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Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto
OO IIMMPPAACCTTOO DDOO
EEXXEERRCCÍÍCCIIOO FFÍÍSSIICCOO NNOO
EESSTTAADDOO NNUUTTRRIICCIIOONNAALL�
Estudo realizado com utentes da A.P.P.A.C.D.M. de Viana do Castelo��
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THE IMPACT OF PHYSICAL EXERCISE IN THE NUTRITIONAL STATUS
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Porto
2008
Autora: Carla Rodrigues
Orientadora: Drª Elisa Ruivo
TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO
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DEDICATÓRIA
Gostaria de dedicar este trabalho a todos os jovens da estrutura de
Areosa da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com
Deficiência Mental de Viana do Castelo, pois sem eles a realização
deste estudo não seria possível.
Um bem-haja para todos eles, e espero que sejam para sempre assim
tão felizes como eu os conheço.
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AGRADECIMENTOS
Aos jovens que tornaram possível a realização deste trabalho graças à sua
disponibilidade, simpatia e carinho.
Aos colegas de trabalho que me apoiaram e ajudaram no que fosse necessário
ao longo das diferentes fases deste trabalho.
À minha orientadora, Drª Elisa Ruivo, que sempre me apoiou, orientou e
incentivou a terminar este estudo.
À minha família por me ajudarem e apoiarem desde sempre.
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LISTA DE ABREVIATURAS
ALT - Altura
ACSM - American College of Sports Medicine
APPACDM - Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com
Deficiência Mental
ADP - Adenosina Difosfato
ATP - Adenosina Trifosfato
BIA - Bioimpedância Eléctrica
CO2 - Dióxido de Carbono
Cm - Centímetros
CF - Creatina Fosfato
CQ - Creatina Quinase
DSM-IV - Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais
DEXA - Absortometria Radiológica de Raio X de Dupla Energia
EF - Exercício Físico
DC - Densidade Corporal
DCV - Doenças Cardiovasculares
DM - Deficiência Mental
DM2 - Diabetes Mellitus tipo 2
FA - Factor de Actividade
FADH - Dinucleotídeo de Adenina e Flavina (forma reduzida)
FCmáx - Frequência Cardíaca máxima
GTP - Guanosina Trifosfato
HDL - Colesterol de Alta Densidade
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Kg - Kilogramas
IMC - Índice de Massa Corporal
PAS - Pregas de Adiposidade Subcutânea
PC - Peso Corporal
MG - Massa Gorda corporal
MIG - Massa Isenta de Gordura
MM - Massa Magra corporal
NAD - Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo
NADH - Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo (forma reduzida)
NIH - National Institutes of Health
OMS - Organização Mundial de Saúde
TMB - Taxa Metabólica Basal
VET - Valor Energético Total
Z - Impedância
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RESUMO
Revisão: Os indivíduos portadores de DM têm tendência para a obesidade,
aumentando desta forma o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. O
EF tem um papel primordial nesta questão. Objectivo: Analisar o estado
nutricional de jovens adultos com DM moderada, com excesso de peso ou
obesidade, e sedentários. Amostra: Participaram neste estudo 18 indivíduos
(11 do sexo feminino e 7 do sexo masculino, idade entre 20-40 anos), divididos
em 2 grupos de 9 utentes: um foi submetido a um programa de prática de EF
com intensidade moderada, por um período de quatro meses (GEF), e o outro
não (GNEF). Métodos: Composição corporal através da antropometria e BIA, e
hábitos alimentares através de um inquérito das 24 horas anteriores.
Resultados: Após o programa de EF, o GEF apresentou valores mais baixos
de MG, assim como de perímetro abdominal e PC. A MIG também sofreu
acréscimos. O GNEF por seu turno apresentou valores mais altos de MG e PC,
IMC e diminuição nos de MIG. Foram encontradas correlações fortes entre as
variáveis em estudo e diferenças estatisticamente significativas no GEF para as
variáveis PC, IMC, perímetro abdominal, PAS crural, BIA, MG, MIG.
Conclusões: O EF pode provocar melhorias na composição corporal e
portanto no estado nutricional em indivíduos obesos. Contudo, não é possível
afirmar que o mesmo não aconteceria com indivíduos com sobrecarga ponderal
ou mesmo normoponderais.
Palavras-chave: deficiência mental; estado nutricional; composição corporal;
exercício físico.
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ABSTRACT
Background: Individuals with mental retardation tend to be obese, increasing
the risk of developing coronary heart diseases. Physical exercise (PE) plays a
major role in this area. Purpose: Evaluate the nutritional status of young adults
with mental retardation with overweight and obesity and sedentary. Subjects:
Participants were 18 individuals (11 females and 7 males, age between 20-40
years), randomized in 2 groups of 9: one was submitted to a program of PE
(GEF) for four months and the other did not (GNEF). Methods: Body
composition using anthropometry measurements, electric bioimpedance (BIA)
and food habits using a 24 hours recall. Results: At the end of the training
program, the GEF presented reduced values for fat body mass (FM) as for the
waist circumference and body weight (BW). The lean mass also revealed
improves. By the other side, the GNFE presented higher values for the BFM,
BW and Body Mass Index (BMI), and reduction in lean mass (LM) values.
Strong correlations were found between the variables evaluated and significant
differences in GEF for BW, BMI, abdominal circumference, crural skin fold, BIA,
FM and LM.
Conclusions: Physical exercise can improve the body composition and
therefore enhance the nutritional status in obese individuals. However, it isn´t
possible to say that this wouldn´t happen in individual with only excessive BW
or even normal BW.
Keywords: mental retardation, nutritional status, body composition, physical
exercise.
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LISTA DE TABELAS Pág.
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Tabela 1. Classificação internacional para valores de IMC 5
Tabela 2. Caracterização da totalidade da amostra por sexo e grupos de estudo 19
Tabela 3. Correcção de constantes para a fórmula de Siri 20
Tabela 4. Intensidades do programa de treino realizado 23
Tabela 5. Estatística descritiva, realizada com os dados recolhidos no inicio do estudo, das medidas antropométricas (PC, ALT, PAS, perímetro abdominal), IMC e compartimentos corporais, em função da participação no programa de EF e do sexo. 25 Tabela 6. Estatística não paramétrica das medidas antropométricas - Correlações de Spearman (coeficiente de correlação de Spearman – rs) 26
Tabela 7. Estatística não paramétrica - Teste de Wilcoxon – para todas as medidas de acordo com a participação ou não no programa de EF e, sexo e EF. 26
Tabela 8. Teste de Wilcoxon – significância 2-tailed (p<0,01) para todas as medidas de acordo com a participação ou não no programa de EF e, sexo e EF. 27
Tabela 9. Correlação (coeficiente de correlação de Spearman - rs) entre a avaliação da MG através da antropometria e equação de regressão e, através da BIA 27
Tabela 10. Estatística descritiva dos valores do PC nas duas avaliações realizadas durante a investigação. 28
Tabela 11. Valores percentuais de MG recolhidos através da antropometria e da BIA, nas duas avaliações realizadas durante a investigação. 28
Tabela 12. Valores percentuais de MIG recolhidos nas duas avaliações realizadas durante a investigação. 28
Tabela 13. Valores médios de comparação entre as necessidades energéticas diárias e o VET para todos os grupos em estudo no final da investigação. 30
Tabela 14. Valores percentuais dos macronutrientes provenientes da alimentação habitual dos utentes, diferenciando semana e fim de semana. Dados recolhidos no inicio e no final da investigação. 31
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LISTA DE GRÁFICOS Pág.
