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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017
ISSN 2236-1855 3757
O TRATADO PRATICO DE GYMNASTICA DE L. C. KUMLIEN: CIRCULAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E VESTÍGIOS DO MÉTODO SUECO DE
GINÁSTICA NA EDUCAÇÃO DOS CORPOS NO BRASIL (1895-1955)1
Anderson da Cunha Baia2
Iara Marina dos Anjos Bonifácio3
Andrea Moreno4
Introdução
Nos últimos anos, estudos dos saberes e práticas presentes em Manuais de Gymnastica
são uma presença constante no campo da História da Educação, tanto no que diz respeito aos
saberes e práticas necessários à formação dos futuros professores e professoras com fins de
“aplicação”; quanto à necessidade de conformar uma corporeidade adequada a estes como
sujeitos. Diversos manuais de Gymnastica circularam pelo Brasil, como o de Pedro Manoel
Borges, Arthur Higgins, Antonio Martiniano Ferreira, Paulo Lauret e de L. C. Kumlien.
Dentre tais manuais, encontra-se o “Tratado pratico de gymnastica sueca” (1909), de
Kumlien, traduzida para muitas línguas, inclusive para o português e circulou por diversos
estados brasileiros, constituindo-se um guia para muitos professores no final do século XIX e
início do século XX no Brasil.
Podemos dizer apoiados em Galvão e Batista (2009), que “o livro didático faz parte de
um fenômeno mais geral, o dos textos e impressos utilizados na instrução”. Durante o século
XIX e boa parte do século XX eram nos impressos, sobretudo no formato de manuais, que os
processos de ensino-aprendizagem foram assentados. Normalmente vinculados a um
conjunto de disciplinas que se faziam presentes na escola (Matemática, Português, etc...), os
manuais foram uma aposta importante, tanto do processo de ensinamento do professor como
também de aprendizado do aluno: o poder do impresso em sua capacidade de educar e
instruir o povo. Segundo M. Abramo (1971), citada pelos autores supra-citados, no início do
século XX, dois terços da produção editorial brasileira era constituída por manuais escolares
1 Trabalho financiando pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Pesquisa (PIBIC) - CAPES/CNPq. Trabalho apresentado com apoio da FAPEMIG
2 Doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor Adjunto no Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa. E-mail: [email protected]
3 Graduanda em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa, Campus Viçosa. E-mail: [email protected]
4 Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Professora Associada da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, Campus Belo Horizonte. E-mail: [email protected]
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– o que parece revelador do papel importante que esse impresso teve/tem na cultura em
geral e nas culturas do escrito particularmente. Estudar esse artefato é também levar em
consideração “as relações – de subordinação, transformação e de tensão – entre cultura
escolar e outras esferas da produção cultural” (BATISTA, 2009, p. 49).
Como tema de pesquisa já foram largamente interrogados. Entretanto, se manuais de
diversas disciplinas já têm sido problematizados no âmbito das pesquisas em história da
educação, tanto como fonte como objeto (mais como fonte do que como objeto - o que traz
algumas consequências), não se pode dizer o mesmo em relação aos manuais de ginástica. Há
pouca produção sobre o tema, tanto na história da Educação como na história da Educação
Física. Ainda convém ressaltar, que não há, no Brasil um levantamento extenso, uma base de
dados, dos manuais escolares sobre ginástica produzidos nesses países desde o século XIX.
Os manuais de ginástica foram os principais instrumentos de alinhamento pedagógico
do responsável pela aula de Educação Física/Ginástica no final do século XIX e início do
século XX. Para tanto, precisamos retornar ao início do século XIX e compreender as
profundas mudanças que a consolidação do estado burguês provocaram nos diferentes
âmbitos sociais. A tomada de poder burguesa coloca cada vez mais em evidência suas
diferenças com relação ao proletariado e as relações de poder estabelecidas entre eles. Para a
manutenção dessa nova ordem hegemônica a burguesia percebe a necessidade de criar um
novo homem, capaz de suportar a nova ordem política, econômica e social e esse processo de
formação deveria modificar o indivíduo de uma forma integral (mente, corpo e cultura). Se
faz necessário ressaltar que essa nova ordem estava relacionada, dentre outros aspectos, com
a nova organização da produção, com o cada vez mais acentuado desenvolvimento industrial
e como isso interferiu diretamente nos corpos da classe trabalhadora e em suas condições
precárias de vida. Nesse sentido, a Educação Física se apresenta como uma prática capaz de
transformar, educar e alinhar estes corpos (SOARES, 2004).
