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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Manaus, AM – 4 a 7/9/2013
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Observatório de Experiências Expandidas em Comunicação1
Patrícia AZAMBUJA2
Silvano Alves Bezerra da SILVA3
Carlos de Salles Soares NETO4
Universidade Federal do Maranhão – São Luís/MA
RESUMO
Como projeto-embrião do observatório de experiências expandidas em comunicação, pro-
pomos a criação de um laboratório para pesquisa de novas possibilidades com conteúdos
transmídia. A partir da estruturação de um espaço multidisciplinar permanente, para análise,
reflexão e produção, temos como objetivo compreender mecanismos e estímulos diferen-
ciados que atingem indivíduos expostos às multiplataformas convergentes (telas comple-
mentares ou hipermidiáticas, por exemplo), ou mesmo, usuários responsáveis por criar seus
próprios conteúdos.
PALAVRAS-CHAVE: conteúdo multiplataforma; transmídia; produção; recepção.
Algumas emissoras brasileiras de televisão já iniciaram o seu processo de transmis-
são digital5, potencializando assim recursos de interatividade. Em paralelo às transfor-
mações nos canais abertos, as SmartTVs (televisores conectados à internet) também vem
desenvolvendo modelos de negócios promissores para produtores de conteúdo dispostos a
enfrentar o desafio de criar para plataformas proprietárias em um mercado, ainda que
pequeno, com grande potencial de crescimento e muito diversificado.
1 Trabalho apresentado no GP Teorias do Jornalismo do XIII Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicação, evento
componente do XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
2 Professora Adjunta do Curso de Comunicação Social/ UFMA, Mestre em Artes Visuais/ UNESP e Doutora em
Psicologia Social/ UERJ. Email: [email protected].
3 Professor Adjunto do Curso de Comunicação Social/ UFMA, Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do
Vale do Rio dos Sinos e Diretor da TV UFMA. Email: [email protected].
4 Professor Adjunto do Departamento de Informática/ UFMA, Doutor em Informática pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, Coordenador do LAWS (Laboratório de Sistemas Web Avançados) e pesquisador associado
do Laboratório TeleMídia da PUC-Rio. Email: [email protected].
5 “A meta para a cobertura do sinal da TV digital no Brasil é de 100% do território nacional até 2016. Atualmente, 46,3%
da população brasileira mora em municípios com acesso ao sinal da TV digital, que está presente em todos os estados
brasileiros, mais especificamente em 437 municípios” Disponível no link:
http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2012/08/transmissao-da-tv-digital-inclui-desde-imagem-e-som-
interatividade.html).
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Temos disponíveis hoje um complexo acervo de tecnologias e formas emergentes de
comunicação, que surgem e nos obrigam a repensar todo o processo: TVs por assinatura
que sofisticam o acesso ao conteúdo disponível - integrando diversas linguagens e plata-
formas; ou a internet que disponibiliza cada vez mais canais de retorno para conversação
fluida entre as programações em geral e as suas audiências. Hoje são muitas as formas de
convergência tecnológica disponíveis. E assim telespectadores já começam a acessar
informações sobre programas e, no que depender das previsões mais otimistas, em pouco
tempo, esse mesmo espectador de televisão já estará respondendo a testes, comprando
produtos, participando de enquetes, realizando operações bancárias, entre outras muitas
possibilidades. Utilizando para isso apenas o controle remoto.
Parece-nos urgente, portanto, uma maior proximidade entre as pesquisas científicas
já existentes, a gestão desses conteúdos e a sociedade. Até porque, se por um lado, já
possuímos tecnologias bem desenvolvidas e pesquisas bem encaminhadas na área de
Comunicação Social (planejamento de conteúdo e adequação à audiência) e Informática
(operacionalização técnica das aplicações); do outro, nos deparamos com a população, ou
até mesmo muitos profissionais, totalmente à margem dessas discussões.
Ainda nesse contexto há grande empenho hoje para o fortalecimento da TV Digital
Terrestre, no sentido em que possui potencial para oferecer mais democraticamente novos
serviços eletrônicos e aplicações interativas à sociedade, via televisão aberta e gratuita.
E assim, este projeto visa como primeira estratégia de trabalho, o desenvolvimento e
a observação, a partir de esforço transdisciplinar, de produtos para um mercado emergente:
aplicações para interação com conteúdos televisivos e testes de usabilidade com essas novas
tecnologias.
