil de

    lobservateur. Alors que dans cette exprience, le bouquet se rflchit sur le miroir

    sphrique. Ce bouquet qui tait cach, en tant rflchi, forme une image relle1- le

    bouquet imaginaire- qui va devenir objet du regard.

    Lacan renvoie, alors, cette relation vase-fleurs, de contenant-contenu, dans cette

    exprience optique du bouquet, la constitution de limage du corps propre chez

    lhumain. Dans ce schma optique, le bouquet imaginaire donne limage dune unit,

    dune unit imaginaire du corps, dune unit qui intgre, tandis que dans la ralit il

    sagit dun bouquet fragment. Outre cette dlimitation dune unit et de la dlimitation

    dedans-dehors, cette unit dans limage permet, chez lhumain, la matrise dune gestalt

    du corps, dune matrise de la forme imaginaire du corps.

    (Lemaire & Teboul, 1992, p. 41)

    Laznik propose une autre version de ce schma, le vase comme enveloppe du corps et

    des fleurs comme parties du corps :

    1 Cette exprience repose sur la proprit des miroirs sphriques de produire une image relle. La physique distingue deux types dobjets et deux types dimages, suivant quils sont dits rels ou virtuels.

    Lobjet est lintersection des rayons lumineux qui arrivent sur un instrument doptique. Limage est le

    point dintersection des rayons lumineux qui partent dun instrument doptique. Ils sont dits rels quand

    les rayons convergent et passent effectivement par le point quest cette image ou cet objet. Ils sont dits

    virtuels quand ce point est sur le prolongement des rayons l o ils concourraient si linstrument

    doptique ne sinterposait. Ainsi, avec un miroir plan, lobjet rel est situ dans un espace rel et, se

    refltant dans le miroir, il a pour image une image virtuelle qui sobtient en prolongeant lintrieur de

    lespace virtuel du miroir les rayons rflchis sur la surface de celui-ci. (Vanier, 2008, p. 35).

    26

  • (Laznik, 1995/2004, p. 45)

    Lacan propose, ensuite, une petite modification dans ce schma du bouquet renvers,

    situant le bouquet de fleurs au-dessus et le vase au-dessous. Ce fait transforme le

    schma en une exprience du vase renvers, o le vase devient lunit du corps, ce qui

    nexiste que dans limage. Le Gaufey (1997) clarifie lexplication propos de ce

    changement effectu par Lacan. Dans ce nouveau schma, il devient plus vident que le

    corps rel est inaccessible au regard et que laccs du sujet ce corps ne sera possible

    que par la voie de limage du corps propre.

    Lacan note que pour former ce tout vase + fleurs il faut que lil de lobservateur

    soit dans une certaine position - lintrieur du cne. Cette observation de Lacan met en

    relief le fait que si lobservateur ne se trouve pas dans cette position adquate, il ne

    verra pas la formation de lunit et le bb naurait que du rel. Lacan affirme quil faut

    lil, le sujet dans une position adquate lintrieur du cne. Lil lextrieur

    entranerait alors la dfaillance de cette intrication entre limaginaire et le rel chez

    lhumain.

    Toujours dans ce mme sminaire Les crits techniques de Freud 2, Lacan

    complexifie son schma optique, en y introduisant une nouvelle modification. Ce

    schma trs similaire celui que Lacan nos propose dans le texte Remarque sur le

    rapport de Daniel Lagache : Psychanalyse et structure de la personnalit

    (1960/1999), seront abords ensemble:

    (Lacan, 1960/1999, p.151)

    2 (Lacan, 1953-1954/1975)

    27

  • Il y a maintenant deux miroirs : un concave situ la gauche des objets rels et un plan

    situ au milieu. Lintroduction de ce miroir plan partage la partie de gauche o il y na

    que les objets rels et celle de droite o il y aura les objets virtuels. Le miroir sphrique

    continue la fonction de fournir lunit vase + fleurs cette image relle, condition que

    lil soit dans la position adquate. Mais le miroir plan introduit dans lespace virtuel,

    limage virtuelle de limage relle de lobjet rel vase. Et partir du moment o lil, le

    sujet, voit cette image virtuelle qui est lillusion du vase renvers reflt dans le miroir

    plan, cet il symbolisant le sujet est situ en un point o il ne peut plus voir limage

    relle. Il faut que limage du sujet lui vienne de limage virtuelle cre par le miroir /

    Autre et non dune pure rflexivit.