Melo e Peres (2014) nos auxiliam na compreensão desse processo em território
brasileiro durante o século XIX e início do século XX, apontando que em um momento inicial
as práticas corporais estavam vinculadas, em grande parte, com os espetáculos circenses, e
que em um dado momento passam a ser questionadas por sua moralidade e utilidade pública
do espetáculo. Para mais, a efervescência dos métodos ginásticos na Europa atrelada a
necessidade de sistematizar exercícios que correspondessem a essa nova ordem mundial,
contribuiu para a negação dos espetáculos circenses e instituição de novas práticas em
negação aos elementos cênicos, acrobáticos, funambulescos e com o forte caráter de diversão.
Em oposição, valoriza um corpo controlado e mensurado cientificamente, acreditando na
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ciência como a única forma de se construir o conhecimento e levar a sociedade ao nível
elevado de desenvolvimento (SOARES, 2005; GÓIS, HAUFFE, 2014; MELO, PERES, 2014).
Portanto, os métodos ginásticos estavam adentrando os discursos, práticas e pensamentos
brasileiros e a entrada deste e de outros tratados, manuais e compêndios encontravam
“portas abertas” e “terreno fértil”.
Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo analisar os processos de circulação
da obra “Tratado Pratico de Gymnastica Sueca” (1908) de L. C. Kumlien, no período de 1895
a 1955. Iniciamos em 1895 quando Kumlien, em sua missão de divulgar o método sueco na
França, muda-se para Paris. Finalizamos o estudo em 1955 por se tratar do último vestígio
encontrado acerca da circulação do manual, objeto dessa pesquisa. A obra em questão possui
duas edições publicadas em Lisboa5, em língua portuguesa6.
Para dar conta desse estudo, apoiamos em Certeau (2006, p.81), para quem em história
tudo começa com o gesto de separar, reunir e transformar em documentos certos objetos
distribuídos de outra maneira. O tratado Pratico de Gimnástica Sueca, de Kumlien, foi
tomado como eixo e ponto de partida, direcionando-nos, na procura pelos documentos
necessários a esta pesquisa: à Hemeroteca Digital, à Biblioteca Municipal do Porto
(Portugal), à Biblioteca da Universidade Federal de Minas Gerais. Procuramos, ao acessar as
fontes, os interditos, as zonas opacas, os rastros. Ginzburg (2007, p. 11) sugere que:
[...] ler os testemunhos históricos a contrapelo, como Walter Benjamin sugeria, contra as intenções de quem os produziu – embora, naturalmente, deva-se levar em conta essas intenções – significa supor que todo texto inclui elementos incontroláveis. Isso também vale para os textos literários que pretendem se constituir numa realidade autônoma. Até neles se insinua algo de opaco comparável às percepções que o olhar registra sem entender [...] Essas zonas opacas são alguns dos rastros que um texto (qualquer texto) deixa atrás de si.
Nesse conjunto de fontes, foi possível perceber a trajetória de Kumlien, os
investimentos na difusão da ginástica sueca em território Francês, assim como a circulação
do O tratado Pratico de Gimnástica Sueca em diferentes regiões do mundo, inclusive no
Brasil. Assim, foi a partir dos fios e da procura dos rastros nas linhas e entrelinhas, nas
contradições internas, nos interditos, que procuramos compreender a circulação do manual
5 Essa informação é também compartilhada em Puchta, 2015. p.109. 6 Utilizamos neste trabalho a sua segunda edição, datada em 1908. A escolha se justifica pelo acesso a obra
integral, ao contrário de sua primeira edição, que dispomos somente de algumas páginas. Ressaltamos ainda que a escolha dessa obra se deve ao fato de que encontramos mais registros de sua de circulação no Brasil, como mostraremos mais adiante.
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de Kumlien e sua importância no processo de educação do corpo necessário à formação do
novo homem daquele momento histórico.
Ginástica Sueca: vestígios da circulação de sujeitos e práticas
Pier Henrik Ling (1776 – 1839)7 foi o precursor da ginástica sueca, um método prático e
racional (MORENO, 2015), com o objetivo de formação do corpo harmonioso. Ling era um
sueco de Södra Ljunga, Smaland, que viveu em um ambiente científico fértil e tornou-se
poeta e teólogo. Após frequentar o Instituto de Nachtegall na Dinamarca, onde fortaleceu sua
saúde, passou a questionar a visão do Instituto de que a ginástica promoveria apenas a saúde
física. E, ao retornar para a Suécia, estava convencido da necessidade de se criar um novo
sistema ginástico e se dedica a essa tarefa. O método criado por ele, portanto, compreende o
corpo como um sistema, privilegiando 4 grandes funções: contribuir no desenvolvimento da
respiração, da circulação, da nutrição e da inervação.
