OITICICA - Fasciculo7_Clarisia_racemosa_Ruiz_Pav_WEB.pdf

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  • MANUAL DE SEMENTES DA AMAZNIA ANO 2008 FASCCULO 7

    Moraceae

    GuaribaClarisia racemosa Ruiz & Pav.

    Brulio A. SantosJos Lus C. Camargo Isolde D. K. Ferraz

  • Santos, B. A.; Camargo, J. L. C. & Ferraz, I. D. K.

    Clarisia racemosa Ruiz & Pav.Moraceae

    2 Manual de Sementes da Amaznia (Fascculo 7) 2008 Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

    NOMES VULGARES

    ESPCIES RELACIONADAS

    Catruz, guariba, guariba-amarela, guariba-catruz, guariba-da-folha-larga, janit, oiti, oiticica, oiticica-amarela, oiticica-cica, oiticica-da-mata, oiticica-vermelha, quariba, tatajuba-amarela (Brasil); murere (Bolvia); arracacho, aji, caraco, guariuba, moral (Colmbia); matapalo, moral-bobo, moral-comida-de-mono, pituca, sola, zota (Equador); capinuri, chichillica, guariba, maxunasti, murere, tupay, turupay-amarillo (Peru).

    O gnero Clarisia foi descrito quase que simultaneamente por Abat em 1792 e por Ruiz & Pavon em 1794 (Lanjouw & Rossberg 1936). O gnero formado por 12 espcies: C. benthamiana K. Schum., C.biflora Ruiz & Pav., C. colombiana (Rusby) Lanj., C. mattogrossensis Lanj., C. mexicana (Liebm.) Lanj., C. mollis Standl., C. ilicifolia (Spreng.) Lanj. & Rossberg, C. panamensis Woodson, C. racemosa Ruiz & Pav., C. spruceana Lanj., C. strepitans (Fr. Allem.) Lanj. e C. urophylla (Donn. Sm.) Lanj. (MBG 2007).Das 12 espcies, a guariba pode ser facilmente confundida com apenas uma, C. biflora, que ocorre do Mxico ao Brasil (Acre, Mato Grosso e Par), porm em menores densidades (Rizzini 1971; Rizzini & Mors 1976). Entretanto, elas podem ser diferenciadas pelas folhas, observando-se os tipos de venao, e pelo tipo e disposio das inflorescncias e flores. C. biflora possui folhas com 6-12 pares de veias laterais ascendentes e inflorescncias femininas axilares, produzidas em ramos folhosos, com flores dispostas em pares axilares ou em eixos curtos racemiformes. C. racemosa possui folhas

    com 10-18 pares de veias laterais sub-horizontais e inflorescncias femininas produzidas em ramos mais velhos, sem folhas, com flores em eixos racemiformes.As espcies listadas a seguir so sinonmias de Clarisia racemosa Ruiz & Pav.: Clarisia nitida (Allemo) J.F. Macbr., Clarisia nitida (Fr. All.) Benth. & Hook., Olmedia erytrorhiza Hub., Soaresia nitida (Allemo) e Sorocea nitida (Allemo) Warb (Crrea 1926; Rizzini 1971; MBG 2007).

    As descries do fruto, semente, plntula e do processo de germinao foram baseadas em Crrea (1926), Lanjouw (1936), Rizzini (1971), Loureiro et al. (1979), Parrota et al. (1995), Ferraz & Varela (2003) e em dados no publicados. As outras partes da planta foram baseadas em Crrea (1926), Lanjouw (1936), Rizzini (1971), Loureiro et al. (1979), Roosmalen (1985), Santos (1987), Jankowsky (1990), Berg (1992), Parrota et al. (1995) e Ribeiro et al. (1999).

    de mdio a grande porte, com at 40 m de altura e geralmente 60-70 cm de dimetro altura do peito. O tronco da guariba delgado, retilneo e rico em tubos laticferos. A casca de cor castanho-escura a acinzentada e internamente vermelha. A superfcie da casca verrucosa e estriada transversalmente, formando linhas circulares eqidistantes e muito regulares. A textura verrucosa da casca est associada presena de inmeras lenticelas dispostas horizontalmente por toda a superfcie.

