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O Programa Nacional de Prevenção e Controlo
de Infeção e de Resistência aos
Antimicrobianos
Equipa do Programa:
José Artur Paiva
Elaine Pina
Maria Goreti Silva
Paulo Nogueira
Klebsiella pneumoniae
resistente a cefalosporinas de 3ª geração
EARSS 2008
Ano Resistência Cef 3ª
2009 28,8%
2010 30,7%
2011 36,2%
Portugal
Multirresistência
ECDC – EARS Net
Escherichia coli resistente a
fluoroquinolonas
Ano Resistência
2001 18%
2008 29%
2011 27%
Portugal
ECDC – EARS Net 2011
Microrganismos isolados % de resistência
Enterobacteriaceae C3G-R CARB-R
Escherichia coli 29,8 2,0
Klebsiella spp. 46,3 6,7
Enterobacter spp. 46,0 8,0
Proteus spp. 15,2 8,5
Citrobacter spp. 16,7 1,2
Serratia spp. 8,3 1,2
Gram negativo não fermentadores
Pseudomonas aeruginosa CARB-R : 27,5
Acinetobacter spp. CARB-R : 84,5
INQUÉRITO DE PREVALÊNCIA DE INFEÇÃO ADQUIRIDA NO HOSPITAL E DO USO DE ANTIMICROBIANOS NOS HOSPITAIS PORTUGUESES 2012
Gram negativo não fermentadores
resistentes a carbapenemes
Microrganismos isolados % de resistência
Enterobacteriaceae C3G-R CARB-R
Escherichia coli 29,8 2,0
Klebsiella spp. 46,3 6,7
Enterobacter spp. 46,0 8,0
Proteus spp. 15,2 8,5
Citrobacter spp. 16,7 1,2
Serratia spp. 8,3 1,2
Gram negativo não fermentadores
Pseudomonas aeruginosa CARB-R : 27,5
Acinetobacter spp. CARB-R : 84,5
INQUÉRITO DE PREVALÊNCIA DE INFEÇÃO ADQUIRIDA NO HOSPITAL E DO USO DE ANTIMICROBIANOS NOS HOSPITAIS PORTUGUESES 2012
Enterobacteriaceae resistentes a
carbapenemes
O microbioma
• O homem: não apenas um individuo, também um ecosistema
• Triliões de bactéria
• No intestino: 100 triliões,
• 10 vezes mais células bacterianas do que células paternas
• Bactérias comensais
• Em troca de abrigo e matéria prima dão alimento e proteção
• Cerca de 3 metros
• Cerca de 1 kg
• Um orgão sem forma mas como um sistema organizado de células
As bactérias são os organismos mais adaptáveis
A mutação promove a sobrevivência
Uso adequado de antibióticos
não soluciona a resistência a antimicrobianos,
mas dá-nos mais tempo
para encontrarmos a solução para o problema
As bactérias e o homem
Variável Bactérias Humanos Fator
Número na Terra 5 X 10 31 6 X 109 1022
Massa, toneladas métricas 5 X 1016 3 X 108 108
Tempo geracional 30 min 30 anos 3 X 105
Tempo na Terra, anos 3,5 X 109 4 X 106 103
A exposição a antimicrobianos acelera
o processo de desenvolvimento de
resistência aos antimicrobianos
Estirpes resistentes
raras
Estirpes resistentes dominantes
Exposição a Antibióticos
Seleção de estirpes resistentes
Ocorrência de E coli resistente a fluoroquinolonas (FQRE)
e uso de fluoroquinolonas em ambulatório no mesmo país
Ciclo vicioso
Aumento da
resistência a
antimicrobianos
Aumento da
prescrição de
antibióticos
de largo espetro
Aumento da pressão
antibiótica
O risco de perda de eficácia do antibiótico
O antibiótico “em risco de extinção”