Após a morte de Ling, seu filho Hjalma Ling se dedica a pormenorizar a vertente
pedagógica da ginástica lingiana e desenvolve uma ginástica educativa que nos permite
“afirmar que o que chamamos hoje de ginástica de Ling se forjou, efetivamente, na segunda
metade do século XIX, já quando Ling havia morrido” (MORENO, 2015, p. 131). Nesse
sentido, quando nos referimos a ginástica sueca do final do século XIX e a ginástica sueca de
Ling do início do século XIX, estamos falando de duas sistematizações diferentes, mas com
uma base comum. Hjalma Ling “empreendeu mudanças na concepção filosófica da ginástica
(menos idealista e mais materialista), e a ginástica lingiana alterou um pouco seu conteúdo:
agregaram-se exercícios e houve uma flexibilização da noção de postura corporal”
(MORENO, 2015, p. 132). Todavia, a missão que Ling deixou de divulgação o método por
todos os países do mundo permaneceu inalterada, é a partir dela que o sujeito de nosso
trabalho se apresenta. Ludvig Gideon Kumlien (1874 – 1934)8, nasceu em Eskilstuna, Suécia
7 Pier Henrik Ling é creditado como o criador do método de ginástica sueca. No entanto essa prática sofreu modificações ao longo dos anos como nos mostra Moreno (2015): “Ling morre em 1839. Indicara dois sucessores imediatos para a direção do Instituto: Gabriel Brating e August Georgii. Seu filho, Hjalma Ling (1820-1886), dedica-se a pormenorizar a obra do pai, particularmente a ginástica pedagógica. Seria consequência então, desse intento, o desenvolvimento da ginástica educativa, sobretudo o ocorrido por volta de 1860, a Educação Física escolar herdeira. Nesse sentido, podemos afirmar que o que chamamos hoje de ginástica de Ling se forjou, efetivamente, na segunda metade do século XIX, já quando Ling havia morrido. ”
8 Todas as informações a respeito da vida de Ludvig Kumlien foram retiradas da tese “A escolarização dos exercícios físicos e os manuais de ginástica no processo de constituição da Educação Física como disciplina escolar (1882 – 1926) ” (Puchta, 2015), pois não conseguimos contato com as bibliotecas suecas para ter acesso a obra original. Utilizamos também o prefácio da obra “La Gimnasia Sueca – Manual de Gimnasia Racional Al alcance de todos y para todas las edades” (1909) de L. G. Kumlien e Emile André.
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e era médico-ginasta9 do Instituto Kjellberg de Estocolmo. Em 1895 mudou-se para Paris,
onde ficou até sua morte, com o objetivo de divulgar a ginástica sueca na França. Kumlien foi
também o fundador da Associação Ginástica de Ling, na França, e autor de diferentes
manuais de ginástica sueca10. Entendemos, portanto, que o investimento de Kumlien em
escrever manuais de ginástica sueca estava alinhado com o seu objetivo de divulgar o método
em território francês. Contudo, esses manuais foram traduzidos para outras línguas, inclusive
o português, e assim ultrapassou as fronteiras da França e chegou até o Brasil.
Kumlien, discípulo da escola de ginástica sueca de Ling, encontra na França um terreno
fértil para a proliferação de seu trabalho. No final do século XIX, mais precisamente em 1893,
o Rei da Suécia e Noruega11 faz um convite para que um representante da França pudesse ir à
Suécia no intuito de “compor uma informação sobre a Ginástica de Ling e sobre os
admiráveis resultados que esse método tem produzido desde o ponto de vista da regeneração
física e da cultura da moral e da raça” (LE ROUX, 1909, p. 5). Assumiu essa missão o Francês
Hugues Le Roux. Esse, ao conhecer a Ginástica Suécia, voltou convencido de que “toda nossa
educação de ginástica pedagógica devia ser reformada” (LE ROUX, 1909, p. 5).
