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ONDE INVESTIR EM 2018 Ebook | 2018

ONDE INVESTIR EM 2018 - Arena do Pavini · Por isso, os juros futuros já mostram taxas mais altas para os próximos dois anos. ... 20, 30 anos, corrigidas pela inflação, o que

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ONDE INVESTIR EM 2018Ebook | 2018

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Sumário01 | Arrumar a casa

02 | Curto prazo: reserva de emergência

03 | Longo prazo: os sonhos

04 | Armadilhas da liquidez

05 | Renda fixa ainda é a principal opção

06 | Juro real líquido de 1,5% em 12 meses

07 | Imposto de renda fica mais importante

08 | Poupança: opção simples para prazos curtos

09 | Fundos DI com taxa de de administração de 1%

10 | Fundos de investimento renda fixa: olho nos custos

11 | Quando o fundo é melhor que a poupança

12 | Fundos de crédito, mais ganho com mais risco

13 | Fundos de longo prazo, ou duração alta:

fortes emoções

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Sumário14 | Quando o fundo DI caro é bom

15 | A vantagem dos papéis isentos

16 | LCI e LCA:

17 | CRI e CRA:

18 | Debêntures incentivadas

19 | Conta em uma corretora de valores e custos

20 | CDB e RDB

21 | Tesouro Direto, ainda bastante atrativo

22 | O que comprar no Tesouro Direto

23 | Juro real dobra patrimônio em 15 anos

24 | Quando a renda fixa assusta

25 | Fundos imobiliários: cuidados e vantagens

26 | Fundos multimercados, como escolher

27 | ACÕES

28 | Dólar, bom para proteção

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Onde Investir em 2018?

+ O ano começou com forte emoções e muitos altos e baixos nos mercados do Brasil e do exterior. Aqui, o brasileiro vai ter de se acostumar com uma das menores taxas de juros da história do país e uma inflação também das mais baixas, situação que pode durar mais tempo do que se pensa, com o benefício da recuperação da economia depois de dois anos da pior recessão da história. No exterior, o mercado internacional passa por uma fase de transição que marca a saída da crise de 2008, e que levará os bancos centrais dos países desenvolvidos a subir os juros e recolher parte da grande liquidez injetada nos mercados para incentivar as economias. E há ainda a eleição presidencial no Brasil, que será decisiva para a continuidade das reformas e, com elas, das taxas de juros e da inflação baixas.

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+ Tudo isso mexerá com a vida dos investidores, reduzindo os ganhos da renda fixa, mas criando outras oportunidades. E cada investidor terá de reavaliar sua carteira de investimentos à luz do novo ambiente. Mesmo que ainda haja muitas incertezas, uma coisa já se sabe: o investidor terá de se mexer e buscar alternativas para o dinheiro render mais além da renda fixa tradicional. Terá também de abrir mão da liquidez de curto prazo, aceitando prazos mais longos, para ganhar mais e reduzir a tributação. E precisará também dedicar algum tempo para entender melhor as opções para o dinheiro e seus riscos.

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1 Arrumar a casa Antes de sair atrás das aplicações que rendem mais, porém, é bom dar uma olhada mais cuidadosa no que se quer fazer com o dinheiro. A maioria das pessoas, quando consegue economizar, vai guardando um pouco do que ganha todo mês, sem se preocupar muito com o que vai fazer com o dinheiro. Por isso, é comum ter valores altos aplicados no curtíssimo prazo, rendendo menos, quando poderiam estar em aplicações mais longas, com ganhos maiores. “O primeiro passo é organizar os objetivos, o que se quer fazer com aquele dinheiro, para poder separar o que são recursos de curto e de longo prazo”, explica Guilherme Benites, sócio da Aditus Consultoria.

Curto prazo: reserva de emergência

Ninguém precisa ter todo dinheiro disponível para sacar no dia seguinte. Mas é bom ter uma parcela para emergências para o caso de demissão ou um imprevisto de saúde ou gasto extra. Aí cada um deve estimar quanto tempo levaria para arrumar outro emprego ou quanto poderia custar uma emergência e calcular o tamanho dessa reserva de curto prazo. Seis meses de salário, por exemplo, darão tranquilidade para a família?

