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O DESAFIO DO EDUCADOR NO PLANEJAMENTO E APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA NOS DIAS ATUAIS THE CHALLENGE OF EDUCATING THE PLANNING AND IMPLEMENTATION OF TECHNOLOGY IN THE PRESENT DAYS Miguel A. H. Torres Torres PhD Ení Berbet MsC RESUMO: O objetivo desse artigo é conhecer o desafio do educador no planejamento e aplicação da tecnologia nos dias atuais. O governo vem investindo cada vez mais em tecnologias nas escolas públicas e muitos professores ainda não conseguiram e não adotaram a modernidade na vida de seus alunos e talvez ignorem os recursos midiáticos por não quererem enfrentar o desafio tecnológico. Verifica-se que os atuais cursos que formam educadores não proporcionam uma estrutura adequada para manipularem os recursos tecnológicos. Essa pesquisa irá refletir como os futuros professores formados no curso de pedagogia podem melhorar a metodologia de ensino através da aplicação da tecnologia como processo de aprendizagem dos alunos. PALAVRAS CHAVE: Tecnologia, Mídias, Educação, Professor ABSTRACT: The aim of this paper is to know the educator's challenge in the planning and application of technology today. The government has been increasingly investing in technology in public schools and many teachers have failed and have not embraced modernity in the lives of their students and perhaps ignore the media resources for not wanting to face the technological challenge. It appears that the current programs that qualify teachers in primary and early years do not provide an adequate structure to manipulate the technological resources. This research will reflect how the trainee teachers in the pedagogy course can improve the teaching methodology through the application of technology and how students' learning process. KEYWORDS: Technology, Media, Education, Professor SUMÁRIO: 1 Introdução 2 AS TECNOLOGIAS E O SURGIMENTO DE NOVOS PARADIGMAS 2.1 Tecnologias na Educação 2.2 A Tecnologia e a Formação do Professor 1 INTRODUÇÃO O crescimento das tecnologias e a utilização das novas ferramentas tecnológicas na vida social têm exigido das pessoas novas posturas levando a novos comportamentos e raciocínios próprios e específicos. E a escola não está fora desse novo paradigma educacional, esta deve levar o aluno a uma postura autônoma, criativa e capaz de construir seu próprio conhecimento,

O DESAFIO DO EDUCADOR NO … eletronica/artigos/O...16 A partir do citado acima, entendemos que o educador deve ter persistência para sempre melhorar sua metodologia de ensino, ter

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O DESAFIO DO EDUCADOR NO PLANEJAMENTO E APLICAÇÃO D A TECNOLOGIA NOS DIAS ATUAIS

THE CHALLENGE OF EDUCATING THE PLANNING AND IMPLEMENTATION OF TECHNOLOGY IN THE PRESENT DAYS

Miguel A. H. Torres Torres PhD Ení Berbet MsC

RESUMO: O objetivo desse artigo é conhecer o desafio do educador no planejamento e aplicação da tecnologia nos dias atuais. O governo vem investindo cada vez mais em tecnologias nas escolas públicas e muitos professores ainda não conseguiram e não adotaram a modernidade na vida de seus alunos e talvez ignorem os recursos midiáticos por não quererem enfrentar o desafio tecnológico. Verifica-se que os atuais cursos que formam educadores não proporcionam uma estrutura adequada para manipularem os recursos tecnológicos. Essa pesquisa irá refletir como os futuros professores formados no curso de pedagogia podem melhorar a metodologia de ensino através da aplicação da tecnologia como processo de aprendizagem dos alunos.

PALAVRAS CHAVE : Tecnologia, Mídias, Educação, Professor

ABSTRACT: The aim of this paper is to know the educator's challenge in the planning and application of technology today. The government has been increasingly investing in technology in public schools and many teachers have failed and have not embraced modernity in the lives of their students and perhaps ignore the media resources for not wanting to face the technological challenge. It appears that the current programs that qualify teachers in primary and early years do not provide an adequate structure to manipulate the technological resources. This research will reflect how the trainee teachers in the pedagogy course can improve the teaching methodology through the application of technology and how students' learning process. KEYWORDS : Technology, Media, Education, Professor SUMÁRIO : 1 Introdução 2 AS TECNOLOGIAS E O SURGIMENTO DE NOVOS PARADIGMAS 2.1

Tecnologias na Educação 2.2 A Tecnologia e a Formação do Professor

1 INTRODUÇÃO

O crescimento das tecnologias e a utilização das novas ferramentas tecnológicas

na vida social têm exigido das pessoas novas posturas levando a novos comportamentos

e raciocínios próprios e específicos.

E a escola não está fora desse novo paradigma educacional, esta deve levar o

aluno a uma postura autônoma, criativa e capaz de construir seu próprio conhecimento,

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como endossado por VALENTE (1999) apud GRÉGIO (2003): “aprender a aprender”,

“saber pensar”, “saber tomar decisões”.

Com esse novo paradigma educacional aplicando o tecnológico, há necessidade

que os educadores se capacitem no intuito de dominar essas ferramentas disponíveis,

para viverem em seu cotidiano e as aplicarem numa educação que exige novos métodos

de ensino-aprendizagem.

Para isso, esse trabalho tem como objetivo refletir qual é o quadro atual dos

alunos do curso de pedagogia em relação à utilização das tecnologias e contribuir aos

futuros educadores, na forma como aliar as tecnologias disponíveis na área educacional,

desafiando-os a enfrentar e a desenvolver seus planos de aula, aplicando essas novas

ferramentas em suas práticas pedagógicas.

