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TIC BRASIL 1 PROJETO DE EAD MUDA A REALIDADE DA EDUCAÇÃO NO NORDESTE BRASILEIRO Conceitos e benefícios da Gestão de Portfólio Confira as tendências para o mercado de tecnologia PAG 28 ARTIGO TÉCNICO PAG 04 TENDÊNCIAS DE MERCADO Realidade Aumentada ORIENTAÇÔES NA PAG 1 oros1

ORIENTAÇÔES NA PAG 1 TIC BRASIL...A priori, o Lean Six Sigma não é absolutamente novo. O termo “Lean” surgiu na década de 1990 em um livro publicado nos Estados Unidos, de

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TIC BRASIL 1

EDITORIAL - O poder das novas experiências digitaisCONTEÚDO E EDUCAÇÃO

PRODUZIDO POR

ANO 2 | N0 04 | 2018 | REV

ISTA TIC BRASILTIC BRASIL

PROGRAMA DE

MEDIACAOTECNOLÓGICA´

´

ENSINO A DISTÂNCIA

AULAS AO VIVO

MODELO DE ENSINO PODE SER LEVADO A QUALQUER LUGAR DO PAÍS

TIC BRASIL TIC BRASIL 11

PROJETO DE EAD MUDA A REALIDADE DA EDUCAÇÃO NO NORDESTE BRASILEIRO

Conceitos e benefícios da Gestão de PortfólioConfira as tendências para o mercado de tecnologia

PAG 28ARTIGO TÉCNICOPAG 04TENDÊNCIAS DE MERCADO

Realidade AumentadaORIENTAÇÔES NA PAG 1 oros1

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Tendências para o mercado de tecnologia

PÁGINA 4

Lean Six Sigma: Sinônimo de qualidade e valor agregado

PÁGINA 8

Afinal, o que é carreira?PÁGINA 22

A docência e os desafios das tecnologias em sala de aula

PÁGINA 26

A revista TIC Brasil é uma produção editorial da Óros Conteúdo e Educação, uma das empresas do grupo ISG Participações. A empresa é responsável por gerar conteúdo e informação para vários canais e também disponibiliza para comercialização plataformas de Ensino à Distância (EaD). O material foi desenvolvido pela equipe de produção de arte e conteúdo da Oros em parceria com profissionais do setor de tecnologia e diversas áreas. As informações contidas nos textos são de responsabilidade de seus autores. A reprodução é autorizada, desde que citada a fonte.

ERRATA:Nas páginas 29 e 30 da edição n° 3 da Revista TIC Brasil publicamos que o Diogo Martins é Coordenador de Serviços na Intelit Service. O cargo correto é de Gerente de Serviços.

O poder das novas experiências tecnológicas

O ano de 2018 começa com grandes desafios para o mercado de tecnologia. Mesmo em tempos de crise, o setor tecnológico foi responsável por um crescimento acima do esperado em 2017 e deve superar as previsões para este ano. As principais tendências são ligadas às mudanças do dia a dia das pessoas e novas percepções do mundo digital. O conceito de ligar pessoas a pessoas pode ser aplicado ao Canal Educação, tendência de ensino a distância, mostrando que a distância não é empecilho para quase 35 mil alunos que estão conectados, em tempo real, em praticamente todo o estado do Piauí, por meio do Programa de Mediação Tecnológica.

Nos projetos de TI, as atividades e a complexidade demandam inovações sempre. Seja em diretorias de empresas, no investimento em colaboradores, gerências e até no perfil de gestores. Como conectar e acompanhar as atividades de cada profissional? Como saber, amiúde, as tarefas de cada equipe, como evoluem e o que ainda precisa ser desenvolvido?

Nesta edição, a revista TIC Brasil procurou desenvolver um conteúdo de informação dentro de um setor que movimenta bilhões e mexe com a expectativa e a realidade do consumidor. É um mundo de constantes mudanças e que deve ser acompanhado de perto por todos que trabalham ou que queiram inteirar-se sobre a área.

