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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM GEOGRAFIA
MIRIAM RODRIGUES FERREIRA
O PROJETO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO SISTEMA
AQÜÍFERO GUARANI E O USO DO AQÜÍFERO, SEGUNDO
O INTERESSE MUNDIAL PELA ÁGUA DOCE
Aquidauana-MS
2008
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MIRIAM RODRIGUES FERREIRA
O PROJETO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO SISTEMA
AQÜÍFERO GUARANI E O USO DO AQÜÍFERO, SEGUNDO
O INTERESSE MUNDIAL PELA ÁGUA DOCE
Dissertação apresentada ao Programa dePós Graduação do Mestrado emGeografia da Universidade Federal deMato Grosso do Sul, campus deAquidauana, como requisito paraobtenção do título de Mestre emGeografia, sob a orientação do ProfessorDr. Manoel Rebêlo Júnior.
Aquidauana-MS
2008
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Ferreira, Miriam RodriguesF383p O Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento
Sustentável do Sistema Aqüífero Guarani e o uso do aqüífero ,segundo o interesse mundial pela água doce. Miriam RodriguesFerreira. – Mato Grosso do Sul: UFMS, 2008.
135 f.
Orientador: Dr. Manoel Rebêlo JúniorDissertação de Mestrado (Mestrado em Geografia)
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.Bibliografia: 118 f.
1. Aqüífero Guarani. 2. Escassez de água doce. 3. Nova OrdemMundial. I. Ferreira, Miriam Rodrigues. II. Universidade Federal deMato Grosso do Sul.
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1
MIRIAM RODRIGUES FERREIRA
O PROJETO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DO SISTEMA AQÜÍFERO GUARANI E O USO DO
AQÜÍFERO, SEGUNDO O INTERESSE MUNDIAL PELA ÁGUA DOCE
Dissertação apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
como requisito para a obtenção do título de Mestre em Geografia.
Banca Examinadora
Orientador Prof. Dr. Manoel Rebêlo JúniorUniversidade Federal de Mato Grosso do Sul
Profª. Doutora Silvana AbreuUniversidade Federal da Grande Dourados
Profª. Doutora Silvia Helena Andrade de BritoUniversidade Federal de Mato Grosso do Sul
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2
Dedico este trabalho ao meu esposo
Petrônio, que tanto amo, por sempre ter
um gesto de carinho e incansável apoio
em todos os momentos; aos meus
familiares e, em especial nossas crianças
Robert e Gabriela, aos queridos amigos e
irmãos .
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3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por permitir atingir mais esta meta louvável na
minha vida.
Ao meu querido marido, sempre presente lembrando que sou capaz.
Ao meu orientador, Prof° Doutor Manoel Rebêlo Júnior, que nos momentos de
dificuldade agiu como um amigo paciente dando-me encorajamento e incentivo; por
ter uma postura ética e exemplar na carreira profissional, o que influenciou a minha
formação acadêmica e profissional.
Aos meus familiares, amigos e a todos aqueles que de alguma forma me apoiaram
nesta etapa da minha vida.
Aos profissionais que cederam informações necessárias à concretização desta
pesquisa.
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RESUMO
O Aqüífero Guarani é um importante manancial de águas subterrâneas. Atualmentea discussão sobre a crise de escassez de água doce tem exaltado a importância dereservas como o Guarani. O discurso ambiental surgiu como resposta aoquestionamento dos países ditos subdesenvolvidos na época à ordem econômicavigente na década de setenta. Da mesma forma, ocorre com o discurso de escassezde água doce: ele surgiu como justificativa para mercantilização da água. O Projetode Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema AqüíferoGuarani, desde a sua concepção e desenvolvimento, mostra controvérsiasquestionáveis à luz do que se concebe em relação à água enquanto bemeconômico. As idéias privatistas atendem aos interesses do capital, que nestacircunstância, aparecem sob a roupagem de grandes corporações e vêem na águafonte de lucros e de enriquecimento privado, seja pela água engarrafada ou serviçosde água. Os Senhores da Água, grandes corporações e multinacionais, que atuamno setor da água, estão aglutinados em organizações como o Conselho Mundial daÁgua e defendem-na como mercadoria. Os mesmos grupos que iniciaram adiscussão ambiental na década de setenta em busca de uma Nova Ordem Mundialsão os que têm dado relevância e sustentação ao discurso da crise de escassez deágua doce idéia que se desenvolveu durante as últimas décadas.
Palavras-chaves: Aqüífero Guarani, Senhores da Água, escassez de água doce,multinacional, Nova Ordem Mundial, ideologia.
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RESUMEN
El Acuífero Guaraní es un importante manantial de aguas subterráneas. Actualmentela discusión sobre la crisis de agua dulce ha exaltado la importancia de reservascomo el Guaraní. El discurso ambiental surgió como respuesta al cuestionamientode los países dichos subdesarrollados en aquella época y al orden económicovigente en la década de setenta. Lo mismo se pasa al discurso de escasez de aguadulce: él surgió como justificativa para su mercantilización. El Proyecto de ProtecciónAmbiental y Desarrollo Sostenible del Sistema Acuífero Guaraní, desde suconcepción y desarrollo, muestra controversias cuestionables a la luz de lo que seconcibe en relación al agua como bien económico. Las ideas privatistas atienden alos intereses del capital, el que, en estas circunstancias, se asoman por medio degrandes corporaciones y ven en el agua una fuente de ganancias y deenriquecimiento privado, sea por el agua embotellada o servicios. Los Señores delAgua, grandes corporaciones y multinacionales, que actúan en este sector, estánunidos en organizaciones como el Consejo Mundial del Agua y la defienden comomercancía. Los mismos grupos que empezaron la discusión ambiental en la décadade setenta rumbo a un Nuevo Orden Mundial son los que han dado significación ysustentación al discurso de la crisis de escasez del agua dulce, idea que se hadesarrollado a lo largo de las últimas décadas.
Palabras clave: Acuífero Guaraní, Señores del Agua, escasez de agua dulce,multinacional, Nuevo Orden Mundial, ideología.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................1
1 O PROJETO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DO SISTEMA AQÜÍFERO GUARANI....................................4
1.1 Concepção do projeto e instituições envolvidas...............................................4
1.2 A Estrutura do Projeto ......................................................................................8
1.2.1 Matriz lógica do projeto – objetivos e Programa Operativo do GEF...............14
1.2.2 Componentes e respectivos subcomponentes...............................................17
1.2.2.1 Componente I – Avaliação e consolidação da base de conhecimento
cientifico e técnico sobre o Sistema Aqüífero Guarani ...................................19
1.2.2.2 Componente II – Desenvolvimento e instrumentação conjunta de um Modelo
de Gestão para o Sistema Aqüífero Guarani..................................................25
1.2.2.3 Componente III – Fomento à participação pública e aqueles interessados, à
comunicação social e à educação ambiental .................................................33
1.2.2.4 Componente IV – Acompanhamento, avaliação e divulgação dos resultados
do projeto .......................................................................................................36
1.2.2.5 Componente V – Desenvolvimento de medidas para a gestão e mediação
das “áreas críticas identificadas” (“Hot Spots” ou Piloto)...............................37
1.2.2.6 Componente VI – Avaliação do Potencial de Energia Geotérmica ...............42
1.2.2.7 Componente VII – Coordenação e administração do projeto........................43
2 O AQÜÍFERO GUARANI................................................................................45
2.1 Origem, denominação e as principais características do aqüífero .................45
2.2 Localização e distribuição da área do aqüífero ..............................................49
2.3 A distribuição de água no globo terrestre .......................................................53
3 “CRISE DE ESCASSEZ DE ÁGUA DOCE” OU APROPRIAÇÃO POR NOVAS
FONTES DE ÁGUA DOCE? ..........................................................................55
3.1 Início e consolidação da “crise ambiental”......................................................58
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1
3.1.1 Ambientalismo enquanto ideologia e contexto da “Nova Ordem Mundial” .....69
3.2 O discurso da “escassez de água doce” ........................................................78
3.2.1 As oligarquias da água e o processo de mercantilização da água doce - um
processo de conquista do capital ...................................................................92
3.2.1.1 Organismos multilaterais.........................................................................93
3.2.1.2 Imperialismo e os “Senhores da Água” ...................................................99
3.2.1.3 O Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do
SAG...............................................................................................................105
3.3 “As veias abertas do Aqüífero Guarani” .......................................................111
CONCLUSÃO .........................................................................................................115
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................118
ANEXOS .................................................................................................................123
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Organograma ........................................................................................11
FIGURA 2 - Representação esquemática do Aqüífero Guarani................................48
FIGURA 3 - Divisão geográfica do Aqüífero Guarani ................................................50
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Distribuição geográfica do Aqüífero Guarani no Brasil conforme a
distribuição por Estado e indicadores selecionados conforme
ocorrência do aqüífero.............................................................................51
TABELA 2 – Principais Conferências sobre a água no período de 1997 a 2000 .....84
TABELA 3 – Principais Declarações sobre a água na década de noventa .............85
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LISTA DE SIGLAS
ADT - Análise de Diagnóstico Transfronteiriço
ANA - Agência Nacional de Águas
BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial)
BGR - Bundesanstalt fuer Geowissenschaften und Rohstoffe - Instituto Federal de
Geociências e Recursos Naturais (Serviço Geológico Alemão)
BGR/PY- Programa de Cooperação do Governo Paraguaio e o Serviço Geológico da
Alemanha
BNWPP- World Bank-Netherlands Water Partnership Program - Programa de
Recursos Hídricos do Banco Mundial e o Governo do Reino Unido dos Países
Baixos
CAS - Country Assistance Strategy (Meta Setorial do Banco Mundial)
CIDA- Agência de Desenvolvimento Internacional Canadense
CMA (WWA) - Conselho Mundial da Àgua
CMMAD - Comissão Mundial para Meio Ambiente e Desenvolvimento
CN - Conselhos Nacionais
CSDP - Conselho Superior de Direção do Projeto
EPI - Estratégia para os Povos Indígenas
FMI - Fundo Monetário Internacional
GEF (FMMA) - Global Environmental Facility (Fundo Mundial para o Meio Ambiente).