    Les introductions dans le schma optique faites par Lacan mettent en relief la

    mconnaissance structurale dans la constitution du moi comme un effet de lassomption

    de limage spculaire puisque originaire de lillusion dune virtualit, le fait que le sujet

    ne pourra plus voir directement le corps rel quant il accde a son corps propre partir

    de lAutre / miroir, la fonction de lAutre / miroir tayant le champ symbolique

    entranant la division du sujet reprsente par le Sujet barr.

    Ce schma utilis par Lacan comme modle thorique permet distinguer la double

    incidence de limaginaire et du symbolique et met en relief ce rle du miroir, de cet

    Autre symbolique puisque Lil, pour que lillusion fonctionne, trouve sa place

    assigne en fonction de lAutre (Vanier, 1998 p. 40). Et lil tant dans cette position

    assigne en fonction de lAutre dans un certain loignement et dans le cne - permet

    que les dplacements de cet il nentrainent pas un vacillement de limage. Lacan

    introduit la rgulation de limaginaire chez lhumain par le symbolique partir de la

    voix de lAutre qui dtermine linclination du miroir, de laquelle dpend la manire

    vous allez voir limage plus ou moins bien russi au centre ou sur les bords (Lacan,

    1953-1954/1975, p, 223). Le dernier ajout de Lacan sa thorisation du stade du miroir,

    savoir, le fait que lenfant se retourne vers ladulte, cherchant son regard, aprs stre

    reconnu dans limage spculaire, est un point essentiel mettant le rapport spculaire

    dans un lien lAutre, de sa marque signifiante, ayant t dcrit ainsi par Lacan :

    28

  • dans un geste de lenfant devant le miroir, geste qui est bien connu, et qui nest pas

    difficile observer. Lenfant qui est dans le bras de ladulte est confront exprs

    son image. Ladulte, quil comprenne ou pas, a lamuse. Il faut donner alors toute

    son importance ce geste de la tte qui, mme aprs avoir t captiv par les

    premires bauches du jeu quil fait devant sa propre image, se retourne vers ladulte

    que le porte, sans que lon puisse dire sans doute ce quil en attend, si cest de

    lordre dun accord ou dun tmoignage, mais la rfrence lAutre vient jouer l

    une fonction essentielle (Lacan, 1960-1961/ 2001, p. 415).

    Une autre version similaire de ce mme moment est donne par Lacan dans le sminaire

    Langoisse :

    dans la petite image exemplaire do part la dmonstration du stade du miroir, dans

    ce moment dit jubilatoire o lenfant sassume comme totalit fonctionnant comme

    telle, dans son image spculaire () le rapport essentiel ce moment de ce

    mouvement qui fait le petit enfant, qui vient de se saisir dans cette exprience

    inaugurale de la reconnaissance dans le miroir, se retourne vers celui qui le porte,

    qui le supporte, qui le soutient, qui est l derrire lui, vers ladulte ()et se retourne

    vers celui, donc, qui le porte, vers ladulte, vers celui qui, l reprsente le grand

    Autre, comme pour appeler, en quelque sorte, son assentiment (Lacan, 1962-1963,

    p.31).

    Il sagit alors de la mise en place dun ancrage du point de regard dans un trait de

    lAutre, un trait qui est hors miroir, dans cet Autre reprsent par le miroir. Trait unique,

    ce regard de lAutre sintriorise par un trait de lAutre. Ce point dinscription du sujet

    dans lAutre est, chez le sujet, laccus de rception de lassentiment3 de lAutre sous la

    3 A propos du terme de signe de lassentiment, Le Gaufey (2007) affirme : Reste rgler la difficile question du signe de lassentiment. Lacan emploie en effet ce moment le vocabulaire mme de Freud

    dcrivant lidentification dite par lui rgressive lorsque le choix dobjet a rgress jusqu

    lidentification . Freud insiste alors sur le fait que cette identification est partielle, extrmement

    limite, et nemprunte quun seul trait la personne objet . Avant de proposer, quelques mois plus tard,

    le nologisme de unaire pour traduire cet einzigen , Lacan se contente pour linstant de parler

    dun trait unique pour dcrire ce qui reste aprs que cet assentiment ait t donn ; Une fois

    produite lassomption jubilatoire qui continue de signer lidentification limage spculaire - ce qui

    sest reconnu dans limage pour ny tre pas pass se retourne pour rencontrer le signe dun

    assentiment () lassentiment est certes un dire que oui mais un dire mutique, un dire minemment

    simple, inarticul au point de ne pouvoir donner prise aucun refus, aucun questionnement (Le

    Gaufey, 2007, p. 104).

