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O PARANÁ CONTEMPORÂNEO: PODER, TRABALHO E CULTURA
Andreas Würzburger1
Janaína de Paula do Espírito Santo2
RESUMO
Dentro da produção de conhecimento histórico disponível no Estado do Paraná há uma carência de fontes bibliográficas de História Regional, especialmente no período de 1964 a 2002, para se trabalhar em sala de aula. Este projeto, vinculado ao Programa de Desenvolvimento da Educação do Estado do Paraná empreendeu a elaboração de um material didático e pedagógico de auxílio aos professores da rede estadual de ensino na disciplina de História Paranaense, balizados nas dimensões de Poder, Trabalho e Cultura e direcionado ao tempo de aprender do aluno em sala de aula. Para a concretização da elaboração do material didático e pedagógico se efetivou a pesquisa em fontes de arquivos de produções acadêmicas e docentes das instituições de ensino superior paranaense e brasileiro, com base metodológica da Didática da História com a aplicação dos mesmos em sala de aula. A aplicação dos textos elaborados em sala de aula proporcionou a experiência ao professor de ser o autor de seu material didático e ao aluno ter material voltado a sua capacidade cognitiva de aprendizagem. Palavras-chaves: História Regional, material didático e capacidade cognitiva de
aprendizagem.
ABSTRACT
Within the production of historical knowledge available in the State of Paraná is a lack of sources of Sciences, especially in the period 1964 to 2002, to work in the classroom. This project, linked to the Program for Development of Education of Paraná State has undertaken the preparation of teaching material and pedagogical assistance to teachers in state schools in the discipline of History of Parana, marked out the dimensions of Power, Work and Culture and directed to time to learn the student in the classroom. To shape the development of teaching materials and teaching was accomplished research in archival sources of production and academic
1 Professor PDE 2008. Formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, no curso de Licenciatura em
História. Especialista em História Antiga e Medieval, também pela UEPG. Atua no Colégio Estadual Amanda
Carneiro de Mello – Ensino Fundamental e Médio e no Colégio Estadual Professor Basílio Chrum– Ensino
Fundamental e Médio. Castro-Paraná. E-mail [email protected] 2 Professora do Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Mestra em Educação.
Orientadora do PDE.
2
faculty from higher education institutions in Paraná and Brazilian, with methodological basis of history didactics with their application in the classroom. The application of the texts written in the classroom provided the teacher's experience of being the author of his teaching materials and the students have material returned to their cognitive capacity for learning. Keywords: Regional History, teaching material and cognitive capacity for learning.
1 INTRODUÇÃO
Minha entrada no Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE)
tornou-se uma experiência de enriquecimento intelectual e cultural, por permitir em
um ano não apenas a pesquisa e a leitura, bem como a reflexão sobre o trabalho
docente.
Entretanto houve a agonia de buscar o tema de trabalho para o PDE, em
razão da formação erudita acadêmica, em que o saber enciclopédico era o
fundamental para lecionar em sala de aula. Transcorrendo as etapas de pesquisa e
leitura para o projeto despertou-se o conhecimento de fontes para o estudo da
História em sala de aula as quais anteriormente se consideravam inacessíveis, além
do conhecimento de métodos de pesquisa e entendimento didático para o ensino da
História que favoreceram uma mudança de pensamento sobre a natureza do ensino
de História.
A leitura no transcorrer dos períodos do PDE produziu a identificação com o
personagem de um texto dado em sala sobre um peão que chora suas mágoas por
ter perdido o seu trabalho para o transporte rodoviário pela conscientização da
mudança no modo de trabalhar em sala de aula. Pois a cada dia novas tecnologias
vão surgindo para revolucionar as comunicações entre as pessoas, bem como o
modo pedagógico de transmitir conhecimentos, também, tornando a carreira docente
em constante reformulação de sua maneira de pensar, agir e trabalhar. O PDE
permitiu entender este mundo novo onde o professor deve estar a frente
pedagogicamente para não ser superado por gerações mais jovens.
A construção do projeto se fundamentou no princípio do professor estar à
frente de qualquer mudança pedagógica, pois ele é o ator que provocará a
mudança. O trabalho, desenvolvido com o título Paraná Contemporâneo, Poder,
3
Trabalho e Cultura, teve como objetivo principal a produção de alternativas didáticas
para o estudo da História Paranaense voltadas aos anos de 1964 a 2002. Trazendo
ao conhecimento a conjuntura paranaense em diferentes aspectos como: na
dimensão política através das relações do Estado com as organizações sociais, a
dimensão de trabalho na construção econômica paranaense no período de 1964 a
2002, bem como as manifestações culturais sob a intervenção das mídias e a
conservação das heranças culturais transmitidas pelos antepassados.
Desenvolvendo uma análise do período relacionando com o contexto da conjuntura
presente e de vida do aluno.
O trabalho transcrito e analisado neste artigo, portanto, teve como meta a
construção de textos didáticos para a História do Paraná e a pesquisa investigativa
sobre a História do presente.
2 PESQUISA E IMPLEMENTAÇÃO
2.1 A escolha da temática
Em 2007, quando em conversa com os alunos da sétima série sobre a
experiência vivida no ensino superior, a fim dos mesmos terem noção deste
ambiente, uma aluna questionou: ”Para lecionar História no Ensino Fundamental,
precisar ter curso superior?”. A reflexão sobre o conceito dado pela aluna
desencadeou um questionamento sobre o trabalho dentro da sala de aula, enquanto
docente da disciplina de História.
Esta reflexão levou à constatação de que na visão do aluno o professor de
História é um mero leitor de obras bibliográficas que repassa em sala de aula. Este
pensamento é errôneo, pois o professor de História tem uma leitura de mundo
formada bibliograficamente, como a função de pesquisador e de autor.
Esta função vem sendo esquecida, quase sempre, no cotidiano escolar em
razão da jornada de trabalho estafante de 32 horas semanais, muitas vezes sem
acesso a recursos didáticos próprios ao preparo de suas aulas. Estas atividades são
importantes para o processo de ensino por incluir o professor no desenvolvimento
dos conteúdos planejados no Projeto de Trabalho Docente. Segundo Paulo Freire
4
pesquisar o que não conhece e comunicar a novidade ao aluno é uma das
atribuições do educador (FREIRE, 1998:32).
A entrada no Programa de Desenvolvimento da Educação do Estado do
Paraná, criado em 2006, tornou possível a experiência de exercer as funções de
pesquisador e autor, buscando uma temática carente de fontes bibliográficas. Esta
ação vem ao encontro da proposta da Secretaria de Estado da Educação do Paraná
de estimular o professor a ser o produtor do saber, dentro do PDE.