Essa contribuição servirá apenas para início de capacitação, não significando que

terá receitas prontas para utilização das mídias, mas sim buscará conscientizar a

importância do profissional de educação na utilização das tecnologias com seus alunos

levando a uma melhor qualidade de ensino.

Entendemos que o educador deve estar sempre adquirindo novos conhecimentos,

lançando-se a novos saberes exigidos e vividos pela sociedade atual, gerando o

enriquecimento tanto para o educador quanto para o educando. Mas, de fato, ainda no

século XXI, os educadores ainda não se lançaram as novas tecnologias.

Foi através desse fato, que o tema abordado surgiu para aplicação do projeto, no

qual os alunos do curso de pedagogia, em sua formação inicial, ainda não possuem

domínio sobre as tecnologias.

Dessa forma, nos valendo das colocações de TAKAHASHI (Sociedade da

Informação no Brasil: livro Verde, 2000, p.45), entendemos que a educação é

considerada “o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação,

no conhecimento e no aprendizado”. Justamente por esse motivo buscamos evidenciar

neste trabalho a importância da inserção das tecnologias como ferramenta enriquecedor

do ensino-aprendizagem, como nos evidencia PERRENOUD (2000) quando afirma que

as novas tecnologias

podem reforçar a contribuição dos trabalhos pedagógicos e didáticos contemporâneos, pois permitem que sejam criadas situações de aprendizagem ricas, complexas, diversificadas, por meio de uma divisão de trabalho que não faz mais com que todo o investimento repouse sobre o professor, uma

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vez que tanto a informação quanto a dimensão interativa são assumidas pelos produtores dos instrumentos. (PERRENOUD, 2000, p.139)

Dessa forma, deve haver por parte do educador uma aquisição do conhecimento,

adequando ao ensino-aprendizagem a esta nova era. Nesse sentido, o Governo Federal,

através do MEC, tem procurado investir nas escolas, dando computadores para uma

nova aprendizagem, mas tem esquecido de que os professores não estão aptos à

utilização. Se professores não tiverem uma formação e não forem treinados para a

tecnologia, efetivamente estas iniciativas não trarão avanços na qualidade do ensino.

Então, é faz necessário que se invista desde já nos futuros professores e que os

mesmos saiam aptos a levarem aos educandos novas metodologias de ensino e

aprendizagem. E é isso que este projeto tem por objetivo maior, iniciar uma

contribuição tecnológica aos futuros educadores a partir de sua formação inicial e apoiá-

los nos desafios para elaboração e aplicação das tecnologias.

2 AS TECNOLOGIAS E O SURGIMENTO DE NOVOS PARADIGMAS 2.1 Tecnologias na Educação

As crianças, adolescentes e jovens do século XXI são da geração cibernética, pois

conhecem e manuseiam a tecnologia melhor do que pessoas da geração anterior. Este

novo comportamento gerou uma mudança nas competências esperadas dos profissionais

da área educacional, que agora exige uma postura de aprendizado mais moderna e mais

criativa.

Os professores, distante desta realidade, na sua maioria, não estavam se

adequando a este novo modelo e acabaram não utilizando nenhuma forma de tecnologia

com seus alunos, o que poderia ser de grande valia para suas práticas no ensino-

aprendizagem, como nos aponta Guilherme Canela Godói ao afirmar que “Ainda não

conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores

possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que

poderiam ser úteis no ambiente educacional.” (REVISTA VEJA, 2010)

Diante da colocação do autor, podemos entender que os professores não estão

preparados para aplicar uma nova metodologia utilizando as tecnologias, isto é, estas

podem ser até aplicadas, mas sem metodologia adequada. Com isso, entendemos que

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em pleno século XXI os educadores precisam preparar-se para interagir com a geração

que se atualiza e se informa pelos modernos meios de comunicação liderados pela

internet.

Nota-se que a falta de capacitação dos educadores na aplicação da tecnologia na

educação é uma realidade nacional, como explicita Ângela Danneman (2009), da

Fundação Victor Civita quando diz que “A formação inicial não prepara os professores

para isso. Você precisaria combinar a disponibilidade dos recursos com a melhor

formação para que a tecnologia fique a serviço da aprendizagem dos conteúdos

escolares”.

Neste contexto, através da tecnologia, seria possível a utilização de símbolos

visuais, tais como o DVD e o Paint, na tentativa de tornar a sala de aula mais

interessante e interativa. Dessa forma, os alunos passam a ser autores na construção do

conhecimento, como nos coloca OROFINO (2005) quando defende o apelo à

construção de visibilidade para a imaginação e criatividade das crianças e adolescentes,

melhorando o processo de ensino e aprendizagem.

Dessa forma, verifica-se que a tecnologia em sala de aula traz um diferencial na

aprendizagem, proporcionando um resultado positivo tanto para o professor que a

utiliza como para os alunos.

Sobre esse tema, LEVY (1996) nos coloca que:

Considerar o computador apenas como um instrumento a mais para produzir textos, sons e imagens sobre suporte fixo (papel, película, fita magnética) equivale a negar sua fecundidade propriamente cultural, ou seja, o aparecimento de novos gêneros ligados à interatividade (LÉVY,1996, p.41).

