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O Cultivo do Sapotizeiro Introduçªo O sapotizeiro (Manilkara sapota L.), nativo do sul do MØxico e da AmØrica Central, espalhou- se por toda a AmØrica tropical, Caribe e AmØrica do Sul e nas partes mais quentes da Flórida, Estados Unidos, principalmente na Regiªo de Key West e nas proximidades de Miami. Nas regiıes de origem chamados de tzapotl pelos astecas, provÆvel origem dos nomes sapoti e sapota usados no Brasil. Em nosso país Ø muito apreciado e considerado um dos melhores frutos, pelo paladar e sabor característicos. Na primeira metade do sØculo 20, desenvolveu-se no MØxico e AmØrica Central uma grande indœstria de goma de mascar tendo como matØria-prima o lÆtex exsudado do tronco da planta do sapotizeiro. No Brasil, no entanto, o consumo de sapoti Ø na forma de fruta in natura. Em anÆlises feitas na Embrapa Agroindœstria Tropical foram registrados valores de atØ 25,98 0 Brix em sapotis/ sapotas colhidos em experimentos conduzidos no Campo Experimental do Curu, no perímetro irrigado do Dnocs - Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, em Paraipaba, CE. O sapotizeiro teve adaptaçªo muito boa em praticamente todo o Brasil, sendo plantado desde o Sul do Estado de Sªo Paulo atØ a Regiªo Amazônica. No Nordeste brasileiro foi, inicialmente, cultivado nas serras œmidas, onde as condiçıes climÆticas sªo bastante favorÆveis ao seu desenvolvimento e produçªo. Expandiu-se, posteriormente, para outros ecossistemas. A planta Ø encontrada produzindo desde o nível do mar atØ altitudes de 2.500 m, onde as precipitaçıes pluviomØtricas sªo sempre superiores a 1.000 mm anuais. No CearÆ quase toda a produçªo de sapoti concentra-se na Regiªo Metropolitana de Fortaleza e Ø proveniente quase sempre de plantios de fundo de quintal. (Fig. 1 e 2), havendo um decrØscimo acentuado da oferta da fruta nas feiras livres e na Ceasa - Centro Estadual de Abastecimento S. A., com a transformaçªo das casas em prØdios de apartamentos. Essa situaçªo vem sendo revertida com o incentivo à pesquisa, por meio da Embrapa Agroindœstria Tropical, principalmente no desenvolvimento de cultivares, tØcnicas de irrigaçªo, produçªo de mudas e pós-colheita, nos Campos Experimentais de Pesquisa de Pacajus e Paraipaba, CE, desde 1995. Aos poucos novos pomares de sapotis/sapotas, estªo sendo implantados utilizando-se mudas enxertadas de boa qualidade e tØcnicas de irrigaçªo adequadas à cultura. Estudos realizados em Paraipaba, CE, pela Embrapa Agroindœstria Tropical, demonstraram que Ø possível produzir durante o ano todo (Fig. 3) pelo uso da fertirrigaçªo (Fig. 4) que altera a fenologia da planta em relaçªo ao cultivo de sequeiro. Esse novo cenÆrio tem estimulado o surgimento de novos produtores, sobretudo pequenos empreendedores, pois propicia uma renda constante. Com isto o mercado Ø constante- mente abastecido, ao contrÆrio de uma oferta centrada nos meses de outubro, novembro e dezem- bro, favorecendo e estimulando o consumo, o que Ø do interesse de toda a cadeia produtiva. Fortaleza, CE Dezembro, 2002 13 ISSN 1676-6601 Autores Clódion Torres Bandeira Eng. agrôn., M.Sc. [email protected] Antonio Lindemberg Mesquita Antonio Renes Lins de Aquino Antonio Teixeira Cavalcante Jr. Francisco JosØ de Seixas Santos Francisco Nelsieudes Sombra Oliveira JosØ de Souza Neto Levi de Moura Barros Raimundo Braga Sobrinho Raimundo Nonato de Lima Vitor Hugo de Oliveira Fig. 1. Sapotizeiro plantado em fundo de quintal. Fortaleza, CE. Foto: Clódion Torres Bandeira Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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O Cultivo do Sapotizeiro

Introdução

O sapotizeiro (Manilkara sapota L.), nativo do sul do México e da América Central, espalhou-se por toda a América tropical, Caribe e América do Sul e nas partes mais quentes da Flórida,Estados Unidos, principalmente na Região de Key West e nas proximidades de Miami.

Nas regiões de origem chamados de tzapotl pelos astecas, provável origem dos nomessapoti e sapota usados no Brasil. Em nosso país é muito apreciado e considerado um dosmelhores frutos, pelo paladar e sabor característicos. Na primeira metade do século 20,desenvolveu-se no México e América Central uma grande indústria de goma de mascartendo como matéria-prima o látex exsudado do tronco da planta do sapotizeiro. No Brasil,no entanto, o consumo de sapoti é na forma de fruta in natura. Em análises feitas naEmbrapa Agroindústria Tropical foram registrados valores de até 25,98 0Brix em sapotis/sapotas colhidos em experimentos conduzidos no Campo Experimental do Curu, noperímetro irrigado do Dnocs - Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, emParaipaba, CE.

O sapotizeiro teve adaptação muito boa em praticamente todo o Brasil, sendo plantadodesde o Sul do Estado de São Paulo até a Região Amazônica. No Nordeste brasileiro foi,inicialmente, cultivado nas serras úmidas, onde as condições climáticas são bastantefavoráveis ao seu desenvolvimento e produção. Expandiu-se, posteriormente, para outrosecossistemas. A planta é encontrada produzindo desde o nível do mar até altitudes de2.500 m, onde as precipitações pluviométricas são sempre superiores a 1.000 mm anuais.No Ceará quase toda a produção de sapoti concentra-se na Região Metropolitana de Fortalezae é proveniente quase sempre de plantios de fundo de quintal. (Fig. 1 e 2), havendo umdecréscimo acentuado da oferta da fruta nas feiras livres e na Ceasa - Centro Estadual deAbastecimento S. A., com a transformação das casas em prédios de apartamentos. Essasituação vem sendo revertida com o incentivo à pesquisa, por meio da EmbrapaAgroindústria Tropical, principalmente no desenvolvimento de cultivares, técnicas deirrigação, produção de mudas e pós-colheita, nos Campos Experimentais de Pesquisa dePacajus e Paraipaba, CE, desde 1995. Aos poucos novos pomares de sapotis/sapotas,estão sendo implantados utilizando-se mudas enxertadas de boa qualidade e técnicas deirrigação adequadas à cultura. Estudos realizados em Paraipaba, CE, pela EmbrapaAgroindústria Tropical, demonstraram que é possível produzir durante o ano todo (Fig. 3)pelo uso da fertirrigação (Fig. 4) que altera a fenologia da planta em relação ao cultivo de

sequeiro. Esse novo cenário temestimulado o surgimento denovos produtores, sobretudopequenos empreendedores, poispropicia uma renda constante.Com isto o mercado é constante-mente abastecido, ao contrário deuma oferta centrada nos mesesde outubro, novembro e dezem-bro, favorecendo e estimulando oconsumo, o que é do interessede toda a cadeia produtiva.

Fortaleza, CEDezembro, 2002

13

ISSN 1676-6601

Autores

Clódion TorresBandeira

Eng. agrôn., [email protected]

Antonio LindembergMesquita

Antonio Renes Lins deAquino

Antonio TeixeiraCavalcante Jr.

Francisco José deSeixas Santos

Francisco NelsieudesSombra Oliveira

José de Souza Neto

Levi de Moura Barros

Raimundo BragaSobrinho

Raimundo Nonato deLima

Vitor Hugo de Oliveira

Fig. 1. Sapotizeiro plantado em fundo de quintal.

Fortaleza, CE.