    29

  • forme dun signe, qui vaudra par la suite comme Idal du moi. Lacan dcrit dans cette

    opration de marquage du sujet par ce trait unaire deux mouvements : un de la part de

    lAutre, de donner ce signe de son assentiment, du choix damour sur lequel le sujet

    peut oprer, qui est l quelque part, et se rgle dans la suite du jeu du miroir. Il suffit

    que le sujet aille y concider dans son rapport avec lAutre pour que ce petit signe, cet

    einziger Zug, soit sa disposition (Lacan, 1960-1961/ 2001, p. 418). De la part de

    lAutre, il y a les mouvements dassentiment, et aussi damusement, et de la part du

    sujet il y a les mouvements daller vers lAutre.

    Un point remarquable mis en vidence partir de cette nouvelle articulation du stade

    du miroir est le fait que le sujet se regarde dun point didentification non plus une

    image mais lAutre, notamment un trait de lAutre. La premire identification

    freudienne est une identification primordiale au pre dcrite comme antrieure tout

    investissement dobjet, une identification par incorporation. On pourrait parler dun trait

    de jouissance de lAutre. La deuxime identification est celle au Trait Unaire. Le

    premier exemple est le trait qui transforme le cri en appel4. Le sujet ne sinscrit pas par

    un rflexe dans le miroir mais par une inscription partir de ce trait didentification. Ce

    trait didentification, ce trait unaire nest pas un signifiant. Ce qui caractrise ce trait,

    cest dtre un, un trait de lAutre, qui peut ultrieurement se lier a un signifiant,

    acqurant ainsi le caractre dtre signifiant5, marqu de lAutre do provient

    lidentification au trait unaire, que Lacan inscrit rsolument hors miroir, comme une

    identification non plus limage, non plus aux identifications imaginaires mais aux

    identifications symboliques, en rapport avec lAutre.

    Lacan formule dans le sminaire Langoisse que la reconnaissance de lunit de

    limage du corps, lassomption de limage du corps propre est en rapport avec la mise

    en place de quelque chose qui chappe au spculaire dans lassomption de limage de

    soi corrlative la formulation dun reste non spculaire reprsent par le nom dobjet

    (a). Dans le sminaire lAngoisse on a, alors, affaire la construction thorique de

    cet objet sans spcularit partir de la thorisation de cette partie qui reste investie dans

    le corps propre, dun auto-rotisme, et qui nest quun blanc dans limage,

    introduisant du coup une relation entre corps propre et image spculaire qui

    4 (Lacan, 1960 / 1999, p. 156)5 (Lacan, 1960-1961/ 2001)

    30

  • dgage la possibilit, indite jusque-l, dun reste : lobjet (a) est pass par l (Le

    Gaufey, 1997, p. 103) de ce qui reste hors miroir partir de la place de lAutre comme

    celui qui authentifie limage propre de soi.

    (Lacan, 1962-1963, p. 69)

    Dans le schma utilis dans le sminaire lAngoisse reproduit ci-dessus, le petit (a)

    est la place des fleurs, le i (a) reprsentant le vase est de lautre ct du miroir, limage

    i (a) et un x la place du petit (a). Ce x traduit quelque chose, un reste dans la

    constitution de limage, un reste qui nest pas spcularisable, ce qui produit du ct de

    limage, un x,

    un trou dans limage elle-mme () Les fleurs qui servaient jusque-l designer

    lobjet (a) ne vont plus apparatre dans limage virtuelle, mais au contraire y

    dessineront un manque. On conoit bien ds lors la ncessit dun point comme I

    do peut sobserver ce qui reste face au miroir et qui, de ce fait mme, nest pas

    prsent dans le miroir. Libidinalement, le miroir nest plus ce quil tait sur le plan

    optique : une machine reflter, faire du double. Il est devenu un instrument de

    partage qui effectue une sparation entre ce qui est de lordre de limage (et donc,

    selon Lacan, de linvestissement narcissique), et ce qui ny advient pas (lobjet

    a ) (Le Gaufey, 1997 p. 103).