Espaço de observação
Tomando como exemplo algumas emissoras de televisão - na criação de setores de
pesquisa e desenvolvimento para novas mídias -, discutimos aqui também a importância de
estruturarmos um espaço com esta mesma finalidade, e integrar diferentes áreas da pesquisa
local, entre elas: comunicação, informática e design de interface. Para assim, viabilizarmos
formas de veiculação dos conteúdos já desenvolvidos.
Por outro lado, é urgente também a necessidade de criação de dispositivos capazes
de atingir e atrair a população de espectadores da TV aberta convencional, ou mesmo, com-
preender essa parcela de espectadores que já responde aos estímulos diferenciados ou inte-
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rage com os conteúdos disponibilizados. Às vezes, até mesmo cria seu próprio conteúdo. Se
para o “antigo” espectador só “assistir” era suficiente, o que se observa hoje são mudanças
consideráveis, quando se acrescenta o “interagir” ao processo. Dados disponibilizados pela
Revista Info (dezembro de 2012) confirmam:
43% dos brasileiros conectados navegam na web enquanto assistem TV. Desses,
70% buscam mais informações sobre o que estão vendo.
62% dos espectadores em todo mundo navegam em sites como Facebook ao assistir TV.
74% dos usuários conectados em 56 países assistem vídeos em PCs, tablets e
celulares (incluindo aí também conteúdos antes transmitidos exclusivamente pela
TV).
80% dizem que o consumo de vídeos na televisão e nos gadgets acontece com a
mesma frequência.
200 milhões de TV com acesso à internet estão em uso no mundo, e em 2017, serão
600 milhões.
Hoje os conteúdos ligados ao entretenimento ou à informação são distribuídos,
simultaneamente, por diferentes plataformas - primeira tela (TVs), segunda tela (notebooks)
ou terceira tela (smartphones) - o que vem tornando o processo de comunicação cada vez
mais complexo e fragmentado. Por esse motivo, em parceria com a TV Universitária, pro-
pomos a estruturação de um do laboratório de observação de usos expandidos em comuni-
cação, integrando, na prática, pesquisas e aprimoramento técnico para o desenvolvimento
do processo de comunicação.
Comunicação expandida e “seus” modos de uso
Conteúdos criados para veiculação em diferentes plataformas já fazem parte da cena
prática da comunicação contemporânea. Produções cinematográficas são complementadas
por informações disponíveis na web, séries televisivas compartilhadas via repositórios de
imagens na internet, assim como, a percepção da audiência televisiva é cada vez mais
influenciada pelos comentários sobre a programação, postados nas redes sociais, por
exemplo. O que vem demonstrando alterações profundas nos comportamentos e nos
processos da comunicação.
Em paralelo a esses fenômenos, a digitalização do sinal da TV aberta vem dando
margem ao desenvolvimento de sistemas que possibilitam a exibição de conteúdos intera-
tivos em paralelo à programação audiovisual convencionalmente transmitida. Assim, os
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bancos de dados complementares ao conteúdo tornam possível enriquecer a experiência de
assistir a TV, como por exemplo, nas situações observadas em algumas aplicações produzi-
das e disponibilizadas por emissoras nacionais (FIGURA 1). O que, de certo modo, já
evidencia a existência de um mercado de programação interativa em crescimento.
FIGURA 1 – Alguns aplicativos para televisão disponibilizam resumos dos programas, com informações sobre os perso-
nagens, galeria de fotos, próximo capítulo, feed de notícias, tempo e temperatura etc. ILUSTRAÇÕES DISPONÍVEIS NO
LINK: http://www.ztop.com.br/hands-on-ginga-para-tv-digital-2012-sim-ele-existe-e-funciona/
A diversificação da programação televisiva é crescente, inclusive ao considerar o
poder de escolha dos “antigos” espectadores, cada vez mais participativos; quando amplia-
se também a distribuição através de plataformas móveis, de recepção individualizada. A
partir desse cenário de possibilidades e novas criações, precisamos avaliar aspectos
relacionados ao conforto no uso, melhor acesso, diversidade nos serviços, cidadania e a
busca por soluções adequadas e atraentes a esses “novos usuários”. O que parece um
caminho inevitável, antes mesmo da veiculação final desses conteúdos.