Boa leitura

Anderson Camelo – Diretor Executivo Oros

Presidente do Grupo ISGCarlos Jacobino

Expediente

Revisão:Raiany Rezende

Editor de Redação:Ana Paula Rocha

Diagramação e direção de arte: Eder F. Paiol

Conselho Diretor do Grupo ISG Heverton Ferreira, Rafael Lima

e Carlos Jacobino

Diretor Executivo Oros: Anderson Camelo

• CRS 514 Bloco C Entrada 49 Sobreloja Brasília - DF, 70380-535 - Fone: (61) 3327-3777

Email de contato: [email protected]

Editorial

BA IXE O APL ICAT IVO MAG IP IX (WWWMAGIP IX .COM.BR ) PARA O SEU D ISPOS IT IVO>NOVO CONTEÚDO> INFORME O CÓD IGO IND ICADO NA PÁG INA E SELEC IONE “AVANÇAR”> POS IC IONE A CÂMERA DO CELULAR NA IMAGEM IND ICADA E ASS ISTA AO V IDEO.

Realidade aumentadaSIGA AS ORIENTAÇÔES A SEGUIR:

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AINDA EM EDIÇÃO

A Realidade aumentadaORIENTAÇÔES NA PAG 1 oros1

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TENDÊNCIAS PARA O MERCADO DE TECNOLOGIA

CIBERSEGURANÇA

A definição de Inteligência Artificial – (IA) refere-se à simulação da possibilidade de máquinas reproduzirem a capacidade humana de pensar e agir. Apesar dos estudos da IA terem iniciado nos anos 50, é um ramo que vem sofrendo mudanças constantes desde então, para, finalmente, consolidar-se como forte tendência tecnológica até o ano de 2025. A realidade da Inteligência Artificial hoje já é a de solução para processos de tomada de decisões e de reinvenção para modelos existentes.

O desafio para as empresas de tecnologia agora é o de aumentar as aptidões e aperfeiçoar os métodos e as ferramentas necessárias para a criação de sistemas de IA, além de investir na capacitação de profissionais. Tudo isso com o menor espaço de tempo possível, já que as técnicas de Inteligência Artificial estão evoluindo rapidamente.

Para os próximos anos, quase todas as aplicações e serviços terão incorporado algum nível de IA. Aqueles que não incorporarem poderão não existir. O principal objetivo é transformar o trabalho como já é conhecido, além de sua estrutura. As empresas devem ter em mente que tecnologia baseada em Inteligência Artificial já mudou a forma de trabalhar os dados. E, segundo especialistas, toda essa possibilidade de refazer experiências para clientes trará recompensas para as iniciativas digitais até 2025.

O ano de 2018 começou e a previsão é que o mercado de tecnologia continue apresentando números promissores, apesar da crise mundial. A previsão dos especialistas é que o setor tenha um crescimento ainda maior que o do ano passado. O Gartner, uma das principais empresas de consultoria em TI do mundo, destacou alguns setores tecnológicos como importantes segmentos para os próximos cinco anos.

Os ataques às plataformas digitais têm sido cada vez mais constantes, portanto, a tarefa de manter uma rede de dados segura e protegida é de extrema importância para as empresas. Com tantos avanços e com a tecnologia tornando-se cada dia mais rápida, e parte da rotina das pessoas, criminosos colocam em risco a segurança dos dados de empresas e de clientes. A cibersegurança aparece então com a missão de proteger as informações digitais que são disponibilizadas nos sistemas. A área, portanto, figura entre as principais tendências de mercado para os próximos anos, principalmente para o mercado de trabalho.