A escolha da temática deu-se pela leitura das Diretrizes Curriculares para o
ensino da História, ao verificar-se a valorização da História Local e Regional, ou
seja, o estudo da História do Paraná (PARANÁ, 2008:64). Segundo este documento
esta temática é fundamento a se entender as carências sociais contemporâneas,
juntamente com as temáticas África e Cultura Indígena.
Nas referências bibliográficas para a História do Paraná não há material
bibliográfico didático abundante, especificamente no que se refere ao período de
1964 a 2002, espaço de tempo que se relaciona à História presente do aluno.
A ausência de referências bibliográficas para o professor de História dificulta
que em sala de aula se trabalhe o espaço de tempo da História Regional de um
período marcado pela História Nacional de eventos de profundas influências na vida
social brasileira, como a Ditadura Militar, a expansão do modelo agrário-exportador
nas áreas produtivas das pequenas e médias propriedades, a redemocratização e a
intervenção da economia globalizada no cenário local.
Dentro da grade curricular do ensino fundamental o tema mencionado está
incluído nos conteúdos da série final do Ensino Fundamental, a oitava série,
justamente o espaço de aplicação e implantação da proposta desta pesquisa.
A partir desta necessidade de produção bibliográfica para o período histórico
presente, de 1964 a 2002 decidiu-se pela pesquisa e produção didática bibliográfica,
de trabalhar o tema Paraná Contemporâneo: Poder, Trabalho e Cultura.
2.2 As fontes para a elaboração do texto
O professor tem a obrigação de trazer outras fontes, bem como outras obras
de referências e textos diversificados para a sala de aula. Entretanto quando elas
não são abundantes, sobretudo, sobre a História Paranaense?
5
Existem nas diversas instituições de ensino superior produções acadêmicas
e desconhecidas da grande maioria dos profissionais do magistério do ensino
público. Naturalmente não são construídos em linguagem didática, dificultando seu
uso em sala de aula. Mas o seu uso não pode ser descartado a partir da premissa
de que a produção acadêmica não deve se fechar em si e se abrir a comunidade
docente do ensino fundamental e médio, como espaço de integração entre a
sociedade e a educação.
O professor como autor de seu material de apoio didático, elaborando textos
e escolhendo fontes secundárias e até primárias, escrevendo para os seus alunos
de forma didática e adequada às características de aprendizagem dos educandos,
pode produzir a partir das fontes de arquivos de ensino superior o seu material
didático pedagógico próprio e especifico, já que ele conhece as especificidades de
como os seus alunos aprendem e os métodos pedagógicos para isso.
Ao pesquisar as instituições de ensino superior do Estado do Paraná,
sobretudo nos estabelecimento públicos, descobriu-se um conjunto de artigos e
monografias que possibilitaram a coleta de material próprio para se escrever o
material didático bibliográfico sobre a História paranaense do período proposto pelo
projeto.
2.3 Referenciais teóricos
A proposta de trabalhar com a chamada História do Paraná entre 1964 a
2002 e especificamente para a série final do Ensino Fundamental apontavam para a
necessidade de referenciais que conduzissem a explicações teóricas para a análise
do local, regional e do tempo presente, de modo que o material colhido dos arquivos
acadêmicos esteja próprio às teorias historiográficas apoiadas nas Diretrizes
Curriculares, inclusive, a escolha do modelo de escrita didática adequada à
aprendizagem do ensino da História.
A importância da História Local e Regional se justifica a partir do trabalho do
professor Aldieres Braz Amorim Caprini ao dizer que a Historia Regional é relevante
na medida em que pesquisa temas esquecidos por correntes historiográficas da
macro-história e são apropriados à melhor compreensão do estudo histórico
brasileiro (CAPRINI, 2008:1). Ou seja, ao se levantar textos ou fontes para a História
6
paranaense pode se encontrar referenciais que corroboram ou não para eventos da
macro-história nacional e dados heterogêneos dos eventos da macro-história.
O professor Caprini expõe a metodologia para o estudo do local e regional,
seguindo os seguintes passos: estudo de espaço, diferenciação da História Regional
para a Micro-história. A História Regional oferece questões de estudos variados de
âmbito cultural, político e econômico, permitindo ao pesquisador testar teorias já
elaboradas sobre poder, trabalho e relações culturais, além de fazer comparações
entre regiões, como com o nacional. Para ele deve haver a afinidade entre o
pesquisador e o objeto de pesquisa e também em relação às fontes primárias.
Formando uma posição ética com relação aos sujeitos relacionados a elas,
respeitando seus sentimentos e particularidades, em virtude das dificuldades em
obter fontes secundárias e ainda os indivíduos relacionados com a pesquisa terem o
acesso a leitura do seu trabalho, de modo a se ter a visão dos mesmos sobre a
produção histórica elaborada (2008:2-5) sem o determinismo ideológico e teórico do
historiador.
A História regional, para Caprini, traz a atenção às peculiaridades que foram
ignoradas e merecem ter um exame criterioso em termos teóricos e metodológicos,
de modo a ser trabalhada academicamente (2008:6) e revelada em sala de aula.
Outro teórico sobre a História Regional é o trabalho do professor Agnaldo de
Souza Barbosa. Sobressaindo pela presença de metodologia adequada a se
trabalhar com a historiografia local, com questões importantes para o estudo da
História Regional como a temporalidade e o espaço, por meio de metodologia que
procura mostrar a existência de espaços e tempos em certas localidades que a
macro-história se diferencia da memória de seus atores (BARBOSA, 1998:1-6). A
primeira é primordial investigar o local e o regional sob a apreensão do “tempo dos
lugares”, relacionado ao tempo vivido por cada localidade, cujas experiências são
distintas dos chamados pólos hegemônicos do mesmo momento histórico. Tomando
o cuidado de não cair na idéia de uma noção de tempo único na História Regional,
pois há uma variada existência de tempos históricos convivendo juntamente em um
mesmo país.
Fernand Braudel afirma que há uma relação com o chamado tempo do
mundo exercendo influência sobre os tempos históricos variados e regionalizados.
Neste sentido, a pesquisa não pode ter a análise geral sob o ponto de vista de
7
tempo único sobre o espaço que se estuda. Deve-se fazer cuidadosamente a
reflexão sobre os recortes de espaço do tema. Levando-se em conta o modo de
produção da sociedade, pois há uma organização própria do espaço (BARBOSA,
1998:2).
