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PROFESSOR ÍTALO COLARES
Geralmente as pessoas dizem que não se interessam por política por não lhes dizer respeito. Os motivos são diversos:Alegação de ignorância (Isso é coisa pra quem entende do assunto)Fatalismo (Pra quê? O mundo vai continuar o mesmo de sempre)Paternalismo (Alguns nasceram para mandar e outros para obedecer)Desconfiança (Os políticos só prometem e nada cumprem; Eles só visam ao interesse pessoal)Individualismo (Basta cada um cumprir suas obrigações para tudo andar bem)
Para entendermos o que é política, cabe observarmos o significado dessa palavra. Etimologicamente deriva da palavra grega polis, que significa cidade-Estado. A expressão grega ta politika significa “os assuntos da polis (cidade-Estado)”.
Para os gregos os “assuntos da polis” dizem respeito a todos os cidadãos, não só aqueles que ocupam cargos no governo
Discutir política é referir-se também ao conceito de poder.Poder como a capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos desejados sobre os indivíduos ou grupos humanos.
Força é o instrumento para o exercício do poder.
Ao longo da história humana foram adotados os mais diversos princípios de legitimidade do poder. nos Estados teocráticos, o poder legítimo vem da vontade de Deus;nas monarquias hereditárias, o poder é transmitido de geração a geração e mantido pela força da tradição;nos governos aristocráticos, apenas os melhores exercem funções de mando; o que se entende por melhores varia conforme o tipo de aristocracia: os mais ricos, os mais fortes, os de linhagem nobre ou, até, os da elite do saber;na democracia, o poder legítimo nasce da vontade do povo.
Para Max Weber: O Estado moderno é reconhecido por dois elementos constitutivos: a presença do aparato administrativo para prestação de serviços públicos e o monopólio legítimo da força.
Para Maquiavel, a moral política distingue-se da moral privada, uma vez que a ação política deve ser julgada a partir das circunstâncias vividas e tendo em vista os resultados alcançados na busca do bem comum.
Com isso, Maquiavel distancia-se da política normativa dos gregos e medievais, porque não busca as normas que definem o bom regime, nem explícita quais devem ser as virtudes do bom governante.
A nova ética analisa as ações não mais em função de uma hierarquia de valores dada a priori, mas sim em vista das consequências, dos resultados da ação política. Se trata de uma nova moral centrada nos critérios da avaliação do que é útil à comunidade: se o que define a moral é o bem da comunidade, constitui dever do príncipe manter-se no poder a qualquer custo, por isso às vezes pode ser legítimo o recurso ao mal - o emprego da força coercitiva do Estado, a guerra, a prática da espionagem e o método da violência.
Para Maquiavel, a moral não deve orientar a ação política, segundo normas gerais e abstratas, mas a partir do exame de uma situação específica e em função do resultado dela, já que toda ação política visa a sobrevivência do grupo e não apenas de indivíduos isolados. Na nova perspectiva, para fazer política é preciso compreender o sistema de forças existentes de fato e calcular a alteração do equilíbrio provocada pela interferência de sua própria ação nesse sistema: como vimos, o desafio está em compreender bem a relação fortuna-virtú.
Virtu significa virtude, gr.: força, valor, qualidade de lutador e guerreiro viril. Príncipes de virtu são governantes especiais, capazes de realizar grandes obras e provocar mudanças na história. Eles tem a capacidade de perceber o jogo de forças da política, para então agir com energia a fim de conquistar e manter o poder.
Fortuna, significa acúmulo de bens, riqueza. Especificamente, significa ocasião, acaso, sorte. Para agir bem, o príncipe não deve deixar escapar a ocasião oportuna. De nada adiantaria ser virtuoso, se o príncipe não soubesse ser precavido ou ousado e aguardar a ocasião propícia, aproveitando o acaso ou a sorte das circunstâncias, como observador atento do curso da história.
No entanto, a fortuna de pouco serve sem a virtu, pois pode transformar-se em mero oportunismo. Por isso Maquiavel distingue entre o príncipe de virtu, que é forçado pela necessidade a usar da violência visando ao bem coletivo, e o tirano, que age por capricho ou interesse próprio.
Essa iluminura, de cerca de 1520, representa a roda da fortuna como símbolo da mutabilidade do poder: enquanto uns o alcançam, outros caem em desgraça.
Aristóteles na sua obra Política propões discutir o que é ser cidadão:Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nem nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo prefixados; para outros encargos não há limitações de tempo no exercício de funções públicas (por exemplo, os jurados e os membros da assembleia popular).
ARISTÓTELES. Política. Livro III, capítulo I, 1275b. 3. ed. Brasília: Editora da UnB, 1997. p. 78.