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3 Longo prazo: os sonhos O restante do dinheiro pode ser alongado, de acordo com os objetivos, como comprar uma casa, um carro melhor ou viajar, sem esquecer da aposentadoria. Sabendo quando se vai precisar do dinheiro, dá para aproveitar melhor as oportunidades do mercado, em aplicações que têm algum risco de variação no curto prazo, mas que dão bons retornos no longo. E é comum bancos e empresas pagarem juros maiores para quem aplica por prazos mais longos sem compromisso de resgate antes do vencimento. O alongamento se torna mais importante agora, com juros mais baixos, quando qualquer ganho extra na renda fixa já será lucro.

4 Mas também não é bom deixar todo o dinheiro aplicado em ativos de baixa liquidez, como imóveis ou papéis muito longos que só permitem resgate no vencimento, pois na hora da emergência será preciso vendê-los com pressa e o prejuízo é inevitável. O refinanciamento de imóveis, ou home equity, reduz um pouco esse risco, mas o ideal é ter mais opções.

Assim, faça seus planos, separe os dinheiros pelo prazo e objetivo e escolha as melhores oportunidades para cada fatia. Lembrando que é bom fazer isso periodicamente, uma vez por ano pelo menos, ou quando ocorrer alguma grande mudança no cenário, como uma eleição.

Armadilhas da liquidez

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5 Renda fixa ainda é a principal opçãoApesar da forte queda dos juros, a renda fixa segue como a principal opção para o investidor fazer suas economias. O motivo é que ela é a alternativa de menor risco e maior liquidez e, portanto, pode ser usada para boa parte do dinheiro. Com o juro básico, a taxa Selic, caindo para 6,75% este ano, as aplicações que seguem esse indexador, como a poupança, o Tesouro Selic, os CDBs e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) ou do Agronegócio (LCA) vão render menos.

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A expectativa é que o juro volte a subir no ano que vem, para perto de 8% a 9% ao ano, dependendo do resultado da eleição presidencial no Brasil e dos juros nos Estados Unidos. A Selic deverá acompanhar a retomada da economia brasileira e da inflação, hoje em torno de 3% ao ano, mas que deve voltar para 4% no fim deste ano e em 2019. Por isso, os juros futuros já mostram taxas mais altas para os próximos dois anos.

5 Renda fixa ainda é a principal opção

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6 Juro real líquido de 1,5% em 12 meses Hoje, com os juros em 6,75% e inflação projetada de 4% nos próximos 12 meses, o juro real do investidor é de 2,65% ao ano brutos. Descontado o imposto de renda, de 17,5% para 12 meses a dois anos, o ganho bruto cairia de 6,75% para 5,57% e o rendimento líquido, para 1,5% ao ano. Dá para ver que esse ganho está muito baixo para os padrões brasileiros, de 1% nominais ao mês ou 5% ao ano além da inflação. É baixo até em relação aos juros americanos, hoje em 1,5% ao ano, mas que devem chegar a 2,25% nos próximos 12 meses.

Por conta dessa alta dos juros nos EUA, e da inflação mais alta aqui, o mercado espera uma Selic acima de 8% ao ano em 2019. Outro motivo para a alta é a meta de inflação do Banco Central, que cairá de 4,5% ao ano para 4,25%. Mas, hoje, ainda há aplicações que pagam juros reais muito maiores, de 5% ao ano para prazos de 10, 20, 30 anos, corrigidas pela inflação, o que já é um bom atrativo. Esses juros reais devem cair nos próximos anos, para perto de 3,5% a 4% ao ano caso o Brasil encontre o caminho do ajuste fiscal e da sustentabilidade da inflação baixa.

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Em um ambiente em que o ganho da renda fixa é menor, o investidor deve olhar com mais atenção para o imposto de renda. Como as alíquotas são progressivas, ou seja, vão aumentando com o passar do tempo, quanto mais se esticar a aplicação, menos imposto ela pagará. E, dependendo do prazo em que o dinheiro vai ser usado, pode ser melhor escolher entre uma ou outra aplicação de renda fixa. Até seis meses, o imposto vai ser de 22,5% sobre o rendimento, percentual que cai 2,5 ponto até 15% após dois anos.

Esse cenário tem impactos diferentes em cada tipo de aplicação.

7 Imposto de renda fica mais importante

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8 Poupança: opção simples para prazos curtos As cadernetas de poupança são as aplicações mais populares do Brasil, com mais de 60 milhões de investidores. O motivo não é sua rentabilidade, que deixa a desejar se comparada a outras, mas sua simplicidade, já que é só abrir a conta e começar a depositar. A rentabilidade já é líquida de imposto e é a mesma para todos, não varia de banco para banco. E é possível depositar valores pequenos, o que dá acesso a grande parte da população mais pobre. E há ainda a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), de até R$ 250 mil por investidor ou conta conjunta, até o teto de R$ 1 milhão.