A História regional oferece elementos para compreensão das diversas
variáveis que constituem o sistema global de relações dentro do Estado nacional e,
também, elementos que tomem possível o exame crítico das grandes
generalizações da História nacional e geral. Observando às vivências de homens e
mulheres em contrapartida às explicações gerais e amplas da macro-história. E,
estando atento as diferenças em comparação à macro História.
Na obra Ensino de História: sujeitos, saberes e práticas, há referências
importantes para o trabalho com a História Regional, a partir de experiências com a
História Local. Helenice Ciampi consegue demonstrar de forma clara um roteiro
metodológico para a relação da História Regional/Local com o contexto histórico
geral. Este trabalho consiste na seguinte rota metodológica (MONTEIRO, 2007:200-
212): estabelecer um contrato didático entre o professor e os alunos, o caminho do
trabalho de pesquisa, partindo-se de um objeto de pesquisa (no caso a figura do
mito, o patrono da escola), a seguir para a pesquisa do espaço, no caso o bairro e a
escola. E fazer a relação entre a conjuntura social, política e econômica de tempo
vivido com o objeto da pesquisa.
Marcos Napolitano ao discutir a História Contemporânea descreve a origem
de sua termologia com a Revue d’história (KARNAL, 2005:165) até as tendências
atuais sobre o tema nas historiografias atuais (KARNAL, 2005:166-167). Sua
importância para o presente projeto está em definir normas metodológicas para o
estudo da História Contemporânea. Esta não pode ser vista sob paixões ideológicas,
devendo-se levar em consideração os valores, processos e configurações
específicas do período e da sociedade estudados, porque é difícil encontrar
mocinhos e bandidos no processo histórico. Dentro da referida ordem temporal há
como articular temas sociais, políticos, econômicos e culturais. Usos de fontes
audiovisuais, sonoras e orais, junto com as tradicionais ganham força a partir da
abordagem especifica de sua linguagem e conteúdo. Como a História
Contemporânea se apresenta mais próxima do cotidiano do aluno por ser elo para o
estudo do tempo mais remoto, deve-se tomar cuidado em três erros capitais na
8
explicação histórica: anacronismo (cobrar dos agentes do passado valores
contemporâneos do presente), voluntarismo teórico (aplicar teorias e sistemas
ideológicos para explicar o passado, desconsiderando processos sociais específicos
e concretos) e descritivismo nominalista (valorizar o anedótico e o factual).
(KARNAL, 2005:169-179).
Construída a análise sobre a temática local, regional e do tempo presente de
modo a entender as características a serem observadas na leitura da produção
acadêmica coletada para o projeto, passasse a pensar sobre o texto didático a ser
escrito. Ele deveria priorizar o aluno, para ser a liga da curiosidade com a
aprendizagem e para atingir o que discute Paulo Freire:
“Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, as suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não a de transferir conhecimento”. (FREIRE, 1998, p.52).
A leitura do trabalho de Daniel H. de Medeiros cuja tese de doutorado se
embasa na “Didática da História” de Jorn Rüsen na discussão da elaboração do
texto didático (MEDEIROS, 2005, p.41-50), mostrou-se adequado ao objetivo de
didatização dos conteúdos acadêmicos voltados para a elaboração escrita em sala
de aula, pretendida nessa pesquisa. Sua metodologia revela a preocupação em
fomentar a consciência histórica no aluno, no intuito de que a Historia se relacione
ao seu cotidiano, bem como ele consiga relaciona o presente com o passado e
partindo desta análise construir seu futuro na sociedade.
A preocupação é que o texto didático deve ter três objetivos: a competência
perceptiva (entender o passado de tal clareza que se perceba sua diferença e
distanciamento do presente), interpretação (procurar relacionar as conexões de
significados e sentidos do passado com a realidade presente) e orientação histórica
(integrar a História interpretada na experiência do presente, como capaz de orientar
as ações do futuro). A competência narrativa que é o ato de representar o passado
de forma tão clara e descritiva que permita compreender o presente, bem como uma
bibliografia de fácil acesso a ser lido e interpretada, com índices e glossários que
facilitem ampliar os temas abordados.
9
Também é importante a disposição de conteúdos que permitindo ao aluno
reconhecer seus fundamentos estruturais, suas intenções didáticas e pontos mais
fundamentais, levando em conta as condições de aprendizagem do aluno, de acordo
com suas capacidades de compreensão, tendo uma relação prática com a aula,
levando a situações que permitam o aluno a julgar e argumentar. Trabalhando, deste
modo, a percepção histórica, inclusive com outros documentos e gravuras, a fim do
aluno valorizar as informações no contexto histórico como um todo, de modo a
relacionar o contemporâneo e a mudança ao longo do tempo da História. O objetivo
é que o leitor perceba as diferentes perspectivas existentes para o mesmo fato,
estimulando-o a argumentar com diversas possibilidades. O texto deve apresentar a
interpretação histórica fiel as fontes e conteúdos, além de apresentar hipóteses e a
investigação sobre o material histórico.
O texto didático deve mostrar ao aluno que a História tem pluriperspectativa
de interpretação, favorecendo comparações de forma crítica pelo aluno, partindo do
presente (sem dogmas) sobre o passado, como forma de fazer o aluno a refletir
sobre si mesmo e ter juízos históricos, não apenas de temas históricos; portanto ter
a consciência histórica.
A menção à Didática da História é relevante na medida de ser uma
abordagem que se propõe nas palavras de Jorn Rüsen de analisar todas as formas
e funções do raciocínio e conhecimento histórico na vida cotidiana, prática. “Isso
inclui o papel da História na opinião pública e as representações nos meios de
comunicação de massa...” (RUSEN, 2006:12).
Há a preocupação em direcionar o ensino de História de forma a favorecer o
desenvolvimento da consciência histórica, cuja essência é possibilitar ao aluno
entender seu presente a partir do passado e estabelecer perspectivas para o seu
futuro (RÜSEN, 2006:14). Preocupa-se em dar ao aluno o entendimento de por que
e para quê ele estuda a História.
A escolha da tese de Daniel Medeiros favoreceu a formação do texto didático
adequado à visão de mundo do aluno, à perspectiva de uma leitura história voltada
para a formação de consciências críticas temporais e favoráveis ao estímulo da
construção do conhecimento.