A usabilidade – fator determinante à confiabilidade de qualquer interface de produto
– refere-se à facilidade de compreensão e aprendizagem para o usuário. Um aplicativo fácil
de aprender é fácil de usar, portanto, também fácil de memorizar, agradável e “lucrativo”.
Neste caso, pensar questões ligadas ao conformo visual ou de uso prático aparecem
como questões prioritárias, quando nesse momento, as situações de recepção - mesmo ao
considerarmos mudanças profundas nos comportamentos dos espectadores -, passam por
fases de transição. Um processo de readequação que precisa ser analisado e refletido.
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O Globo.com construiu em suas dependências, um laboratório de usabilidade sob
direção de Marcelo Povoa e coordenação de Mauro Pinheiro. Este foi o primeiro
da América Latina dedicado exclusivamente às questões de usabilidade. O projeto
desse laboratório partiu de um modelo sugerido por Jakob Nielsen em seu livro
Usability Engineering, de 1993 e nele são testados todos os produtos da empresa
antes de estarem disponíveis para o usuário final (TEIXEIRA, 2006, p.7).
Questões sobre usabilidade ou IHC (Interação Humano-Computador) surgiram com
a criação dos PCs, quando o acesso aos computadores saia do controle absoluto dos profis-
sionais especializados e passava também ao comando “doméstico”. A popularização da
informática alavancou a ampliação do número de dispositivos e consequente necessidade de
planejar criteriosamente em torno das ofertas que surgiam a partir de então. Pesquisadores
como Christian Brackmann (2010), Carlos Ferraz (2009), Alexandre Mendonça e Fernando
Crocomo (2009), Valdecir Becker (2006) e Lauro Teixeira (2006) começaram, portanto, a
discutir a usabilidade no contexto da Televisão Digital - sua transição para um novo modelo
de percepção e uso - e assim, a necessidade de oferecer condições para que espectadores
não-adaptados pudessem usufruir dos novos serviços e informações. Afinal, computador e
televisão não são, a priori, tecnologias compatíveis: computadores são usados geralmente
para atividades bem definidas, ao contrário da televisão, que ainda possui contexto de uso
basicamente ligado ao entretenimento passivo.
No entanto, se algumas pesquisas apontam o pouco interesse da população por
participar de forma mais ativa dos conteúdos de TV, por outro, essa mesma população faz
crescer o acesso à internet e a diversificação na oferta de serviços. O que só nos confirma a
urgência em refletirmos sobre as mudanças introduzidas pela convergência e hibridização
de mídias. Uma abordagem tão urgente como atual.
Principal tela da população mundial há muitos anos, a televisão caminha para o
desaparecimento. A novela e o futebol continuarão a ser o prato principal do
telespectador nacional. Mas, no futuro, o que define a TV como a sabemos se
tornará invisível. "A TV será definida como uma experiência, e não como um
aparelho eletrônico", diz V. Michael Bove, diretor do grupo de Mídias Baseadas
em Objetos do Laboratório de Mídia do MIT (Instituto de Tecnologia de
Massachusetts) [...] Assim, tela, controle remoto e o método de transmissão ten-
dem a ficar mais escondidos, a serviço do que o espectador deseja experimentar
[...] Isso significa que os métodos de transmissão -"broadcast" (feito pelos canais
tradicionais) e "streaming" (feito por serviços como o YouTube) - vão se
misturar. O telespectador não saberá (ou não precisará saber) por qual das duas
vias receberá seu programa preferido (ROMANI, 2013).
Enfim, o que se aponta é a diluição da materialidade específica de cada meio, como
os compreendemos em seu contexto massivo convencional, confirmando a hibridização,
que passa a valorizar as interfaces de mediação do conteúdo e as experiências de uso.
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Infraestrutura básica, instrumentos e “métodos”
O Laboratório de Usabilidade do CPqD - o mais completo do País - valida
soluções e aplicações em desktop, dispositivos móveis, televisão digital e
terminais ATM. Ele disponibiliza um ambiente para que o uso das tecnologias
possa ser observado, monitorado e analisado para identificar problemas e
dificuldades nas tarefas atribuídas a usuários de perfil variado [...] Permite
também a avaliação de aspectos relacionados à ergonomia e acessibilidade,
auxiliando na definição de soluções que serão projetadas para a oferta das
diversas categorias de serviços, atingindo usuários das mais diferentes categorias.
