Upload
vodien
View
221
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
O
ENIGMA
O
ENIGMA
Primeira Edição
Marcio Dias’Reis
SÃO PAULO 2012
Edição: Daiane Moraes
http://jornalnanet.blogspot.com/
Capa e ilustração: Marcio Dias’Reis
*Algumas imagens foram retiradas da internet
(domínio público).
Agradeço a Deus pela inteligência;
Minha filha, pela força de viver; Minha família;
E a Daiane Moraes pela conclusão e colaboração
desta obra.
Dedico este livro em especial para minha filha,
Samara.
PREFÁCIO
Diante da tecnologia avançada, o homem, a cada dia
consegue se superar nos campos da ciência, chips para
humanos e DNA completo formam sempre um atrativo
para o mundo, onde tudo parece ser para o beneficio da
humanidade, mas até quando a ética estará andando junto
com a ciência, que luta silenciosamente para mostrar que a
religião, não é a dona da verdade, sobre a origem da
humanidade, assim, o poder político se divide entre quem
esta no poder, a religião que controla as massas, e a
ciência que controla o desconhecido, campos minados,
distintos, que caminham no mesmo ideal, o poder do
mundo.
FATO ¹
O desenvolvimento da biotecnologia.
No Egito e na Mesopotâmia, antigas civilizações já
produziam o vinho e a cerveja aproveitando da ação dos
microrganismos da fermentação alcoólica.
A penicilina é extraída de várias espécies do fungo
Penicillium, que são mantidas em grandes recipientes.
Os dois casos citados ilustram o uso de produtos
obtidos da manipulação de seres vivos; um milenar e o
outro atual.
Organismos geneticamente modificados ou
transgênicos são produzidos por biólogos pela inserção de
genes que lhe são estranhos, essa é a técnica do DNA
recombinante.
Os criadores e os biólogos atuais têm o mesmo
objetivo: desenvolver novos tipos de seres vivos de seu
interesse.
Em 1997, na Escócia, Ian Wilmut obteve a ovelha
Dolly, o primeiro clone de mamífero originado de células
somáticas adultas.
Em fevereiro de 2001, nos Estados Unidos, Craig
Venter e Francis Collins, trabalhando cada quais em uma
instituição, fizeram a comunicação conjunta do
seqüenciamento completo do código genético humano. A
decifração desse tão esperado genoma humano foi
possível graças a novas técnicas laboratoriais, associadas à
informática.
A tecnologia avança em próteses que já substituem
membros humanos. E chips, que implantados, já auxiliam
até mesmo em retomar a visão humana.
¹ Fato retirado de matérias públicadas na internet.
Fraternidades ocultas declamam seus desejos de
forma obscura e cautelosa...
FATO ²
Segredos das Pedras guia da Georgia
As Pedras guia da Geórgia (Georgia Guidestones)
formam um monumento em granito localizado no
Condado de Elbert, Geórgia, Estados Unidos e nele estão
gravados dez frases em oito línguas modernas: inglês,
espanhol, suaíli, hindi, hebreu, árabe, chinês e russo, e
uma pequena mensagem, no topo, escrita em quatro
antigas línguas: babilônio, sânscrito, grego e em
hieróglifos egípcios.
Em junho de 1979 um desconhecido sob o
pseudônimo de R.C. Christian contratou a empresa
Elberton Granite Finishing para que construíssem a
estrutura.
O monumento mede 19 pés e 3 polegadas e utiliza
951 pés cúbicos de granito. Todas as pedras juntas pesam
mais de 119 toneladas.
Mensagem contida nas Pedras guia (em Português)
1. Manter a humanidade abaixo de 500.000.000 em
perpétuo equilíbrio com a natureza.
2. Controlar a reprodução sabiamente - aperfeiçoando as
condições físicas e a diversidade.
3. Unir a humanidade com um novo idioma vigente.
4. Controlar a paixão - fé - tradição - e todas as coisas com
razão moderada.
5. Proteger povos e nações com leis e tribunais justos.
6. Permitir que todas as nações regulem-se internamente,
resolvendo disputas externas em um único tribunal
mundial.
7. Evitar leis insignificantes e governantes desnecessários.
8. Equilibrar direitos pessoais com deveres sociais.
9. Valorizar a verdade - beleza - amor – procurando a
harmonia com o infinito.
10. Não ser um câncer sobre a terra – Deixar espaço para a
natureza.
Para que propósito esse monumento foi
erguido?
Pense bem...