Gráfico I Variação dos valores do perímetro abdominal do GEF e do GNEF nas duas avaliações realizadas durante a investigação 29
Gráfico II. Relação entre as necessidades energéticas diárias e o VET para o grupo GEF do sexo feminino, no início da investigação. 30
Gráfico III. Relação entre as necessidades energéticas diárias e o VET para o grupo GEF do sexo masculino, no início da investigação. 30
Gráfico IV. Relação entre as necessidades energéticas diárias e o VET para o grupo GNEF do sexo feminino, no inicio da investigação 30
Gráfico V. Relação entre as necessidades energéticas diárias e o VET para o grupo GNEF do sexo masculino, no inicio da investigação 30
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 2
1.1. DM ................................................................................................................ 2
1.1.1. DEFINIÇÃO ............................................................................................... 2
1.2. ESTADO NUTRICIONAL ..................................................................................... 3
1.3. EF ................................................................................................................. 7
1.3.1. DEFINIÇÃO E METABOLISMO ENERGÉTICO .................................................. 7
1.3.2. EF E SEUS EFEITOS ............................................................................... 12
1.3.3. EF E DM ............................................................................................... 15
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2. OBJECTIVOS ....................................................................................................... 18
2.1. OBJECTIVO GERAL ........................................................................................ 18
2.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 18
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3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 18
3.1. AMOSTRA ..................................................................................................... 18
3.2. TIPO DE ESTUDO ........................................................................................... 18
3.3. CRITÉRIOS ÉTICOS ....................................................................................... 19
3.4. MÉTODOS .................................................................................................... 19
3.4.1. COMPOSIÇÃO CORPORAL ........................................................................ 19
3.5. MATERIAL .................................................................................................... 21
3.6. AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES E NECESSIDADES ENERGÉTICAS
DIÁRIAS ............................................................................................................... 22
3.7. ESTRUTURA DO PROGRAMA DE EF ................................................................. 23
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4. TRATAMENTO ESTATÍSTICO ................................................................................. 24
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5. RESULTADOS ..................................................................................................... 24
5.1. COMPOSIÇÃO CORPORAL .............................................................................. 24
5.2. BALANÇO ENERGÉTICO ................................................................................. 29
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6. DISCUSSÃO ........................................................................................................ 31
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7. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 33
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8. RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 34
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 35
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ANEXOS
ANEXO 1 – ANTROPOMETRIA
2 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
1. INTRODUÇÃO
1.1. DM
1.1.1. DEFINIÇÃO
Ao longo da história, o conceito de DM, já assumiu várias definições,
relacionando-se geralmente, com concepções socioeconómicas e de
personalidade, imperantes, numa determinada época e sociedade.1
Não existe uma definição consensual, e a maioria das descritas, como a da teoria
Degeneracionista, descrita no início do século XX, em que a deficiência seria uma
perversão da evolução humana, tornam-se desnecessárias e potencialmente
negativas face às expectativas que criam.1,2
Actualmente a DM é definida segundo o D.S.M-IV, por um funcionamento
cognitivo ou intelectual abaixo do esperado para a idade, que acarreta problemas
de adaptação comportamental, diagnosticado antes dos 18 anos, ou seja,
deficiência que apresenta um défice cognitivo associado a limitações no
comportamento adaptativo, reflectindo-se nas áreas social, educacional e física,
entre outras. 3
Em 2000, Luckasson definiu DM como “... uma incapacidade caracterizada por
limitações significativas em ambos, funcionamento intelectual e comportamento
adaptativo, e se expressa, nas habilidades sociais, conceituais e práticas” .4
A prevalência de DM em idade pediátrica é estimada entre 1 a 3%, sendo mais
frequente no sexo masculino.5
As causas da DM são as doenças genéticas, como o síndrome de Down, o
síndrome do X frágil, ou as trissomias dos cromossomas 13 e 18, doenças
metabólicas como a fenilcetonúria, a neurofibromatose e esclerose tuberosa,
infecções congénitas como rubéola, sífilis, toxoplasmose e HIV, intoxicações
3 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
induzidas por determinados medicamentos, álcool e/ou produtos químicos e
infecções durante os primeiros anos de vida como meningite e encefalite.5,6
1.2. ESTADO NUTRICIONAL
Na sociedade contemporânea, o estado nutricional é um factor relevante na
etiologia e no tratamento das principais causas de morbilidades e mortalidade,
compreendendo, no âmbito geral, uma avaliação do indivíduo a nível clínico,
social, nutricional, físico, composição corporal.7
De entre várias patologias consideradas condicionantes negativas que se podiam
enumerar, no presente estudo interessa o excesso de peso e a obesidade.
A obesidade pode ser definida como uma doença crónica, com enorme
prevalência nos países desenvolvidos, atingindo homens e mulheres de todas as
etnias e idades, em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir
graus capazes de afectar a saúde7-11, reduzindo a qualidade e o tempo de
vida.8,12-14
Segundo a OMS, estima-se que em 2010 na Europa, 150 milhões de adultos e 15
milhões de crianças e adolescentes serão obesos, representando 20% e 10%
desses universos populacionais respectivamente. 8,9,12 Em Portugal, o cenário é
semelhante. Dados de 2003-2005 revelam que 38.6% da população com idade
compreendida entre os 18 e os 64 anos tem excesso de peso e 13,8% obesidade,
ou seja 52,4% da população portuguesa apresenta sobrecarga ponderal.13
A obesidade pode ser classificada, segundo a sua localização, em andróide ou
ginóide. A obesidade andróide, abdominal ou visceral caracteriza-se pela
acumulação do tecido adiposo sobretudo na zona abdominal. Está associada a
doenças metabólicas, como a DM2, dislipidemia e DCV, como a hipertensão
arterial, a doença coronária e a doença vascular cerebral, 15-21 conduzindo deste
4 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
modo a uma reduzida esperança de vida.22 A associação da obesidade a estas
doenças está dependente da gordura intra-abdominal e não da gordura total do
corpo.12,16,21 A obesidade tipo ginóide, é mais comum entre o sexo feminino e
caracteriza-se pela distribuição da gordura, na região glútea e coxas.12
O excesso de gordura resulta de sucessivos balanços energéticos positivos, em
que a quantidade de energia ingerida é superior à quantidade de energia
dispendida. Os factores que determinam este desequilíbrio são complexos e
podem ter origem genética, metabólica, ambiental e comportamental.12,23Uma
dieta hiperenergética, com excesso de gorduras, de hidratos de carbono e de
álcool, aliada a uma vida sedentária, leva à acumulação de excesso de massa
gorda.12
Neste âmbito, a avaliação da composição corporal tem um papel relevante e
indiscutível em acções e temáticas aliadas à promoção da saúde e treino físico-
desportivo24, como sejam a relação entre o estado de saúde e a quantidade e
distribuição da MG pelo corpo, o desenvolvimento de DCV e os seus factores
predisponentes, a composição corporal ao longo da vida do indivíduo e a
associação com um plano alimentar aplicado em conjunto com a prescrição de EF
e posterior avaliação do resultado destas junções.25
Este assunto reveste-se de maior importância quando vários estudos revelam que
indivíduos com DM, estão mais predispostos para a acumulação de gordura,
devido possivelmente a características associadas à deficiência como a
hiperfagia, inactividade física, metabolismo basal baixo ou mesmo características
genéticas. 26-30
Assim, a composição corporal pode ser avaliada recorrendo a métodos directos
(ex.: dissecação física ou físico-química de cadáveres), indirectos (ex.: DEXA),
ou duplamente indirectos (ex.: antropometria, BIA). Porém, não existe uma
5 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
metodologia ideal, dependendo dos objectivos da investigação e da população em
questão.31,32
O IMC, expresso como a massa em KG dividida pela altura em metros ao
quadrado, geralmente pode ser aceite e utilizado como uma medida válida e de
confiança na condução de estudos relacionados com a avaliação da MG
relativa.33-36
A Tabela 1. apresenta a classificação internacional para valores de IMC, segundo
a OMS.
IMC (kg/m2)
Classificação Principais pontos de corte Pontos de corte adicionais
Baixo peso <18.50 <18.50
Magreza severa <16.00 <16.00
Magreza moderada 16.00 - 16.99 16.00 - 16.99
Magreza média 17.00 - 18.49 17.00 - 18.49
Peso normal 18.50 - 24.9918.50 - 22.99
23.00 - 24.99Excesso de peso ≥25.00 ≥25.00
Pré-obesidade 25.00 - 29.99 25.00 - 27.49
27.50 - 29.99
Obesidade ≥30.00 ≥30.00
Obesidade grau I 30.00 - 34-99 30.00 - 32.49
32.50 - 34.99
Obesidade grau II 35.00 - 39.99 35.00 - 37.49
37.50 - 39.99
Obesidade grau III ≥40.00 ≥40.00
Source: Adapted from WHO, 1995, WHO, 2000 and WHO 2004.
Atendendo a que o IMC não diferencia tecido muscular de tecido adiposo, e não
avalia directamente os diferentes componentes corporais, em certos casos, pode
induzir em erro a classificação de pessoas que, por exemplo, apresentam um
desenvolvimento muscular muito significativo.38 Portanto, é importante considerar
alternativas e realizar outras avaliações que consubstanciem uma análise mais
rigorosa do nível de adiposidade, evitando imprecisões.
Tabela 1. Classificação internacional para valores de IMC. Fonte: Adaptado de OMS, 200037 e OMS, 20079
6 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
Na literatura não existem evidências substanciais que corroborem a orientação
para um método particular de análise da MG estimando o nível de obesidade com
rigor. Os vários métodos de avaliação da MG correlacionam-se entre si, e o custo
adicional de uma análise mais precisa pode não ser justificativa em muitas
circunstâncias.
Equações preditivas validadas que incluam várias medidas antropométricas,
juntamente com variáveis demográficas, podem constituir um método prático e
económico na avaliação da quantidade de MG, como é o caso do perímetro
abdominal que pode fornecer dados de confiança no que se refere à adiposidade
abdominal.39,40
A BIA parece ser, igualmente, um método fiável de avaliação da MG41,42, já que Z
varia de acordo com o tecido corporal medido, sendo a MM um bom condutor da
corrente eléctrica, devido à sua alta concentração em água e electrólitos e, por
outro lado, a MG um mau condutor de energia.36 Logo, quanto maior o teor de
adiposidade, maior será o valor de Z.