GWP - Global Water Partnership (Rede de Parceiros da Água)
RIOC - Rede Internacional de Organismos de Bacia
MAR - Marco Asignácion de Recursos
MERCOSUL - Mercado Comum do Cone Sul
OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
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OEA - Organização dos Estados Americanos
OIEA - Organização Internacional de Energia Atômica
OMC - Organização Mundial do Comércio
ONG - Organização Não-Governamental
ONU - Organização das Nações Unidas
OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo
OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte
PAD - Project Appraisal Document
PAE - Programa de Ações Estratégicas
PIP - Plano de Implementação do Projeto SAG
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
SAG - Sistema Aqüífero Guarani
SG - Secretaria Geral
SISAG - Sistema de Informação Geográfico do Sistema Aqüífero Guarani
UDSMA / OEA - Unidade de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente da OEA
UNEP - Unidade Nacional de Execução do Projeto
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
WWF - World Wildlife Fund (Fundo Mundial para a Natureza)
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INTRODUÇÃO
A água é um recurso natural e importante à vida do ser humano.
Com a discussão acerca da questão de escassez de água doce, o potencial
de fontes como o Aqüífero Guarani ganham cada vez mais importância.
Ocorre que nas últimas décadas tem-se dado uma conotação econômica à
inegável importância da água, a qual está saindo da lógica do “direito” para a lógica
da “necessidade”, igualmente a alguns documentos como “Os Princípios de Dublin e
a Declaração de Haia” da década de noventa vem destacando. E esse recurso
renovável e abundante na natureza, assim como o petróleo, foi tragado pelo capital
que sob a influência das idéias de livre mercado tem transformado a água em
mercadoria.
Com a ideologia ambientalista, os problemas ambientais presentes na vida
das pessoas aparecem como crise, mas na verdade são problemas. Crise é algo
inerente ao capitalismo, assim como a luta de classes e o enriquecimento privado.
Ao propagar a crise de escassez de água doce foi a justificativa à tendência
mercantilista.
A década de noventa configurou-se na consolidação dessas idéias privatistas
em relação à água.
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho será investigar a relação que existe
entre o Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema
Aqüífero Guarani e o uso do aqüífero, segundo o interesse mundial pela água doce.
Este projeto tem como alvo apoiar os países abrangidos pelo aqüífero na
elaboração de um Modelo de Gestão para proteção do Sistema Aqüífero Guarani,
estruturado em sete componentes destaca ser importante a gestão do aqüífero
aliada à pesquisa técnica e científica.
Com o discurso de que a água doce vai acabar, o Guarani é assunto cada
vez mais comum na mídia nos últimos anos, diante disso o papel do
desenvolvimento sustentável está sendo cumprido. Nunca se falou tanto sobre a
questão da água doce e, conseqüentemente, sobre o Aqüífero Guarani.
A partir de uma leitura crítica ao discurso de escassez de água doce, buscar-
se-á entender como ele ocorre e a sua influência, a partir do questionamento da
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2
concepção do projeto, em que a idéia de crise aparece como justificativa para
desenvolver ações voltadas à preservação de fontes como o aqüífero.
Para isso, parte-se da problemática sobre qual o interesse de organizações
internacionais têm em pesquisar sobre o SAG e financiar um projeto de US$ 27
milhões, considerando o crescente interesse mundial por água doce.
Dado o discurso de escassez de água doce, verifica-se que o interesse por
novas fontes se dá de forma crescente. A importância de esclarecer essa questão é
de verificar o que levou o Banco Mundial e a participação de outras organizações
internacionais financiarem o projeto e os fatores que têm determinado tal interesse, e
de que forma isso tem sido desenvolvido nos últimos anos.
A atuação do banco tem sido não só propagar a escassez hídrica, como
também difundir a maior participação do setor privado enquanto solução aos
problemas dos países do Sul por meio dos Programas de Ajuste Estrutural e,
conseqüentemente, a participação mínima do Estado, caracterizando-o como
burocrático e ineficiente enquanto regulador. Com isso, assiste-se a ascensão
dessas idéias e a participação cada vez maior do setor privado caracterizado como
eficiente, em setores até então regulados pelo Estado.
Por que dar tanta ênfase à questão da água doce na atualidade?
Qual é a tendência no projeto ou o que o projeto vai definir como “gestão”?
A metodologia desenvolvida durante o trabalho foi levantar e consultar a
bibliografia disponível sobre a questão da água, sobre o Aqüífero Guarani, bem
como documentos que mostram interesse pela água. Também foram levantados e
consultados textos disponibilizados na Internet sobre o aqüífero, como o próprio
projeto do Sistema Aqüífero Guarani (conteúdo disponível no site do próprio projeto),
e textos sobre as organizações internacionais envolvidas. Além de entrevista aberta
com o técnico Luiz Amore (Secretário Geral do projeto SAG) e com o Professor
Doutor Ernani F. Rosa Filho; a técnica Adriana Niemeyer, contatada por correio
eletrônico na ocasião, respondeu pela UNEP Brasil na ausência do Coordenador
João Bosco.
A idéia principal foi dividida em partes para facilitar sua compreensão.
Na primeira parte será apresentado o Projeto de Proteção Ambiental e
Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aqüífero Guarani em si, bem como sua
estrutura e a organização institucional internacional que tem atuado junto aos quatro
países envolvidos no projeto. O projeto foi iniciativa da Universidade Federal do
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3
Paraná, mas ao necessitar ampliar as pesquisas, foi necessário mais recursos
financeiros e com isso, ao ser apresentado ao governo brasileiro, não houve apoio;
portanto, com base no material consultado inicialmente, o projeto SAG não foi
política pública do governo brasileiro, mas ao ser apresentada a proposta às
organizações internacionais, o Banco Mundial mostrou interesse em financiar o
projeto junto ao GEF (Fundo Mundial para o Meio Ambiente). Com o envolvimento
do banco e da OEA como executora do projeto, este mudou do foco técnico -
cientifico para o enfoque de gestão do aqüífero, considerado um passo importante
na preservação do mesmo. Portanto, verifica-se que aparentemente existem
controvérsias em relação ao projeto, desde a sua concepção.
Na segunda parte será apresentado o Aqüífero Guarani: suas características
físicas, localização geográfica e sua relevância em relação aos paises abrangidos
por ele. A mídia veiculou intensamente que o Guarani seria o maior reservatório de
água doce do mundo, e que poderia futuramente ser uma estratégica reserva de
água e solução em tempos de “escassez”. Mas o problema da água doce é a
crescente poluição dos rios e das águas subterrâneas. Ainda assim é relevante
explicar que este grande reservatório demorou bilhões de anos para ser formado,
constituindo-se numa imensa rocha porosa e as águas das chuvas foram-se
alojando por entre esses poros e através das áreas de carga e recarga tal processo
se renova desde então. As pesquisas existentes constataram que em algumas
partes do Guarani esta água é salina e até salgada, ou que possuem minerais os
quais não torna a referida água adequada ao consumo humano.
Já no terceiro capítulo será analisado no contexto da discussão do
ambientalismo, o discurso de escassez de água doce e se isso irá influenciar nas
tendências de idéia de gestão do aqüífero. A privatização de serviços e a
mercantilização da água doce em garrafas são tendências crescentes e reais, não
precisa necessariamente “tomar posse de um bem” para explorar o que há nele. Ao
conseguir concessão de se furar poços, seria uma autorização ou licenciamento
então se usa daquele recurso da forma que quiser dependendo da legislação local.
No capitalismo não é necessário se apropriar de um território (no sentido de chão)
para se apropriar do que ele possui em ternos de recursos naturais.
Ainda que haja muitas análises sobre a questão do Aqüífero Guarani e sobre
a questão da escassez de água doce, existem lacunas nessa questão que
necessitam de uma melhor clareza.