    Tandis que dans les textes et les sminaires antrieurs le dterminant de la non-

    spcularit de lobjet nest pas encore mis en relief, on peut mme observer que les

    fleurs (a) ont encore une image a6, dans le sminaire lAngoisse , le statut de lobjet

    (a) est dfini nettement comme cet objet qui ne sinscrit pas dans le spculaire, qui ne

    peut pas y tre rflchi. Avant la formulation de lobjet (a), limage de lobjet a est

    toujours une image dans le miroir; aprs, lobjet (a) nest plus une image, il nest plus

    spculaire, mais hors image. Le Gaufey (1997) a signal le changement du statut de

    lobjet et du sujet qui est mis en uvre autour de lobjet (a). Pour dvelopper ces

    6 (Le Gaufey, 1997, p. 90)

    31

  • modifications, on va prendre en compte quelques considrations apportes par les

    sminaires en marge du sminaire lAngoisse : le sminaire lIdentification et le

    sminaire Les quatre concepts fondamentaux . On va les utiliser pour reprendre les

    deux lments soulevs la conclusion du stade du miroir : lobjet (a) et le trait unaire.

    Lacan, dans son sminaire LAngoisse (1962-196), introduit lobjet (a) comme le

    reste irrductible dans lopration davnement du sujet la place de lAutre, c'est--

    dire de la constitution du sujet barr. Lobjet (a) en tant que reste de cette opration, est

    dcrit comme objet chu, comme ce qui se perd dans le processus de la division du sujet,

    ce qui manque au sujet. Lacan formule dabord lobjet (a) partir de la relation du bb

    aux parties de son corps, partir de la sparation, de la coupure qui au dpart nest pas

    celle de lenfant avec sa mre, mais avec son propre corps. Lacan va prendre les objets

    freudiens de la pulsion et inclure le regard et la voix. Linclusion du regard et de la voix

    permet dillustrer trs nettement le fait que quand il sagit des objets (a), on est dans le

    domaine du non-spculaire.

    Lobjet a dans le champ scopique est le regard. Dans le schma du miroir, pour que

    lenfant sorte de la fascination duelle, il faut quil y ait la soustraction de lobjet regard

    du champ scopique. Cest la coupure du regard du champ de lil qui lui permet de

    fonctionner structuralement comme objet a, ce qui permet que le corps soit dcomplt

    du regard. La non-extraction de cet objet (a) du champ scopique aura des consquences

    remarquables chez qui le manque du manque de lobjet (a) regard atteint la consistance

    de la ralit. partir de la non-perte de lobjet (a) regard ne sinscrit pas une

    ngativation structurante chez lhumain. Ce qui donne la consistance au champ

    imaginaire, cest lextraction de lobjet (a), cest linscription dune ngativation, sans

    laquelle toute la consistance de limage du corps est atteinte.

    Pour aborder la question de lobjet (a) regard, on va encore tirer parti de la dernire

    prsentation du schma du miroir par Lacan, quand il dcrit la jubilation de lenfant face

    limage et son retournement vers ladulte. Le Gaufey (1997) mentionne le fait que

    cette jouissance face la reconnaissance de son image prcde le mouvement du regard

    de lenfant vers ladulte. Lauteur souligne, alors, que ce que lenfant cherche ailleurs

    est, en effet, le point de regard, et non son image puisquil la dj. On peut dire que ce

    quil cherche nest pas du domaine de la vision/image mais du hors miroir/regard.

    32

  • Lenfant cherche hors miroir ce que donne sa consistance, il cherche dans le regard ce

    qui donne consistance limage.

    Lextraction de lobjet regard se traduit par un changement de structure, un changement

    radical qui donne la consistance assure par des lments non imaginaires : le trait

    unaire - symbolique, et lobjet (a) rel. Le sujet peut se reprer alors sur ce trait

    prlev de lAutre pour manuvrer des identifications imaginaires, comme il peut se

    reprer dans lobjet (a) pour tourner autour de cet objet (par la pulsion).