Em populações jovens, a utilização da BIA é uma medida útil de avaliação da
composição corporal.43 As PAS peitoral, abdominal e crural podem também ser
utilizadas na avaliação desses indivíduos, devido à maior facilidade e rapidez na
obtenção dessas medidas.44 Apesar de existirem evidências que apontam
inconsistências entre os dados obtidos através das medições das PAS e através
da análise por BIA45, de entre os diferentes métodos disponíveis para análise da
MG, a maioria das escolas e instituições, utilizam a BIA com indivíduos portadores
de DM e/ou deficiência motora.46
Tal como entre a população em geral, um mau estado nutricional pode ser um dos
principais aspectos a considerar no desenvolvimento de co-morbilidades em
indivíduos com deficiência.47,48
7 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
Dados obtidos numa pesquisa sobre os valores de PC num universo de 282
pessoas com DM, na costa oeste da Noruega, demonstraram que os que
expressavam maior deficit intelectual tendiam a ter o peso inferior ao idealmente
recomendado, enquanto que os que manifestavam DM moderada, apresentavam
obesidade.49 Sanchez-Lastres et al apontam também como factores relevantes do
estado nutricional de jovens com DM em Espanha, o deficit na sua capacidade
intelectual e a idade dos seus progenitores.50,51
Um outro estudo incidindo na caracterização quanto à composição corporal,
realizado em 2006 com 104 indivíduos portugueses com Síndrome de Down, com
idades compreendidas entre os 18 e 47 anos, revelou, segundo os valores de
IMC, prevalência de excesso de peso e obesidade em mais de 60% da população
amostral, em ambos os sexos. Por outro lado o sexo feminino, no que se refere à
componente da MG, superou os valores médios expressos pelo sexo masculino,
os quais apresentaram percentagens de MIG superior ao sexo oposto.10
1.3. EF
1.3.1. DEFINIÇÃO E METABOLISMO ENERGÉTICO
Contextualizando, o EF na sua essência difere da simples actividade física pelo
facto de requerer um planeamento, uma estruturação, de modo a que o
organismo se adapte progressivamente às mudanças tanto a nível funcional como
morfológico.52
O EF compreende a realização de contracções musculares, que, tal como
qualquer processo biológico, necessitam de energia para ocorrer. Esta é obtida a
partir da decomposição de moléculas de fontes energéticas como os hidratos de
carbono, as proteínas, e os lípidos.38 As moléculas altamente energéticas,
derivadas do metabolismo dos macronutrientes referidos, a saber,
8 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
monossacarídeos, aminoácidos e ácidos gordos, respectivamente, são
convertidas em ATP para que possam ser aproveitadas na realização de acções
como a contracção muscular. O ATP é o exemplo de molécula energética por
excelência já que é usada por todas as células38, sendo a fonte química
energética directamente disponível. É formado por adenosina e por uma cadeia
de três grupos de fosfatos, sendo que a última destas ligações tem um grande
potencial energético e quando se rompe liberta uma grande quantidade de
energia (conversão em ADP).52-54
Durante um período de esforço físico é necessária uma maior disponibilidade de
energia por unidade de tempo38,54 porém, a célula muscular contém apenas uma
pequena quantidade de ATP, esgotando-se rapidamente e não permitindo mais
do que trabalhos musculares de elevada intensidade com curta duração, como
por exemplo um sprint de 10 a 20 metros.54 No entanto o ATP é continuamente
produzido, estimando que, em média, diariamente, este é decomposto e
regenerado 5000 vezes através de fontes energéticas armazenadas.38,54
Assim, e atendendo a que o músculo esquelético consome muita energia e tem
uma reserva muito limitada de ATP, surge um outro composto, a CF, que permite
repor rapidamente a concentração intracelular de ATP. Numa reacção catalisada
pela enzima CQ citosólica, a CF cede um grupo fosfato ao ADP para formar
novamente o ATP. Essencialmente, é uma reacção muito simples e que permite
que o ATP decomposto na contracção muscular seja ressintetizado de forma
rápida e em grande quantidade, não requerendo a presença de oxigénio.29-31
Infelizmente, tal como acontece com o ATP, e apesar do potencial de
regeneração ser grande, a quantidade de CF também é limitada38,54, permitindo,
igualmente, apenas a realização de EF de elevada intensidade durante um curto
período de tempo (10 a 20 segundos), como por exemplo em desportos de força e
9 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
explosivos, por exemplo o sprint de 100 metros.54 Esta via é denominada
anaeróbia aláctica, pois não precisa de oxigénio e não produz ácido láctico.
Outras formas possíveis de reconstituição do ATP, para além da referida
desfosforilação da CF, são a glicólise anaeróbia láctica e a oxidação aeróbica da
glicose e de ácidos gordos.38,53
Com intensidades elevadas (não máximas) e prolongadas entre 3 e 4 minutos, o
ATP também tem de ser produzido com rapidez.53 Contudo a quantidade de
oxigénio é muito limitada e não viabiliza a oxidação. Para tal, requer um
metabolismo baseado na degradação do glicogénio armazenado no músculo e da
glicose que circula no sangue, a qual entrará no músculo durante o exercício
através de uma proteína celular de transporte, e em última instância, da
degradação das reservas de glicogénio no fígado.38 Para a oxidação da glicose é
imprescindível a presença de 2 coenzimas NAD+ que são convertidas em NADH.
Importa realçar que apesar de serem necessárias 2 moléculas de ATP por cada
uma de glicose para iniciar esta via, são produzidas 4, gerando deste modo um
equilíbrio energético positivo de 2 moléculas de ATP.52,53
Este processo é a chamada glicólise anaeróbia láctica. O piruvato, um produto
resultante desta via energética, é a partir daqui, dependendo do tipo de EF
(aeróbio ou anaeróbio), oxidado na própria célula em ácido láctico (moderada a
elevada intensidade: > 60% FCmáx), ou exportado para oxidação noutras células
de fibras musculares (estriadas ou lisas) ou reconvertido em glicose no fígado
(intensidade baixa: < 60% FCmáx).52-54 Por seu turno, os iões de hidrogénio
resultantes destas reacções, são utilizados na oxidação aeróbia na mitocôndria.54
Este sistema energético entra em acção logo a seguir ao anaeróbio aláctico, e
expressa o seu contributo energético pleno ao fim de 45 segundos a 1 minuto.53
10 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
Um exemplo de EF durante o qual este sistema é requisitado pode ser a corrida
de 400 metros.
Tem um período curto de fornecimento de energia, pois o ácido láctico a partir da
acumulação de determinados níveis influencia a contracção muscular, causando
mesmo a fadiga muscular.52 Isto acontece não porque as reacções ocorrem em
anaerobiose, mas sim porque a taxa glicolítica excede a taxa da fosforilação
oxidativa mitocondrial.38,52 Neste ponto recomenda-se um descanso activo a fim
de se remover o ácido láctico.
Um terceiro sistema energético utilizado no desempenho muscular é o trabalho
aeróbio, durante o qual o oxigénio tem a função de preservar a homeostase
celular, evitando a formação de ácidos. A energia que precisamos para as nossas
actividades habituais diárias (ex. dormir, andar, trabalhar) são obtidas pela via
aeróbia.52 Nesta via metabólica, as reacções que convertem a glicose em ATP
são o ciclo de Krebs e a cadeia de transporte de electrões. O conjunto destas
reacções denomina-se fosforilação oxidativa.38,52
Este sistema energético apesar de produzir ATP de forma contínua, tem um
senão que é o facto de ser um processo mais elaborado e daí muito mais lento.55
Depreende-se então que a intensidade e a duração do trabalho muscular, neste
caso, será diferente da dos processos metabólicos anteriormente demonstrados.
Logo, o processo oxidativo será utilizado em desempenhos musculares com baixa
intensidade e de longa duração, como por exemplo a prática de aeróbica, jogging,
marcha, ciclismo, entre outros. Inicia-se com o piruvato resultante da glicólise
anaeróbia, e agora em condições aeróbias, degrada-se uma molécula
importantíssima denominada acetil CoenzimaA, a qual possui na sua estrutura 2
carbonos. Esta é o combustível utilizado pelas mitocôndrias para produzir energia,
podendo resultar do metabolismo lipídico, glicídico ou proteico.52 O produto final
11 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
do Ciclo de Krebs são 2 moléculas de CO2 (depois eliminado pela respiração),
gerando igualmente 1 molécula altamente energética de fosfato, o GTP.38,54
Produz-se igualmente 1 molécula de FADH2 e 3 de NADH, as quais cedem os
seus electrões de hidrogénio à cadeia de transporte de electrões, caso contrário a
célula ficaria com um meio ácido. Basicamente este último processo compreende
reacções de oxidação e redução em simultâneo, com produção de moléculas de
água.52,54
Cada via de fornecimento energético é requisitada por diferentes tipos de fibras
musculares dependendo do trabalho muscular. As fibras tipo I são
caracteristicamente ricas em capilares, mitocôndrias e mioglobina, o que permite
sustentar um trabalho muscular aeróbio já que consegue transportar mais
oxigénio às células. Por outro lado, as fibras tipo II, subdivididas em três grupos,
as tipo IIa, IIx e as IIb. As fibras musculares tipo IIa estão mais predispostas a
trabalhos aeróbios como as tipo I. As tipo IIx, possuindo menos mitocôndrias e
mioglobina, aguentam movimentos explosivos de curta duração sem provocar dor.