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4
1 O PROJETO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DO SISTEMA AQÜÍFERO GUARANI
1.1 Concepção do projeto e instituições envolvidas
O Aqüífero Guarani é considerado um importante manancial de águas
subterrâneas e abrange quatro países da América do Sul: a Argentina, o Paraguai, o
Uruguai e o Brasil. Devido à sua importância, os governos desses países (...)
lançaram as bases para o desenvolvimento conjunto de um projeto de Proteção
Ambiental e Gestão Sustentável do SAG. Antes de ser encaminhada pelos governos
dos países citados acima, foi uma proposta inicialmente elaborada pelos
pesquisadores do Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas (LPH) da Universidade
Federal do Paraná; porém no decorrer do tempo, foram feitas alterações e
submetida à aprovação do Global Environmental Facility - Fundo Mundial para o
Meio Ambiente (GEF). 1
Orçado em aproximadamente US$ 27,00 milhões, o Projeto de Proteção
Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aqüífero Guarani foi assinado
em maio de 2003 no Uruguai em Montevidéu - sede atual da Secretaria Geral do
projeto - por representantes dos quatro países do então Mercado Comum do Cone
Sul (MERCOSUL) formado na época pelo Brasil, a Argentina, o Uruguai e o
Paraguai. É financiado pelos recursos fundo GEF, o qual neste projeto é
administrado pelo Banco Mundial, e dos US$ 26,7 milhões, o fundo financia US$
13,4 milhões. 2
O projeto sob a execução da Organização dos Estados Americanos (OEA)
esteve em fase de preparação de 2000 a 2001. Em 2002, firmaram-se acordos para
implementá-lo em parceria com a OEA, Banco Mundial e outras agências e, desde
março de 2003 a fevereiro de 2009, encontra-se em etapa de execução. Em
setembro de 2001, o projeto foi aprovado pelo governo brasileiro através da
Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento. O Conselho do
fundo GEF aprovou em dezembro de 2001 e o “Chief Executive Officer” do GEF/
aprovou em maio de 2002. Já o “Board” do Banco Mundial aprovou em junho de
1 Conforme relato dos técnicos Luiz Amore e Aldo C. Rebouças. REBOUÇAS, A.C. e AMORE, L. O SistemaAqüífero Guarani - SAG; p. 141.2 OEA. Resumo do Projeto SAG. Disponibilizado: http://www.sg-guarani.org/index/site/proyecto/pto01.php .Acesso em 29 de setembro de 2007.
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http://www.sg-guarani.org/index/site/proyecto/pto01.phphttp://www.pdfdesk.com
5
2002 e, finalmente, em julho deste mesmo ano foi assinado o acordo (GEF Trust
Fund Grant TF050950) para a execução do projeto com a OEA. 3
É interessante destacar que a idéia do projeto foi concebida no Brasil e desde
1992 houve o interesse de aprofundar nas pesquisas sobre o manancial. Em 1999 o
projeto já estava em elaboração, segundo o geólogo e Professor Doutor Ernani F.
Rosa Filho de hidrogeologia da Universidade Federal do Paraná, o qual desde a
década de setenta estuda o Aqüífero Guarani. Em entrevista à Organização Não
Governamental (ONG EcoTerra), ele colocou que em 1992 nasceu a idéia, junto ao
geólogo e Professor de hidrogeologia da Universidad da La Republica Oriental del
Uruguay, Jorge Montaño Xavier, de aprofundar nas pesquisas, já que ao longo dos
anos foi constatado pelos dados da pesquisa que o Aqüífero Guarani tinha uma
extensão e formação geológica presente não só no Brasil, mas também no Uruguai,
Paraguai e Argentina; portanto, não era suficiente estudá-lo só localmente, mas que
houvesse recursos para ir além do âmbito nacional e então analisá-lo de forma
integrada; não no sentido político, mas devido à formação geológica que compõe o
maior aqüífero da América Latina. 4
3 ANA. Resumo do Projeto Sistema Aqüífero Guarani.- www.ana.gov.br/guarani/projeto/sintese.htm - Acessadoem 07 de janeiro de 20084 De 13 a 15 de dezembro de 2006 foi realizado o I Congresso do Aqüífero Guarani em Campo Grande - MatoGrosso do Sul, onde tive a oportunidade de conhecer o Professor Doutor Ernani F. Rosa Filho da UniversidadeFederal do Paraná, autor da idéia inicial do projeto Aqüífero Guarani e um dos autores do Livro Aqüífero Guarani:a verdadeira integração dos países do Mercosul. Em entrevista a ONG ECOTERRA, Professor Doutor Ernani emhidrogeologia, fez o mesmo relato das implicações quanto ao projeto e ao aqüífero que na ocasião do entãocongresso em conversa não gravada, tive a oportunidade de conhecê-lo e ter acesso às mesmas informaçõesrelatadas nesta entrevista. Na entrevista ele coloca que nem toda a água o aqüífero é potável, estima-se que 20a 30% de sua extensão é apropriada ao consumo humano e o resto das águas são salobras. Ele destaca que oimportante no aqüífero é que suas águas têm temperaturas elevadas o que potencializa o uso do mesmo emvárias atividades econômicas. Levanta também uma questão importante quanto ao abastecimento mundial deágua doce quanto ao aqüífero, mesmo que esteja no Brasil 12% de água doce superficial do mundo, não é certodizer que tenha capacidade o maior do mundo, mesmo porque há a ocorrência de água salobra. Sobre apossibilidade de um dia o Brasil ser grande fornecedor de água doce segundo ele a partir somente das águassubterrâneas isso não é possível, mas havendo futuramente tecnologia para tirar o sal desta água, mais pessoasterão acesso a ela, caso contrário não. Alertou para implicações quanto ao projeto de que o Banco Mundialimpôs que houvesse licitação somente com as empresas estrangeiras do primeiro mundo, como as empresas doCanadá, em vez de aproveitar os profissionais que estão no Brasil estudam e conhecem o aqüífero a maistempo. Colocou ainda que paralelo ao projeto, muitos ainda são os pesquisadores que estudam o aqüífero.Apesar de a idéia ter saído das universidades, o projeto não as considerou como executoras como foi a idéiainicial apresentada ao Banco Mundial, mas o governo holandês entrou no processo e ofereceu a estasuniversidades US$ 370 mil para ser divido 9 projetos onde cada um seria executado por 3 universidades emquatro anos de projeto, o que ele chamou de “esmola”, já que as pesquisas demandariam mais recursos. Na suavisão acredita que o projeto não faz pesquisa, pois citou situação em congresso no Uruguai em 2004 em queseus dados foram contestados pela OEA quanto a ocorrência de água não potável no aqüífero; ele acredita queestes dados não sejam politicamente interessantes para a OEA, e questiona o fato de esconder tal informação.ROSA FILHO, E. F. Matéria Águas do Guarani II – Disponibilizado no site:http://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php?pg= ecoentrevistas&tipo=temas&cd=819 Acesso em 27setembro de 2007.
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http://www.ana.gov.br/guarani/projeto/sintese.htmhttp://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php?pg=ecoentrevistas&tipo=temas&cd=819Acessohttp://www.pdfdesk.com
6
Montou-se então um projeto que envolvesse os quatro países por se tratar de
água transfronteiriça e, portanto, demandariam mais recursos financeiros. Assim, ao
longo do tempo, a idéia foi amadurecendo e o projeto passou a crescer, foram
buscar mais recursos financeiros junto ao governo federal, à Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e à Comunidade
Européia os quais não os apoiaram. Foi então, como última tentativa, apresentá-lo
ao Banco Mundial, o qual demonstrou grande interesse pelo projeto por se tratar de
águas transfronteiriças e envolveria conseqüentemente os quatro países, o que seria
politicamente interessante para o Banco. Conforme coloca ainda o Professor Doutor
Ernani F. Rosa Filho, a partir daí o projeto tomou rumo diferente, pois inicialmente as
universidades eram contempladas no projeto, mas quando a OEA entrou, a idéia
inicial foi abandonada. Foram colocadas à margem do processo que começou a
partir do meio acadêmico. O destaque do projeto apresentado ao Banco Mundial
inicialmente contemplava que o mesmo fosse voltado para o enfoque puramente
técnico-científico e não de gestão, como tem sido atualmente nas mãos das
organizações internacionais. 5
Quanto a esta questão da participação das universidades no projeto, no
terceiro capítulo do Plano de Implementação do Projeto SAG (PIP), o projeto mostra
o regulamento e a descrição do Fundo Guarani de Universidades, instrumento
financeiro criado para envolver as universidades a fim de que não fiquem fora desse
processo, por isso é um complemento do projeto. Este fundo visa apoiar a
comunidade acadêmica da região abrangida pelo aqüífero em investigação e
capacitação acadêmica. A fonte desse recurso é do governo holandês através da
parceria com o Banco Mundial no Programa World Bank-Netherlands Water
Partnership Program - Programa de Recursos Hídricos do Banco Mundial e o
Governo do Reino Unido dos Países Baixos (BNPPW). Entre os objetivos da referida
parceria, está o de garantir a participação acadêmica no desenvolvimento do projeto
SAG. O montante desse recurso são de US$ 372,0 milhões e os projetos e ações
que abordam o aqüífero, sejam com objeto social ou ambiental ou educação
ambiental, terão até 75% de apoio sendo que a contrapartida de 25%, com projetos
5 GUIMARÃES, L. R. “O Sistema Aqüífero Guarani face aos interesses norte-americanos: dominação militar oueconômica?” http://www.pucsp.br/ponto-e-virgula/n1/artigos/09-LuizGuimaraes.htm; p. 131. E ainda sobre omesmo assunto a matéria Águas do Guarani II no sitehttp://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php?pg=ecoentrevistas&tipo=temas&cd=819 acessado em 27setembro de 2007.
