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2ºCiclo de estudos
Mestrado em Turismo
O Património Cultural e arquitetónico como motor impulsionador do Centro Histórico do Porto Ana Catarina Organista
M 2016
Ana Catarina da Costa Organista
O Património Cultural e arquitetónico como motor impulsionador
do Centro Histórico do Porto
Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em Turismo, orientada pelo Professor
Doutor Paulo Faustino
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Setembro de 2016
O Património Cultural e arquitetónico como motor
impulsionador do Centro Histórico do Porto
Ana Catarina da Costa Organista
Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em Turismo, orientada pelo Professor
Doutor João Paulo Faustino
Membros do Júri
Professor Doutor Luís Paulo Saldanha Martins
Faculdade de Letras - Universidade do Porto
Professor Doutor Jorge Pedro Sousa
Universidade Fernando Pessoa
Professor Doutor João Paulo de Jesus Faustino
Faculdade de Letras - Universidade do Porto
Classificação obtida: 16 valores
5
Há um porto em mim, aquele que é urbano e tradicional, é o Porto de pronúncia
carregada que vê o pôr-do-sol cair perante a ponte D.Luís. É o Porto que está na
moda, nas esplanadas e cafés cheios de gente que vem de lá, mas é também o Porto de
alma velha, das casas decoradas com roupa estendida e de caras sorridentes e
espevitadas.
Cláudia Silva
7
Sumário Agradecimentos ............................................................................................................................. 9
Resumo ........................................................................................................................................ 10
Abstract ....................................................................................................................................... 11
Índice de Figuras ......................................................................................................................... 12
Índice de quadros ........................................................................................................................ 14
Introdução ................................................................................................................................... 16
PARTE I Revisão Bibliográfica ........................................................................................ 18
Capitulo I O turismo e o Património Cultural ............................................................................. 18
1.1 O turismo: Conceitos e Origem ............................................................................................. 18
1.2 O turismo cultural ................................................................................................................. 22
1.2.1 Tipologias das atrações do Turismo Cultural ................................................................. 25
1.2.2 O turista cultural ............................................................................................................. 26
1.3 O Património cultural: noções e perspetivas ................................................................... 28
1.3.1 A patrimonialização e a sua importância ................................................................ 30
1.3.2 A memória como construção de uma identidade cultural ....................................... 31
1.4 O Centro Histórico do Porto e o Património Cultural e arquitetónico ............................ 33
1.4.1 Localização geográfica e delimitações .................................................................... 35
1.4.2 O Património Edificado no Centro Histórico do Porto ........................................... 36
Capitulo II Conceitos Gerais de Marketing ................................................................................. 37
2.1 O Marketing .......................................................................................................................... 37
2.2 Os Processos de Marketing: terminologias e conceitos ........................................................ 38
2.2.1 O Mercado e o cliente: terminologias básicas ................................................................ 39
2.3 O Marketing Turístico ........................................................................................................... 44
2.4 Marketing-Mix ....................................................................................................................... 46
Capítulo III O CHP como dinamizador turístico-cultural ........................................................... 49
3.1 A importância dos Centros Históricos............................................................................. 49
3.2 Diagnóstico da cidade do Porto e do CHP como produto turístico ................................. 50
3.2.1 Dinâmicas da Oferta ................................................................................................ 53
3.2.2 Dinâmicas da Procura .............................................................................................. 56
3.3 Estratégias de Comunicação ou veículos de difusão do património ............................... 59
PARTE II Estudo de Caso: O Centro Histórico do Porto ................................................. 69
Capitulo IV Metodologias de Pesquisa ....................................................................................... 69
4.1 Objetivos ............................................................................................................................... 69
4.1.1 Objetivos específicos: .................................................................................................... 69
8
4.2 As principais atrações do Centro Histórico do Porto ...................................................... 70
4.2.1 Sugestões de outros lugares a visitar no Porto ........................................................ 71
4.3 Inquéritos ......................................................................................................................... 72
4.4 Resultados ....................................................................................................................... 73
4.5 Discussão dos resultados ................................................................................................. 82
4.6 Análise SWOT ................................................................................................................ 84
Considerações finais .................................................................................................................... 87
Referências bibliográficas ........................................................................................................... 92
Anexos....................................................................................................................................... 109
Anexo I: Lista de Património Edificado ................................................................................ 110
Anexo II: Plano de Gestão do Centro Histórico do Porto – Eixo III: turismo ...................... 119
Anexo III: Top de atrações do CHP ...................................................................................... 125
Anexo IV: Inquéritos ............................................................................................................. 138
9
Agradecimentos
Ao Prof. Doutor Paulo Faustino,
agradeço por toda a disponibilidade e orientação que sempre tão prontamente me
cedeu, e pela boa vontade com que sempre aceitou os caminhos que achei pertinentes
seguir neste meu projeto.
À Cláudia,
minha querida amiga que, do 1º ao último dia desde projeto, foi a minha
companheira de estudo e trabalho e que em momento algum me deixou desistir ou
desanimar. Agradeço toda a força.
À Mana,
agradeço todos os anos de amizade e por estar sempre presente na minha vida.
Para mim é, e será sempre, um exemplo a seguir.
À minha família,
aos meus pais que sempre apoiaram todas as minhas escolhas e me deram a
possibilidade de embarcar nesta aventura.
Aos meus amigos,
mesmo que não mencionados, me ajudaram com as suas palavras de força e
amizade quando mais precisei.
Um obrigado a todos.
10
Resumo
O turismo é uma das principais atividades económicas mundiais, possibilitando um
aumento da renda e dos postos de trabalho, assim como a evolução social através de
intercâmbios culturais. No entanto, carece de uma boa gestão e planeamento rigoroso
para que a individualidade de cada ponto turístico, bem como o seu património histórico
seja conservada. No grande Porto, com a evolução significativa do turismo na última
década, levou a uma crescente preocupação com a patrimonialização do seu Centro
Histórico, classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, com vista à
sua valorização e preservação. Apesar de se constituir como um fator relevante nos
Centros Históricos, ainda não é conhecido o impacto que o Património tem no
crescimento turístico da Cidade do Porto. O presente trabalho visa colmatar esta lacuna,
tendo como objetivo determinar em que medida o Património Cultural e arquitetónico
do Porto se configura como atrativo impulsionador de turismo no Centro Histórico do
Porto e na Cidade. Para responder a esta questão, foi desenvolvido um inquérito,
aplicado a 100 participantes, com o objetivo de perceber em que medida o património
do Centro Histórico do Porto se constitui como elemento decisivo ou relevante na
escolha do Porto como destino turístico. Os resultados apontam para o Património como
um fator de significativa relevância na atração de turistas para a cidade. No entanto, a
internacionalização do destino fora da Europa constitui-se como problemática. Este
trabalho pretende alertar para o potencial do Centro Histórico do Porto e do seu
património, que não está a ser eficazmente expandido fora dos limites da Europa. Há
que existir uma gestão dos recursos e elementos patrimoniais, a par com o marketing, de
forma a posicionar o destino e fixar a sua marca internacionalmente.
Palavras-chave: Turismo, Cultura, Património arquitetónico, patrimonialização,
Marketing.
11
Abstract
Tourism is one of the leading global economic activities, enabling an increase in rent
and employment, as well as social development through cultural exchanges. However, it
lacks a good management and careful planning so that the individuality of each point of
interest, as well as its historical heritage is preserved. In Porto, the significant evolution
of tourism in the last decade, has led to a growing concern with the patrimonialization
of its Historical Center, classified by UNESCO as a World Heritage site, with the intent
of its appreciation and preservation. Even though it is a relevant factor in the Historic
Centers, it’s still not known the impact the heritage has in the tourist growth of the City
of Porto. This study aims to fill this gap, with the objective to determine to what extent
the Cultural and Architectural Heritage of Porto is configured as an attractive tourism
booster in the Historical Center of Porto. To better answer this question, an inquiry was
developed, applied to 100 participants, in order to realize to what extent the Historical
Center of Porto is constitutes a decisive element in the choice of Porto as a tourist
destination. The results point to the Heritage as a decisive factor in attracting tourists to
the city. However, the internationalization this destination outside of Europe is
constituted as problematic. This work aims to draw attention to the potential of the
Historic Center of Porto, which is not being effectively expanded outside the boundaries
of Europe. There must be a resource management and equity elements, along with
marketing, in order to position the destination and set its mark internationally.
Keywords:Tourism, Culture, Cultural Heritage and architectural, Patrimonialization,
Marketing.
12
Índice de Figuras
Figura 1A evolução do turismo 19
Figura 2 Estatisticas do Impacto da Cultura no Turismo 24
Figura 3 Principais atrativos do Turismo Cultural 25
Figura 4Tipologia das atrações turísticas culturais 25
Figura 5 Tipologia dos Turistas Culturais 27
Figura 6 Tipologia dos Turistas Culturais II 27
Figura 7Fatores Push and Pull 27
Figura 8 Mapa da área classificada como Património Mundial 35
Figura 9 Modelo do Processo de Marketing 39
Figura 10 Conceitos gerais do Marketing 39
Figura 11 Objetivos da Gestão do Marketing turístico 45
Figura 12Etapas de Gestão do Marketing Turístico 45
Figura 13 Os 4P’s do Marketing 47
Figura 14 As variáveis dos P´s 47
Figura 15Lista de Centros Históricos, Património Mundial. 49
Figura 16Evolução turística 50
Figura 17Pernoites no Norte e Porto – 2011 a 2014 51
Figura 18Mercados Emissores 51
Figura 19Motivos da Visita 52
Figura 20Capacidade de alojamento, 2013 54
Figura 21Tipologias da oferta de alojamentos da região Norte 54
Figura 22Indicadores turísticos da Cidade do Porto, 2009-2014. 55
Figura 23Produtos, genéricos, turísticos do Porto e Norte de Portugal. 56
Figura 24 Dormidas em alojamentos Turisticos, 2013 57
Figura 25Procura turística em Posto Oficiais de Turismo, cidade do Porto-2013/2014 57
Figura 26Procura de dormidas por Tipologia de Alojamento no Norte, 2013 58
Figura 27Ranking dos principais mercados. 2003 - 2013 58
Figura 28Plano de ação definido pelo Plano de Gestão do Centro Histórico do Porto 66
13
Figura 29Nacionalidade 73
Figura 30Cidade de Residência 74
Figura 31Sexo 74
Figura 32Idade 75
Figura 33Estado civil 75
Figura 34Habilitações Literárias 76
Figura 35Ocupação Profissional 76
Figura 36Frequência da visita 77
Figura 37Duração da visita (em média) 77
Figura 38Motivos de viagem 78
Figura 39Criação do roteiro de visita 78
Figura 40O que mais o atrai e motiva a visitar a cidade 79
Figura 41Quais as atrações que já visitou 80
Figura 42Como classifica o seu interesse no Património do CHP 80
Figura 43Relevância do património do destino 81
Figura 44Como Classifica a sua experiência no Centro Histórico do Porto 81
Figura 45Recomendaria uma visita ao Destino 82
15
Lista de abreviaturas e siglas
UNWTO: World Tourism Organization
OMT: Organização Mundial de Turismo
ONU: Organização das Nações Unidas
Saer: Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco
ICOMOS: Conselho Internacional de Monumentos e Sítios
PENT: Plano Estratégico Nacional de Turismo
OCDE: Organização para a cooperação e desenvolvimento Económico
ANPTUR: Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo
INE: Instituto Nacional de Estatística
CHP: Centro Histórico do Porto
ANA: Aeroportos de Portugal
AFSC: Aeroporto Francisco Sá Carneiro
CP: Comboios de Portugal
AMA: American Marketing Association
EMTPNP: Estratégias de Marketing do Porto e Norte de Portugal
16
Introdução
O turismo é considerado um dos principais motores de desenvolvimento da
economia mundial, tendo crescido significativamente nos últimos anos (PENT).
O que consolidou o Turismo e o tornou, rapidamente, em atividade primordial
foi o contínuo progresso tecnológico, o desenvolvimento nos meios de transporte, o
investimento na promoção, o direito ao tempo livre, a melhoria na qualidade de vida, o
aumento de postos de trabalho, entre outros. Assim se assistiu à sua conversão em
principal fonte de rendimento de muitos países (Nascimento & Silva, 2009).
O Porto é, indubitavelmente, uma cidade rica em história e com um património
cultural de elevada importância. O seu centro histórico, área mais antiga e característica
da cidade, foi classificado pela UNESCO, em 1996, como Património Mundial da
Humanidade, confirmando, assim, a sua relevância cultural. Esta classificação incitou o
inicio do Porto como destino turístico a visitar, no entanto, na última década assistiu-se
a um crescimento acima da média. De acordo com dados divulgados pelo INE (Porto
Lazer, 2016), em 2015 foi alcançado um alto patamar relativamente à promoção
internacional deste destino, mais concretamente na Europa, que se espelhou num
aumento da procura da cidade do Porto como destino turístico - um aumento nas
dormidas de 16,7%, face a 2014 - tendo sido apontadas perspetivas de um crescimento
contínuo e rápido nos anos subsequentes.
Desta forma, o turismo tornou-se decisivo para o crescimento da cidade e para a
promoção da sua cultura. No entanto, tal facto evidencia também a necessidade de uma
gestão e planeamento eficaz, devidamente desenvolvido, para que este aumento do
turismo não coloque em risco o património cultural da cidade, nem prejudique a
qualidade de vida da sua comunidade (Nascimento & Silva, 2009). Estes planos de
gestão unem esforços para manter o Centro histórico em constante desenvolvimento,
sem nunca descurar as suas origens medievais e romanas e, em caso algum, lhe retirar o
seu valor cultural. O centro histórico está repleto de representações simbólicas da
identidade cultural da sua comunidade, tornando-se a representação viva da sua história
e no local, possivelmente, mais atrativo para turistas (Santamaria, 2013).
17
Este estudo pretende compreender de que forma é que o Património Cultural e
arquitetónico do Centro Histórico do Porto se constituí como fator decisivo e/ou
relevante para a seleção do Porto como destino turístico de eleição. Com base neste
objetivo, foi formulada a seguinte hipótese: o património cultural e arquitetónico é um
fator decisivo ou relevante no momento de escolha do Porto como destino turístico.
Para cumprir o objetivo proposto, foi desenvolvida uma investigação que utiliza
o questionário como metodologia de recolha de dados. Este questionário foi
desenvolvido especificamente à luz do objetivo do presente projeto e aplicado no Centro
Histórico do Porto, presencialmente, a uma amostra de 100 participantes. Foram
incluídos na amostra todos os participantes que cumpriam o critério de não residirem no
Porto.
O presente projecto será apresentado em duas partes principais: a primeira parte
- capítulos I, II e III - será de caráter teórico e consistirá numa revisão bibliográfica de
conceitos sobre o Turismo, Turismo Cultural, Património Cultural, o Centro Histórico
do Porto (CHP) e o Marketing. Será, ainda, feito um apanhado de dados estatísticos
relativos à procura e oferta no Porto e no seu centro histórico, com incidência entre os
anos de 2004 e 2015, de forma a seguirmos a evolução dos índices turísticos da cidade.
Por último, serão expostas, as principais estratégias de desenvolvimento, reabilitação e
preservação criadas para o CHP.
A segunda parte – capítulo IV – descreve a parte prática do presente projeto de
investigação, no qual será descrito um estudo de caso que visa responder à questão
levantada nos objetivos, acerca da importância do património do CHP na escolha da
cidade do Porto como destino turístico de eleição. Neste capítulo será listado um “Top
de atrações” do CHP, seguido de uma breve caraterização dos locais mais apelativos
para o Turista. Este Top de atrações será acompanhado de várias sugestões sobre a
riqueza que o centro e arredores da cidade do Porto podem oferecer aos seus visitantes.
Em conclusão será elaborada uma análise SWOT, onde serão expostos todos os pontos
fortes e fracos do Centro Histórico do Porto.
18
PARTE I Revisão Bibliográfica
Capitulo I O turismo e o Património Cultural
1.1 O turismo: Conceitos e Origem
O turismo emerge no mundo ocidental, nos finais do século XVI, através dos
primeiros viajantes que percorrem a Europa pelo prazer da instrução e ávidos por mais
conhecimento. No entanto, segundo Licínio Cunha (2010), apesar de esporádicas,
descrições de viagens foram feitas por Pausanias1, Plínio2, Marco Pólo3, entre outros,
apenas pela curiosidade ou espírito aventureiro, surgem mais precocemente na história
registada.
