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RENATA DE MELLO TAMBANI
O USO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA
GESTÃO DE UM CAMPUS: ESTUDO DE CASO -
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Londrina 2017
RENATA DE MELLO TAMBANI
O USO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA
GESTÃO DE UM CAMPUS: ESTUDO DE CASO -
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Osvaldo Pereira Coelho Neto
Londrina 2017
RENATA DE MELLO TAMBANI
O USO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA
GESTÃO DE UM CAMPUS: ESTUDO DE CASO -
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Geografia.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Orientador: Prof. Dr. Osvaldo Pereira Coelho
Neto Universidade Estadual de Londrina - UEL
____________________________________ Prof. Dr. Rigoberto Lázaro Prieto Cainzós Universidade Estadual de Londrina - UEL
____________________________________ Prof. Dr. Karen Camargo
Universidade Estadual de Londrina - UEL
Londrina, _____de ___________de _____.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família, que sempre me apoiou e valorizou minha
educação...
Ao Marco, pela paciência e companheirismo...
Aos meus amigos de faculdade e de fora dela, que sempre me
impusionaram e deram forças para continuar o curso, mesmo nos momentos mais
difíceis e exaustivos...
Aos meus amigos do Ciência sem Fronteiras, que me mostraram
que o conhecimento não vem só de dentro da universidade, mas também da
vivência com diferentes pessoas e culturas...
Ao meu orientador do TCC, Osvaldo Pereira Coelho Neto, não só
pela constante orientação neste trabalho, mas sobretudo pela sua amizade ...
Ao meu supervisor de estágio, Gilson Jacob Bergoc, pelo
conhecimento adquirido no último ano.
EPIGRAFE
TAMBANI, Renata de Mello. O uso de Sistema de Informação Geográfica na gestão de um campus: estudo de caso – Universidade Estadual de Londrina. 2017. 49p.. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Geografia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2017.
RESUMO
A utilização dos Sistemas de Informação Geográfica na administração dos campi tem sido cada vez mais comum devido à grande extensão territorial e ao fluxo crescente de pessoas e serviços dentro de um campus. O SIG permite planejar, analisar e gerir bens imóveis, infra-estruturas, transportes, logística, atendendo interesses da reitoria, dos órgãos internos e da comunidade acadêmica. Neste trabalho foram realizados a vetorização e o georreferenciamento do campus da Universidade Estadual de Londrina a partir de arquivos dwg e visitas in loco, criando shapefiles a fim de desenvolver um banco de dados georreferenciado com um código específico para cada espaço, além de informações como uso dos espaços, área em m², localização, entre outros. A criação dos shapefiles e a ligação com o banco de dados gerou um SIG voltado principalmente para a administração do campus, que será compatibilizado com o banco de dados já existente da UEL, além das disponibilização das informações geradas através de aplicativos online e via smartphone. Palavras-chave: Sistema de Informação Geográfica. SIG. Campus. Gestão Administrativa.
TAMBANI, Renata de Mello. The Geographic Information System use in the campus management: case study – Londrina State University. 2017. 49p. Completion of Course Work (Bachelor Degree in Geography) – Londrina State University, 2017..
ABSTRACT
The Geographic Information Systems use in the campi administration has been increasingly common due to great territorial extension and by the growing flux of people and services inside the campus. The GIS allows to plan, analyze and manage assets and properties, infrastructures, transports, logistics, attending the rectory, intern organs and academic community’ interests. In this study were made vectorization and georeferencing for the Londrina State University campus from dwg files and in loco visits, creating shapefiles in order to develop a georeferenced data bank with a specific code for each space, besides information such as the use of spaces, area in m^2, localization, among others. The creation of shapefiles and the link with the data bank created um GIS focused mainly for the campus administration, which will be compatibilized with the current data bank used in UEL, in addition to the availability of the information generated by online apps and via smartphone. Key words: Geographic Information System. GIS. Campus. Administrative Management.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Atividades que compõe o Geoprocessamento ....................................... 00
Figura 2 – Exemplo de camadas (layers) sobrepostas ............................................ 00
Figura 3 – Estruturas em formato vetorial e matricial (raster) .................................. 00
Figura 4 – Consolidação da base SIG do Campus da UFRJ ................................. 00
Figura 5 – Cadastro de um edifício no Atlas - USP ................................................. 00
Figura 6 – Imagem do satélite Quickbird, maio de 2006 ......................................... 00
Figura 7 – Zoneamento da Universidade Estadual de Londrina segundo Plano
Diretor de Desenvolvimento Físico Territorial de 2010-2015 ................................... 00
Figura 8 – Zona B, Tipo 1, Bloco 22, 1º pavimento e espaços e usos internos....... 00
Figura 9 – Visualização através do ArcGIS online ................................................... 00
Figura 10 – Pavimento térreo da Universidade Estadual de Londrina ..................... 00
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Exemplos de estruturas de dados vetoriais ........................................... 00
Tabela 2 – Áreas dos Centros de Estudo ................................................................ 00
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Estrutura Administrativa e organização interna da UEL ....................... 00
Quadro 2 – Código de zoneamento ......................................................................... 00
Quadro 3 – Tipos de estrutura construtiva............................................................... 00
Quadro 4 – Códigos de pavimento .......................................................................... 00
Quadro 5 – Lista de códigos de uso dos espaços internos e externos .................... 00
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ArcGIS Software de Geoprocessamento da ESRI
ATI Assessoria de Tecnologia de Informação
CAD Computer Aided Design (em português, Desenho Assistido por
Computador)
DPDF Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Físico
PCU Prefeitura do Campus Universitário
PDI Plano de Desenvolvimento Institucional
PROGRAD Pró-Reitoria de Graduação
PROPLAN Pró-Reitoria de Planejamento
SAD 69 South American Datum (em português, Datum Sul Americano)
SIG Sistema de Informação Geográfica
SIRGAS Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
SGBD Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados
UEL Universidade Estadual de Londrina
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
USP Universidade de São Paulo
WGS 84 World Geodetic System (em português, Sistema Geodético Mundial)
LISTA DE MAPAS
Mapa 1 – Localização da Universidade Estadual de Londrina, dividido por
zonas..........................................................................................................................00
Mapa 2 – Bloco A do Centro de Tecnologia e Urbanismo, pavimento térreo – Uso
das salas....................................................................................................................00
Mapa 3 – Salas ocupadas e desocupadas do Bloco A do CTU, pavimento térreo, às
quarta-feiras do 1º semestre de 2016, das 08h20min às 09h10min..........................00
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..........................................................................................
2 GEOTECNOLOGIAS: BASES TEÓRICAS..............................................
2.1 GEOPROCESSAMENTO .................................................................................
2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA.......................................................
2.2.1 Estruturas de Representação de Dados Espaciais....................................
2.3 O USO DE GEOPROCESSAMENTO NA GESTÃO ADMINISTRATIVA.......................
2.3.1 Planejamento e Gestão Utilizando Sistemas de Informação
Geográfica.................................................................................................
2.3.2 O Caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ....................
2.3.3 O Caso da Universidade de São Paulo – USP..........................................
3 A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA......................................
3.1 HISTÓRICO...................................................................................................
3.2 PLANEJAMENTO E GESTÃO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA...........
4 MATERIAIS E METODOLOGIA...............................................................
4.1 MATERIAIS..................................................................................................
4.2 METODOLOGIA............................................................................................
4.2.1 O Uso do Software ArcGIS...................................................................
4.2.2 Banco de Dados..................................................................................
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................
REFERÊNCIAS.........................................................................................
12
INTRODUÇÃO
O uso das geotecnologias vem passando por um grande avanço nas
últimas décadas, quando o uso dos computadores passou a substituir dados e
mapas que antes estavam disponíveis apenas em papel. Nesse contexto surgiu o
Geoprocessamento, capaz de trabalhar com diversas atividades envolvendo o
processamento digital de imagens, dados espaciais e tabulares, possibilitando
análises precisas e em tempo real através do uso de softwares cada vez mais
avançados.