² Fato retirado da internet (Wikipédia, a enciclopédia livre).
15
CAPITULO I
Batidas suaves na porta que quase não eram
percebidas, mas não demorou muito e a porta se abriu.
― Oi, esta tudo bem? – perguntou Fernanda ao
entrar no pequeno apartamento.
― Sim, estou bem. E você?
― Bem. – disse ela ao se acomodar no pequeno
sofá retirando vários papeis de uma pasta preta que
costumava carregar junto com seu notebook. – Você tem
café?
― Não, mas tenho chá. – respondeu o rapaz com
uma voz potente, tom grave, mas muito calma. – Onde
esta Ceci? – continuou ele ao pegar uma xícara de chá.
― Ceci? Esta envolvida com uma tal carta
numérica que encontrou na internet, uma espécie de
enigma, sabe como ela é determinada, me disse que quer
desvendar o tal enigma. Mais uma dessas bobeiras da
internet. – Fernanda sorriu suavemente, seu sorriso parecia
com as suas batidas na porta.
― Carta numérica? – perguntou o rapaz, mas
Fernanda o interrompeu, desprezando a sua pergunta.
― Vamos esquecer a Ceci e tratar do que importa.
Quero a sua opinião sobre os textos, temos que mandar
publicar tudo em menos de um mês, ainda falta os esboços
e mil coisas. – naquele momento um sentimento de euforia
e preocupação tomava conta da moça.
― Tudo bem Nanda. – Nanda era a forma
carinhosa que ele a chamava, desarmando a jovem e a
tranquilizando – Você já pode levar este material e me
adiantar o do próximo mês.
O rapaz que falava tinha todo o seu tempo voltado
para trabalhos da ONG que Fernanda havia fundado, como
16
também alguns projetos que ele idealizava para as lojas
que a mesma tinha como patrimônio. Seu nome era
JONAS, rapaz de pele morena, olhar doce e voz forte, mas
de uma calma e sensatez pouco cultivada nas pessoas,
aparentava ter trinta e dois anos, foi encontrado por uma
associação que cuidava de pessoas desaparecidas, o rapaz
estava em um hospital, havia acordado de um coma
induzido depois de quatro meses ao ser encontrado em
uma estrada com vários ferimentos.
Jamais foi procurado por qualquer pessoa ou
familiar, em sua estadia no hospital estava sem
documentos, e sem dizer nada sobre si ficou inviável saber
de quem se tratava. Depois de se recuperar passou a viver
em um abrigo mantido pela associação que o acolheu. Foi
quando, através de uma pessoa que o auxiliava, conheceu
Fernanda, ainda calado, amedrontado e inseguro foi
agraciado por Fernanda, que cedeu o pequeno apartamento
para que ele morasse, assim teria um lugar privado para
viver. A benfeitora conseguiu novos documentos e passou
a se responsabilizar por ele, com paciência e dedicação
conquistou sua confiança. Mas foi Ceci, que de forma
nada ortodoxa conseguia alegrar o mundo triste do pobre
rapaz, com sorrisos iluminados.
Jonas passou a conversar e aceitar as condições
imposta por Fernanda, mas nunca colocava os pés para
fora do apartamento, apenas em situações realmente
necessárias, evitava o contato direto com muitas pessoas.
Fernanda percebeu um talento em seu protegido, e assim,
explorando essas qualidades ela passou a manter ele de
acordo com seus trabalhos realizados.
Enquanto os dois conversavam batidas agressivas e
constantes surravam a porta, Fernanda se assustou, mas
Jonas permaneceu calmo.
― Você esta esperando alguém Jonas?
17
― Eu? – ele sorriu – Claro que não. Deve ser a
Ceci batendo na porta, com certeza. – Fernanda duvidou
de sua convicção, mas se levantou e foi atender a porta,
logo foi surpreendida por sua irmã que entrou correndo e
aos berros, com uma felicidade estampada em seu rosto,
entrou ofegante, gritando aos quatro cantos do
apartamento.
― Eu consegui! Consegui! – gritava sorridente –
Vou te ajudar com o dinheiro do premio na ONG e nas
lojas!
― Cecília quer manter a calma! – disse Fernanda
tentando acalmá-la – Que loucura é essa menina?
― Eu desvendei o enigma da carta numérica e vou
receber um premio de um milhão de euros. Um milhão, já
imaginou Fernanda?