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http://www.pucsp.br/ponto-e-virgula/n1/artigos/09-LuizGuimaraes.htm;http://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php?pg=ecoentrevistas&tipo=temas&cd=819http://www.pdfdesk.com
7
até US$ 40 mil, poderão ser em recursos financeiros e não-financeiros. O número de
projetos por universidade é limitado principalmente em relação à Argentina e ao
Brasil onde existem mais universidades. 6
Nas palavras do atual Secretário Geral do projeto, Luiz Amore, conhecer mais
sobre o aqüífero é um dos aspectos do projeto, (...) o objetivo principal é a gestão do
mesmo. E acrescenta, destacando que o interesse do GEF e enfoque é na gestão
do aqüífero conforme a seguintes palavras:
O GEF disse: é preciso que tenha um forte componente de desenvolvimento degestão. Temos que gerir o Aqüífero Guarani, não só conhecer. 7
O Secretário Geral acrescenta ainda a estas palavras que, (...) o mundo está
interessado no Aqüífero Guarani, porque é o primeiro projeto do GEF de águas
subterrâneas transfronteiriças do mundo inteiro. 8
A idéia é que os quatro países abrangidos pelo aqüífero tenham uma gestão
integrada do mesmo. Mas é interessante notar que a trajetória do projeto, no que se
refere à tomada de decisões a partir do envolvimento e intervenção das
organizações internacionais envolvidas. Como foi citado anteriormente, em relação
ao Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema
Aqüífero Guarani, o Banco Mundial atua como ”implementador dos recursos” do
GEF. E, conforme foi declarado pela Internet no site desse projeto, a OEA, Agência
Executora do Projeto SAG, apesar de ter passado por uma seleção, foi escolhida por
ser exigência do fundo, o qual financia o projeto. Ao responder a indagação da
sociedade civil quanto à escolha da OEA, ao invés do MERCOSUL, foi declarado
que:
O Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF), no processo de aprovação erepasse de fundos, exige a definição de uma agência de execução e nestesentido, estabeleceu-se uma espécie de concurso onde a OEA foiselecionada pelos países envolvidos. O processo de seleção tomou emconsideração uma série de critérios de avaliação específicos, que levaram aOEA à condição de agência executora internacional do Projeto desde a fasede preparação do projeto (anos 2000-2001). 9
6 OEA. Plano de Implementação Projeto SAG; p. 110 e 111.7AMORE, Luiz - Águas do Guarani IV - site http://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php?pg=ecoentrevistas&tipo=temas&cd=856 . Acesso em 27 setembro de 2007.8GUIMARÃES, L. R. O Sistema Aquífero Guarani face aos interesses norte-americanos: dominação militar oueconômica? Disponível : http://www.pucsp.br/ponto-e-virgula/n1/artigos/09-LuizGuimaraes.htm; p. 132.9 OEA. Resumo do Projeto SAG. Disponibilizado: http://www.sg-guarani.org/index/site/proyecto/pto01.php .Acesso em 29 de setembro de 2007.
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8
Mas quem é o gestor ou administrador deste fundo com tal autonomia?
Esse fundo foi criado em 1992, no evento “Conferência das Nações Unidas
para o Meio Ambiente”, que ficou conhecido como “RIO 92”. Ele tem a participação
de 176 países, mas são 32 os que compõem o seu Conselho e que contribuem
efetivamente: Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, China, República Tcheca,
Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Índia, Irlanda, Itália, Japão, Coréia
do Sul, Luxemburgo, México, Holanda, Nova Zelândia, Nigéria, Noruega, Paquistão,
Portugal, Eslovênia, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e
Estados Unidos. Sendo que o último país citado é responsável por 20% do que é
contribuído. Os órgãos internacionais responsáveis por administrar o recurso é o
Banco Mundial e a Organização das Nações Unidas (ONU) através das agências
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O banco administra outros fundos,
mas o GEF é responsável pelo financiamento da maioria dos projetos ambientais no
mundo; ele apóia os países em desenvolvimento voltados à área de biodiversidade,
mudanças do clima, águas internacionais, degradação do solo e camada de ozônio.
Esse fundo se dedica ainda a apoiar iniciativas voltadas à preservação do meio
ambiente e à promoção do “desenvolvimento sustentável”. 10
No ano de 2006, o fundo completou 14 anos e contou com uma contribuição
expressiva de US$ 3,13 bilhões (...) para investir ao longo dos próximos 4 anos em
iniciativas em prol da sustentabilidade. 11
1.2 A Estrutura do Projeto
Conforme o Plano de Implementação do Projeto (PIP), documento aprovado
pelo Conselho Superior de Direção do Projeto (CSDP), pelo Banco Mundial, pela
OEA e pelos quatro países contemplados, ao longo de 277 páginas, estabelecem-se
as diversas atividades para a execução do projeto.12
No primeiro capítulo há uma síntese executiva do projeto e inicia com o
objetivo do mesmo:
10ONU. www.onu-brasil.org.br Acessado em 07/08/2007.11 Ibid.12 OEA. Plano de Implementação Projeto SAG; p. Vi.
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9
El objetivo de largo plazo del proceso iniciado a través del proyecto es lograrla protección y uso sostenible del Sistema Acuífero Guaraní (SAG). Esteproyecto constituye un primer paso para la consecución del objetivo de largoplazo.13
A estrutura do projeto é voltada a conseguir a gestão e o uso sustentável do
Sistema Aqüífero Guarani através da elaboração e implementação conjunta de um
modelo técnico, legal e institucional para o gerenciamento e preservação do
Aqüífero Guarani, tendo em vista as gerações presentes e futuras. 14
Não só a citação acima, mas também o propósito do projeto, em sua
conceituação, utiliza-se da idéia de desenvolvimento sustentável 15:
El propósito del proyecto consiste en apoyar a los cuatro países en elaborarconjuntamente, e implementar un marco común institucional, legal y técnico paramanejar y preservar el SAG para las generaciones actuales y futuras.16
E dentre os resultados finais esperados do projeto, está que os quatro países
possam dispor de um “marco de manejo” ou um Modelo de Gestão do SAG o qual
abrange o documento Programa de Ações Estratégicas (PAE), além de incluir
aspectos técnicos, científicos, institucionais, financeiros e legais para a “proteção e
uso sustentável” do mesmo. Para isso, conforme o documento PIP, será necessário
atingir os seguintes resultados específicos, os quais estarão organizados e
distribuídos em componentes como se verifica posteriormente17: o documento
técnico PAE que contempla o modelo de gestão a ser implementado por cada país
e, (...) preparado em comum acordo entre os países; conforme o Plano de
Implementação (PIP) espera-se (...) maior conhecimento científico e técnico do SAG
em temas específicos e do sistema, mas (...) a partir, não só do resultado de estudos
a serem executados, mas também dos que estiverem (...) disponíveis em instituições
acadêmicas e de gestão de água dos quatro países. E acrescenta que isto será
importante para fortalecer a tomada de decisões mais conscientes sobre o uso do
aqüífero por parte da sociedade e (...) pelas instituições responsáveis em cada país
da gestão da água; o documento técnico de análise de diagnóstico integrado que
13 OEA. Plano de Implementação Projeto SAG; p. 1.14 IbId.; p. 115 Nesta pesquisa trabalha-se com a idéia de desenvolvimento sustentável e não conceito, conforme a análise deRÊBELO JÚNIOR sobre esse assunto. REBÊLO JÚNIOR, M. Desenvolvimento Sustentável do capital - ouRegressão do Subdesenvolvimento. Tese de Doutorado- versão preliminar. Vide p. 18016 OEA. Plano de Implementação Projeto SAG p. 117 IbId; p. 1 e 2.
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10
servirá como base voltada para os temas transfronteiriços na elaboração do PAE,
denominado de Análises Diagnóstico Transfronteiriço (ADT) será (...) desenvolvido
em um processo participativo nacional e internacional. Serão elencadas quatro áreas
piloto-críticas em cada país abrangido pelo aqüífero, onde serão realizadas
experiências voltadas à proteção do SAG e servirá de modelo de gestão das áreas
de recarga impactadas pelo uso intensivo e risco de contaminação do mesmo,
experiências que servirão também às questões transfronteiriças do SAG e fora dele,
na esfera internacional. Espera-se também proposta de um modelo jurídico regional
definido dentro do direito internacional, acatado pelos governos e as sociedades dos
quatro países para a proteção e uso sustentável do SAG; e, Foro (...) institucional
formado pelos quatro governos dos países baseada nas vontades dos diferentes
interessados, capaz de catalisar ações para o SAG coincidentes com o objetivo por
ele acordados (...), com o fortalecido apoio de cooperação e financiamento
coordenado, com o GEF, o Banco Mundial, a OEA, a Organização Internacional de
Energia Atômica (OIEA) e Bundesanstalt fuer Geowissenschaften und Rohstoffe -
Instituto Federal de Geociências e Recursos Naturais (Serviço Geológico Alemão -
BGR) da Alemanha, e com o PAE a fim de orientar a gestão e canalização dessas
cooperações.
Nota, que se espera também resultados que tenham envolvimento não só de
instituições nacionais, mas também internacionais na gestão do aqüífero, conforme a
seguinte citação:
Avanços alcançados pelas sociedades nacionais no espaço e na institucionalidadenacional e internacional, para o uso sustentável e proteção do SAG e seu manejocoordenado... .18
E isso será avaliado com base (...) nas redes de monitoramento montadas e
coordenadas entre instituições dos quatro países para continuação harmoniosa do
sistema, no Sistema de Informação Geográfico sobre o Aqüífero (SISAG) montado
via Internet, institucionalizado e funcionando nos quatro países com banco de dados
e protocolos estabelecidos, no melhor conhecimento do uso atual e futuro das águas
do aqüífero (...) em termos da qualidade da água e delimitando as áreas críticas, nas
“instituições nacionais fortalecidas” em conhecimento, e em qualidade. Comunidades
humanas e organizações chaves, incluindo a indígena com acesso à educação e ao
18 IbId; p. 1 e 2.(Tradução Nossa)
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11
conhecimento do aqüífero e o Fundo Guarani da Cidadania estabelecido e
aprovado, no (...) fortalecimento das relações de trabalho de gestão do aqüífero nas
diferentes esferas de gestão da água: local, municipal, estadual e nacional e na (...)
proposta para o desenvolvimento da institucionalidade internacional ou nacional para
o uso coordenado do SAG e a execução do PAE preparado e aprovado. 19
Verifica-se, portanto, que tais resultados a serem atingidos estão voltados
essencialmente à gestão do aqüífero e nem tanto aprofundar o pouco que se sabe
em relação a ele.