O trabalho foi desenvolvido durante período de estágio não obrigatório na
Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Físico da Pró-Reitoria de
Planejamento da Universidade Estadual de Londrina, sob supervisão do Profº Dr.
Gilson Jacob Bergoc, do Centro de Tecnologia e Urbanismo, entre os meses de
agosto de 2015 e dezembro de 2016.
O objetivo do trabalho, realizado em período de estágio, foi a criação de
um sistema que possa gerir a Universidade Estadual de Londrina em ambiente
computacional, utilizando-se para isso plantas em papel, arquivos em CAD, dados
patrimoniais, ortofotos georreferenciadas, planos diretores, entre outros dados que
possibilitem a sobreposição de dados espaciais e tabulares através de um Sistema
de Informação Geográfica próprio da Universidade Estadual de Londrina, o SIGUEL.
Através do SIGUEL será possível criar ou importar mapas, selecionar e
manipular dados para geração de novos mapas e novas formas de visualizações,
identificar padrões e fluxos nas atividades desenvolvidas na universidade, monitorar
e planejar novas formas de intervenções que proporcionem melhoria na
infraestrutura e gestão do campus, desde a área de desenvolvimento física, gestão
patrimonial, otimização de serviços desenvolvidos pela Prefeitura do Campus
Universitário e geração de um aplicativo que permita aos servidores, docentes e
discentes localizar centros, prédios e salas, entre muitas outras funcionalidades.
13
2 GEOTECNOLOGIAS: BASES TEÓRICAS
Segundo Fitz (2008), a Geografia está inserida em um contexto
tecnológico que abarca distintas áreas do conhecimento e se utiliza de diversas
ferramentas que servem de apoio às pesquisas e à busca pelo conhecimento.
Dentre essas ferramentas, o mapa continua sendo uma ferramenta “esquecida” e
deixada de lado pelos geógrafos, que não consideram o seu uso e, principalmente, o
uso das novas geotecnologias como parte do "fazer Geografia", demonstrando como
os preceitos marxistas da década de 1970 passaram a predominar na ciência
geográfica desde então.
Ao negar o uso das geotecnologias, que têm se sobreposto ao uso
dos mapas analógicos, abre-se espaço para que estas acabem sendo apropriadas
por profissionais de outras áreas, que vão substituindo os geógrafos no campo de
trabalho e desenvolvendo trabalhos que não possuem a visão do geógrafo (FITZ,
2008, p. 17).
Desse modo é importante que o geógrafo além de ter “[...] como
objeto de estudo a complexa rede de interação dos fenômenos experimentados pela
sociedade e do ambiente por ela ocupado” (FITZ, 2008, p.19), possa utilizar de
novas tecnologias (chamadas de geotecnologias) como aliadas da ciência
geográfica, pois elas podem se configurar em um expressivo e poderoso
instrumental para o seu trabalho. Bosque Sendra (1999) apud Fitz (2008) afirma que
“os próximos anos vão resultar num período crucial no desenvolvimento da
Geografia”, e que caberá aos geógrafos decidirem pelo futuro direcionamento que
será dado à ciência geográfica e a esse novo campo vinculado às tecnologias.
Os mapas, que sempre foram vistos como instrumentos de poder e
de domínio, utilizados apenas como forma de controle pelo Estado e por
especialistas, hoje fazem parte das diversas atividades do dia a dia em que as
pessoas necessitam “consultar mapas de trânsito, acessar imagens de satélite
gratuitamente ou utilizar um sistema GNSS para localização via smartphone para
indicar onde seus amigos se encontrarão na sexta-feira” (CEREDA JUNIOR, 2005).
Nesse contexto o uso das geotecnologias têm se difundido
rapidamente, apresentando um avanço sem precedentes das geotecnologias e do
seu emprego em atividades comuns (PRADO; SANTOS, 2014), principalmente
quando se refere ao uso dos Sistemas de Informação Geográficas, que trazem
14
informações atualizadas e a possibilidade de espacializar qualquer tipo de dado que
esteja ligado à localização, não se restringindo apenas à utilização por especialistas.
2.1 GEOPROCESSAMENTO
O termo Geoprocessamento deriva do latim, onde “processus”
significa “avançar”. Dessa forma, o Geoprocessamento significa implantar um
processo que traga progresso e avanço na representação da Terra (origem do termo
Geografia), onde o foco não é apenas a representação, mas sim a associação de
informações com o espaço. (MOURA, 2005, p.8)
O Geoprocessamento surgiu a partir da necessidade de se
representar e armazenar informações e dados em ambiente computacional
priorizando a localização dos mesmos sobre a superfície terrestre, permitindo a
sobreposição e análise de mapas e informações que não eram possíveis
anteriormente, quando as informações só eram armazenadas e visualizadas em
mapas e documentos em papel.
Câmara et al (2001) definem que trabalhar com geoprocessamento
significa utilizar a informática como instrumento de representação de dados
espacialmente georreferenciados, reduzindo as informações à algoritmos e
estruturas de dados que facilitem o armazenamento e tratamento dos mesmos. A
evolução computacional têm permitido que o computador (hardware) e os programas
específicos de geoprocessamento (software) consigam realizar o tratamento de um
infinito número de informações de cunho geográfico de forma cada vez mais rápida e
eficaz (FITZ, 2008).
Resumindo, o geoprocessamento utiliza técnicas matemáticas e
computacionais para tratar informações geográficas em áreas como “cartografia,
análise de recursos naturais, transportes, comunicações, energia e planejamento
urbano e regional” (CÂMARA et al, 2001), apoiado em ferramentas computacionais
como os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), que permitem realizar análises
complexas integrando dados e criando um banco de dados georreferenciado.
Para Moura (2005, p.8) o geoprocessamento “engloba o
processamento digital de imagens, a cartografia digital e os sistemas de informação
geográfica” (Figura 1). Neste trabalho foram utilizados conhecimentos das áreas de
cartografia digital, Sistemas de Informação Geográfica e bancos de dados, sendo
15
que a cartografia digital baseia-se na automação de projetos, captação, organização
e desenho de mapas, já que os mapas e cartas topográficos fornecem informações e
são vistos como uma das principais fontes de dados para o geoprocessamento. Os
mapas analógicos (em papel) podem ser digitalizados em alta ou baixa resolução,
gerando arquivos com tamanhos que represente as áreas de interesse do utilizador,
sempre em função da escala dos mapas, cartas ou fotografias (PIROLI, 2010).
Figura 1- Atividades que compõe o Geoprocessamento
Fonte: Maguire (1991), Org.: Renata de Mello Tambani
Diferentemente da cartografia digital, os Sistemas de Informação
Geográfica (SIG) referem-se à “aquisição, armazenamento, manipulação, análise e
apresentação de dados georreferenciados, ou seja, um sistema de processamento
de informação espacial” (MOURA 2005, p.8), através do uso de softwares que
possibilitem espacializar qualquer tipo de informação que esteja relacionada ao
espaço, proporcionando análise e manipulação de dados (tanto cartográficos quanto
alfanuméricos). O capítulo seguinte tratará mais detalhadamente dos Sistemas de
Informação Geográfica.
O banco de dados é o componente central de qualquer sistema de
informação. No caso dos bancos de dados geográficos é necessário que os
fenômenos que possam ser relacionados ao espaço geográfico sejam representados
em um espaço computacional (CASANOVA et al, 2005, p. 12), e a manipulação
desses dados se dá por meio de um Sistema Gerenciador de Bancos de Dados
16
(SGBD). Segundo Fitz (2005), o SGBD deve ser estruturado de forma que os dados
possam ser relacionados entre si através de códigos que identificam cada registro
dentro do sistema. Relacionar os dados alfanuméricos de um SGBD à dados
espaciais é a principal característica de um SIG.