    En revanche, si le regard ne se dtache pas du champ scopique, dans le schma du stade

    du miroir, limage naura plus de consistance et nimporte quel changement de la

    position de lil, ou mme de lobjet entranera de grands bouleversements, changeant

    limage du corps propre.

    Chez lenfant schizophrne, on peut observer des comportements dimitation dun autre,

    dun collage aux semblables dont il imite un trait. L il sagit dune imitation extrieure,

    une identification un clich et non une identification symbolique. Une consquence du

    fait quil ne sagit pas dune identification symbolique mais dune identification clich,

    cest lexistence de phnomnes dexacerbation observs quand le schizophrne rpte

    en cho ou en miroir tout ce que dit ou fait son interlocuteur, ou des phnomnes

    dautomatisme corporel. Quinet (2003) prtend que ces manirismes grotesques

    montrent lidentification du sujet un trait quil emprunte dans la tentative de le faire

    fonctionner comme S1; cependant, le rsultat devient caricatural car le signifiant

    emprunt nest pas capable dtre intgr symboliquement.

    La non extraction de lobjet regard chez le schizophrne peut tre lie quelque chose

    qui empche cette qute du regard, lenfant restant fascin par limage, par la rflexivit

    du champ scopique, notamment chez ceux qui ont quelques traits paranoaques. On cite

    la formulation de Lacan propos dune modification observable dans le stade du miroir

    chez le psychotique tel quon la dcrit. :

    quune relation limage spculaire stablit telle que lenfant ne saurait retourner la

    tte, selon ce mouvement que je vous ai dcrit comme familier, vers cet autre, ce

    tmoin, cet adulte qui est l derrire lui, pour lui communiquer, par son sourire, les

    33

  • manifestations de sa jubilation, de quelque chose qui le fait communiquer avec

    limage spculaire. Une autre relation stablit dont il est trop captif pour que ce

    mouvement soit possible. Ici, la relation duelle pure dpossde ce sentiment de

    relation marqu par les cliniciens, dans la psychose -, dpossde le sujet de cette

    relation au grande Autre (Lacan, 1962-1963, p. 93).

    Il y a un manque du manque dans la relation imaginaire, dans la relation sa propre

    image qui ne permet pas la disjonction de lobjet regard du champ scopique. Alors la

    non-extraction de lobjet (a) du champ scopique peut tre lorigine de linstauration

    dune zone de grande instabilit dans le rapport du schizophrne limage, la sienne et

    celle des autres. Pour aborder certains aspects pertinents par rapport lobjet (a),

    citons comme exemple des extraits de certains cas o la relation au regard illustre

    quelques consquences de sa non-extraction dans la schizophrnie et de sa prsence

    massive : un enfant schizophrne trouvait son image dans le miroir insupportable.

    Pensant que ctait elle qui le regardait, il prouvait le besoin de couvrir le miroir. Son

    reflet dans les vitres provoquait, par ailleurs, chez lui, une grande agitation corporelle.

    Un autre jeune schizophrne quand il se regardait dans le miroir maffirmait navoir

    aucun problme, tout en dcrivant des veines sortir du cerveau. On peut considrer que

    dans la schizophrnie, lil ne se situe pas l o il na accs qu limage virtuelle, et en

    consquence il a accs au corps rel. Il sagit de la consquence dun mauvais

    positionnement de lil, de lAutre incarn car

    certains parents ne sont dupes daucune image relle, et donc daucune illusion

    anticipatrice : ils voient le bb rel, tel quel, dans son dnuement, et leur

    impossibilit danticiper rend impossible que quelque chose advienne. Labsence de

    cette image relle laisse lenfant sans image du corps, rendant problmatique son

    vcu dunit corporelle (Laznik, 1993, p. 11).

    Dans ce cas-l, limage relle du corps ne joue pas sa fonction de rassembler les

    morceaux du corps originel davant le stade du miroir. On peut utiliser le schma du

    miroir de Lacan et le modifier pour illustrer une hypothse dun schma optique chez le

    schizophrne. Alors, je suggre deux versions : dans la premire, il ny a pas de pot

    mais les fleurs sont un peu rassembles, tandis que dans la deuxime version, il ny a

    pas de pot et les fleurs sont totalement disperses. En aucun cas, il ny a la mise en place

    de la fonction illusoire de limage qui a un rle stabilisant.

    34

  • ..