Os países que serão beneficiados são os países abrangidos pelo aqüífero:
Brasil, Uruguai, Bolívia e Argentina. Além desses estão envolvidos também a OEA, o
Banco Mundial através do fundo GEF, o CSDP, os doadores e os países
representados por cada Unidade Nacional Executora do Projeto (UNEP) e o CSDP,
como mostra o organograma abaixo:
FIGURA 1 - Organograma
Considerando o organograma acima, as informações contidas no site
mostram que a gestão e a execução estão sob o comando dos organismos
internacionais, ainda que haja o envolvimento dos países através das UNEP’s.
Inicialmente são identificados no documento PIP projeto SAG como doadores
o Programa de Cooperação do Governo do Paraguai e o Serviço Geológico da
Alemanha (BGR/PY) e a OIEA, os quais têm atuação direta, conforme o documento,
19 IbId; p. 2.(Tradução Nossa)
GEF/BMDoadores CSDP
Colegiado de CoordenaçãoSecretaria Geral / OEA
UNEPArgentina
UNEPBrasil
UNEPParaguai
UNEPUruguai
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12
e acrescenta ainda que outros doadores poderão se adicionados ao longo do
projeto. 20
Já no resumo do projeto disponibilizado na internet, são citadas outras
agências doadoras além da BGR/PY e a OIEA, como o Programa de Recursos
Hídricos do Banco Mundial e o Governo do Reino dos Países Baixos (BNWPP) e a
OEA. 21
O CSDP composto por três representantes de cada país, sendo que um da
área de recursos hídricos, outro da área de meio ambiente e outro do Ministério das
Relações Exteriores, segundo a secretaria geral do projeto, esse conselho é a
instância máxima de deliberação do projeto já que os quatro países estão
envolvidos.
No site da Agência Nacional de Águas (ANA) o CSDP é entendido como um
Comitê Diretivo, o qual conduz todas as atividades propostas; enquanto que a
coordenação dos aspectos técnicos do projeto será responsabilidade de um
Conselho de Coordenação ou Coordenação Colegiada. Já as atividades diárias do
projeto são administradas pela Secretaria Geral junto à OEA e sob a supervisão
daquela Coordenação Colegiada. Em cada país, as atividades são conduzidas pelas
UNEP’s sob a coordenação de Coordenadores Técnicos Nacionais que formam a
Coordenação Colegiada citada acima. 22
Portanto, essa é a estrutura hierárquica e organizacional do projeto, na qual
mesmo havendo a participação no patamar de execução, e também de decisão dos
países e respectivos representantes, surge uma dúvida: mesmo com tal
envolvimento dos quatro países representados institucionalmente nessas
coordenações, as organizações internacionais se destacam ou se impõem em algum
momento?
Tal questão de peso de interferência de organizações internacionais vai mais
além, o Professor Doutor Ernani F. Rosa Filho, em entrevista, denunciou que a
20 IbId; p. vi.21 OEA. Resumo do Projeto SAG;Disponibilizado : www.sg-guarani.org/índex/site/proyecto/pto001c.php Acessoem 24/09/2007.22 ANA. Síntese do Projeto SAG. Disponibilizado : www.gov.br/guarani/projeto/sintese.htm Acesso em 07 jan2008
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http://www.sg-guarani.org/�ndex/site/proyecto/pto001c.phphttp://www.gov.br/guarani/projeto/sintese.htmhttp://www.pdfdesk.com
13
decisão de contratar somente concessionárias internacionais (particularmente as do
Canadá) para atuar no projeto SAG veio do Banco Mundial. 23
As licitações são realizadas pela OEA,
(...) dentro das regras do Banco Mundial. As exigências são as de praxe,respeitando as leis de licitações de cada país (capital social proporcional,técnica, preço, etc), mas também são exigidos critérios como trabalhosdesenvolvidos especificamente no Guarani ou na área de interesseespecifico (sistema de informações, por exemplo). Todas as empresaslicitadas têm participação de empresas nacionais dos quatro países. 24
O projeto disponibilizou via Internet o processo, bem como as propostas para
licitação internacional. Conforme seus documentos, verificou-se que para atuar com
a elaboração cartográfica e elaboração do mapa do aqüífero para implantação do
Sistema de Informações do Sistema Aqüífero Guarani, foi contratada inicialmente a
empresa TECSULT International Limited, coincidentemente do Canadá e, portanto,
de atuação internacional. 25
Conforme documentos disponibilizados foram contratados também para atuar
com Hidrogeologia geral, Termalismo e Modelo Regional, por meio de licitação
internacional convocada pela OEA foram contratadas as empresas TAHAL
Consulting, Hidroestructura, SEINCO e a Hidrocontrole, os quais formam o
Consórcio Israelense-Mercosul. Apesar de atuação internacional, a empresa TAHAL
Consulting é de Israel; já a empresa Hidroestructura é da Argentina, a SEINCO do
Uruguai e a Hidrocontrol do Paraguai. 26
Já para atuar com as tarefas de Serviço de Inventário, Amostragem,
Geologia, Geofísica, Hidrogeoquímica, Isótopos e Hidrogeologia do SAG, foi
contratada a empresa canadense SNC-Lavalin, uma das principais empresas de
engenharia e construção do mundo, a qual tem escritórios não só no Canadá, mas
em mais de 30 países em todo o mundo. Ela também atua formando o consórcio
23ROSA FILHO, E. F. Águas do Guarani II - sitehttp://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php?pg=ecoentrevistas& tipo=temas&cd=819 acessado em 27setembro de 2007.24 Estas são as palavras dos técnicos que representam o Projeto SAG no Brasil com escritório em Brasília, naSecretaria de Recursos Hídricos - Ministério do Meio-Ambiente. SENRA, J. B. Urgente! Perguntas sobre oprojeto. Enviado para o e-mail: [email protected] no dia 14 de jan de 2008(Mensagem Eletrônica).25 http://www.perfuradores.com/index.php?pg=view&tema=noticia&id=13258 consultado em 15 / 01 / 2008.26 www.sg-guarani.org/index/pdf/proyecto/licitaciones/hidro/ListaCortaLlamadoExpresInt.pd consultado em 16 /01 / 2008 e http://www.seinco.com.uy/Novedades.jsp?idcategoria=1024&idioma=esp consultado em 15 / 12 /2007.
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14
SNC-LAvalin com as empresas locais associadas DH, Proinsa, Goedatos, LCV,
Mapas Digitais e a PyT. 27
1.2.1 Matriz lógica do projeto – objetivos e Programa Operativo do GEF
No início do capítulo 1, o qual se dedica inteiramente à descrição do projeto,
há também a explanação da Matriz Lógica do Projeto. Essa matriz (...) é um resumo
da estrutura lógica do projeto (...), e nela são apresentadas as atividades, os
resultados, os indicadores e os riscos do projeto. Inicialmente tal matriz foi
apresentada nos documentos: Project Appraisal Document - Documento de
Avaliação do Projeto (PAD), o qual foi elaborado e apresentado na fase de
preparação do projeto anterior à fase execução e o documento que registra o acordo
legal entre a OEA e o Banco Mundial. 28
A mesma já havia sido exposta no documento aprovado pelo Banco Mundial
intitulado de PAD este é o documento final de preparação para o projeto SAG,
aprovado não só pelo CSPP em reunião no Paraguai, mas também aprovado pelo
Comitê Diretivo do Banco Mundial em Washington em 13 de junho de 2002. O
mesmo levanta as observações finais do GEF e do Banco Mundial sobre o
documento do projeto o Project Brief.
Na Matriz Lógica do Projeto são hierarquizados os objetivos a serem
atingidos, e algo curioso a ser levantado nela descrito é que logo no início foi citado
a Meta Setorial Country Assistance Strategy (CAS) do Banco Mundial. 29
Essa meta do Banco Mundial, referente ao projeto, consiste não só na
melhoria da gestão dos recursos de água subterrânea através do tão falado enfoque
de modelo geral de gestão; portanto não só de recursos hídricos como tem sido
enfatizado, mas também dos (...) recursos naturales en Argentina, Brasil, Paraguay y
Uruguay. O enfoque aparece mais abrangente nesse item, pois recorda-se que o
projeto é voltado à gestão das águas subterrâneas do Guarani. E, segundo a matriz,
27 http://www.sg-guarani.org/index/site/archivo/infomens/2005-06.html consultado em 21 / 01/ 2008.28 Este documento contempla as observações finais do GEF e o Banco Mundial sobre o documento Project Briefcomo também definições , conteúdos, componentes e atividades do projeto de estudo do Aqüífero Guarani.Plano de Implementação - PIP; p. Vi e 5.29 CAS é um documento do Banco Mundial, também conhecido como Estratégia de Assistência ao Brasil 2004-2007, que consiste num instrumento utilizado pelo banco para o planejamento plurianual da alocação de créditosaos países, que no caso refere-se ao Brasil. http://www.rbrasil.org.br/content,0,0,261,0,0.html consultado em09/01/2008.