2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
Para entender como funcionam os Sistemas de Informação
Geográfica é preciso primeiro definir o que significam esses conceitos
separadamente. Segundo Fitz (2008), sistema é qualquer conjunto integrado de
elementos que sejam interdependentes, e que estejam estruturados de modo que
estes possam se relacionar a fim de realizar determinada função. Teixeira et al
(1992) afirmam que, para evitar confusões, é necessário diferenciar dados e
informações, sendo que:
Um dado é um símbolo utilizado para a representação dos fatos, conceitos ou instruções em forma convencional ou pré-estabelecida e apropriada para a comunicação, interpretação ou processamento por meios humanos ou automáticos, mas que não tem significado próprio. Já informação é definida como o significado que o ser humano atribui aos dados, utilizando-se de processos pré-estabelecidos para sua interpretação. Concluindo, pode-se dizer que dados são um conjunto de valores, numéricos ou não, sem significado próprio e que informação é o conjunto de dados que possuem significado para determinado uso ou aplicação.
Sendo assim, informação geográfica é um conjunto de dados que
possuem significado e tenham relação com o espaço. Essas informações referem-se
tanto a aspectos do meio natural, como relevo, solo, clima, vegetação, como os
aspectos sociais, econômicos e políticos, chamados por Teixeira et al (1992) de
“estratos de informação” (informações sobrepostas em camadas, ou layers) (Figura
2).
Os dados necessários para alimentar um SIG, segundo Teixeira et al
(1992), podem ser provenientes de diversas fontes, que podem ser chamadas de
primárias, quando o levantamento se dá diretamente no campo ou sobre produtos
oriundos do sensoriamento remoto (como imagens de satélite, por exemplo), ou
fontes secundárias, onde os dados são originários de mapas ou estatísticas (ou seja,
dados que já foram tratados).
17
Figura 2 – Exemplo de camadas (layers) sobrepostas
Fonte: BRASIL, 2016.
As fontes dos dados podem ser as mais variadas possíveis, como
levantamentos realizados diretamente no campo, que exigem equipes e
equipamentos apropriados, resultando em uma coleta de dados mais precisa e,
conseqüentemente, mais custosa; realização de entrevistas ou questionários, que
visa coletar dados de aspectos sociais; o sensoriamento remoto, que fornece
informações de grandes áreas, e têm apresentado cada vez mais uma maior
precisão em suas imagens; o uso de fotos áreas (ortofotos), que tem fornecido aos
usuários uma visão mais detalhada de áreas em maiores escalas.
Outro fator imprescindível nos SIG é a definição de qual sistema de
coordenadas (sistema geodésico de referência) será utilizado pelo pesquisador, e
deve ser definido de forma que o sistema melhor represente a sua área de estudo.
Segundo Fitz (2008, p.35) a representação de coordenadas é geralmente baseada
em um sistema sexagesimal denominado Sistemas de Coordenadas Geográficas,
onde os pontos na superfície terrestre são determinados por valores de longitudes e
latitudes, medidos em graus (º), minutos (‘) e segundos (“). Através dessas
coordenadas é possível localizar qualquer ponto na superfície terrestre, seja um
objeto, uma pessoa, um local, entre outros.
Os SIG’s utilizam os sistemas de coordenadas geográficas para
georreferenciar as informações no espaço, de modo que cada informação no
software esteja sempre no exato local em que ela se encontra no mundo real. Por
18
isso, ao obter dados em campo ou de fontes secundárias, é necessário verificar qual
sistema está sendo utilizado, para evitar distorções.
Fitz (2008) define um SIG como um
[...] sistema constituído por programas computacionais, o qual integra dados, equipamentos e pessoas com o objetivo de coletar, armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados espacialmente referenciados a um sistema de coordenadas conhecido. (FITZ, 2008, p.23)
Há também a possibilidade de definir diferentes usuários para os
SIG, sendo que cada um tenha acesso a determinadas informações, ferramentas e
fuções. Por exemplo, um usuário pode ter acesso à visualização dos mapas; outro
usuário pode ter acesso à visualização e pode introduzir novos dados no SIG; outro
usuário, que seja o responsável pelo SIG, pode ter a atribuição de introduzir, editar,
tratar ou apagar dados. Assim, cada usuário tem acesso às ferramentas que lhe
concerne.
Segundo Fitz (2008) essa interação entre mapa e usuários é o que
diferencia o SIG de outros sistemas, como o CAD (Computer Aided Design),
responsável por armazenar dados espaciais como entidades gráficas com grande
precisão, sendo utilizado principalmente em projetos de arquitetura e engenharia.
Ao unir informações e georreferenciamento o SIG abre espaço para
um número infinito de possibilidades, como planejamento, gestão, monitoramento,
análises, entre outros usos que facilitem o trabalho do usuário, e permita a troca de
informações em tempo real.
2.2.1 Estruturas de Representação de Dados Espaciais
Segundo Teixeira et al (1992) as estruturas em SIG’s podem ser
divididas em vetoriais ou raster, que podem ser utilizadas em conjunto ou
convertidas entre elas. Casanova et al (2005) definem que as estruturas de dados
vetoriais são as compostas por pontos, linhas e polígonos, definidas por
coordenadas cartesianas (x, y), e que representam as “coordenadas das fronteiras
de cada entidade geográfica” (CASANOVA et al, 2005, p. 33).
Sobre as estruturas vetoriais, a mais simples é o ponto, sendo ele um
par de coordenadas espaciais x e y, utilizado comumente para identificar
localizações ou ocorrências no espaço; As estruturas em linha são representadas
por um conjunto de pontos conectados formando feições unidimensionais e
19
relacionadas à topologia arco-nó, onde cada nó (ponto inicial e final da linha)
apresenta um valor que se associa à linha; No caso do polígono são armazenados
os nós iniciais e finais de cada linha, que quando conectadas podem representar
unidades espaciais relacionadas à área (CASANOVA et al, 2005). A tabela 1
apresenta exemplos de uso das diferentes estruturas vetoriais:
Tabela 1 – Exemplos de estruturas de dados vetoriais
Estruturas Exemplos
Ponto Localização de crimes, ocorrência de doenças, postes;
Linha Muros, cercas, fronteiras;
Polígono Setores censitários, distritos, zonas, municípios; Fonte: CASANOVA et al (2005). Org: Renata de Mello Tambani.
Segundo Casanova et al (2005) estruturas vetoriais em formato de
polígono podem representar objetos isolados (como é o caso da representação de
edifícios, piscinas e quadras, onde os objetos não se tocam) e objetos adjacentes
(que representam bairros, zonas e municípios). No caso das linhas, elas podem ser
representadas por linhas isoladas, em árvore ou em rede, representando por
exemplo, respectivamente, muros, rios e seus afluentes, e redes elétricas.
Outro tipo de estrutura de representação é a matricial (ou raster),
obtidas através de uma malha formando células, chamadas de pixel, que contem
informações tanto de dimensões horizontais quanto de dimensões verticais
(TEIXEIRA et al, 1992). Segundo Casanova et al (2005, p. 40):
Nesta representação, o espaço é representado como uma matriz P (m, n) composto de m linhas e n colunas, onde cada célula possui um número de linha, um número de coluna e um valor correspondente ao atributo estudado e cada célula é individualmente acessada pelas suas coordenadas.
Concluindo, a estrutura vetorial é mais utilizada quando se necessita
de maior precisão, como na produção de cartas. A estrutura matricial, apesar de ser
menos precisa e requerer mais espaço de armazenamento, representa fenômenos
com variação contínua no espaço, simulando e modelando feições (CASANOVA et
al, 2005), como fica claro na figura 3 .
20
Figura 3 – Estruturas em formato vetorial e matricial (raster)
Fonte: CASANOVA ET AL (2005).