O autor impulsiona o educador a ir além de somente conhecer o computador e

conter-se com o básico, mas enfatiza a necessidade de buscar aprofundar, adquirir e

estimular os novos gêneros à interatividade, utilizando esta ferramenta como máquina

de ensinar, de interagir, como manipuladora de situações e com isso, buscar sempre

novas alternativas para o ensino-aprendizagem.

O professor precisa não só conhecer o computador e suas funcionalidades, mas

também aplicá-lo ao conteúdo de sua disciplina como ferramenta de apoio, melhorando

assim a comunicação, tornando as aulas prazerosas e estreitando um relacionamento

com o aluno.

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Por isso, quanto melhores os recursos de comunicação melhores serão resultados

comportamentais e de aprendizado, pois os alunos ficam mais atentos às aulas, trazendo

uma melhor comunicação entre professor e aluno, como ainda nos afirma PENTEADO

(1999) quando diz que “Ao trazer o computador para a sala de aula, o professor passa a

contar não só com mais um recurso para a realização de tarefas, mas está abrindo um

novo canal de comunicação com seus alunos.” (PENTEADO, 1999, p.306).

Muitos professores ainda temem a utilização dos recursos tecnológicos na sala de

aula, ministrando ainda em caráter conservador e tradicional. Isso pelo fato de não

terem um conhecimento em tecnologia no seu dia-a-dia e falta de incentivo das escolas,

que mesmo com seus laboratórios montados, não disponibilizam para que os

interessados os utilizem.

Para sanar tais deficiências seriam necessários alguns passos tais como propõe a

UNESCO, relatado na revista Veja (2010), tais como: alfabetização tecnológica,

aprofundamento do conhecimento e criação do conhecimento, como pressupostos

básicos para formação destes professores e demais profissionais da educação.

Assim, o professor deve ser moderno, querer mudar, querer fazer e ser diferente,

fazendo-se um processo não superior ao aluno, mas incentivando um processo

comunicativo, com troca de informações, porque a tendência do professor é não ser um

difusor de saberes, mas um incentivador da inteligência coletiva dos alunos, fazendo

com que estes troquem suas experiências e conhecimentos.

Com isso, o objetivo agora deveria ser o de capacitar o professor para tornar-se

versátil para aplicação dessa nova forma de ensino e essa nova metodologia, para que

com isso, possa incentivar seus alunos com aulas interessantes, modernas e dinâmicas.

Além de tirar toda resistência e medo que vem do não conhecimento do uso da

tecnologia.

Nesse aspecto, FREIRE (1993) apud BUENO (2003) enfatiza que:

Na medida que temos mais clareza de nossas opções, de nossos sonhos, na medida que reconhecemos que, enquanto educador, somos ser político, também entendemos melhor as razões pelas quais temos medo e percebemos ainda o quanto temos que caminhar para melhorar nossa democracia. Há a necessidade de comandar o nosso medo de educar, o nosso medo de que nasce finalmente a nossa coragem. (FREIRE, 1993 apud BUENO, 2003, p. 10)

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A partir do citado acima, entendemos que o educador deve ter persistência para

sempre melhorar sua metodologia de ensino, ter coragem de prosseguir nos desafios e

nas novas propostas impostas pela profissão, designando metas e alcançando objetivos.

Ele precisa fazer a sua história na área educacional e enfrentar o medo para poder

crescer e assumir um papel diferente enquanto professor na sua escola.

A partir do momento que o educador supera o medo, encara os desafios da

utilização da tecnologia e assume uma história diferente em sua metodologia dentro da

sala de aula; ele passará a contribuir para um desenvolvimento da educação como um

todo, isto é, estará aplicando os objetivos pedagógicos e ao mesmo tempo estimulando,

através das ferramentas tecnológicas, um meio de melhor aprendizagem e descoberta de

sua disciplina.

2.2 A Tecnologia e a Formação do Professor

Com a evolução das tecnologias, os educadores precisam procurar se enquadrar

nessa nova realidade, buscando conhecer e aprimorar-se de acordo com as ferramentas

existentes para que possam não ser meramente professores, mas sim facilitadores e

mediadores do desenvolvimento intelectual do aluno.

Então, diante do exposto devemos questionar: Como aplicar a tecnologia na

educação, se não há domínio pelos educadores e muito menos disciplinas específicas

que os apóiam em sua formação? Os educadores precisam se enquadrar nos avanços

tecnológicos com profundidade para que haja assimilação e compreensão do que pode

ser aplicado numa sala de aula, conforme PRADO (2000) apud DIAS (2008) enfatiza:

A formação do professor é um estudo polêmico em muitas áreas, em vários níveis e, portanto não é um problema exclusivo da Informática na Educação. Entretanto, o computador ainda é um instrumento que gera dúvidas, conflitos e críticas quando utilizado com finalidades educacionais. Além disso, o desenvolvimento tecnológico funciona como um fator agravante porque imprime ao processo de formação uma rapidez difícil de ser equacionada com o tempo necessário para que os avanços sejam compreendidos e assimilados em profundidade. Por esta razão, os profissionais que se ocupam da formação de professores nesta área precisam analisar e refletir sobre como o processo de formação de professores vem sendo encaminhado. (PRADO, 2000 apud DIAS, 2008, p.4)

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Nesse contexto percebe-se que o professor não está preparado para adequar a

parte pedagógica com a tecnológica, eles ainda não conseguiram assimilar qual a

finalidade da tecnologia na área educacional. Para isso, deve-se pensar na formação do

professor num estudo gradativo do conhecimento e da aplicação na utilização das

tecnologias na educação. O futuro educador deve questionar e indagar conhecimentos

que vão além da grade curricular.