O mercado de trabalho é promissor, porém, enfrenta a barreira de falta de profissionais qualificados. Parte da formação do especialista em segurança dá-se com o estudo de programação, sistemas operacionais, redes de computadores, mas também com a experiência de trabalho em diversas áreas de TI, além de características como curiosidade, persistência e comprometimento. É este profissional que deve estar cada vez mais antenado às necessidades do setor e aos recursos necessários para a implementação de medidas eficazes que reduzam riscos.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

TENDÊNCIAS DE MERCADO

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TENDÊNCIAS PARA O MERCADO DE TECNOLOGIA

INTERNET DAS COISAS

EXPERIÊNCIA IMERSIVA

BLOCKCHAIN

A capacidade de comunicação entre os objetos, a possibilidade de apresentar desenvolvimento e interagir com o ambiente e com os usuários fazem da Internet das Coisas (IoT) um dos principais setores na área de tecnológica a receber investimentos nos próximos anos. A IoT vem transformando a maneira como as pessoas convivem com a tecnologia e vem gerando avanços importantes para diversos setores econômicos. A aposta é que, com o avanço da Internet das Coisas, será possível contar com melhorias no dia a dia das cidades, nas indústrias e até na experiência do consumidor.

A realidade virtual continua mudando a maneira como as pessoas interagem com o mundo digital. Embora já haja um conhecimento maior sobre a área, o mercado atua de maneira indefinida e fragmentada, direcionado para realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) exigindo grandes investimentos. Mas o interesse no setor é alto e ele já figura entre as principais tendências até 2025.

A aposta dos especialistas é que as empresas devem aprofundar-se em ambientes específicos do cotidiano nos quais a realidade virtual e a realidade aumentada sejam aplicadas. O processo precisa ser eficaz e os profissionais devem melhorar os processos de design, treinamento e visualização. Um forte exemplo dentro deste ramo é a realidade mista, ou seja, a capacidade de imersão que combina as funcionalidades de VR e AR. Este tipo de experiência vem proporcionando uma inteligência atraente e contribuindo para melhorar a visualização e interação das pessoas com novas tecnologias.

De infraestrutura de moeda digital para plataforma de transformação digital, as tecnologias de blockchain têm evoluído e vêm oferecendo opções aos meios de transações centralizados e manutenção de registros. Funciona descentralizadamente, com uma base de dados que é distribuída em diversos computadores e que mantém os registros das transações com valores. A aplicação que teve origem no setor de serviços financeiros tem potencial para atingir áreas como governo, saúde, mídia, entre outros.

A maior vantagem, segundo especialistas, é que a tecnologia de blockchain pode ser a melhor forma de transferir dados sem que sejam copiados. As transações tornam-se mais rápidas e mais seguras, uma vez que não há um centro que controle tudo. Além disso, mesmo sendo público, o sistema blockchain é registrado e criptografado, o que garante agilidade e segurança. Apesar de figurar entre as áreas mais promissoras, devido ao seu caráter disruptivo, a aposta no setor ainda é em longo prazo, e a estimativa de desenvolvimento para o setor é para três anos.

Fonte: cgi.br e blogthinkbig.com

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LEAN SIX SIGMA: SINÔNIMO DE QUALIDADE E VALOR AGREGADO

Um dos maiores desafios das organizações atuais é saber não só como obter vantagem competitiva, mas também como mantê-la. As atuais condições para gerenciar um negócio e torná-lo competitivo de forma sustentável estão bem aquém daquelas que um dia nortearam os pensamentos econômicos e empresarias há uma ou duas décadas. Hoje, além da preocupação com suas margens de lucro, aumento de receita, redução de custos e despesas, penetração de mercado, produtividade, satisfação de clientes, colaboradores e acionistas, garantia da qualidade, as organizações precisam ainda conciliar essas variáveis com uma atenção à responsabilidade social, ética e preservação ambiental.