Por seu turno, as tipo IIb não possuem muitas mitocôndrias e mioglobina, sendo
mobilizadas apenas para trabalhos anaeróbios.52
Caso em algum momento a oxidação aeróbica não consiga suprir as
necessidades energéticas, a via glicolítica continua activa através da produção de
glicose por glicogenólise e neoglicogénese no fígado.54
Estamos perante um ciclo de reacções segundo as quais se vai gastando e
repondo a energia gasta, de modo a não comprometer o normal funcionamento
do organismo.
Em forma de conclusão, pode dizer-se que o exercício anaeróbio baseia-se na
prática de EF segundo intensidades substanciais (>60% FCmáx) e de curta
duração, como é o treino da força e EF com movimentos explosivos. Pode ser
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realizado com carga (ex: halteres, aparelhos)56 ou sem carga (ex: corridas de
velocidade). Por seu turno o exercício aeróbio cifra-se por intensidades baixas a
moderadas e duração superior a 10 minutos, com movimentos ritmados, repetidos
e contínuos, como por exemplo caminhadas, corrida, ciclismo e natação, entre
outros.57
Tanto o exercício aeróbio como o anaeróbio, se for bem planeado e organizado,
produzirá adaptações específicas e modificações fisiológicas como a melhoria da
condição física ao nível músculo-esquelético, entre outras.57,58,59 Assistiremos a
adaptações metabólicas como o aumento do tamanho e numero das mitocôndrias
musculares, assim como das enzimas oxidativas que possuem no seu interior.
Também se verifica um aumento das reservas energéticas como por exemplo um
aumento do glicogénio muscular. Também se assiste a uma maior tolerância ao
lactato, o que permite desta forma sustentar um trabalho muscular aeróbio com
intensidades mais elevadas.38,52
1.3.2. EF E SEUS EFEITOS
Que a prática de EF é benéfica para a saúde, é uma afirmação indubitável, até
porque, hoje em dia, as principais razões pelas quais grande parte das pessoas
praticam EF prendem-se com a saúde, seja de carácter preventivo, manutenção
ou como adjuvante no tratamento de doenças crónicas, visando como objectivos
últimos a melhoria da qualidade de vida e aumento da longevidade.60,61
O EF desempenha um papel preponderante no crescimento e desenvolvimento
harmonizado nas crianças e jovens, já que propicia as condições adequadas para
o controle do PC, contrariando o sedentarismo e a obesidade.62-66 Pese embora o
facto de não existir uma fórmula mágica de prescrição de EF para prevenir o
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ganho de peso67-69, vários estudos sugerem que a prática de EF parece ter um
efeito benéfico na redução do risco de mortalidade cardiovascular.63,68-71
Se o EF for realizado segundo uma estrutura, frequência e período de treino
adequados, é de supor que ocorra uma melhoria da condição física e da
capacidade cardiorrespiratória.57
A prática de EF influencia a composição corporal do indivíduo, na medida em que
estudos demonstram que praticantes de EF apresentam percentagens de MM
superiores às de pessoas sedentárias.72,73
Uma questão pertinente e que importa referenciar, prende-se com o facto de
indivíduos com diferentes valores de PC expressarem também respostas distintas
para o mesmo EF, ou seja, conclui-se que o PC influencia os efeitos que podem
advir da prática de EF.38 Porém, Lakka e Bouchard sugerem mesmo, que o EF
por si só é capaz de produzir redução nos valores do PC e da MG, sem
necessidade de restrição energética alimentar em indivíduos com excesso de
peso.74
Num programa de EF com o objectivo de controle do PC e MG, para além de ter
em conta as variáveis básicas da sua prescrição (intensidade, duração, tipo de
EF) deve iniciar-se com exercícios aeróbios de forma regular, considerando
igualmente a complementaridade com o trabalho de força muscular.75
Aconselha-se que o incremento do EF seja primeiro ao nível do volume e, apenas
posteriormente, da intensidade, o que se traduzirá num maior gasto energético e
consequentemente num ligeiro aumento da MM. Desta forma, conjuntamente, a
TMB também se elevará. Porém o seu efeito ao nível do gasto energético é
modesto. Aquando da prescrição de um programa de EF importa ter sempre em
mente que o interesse recai somente no gasto energético resultante do EF
propriamente dito, e não no gasto energético total (EF+TMB), senão, e
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imaginando que se pretende que ocorra perda da MG, é necessário considerar
que o indivíduo despenderia a mesma quantidade de energia quer praticasse ou
não EF.38
Actualmente, um tema de discussão pertinente prende-se com a intensidade do
EF aeróbio. Enquanto estudos sugerem que desde que o gasto energético com o
programa de treino aeróbio seja suficiente, a intensidade não é um factor crucial
permitindo assim obter benefícios a nível metabólico quer se treine com
intensidades baixas ou mais elevadas19,76,77, outros apontam para o contrário.71,72
A questão essencial num programa para perda de MG e PC é alcançar, a partir do
EF, um balanço energético negativo ajustado.38,74
Em 2001, Poirier e Després sugeriram que o desequilíbrio energético positivo
pode ser contrariado com cargas modestas de EF, como por exemplo caminhar
entre 30 a 45 minutos todos os dias.58 Todavia, importa considerar que um
indivíduo sedentário não expressará a mesma resposta ao EF como um outro que
seja activo. Isto quer dizer que uma pessoa que não pratique qualquer tipo de EF,
necessita de maior volume de trabalho para perder a mesma quantidade de MG
propriamente dita, em comparação com uma outra activa, pois tal como foi
descrito anteriormente, o organismo inicialmente passa por um processo de
adaptação ao EF com vista à obtenção de melhores resultados e mais
rapidamente.57,78 Se o objectivo se relacionar intimamente com questões ligadas
ao PC, Saris et al , de acordo com fortes evidências, julgam ser necessários 60 a
90 minutos de EF moderado para prevenir novo ganho de PC em indivíduos
obesos.78
Presentemente, recomenda-se que se despenda pelo menos 1000 Kcal/semana
praticando EF com intensidades moderadas, o que pode ser alcançado apenas
com a prática de EF, 3 sessões/semana, durante 30 minutos (ex: caminhar 30
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minutos/dia) ou, idealmente, todos os dias.9,19 Contudo, o cenário ideal seria um
gasto semanal, praticando EF de moderada intensidade, entre 2000 Kcal/semana
e 3500 Kcal/semana, não ultrapassando esta barreira devido ao provável
desequilíbrio da relação benefícios/malefícios podendo originar riscos para a
saúde.79
Para que os efeitos conseguidos a partir da prática de EF perdurem no tempo, é
necessário que se siga um programa de treino de forma continuada, usufruindo
desta forma de benefícios complementares. Caso contrário, assistir-se-á à perda
das adaptações alcançadas com o EF.19,71
Pelo exposto podemos inferir o grau de beneficiação do EF em questões
relacionadas com a saúde, com importância acrescida para o tipo de população
em estudo.80
1.3.3. EF E DM
A literatura existente relacionando o EF e a DM é escassa. Contudo existem
fortes evidências que sugerem que os indivíduos com DM geralmente vivem
segundo um estilo de vida sedentário81-85 a não ser que seja provido algum apoio
ou encorajamento, por parte da família, organizações sociais, amigos.86,87 Esta
população apenas necessita de ter educação nesta temática, demonstrando e
ensinando a fazer, como, por exemplo, usar o equipamento de treino, seguir um
caminho seguro numa corrida, entre outros.88,89 Acima de tudo, o importante é
criar o sentimento de responsabilidade que os conduza à autonomia,
possibilitando a tomada de responsabilidade própria na melhoria da sua qualidade
de vida.90 Desta forma, sentir-se-ão mais motivados para seguir uma prática
regular de EF, já que se sentem perfeitamente capazes de tal. Urge a existência
de um programa de hábitos saudáveis dirigido a este grupo populacional, pois
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apresentam características muito peculiares e distintas da população em geral,
como seja em primeira instância, a sua limitação intelectual.85,91,92 Os dados
recolhidos num estudo realizado nos Estados Unidos, no qual 192 adultos com
DM, excesso de peso e obesos, participaram num programa de promoção da
saúde, demonstraram resultados muito relevantes ao nível da redução dos
valores de IMC, o que sugere que para além da educação alimentar, a prática de
EF é, sem margem de dúvida, uma aposta positiva a considerar nestas
questões.93 Robertson et al argumentam mesmo que a prática de EF, de