Com isso o educador não deve pertencer simplesmente a um grupo de professores

formados, mas deve valorizar a sua formação, o seu papel na preparação profissional,

tendo uma formação continuada nas novas aplicações da área educacional, entre elas a

utilização da tecnologia educacional. Devem imergir no processo constante de auto-

avaliação e da autoconstrução, conforme diz CHRISTOV (1998, p.9): “a própria

natureza do saber e do fazer humanos, como práticas, se transformam constantemente”.

Já DEMO (2002, p.72) enfatiza que “a qualidade da educação depende, em

primeiro lugar da qualidade do professor” e são palavras também do Ministro da

Educação, Fernando Haddad, na 72ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno da

Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), em

2008, na qual afirmou que “a qualidade do ensino depende da qualidade dos

professores”.

Para que a educação cresça na qualidade precisa-se que o professor tenha uma

formação continuada, mantendo-se profissionalmente atualizados, para que se

aperfeiçoe em sua carreira, conforme nos colocou a reportagem da REVISTA ABRIL

(2010, p.47) quando afirmou que “De fato, não é mais possível dar aulas apenas com o

que foi aprendido na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas”.

Com isso para que o aluno aprenda a construir e ser produtor de seus próprios

conhecimentos é preciso que o professor tenha capacitação tecnológica, pois a

dificuldade do educador é não saber aplicar a tecnologia ao seu conteúdo pedagógico.

Isso foi constatado por HADDAD (2002, p.5) quando nos coloca que “muitos

programas limitam-se a teoria da informática e não faz o treinamento dos professores no

uso pedagógico da tecnologia”.

HADDAD (2002) ainda nos mostra quatro problemas que ainda não trazem a

eficácia à formação do professor na tecnologia:

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• O professor não é treinado na aplicação da tecnologia pedagógica, pois não considerados as necessidades, interesses, atitudes, tendo treinamentos tecnológicos de qualquer forma

• O professor não reconhece o uso prático da tecnologia nas suas aulas, talvez por achar a tecnologia ameaçadora ou perda de tempo

• A formação do professor deve estar baseada no contexto escolar, ou seja, na sua formação o futuro educador deve ter conhecimento de qual é o contexto pedagógico para que possa aliar à tecnologia. (HADDAD, 2002, p.5)

O autor ainda entende que a tecnologia e a formação de professores são

comunicações contrárias, “uma via de mão dupla”, isto é, não há um ensino específico

da utilização das tecnologias na educação para os futuros professores.

Mas o que se percebe é que os cursos superiores para formação de educadores, em

sua maioria, não tem se preocupado na apresentação e utilização das tecnologias,

reconhecendo-as como poderosas ferramentas de ajuda, para uma integração efetiva

destas no processo educativo. Esse fator deveria ser o suficiente para transformar a

formação tecnológica, nos cursos voltados para o magistério, como um pré-requisito

para o currículo do futuro educador.

Mas também os educadores não devem ficar fitados no conhecimento de sua

formação, mas preocuparem em melhorar a qualidade da educação, buscando se

envolver, atualizar e se adequar às novas práticas de ensino-aprendizagem.

O que se observa em alguns educadores atuais é caminho tradicional SAINT-

ONGE (1996) apud PERRENOUD (2000, p.139) diz; “Eu ensino, mas eles

aprendem?”. Esse é o ofício que o professor deve redefinir, a sua metodologia de ensino

que, mais do que ensinar é aprender.

Todo professor que quer reinvestir nos conhecimentos, deveria ter interesse em

adquirir uma cultura básica tecnológica, tendo uma visão de um ensino diferenciado

com seus alunos, se apropriando de uma cultura que se faz necessário ser aplicada na

escola atual. Porque os alunos atuais são do século XXI, e nas escolas os alunos

interagem desde o início de seus estudos com a tecnologia, o que exige do professor

uma aprendizagem sobre outro olhar, colocando desafios para os educadores.

Para isso, os cursos superiores na formação do educador, precisam se preocupar

em levar os alunos a uma cultura tecnológica de base, para que eles possam estar

qualificados, sabendo definir, como e onde utilizar as tecnologias nas suas aulas, além

de estarem aptos a criticar e repensar o modo de ensinar e aprender.

19

Em face desse contexto atual, o presente trabalho buscará relatar a experiência

desenvolvida durante um projeto que buscou a conscientização da faculdade para uma

disciplina específica na aplicação da tecnologia na grade curricular e apresentação de

como esses futuros educadores pode utilizar as mídias na sala de aula, fazendo com que

os mesmos formem com alguma experiência da aplicação das tecnologias e

compreendam a importância dessa aplicação na escola.

2.3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Verificou-se, no decorrer do curso de pedagogia dae uma faculdade particular,

que as aulas de informática se limitam a conhecimentos básicos para o uso de

computadores, não havendo, portanto, a preocupação com embasamento necessário para

a aplicação bem sucedida das tecnologias em sala de aula. A ver que os futuros

professores não se sentem preparados, como relata um dos alunos do curso, que afirma:

Não sabemos o que fazer e nem aplicar, pois não possuo computador e tenho dificuldades em

saber procurar na internet alguma coisa para aplicar em sala de aula, além do que às vezes se resume

somente na utilização do computador.