Resistência
microbiana
Desenvolvimento
de antibióticos
ANOS
n
1947 Primeira
publicação com
estirpes resistentes
à penicilina
2010 > 70% das bactérias
causadoras de IH
são resistentes ≥1
antibiótico
geralmente usado
para tratamento
Consumo de antibacterianos por ARS
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
ARS Norte ARS Centro ARS LVT ARS Alentejo ARS Algarve Total
Antibacterianos (DDD por 1000 habitantes por dia)
2009
2010
2011
2012
Fonte: SIM-SNS - DGS
Consumo de quinolonas na comunidade,
em DDD por 1000 habitantes por dia, por
ARS
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
2009 2010 2011 2012
DD
D -
Po
pu
lação
* D
ias
Quinolonas
ARS Norte
ARS Centro
ARS LVT
ARS Alentejo
ARS Algarve
Fonte: SIM-SNS - DGS
Prevalência de IH Uso de AM
Portugal UE Portugal UE
Homens 12,4% 7,2% 48,3% 39,2%
Mulheres 8,8% 5,4% 42,3% 33,2%
População
global
10,5%
6,1%
45,3%
35,8%
IPI DGS 2012
Distribuição da infeção hospitalar
e do uso de antimicrobianos
Departame
nto da
Qualidade
na Saúde
Correlação entre a prevalência de infeção
hospitalar observada e a prevista, por
país, ECDC PPS 2011-2012
Ob
se
rve
d H
AI
pre
va
len
ce
%
ECDC SURVEILLANCE REPORT 2011-12
Infeção nosocomial da
corrente sanguínea
2010 2011 2012
Nº Hospitais participantes 19 41 52
Nº Episódios registados 1270 2400 2639
Densidade Incidência 1,5/mil d. int. 1,2/mil d. int. 1,2/mil d. int.
Episódios associados a CVC 23,6% 17,7% 17,3%
Dens. Inc. Associada a CVC 2,5/mil d. CVC 2,2/mil d. CVC 1,9/mil d. CVC
INCS secundárias a outra inf. 36,2% 43,4% 40,6%
Demora Média
(com infeção/se infeção)
33,8 /8,2 dias
36,8/7,3 dias
37,9/7,2 dias
Mortalidade 27,9% 29,7% 29,2%
Ano Bacterémias/1000 dias
de internamento
Pneumonias/1000 dias
de intubação
2008 2,1 11,2
2009 2,1 10,6
2010 1,5 8,7
2011 1,3 8,9
Infeções em
UCI: HELICS UCI
Ano Sepsis/1000 dias de
internamento
Pneumonias/1000 dias de
internamento
2008 4,0 16,0
2009 7,0 7,0
2010 6,0 6,0
2011 7,0 6,0
Infeções
em UCI
Neonatais
Procedimento
Nº intervenções
Nº infeções
Incidência cumulativa
Densidade de incidência
Vesícula biliar
Port 3367 EU 80563
51 1,5 [1,1-2,0] 1,4 [1,3-1,5]
2,2 [1,5-3,1] 1,5[1,1-2,0]
Colon Port 1751 EU 51526
283 4893
16,2 [14,3-18,2] 9,5 [9,2-9,8]
10,0 [8,8-11,4] 6,2 [6,0-6,4]
Cesariana Port 3344 EU 167202
63 4894
1,9 [1,4-2,4] 2,9 [2,8-3,0]
0,6 [0,3-1,2] 0,8 [0,7-0,8]
Prótese anca
Port 1719 EU 267985
24 2788
1,4 [0,9-2,1] 1,0 [1,0-1,1]
0,4 [0,1-0,7] 0,5 [0,4-0,5]
Prótese joelho
Port 1213 EU 187786
30 1340
2,5 [1,7-3,5] 0,7 [0,7-0,8]
0,7 [0,3-1,2] 0,3 [0,2-0,3]
Infeções do local cirúrgico:
comparação com média europeia
Fonte HAI-Net SSI
Infeção adquirida em UCC
• Pelos critérios de McGeer
Taxa de prevalência de infeção de 8,1%
• Associado diagnóstico médico
Taxa de prevalência sobe para 8,6%.
• Residentes com antibióticos: 9,4% – 5,5% estava a receber dois antibióticos.