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Ministério daAgricultura, Pecuária

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2 O Cultivo do Sapotizeiro

Clima

O sapotizeiro por ser uma planta tipicamente tropical, temseu desenvolvimento e produção favorecidos pelo climadesta região. Entretanto adapta-se a uma ampla faixa delatitude, podendo ser plantado desde São Paulo até oextremo norte do país, sendo favorecido por altas tempera-

Fig. 2. Árvore de sapotizeiro com mais de sessenta anos de

idade. Fortaleza, CE. Fig. 3. Produção de sapotizeiro. Distribuição

durante o ano.

Fig. 4. Tutoramento e irrigação das mudas.

tura e umidade comportando-se melhor em temperaturasem torno de 28 0C, desenvolvendo-se com relativafacilidade em temperaturas mais baixas. O sapotizeiro temsido encontrado em regiões onde a temperatura chegapróxima de zero graus por algumas horas, sem causarsérios danos á planta. A produtividade é, no entanto,reduzida em ambientes de baixas temperaturas. Desenvol-

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3O Cultivo do Sapotizeiro

ve-se, relativamente bem, em altitudes acima de 1000metros, no entanto, comporta-se melhor em altitudesabaixo de 400 metros. Pelo fato de ter seus ramos muitoflexíveis, adapta-se bem aos fortes ventos.

Solos

As sapotáceas, de modo geral, adaptam-se a uma amplavariedade de solos. Assim, embora se desenvolvam ecresçam em solos muito pobres, têm preferência por solosprofundos, ricos em matéria orgânica, levemente argilosose bem aerados. Uma boa drenagem é essencial para operfeito desenvolvimento de suas raízes. Não produzembem em solos encharcados e são levemente tolerantes àseca, e têm uma relativa tolerância a solos salinos.

Época de plantio

Recomenda-se, nos Estados do Nordeste, sempre quepossível, fazer o plantio com irrigação por possibilitar serfeito em qualquer época do ano. Não sendo possívelirrigar, fazer o plantio sempre no início das chuvas, parater um bom desenvolvimento das mudas. Em locais comchuvas regulares pode-se plantar sem irrigar.

Consorciação

Os espaços livres entre as plantas, associados ao longoperíodo de tempo decorrido da implantação até a estabiliza-ção da produção, possibilitam o consórcio do sapotizeirocom outras culturas, reduzindo os elevados custos deimplantação, além de favorecer a manutenção da área livrede plantas daninhas e, ainda, o aproveitamento de resídu-os de fertilizantes.

A escolha da cultura a ser consorciada depende de fatoresrelacionados com as condições de clima, solo e mercado.Deve-se optar por culturas de ciclo curto tais como: feijão,mandioca, soja, amendoim e milho. Além dessas, podem serutilizadas cultivares precoces de algodão herbáceo, gergelim,e forrageiras como sorgo, mucuna preta e feijão de porco.

Controle de plantas Daninhas

Como qualquer cultura econômica, o sapotizeiro sujeita-seá concorrência de plantas daninhas, que além de abrigarempragas, competem por água e nutrientes podendo, nospomares em formação, concorrer por luz quando atingiremaltura superior a dos sapotizeiros. Portanto, o controleeficiente das plantas daninhas é fundamental no ano deimplantação do pomar, para o rápido desenvolvimento dosistema radicular e o normal crescimento da parte aérea.

Adubação

A cultura do sapotizeiro demanda uma razoável quantidadede fertilizantes minerais para se obter uma produtividadesatisfatória, em função da elevada quantidade de nutrientesextraída pelas plantas e a baixa fertilidade natural. Normal-mente, na maioria das áreas da Região Nordeste, os solosapresentam alumínio trocável em níveis tóxicos, elevadaacidez, sendo raro o emprego das práticas de adubação ecalagem.

Importância dos nutrientesMacronutrientes

• Nitrogênio: Tem função estrutural na planta dosapotizeiro, fazendo parte de moléculas de aminoácidos ehormônios responsáveis pela indução do alongamento edesenvolvimento celular, entre outras.

Deficiência: Começa nas folhas mais velhas, ficandocloróticas, por causa da menor produção de clorofila.Processa-se do ápice para o limbo da folha.

• Fósforo: É um elemento bastante carente nos solos doNordeste e do Cerrado. Faz parte da estrutura química decomponentes essenciais, como fosfolipídios, coenzimas,ácidos nucleicos, entre outros. Tem um papel muitoimportante no sistema reprodutivo e na absorção dosnutrientes pelas raízes.

Deficiência: Inicialmente as folhas inferiores apresentamuma coloração verde-escuro e, em estágio mais avançado,tornam-se verde-opacas e caem.

• Potássio: Atua como ativador de enzimas de reaçõesmetabólicas, pelas quais se processam estruturalmente aabertura e o fechamento dos estômatos e a síntese deaminoácido. Há uma relação direta entre o conteúdo depotássio e o aumento do peso dos frutos de sapoti.

Deficiência: Inicia-se nas folhas mais velhas que apresen-tam leve clorose nas bordas. Ao contrário do N, ossintomas desenvolvem-se lentamente.

•Cálcio: Por ser um elemento de circulação menor naplanta, o cálcio necessita ter seu suprimento feito pelaplanta constantemente.

Deficiência: As folhas superiores, mais novas, desenvol-vem ondulações nas margens, que se curvam para dentroe entre as nervuras.

Magnésio: É integrante da molécula da clorofila, ativadordas enzimas e participante no processo de absorção iônica,ao ligar-se com a ATP na membrana celular.

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4 O Cultivo do Sapotizeiro

Deficiência: Caracteriza-se por uma clorose iternevural, quecomeça na nervura principal e evolui para as bordas. Ossintomas aparecem nas folhas inferiores, as mais velhas.

• Enxofre: O enxofre é componente estrutural dosaminoácidos sulfonados, como a cisteína, cistina emetionina, como também das vitaminas sulforadas, comobiotina, tiamina e a coezima. O sulfato é transportado dabase da planta para cima. por isso os sintomas de deficiên-cia aparecem, primeiramente, nas folhas novas. Emambiente natural a matéria orgânica é a principal fonte deenxofre , que é liberado no processo de mineralizaçãomicrobiana, na forma oxidada sulfato (SO4

�).

Deficiência: As folhas mais novas tornam-se cloróticas, aomesmo tempo em que ficam com a consistência maisrígida. aparecendo necrose no ápice, acompanhada deenrolamento das pontas afetadas e bordas rompidas.

Micronutrientes

• Manganês: É um ativador de enzimas, participandotambém do transporte eletrônico da fotossíntese. Étambém importante na formação da clorofila e para aformação , multiplicação e funcionamento do cloroplasto.

Deficiência: Inicialmente as folhas novas apresentam umacoloração verde-pálida, evoluindo depois para verde-amarelada, com as partes próximas às nervuras permane-cendo verdes As plantas apresentam pequeno número defolhas e o crescimento é bastante lento.

• Boro: Na ausência do boro ocorre a morte das gemas edas folhas mais novas, que adquirem um aspecto coriáceo.Ocorre superbrotamento e repetição dos sintomas nosnovos brotos.

• Zinco: Na ausência de zinco as plantas apresentam-secom internódios curtos e poucos ramos laterais. As folhasmais novas mostram-se pequenas, alongadas, com acoloração variando gradualmente do verde até o verde-pálido, permanecendo verdes as nervuras.

• Ferro: É o microelemento presente em maior quantidadeem todas as partes do fruto do sapotizeiro, seguido pelozinco. A sua deficiência é pouco comum.

• Cobre: O cobre participa de vários processos fisiológicostais como: Fotossíntese: respiração, distribuição decarboidratos e metabolismo de proteínas.

Deficiência: Ligeiro escurecimento da tonalidade do verde.As folhas jovens apresentam-se mais alongadas e curvan-do-se para baixo.