Quando se vai ao Norte, surpreende ao ver que o ensino da ginástica está orientada a toda um categoria de pessoas que não são sargentos maravilhosamente ágeis, e sim gente de cultura intelectual e de excelente educação, que professa sua arte com uma espécie de fanatismo e se considera como missionários em posse da verdade mais certa, para fazer irradiar ao exterior12. (LE ROUX, 1905, p.7-8)
Foi na Suécia que Le Roux conheceu Kumlien ao visitar a escola onde atuava e verificar
o ensino do método de Ginástica Sueco. Em 1895, Kumlien se instala na França, forma um
grupo de ginasta e solicita uma apresentação na União Cristã de Jovens. Sua função naquele
evento era conseguir adeptos ao método de ginástica sueca. Esse movimento de conseguir
seguidores se estendeu em outros momentos, até que em 1899 Kumlien organiza uma
apresentação no ginásio que havia implantado na França, convidando os professores do
9 Médico-ginasta refere-se a um tipo de formação, que além de professor de ginástica, poderia atuar com a ginástica médica, aquela que direcionava-se para cura de doenças e deformidades por meio da ginástica. Esse curso era o mais completo, durando 3 anos, somente disponível para homens. Com 2 anos de curso formava-se como professor de ginástica, disponível para homens e mulheres. Com 1 ano formava-se para atuar como instrutores de ginástica no exército, apenas para homens. O curso completo, de médico-ginástica, inclui a teoria completa da gymnastica, anatomia (com dissecação), fisiologia, higiene, cinesiologia, patologia e vários ramos menores com instrução pratica em todos os ramos da gymnastica (POSSE, 1891).
10 “La Gymnastique Pour Tous” (1906); “La Gimnasia Sueca: Manual de Gimnasia Racional al alcance de todos y para todas la edades” (1919); “Gimnástica Suéca para homens, senhoras e crianças baseada e aperfeiçoada nos sitemas Ling, Kumlien e Muller” (sem ano).
11 Os reinos Unidos da Suécia e Noruega comtempla o período de 1814 a 1905, quando a Suécia, por força militar, obrigou a Noruega a se juntar ao país.
12 As citações relacionadas à obra de Le Roux se constituem como tradução livre.
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Departamento de Sena como forma de “demonstração aos adversários que queria converter
em afetuosos aliados” (LE ROUX, 1909, p.9). Nesse evento, participaram como debatedores,
à convite, Hugues Le Roux e M. Demeny, figura esta última que se tornará central na crítica
ao método Sueco e ardoroso defensor da ginástica Francesa.
Foi um espetáculo instrutivo de ouvir desenvolver frente aquela concorrência de ideia, revolucionária na França, de que se a ginástica é empregada empiricamente, se não está baseada no conhecimento dos efeitos do exercício, se não se sabe calcular para cada um as doses de energia, eleger os movimentos convenientes e executados do modo mais vantajoso, o resultado pode ser não somente nulo, mas danoso. Me parece que estava assistindo uma reunião de professores especialistas em estalagem na qual um engenheiro explicava em 1837, a superioridade e as vantagens das ferrovias. Os ouvintes não se perguntavam: ‘Vale isso mais que aquilo?’, e sim: ‘O que vai ser de nós se triunfar essas ideias?’. Raciocínio eminentemente humano que eu mesmo seria muito capaz de formar se fosse mestre de ginástica empírica, porém não devemos determos nesse momento na afirmação do que acreditamos uma verdade útil. (LE ROUX, 1909, p.9-10)
No mesmo ano dessa conferência, Kumlien é autorizado a inserir o grupo de Ginástica
que coordenava no concurso nacional de ginástica da França, que segundo Le Roux foi um
reconhecimento oficial do método Sueco, uma vez que não havia registro de tal possibilidade.
O Francês, ainda, após conhecer o método Sueco, dedicou-se em prol de uma reforma
educacional, a qual deveria alocar a ginástica sueca na formação das crianças da primeira
infância e a Ginástica Francesa à segunda infância.
Depois daquela imponente reunião convinha sem dúvida que despusesse a todos que desejassem um manual prático do método de Ginástica Sueco. Tinha muito tempo que eu havia aconselhado a Kumlien que fizesse o manual, e já foi feito, graças a preciosa colaboração de Emile André. Não é possível imaginar a dificuldade quando quer descrever de um modo exato e inteligível movimentos ginásticos. (LE ROUX, 1909, p.11)
Não bastava construir o método, mas também construir locais de formação de sujeitos
preparados para atuar com a ginástica e outras ações. Kumlien inaugura um ginásio para tal
fim, assim como Émile André investe em exposições dos meios e dos recursos da ginástica
sueca, tanto na perspectiva da ginástica pedagógica quanto como ginástica médica (LE
ROUX, 1909, p.11).
Nesse movimento de inserção, divulgação e legitimação da ginástica sueca, Le Roux
critica a ginástica da qual praticou na escola de Joinville Le Point com relação a quem o
método francês se destinava e consequentemente quem formaria. Uma vez que o método
sueco se apresentava como prática possível para todas as idades e sexos.