A única complicação da poupança surgiu em 3 maio de 2012, quando o governo criou uma regra pela qual os depósitos feitos depois daquela data teriam um cálculo diferente do 0,5% ao mês mais Taxa Referencial (TR) quando os juros básicos atingissem 8,5% ao ano ou menos, como hoje. Assim, aplicações feitas a partir de 4 de maio de 2012 passaram a render 70% da Selic, acompanhando a queda da taxa de juros básica. Já os depósitos antigos, feitos antes de 4 de maio de 2012, seguem rendendo 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano líquidos, o que é um ótimo rendimento, superior até a alguns fundos para grandes investidores.

Já na poupança nova, os 70% da Selic de 6,75% equivalem a 4,72% ao ano líquidos, ou 0,385% ao mês (repare que com juros baixos, as casas decimais depois da vírgula ganham mais importância).

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9 Fundos DI com taxa de administração de 1% perdem para a poupança

Apesar de menor que o 0,5% ao mês, esse novo cálculo ainda mantém a poupança competitiva se comparada a fundos de investimentos conservadores, como os DI, que além do imposto de renda pagam também a taxa de administração cobrada pelos bancos. Um fundo DI com taxa de administração de 1% ao ano, por exemplo, empatará com o ganho da poupança somente nas aplicações acima de um ano. Para ganhar da poupança em todos os prazos, o fundo DI poderá cobrar no máximo 0,6% ao ano de taxa de administração, o que é uma taxa muito baixa para o varejo. “A poupança pode ser com certeza uma opção para as aplicações de curto prazo, até seis meses, por exemplo, ou para valores menores, em que não há opção de fundo mais barato”, afirma Mauro Calil, estrategista para pessoas físicas do Banco Ourinvest.

A poupança pode ser pior que o fundo também se o investidor não souber quando vai ter de sacar o dinheiro. Nesse caso, ele pode perder um mês de rentabilidade ao sacar antes da data na poupança. Já o fundo tem resgates diários.

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10 Fundos de investimento renda fixa: olho nos custos

11 Quando o fundo é melhor que a poupançaPortanto, o investidor deve buscar fundos que garantam uma rentabilidade ao menos superior à da poupança, o que significa taxas de administração de 0,60% ao ano para prazos mais curtos e 1% ao ano para aplicações com mais de um ano. Mas isso só vale para fundos que acompanham os juros da Selic, os chamados fundos passivos, dos quais fazem parte os fundos DI e as carteiras de curto prazo (duração baixa) soberanos.

A queda nos juros exige que os investidores confiram quanto estão pagando de taxa de administração em seu fundos de renda fixa. Com juros de 14,25% ao ano, ninguém se preocupava em pagar 2%, 3% de taxa para o banco, já que ainda sobravam 12,25%, 11,25% de juros. Mas, com uma Selic de 6,75%, 2% de taxa já reduzem o ganho bruto do investidor para 4,75%, em quase um terço. Retirando um imposto de 22,5% cobrado nas aplicações até seis meses, o rendimento final do investidor cairia para 3,68% ao ano líquidos, ou 0,30% ao mês.

O efeito do imposto também se torna mais claro com o juro baixo, explica Guilherme Benites, da Aditus. A mesma aplicação em uma alíquota de dois anos, de 15%, renderia 4,03% ao ano, ou 0,33% ao mês.

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12 Fundos de crédito, mais ganho com mais risco A queda dos juros incentiva o aumento das carteiras ativas de renda fixa, com gestores que se esforçam para render mais que o juro básico, e que assim podem cobrar taxas mais altas. Mas aí é preciso verificar o que o gestor está fazendo para conseguir isso. Em geral, eles buscam opções mais rentáveis em papéis de empresas ou bancos, o chamado crédito privado, e que pagam mais que os papéis do governo por terem risco de calote. Outros usam operações em mercados de derivativos, como opções, swaps ou mercados futuros ou até mesmo ações, para montar operações de renda fixa. Nesses casos, é preciso saber o risco que se corre em troca do ganho maior, conhecendo por exemplo quem são as empresas ou bancos devedoras do fundo.