Em trabalhos realizados em Pernambuco, na EmpresaPernambucana de Pesquisa Agropecuária � IPA foram

encontradas as seguintes quantidades de nutrientes, emgramas/tonelada/ de fruto fresco, extraídas pelo sapoti,quais sejam:

Nitrogênio - 1.210; Fósforo - 110; Potássio - 1.911;Cálcio - 361; Magnésio - 180; Enxofre - 240; Ferro -6,728 ; Zinco - 3,682 ; Boro - 2,278; Manganês -1,305; Cobre - 1,265.

Embora o sapotizeiro desenvolva-se bem em quase todotipo de solo, é necessário uma suplementação de fertilizan-tes químicos (Tabela 1). Recomenda-se que seja feita umaanálise do solo antes do plantio, para determinar asquantidades de nutrientes a serem aplicadas na cultura(Fig. 5). Os fertilizantes são aplicados junto com a água deirrigação, para que sejam supridas as quantidades certas ea economia de mão-de-obra.

Recomenda-se, também, adubação orgânica e o consórciocom culturas anuais que, além de agregar valor ao negó-cio, contribui para a proteção do solo.

Fig. 5. Plantas de sapoti com cinco anos de

idade, em plena produção.

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5O Cultivo do Sapotizeiro

Tabela 1. Programa de adubação utilizado no experimentode sapoti, no campo experimental da EmbrapaAgroindústria Tropical em Paraipaba, 2000.

Tipo de aduboUréia

Superfosfato CloretoFTE - BR(g/planta/ano) simples de potássio

Plantio 0 670 0 0

2.o ano 230 0 380 50

3.o anoem diante 975 700 600 80

Importância da cobertura morta

A cobertura morta, também chamada de �Mulch�, é umatécnica que consiste em distribuir sobre a superfície dosolo uma camada de palhas ou outros resíduos vegetaisentre as linhas das culturas ou apenas até a projeção dacopa das plantas. No Nordeste do Brasil, onde ocorre umperíodo chuvoso e outro seco durante o ano, a coberturamorta apresenta uma série de benefícios: a) melhora aqualidade do produto, (como acontece com a produção deabóbora, melão e melancia); b) incrementa a produtividadedas culturas; c) prolonga o tempo de disponibilidade deágua no solo; d) reduz as variações de temperaturas dosolo; e) aumenta a estabilidade dos agregados do solo; f)reduz a concorrência com plantas daninhas; g) aumenta afertilidade do solo; h) reduz a erosão pela redução doimpacto da chuva.

A fruticultura nordestina situada na região dos tabuleiroslitorâneos é constituída de solos arenosos e baixa fertilida-de natural. Via de regra, o predomínio da fração areiagrossa (> 90%), os baixos níveis de bases trocáveis, dematéria orgânica e de fósforo assimilável, são as caracterís-ticas mais marcantes desse tipo de solo. Para tornar essessolos mais produtivos, o investimento com corretivos,fertilizantes e água de irrigação é muito alto. Além disso, énecessário investir em um sistema de manejo adequadoque vise a melhoria das condições físico-químicas emicrobiológica do solo, possibilitando maior oferta denutrientes e água essenciais ao desenvolvimento dafruticultura local.

Principais Fontes de Cobertura do SoloAs principais coberturas de superfície do solo utilizadaspara a cultura do sapotizeiro são: as gramíneas, restosculturais diversos (palhadas), bagana de carnaubeira,leguminosas arbustivas restolho da cultura de arroz,palhada de café e bagana de cana. Quando não houvermaterial disponível, a prática de roçagem permanente daárea cultivada é suficiente para formar uma excelente

cobertura do solo, por exemplo: o milheto, o capimPennisetum purpureum Schum., o capim Napier, entreoutros. Pode-se, também, utilizar esterco de curral oucomposto orgânico, na projeção da copa.

As gramíneas têm sido indicadas como mais eficazes naformação dos agregados do solo, pela ação direta dasraízes, cujo volume é maior que o da parte aérea. Aagregação do solo, geralmente aumenta o volume demacroporos, mas reduz o de microporos, aumenta aporosidade do solo, diminuindo a densidade e aumentandoa aeração do solo. Em solos pesados ocorre a melhoria daestrutura e aeração do solo, favorecendo o desenvolvi-mento da planta.

Com relação à importância nutricional da matéria orgânicaverifica-se que a matéria seca do milheto adubado contémcerca de 1,5% de N ; 0,2% de P e 1,5% de K. Assim, em10 t/ha de matéria seca de milheto pode ser devolvido aosolo: 150kg de nitrogênio; 20 kg de fósforo (46 kg deP2O5) e 150 kg de K (180 kg de K2O).

Cobertura do solo com leguminosasAs leguminosas constituem-se como uma opção interes-sante por apresentarem uma série de benefícios como:fixação biológica do nitrogênio atmosférico, controle deplantas invasoras, armazenamento do teor de matériaorgânica do solo, redução das perdas de água, controle denematóides e incorporação de nutrientes, resultando emuma maior produtividade da cultura do sapotizeiro.

No entanto, a utilização dessa prática em regiões queapresentem déficits hídricos elevados, como na RegiãoNordeste, deverá ser feita com cautela nos pomares desapotizeiro, uma vez que poderá estabelecer forte competi-ção por água e nutrientes, durante os períodos secos.Recomenda-se a utilização de espécies que apresentemsistema radicular pivotante, (Canavalia ensiformes D.C.;Cajanus cajan L.), pois, além de exercerem menor competi-ção com as fruteiras, proporcionam maior reciclagem denutrientes das camadas subsuperficiais do solo. Emalgumas culturas perenes efetua-se a incorporação damassa verde a uma profundidade de aproximadamente 12a 15 cm, entre as ruas da cultura principal. Em outroscasos, as leguminosas são roçadas e deixadas sobre osolo e esparramadas entre as linhas de plantas. No caso deopção por uma cobertura permanente do solo, deve-serecorrer a espécies adaptadas às condições físicas equímicas dos solos arenosos do Nordeste brasileiro.Trabalhos desenvolvidos pela Embrapa AgroindústriaTropical apresentaram êxito na utilização de cobertura vivado solo, com Calopogonium muconoides em sapotizeiro,cajueiro e ateira. No primeiro ano, fez-se a semeadura doCalopogonium em linhas espaçadas de 0,40 m entre si nas

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6 O Cultivo do Sapotizeiro

ruas das fruteiras, utilizando-se 8,0 kg de semente porhectare, recomendando-se sua renovação a cada doisanos. Além disso, a adubação orgânica é fator importantena conservação e uso eficiente da água, uma vez quemelhora a infiltração, diminui a perda por evaporação,possibilita a drenagem dos solos de textura pesada,permite maior penetração do sistema radicular, aumentandoo volume de água disponível.

Restrições ao uso da cobertura mortaA cobertura morta, apesar dos benefícios que podeproporcionar, apresenta algumas restrições:

a) É limitante em regiões com pouca mão-de-obra, porexigir espalhamento manual.

b) É uma prática onerosa, em razão da quantidade dematerial requerida: são necessários até 3,0 ha de matériaseca de capineira para fornecer material para 1,0 ha defruteira.

c) Emite grande quantidade de radicelas entre a camada decobertura morta e o solo, podendo resultar em prejuízo nopomar em período seco.

d) Apresenta o risco de incêndio onde ela é executada e apalhada esparramada em toda área. Sugere-se a suacolocação somente sobre a projeção da copa da fruteira.

Variedades

O sapotizeiro é uma planta da Família Sapotaceae, GêneroManilkara e Espécie Manilkara zapota (Linnaeus) VanRoyen. Como as características das plantas e dos frutosde sapoti não foram perpetuadas por meio da reproduçãosexuada, essas diferenças não podem ser caracterizadascomo variedades botânicas. Existem, no entanto, umaclassificação aceita para classificar os frutos como sapota esapoti. As sapotas são frutos geralmente arredondados ede tamanho maior que os sapotis que têm formatosovalados e, geralmente, mais leves.