A ginástica aparece entre nós, não como uma ciência, mas como uma arte. Suas origens são inteiramente acrobáticas. Seu ideal é formar um homem
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excepcional, atleta acrobata. Meça a circunferência de seus bíceps com orgulho e tenha à vez no espetáculo e obtenha aplausos (LE ROUX, 1909, p.6).
Le Roux acreditava, portanto, que o método ginástico não deveria se dedicar à
formação de acrobatas e nem suas práticas deveriam se tornar espetáculos. Concepção esta,
ancorada na negativa do próprio movimento de criação dos métodos ginásticos às práticas
circenses, acrobáticas, funambulescas. Le Roux critica ainda os indivíduos destinados a
ensinar o método francês:
Quando se vai ao Norte, surpreende ao ver que o ensino da ginástica está orientada a toda um categoria de pessoas que não são sargentos maravilhosamente ágeis, e sim gente de cultura intelectual e de excelente educação, que professa sua arte com uma espécie de fanatismo e se considera como missionários em posse da verdade mais certa, para fazer irradiar ao exterior (LE ROUX, 1909, p.7).
Acreditamos, pois, que a crítica feita por Le Roux se refere ao método francês que
estava em voga naquele momento proposto por Francisco Amoros. Como nos mostra Soares
(2005)
[...] a ginástica científica que se oferece como espetáculo “controlado” dos usos do corpo, um espetáculo protegido e trazido para dentro das instituições. Assim, pode-se indagar, por exemplo, o que eram as classes de alunos de ginástica dos ginásios amororsianos em Paris, na primeira metade do século XIX, senão uma confirmação do espetáculo institucionalizado? E a figura do mestre, o coronel Amoros, vestido em seu magnífico uniforme militar, dirigindo pessoalmente as classes de alunos de diferentes idades, não estaria encarnando a figura do artista, daquele que se exibe? O coronel Amoros convidava com regularidade ao seu ginásio a imprensa e o grande público de Paris, sem ávido em assistir espetáculos sensacionais. Neste momento, Amoros brindava-se com uma ocasião singular de abrilhantamento pessoal. No decorrer de sua “aula” (ou seria um “espetáculo”?), chegava a arrancar aplausos de uma plateia desprovida de conhecimentos para julgar seu conteúdo, mas sempre disposta a prestar homenagens a quem (o artista?) soubera criar exercícios e evoluções deveras emocionantes (SOARES, 2005, p.25).
Assim, ficam evidentes os elementos criticados por Le Roux a respeito da organização
do método francês daquele momento. O método proposto por Amoros se apoiava em
demonstrações no sentido do espetáculo e, provavelmente, para que isso acontecesse
utilizava-se de recursos vinculados à diversão, contudo, eram controlados dentro dos
“padrões institucionais” (SOARES, 2005). Caracterizando assim uma prática organizada no
sentido do “espetáculo”.
Os discursos acerca do método de ginástica sueca afastam seus benefícios dos
encontrados na forma ginástica proposta por Amoros. A ciência, a racionalidade, aparece
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como elementos centrais que conduzirão aos efeitos esperados pela prática da ginástica. Paul
Michaux, médico, cirurgião, escreveu a introdução do tratado Pratico de Gimnástica Sueca e
foi um personagem que atuou na difusão dos princípios científicos do método, atuando em
conferências promovidas por seguidores da ginástica sueca na França. Nesse texto construído
pelo autor, relata que há 1 (um) ano e meio seguia o professor Kumlien realizando reflexões
que surgiram das “lições práticas” que observava, juntamente com outros amigos médicos e
estudantes de medicina. Fruto desses estudos, ele apresenta “algumas das leis fisiológicas
elementares do método de Ling”, ressaltando três vantagens do método: “É adequado a todo
o mundo; Desenvolver, por uma progressão prudente e racional, o exercício de todos os
músculos do corpo; exercer metodicamente uma influência considerável nas quatro grandes
funções do organismos: respiração, circulação, nutrição e transmissão nervosa” (Michaux,
1909, p.13-14).
Essa informação de Michaux sobre as vantagens do Método Sueco podem ser
percebidas ao analisar a obra tratado Pratico de Gimnástica Sueca. A segunda edição do
manual, utilizada nesse estudo, foi publicada em 1908, possui 107 páginas e tem como
editora a Typographia Lusitana, localizada em Lisboa/Portugal. A obra foi organizada em
duas partes, como consta no sumário. A primeira delas é a “Utilidade e necessidade dos
exercicios physicos bem compreendidos” e a segunda “Tres séries de exercícios”.