intensidade moderada a vigorosa, nesta população, parece ser a forma mais
efectiva de produzir melhorias na sua saúde.30
Se pensarmos bem, as consequências negativas que advêm de problemas de
saúde são os mesmos que na população em geral. Acrescem os cuidados
médicos, a impossibilidade de trabalhar, a mortalidade precoce, e não menos
importante, os efeitos emocionais e sociais.85,94-97
No presente, a preocupação com a saúde e com as pessoas com deficiência está
a aumentar, cenário comprovado pelas iniciativas que estão a ser tomadas por
parte de vários países, especificamente para este segmento populacional. Porém,
deparámo-nos com a escassez de dados referentes a esta população no que se
refere aos padrões de prática de EF.85,89
É de conhecimento geral que as pessoas com deficiência tendem a apresentar
maior incidência de morbilidades e mortalidade quando comparadas com a
população em geral.91,96-99 Partindo deste conhecimento, podemos inferir a
importância acrescida do EF. Porém, tal como referido anteriormente, o
sedentarismo prevalece, assim como na população sem deficiência.100,101
Investigações realizadas indicam que os indivíduos com este tipo de deficiência,
de um modo geral, apresentam uma capacidade cardiovascular mais fraca do que
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a apresentada pela população em geral. Porém, em termos de efeitos do EF, as
respostas fisiológicas e metabólicas expressas são muito semelhantes.102,103
Estudos sugerem que um programa de EF com intensidades moderadas pode
provocar melhorias a nível cardiorrespiratório104,105 e na composição corporal,
como por exemplo perda de MG.104-107
Temple, Frey e Stanish efectuaram, em 2006, uma revisão bibliográfica sobre os
estudos realizados referentes aos hábitos de EF na DM, segundo a qual
concluíram, a partir das investigações mais rigorosas, que menos de um terço dos
indivíduos inquiridos praticavam EF de acordo com as recomendações
preconizadas para obter benefícios na saúde. Todavia apontaram também que os
dados eram insuficientes para se fazer uma comparação com a restante
população.108
Por seu turno, os resultados de um estudo realizado com adolescentes
irlandeses, do sexo masculino, com DM moderada, demonstraram que a maioria
dos indivíduos não seguiam as recomendações internacionais de prática de EF
com intensidades moderadas (50 a 70% FCmáx) pelo menos 30 minutos ou mais,
na maioria dos dias da semana.81 Outros estudos demonstraram resultados
similares, atendendo inclusive à prática de EF durante os seus tempos livres.83,108
Estes dados podem também ser corroborados por um outro estudo recentemente
conduzido no Reino Unido, com 131 indivíduos adultos com DM moderada, tendo
como objectivo indagar sobre os padrões de prática de EF, através da utilização
do pedómetro para a monitorização dos passos dados durante todos os dias da
semana. Os resultados obtidos revelaram igualmente que os valores médios de
prática de EF eram insuficientes para conquistar benefícios ao nível da saúde.109
Outra investigação aponta, inclusive, que as alturas mais críticas de inactividade
física são a noite e os fins de semana.110
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2. OBJECTIVOS
2.1. OBJECTIVO GERAL
• Analisar o estado nutricional de jovens adultos com DM moderada3, com
excesso de peso ou obesidade, através da avaliação da composição
corporal, após serem submetidos a um programa de prática de EF com
intensidade moderada, por um período de quatro meses (Novembro a
Março).
2.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
• Investigar a associação da prática de EF com o PC.
• Investigar a associação da prática de EF com o perímetro abdominal.
• Investigar a relação entre a prática de EF e a composição corporal.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. AMOSTRA
Fizeram parte deste estudo 18 utentes (11 do sexo feminino e 7 do sexo
masculino) da A.P.P.A.C.D.M. de Viana do Castelo com idades compreendidas
entre 20 e 40 anos, deficientes mentais moderados, que não apresentavam
problemas de saúde susceptíveis de alterar os valores da composição corporal,
eram sedentários e expressavam um IMC superior a 25 Kg/m2.
3.2. TIPO DE ESTUDO
Tratou-se de um estudo do tipo caso-controlo, sendo que aleatoriamente, foram
distribuídos por 2 grupos (Tabela 2.):
19 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
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• Grupo caso (de agora em diante referido como GEF):
o Submetido a um programa de EF durante 4 meses, com
intensidades progressivas (de acordo com a capacidade
cardiorrespiratória de cada um)
• Grupo controlo (de agora em diante referido como GNEF):
o Não fez nenhum EF programado.
Grupos GEF GNEF
Sexo Feminino Masculino Feminino Masculino
N 6 3 5 4
Total 9 9
Tabela 2. Caracterização da totalidade da amostra por sexo e grupos de estudo.
3.3. CRITÉRIOS ÉTICOS
Todos os procedimentos apropriados foram adoptados para que os utentes
consentissem a sua participação voluntária no estudo.
Após explicação prévia sobre as características do programa, os pais ou
responsáveis assinaram um termo de consentimento para que eles pudessem
participar, assim como foi autorizada a publicação dos dados obtidos durante a
intervenção. Todos os procedimentos das áreas envolvidas no programa foram
desenvolvidos com base em preceitos éticos, morais e fisiológicos, garantindo e
preservando a integridade física e psíquica dos indivíduos participantes do
estudo.
3.4. MÉTODOS
3.4.1. COMPOSIÇÃO CORPORAL
Segundo o protocolo de Harrison et al. 111 foram avaliadas as seguintes medidas
antropométricas, todas no mesmo dia, na parte da manhã, admitindo para estudo
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a média de três medições:
• PC (Kg); ALT (cm); IMC(Kg/m2); Perímetro abdominal (cm); PAS (mm):
� Sexo feminino: Tricipital, Supra-Ilíaca e Crural;
� Sexo masculino: Peitoral, Abdominal e Crural;
• Avaliação dos compartimentos corporais:
� BIA
� Cálculo da estimativa da DC utilizando as equações do somatório de
três PAS desenvolvidas por Jackson et al44
i. Homens de 18 a 61 anos de idade
ii.
iii. Mulheres de 18 a 55 anos de idade
iv.
� Conversão da DC em percentagem de MG, utilizando a fórmula
proposta por Siri112,113:
Idade (anos) Homens Mulheres
07-08 (538/D) – 497 (543/D) – 503
09-10 (530/D) – 489 (535/D) – 495
11-12 (523/D) – 481 (525/D) – 484
13-14 (507/D) – 464 (512/D) – 469
15-16 (503/D) – 459 (507/D) – 464
17-19 (498/D) – 453 (505/D) – 462
20-50 (495/D) – 450 (503/D) – 459
Tabela 3. Correcção de constantes para a fórmula de Siri112
Fonte: Adaptado de Lohman,1986113
� Cálculo dos Kg de MG = Peso x %MG
� Percentagem de MIG = 100 - %MG
� Kg MIG = Peso x %MIG
DC = 1,10938 – 0,0008267 (torácica + abdominal + crural) + 0,0000016 (peitoral + abdominal + crural)2 – 0,0002574 (idade em anos)
DC = 1,0994921 – 0,0009929 (tríceps + supra-ilíaca + crural) + 0,0000023 (tríceps + supra-ilíaca + crural)2 – 0,0001392 (idade em anos)
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3.5. MATERIAL
• Avaliação do PC
Material: balança, modelo Seca 770, com capacidade até 200 Kg e graduação de
100g.
Protocolo: Avaliado com o mínimo de roupa possível e sem calçado, em pé e de
costas para a escala da balança, com o afastamento lateral dos pés, erecto, com
o peso do corpo distribuído igualmente entre os pés e como olhar em um ponto
fixo a sua frente.
• ALT
Material: Estadiómetro marca SECA, modelo 214, de metal, com escala de
medição de 20 a 207 cm e com graduação de 0,1 cm.
Protocolo: Avaliado em pé e de costas para o estadiómetro, descalço, com os pés
unidos e paralelos encostados na parede. Descer a haste do estadiómetro até
encostá-la na cabeça do avaliado. Determinar a medida correspondente à
distância entre a região plantar e o vértex, estando o avaliado com a cabeça
orientada no plano de Frankfurt paralelo ao solo.
• BIA
Material: Aparelho de BIA manual marca Omron.
Protocolo: O avaliador deve inserir alguns dados do avaliado no equipamento
antes da medição como: ALT (cm); PC (kg); Idade; Sexo (M/ F).
Logo após a inserção desses dados o avaliador entrega o equipamento ao
avaliado que o segura com os braços estendidos e paralelos ao chão. Após o
avaliador carregar no botão “Start” do equipamento, é informado a percentagem
de MG do avaliado.
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• PAS e perímetro abdominal
Material: Adipómetro de marca Jamar, com graduação de 1 mm, caneta para
marcar o local a medir, e fita métrica com graduação até 150 cm.