Neste cenário, é natural que as organizações busquem níveis de qualidade cada vez mais elevados, o que também exigirá ferramentas que proporcionem a melhoria contínua e otimização dos seus processos. Entre outras, a metodologia Lean Six Sigma tem demonstrado em grandes organizações o seu poder nas últimas décadas. Este, na verdade, é o resultado de duas metodologias com propósitos diferentes, mas que se complementam: Lean Manufacturing ou Manufatura Enxuta e Six Sigma. Este movimento de junção das duas metodologias ganhou força quando Jack Welch, CEO da gigante norte-americana General Eletric, resolveu difundir em suas organizações o sistema de produção e qualidade.

O sucesso desta empreitada mostrou que esta é uma metodologia eficaz e por esse motivo é, até os dias atuais, seguida pela GE, de acordo com Gary Cone – presidente e CEO da Global Productivity Solutions (GPS) – em entrevista à revista HSM Management. Além da GE e Motorola (pioneira no Six Sigma), grandes empresas foram exemplos de seu sucesso, como: Allied Signal, ABB, Ford, Citibank, Nokia, Compaq, Navistar, GenCorp, Sequa, Danaher, Crane, entre outras.

A priori, o Lean Six Sigma não é absolutamente novo. O termo “Lean” surgiu na década de 1990 em um livro publicado nos Estados Unidos, de nome “A Máquina que Mudou o Mundo” no qual foi apresentado um estudo sobre a indústria automobilística realizado no Massachusetts Institute of Technology - MIT. Neste trabalho, o Sistema Toyota de Produção evidenciava enormes diferenças em produtividade, qualidade, desenvolvimento de produtos.

O Lean Manufacturing é uma iniciativa para eliminar desperdícios e acelerar processos na medida em que se cortam os passos que não agregam valor, ou que são considerados desnecessários. Nesta linha de pensamento, partimos da premissa de que toda e qualquer organização está desperdiçando recursos, sem perceber, em diversas áreas, tanto administrativas quanto operacionais.

A roteiro frequentemente aplicado no aprimoramento de processos é chamado de DMAIC (Definir ou Design, Mensurar ou Mesure, Analisar ou Analyze, Melhorar ou Improve e Controlar ou Control).

ARTIGO

Já a origem do Six Sigma remonta ao ano de 1981, quando o presidente da Motorola, Bob Galvin, saiu em busca de programas de melhoria que suprimissem gastos e melhorassem seus processos. Foi então que Bill Smith, um engenheiro da Motorola, apresentou um trabalho concluindo que se os defeitos fossem detectados e corrigidos durante o processo de fabricação, seria estatisticamente improvável que novos erros surgissem nos testes finais do produto.

A partir daí, o Six Sigma passou a ser reconhecido e teve diversas adesões nas gigantes do mundo corporativo, empresas internacionais e também no Brasil, como: Belgo-Mineira, Embratel, Ambev, Grupo Gerdau e Cimentos Votorantim. Em resumo, o Six Sigma combina diversas ferramentas da qualidade com ferramentas estatísticas, provocando rupturas no pensamento gerencial e estratégico das organizações.

Figura 01: DMAIC

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TIC BRASIL 7

LEAN SIX SIGMA: SINÔNIMO DE QUALIDADE E VALOR AGREGADO

JOSÉ PEREIRA DOS SANTOS JUNIOR

Bacharel em Sistemas de Informação pelo Centro Universitário

Projeção, com especialização em Liderança sustentável e Coaching

Executivo. Possui certificação em Project Manager Professional - PMP

(PMI), Information Technology Infrastructure Library (ITIL), Completion´s

Certificate in Project Management (The George Washington University) e

Projects IN Controlled Environments (Prince2), formação Lean Six Sigma

Green Belt e formação internacional em Coaching Integral Sistêmico. Atua

no mercado de Tecnologia da Informação e Gestão prestando consultoria

em Projetos, BPM, Software e Gestão da Qualidade.