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http://www.sg-guarani.org/index/site/archivo/infomens/2005-06.htmlconsultadohttp://www.rbrasil.org.br/content,0,0,261,0,0.htmlconsultadohttp://www.pdfdesk.com
15
dentre os indicadores de desempenho, está a (...) melhoria na eficiência, igualdade,
produtividade, e sustentabilidade da alocação de recursos hídricos (...) que será
atingida entre várias estratégias apresentadas, sendo a mais peculiar, é a por meio
de trabalhos no setor econômico sobre a gestão não só de recursos hídricos mas
também dos recursos naturais. Poucas vezes ou nenhuma vez foi relacionado o
enfoque e objetivos do projeto com recursos naturais e sim mais especificamente à
água (considerando que a água por si só já é um recurso natural). As referidas
palavras dão a idéia de abrangência do termo e deixa evidente o real objetivo.
Nesse item ainda foi apresentada como hipótese crítica, quanto a esta meta de
missão do Banco Mundial, a continuação dos compromissos políticos para melhorar
a gestão dos recursos hídricos, como se fosse um ponto de instabilidade no projeto.30
Na seqüência de hierarquia de objetivos da matriz lógica, está o Programa
Operativo do GEF. O programa operativo do fundo consiste na programação
operacional de seus recursos aos projetos voltados para o meio ambiente. O fundo
elencou as Áreas Elegíveis de atuação e entre elas está Águas Internacionais, a
qual entre outros pontos importantes de abordagem estão as águas transfronteiriças,
como é o caso do aqüífero. Essa área está contemplada no Programa Operativo o
qual abrange outras, mas que, nesse caso da área Águas Internacionais, dá ênfase
para questões transfronteiriças. Dentre as atividades financiáveis está o PAE , item
que inclusive é muito destacado ao longo do projeto SAG.31
No resumo do projeto disponibilizado pela Internet é citado que a área de
interesse do GEF é o Programa Operacional nº 8 - Programa centrado em Corpos d’
Água. 32
Ao dar ênfase aos projetos que envolvem a questão transfronteiriça,
esclarece entre outros pontos que projetos que tenham relação com:
Foco em "áreas perigosas" e condição ecológica de ecossistema marinho;
Áreas onde interesses transfronteiriços criam ameaças significantes para ofuncionamento do ecossistema;
Limitar medidas prescritivas para enfocar o maior número possível deameaças transfronteiriça. 33
30 OEA. Plano de Implementação Projeto SAG; p. 5.(Tradução Nossa)31 MCT. http://ftp.mct.gov.br/Fontes/internacionais/GEF/elegiveis.htm Acesso no dia 09/01/2008.32 OEA. Resumo do Projeto SAG;www.sg-guarani.org/índex/site/proyecto/pto001c.php Acesso no dia 24/09/2007.33 MCT .http://ftp.mct.gov.br/Fontes/internacionais/GEF/elegiveis.htm Acesso no dia 09/01/2008.
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16
Projetos que tenham relação com tais fatores são atendidos pelo fundo. Na
seqüência e dentro deste enfoque transfronteiriço, o financiamento é direcionado
para as seguintes atividades:
Formulação de Programa de Ação Estratégica (PAS);
Análise colaborativa de diagnóstico transfronteiriço;
Uso de informação tecnológica e simulações em computadores comoferramenta para administração de recursos;
Atividades direcionadas para harmonização institucional dos elementos:padrões de qualidade da água, regulamentos, processos de licença,minimização do desperdício/exigências para prevenção da poluição;
Fomentar compromissos para mudar políticas setoriais e atividades deresponsabilidade;
Custo incremental de assistência técnica, construção de capacidade,demonstrações limitadas e certos investimentos. 34
Das atividades acima, pelo menos quatro delas são contempladas nos
componentes do projeto SAG: o Programa de Ação Estratégica; o Fortalecimento
Institucional; o desenvolvimento e a integração de um Sistema de Informação do
Aqüífero Guarani; Análise de Diagnóstico Transfronteiriço estão no Componente II.
Curiosamente esse componente é destacado como o núcleo dentre os sete
componentes em que o projeto foi estruturado. Não se sabe se no início da
concepção do projeto, começo da década de noventa com o Professor Doutor
Ernani F. Rosa Filho, foram elencadas tantas variáveis direcionadas para a questão
transfronteiriça e, portanto, de gestão. O atual Secretário Geral do projeto, Luiz
Amore, colocou que o ponto focal do fundo é a gestão. O que se percebe é que as
exigências do fundo GEF são claramente expostas nos itens anteriormente
relacionados. 35
Em 2006 foi realizado um encontro chamado de “Diálogo Nacional” a respeito
do Marco de Asignación de Recursos (MAR). Nesse evento realizado em Cuba, foi
abordada a questão de alocação dos recursos do fundo e as implicações quanto ao
modelo proposto. No evento foram destacados alguns pontos importantes quanto à
alocação de recursos: desenvolvimento e aprovação de projetos em concordância
com os programas operativos e as prioridades estratégicas do GEF; e que os países
34 Ibid.35 OEA. Plano de Implementação Projeto SAG; p. 17.(Tradução Nossa)
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17
devem desenvolver prioridades de âmbito nacional que combinem com as
prioridades estratégicas do GEF e os objetivos nacionais de desenvolvimento
sustentável.36
Verifica-se, portanto, a influência do que o banco planeja, enquanto instituição
financeira multilateral aos países, sendo abordado efetivamente no projeto SAG;
assim como as exigências do GEF, também enquanto tendências ou pressões do
capital internacional (seja sob a forma de banco ou de fundo) na questão da água.
1.2.2 Componentes e respectivos subcomponentes
O projeto foi estruturado com base em sete componentes inter-relacionados
e, conforme o PIP, o Componente II constitui o núcleo do projeto e os outros são
voltados a prover a base científica, técnica, social, legal, institucional e econômica do
modelo de gestão proposto neste componente núcleo. 37
O Componente I consiste na (...) Ampliação e consolidação da base de
conhecimento científico e técnico existente sobre o Sistema Aqüífero Guarani. O
valor a ser demandado está orçado em US$ 9,91 milhões, dos quais o GEF financia
US$ 4,57 milhões. Ele está estruturado em dois subcomponentes, sendo o primeiro
voltado aos (...) estudos para a consolidação e expansão da base de conhecimento
científico e o segundo para a avaliação técnica e socioeconômica dos cenários de
uso atual e futuro do Sistema Aqüífero Guarani. 38
O Componente II consiste no Desenvolvimento e instrumentação conjunta de
um Modelo de Gestão para o Sistema Aqüífero Guarani. Do valor orçado em US$
7,01 milhões, o GEF financia US$ 3,49 milhões. Ele está estruturado em cinco
subcomponentes: aperfeiçoamento e instrumentação de uma rede de
monitoramento do Sistema Aqüífero Guarani-SAG; desenvolvimento e integração do
Sistema de Informação sobre o SAG (SISAG); formulação de um PAE;
fortalecimento institucional e Análise de Diagnóstico Transfronteiriço (ADT).
O Componente III consiste no fomento à participação pública e de
interessados, na Comunicação Social e na Educação Ambiental. Do valor orçado em
36 MCT. http://ftp.mct.gov.br/Fontes/internacionais/GEF/elegiveis.htm Acesso no dia 09/01/2008.37 OEA. Plano de Implementação Projeto SAG; p. 3 E 4.(Tradução Nossa)38 Ibid; p. 3 e 4.
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http://ftp.mct.gov.br/Fontes/internacionais/GEF/elegiveis.htmAcessohttp://www.pdfdesk.com
18
US$ 1,30 milhões, o GEF financia US$ 0,77 milhão. Ele está estruturado em quatro
subcomponentes: preparação e implementação de planos regionais de comunicação
e participação pública; fundo da cidadania do SAG; criação e disseminação de
instrumentos para aumentar a consciência, o interesse e o compromisso entre os
atores interessados e estratégia para os povos indígenas.
O Componente IV consiste no acompanhamento, avaliação e divulgação dos
resultados do projeto. O valor orçado em US$ 0,49 milhão, o GEF financia US$ 0,26
milhão. Ele está estruturado em dois subcomponentes: desenvolvimento e
instrumentação de um sistema de acompanhamento, avaliação e retroalimentação
para o Projeto SAG e a difusão dos resultados do projeto, dentro e fora da região.
O Componente V consiste no desenvolvimento de medidas para gestão e
mediação das “áreas críticas identificadas” (“Hot Spots” ou Piloto). Do valor orçado
em US$ 3,73 milhões o GEF financia US$ 2,31 milhões. Ele está estruturado para
atender às áreas consideradas críticas elencadas no projeto, as quais foram
relacionadas a seguir e que levam o nome do município onde ocorrem: Concórdia
(Argentina) / Salto (Uruguai); Rivera (Uruguai) / Santana do Livramento (Brasil);
Encarnación - Ciudad del Este - Caaguazú (Paraguai) e Ribeirão Preto (Brasil).
O Componente VI consiste na Avaliação do Potencial de Energia Geotérmica
do SAG. Do valor orçado em US$ 0,29 milhões, o GEF financia US$ 0,20 milhões.