Outra opção são fundos que aplicam em papéis mais longos, ou de duração alta. Esses fundos aproveitam os juros maiores pagos pelo governo ou por empresas ou bancos para quem deixa o dinheiro parado por mais tempo. Nesse caso, o investidor tem de olhar a aplicação também como sendo de longo prazo, pois o fundo pode ter oscilações fortes de curto prazo, chegando até a ter prejuízos em alguns dias, por conta da oscilação dos juros. Se o investidor aplicar e precisar sacar logo, pode pegar um período ruim para o fundo e sacar no prejuízo, perdendo a recuperação que poderia vir depois.Os fundos longos, que compram papéis que hoje pagam até 5% ao ano mais inflação, podem sair ganhando caso o país continue a ajustar suas contas e a taxa real caia nos próximos meses. Mas podem ter perdas se o cenário piorar e os juros reais tiverem de subir.

13 Fundos de longo prazo, ou duração alta: fortes emoções

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14 Quando o fundo DI caro é bom Quando um fundo DI com taxa de administração um pouco mais alta é bom? Só naqueles casos em que o investidor não sabe quando vai precisar do dinheiro, e não pode programar uma aplicação na poupança, por exemplo. Os fundos de renda fixa têm a desvantagem também de pagar imposto antecipado a cada seis meses, o chamado come-cotas, em maio e novembro.

15 A vantagem dos papéis isentos: Os papéis isentos de imposto sobre ganhos - Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), ou Imobiliária (LCI), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) ou do Agronegócio (LCA), e debêntures de infraestrutura ganham mais vantagens com o juro menor, especialmente nos prazos mais curtos, até seis meses, nos quais a alíquota de imposto cobrada nas demais aplicações é mais alta, de 22,5% sobre o rendimento.

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16 LCI e LCA As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são garantidas pelos empréstimos feitos pelos bancos a pessoas e empresas de cada um desses setores. Por serem papéis bancários, possuem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$ 250 mil por banco e até o limite de R$ 1 milhão por investidor, como os CDBs e a poupança.

Elas não pagam imposto sobre o rendimento para pessoas físicas, mas têm prazo mínimo para resgate ou só permitem saque no vencimento. Seus prazos são menores que os dos CDBs e RDBs, em geral de um ano a um ano e meio. E seu rendimento normalmente é calculado como uma porcentagem do juro do CDI, que acompanha a Selic. Aí é preciso conferir se a taxa não é muito baixa, mesmo em relação a um CDB que pague imposto. Uma LCI que pagar 70% do CDI por exemplo, estará pagando praticamente o mesmo que a poupança. Quanto mais perto de 100% do CDI, mais interessante para o investidor.

Em geral, os bancos pagam taxas mais altas para as LCI e LCA de prazos mais longos. Para aproveitar isso e driblar o problema da liquidez, consultores sugerem que o investidor monte uma carteira com várias datas de vencimento e prazos, para ter opções para resgatar. A vantagem das LCI e LCA diminui nos prazos mais longos, acima de dois anos, pois o imposto sobre as outras aplicações diminui para 15% e há o efeito do porcentual menor da taxa do CDI.

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Outros papéis com rendimentos isentos são os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Eles são emitidos por empresas desses setores, que dão como garantia valores a receber de outras empresas. Nesse caso,não há cobertura do FGC e o risco depende da qualidade da empresa emissora. Os prazos também são bem maiores que os das LCI e LCA, de três, cinco ou até 10 anos, e o rendimento pode seguir o juro diário do CDI nos prazos mais curtos e inflação do IPCA ou outro indexador mais juros reais nos prazos mais longos.

Também não há resgate antecipado. Se precisar do dinheiro antes do vencimento do papel, o investidor terá de negociá-lo no mercado, vendendo-o para outro interessado, de acordo com as condições do dia. Por isso, é bom aplicar nesses papéis somente o dinheiro de longo prazo mesmo. E escolher bem a empresa devedora.Os CRIs e CRAs são vendidos pelas empresas em ofertas públicas, como ações, mas podem ser adquiridas depois no mercado secundário de quem as comprou na oferta. Algumas corretoras de valores se especializaram nesse mercado e podem indicar boas oportunidades para comprar.

CRI e CRA17

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18 Debêntures incentivadasAs debêntures incentivadas são papéis isentos também emitidos por empresas voltadas para a infraestrutura, o que pode incluir empresas do setor elétrico, de construção ou de concessões de estradas e rodovias. Elas também têm prazos maiores, acima de 5 anos, e costumam pagar inflação mais juros reais.Mas vale o mesmo cuidado do CRI e do CRA: são papéis sem garantia do FGC, que dependem da saúde financeira do emissor, e não têm liquidez antecipada, precisam ser vendidos no mercado se for preciso sacar antes. A rentabilidade tanto dos CRIs, CRAs e debêntures incentivadas mais longas costuma ter como referência o juro pago pelo governo em seus títulos corrigidos pela inflação do IPCA, as NTN-Bs. Como são isentos, esses papéis podem pagar um percentual da NTN-B e ainda render mais que o

papel federal.

