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Carl Hempel propôs o modelo nomológico-dedutivo de explicação com vistas a demonstrar como as explicações científicas podem ser lógicas sem precisar recorrer a fundamentos realistas, tais como afirmações ontológicas, essência e causalidade. Como seu próprio nome indica, esse modelo de explicação se utiliza de leis (pois é nomológico) científicas, utilizadas no contexto de justificação das hipóteses através da lógica dedutiva.
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O Modelo Nomológico-Dedutivo de Carl Hempel
Vitor Vieira Vasconcelos
Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
Belo Horizonte, Minas Gerais, 2005
Carl Hempel propôs o modelo nomológico-dedutivo de explicação com
vistas a demonstrar como as explicações científicas podem ser lógicas sem
precisar recorrer a fundamentos realistas, tais como afirmações ontológicas,
essência e causalidade. Como seu próprio nome indica, esse modelo de
explicação se utiliza de leis (pois é nomológico) científicas, utilizadas no
contexto de justificação das hipóteses através da lógica dedutiva.
Hempel propõe o seguinte esquema:
Lei científica + Condições iniciais ou de contorno = Explicação
Ou seja, toda explicação científica deve preencher os seguintes critérios:
O explanandum deve ser consequência lógica do explanans;
O explanans deve conter ao menos uma Lei Científica ou
hipótese que almeja adquirir o status de lei;
O explanans deve conter ao menos uma premissa de conteúdo
empírico;
As premissas devem ser verdadeiras. Hempel admite que esse
último critério possua um caráter contextual e histórico, sendo
decidido por consenso intersubjetivo pela comunidade cientifica.
É importante notar que a lógica dedutiva implicada no modelo de
explicação nomológico-dedutivo é capaz apenas de validar a falsificação de
uma hipótese por meio do raciocínio de modus tollens’. Por mais que uma
explicação seja logicamente coerente com suas premissas, afirmar a verdade
lógica de uma lei científica por meio de resultados singulares favoráveis
implicaria em incorrer na “falácia do consequente”. Apesar de estar cônscio
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disso, Hempel acha legitimo que a ciência continue utilizando a corroboração
de experiências singulares como critério de aceitabilidade de hipóteses
científicas. Pois quanto mais experiências corroborarem para com uma
hipótese, mais provável é que ela esteja correta.