    Dans les deux schmas suggrs, le pot dlimitant le dedans/dehors ny est pas, aussi

    ny a-t-il pas dinscription signifiante dterminant les bords autour du vide. Laznik

    (1992), partir de la formulation chez Lacan (1962-1963) selon laquelle les mres pour

    qui leur enfant ntait que rel, signale que certains parents ne voient que le bb rel et

    non lillusion de cette image relle. La psychanalyste suggre que labsence de limage

    relle rend difficile la construction dune image du corps, le vcu dune unit corporelle

    tant aussi atteint. Elle signale, comme consquence de la non existence de limage du

    corps, la non rversibilit de la libido du corps propre lobjet et la non consistance de

    limaginaire nayant pas la possibilit dune ptrification identificatoire du type

    paranode car cette fixation ptrifie suppose une reconnaissance dans cette image, ce

    qui nexiste pas dans les cas o il nexiste pas de mise en place du stade du miroir, les

    cas dune non-existence de limage du corps.

    Dans lautisme, la question du stade du miroir se pose sur des lments de base

    diffrents. Chez lautiste, laspect le plus marquant est le refus du regard : refus de

    regarder et dtre regard par lAutre. Ces manifestations sont des refus dalination

    avec lAutre et entranent des consquences sur ceux qui pourraient prendre en charge le

    rle de lautre/Autre pour cet enfant. Autrement dit, mme dans le cas o les parents

    35

  • tentent, au dbut, une interaction avec lenfant, un temps de refus de part de lenfant

    peut entraner pour eux des difficults exercer un rle en tant quAutre symbolique,

    lil anticipateur de limage unifiante de lenfant dans le stade du miroir.

    Chez la plupart des autistes, labsence du regard est frappante. Ils vitent tout regard. Ils

    regardent ailleurs, ils fixent souvent un objet ou une fentre, mais pas les yeux

    humains. Ils ont un regard vide, vid, ils regardent le vide, nappellent pas lautre. La

    rponse de la mre, des parents, est, par la suite, de ne plus regarder ce bb qui ne les

    regarde pas. Le regard est refus. Il y a chez le bb risque autistique un manque de

    capacit changer des regards spontans avec la mre, chercher donner du plaisir

    lautre, dun se faire regarder li au troisime temps de la pulsion. Ce dfaut du se faire

    regarder est lun des premier signes des manifestations autistiques.

    On doit chercher les origines de lautisme dans un temps logique antrieur au temps

    spculaire : dans la non-instauration de la relation spculaire corrlative de la non

    instauration de la relation symbolique fondamental prsence/absence maternelle,

    contrairement au cas de la psychose o il y a un manque de labsence, dans lautisme, il

    sagit du manque de la prsence originaire de lAutre. Ce manque empche la

    construction de ce que lon observe comme la conclusion du stade du miroir : le moi et

    limage du corps propre.

    Il sagit dans lautisme dune perturbation de linstauration de ce que Freud appelle le

    narcissisme, comme Lacan laborde dans son sminaire 1 Les crits techniques de

    Freud , mais cest dans le sminaire lAngoisse que Lacan va dvelopper ce point

    de la constitution de limage corporelle originaire Ur-Bild de limage, limage du moi

    primitif, prototype de limage spculaire, linstauration de lUr-Bild de limage

    spculaire, de lobjet rel et de limage relle comme une totalit, comme la

    construction du corps propre. Bernardino (1999) souligne quil sagit dabord dun

    narcissisme primaire, dans le schma du miroir concave, tandis que dans le schma du

    miroir plan, il sagit dun narcissisme secondaire li la constitution dun moi idal.

    Dans le mme sens, Laznik (1993a) se rfre au premier schma, du miroir concave,

    comme le temps pr-spculaire, mis en rapport la mise en place du narcissisme

    primaire. Laznik (1995/2004) situe lorigine dune image corporelle originaire vers 6

    mois partir dune reconnaissance possible de la propre image, dune jubilation face

    36

  • limage du corps propre et la qute du regard de lAutre. La construction imaginaire du

    narcissisme est en rapport linvestissement libidinal du corps propre. Laznik

    (1992/2004) dsigne par Ur-Bild originaire du corps, une unit (avant la conclusion du

    stade du miroir : ce temps o se situe linstauration de limaginaire et du moi). La

    psychanalyste signale que dans la figure du miroir plan, limage i (a) va tre construite

    dans lespace virtuel o le sujet peut se reconnatre en tant que moi (o elle observe

    que Lacan aborde le moi idal, tout en faisant remarquer quon peut le formuler en

    termes de narcissisme secondaire).