2.3 USO DE GEOPROCESSAMENTO NA GESTÃO ADMINISTRATIVA
O planejamento é fundamental para ordenar o crescimento do
espaço físico de uma área e suas formas de utilização, sendo este anterior ao
conceito de gestão. Para Moura (2005) o ato de "planejar" geralmente ocorre em
maior escala temporal e pode se dar em áreas maiores, como no caso do
planejamento regional, nacional, entre outros. A gestão, no entanto, está ligada ao
acompanhamento da dinâmica e processos de transformação, focando em áreas
mais reduzidas.
A gestão é um conceito ligado à administração e que vem ganhando
expressões como gestão urbana, gestão territorial, gestão educacional, entre outras,
sendo caracterizada como a efetivação do planejamento, que possuem um
referencial temporal distinto, mas são complementares. O planejamento tem que ser
visto como uma preparação para a gestão, com o objetivo de prever e minimizar
problemas futuros, porém, o planejamento tem perdido destaque para gestão
(SOUZA, 2010),
O enfraquecimento do termo "planejamento" se dá pela
popularização do termo "gestão" (management, em inglês) focando em
administração dos recursos “aqui e agora”, pensando nos problemas a curto e médio
prazo com uma visão imediatista (SOUZA, 2010). Desse modo, prioriza-se a gestão
e deixa de lado toda a atividade de planejar, pensar o futuro e prever problemas que
poderiam ser evitados.
Com o uso dos SIG’s a atividade de planejar ganha uma nova
perspectiva, pois ele surge como uma importante ferramenta para auxiliar o
planejamento e gestão, e tem sido usado cada vez mais por prefeituras e outros
21
órgãos de administração pública a fim de prever acontecimentos, planejar, analisar e
facilitar a administração, que precisa de respostas rápidas e corretas para solucionar
problemas diários,
desde o suporte ao gerenciamento e manutenção da infraestrutura física, passando pela segurança patrimonial e das pessoas, até geração de cenários para análise, como uso e ocupação físico-territorial ou mesmo ocupação de salas x demanda x necessidade de novas instalações – desvelando a necessidade de uso de ferramentas geográficas na compreensão da complexa realidade das organizações do mundo real, organizados em níveis (ou layers). (CEREDA JUNIOR, 2005).
Além do uso pelos governos e empresas, os SIG’s, quando utilizados
pela administração de um campus universitário, apresentam enormes benefícios
como a diminuição de custos operacionais, ganho de tempo, maior eficiência na
realização de tarefas e relatórios, planejamento orçamentário prevendo aumentos de
custos, entre outros, auxiliando administradores a tomarem decisões mais rápidas e
precisas (MANZOLI, 2003).
A implementação de Sistemas de Informação Geográfica é uma
atividade de longa duração, que despende investimento de tempo e dinheiro, até
que o sistema esteja finalmente operacional. No caso da administração de um
campus, partindo do planejamento até a gestão, exigem-se usuários que coletem,
atualizem e convertam dados atualizados, fornecendo ao administradores do
campus o poder da informação (MANZOLI, 2003).
2.3.1 Planejamento e Gestão Utilizando Sistemas de Informação Geográfica
A crescente participação da população em questões referentes à
administração das cidades exige um governo transparente, colaborativo e acessível
aos cidadãos, onde a população tenha acesso às informações e planos do
município, como acontece com a utilização dos SIG’s. “No contexto da administração
local, o que está em causa é a obtenção de um serviço público de qualidade,
definido a partir do diálogo com o cidadão, e prestado com eficiência, eficácia e
economia”. (ESRI PORTUGAL, 2016), envolvendo a população com a administração
pública, pois “a tecnologia permite a criação de técnicas de participação mais
interativas, e assim podem fortalecer as comunidades para tomar as suas decisões
de forma estruturada e autônoma”.(BUGS et al,, 2012).
22
Souza (2010) chama de “planejamento politizado” aquele que tem
como características principais os ativismos e movimentos sociais urbanos,
valorizando o planejamento como instrumento de promoção de reformas urbanas
que modifiquem a vida dos cidadãos. Segundo Lima et al (2005) atualmente
procura-se utilizar os conceitos de cidadania e sustentabilidade “em todos os níveis
de vivência da sociedade” e o SIG auxilia por ser uma plataforma participativa,
envolvendo o cidadão com a administração pública, como tentativa de trazer
melhorias à cidade e à população através de novos instrumentos de planejamento e
gestão, que proporcionem uma nova visão da realidade.
Como solução destaca-se o uso dos SIG’s, uma nova forma de
planejar e gerir cidades e campi universitários, modificando completamente a relação
entre a comunidade e os serviços urbanos, ou, no caso de um campus universitário,
entre comunidade acadêmica e administração da reitoria. A colisão entre o
crescimento de cidades/campus e o fluxo massivo de dados sobre elas e seus
cidadãos/usuários permite adaptar a tecnologia de formas inovadoras para atender
necessidades locais, criando cidades e campi inteligentes (PRADO; SANTOS,
2014).
Segundo Cereda Junior (2005) os campi universitários são um
exemplo de unidade-territorial que acaba sendo esquecido nas discussões sobre
ordenamento do território e planejamento físico. Os campi universitários e seus
cidadãos, “sejam do corpo acadêmico, técnico ou a população que consome tais
espaços” formam uma verdadeira cidade, sendo algumas vezes maior que grande
parte dos municípios brasileiros, justificando o uso dos SIG’s pela administração dos
campi, sendo eles reitoria, prefeitura e outros órgãos internos.
O SIG, quando utilizado em um campus não serve apenas para
fornecer mapas ou gerar relatórios de uso e ocupação, mas permite levantar
informações para a alta administração (reitoria), identificar a situação de processos
atendidos, entre outros. Além disso, no contexto administrativo e financeiro pode-se
observar uma diminuição de custos e uma forma muito mais eficiente de se analisar
como o capital vem sendo empregado nas questões ligadas ao gerenciamento e
manutenção dos campi (CEREDA JUNIOR, 2005). O SIG é capaz de agregar “em
um só sistema as dimensões físico-administrativa-acadêmica” (CEREDA JUNIOR,
2005).
23
Resumindo, este ambiente de Inteligência Geográfica Aplicada
“disponibiliza vasto ferramental para interoperabilidade de toda esta base de dados
(geodatabase), que pode ser aplicada desde o gerenciamento da infraestrutura
universitária até as rotinas acadêmicas” (LIMA et al, 2015). Atualmente, destacam-se
o número de prefeituras e campus que tem utilizado os SIG's em suas
administrações, como mostram os trabalhos a seguir.
2.3.2 O Caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
O projeto para a criação do SIG no campus da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) baseou-se no conceito de Smart City, caracterizado por
um planejamento urbano voltado para a eficiência e construído paralelamente com a
participação de usuários. A Smart City une então o planejamento urbano,
administração pública, tecnologia da informação e comunicação, sociedade e
usuários, criando novos modelos de gestão territorial (PRADO; SANTOS, 2014 apud
LIMA et al, 2015).
Os autores abordam o Smart Campus a partir da implementação de
um SIG no campus da UFRJ, focado em “não somente prover monitoramento e
controle exclusivos da instancia administrativa, mas tornar-se um objeto a ser
apropriado por toda a comunidade universitária e seus eventuais freqüentadores”
(LIMA et al, 2015).
Os primeiros resultados do projeto de criação do SIG já
apresentavam “dados para um diagnóstico da demografia do Campus (endereço de
origem e localização no Campus dos alunos, docentes e funcionários) e para a
distribuição da infraestrutura básica (água, esgoto, energia, comunicações, etc.)”,
além de “disponibilizar dados e experimentos para serem compartilhados entre todo
o Corpo Social da universidade” (LIMA et al, 2015). Nesse caso, o SIG da UFRJ é
visto como um laboratório de estudos dentro do próprio campus, que apresenta
como objetivo uma posterior disseminação dos resultados obtidos no campus para
uma reaplicação na cidade..