10
2.4 Métodos de trabalho
A pesquisa sobre os acervos de produções do ensino superior se preocupou
com a seleção de produções relacionadas a três conteúdos estruturantes sobre a
História Paranaense: poder, trabalho e cultura. Estas justificadas segundo as
Diretrizes Curriculares:
“Entende-se por Conteúdos Estruturantes os conhecimentos de grande amplitude que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. Como constructos atrelados a uma concepção crítica de educação, os Conteúdos Estruturantes da História constituem-se como a própria materialidade do pensamento histórico. Deles derivam os conteúdos básicos/ temas históricos” (PARANÁ, 2008:63).
A investigação sobre os bancos de teses dos sites da Universidade Federal
do Paraná, da Universidade Estadual de Ponta Grossa e de sites de busca Google,
trouxe o conhecimento de monografias, dissertações e artigos que o grande público
e os professores da rede pública paranaense desconhece por falta de informação e
serviram de base para a elaboração do conteúdo do material didático de História do
Paraná. Encontrando-se trabalhos científicos não só relacionados à História, como a
Geografia, a Sociologia, a Política e a Economia do Paraná sobre o tempo abrangido
por este projeto. A descoberta dos trabalhos favoreceu a divisão nos conteúdos
estruturantes, sem deixar de procurar relacioná-los entre si quando os eventos
históricos, assim, desencadeassem a este procedimento.
Com relação a pesquisa e seleção também obedeceram a procedimentos de
acordo com metodologias presentes nas teorias históricas sobre os aspectos local,
regional e tempo presente.
Ao buscar fontes sobre o espaço conhecido por Estado do Paraná, entre
1964 a 2002, verificou-se a existência do chamado tempo dos lugares na vida
paranaense do período a fim de constatar experiências de sujeitos esquecidos pela
macro-história, não se caindo na análise de existirem tempos de lugares
desassociados do tempo hegemônico de poder. Entendendo a intervenção das
relações-de-produção na condução do processo histórico paranaense, com a
observação das experiências de vida de sujeitos esquecidos pela macro-história,
cujas vivências são heterogêneas análises teóricas. Estar atento ao perigo de fazer
11
a leitura do período sem respeitar os valores e especificidades da sociedade e do
período, sem paixões ideológicas. Ouvir a voz do sujeito do período, respeitando as
correntes historiográficas dos autores das fontes secundárias.
A seleção dos textos baseou-se no bom senso de haver relação com o tempo
abrangido pela pesquisa, descartando assuntos que fugiam a ordem cronológica do
projeto. Deste modo chegou-se a dezessete produções selecionadas, com as quais
se baseando na metodologia da Didática da História, produziu-se o caderno
pedagógico que se tornou o suporte para a implementação do projeto.
2.5 A implementação na escola
A aplicação do caderno pedagógico com a proposta de didatização a partir de
material teórico acadêmico se efetivou no Colégio Estadual Amanda Carneiro de
Mello, na cidade de Castro. As turmas selecionadas a partir da diretriz curricular, no
caso a História contemporânea paranaense, foram oitavas séries A e B do período
matutino.
As duas turmas apresentavam perfis desconhecidos pelo autor dificultando a
princípio a harmonia do modo pedagógico de trabalhar a História em sala com a
empatia professor/aluno. Importante na medida em que a desconfiança do aluno
ante um professor desconhecido leva a uma animosidade em razão de certos vícios
pedagógicos que os alunos entendem que o professor é obrigado a seguir como uso
contínuo de filmes sem nenhuma ligação com o conteúdo, a memorização de
questões pré-definidas para aplicação em avaliações e a ausência de aulas
expositivas (pois no entendimento do aluno a História não necessita de
esclarecimentos teóricos).
À interpretação do aluno sobre o ensino de História de mera memorização
procurou-se modificar com a insistência do professor em expor o conteúdo de modo
a enriquecer a aula, como fonte oral vinda das experiências do professor ao longo
dos seus dezoito anos de carreira. E o estímulo ao debate contínuo em sala sobre
os conteúdos dados de forma o aluno se conscientizar de seu papel de ator da
História.
A proposta do uso do caderno pedagógico sobre a História do Presente
Paranaense se deteve em selecionar temas que poderiam ser trabalhados no
12
primeiro e segundo bimestres de modo a se vincular com os conteúdos do plano de
curso da disciplina e com os conteúdos da oitava série conforme a Diretriz Curricular
do estabelecimento de ensino. No primeiro bimestre a análise do processo
imigratório se relacionou a dois textos do caderno pedagógico sobre a História
Paranaense, a presença japonesa e árabe. Conforme o plano de curso no segundo
bimestre trabalhar-se-ia a República Velha sobre o período histórico brasileiro de
1894 a 1930, para o mês de maio. Procurou-se relacionar temas do conteúdo com a
História do presente, como a questão da terra, da mulher, do sistema político
brasileiro e dos grupos étnicos presentes na população paranaense.
O conteúdo sobre a entrada dos imigrantes europeus e asiáticos no Brasil
nos séculos XIX e XX foi enriquecido com os textos do caderno pedagógico sobre os
japoneses e árabes no Paraná. Os textos foram elaborados a partir das monografias
de Dênis Ricardo Carloto e Sílvio Fausto Gil Filho sobre espaço árabe no Paraná,
através de dissertação que versou sobre a cultura dos árabes libaneses e sua
religião islâmica. O trabalho é fascinante por revelar dados culturais sobre a
comunidade árabe-libanesa de profissão muçulmana da valorização das relações
entre seus membros de modo a haver a cooperação entre os recém imigrados do
Líbano com a realidade econômica brasileira, bem como a integração a sociedade
brasileira sem alterar hábitos religiosos e culturais (CARLOTO. 2007:1-130).
A imigração japonesa, abordada por meio do texto de Sideral Maria dos
Santos Wawzyniak, com conteúdo sobre a evolução histórica e cultural dos
japoneses e seus descendentes no Brasil e no Paraná de 1808 a 1970
(WAWZYNIAK, 2004:1-250). E para enriquecer o texto se trabalhou com a obra de
Homero Oguido sobre este tema que trata da mudança cultural e de trabalho dos
japoneses em território paranaense e a fundação de seus núcleos coloniais
(OGUIDO, 1988:1-290). Ambas as obras relatam a trajetória dos imigrantes
japoneses no Brasil e no Paraná, mostrando suas aspirações, sofrimentos e a
mudança de objetivos a partir da assimilação da cultura brasileira e dos valores
capitalistas presente na sociedade brasileira dos anos cinqüenta e sessenta, do
século XX.