Nos experimentos colhidos, no Campo Experimental daEmbrapa Agroindústria Tropical, em Paraipaba, Estado doCeará, os sapotis tiveram peso médio de 124 g, enquantoas sapotas, em torno de 196 g/fruto. Observam-se peque-nas variações entre níveis de irrigação. (Fig. 6, 7, 8 e 9).

Espaçamento e Plantio

A escolha do espaçamento mais adequado para osapotizeiro é assunto ainda muito controvertido, em razãoda inexistência de resultados consistentes de pesquisa,relacionados, principalmente, com as exigências fisiológi-

cas da planta. O espaçamento depende de vários fatores,tais como a variedade a ser plantada, condiçõesedafoclimáticas do local, natureza dos tratos culturais aserem aplicados, como por exemplo, a poda, controle dasplantas daninhas e tipo de consórcio.

Em plantios tradicionais, com plantas obtidas a partir desementes, são encontrados espaçamentos de 8 x 8 m,10 x 10 m e até 12 x 10 m. Novas técnicas de plantio emestudo, envolvendo a utilização de plantas enxertadas,poda para o controle de crescimento e a irrigação, têmindicado o espaçamento de 6 x 6 m, com 277 plantaspor hectare.

O plantio deve ser feito com mudas de boa qualidade emcovas com dimensões de 40 x 40 x 40 cm, que devemser preenchidas utilizando-se uma mistura de quantidadesequivalentes de esterco curtido e solo superficial. Em cadacova deve ser adicionada uma quantidade equivalente a670 g de superfosfato simples por ocasião do plantio,quando deve ser também efetuada uma rega com aproxi-madamente 20 litros de água. O tutoramento das mudas éuma providência necessária, para proteção das plantascontra a ação dos ventos, (Figura 4) principalmente pelofato do sapotizeiro se caracterizar por um desenvolvimentomuito lento.

Propagação

O sapotizeiro propaga-se naturalmente pelos processos dereprodução sexuada, via semente, o que contribui paraperpetuação e a diversificação da espécie e, ainda,vegetativamente por mergulhia, que acontece quandoárvores frondosas encostam seus galhos no solo e ocorreo enraizamento e a formação de novos indivíduos. Tam-bém, propaga-se por processos artificiais como estaquia,garfagem, encostia e técnicas de cultura de tecidos. Apropagação por semente é o método mais comum e naturalde propagação do sapotizeiro, no entanto resulta emgrande variabilidade. Os principais problemas encontradosquando se explora pomares gerados por propagaçãosexuada são a baixa produção e a falta de uniformidade naforma, tamanho, cor, textura e sabor dos frutos. Essesproblemas resultam em produtos pouco adequados aoaproveitamento industrial e ao mercado de mesa. Alémdisso, são altos os custos do manejo em pomares complantas de porte elevado, improdutivas, tardias e comprodução sem sincronia com os principais mercadosconsumidores.

A reprodução assexuada é mais recomendada para osplantios comerciais, por resultarem em pomares uniformespossibilitando a padronização dos frutos. Em algumasespécies a propagação vegetativa é mais rápida, fácil eeconômica.

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7O Cultivo do Sapotizeiro

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Quilogramas/hectare

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Anos de avaliações

Fig. 6. Estimativa de peso, kg/ha, de sapoti irrigado, em Paraipaba, CE.

I - 1h30, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

II - 2h, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

III - 2h30, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

IV - 3h, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

Teste: testemunha sem irrigação.

Anos de avaliações

Fig. 7. Estimativa de peso, kg/ha, de sapota irrigado, em Paraipaba, CE.

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Quilogramas/hectare

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1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 12 0 0 00

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I - 1h30, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

II - 2h, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

III - 2h30, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

IV - 3h, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

Teste: testemunha sem irrigação.

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8 O Cultivo do Sapotizeiro

Anos de avaliações

Fig. 8. Estimativa de número de sapotis, kg/ha, irrigado, em Paraipaba, CE.

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Quilogramas/hectare

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1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 12 0 0 00

5 0 0 0

6 0 0 0

Ir r ig a çã o II IIr r ig a çã o II Ir r ig a çã o IV Te s te

Anos de avaliações

Fig. 9. Estimativa de número de sapota, kg/ha, irrigado, em Paraipaba, CE.

Ir r ig a çã o I4 5 0 0 0

4 0 0 0 0

3 5 0 0 0

Número/hectare

2 0 0 0 0

1 5 0 0 0

1 0 0 0 0

5 0 0 0

1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 12 0 0 00

2 5 0 0 0

3 0 0 0 0

Ir r ig a çã o II IIr r ig a çã o II Ir r ig a çã o IV Te s te

I - 1h30, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

II - 2h, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

III - 2h30, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

IV - 3h, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

Teste: testemunha sem irrigação.

I - 1h30, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

II - 2h, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

III - 2h30, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

IV - 3h, em dias alternados.

(Vazão dos emissores: 28 L/h

Teste: testemunha sem irrigação.

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9O Cultivo do Sapotizeiro

As técnicas de propagação vegetativa, também denomina-das de multiplicação, embora mais dispendiosas que as depropagação sexuada permitem a transmissão integral dopatrimônio genético, proporcionando outras vantagenscomo a uniformização de seus descendentes, todas ascaracterísticas desejadas da planta matriz, possibilitando amultiplicação de plantas idênticas em grande escala e,ainda assim, quase sempre, acrescentando precocidade defrutificação e redução no porte das plantas.

Atualmente, o método de propagação mais usado é aenxertia que consiste na introdução de uma parte viva deuma planta, denominada enxerto, em outra denominada deporta-enxerto, para que, por meio da regeneração detecidos, unam-se e formem um único indivíduo. Ao finaldo processo, o enxerto formará a copa da nova planta e oporta-enxerto o sistema radicular. A técnica baseia-se nacapacidade das partes secionadas, quando em contato,formarem �calo� por entrelaçamento das células e, em

Fig. 10. Seqüência da prática de enxertia.

seguida, essas células se diferenciarem formando um novocâmbio que reconstituirá o xilema e o floema da região,restabelecendo, assim, a conexão entre as partes. Nessescasos, embora os caracteres sejam transferidos integral-mente para os descendentes, eles sofrem interferências dosporta-enxertos, em função de seu metabolismo, intensifi-cando ou diminuindo a expressão do caracter.

As principais vantagens da enxertia são: assegurar aprecocidade na frutificação, garantir as características daplanta matriz, restaurar plantas improdutivas e modificar oporte. São desvantagens: diminuir a longevidade da plantae transmitir agentes patogênicos.

No sapotizeiro, atualmente, a enxertia mais recomendada éa de topo, como pode ser visto na seqüência de figuras(Fig. 10,11,12, 13 e 14). O porta-enxerto deve ter nomínimo seis meses de idade. Após a enxertia, aguardardois meses para o plantio definitivo.

Fig. 11. Seqüência da prática de enxertia.

Fig. 12. Seqüência da prática de enxertia.

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10 O Cultivo do Sapotizeiro

Fig. 13. Seqüência da prática de enxertia. Fig. 14. Mudas de sapoti, prontas para o

plantio.

O substrato para semeadura das sementes para a formaçãodos porta-enxertos varia com a disponibilidade naspropriedades. Em geral, a mistura pode ser feita usando-separtes de barro preto, misturado com areia grossa na

proporção de 2:1. A cada metro cúbico da mistura deveser acrescido 2,5 kg de superfosfato triplo, ou o dobro desuperfosfato simples e 1,5 kg de cloreto de potássio.