“A história do sector do turismo encontra-se associada à própria
história da humanidade. A génese do turismo permeia-se, e
confundem-se, nos mais diversos meandros da história das
civilizações, desde as mais remotas da Grécia antiga (com a
construção de equipamentos de lazer, recreio e desporto, tais
como circos, teatros e anfiteatros) ao período da romanização
(saunas, corridas, arenas, espetáculos, etc.)” (Costa, 2005,
p.280).
De acordo com Licínio Cunha (2010) a motivação de conhecer o mundo difunde-
se por viajantes de diversas culturas e origens, dando origem à Grand Tour, no século
XVIII, uma viagem ao longo de 3 anos pela França, Itália, Suíça e Alemanha.
O turismo, enquanto atividade começou a formar-se na transição entre o séc. XIX
e XX, motivado por grandes transformações económicas, sociais, industriais e,
sobretudo, tecnológicas. Nesta altura, viajantes aristocratas ocidentais, motivados pela
curiosidade ávida, pelo interesse cultural e pelo lazer, começam a reivindicar pelo
direito ao lazer e ao período de férias. Assim se criaram as condições necessárias para o
crescimento do turismo e da viagem em moldes semelhantes aos atuais. Os novos
acessos – aéreos, ferroviários, entre outros – e o direito ao tempo livre, favoreceram a
1 Viajante grego e geógrafo (115 d.C. -180 d.C.)
2 Cientista, historiador e nobre romano (23 d.C. 79 d.C.)
3 Embaixador e explorador (1254 – 1324)
19
deslocação por parte de qualquer indivíduo para usufruto do local que visita (Cunha,
2010). Paralelamente, começa a popularizar-se o prazer adjacente às viagens, seja com
intuito de aprendizagem ou prazer. Nasce um turista nómada, que procura destinos
específicos – montanhas, praias, termas - optando por determinadas cidades, com
características especiais e atrativas. Deste modo, cria-se uma “turistização e territórios”,
impulsionando o desenvolvimento desta atividade, que se foi transformando numa das
maiores atividades económicas a nível mundial (Cunha, 2010, p.128,129).
Em suma, e de acordo com Pierce, os três pilares que consolidaram o surgimento
do turismo foram 1) o Grand Tour no séc. XVIII; 2) A criação dos pacotes turísticos por
Thomas Cook e a realização da primeira viagem de comboio, de Leicester a
Loughborough, no séc. XX; e 3) o aparecimento e desenvolvimento do Turismo de
massas entre a década de 50 e 70, originando a “aviação comercial” e as agências de
viagens (apud Costa, 2005, p.280,281).
Figura 1A evolução do turismo
Fonte: Julião (2003) e Costa (2005), Elaboração própria.
Apesar dos registos dos primeiros turistas datarem o século XVI, a primeira
definição concreta do termo Turismo surge em 1910, pela autoria de Herman Von
Schrattenhofen, que o define como
“o conjunto de todos os fenómenos, em primeiro lugar de ordem
económica, que se produzem pela chegada, estada e partida de
viajantes numa comuna, província ou um estado determinado e,
por consequência estão directamente ligadas entre eles”(apud
Licínio Cunha, 2010).
20
O termo turista apenas é operacionalizado em 1937, pela Sociedade das Nações
Unidas. Este engloba todos aqueles que viajam durante, pelo menos, 24 horas para outro
país que não o de residência (Cunha, 2010). Desde então, este conceito tem sofrido
alterações e é a Organização das Nações Unidas (ONU) que, em 1993, propõem a
definição atualmente em vigor
“A visitor is a traveler taking a trip to a main destination outside
his/her usual environment, for less than a year, for any main
purpose (business, leisure or other personal purpose) other than
to be employed by a resident entity in the country or place visited.
A visitor (domestic, inbound or outbound) is classified as
a tourist (or overnight visitor), if his/her trip includes an
overnight stay, or as a same-day visitor (or excursionist)
otherwise” (UNWTO, 2015).
A Organização Mundial do Turismo (OMT) enriquece este conceito, distinguindo,
ainda, três tipos de turistas, consoante o tempo de permanência fora do local de
residência: (a) Visitante é “toda a pessoa que se desloca, temporariamente, para fora da
sua residência habitual, quer seja no seu próprio país ou no estrangeiro, por uma razão
que não seja a de aí exercer uma actividade remunerada.”; (b) Turista é “todo o visitante
temporário que permanece no local visitado mais de 24 horas.” e, finalmente, (c)
Excursionista é “todo o visitante temporário que permanece fora da sua residência
habitual menos de 24 horas” (cf Dias, 2010).
No entanto, autores que tentam definir e estudar o Turismo evidenciam, ainda,
algumas controvérsias relativamente à sua definição. Nomeadamente, apesar de as
viagens lhe estarem associadas, nem todas as viagens podem ser consideradas turismo
(cf Pires, 2004). Por exemplo, alguns filósofos, como Montaigne, Francis Bacon ou
Locke, começaram por distinguir alguns constituintes importantes das viagens, como o
seu caráter instrutivo e educacional. Mais tarde, outros escritores como Stendhal-
criador da palavra Touriste - e Alexandre Herculano, abordaram o turismo como forma
21
de obtenção de lucro e motor económico, obtidos através das visitas de turistas para
usufruir o melhor que cada país tem para oferecer (apud Cunha, 2010).
Com base nestas controvérsias, a definição de turismo foi aperfeiçoada em 1994
para englobar: “(…) as actividades das pessoas que viajam e permanecem em lugares
fora do seu ambiente usual durante não mais do que um ano consecutivo, por prazer,
negócios ou outros fins.” (Ignarra, 2013). Paralelamente, o glossário básico da UNWTO
define também o turismo como
“a social, cultural and economic phenomenon which entails the
movement of people to countries or places outside their usual
environment for personal or business/professional purposes.
These people are called visitors (which may be either tourists or
excursionists; residents or non-residents) and tourism has to do
with their activities, some of which imply tourism expenditure.”
Não obstante, toda a discussão associada ao seu conceito parece unanimemente
reconhecido que o turismo se tornou um dos principais motores da economia mundial e
de uma fonte de rendimento necessária para a subsistência e evolução de muitos países,
sobretudo os menos desenvolvidos. Especificamente, é atualmente uma fonte de receita
para os países de acolhimento, gerando milhares de postos de trabalho. De acordo com
dados estatísticos da OMT, o turismo em 2020 irá gerar um crescimento médio anual
entre os 6% e 7%, apesar da restante economia mundial avançar a um ritmo mais lento –
3,3% anuais (Saer, 2005).
Este impacto motivou a criação de uma vasta variedade de produtos, bens e
serviços à volta do turismo, que precisam ser geridos eficazmente a nível local, nacional
e internacional, para colmatar os possíveis impactos negativos do turismo (UNWTO,
2015).
Além do impato económico, o turismo também tem estimulado o
desenvolvimento sociocultural e o avanço social. Em termos ambientais o turismo tem
contribuído para o aproveitamento das características locais e para a preservação e
manutenção de ambientes de interesse turístico que, de outra forma, seriam
negligenciados.
22
Assim, em virtude do avanço tecnológico, dos meios de transporte, do aumento de
renda das comunidades, o turismo dos tempos modernos é crucial para o
desenvolvimento cultural e das cidades, mas é fundamental uma gestão e planeamento
rigoroso e bem desenvolvido para a manutenção das identidades locais (Nascimento e
Silva, 2009).
1.2 O turismo cultural
As razões que motivam uma viagem turística são cada vez mais diversas, desde o
lazer aos negócios. Para satisfazer essas necessidades as ofertas turísticas têm-se
diversificado e atualmente podemos encontrar vários tipos de turismo – o Turismo
Cultural, Desportivo, Político, de Aventura, de Saúde, entre outros. Apesar de
reconhecida a sua existência e relevância, o presente projeto de investigação focar-se-á
no Turismo Cultural, um tipo de turismo procurado desde a idade média (cf Ongtour,
2006, p.9).
“O turismo cultural carateriza-se pela motivação do turista em
conhecer e vivenciar lugares onde o seu alicerce está baseado na
história de uma determinada sociedade… o turista é cada vez
mais motivado a consumir essas singularidades culturais que se
encontram no património de uma cidade, vila ou aldeia”
(Marujo, 2014).
A definição de Turismo Cultural está longe de ser consensual. De acordo com a
ICOMOS (apud Richards, 2003), Turismo Cultural define-se como
“qualquer forma de turismo para outro lugar (que) envolve o
visitante atravessar todos os “culturais" aspetos sobre esse lugar,
seus contemporâneos estilos de vida, comida, topografia, meio
ambiente, cidades e aldeias, bem como seus pontos históricos e
espetáculos culturais"
Por seu turno, a UNWTO define o Turismo cultural como
23
“movements of people motivated by cultural intents such as study
tours, performing arts, festivals, cultural events, visits to places
and monuments, as well as travel for pilgrimages. Cultural
tourism is also about immersion in and enjoyment of the lifestyle
of the local people, the local area and what constitutes its identity
and character” (UNWTO, 2015).
Esta definição, contudo, pode parecer um pouco redutora por considerar apenas as
motivações culturais dos turistas. Existem diversos tipos turistas cujas motivações não
passam pela cultura, mas que, ainda assim, acabam por consumi-la. É o caso do turista
acidental que, por diversos motivos (imprevisibilidades climáticas, por exemplo), acaba
por usufruir do turismo cultural, sem que tenha sido essa a sua motivação inicial
(Richards, 2009). Tal é possível porque o turismo cultural é uma opção viável de
qualquer destino com identidade cultural, apesar de não se poder assumir que todos os
tipos de turismo se caracterizam como culturais (Richards, 2004). De acordo com a
OMT
“a definição de cultura é quase tão vasta quanto a do próprio
turismo. Junto com o património arquitetónico e das artes, alguns
países incluem na sua definição, por exemplo, a gastronomia, o
desporto, a educação, as peregrinações, o artesanato (…) e a
vida na cidade”
De acordo com Xerardo Pereiro Pérez (2009)
“o turismo cultural define-se como um factor social, humano,
económico e cultural irreversível. O turismo cultural é uma forma
de turismo que tem por objeto central o conhecimento de
monumentos, sítios históricos e artísticos ou qualquer elemento
do património cultural. Exerce um efeito positivo sobre estes
porque contribui para a sua conservação, mas também corremos
riscos de provocar efeitos negativos que devem ser evitados por
meio da educação e de medidas políticas concretas.”
24
A procura do Turismo Cultural continua em crescimento, o que pode ser atribuído
à maior instrução da população, ao crescimento dos rendimentos, às novas tecnologias,
ao papel da mulher na sociedade e ao processo de globalização crescente (Richards,
2007).
“Cultural/heritage tourism can be defined as purposeful travel
that enables the traveler to learn about the history, heritage and
lifestyles of others while contributing to the conservation and
restoration of cultural resources and the economic well-being of
the community. A cultural tourist is also defined as someone who
visits, or intends to visit a cultural attraction and/or participate in
cultural activities”
De acordo com dados da OMT, as viagens culturais representaram, em 2004, 40%
de todas as viagens: 305 milhões de turistas privilegiam-nas, em comparação com
viagens de lazer convencionais ou sem propósito cultural (Pereiro Pérez, 2009), um
valor que tem crescido, a nível mundial, a uma escala de 5% por ano (Julião, 2013).
A OCDE (2009) corrobora com o seu relatório The Impact of Culture on Tourism:
Figura 2Estatisticas do Impacto da Cultura no Turismo
Fonte: The Impact of Culture on Tourism © 2009 OECD, Adaptação própria.
Em Portugal, o PENT refere que o “touring cultural e paisagístico” encontra-se
nos dez melhores produtos.
A partir do desejo por este turismo, o “turismo e qualidade”, surgem da
necessidade de criar diferentes recursos de apoio à cultura e aos recursos naturais
existentes(Richards, 2009, p.1).
25
1.2.1 Tipologias das atrações do Turismo Cultural
Laura Duhme (2012) refere os principais atrativos do Turismo Cultural:
Figura 3Principais atrativos do Turismo Cultural
Fonte: Laura Dhume: Cultural Tourism (2012), Adaptação própria.
Segue-se uma listagem da tipologia das atrações turísticas, segundo o modelo de
Ignarra (apud Julião, 2013)
Figura 4Tipologia das atrações turísticas culturais
Fonte: Ignarra, adaptado em Liliana Julião (2013)
26
1.2.2 O turista cultural
O turista cultural procura a singularidade de um lugar, bem como o conhecimento
da história e dos costumes culturais do povo que o acolhe (Marujo, 2014). Os jovens
mais instruídos, dos 20 aos 29 anos e, principalmente, do sexo feminino, são quem mais
ativamente procura o turismo cultural, apontando, como principais motivações, o
ambiente, a vontade de conhecer a cultura, bem como locais e referências interessantes.
Na Europa, os produtos mais procurados são os museus, mas outros se têm destacado ao
longo dos anos, tais como o cinema, o desporto, a gastronomia, a arte, entre outros
(Pereiro Pérez, 2009, p.127).
“Cultural tourism is among the ‘new’ forms of tourism that claim
to be less harmful and more benevolent towards cultures. Cultural
tourists participating in this form of tourism describe themselves as
‘thinking’ tourists who are more cautious, sensitive and
constructive with regards to their behavior” (Ivanovic, 2008)
Pereiro Pérez distingue estes dois tipos de turistas segundo as perspetivas de
Ashworth e Turnbridge (apud Pereiro Pérez, 2009):os “turistas culturais de intenção”,
culturalmente motivados, e os “turistas culturais acidentais”, que têm o consumo
cultural no plano secundário, consumindo-o de forma não premeditada.
Bywater(apud Pereiro Pérez, 2009, p. 125) dá-nos uma distinção mais específica,
considerando os turistas como “culturalmente motivados”, “culturalmente inspirados” e
“culturalmente atraídos”.
27
Figura 5Tipologia dos Turistas Culturais
Fonte: Bywater em Xerardo Pereiro Pérez (2009), Adaptação própria.
Já Richards (2004) dá uma diferenciação mais objetiva:
Figura 6Tipologia dos Turistas Culturais II
Fonte: Richards (2004), Adaptação própria.
Considerando as distintas abordagens ao conceito de turista cultural, o modelo
“Push and Pull” foi criado de forma a operacionalizar as motivações subjacentes às
viagens de cada turista (Dias, 2009). Este modelo distingue a necessidade, pessoal, que
leva um indivíduo a viajar – Push – e a atratividade e oferta de um destino – Pull
(Marques, 2011).
Figura 7Fatores Push and Pull
Fonte: Vítor Marques (2011), Adaptação própria.
28
1.3 O Património cultural: noções e perspetivas
O conceito de Património Cultural surgiu com o Renascimento, quando se
defendia que toda a sociedade deveria partilhar uma cultura, uma herança comum que
deveria ser preservada como legado para o futuro (Quintal, 2008, p.53).
Cruces data o nascimento deste conceito, na década de 80, em França, definindo-o
como “a representação simbólica das identidades dos grupos humanos, isto é, um
emblema da comunidade que reforça identidades, promove solidariedade, cria limites
sociais, encobre diferenças internas e conflitos e constrói imagens da comunidade”
(apud Pereiro Pérez, 2009, p.24).
O conceito de Património Cultural tem evoluído a par das necessidades sociais e,
na “Convenção para a proteção do Património Mundial, Cultural e Natural”, em 1972,
foi redefinido
“Os conjuntos. – Grupos de construções isoladas ou reunidos
que, em virtude da sua arquitectura, unidade ou integração na
paisagem têm valor universal excepcional do ponto de vista da
história, da arte ou da ciência;
Os locais de interesse. – Obras do homem, ou obras conjugadas
do homem e da natureza, e as zonas, incluindo os locais de
interesse arqueológico, com um valor universal excepcional do
ponto de vista histórico, estético, etnológico ou
antropológico”(UNESCO, 1972).
Pérez (2009) refere a importância de estabelecer uma distinção entre o Património
e o Património Cultural. O primeiro tem um significado mais particular, privado e
individual – heranças familiares, bens imobiliários/mobiliários, capital, etc. – enquanto
o segundo é mais abrangente e comunitário, podendo definir-se como uma identificação
coletiva.