Protocolo: Realizar a marcação das PAS antes da medição das mesmas. Realizar
as medidas três vezes para cada prega de adiposidade subcutânea, em circuito
obedecendo à sequência da primeira medição, a menos que o avaliador repita o
valor medido anteriormente. A medida das PAS é realizada do lado direito do
corpo do avaliado (Anexo 1.).
3.6. AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES E NECESSIDADES ENERGÉTICAS DIÁRIAS
Foi determinada a ingestão nutricional média, para cada utente, antes e após o
programa de treino, utilizando para tal o inquérito das 24 horas anteriores,
referente a um dia da semana e outro a um dia do fim-de-semana. Isto deve-se ao
facto de que alguns dos indivíduos à semana estão num lar residencial da
Associação e ao fim de semana vão para as suas casas.
Importa referir que atendendo às capacidades intelectuais dos utentes, foi pedido
aos pais e/ou responsáveis que realizassem o inquérito.
Igualmente, e de modo a minimizar os efeitos possíveis no PC, os pais e
responsáveis foram aconselhados a manterem inalteráveis os hábitos alimentares
dos utentes.
Estes dados foram analisados no software Food Processor V.8, convertendo os
alimentos em VET, e macronutrientes. Realizou-se o cálculo das necessidades
energéticas através das fórmulas Metropolitan Life Insurance Company e da
fórmula de Butheau:
• 50+0,75[altura (cm)-150]+0,8[altura (cm)-100+idade(anos)/2], sendo que a
idade é constante a partir dos 45 anos e no caso do sexo feminino subtrai-se
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5% ao valor encontrado. Após este cálculo, recorreu-se à seguinte fórmula:
Peso de referência (kg) x FA, sendo que o FA é um factor que tem em conta o
metabolismo basal, a acção dinâmico específica e a actividade:
3.7. ESTRUTURA DO PROGRAMA DE EF
As sessões de EF foram realizadas três vezes por semana, com duração de 60
minutos, no ginásio da estrutura e/ou ao ar livre.
A sessão era estruturada compreendendo exercícios de aquecimento (5 a
minutos), actividade aeróbia (30 minutos), exercícios localizados (20 minutos) e
retorno à calma (5 minutos).
O treino aeróbio, compreendendo propostas como caminhar, correr, dançar,
desenvolveu-se visando a adaptação progressiva do indivíduo ao exercício:
Mês Intensidade (% FCmáx) Novembro 2007 45 a 55
Dezembro 2007 50 a 60
Janeiro 2007 55 a 70
Fevereiro 2007 60 a 75
Tabela 4. Intensidades do programa de treino realizado
A fim de garantir o controlo da intensidade do exercício, a frequência cardíaca de
todos os participantes era mensurada em repouso, a cada 15 minutos de
exercício aeróbio, e no período de recuperação do mesmo, utilizando-se para isso
o monitor de frequência cardíaca da marca Polar.
Os exercícios localizados tinham a finalidade de aprimorar a resistência muscular
localizada dos grupos musculares abdominais e dorsais, sendo que eram
realizadas três séries de 20 repetições de cinco diferentes tipos de exercícios, não
tendo sido avaliados os efeitos isolados dos mesmos
Acamados Sedentária Moderada Violenta 30Kcal/Kg/dia 35Kcal/Kg/dia 40 a 45 Kcal/Kg/dia 50 Kcal/Kg/dia
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4. TRATAMENTO ESTATÍSTICO
O objectivo fundamental deste estudo foi investigar o impacto do EF no estado
nutricional. Após a recolha dos dados procedeu-se ao seu tratamento em
computador com ajuda de software específico para o efeito (programas: Excel XP,
SPSS 15.0 for Windows).
Foi utilizada a estatística descritiva para o cálculo da média e desvio padrão de
todas as variáveis. Também se recorreu à estatística não paramétrica para testar
o grau de significância das diferenças entre duas amostras emparelhadas,
utilizando o teste de Wilcoxon. O nível de significância mínimo para rejeição da
hipótese nula foi fixado em p<.01. Igualmente se recorreu ao coeficiente de
Spearman com o nível de significância mínimo para rejeição da hipótese nula
fixado em p<.05.
5. RESULTADOS
Atendendo à quantidade e diversidade de informação, os resultados são
apresentados contemplando os seguintes subcapítulos:
1. Composição Corporal;
2. Balanço energético.
A partir dos objectivos que orientaram o estudo, os resultados foram analisados
em função da participação no programa de prática de EF durante 4 meses.
5.1. COMPOSIÇÃO CORPORAL
As Tabelas que a seguir são apresentadas referem-se às medidas
antropométricas em função da participação no programa de EF e do sexo.
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GEF GNEF
Sexo Feminino Masculino Feminino Masculino
N 6 3 5 4
PC (Kg) 81,58 ± 13,30 79,16 ± 12,97 60,40 ± 15,40 67,00 ± 5,77
ALT (cm) 148,91 ± 10,05 155,28 ± 6,21 146 ± 11,06 156 ± 8,11
IMC (Kg/m2) 37,50 ± 9,19 30,02 ± 4,95 28,96 ± 2,72 27,60 ± 1,29
Perím. Abd. (cm) 101,07 ± 11,67 116,66 ± 14,22 90,60 ± 9,34 94,62 ± 4,34
PAS Tricipital (mm) 35,83 ± 5,87 Não avaliado 21,20 ± 3,63 Não avaliado
PAS Sp.- Ilíaca (mm) 36,16 ± 10,85 Não avaliado 23,60 ± 9,20 Não avaliado
PAS Crural (mm) 44,16 ± 8,32 38, 43 ± 4,02 37,80 ± 6,14 36,50 ± 6,19
PAS Peitoral (mm) Não avaliado 30,71 ± 6,79 Não avaliado 26,75 ± 6,23
PAS Abd. (mm) Não avaliado 34,00 ± 7,85 Não avaliado 29,00 ± 6,27
BIA 42,41 ± 5,71 23,68 ± 5,46 35,54 ± 8,41 20,72 ± 3,05
% MG 33,11 ± 6,49 26,78 ± 3,62 32,25 ± 6,15 27,14 ± 4,00
Kg MG 24,06 ± 9,88 19,61 ± 5,44 22,53 ± 8,33 20,21 ± 4,27
% MIG 54,79 ± 11,37 72,20 ± 4,00 59,52 ± 9,04 73,52 ± 7,28
Kg MIG 50,49 ± 6,41 52,60 ± 6,82 51,31 ± 6,46 51,31 ± 6,46
Tabela 5. Estatística descritiva, realizada com os dados recolhidos no inicio do estudo, das medidas antropométricas (PC, ALT, PAS, perímetro abdominal), IMC e compartimentos corporais, em função da participação no programa de EF e do sexo.
Pela análise da Tabela 5., verificamos que ambos os grupos apresentam valores
elevados de PC. Pela análise do IMC, pode observar-se a prevalência de excesso
de peso no GEF, e de obesidade entre os utentes do GEF. Porém, é de realçar
que, em ambos os grupos, podemos observar a tendência dos jovens do sexo
feminino em apresentar valores mais altos de IMC.
No que se refere ao perímetro abdominal, o GEF é o que apresenta níveis mais
elevados. O mesmo se passa nas restantes medidas, observando-se valores mais
altos no GEF, excepção feita à percentagem e Kg de MIG.
26 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
________________________Carla Rodrigues_________________________________
Peso IMC P.Abd. Tricip. Crural Ilíaca Abdm. Peitoral
Peso rs 1,000 ,983(**) ,799(**) ,800(**) ,881(**) ,589 ,717 ,890(**)
Sig.2-tailed ,000 ,000 ,003 ,000 ,057 ,070 ,007
IMC rs ,983(**) 1,000 ,810(**) ,669(*) ,887(**) ,636(*) ,778(*) ,937(**)
Sig.2-tailed ,000 ,000 ,024 ,000 ,035 ,039 ,002
P. Abd. rs ,799(**) ,810(**) 1,000 ,696(*) ,766(*) ,713(*) ,815(*) ,847(*)
Sig.2-tailed ,000 ,000 ,017 ,000 ,014 ,025 ,016
Tricip. rs ,800(**) ,669(*) ,696(*) 1,000 ,742(**) ,581 a) a)
Sig.2-tailed ,003 ,024 ,017 ,009 ,061
Crural rs ,881(**) ,887(**) ,766(**) ,742(**) 1,000 ,726(*) ,741 ,955(**)
Sig.2-tailed ,000 ,000 ,000 ,009 ,011 ,057 ,001
Ilíaca rs ,589 ,636(*) ,713(*) ,581 ,726(*) a) a) a)
Sig.2-tailed ,057 ,035 ,014 ,061 ,011
Abdm. rs ,717 ,778(*) ,815(*) a) ,741 . a) 1,000 ,767(*)
Sig.2-tailed ,070 ,039 ,025 ,057 ,044
Peitoralrs ,890(**) ,937(**) ,847(*) a) ,955(**) a) ,767(*) 1,000
Sig.2-tailed ,007 ,002 ,016 ,001 ,044
** Correlação é significante ao nível de 0.01 (2-tailed). * Correlação é significante ao nível de 0.05 (2-tailed). a) Não pode ser avaliada porque pelo menos uma das variáveis é constante
Tabela 6. Estatística não paramétrica das medidas antropométricas - Correlações de Spearman (coeficiente de correlação de Spearman - rs)
Através da análise da Tabela 6. pode observar-se que são várias as correlações
encontradas entre as variáveis. Isto demonstra que estão correlacionadas entre
si, ou seja, a variação de uma é acompanhada pela mudança de outra, como por
exemplo, entre o IMC e o PC.