Fernanda era sua única irmã, mais velha e com a
responsabilidade de cuidar da jovem Ceci, aos vinte e
cinco anos de idade assumiu as lojas de seu pai que
falecera a um ano em um acidente de avião, sobre sua mãe
ela tinha uma vaga lembrança, a mesma havia abandonado
a família após o nascimento de Ceci e nunca mais voltou,
depois de uma gravidez e de um parto furtivo. Fernanda
era uma morena de pele clara, cabelo negro e volumoso
como todo o seu corpo, de seios fartos, tinha as coxas
grossas, para um metro e sessenta de altura, olhos negros,
dona de um belo rosto, quase angelical, canceriana, tinha
uma ligação inata com a família, patriótica, maternal,
imaginativa, tranquila e receptiva, se preocupava bastante
com o que as pessoas pensavam ao seu respeito,
necessitando assim ser útil e necessária. Foi assim que
após a morte de seu pai, em acidente não explicado,
fundou a sua ONG, projeto que ela tanto se orgulhava.
― Um milhão de euros? Ceci! – Fernanda sorriu –
Por favor!
18
― Ceci, não sei do que se trata, mas não vai passar
seus dados para ninguém e nem ir ao encontro de
desconhecidos. – Jonas procurou alertar à jovem que logo
aquietou o seu entusiasmo e o cumprimentou.
― Oi Brucutu. Tudo bem? – brucutu era a forma
carinhosa de chamar o amigo – Tem muita gente tentando
também, mas deixa, depois que eu receber você vai me
pedir desculpas Fê.
― Eu não estou duvidando de você, só não quero
que você faça algo que te prejudique. Se você desvendou o
enigma do século, meus parabéns! Mas toma cuidado ta
bom. – completou Fernanda sussurrando baixinho – “Um
milhão de euros.”
Ceci sorriu um sorriso doce e encantador que
envolveu todo o ambiente, ela beijou sua irmã e Jonas
antes de abrir a porta e sair.
Fernanda voltou aos seus assuntos sem se importar
muito com o entusiasmo da jovem, mas Jonas ficou
preocupado, sentindo algo de estranho, mesmo assim
preferiu se calar. Ao termino de tudo Fernanda saiu para
fazer compras para Jonas, ela abastecia o apartamento.
Após a sua saída Ceci retornou.
― Ceci? – indagou Jonas surpreso – Sua irmã saiu,
foi fazer minhas compras.
― Quero falar com você. – seu semblante era
serio, e assustou Jonas.
― O que houve?
― Você acredita que eu possa desvendar um
enigma?
― Sim, acredito! Você quer falar algo? Mostrar
algo?
― Nossa! Você lê pensamentos, brucutu. – ela riu.
19
― Não, apenas percebo que você quer algo, ou
quer mostrar ou falar alguma coisa.
― Quero te mostrar.
Naquele momento Ceci tirou de sua pequena bolsa
uma caixa, e de dentro um relógio. Jonas logo percebeu
não ser um relógio comum, era pesado, dourado, na parte
de dentro da caixa aveludada estava escrito “OURO
PURO”, no fundo do relógio um símbolo cravado
chamava a atenção, era um triangulo dentro de outro
triangulo maior, na base do triangulo, uma cruz, o símbolo
estava bem no centro, acima havia uma inscrição. ―
“SSS,” ― um S repetido por três vezes acompanhado de
uma vírgula acima do triangulo e abaixo do mesmo um
nome, ― ”SOUPHRE”.
SSS,
SOUPHRE
20
Jonas pegou um papel e desenhou os símbolos,
escrevendo o estranho nome.
― Quem te deu este relógio?
― Eu recebi.
― Mas de quem Ceci?
― Eu não sei quem me mandou, desculpa Jonas
não posso dizer mais nada. – Ceci travou as palavras como
se estivesse arrependida de ter retornado ao apartamento.
Depois disso ela se retirou deixando Jonas
apreensivo.
Ao retorno de Fernanda ele tentou explicar o fato,
mas foi em vão, com sorrisos ela dizia para ele não se
preocupar, então ela se despediu e saiu.
Passaram se alguns dias, mas em um dia nublado,
como se uma cortina escura cobrisse o céu, Jonas foi
despertado logo cedo por batidas em sua porta, batidas
fortes e desesperadas acompanhadas por gritos.
― Jonas! Jonas abre a porta!
O rapaz foi em direção a porta, ainda atordoado.
― Nanda, o que houve?
A jovem entrou as pressas, assustada, parecia
sucumbir, em seu desespero procurava ali a cura de sua
angustia.