(Disponível no link http://www.cpqd.com.br/infraestrutura-laboratorial/4986-
laboratorio-de-usabilidade.html).
A infraestrutura básica para um laboratório de observação de usos prevê um espaço
reservado que permita aos pesquisadores observarem e entrevistarem os indivíduos6 no
momento de acesso às diversas plataformas e conteúdos (sala de testes); além de outra sala
para processamento dessas informações (sala de observação). Esses dois espaços estariam
separados não por paredes opacas, mas por um espelho falso (FIGURA 2).
FIGURA 2 – “O C.E.S.A.R tem praticado o conceito de design centrado no usuário desde 2003 [...] O Centro conta com
salas de testes e de controle, além de equipamento audiovisual como câmeras de HDTV, monitores para observação e
equipamento para acompanhamento”. INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS NO LINK http://www.cesar.org.br/site/ laboratorios/usabilidade/
Além da infraestrutura básica, buscamos um conjunto de ferramentas metodológicas
aptas a analisar e diagnosticar soluções adequadas aos comportamentos complexos obser-
vados hoje a partir da convergência dos meios digitais em comunicação. O C.E.S.A.R -
“centro privado de inovação que utiliza engenharia avançada em Tecnologias da Informa-
ção e Comunicação (TICs) para solucionar problemas complexos para empresas e indústrias
6 O indivíduo receptor de mensagens televisuais – conhecido por sua natureza passiva, como telespectador –, a partir da
digitalização dos meios, começa a ser analisado por seu potencial imersivo e passa a ser denominado, entre outras coisas,
como: usuário, (SANTAELLA, 2004), interagente (PRIMO, 2003), interator (MURRAY, 2003) ou participador
(MACIEL, 2009). Para efeito deste trabalho, passaremos a chamá-lo de teleusuário (BRACKMANN, 2010).
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de diversos setores”7 - estabelece quatro etapas básicas para as criações centradas no usuá-
rio: 1) Pesquisa com Usuários: para identificação das suas necessidades, o Centro utiliza
estudos qualitativos, etnografia rápida, entrevistas em profundidade e outras; 2) Brainstorm:
a partir das informações coletadas na pesquisa, a equipe de trabalho passa para a etapa
seguinte; 3) Prototipação Rápida: design de protótipos; 4) Avaliação: testes sobre os
protótipos com usuários reais.
Em função da complexidade no campo de atuação com mídias digitais, refletimos
sobre a necessidade de aprofundar qualitativamente as observações de campo. Portanto, os
instrumentos de coleta inicialmente pensados - dentro do que se pretende como observação
participante - são os mais convencionais possíveis: diário de campo e entrevistas presen-
ciais. No entanto, buscamos na entrevista narrativa (EN) o ferramental necessário para
estimular e encorajar os entrevistados, chamados, assim como no campo etnográfico, de
informantes (JOVCHELOVITCH e BAUER, 2008, p.93). Especificamente no caso da EN,
classificada como qualitativa e considerada uma forma de entrevista não estruturada, há
uma grande resistência ao esquema pergunta-resposta. Por isso, um roteiro preliminar
existirá no sentido apenas de orientar o pesquisador na organização de suas demandas, e
não de conduzir a narrativa do informante, pois o intuito é conseguir uma versão mais
válida (quanto for possível) da sua perspectiva. “No modo pergunta-resposta, o entre-
vistador está impondo estruturas em um sentido tríplice: a) selecionando o tema e os tó-
picos; b) ordenando as perguntas; c) verbalizando as perguntas com sua própria linguagem”
(JOVCHELOVITCH e BAUER, 2008, p.95).