O património cultural resulta numa representação da cultura, que requer vários
processos de seleção e interpretação dos seus significados. No entanto, a cultura está em
constante transformação, contrariamente ao património, que requer alguma permanência
29
(Pereiro Pérez, 2009). É através da cultura e da dinâmica que lhe é adjacente que uma
sociedade transmite as suas crenças, valores, saberes e modo de vida, conferindo-lhe a
sua identidade própria. Os dois conceitos, juntos, criam o conceito do património
cultural, que se traduz no “conjunto dos saberes, fazeres, expressões, práticas e seus
produtos, que remetem à história, à memória e à identidade desse povo”(Tavares,
Dantas e Nóbrega, 2014), sendo ainda a “[...] expressão da cultura dos grupos humanos
que recupera memórias, ritualiza sociabilidades, seleciona bens culturais e transmite
legados para o futuro” (Pereiro Pérez, 2009, p.142).
De acordo com Gonçalves, é a posse de determinados objetos que passaram entre
gerações que definem a identidade de uma família ou grupo. A identidade nacional
também pode ser definida pela sua herança monumental ou patrimonial – conjunto de
bens culturais que fazem parte da história nacional. Esta constitui-se como propriedade
coletiva, onde se evoca e estabelece uma íntima relação com o passado, de forma a o
interligar com o presente e futuro, para garantir a sua preservação, evolução e
continuidade no tempo (Barreto, 2000).
Segundo Wittmann, Dotto e Boff, baseando-se na proposta de Amartya Sen,(apud
Tavares, Dantas e Nóbrega, 2014) a cultura de um povo funciona como base primária
para o desenvolvimento e potencialização da região, quando corretamente conetados e
desenvolvidos. A singularidade de um povo deve ser devidamente trabalhada,
desenvolvida e dada a conhecer, de forma a tentar melhorar problemas e promover o
desenvolvimento económico para a região.
Figueiredo, Nóbrega, Bahia, & Piani (apud Tavares, Dantas e Nóbrega, 2014)
defendem a necessidade de tornar o Património Cultural em atrativo da região, desde
que não se corram riscos de banalização ou perda de património ou identidade. Para
isso, defendem a criação de um planeamento que englobe a comunidade local, que
preserve todo o património, que fomente uma consciência cultural e que ofereça
diferentes símbolos culturais.
30
1.3.1 A patrimonialização e a sua importância
A ideia de patrimonialização liga-se ao conceito de desenvolvimento, e tem como
finalidade a valorização e revitalização do património cultural, que é algo permanente,
de uma determinada cultura, que se encontra em constante transformação. No momento
em que uma comunidade se conecta com o seu património e se apropria dele, surge a
necessidade de preservá-lo e de revitalizá-lo, de forma a utilizá-lo como motor para o
seu desenvolvimento e crescimento local. Ou seja, é através da patrimonialização que
esta ação é concebida, através desta apropriação e afirmação de um grupo que pretende
que as suas memórias nunca caiam no esquecimento. Trata-se de uma forma de reforçar
cada identidade cultural, através da preservação dos seus bens, e bem usada como motor
de desenvolvimento (Silva, 2011).
A durabilidade de determinado bem relaciona-se com a sua valorização, seja
cultural, económica ou até simbólica, que lhe é atribuída pela sociedade. A
“patrimonialização do património” é a criação de mecanismos adequados à proteção e
salvaguarda de todo o património (Cruz, 2012, p.96).
Ainda, de acordo com Cruz (2012), o motivo pelo qual muito do património
existente hoje, sobrevive e resiste ao tempo é porque o seu povo assim o decidiu e
permitiu a sua permanência ao longo do tempo, por quaisquer que sejam os motivos.
Historicamente, a autora faz referência à revolução francesa como início deste
movimento, a par com a necessidade do estado como mecanismo de intervenção à
proteção do património.
A patrimonialização remete-nos a uma valorização de determinado objeto, a nível
cultural, atribuído pela sociedade. Assim, esta tem o objetivo de direcionar uma
comunidade para o seu desenvolvimento, seja a nível económico ou social, e deve ser
utilizada como mecanismo de valorização e preservação do seu património (Silva,
2011).
Xerardo Pereiro (2009), baseando-se em Joan Prat i Carós, enumera os critérios
que costumam fazer parte deste processo de patrimonialização, tais como: a escassez –
valorização da carência - de determinado bem; o abandono; e os valores afetados – cada
bem tem o seu próprio valor, mas novos valores, sobretudo económicos, podem ser-lhe
agregados.
31
O autor reforça a ideia de que são as comunidades que atribuem os valores e
significados ao seu património cultural, escolhidos entre vários. A patrimonialização
acaba por funcionar como um seguro de que nada de valor e identitário de uma
sociedade são esquecidos, ou seja, funciona como motor de ativação de memórias. No
entanto, segundo Prats, estes valores são ainda insuficientes na determinação e
processos que envolvem a patrimonialização. Existem diversos conflitos e tensões e
uma propensão à manipulação dos elementos culturais, logo, é de enorme importância a
adequada avaliação e estudo de todos os papéis de agentes sociais envolvidos nesta
ação. Micael Herzfeld refere a importância de terem em conta a identidade de um país e
dos seus elementos socioculturais e adequar a significação de cada um ao seu contexto
social, na hora de valorizar e classificar (apud Pereiro Pérez, 2009, p.150).
1.3.2 A memória como construção de uma identidade cultural
Falar em património cultural remete-nos a termos como “memória” e
“identidade”, sendo que é através dele que ambas se materializam. No entanto, nem
todos temos as mesmas percepções sobre o passado e atribuímos, também, diversos
valores que variam dependendo de múltiplos interesses – políticos, sociais, pessoais,
financeiros, etc. – e ainda assim tentamos buscar aquilo que nos mantém unidos e vivos
do passado para o presente e nos dá um sentido de pertença e identificação cultural.
Todos os valores e significados atribuídos ao património têm evoluído ao longo da
história, sempre a par com a identidade e memória, e sempre com o intuito de
preservação e continuidade (Torino, 2013).
A identidade cultural tem um forte papel no processo de desenvolvimento e
conceção de cada indivíduo. Ulpiano Menezes (apud Santos, 1994) afirma que
"exilar a memória do passado é deixar de entendê-la como força
viva do presente. Sem memória (…) inexistiria uma plataforma de
referência e cada ato seria uma reação mecânica, uma resposta
nova e solitária a cada momento, um mergulho do passado
esvaziado para o vazio do futuro. É a memória que funciona
32
como instrumento biológico e cultural de identidade,
conservação, desenvolvimento”.
Define ainda a memória como
“mecanismo e retenção de informação, conhecimento,
experiência individual ou social, constituindo-se em um eixo de
atribuições que articula e categoriza os aspetos multiformes da
realidade, dando-lhes lógica e inteligibilidade” (apud Santos,
1994).
E é desta forma, através das lembranças da memória e da percepção que temos
delas, que registamos eventos ou fatos importantes do passado e se dá o processo de
reconhecimento social e daí advém a necessidade de conservar no presente estes “bens”
(Torino, 2013).
A mudança é algo que nos é inerente e necessário, tal como as memórias do
passado, que funcionam como um lembrete de tudo aquilo que fomos, que somos e
podemos vir a ser e, ainda, nos dão margem para transformar e modificar sem perder as
raízes. Há que construir e avançar em direção ao futuro, em segurança, tendo a memória
como um auxiliar, um referencial que nos dá consciência de toda a evolução de uma
sociedade.
Maurice Halbwachs (apud Torino, 2013) - que encara a memória como um
fenómeno individual, mas também como social e coletivo - na sua teoria fala-nos da
relação entre a memória e a lembrança como fruto das sociedades atuais, sendo que o
indivíduo não “relembra” por ele próprio, sozinho, mas em sociedade – família, grupo
social/profissional, antepassados, etc.
Le Goff (apud Rocha, 2012) destaca o “vínculo” entre a memória de cada
indivíduo e os acontecimentos passados a ele pertencentes. Esta memória, tanto coletiva
como individual, possibilita a união coletiva de uma nação, ajuda na construção de uma
identidade cultural e no sentido obrigação de preservação e valorização da sua cultura.
Segundo Le Goff e Alberti em Thaíse Rocha (2012) toda a nossa herança cultural
precisa ser preservada, não só na forma material – património, documentação, etc. mas
também na imaterial – a memória. O património acaba por funcionar como estímulo a
33
experiências passadas, sejam individuais ou coletivas, que lhe estejam associadas. A
memória preserva informações e auxilia na conservação de um passado longínquo, de
forma a imortalizar determinados acontecimentos na nossa consciência.
Assim, desta forma, conclui-se, segundo Pelegrini: ”que o património é
historicamente construído e conjuga o sentimento de pertencimento dos indivíduos a um
ou mais grupos” assegurando-se a identidade cultural de uma comunidade (Thaíse
Rocha, 2012).
1.4 O Centro Histórico do Porto e o Património Cultural e arquitetónico
O Porto é a capital da zona norte e a segunda cidade mais importante do país. O
turismo do norte tem um imenso potencial e tem-se assistido a uma evolução constante,
devido a toda a atratividade, às paisagens, aos monumentos, à arquitetura variada, à
gastronomia e ao vinho do Porto, que tanto reconhecimento mundial alcança. Os
transportes têm aqui um papel importantíssimo no desenvolvimento da cidade,
potencializando os seus acessos (Page, 2009).
A cidade invicta, assim conhecida, é emoldurada pelo rio Douro - situado na sua
margem direita - e por toda uma paisagem urbana com uma história milenar com mais
de 2000 mil anos, e com uma enorme diversidade arquitetónica – religiosa e civil – que
nos remonta desde a época romana, à medieval, do renascimento, ao barroco e o
neoclássico. Toda a sua história e singularidade podem ser testemunhadas através dos
seus magníficos monumentos e através de toda a sua riqueza cultural (UNESCO).
De acordo com estatísticas do INE, nos últimos 5 anos o número de turistas no
Porto tem aumentado. Em 2014 atingiu-se o patamar 2,2 milhões – subida de 63%
relativamente ao ano de 2009. O norte do país ganha, assim, destaque no ranking
nacional com 5,4 milhões de dormidas, em 2014, e evidenciando-se cada vez mais face
ao aumento de dormidas.
Premiações como European Best Destination, em 2012 e 2014, e várias
publicações internacionais referindo o norte como “destino a descobrir” e toda a
panóplia de oferta, boa relação entre preços e qualidade, os seus acessos e, claro, toda a
34
beleza arquitetónica e cultural da cidade contribuem para o reconhecimento
internacional do destino.
O Porto constitui-se como destino de eleição alicerçado em vários elementos:
"O aeroporto tem capacidade e qualidade, a oferta hoteleira
existe e com capacidade para absorver mais hóspedes, o ‘cross-
selling' com regiões limítrofes como o Douro, o crescimento dos
cruzeiros de passagem ou partida/chegada à cidade ou a
capacidade de reabilitar mais áreas de interesse que permitam
prolongar a estada são apenas alguns exemplos" (Carvalho &
Marcelino, 2015).
O Centro Histórico do Porto, a área mais antiga da cidade, tem um enorme valor
estético e tem evoluído ao longo dos tempos, sem nunca perder a sua essência. O seu
desenvolvimento tem sido constante e a urbanidade mantém-se em evolução partindo,
sempre, das suas bases romanas e medievais. Toda a sua arquitetura é de uma imensa
variedade cultural e o CHP expressa genuinamente os seus valores culturais. Todas
estas características contribuíram para a sua classificação como Património Mundial, a 5
de Dezembro de 1996. Estamos perante uma obra magnífica do homem e todo um
testemunho histórico-cultural e arquitetónico de evolução e criação que se transfigurou
numa história milenar.
Edifícios como a Sé do Porto, a Igreja de Cedofeita e, o que resta das “muralhas” 4
são parte constituinte e fundamental da cidade e representante do legado e da faceta
medieval. A Torre e Igreja dos Clérigos, de estilo barroco, a ponte sobre o Rio Douro,
com paisagens naturais e românticas, e a marca contemporânea, que com novas
utilizações e reabilitações, marcam o desenvolvimento e evolução desta cidade face ao
turismo, cultura e comércio. Com este conjunto define-se em traços muito amplos a
essência e o que forma o Centro Histórico do Porto. Estamos perante um dos “maiores
centros urbanos inscritos na Lista de Património Mundial” (Porto e Norte, 2013).
4 Por volta do século XIV é construída uma nova cerca e denominada de “Fernandina”, no entanto, a sua construção data às épocas dos reinados de D. Afonso IV
e D. João I.
35
1.4.1 Localização geográfica e delimitações
O Centro Histórico , com um total de 49 hectares, faz parte de um plano – Área de
Reabilitação Urbana do CHP - que une partes das seis freguesias que o constituem -
União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e
Vitória. Apenas S.Nicolau se encontra na sua totalidade no perímetro referido. (Porto
Vivo, 2012)
Os limites desta união de freguesias do CHP são, segundo o plano de delimitação
da área urbana do Centro Histórico do Porto (Porto Vivo, 2012): ”Rua do Dr. António
de Sousa Macedo, Campo dos Mártires da Pátria, Rua S. Filipe de Nery, Rua dos
Clérigos, Praça da Liberdade e Rua de 31 de Janeiro (a norte); Praça da Batalha, Rua de
Augusto Rosa, Muralha Fernandina e Ponte Luís I (a nascente); Rio Douro (a sul);
Escadas do Caminho Novo, Rua de Francisco da Rocha Soares e Passeio das Virtudes
(a poente)”. Apesar de toda esta evolução, estamos perante uma obra que se apoia nas
suas origens antigas, mantendo a sua essência e criando uma imagem de uniformidade e
singularidade, sempre carregada de identidade e caráter. No mapa da figura 8 temos a
representação do CHP: a verde a Área classificada como Património Mundial; a
vermelho, a área protegida (parte dela) e a Azul a Muralha Fernandina (XIV).
Figura 8Mapa da área classificada como Património Mundial
Fonte: Centro Histórico do Porto - Património Mundial (a.)
36
1.4.2 O Património Edificado no Centro Histórico do Porto
O património do CHP é, claro, parte fundamental deste estudo, por isso, foi feito
um levantamento de todo o património existente na baixa da cidade. Em anexo (I) segue
um quadro com a designação, tipologia, ano e freguesia de todo o património edificado
neste conjunto de freguesias que constituem parte integrante do Centro Histórico do
Porto. O quadro encontra-se dividido por categorias – arquitetura Civil, arquitetura
Religiosa e arquitetura Militar.
O património edificado, na categoria de arquitetura Civil, conta com um total de
77 edificações, a arquitetura Religiosa soma 21 edificações e a arquitetura Militar conta
com 2 edificações. Estamos perante um total de 100
“edificações/conjuntos/monumentos” arquitetónicos.
37
Capitulo II Conceitos Gerais de Marketing
2.1 O Marketing
Segundo Altés Machín
“(…) la palabra marketing, se deriva del inglés market. (…) lo
que la palabra quiere expresar es acción, dinamismo,
movimiento; en otras palabras: actuar, trabajar en el mercado
[…] Marketing es […] una determinada actitud, filosofía u
orientación con la que el conjunto de la empresa u organización
se enfrenta a su entorno y a su activid” (apud Pinassi, 2012)
O Marketing surge na década de 1950 e começou por ser uma atividade
totalmente direcionada e ligada às vendas e distribuição, no entanto, foi progredindo e
começou a ser encarado como uma atividade de comercialização e transação comercial,
onde todos os envolvidos – corporações, empresas e clientes – também eram parte
integrante e fundamental no processo e no negócio (Batista, 2011).
O Marketing, segundo Kotler: “(…) é um processo social e gerencial pelo qual os
indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e
troca de produtos de valor com outro” (apud Ignarra, 2013, p.144).
A “AMA” descreve o marketing como: “the activity set of institutions and
processes for creating, communicating, delivering, and exchanging offerings that have
value for customers, clients, partners, and society at large”.
Conforme Balanza e Nadal (2003, p.29) Marketing é um “conjunto de técnicas
utilizadas para a comercialização e a distribuição de um produto entre os diferentes
consumidores”.
Churchill Jr. e Peter afirmam que a orientação do Marketing passa por entender e
atender as necessidades e/ou desejos dos potenciais consumidores. As necessidades são
as que se relacionam com a nossa sobrevivência, já os desejos são bens ou serviços,
mais superficiais, específicos que poderão satisfazer as nossas necessidades ou as que se
vão criando. (apud Lopes, 2014)
38
O Marketing foca-se em analisar o gosto dos consumidores, tentar descobrir e
perceber as suas necessidades ou desejos e, partindo desse conhecimento, desenvolver
técnicas e processos adequados para persuadir o público-alvo a adquirir o seu produto.