Os textos desenvolvidos no caderno pedagógico procuraram ser
relacionados com o presente do aluno, sobretudo sobre a importância da História de
vida do imigrante libanês muçulmano no referente a se considerar participante da
13
etnia árabe-libanesa pelo conhecimento do idioma árabe, elemento de ligação com o
passado ancestral da comunidade. O aluno se conscientiza de que o passado da
criança árabe se faz presente no seu presente na medida de que ser árabe tem
valores a serem preservados. E com o futuro com a preservação deste conceito
étnico cultural. Em relação ao texto sobre a imigração japonesa o aluno tem esta
consciência histórica na medida em que os descendentes japoneses são
estimulados a vencer na sociedade brasileira a partir da integração à educação
acadêmica brasileira e no mercado de trabalho distante da agricultura. O aluno
percebe a ruptura do projeto inicial da primeira geração japonesa de enriquecer e
retornar ao Japão e não se integrar a vida cultural brasileira. Isto se deve a
dificuldades em formar um patrimônio que permita o projeto inicial e a integração aos
valores da sociedade brasileira como diria Daniel Medeiros à visão dos sujeitos de
sua realidade histórica ((MEDEIROS, 2006: 46).
As atividades dos alunos referentes aos textos se concentraram na análise
do texto e a verificação dos conceitos de valorização do presente, por meio do
passado e relação com o futuro e a ligação das relações humanas com relações de
produção no caso dos japoneses e culturais nos dos árabes de Foz de Iguaçu.
As tarefas dos alunos se concentraram em questões de interpretação dos
textos, pesquisas dos temas abordados e debates em sala. A opção destas se fez
na medida em que observou as duas turmas e constatou-se a dificuldade em
interpretação e expor as idéias dos textos. Pois o “pensar certo” não tem nada que
ver com o das fórmulas preestabelecidas, mas seria a negação do pensar certo se
pretendêssemos forjá-lo na atmosfera da licenciosidade ou do espontaneísmo. Sem
rigorosidade metódica não há pensar certo (FREIRE, 1998:55). Então a usar tarefas
de entendimento de texto se está defendendo o direito do aluno em saber entender
os parágrafos e pensamentos do texto, a se realizar procedimentos sem sentido na
vida do aluno.
A partir do estudo histórico das características de poder da República Velha
procurou-se comparar a estrutura de relações dos indivíduos que dominaram o
Estado brasileiro, no início do século XX com a estrutura de dominação do Estado,
no período proposto pela pesquisa. O encontro do texto de Ricardo Costa de
Oliveira, de cunho mais sociológico, não impediu a transformação do seu texto em
material didático, pois seu conteúdo mostra as relações políticas do nepotismo e
14
clientelismo, como processo histórico de contatos familiares que se perpetuaram na
história paranaense vindos da República Velha aos dias contemporâneos
(OLIVEIRA, 2007:150-169). Os alunos foram apresentados a um texto elaborado a
partir do trabalho de Ricardo Costa de Oliveira com o intuito de verificarem como
Aguinaldo de Souza Barbosa referiu se à História Regional de compreenderem as
diversas relações dentro do Estado nacional e recorte dos espaços envolvidos por
homens e mulheres neste processo histórico. O termo está ligado a famílias que
desde a época da monarquia (1822-1889) dominam cargos no Executivo, Legislativo
ou Judiciário, como os descendentes de Manuel Antônio Guimarães, o Visconde de
Nácar ou da família Camargo. A ascensão destes cargos se dá pela eleição direta
(campanhas milionárias) e indicação por favorecimento político (alguém é nomeado
por fazer parte da turma do grupo que financiou a campanha). (BARBOSA, 1998:1-
6).
Por meio da Didática da História trabalhou-se o conceito de que o aluno
refletisse sobre si mesmo e formasse um juízo histórico não restrito a temas
históricos, de modo a ampliar seu entendimento sobre as relações de nepotismo e
clientelismo (MEDEIROS, 2005: 41-50). Desenvolveu-se uma prática em grupo onde
os alunos foram divididos em tarefas para refletir sobre conceitos de nepotismo e
clientelismo, para elaborar um texto sucinto sobre as conclusões do grupo.
Procurou-se fazer o aluno buscar a respostas por suas experiências vividas e dos
participantes do grupo, e pelos conteúdos apresentados sobre poder no tema
“República Velha” e o texto “Nepotismo e Clientelismo no Paraná”. E buscar as
possíveis soluções às práticas políticas estudadas por meio de questões onde se
estimulou o aluno a refletir sobre o dois tempos: o passado, a origem das práticas do
Nepotismo e Clientelismo, e o presente com permanência delas na vida política. A
maioria dos alunos concluiu que sua consciência histórica estava em participar de
forma responsável do processo eleitoral democrático escolhendo lideranças
desvinculadas das práticas do nepotismo e clientelismo. Rüsen menciona que a
História deve se entendida pelo aluno no seu dia a dia e tal conceito foi trabalhado
em sala de aula por meio do texto didatizado de Ricardo Costa Oliveira se
objetivando neste sentido (RÜSEN, 2006:12).
Ao trabalhar a discussão histórica sobre as revoltas sociais do período
histórico da República Velha (1894-1930), sobretudo a Revolta de Canudos e a
15
Guerra do Contestado se procurou destacar as vozes dos autores do evento
histórico, no caso os camponeses nordestinos e catarinenses, mostrando a ação do
poder Estatal constituído a favor de grupos econômicos interessados na pobreza e
ignorância dos indivíduos (no caso de Canudos) e na exploração das terras
agrícolas e das riquezas da madeira da Araucária (no caso do Contestado).
Segundo Marcos Napolitano, na História nem sempre há bandidos e
mocinhos e isto deve ser colocado ao aluno (KARNAL, 2005:169), mas nestes
eventos históricos não há como se colocar à margem a exploração dos
camponeses, não só pelas chamadas elites econômicas e políticas, como pelas
lideranças do movimento com o uso do messianismo. Da análise histórica sobre os
eventos citados dirigiu-se ao estudo histórico da História do Presente, no caso do
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, com estudo do trabalho dos professores
Rosangela Petuba e Fernando Henrique Santos sobre o assentamento Emiliano
Zapata na cidade de Palmeira, no Paraná. Com a necessidade de esclarecer o aluno
sobre o significado do Movimento Sem Terra, buscou-se no texto didático do
caderno pedagógico sobre a origem do movimento, bem como a visão da sociedade
brasileira sobre o movimento. O trabalho voltou-se ao aluno no intuito dele entender
as vozes que fazem parte do assentamento, não as lideranças, mas dos
desempregados e trabalhadores rurais que sem esperança na vida urbana
buscaram no movimento camponês voltar à vida rural a qual abandonaram pela
necessidade de sobrevivência (SANTOS, 2007:75).