    DESCRIO BOTNICA

    rvore:

    Ramo com frutos maduros. (Foto: I. Ferraz)

  • 3As razes so de colorao vermelho vivo, sendo facilmente visveis quando alcanam a superfcie do solo. A copa da rvore estreita e frequentemente alcana posio superior no dossel de florestas maduras. A rvore exsuda abundantemente um ltex viscoso branco, tambm encontrado em outras espcies de Moraceae e em diversas espcies das famlias Sapotaceae, Apocynaceae e Euphorbiacae.

    alterna e simples com margem sinuada e revoluta, de forma elptica, ovada ou oblonga. O pice abruptamente acuminado e a base arredondada, levemente assimtrica. A textura da lmina foliar lisa e a consistncia coricea a cartcea. A lmina levemente discolor, verde na face adaxial e verde um pouco mais claro na face abaxial. Ambas as faces so glabras, mas se observa, na face abaxial, plos minsculos na veia central. O comprimento da folha bastante varivel. As dimenses variam de 4 a 15 cm de comprimento e de 2 a 6 cm de largura. A veia central possui seo transversal plana a levemente impressa, sendo saliente na face abaxial e plana a impressa na face adaxial. A venao secundria do tipo broquiddroma e formada por 10-18 pares de veias laterais sub-horizontais, salientes na face abaxial e planas na face adaxial. A venao terciria reticulada, saliente em ambas as faces, e a venao quaternria incompleta. O pecolo pode variar de 0,4 a 1,6 cm de comprimento, acanalado, glabro, esparsamente coberto por plos minsculos. Algumas vezes, observam-se estpulas caducas na base das folhas.

    Folha:

    Inflorescncia: Clarisia racemosa uma espcie diica e geralmente as rvores femininas so muito mais raras que as masculinas. As flores masculinas so dispostas em espigas pedunculadas arranjadas em inflorescncias racemiformes. Normalmente ocorrem duas inflorescncias por axila foliar, as quais apresentam um pednculo comum s espigas com 2 a 4 cm de comprimento, discretamente pubescente. As espigas, com 2 a 6 cm de comprimento, so amarelo-plidas a amarelo-esverdeadas, cilndricas e finas. Cada espiga sustentada por um pednculo curto (0,2 a 0,5 cm de comprimento), densamente pubescente. As flores femininas so dispostas em panculas racemiformes que ocorrem freqentemente em nmero de 2 ou 3 nas axilas foliares dos ramos mais velhos. Apresentam rquis pilosa, geralmente com 5 a 10 cm de comprimento, alm de brcteas pequenas, triangulares e pubescentes. Normalmente, so encontradas duas flores nas axilas de cada brctea. O pedicelo das flores femininas mede de 0,5 a 1,0 cm de comprimento e densamente pubescente.

    2 cm

    2 cm

    (Fotos: I. Ferraz)

    A) Folhas de uma plntula; B) Folhas de um indivduo adulto,

    (Foto: I. Ferraz)

    Frutos maduros originados de inflorescncias femininas que

    Santos, Camargo & Ferraz

    (Fotos: I. Ferraz)Galhas foliares com viso frontal e lateral.

    B

    A

    adaxial abaxial

    adaxial abaxial

  • SEMENTE

    ( ) Lanjouw (1936); ( ) Rizzini 1971; ( ) SUDAM 1979; ( ) Roosmalen 1985; ( ) Pia-Rodrigues & Jesus 1990; ( ) Parrotta et al. 1997; ( ) Paula & Alves 1997; ( ) Ferraz & Varela 2003; ( ) Dados no publicados

    A B C DE F GH I

    2,2 cm ; 2,0 (at 3,5) cm ; 3,6-4,0 cm ;

    3,5 cm ; 2,0-2,5cm ; 2,1 (1,4-2,7cm

    1,6 cm ; 2,3 cm ; 1,2-1,5 cm ;

    1,5 (1,1-1,9) cm

    1,6 cm ; 2,3 cm ; 1,2-1,5 cm ;

    1,4 (1,0-1,7) cm

    3,4 (1,0-5,9) g

    2,5 (0,5-3,5) g

    1

    FRUTO

    Comprimento:

    Largura:

    Espessura:

    Massa fresca:

    Massa seca:

    N de sementes/fruto:

    Comprimento:

    Largura:

    Espessura:

    Massa fresca:

    Massa seca

    N de sementes/kg:

    Teor de gua:

    Reserva principal:

    1,2 cm ; 2,8 cm ; 1,3 (1,2-1,5) cm

    0,9-2,5 cm

    1,8 cm ; 1,2 (1,1-1,4) cm ; 0,8-2,2 cm

    1,8 cm ; 1,0 (0,8-1,1) cm ; 0,6-2,2 cm

    3 g ; 1,0 (0,8-1,5) g ; 0,3-4,6 g

    0,5 (0,4-0,7) g ; 0,2-2,5 g

    1040 ; 1000 ; 526 (322-1000)