• Em mais de 90% das situações o antibiótico foi
prescrito com fins terapêuticos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
TA 2009/1.º TA 2009/2.º TA 2010 TA 2011
Enfermeiro/parteira
Médico
Assistente Operacional
Outros profissionais
Evolução da taxa de adesão à higiene
das mãos por grupo profissional
Relatório “Campanha Nacional de Higiene da Mãos” 2011-2012
PROGRAMA
NACIONAL DE
CONTROLO DE
INFEÇÃO
PROGRAMA
NACIONAL DE
PREVENÇÃO DE
RESISTÊNCIA AOS
ANTIMICROBIANOS
+
1999 2008
A estrutura
Reduzir infeções associadas a
cuidados de saúde
Reduzir
consumo de
antimicrobianos
Reduzir
resistências a
antimicrobianos
A estrutura
PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLO
DE INFEÇÃO E DE RESISTÊNCIA AOS
ANTIMICROBIANOS
PROGRAMA
NACIONAL DE
CONTROLO DE
INFEÇÃO
PROGRAMA
NACIONAL DE
PREVENÇÃO DE
RESISTÊNCIA AOS
ANTIMICROBIANOS
+
2013
1999 2008
A estrutura
Estratégia
1. Definição e normalização de estrutura
2. Reforço da vigilância epidemiológica
3. Normalização de procedimentos e
práticas clínicas
4. Informação/Educação
5. Incentivos financeiros por via do
financiamento hospitalar
Definição e normalização de
estrutura
Normalização das estruturas periféricas (comissões) de controlo
de infeção e prevenção de resistência aos antimicrobianos, em
sintonia com o programa nacional, em termos de estrutura e
missão – Comissões capazes de controlo de infeção e de
assistência à prescrição antimicrobiana
Mais tempo, mais clínicos
Maior radicação nos Conselhos de Administração
Reforço da relação e sintonia com os Grupos Coordenadores
Regionais de Prevenção e Controlo de Infeção.
Extensão para os ACES e Unidades de Cuidados Continuados
Realização de auditoria às estruturas locais
Despacho de estrutura e missão PPCIRA
Nº de enfermeiros de controlo de infeção a
tempo inteiro por cada 250 camas hospitalares
ECDC PPS 2011–2012
Nº de médicos de controlo de infeção a tempo
inteiro por cada 250 camas hospitalares
ECDC PPS 2011–2012
Vigilância epidemiológica
Dinamização da participação dos hospitais e dos laboratórios de microbiologia nos sistemas de vigilância das infeções, de resistência aos antimicrobianos e de consumo de antibióticos.
Reforço dos sistemas de vigilância de resistência aos antimicrobianos, de forma a conseguir processos de resposta mais rápidos e eficientes: os microrganismos-alerta
Integração das bases de dados de vigilância epidemiológica de infeção associada a cuidados de saúde na Plataforma de Dados da Saúde.
A norma DGS/INSA
VE de infeções obrigatória
Normalização de procedimentos e
práticas clínicas
precauções básicas e isolamento
“bundle” anti-MRSA
prevenção da infeção do local cirúrgico
profilaxia antibiótica cirúrgica
duração de terapêutica antibiótica
“bundle” hospitalar PPCIRA
uso de carbapenemes
tratamento de infeção intra-abdominal
prevenção de infeção associada a dispositivos invasivos, incluindo “bundle” do CVC
política de antisséticos e desinfetantes
prevenção e controlo de Clostridium difficile
prevenção e tratamento de infeção em feridas crónicas
A “bundle” hospitalar do PPCIRA
• Cinco momentos de higiene das mãos
• Uso correto de luvas
• Higienização de superfícies frequentemente manuseadas
• Profilaxia antibiótica em cirurgia com duração inferior ou
igual a 24h
• Ordem de paragem de terapêutica antibiótica ao 8º dia
• Assistência à prescrição antibiótica entre o 2º e o 4º dia
de terapêutica antibiótica (parar, diminuir espectro e
número, reduzir duração, corrigir, ensinar)
A “bundle” da comunidade do
PPCIRA
• Cinco momentos de higiene das mãos
• Cumprimento do programa nacional de vacinação
• Norma de tratamento de feridas
• Norma de uso de quinolonas
• Norma de tratamento de infeção das vias aéreas
• Assistência à prescrição antibiótica
Informação/Educação
Dinamização de formação sobre controlo e prevenção de infeções relacionadas com os cuidados de saúde, sobre resistências aos antimicrobianos e sobre uso adequado de antibióticos, tanto em meio hospitalar como em ambulatório, numa lógica de formação de formadores, por ARS
Reforço de curriculum “escolares” e criação de creditação na área
Dinamização de reuniões da Aliança Intersetorial para a Preservação do Antibiótico, agregando instituições da área da saúde, da farmácia, da veterinária, da indústria e do consumidor.