Pelo relato do aluno, percebe-se que a formação desses futuros educadores ficou à

margem das transformações tecnológicas e que se não tiver alguma capacitação

específica não há como este futuro educador inserir-se no mercado de trabalho, que

busca, cada vez mais, um diferencial de seus profissionais. Por isso cabe à educação

superior uma parcela da responsabilidade nesta transformação, promovendo uma

interação de seus alunos com a tecnologia, criando novos hábitos na educação e

diminuindo as resistências.

Com isso, a faculdade deu abertura para realizar algumas pesquisas no Curso de

Pedagogia. Então, dentro desta realidade, pudemos perceber a necessidade de aplicar

um projeto específico àqueles futuros educadores para capacitá-los para uma utilização

direta da tecnologia na sala de aula.

2.4 DESCRIÇÃO E APLICAÇÃO DO PROJETO

O foco deste projeto foi o 6º período do curso de Pedagogia da Faculdade, que

possui 27 alunos, que apresentaram grande diversificação sobre o conhecimento e

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familiaridade com a tecnologia. Isso verificado pelo fato da formação da faculdade não

ser voltada para a informática educativa no seu currículo de Licenciatura em Pedagogia.

Diante do que foi verificado nesse primeiro momento, nos deparamos com a

necessidade de salientar a importância da tecnologia no nosso cotidiano. Dessa forma,

Não se pode desprezar e nem ficar apático à importância da tecnologia na educação,

pois hoje, em pleno século XXI, as crianças e jovens já nascem, vivem e irão trabalhar e

ser profissionais numa sociedade constantemente tecnológica.

Com isso, levando em consideração a diversificação constatada e para que esse

projeto tivesse uma finalidade real e de sucesso, foi realizado um questionário para

diagnosticar a situação real do nível de conhecimento e manuseio tecnológico dos

alunos e dos professores, e da intenção, por parte do corpo discente, de inserir em seu

currículo disciplinas que contemplem a tecnologia.

Num questionário podemos salientar que as respostas trazem concepções dos

alunos diretamente, isto é, a opinião de cada aluno mostra a sua atuação em seu meio

cotidiano, além de trazer facilidade de aplicação e flexibilidade de respostas.

Este método foi aplicado com os 27 (vinte e sete) alunos do curso, e dos tais foi

analisado, como mostra a Gráfico 1 que, quase todos têm contato, de uma forma ou de

outra com computadores, sendo que 78% tem acesso a computadores, sendo 30% em

casa, 33% acessam no trabalho, 15% em lan house (por não terem internet em casa) e

22% não possuem acesso de forma alguma.

Gráfico 1 – Alunos têm acesso a computador

30%

33%

15%

22%

Casa

Trabalho

Lanhouse

Não utiliza

Fonte: Autora do Projeto

21

Com esse resultado, já se tem um apoio para a aplicação do projeto, pois os alunos

poderão praticar o conhecimento que receberem, visto que a maioria têm facilidade de

acesso à tecnologia, ao computador.

Gráfico 2 – Dificuldade em utilizar o computador e a internet.

56%

44%Sim

Não

Fonte: Autora do Projeto

Os gráficos 1 e 2 mostram que não basta ter acesso ao computador, mas que

precisa ter familiaridade e domínio para poder usá-lo em suas práticas pedagógicas.

O gráfico 2 já mostra que 56% dos alunos possuem dificuldade de manusear o

computador e navegar na internet, dificultando a busca de algum material e ferramenta

que lhe possam ajudar no plano de aula. É preciso fomentar a vontade nesses alunos de

buscar algo novo, apresentando como o computador e a internet podem facilitar um

planejamento dos seus estudos e aplicação na sala de aula, alertando que o computador

não é a solução de seus problemas de ensino, mas um facilitador de aprendizagem.

Gráfico 3 – Conhecimento para baixar músicas e vídeos do computador

37%

63%

Sim

Não

Fonte: Autora do Projeto

22

Dando continuidade a análise, o gráfico 3 confirma o citado anterior, onde 63%

possuem dificuldade em buscar materiais para aplicação em suas disciplinas, através de

vídeos e músicas. Percebe-se que o uso operacional ainda deixa lacunas entre os alunos.

A formação na tecnologia desses alunos deverá ser constante, para que possam alicerçá-

los ao manuseio do computador e saberem aplicar de uma forma tranqüila nas suas

práticas de ensino-aprendizagem.

Gráfico 4 – A frequência da utilização o computador

37%

11%

52%

Todos os dias

Semanalmente

Somente quando necessário

Fonte: Autora do Projeto

A leitura do gráfico 4 representa que apenas 37% dos alunos que demonstram ter

acesso ao computador para alguma curiosidade e aprofundamento de seus

conhecimentos. Os 52% restantes dos alunos não se interessam em estar diretamente

utilizando o computador, utilizando essa ferramenta somente quando necessário. Isso

demonstra a resistência, o desinteresse e até mesmo a falta de conhecimento para

utilização. Verifica-se que esse aluno terá mais dificuldade em aplicar a tecnologia em

sala de aula, pois pouco se interessa em acessar, seja de qual for o local. Surge, com

isso, a preocupação sobre como esse aluno será como futuro professor do século XXI,

onde as escolas estão equipadas tecnologicamente precisando de educadores

tecnológicos.

Gráfico 5 – Realizou outros estágios com mídias

23

48%52%

Sim

Não

Fonte: Autora do Projeto

Não é de admirar a falta de utilização da mídia em seus estágios, conforme mostra

o gráfico 5 em relação à porcentagem das figuras anteriores, vindo a confirmar o

despreparo de tais alunos e o medo de enfrentar o desafio da tecnologia na sala de aula.