19 Conta em uma corretora de valores e custosPara comprar os papéis isentos, é preciso ter conta em uma corretora de valores, o que é simples e pode ser feito pela internet. Em algumas ofertas de CRA e CRI, é preciso ser investidor qualificado, o que significa ter pelo menos R$ 1 milhão em investimentos e assinar uma declaração de responsabilidade. O investidor deve ficar atento, porém, aos custos de corretagem e de custódia ou administração cobrados pela corretora para comprar os papéis e para mantê-los guardados. Se o custo for muito alto, pode tornar o negócio inviável. “O custo de transação fica mais importante agora com os juros mais baixos e o investidor deve tomar cuidado para não pagar demais por um serviço”, afirma Mauro Mattes, gerente de Investimentos da Concórdia Corretora.

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20 CDB e RDBAs corretoras também oferecem CDBs de bancos de menor porte. Os papéis isentos tiraram um pouco da atratividade desses papéis, mas eles ainda podem ser uma boa alternativa em termos de rentabilidade e segurança. E, com a esperada retomada do crédito, os bancos precisarão de mais recursos para emprestar e devem melhorar as taxas pagas aos investidores. Em muitos casos, depois de feitas as contas e descontado o imposto, alguns CDBs pagam mais que muitos papéis isentos e até que títulos do governo, com a proteção do FGC. E é possível montar carteiras com vários bancos, diversificando o risco.

O ideal é que o CDB pague mais que 90% do CDI, para render mais que a caderneta de poupança após o imposto de renda para todos os prazos. Deve também ter prazo superior a dois anos para que a alíquota de imposto de renda seja a menor, de 15% sobre o rendimento. Eles têm a vantagem de não pagar o come-cotas semestral cobrado nos fundos.

Mas é preciso ver as condições para resgates antecipados. O RDB não permite sacar antes do vencimento e, mesmo nos CDBs, em alguns casos, a antecipação não é permitida. Quando o banco abre uma exceção, o investidor vai receber um rendimento dentro das condições de mercado da época, o que pode reduzir o ganho. O mesmo ocorrer nos títulos do Tesouro.

Por pagar uma porcentagem maior do CDI que as LCI e LCAs isentas, o ganho dos CDBs ao longo do tempo acaba sendo maior. O efeito matemático do percentual mais baixo no cálculo da remuneração acaba anulando a vantagem da isenção a partir de determinados prazos, por isso o investidor deve ficar atento e dar preferência para CDBs mais rentáveis nos prazos mais longos.

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21 Tesouro Direto, ainda bastante atrativoO Tesouro Direto é o site de venda de títulos do Tesouro Nacional para o varejo via internet. Para comprar, porém, é preciso ter conta em uma corretora de valores, o que hoje é rápido e fácil de fazer. Depois é só transferir o dinheiro para a corretora e escolher os títulos que se quer comprar. A maioria das corretoras não cobra pela operação de compra e venda, a chamada taxa de corretagem, mas há uma taxa de administração anual que pode variar de zero a 0,5% ao ano. Além disso, a B3 cobra 0,3% ao ano para custodiar (guardar) os títulos. O ideal portanto é procurar corretoras com isenção ou que cobrem menos de administração, para não acabar pagando tanto quanto num fundo DI. Há papéis que pagam juros a cada seis meses (semestral) e os que só pagam no vencimento (final). Para quem quer juntar dinheiro, o ideal é o papel final, pois não é preciso ficar reaplicando os juros e não há o risco de pegar juros menores na reaplicação. Já quem quer uma renda periódica pode optar pelos semestrais.

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22 O que comprar no Tesouro DiretoO Tesouro Direto tem três tipos de títulos. O Tesouro Selic, antiga LFT, rende o juro diário do overnight e é indicado para o dinheiro de curto prazo ou para cenários de expectativa de alta nos juros. Com as taxas em 6,75%, ele tende a render menos no curto prazo, mas acompanhará a alta da Selic para 8,% a 9% no ano que vem. É uma alternativa também para quem acredita que as coisas podem piorar e os juros terão de subir mais.