Os processos são diversos quanto ao produto, à promoção, ao preço e distribuição – os
4p’s do Marketing e todos eles devem ser executados eficazmente. A satisfação do
consumidor é fundamental, já que uma má experiência ou um mau produto evita uma
possível compra futura. A concorrência é cada vez mais voraz, há uma necessidade de
se diferenciar das demais e marcar posição na preferência do consumidor (Balanza e
Nadal, 2003, p.29).
Para Boiteux e Werner (2009, p.44) os fundamentos do Marketing são:
Compreender os desejos e necessidades dos consumidores;
Entendimento e desenvolvimento da procura;
Formatar, adequadamente, os produtos e serviços;
Capacidade de satisfazer e agregar valor;
Necessidade de troca, transações e relacionamento;
Analisar os mercados;
Transformar as informações obtidas em oportunidades de negócios;
Pesquisar.
2.2 Os Processos de Marketing: terminologias e conceitos
De acordo com Kotler (et al. 2011) o modelo apresentado abaixo (figura 9) trata-
se de um “Modelo do processo de Marketing”. Divide-se em duas fases, sendo que na
primeira - as 4 etapas iniciais - o foco direciona-se para o cliente e foca-se na
compreensão do mercado, agregando-lhes valor e reforçando ou construindo relações
entre ambas as partes. Na última fase há que capturar e manter os clientes e assegurar a
sua fidelidade através das vendas e satisfação dos seus desejos/necessidades como
benefícios em longo prazo.
39
Figura 9Modelo do Processo de Marketing
Fonte: Kotler (et al. 2011); Adaptação própria
2.2.1 O Mercado e o cliente: terminologias básicas
Conforme Kotler, Bowen e Makens (apud Pinassi 2012, p.62) há um consenso de
que o Marketing “es una actividad humana dirigida a satisfacer las necesidades y
deseos [de los indivíduos] através de procesos de intercâmbio”, no entanto, segundo os
mesmos o “intercâmbio” é a chave de todo o processo.
Figura 10Conceitos gerais do Marketing
Fonte: Kotler, Bowen y Makens (apud Pinassi, 2012); Adaptação própria
40
Necessidades, Desejos e Procura
Conforme Ignarra (2013) as “necessidades”, “desejos” e “demanda” estão
intrinsecamente ligados. Enquanto as necessidades são algo de indispensável à nossa
sobrevivência – oxigénio, alimentos, água – os desejos são, além de outra forma de
necessidade, uma necessidade de factor mais psicológico, mais superficial. Assim,
alicerçando os desejos ao poder de compra temos a chamada “demanda” por um
determinado serviço ou produto.
As necessidades
“Las necesidades humanas son estados de privación percibidos.
Incluyen necesidades físicas básicas de alimentación, vestido,
calor y seguridad, y necesidades sociales de pertenencia, afecto,
diversión y relajación. Hay necesidades de prestigio,
reconocimiento y fama, y necesidades individuales de
conocimiento y expresión personal“ (Kotler, 2011, p.14).
A ideia de que “o marketing cria necessidades” é defendida por diversos críticos.
No entanto, sentir desejo ou necessidade é algo muito próprio do homem, seja a nível
biológico ou sociocultural, e o Marketing entra em acção de forma a proporcionar a
satisfação destas necessidades. Kotler (2011) reforça com a ideia de que “Estas
necesidades no han sido creadas por los profesionales de marketing; son una parte
básica de la condición humana.” E Ignarra (2013) remata que “o marketing apenas
desperta desejos”.
Desejos
“El segundo concepto básico de marketing es el de los deseos
humanos, la forma que adoptan las necesidades humanas al ser
conformadas por la cultura y la personalidad individual. Los
deseos son las formas en las que la gente comunica sus
necesidades” (Kotler, 2011)
41
De acordo com Kotler e Armostrong (2003), os desejos estão profundamente
ligados à cultura que nos envolve e também à personalidade e vivências de cada um.
São necessidades que tomam a forma de desejos ou até “necessidades mais específicas”.
Tomaremos o exemplo de Kotler (2011) “Una persona hambrienta en Papúa
Nueva Guinea necesita comida, pero desea malanga, arroz, ñame y cerdo”. Desta
forma, pode admitir-se que os desejos são “criados” ou “moldados” pelas componentes
socioculturais que nos rodeiam. É uma espécie de “extensão” da necessidade, uma
necessidade mais específica. Mas, conforme Kotler (2011), os desejos tendem a evoluir
ao longo dos tempos, podendo vir a tornar-se necessidade.
A Procura/Demanda
A “procura” tem então dois pressupostos fortíssimos: o desejo e o poder
económico. De acordo com o desejo manifestado e com os recursos monetários
disponíveis, o consumidor “procura” por um serviço/produto que o satisfaça plenamente
(Kotler e Armostrong, 2003).
Segundo Ignarra(1999, p.146)
“demandas são desejos alicerçados na capacidade de compra do
consumidor. (…) é evidente que a grande maioria das pessoas
gostaria de fazer um cruzeiro para dar uma volta ao mundo, mas
são poucas as que dispõem de tempo para viajar por vários
meses e que têm poder aquisitivo para pagar uma viagem desse
porte.”
Conforme, Kotler e Armostrong, para qualquer produto/serviço alcançar destaque
e sucesso há que aprender a entender o que o, potencial, consumidor procura – seja
necessidade básica ou desejo. Todo o consumidor quer vivenciar/experienciar ou “dar
uso” ao “objecto” de desejo e sentir-se totalmente satisfeito.
“A tarefa do Marketing é encontrar meios de ligar os
benefícios dos produtos às necessidades e aos interesses
naturais das pessoas … Consiste em mensurar o tamanho
42
do mercado potencial e desenvolver produtos e serviços
que satisfaçam a demanda”.(Kotler, 2000, p.28)
O Produto/serviço
Segundo a AMA um produto é
“may be an idea, a physical entity (a good), or a service, or any
combination of the three. It exists for the purpose of exchange in
the satisfaction of individual and organizational objectives”.
Um serviço é definido como
“(…) intangible or at least substantially. If totally intangible, they
are exchanged directly from producer to user, cannot be
transported or stored, and are almost instantly perishable.”
Ignarra (1999, p.147)define o conceito de Produto turístico como “(…) bens,
serviços auxiliares, recursos, infra-estrutura e equipamentos, gestão, imagem de marca
e preço.”
Armostrong (apud Silva, 2012) reforça que
“definimos um produto como algo que pode ser oferecido a um
mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo e que pode
satisfazer um desejo ou necessidade. Produtos incluem mais do
que apenas bens tangíveis. (…) incluem objetos físicos, serviços,
eventos, pessoas, lugares, organizações, ideias ou um misto de
todas essas entidades”.
O Valor e a Satisfação do Cliente
Segundo Kotler (2000, p.56) o
“Valor entregue ao cliente é a diferença entre o valor
total para o cliente e o custo total para o cliente. O valor
total para o cliente é o conjunto de benefícios que os
clientes esperam de um determinado produto ou serviço.
43
O custo total para o cliente é o conjunto de custo em que
os consumidores esperam incorrer para avaliar, obter,
utilizar e descartar um produto ou serviço.”
Anda segundo este autor “Las expectativas del cliente se basan en las
experiencias de compras pasadas, las opiniones de amigos y la información y promesas
de los profesionales del marketing y de los competidores” (Kotler, 2011, p.17)
No ramo do Turismo, a excedencia das expetativas é facilmente alcançada. Porque
todo e qualquer servido comprado nunca pudera ser experimentado e classificado, na 1ª
pessoa, antemão, apenas depois do seu desfruto. Ou seja, há que saber criar valor para o
produto, publicitando-o e adequando-o ao mercado existente, procurando formas
adaptadas para comunicá-lo de forma a atrair o máximo de clientes, criando sempre
elevadas expetativas e tentando responder às mesmas. O cliente retorquirá de acordo
com a percepção captada pelo valor que fora agregado às suas expetativas.
Intercâmbios e Relações
A AMA define o intercâmbio como “All activities associated with receiving
something from someone by giving something voluntarily in re-turn.”
Kotler (2011, p.17) refere que
“El marketing se produce cuando la gente decide satisfacer las
necesidades y deseos mediante relaciones de intercambio. Un
intercambio es el acto de obtener un objeto deseado de una
persona ofreciendo algo a cambio. El marketing consiste en un
conjunto de acciones emprendidas para crear y mantener
relaciones de intercambio con públicos (…) el objetivo consiste
en conservar a los clientes y hacer que aumenten sus negocios
con la empresa.”
44
O Mercado
“Un mercado es el conjunto de compradores actuales y
potenciales de un producto. Estos compradores comparten una
necesidad o deseo particular que se puede satisfacer mediante
relaciones de intercambio” (Kotler, 2011, p.19).
A tarefa do Marketing é clara, aqueles que oferecem os serviços ou produtos têm
que criar e fomentar as relações, identificando as necessidades do mercado alvo, criando
e comunicando as ofertas de forma eficaz através das ferramentas mais importantes do
Marketing - O Marketing Mix ou os 4P’s - produto, promoção, preço e distribuição.
2.3 O Marketing Turístico
Vaz (1999, p.18) determina que “Marketing Turístico é um conjunto de
actividades que facilitam a realização de trocas entre os diversos agentes que atuam,
direta ou indiretamente, no mercado de produtos Turísticos”.
Vaz (2003) indica ainda que, no sector turístico, devido à intangibilidade da sua
oferta, o produto não chega aos consumidores de forma convencional – mas através de
canais de distribuição – sendo que o consumidor tem de se deslocar ao local para
usufruir do serviço e, por assim ser, o Marketing tem um papel importante e
fundamental a desempenhar entre as duas partes – a da procura e a da oferta.
Conforme Carlos Pinassi (2012, p.62) quando se aplica o Marketing ao Turismo o
objetivo principal passa por beneficiar todas as partes envolvidas, há que, para isso,
fomentar relações entre ambos os intervenientes: 1)satisfazendo os seus desejos e
necessidades e trabalhando para alcançar as expetativas pretendidas; 2) e da outra parte,
o alcance dos seus objetivos que podem ser ou não económicos – receitas, visibilidade,
reconhecimento, etc.
De acordo com Sancho (1998, p.295) a gestão do Marketing no Turismo baseia-se
em 3 premissas:
45
Figura 11Objetivos da Gestão do Marketing turístico
Fonte: Sancho (1998); Adaptação própria.
Arragay (apud Castelli, 1984, p.57) define o Marketing Turístico como
“o conjunto dinâmico de actividades necessárias para o
aprimoramento, criação, distribuição dos bens, produtos e
serviços turísticos por qualquer ente com a finalidade de coloca-
lo à disposição do consumidor ou usuário para satisfazer as suas
necessidades, como, onde e quando o usuário turístico (turista)
demandar”.
De acordo com Beni (2003) existem 5 etapas que se adequam à gestão do
“Marketing do Produto Turístico”:
Figura 12Etapas de Gestão do Marketing Turístico
Fonte: Beni (2003), Elaboração: própria.
46
Beni (2003) afirma que o Marketing é fundamental como ferramenta de
diferenciação e mediação, entre as partes envolvidas, e que deve ser amplamente
desenvolvido para trabalhar o mercado.
Em conclusão, estamos perante todo um processo de planeamento e gestão de
Marketing, que envolve direta ou indiretamente, todas as partes constituintes necessárias
– entidades privadas e públicas, residentes e visitantes – com o objetivo de satisfazer as
necessidades de todos os públicos e, deste modo, melhorar a qualidade de vida da
região, simultaneamente, respondendo às expetativas esperadas. Tudo isto através da
gestão dos recursos naturais e culturais e valorização dos elementos patrimoniais que
servem como atrativo para quem visita a região, alicerçado com a promoção e/ou
distribuição adequada da informação do produto de forma positiva e cativante,
favorecendo um desenvolvimento sociocultural e económico, sempre.
2.4 Marketing-Mix
As ferramentas do Marketing – o Marketing Mix ou os 4P’s – são o meio através
do qual se atingem os objetivos estipulados. De acordo com Balanza e Nadal (2003) são
as chamadas “estratégias de marketing” ou os instrumentos de Marketing – variáveis
possíveis de controlar – que permitem o planeamento das ações necessárias para
alcançar a finalidade desejada. Estas componentes variáveis são: Produto (Product),
Preço (Price), Praça (Place) 5e Promoção (Promotion), e foram, inicialmente,
formulados por McCarthy (apud Balanza e Nadal, 2003).
5
Distribuição, nome mais comum.
47
Figura 13Os 4P’s do Marketing
Fonte: Balanza e Nadal (2003), Adaptação própria.
No entanto, a sua eficácia é apenas possível em micro ambientes, onde os actores
– clientes, fornecedores e concorrentes - possam ser facilmente influenciados. O modelo
acabou por ser reformulado, de acordo com alguns autores – Kotler, Oltra e Vaz -, para
planeamentos em macro ambientes e mais entidades envolvidas (apud Vaz, 1999).
Figura 14As variáveis dos P’s
Fonte: Vaz (1999), Adaptação própria.
48
No âmbito do turismo, a reformulação de Oltra é a mais considerada e, além dos
4P’s, fora ampliada para: “Prestabilidade” que conglomera o desempenho global de
todos os serviços que são parte constituinte do produto; o “pacote”, que é “a dimensão
específica do produto”; e o “Pessoal”, que engloba toda a mão-de-obra – qualidade e
atendimento (Vaz, 1999).
49
Capítulo III O CHP como dinamizador turístico-cultural
3.1 A importância dos Centros Históricos
“Los centros históricos pueden considerarse como los
lugares más simbólicos, apreciados, distintivos de las
ciudades. Son los espacios que dotan a éstas de un
carácter especial, y que las hace diferentes de las demás
ciudades. Son lugares donde existen, la mayoría de las
veces, monumentos históricos, conjuntos arquitectónicos y
edificaciones simbólicas, elementos que, en definitiva, son
los que provocan esa diferenciación de la ciudad”
(Santamaria, 2013).
Figura 15Lista de Centros Históricos, Património Mundial.
Fonte: UNESCO
Conforme Santamaria (2013), o centro histórico está, inerentemente, cheio de
simbolismo e é um reflexo de todo um passado, uma espécie de memória coletiva que
fica gravada naqueles que ali habitam e que deixa marca de várias épocas, com imensa
historicidade, diversos monumentos e edificações que distinguiram e que reproduzem
toda uma história de forma vivida e ainda presente. Tudo isto funciona como elemento
vital para o desenvolvimento e funcionalidade, atribuindo valor ao centro e como meio
para atrair visitantes.
Os Centros Históricos funcionam como uma ponte de ligação entre toda a
cidade. Atualmente existem inúmeras políticas com o objetivo de revitalizar e recuperar
50
estes Centros Históricos, uma forma de prevenção contra a degradação do património e
como motor de desenvolvimento, tentando-lhes agregar valor, de maneira a torná-los
mais habitáveis, funcionais, e criando condições para que se adaptem à modernidade –
sem nunca descurar as suas características autênticas (Paulino, 2014).
3.2 Diagnóstico da cidade do Porto e do CHP como produto turístico
O turismo do norte e grande Porto têm vindo a crescer continuamente na última
década. Os investimentos nesta região têm sido inúmeros tanto no domínio público
como no privado. No entanto, de acordo com dados do EMTPNP (Porto e Norte, 2015),
a área que regista uma maior atividade turística é, sem dúvida, o grande Porto, que
domina com 61% em dormidas, na região norte.
Ainda conforme o EMTPNP, entre 2004 e 2014 o número de hóspedes subiu
substancialmente a par com as dormidas que também aumentaram. Assistimos a uma
evolução na taxa de ocupação de 36,8% para 41,4%.
Figura 16Evolução turística
Fonte: Estratégias de Marketing Turístico do Porto e Norte de Portugal (Porto e Norte, 2015),
Adaptação própria.
De acordo com documento estratégico (EMTPNP), num período recente - 2011 a
2014 – a região do Porto e do norte registaram um aumento de 18,8% em dormidas em
apenas 4 anos. No entanto, dados, mais recentes, em 2015, divulgados pelo INE (Porto
Lazer, 2016) apontam que em apenas um ano houve um crescimento de 16,7% no
aumento das dormidas na região Norte, mostrando um aumento significativo da procura
51
deste Destino e um ótimo prospeto para o futuro. A procura turística ou o local de
pernoita da Região norte é maioritariamente, preferencial no grande Porto.