Irrigação

O sapoti, no Nordeste brasileiro, sempre foi cultivado emchácaras e quintais, mostrando uma produção sazonalconcentrada em dois a três meses do ano. Resultados depesquisa conduzida no campo experimental do Vale doChoro, da Embrapa Agroindústria Tropical, revelam que ouso da irrigação, associada à prática da fertirrigação e àpoda, podem alterar substancialmente o comportamento dacultura, possibilitando produções sensivelmente maioresao longo do ano e picos de produção que caracterizamuma completa modificação na sazonalidade da produção dosapotizeiro. (Figuras 15 e 16).

Observa-se claramente que, tanto em relação ao sapoticomo à sapota, os tratamentos que receberam maioresníveis de irrigação mostraram uma curva de produçãosensivelmente diferente da testemunha, que recebeu umalâmina de água mínima para a sobrevivência e para permitira fertirrigação.

Sistema de IrrigaçãoDentre os métodos de irrigação atualmente em uso, amicroirrigação (irrigação localizada) é a mais recomendávelpara o sapotizeiro em função das seguintes vantagens:economia de água (maior eficiência de irrigação e reduçãode perdas de água por evaporação), economia de energia(trabalha com vazões e pressões menores), possibilidadede aplicação de fertilizantes via água de irrigação(fertirrigação), redução da ocorrência de plantas daninhas edoenças foliares, não interferência nas pulverizações,capinas e colheitas. Como desvantagens são relacionadas:a necessidade de filtragem da água para evitar o entupi-mento dos emissores e o custo inicial elevado.

Um sistema de irrigação localizada é constituído dasseguintes partes: cabeçal de controle e aparelhos demedições hidráulicas; tubulações de distribuição de água;emissores; e equipamentos para estimar as necessidadeshídricas das culturas. O cabeçal de controle é o conjuntode dispositivos utilizados para injeção de produtosquímicos, filtragem e controle de pressões e vazões. Aspartes básicas de um cabeçal de controle simples são: oinjetor de fertilizantes, o filtro de disco ou de tela e osregistros . Para um cabeçal mais completo podem seradicionados: filtro de areia, medidores de vazão(hidrômetros), válvula de controle de pressão, válvula decontrole de fluxo e manômetros (Figura 15).

Na irrigação localizada podem ser usados como emissores:microaspersores, gotejadores e orifícios (xique-xique). Omais comum para o sapotizeiro tem sido o uso demicroaspersores, principalmente em solos arenosos.Considerando o porte do sapotizeiro, devem ser utilizadosmicroaspersores com vazão de 30 a 100 litros por hora,que permitem diâmetro molhado de 4 a 6 m. Omicroaspersor permitindo, é recomendável a redução dodiâmetro molhado para 1 a 2 m no primeiro ano de cultivo,face ao menor porte da planta.

A filtragem é fundamental na irrigação localizada paramelhorar a qualidade da água, impedindo os entupimen-tos e garantindo melhor distribuição ao longo dastubulações. A vazão de um emissor poderá ser reduzidaao longo do tempo por causa das obstruções, provocan-do a diminuição do volume de água fornecida à planta e/ou à área abastecida pelo emissor obstruído, reduzindo aeficiência do sistema de irrigação e a uniformidade dedistribuição de água.

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11O Cultivo do Sapotizeiro

Os materiais que mais obstruem os emissores são partícu-las de solo (areia, argila e silte), carbonato de cálcio,partículas de metal, precipitados químicos e algas. Afreqüência de limpeza dos filtros de tela e de discosdepende do grau de impureza da água de irrigação,podendo ser diária, semanal, quinzenal ou mensal. Umaforma de determinar o momento da limpeza é quandoocorrer aumento de perda de carga no cabeçal de controleda ordem de 50 kPa. Após a retirada dos elementosfiltrantes do corpo do filtro, a limpeza pode ser realizadamanualmente, nos filtros de tela, com uma escova e água

Manejo da IrrigaçãoO manejo da irrigação na cultura do sapotizeiro estárelacionado à quantidade e à freqüência de aplicação deágua, baseado no tipo de solo, na idade da planta, naeficiência do sistema de irrigação e nas condições climáti-cas. Estudos da evapotranspiração de cultivo (ETc), daevapotranspiração potencial de referência (ETo) e docoeficiente de cultivo (Kc) são importantes para determinara quantidade de água necessária à cultura, para um corretoplanejamento, dimensionamento e manejo de sistemas deirrigação e, ainda, uma eficiente avaliação das fonteshídricas e da disponibilidade de energia elétrica.

A evapotranspiração de referência (ETo) pode ser obtidadiretamente de lisímetros, ou estimada a partir de dadosclimáticos das várias equações (Penman-Monteith/FAO,Blaney-Criddle, Hargreaves, outros) ou do tanque Classe�A�. Em razão dos custos mais elevados, normalmente osmétodos diretos são utilizados somente em pesquisa,como forma de calibrar os métodos indiretos de determina-ção da ETo, que são de uso mais simples e ao alcance detécnicos e irrigantes. O tanque Classe �A� é o método quetem alcançado grande aplicação no manejo de áreasirrigadas, em razão das facilidades operacionais. Asnecessidades hídricas do sapotizeiro, quando irrigado porsistemas de irrigação localizada, podem ser estimadas apartir dos dados climáticos locais. O início da irrigação,após o período chuvoso, pode ser retardado por cerca de30 dias após a última chuva superior a 10 mm. Para

corrente nos filtros de discos, pela abertura do cilindrotelescópico para soltar os discos, que são facilmentelavados em água corrente.

A uniformidade da aplicação de água do sistema deirrigação, influenciando na distribuição dos fertilizantes,afeta diretamente o desenvolvimento das plantas, aprodução e a qualidade dos frutos. Por isso, é recomendá-vel que, logo após a instalação do sistema de irrigação e,anualmente, se faça uma avaliação da uniformidade deaplicação de água do sistema de irrigação.

Fig. 15. Mudas vigorosa de sapoti, irrigação e tensiômetro.

cultivos com sistemas de microaspersão, o turno de regapara o sapotizeiro é de dois dias, de acordo com resulta-dos de pesquisas realizadas em Paraipaba, CE, no CampoExperimental do Vale do Curu, da Embrapa AgroindústriaTropical.

FertirrigaçãoPara que se possa alcançar elevada produtividade nospomares de sapotizeiro irrigado é imprescindível um bemelaborado programa de adubação, visando uma maioreficiência no uso dos fertilizantes. A fertirrigação é atécnica que possibilita a aplicação simultânea de água eadubos químicos, utilizando um sistema de irrigação. Comessa técnica ocorre uma otimização do balanço nutricionalna zona radicular, pelo suprimento de nutrientes direta-mente na sua porção mais eficiente.

O manejo dos fertilizantes deve levar em consideração osseguintes aspectos: a) indicações de quantidades defertilizantes, de acordo com as necessidades da cultura eas disponibilidades de nutrientes do solo; b) modo dedistribuição do fertilizante e textura do solo; c)parcelamento, de acordo com as fases de maior demandada planta e disponibilidade de água; d) preservação dosolo; e e) custo da adubação.

Entre as vantagens da fertirrigação, destacam-se: a) econo-mia de adubos, que permite redução na utilização desse

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12 O Cultivo do Sapotizeiro

insumo em até 50%; b) aplicação no momento em que aplanta necessita, pela possibilidade de fracionamento dosfertilizantes, com isto os nutrientes são fornecidos unifor-memente, de acordo com a variação das necessidades daplanta, com o mínimo déficit nutricional; c) economia demão-de-obra e maquinaria, evitando-se o desgaste dasmáquinas, compactação de solo transferindo-se a mão-de-obra para operações mais nobres; d) distribuição uniformedos fertilizantes, possibilitando que todas as plantasrecebam a mesma quantidade de nutriente e tenham umaestabilidade de rendimento; e, e) redução da contaminaçãode fontes de água potável, pela diminuição das quantida-des de adubos aplicados em função do aumento da suaeficiência.