O desenvolvimento do trabalho contou com a participação da
Prefeitura do Campus, o Sistema de Gestão Acadêmica e os gestores de
infraestrutura. Deu-se preferência a um recorte metodológico de um dos campi da
UFRJ, a Ilha da Cidade Universitária, iniciando o trabalho com a coleta de
24
informações (em CAD ou imagens) não georreferenciadas. Essas informações foram
convertidas em feições geográficas e tabelas, gerando o mapa da figura 4.
Figura 4 - Consolidação da base SIG do Campus da UFRJ
Fonte: LIMA et al, 2015
A equipe que desenvolveu o trabalho foi dividida em duas, com
diferentes focos. Uma das equipes foi responsável por estudar a demografia dos
campus utilizando dados do Sistema de Gestão Acadêmica, com foco nos centros,
unidades, cursos e departamentos, o que culminou na criação de um mapa com a
densidade da Cidade Universitária. Além disso, a equipe também foi responsável
pela vetorização da infraestrutura do campus, tratando, “da organização,
digitalização e georeferenciamento de informações internas do campus relacionadas
à escala urbana, sem entrar na escala da edificação” (LIMA et al, 2015). A segunda
equipe teve foco no tema de mobilidade, estudando o transporte público presente,
estações e rotas. Juntos, os estudos puderam identificar origens e concentrações
dos alunos, docentes e funcionários, propondo alternativas para a mobilidade interna
do campus.
A partir desses estudos foi possível repensar a disposição da
infraestrutura do campus, permitindo que seja feito um melhor planejamento das
futuras intervenções a serem feitas no espaço físico do campus.
25
2.3.3 O Caso da Universidade de São Paulo – USP
O Atlas é um Sistema de Informação Geográfica desenvolvido pelo
Laboratório de Informatização de Acervo (LabArq), da faculdade de Arquitetura –
FAU USP, com o objetivo de auxiliar órgãos gestores do patrimônio físico nas
atividades de planejamento, controle dos espaços utilizados e na manutenção do
cadastro atual do campus Cidade Universitária Armando Salles Oliveira – CUASO. A
USP possui outras unidades de campi distribuídas pela Capital e interior do estado,
porém o foco do projeto Atlas foi a CUASO, localizada no bairro Butantã, em São
Paulo. (COUTO, 2012).
A gestão patrimonial do CUASO é feita através de três órgãos: a
Coordenadoria do Espaço Físico da Universidade de São Paulo (COESF), que
organiza e sistematiza todas as atividades relacionadas ao espaço físico, sendo o
principal órgão de planejamento de intervenções físicas em edifícios e no território,
elaborando estudos e propostas de reformas, ampliações, questões ambientais e
questões relativas à infraestrutura; a Coordenadoria do Campus Capital (COCESP),
responsável pela gestão de todas as áreas externas do campus, como áreas
verdes,ruas, avenidas, mobiliário urbano, entre outros; e o Centro de Computação
Eletrônica (CCE), que coordena e executa a área de informática, gerindo a rede
computacional da USP e sendo responsável pela rede de dados e telefonia do
campus (COUTO, 2012).
O autor afirma que a maior dificuldade durante o projeto foi a
comunicação técnica entre os três órgãos, além da falta de cadastro atualizado do
Campus. Durante o projeto foram feitas licitações para novos levantamentos
topográficos e colaboração de estudantes, pesquisadores e profissionais das áreas
de informática, engenharia, arquitetura, geografia e biblioteconomia.
Segundo Couto (2012), foram mapeadas áreas externas e internas
dos edifícios, possibilitando o detalhamento interno e cadastramento de 385 edifícios
do campus, permitindo o cadastro de 19.370 ambientes (Figura 05). O Atlas permitiu
as seguintes operações de gestão patrimonial: planejamento, gerenciamento de
espaços, planejamento e adequação de espaços, inventário, manutenção e
operação, e gerenciamento de infra-estrutura.
26
Figura 5 – Cadastro de um edifício no Atlas - USP
Fonte: Couto, 2012.
27
3 A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
3.1 HISTÓRICO
Segundo o Plano de Desenvolvimento Institucional (UEL, 2016b) a
Universidade Estadual de Londrina foi criada em 28 de janeiro de 1970 pelo Decreto
número 18.110, a partir da junção de cinco faculdades já existentes no município de
Londrina (Faculdade Estadual de Direito de Londrina; Faculdade Estadual de
Filosofia, Ciências e Letras de Londrina; Faculdade Estadual de Odontologia de
Londrina; Faculdade de Medicina do Norte do Paraná; e Faculdade Estadual de
Ciências Econômicas e Contábeis de Londrina). Atualmente, localiza-se na região
oeste do município de Londrina, PR.
A UEL localiza-se na Rodovia Celso Garcia Cid, Km 380 e apresenta
uma área total de 2.355.731,81m², dividida em nove centros de estudo, área
administrativa, área de serviços, zona especial, Colégio Aplicação, áreas de mata
virgem e a Fazenda Escola (mapa 1). O Quadro 1 mostra as áreas dos nove centros
de estudos localizados no campus.
Tabela 2 – Áreas dos Centros de Estudo
Centros de Estudo Área em m²
Centro de Ciências Agrárias – CCA 10.400,44 Centro de Ciências Biológicas – CCB 13.936,99 Centro de ciências Exatas – CCE 3.831,15 Centro de Ciências da Saúde – CCS/Clínica Odontológica Universitária – COU
2.808,53
Centro de Ciências da Saúde – CCS/Hospital Universitário – HU
4.833,75
Centro de Educação, Comunicação e Artes - CECA 2.669,14 Centro de Educação Física e Esporte - CEFE 28.162,29 Centro de Estudos Sociais Aplicados – CESA 3.991,44 Centro de Ciências Humanas – CCH 3.015,91 Centro de Tecnologia e Urbanismo - CTU 3.640,68
Total 77.290,32 Fonte:UEL (2016b)
28
Mapa 1 – Localização da Universidade Estadual de Londrina, dividida por zonas
Fonte: UEL (2016c. Org.:) a própria autora.
29
A Universidade Estadual de Londrina “goza de autonomia didático-
científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e é regida por seu
Estatuto, pelo seu Regimento Geral e pelas Resoluções de seus Conselhos,
obedecidas as Legislações Estadual e Federal” (UEL, 2016b). Possui uma
comunidade interna representada por “alunos matriculados em seus 68 cursos de
graduação, incluindo turnos e habilitações, e 213 cursos de pós-graduação, com
cerca de 16 mil estudantes na graduação e 4.900 alunos na pós-graduação, 1.680
Docentes e 3.547 Agentes Universitários” (UEL, 2016b), atingindo cerca de 25 mil
pessoas.
A cada ano a UEL recebe milhares de novos alunos, sendo estes do
município e de fora dele, que movimentam a economia da cidade e contribuem para
o “desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e cultural de Londrina e
Região.” (UEL, 2016b). Desde sua criação, a ligação da Universidade com o
município tem sido extremamente importante, pois desempenha um importante
papel no município e região, com destaque na prestação de serviços de saúde,
pesquisas e extensão que envolvem a sociedade e auxiliam na formação de
profissionais das mais diversas áreas.
3.2 PLANEJAMENTO E GESTÃO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
A Universidade Estadual de Londrina possui uma Estrutura
Administrativa dividida em órgãos da Reitoria, órgãos de apoio, órgãos
suplementares e os Centros de Estudos (Quadro 2).