Dinamização da campanha de sensibilização do cidadão para o uso prudente dos antibióticos, nomeadamente relevando os riscos associados ao seu uso.
• Direção Geral das Saúde
• Grupo de Infeção e Sépsis
• Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
• Direcção Geral de Veterinária
• Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular
• DECO
• Associação Nacional de Farmácias
• Associação Portuguesa de Indústria Farmacêutica
• Ordem dos Médicos
• Ordem dos Enfermeiros
• Ordem dos Farmacêuticos
• Ordem dos Médicos Veterinários
• Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral
• Administrações e Secretarias Regionais de Saúde
• Secretarias Regionais de Saúde
Aliança Intersetorial para a
Preservação do Antibiótico
Incentivos por via do financiamento
hospitalar
Inclusão de indicadores de desempenho hospitalar
relacionados com controlo de infeção,
prevenção de resistências antimicrobianas
e consumo de antibióticos, uns de caracter nacional e
outros locais
Indicadores e metas
• Número de hospitais aderentes à vigilância de microrganismos
resistentes em 2014 / Número de hospitais do Sistema Nacional de
Saúde em 2014 ≥ 50%.
• DDD por 1000 habitantes de consumo hospitalar de carbapenemes em
2015 / DDD de consumo hospitalar de carbapenemes em 2011 ≤ 95%
• DDD por 1000 habitantes de consumo ambulatório de quinolonas em
2015 / DDD de consumo ambulatório de quinolonas em 2011 ≤ 95%
• Número de bacterémias por MRSA por 1000 dias de internamento em
2015 / Número de bacterémias por MRSA por 1000 dias de
internamento em 2012 ≤ 90%
• Taxa de bacterémias por MRSA no total de bacterémias por
Staphylococcus aureus em 2015 / Taxa de bacterémias por MRSA no
total de bacterémias por Staphylococcus aureus em 2012 ≤ 90%
Recomendações
Levar CAs e CDs das Unidades de Saúde (US) a dar importância e relevância ao
tema “controlo de infeção e das resistências aos antimicrobianos”:
- criação de conjunto de medidas e procedimentos de implementação obrigatória
- aumento do número de clínicos afetos a esta atividade nas unidades de saúde
- crescente influência das comissões locais na definição estratégica da US
- realização de auditorias à sua implementação e cumprimento
- definição de indicadores à escala nacional e regional
- introdução de incentivos aos melhores, no âmbito do financiamento de US
Tornar obrigatória a participação nos instrumentos de vigilância epidemiológica de
infeção hospitalar e na implementação de medidas de prevenção e controlo da
infeção hospitalar, nomeadamente através de:
- reforço do respeito das precauções básicas e de isolamento, nomeadamente de
higiene das mãos, uso adequado de luvas e higienização de superfícies
frequentemente manuseadas.
- atenção especial à redução da infeção do local cirúrgico e à redução da taxa de
Staphylococcus aureus resistente à meticilina.
Tornar obrigatórias medidas de redução de consumo de antimicrobianos:
- evição do seu uso inadequado ou desnecessário,
- através da criação obrigatória de programas de assistência à prescrição
antibiótica (antibiotic stewardship), tanto no sector hospitalar como nos
cuidados de saúde primários e cuidados continuados.
- apoiada em normas de utilização de antimicrobianos, emanadas pela DGS
Aumentar conhecimento e informação na área
- inclusão crescente nos curricula pré-graduado e pós-graduado de médicos,
enfermeiros, veterinários e farmacêuticos do ensino de “prevenção e controlo
de infeção e de resistências aos antimicrobianos”,
- definição de creditação nesta área, pelo menos para médicos e enfermeiros,
- aumento do conhecimento do cidadão sobre os riscos da toma de antibióticos
- ativação de aliança intersectorial para a preservação do antibiótico.
Recomendações