    52,2 (48,2-55,9)% ; 49,1 (39,8-59,6)%

    cotildones

    BIOMETRIA

    B A

    A

    D

    D

    F

    4

    Flor:

    Fruto:

    clice e corola so indistintos entre si tanto nas flores masculinas como nas femininas. As flores masculinas apresentam anteras emarginadas e geralmente so circundadas por brcteas de formato variado, levemente pubescentes. Geralmente, as brcteas se aderem umas s outras pela base, sugerindo um perianto. Os estames so dilatados na base e ocorrem freqentemente aos pares. As flores femininas apresentam pedicelo densamente pubescente e perianto em forma de cpula, levemente pubescente, adnato ao ovrio e composto por 4 brcteas triangulares a sub-orbiculares. O estigma possui de 0,4 a 0,5 cm de comprimento fino e proeminente. O estilete bfido e mede de 0,5 a 1,0 cm de comprimento.

    no h consenso sobre a tipificao do fruto. Neste manual o fruto foi classificado como pseudofruto. O fruto adnato ao perianto, de colorao verde quando imaturo, tornando-se amarelo, alaranjado e vermelho com a maturao. O formato elptico, com base e pice arredondados. Eventualmente, o pice levemente mucronado. Podem ser observados resqucios de estigma no pice do fruto e brcteas persistentes em sua base. A superfcie delgada, membranosa, lisa e glabra. A polpa (perianto), com espessura variando de 0,2 a 0,5 cm, mais espessa na regio apical do fruto, alaranjada, rica em lipdios e comestvel. Os frutos, considerando os pednculos, podem atingir at 4,0 cm de comprimento e so geralmente dispostos ao longo dos ramos mais velhos. Frutos imaturos, quando cortados, exsudam ltex branco em abundncia. Com a maturao, a exsudao diminui. Poucos frutos se desenvolvem por inflorescncia.

    Manual de Sementes da Amaznia (Fascculo 7) 2008 Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

    G

    G

    I

    I

    A D

    D,F,I

    G

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    A D

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    H

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    D H I

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    H

    H

    B,G,H,I

    C

    I

    I

    I

    I

    2 cm

    2 cm

    (Fotos: I. Ferraz)

    A) Frutos em diferentes estdios de maturao; B) Visualizao d a p o s i o

    polpa(perianto)

    semente

    brcteaspersistentes

    cotildones cortados,internamente amarelados

    pice levementemucronado

    B

    cotildonedestacado

    hilo

    eixo embrionrio

    A

    C

  • 45

    Semente:

    Plntula:

    possui formato ovide a orbicular, de consistncia relativamente firme (fcil de cortar). A superfcie predominantemente verde-clara, lisa e coberta por uma membrana translcida que a torna opaca. A colorao verde freqentemente interrompida por sulcos marrom-claros, formando retculos irregulares de vrios tamanhos. A regio do hilo amarelada e delgada. As sementes apresentam dois cotildones verdes, espessos e quando feridos exsudam ltex esbranquiado. Internamente os cotildones so amarelados.

    O sistema radicular apresenta uma raiz pivotante de cor vermelho vivo, caracterstica da espcie. O eixo epictilo at a primeira folha mede de 6 a 13 cm de comprimento, verde, liso e coberto por plos amarelados, bem curtos e esparsos. Apresenta de 6 a 11 catfilos triangulares. Em estdio mais avanado de desenvolvimento, o caule torna-se vermelho na base e observam-se lenticelas ferrugneas, lineares e alongadas, dando uma textura levemente estriada ao epictilo. Os entrens variam de 1,0 a 3,5 cm de comprimento, so verde-ferrugneos, lisos e pubescentes como o epictilo. Apresentam lenticelas similares s do eixo, porm amareladas. As primeiras folhas variam de 3,5 a 9,5 cm de comprimento, so simples, alternas