Medidas Peso IMC P.Abd. TRIC CRURAL ILIACA ABDM PEITO BIOIMP MGE MIG MG
GEFTodos
pes2<pes1Todos imc2<imc1 Todos per2<per1 Todos tric2<tric1
Todos cox2<cox1
Todos ili2<ili1 Todos abd2<abd1 Todos pt2<pt1 Todos bio2<bio1 Todos mge2<mge1 Todos mig2<mig1 Todos mg2<mg1
GNEFpes2<pes1 = 1 pes2>pes1 = 6 pes2=pes1 = 2
imc2<imc1 = 1 imc2>imc1 = 6 imc2=imc1 = 2
per2<per1 = 1 per2>per1 = 6 per2=per1 = 2
tric2<tric1 = 2 tric2>tric1 = 1 tric2=tric1 = 2
cox2<cox1 = 1 cox2>cox1 = 7 cox2=cox1 = 1
ili2<ili1 = 3 ili2>ili1 = 2 ili2=ili1 = 0
abd2<abd1 = 0 abd2>abd1 = 3 abd2=abd1 = 1
pt2<pt1 = 1 pt2>pt1 = 2 pt2=pt1 = 1
bio2<bio1 = 1 bio2>bio1 = 8 bio2=bio1 = 0
mge2<mge1 = 1 mge2>mge1 = 5 mge2=mge1 = 3
mig2<mig1 = 9 mig2>mig1 = 0 mig2=mig1 = 0
mg2<mg1 = 1 mg2>mg1 = 7 mg2=mg1 = 1
Fem GEFTodos
pes2<pes1Todos imc2<imc1 Todos per2<per1 Todos tric2<tric1
Todos cox2<cox1
Todos ili2<ili1 Não avaliado Não avaliado Todos bio2<bio1 Todos mge2<mge1 Todos mig2<mig1 Todos mg2<mg1
Fem GNEFpes2<pes1 = 1 pes2>pes1 = 3 pes2=pes1 = 1
pes2<pes1 = 1 pes2>pes1 = 3 pes2=pes1 = 1
pes2<pes1 = 1 pes2>pes1 = 3 pes2=pes1 = 1
tric2<tric1 = 2 tric2>tric1 = 1 tric2=tric1 = 2
cox2<cox1 = 1 cox2>cox1 = 4 cox2=cox1 = 0
ili2<ili1 = 3 ili2>ili1 = 2 ili2=ili1 = 0 Não avaliado Não avaliado
bio2<bio1 = 1 bio2>bio1 = 4 bio2=bio1 = 0
mge2<mge1 = 1 mge2>mge1 = 2 mge2=mge1 = 2
mig2<mig1 = 5 mig2>mig1 = 0 mig2=mig1 = 0
mg2<mg1 = 4 mg2>mg1 = 1 mg2=mg1 = 0
Masc GEFTodos
pes2<pes1Todos imc2<imc1 Todos per2<per1 Não avaliado
Todos cox2<cox1 Não avaliado Todos abd2<abd1 Todos pt2<pt1 Todos bio2<bio1 Todos mge2<mge1 Todos mig2<mig1 Todos mg2<mg1
Masc GNEFpes2<pes1 = 0 pes2>pes1 = 3 pes2=pes1 = 1
pes2<pes1 = 0 pes2>pes1 = 3 pes2=pes1 = 1
pes2<pes1 = 0 pes2>pes1 = 3 pes2=pes1 = 1 Não avaliado
pes2<pes1 = 0 pes2>pes1 = 3 pes2=pes1 = 1 Não avaliado
pes2<pes1 = 0 pes2>pes1 = 3 pes2=pes1 = 1
pes2<pes1 =1 pes2>pes1 = 2 pes2=pes1 = 1
pes2<pes1 = 0 pes2>pes1 = 4 pes2=pes1 = 0
pes2<pes1 = 0 pes2>pes1 = 3 pes2=pes1 = 1
pes2<pes1 = 4 pes2>pes1 = 0 pes2=pes1 = 0
pes2<pes1 = 0 pes2>pes1 = 3 pes2=pes1 = 1
Gru
poS
exo
e E
F
Tabela 7. Estatística não paramétrica - Teste de Wilcoxon – para todas as medidas de acordo com a participação ou não no programa de EF e, sexo e EF.
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De acordo com a análise da Tabela 7. é possível observar que na sua globalidade
existem diferenças entre os valores da avaliação 1 (Novembro) e os valores
obtidos na avaliação 2 (Março). Entre grupos de EF conclui-se que o GEF
apresenta reduções enquanto que a maioria dos indivíduos do GNEF apresentam
elevação de valores em todas as variáveis excepto nas PAS tricipital, ilíaca e na
MIG.
Medidas PC IMC P.ABD. TRIC CRUR ILIACA ABDM PEITO BIOIMP MGE MIG MG
Gru
po GEF 0,007 0,008 0,008 n.s. 0,007 n.s n.s n.s. 0,008 0,008 0,008 0,008
GNEF n.s. n.s n.s n.s. n.s n.s n.s n.s. n.s. n.s. 0,008 n.s.
Sex
o e
EF
Fem GEF n.s. n.s n.s n.s. n.s n.s n.s n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.
Fem GNEF n.s. n.s n.s n.s. n.s n.s n.s n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.
Masc GEF n.s. n.s n.s n.s. n.s n.s n.s n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.
Masc GNEF n.s. n.s n.s n.s. n.s n.s n.s n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.
Tabela 8. Teste de Wilcoxon – significância 2-tailed (p<0,01) para todas as medidas de acordo com a participação ou não no programa de EF e, sexo e EF.
Aplicando o teste de significância de Wilcoxon, observamos que existem
diferenças significativas no GEF para as variáveis peso PC, IMC, perímetro
abdominal, PAS crural, BIA, MG, MIG e MG.
No que concerne à relação entre os valores obtidos através da antropometria e os
da BIA, confirma-se a sua forte correlação, tal como pode ser observado na
Tabela 9.
% MG1 % MG2 BIA1 BIA2 % MG1 rs 1 , 940(**) ,807(**) . 789 (**) Sig. (1-tailed) ,000 ,000 ,000% MG2 rs ,940(**) 1 ,788(**) .799 (**) Sig. (1-tailed) ,000 ,000 ,000BIA1 rs ,807(**) ,788(**) 1 .988 (**) Sig. (1-tailed) ,000 ,000 ,000BIA2 rs .789 (**) .799 (**) . 988(**) 1 Sig. (1-tailed) ,000 ,000 ,000
** Correlação é significativa ao nível de 0.01
Tabela 9. Correlação (coeficiente de correlação de Spearman - rs) entre a avaliação da MG através da antropometria e equação de regressão e, através da BIA
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• EFEITO DO EF NO PC
PC(Kg) Feminino MasculinoGEF GNEF GEF GNEF
Novembro 81,58 ± 13,30 60,40 ± 15,40 79,16 ± 12,97 67,00 ± 5,77 Março 80 ± 12 61 ± 6 75,66 ± 8,94 68,25 ± 4,57
Tabela 10. Estatística descritiva dos valores do PC nas duas avaliações realizadas durante a investigação.
Quando se comparam os valores do PC, como ilustra a Tabela 10., verifica-se
que ocorreu uma perda de peso no GEF. Contudo, esta foi mais relevante no
sexo masculino. Por outro lado, o GNEF sofreu um aumento, tanto no sexo
feminino como no masculino.
• EFEITO DO EF NA COMPOSIÇÃO CORPORAL
% MG Antropometria BIAGEF GNEF GEF GNEF
Novembro 28% 27% 31% 30%
Março 26% 28% 29% 31%
Tabela 11. Valores percentuais de MG recolhidos através da antropometria e da BIA, nas duas avaliações realizadas durante a investigação.
Relativamente às percentagens de MG, e suas alterações, pode observar-se que,
tal como ocorreu com o PC, o GEF diminuiu o seu teor de MG enquanto que o
GNEF sofreu um ligeiro aumento.