Na primeira parte, encontramos uma subdivisão em 5 temas, sendo eles: “Observações
geraes”; “Porque não é necessario nenhum apparelho nas nossas séries de exercícios”;
“Conselhos hygienicos”; “Regras que devem observar-se para a correcta execução dos
exercícios”; “Horas a que mais convêm, de preferencia, executar os exercicios. – Costumes
Hydrotherapia”. De um modo geral, os temas constantes nessa parte do tratado referem-se
aos aspectos gerais do método, motivos pelos quais ele deve ser praticado, além de conselhos
a respeito de condutas higiênicas.
Na segunda parte, encontramos uma subdivisão em e temas, sendo eles: “Explicações
sobre a posição regulamentar ou posição A”, “Série de exercícios para creanças dos dois
sexos”, “Série de exercícios para meninas e senhoras”, “Série de exercícios para rapazes e
homens de qualquer edade”, e, por fim, “Notas Complementares”. No conjunto, aborda
elementos relacionados com a realização das lições de ginástica, apresentando os exercícios
que compõe cada lição, ilustrados por imagens, descrevendo a forma de execução do
exercício e apresentando os resultados que o mesmo provoca no corpo.
Trata-se de um manual de ginástica que não seria destinado apenas a utilização de
professores de ginástica na escola, mas ao ensino da ginástica em diferentes espaços sociais.
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No estudo de Putcha (2015) é possível ter uma referência do valor pago pela obra,
caracterizando-a como acessível à população. O autor informa que em 1909 o Estado de
Minas comprou o Tratado de Kumlien pelo valor unitário de 1000 reis. Em 1911 e 1912, em
nova aquisição, o valor foi de 1350 reis. Saliba (2012, p.248 apud Puchta, 2015, p. 121) nos
ajuda a compreender o significado desses valores ao afirmar que os livros mais lidos nesse
período...
eram brochuras com valores que oscilavam entre cem a mil reis – o equivalente aproximadamente a um terço do ganho diário de um trabalhador – sendo mil reis o equivalente ao preço mínimo do que se pagava por uma refeição barata no largo da Carioca. (PUTCHA, 2015, p.)
Puchta (2015) destaca a relação entre o número de páginas e o preço do manual:
quanto menor o número de páginas, menor o valor de venda. Diante dessas características a
obra atende a esses “requisitos”: capa brochura, número relativamente baixo de páginas (107
páginas) e com o valor de venda até 1000 reis. Portanto, podemos desconfiar que se tratava
de uma obra acessível.
O mesmo autor ainda apresenta a existência de registros de compra dessa obra pelo
Estado de São Paulo. Minas Gerais, entre os anos de 1909 e 1912 adquiriu, no mínimo, 300
exemplares da obra de Kumlien, indicando que a circulação dessa obra esteve à disposição
nas escolas mineiras e paulistas. Para além dessa circulação, ao consultarmos a Hemeroteca
Digital, encontramos vestígios de circulação no país, em diferentes Estados, no período de
1905 e 1955.
Uma parte considerável dos registros anunciava a chegada do Tratado Prático de
Gymnastica Sueca em Livrarias, indicando a disponibilidade no país de aquisição por
pessoas que não exerciam o cargo de professor de ginástica na escola. No Amazonas, em
Manaus, o Jornal do Commercio, anunciou em 1913 a chegada do manual de Kumlien na
“conceituada Casa Freitas, o conhecido centro de publicações da rua Henrique Martins”
indicando que seria “inútil encarecer as vantagens que podem resultar da leitura” do manual.
Temos notícias da circulação do manual em Belém, no Pará. O Tratado Prático de
Gymnastica Sueca foi divulgado em 1916, como um importante guia de exercitar o corpo
racionalmente.
Para gosar saúde – que fazeis, paes de família, para dar saúde aos vossos filhos e a vós mesmos, tornando-vos fortes? Para isso são bastantes, alguns minutos, por dia, de exercícios racionaes, usando um methodo simples e sem recorrer a aparelhos de nenhuma especie, isto é, seguir o ‘Tratado Pratico de Gymnastica Sueca’, por G. Kumlien, que é um método ao mesmo tempo facil
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e pouco dispendioso. (JORNAL DO ESTADO DO PARÁ, nº 2040, de 14 de Novembro de 1916)
Os Jornais “O Malho”, em 1921, e “Tico-Tico”, em 1923, ambos do Rio de Janeiro,
trazem em suas páginas a divulgação de manuais de Kumlien em livrarias localizadas em
Belo Horizonte. No primeiro, o estabelecimento “João Sportivo” oferece o manual
Gymnástica Sueca, no valor de 2000 réis. No segundo, aparece a oferta no estabelecimento
“Neo-Hercules” do Methodo de Kumlien, no valor de 3000 réis. “O Malho”, em outra edição
no mesmo ano, informa que o livro Méthodo, de Kumlien, é o mais “lucrativo – como diz –
para a pratica de gymnastica sueca”, sendo vendido a 3000 réis.