    e tm formato oval e consistncia papircea. O pecolo mede de 0,5 a 0,8 cm de comprimento, verde, liso, acanalado, levemente retorcido na base e apresenta plos semelhantes aos dos entrens, porm mais raros. A lmina foliar discolor, sendo verde na face adaxial e verde-claro na face abaxial. lisa, opaca e glabra em ambas as faces, com exceo da regio prxima veia central, que apresenta plos minsculos. A base arredondada e o pice caudado. A margem inteira e revoluta. A venao pinada. A veia central saliente e glabra na face abaxial e plana a impressa cncava na face adaxial, com plos curtos, claros e esparsos nesta face. A venao secundria broquiddroma, plana na face adaxial e saliente na face abaxial. A venao intersecundria abundante, as tercirias so reticuladas e as quaternrias so incompletas. Podem ser observadas pequenas estpulas caducas (0,2 cm), verdes a marrom-avermelhadas e glabras. As prximas folhas apresentam a maioria das caractersticas iguais s descritas para as primeiras folhas, exceto o tamanho maior (7,0 a 12,5 cm), o formato oblongo a elptico e a consistncia papircea a cartcea. A gema apical verde-clara e densamente coberta por plos curtos esbranquiados. Pecolos e folhas das plntulas, quando feridas, exsudam ltex branco.

    Santos, Camargo & Ferraz

    A) Muda com cerca de trs meses em estdio mais avanado de desenvolvimento. O caule torna-se vermelho na base. O sistema

    gema apical

    caule

    cotildone

    cotildone

    raiz pivante de cor vermelho

    caule na base de cor vermelho

    estpulacaduca

    A B

    (Foto: I. Ferraz)

  • 6 Manual de Sementes da Amaznia (Fascculo 7) 2008 Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

    DISTRIBUIO, ABUNDNCIA E ECOLOGIAA ocorrncia geogrfica de C. racemosa est associada s florestas midas encontradas do sul do Mxico ao sul do Brasil (Rizzini 1971), incluindo reas florestais da Bolvia, Colmbia, Equador, Peru, Suriname e Venezuela (MBG 2007). De acordo com a literatura disponvel, a espcie ocorre em florestas localizadas entre 50 a 900 m de altitude, com temperatura mdia anual em torno de 23 C (Loureiro & Lisboa 1979; Loureiro et al. 1979; Cascante & Estrada 2001). Ocorre mais comumente sobre solos slico-argilosos ou argilosos, raramente a espcie encontrada em florestas inundveis. No Brasil, comum em florestas de terra firme de toda a regio Amaznica (Oliveira & Mori 1999; Ribeiro et al. 1999), ocorrendo mais raramente em algumas reas de Floresta Atlntica de Pernambuco ao Rio de Janeiro e Minas Gerais (Crrea 1926; Chudnoff 1979; Loureiro et al. 1979; Jankowsky 1990; Ferraz et al. 2004a). A densidade de rvores de guariba varia bastante entre as florestas neotropicais. Na Bahia, h registros de densidades to baixas quanto 0,2 rvores por hectare (Rizzini 1971). Segundo Loureiro et al. (1979), a densidade de guariba nas florestas de terra-firme do Distrito Industrial da SUFRAMA, nas proximidades de Manaus, de uma rvore por hectare, valor confirmado por Rossi (1994) para a mesma rea (0,92 rvores/ha). Cascante & Estrada (2001), em um levantamento florstico de rvores com DAP maior que 10 cm em 3 ha de uma floresta pr-montana na Costa Risca, registraram uma densidade muito maior do que aquela conhecida para a Amaznia Central. Neste estudo, C. racemosa foi a segunda espcie mais abundante. Os autores amostraram em mdia 34 rvores por hectare e chegaram a um ndice de dominncia de 5,8% para a guariba. No entanto, a espcie esteve ausente em 24% da rea amostrada. Os autores ressaltam que a densidade da espcie variou consideravelmente entre os trs hectares estudados e sugerem que a espcie ocorre em pequenos agrupamentos, o mesmo foi proposto por Chudnoff (1979). importante lembrar que a espcie diica e que rvores femininas so mais raras que as masculinas (Crrea 1926). Esta diferena na razo sexual tem diversas conseqncias para a reproduo e a dinmica populacional da espcie, devendo ser levada em considerao na elaborao de planos de manejo e conservao da guariba. No h estudos sobre ecologia da polinizao ou biologia floral de C. racemosa. Embora os frutos carnosos da guariba atraiam diversos vertebrados frugvoros, no existem trabalhos direcionados especificamente ecologia de disperso da espcie. Por outro lado, h diversos estudos mostrando que a espcie faz parte da dieta de primatas e aves de mdio a grande porte. A informao disponvel permite afirmar que a disperso das sementes da guaruba principalmente endozoocrica (Roosmalen 1985). De acordo com Roosmalen (1985), os frutos da guariba so muito procurados por tucanos, jacus e macacos-pregos. No nordeste da Bolvia, h registros de macacos Callimico goeldii, Saguinus fuscicollis e S. labiatus (Callitrichinae) se alimentando dos frutos da guariba (Porter 2001). Alm dos Callitrichinae, macacos Alouattinae e Atelinae tambm se alimentam dos frutos de C. racemosa. Na Colmbia, em La Macarena, as sementes da guariba podem ficar at duas horas no trato intestinal de Lagothrix lagothrica (macaco-barrigudo, Alouattinae), que as defecam a uma distncia mdia de 126 m da rvore me (Yumoto et al. 1999). Na mesma rea de estudo, os frutos da guariba tambm foram registrados na dieta alimentar de Ateles belzebuth belzebuth (macaco-aranha, Atelinae; Shimooka 2005). Na Amaznia Central, em fragmentos de 10 ha localizados a 80 km ao norte de Manaus, foi o bservado que macacosAlouatta seniculus (guariba, Alouattinae), embora se alimentem