Outro papel é o Tesouro Prefixado, ou LTN, ou NTN-F, que como o nome diz tem uma taxa fixa até o vencimento do papel. Esses títulos são indicados para períodos em que a tendência dos juros é de queda. Hoje, esses papéis pagam para prazos de sete anos, até 2025, juros de 9,71% e, para 10 anos, 9,87%, o que já embute a expectativa de alta da Selic e mais um prêmio pelo risco de a alta dos juros ficar acima do esperado. Analistas acham que esse prêmio já caiu bastante, mas ainda é vantajoso para quem apostar em um cenário de equilíbrio das contas públicas.

O terceiro papel é o Tesouro IPCA, ou NTN-B, que é corrigido pela inflação mais juros fixos. São os papéis mais longos e podem chegar a 2045 com juros no final e 2050 com juros semestrais. Esses títulos são indicados para quem quer ganhos com proteção para o patrimônio, já que a correção pela inflação garante a manutenção do poder de compra do dinheiro. Por isso, é indicado para os recursos para aposentadoria.

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Hoje, os juros reais dos papéis corrigidos pela inflação ainda estão atraentes, variando de 4,66% ao ano mais IPCA para prazos mai curtos, 2026, até 5,09% para os mais longos, 2050. Esse juro permite ao investidor dobrar o valor do patrimônio em termos reais em 15 anos.

Juro real dobra patrimônio em 15 anos

E a expectativa é que, se o país aprovar a reforma da Previdência e ajustar suas contas públicas, esse juro real cairá para perto de 4% ao ano, ou menos. O risco é que a situação fiscal volte a sair de controle com um governo irresponsável. Mesmo assim, o ganho do investidor é muito interessante.

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24 Quando a renda fixa assusta Os papéis prefixados e corrigidos pela inflação possuem um risco adicional que é a oscilação de seu valor no mercado. Todos os dias, bancos e investidores e o Banco Central reavaliam os juros e, com eles, o valor dos títulos, tanto públicos quanto privados. Se o juro cai, o valor dos títulos antigos, com juros menores, têm de subir, para se ajustar. E se os juros sobem, o valor dos títulos cai, pois os papéis antigos pagavam juros menores. Esse ajuste é diretamente proporcional ao prazo da aplicação. Ou seja, atinge mais os papéis mais longos. Mas para o investidor que não precisa vender antecipadamente o papel ele não significa nada. É como o valor do seu carro ou da sua casa no mercado. E ninguém vende a casa ou o carro só porque ele está valendo menos hoje.

Esse mesmo princípio se aplica aos CDB e às LCI, LCA, CRI e CRA na hora que o investidor vai pedir um resgate antecipado. O banco ou o outro investidor pagará o que o papel vale no mercado naquele momento, e com a desvantagem de, como são mercados menores, o desconto na recompra pode ser maior. Por isso, é mais importante o cuidado básico de separar o dinheiro e só aplicar em papéis longos o que for dinheiro de longo prazo.

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25 Fundos imobiliários: cuidados e vantagensPor sua isenção nos rendimentos pagos aos investidores, os fundos imobiliários já foram moda na época da outra queda forte dos juros, mas foram muito mal vendidos na época, como substitutos dos fundos de renda fixa. Eles não são. São investimentos em imóveis e estão sujeitos aos mesmos riscos e vantagens desse mercado, que tende a melhorar neste ano e nos próximos com a retomada da economia. Mas alguns empreendimentos podem não dar certo, como o Shopping Largo 13, que acabou vendido para um grupo do setor que refez o projeto, ou podem ter problemas com os inquilinos, como o do Hospital da Criança, que entrou em uma disputa pelo valor do aluguel que durou anos. E há ainda os riscos de inquilinos importantes que deixam grandes porções dos prédios vazios e reduzem o ganho distribuído para os investidores do fundo.

Além dos riscos individuais de cada projeto, há os riscos setoriais, explica Mauro Calil, do Banco Ourinvest. Ele desaconselha os fundos de agências bancárias, uma vez que a maioria dos grandes bancos estão fechando agências e aumentando o atendimento digital. “A agência, que hoje é garantida, está ficando arriscada, pois tem banco afirmando que vale a pena pagar a multa e encerrar agora o aluguel da agência”, afirma Calil. “Alguns falam em fechar até 25% das agências até 2020, o que vai fazer os fundos imobiliários desse tipo passarem um aperto”, alerta.