O objetivo básico das três primeiras etapas do modelo DMAIC (Design, Mesure e Analyze) consiste na compreensão mais completa e profunda do possível problema apresentado, dos processos que o influenciam, e, principalmente, das necessidades ou requerimentos dos envolvidos antes do início de qualquer implementação de solução. Muito embora o Six Sigma lance mão de um arsenal de ferramentas de análises quantitativas e qualitativas, o diferencial mais notável em relação a outras metodologias e abordagens é justamente a valorização deste trabalho inicial de compreensão do problema, com o foco principal no cliente.

Mas como pensamentos divergentes podem se tornar complementares? A verdade é que o Lean Manufacturing precisa do Six Sigma e a recíproca é verdadeira. A partir do momento em que se conhece os dois, não é mais possível dissociá-los. Enquanto o Lean tem foco em obter resultados rápidos através da eliminação de desperdício, o Six Sigma proporcionará resultados em médio e longo prazo, reduzindo as variações dos processos e proporcionando controle estatístico.

As organizações que adotam o Lean Six Sigma podem obter vantagens, pois o uso das ferramentas proporciona otimização de tempo, redução e correção no fluxo das informações tornando a operação eficiente e eficaz.

Benefícios:

- Redução drástica na fabricação de produtos com defeitos;

- Garantia de aumento no nível de satisfação de clientes;

- Redução do tempo gasto no desenvolvimento de novos produtos;

- Redução de estoques parados e assim redução de atraso nas entregas das mercadorias.

Ao mesmo tempo em que a organização poderá colher estes benefícios, poderá também deparar-se com algumas surpresas, pois o Lean Six Sigma não visa fazer uma análise dos riscos nos processos. Obviamente, o sucesso da implementação do Lean Six Sigma supera com grande margem suas desvantagens. Este fato

pode ser comprovado no Planejamento Estratégico das organizações, em que o Lean Six Sigma é adotado como uma Estratégia de Negócios e parte de seus planos globais de negócios. Quando estas companhias desenvolvem o planejamento para a operação da organização, elas incluirão diversas iniciativas-chave de melhoria que complementarão seus planos operacionais. A atenção às melhorias torna-se parte corrente dos negócios, e a qualidade é usada para o desenvolvimento e crescimento da organização.

No mercado atual, as demandas por produtos com qualidade, preço atrativo e tempo de entrega reduzido estão no foco dos clientes e estes são apenas alguns dos benefícios que o Lean Six Sigma traz às organizações, pois além de uma excelente ferramenta para a gestão estratégica, é uma forma de organizar e melhorar os processos, evitar desperdícios, aumentar o grau de satisfação dos clientes e produzir com maior qualidade, conseguindo assim a retenção de clientes potenciais.

Figura 01: DMAIC

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PROGRAMA DE MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA É UM ALIADO NO MODELO DE EDUCAÇÃO NO ESTADO DO PIAUÍ

MATÉRIA DE CAPA

CLEIDINALVA OLIVEIRA ANDRÉIA ROCHA

Trinta e seis quilômetros diários separavam a estudante Dailane de Oliveira Sousa de sua rotina escolar. O sonho de ingressar na tão sonhada faculdade de Engenharia Civil era o que movia a garota da Zona Rural de Dom Inocêncio, município do estado do Piauí, distante 615 km da capital, Teresina. Da menina pobre, filha de agricultor e professora, ficou a determinação como exemplo. Os olhos atentos à TV (sim, TV!) gravavam cada informação repassada pelos professores. As aulas que a garota acompanhava eram bem diferentes do modelo tradicional de ensino conhecido no Brasil. O conhecimento levado aos alunos do semiárido era exatamente o mesmo dos demais municípios e também de algumas escolas da capital do Piauí. As informações são transmitidas ao vivo, simultaneamente, via satélite; o ponto de transmissão é a capital teresinense, de onde são repassadas para os demais municípios.