% MIG GEF GNEF Feminino Masculino Feminino Masculino
Novembro 54,79 ± 11,37 72,20 ± 4,00 59,52 ± 9,04 73,52 ± 7,28 Março 63,92 ± 9,82 74,45 ± 8,84 59,48 ± 9,04 71,32 ± 4,51
Tabela 12. Valores percentuais de MIG recolhidos nas duas avaliações realizadas durante a investigação.
No que concerne aos níveis de MIG, os indivíduos do sexo masculino, em ambos
os grupos, apresentam valores mais substanciais em relação às suas congéneres
do sexo feminino. Observando em termos de grupos de estudo, o GEF apresenta
um acréscimo na MIG, enquanto que o GNEF sofreu um leve declínio.
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• EFEITO DO EF NO PERÍMETRO ABDOMINAL
GEF GNEF
EF
-6,00
-4,00
-2,00
0,00
2,00
Var
iaçã
oPer
.Abdm
.
Gráfico I Variação dos valores do perímetro abdominal do GEF e do GNEF nas duas avaliações realizadas durante a investigação
Pela análise do Gráfico I constata-se que no GEF ocorreu bastante mudança,
com diminuição de perímetros na ordem dos 4 a 6 cm. Contudo no GNEF tal não
aconteceu, bem pelo contrário.
5.2. BALANÇO ENERGÉTICO
Quanto aos hábitos alimentares, identificados no início do estudo, observou-se
que, em média, os utentes, em ambos os grupos ingerem aproximadamente mais
500 kcal/dia do que as suas necessidades energéticas diárias, calculadas de
acordo com as fórmulas da Metropolitan Life Insurance Company e da fórmula de
Butheau, de acordo com o seu PC, ALT, sexo e idade, como se pode observar
nos Gráficos seguintes.
30 ________________________________________________O Impacto do Exercício Físico no Estado Nutricional______
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Gráfico II. Relação entre as necessidades Gráfico III. Relação entre as necessidades energéticas diárias e o VET para o grupo GEF, energéticas diárias e o VET para o grupo GEF do sexo feminino, no início da investigação. do sexo masculino, no início da investigação
Gráfico IV. Relação entre as necessidades Gráfico V. Relação entre as necessidades energéticas diárias e o VET para o grupo GNEF, energéticas diárias e o VET para o grupo GNEF do sexo feminino, no início da investigação. do sexo masculino, no início da investigação.
No final do estudo voltou a fazer-se esta avaliação e, de uma forma geral, os
dados não se alteraram, ou seja, continuaram com uma ingestão energética
acima do necessário.
GEF GNEF
Sexo Feminino Masculino Feminino Masculino Necessidades Energéticas 1428 Kcal 1610 Kcal 1305 Kcal 1573 Kcal
VET 1949 Kcal 2008 Kcal 1955 Kcal 1938 Kcal
Diferença 521 Kcal 398 Kcal 650 Kcal 365 Kcal
Tabela 13. Valores médios de comparação entre as necessidades energéticas diárias e o VET para todos os grupos em estudo no final da investigação.
Estes resultados sugerem que os seus hábitos alimentares se mantiveram, tal
como tinha sido pedido no início da investigação.
No que concerne aos teores dos macronutrientes, estes também não sofreram
alterações ao longo do tempo, tal como expressam as Tabela 13. e a Tabela 14.
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GEF GNEF
Sexo Feminino Masculino Feminino Masculino
N 6 3 5 4
Avaliação Nov. Março Nov. Março Nov. Março Nov. Março
Sem
ana
Proteínas 15,05% 14,52% 15,12% 15,91% 15,24% 15,24% 16,02% 15,08%
Hid. de Carbono
58,83% 59,55% 60,13% 60,57% 59,11% 60,30% 61,36% 61,94%
Lípidos 26,11% 26,88% 24,41% 24,57% 24,19% 26,36% 26,57% 27,14%
Fim
de
sem
ana
Proteínas 13,66% 14,63% 14,63% 15,22% 12,52% 13,98% 15,06% 16,18%
Hid. de Carbono
58,88% 58,23% 59,17% 60,52% 59,14% 61,25% 60,57% 61,79%
Lípidos 27,44% 28,53% 28,75% 29,54% 24,89% 25,47% 29,56% 30,51%
Tabela 14. Valores percentuais dos macronutrientes provenientes da alimentação habitual dos utentes, diferenciando semana e fim-de-semana. Dados recolhidos no inicio e no final da investigação.
6. DISCUSSÃO
O objectivo deste estudo foi analisar o estado nutricional de jovens adultos com
DM moderada com excesso de peso ou obesidade, através da avaliação da
composição corporal, após serem submetidos a um programa de prática de EF
com intensidade moderada, por um período de quatro meses (Novembro a
Março).
Os dados da presente investigação revelaram que existe uma correlação positiva
forte entre as variáveis avaliadas, as quais correlacionadas com o EF, sugerem
efeitos benéficos a nível da composição corporal e controle de peso. Um
programa de emagrecimento não compreende apenas orientação nutricional,
necessita também da componente do EF. Atendendo a que durante a realização
deste estudo, as directrizes formuladas quanto à inalteração dos hábitos
alimentares foram cumpridas, facto comprovado pela análise aos registos
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alimentares nos dois momentos, pode dizer-se que os resultados obtidos foram
obtidos de forma absoluta a partir da prática de EF. As perdas de PC na ordem
dos 2, 3 kg, apoiam a literatura que sugere que um gasto energético positivo
conduz à perda de PC.38,74
Referenciando-nos à população em estudo, é sabido que a sua tendência para a
obesidade é maior devido a variados factores já demonstrados. Tal como em
outros estudos realizados, a grande maioria dos participantes apresentam
excesso de peso ou obesidade. No inicio do estudo a amostra, segundo o IMC,
compreendia no total 50% de obesidade. No final já se denotam melhoras,
estando estruturado da seguinte forma: 55% dos indivíduos com pré-obesidade, e
27% com obesidade grau I, 5% com obesidade grau II e 11% com obesidade grau
III. No que se refere às PAS, as melhorias também são vísiveis, assim como ao
nível do perímetro abdominal, com reduções na ordem dos 4 a 6 cm.
Todas estas melhorias foram demonstradas pelo GEF. Por seu turno, o GNEF
sofreu um acréscimo em todas as variáveis de estudo, exceptuando a MIG, que
diminui ligeiramente. Em termos de sexo, o masculino apresentou desde inicio um
valor mais elevado de MIG, e em contrapartida o sexo feminino, em termos de
MG, sempre sobressaiu.
Estes resultados apoiam os dados da literatura existente, segundo a qual a
prática de EF é capaz de reduzir a quantidade de MG e aumentar ou preservar a
MIG, sendo a magnitude desses efeitos afectada directamente pela intensidade
do exercício.59,73 Assim, e tomando esse aspecto em consideração, a metodologia
do EF que foi proposta fez com que houvesse diminuição no PC e na
percentagem de MG com ganho de MIG. Igualmente obteve-se efeitos ao nível do
perímetro abdominal, o qual constitui um factor de risco deveras importante na
DCV.39,40
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Por último, importa salientar que o protocolo usado para aferir os compartimentos
corporais revelou-se de fácil aplicabilidade e fiabilidade, já que os valores
recolhidos demonstraram uma forte correlação com os obtidos através da BIA.73
7. CONCLUSÕES
Após 4 meses de prática de EF verificou-se que os indivíduos obesos
pertencentes ao GEF, apresentaram na generalidade valores mais baixos de MG.
Esta conclusão baseia-se na análise das medições obtidas através dos métodos
indirectos escolhidos para a realização do estudo.
De realçar que também a nível do perímetro abdominal houve uma diminuição
neste grupo, o que se revela benéfico uma vez que diminuirá o risco de
desenvolvimento de DCV, que neste grupo populacional estão aumentadas.
No entanto, os elementos do GNEF, não deveriam ter sido escolhidos
aleatoriamente, uma vez que os indivíduos dos dois grupos não apresentavam
valores de IMC da mesma categoria, o que ocasionou grupos completamente
diferentes.
Do presente estudo apenas se poderá concluir que indivíduos obesos com DM,
quando submetidos a um programa de EF, obtêm resultados positivos no que diz
respeito à sua composição corporal, ocorrendo um aumento da MIG em
detrimento da MG. No entanto, não é possível afirmar que o mesmo não
aconteceria a indivíduos com sobrecarga ponderal ou mesmo normoponderais.
Importa no entanto salientar que os dados obtidos são considerados insuficientes
para comparar com a população em geral, pois o espaço amostral foi reduzido.
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8. RECOMENDAÇÕES
Da análise e discussão dos dados recolhidos surgem algumas novas questões
que deverão presidir à continuação da pesquisa neste domínio. Assim, sugere-se
as seguintes vias de prolongamento para investigações futuras:
• Realizar mais estudos sobre o estado nutricional no âmbito da DM e
outras deficiências.
• Diversificar os indivíduos a observar, quer em termos de escalão
etário quer em representatividade.
• Analisar o estado nutricional utilizando vários tipos de metodologia
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