Ele também não recomenda fundos imobiliários de um só imóvel, com exceção de shopping centers. “Para ser monoativo, tem de ser um bruta projeto”, diz.

Mesmo os fundos de shopping centers começam a representar um risco, diz Calil, lembrando que a tendência é de crescimento das vendas pela internet. “Os shoppings estão mudando seu perfil, de vendas de produtos para serviços”, diz. Segundo ele, recentemente, um gestor de shopping disse que um restaurante famoso respondia por 15% da ocupação de vagas do estacionamento no fim de semana. “É isso, é serviço, as pessoas vão ao shopping menos para comprar e mais para se divertir, e os shoppings estão atentos a isso, abrindo mais salas de cinemas, de mais de uma rede, enquanto as lojas âncora perdem espaço”, explica. “O mix de serviços e lojas é que retêm a pessoa no shopping, como nos EUA.”

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Ele diz que a preferência deve ser por lajes corporativas e, ainda, shoppings, com boa estrutura de serviços. E, em segundo plano, os escritórios comerciais.

A vantagem dos fundos imobiliários é que o permite um investimento imobiliário com um valor muito baixo, a partir de R$ 1 mil ou menos. As cotas são vendidas em bolsa, como ações, e como os valores são baixos, pode-se montar uma carteira bem diversificada, com vários tipos de projetos, diluindo o risco.

E, na hora do aperto, é possível vender apenas uma parte das cotas na bolsa, o que torna o investimento muito mais líquido do que comprar um apartamento ou uma casa.

Além disso, o rendimento dos aluguéis distribuído é isento de imposto de renda, depositado mensalmente na conta do investidor. O aluguel tradicional de um imóvel é fortemente tributado e há o risco de ficar vazio e o investidor ter de pagar despesas de condomínio.

No fundo imobiliário, além do rendimento dos aluguéis, há ainda a valorização do próprio imóvel, que pode representar um ganho extra para o investidor.

25 Fundos imobiliários: cuidados e vantagens

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26 Fundos multimercados, como escolher

Os fundos multimercados são carteiras em que gestores experientes e especializados se encarregam de escolher a melhor aplicação em determinado momento do mercado. Por isso, são indicados como alternativa de diversificação neste momento de menor rentabilidade do juro básico. Espera-se que o gestor procure encontrar opções que rendam mais com um risco tolerável, sem a possibilidade de grandes perdas, protegendo o patrimônio. Mas não há uma fórmula única de fazer isso e por isso cada fundo de cada gestora pode ter desempenhos diferentes.

O problema é como escolher o multimercado, lembra Guilherme Benites, da Aditus. A rentabilidade passada nem sempre garante que o gestor continuará acertando no futuro. Por isso, o ideal seria analisar o desempenho desse gestor em um período mais longos e qual sua visão para o futuro e suas estratégias, o que aparece nas cartas mensais dos fundos.

Mauro Calil, do Ourinvest, sugere olhar o desempenho do gestor em momentos de crise dos mercados. “Olhar alguns momento de estresse e ver desempenho da gestão pode dar lições valiosas para escolher multimercado”, diz. Outro ponto para escolher é conhecer a equipe de gestão, sua história, onde trabalhou, a filosofia de trabalho e como as pessoas encaram investimentos. “Tem gestor que parece guru de auto ajuda e tem o que parece jogador de pôquer, frio, calculista, não expressa emoção”, diz. “Eu prefiro o segundo, o calculista, pois nos momentos de crise é melhor ter alguém de sangue frio para pensar”.

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27 AÇÕES O investimento em ações exige um preparo maior dos investidores. É preciso conhecer um pouco da empresa que se quer comprar, seu potencial de crescimento e de lucro. E também saber se o preço da ação está de acordo com esse potencial de ganho. Hoje, o Índice Bovespa está nos níveis mais altos da história em termos nominais, mas em termos reais ainda está longe dos 130 mil pontos, que seria o pico de 73.516 pontos de agosto de 2008 corrigido pelo IPCA.

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O cenário externo foi o que impulsionou a bolsa brasileira no fim do ano passado e no inicio deste, diz Marcelo Faria, responsável pela renda variável na Porto Seguro Investimentos. E a alta faz sentido, pois a economia mundial está voltando a crescer e deve aumentar o lucro das empresas. Mas a alta foi muito forte e muito longa, com baixa volatilidade, e isso assustou os investidores, o que levou às fortes quedas recentes nos Estados Unidos. O receio é de uma alta acima do previsto nos juros americanos que reduz fortemente a grande liquidez internacional.