Em São Paulo, no Jornal “Correio Paulistano”, em 1923, encontramos um anúncio
dirigido ao “assignante 8467”, informando que havia um livro de Kumlien, Gymnástica
Sueca, no valor de 4000 réis, na Livraria Zenith. Na mesma livraria, no mesmo ano, foi
anunciado o Tratado de Gymnatica, de Kumlien, endereçado ao “Sr Sebastião Cosme
Pedroso”, no valor de 4500 réis.
Encontramos, ainda, no “Diário de Pernambuco”, uma reportagem intitulada “O Dever
do Estado”, sobre um projeto apresentado ao governo do Estado sobre os jogos
Universitários, tendo a obra de Kumlien como a base do discurso presente no projeto. No
jornal encontramos:
O Estado deve levar o seu concurso a essa obra construtora, sabido que na educação física se pode construir uma raça ou torná-la forte e enérgica. Mercê dos exercícios físicos é que a Suécia, cuja raça definhava e estiolava, conseguiu, apesar do clima rigoroso, criar tipos de verdadeira beleza, robustos, de avantajada estatura de porte altivo e energico, lembra-nos Kumlien. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 1955, s/p.)
Podemos perceber que o manual de ginástica sueca de Kumlien circulou por diferentes
Estados brasileiros, com valores diversos, com aquisição destinada a qualquer cidadão que
desejasse exercita-se em prol de uma “saúde” presente nos discursos de divulgação. Uma
excepcionalidade no que diz respeito ao caráter de contribuição do método de ginástica sueca
de Kumlien para a formação do sujeito, temos uma reportagem intitulada “Educação
Physica”, escrita pelo médico Jorge dos Santos, em setembro de 1905, no Jornal do Brasil,
como uma crítica ao discurso sobre a Organização da Educação Física proferido pelo
Deputado Jorge de Moraes na Câmara dos Deputados no mesmo ano.
Jorge dos Santos afirma ter frequentado o Instituto de Ginástica Sueca por 1 ano, onde
teve contato com a obra de Ling. Sua experiência nesse país o possibilitou atuar com a
ginástica em terras portuguesas.
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Quando, depois de um anno de estudos em Stockholmo, abrimos consultorio em Lisboa, não era conhecida a gymnastica sueca; apenas o Real Gymnasio Club Portuguez tinha mandado vir uns apparelhos, mas ninguem sabia utilizal-os. Pediram-nos, nessa occasião, para fazer umas demonstrações, ás quaes de bom grado nos prestamos, inaugurando pouco depois, a pedido desse mesmo Club, uma aula de 60 meninas ás quaes durante uma anno demos um ensino regular. (SANTOS, 1905, p.01).
O médico assume uma turma de ginástica em um clube de Ginástica Português,
orientado pelo método de ginástica sueca. Influenciado pelo espírito dos praticantes da
ginástica na Suécia, defendia os benefícios do método ao mesmo tempo que criticava o
método Francês, que estava em ascensão e fazia parte dos debates sobre a constituição do
campo da ginástica racional neste momento histórico.
Depois de assistir á fórma como é executada a educação physica na Suecia, onde todos a consideram como de utilidade incontestavel, e como tal julgam devendo ser professada por individuos capazes, intelligentes e illustrados, como se deve exigir dos que sahem de uma escola superior, depois disso, digo, não se pode admitir chusma de monitores que fornece a escola de Joinville Le Pont, que certamente são ageis e praticos na execução de varios exercicios, mas que poucas ou nenhumas bases tinham para conceber o espirito da educação physica, nem para comprehender o seu alcance. (SANTOS, 1905, p.01)
Para Jorge dos Santos, a ginástica no poderia ser ensinada por qualquer pessoa,
incluindo nessa crítica os “monitores” que se formavam na escola francesa de Joinville Le
Pont. Parece que ele era adepto da afirmação de Le Roux (1909) que na Suécia não se
acredita que é melhor alguma coisa que nada, compartilhando da ideia que o exercício mal
executado pode ser pior do que realizar. Kumlien é incluído por Jorge dos Santos como um
dos difusores da ginástica sueca que o fez a partir da construção de um manual que não era
capaz de formar professores de ginástica segundo os princípios da ginástica Sueca de Ling.