Quadro 1 – Estrutura Administrativa e organização interna da UEL
Estrutura Administrativa Divisões
Órgãos da Reitoria Gabinete da Reitoria; Secretaria Geral dos Órgãos Colegiados Superiores; Pró-Reitoria de Graduação - PROGRAD; Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - PROPPG; Pró-Reitoria de Extensão - PROEX; Pró-Reitoria de Administração e Finanças - PROAF; Pró-Reitoria de Recursos Humanos - PRORH; Pró-Reitoria de Planejamento - PROPLAN; Coordenadoria de Processos Seletivos - COPS; Coordenadoria de Comunicação Social - COM; Prefeitura do Campus Universitário - PCU; Procuradoria Jurídica - PJU; Assessoria de Auditoria Interna - AAI; Assessoria de Relações Internacionais - ARI; Assessoria de Tecnologia de Informação - ATI.
30
Órgãos de apoio Biblioteca Central - BC; Editora - EDUEL; Laboratório de Tecnologia Educacional - LABTED; Serviço de Bem-Estar à Comunidade - SEBEC; Sistema de Arquivos da UEL - SAUEL; Agência de Inovação Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina – AINTEC.
Órgãos suplementares Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos - EAAJ; Escritório de Aplicação de Assuntos Sócio Econômicos; Casa de Cultura; Clínica de Especialidades Infantis (Bebê Clínica); Clínica Odontológica Universitária - COU; Clínica Psicológica; Colégio de Aplicação; Hospital Universitário - HU; Hospital Veterinário - HV; Fazenda Escola; Laboratório de Medicamentos; Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina - MCTL; Museu Padre Carlos Weiss; Televisão Cultural e Educativa da Universidade Estadual de Londrina; Rádio FM UEL.
Centros de estudos Departamentos e Colegiados dos nove centros
Fonte: UEL, 2016a.
Dentre estes órgãos internos, a Pró-Reitoria de Planejamento –
PROPLAN e a Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Físico - DPDF são os
principais responsáveis pelo planejamento físico do campus, desenvolvendo o Plano
Diretor e trabalhando na implantação de novas edificações e infra-estruturas, ou
seja, qualquer atividade envolvida com ordenamento e uso do espaço físico territorial
da Universidade. A Prefeitura do Campus Universitário – PCU aparece como um
órgão com foco na gestão, “incluindo a programação e administração das áreas
públicas, bem como todas as atividades de manutenção da Universidade” (UEL,
2016d).
No desenvolvimento do SIG da Universidade Estadual de Londrina,
todas as Estruturas Administrativas são responsáveis por fornecer dados e
informações que devem ser constantemente atualizados. Cada centro de estudo,
cada departamento, colegiado, docentes, discentes e servidores participam do SIG
através de contribuições para produzir novos dados e conteúdos, porém os
principais responsáveis pela manutenção do SIG são profissionais envolvidos com a
DPDF, PCU e ATI (Assessoria de Teconologia de Informação).
31
4 MATERIAIS E METODOLOGIA
4.1 MATERIAIS
Durante o desenvolvimento do trabalho foram utilizados diversos
materiais, entre eles softwares de geoprocessamento ligados à ESRI® e à
Plataforma ArcGIS. O principal software foi o ArcMap versão 10.2.2 e versão 10.4,
importante ferramenta no desenvolvimento de SIGs, além de outros programas da
plataforma como o ArcGIS online, onde é possível publicar os dados na web e
compartilhar com grupos e outros usuários. Para melhor visualização das
informações foi analisado também o ArcGIS para Windows Phone, que possibilita
acessar e editar os mapas através de um smartphone, economizando tempo e
facilitando os trabalhos de campo.
Para auxiliar no georreferenciamento dos edifícios foram utilizadas
uma ortofoto da área do campus, cedida pela Prefeitura Municipal de Londrina, e
uma imagem de satélite QuickBird (Figura 6), de maio de 2006, cedida pela Pró-
Reitoria de Planejamento da Universidade Estadual de Londrina (PROPLAN/UEL). O
trabalho foi desenvolvido em um computador HP Intel® Core™ i5-2400, sistema
operacional Windows 7 Professional.
Figura 6 – Imagem do satélite Quickbird, maio de 2006
Fonte: UEL, 2016c.
32
Além disso, a PROPLAN e a Diretoria de Planejamento e
Desenvolvimento Físico (DPDF) cederam arquivos em formato “.dwg” da
implantação do campus, edificações, áreas internas dos edifícios, infraestrutura
(entre elas rede elétrica, hidráulica, esgoto, vias) e zoneamento do campus. Foram
disponibilizados também arquivos em formato “.pdf” para identificação das salas e
seus respectivos usos. Para georreferenciar prédios mais novos que não apareciam
na ortofoto e na imagem de satélite, foram utilizadas imagens do aplicativo Google
Earth, que são atualizadas constantemente.
A Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) foi responsável por
fornecer arquivos em formato “.xls”, contendo horário geral de aulas, relatório por
cursos com salas em 2016, entre outros, para auxiliar em testes sobre a
compatibilização de dados já existentes da UEL com o software ArcGIS.
A Diretoria Administrativa da Pró-Reitoria de Planejamento auxiliou
na criação dos códigos de cada espaço interno e edifício, a partir de uma
metodologia desenvolvida especificamente para esse caso, e que, posteriormente,
será compatibilizado com os códigos já existentes na UEL.
4.2 METODOLOGIA
A metodologia do trabalho se deu através de serviços de escritório e
algumas visitas in loco, quando necessárias. Foram utilizados documentos e
arquivos da Universidade Estadual de Londrina, cedidos principalmente pela Pró-
Reitoria de Planejamento, possibilitando o tratamento desses dados em ambiente
computacional, de modo que o SIG da UEL pudesse ser estruturado através de
levantamentos primários e secundários.
4.2.1 O Uso do Software ArcGIS
O trabalho foi desenvolvido a partir da necessidade de se criar um
sistema para auxiliar no planejamento e gestão da Universidade Estadual de
Londrina, utilizando arquivos já existentes e criando uma nova base de dados, para
incorporar esses arquivos e fornecer uma nova forma de visualização dos mesmos.
Inicialmente, foram reunidas plantas, projetos, cartas e mapas da
área física do campus Perobal, onde são realizadas a maior parte das atividades da
33
universidade. A maioria desses documentos já se encontrava digitalizada, salvo
algumas poucas exceções, o que facilitou o início do trabalho.
A primeira fase do trabalho se deu através da vetorização dos
arquivos em “.dwg”, utilizados no software AutoCAD, convertendo os arquivos em
formato “.shp” (shapefile) para ser trabalhado no ArcGIS. Esses novos arquivos
ficaram salvos como arquivos que contém dados geoespaciais em forma de vetores,
sendo eles pontos, linhas ou polígonos, unindo arquivos em formato “.shp”, ”.shx” e
“.dbf”, sendo que o aquivo dbf é o banco de dados (como os utilizados no Oracle,
SQL Server, entre outros) e o shx o arquivo responsável por unir o shapefile ao
banco de dados.
Alguns arquivos foram convertidos de dwg para shp após selecionar
apenas as “polyline” no layer e clicar em “Export Data” > “Save as type: Shapefile”.
Além disso, os arquivos podem ser convertidos através da ferramenta “Conversion
Tools” do ArcToolBox, extensão do ArcGIS responsável por converter arquivos de
diferentes formatos, resultando em uma otimização do trabalho.
Foi definido que o sistema de coordenadas utilizado seria o SIRGAS
2000, visto que esse sistema tem se destacado e vem sendo cada vez mais
utilizado, substituindo os sistemas SAD 69 e Córrego Alegre (IBGE, 2016).
Posteriormente, algumas imagens utilizadas para auxiliar no georreferenciamento
vieram no sistema de coordenadas WGS 84, e também foram convertidas para o
SIRGAS 2000.