A baixa volatilidade provocou uma certa leniência do mercado e, ao ajustar e desfazer posições, o mercado exagerou no movimento. “Foi mais um posicionamento técnico que fundamento, foi como um congestionamento no mercado pela baixa volatilidade”, explica Faria. Ele vê o movimento como um sinal de alerta, que a recuperação mundial ainda tem seus riscos. Mas os fundamentos ainda são favoráveis para as bolsas, com o crescimento de lucro e atividade e a perspectiva de que os bancos centrais ainda estão em posição de retirar liquidez mundial de maneira coordenada e antecipando os movimentos.

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No Brasil, o cenário interno começa a influenciar os preços, com a atividade econômica reaquecendo, ajudando a melhorar os ganhos das empresas e a arrecadação do governo. A eleição deve começar a influenciar os mercados depois de abril, quando os partidos tiverem definido seus candidatos.

Os juros baixos também favorecem a bolsa, ao incentivar o crédito e o consumo e reduzir o custo das empresas e do governo. Mas a eleição segue totalmente incerta, mesmo com a possibilidade menor de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concorrer. “Eu focaria mais em empresas com potencial de crescimento lucro e qualidade”, diz. Em termos de qualidade, ele fala em empresas que têm grande presença de mercado e resistência a crises, como bancos. No caso dos lucros, há setores que acompanham o ciclo da economia, como consumo, aço, petróleo, setor industrial e automobilístico.

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28 Dólar, bom para proteção

O dólar tem se comportado bem neste começo de ano e caiu de R$ 3,30 para perto de R$ 3,20. Essa queda pode ser uma oportunidade para quem não tem nada em ativos cambiais diversificar um pouco a carteira, ou para quem tem compromissos futuros na moeda americana se proteger de alguma oscilação mais forte. Mas como investimento, ele não faz parte das recomendações. Mauro Calil, do Banco Ourinvest, acha que o patamar de R$ 3,40 é o topo deste ano. “Pode existir algum momento de estresse, mas ele deve oscilar entre R$ 3,20 a R$ 3,40 o ano inteiro”, afirma. Em alguns momentos de extresse, a moeda pode até passar desse nível, mas sem grandes surpresas. “Vai ter a reposição da inflação”, diz.

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28 Dólar, bom para proteção

Uma alternativa para o investidor que está preocupado com o dólar são os Certificados de Operações Estruturadas (COE), vendidos pelos bancos, que oferecem a variação da moeda americana.

A especulação com o dólar deve ser feita por quem entende, por isso o ideal é o investidor fazer isso por meio de fundos multimercados, afirma Mauro Mattes, da Concórdia. A parcela em dólar pode ser também destinada a aplicações no exterior, que além da variação cambial podem render ganhos em renda fixa ou variável. “Há fundos espelho, que aplicam em carteiras lá fora, e que garantem uma diversificação grande de ativos em vários países”, diz. É uma opção para quem não quer ficar apenas com o investimento no Brasil para o caso de uma piora do cenário com as eleições. O ideal para carteiras maiores, acima de R$ 3 milhões, é ter até 30% no exterior.

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29 PENSA QUE ACABOU? Reveja as estratégias periodicamente

Há ainda inúmeras outras aplicações disponíveis, como comprar títulos brasileiros no exterior ou operações nos mercados de opções e futuros. Mas todas exigem maiores valores e estruturas que justificam a contratação de um consultor especializado. Para o médio investidor, as sugestões acima já garantem uma boa diversificação. E é importante que se reavalie a carteira periodicamente, para mudar estratégias ou renegociar tarifas com bancos e corretoras.

Procure se informar também sobre o que acontece nos mercados, em sites especializados e nos portais das instituições do mercado, como Comissão de Valores Mobiliários (CVM), bolsa de valores B3, Banco Central, Tesouro Direto, Ancord e Associação de Investidores do Mercado Financeiro e de Capitais (Amec).

CVM: WWW.cvm.gov.br

B3: WWW.b3.com.br

BC: WWW.bcb.gov.br

Tesouro Direto: WWW.Tesourodireto.gov.br

Ancord: WWW.ancord.org.br

Amec: WWW.amecbrasil.org.br

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G O S TO U D O E B O O KC O M PA R T I L H E C O M O S S E U S A M I G O S

E A J U D E - O S A F I C A R C O M

A CONTA A ZUL!

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ObrigadoANGELO PAVINI