    preferencialmente de folhas, tambm se alimentam dos frutos da guariba (A. M. Santamara-Gmez, comunicao pessoal).Os propgulos da C. racemosa no atraem apenas macacos e aves. Suas sementes so freqentemente predadas ou enterradas por diversos mamferos terrestres, como ratos, pacas, cotias, catetos e queixadas. DeMattia et al. (2004), ao estudar os efeitos diretos e

    c 2m

    Exsicata da plntula com cerca de quatro meses. (Foto: I. Ferraz)

  • 7indiretos do consumo de sementes por pequenos e grandes mamferos no Parque Nacional do Corcovado (Costa Rica), registraram que 59% das sementes de C. racemosa foram destrudas por pequenos roedores, que alm de consumir as sementes, tambm as enterravam.Estudos especficos sobre a interao de C. racemosa com seus herbvoros e patgenos so praticamente inexistentes. Sabe-se apenas que em plantios com 50% de luz na Reserva Ducke (Manaus, Brasil), aps 11 anos de monitoramento, nenhuma das plantas sobreviventes foi atacada por pragas (Loureiro et al. 1979). De acordo com Crrea (1926), supe-se que o fruto pode ser atacado pela lagarta rosada do algodoeiro. No foram encontrados estudos sobre recrutamento e estabelecimento de plntulas em ambiente natural.Segundo Ferraz et al. (2004b), C. racemosa pode ser classificada ecologicamente como uma espcie oportunista-tardia, j que rene as seguintes caractersticas: madeira com densidade moderada (0,5

    3a 0,8 g/cm ), frutificao irregular, disperso zoocrica (aves e 3mamferos), e semente muito grande (>5,0 cm ), sem dormncia,

    intolerante ao dessecamento e de curta viabilidade no hbitat natural (

  • 8 Manual de Sementes da Amaznia (Fascculo 7) 2008 Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

    GERMINAOA germinao do tipo unipolar e hipgea cotildones. Como os cotildones se abrem durante o processo germinativo, a germinao pode ser classificada como fanerocotiledonar, ou semi-hipgea conforme Ng (1978). As razes j surgem com colorao vermelho vivo, caracterstico da espcie. O hipoctilo no se alonga com o desenvolvimento. Os cotildones contm reservas, so espessos, carnosos, iguais e do tamanho da semente. Durante o processo de germinao, os cotildones verdes se abrem e formam um ngulo de at 90 entre si. O eixo alonga-se alguns centmetros, sem formar um gancho, antes da expanso das primeiras folhas. No viveiro, em substrato com areia e vermiculita, os cotildones podem permanecer aderidos plntula por pelo menos seis meses.Em condies de laboratrio a germinao em vermiculita de granulao mdia muito boa. Entre 15 C e 35 C, as porcentagens de emisso da raiz e a formao de plntulas normais so altas (>87%) e no so afetadas significativamente pela temperatura, mas a velocidade de germinao maior a 30 C (Ferraz & Varela 2003). Nesta temperatura (30 C), a emisso da raiz leva sete dias e a formao da plntula 17 dias. A temperatura mnima de germinao se situa entre 10 C e 15 C e a mxima entre 35 C e 40 C.Na avaliao de plntulas com germinao hipgea observa-se no laboratrio geralmente o desenvolvimento at a expanso do primeiro eofilo para assegurar o sucesso de estabelecimento no campo. No caso de C. racemosa, necessrio um perodo de tempo

    com o eixo entre os relativamente longo para se atingir este estdio de desenvolvimento. Adicionalmente, a parte area grande (6 a 13 cm de altura) e delicada, dificultando o acompanhamento em laboratrio. Recomenda-se para esta espcie considerar como plntula normal, aquela que apresente parte area com 1 cm de altura, sem nenhuma anormalidade e que tenha gema apical visvel (Ferraz & Varela 2003).