Ele está estruturado em duas fases: na primeira fase, durante o primeiro ano da
execução do projeto, serão compilados e avaliados os dados geohidrológicos
existentes; na segunda fase, durante o segundo ano da execução do projeto, será
criado um Grupo de Trabalho, composto por representantes dos quatro países,
apoiado por especialistas mundiais no estudo e no uso de energia geotérmica de
baixa entalpia.
Componente VII consiste na coordenação e administração do projeto. Do
valor orçado em US$ 4,04 milhões, o GEF financia US$ 1,8 milhões. O objetivo
desse componente é proporcionar apoio na organização e administração do projeto.
Inclui a configuração e o funcionamento da Secretaria Geral do projeto SAG com
suas equipes e gastos de operação; do mesmo modo, a equipe técnica responsável
pelas ações de acompanhamento na UDSMA. Gastos logísticos para o
financiamento das reuniões de coordenação do projeto (CNs e CSDP) são
considerados parte do componente.
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Os componentes são partes que visam compor o projeto ao atingir seus alvos
ou objetos. Há componentes que são mais estratégicos ao atingir o objetivo geral, o
qual é a elaboração de um documento que será a base para os países na Gestão
Integrada do Aqüífero. Já os outros componentes têm uma conotação maior em
relação a dar suporte aos principais componentes do projeto.
Na terceira parte seqüencial do capítulo 1 foi explanado com mais
profundidade o objetivo e a descrição do projeto e, conseqüentemente, os
componentes e seus respectivos custos. Na referida parte volta a enfatizar que o
objetivo a longo prazo é a (...) gestão e uso sustentável do Sistema Aqüífero Guarani
(SAG), em que o projeto significa o primeiro passo desse processo. Para isso, o
propósito do projeto é (...) apoiar os quatro países na elaboração conjunta e
implementar um modelo comum institucional, legal e técnico para manejar e
preservar o SAG para as gerações atuais e futuras. E o projeto foi estruturado em
sete componentes que norteiam o propósito inicial, sendo que o componente chave
é o (...) desarrollo en conjunto y la instrumentación del Marco de Gestión para el
SAG constituye el núcleo del Proyecto (...), e os outros componentes servirão de
base para este considerado o “núcleo” do projeto. 39
Acredita-se que, a partir da elaboração de um modelo único de gestão, meios
serão providos para resolver os problemas ambientais transfronteiriços mais
acelerados os quais ameaçam o aqüífero. Apesar de ser feita essa colocação, não
entra quais problemas seriam esses. Faz-se uma menção aos conflitos locais em
relação à utilização das águas do SAG, conflitos esses como a contaminação e
sobreexploração onde estratégias, segundo este documento, devem ser elaboradas
para diminuir os riscos. Até então essas foram as principais idéias mostradas como
prioritárias no projeto, e aparece como novidade mencionar que este “marco” irá não
só mediar os conflitos e problemas relativos ao uso do aqüífero, mas também (...)
evaluar su potencial de proveer energia geotérmica “limpa” a las comunidades de la
región; esse, até então, só aparecia no projeto como componente. 40
1.2.2.1 Componente I – Avaliação e consolidação da base de conhecimento
cientifico e técnico sobre o Sistema Aqüífero Guarani
39 Ibid; p. 17.40 Ibid; p. 18.
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O objetivo do tal componente consiste em sintetizar, analisar e ampliar a base
de conhecimento atual nos quatro países no que se refere ao SAG; ampliar e
melhorar o conhecimento do potencial e das ameaças no que se refere ao aqüífero.
O conhecimento científico e técnico bem embasado, segundo o documento, constitui
elemento essencial para o desenvolvimento de (...) un marco articulado, consensual
y efectivo que posibilite el desarrollo sostenible del acuífero dentro de su entorno
regional, (...). 41
Nesse componente, do valor orçado em US$ 9,91 milhões, o fundo GEF
financia US$ 4,57 milhões e o cofinanciamento de US$ 5,34 milhões - desses a
OIEA contribuirá com US$ 0,30 milhão, a BGR com US$ 0,14 milhão e o World
Bank-Netherlands Water Partnership Program (BNWPP) do Banco Mundial com US$
0,03 milhão. 42
Ele está estruturado em dois subcomponentes.
O primeiro subcomponente refere-se à (...) Atualização e distribuição da base
do conhecimento científico. Conforme o documento, antes de realizar algo em
relação ao SAG, é necessário conhecer suas características básicas e importantes a
fim de se determinar sua magnitude, os níveis atuais de contaminação, identificar as
áreas de carga e recarga além de sua hidrologia e dinâmica. Estudos esses
destinados a quantificar e disseminar o conhecimento científico acerca da geometria,
estrutura e comportamento hidrodinâmico do aqüífero da mesma forma sintetizar e
ampliar a base de conhecimento atual para que os objetivos específicos sejam
atingidos. Para isso, será feito um inventário completo dos poços públicos e privados
existentes. Com tais características físicas definidas como: análises de hidrogeologia
básica, geologia, geofísica, hidrogeoquímica e isotopia do aqüífero serão integradas
a outras informações no próximo subcomponente: “Uso Atual e Potencial do
Aqüífero Guarani”. 43
O subcomponente é composto de várias atividades, entre elas está a
responsabilidade da Secretaria Geral do Projeto de coordenar tecnicamente as
diferentes atividades para que haja correlação entre elas, a qual irá atuar não só
adequando o fluxo de informações, o controle de qualidade, a supervisão dessas
41 Ibid.; p. 18.42 Ibid.; p. 19.43 Ibid.; p. 33.(Tradução Nossa)
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atividades em cada país, mas também alimentar através desses dados obtidos o
Sistema de Informação Geográfico do Sistema Aqüífero Guarani (SISAG) e a
Unidade de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente da OEA (UDSMA/OEA).
Esta última informação chama a atenção não só pelo nível de informação que uma
organização internacional terá acesso, ainda que oficialmente ela esteja responsável
pela execução do projeto, mas também pela Secretaria Geral do projeto, enquanto
secretaria, ter tal responsabilidade. 44
Só as informações de hidrogeologia já são suficientes, conforme o documento
coloca, (...) para aprofundar o conhecimento do comportamento físico transfronteiriço
do SAG. Se constitui uma informação chave a ser integrada para a definição do uso
sustentável do aqüífero. Diante da noção da questão de interesses pela água doce
na atualidade é que se tem noção do que significa ter acesso às informações desta
magnitude. 45
Uma das etapas dessa atividade é a (...) integração de informação e plano de
investigação que consiste no levantamento, classificação e análises de dados
hidrogeológicos existentes, e o resultado será uma base de dados e que serão
incorporados ao SISAG. 46
As outras etapas da atividade consistem em: (...) caracterização
hidrogeológica e hidrodinâmica do SAG; estudo de recarga, trânsito e descarga das
águas do aqüífero e estudos de surgência e conexão com os aqüíferos fraturados.
Umas das indagações que se tem em relação ao aqüífero é delimitação correta das
suas áreas de recarga e descarga, assim como entender o trânsito ou as direções
dos fluxos e a velocidade dessas águas subterrâneas, já que elas cruzam fronteiras
nacionais; a quantidade de reserva das águas. Ou ainda situações como recarga
num país e descarga em outros e ainda a conexão das subterrâneas com as águas
superficiais. Estudos realizados e previstos dessas etapas serão disponibilizados em
mapas e irão compor do SISAG. 47
Outra atividade que está prevista no subcomponente é o “inventário e
amostragem de poços” a qual será realizada através da recopilação e análises dos
poços existentes disponíveis em organizações públicas e privadas. Para isso, o
44 Ibid; p. 33.(Tradução Nossa)45 Ibid; p. 34.(Tradução Nossa)46 Ibid; p. 34.(Tradução Nossa)47 Ibid; p. 35.(Tradução Nossa)
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projeto conta com o apoio, na liberação destas informações, das instituições locais
de cada país responsável pela área de serviços geológicos, empresas de água
potável e serviços de abastecimento. Dados estes que estão sob a forma de mapas,
tabelas ou informativos. Então se verifica que serão disponibilizadas informações
que poderão ser adquiridas durante o projeto e aquelas existentes anteriores ao
projeto.48
Já a “atividade de geologia e geofísica” consiste em dimensionar os limites e
condicionamento estrutural do aqüífero. Para isso, será necessário (...) provar a
extensão, relação de contato e limite do SAG (e a presença de água doce) em
direção ao limite oeste, em território Argentino e Paraguaio; e sul, em território
Argentino e Uruguaio (...) que serão disponibilizados por mapas geológicos. Como
também mapear com precisão as áreas de afloramento, de extensão e as
características do SAG em território paraguaio, essas informações também são
insuficientes; determinar a estruturação tectônica e a presença de rochas intrusivas
dentro do SAG e sua influencia no comportamento regional do fluxo; e, regionalizar e
integrar as informações geológicas, com dados existentes e os que serão gerados
pelo projeto, o qual será disponibilizado via SISAG e mapas.49
Uma atividade importante nesse subcomponente é a de hidrogeoquímica das
águas do Aqüífero Guarani, pois a partir dela serão determinados a qualidade
natural e seus potenciais usos com dados sobre a origem, idade e características
dos fluxos das águas do aqüífero. Fazem parte dessa atividade etapas como:
determinação de um modelo hidrogeoquímico; análise de amostras em laboratório;
integração e sistematização de dados existentes e aqueles gerados durante o
projeto que serão disponibilizados em mapas e pelo SISAG; e intensificação do
conhecimento em regiões com qualidade diferenciada de água de característica
peculiares como elevada concentração de sal ou flúor, ou seja, aprofundar
informações sobre a qualidade da água em áreas do aqüífero onde há
características da água muito diferenciadas. Já o projeto acredita que (...) a
qualidade da água condiciona seu aproveitamento. A atividade de estudos
“isotópicos” irá interagir com os estudos hidrogeoquímicos como complemento às
avaliações hidrodinâmicas e hidroquímicas. Dessa interação, será possível ter uma
48 Ibid; p. 36.(Tradução Nossa)49 Ibid; p. 37.(Tradução Nossa)
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precisão das áreas de recarga e descarga do aqüífero, a interação das águas
subterrâneas dele com outros aqüíferos e com águas superficiais. Tal etapa de
estudos isotópicos estará a cargo da OIEA.50
O segundo subcomponente refere-se à (...) Avaliação técnica e
sócioeconômica dos cenários de uso atual e futuro do Sistema Aqüífero Guarani;
com base no que foi gerado no subcomponente anterior, o qual define o
comportamento hidrodinâmico do aqüífero, serão geradas análises sócio-
econômicas que defina as tendências de distribuição e uso. São análises que
servirão para identificar onde se apresenta (...) conflito de disponibilidade do recurso
em termos de quantidade e qualidade como também identificar áreas onde exista
potencial de desenvolvimento.