Após todos os arquivos estarem vetorizados e em formato shp,
iniciou-se o georreferenciamento dos mesmos, utilizando a princípio a ortofoto
georreferenciada da Universidade Estadual de Londrina, em SIRGAS 2000, cedida
pela Prefeitura Municipal de Londrina. Ultimamente, foram utilizadas também os
mapas base do software ArcGIS e algumas imagens do Google Earth (convertidas
de WGS 84 para SIRGAS 2000), por estarem mais atualizadas em relação à
ortofoto, e conterem os edifícios que ainda estão em fase de construção no campus.
4.2.2 Banco de Dados
A criação do código para o banco de dados do SIG se deu através de
reuniões com responsáveis pela Diretoria de Apoio Administrativo da UEL, que
auxiliou na criação de tabelas que serão utilizadas futuramente pela instituição, além
34
de permitir que os códigos antigos sejam reaproveitados nessa nova formulação do
código de uso dos edifícios. O principal documento a ser seguido no início do
trabalho foi o Plano Diretor de Desenvolvimento Físico Territorial de 2010-2015
(Figura 7).
Figura 7 – Zoneamento da Universidade Estadual de Londrina segundo Plano
Diretor de Desenvolvimento Físico Territorial de 2010-2015
Fonte: UEL (2016b)
Foi estabelecido que cada edifício, bem como todo seu espaço
interno, deveria conter as seguintes informações:
1. Zona: Responsável por identificar a localização espacial da
região onde fica a edificação no Campus Perobal, conforme Plano Diretor de
Desenvolvimento Físico Territorial, contendo um dígito (letra maiúscula) que
representa cada zona (Quadro 3).
Quadro 2 – Código de zoneamento
Código Zona
A Centro de Letras e Ciências Humanas
B Centro de Ciências Biológicas
C Centro de Ciências Exatas
D Centro de Educação, Comunicação e Artes
E Centro de Tecnologia e Urbanismo
F Centro de Ciências Agrárias
35
G Centro de Estudos Sociais Aplicados
H Centro de Ciências da Saúde
I Centro de Educação Física e Esporte
J Fazenda Escola
K Aplicação
S Serviços
T Administrativo
X Especial Fonte: a própria autora.
2. Tipo: Identifica a forma construtiva da edificação, contendo um
dígito (número), como no Quadro 4.
Quadro 3 – Tipos de estrutura construtiva
Código Tipo de estrutura
1 Alvenaria
2 Madeira
3 Alvenaria Estrutural
4 Estrutura Leve
5 Estrutura Metálica Fonte: a própria autora.
3. Bloco: Identifica o corpo da edificação em âmbito global,
contendo dois dígitos (números), por exemplo, bloco 01, bloco 02, bloco 03, e assim
sucessivamente.
4. Pavimento: Identifica a que nível está o plano da edificação em
relação ao terreno, através de um dígito representando, no Quadro 5.
Quadro 4 - Códigos de pavimento
Código Pavimento
s Subsolo
0 Térreo
1 Primeiro pavimento
2 Segundo pavimento
3 Terceiro pavimento Fonte: a própria autora.
5. Sala: define o número das áreas internas da edificação, através
de três dígitos (números), por exemplo, sala 001, sala 002, sala 003.
6. Subdivisão: Identifica quando um espaço (sala) for subdividido
ao longo do tempo, através de divisórias. O código contém um dígito (letra
36
minúscula) seguindo ordem alfabética (a, b, c, d...; quando não houver subdivisão e
a sala for um espaço único, utilizar o símbolo *).
7. cod_edif: junção dos códigos “zona+tipo+bloco+pavimento+
sala+subdivisão”, através da ferramenta Concatenar Campos com o Field Calculator
([zona]&""&[tipo]&""&[bloco]&""&[pavimento]&""&[sala]&""&[subdivisao]). Este código
representa o número de cada espaço interno, sem identificar o uso das salas, que
podem ser alterados com o passar dos anos e do surgimento de novas
necessidades de uso.
8. Uso: Define a característica de utilização do espaço (três dígitos
com uma letra e dois números), conforme o Quadro 5.
Quadro 5 – Lista de códigos de uso dos espaços internos e externos
Código Uso Detalhes e outras informações
A01 Administrativo Secretarias, salas de reunião, diretorias, etc.
A02 Almoxarifado
A03 Anfiteatro
A04 Área cultural/preservação Capela, casa do pioneiro, etc.
A05 Área de convivência Pátio, C.A, jardim interno,
B01 Bancos
B02 Barracões Armazenamento, criação, etc
B03 Biblioteca Acervo, sala de estudos, videoteca
B04 Biotérios
C01 Calçadas Calçadas externas ao edifício cimentadas ou pedras porosas
C02 Calçadão
C03 Câmara escura
C04 Câmara fria
C05 Canil/gatil
C06 Casa de máquinas
C07 Circulação externa Calçadas cobertas junto aos edifícios com piso liso
C08 Circulação interna Corredores internos e cobertos
C09 Circulação vertical Escadas, elevadores, rampas
C10 Copa/cozinha/refeitório
D01 Depósito
D02 Depósito de lixo Resíduos sólidos, químicos, etc
E01 Espaços terceirizados Lanchonetes, Cópias, etc.
E02 Estacionamento (Contém código próprio diferenciado)
E03 Estrutura esportiva Quadras, piscinas, campos de futebol, etc.
E04 Estufas/casas de vegetação
G01 Garagem
H01 Hall/recepção
L01 Laboratórios molhados Laboratórios de reagentes químicos, biológicos, etc
L02 Laboratórios secos
Laboratório de informática, sala de técnicos, sala de apoio, sala de multimeios, sala de balanças, onde não é necessário o uso de pias, tanques, torneiras, chuveiros, etc
37
L03 Lavanderia/área de serviço
M01 Museu Museu, acervo, coleção
P01 Praças
Q01 Quarto
R01 Restaurante Restaurante Universitário
S01 Sala de aula Sala de aula, sala de aula prática
S02 Sala de cirurgia Sala específica para realização de cirurgia, contendo todos os cuidados e higienização necessários.
S03 Sala de docente
S04 Sala de equipamentos Manutenção
S05 Sala de esterilização/asséptica
S06 Sala de raio X Sala com paredes apropriadas para o uso do aparelho de Raio-X
S07 Sala clínica Sala de coleta, enfermaria, psicologia, nutricionista
S08 Sanitário Feminino, masculino, pessoas com necessidades especiais (P.N.E)
S10 Serviços odontológicos
S11 Serviços veterinários
S12 Sala de supervisão (Psicologia)
S13 Shaft
T01 Triagem
V01 Vestiários Fonte: a própria autora.
9. cod_ed_uso: junção dos códigos através da ferramenta
concatenar “zona+tipo+bloco+pavimento+sala+subdivisão+uso”, utilizando o
seguinte código: [zona]&""&[tipo]&""&[bloco]&""&[pavimento]&""&[sala]&""&
[subdivisao]&""&[uso]
10. Descrição1: descreve o código de uso, para facilitar leitura.
11. Descrição2: Descreve detalhadamente o uso da sala, por
exemplo, Laboratório de Citogenética.
A figura 8 é um exemplo do resultado final da implantação do código
no 1º pavimento do bloco 22, Zona B (Centro de Ciências Biológicas).
38
Figura 8 - Zona B, Tipo 1, Bloco 22, 1º pavimento e espaços e usos internos
Fonte: a própria autora
39
Foram feitas tabelas para cada edifício do campus, contendo todas
as informações colhidas através de visitas in loco, através de plantas e outros
documentos oficiais da Pró-Reitoria de Planejamento. As informações adicionadas
ao banco de dados se referem principalmente ao uso das salas, área e localização
dentro do campus.