As limitações do uso da técnica de fertirrigação sãodevidas, principalmente, a entupimentos provocados porfiltragem deficiente no momento da injeção, a contamina-ção química das fontes hídricas, provocada pelo usoinadequado de alguns injetores de fertilizantes, especial-mente o que utiliza a sucção da bomba de irrigação e acorrosão nos equipamentos de irrigação provocada pelosadubos químicos.

Tanto os macros como os micronutrientes podem seraplicados por meio da irrigação, com a condição de quesejam solúveis em água. De um modo geral, as fontes denitrogênio e potássio mais utilizadas são relativamentesolúveis em água e raramente causam problemas deobstrução. A aplicação de fertilizantes fosfatados nosistema de irrigação localizada pode resultar em sériosentupimentos, embora que certos produtos como ácidofosfórico e fertilizantes fosfatados solúveis têm sidoutilizados com sucesso na solução desses problemas.

Os fertilizantes aplicados via sistemas de irrigação localiza-da devem apresentar as seguintes características: elevadasolubilidade em água; baixo conteúdo de sólidos quandodissolvidos em água para evitar entupimentos; baixaacidez, alcalinidade ou salinidade para evitar corrosão;fácil manuseio; elevado grau de pureza; não reagir com ossais ou outros produtos químicos encontrados na água deirrigação, provocando precipitados.

O procedimento comum da aplicação de fertilizantes nairrigação consiste em utilizar três intervalos de tempo. Naprimeira etapa o sistema opera normalmente apenas comágua. No segundo, o fertilizante é injetado no sistema,com tempo de aplicação não inferior a 30 minutos. Autilização de um tempo maior possibilita maior diluição dasolução que passa pelo sistema. O terceiro e últimointervalo de tempo deve ser o suficiente para limpar osistema com água, tendo ainda o objetivo de mover ofertilizante dentro do solo e colocá-lo a uma profundidadecompatível com o sistema radicular da cultura. A irrigação

deve continuar com água limpa por mais 20 a 30 minutosapós o término da aplicação de adubos.

A tendência atual da fertirrigação é a alta freqüência deaplicação com pequenas quantidades de fertilizantes,obtendo-se soluções com baixa concentração. A aplicaçãoinicial de P, Ca e micronutrientes para o sapotizeiro deveser feita no momento de preparo da cova. A fertirrigaçãocom N e K deve ser iniciada dois meses após o transplantedas mudas no campo, com freqüência quinzenal. Do segundoano em diante, o P deve ser aplicado, de maneira conven-cional, no início da estação das chuvas; N, K e micro-nutrientes em fertirrigações quinzenais, ao longo do ano.

Sistema Injetor de FertilizantesO injetor de fertilizantes é um importante equipamento paraum sistema de irrigação localizada. Deve ser colocadoantes do filtro de tela ou de disco, ou ser provido de umfiltro próprio, para evitar entupimentos dos emissores compartículas não dissolvidas. As bombas injetoras defertilizantes funcionam por meio de movimentosseqüenciais de admissão e compressão, possibilitando aintrodução da solução fertilizante (a pressão atmosférica)no sistema de irrigação, que apresenta maior pressão.Podem ser acionadas pela pressão e/ou fluxo d�água deirrigação, ou por energia elétrica e, geralmente, sãoconstruídas com materiais com alto grau de resistência àfricção, ao desgaste e à corrosão, possuindo um filtro detela na sua tubulação de sucção. A capacidade de injeçãovaria entre 5 e 360 L/h, com pressão de operação entre150 e 800 kPa (15-80 m.c.a.). As vantagens de utiliza-ção de uma bomba injetora na operação de fertirrigaçãosão: maior precisão na injeção e distribuição dos fertilizan-tes nas tubulações de irrigação; maior mobilidade emvirtude da sua pequena dimensão; maior capacidade deutilização em áreas com várias unidades operacionais; nãoproduz perda hidráulica no sistema de irrigação; e aconcentração de adubos permanece constante durante ofuncionamento da bomba. O fator limitante para suautilização é o preço, no entanto, por causa da pequenadimensão e mobilidade pode ser adquirida em associações.

Poda

Apesar de ser classificada como planta que não necessitade poda pela uniformidade da copa e crescimento lento, osapotizeiro requer algum tipo de controle de seu cresci-mento, através da poda, principalmente para eliminação departes velhas, doentes e praguejadas. Não se fazem podasde formação e de produção, porém, como a finalidade dapoda é estabelecer um balanço entre o crescimentovegetativo e a frutificação, um mínimo de área foliar temque ser deixada para cada fruto. A correta aplicação dessa

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13O Cultivo do Sapotizeiro

operação depende, então, de fatores como o hábito decrescimento e porte da planta, o sistema de plantioempregado e a forma de colheita, de modo que ummáximo de rendimento econômico seja atingido com amenor interferência possível no comportamento da planta.Estudos realizados no Estado do Ceará, no Campo Experi-mental do Vale do Curu, da Embrapa AgroindústriaTropical mostraram a importância e necessidade darealização de podas de manutenção, no sapotizeiro.

Poda de ManutençãoTem por objetivo a preservação da copa com maiornúmero possível de ramos produtivos e em condiçõesfavoráveis para a colheita de tratos culturais. Para tanto,devem ser eliminados, em quaisquer circunstâncias, osramos ladrões e aqueles que crescem para o centro dacopa. Também devem ser podados os ramos de crescimen-to, os quais se caracterizam por um crescimento intermi-tente sem a emissão de flores. Por ocasião da eliminaçãodos ramos vegetativos, recomenda-se quebrar adominância apical, para que a planta tenha o crescimentovertical contido, e que cresça mais para as laterais. Essaprática é recomendada, principalmente quando se planta noespaçamento 6 x 6 m, e fertirrigado, como os experimen-tos conduzidos pela Embrapa Agroindústria Tropical emParaipaba, CE, no Campo Experimental do Vale do Curu.Durante a eliminação dos ramos que determinam o cresci-mento, eliminam-se os mais centrais para que a luz e ovento passe por entre os ramos da copa, formando umataça. Essa operação, nas condições do litoral norte doCeará, é recomendada que seja feita pelo menos uma vezpor ano, de preferência, no mês de dezembro, isto é, antesdo início das chuvas.

Tratos Culturais

Deve-se fazer um manejo racional do pomar para se evitaruma competição exagerada das plantas indesejáveis porágua e nutrientes com o sapotizeiro. Para atingir esseobjetivo, o produtor deve, dentro de suas disponibilidades,optar por meios químicos e/ou mecânicos para efetivaçãodos trabalhos.

Várias práticas devem ser utilizadas entre as quais ocoroamento que deve ser feito em todo o ciclo produtivoda cultura. O coramento consta da limpeza de uma áreacircular, próxima ao pé do sapotizeiro, para eliminar ervasdaninhas e, principalmente, evitar concorrência entre estase o sapotizeiro, quer por luz, circulação de ar ou nutrien-tes. Em áreas de sequeiro pode ser feito a cada três ouquatro meses. Para áreas irrigadas, deve-se proceder commaior freqüência, a cada dois meses, tendo-se o cuidadona época das chuvas de não deixar o material capinado nolocal para evitar sua rebrota.

Pragas do Sapotizeiro

Os países importadores de frutas �in natura� estabelecemnormas e critérios fitossanitários rigorosos na sua importa-ção, visando proteger suas produções e seus territórios daentrada de novas pragas. Algumas dessas exigências sãotão rigorosas que impedem o acesso desses países nomercado mundial de frutas. Esse fato vem ocorrendo como Brasil que, em virtude da presença de várias espécies demoscas-das-frutas, tem tido imensa dificuldade de seinserir no mercado exportador de frutas. Por outro lado,restrições também severas são impostas por esses países àentrada de frutas com resíduos de agrotóxicos resultantesdo controle químico das pragas.