Seguimos também a orientação do texto O trabalho do antropólogo (2000), de Ro-
berto Cardoso de Oliveira, para assim conduzirmos nossos procedimentos no campo,
balizados por algumas etapas de apreensão dos fenômenos sociais: o olhar, o ouvir e o
escrever. Experiência similar foi descrita no artigo Zapping Hipermidiático: anotações
sobre metodologia para análise de aplicativos para televisão digital:
Já de início, na etapa do olhar, Roberto Cardoso de Oliveira (2000) chama a
atenção para a primeira experiência do pesquisador no campo: a “domesticação
teórica de seu olhar” (p.19). O objeto para o qual estamos dirigindo a nossa
atenção – nesse caso, a relação entre aplicativos para TV digital e alguns dos seus
usuários – será inevitavelmente alterado por nosso modo de visualizá-lo e por
todo o instrumental teórico que levamos para o campo de trabalho [...] As obser-
vações visuais do campo, orientadas por nossa “domesticação teórica” (OLI-
VEIRA, 2000, p.21), sugeriram momentos de interferência, para assim, ouvirmos
algo que pudesse encaminhar análises em torno dos fatos observados. Para
Roberto Cardoso de Oliveira (2000): o ouvir complementa o olhar (p.21) [...] Ao
7 Informações disponíveis no site do Centro, pelo link: http://www.cesar.org.br/site/areas-de-conhecimento/ userexperience/.
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considerar o olhar e o ouvir como atos cognitivos vinculados ao trabalho de
campo, resta para o ato de escrever a configuração final do produto, “isto é, de
trazer os fatos observados – vistos e ouvidos – para o plano do discurso”
(OLIVEIRA, 2000, p.25), para assim, criar condições de compartilhamento
(AZAMBUJA e MONTEIRO, 2011, p.6).
A fim de ampliar condições para o aprofundamento, as experiências da sala de testes
serão gravadas em vídeo, apostando em outras formas de interlocução entre pesquisador e
informante, para assim, contribuir com o levantamento de “boas questões” para as entre-
vistas narrativas (EN). Amplamente aceitas pela comunidade científica, as imagens audio-
visuais para Anne-Marie Pessis (2000, p.17) são registros “ainda mais ricos [que o desenho
ou a fotografia] por contar com a reprodução do tempo, do movimento e do som”. No
trabalho etnográfico, as ferramentas de coleta de imagens buscam a partir desta situação de
encontro, que a pesquisa de campo possa considerar, além da relação meramente ilustrativa,
“o processo de atribuição de significados produzidos pelos atores sociais” (BITTEN-
COURT, 2004, p.200). As interpretações podem assumir características mais reflexivas, ao
considerar a imagem um meio para se chegar às representações criadas pelo sujeito cognos-
cível no campo.
Sendo assim, as imagens gravadas em vídeo sem a presença física do pesquisador,
em alguns momentos, podem ser representativas no sentido em que podem trazer à tona
cenas nem sempre possíveis de serem observadas na relação formal entre entrevistador/
entrevistado.
Observamos na etnografia e nos estudos de recepção alternativas à necessidade de
contato direto com o campo no qual as mudanças estão sendo instituídas, “simulando” o
cenário - normalmente doméstico - e tentando aproximá-lo das situações “reais” das práti-
cas com a televisão: percepção dos aspectos culturais, das materialidades, maior disponibi-
lidade de tempo com os participantes, dispersão das interferências externas, comodidade no
momento da recepção etc. O objetivo final é, portanto, transformar o cenário da pesquisa
laboratorial em encontro dialógico entre pesquisador e informantes (MORLEY, 1992;
OROZCO GÓMEZ, 2005; AZAMBUJA, 2012).
Entretanto, ponderamos também em torno dos desafios metodológicos na passagem
da recepção televisiva para as novas mídias, ao separar dois momentos de recepção com a
televisão: antes e depois dos processos que incentivam a transmidiação e a interatividade.
Alguns pesquisadores afirmam que os desafios com a internet são ampliados, e nos con-
vocam a estarmos abertos às experiências de pesquisa com os chamados webmétodos
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(SANTAELLA e LEMOS, 2010; LOPES, 2011; RECUERO, 2012). Para alguns, etnografia
virtual ou netnografia (BRAGA, 2012; AMARAL, 2009; HINE, 2004).
A pesquisadora Lopes (2011) mantem sua preocupação focada no grau e no modo
de participação da audiência diante das situações complexas de multiplicação das
telas e modos de uso: da sua mobilidade, características e linguagem (AZAM-
BUJA e MONTEIRO, 2012, p.1282).
Assim, buscamos alinhavar um conjunto metodológico adequado à compreensão da
natureza complexa das múltiplas situações com convergência digital.