A Assessoria de Tecnologia da Informação têm trabalhado para
possibilitar uma compatibilização dos dados e os códigos já incluídos no banco de
dados do ArcGIS com os dados administrativos e acadêmicos utilizados atualmente
pela UEL. Além do banco de dados utilizado no ArcMap (ArcGIS desktop), os dados
foram também disponibilizado através do ArcGIS online, “um GIS da web
colaborativo online que permite utilizar, criar e compartilhar mapas, cenas,
aplicativos, camadas, análises e dados” (ARCGIS, 2016), possibilitando a
visualização dos dados pela administração da UEL e pela comunidade discente e
docente em diferentes níveis de acesso, além de fornecer uma visão mais simples e
mais acessível do que o ArcGIS Desktop, facilitando o uso por quem não conhece o
software.
40
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os casos que foram apresentados no decorrer deste trabalho, entre
eles o da UEL, USP e UFRJ são exemplos de como um Sistema de Informação
Geográfica pode trazer grandes benefícios às instituições de ensino superior. Por
meio da integração das pessoas, espaço e a universidade (áreas como recursos
humanos, tecnologia da informação, planejamento, finanças e área acadêmica)
melhorou-se a visualização e a análise espacial, auxiliando no planejamento e
gestão através da adequação dos espaços, manuntenção e operações, além da
gestão patrimonial.
O trabalho desenvolvido entre agosto de 2015 e dezembro de 2016
foi continuação do projeto que visava o mapeamento do campus e a criação de um
banco de dados georreferenciado. Durante esse período foram realizadas reuniões
com o representante comercial da Imagem (ESRI no brasil), o geógrafo Abimael
Cereda Junior no mês de setembro de 2016, durante o evento Inteligência
Geográfica (realizada pela PROPLAN, em parceria com o Centro de Tecnologia e
Urbanismo e o Departamento de Geociências/UEL), voltadas à públicos compostos
por discentes, docentes, pesquisadores, diretores, pró-reitores e técnicos da
Assessoria de Tecnologia e Informação (ATI), com o objetivo de familiarizar a
comunidade acadêmica com o software ArcGIS e as perspectivas da implantação de
um SIG na Universidade Estadual de Londrina.
Por enquanto o formato de visualização através do ArcGIS online
permitiu que gestores e diretores das Pró-Reitorias pudessem verificar os benefícios
de um Sistema de Informação Geográfica em suas atividades diárias. Há previsão
de que durante o ano de 2017 sejam realizadas novas reuniões com representantes
da empresa Imagem, de modo que possibilite uma parceria entre a empresa e a
UEL, agora que grande parte dos gestores já possuem uma visão acerca das
possibilidades que o SIG traz. O aplicativo online já possibilita a localização de
centros, salas outros espaços públicos da universidade, com vários widgets para
auxiliar na navegação (figura 9).
41
Figura 9 – Visualização através do ArcGIS online
Fonte: a própria autora.
Durante o desenvolvimento do trabalho um dos maiores obstáculos
foi a deficiência no diálogo entre DPDF e PCU, que realizam trabalhos
complementares. Devido à falta de um sistema único que armazenasse os arquivos
referentes ao espaço físico da UEL, muitos dos arquivos utilizados apresentaram-se
desatualizados em relação à realidade dos edifícios, salas, e infraestrutura em geral,
necessitando de visitas in loco em alguns casos, para verificar a veracidade dos
documentos; alguns arquivos apareciam duplicados, com pequenas alterações, e
outros desatualizados por serem muito antigos.
Durante o período de estágio realizado na DPDF, o foco do trabalho
foi a vetorização, georreferenciamento e criação da base do banco de dados, com a
criação de códigos que serão incorporado ao banco de dados da UEL. Com esse
projeto, ainda em desenvolvimento, já foi possível visualizar e manusear facilmente
as informações acadêmicas e administrativas do campus, afim de introduzir uma
política mais moderna de planejamento e gestão que minimiza perdas, esforços
desnecessários e duplicação de trabalhos referentes ao espaço físico. A próxima
fase do projeto visa a implementação do SIG, após a compra da licença
42
adminsitrativa e educacional do software para disponibilizar o SIG à todas as
comunidades do campus.
Os custos iniciais são vistos como um obstáculo a ser vencido, pois
após os altos custos para a implementação do SIG observa-se uma queda em
gastos e investimentos em manutenção do campus, construção de novos edifícios e
infraestruturas, contratação de novos funcionários, entre outros, trazendo a longo
prazo um retorno financeiro e economia de investimentos à instituição.
Existem softwares livres, que podem ser utilizados pela Universidade
futuramente, mas a intenção inicial é continuar o uso do ArcGIS, visto que a ESRI
oferece uma plataforma completa de softwares e aplicativos para serem utilizados
em versão desktop e para smartphones, disponibilizando os programas inclusive
para os alunos, além de oferecer suporte para auxiliar em dúvidas e solucionar
problemas.
A figura 10 apresenta o trabalho desenvolvido no ArcMap,
destacando-se as zonas, de acordo com o plano diretor.
Figura 10 – Pavimento térreo da Universidade Estadual de Londrina.
Fonte: a própria autora.
43
Sobre os resultados, atualmente está finalizada a descrição de
praticamente todos os espaços da UEL, com informações sobre o tipo construtivo da
edificação, área, se apresenta ou não subdivisões no espaço interno, a zona (centro)
onde se encontram, tipos de uso, entre outras informações.
Como exemplo destes resultados preliminares pode-se destacar o
Bloco A do Centro de Tecnologia e Urbanismo, onde observa-se como será feita a
gestão do espaço a partir dos horários das disciplinas e turmas do curso de
Arquitetura e Urbanismo. Primeiramente foram definidos os usos de cada sala, para
auxiliar na alocação das turmas, considerando também a área da sala em relação ao
número de alunos, para evitar a superlotação de algumas salas e a ociosidade de
outras. O espaço interno apresenta um alto nível de detalhamento, facilitando ainda
mais a tarefa de organizar os horários de aulas (mapa 2).
Mapa 2 – Bloco A do Centro de Tecnologia e Urbanismo, pavimento térreo – Uso das salas
Fonte: UEL (2016c). Org: a própria autora.
Posteriormente, a partir do Horário Geral de Aulas – 2016,
disponibilizado pela Pró-Reitoria de Graduação, foi possível analisar os horários de
aula do curso de Arquitetura e Urbanismo, relacionando as salas utilizadas e não
utilizadas nas quartas-feiras do 1º semestre do ano letivo de 2016. O horário
44
analisado foi o da primeira aula, das 08h20min às 09h10min, gerando um mapa
(mapa 3) onde é possível visualizar a grande quantidade de salas desocupadas (em
verde) nesse horário.
Mapa 3 – Salas ocupadas e desocupadas do Bloco A do CTU, pavimento térreo, às
quarta-feiras do 1º semestre de 2016, das 08h20min às 09h10min
Fonte: UEL (2016c).Org: a própria autora.
O mapa 3 demonstra que grande parte das salas de aula
permanecem ociosas neste horário. Quando o SIG estiver em fuincionamento e a
Pró-Reitoria de Graduação, diretores de centro e professores tiverem acesso à
esses mapas será muito mais fácil organizar as turmas de modo que as salas sejam
ocupadas da melhor maneira possível, evitando que alunos dos cursos do CTU
(entre eles alunos da Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Engenharia
Elétrica) tenham que ser realocados em outros centros. O mapa, por enquanto, se
refere apenas ao curso de Arquitetura e Urbanismo, sendo que as salas ainda
podem ser utilizadas por outros cursos.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
45
A partir de aplicações como essa, o SIG irá auxiliar na tomada de
decisões pelos gestores da Universidade, facilitando o acesso às informações e a
participação dos servidores e comunidade acadêmica no processo de planejamento
e gestão do campus, de forma que os interesses da comunidade acadêmica
cheguem mais rápido aos gestores. Futuramente, espera-se que cada centro conte
com um aplicativo dashboard para facilitar o controle das operações no dia a dia, e
que os alunos participem através da ferramenta disponibilizada nos smartphones,
compartilhando informações sobre o campus em tempo real.
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