Figura 17Pernoites no Norte e Porto – 2011 a 2014
Fonte: EMTPNP (Porto e Norte, 2015), Adaptação própria.
Quanto ao mercado emissor, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro fez uma análise
ao “Perfil do Turista” que visita o Porto. Os resultados apurados pelo ASFC, segundo o
EMTPNP, foram que o turista nacional é aquele que mais consome o turismo no Norte,
seguindo-se pela opção “Outros”, pela nossa vizinha Espanha, França, Brasil,
Alemanha, Reino Unido e Itália.
Figura 18Mercados Emissores
Fonte: EMTPNP (2015), Adaptação própria.
Quando questionados pelos motivos que os levam a visitar a região norte, a
maioria responde: “visitas a familiares ou amigos”, seguindo-se as “férias”, as “viagens
de negócios” e, por último, os “estudos”.
52
Figura 19Motivos da Visita
Fonte: EMTPNP (2015), Adaptação própria.
A região norte tem uma grande oferta e estruturas adequadas ao fluxo e aos
segmentos turísticos e é dessa forma que consegue, positivamente, alcançar ou captar
um fluxo constante ao longo do ano. Existe uma necessidade, reconhecida pelo
EMTPNP, que visa uma correta estruturação dos produtos turísticos existentes na
região, diferenciando-os e comunicando-os de forma estratégica no mercado-alvo e,
desta forma, captar atenções e atrair mais turistas.
Na verdade, a evolução do Aeroporto Sá Carneiro e as parcerias com companhias
“low-cost”, como a Ryanair, têm contribuído para o crescimento e afirmação do turismo
no Porto. Segundo especialistas – ANA6- contactados pelo jornal “Económico”, entre os
anos 2009 e 2014 recebemos um fluxo 4,5 e 6.9 milhões, respetivamente, de passageiros
(Raquel Carvalho e Irina Marcelino, 2015).
6 Aeroportos de Portugal
53
3.2.1 Dinâmicas da Oferta
Primeiramente, a oferta turística representa todos os recursos existentes numa
região, desde os atrativos turísticos – monumentos, museus, festas e romarias, festivais,
etc. – à capacidade de alojamento e/ou acolhimento. Sendo assim, há que analisar e
desenvolver os seus principais atrativos, estruturá-los e adequá-los a um segmento
específico de forma a facilitar a sua divulgação e comunicação. Não obstante, um
destino não se destaca apenas pelo património ou atributos culturais que possui, nem
mesmo pela promoção que faz, mas também, através do potencial apresentado pela
região e através da boa gestão e estruturação da oferta que apresenta, sem nunca
descurar o estudo e o acompanhamento constante do seu mercado-alvo (Agenda
Regional de Turismo, 2008).
No caso específico do CHP a informação é escassa quanto aos dados relativos à
oferta hoteleira disponível no centro do Porto. Na plataforma - ainda em fase de
actualização - de Registo Nacional de Turismo7- é possível encontrar informações
relativas à oferta hoteleira na região norte, no entanto não somente ao CHP. Ainda
assim, através de alguma pesquisa bibliográfica em artigos e notícias online é possível
chegar-se a um número aproximado. Irei abordar a oferta turística do alojamento de uma
forma geral.
Oferta Turística: Alojamento
Os dados que serão apresentados correspondem ao período entre 2007-2013. De
acordo com dados do Plano de Acção: turismo 2020 (Turismo de Portugal, 2015) o norte
detém 14,9% de capacidade de alojamento, não incluindo parques de campismo ou
turismo rural, sendo o 3º líder nacional, depois do Algarve e Lisboa.
7 RNT – Registo Nacional de Turismo
54
Figura 20Capacidade de alojamento, 2013
Fonte: Turismo de Portugal (2015), Adaptação própria.
Quanto às tipologias de oferta, deparamo-nos com uma percentagem de 76,8% em
hotéis no norte, seguindo-se os denominados “outros”, os hotéis apartamento, as
pousadas e os aldeamentos.
Figura 21Tipologias da oferta de alojamentos da região Norte
Fonte: Turismo de Portugal (2015), Adaptação própria.
55
Indicadores Turísticos da Cidade do Porto:
Figura 22Indicadores turísticos da Cidade do Porto, 2009-2014.
Fonte: Sequeira (2016), Adaptação própria.
A figura (22) acima mostra-nos uma evolução na região Norte, nos últimos 6
anos, mas de forma generalizada. Mais especificamente, de acordo com Álvaro Sequeira
(2016), da Porto Vivo, o CHP, em 2008, teria 4 hotéis e 2 hostels. Em 2014, a “Porto
Vivo” apurou a existência de mais estabelecimentos hoteleiros - 9 hotéis e cerca de 58
hostels. Em 2015 foram emitidas cerca de 6 “licenças de reabilitação” e construção de
novos hotéis e cerca de 8 projetos à espera de avaliação, de acordo com o mesmo artigo.
O crescimento, desde então, tem sido gigantesco no CHP e na Cidade em geral, sendo
que em 2014 assistimos a uma evolução que culmina em 170 estabelecimentos
hoteleiros – na região do Norte - sendo que 39% se localizam no centro da baixa.
Constata-se que meios de transportes e companhias aéreas triplicaram nos últimos 5
anos, o que ajudou, também, neste crescimento, além do reconhecimento internacional
que tem vindo a destacar a nossa região – 2012 e 2014 - como o melhor destino
Europeu.
Oferta de Recursos e/ou Produtos Turísticos
O Plano Estratégico de Marketing Turístico do Porto e Norte de Portugal refere
que para uma imensa e diversificada oferta como a da nossa região é necessária uma
boa e adequada estruturação. Isto acaba por tornar-se uma mais-valia e facilitar quando
56
se quer abordar um mercado mais específico e ir de encontro a motivações específicas,
tornando o segmento o mais personalizado e completo possível.
Abaixo, segue-se a lista de todos os produtos estratégicos e turísticos da região
norte. Primeiramente são apresentados os produtos turísticos actuais, de seguida os
produtos que ainda necessitam de desenvolvimento.
Figura 23Produtos, genéricos, turísticos do Porto e Norte de Portugal.
Fonte: EMTPNP (2015), Adaptação própria.
3.2.2 Dinâmicas da Procura
Relativamente à procura, segue abaixo uma figura com dados referentes aos anos
de 2007-2013. Conforme os dados do Plano de Acção: turismo 2020, o norte ocupa o 4º
lugar no ranking nacional de procura.
57
Figura 24 Dormidas em alojamentos Turísticos, 2013
Fonte: Turismo de Portugal (2015),Adaptação própria.
Conforme dados mais recentes, fornecidos via email,8 por Maria do Carmo Costa
do “Turismo Oficial do Porto”, verifica-se um aumento significativo no número de
“turistas que procuram informações nos postos oficiais de turismo da cidade” no
período de 2013 a 2014.
Figura 25Procura turística em Posto Oficiais de Turismo, cidade do Porto- 2013/2014.
Fonte: Turismo Oficial do Porto; Adaptação própria.
Abaixo segue-se a procura de dormidas por tipologia, correspondentes a 2013 e
com um registo, de acordo com o Plano de Acção: Turismo 2020 (Turismo de Portugal,
2015), de 4,9 milhões de dormidas, no ano correspondente, na região.
58
Figura 26Procura de dormidas por Tipologia de Alojamento no Norte, 2013
Fonte: Turismo de Portugal (2015), Adaptação própria.
A área do grande Porto, de acordo com o Plano de Turismo (Turismo de Portugal,
2015), representa a maior taxa de procura de toda a região Norte. Com um índice de
dormidas registado entre 500,001 e 3.500,000.
Principais Mercados
Conforme dados registados (Turismo de Portugal, 2015), entre o período de 2007 –
2013 os que mais procuram o destino a Norte são: Espanha, seguida pela França, Brasil,
Alemanha e Reino Unido.
Figura 27Ranking dos principais mercados. 2003 - 2013
Fonte: Turismo de Portugal (2015), Adaptação própria.
59
3.3 Estratégias de Comunicação ou veículos de difusão do património
Nos dias que correm é importante a preservação dos valores e identidade de cada
cidade. Neste caso, especificamente, a preservação e a valorização do Centro Histórico
é fundamental, a par de uma boa gestão de imagem (Peixoto, 2003).
Peixoto reforça: “É esta simultaneidade de diversidades entre o “antigo” e o
“moderno” no espaço urbano que, em boa parte, reforça o valor da imagem de marca
que os “Centros Históricos” representam”.
Emerge uma necessidade de reabilitar os Centros Históricos, numa tentativa de
preservar e respeitar todas as memórias e representações vivas ou testemunhos passados
do local. As intervenções devem ser a nível físico e não só, há que reforçar o
desenvolvimento social, económico e cultural da região, sem nunca descuidar do bem-
estar e qualidade de vida daqueles que lá habitam. Ao longo dos tempos, estes centros,
acabam por degradar-se e ficar despovoados, logo há que intervir e lutar contra esta
perda e descaracterização do lugar e valorizar o seu património (Paulino, 2014)
Ainda de acordo com Ana Paulino (2014), estes Centros Históricos não devem ser
vistos ou encarados com um “problema”, mas como uma entidade viva que “possui
história, herança, tradição e identidade própria. O modo como se encara e intervém
nestes espaços terá reflexo não só nas gerações que habitam o espaço actualmente
como também nas gerações futuras”.
Neste seguimento, existem três documentos estratégicos que têm como objetivo a
reabilitação urbana do CHP, e onde é estudado o fenómeno turístico e são elaboradas
estratégias e propostas em torno do desenvolvimento do lugar e também nos é dada uma
perspectiva, de acordo com o PENT, sobre os produtos turísticos estratégicos da Região
do Porto. Os Planos são o “Masterplan” (2005), o “Plano Estratégico Nacional de
Turismo” (2013/2015) e o “Plano de Gestão do Centro Histórico” (2010).
60
1) Masterplan
O Masterplan trata-se de um projeto de reabilitação económica e social que se
centra no CHP e reúne um conjunto de medidas que pretendem desenvolver
determinados vetores como impulsionadores do turismo na região:
1 - RE-HABITAÇÃO DA BAIXA DO PORTO
2 - DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO NEGÓCIO NA BAIXA DO
PORTO
3 - REVITALIZAÇÃOS DO COMÉRCIO
4 - DINAMIZAÇÃO DO TURISMO, CULTURA E LAZER
5 - QUALIFICAÇÃO DO DOMINIO PÚBLICO
6 - AÇÕES ESTRATÉGICAS
O foco do Masterplan é o desenvolvimento de uma oferta multifacetada e
adequada a todos os segmentos turísticos, sempre em concordância com as
características singulares da cidade. Exige uma maior aposta na oferta cultural e de
lazer, na organização de espectáculos e eventos culturais que se reproduzam pela
cidade, com especial foco na zona central, e com uma recorrência regular.
Toda a oferta deve, no entanto, nunca descurar origens históricas, velhas tradições
e romarias, que contribuem para a atratividade da região. Outro aspecto importante
mencionado no plano é a importância de uma melhoria nos canais de promoção e
comunicação dos produtos e actividades turísticas que há para oferecer. O programa
alerta para a necessidade de infra-estruturas adequadas ao turismo e apoio às já
existentes, com o foco orientado para a criação de novos lugares de interesse turístico.
Temos assistido a um aumento significativo de turistas na região, e o plano
recomenda a criação de atividades inovadoras ligadas ao turismo que ajudem à
consolidação do destino.
61
2) Plano Estratégico Nacional de turismo: PENT (2013-2015)
De acordo com a revisão do Pent (2013-2015), os fatores que colocam Portugal
em destaque a nível mundial são:
• História, cultura, tradição e mar
• Clima
• Hospitalidade
• Diversidade centralizada
• Segurança
• Paisagem e património natural
Segundo o Turismo de Portugal, há que reforçar o papel das companhias aéreas
que facilitaram e contribuíram para o aumento do fluxo turístico e, também, o papel de
alguns grandes eventos internacionais cá realizados como a WebSummit9,ARCO10e,
também, eventos associados ao surf e festivais - que contribuíram para uma maior
atração de turistas e propaganda internacional da região (Turismo de Portugal, 2016).
O PENT (2013-2015) elabora um conjunto de estratégias de acordo com os
produtos disponíveis no nosso país e, também, na região norte. Nesta lista estão
integrados 10 produtos turísticos: Turismo de Sol e Mar, Turismo de Natureza, Turismo
Náutico, Saúde e Bem-estar, Gastronomia e Vinhos, Turismo Residencial, City Short
Break, Golfe, Touring Cultural e Turismo de Negócios.
O PENT elabora estratégias, tendo em vista os mercados em crescimento –
Itália, Brasil, Holanda, França, Bélgica e Espanha. A previsão do PENT é que a região
do norte aposte, com força, em 5 principais produtos para diversificar a sua oferta,
sendo a sua grande aposta os produtos já consolidados e os complementares.
Conforme a revisão do plano seguem-se os factores que nos distinguem e as
linhas de actuação onde é necessária actuação:
9
Conferência europeia sobre Tecnologias
10Feira de Arte Contemporânea
62
Circuitos Turísticos religiosos e culturais
Fatores distintivos:
Arquitetura religiosa
Percursos culturais
Premissas a desenvolver:
Desenvolvimento de conteúdos e informação para o turista
Criação de recursos georreferenciados
Incentivar e diversificar as experiências
Turismo de Saúde
Fatores distintos:
Diversidade de termas com forte aposta na qualidade
Premissas a desenvolver:
Requalificar zonas envolventes
Desenvolver serviços especializados: spa e talassoterapia11
Desenvolver um diagnóstico global da articulação entre as entidades do
turismo e da saúde
Estadias de Curta duração (City Break)
Fatores distintivos:
Vinho do Porto
Autenticidade e historicidade
Arquitetura Contemporânea
Rico Património
Premissas a desenvolver:
Requalificar e valorizar o espaço público
Apostar nos recursos georreferenciados
11 Tratamento natural de anti-stress mais antigo do mundo, à base de água do mar e bio-elementos
63
Apostar no desenvolvimento das zonas turísticas de interesse (Ribeira,
Baixa do Porto)
Promover a cidade e fornecer mais informação sobre os museus e
património de forma a cativar para, futuras, estadias mais prolongadas
Desenvolver campanhas de Marketing ligadas ao Vinho do Porto
Turismo de Negócios
Fatores distintivos:
Variada oferta hoteleira
Cultura e Enoturismo
Premissas a desenvolver:
Desenvolver infraestruturas e espaços com serviços personalizados
Colocar o produto no mercado e apostar na sua divulgação
Turismo de Natureza
Fatores distintivos:
Rio Douro
Jardins e parques naturais
Cruzeiros no rio Douro
Quintas de vinho do Porto
Património cultural e paisagístico
Premissas a desenvolver:
Desenvolver infraestruturas e serviços especializados
Diversificar as experiências rurais
Criar conteúdos informativos e disponibilização em diversos canais
Colocar em mercado as experiências dos passeios ou caminhadas, dos
passeios de bicicleta ou a cavalo
64
Gastronomia e Vinhos
Fatores distintivos:
Qualidade e variedade gastronómica
Notoriedade do vinho do Porto
Premissas a desenvolver:
Desenvolvimento de roteiros enogastronómicos
Incrementar atividades e expandir conteúdos e experiências ligadas ao
vinho do Porto
Difundir a oferta e apostar na promoção e comercialização
Golfe
Fatores distintivos:
Campos de referência e qualidade
Premissas a desenvolver:
Necessidade de estruturar a oferta de forma a ser um complemento de
outros produtos com mais primazia.
Turismo Náutico
Fatores distintivos:
Barcos rabelos
Cruzeiros
Desportos náuticos
Premissas a desenvolver:
Incentivar e sensibilizar as entidades ligadas às fronteiras e capitanias,
para uma boa posta às necessidades de normalização e agitação dos
procedimentos necessários à navegação dos barcos
Desenvolvimento de sistemas de qualidade para as marinas e portos de
recreio
65
Aposta na divulgação dos navios cruzeiros, barcos rabelos, desportos
náuticos e oferta de surf.
A oferta na cidade do Porto e na baixa é de facto diversificada e singular, no
entanto, há que melhorar e desenvolver, constantemente, planos de ação e novas formas
de atratividade e melhoria de produtos para captar mais turistas e para internacionalizar
e valorizar a nossa cidade.