Resultados esperados
A parceria entre TV UFMA e Laboratório de Sistemas Avançados da Web – LAWS/
DEINFO/ UFMA vem no sentido promover uma fusão entre duas estruturas diferenciadas e
complementares. O LAWS, criado em 2007 vinculado ao Grupo de Pesquisa em Infor-
mática Aplicada (GIA), conta com uma infraestrutura de rede de alta velocidade, wireless,
estações servidoras, estações de trabalho fixas, assim como, equipe de assessoria técnica
altamente qualificada (entre doutores, mestrandos e graduandos).
Dessa cooperação entre LAWS e Departamento de Comunicação Social foram apre-
sentados resultados importantes: produtos inclusive premiados8 e publicados (AZAMBUJA,
2011; AZAMBUJA, 2008), além de alguns trabalhos multidisciplinares envolvendo moni-
tores do LAWS, alunos do Mestrado em Design/UFMA e da graduação do Curso de
Comunicação.
Por outro lado, a parceria com TV UFMA irá oferecer, além do espaço fixo para
instalação do laboratório, tecnologia para captação e edição de imagens, viabilizando,
portanto, produções de novas ideias e conteúdos. Outro fator importante, a TV UFMA
pretende estruturar condições reais para transmissão da interatividade, e assim tornar
possível a veiculação dos produtos planejados, criados e testados pelo grupo.
Experiências nesse sentido já vem sendo coordenadas pela Empresa Brasil de Co-
municação (EBC) - e suas parcerias -, desde 1012, quando deram início aos testes para a
implementação da TV Interativa na rede pública do país.
A etapa de testes, que terminou no final do último mês de março e que foi reali-
zada com 100 beneficiários do plano “Brasil Sem Miséria” e que assistiram, em
suas TVs, a primeira exibição de vídeos interativos é um projeto pioneiro que pre-
tende, de forma inédita, analisar a experiência dos telespectadores e dar um im-
8 1º lugar no Concurso de Inovação - Interatividade/Aplicativos, categoria Melhor Conceito/Trabalho de Pesquisa, no
Congresso da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET 2010 ). Título do trabalho: HiperTelejornal: roteiro
hipermidiático para telejornal e 1º Lugar Expocom/ Nacional (Categoria Áreas Emergentes - Modalidade Produto
Científico).
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pulso na implementação da interatividade através do Ginga no país. Para isso, ca-
da uma das famílias recebeu da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) um set-
top box, equipamento que, acoplado à TV, permitiu a interatividade no canal de
serviços do Governo Federal por meio do controle remoto (REVISTA SET, 2013,
p.28).
O projeto – que teve início em João Pessoa/PB – permitia ao telespectador assistir
ao canal da TV Câmara dos Deputados e acessar simultaneamente informações complemen-
tares sobre vagas de emprego, cursos de capacitação, entre serviços públicos em geral e
benefícios do Governo Federal. A experiência pioneira tinha com o objetivo testar e avaliar
os impactos da tecnologia de transmissão de interatividade via sinal de televisão nas
condições de vida dessas populações. Para André Barbosa, superintendente de Suporte e
Operações da Empresa Brasil de Comunicações (EBC):
Este é um projeto pioneiro, não só pela oportunidade de inclusão digital que
estamos dando a 100 famílias brasileiras, mas também porque será o primeiro a
ser avaliado pelos consultores do Banco Mundial que realizarão um projeto de
mensuração da experiência através do acompanhamento do trabalho, o que
permitirá ter pela primeira vez uma ideia do impacto social e uma visão
etnográfica real do impacto na recepção da TV Digital na América do Sul (apud
REVISTA SET, 2013, p.28).
Alguns desses resultados também estão relacionados à compreensão dos estímulos
necessários para esse novo momento da televisão (ou dos conteúdos convergentes a este
formato). Com a diversificação da grade de programação, a “disponibilização” de informa-
ções complementares, a complementação através de plataformas móveis e interativas, e
consequente mudança no comportamento dos espectadores, torna-se fundamental avaliar a
relação entre os conteúdos disponíveis e os contextos de recepção. Como já dissemos, nesse
cenário, parece-nos vital avaliar aspectos relacionados ao conforto no uso, melhor acesso, e
a busca por soluções adequadas e atraentes aos “novos usuários”. Colaborando, assim, com
o planejamento de novos conteúdos.
O resultado fundamental para nossa região, no entanto, é a sistematização dos pro-
cessos de avaliação desses conteúdos, a partir da instalação de um laboratório permanente
(e multidisciplinar) para observação de comportamentos em cenário transmídia.
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