Esses alunos precisam vencer as barreiras existentes e procurar dominar as mídias, não

necessariamente sendo um expert, mas buscando o conhecimento básico para enfrentar,

arriscar, aplicar e inovar as aulas.

Mas também percebeu que alguns dos futuros professores não estão alheios à

implantação do computador na escola, acreditando que as tecnologias podem ser aliadas

no processo de ensino-aprendizagem, mas o que falta é despreparo pedagógico do

educador na utilização das mídias, revelando falta de conhecimento e dificuldades em

quais metodologias adotarem com as tecnologias.

Gráfico 6 – Técnico de informática como suporte na sala de aula

56%

44%Sim

Não

Fonte: Autora do Projeto

O gráfico acima mostra uma porcentagem de 56% dos alunos que gostariam de

um técnico em sala de aula junto com eles, o que evidencia que estes possuem

24

dificuldade com a tecnologia, ressaltando a inexperiência deles, fazendo com que não

utilizem a mídia sem um técnico.

Gráfico 7 – Apoio e incentivo para aplicação das mídias na sala de aula

37%

63%

Sim

Não

Fonte: Autora do Projeto

No gráfico 7 a maioria desses alunos não se sentem incentivados, como descrito

no início desse trabalho, a utilizar as mídias, uma vez que os próprios professores deles

não os orientam e nem utilizam em sala de aula. Essa motivação deve partir do início da

formação desses alunos do curso superior. A utilização das mídias deve fazer parte do

projeto pedagógico da escola, definindo todas as pretensões e propostas educacionais,

contribuindo para um ambiente de construção do pensar e cooperar, gerando um ensino

inovador e voltado para a realidade.

Após esses questionamentos diretos, foram formuladas algumas perguntas abertas,

onde pudesse ter outras respostas que apoiasse e confirmasse as respostas dadas por eles

nas questões anteriores. E uma dessas perguntas foi como eles aplicariam as mídias nas

escolas, e vinte três alunos não souberam como aplicar e direcionar a tecnologia no

plano de aula.

O desafio é grande, porque terão que aplicar a pedagogia aliada a tecnológica e

isso é feitos num só momento, ou seja, ao mesmo tempo em que faz o plano de aula,

deve aplicá-lo à mídia, e isso para as pessoas que não têm uma ligação direta e cotidiana

com a mídia, dificulta saber por onde começar, ou que passo seguir primeiro, como por

exemplo lidar com CD ou DVD ou explicar a matéria, em que momento usar um data-

show...

25

Outro questionamento foi em relação a ter uma disciplina específica na faculdade

para que os alunos sentissem mais segurança na aplicação do plano em sala de aula, e a

resposta foi unânime em querer aulas práticas em tecnologia, aumentando a carga

horária curricular, para poderem fazer pesquisas, sendo de grande valia a inserção

também de cursos de extensão em tecnologia, para que outros professores tivessem a

mesma oportunidade.

Foi verificado que as dificuldades colocadas pelos alunos, através do questionário

estavam em elaborar o plano de aula com a mídia, devido ao fato de não terem uma

disciplina específica na sua formação pedagógica e falta de motivação por parte deles

próprios, o que traz dificuldades e desafios em qual mídia aplicar no conteúdo.

De modo geral, as respostas coletadas impulsionam a necessidade da aplicação do

projeto para que os futuros professores daquela instituição pesquisada possam

reconhecer o potencial das ferramentas tecnológicas como meios de ensino e de

aprendizagem, levando-os a enriquecer os seus trabalhos pedagógicos.

Primeiramente o estudo foi mais teórico com objetivo quebrar o pensamento

negativo, a resistência sobre a utilização das tecnologias e ao mesmo tempo incentivá-

los à aplicação, apresentando softwares educativos para Educação Infantil, ferramentas

como HQ (HagáQuê) que dá possibilidade de produzir histórias em quadrinhos,

utilização do CD demonstrando músicas que movimentam o corpo e ensinam sobre a

natureza. Dentre outras ferramentas também foi incentivada a utilização do Paint para

fazer figuras geométricas, conhecer cores, aplicação do powerpoint em montar conjunto

de animais ou objetos para identificação de números, cores e outras ferramentas que os

ajudariam na sala de aula com aprendizagem diferente, atraente e diferenciada do que os

alunos costumam ter no seu dia-a-dia.

Posteriormente foi exposto o objetivo do projeto que é de não permitir que a

tecnologia seja apenas aplicada na educação como uma forma operacional, mas como

um meio de interação com a prática vigente e uma ferramenta de apoio, sendo que o

professor deve ser mediador no processo de ensino-aprendizagem, devendo saber

explorar as potencialidades do computador e criar ambientes que enfatizem a

aprendizagem. Com isso, eles devem ser capazes de escolher, dentro do seu objetivo, a

26

tecnologia ideal para atingir o conhecimento, partindo das experiências vivenciais de

cada aluno.

Diante do que foi exposto, houve a explanação de que o professor não deve ser

treinado apenas operacionalmente para o uso das novas tecnologias e sim serem

capacitados metodológica e filosoficamente para o uso na sua prática pedagógica. O

importante neste aprendizado é entender que a inserção da tecnologia não mudará as

questões educacionais, ao contrário, contribuirá para o desenvolvimento do aprendizado

dos alunos, desde que o seu uso seja feito de forma devida e crítica diante daquilo que a

escola já oferece como tecnologia e deseja como prática pedagógica.