― Ceci, ela esta aqui? Jonas ela veio aqui?
― Ela veio aqui somente aquele dia. Por quê? O
que aconteceu?
― Ela saiu muito cedo de casa, isso foi ontem,
deixou este bilhete e eu somente o vi hoje.
― Calma! – Jonas procurava manter o equilíbrio e
a sensatez, ele nunca se julgou um docente, se sentia
muito mais como um discente, mas sabia que o altruísmo
era algo que não podia abdicar, seu coração sentiu um
aperto.
21
― Jonas eu passei o dia todo fora, dormi na casa
de uma amiga e ela estava sabendo, por isso não liguei pra
avisar e só hoje quando cheguei e encontrei o bilhete, foi
assim que percebi que ela não havia dormido em casa. –
Fernanda estava em estado de puro desespero e Jonas
sabia que teria que ser meticuloso, ele sempre foi
reservado, mas nunca indolente, por mais tosco que se
julgasse não poderia ver Fernanda naquele estado.
― Ela nunca fez isso? – perguntou ele.
― Não.
Jonas pegou o bilhete e leu com atenção o que
estava escrito.
“SEI QUE VOCÊ ESTA COM DIFICULDADES, MAS SE
EU DESVENDEI O ENIGMA DA CARTA NUMÉRICA VOU
RECEBER O DINHEIRO PARA TE AJUDAR, VOCÊ NÃO
ACREDITA, MAS É VERDADE, NÃO SE PREOCUPE.
TE AMO, SUA IRMÃ CECI.”
Jonas sentiu algo errado, lembrou do relógio, mas
não acusou Fernanda pela displicência na euforia de Ceci,
entendeu que ela estava muito abalada e não era de praxe a
atitude de Ceci, seria melhor ponderar e não ressuscitar
um assunto senil.
― Sinto te dizer, mas acho que você deveria ir até
a polícia.
― Você vem comigo Jonas?
― Eu? – ele se assustou com o pedido.
― Por favor.
Naquele momento ele se sentiu aterrorizado, mas
como negar um pedido de sua benfeitora, sua amiga,
alguém que ele tinha um carinho supremo, mas ao mesmo
tempo, sair de seu mundo e suplantar os seus temores se
22
expondo daquela forma seria realmente difícil. Parado por
um momento ele tentava resolver o impasse.
― Eu vou com você! – disse Jonas.
A frase veio aliviar Fernanda que sentiu que
mesmo contra seus desejos Jonas estava disposto a estar
ao seu lado.
Jonas precisou de um certo tempo para poder se
acostumar com a idéia de sair do apartamento, minutos
depois os dois entraram no carro e foram em direção da
delegacia. O tempo todo Jonas ficou calado.
― Jonas eu sei que isso pode ser um grande
esforço para você, mas saiba que eu te agradeço muito por
você esta aqui comigo.
Ele nada falou, estava se concentrando para
conseguir enfrentar aquele desafio, não era populis, agiria
de maneira comedida para não se tornar um estorvo,
apenas pensava consigo mesmo se fosse aquela a forma de
conseguir o seu próprio indulto por algo que tivesse feito
em seu passado, que assim seja. Só em pensar que Ceci
poderia estar passando por algum perigo ele se renovava e
buscava seguir em frente.
Ao chegar à delegacia depois dos tramites
burocráticos e um pouco de escândalo por parte de
Fernanda, os dois conseguiram ser ouvidos pela delegada
de plantão. A delegada era jovem e aparentava ter
quarenta anos, negra, corpo esguio, altura mediana, com
cabelos curtos, tinha traços leves que não combinava em
nada com a arma em sua mesa, ela havia recebido os dois
em sua sala por que o desaparecimento de Ceci já não era
o único. Naquelas vinte e quatro horas já haviam vários
registros de pessoas que desapareceram nas mesmas
condições.
23
― Podem se sentar. É a sua irmã que desapareceu?
– perguntou à delegada.
― Sim delegada, isso foi ontem, mas eu somente
me dei conta do sumiço dela hoje de manhã. – a voz de
Fernanda estava embargada.
A delegada a interrompeu pegando o bilhete das
mãos de Fernanda e pensando nos últimos
acontecimentos.
― Sinto te informar, mas estamos recebendo
vários registros de pessoas desaparecidas por este mesmo
motivo, isso em vários estados, toda a policia esta em
alerta e por enquanto só posso lhe pedir que mantenha a
calma até que possamos ter maiores informações sobre
este caso também.