O turismo no Porto é um fortíssimo motor de economia e tem como suporte este
vasto património arquitetónico, histórico e cultural inconfundível e extraordinário que
desperta interesses pelo mundo (Porto e Norte, 2015).
3) Plano de Gestão do Centro Histórico do Porto
O Plano de Gestão do CHP trata-se de um documento que planifica e orienta a
gestão de toda a zona classificada como Património Mundial. Visa um planeamento
capaz de promover o desenvolvimento do Centro Histórico do Porto, bem como a sua
preservação e salvaguarda. Portanto, o objetivo principal desde documento é fornecer
orientações coordenadas a todos os agentes intervenientes do CHP, visando a boa e
correta gestão do espaço e, claro, como medidor entre as entidades, proprietários e
investidores. Este plano elabora estratégias que se dividem em cinco eixos que se focam
na preservação, salvaguarda e valorização do Centro Histórico e na dinamização de toda
a zona histórica com enfoque turístico.
Os objetivos estratégicos definidos pelo Plano de Gestão do CHP, que focam nos
desafios e no potencial da região, são:
Preservar, conservar e restaurar o património edificado e requalificar o espaço
público do CHP.
Mobilizar todos aqueles que ali interagem (residentes, trabalhadores, visitantes,
estudantes e investidores) no CHP na defesa e promoção do seu valor
patrimonial.
Contribuir para a excelência da experiência turística no CHP.
66
Estimular a criação de um cluster criativo que se inspire na excelência do
património cultural envolvente.
Reforçar o papel do rio Douro enquanto elemento essencial da interpretação,
vivência e comunicação entre as duas margens do Porto Património Mundial.
Aqui são apresentadas apenas as premissas referentes ao Eixo III – Turismo -
elaboradas pelo Plano de Gestão para reforçar o desenvolvimento e qualificação da
oferta na Baixa Portuense:
Figura 28Plano de ação definido pelo Plano de Gestão do Centro Histórico do Porto
Fonte: Porto VIVO SRU, Plano de Gestão.
Para todos os objetivos apresentados no quadro acima foi colocado em anexo
uma completa descrição das estratégias propostas e agentes intervenientes no processo.
(Anexo II)
67
3.4 Reflexões e sugestões
O turismo no norte de Portugal tem evoluído constantemente ao longo dos anos,
em especial, na última década.
A cidade do Porto a nível nacional entra no ranking ocupando o 4ºlugar, como
destino mais procurado em Portugal. Não obstante, temos assistido a um aumento
significativo da procura por este destino e isso verifica-se no aumento de dormidas e
taxas de ocupação na região Norte, mas com especial incidência no grande Porto.
Verificou-se que o maior consumidor do Turismo do Norte é o "turista nacional"
seguindo-se da nossa vizinha Espanha, França, Brasil, Alemanha, Reino Unido e Itália,
entre outros. Os principais motivos verificados foram as "visitas a familiares" e os de
"lazer/férias".
A oferta da cidade é, também, vasta e o norte conta com 14,9% capacidade de
alojamento, em ranking nacional, ficando em 3º lugar. Nos últimos 5 anos o Porto
assistiu a uma superação de expetativas e a um aumento significativo da sua capacidade
de oferta e receção de turistas. O alojamento, especialmente no grande Porto, tem tido
um crescimento imenso. Claramente, esta oferta auxilia na recepção do turista, podendo
assim responder mais abertamente às necessidades de cada segmento, e neste
seguimento de superações assistimos, também, a grandes melhorias nos meios de
transportes e companhias aéreas, que se multiplicaram no mesmo período. O aeroporto
Francisco Sá Carneiro e as companhias low-cost agiram como um grande impulsionador
na captação de novos turistas. Não podemos esquecer que as premiações que a região
tem conseguido alcançar têm, também, uma forte componente atrativa, levando a marca
da região bem mais além e internacionalizando o destino.
A resposta da região relativamente à procura tem sido bem conseguida. A região
do Norte tem diversos produtos estratégicos e outros, ainda, em desenvolvimento. No
entanto, as entidades ligadas ao turismo, nos seus documentos oficiais, têm elaboradas
estratégias, pesquisas e formas organizadas de boa gestão de forma a responder às
expetativas do mercado.
De acordo com o Plano de Gestão, o crescimento turístico tem sido fluído em
toda a cidade do Porto, ainda assim, o CHP cresce como produto turístico isolado e
68
único que merece especial valorização e exploração. Há, portanto, que criar formas de
torná-lo mais visível e formas de lhe agregar valor.
Todos os Planos, já expostos, têm feito esforços numa tentativa de recuperar o
velho Porto, sem lhe retirar a sua autenticidade e história, elaborando propostas de
desenvolvimento para a reabilitação do Centro Histórico e desenvolvendo planos para
uma oferta mais diversificada e adequada a todo e qualquer segmento, de forma a
dinamizar e impulsionar o comércio, o turismo e a economia da região.
69
PARTE II Estudo de Caso: O Centro Histórico do Porto
Capitulo IV Metodologias de Pesquisa
4.1 Objetivos
O atual projeto de investigação, tem como objetivo geral determinar a
importância do Património Cultural e arquitetónico para os Centros Históricos onde se
inserem, tentando compreender se funcionam como ferramenta impulsionadora do
turismo nas cidades. O estudo de caso terá como foco o Centro Histórico do Porto, onde
há a pretensão de definir em que medida é que o Património Cultural e arquitetónico do
CHP é um factor decisivo no momento de eleição do Porto como destino turístico.
4.1.1 Objetivos específicos:
1. Verificar de que forma o património cultural e arquitetónico contribui para o
aumento do turismo no centro histórico e na cidade.
2. Identificar quem é o turista que visita o Centro Histórico do Porto.
3. Determinar se poderá o património constituir-se como imagem de marca do
destino.
70
4.2 As principais atrações do Centro Histórico do Porto
Há uma enorme diversidade de património edificado no Centro Histórico do
Porto. Torna-se, então, importante destacar os pontos mais atrativos e com maior valor
cultural que, isocronicamente, atraem turistas e mais caracterizam a cidade.
Para esta seleção foram analisados os monumentos mais classificados e
consultadas páginas da internet como o internacional TripAdvisor e um blogue pessoal
de um “viajante profissional”, 12Filipe Mourato. Para além destas referências,
acrescentei locais/edifícios – coliseu do Porto e Casa do Infante- que, enquanto
habitante da cidade, considero de relevo para incorporar a lista de pontos com maior
valor cultural.
Assim, criei um “Top de atrações turísticas – Património Cultural e arquitetónico
Edificado” que caracteriza o CHP – a descrição de cada um segue em anexo (IV). Este
top fará parte do inquérito criado, especificamente para o presente projecto, de forma a
testar se os Monumentos selecionados são, de facto, os mais visitados no Centro
Histórico. A seleção, abaixo mencionada, integra determinados graus, tais como:
Monumentos Nacionais, Monumentos de Interesse Público, Imóveis de Interesse
Público e Conjuntos de Interesse Público. A ordem é irrelevante nesta seleção:
Ponte D.Luís
Zona Ribeirinha
Estação Ferroviária de S. Bento
Livraria Lello & irmão
Palácio da Bolsa
Torre dos Clérigos
Igreja de S.Francisco
Avenida dos Aliados
Casa do Infante
Igreja do Carmo
Sé catedral
Coliseu do Porto
12www.fmgomes.com
71
4.2.1 Sugestões de outros lugares a visitar no Porto
Apesar de ser no Centro Histórico que se distinguem grandes obras arquitetónicas
de uma vasta riqueza cultural e atípica, há lugares não mencionados na seleção feita
anteriormente, situados no CHP e arredores, e que merecem igualmente uma referência.
Ainda na zona do CHP localiza-se a Rua de Sta. Catarina, a principal rua do
comércio, repleta de lojas e cafés em toda a sua extensão e ainda com um toque mágico
dos artistas de rua que lá se apresentam diariamente; o emblemático Café Majestic,
localizado na referida rua, considerado dos mais belos do Mundo com arquitetura do
séc. XIX; o Mercado do Bolhão que, apesar de degradado, é ainda dono de uma
tradicional beleza arquitetónica e onde se vendem os produtos mais frescos; as Galerias
de Paris onde reina a diversão noturna no Porto e a Rua Miguel Bombarda, uma visita
obrigatória para os amantes das artes, com imensa animação de rua, galerias,
restaurantes e espaços com estilos trendy e retro; os jardins românticos e o edifício do
Palácio de Cristal, datado do séc. XIX, obra do alemão Emille David, são de uma
enorme beleza, e garantem em pontos estratégicos vistas, sobre o Douro e Gaia, de
cortar a respiração. O Museu do Vinho do Porto, na Rua de Monchique, do século
XVII, que tem como objetivo manter vivas as memórias de transformação e evolução da
relação da cidade com o Vinho do Porto. Atravessando a ponte D. Luís encontramos
Gaia, onde nos deparamos com a paisagem belíssima do Cais de Gaia para o Porto, e
onde se localizam as Caves de Vinho do Porto, com visitas guiadas e provas de Vinho.
Afastando-nos um pouco mais do Centro temos a Foz do Douro com uma marginal
magnífica, repleta de praias e esplanadas em toda a sua extensão, onde podemos
contemplar um magnífico pôr ou nascer-do-sol e, ainda, Serralves, repleta de jardins e
com o seu Museu de Arte Contemporânea de Siza Vieira (Visitporto. travel).
72
4.3 Inquéritos
4.3.1 Participantes
A seguinte investigação decorreu no CHP e contou com uma amostra de 100
inquiridos. Não existiu qualquer critério discriminativo para abordar os participantes,
tenho sido incluídos no estudo todos os inquiridos que cumpriam o critério de não-
residentes no Porto, sendo excluídos os restantes.
4.3.2 Método de recolha ou instrumentos de recolha
O método escolhido, para obter respostas às premissas estipuladas nesta
investigação foi o método quantitativo, mais precisamente, a aplicação de inquéritos por
questionário – que procura informações, opiniões, crenças, gostos, interesses,
expectativas e vivências, entre outros, do inquirido.
O questionário utilizado nesta investigação foi criado especificamente para
cumprir os objetivos estipulados, a sua duração de preenchimento não ultrapassa os 3
minutos e garante o anonimato dos participantes.
Esta metodologia de inquérito por questionário foi selecionada por permitir
alcance a um maior número de pessoas, possibilitando igualmente recolher um amplo
conjunto de informações sobre as experiências vividas no CHP. Desta forma, o
inquérito mostra-se o método mais adequado à pesquisa de informações e opiniões de
um determinado grupo, permitindo alcançar respostas e dados estatísticos conclusivos
de forma a responder-se às premissas formuladas (Meirinhos e Osório, 2010).
Os inquéritos foram aplicados no CHP num longo trajeto entre os vários
monumentos da baixa portuense e arredores das freguesias constituintes do centro. Este
percurso foi o escolhido para fazer o estudo desta investigação, pelo facto de ser a área
onde se concentra grande parte do fluxo turístico da zona.
A aplicação foi feita por administração direta e contou com a total adesão dos
participantes a quem foi solicitada a participação. A amostra foi recolhida em 4 dias, no
final de Julho de 2016. Foram incluídos participantes de ambos os sexos e de todas as
faixas etárias de forma a incluir uma amostra representativa de turistas com todos os
tipos de perfis.
73
O inquérito (Anexo III) foi criado em Pt, En, Es e Fr e é composto por 17
questões de escolha múltipla, de forma a facilitar o seu preenchimento no momento de
aplicação e de proporcionar uma maior rapidez na resposta. No entanto, de forma a
proporcionar uma maior diversidade de resposta, no final de algumas questões foi
incluída uma opção de resposta livre. As questões desenvolvidas permitem identificar
os inquiridos; identificar os motivos da escolha do Porto como destino turístico;
informações sobre a imagem do destino e, por último, a avaliação do lugar.
4.4 Resultados
I) Perfil sociodemográfico
A amostra incluiu um público-alvo muito alargado, abrangendo idades entre os
18 e os 70 anos, aproximadamente.
A primeira parte do questionário foi elaborada de forma a chegarmos à
identificação do perfil sociodemográfico dos inquiridos. Relativamente à nacionalidade
dos participantes, os resultados revelam uma predominância de turistas espanhóis,
seguindo-se dos franceses, a opção “outros” ocupa o 3º lugar no ranking - Finlândia,
Polónia, Áustria e Itália. Em 4º lugar temos os turistas de nacionalidade portuguesa. As
percentagens mais baixas, 5º, 6º e 7º posição, pertenciam a inquiridos de nacionalidade
inglesa, alemã e brasileira, respetivamente.
Figura 29Nacionalidade
74
A segunda questão, que pretendia investigar a cidade de residência dos inquiridos,
evidenciou turistas provenientes de 56 cidades. A pertinência desta questão prendia-se
com o objetivo de determinar de onde provêm os turistas que selecionam o Porto como
destino. Os resultados revelam que a grande maioria dos inquiridos vive em cidades
Europeias.
Figura 30Cidade de Residência
O sexo dos inquiridos foi questionado na terceira questão. Os resultados revelam
que a maioria dos participantes pertence ao sexo feminino.
Figura 31Sexo
75
A idade dos turistas que visitam o CHP foi questionada na quarta pergunta. Os
resultados mostram-nos uma predominância de idades compreendidas entre os 26 e os
35, seguindo-se os de 36 - 45 anos. As idades entre os 18 - 25 e entre os 46 - 65 anos
estão presentes em percentagens semelhantes e a percentagem mais baixa de turistas
tinha mais de 66 anos.
Figura 32Idade
O estado civil dos participantes foi a questão seguinte. A percentagem de casados
e solteiros é equivalente, sendo a percentagem mais baixa a de viúvos/divorciados.
Figura 33Estado civil
76
Relativamente às habilitações literárias, a maioria dos turistas possui um curso
superior, seguida dos que concluíram o ensino secundário e o ensino básico,
respectivamente.
Figura 34Habilitações Literárias
Relativamente à ocupação profissional, a maioria dos inquiridos tem uma
ocupação profissional, seguindo-se por estudantes e desempregados, respectivamente. A
minoria era aposentada.
Figura 35Ocupação Profissional
77
II) Perfil comportamental
Nesta secção do questionário o objetivo era determinar o comportamento deste
turista quando visita a cidade do Porto ou, mais precisamente, o CHP. Foi interrogada
qual a frequência da visita à cidade por ano, sendo que a maioria já teria visitado o Porto
de 2 a 5 vezes; seguindo-se pelos que visitam o porto pela 1ª vez e, por último, os que
visitam a cidade com grande frequência.
Figura 36Frequência da visita
Relativamente ao tempo/duração de estadia dos inquiridos, a maioria respondeu
que a sua estadia dura, em média, entre os 2 e os 5 dias; seguem-se os que pernoitam
entre 1 ou 2 noites; em minoria encontram-se os que ficam mais de uma semana ou
entre os 5 -7 dias.
Figura 37Duração da visita (em média)
78
Face aos motivos que trazem estes turistas ao Porto, a grande maioria vem por
motivos de “lazer/férias”, no entanto, seguem-se aqueles que “visitam familiares” e
motivações com percentagens mais baixas são atribuídas a “outros motivos” , motivos
de “saúde” e “negócios”.
Figura 38Motivos de viagem
A questão seguinte tenta perceber de que forma os turistas planeiam a sua viagem
quando visitam a cidade. A grande maioria planeia pela Internet, seguindo-se pela
preferência pelos “Postos de turismo”, os “Guias Turísticos” e por último a opção
“Outros” - Tripadvisor, Bureau de Voyages ou simplesmente não planeiam.
Figura 39Criação do roteiro de visita
79
III) Imagem da região
A terceira parte do inquérito pretendia determinar que imagem têm os turistas do
Porto e da baixa da cidade. Havia a possibilidade de serem escolhidos diversos atrativos
e não apenas um, logo a estimativa será olhada de forma diferente, comparativamente às
questões anteriores.
Figura 40O que mais o atrai e motiva a visitar a cidade
Na questão seguinte, os critérios são os mesmos que na questão anterior.