Deste modo o aluno pôde entender a posição dos membros do
assentamento, não de um indivíduo colocado pela visão de uma parte da mídia, na
condição de marginal, como voz dentro do tempo histórico contemporâneo, herdeiro
de problemas sociais no campo, que não tiveram medidas positivas, mas
conservam-se na estrutura social brasileira. Enquadra-se no teórico de que o aluno
ao se aproximar da História Contemporânea perceba a relação com o passado
(KARNAL, 2005:168-169), para não se deixar dominar por doutrinas cujo alvo é o
poder sobre o Estado e o descaso às dores sociais populares. O exercício do aluno
de formar julgamentos a partir do texto e desenvolver o seu próprio juízo se
concretizou, na competência de interpretar as conexões do passado com o presente.
Questões escritas pelo aluno com a indagação do tipo “Você considera o
assentamento Emiliano Zapata um grupo de bandidos e marginais? Justifique sua
16
resposta” ou “Qual sua opinião sobre o Movimento Sem Terra?” se preocuparam em
possibilitar ao aluno exercitar a reflexão com base neste conceito (MEDEIROS,
2005:47).
Captando a realidade das adolescentes da comunidade inserida no Colégio
Estadual Amanda Carneiro de Mello pela experiência em sala de aula constatou-se
que o grupo feminino adolescente tem a leitura da sua realidade social voltada à
figura da mulher como sujeita à dominação masculina paterna ou conjugal. Ao
pesquisar conteúdos para os temas relacionados às relações culturais para o
caderno pedagógico dentro do arquivo das produções acadêmicas da Universidade
Federal do Paraná, encontraram-se os trabalhos de Maria de Fátima Cunha sobre
as relações femininas e masculinas nas décadas de sessenta e setenta e Marilza
Bertassoni Alves Mestre sobre mulheres do século XX: memórias de trajetórias de
vida, suas representações, referindo-se à temática da visão social da mulher,
característica do grupo feminino do estabelecimento de ensino mencionado. Ambas
as obras desenvolveram o estudo sobre a mulher e seu comportamento perante as
mudanças na sociedade brasileira, com a industrialização em Curitiba e outras
cidades brasileiras. Constatou-se a mudança da passividade feminina e o
aparecimento de sua participação ativa em buscar de caminhos próprios para viver
em sociedade (CUNHA, 2001:1-22).
A leitura destes trabalhos favoreceu a escrita de um texto didático
preocupado em mostrar esta evolução do pensamento e da ação feminina durante o
século XX, fugindo de uma possível alienação frente à sujeição ao poder masculino
(MESTRE, 2004:1-250). A preocupação era de partir da representação social trazida
da comunidade do aluno formar a sua consciência histórica, orientando-se no tempo
presente a fim de compreender que sua representação social trazida de sua
comunidade familiar ou de amizade sobre a figura feminina não é a única, de
maneira que as alunas tenham a ciência de que sua ação no futuro depende de sua
interpretação de seu papel no mundo social (RÜSEN, 2001: 67).
A prática em sala se voltou ao debate sobre a participação da mulher
historicamente e na visão social trazida pelos alunos da função feminina. Para as
duas turmas de oitava série se elaborou questões para verificar o entendimento dos
alunos sobre a relação do amor, da figura masculina e a independência feminina
profissional. A maioria dos alunos é originada de comunidades de poder aquisitivo
17
de três a cinco salários mínimos, tendo acesso aos meios de comunicação como a
televisão e a internet (via Lan house). Esta característica formou respostas que
valorizaram a independência feminina frente à figura masculina seja no agir
individual, como profissional. A primeira atividade deu se em duplas, mas faltava a
discussão em sala, a qual foi realizada de forma que cada aluno expusesse suas
idéias para toda a classe ouvir. Nesta prática há percepção de visões sociais
diferentes sobre o conteúdo do texto elaborado dos trabalhos das autoras citadas.
As alunas em sua maioria consideram que as personagens femininas
entrevistadas foram importantes na medida em que buscaram sua realização
amorosa e profissional a partir da consciência histórica do individualismo liberal,
caracterizado por adotar ações de forma adequadas a suas visões de mundo.
Curioso é que um dos alunos ao fazer sua intervenção mencionou a existência da
figura feminina a qual, também, exercer a exploração do companheiro masculino ao
se dedicar ao consumismo irresponsável, sustentado unicamente pelo salário do
companheiro. Estes depoimentos tiveram o intuito de o aluno reconhecer os
fundamentos estruturais, as intenções didáticas e levando em conta as capacidades
de compreensão de cada aluno, percebendo diferentes perspectivas para o mesmo
assunto, segundo Rüsen (citado por MEDEIROS, 2005:41-50). Ou seja, ele, o aluno,
entender que existem várias narrações e leituras para o mesmo conteúdo, a partir de
realidades sociais vinculadas à visão cultural de cada comunidade. Indiretamente,
sem referir-se ao termo consciência histórica, procurou-se insinuar pela prática
didática este conceito.
A meta de construir um texto didático a partir de textos acadêmicos e sua
aplicação em sala de aula não poderia se restringir as oitavas séries A e B do
Colégio Amanda Carneiro de Mello, sendo assim, convidou-se a professora Giselle
Lopes de Souza Lima que lecionava na oitava série do período vespertino, do
mesmo estabelecimento. Efetivaram-se dois encontros para discutir sobre a
implementação do projeto em sua turma e analisar conclusivamente sobre o projeto
em si.
As discussões visavam entender as particularidades das turmas de oitava
série A e B, espaço de implementação do projeto, e a 8ªC da qual a professora era
responsável, comparando-as, de maneira à referida docente ter ciência sobre os
objetivos da implementação da pesquisa interligando as características de
18
aprendizagens de seus alunos. Em primeiro lugar permitiu-se a liberdade de
escolher os textos que lhe interessavam em suas aulas de História. Tendo a
preocupação de expor à professora os objetivos a serem analisados por ela na
aplicação dos textos: se neles havia relação entre os tempos do passado, presente e
futuro, os conteúdos destes tinham vinculação com a realidade do aluno e se o
mesmo poderia ser trabalhado em sala de aula como material didático para as aulas
de História.