Para que os futuros educadores se familiarizassem com as ferramentas

tecnológicas, foram apresentados alguns tipos de tecnologias que podem ser utilizadas

na escola, como: computador, TV, DVD, CD, máquina digital, correio eletrônico,

hipertexto, internet, etc. questionando a sua aplicabilidade.

Num momento seguinte, foi realizada a aula prática no laboratório de informática

da faculdade, onde se apresentou as ferramentas, de forma mais lúdica, já como

princípio de ação. Além da apresentação da plataforma Linux, que é disponibilizada nos

computadores das escolas.

Para tanto, foi dividido a turma do curso do 6º período de Pedagogia, que em

grupo de 3(três) alunos, estivessem com o Plano de Aula, anteriormente elaborado, e,

partir daí, pudessem fazer pesquisa de como conciliar o pedagógico pretendido com a

tecnologia, ou seja, em que parte do plano caberia o uso de ferramentas que auxiliassem

no melhor aprendizado do conteúdo.

Muitos deles tiveram dificuldade em encontrar apoio tecnológico, pois como já foi

citado, não têm muito contato com o computador, além de que são inexperientes na

parte de elaboração de Plano de Aula e aplicação da tecnologia.

Verificou-se que os principais questionamentos foram referentes à instabilidade

do aprendizado deles com a tecnologia, pois além de não conhecerem as mídias

oferecidas pelas escolas, não tiveram um acesso direto e confortável à manipulação do

computador, por não os possuírem em suas casas e/ou não terem também o interesse de

conhecimento específico para aplicação em seus planos de aula.

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Algumas perguntas foram expostas pelos alunos do curso de Pedagogia, no

momento da aula prática, tais:

• Como posso aplicar esse tema com a tecnologia?

• A minha escola não tem computador.

• Na escola que estagiarei tem Linux, como faço?

• Como faz para baixar música?

• Achei um vídeo interessante, mas não sei baixá-lo?

• Como posso iniciar a parte de interatividade com meus alunos?

Diante destes questionamentos, foi observado que eles ficaram presos ao

computador no que se refere às ferramentas básicas (word, powerpoint, excel), então

debateu-se o uso de outras tecnologias e não apenas do computador em si. Há que se

buscar, aqui, através da criatividade, outras formas de utilizar as ferramentas

disponíveis: CD, DVD, Máquina digital, Paint, Webconferência, etc., ferramentas que

venham trazer uma interação entre eles, os alunos e a comunidade, fazendo com que

haja um maior interesse dos alunos na sala de aula.

A terceira etapa foi a apresentação das equipes definidas na aula prática. O

objetivo dessa etapa foi verificar como as futuras educadoras planejaram a aula com a

tecnologia, analisando se estava coerente com a pedagogia. Esse momento foi

interessante, pois as equipes que têm mais familiaridade com as mídias puderam

apresentar sugestões de aulas aplicando a tecnologia.

Mas, como nem todas as equipes possuem familiaridade com a tecnologia, foram

verificados os desafios dos alunos e futuros professores em aliar a tecnologia com a

parte pedagógica e também problemas técnicos. Sabe-se que, como não possuem uma

disciplina específica, já era esperada certa dificuldade por parte de alguns alunos,

mesmo que eles tenham recebido, anteriormente, aula direcionada no laboratório de

informática da faculdade. Porém, pelas inexperiências ali apresentadas, foram

detectadas algumas dificuldades:

• O vídeo não rodou na CPU da faculdade, pelo fato de ter sido gravado numa

extensão diferente da existente;

• O slide preparado por uma das equipes foi gravado na extensão diferente da CPU;

• Umas das equipes levaram música, mas esqueceram o aparelho de reproduzir CD;

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• Tiveram dificuldade em baixar objetos específicos para montagem em powerpoint,

isto, inserir objetos para criação de conjunto matemáticos;

• Na montagem de slides não souberam linkar num vídeo que iriam demonstrar.

Como os problemas detectados acima, foram colocados questões primordiais para

que eles tenham confiança no que irão utilizar da tecnologia, como:

• Antes de planejar, verificar se a escola possui tal tecnologia;

• Testar toda tecnologia que será aplicada na sala de aula;

• Testar o conteúdo planejado na tecnologia antes de aplicar;

• Não aplicar a tecnologia o tempo todo, mas serem sensatas ao objetivo;

• Não tornar a tecnologia um mito, impedindo que eles deixem de olhar o que está ao

seu redor;

• Eles devem ter olhar crítico para que simplesmente não utilizem a tecnologia por

figurante, mas saber o papel ativo da aplicação e sua necessidade.

O último foco adotado na aplicação desse projeto foi conhecer e salientar os

desafios encontrados pelos futuros educadores nos seus estágios e na elaboração final

do seu plano de aula para aplicação na escola.

Para tanto, foi feito uma exposição dos desafios enfrentados pelos alunos, numa

sala de aula, onde estavam eles, a professora efetiva e autora do projeto, para que seus

planejamentos fossem identificados, avaliados e para que houvesse contribuição mútua

entre os presentes.

O que se percebeu na maioria desses alunos como desafio, foi o planejamento do

plano de aula, conforme a aluna A falou: “Planejar uma aula aplicando a tecnologia

tem que ter muita criatividade, pois é difícil saber qual ferramenta utilizar.”

