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Unidade 3
O jeitinho Brasileiro, Etnocentrismo e
Relativismo
PROF. ME. RENATO BORGES
O JEITINHO BRASILEIRO!
Para começar vamos assistir a uma vídeo:
http://pr.ricmais.com.br/ric-noticias/videos/jeitinho-brasileiro-tambem-e-uma-forma-de-corrupcao/
Percebeu que nosso famoso“jeitinho” nada mais é que umaforma de corrupção. É disso quevamos falar nesta aula. Iremosinvestigar do que trata de fatoessa forma de agir.
O JEITINHO BRASILEIROPara Alberto Carlos Almeida, em suaobra A Cabeça do Brasileiro (2007), ojeitinho é, acima de tudo, umatransgressão da norma geral que à todosiguala. O jeitinho não exige muito: àsvezes uma boa conversa, “chorar amiséria”, conhecer alguém que trabalhano serviço público, e coisas deste tipo.Por isso o jeitinho é democrático,praticamente todos podem ter acesso aele. Aí está um grande problema. Todomundo se sente no direito de “dar umjeitinho”.
Defina “jeitinho”O jeitinho pode ser entendido como um tipode ação visando obter benefício próprio oua resolução de um problema prático,fazendo uso de criatividade, cordialidade,engano e outros processos sociais.
Os pilares do Jeitinho são: a criatividade, a corrupção e aquebra de normais sociais. A criatividade está relacionada àresolução criativa e inovadora de problemas sem violar normassociais. Representando situações nas quais a resolução deproblemas se dá por meios ilícitos, identificou-se a dimensãode corrupção. Por último, a quebra de normas sociaisrepresenta o uso do jeitinho para burlar normas sociais quedificultam a resolução de um problema
Sobre o Jeitinho BrasileiroHá inúmeros exemplos de casos onde, por interessesindividuais, pessoas acabam passando, às vezes literalmente,outras pessoas para trás. Um deles é o “fura fila”. Em bancos,lojas, algumas pessoas aproveitam um vacilo ou até na caradura mesmo e furam a fila. Ou também de uma forma maisdireta, onde aquela pessoa que conhece o gerente, aatendente, conhece o médico do Posto de Saúde e tem oprivilégio de passar a frente das outras pessoas queaguardam.Entretanto, não podemos ignorar o fato de muitos de nós nãose encaixarem nesse “estilo”... Podemos considerar eclassificar todos assim? Será mesmo que todos nóspartilhamos desse “jeitinho” para ter algum privilégio?Realmente precisamos disso?
Uma análise sobre este “jeitinho”Segundo o antropólogo e SociólogoRoberto Da Matta “A questão sociológicaque o “jeitinho” apresenta é uma relaçãoruim com a lei geral, com a normadesenhada para todos os cidadãos, com opressuposto que essa regra universalproduz legalidade e cidadania! Eu pagomeus impostos integralmente e por issoposso exigir dos funcionários públicos domeu país. Tenho o direito — como cidadão— de tomar conta da Biblioteca Nacional,que também é minha. Agora, se eu dou umjeito nos meus impostos porque o delegadoda receita federal é meu amigo ou parente efaz a tal “vista grossa”, aí temos o “jeitinho”virando corrupção. A essas alturas, temosuma outra questão básica.”
Uma análise sobre este “jeitinho”Para Marcos Fernandes de Souza (2005) ojeitinho atua como um mecanismo desuperação de dificuldades ou obstáculos,num estilo de comportamento verbalcaracterizado por estratégias indiretas depersuasão e por apelos aos sentimentospessoais, consiste em uma característicacultural do povo brasileiro, um tipo deprática ou processo para resolver dificuldades, em face deuma racionalidade instrumental vigente, rigidez de normas,códigos e leis. Neste sentido, o jeitinho é uma práticacordial que implica personalizar relações por meio de alguminteresse comum.
Uma cultura do “atalho”O jeitinho brasileiro consiste na busca
de atalhos para a resolução de
determinadas situações problemáticas, que
segundo Vieira, Costa e Barbosa (1982)
podem ocorrer nas seguintes ocasiões:
existência de obstáculos, tentativa de
encontrar solução, necessidade de alcançar
algo, concorrência, crença de que se não
usar ficará prejudicado, necessidade de
acelerar o processo.
O "jeitinho" consiste em uma prática social solucionadora de
conflitos capaz de compatibilizar interesses, criar
alternativas originais para cada situação problemática e
tornar mais rápido o processo decisório.
Uma cultura do “levar com a barriga”
Redução dos stress e do gasto deenergia com determinado jeitinho, coma opção por ações que acarretemmenor perda de tempo e energia.A escolha por ações que acarretemmenor perda de tempo e energiamuitas vezes se confunde compreguiça e malandragem, quedefinitivamente não são aceitáveis.
O jeitinho consiste na busca por outra maneira derealizar alguma ação, por meio de outra forma deatuação, e consequentemente é fruto de um processo deaprendizagem.
As Consequências A cultura do jeitinho como fórmulado sucesso tem grande probabilidadede resultar em trabalhos e indivíduospredominantemente preguiçosos,malandros e ineficientes, além dedeturpar as relações sociais, poisinfluenciam diretamente aqueles que semantém dentro das normas, regras,padrões, e daquilo que em consenso éconsiderado como correto.
O jeitinho consiste na busca por outra maneira derealizar alguma ação, por meio de outra forma deatuação, e consequentemente é fruto de um processo deaprendizagem.
O “jeitinho” modela comportamentoA cultura do jeitinho também modela um comportamento
negativo, vejamos:
a) tratar algo público como se fosse particular; b)
acostumar-se a menosprezar uma regra geral e procurar
abrir uma exceção; c) utilizar a posição hierárquica para a
resolução de problemas, com expressões como “você
sabe com quem está falando?”; d) pensar que já que o
governo não cuida do que é público, ninguém deve cuidar.
E isto resulta em atitudes coniventes com o jeitinho
resultando, como pensar que cada um deve cuidar
daquilo que é seu, e) que somente o governo cuida do
que é público, não reclamar e criticar sobre as situações
em que o jeitinho ocorre.
Leitura: O JeitinhoPor que o brasileiro com melhor escolaridade(quem já passou pela universidade) tem maiorresistência a pratica do “jeitinho”?.
http://veja.abril.com.br/220807/p_086.shtml