Como não havia diferenças na condução dos conteúdos do Plano de Curso
para as oitava séries, optou-se pelos mesmos textos usados nas turmas da manhã
para as turmas da tarde, favorecendo a uma segunda opinião sobre o material
didático desenvolvido.
A importância desta aplicação por outro docente do estabelecimento é
considerável na medida em que há transferência de experiências entre professores,
discutindo o tema, a metodologia e o referencial teórico, enquadrando-se nos
objetivos do Programa de Desenvolvimento da Educação da Secretaria de Estado
da Educação (PDE) de universalizar práticas e conhecimentos na rede estadual de
ensino. O PDE prevê a interlocução com os professores da rede, que ainda não
ingressaram no Programa. Essa articulação consolida a participação de todos os
professores da rede pública estadual. (PARANÁ, 2007:72). A partir desta reflexão o
programa permitiu esta troca de informações por meio da etapa de grupo de trabalho
em rede, o GTR, favorecendo a cada professor trocar suas experiências de seus
projetos, produção didática e implementação. Nesta etapa a colaboração da
professora Marinice Santana de Oliveira (Professora da Rede Estadual de Ensino do
Paraná no Colégio Estadual Deputado Arnaldo Faivro Busato, em Pinhais) se
apresentou mais concreta pelos detalhes apresentados sobre a construção e
aplicação do caderno pedagógico, que foi analisado pela professora:
“Tudo o que for produzido pelo professor da escola pública para ser utilizado por outros professores já é relevante porque pode enriquecer a ação pedagógica. A sua produção didática pedagógica, que trata de aspectos da história do Paraná contemporâneo, tem significativa relevância porque não temos nas escolas estaduais material sobre este tema. Quando, em sala de aula, se trabalha a história do Brasil contemporâneo poderá utilizar este material para aproximarmos o conhecimento histórico ao tempo e espaço em que vivem nossos alunos.”
3
3 Comentário postado no GRT-Andreas Wurzburger, unidade 4, em 29 de abril de 2009.
19
Destaca-se o comentário sobre a aproximação do texto do tempo e espaço
do aluno, cuja importância faz entender que a:
“(...) aula de história como texto é criação individual e coletiva a um só tempo; criação sempre em curso, que permanentemente renova um objeto de ensino em decorrência de novas leituras, de outras experiências vividas, da chegada de novos alunos, dos encontros acadêmicos e das conversas com os colegas de ofício, do surgimento de novos manuais didáticos, das decisões emanadas das instâncias educacionais e das questões, dos desafios e das expectativas geradas pelo movimento do mundo no qual vivemos em sua dimensão local ou global” (MATOS, 2006:14).
O texto e a aula devem enxergar as características conectivas do aluno em
relação à forma dele aprender e de entender o universo presente no tema a ser
proposto. O comentário feito para o material didático pedagógico demonstra a
necessidade de outras produções textuais de professores decorrentes dos níveis
conectivos de seus alunos, de modo ocorrer a aprendizagem, pois o livro didático é
feito para a uma macro-comunidade e leva em conta uma generalização e não
especificidades existentes dentro de uma sala de aula.
A finalização do trabalho em sala de aula se efetivou com a sistematização
dos conteúdos apresentados. Voltando ao pensamento da Didática da História de
exercitar o aluno em reproduzir e conceituar sobre os temas desenvolvidos em sala.
Dividiu-se a atividade em três assuntos: MST, Imigração japonesa e
imigração árabe-libanesa em Foz do Iguaçu e conclusão final. As duas oitavas foram
divididas em assuntos, sendo que a oitava A ficou com os temas imigração japonesa
e MST e a oitava B com a imigração árabe-libanesa em Foz do Iguaçu. A razão de a
primeira turma ter dois temas e a outra apenas um, justifica-se porque ao final do
primeiro bimestre aplicou a experiência da sistematização com a elaboração de
cartazes, escolhendo-se ao acaso a oitava A. O resultado do trabalho animou o
prosseguimento na mesma turma e na outra oitava da mesma produção escrita
sistematizada, pois os alunos desenvolveram o tema imigração dos japoneses,
produzindo um texto enfocando os motivos e os percalços deste grupo étnico em
terras paranaenses, com conceitos definidos da importância histórica da análise
sobre o tema. E a maioria dos trabalhos enfocou os conceitos sobre a mudança
histórica cultural vinda com a introdução à cultura e as relações de trabalho no
Brasil, bem com a perspectiva de conservação da consciência histórica de
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representação social sobre os laços com o passado étnico, exemplificando o
pensamento de Moscovici sobre representações sociais:
“As representações sociais têm sua gênese nos encontros das pessoas nos diferentes espaços em que transitam diariamente. Clubes, escritórios, igrejas, bares, ruas, escolas, praças, lugares onde os indivíduos discutem os mais variados assuntos, analisam situações, propõem alternativas, ou seja, criam verdadeiras “filosofias espontâneas” que interferem diretamente no cotidiano: na educação dos filhos, nas opções políticas, nas relações de trabalho, entre outros exemplos” (MOSCOVICI, 2003:45).
Em relação à sistematização dos outros temas, ocorreu uma distorção por
parte das duas turmas do sugerido em sala para a elaboração dos textos em
cartazes. Como a atividade anterior se dera bem sucedida sobre conceitos e juízos
aplicou-se a mesma idéia para a atividade sobre os temas MST e imigração árabe-
libanesa. Mas os alunos das turmas que teriam os textos dados em sala como
referência teórica, os abandonaram, preferindo consultar outras fontes bibliográficas,
principalmente as relacionadas a sites de pesquisas e enciclopédias. A produção
final se caracterizou por dados não contidos nos textos pedagógicos do professor
levando ao enriquecimento dos conteúdos apresentados. A decepção a princípio
levou à satisfação docente ao entender o pensamento de Jorn Rusen sobre a
finalidade do ensino de História possibilitar ao aluno novos caminhos de
interpretação sobre o conteúdo apresentado pelo plano de aula do professor,
“(...) a História não é um conjunto de fatos fixos e não deve ser apresentada assim... Deve buscar uma pluriperspectividade de interpretações, permitindo aos alunos e alunas comparar criticamente estas interpretações, partindo de suas condições no presente, evitando esse olhar único, dogmático, do passado (...)” (RÜSEN apud. MEDEIROS, 2007:50).