Importantes informaçõpes sobre relação planta-artrópode-clima de algumas fruteiras tropicais de importânciaagroindustrial no Brasil permanecem ainda total ou parcial-mente desconhecidas por técnicos, agroindustriais eprodutores.

No caso do sapotizeiro, poucas são ainda as pragas dessafrutífera no Brasil, poucos são também os trabalhostécnicos científicos no estudo de suas pragas, inimigosnaturais e sua relação com o clima e a fenologia da planta.Isso se deve não pela falta de atratividade inata da plantaaos insetos, mas, principalmente, pelo fato de osapotizeiro ser ainda cultivado em pequena escala e empomares muito dispersos.

A Região Nordeste do Brasil tem se destacado na produ-ção do sapoti por causa, principalmente, do clima favorá-vel e da vantagem relativa associada à irrigação. Dadosestatísticos sobre essa frutífera no Brasil são bastanteescassos. Informações um pouco mais detalhadas sãoencontradas na literatura internacional. As principaispragas relatadas em Pernambuco são: as brocas-do-caule edos ramos e a mosca-das-frutas. Foram encontradasformas adultas de três espécies de coleópteros da famíliaCerambicidae. As larvas desses insetos bloqueiam ostecidos da casca e do lenho da planta formando galeriasirregulares, que circundam os ramos ou o caule no sentidoascendente e descendente provocando infestações severase morte da planta. No Estado da Flórida, Estados Unidosda América do Norte, a largarta-minadora (Eucosmophorasp) e na Índia, a broca-dos-ramos (Arbela tetraonis) têmsido relatadas como pragas. Na Costa Rica, a larva-do-bicudo das sapotáceas, pertencente ao gêneroConotrachellus, (Coleoptera:Curculionidae) ataca os frutosdo sapotizeiro e o gorgulho-das-sementes, Araecerus ca.fasciculatus (Coleoptera: Anthribidae) ataca as sementesde várias espécies de sapotáceas. Outras pragas menosimportantes como pulgões e diversas espécies decochonilhas são freqüentes em folhas, ramos e frutos dosapotizeiro.

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14 O Cultivo do Sapotizeiro

As moscas-das-frutas pertencentes à espécie Ceratitiscapitata (Wied) e do gênero Anastrepha são reconhecidascomo as pragas mais devastadoras da fruticultura em todoo mundo por sua grande capacidade reprodutiva e extraor-dinária habilidade de adaptação. Esses insetos podemcausar danos em mais de 200 espécies de frutas ehortaliças. Vários estudos relataram a importância dediversas espécies de moscas-das-frutas em vários hospe-deiros. Esses insetos põem os ovos em grupo, debaixo dacasca dos frutos, deixando pequenas cicatrizes escurasque indicam os lugares de oviposição. Depois os ovoseclodem, as larvas penetram um pouco mais nos frutos ese alimentam da polpa. A larva é do tipo vermiforme,branco-amarelada, ápode e com um gancho bucal negro.Após a larva completar o seu desenvolvimento, perfura acasca do fruto e cai no solo onde se empupará. Poucosdias que a larva permanece no fruto são suficientes paratorná-lo imprestável para a comercialização. O adulto daespécie Anastrepha mede em torno de 7 mm. A identifica-ção específica é baseada em caracteres morfológicos deadultos, principalmente de fêmeas por meio da análise doovipositor. Caracteriza-se por apresentar coloração amarelacom desenhos nas asas em forma de �S� e �V� invertido.Já o adulto de C. capitata é menor e possui coloração preta.

As fêmeas das espécies de moscas-das-frutas, apósatingirem a maturidade introduzem o ovipositor no fruto,fazendo a postura internamente, abaixo da casca. Doisdias após a postura, a larva eclode e passa a se alimentarda polpa do fruto por um período que varia de 20 a 30dias, a depender da espécie e da temperatura. Em seguida,a larva abandona o fruto e enterra-se no solo onde seempupa por 10 a 15 dias para, em seguida, emergir oadulto e recomeçar o ciclo.

O monitoramento de mosca-das-frutas é efetuado utilizan-do-se armadilhas tipos McPhail ou Jackson. Para aarmadilha McPhail utiliza-se como atraente alimentar aproteína hidrolizada na concentração de 5% mais 3% debórax. Para a Jackson utiliza-se como atraente sexual oparaferomônio TrimedLure. Essas armadilhas devem serrevisadas semanalmente para substituição dos componen-tes e coleta dos insetos capturados.

Entre outras diversas formas de controle, o controlequímico por meio do uso de iscas tóxicas é o maisrecomendado. Na preparação das iscas, utilizam-se 1 litrode proteína hidrolizada, 200 mL do inseticida fosforado(malathion) em 100 litros de água. A aplicação pode serfeita com uma brocha de parede ou pulverizador costalcom bico leque ou, ainda, com pulverizador tratorizado emgrandes áreas. A recomendação é de 100 mL da calda emum metro quadrado de copa, em fileira alternada. Quandoas plantas de sapoti estiverem em floração e frutificação, aaplicação deve ser dirigida para a parte interna da árvore.

Não se recomenda a aplicação sobre os troncos e ramosdas plantas. As aplicações devem se iniciar quando osfrutos ainda estiverem verdes. Repetir a aplicação emintervalos de 10 a 15 dias, de acordo com o resultado domonitoramento com armadilhas. Outro inseticida largamen-te utilizado é o �Spinosad�. Como se trata de um produtoà base de microrganismos pouca preocupação o produtorirá ter com relação a problemas de resíduos em frutos.Devem ser utilizados inseticidas com baixo poder residuale seletivo quanto aos inimigos naturais.

Outras modalidades de controles bastante eficientes ealtamente recomendáveis são os controles cultural ebiológico. Consta da limpeza geral do pomar, coletandofrutos caídos, danificados e fazendo podas de limpeza eformação. Os frutos caídos devem ser enterrados aprofundidade superior a meio metro, a fim de evitar aemergência de adultos. Para o controle biológico, osparasitóides da família Braconidade são os mais eficientes.Os mais utilizados são os da espécie Diachasmimorphalongicaudata. Eles parasitam ovos, larvas e pupas demoscas-das-frutas. Essa espécie destaca-se pela suarelativa facilidade de criação e rápida adaptação aos meiosnaturais onde é liberada e, ainda, por sua condição deparasitóide generalista entre os tefritídeos. Foi introduzidopela primeira vez no Brasil pela Embrapa Mandioca eFruticultura em 1994, visando o controle biológico demoscas-das-frutas neotropicais, tendo como etapaspreliminares a sua criação em laboratório, liberação emcampo e o seu estabelecimento em ambiente natural.

Produtividade

Apesar de sua reconhecida potencialidade para exploraçãocomercial, o sapotizeiro na Região do Nordeste brasileironão tem ainda expressão econômica, motivo pelo qualpraticamente inexistem informações estatísticas sobre acultura que indique o nível médio de produtividade obtidonos atuais plantios.

Em condições experimentais, alguns resultados obtidos apartir de observações conduzidas em experimento implan-tado em 1997, e cujos dados foram analisados até o finalde 2001, mostram que sensíveis alterações na produtivi-dade podem ser obtidas com a prática da irrigação associa-da a outras práticas de manejo cultural como a poda e afertirrigação. Nos gráficos apresentados (Fig. 6, 7, 8 e 9)é possível observar que, o aumento da produtividade estáclaramente associado aos níveis de irrigação empregados,ficando visível que, tanto para o sapoti como para asapota, produtividades inferiores a 2.000 kg por hectareforam obtidas no tratamento sem irrigação sistemáticaenquanto que níveis próximos a 8.000/ha foram obtidoscom os tratamentos com maiores dotação de água.