    Informaes sobre a propagao desta espcie so muito escassas. Por serem intolerantes ao dessecamento, as sementes de C. racemosa so difceis de ser manejadas (Ferraz & Varela 2003). Foram registradas 90% de germinao das sementes em sementeira com repicagem para canteiros expurgados em sacos plsticos (Loureiro et al. 1979). Um estudo realizado pela SUDAM (1979) relata, sem informar o substrato utilizado, uma germinao em torno de 80% em um perodo de um a dois meses. No viveiro, em substrato de areia e vermiculita, a emergncia da parte area ocorre entre 3 e 5 semanas aps a semeadura e a formao da plntula entre 5 e 8 semanas (dados no publicados).A semeadura direta para plantio definitivo no satisfatria. O plantio da guariba deve ser feito atravs de mudas em sementeiras ou diretamente em sacos plsticos. Loureiro e colaboradores (1979) recomendam que o plantio seja feito no espaamento de 5 x 5 m sob sombra de floresta madura com 50% de luz ou em plena abertura (100% de luz), utilizando mudas de raiz nua ou embaladas em sacos plsticos. Segundo o mesmo trabalho,

    PRTICAS DE VIVEIRO E PLANTIO

    viveiro

    viveiro

    viveiro

    laboratrio -germinador 20 C

    laboratrio -germinador 20 C

    Laboratrio -germinador 25 C

    Laboratrio -germinador 25 C

    Laboratrio -germinador 30 C

    Laboratrio -germinador 30 C

    TESTES DE GERMINAO

    Local do estudo

    Condio das sementes

    Critrio de germinao

    ( ) SUDAM 1979; ( ) Ferraz & Varela 2003; ( ) Dados no-publicados; nd= no determinado.A B C

    Substrato Germinao final (%)

    Tempo de germinao (dias)Inicial Mdio Final

    Tempo para germinao de 50% das sementes germinveis (dias)

    areia

    vermiculita

    vermiculita

    vermiculita

    vermiculita

    vermiculita

    vermiculita

    vermiculita

    vermiculita

    no informado

    recm beneficiada

    recm beneficiada

    recm beneficiada

    recm beneficiada

    recm beneficiada

    recm beneficiada

    recm beneficiada

    recm beneficiada

    no informado

    emergncia

    plntula normal

    raiz primria (5 mm)

    epictilo (1 cm)

    raiz primria (5mm)

    epictilo (1 cm)

    raiz primria (5 mm)

    epictilo (1 cm)

    80

    51

    39

    94

    91

    98

    87

    93

    89

    30 nd 60

    5,0 9,1 28,0

    11,0 20,7 49,0

    13,0 13,5 18,0

    22,0 26,0 28,5

    6,0 9,4 14,3

    14,5 18,3 23,3

    5,0 7,1 13,5

    13,0 16,7 22,5

    nd

    7,0

    19,0

    13,0

    26,3

    10,3

    18,0

    6,3

    16,5

    A

    C

    C

    B

    B

    B

    B

    B

    B

  • 9em plantio sob sombra, a primeira operao deve ser o corte das palmeiras, cips e rvores de pequeno porte no sub-bosque, seguido do anelamento das rvores restantes para se obter o grau de luz desejado.Embora a espcie apresente crescimento lento sob qualquer regime de luz, recomenda-se o plantio em reas com plena abertura para reduzir a mortalidade das mudas e favorecer o crescimento. Em plantios com 50% de luz na Reserva Ducke, aps 11 anos, a sobrevivncia foi de 37% e o crescimento de 3,3 m em altura e 1,6 cm em dimetro a altura do peito. Entretanto, em plena abertura, em um plantio com 13 anos de idade, a sobrevivncia foi quase duas vezes maior (68%) e o crescimento em altura foi um pouco maior (4,1 cm), mas o crescimento em dimetro (5,8 cm) foi quase quatro vezes maior (Loureiro et al. 1979). Em um estudo realizado pela SUDAM (1979), sem mencionar o regime de luz, encontram-se resultados semelhantes ao plantio em plena abertura na Reserva Ducke. De acordo com este estudo, a guariba apresentou um ndice de sobrevivncia de 70%, um incremento mdio anual de 52 cm em altura e de 0,70 cm em dimetro.Silva e colaboradores (2002) monitoraram mensalmente, por um ano, por bandas dendromtricas, o crescimento de espcies arbreas de uma floresta de terra firme ao Norte de Manaus. As 272 rvores monitoradas apresentaram incremento anual mdio em dimetro de 1,64 0,21 mm/ano. Entretanto, cinco das espcies monitoradas apresentaram incremento anual igual a zero, incluindo C. racemosa.