Pelo fato de terem tido pouco tempo para familiaridade das ferramentas que

poderiam utilizar numa sala de aula, quando aplicado esse projeto, é de esperar que

teriam um grau de dificuldade médio para o planejamento de uma aula.

Dando continuidade à exposição de seus desafios, foi apresentado em relação aos

recursos presentes na escola e interesse dos diretores em ter as tecnologias necessárias e

atuais. Segundo a aluna B, descreveu:

Infelizmente, a escola onde realizei meu estágio ainda não possui as ferramentas tecnológicas. É de grande importância que a escola apóie e

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motivem aos educadores na utilização das tecnologias, proporcionando aulas menos maçantes e mais interessantes de serem assistidas.

Algumas escolas ainda não acordaram para o mundo atual, onde se faz necessário

novas metodologias de ensino aplicando a tecnologia. Ela cria um isolamento entre a

escola e a sociedade atual, onde estão inseridos seus alunos. Mas a aluna C, salientou:

“Mesmo que a escola não possua tecnologias necessárias, é preciso que os educadores

fiquem atentos às novas mudanças de ensino, acompanhando novos passos

tecnológicos no mundo em que vivemos”.

Verifica-se que esses futuros educadores levam dentro de si a perspectiva de

atualização, redirecionando ações positivas à aplicação de novas metodologias de

ensino, conforme afirmação da aluna D: “o professor precisa atualizar-se

continuamente, afinal, os novos tempos determinam novas competências e habilidades,

conseguindo assim atender às exigências do mundo contemporâneo”.

Pode-se notar que esses futuros professores, através dos estágios, encontram uma

cultura diferenciada a do professor atual da escola, onde a aluna F citou: “A professora

efetiva ainda não havia pensado como aplicar a tecnologia na sua aula e ficou

interessada em conhecer e buscar recursos tecnológicos para tornar as aulas mais

motivadoras” e a aluna G complementou: “Devemos nos ater à tecnologia como um

recurso pedagógico adicional. O professor não pode ignorar esses recursos porque eles

já fazem parte do nosso cotidiano além de tornar as aulas mais criativas e

inovadoras”.

Apesar dos desafios encontrados pelos futuros educadores na elaboração dos

planos de aula, no pouco conhecimento das ferramentas tecnológicas e na falta de

recursos tecnológicos existentes na escola onde estagiaram, pode-se perceber que estão

atentos às novas atualizações e procurando adequar às novas tecnologias.

Conforme aluna H disse: “A dificuldade que encontro muitas vezes ao utilizar as

tecnologias, é o despreparo e a falta de conhecimento de como operar e utilizá-los

como fonte de referência para construção do planejamento escolar.”

Isso mostra que se faz necessário um estudo mais aprofundado e abrangente com

a formação inicial, para que fortaleçam e busque novas alternativas de metodologias de

ensino a formação do professor.

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CONCLUSÕES

Este estudo buscou refletir e contribuir para compreensão da aplicação das

tecnologias na educação. Fazendo perceber que o uso das tecnologias traz mudanças nos

métodos de trabalho educacional e desempenha papéis importantes no ambiente escolar,

pois amplia o desenvolvimento de habilidades que são essenciais na sociedade do

conhecimento.

Como analisado e observado no decorrer desse projeto, verificou que os futuros

professores não se sentem totalmente preparados para a utilização dos equipamentos

tecnológicos para aplicação na educação. E que alguns não sabem utilizar estes de

forma objetiva e adequada na sala de aula.

Para que o objetivo principal da aplicação da tecnologia aliada à educação seja

satisfatório, é preciso que os educadores já assumam as aulas nas escolas com uma

educação tecnológica que favoreça a formação inicial articulada à prática. E como

adquirir essa prática? É a faculdade o lugar mais favorável, onde esses futuros

educadores devem obter esse conhecimento, pois aprenderá de início a aliar o

pedagógico com a prática tecnológica.

Pois é no início de sua formação que o futuro profissional alcança o saber,

levando a praticar em seus estágios o conhecimento adquirido, eliminando assim, no

futuro educador, o medo e as dúvidas de onde, como e quando aplicar a tecnologia na

sala de aula.

É num curso superior e na formação continuada que o educador conseguirá ter

uma visão da realidade, obtendo uma orientação e suporte para saber quais mídias são

adequadas ao uso pedagógico, além de estarem se preparando para uma atuação

presente na escola, fazendo correlação na sua prática profissional.

O interessante é que professor aplique na escola uma dinâmica de ensino

diferenciada e alcance um nível adequado igual à de seus alunos em conhecimentos

tecnológicos. Para que alcance esse nível e haja crescimento na jornada profissional, é

essencial haver reconhecimento da escola regular, para que dê incentivo e

oportunidades aos docentes numa formação contínua, pois a instituição tem a obrigação

de proporcionar ao professor o momento para aprender e lançar novos olhares para

educação do século.

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Tem-se que incentivar aos docentes não só no uso das novas tecnologias, mas

também levá-los a um incentivo professor-pesquisador para que busquem outras novas

tecnologias e sintam-se integrados e atualizados na evolução tecnológica.

Conclui-se que a partir desse projeto, os futuros professores percebam novas

formas de conhecimento, novas maneiras e metodologias de ensino. E que novos

estudos possam ser realizados junto aos atuais professores, para uma melhor percepção

do despreparo metodológico na aplicação das tecnologias, podendo motivá-los e ajudá-

los nos desafios que eles se encontram, de enfrentar uma melhor qualidade do ensino-

aprendizagem com as tecnologias.

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