A prática dos alunos enriqueceu as lacunas do texto em relação a dúvidas
dos mesmos sobre a origem da comunidade árabe-libanesa e seu cotidiano do
momento presente e ao MST sobre suas características gerais como organização
não governamental. Desenvolveu-se o aspecto mencionado por Rüsen, de o aluno
caracterizar as outras visões de análise de opiniões dentro do mesmo contexto
factual (2007:50).
Ao desenvolver a sistematização por parte dos alunos buscou-se a
socialização do saber na direção da verificação da validade da elaboração de
textos didáticos para a História Paranaense, como aponta Barbosa: “(...) o real
21
significado da História Local e Regional... É fornecer elementos imprescindíveis
para a compreensão das diversas variáveis que constituem o sistema global de
relações dentro do Estado Nacional (...)” (1998:5).
Assim, a modalidade de pesquisa histórica serviu para ampliar os temas da
macro-história brasileira. Ao estudar-se a características da República do Café
percebeu-se que a realidade política paranaense de nepotismo e clientelismo advém
de práticas deste período, como os outros textos fazem a mesma relação da
realidade geral com o cotidiano regional.
A discussão final da troca de experiências sobre o os textos do projeto de
implementação valorizou sobremaneira a História Regional, a qual é mencionada
nos conteúdos das Diretrizes Curriculares e apresenta o problema da falta de
referências. Este podendo ser suprido pelo PDE com a produção de material
didático que possibilite a cada professor trabalhar conteúdos vinculados à realidade
do aluno, sem particularidades especificas, pois os conteúdos da disciplina de
História fazem parte do saber acumulado por gerações nas dimensões de poder,
cultura e trabalho, os quais se relacionam a temas locais e regionais, podendo
influenciá-los ou diferenciá-los deles, sendo relevantes por constituírem a identidade
do aluno.
A produção de um caderno pedagógico voltado à temática Paraná foi
importante na medida em que se provou junto aos alunos que os conteúdos
regionais devem fazem parte do currículo por servirem como modelo para
exemplificar os conteúdos de temais mais abrangentes da História brasileira e geral.
Ao término desta discussão docente sobre o projeto refletiu-se sobre a
consciência histórica, a qual é definida por Rüsen:
“(...) a consciência histórica constitui-se mediante a operação, genérica e elementar da vida prática, do narrar, com a qual os homens orientam seu agir e sofrer no tempo. Mediante a narrativa histórica são formuladas representações da continuidade da evolução temporal dos homens e de seu mundo, instituidoras de identidade, por meio da memória, e inseridas, como determinação de sentido, no quadro de orientação da vida prática humana.” (RÜSEN, 2001:67)
A partir das palavras de Rüsen foi questionado o projeto atingiu o objetivo de
formar a consciência histórica no sentido do aluno da oitava série ter compreendido
que os significados e representações dos atores de cada texto aplicado em sala de
22
aula foram fruto de uma base cultural desenvolvida em um tempo anterior ao seu e
mesmo distante da visão de mundo juvenil contemporânea tem relação com o seu
cotidiano. A discussão final do grupo é afirmativa, pois muitas alunas se inseriram no
texto sobre as mulheres do século XX em alcançar sua independência como pessoa
que tem sentimentos e objetivos próprios. E, nos imigrantes japoneses e libaneses
que buscaram na colonização brasileira um futuro melhor pelo trabalho, os alunos se
inseriram na medida em que perceberam que seus sonhos de melhores condições
de vida podem ser conquistados através do trabalho, como dos imigrantes. No texto
sobre nepotismo ao serem indagados sobre o tema, os alunos valorizaram a
necessidade de a ação política ser pautada pela ética e honestidade, por meio da
eleição de pessoas sem os vícios nepotista e clientelista para os cargos públicos.
Bem como da origem do processo vinha de um sistema político que se
fundamentava na troca de favores a partir da República Velha.
À análise sobre o MST e seu exemplo no acampamento Emiliano Zapata,
os alunos perceberam que a formação da comunidade se deu a partir do êxodo
rural, provocado pela necessidade de trabalho. Diferentes grupos não se adaptaram
ao mercado capitalista, buscando no passado da atividade rural o reencontro com a
vontade de ter uma expectativa de vida mais simples e básica de sobrevivência. A
perspectiva de futuro nas mentes destes assentados ligada a conquista da
propriedade da terra e o desenvolvimento de sistema econômico vinculado aos
interesses do grupo e não do mercado especulativo. Nesta perspectiva o aluno se
insere no conceito que Piaget relata sobre bem e mal para a formação da
consciência histórica, voltada à formação moral do aluno para a democracia no
aspecto de respeito às diferenças opiniões dos grupos humanos heterogêneos
dentro da sociedade, fazendo-o entender que neste sistema político seus direitos
são garantidos no mesmo tempo em que os direitos de outro cidadão forem
respeitados por ele (citado por ALVES, 2009). Para Alves,
“(...) os indivíduos que chegam a construir julgamentos autônomos sobre a moral, ou seja, como as crianças podem refletir e criar conceitos sobre as regras, sobre o bem e o mal, portanto, sobre a moral de maneira independente e democrática... Estabelece através da convivência entre os indivíduos, na troca de opiniões, no reconhecimento e respeito pelas diferenças – é condição para indivíduos com uma moral autônoma e responsável.” (2009:2782).
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Neste sentido a experiência da autoria do material didático usado em sala dá
estímulo a outras futuras experiências na elaboração de outros textos para o ensino
de História, usando a didatização de material acadêmico ou outras fontes escritas.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pesquisar e construir textos didáticos a partir de produções acadêmicas e
bibliográficas permitiu a vivência da experiência de ser autor dos materiais para a
aula de História, mais preocupado com as fases de aprendizagem do aluno e as e
suas peculariedades culturais.
O conhecimento de outras fontes de leitura e pesquisa para estudo da
História Regional com a descoberta de links das instituições de ensino superior na
área de História, Geografia, Sociologia e outras ciências humanas possibilitaram o
enriquecimento das discussões do cotidiano escolar, bem como a ampliação teórica
do trabalho em sala de aula.
A implementação ofereceu a experiência de entender o aluno na sua
formação cultural cotidiana, por meio da exposição de suas ideias nos exercícios em
sala. Esta descoberta cultural favoreceu as futuras intervenções didáticas no
desenvolvimento de textos, vídeos e atividades que relacionem o conteúdo curricular
de História com a visão de mundo do aluno, de modo a ele constituir sua
consciência histórica, e de se orientar a partir do conhecimento histórico.
Deste modo, o trabalho desenvolvido no PDE favoreceu a mudança na
atividade docente em sala de aula.
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