Possibilidade de múltiplas respostas de forma a determinar quais as atrações mais
visitadas, das escolhidas, e previamente selecionadas (“top de atrações”), tendo como
última opção a possibilidade de inserirem outros monumentos visitados. Os
monumentos referidos pelos inquiridos mas que não constam na referida seleção são:
Igreja de Sto. Ildefonso, Capela das Almas, Igreja de Cedofeita, Alfândega, Muralhas
fernandinas, Hotel Yeatman, Caves do Vinho do Porto, Museu do Vinho do Porto, Rua
de Sta. Catarina, Café Majestic, Mercado do Bolhão, Casa da Música, Serralves, Jardins
do Palácio de Cristal e Igreja das Carmelitas.
80
Figura 41Quais as atrações que já visitou
A questão seguinte pretendia saber qual o interesse de cada inquirido no
Património do centro da cidade. A escala vai de 1 – nenhum interesse – a 10 – muito
Interesse. Sendo que a maioria classifica o seu interesse no Património do Centro
Histórico do Porto com elevado.
Figura 42Como classifica o seu interesse no Património do CHP
81
Posteriormente é colocada a questão que pretende identificar de que forma o
Património Cultural e arquitetónico é um factor relevante no momento de selecção deste
destino. A maioria responde que o património “é um dos fatores relevantes”, seguindo-
se a opção de “não constitui factor relevante” e, por último, os que garantem que “é o
principal factor”.
Figura 43Relevância do património do destino
IV) Avaliação da região
Para finalizar, seguem-se as questões relacionadas com a avaliação da região,
como que classificação cada inquirido atribui à experiência vivida no CHP. O gráfico é
apresentado com classificações entre o 1 – insatisfatória – e o 10 – satisfação elevada. A
maioria atribui altas classificações de satisfação à experiência vivida no Centro
Histórico do Porto, sobrando apenas uma minoria com menores classificações.
Figura 44Como Classifica a sua experiência no Centro Histórico do Porto
82
Por último, de forma a concluir o inquérito, foi questionado se recomendariam
este destino a amigos/familiares. A resposta foi unânime e todos responderam que
“sim”.
Figura 45Recomendaria uma visita ao Destino
4.5 Discussão dos resultados
Os resultados obtidos com a presente investigação evidenciam que a maioria dos
turistas que visita o CHP é proveniente da Europa, sendo a Espanha o país
predominante. Esta evidência poderá relacionar-se com a proximidade geográfica e
facilidade de compreensão da língua. O segundo grupo de turista mais representado era
proveniente da França e em terceiro lugar estão turistas provenientes de “outros”
destinos. Estes resultados divergem de estudos feitos pelo AFSC e outras entidades que
revelam igualmente uma predominância de recepção de turistas Portugues, Espanhóis e
Franceses. Surpreendentemente, nestes estudos de outras entidades, os turistas que se
incluem em "outros" são tipicamente uma minoria, o que não se verificou na nossa
investigação, visto que representam o terceiro grupo. O facto de o quarto grupo de
turistas ser de nacionalidade portuguesa trata-se de outra constatação que difere dos
estudos feitos pelo Aeroporto Sá Carneiro - onde se constituíam líderes da procura - e
neste estudo os portugueses não residentes no Porto ocupam esta posição.
Verificou-se uma concordância de que a maioria se encontra entre os 18 - 45 anos;
o sexo feminino encontra-se em maioria, no entanto, por pouca diferença; metade dos
inquiridos tem o ensino superior concluído; os solteiros estão, também, em maioria, mas
por pouco e acompanhados pelos casados com percentagens semelhantes. Aqueles que
83
nos visitam estão, também, na sua maioria empregados, seguindo-se pelos que são
estudantes e uma minoria está desempregada ou reformada. Por último, nesta secção,
de acordo com as cidades de onde provêm os inquiridos, concluímos, em 1ª análise, que
o nosso destino é maioritariamente conhecido apenas dentro da Europa, com uma
maioria arrebatadora proveniente de cidades Europeias. Aqui constata-se, logicamente,
uma falha na divulgação do destino fora da Europa.
O perfil comportamental mostra-nos que a maioria daqueles que visitam a cidade
o fazem repetidamente, 2-5 vezes, seguindo-se dos que visitam o Porto pela 1a vez. A
duração da visita dá-se, maioritariamente entre os "2-5" dias, seguindo-se os de "1-2”
dias e em minoria os que pernoitam mais de uma semana. Os motivos que levam este
turista a procurar este destino é maioritariamente o "lazer/férias", seguindo-se de
"visitas familiares"; e grande parte cria o seu roteiro pela cidade através da internet,
Postos de turismo, ou, uma minoria, através de "guias turísticos".
Podemos concluir através do comportamento deste turista, que quem visita o
Porto, na sua maioria, quer repetir e voltar a viver esta experiência e é, sem dúvida, um
destino procurado para férias e lazer. Outra conclusão a que podemos chegar é ao facto
de a Internet ter um papel importantíssimo na divulgação de todo o potencial desta
cidade, sendo o meio pelo qual a maioria dos turistas procura e conhece o destino. Esta
amostra conclui que, claramente, há uma grande satisfação no geral e procedente de
visitas anteriores.
Relativamente à imagem que este destino evidência, são vários os fatores
destacados pelos entrevistados. As maiores menções foram: Paisagens (71%),
Património/Cultura (70%), Gastronomia (66%), o Clima (57%) e as Praias (48%), os
restantes têm referências mais baixas (cf resultados). As percentagens apesar de
semelhantes e sem grandes discrepâncias mostram, ainda assim, uma preferência mais
aguda para as “Paisagens” e para o “Património/cultura”, que acaba por ir de encontro
ao objetivo e questão de ponto de partida deste estudo, que questiona “De que forma o
património se constitui como um fator relevante no momento de eleição deste destino” e
podemos já aqui afirmar que no que toca à imagem do CHP o património ocupa um
lugar de distinção e claramente é um dos atrativos que leva este turista a visitar a cidade.
84
Relativamente ao interesse ou relevância que cada um atribui ao Património do
Centro Histórico do Porto, a grande maioria responde com uma pontuação de oito,
numa escala de 0 a 10, que demonstra um alto interesse no Património deste destino,
sendo a minoria os que não têm qualquer interesse neste factor. Quando chegamos ao
cerne da questão para perceber qual o peso do Património no momento de escolha desta
cidade concluímos que a maioria dos inquiridos o considera como "um dos fatores
relevantes", seguindo-se pelos que apontam que “não constitui fator relevante” e “é o
principal fator”, sendo que ambos apresentam apenas diferença de 1% entre si. Por
último, quando olhamos os resultados, classificações e avaliações atribuídas ao CHP as
estatísticas são extremamente favoráveis. A maioria dos inquiridos avalia a sua
experiência com altas pontuações e recomendam, na totalidade, a visita a amigos e
familiares.
Podemos assim concluir que o estudo correu como esperado e os resultados
abonam a favor das perguntas colocadas inicialmente que pretendíamos determinar.
Aqui se conclui positivamente que a importância do património no momento de
escolha deste destino tem uma importância relevante e/ou significativa. De acordo com
os dados apurados no inquérito percebemos, também, que de facto o património se
constitui uma das imagens de marca do Porto e do CHP. A relevância, as altas
classificações a isto indicam, que a procura pelo destino e aquilo que mais marca e atrai
este turista passa, também, pelo património e cultura que até eles chega desta cidade.
4.6 Análise SWOT
Em jeito de conclusão, será elaborada uma análise SWOT13– sobre o ambiente,
interno e externo, que rodeia o Centro Histórico do Porto.
Ambiente interno:
Forças (STRENGHTS): os pontos fortes que o destino possui e que funcionam
como elemento diferenciador - representam todos os fatores ou elementos controláveis;
13Análise dos pontos fracos e pontos fortes do CHP e a sua relação com o meio externo, não controlável através de uma análise das
oportunidades e ameaças.
85
Fraquezas: (WEAKNESSES): os pontos fracos ou menos positivos que o destino
possui – são fatores que apesar de controláveis, não oferecem vantagens ao destino, no
entanto, a sua constatação auxilia na busca de soluções para suavizar ou resolver o
problema.
Ambiente Externo:
Oportunidades (OPPORTUNITIES): Fatores ou elementos com potencial para o
crescimento do destino que não são controláveis.
Ameaças (THREATS): Fatores ou elementos externos que se constituem como
ameaça ao destino e ao seu, possível, crescimento.
Forças (STRENGHTS) Fraquezas (WEAKNESSES)
Classificação como Património Mundial
Recursos Endógenos típicos (Igrejas,
Conjuntos arquitectónicos, praças, jardins)
Cultura Popular rica em tradições
Diversas Atracções
Riqueza em Património e estilos
arquitetónicos
Identidade própria e singular
Hospitalidade
Eventos Culturais
Diversão noturna
Cartões de oferta a turistas (PORTOCARD)
Diversidade na oferta de Alojamento
Hotéis de Cadeias Internacionais
Segurança
Gastronomia típica e saborosa
Vinho do Porto – Caves e Museu
Proximidade do Rio Douro
Óptima Localização
Aeroporto nas proximidades
Rede de Transportes por toda a cidade e Bus
Degradação de vários edifícios e monumentos
do CHP
Eventos sem projeção Internacional (Fora da
Europa)
Baixo desenvolvimento de serviços para os
turistas
Rede de Táxis antiga
Rede de Transportes com pouca informação
para os Turistas
Falta de informações completas sobre o
Destino
Pouca visibilidade internacional
Falta de formação e mão-de-obra mais
qualificada no sector do turismo
Pouca coordenação entre as entidades que
operam no CHP
Vulnerabilidade na promoção e animação
turística do destino
Poucos Hotéis de Cadeias internacionais
86
de Tours
Destino com bons “preços/qualidade”
Eleito o Melhor destino Europeu
Oportunidades (OPPORTUNITIES) Ameaças (THREATS)
Mercado Turístico em crescimento
Aposta em melhor qualificação e formação
dos agentes Turísticos
Desenvolvimento de mais atividades
promocionais e melhores infra-estruturas
Aposta no desenvolvimento e inovação
(Criação de novos produtos e melhoria dos já
existentes)
Revitalização do Património
Melhoria nas Redes de transportes
Novos padrões de consumo emergentes (que
optam por destinos que respondem às suas
necessidades)
Competitividade na região
Aumento dos padrões de qualidade de todos
os serviços turísticos
Concorrência entre Destinos Internacionais e
Nacionais
Fragilidade em afirmar-se como Destino de
eleição fora da Europa
Crise Económica
Pouca articulação entre as Entidades
Turísticas
Maior afluência de companhias Low-Cost em
Lisboa
Aumento do IVA
Perdas de investimentos para outras regiões
(Atrasos em licenciamentos)
Quadro 1: Análise SWOT
Como podemos observar, a análise SWOT elaborada demonstra que o potencial
do Centro Histórico do Porto é imenso. Os pontos fortes e as oportunidades são
inúmeras, comparativamente com as fraquezas e ameaças da região. Ainda assim, há
que colmatar estas possíveis fraquezas. E é nesse sentido que estes planos – referidos no
subcapítulo 3.3 - trabalham, em formas de melhorar e desenvolver o destino. Há que
apostar numa correta gestão dos destinos e maximizar esforços na implementação de
novas estratégias de marketing de forma posicionar o destino e fixar a sua marca
internacionalmente.
87
Considerações finais
O turismo é um importante fator económico e impulsionador de uma região. O seu
crescimento deu-se no Porto, sendo que a classificação do centro histórico como
património pela UNESCO marcou o inicio deste destino como opção viável e mais
atrativa ao turismo. No entanto, o grande boom turístico deu-se, apenas, na última
década no Grande Porto e não se sabe qual o real impato que o património do centro
histórico tem na eleição do Porto como destino turístico de eleição. Este conhecimento
poderá, por um lado, levar á criação e desenvolvimento de novas políticas de gestão e
preservação do património cultural, contra os efeitos negativos do turismo, como por
exemplo, o desgaste do património, e por outro criar estratégias de marketing focadas
no centro histórico do Porto e no património que possibilitem uma melhor promoção do
porto enquanto destino turístico de eleição. Com intuito de colmatar esta lacuna, o
presente projeto de investigação foi criado com o objetivo de compreender o real
impacto que o património do centro histórico tem no momento de eleição deste lugar.
Para isso, através de um inquérito, desenhado à luz do projeto, foi aplicado a 100
turistas, de forma a interrogá-los sobre quais as suas motivações para escolherem o
Porto como destino de eleição. O resultado deste estudo confirmou a hipótese colocada
na medida em que a maioria dos resultados aponta o património cultural e arquitetónico
como o principal ou relevante fator de decisão.
O sector do turismo tem assistido a um rápido crescimento ao longo dos últimos
anos, tendo-se convertido num dos maiores impulsionadores da economia mundial.
Segundo a OMT, as receitas de turismo irão gerar um crescimento médio-anual a oscilar
entre os 6% e 7% em 2020 (Saer, 2005).
O turismo tem sido potencializado através da qualificação e melhora nos meios de
transporte, do enorme avanço tecnológico, do aumento de renda das comunidades
locais, o aumento de postos de trabalho, melhoria da qualidade de vida, planos de
preservação e manutenção de certos ambientes. (Nascimento & Silva, 2009)
Os frutos que advêm do turismo tornam-no numa fonte de subsistência e
rendimento importante, contribuindo para o desenvolvimento de relações socioculturais
de diversos países (UNWTO, 2015).
88
No entanto, quando falamos em projeção internacional do País, concluí-se que a
cultura e o património nacional são importantíssimos fatores económicos, mas cujo
potencial não está devidamente reconhecido ou promovido além das fronteiras da
Europa (Paulo Faustino, 2015).
Conforme Paulo Faustino (2015) há que combinar intercâmbios entre as políticas
nacionais e estimular o setor a apostar em fortes campanhas de marketing, de forma a
possibilitar uma melhor exploração de todo o potencial económico. No entanto, existem
lacunas na elaboração de um plano estratégico que permita uma projeção e um
conhecimento maior.
O Turismo no grande Porto tem crescido desmesuradamente nos últimos 10 anos,
com fortes apostas por parte dos setores públicos e privados, que se refletem na procura
crescente por este destino, sendo que esta região domina com 61% de dormidas em
comparação com o a região Norte (EMTPNP: Porto e Norte, 2015).
O centro Histórico do Porto – património da humanidade - é parte importante e
constituinte da cidade e é onde se configura toda a identidade cultural de uma
comunidade criando uma ponte de ligação entre toda a cidade, repleta de historicidade e
urbanidade (Paulino, 2014).
Sendo assim, o Património Cultural e arquitetónico do CHP são de facto
elementos atrativos para o turismo no Grande Porto, logo, de acordo com o Plano de
Gestão, o crescimento turístico tem fluido em toda a cidade, ainda assim, o CHP
configura-se como um produto turístico isolado e singular que merece especial
valorização e exploração.
Os planos de intervenção têm funcionado como fortes impulsionadores deste
centro histórico, reconstruindo e preservando grande parte dos edifícios e património da
cidade, que ao longo dos anos se tem vindo a degradar e desertificar a área e criando
propostas para um melhor desenvolvimento da oferta cultural, adequando-a a qualquer
segmento, com o objetivo de dinamizar o estimular o turismo, comércio e economia da
região. Aqui se vão configurando alicerces que podem fomentar a nossa hipótese
formulada que questiona em que medida o património cultural arquitetónico se constitui
como fator decisivo e atrativo da Cidade.
89
O potencial do centro histórico do Porto é imenso. Foram determinados, através
de uma análise SWOT as oportunidades, forças, fraquezas e ameaças. A variedade na
oferta e facilidade na logística são alguns dos inúmeros pontos a favor cidade e um dos
responsáveis pelo enorme desenvolvimento económico da região norte. Ainda assim, há
que colmatar estas possíveis fraquezas e ameaças. E é nesse sentido que estes planos de
gestão trabalham, em formas de melhorar e desenvolver o destino.
Este estudo foi delineado de forma a compreender em que medida é que o
Património cultural e arquitetónico do Centro Histórico do Porto se constitui como fator
decisivo ou relevante no momento de eleição desta cidade como destino turístico.
A investigação e aplicação dos inquéritos deu-nos resposta à problemática
colocada, e positivamente obtivemos o resultado de que de fato o património do CHP é
um dos fatores pertinentes no momento de seleção deste destino. A maioria das
respostas focou-se no “é um fator relevante”, seguindo-se de uma mínima oscilação –
1% - entre as opções “não é fator relevante” e “é um dos fatores relevantes”,
concluindo-se que a maioria dos participantes atribui significativa importância ao
património no momento de escolha deste Destino. Aquando da questão, quais os
maiores atrativos do CHP ou da cidade, as respostas também foram claras, o que mais
atrai o turista é definitivamente as suas belas Paisagens e o seu vasto e rico Património e
cultura.