Serão desenvolvidas nesse subcomponente, etapas de âmbito técnico como
(...) aprofundar o conhecimento do uso atual do aqüífero; avaliação econômica dos
principais usos e seus impactos atuais e futuros; projeção da demanda e definição
de cenários futuros e definição de bases técnicas para normas de construção de
poços. 51
Na etapa aprofundar o conhecimento do uso atual do aqüífero do referido
subcomponente, será desenvolvido (com base no subcomponente anterior) o
levantamento das informações existentes por meio do banco de dados gerados na
atividade de “inventário e amostragem de poços”. A partir desses dados, haverá
acesso às informações sobre a localização das (...) zonas de conflito, situação atual
de exploração e áreas de potencial desenvolvimento (...) que servirão para a
projeção da demanda e coordenação da política de gestão do aqüífero. Serão
elaborados mapas com informações localizadas, diagramas e tabelas que
descrevam e quantifiquem o uso do SAG mediante as análises comparativas.52
Na etapa avaliação econômica dos principais usos e seus impactos atuais e
futuros, serão realizadas análises econômicas comparativas de uso atual por setor e
regiões. São identificados os fatores que diretamente ou indiretamente influenciam o
uso do SAG em cada país. (...) Como síntese da informação gerada se descreverá
50 Ibid; p. 40.(Tradução Nossa)51 Ibid; p. 42.(Tradução Nossa)52 Ibid; p. 42.(Tradução Nossa)
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as tendências econômicas de desenvolvimento e as pressões para o uso do
aqüífero por país e dentro de cada país. 53
Na etapa projeção da demanda e definição de cenários futuros, a partir do
diagnóstico de uso atual, qualidade da água, custo de exploração e considerando a
avaliação socioeconômica e desenvolvimento de políticas hídricas por região e local,
verificar-se-á as tendências de crescimento da demanda e o comportamento dos
setores que fazem uso do SAG. Serão informações disponibilizadas por mapas,
tabelas e diagramas que descreva o uso esperado do aqüífero. A partir disso (...)
surgirão recomendações para desenhar políticas de gestão e proteção.54
Na etapa definição de bases técnicas para normas de construção de poços
serão, analisados os poços perfurados existentes e o uso atual do aqüífero através
desses poços que não estejam com critérios atuais de perfuração. As informações
geradas irão para o Sistema de Informação Geográfico do SAG (SISAG).55
Verifica-se, portanto, que informações importantes serão levantadas e
disponibilizadas não só às instituições nacionais, mas principalmente às
organizações internacionais como a OEA, agência executora do projeto.
A Organização Internacional de Energia Atômica (OIEA) está no projeto como
agência doadora que atuará (...) en forma directa y de acuerdo con sus formas
normales de cooperación. De acuerdo al PAD estas son: la Organización
Internacional de Energía Atómica (OIEA) y la BGR de Alemania. Otros podrán ser
incorporados al proyecto de acuerdo con el CSDP. A OIEA apoiará uma parte do
componente com a aplicação de metodologias isotópicas para determinar, entre
outros fenômenos, as condições e limites do fluxo de águas subterrâneas dentro do
SAG. Ela proverá recursos e apoio em espécie para o uso de isótopos com o fim
delinear a extensão e o caráter além do apoio ao fortalecimento institucional
necessária à proteção do SAG, idéia inclusive presente repetidamente em todo o
projeto. A OIEA também assegurará a qualidade das análises e a consistência e
confiabilidade dos resultados de laboratório, baseados nos isótopos. Suas atividades
53 Ibid; p. 42.(Tradução Nossa)54 Ibid; p. 42.(Tradução Nossa)55 Ibid; p. 43.(Tradução Nossa)
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são, conforme o documento PIP, adicionais às atividades do projeto, e espera-se
que aprofundem o conhecimento sobre o aqüífero. 56
Acrescenta-se ao subcomponente que o Governo do Paraguai esteve em
discussão com o Bundesanstalt fuer Geowissenschaften und Rohstoffe - Instituto
Federal de Geociências e Recursos Naturais (Serviço Geológico Alemão - BGR),
… con relación a proveer asistencia técnica para apoyar este Componente.El BGR há puesto a disposición del proyecto ayuda financiera adicional comla que se dará apoyo en espécie, contribuyendo a la construcción decapacidades y al fortalecimiento institucional em Paraguay y, apoyaría laadquisición y gestión de datos geohidrológicos dentro de esa porción delacuífero. Esto mejoraría el efecto de la creación de capacidades enParaguay y por ende la calidad del proyecto.Sin embargo, si estefinanciamiento no se materializara, los resultados globales del proyecto noserían afectados. 57
1.2.2.2 Componente II – Desenvolvimento e instrumentação conjunta de um
Modelo de Gestão para o Sistema Aqüífero Guarani
Tal como foi colocado anteriormente, o Componente II constitui o núcleo do
projeto com os outros componentes alimentando-o. O objetivo é desenvolver um
modelo ou “marco” para a gestão coordenada (de âmbito técnico, institucional,
financeiro e legal) do SAG, levando em conta (...) os princípios do desenvolvimento
sustentável integrado, os problemas e o potencial do SAG e as inquietudes quanto à
proteção ambiental. É interessante notar esta citação a qual é mencionada pela
primeira vez, nesse documento, que os princípios do desenvolvimento sustentável
serão considerados no projeto. O modelo de gestão será estabelecido a partir do
documento chamado Programa de Ações Estratégicas (PAE) a ser executado na
região do SAG. Esse documento servirá para articular tanto os limites de espaço
quanto de tempo, as principais linhas de ação necessárias para cumprir com o
objetivo do projeto.58
Nesse componente, do valor orçado de US$ 7,01 milhões, o fundo GEF
financia US$ 3,49 milhões e o cofinanciamento de US$ 3,52 milhões - destes a BGR
contribuirá com US$ 0,05 milhão e o BNWPP do Banco Mundial com US$ 0,07
milhão. 59
56 Ibid; p. 19.(Tradução Nossa)57 Ibid; p. 19.58 Ibid; p. 19.(Tradução Nossa)59 Ibid; p. 22.(Tradução Nossa)
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O mesmo está estruturado em cinco subcomponentes.
O primeiro é o aperfeiçoamento e a instrumentação de uma rede de
monitoramento do SAG. Esse subcomponente irá prover o início do projeto na fase
de execução para apoiar os esforços de implementação e fortalecer a base de
conhecimento do SAG. Será constituído pelo número e situação de poços existentes
ou novos, sob os cuidados do setor público ou privado, com 5% (180) dos poços
como amostra e estará à disposição da equipe do projeto. A intenção é prover
através de uma ferramenta com dados básicos e informação necessária para a
gestão e administração coordenada do SAG e o seu monitoramento no espaço e
tempo. E para operacionalizar essa rede, serão formados Comitês de Monitoramento
por representantes técnicos de cada país e, entre outras coisas, terá de assegurar o
fluxo de informações entre os países, as UNEPs e a secretaria geral do projeto. 60
O segundo subcomponente refere-se ao desenvolvimento e integração do
SISAG. Com o desenvolvimento desse subcomponente, através de um sistema de
informação que facilite o manejo, a normalização, a difusão e a utilização de dados,
informação e documentos que facilite a gestão do SAG, com base num sistema
sólido. O documento coloca inclusive que o desenvolvimento desse SISAG será
importante nas decisões, (...) aportará conhecimento básico necessário para resolver
os problemas atuais e emergentes e assegurará o uso sustentável do potencial do
aqüífero.61
O SISAG destina-se em organizar, sistematizar e difundir informações
fidedignas, base de dados temáticos, informações cartográficas62 e textuais
atualizados e documentação geral e específica inicialmente via Internet, referentes
ao aqüífero e à evolução do projeto. Um dos objetivos é que esse sistema de
informação seja uma ferramenta na gestão do SAG. Entre as etapas do
subcomponente, há o arranjo institucional para abastecer o SISAG, orientado por
uma unidade de coordenação, formado por representantes de cada país e
di