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15O Cultivo do Sapotizeiro

Implantação do Pomar

São apresentadas três tabelas referentes ao custo de implantação, manutenção, e estrutura de custos, conduzidas pelo IPA(Tabelas 1, 2 e 3).

1. INSUMOS

Mudas + replante Uma 2,32 200 465,00 0 0,00Esterco de curral m3 7,00 10 70,00 5 35,00Uréia kg 0,21 250 52,50 250 52,50Superfosfato simples kg 0,16 450 73,00 0 0,00Cloreto de potássio kg 0,19 125 23,50 125 23,50Calcário L 33,50 2 67,00 0 0,00Formicida kg 2,32 10 23,20 5 11,60Inseticida L 9,76 2 19,50 2 19,50Fungicida L 13,49 0 0,00 1 13,49Subtotal 793,70 115,59Participação percentual 27,35 37,77

2. PREPARO DO SOLO E PLANTIO

Roçagem e destoca h/tr 11,60 12 139,50 0 0,00Aração h/tr 11,60 4 46,40 0 0,00Gradagem h/tr 11,60 2 23,20 0 0,00Marcação H/d 4,65 3 13,90 0 0,00Coveamento H/d 4,65 8 37,20 0 0,00Adubação na cova de plantio H/d 4,65 2 9,30 0 0,00Plantio H/d 4,65 4 18,60 0 0,00Subtotal 288,10 0,00Participação percentual 9,93 0,00

3. TRATOS CULTURAIS E FITOSSANITÁRIOSGradagem h/tr 11,60 8 92,80 8 92,80Coroamento H/d 4,65 12 55,80 12 55,80Aplicação de fertilizantes H/d 4,65 2 9,30 2 9,30Poda de condução e limpeza H/d 4,65 4 18,60 1 4,65Pulverização manual H/d 4,65 2 9,30 2 9,30Aplicação de formicidas H/d 4,65 4 18,60 4 18,60Subtotal 190,45 190,45Participação percentual 6,56 62,23

4. IRRIGAÇÃO

Irrigação por microaspersão Um 1.628,0 1 1.628,00 0 0,00Subtotal 1.628,00 0,00Participação percentual 56,10 0,00

CUSTO TOTAL (U$) 2.901,88 306,04PERCENTUAL TOTAL 100,00 100,00

Fonte: Sapotizeiro - Série Frutas Potenciais - Sociedade Brasileira de Fruticultura.

Tabela 1. Custo de instalação (1o ano e 20 ) de 1 ha de sapotizeiro irrigado, no espaçamento 8,0 x 8,0 m (156 plantas/ha).Valores expressos em dólares (abril/2001).

Especificação Unidade Preço 1o ano 2o ano

por unidade Quant. Valor Quant. Valor

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16 O Cultivo do Sapotizeiro

Tabela 2. Custo de manutenção (3o ano e 40 ) de 1 ha de sapotizeiro irrigado, no espaçamento 8,0 x 8,0 m (156 plantas/ha).Valores expressos em dólares (abril/2001).

Especificação Unidade Preço 3o ano 4o

anopor unidade Quant. Valor Quant. Valor

1. INSUMOS

Esterco de curral m3 7,00 5 35,00 5 35,00Uréia kg 0,21 300 63,00 300 63,00Cloreto de potássio kg 0,19 300 57,00 300 57,00Formicida kg 2,32 5 11,60 5 11,60Inseticida L 9,76 2 19,50 2 19,50Fungicida L 13,49 1 13,49 1 13,49Subtotal 199,69 199,69Participação percentual 47,24 42,50

2. TRATOS CULTURAIS E FITOSSANITÁRIOS

Gradagem h/tr 11,60 8 92,80 8 92,80Coroamento H/d 4,65 12 55,80 12 55,80Aplicação de fertilizantes H/d 4,65 4 18,60 4 18,60Poda de limpeza H/d 4,65 2 9,30 4 18,60Pulverização manual H/d 4,65 2 9,30 2 9,30Aplicação de formicidas H/d 4,65 4 18,60 4 18,60Manutenção do sistema irrigado H/d 4,65 2 9,30 2 9,30Subtotal 213,70 223,00Participação percentual 50,56 47,45

3. COLHEITA

Colheita manual H/d 4,65 2 9,30 10 46,50Subtotal 9,30 46,50Participação percentual 2,20 9,90

CUSTO TOTAL. (U$) 422,69 469,89PERCENTUAL TOTAL 100,00 100,00

Fonte: Sapotizeiro - Série Frutas Potenciais - Sociedade Brasileira de Fruticultura

AnoProdução Preço Receita bruta(kg/ha) p/kg ($) ($)

4o 3.120 0,45 1.404,05o 5.460 0,45 2.457,06o 7.800 0,45 3.510,07o 11.700 0,45 5.265,08o 15.600 0,45 7.020,0

Fonte: Sapotizeiro - Série Frutas Potenciais - Sociedade Brasi-leira de Fruticultura.

Tabela 3. Estimativa da receita bruta esperada de 1 ha desapotizeiro irrigado, no espaçamento 8,0 x 8,0 m (156plantas/ha). Valores expressos em dólares (abril/2001).

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17O Cultivo do Sapotizeiro

Colheita

Plantas enxertadas de uma variedade produtiva iniciam aprodução, geralmente entre o quarto e quinto ano deplantio. Os primeiros frutos, porém, podem aparecer já noprimeiro ano do plantio. Os frutos de plantas nãofertirrigadas, em geral, amadurecem entre setembro edezembro, ocorrendo o pico de produção no mês denovembro, dependendo das chuvas do período anterior(Fig. 16).

A maior dificuldade é determinar o ponto de colheita dofruto. Uma maneira prática, é observar quando o fruto se

destaca facilmente do ramo e exsuda pouco látex . Este é,no entanto, um método um tanto ortodoxo, pois hánecessidade de colher, para verificar se o fruto está noponto certo de maturação. A experiência com a cultura, noentanto, permite alguns indicativos de fácil visualização,como o fato do fruto se tornar mais escuro e aparecerempequenas �escamas� na sua casca. Para transportar paralongas distâncias, é recomendável colher-se o fruto aindaimaturo. Nos plantios irrigados torna-se mais difícil aidentificação do ponto de colheita, uma vez que asplantas produzem frutos durante todo o ano. Tem-se,assim, na mesma planta, flor, frutos imaturos e frutosmaduros (Fig. 3).

Fig. 16. Formatos de frutos, das variedades/tipos existentes (sapota e sapoti).

Comercialização

A comercialização das frutas tropicais, no Nordeste,geralmente é feita de maneira ainda muito rudimentar,principalmente a do sapoti e das anonáceas. A maioria dosprodutos é comercializada nos calçadões das avenidasmovimentadas da cidade, nas praias (Fig. 17), no chãodos mercados (Fig.18), e em alguns supermercados emprateleiras sem nenhuma proteção. O costume do consumi-

dor de �pressionar� o fruto para saber se já está em boafase de maturação, contribui para a depreciação de suaqualidade final (Fig. 19). Em alguns poucos supermerca-dos, no entanto, já se pode ver o produto embalado demaneira racional, com proteção e refrigeração adequadas(Fig 20 e 21). Quando transportados em caminhões sãoacondicionados em caixas de plásticos, ou de papelão demaneira inadequada, sem nenhuma proteção aos frutos.

Fig. 17. Vendedor ambulante de sapoti, caju e ata, nas praias

de Fortaleza.Fig. 18. Frutos de sapoti, no mercado São Sebastião.

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18 O Cultivo do Sapotizeiro

Fig. 19. Comprador �pressionando �os frutos.

Fig. 21. Prateleira de supermercado, com preço ao consumidor.

Fig. 20. Frutos em prateleiras de supermercado.

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Supervisor editorial: Marco Aurélio da Rocha Melo.Revisão de texto: Maria Emília de Possídio Marques.Editoração eletrônica: Arilo Nobre de Oliveira.

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