Jonas se espantou com a noticia enquanto Fernanda
se desesperava em prantos, sem nada entender.
― Desculpe-me, mas a senhora disse que outras
pessoas desapareceram pelo mesmo motivo? – Jonas
perguntou com muito esforço, sem gaguejar, mas com a
cabeça levemente abaixada, tentando fixar seus olhos nos
olhos da delegada por cima de seus óculos.
― Sim. Sei que pode parecer pouco o que tenho a
dizer, mas no momento somente sabemos de relatos de
pessoas que desapareceram nestas vinte e quatro horas por
conta dessa tal carta numérica que estava na internet.
Todas as nove pessoas tinham em comum um bilhete igual
ao deixado pela irmã de vocês, indagando receber um
premio em dinheiro.
― Nove pessoas contando com a Ceci? – Jonas
não se preocupou em ser relacionado como irmão de
Fernanda.
― Não, com ela sobe para dez pessoas. Ela é o
terceiro caso confirmado em nosso estado.
24
― E o que vocês estão fazendo? – indagou
Fernanda em um ataque de fúria, colocando suas mãos
sobre a mesa ao perceber que a policia estava de mãos
atadas – Pessoas desaparecem e você me pede para ter
calma!?
― Controle-se! Eu compreendo seu estado
emocional, mas precisamos saber realmente o que esta
acontecendo, preciso fazer varias perguntas sobre sua
irmã, se ela conhecia algumas das pessoas mesmo por
internet, se isso não é um trote coletivo. – a delegada foi
interrompida por Jonas que levantou sua cabeça
esquecendo tudo ao seu redor e olhando fixamente nos
olhos dela, como se uma adaga atravessasse a menina de
seus olhos.
― Descarte esta possibilidade. Isto não é um trote!
― Como tem tanta certeza rapaz?
― Delegada, pelo simples fato de todos estarem
procurando uma mesma coisa, decifrar um enigma, se isso
fosse um trote eles teriam que combinar tudo de forma
sigilosa e não criariam um subterfujo. Veja as fotos em
seu mural, se elas forem das pessoas que já desapareceram
presumo que existem pessoas de uma certa idade que não
estariam dispostas a participar de um trote assim.
― Você tem boa percepção rapaz, mas no
momento estamos tendo que ter paciência, mesmo que sua
teoria esteja certa tenho que esperar ordens superiores por
ser um caso de dimensão nacional, e no momento temos
que trabalhar com qualquer hipótese.
― Vocês acreditam que eles seriam meticulosos a
fim de inventarem algo para forjar um desaparecimento?
A custa de que? Não é do feitio de Ceci cometer tal ato. –
Jonas começava a se mostrar indignado com a delegada –
Com que sentido se baseia essa hipótese de um trote
coletivo?
25
― Não nos baseamos somente nesta hipótese,
existem varias possibilidades, mas um sequestro coletivo é
algo que somente poderemos afirmar com o contato dos
sequestradores.
Fernanda já se encontrava em estado de choque,
mas procurou se acalmar e passaram a conversar sobre o
caso, a delegada ficou intrigada com Jonas, mesmo assim
ela procurou não passar muitas informações, pedindo para
não espalharem a noticia e evitarem a mídia.
― Minha irmã disse que sempre tinha um numero
de celular diferente para quem achasse que desvendou o
enigma ligar e se identificar. Vocês pegaram esse numero?
― Infelizmente são números falsos e a pagina foi
retirada da internet assim que as pessoas começaram a
desaparecer. Nós estamos trabalhando junto com os
policiais de outros estados, até o governador já esta ciente
do caso. Agora só posso pedir que retornem as suas casas,
sou delegada da policia Civil e garanto que vou manter
vocês informados, mesmo não estando direto nas
investigações.
Mesmo contra a vontade e depois de muita
conversa, Fernanda e Jonas voltaram para o apartamento,
os dois mudos e pensativos, como tantas pessoas
desapareceram por conta de um único fator, sem vestígios,
sem rastro? Ao chegar no apartamento Fernanda foi logo
ligando o seu computador na tentativa de poder encontrar
alguma pista, na esperança de que a delegada estivesse
certa e que tudo não passasse de uma grande confusão, o
que foi logo desfeito no momento em que Jonas ligou a
televisão e ao passar os canais se deparou com uma noticia
sobre o caso da carta numérica, Fernanda se virou
rapidamente, muito assustada. O noticiário declarava fatos
mais complexos: