6
15/01/2016 O impacto das chuvas no planejamento | Blogs Pini http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/o-impacto-das-chuvas-no-planejamento-347771-1.aspx 1/6 Tweet O impacto das chuvas no planejamento Aldo Dórea Mattos 3 Por mais que o engenheiro torça para não chover, o fato é que chove e, às vezes, muito. Do ponto de vista operacional, a precipitação atmosférica pode trazer efeitos benéficos ou maléficos para a obra. Dentre os benefícios estão a melhora de umidade de solos muito secos, a redução de poeira e a rega de áreas de paisagismo. Dentre os malefícios estão o alagamento de frentes de serviço, a saturação do solo, a resistência ao rolamento de equipamentos em terrenos enlameados, o retrabalho de atividades já concluídas e a improdutividade que a retomada dos serviços acarreta. Os trabalhos de terraplenagem são os mais afetados pelas condições climáticas. Numa obra predial, por exemplo, a maior parte dos trabalhos ocorre internamente, ao abrigo da chuva, embora umidades elevadas possam atrapalhar alguns serviços. Frequentemente as condições atmosféricas não são levadas em consideração da forma correta. É comum vermos cronogramas com produções nos meses secos iguais às atribuídas nos meses chuvosos, com resultado quase sempre de atraso no planejamento (não porque as equipes tenham produzido pouco, mas porque o planejamento não refletiu o ambiente de execução das atividades).

O Impacto Das Chuvas No Planejamento _ Blogs Pini

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Para orçamentistas e planejadores

Citation preview

Page 1: O Impacto Das Chuvas No Planejamento _ Blogs Pini

15/01/2016 O impacto das chuvas no planejamento | Blogs Pini

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/o-impacto-das-chuvas-no-planejamento-347771-1.aspx 1/6

Tweet

O impacto das chuvas no planejamentoAldo Dórea Mattos

3

Por mais que o engenheiro torça para não chover, o fato é que chove e, às vezes,

muito. Do ponto de vista operacional, a precipitação atmosférica pode trazer

efeitos benéficos ou maléficos para a obra.

Dentre os benefícios estão a melhora de umidade de solos muito secos, a redução de

poeira e a rega de áreas de paisagismo. Dentre os malefícios estão o alagamento de

frentes de serviço, a saturação do solo, a resistência ao rolamento de equipamentos

em terrenos enlameados, o retrabalho de atividades já concluídas e a

improdutividade que a retomada dos serviços acarreta.

Os trabalhos de terraplenagem são os mais afetados pelas condições climáticas.

Numa obra predial, por exemplo, a maior parte dos trabalhos ocorre internamente,

ao abrigo da chuva, embora umidades elevadas possam atrapalhar alguns serviços.

Frequentemente as condições atmosféricas não são levadas em consideração da

forma correta. É comum vermos cronogramas com produções nos meses secos

iguais às atribuídas nos meses chuvosos, com resultado quase sempre de atraso no

planejamento (não porque as equipes tenham produzido pouco, mas porque o

planejamento não refletiu o ambiente de execução das atividades).

Page 2: O Impacto Das Chuvas No Planejamento _ Blogs Pini

15/01/2016 O impacto das chuvas no planejamento | Blogs Pini

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/o-impacto-das-chuvas-no-planejamento-347771-1.aspx 2/6

Analisando-se a intensidade e o momento de ocorrência das chuvas, percebe-se que

há precipitações que não interferem em nada, outras que paralisam todo um dia da

obra, outras ainda que impossibilitam o trabalho até mesmo no dia seguinte

(embora esse dia possa ter um "céu de brigadeiro").

Para o cálculo de quantos equipamentos e equipes mobilizar para a obra, o

primeiro passo é estimar a quantidade de dias de cada mês que serão praticáveis,

isto é, disponíveis para aquele determinado tipo de serviço a ser executado. De nada

adianta o engenheiro admitir que trabalhará 26 dias por mês (30 dias menos quatro

domingos) se é quase certo que a praticabilidade será menor.

O critério para determinação da quantidade de dias praticáveis é subjetivo, mas a

experiência e dados históricos de obras passadas ajudam bastante nessa

empreitada. Eu já vi várias abordagens, que dependem da tarimba do planejador,

do conhecimento dos dados pluviométricos da região, do tipo de serviço e do estágio

do planejamento (plano inicial ou cronograma detalhado). O importante é, como eu

sempre digo, seguir uma linha de raciocínio lógica e defensável.

Vou recorrer a um exemplo simples e didático. Seja uma obra que tenha uma

grande escavação de 450.000 m³ de solo. A composição de custo unitário do

orçamentista chegou a uma produtividade de 160 m³/h para uma patrulha (=

conjunto de equipamentos) de um trator, uma carregadeira e quatro caminhões.

Pelo planejamento da obra, a terraplenagem deverá ser executada entre janeiro e

junho.

A primeira providência é pesquisar os dados pluviométricos da região e consultar

quem já fez obra por ali. Descontando dos dias dos meses os domingos/feriados e os

dias de chuva, chega-se aos dias praticáveis, que transformamos em horas

praticáveis pela multiplicação por 10 h/dia.

Com a constatação de que janeiro, fevereiro e março são muito chuvosos, pode-se

definir uma distribuição dos volumes para os meses e a consequente produção

horária requerida:

Page 3: O Impacto Das Chuvas No Planejamento _ Blogs Pini

15/01/2016 O impacto das chuvas no planejamento | Blogs Pini

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/o-impacto-das-chuvas-no-planejamento-347771-1.aspx 3/6

A quantidade de patrulhas será o quociente entre a produção requerida e a

produtividade da patrulha:

Note que arredondei a quantidade de patrulhas sempre para cima, exceto em

fevereiro, para não causar um salto no histograma. A quantidade de cada

equipamento ao longo dos meses é a informação necessária para os setores de

Produção, de Equipamento e de Contratação.

Bom, mas como se chega ao parâmetro dias de chuva a partir dos dados

históricos de precipitação, já que nem todo dia de chuva paralisa a obra? Há 2

variações mais comuns entre os orçamentistas e planejadores.

Variação 1

i. Precipitação < 5 mm - desprezar (o dia não é afetado, a obra produz

normalmente);

ii. Precipitação > 5 mm - apenas 10% do dia é praticável (assume-se que

alguma parte do dia é praticável, pois a chuva pode ocorrer à tarde ou à noite). Ex:

em 10 dias de chuva com precipitação acima de 5 mm, seria considerado praticável

apenas 1 dia).

Page 4: O Impacto Das Chuvas No Planejamento _ Blogs Pini

15/01/2016 O impacto das chuvas no planejamento | Blogs Pini

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/o-impacto-das-chuvas-no-planejamento-347771-1.aspx 4/6

Variação 2

i. Precipitação < 5 mm - desprezar (o dia não é afetado, a obra produz

normalmente);

ii. 5 mm < precipitação < 10 mm - o dia não é praticável;

iii. Precipitação > 10 mm - o dia não é praticável, nem metade do dia

seguinte (a premissa é que a chuva forte de um dia impacta o dia seguinte).

Como eu disse acima, não há um consenso absoluto porque há algumas variáveis em

jogo: uma chuva que ocorra às 8h00 da manhã tem um efeito diferente da mesma

chuva ocorrendo às 18h00. Outra diferença: quanto mais argiloso o solo, maior é

tempo de retenção da umidade e, portanto, o impacto da chuva é maior do que num

solo arenoso. O bom mesmo é sair anotando a precipitação diária e o impacto na

obra.

Page 5: O Impacto Das Chuvas No Planejamento _ Blogs Pini

15/01/2016 O impacto das chuvas no planejamento | Blogs Pini

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/o-impacto-das-chuvas-no-planejamento-347771-1.aspx 5/6

Este blog é um espaço paradiscussões, comentários eopiniões sobre aEngenharia de Custos noBrasil. O blogueiro,profissional de referêncianas áreas de planejamentoe orçamento de obras, comvários livros publicados,pretende apontar eoferecer aos internautastemas de relevância para oaprimoramento nolevantamento de custos de

Engenharia de custos

Page 6: O Impacto Das Chuvas No Planejamento _ Blogs Pini

15/01/2016 O impacto das chuvas no planejamento | Blogs Pini

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/o-impacto-das-chuvas-no-planejamento-347771-1.aspx 6/6

engenharia.

Continue lendo...

Buscar:

Arquivos: Selecione:

Últimos posts

23/12/2015

Como funciona o mercado imobiliário nos EUA

24/11/2015

Inteligência de mercado

04/11/2015

Sistema de indicadores de construções prediais

19/10/2015

Dimensionamento expedito de tubulações

09/10/2015

Cuidados requeridos nas obras a preço de custo

Pu bl icidade

...