    USO E COMERCIALIZAOO uso principal da guariba a madeira. A espcie atinge comprimento comercial entre 15 e 18 m de altura (Jankowsky 1990). Em florestas de terra-firme do Distrito Industrial da SUFRAMA (Amaznia Central), o volume com casca por hectare varia entre

    30,05 m /ha e 0,09 m /ha (Loureiro et al. 1979). O alburno estreito e amarelo-esbranquiado e o cerne amarelo-claro quando mido, tornando-se castanho-amarelado com veias ondeadas mais escuras quando seco e exposto luz (Crrea 1926; Jankowsky 1990). Uma srie de estudos foram feitos para caracterizar a madeira da guariba e indicar seus diversos usos. Conforme o mtodo e a origem da matria-prima, h uma certa divergncia nos resultados.

    3A madeira foi considerada pesada (0,60 e 0,85 g/cm ) por Loureiro e colaboradores (1979), Loureiro & Lisboa (1979) e SUDAM (1979)

    3(0,26 a 0,90 g/cm ) e semi-pesada por Janhowsky (1990) 3(0,6 g/cm ). A superfcie descrita como ligeiramente spera ao

    tato por fcie (lustrosa), textura (mdia uniforme), sabor (inspida)

    3

    Santos, Camargo & Ferraz

    2 cm

    catfilos

    cotildone

    cotildone

    eixo epictilo primeira folha com 6-11 catfilos

    gema apical

    gema apical

    primeira folha

    Desenvolvimento da plntula aps a germinao. (Foto: I. Ferraz)

  • 10 Manual de Sementes da Amaznia (Fascculo 7) 2008 Clarisia racemosa Ruiz & Pav.

    vrios autores (Loureiro & Lisboa 1979; Loureiro et al. 1979; SUDAM 1979; Parrota et al. 1995), entretanto Jankowsky (1990) a classifica como lisa. Quanto ao tipo de gr descrita de vrias maneiras: gr-direita por Loureiro e colaboradores (1979) e Loureiro & Lisboa (1979); um tanto regular por SUDAM (1979); irregular por Chudnoff (1979); irregular a reversa por Jankowsky (1990); e gr-fina por Crrea (1926). H consenso entre os autores com relao superfcie (lustrosa), textura (mdia uniforme), sabor (inspida) e cheiro (inodora) da madeira. De acordo com Jankowsky (1990), a madeira apresenta de baixa a mdia resistncia mecnica e baixa retratibilidade. A durabilidade longa tanto em obras imersas como expostas (Crrea 1926), exceto em contato com o solo (Chundoff 1979; Loureiro & Lisboa 1979; Loureira et al. 1979; Parrota et al. 1995).A guariba usada na carpintaria, marcenaria, construo civil e naval, sendo utilizada como cabo de ferramentas, cochos de gua, esquadrias, caixilhos, tacos, forros, painis compensados, embalagens leves, tbuas em geral, vigamentos para construes temporrias, laterais de escadas e na fabricao de mveis e instrumentos musicais (Crrea 1926, Loureiro et al. 1979; SUDAM 1979; Parrota et al. 1995; Jankowsky 1990; Paula & Alves 1997). A espcie excelente para a confeco de canoas escavadas em troncos inteiros, devido facilidade de se trabalhar a madeira ao fogo, sendo muita usada por ndios para esta finalidade (Loureiro et al. 1979; Rizzini 1971). importante na indstria de compensados e laminados do estado do Amazonas, onde o seu uso ocupou o 8 lugar em 2000 (Lima et al. 2005). comercializada principalmente no Brasil, mas tambm indicada para exportao