    Laznik (1992/2004) souligne lexistence dune tape prcdant la qute du regard de

    lenfant vers lAdulte, quand le bb cherche lassentiment dont on a parl, serait une

    demande de reconnaissance de limage quil assume, de lordre dune demande, il y

    aurait une autre reconnaissance originaire, avant celle-l, qui serait une reconnaissance

    non-demande cre partir de la prsence de lAutre. Lhypothse de lauteur est que

    cette reconnaissance originaire est ncessaire comme condition de la construction de

    lUr-bild de limage spculaire, de limage du corps ; la constitution de cet Ur-bild de

    limage spculaire comme condition pralable linstauration de limage spculaire

    proprement dite. Lauteur met en rapport cette reconnaissance originaire une

    incorporation, une prise des petits (a) sur le bord du corps rel. Lauteur suggre que

    des mres qui ne voyaient pas cette image lillusion dune image qui nexiste pas

    mais le rel ; cette absence de limage du corps entrainant toute une problmatique par

    rapport lunit du corps propre. La psychanalyste signale quon peut situer lAutre

    partir de la mise en place du miroir plan dans le schma optique mettant en lumire le

    stade du miroir o on peut situer limportance de la reconnaissance jubilatoire de

    limage de lenfant par lAutre. Du ct droit du schma, la psychanalyste signale

    quau-del du miroir, il y a i (a) limage spculaire o le sujet pourrait reconnatre

    son moi. Du ct gauche du schma, la psychanalyste situe lUr-Bild de limage

    spculaire, dune unit de lobjet rel lorganisme du bb et limage relle les

    fleurs. Elle apporte, alors, deux prcisions dont la mise en relief me parat importante :

    la premire est que les (a) fleurs vont constituer la rserve de libido et la deuxime

    est qu partir dune incorporation, les (a) fleurs vont tre prises comme corps rel

    dans le bord du vase. La psychanalyste indique que cette incorporation partir de

    lAutre, partir du regard de lAutre permettra la constitution de lunit fleurs plus

    vase lorigine de limage du corps propre, de lUr-Bild de limage spculaire. La

    37

  • psychanalyste prcise qu partir de cette incorporation crant lUr-Bild de limage, on

    aura la possibilit de linstauration de limage spculaire (ct droit). Le vase + fleurs

    tant lorigine de cette image originaire du corps propre, cette unit nexiste qu

    partir du regard de lAutre.

    (Laznik, 1992/2004, p. 52)

    La problmatique de lautisme se situe avant le stade du miroir, Cest bien, en effet,

    avant la relation spculaire que se fait un ratage sur lequel se dveloppera

    lautisme (Siksou, 1993, p. 66). Laznik (1992/2004) souligne quon peut comprendre

    la clinique de lautisme partir des schmas optiques du fait quils prennent en compte

    la phase antrieure du stade du miroir. Dans la figure 1 de la thse, la psychanalyste met

    en relief le rle de lil comme la place de lAutre rel qui peut investir libidinalement

    lenfant ; le moi et le corps peuvent tre mis en place partir de la marque de la

    prsence dun Autre. Alors, cest partir de lAutre que les fleurs apparaissent dans le

    vase comme une unit, une unit de lobjet rel lorganisme du bb et limage les

    fleurs qui, ensemble, constituent limage corporelle originaire Ur-Bild. Du ct droit

    du schma du miroir plan, il y a la constitution du i (a), de limage spculaire en

    rapport la mise en place du narcissisme secondaire, dont la condition prliminaire est

    la constitution de limage spculaire o le sujet peut se reconnatre comme moi, tandis

    que du ct gauche du miroir, il sagit de la constitution dune unit de lobjet rel plus

    limage relle, quon avait abord comme la place du narcissisme primaire. Chez

    lautiste, le dfaut de la prsence de lAutre a comme consquence limpossibilit de

    mise en place du temps constitutif de limaginaire, et donc du Moi, au travers du rapport

    spculaire lAutre (Laznik, 1993a, p. 109).