Antigos professores de gymnastica acrobatica, de esgrima, de jogo páu, etc., todos, depois de haverem comprado um pequeno manual de gymnastica sueca de Kumlien, se acharem aptos a ensinar. O resultado pouco se fez esperar: tempos depois assistimos a varias exhibições de escolas e club onde o methodo de Ling era cruelmente dilacerado, com grande prejuizo das crianças, deixadas assim entre mãos inhabeis e professores pouco conscienciosos e ignorantes. (SANTOS, 1905, p.01)
Aparenta-nos que Jorge dos Santos compreende o Manual de Kumlien como um
reprodutor, de forma simplificada, do manual de Ling, tendo como consequência do ensino
que toma por base esse manual, em consequências danosas para as crianças e para a
formação dos professores que ensinariam sem a compreensão das bases da ginástica Sueca
oriunda dos estudos de seu precursor.
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Nesse sentido, nos fica evidente que a “missão” de Kumlien de divulgar os benefícios do
método sueco encontra desafios e embates não só com outros métodos, mas também no
questionamento acerca de sua fidelidade com o método de Ling. Contudo, é importante
evidenciar que foi a forma encontrada por ele para divulgação o método e tornar acessível às
pessoas da sociedade, visando, para ele, circular os benefícios que tal método proporcionaria.
Considerações finais
O investimento em compreender o processo de circulação a partir da trajetória de
Ludvig Kumlien teve como ponto de partida a compreensão dos embates existentes entre o
Método de Ginástica Sueco e o Método de Ginástica Francês, os quais buscavam se
estabelecer como prática adequada à educação do corpo daquele momento. Kumlien, como
um missionário, encontrava-se em um lugar privilegiado, a França do final do Século XIX, de
onde irradiava a cultura europeia para diferentes lugares do mundo, inclusive para o Brasil.
No Brasil, percebemos a circulação da obra pelos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo,
Minas Gerais, Pernambuco, Amazonas e Pará. Acreditamos que esta circulação tenha
ocorrido de forma intensa devido a organização do Método de Ginástica Sueco, de Kumlien,
em forma de manual, facilitando o acesso ao conteúdo por pessoas vinculadas ao ensino no
ambiente escolar ou qualquer outra pessoa interessada na preservação da saúde. Ainda não
podemos desconsiderar o valor acessível do manual, fato que permitia a aquisição por
pessoas da sociedade.
Por fim, devemos ressaltar que se tratava de um momento propício para a circulação de
um Método de Ginástica. A cientificidade estava em voga, especialmente pela influencia forte
do positivismo, assim como o higienismo se caracterizava como movimento de assepsia
corporal, do qual a ginástica, realizada de forma racional e prática, poderia contribuir na
formação de corpos.
Referências
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GALVÃO, Ana Maria de Oliveira; BATISTA, Antônio Augusto Gomes. O Estudo dos manuais escolares e pesquisa em história. In: GALVÃO, Ana Maria de Oliveira; BATISTA, Antônio Augusto Gomes. Livros Escolares de Leitura no Brasil: Elementos para uma história. 1. ed. Mercado de Letras, 2009. p. 11-40. GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. São Paulo, Companhia das Letras, 2007. GÓIS, Edivaldo; HAUFFE, Mirian Kormann. A Educação Física e o Funâmbulo: Entre a arte circense e a ciência (século XIX e início do século XX). Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, SC, v. 36, n. 2, p. 547-559, abr./jun. 2014. KUMLIEN, L. G.; ANDRÉ, Emile. La Gimnasia Sueca - Manual de Gimnasia Racional al alcance de todos e para todas las edades. Paris: Libreríe de La Vª de C. Bouret, 1919. KUMLIEN, L.C. Tratado Pratico de Gymnastica Sueca. 2. ed. Lisboa: Typographia Lusitana, 1908. 107 p. LING, Pehr Henrik. Gymnastikens Allmänna Grunder. [S.l.: s.n.], 1834. 115 p. MELO, Victor Andrade; PERES, Fabio de Faria. A Gymnastica no tempo do Império. 1. ed. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2014. MORENO, Andrea. A propósito de Ling, da ginástica sueca e da circulação de impressos em língua portuguesa. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 37, n. 2, p. 128-135, mar. 2015. PUCHTA, Diogo Rodrigues. A escolarização dos exercícios físicos e os manuais de ginástica no processo de constituição da Educação Física como disciplina escolar (1882-1926). 2015. 285 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2015. SOARES, Carmem Lúcia. Educação Física: Raízes Europeias e Brasil. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2004. SOARES, Carmem Lúcia. Imagens da Educação no Corpo: Estudo a partir da Ginástica Francesa no século XIX. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
Acervos e fontes pesquisados
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Periódicos pesquisados
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