Em conformidade, é constatado que a divulgação do destino ocorre,
maioritariamente, a partir da internet, sendo este o meio mais procurado pelos
inquiridos deste estudo como forma de procura de informação e seleção do Destino, no
entanto, a divulgação e promoção apenas ocorrem dentro da Europa e há muito ainda
por explorar fora dos seus limites, tal como foi constatado no estudo e na análise swot.
É necessário conhecer o mercado e aqueles a quem se procura responder às
necessidades. O CHP precisa de uma forte aliança com o marketing de forma
impulsionar-se internacionalmente e dar a conhecer a sua variada oferta cultural e
apostar na criação de grandes atrativos ou eventos culturais com visibilidade maior.
90
A internet constitui-se, nos dias de hoje, como ferramenta extraordinária, e que
pode e deve ser usufruída a nosso favor, com uma aposta voraz mais e melhores meios
de divulgação.
Há que apostar numa correta gestão dos destinos e maximizar esforços na
implementação de novas estratégias de marketing e gestão de marcas, bem com
desenvolver ações de valorização de território e turismo, de forma posicionar o destino e
fixar a sua marca internacionalmente e ampliar a divulgação do património cultural.
Algumas sugestões, conforme os resultados alcançados são:
Fortes campanhas publicitárias, em nível da Internet, publicidade, vídeos
publicitários, etc.;
Melhor articulação entre as diversas entidades ligadas ao turismo, património e
Marketing, mas, sobretudo uma tentativa de criar relações e parcerias com
entidades fora da Europa como forma de dinamização do destino;
Uma melhor aposta na melhoria dos sistemas de informação e criação de
plataformas online mais completas, em diversas línguas capazes de chegar a
todo o mundo;
Esforços na tentativa de criar eventos culturais por todo o país, por região e neste
particular do estudo, no centro da cidade do Porto, não só de carácter didático,
mas também de animação cultural, atividades que atraiam não só aqueles que
consomem património, mas também os que se ali estiverem de passagem sejam
atraídos, e mais iniciativas de forma a captar um público mais amplo, utilizando
os recursos que temos e que tanto agrada aos turistas que nos visitam.
Mais estudos de mercado e marketing, novas formas inovadores de captar novos
públicos e compreender as suas exigências.
Conclui-se, através da figura 30 (cf resultados), que as articulações das entidades
são apenas feitas dentro dos limites da Europa, existindo uma lacuna enorme
relativamente à promoção do destino fora da União Europeia. O que reforça a teoria e as
conclusões do presente estudo de que internacionalmente estamos longe de nos tornar
amplamente conhecidos e um destino de eleição, como país e, neste caso particular,
como cidade específica, como Porto.
91
O Presente estudo veio então apontar e chamar atenção para o enorme potencial
do Centro histórico do Porto e do seu património, que são de facto alavancas e motores
impulsionadores do turismo na cidade. No entanto, há que investir e trabalhar em
formas de internacionalizar este destino dentro no nosso próprio país e, sobretudo, fora
da Europa de forma a consolidarmo-nos como destino de excelência mundialmente.
Seria interessante, para futuros estudos, um estudo mais aprofundado sobre o
Centro Histórico do Porto, mais especificamente, sobre a oferta e procura turística neste
conjuntos de freguesias em concreto que formam o Centro Histórico – e não apenas
englobando toda a zona metropolitana do Porto- de forma a criarem-se bases mais fortes
que possibilitem a criação de políticas e articulações mais sustentáveis e novas ou
melhoradas formas de se atraírem mais turistas para este Destino.
92
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110
Anexo I: Lista de Património Edificado
Categoria: arquitetura Civil
Designação Freguesia Tipologia Ano Gr
au
Alfândega Nova Miragaia Alfânde
ga
201
2
E/
A
Bloco da Carvalhosa Cedofeita Edifício 201
3
EV
Café Majestic Santo. Ildefonso Café 198
3
IIP
Casa do Infante São Nicolau Casa 192
4
M
N
Casa do despacho da
venerável Ordem Terceira de
São Francisco
São Nicolau Casa 197
7
IIP
Museu de Guerra Junqueiro Sé Casa 197
7
IIP
Casa dos Maias Vitória Casa 199
3
IIP
Casa da Música Cedofeita Centro
Cultural
201
2
E/
A
Casa das Águas Férreas e
Jardim
Cedofeita Casa 200
5
E/
A
Casa da Rua S.Miguel, nº4
(painéis de azulejos)
Vitória Edifício 196
2
IIP
Casa Vicent Santo Ildefonso Casa 199
5
E/
A
Centro Histórico do Porto Conjunt 200 M
111
o
Urbano
1 N
Chafariz da Colher Miragaia Chafariz 193
8
IIP
Chafariz do Jardim de
S.Lázaro
Santo Ildefonso Chafariz 193
8
IIP
Chafariz do Largo do Dr.
Pedro Vitorino
Sé Chafariz 193
8
IIP
Chafariz da Rua de São
Domingos
Sé Chafariz 193
9
IP
P
Chafariz da Rua de São João São Nicolau Chafariz 193
8
IIP
Chafariz da Rua das Taipas Miragaia Chafariz 193
8
IIP
Chafariz das virtudes Miragaia Chafariz 191
0
M
N
Cinema da Batalha Santo Ildefonso Cinema 201
2
MI
P
Antigo clube dos Ingleses Miragaia Edifício 198
3
IIP
Coliseu do Porto Santo Ildefonso Coliseu 201
2
MI
P
Companhia Aurifícia Cedofeita Edifício 199
8
E/
A
Conjunto arquitetónico da
rua Álvares Cabral
Cedofeita Conjunt
o urbano
201
2
CI
P
Conjunto Habitacional da
Bouça
Cedofeita Conjunt
o urbano
201
2
E/
A
Conjunto constituído pela
Igreja Nossa Senhora da
Cedofeita Conjunt
o
201
3
MI
P
112
Lapa e Cemitério Irmandade
de Nossa Senhora da Lapa
Conjunto: Praça da
Liberdade, Avenida dos
Aliados e Praça do General
Humberto Delgado
Santo Ildefonso Conjunt
o
201
1
CI
P
Depósito de materiais da
Companhia Cerâmica das
Devesas
Vitória Edifício 201
4
MI
P
Edifício da Biblioteca
Publica Municipal do Porto
Santo Ildefonso Bibliotec
a
197
4
IIP
Tribunal da Relação do
Porto
Vitória Cadeia 193
3
IIP
Cada Arte Nova Vitória Edifício 197
4
IIP
Antigo Tribunal do Trabalho Cedofeita Tribunal 201
0
E/
A
Edificações na Rua de
Cedofeita e norte da Praça
de Carlos Alberto
Vitória Conjunt
o
199
3
IIP
Edifício de Escritórios e
Habitação DKW
Santo Ildefonso Edifício 201
2
E/
A
Edifício Fernandes Mattos Vitória Edifício 200
5
E/
A
Edifício da Garagem do
Jornal “O Comércio do
Porto”
Santo Ildefonso Edifício 201
1
MI
P
113
Edifício das Obras Públicas
do Porto
Sento Ildefonso Edifício 200
8
E/
A
Edifício Parnaso Cedofeita Edifício 201
3
MI
P
Edifício na Travessa de São
Carlos, nº 3 a 7
Cedofeita Edifício 201
4
MI
M
Edifício do SMGE Vitória Edifício 199
3
E/
A
Edifício “Soares&irmão” Vitória Edifício 200
9
E/
A
Antigas instalações da
Faculdade de Psicologia e de
Ciências da Educação
Vitória Edifício
Edifício UEP Sé Edifício 201
2
E/
A
Escola Secundária Carolina
Micaelis
Cedofeita Escola 200
8
E/
A
Escola Secundária Rodrigues
de Freitas
Cedofeita Escola 200
5
E/
A
Estação de São Bento Sé Estação
Ferroviá
ria
199
7
IIP
Estátuas (Elementos
decorativos e muro)
Miragaia Conjunt
o
197
0
IIP
Estátua equestre de D. Pedro
IV
Santo Ildefonso Estátua 198
2
IIP
Fonte dos Leões Vitória Fonte
Fonte das Oliveiras e edifício Cedofeita Fonte 199
3
II
M
Chafariz do Anjo São Miguel Sé Fontanár 192 IIP
114
io 6
Hospital Santo António Miragaia Hospital 191
0
M
N
Hotel D. Henrique Santo Ildefonso Hotel 200
4
E/
A
Imóvel pertencente à liga dos
Combatentes
Santo Ildefonso Edifício 200
6
E/
A
Igreja e mosteiro de São João
Novo
São Nicolau Quinta 201
2
E/
A
Imóvel da Ourivesaria
Cunha
Santo Ildefonso Edifício 200
2
IIP
Jardim da Cordoaria Vitória Jardim 200
8
E/
A
Vestígios da Judiciária do
Porto
Vitória 201
2
MI
P
Livraria Lello e Irmão Vitória Livraria 201
3
MI
P
Mercado do Bolhão Santo Ildefonso Mercado 201
3
MI
P
Mercado Ferreira Borges São Nicolau Mercado 198
2
IIP
Museu Nacional Soares dos
Reis
Miragaia Palácio E/
A
Palácio da Bolsa São Nicolau Palácio 198
2
M
N
Museu Nacional de Soares
dos Reis
Miragaia Palácio 193
4
IIP
Museu de etnografia e
História
Miragaia Palácio 197
7
IIP
Ponte D. Luís Sé Ponte 198 IIP
115
2
Ponte Pênsil (pilares que a
sustentam)
São Nicolau Pilar 198
2
IIP
Praça da ribeira São Nicolau Conjunt
o
197
1
IIP
Quiosque na Praça Marquês
de Pombal
Santo Ildefonso Quiosqu
e
199
6
II
M
Quiosque no Largo
Mompilher
Vitória Quiosqu
e
199
6
II
M
Quiosque na Praça
Mouzinho de Albuquerque
Cedofeita Quiosqu
e
199
6
II
M
Quiosque no Largo da
Ramadinha
Santo Ildefonso Quiosqu
e
199
6
II
M
Quiosque do Serviço de
transportes coletivos do
Porto
Santo Ildefonso Quiosqu
e
199
7
II
M
Recolhimento dos Órfãos Sé Edifício 193
3
IIP
Restaurante Comercial São Nicolau Restaura
nte
198
4
IIP
Solar do Conde de Bolhão Santo Ildefonso Solar 201
0
MI
P
Teatro de São João Sé Teatro 201
2
M
N
116
Categoria: arquitetura Religiosa
Designação Freguesia Tipologia Ano Grau
Alminhas da
Ponte
São Nicolau Alminhas 1982 IIM
Capela do
Divino Coração
de Jesus
Santo Ildefonso Capela 996 IIP
Capela dos
Alfaiates
Sé Capela 1927 MN
Capela da
Ramada Alta
Cedofeita Capela 2007 E/A
Capela das
Almas
Santo Ildefonso Capela 1993 IIP
Capela do
Senhor dos
Passos
Sé Capela 1978 IIP
Convento da
Madre de Deus
de Monchique
Miragaia Convento - -
Cruzeiro do
Senhor do
Padrão
Cedofeita Cruzeiro 1993 IIM
Conjunto
Igrejas dos
Carmelitas
Vitória Conjunto 2013 MN
Igreja dos
Clérigos e Torre
dos Clérigos
Vitória Igreja 1910 MN
Igreja da
Misericórdia do
Vitória Igreja 1977 IIP
117
Porto
Igreja de Santa
Clara
Sé Igreja 1910 MN
Igreja de Santo
Ildefonso
Santo Ildefonso Igreja 1977 IIP
Igreja de São
Bento da
Vitória e
convento
Vitória Igreja 1977 MN
Igreja de São
Francisco
São Nicolau Igreja 1910 MN
Igreja de São
José das Taipas
Vitória Igreja 1982 IIP
Igreja e Colégio
de São
Lourenço
São Nicolau Convento 1982 MN
Igreja de São
Martinho de
Cedofeita
Cedofeita Igreja 1910 MN
Igreja de são
Pedro de
Miragaia
Miragaia Igreja 1958 IIP
Paço Episcopal
do Porto
Sé Paço 1910 MN
Sé Catedral do
Porto
Sé Sé 1910 MN
118
Categoria: arquitetura Militar
Designação Freguesia Tipologia Ano
Quartel de Santo
Ovideo
Cedofeita Quartel 2012
Muralhas
Fernandinas
Muralha 1926
(Fonte: Wikipédia, Adaptação própria)
Legendas:
PM: Património Mundial; MN: Monumento Nacional; ; MIP: Monumento de Interesse
Público; CIP: Conjunto de Interesse Público; SIP: Sítio de Interesse Público; IIP:
Imóvel de Interesse Publico; MIM: Monumento de Interesse Municipal; SIM: Sítio de
Interesse Municipal; CIM: Conjunto de Interesse Municipal; IIM: Imóvel de Interesse
Municipal; SPL: Sem proteção legal; VC: Em vias de classificação; E/A:
125
Anexo III: Top de atrações do CHP
Legenda: Ponte D.Luis
Fonte: http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ponte_de_D._Lu%C3%ADs_
129
Legenda: Palácio da Bolsa
Fonte:http://blog.women-on-the-road.com/portos-palacio-da-bolsa/ by: Aires dos Santos
132
Legenda: Avenida dos Aliados
Fonte:http://www.zapio.pt/PT/projectos/
133
Legenda: Casa do Infante
Fonte: http://www.visitporto.travel/visitar/paginas/viagem/DetalhesPOI.aspx?POI=1334
138
Anexo IV: Inquéritos
O Património Cultural e arquitetónico do Centro Histórico do Porto
Este inquérito realiza-se no âmbito de um estudo para uma Dissertação de Mestrado em Turismo, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que investiga em que medida o Património Cultural e arquitetónico do Centro Histórico do Porto se constitui como factor decisivo e/ou relevante na eleição do Destino. Este inquérito destina-se a todos os Turistas que visitam a Cidade, de qualquer nacionalidade. O preenchimento deste inquérito terá uma duração de, aproximadamente, 1/2 minutos. Obrigada pela sua participação. *Required 1. Nacionalidade * Português (a) Espanhol (a) Inglês (a) Francês (a) Alemã (o) Brasileiro (a) Outra 2. Cidade de Residência* 3. Género * Feminino Masculino 4. Idade * 18 25 26 35 36 45 46 65 mais de 66 anos
139
5. Estado Civil * Solteiro Casado/união de fato Divorciado/Separado ou viúvo 6. Habilitações Literárias * Ensino Básico Ensino Secundário Ensino Superior 7. Ocupação Profissional * Trabalhador Desempregado Estudante Reformado 8. Frequência da Visita à Cidade do Porto * 1 vez 2-5 vezes Mais vezes 9. Duração da Visita (Em média) * 1-2dias 2-5dias 5-7dias Mais de uma semana 10. Motivos da viagem * Lazer/Férias Saúde Negócios Visitas familiares Other: 11. O que mais o atrai e motiva a visitar a Cidade? * Tick all that apply. Clima Paisagens Património/Cultura Museus Gastronomia Vida noturna Praias Eventos desportivos Festivais Other: 12. Como classifica o seu interesse pelo Património arquitetónico do Centro Histórico do Porto? * 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nenhum interesse – Muito interesse 13. De que forma é que o Património cultural e arquitetónico é um factor relevante na escolha deste Destino? *
140
Não constitui factor relevante É um dos factores relevantes É o principal factor 14. Quais as atrações que já visitou? * Tick all that apply. Torre dos Clérigos Estação de S.Bento Ponte D.Luís Zona Ribeirinha Livraria Lello Palácio da Bolsa Igreja de S. Francisco Miradouro da Serra do Pilar Avenida dos Aliados Igreja do Carmo Sé Catedral Coliseu do Porto Casa do Infante Other: 15. Como cria o seu roteiro de visita pela Cidade? * Postos de Turismo Guias Turísticos Internet Other: 16. Como classifica a sua experiência no Centro Histórico do Porto? * 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Insatisfatória – Satisfação elevada 17. Recomendaria aos seus amigos/familiares? * Sim Não Other: 18. Agradecemos a sua colaboração. Obrigada e Boa Estadia!