    Cest le regard de lAutre qui voit lobjet rel et limage relle comme une unit, ce qui

    est lorigine du corps - de limage corporelle imaginaire - et du moi, et qui nest

    possible qu partir du regard de lAutre. Dans lautisme, Laznik propose comme

    hypothse lexistence dune impossibilit de linstauration du stade du miroir qui

    38

  • entrane la non-assomption jubilatoire face la propre image et la non demande de

    reconnaissance, la non existence du retournement vers ladulte du regard tourn vers

    lAutre. Daprs la psychanalyste, Il sagit dune suppression des signes perceptifs de ce

    qui pourrait tre la prsence de lAutre : une suppression des signes de la prsence de

    lAutre.

    On va suivre pas pas le parcours effectu par Laznik pour tudier la question de

    lorigine du corps rel partir des schmas de Lacan. Revenons, cet effet, au schma

    propos dans le sminaire lAngoisse (1962-1963):

    (Laznik, 1992/2004, p.54)

    Au-dessous du vase, limage rel nest plus la copie dun objet cach, comme ctait le

    cas par rapport au bouquet de fleurs, mais leffet dun manque moins phi. Laznik laisse

    entendre qu partir de ce schma on saperoit que lAutre qui donne son manque, son

    moins phi est un Autre barr, un Autre manquant qui donne ce quil na pas, cest un

    Autre amoureux qui investit libidinalement lenfant. Ces objets (a) ne sont pas

    spcularisables, ce qui entrane une image virtuelle avec un moins phi, un manque. Il

    faudrait signaler le A barr dans le schma ainsi que cette partie non spculaire, ce

    moins inscrit partir de lincidence de lAutre.

    Il y a une diffrence entre la partie droite et la partie gauche ; le (a) droite devient

    moins phi gauche. En consquence, lenfant sera marqu par ce moins. Limage relle

    forme par lensemble des (a) serait, alors, lie une marque inscrite de perte, un statut

    de lenfant aim, mis la place de lidal aux yeux de la mre, dun Autre marqu dun

    manque. Pour Laznik, auroler lenfant, cest donner ce quelle (la mre) na pas, cest

    mettre cet enfant la place de lIdal. Mais donner ce quelle na pas est directement li

    39

  • ce quest pour elle, le pre, donc li une incorporation primordiale du pre, une

    identification antrieure lidentification au trait unaire.

    Cest partir du manque dans lAutre, que la mre peut auroler lenfant avec des

    rserves de libido, a, de linvestissement libidinal du bb, cette phallicisation de

    lenfant na lieu que dans le regard de lAutre et ici le A majuscule simpose

    cliniquement puisque dans son rapport son image, lautre son semblable, le sujet ne

    peut se voir que comme marqu du manque (Laznik, 1993a, p. 114).

    Pensant ce schma par rapport lautisme, il ny aurait plus dobjet (a) au bord du vase

    ce qui entrainerait une impossibilit du passage de la libido entre i (a) et i (a), la libido

    restant enferme dans le corps propre. Labsence de lillusion anticipatrice, labsence de

    cette limage relle laisse lenfant sans image du corps, troublant son vcu dune unit

    corporelle imaginaire. On se trouve, alors, pour Laznik (1992/2004) dans le domaine du

    Lust Ich, dans un niveau non-pulsionnel. Il faut, de ce fait, opposer ce corps de lautiste

    au corps introduit la conclusion du stade du miroir, ce corps construit partir de

    lAutre. Lauteur prcise que pour mieux comprendre le corps de lautiste il faut lire

    Freud partir de Lacan, notamment, partir de la lecture lacanienne de la pulsion,

    considre non plus comme un concept limite entre le biologique et le psychique, mais

    comme un concept qui articule le signifiant et le corps.

    Quand le circuit pulsionnel est mis en place, les objets (a) circulent sur les bords du

    corps et la libido est concentre dans les zones rognes. Or, dans lautisme il y a un

    ratage de cette mise en place du circuit pulsionnel et ces zones ne font plus bord. Laznik

    fait observer que Lacan va lier la mise en place complte de ce circuit au surgissement

    dun sujet du sujet de linconscient, dans le champ de lAutre. Le circuit pulsionnel a

    trois temps : le premier temps en direction de lobjet exte