    A secagem ao ar da madeira da guariba relativamente rpida, com leve tendncia ao empenamento e rachaduras (Chundoff 1979; Jankowsky 1990). Em caso de secagem artificial, recomenda-se um monitoramento cuidadoso para evitar o agravamento desses efeitos (Jankowsky 1990). Loureiro e colaboradores (1979) e Jankowsky (1990) consideram a madeira difcil de ser trabalhada devido ao tipo de gr, requerendo ferramentas bem afiadas para um bom acabamento. Por outro lado, Chundoff (1979) e SUDAM (1979) a consideram de fcil manuseio e ressaltam que a espcie permite acabamento esmerado. No so relatados problemas de colagem (Jankowsky 1990). As caractersticas da madeira se assemelham s do eucalipto(Loureiro et al. 1979). Entretanto, a guariba pode apresentar desvantagens como baixo rendimento comercial (44%) e grandes dificuldades na picagem devido dureza da madeira. Adicionalmente, apresenta pintas na pasta que, embora em pequena quantidade, permanecem aps o refino. De acordo com SUDAM (1979), o ndice de aproveitamento na serraria de 46,8% (tbuas, ripas, pernamancas e vigas), sendo 12,3% de 1 qualidade, 19,3% de 2 qualidade e 15,2% de 3 qualidade. A serradura da madeira verde tem o aspecto de l (Crrea 1926). Testes realizados na Venezuela indicam que a madeira resistente a cupins (Chundoff 1979).O uso da espcie basicamente relacionado madeira, mas o crtex quando cortado exsuda ltex branco. O exsudado, quando exposto ao ar, transforma-se em uma resina branco-escura, inodora, que serve para fazer cera. A decoco do crtex usada externamente para combater as doenas de pele e muito txico contra fungos de podrido da madeira (Crrea 1926).

    A floresta de terra firme nas proximidades de Manaus. (Foto: I. Ferraz)

  • 11

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    Santos, Camargo & Ferraz

  • A coleo do MANUAL DE SEMENTES DA AMAZNIA foi iniciada em 2003.

    At agora foram publicados:-Fascculo 1, 2003. Andiroba, Carapa guianensis Aubl., Carapa procera D.C. - Meliaceae-Fascculo 2, 2003. Castanha-de-macaco, Cariniana micranthaDucke - Lecythidaceae-Fascculo 3, 2003. Pau-rosa, Aniba rosaeodora Ducke - Lauraceae-Fascculo 4, 2004. Acariquara-roxa, Minquartia guianensis Aubl. - Olacaceae-Fascculo 5, 2005. Pupunha, Bactris gasipaes Kunth - Arecaceae-Fascculo 6, 2008. Inhar, Helicostylis tomentosa (Poep.& Endl.) Rusby - Moraceae

    Copyright: Os fascculos do Manual de Sementes da Amaznia esto disponveis no download no site do INPA (www.inpa.gov.br) e do PDBFF (www.pdbff.inpa.gov.br).O texto da publicao pode ser reproduzido em parte ou completo, desde que citada a fonte.

    Citao:Santos, B. A.; Camargo, J. L. C. & Ferraz, I. D. K. 2008. Guariba, Clarisia racemosa Ruiz & Pav. in: I. D. K. Ferraz & J. L. C. Camargo (Eds) Manual de Sementes da Amaznia. Fascculo 7, 12p. INPA, Manaus-AM, Brasil.

    Endereo:INPA- Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia CPST- Coordenao de Pesquisas em Silvicultura TropicalAv. Efignio Sales, 2239 CEP: 69060-020 Manaus-AM PDBFF - Projeto Dinmica Biolgica de Fragmentos FlorestaisCaixa Postal 478 CEP: 69011-970 Manaus-AM

    Editores: Isolde D. K. Ferraz & Jos Lus Campana CamargoFotografias: Isolde D. K. Ferraz Projeto Grfico: Tito FernandesProjeto Visual e Grfico: Harley A. V. dos SantosImpresso: GrafitechTiragem: 2000Manaus - Amazonas

    Apoio: O Fascculo 7 uma publicao conjunta dos Projetos Estudos para a conservao e uso dos recursos florestais: fenologia reprodutiva, morfologia, germinao e viabilidade de propgulos de rvores tropicais (proc. no.557044/2005-7 MCT/CNPq/PPG-7); "Guias e manuais para a propagao e conservao in situ e ex situ de rvores da Amaznia" (proc. no. 550076/2007-7 MCT/CNPq/PPG-7 no. 03/2007 e Manejo de Sementes de Espcies Amaznicas (FAPEAM), com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia (INPA), do Projeto Dinmica Biolgica de Fragmentos Florestais (PDBFF) e da Rede de Sementes da Amaznia. Esse trabalho a contribuio nmero 524 da srie tcnica do PDBFF.

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