O modelo das aulas por Mediação Tecnológica não surpreendeu apenas Dailane, como também os demais alunos que passaram a fazer parte do Canal Educação. Inicialmente, a estudante não recebeu com bons olhos a novidade. “Tudo que é novo assusta”,

comenta. Mas foi com o passar dos dias que a garota que se preparava para o vestibular encantou-se com o que aprendia na TV. Seu ambiente escolar era uma sala de aula comum, igual a todas as outras, exceto pela televisão sendo a protagonista principal. Do outro lado estava um professor ávido por ensinar, um educador formado em sua área de ensino, realidade que antes nem sempre era possível no estado. Foram as aulas de redação da professora Patrícia Lima que a auxiliaram a desenvolver seu texto quando finalmente prestou o vestibular para Engenharia Civil. A aprovação comprovou: uma garota da Mediação Tecnológica de escola pública pode sim realizar seus sonhos e ingressar nas universidades públicas ou faculdades particulares do país.

Foi no ano de 2012 que a Secretaria de Educação e Cultura do Governo de Estado do Piauí – SEDUC propôs a oferta de ensino por meio da Mediação Tecnológica, utilizando as grandes potencialidades das ferramentas tecnológicas no processo de ensino e aprendizagem. A ideia era atender a uma demanda social que se encontrava sem acesso ao Ensino Básico ou com déficit na grade de ensino em todo o estado.

PROGRAMA DE MEDIAÇÃO

ALIADO NO MODELO DE EDUCAÇÃO NO ESTADO

MODELO DE ENSINO PODE SER LEVADO A QUALQUER LUGAR DO PAÍS

Realidade AumentadaORIENTAÇÔES NA PAG 1 oros1

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Mikaelly Nagyla Santos é, também, uma dentre os 34.329 alunos que hoje integram o time do Canal Educação, contemplados nos 224 municípios do Piauí. Os dois anos de experiência fazem de Mikaelly uma aluna apaixonada pelo que vivencia todos os dias. A moradora do município de Elesbão Veloso hoje cursa o segundo ano do Ensino Médio e relata parte de sua experiência escolar: “posso dizer que o primeiro impacto foi inovador e, ao mesmo tempo, diferente daquilo visto. Confesso que de início não colocava muita fé no programa, mas

me adaptei rapidamente ao estilo de aula e é, sem dúvidas, o melhor universo que já vivenciei”, comenta. Para a estudante, que sonha com o futuro, vislumbrando as aulas do curso de Telecomunicação, o programa é a prova de que a tecnologia traz frutos e quebra barreiras. “Aliar a tecnologia com a educação, inserir isto em sala de aula, é compensador. O Canal Educação é o exemplo vivo de que a tecnologia pode ser extremamente útil no conhecimento, e, principalmente, na educação, fazendo com que tenhamos um bom uso dela, me possibilitando ter novas experiências de estudo”. Para Mikaelly, a ferramenta de interação via Webcam e microfone é a parte mais legal de se aprender com a tecnologia. “Assim, podemos ter um contato simbólico com nossos professores que estão ministrando nossas aulas do estúdio”. Segundo a aluna, o professor Adriano Ramalho, que ministra aulas da disciplina de Geografia, é um dos grandes motivadores de seu dia a dia. “Ele me mostra que nunca devo desistir do que tenho em mente, e é assim que vou seguir: com esses conselhos e também com os conhecimentos valiosos repassados em sala de aula, também pelos demais professores do Canal Educação”

“Sentir o carinho dos alunos pelo chat e principalmente quando faço as visitas às escolas, com enorme recepção e a vontade deles em presentear com coisas simples, mas com sentimento muito forte, dá um gás em continuar diariamente e fazer a diferença em suas vidas”.

E é sempre com um sorriso no rosto e uma piada bem elaborada que o “famoso professor Adriano” se divide entre o Canal Educação e as outras cinco escolas em que ministra sua paixão: a Geografia. Observar o seu passado, quando ainda era aluno e via sua mãe trabalhar para ganhar o equivalente à mensalidade de seu colégio, faz com que cada conselho e cada ensinamento valham a pena, repassando-os aos seus alunos, para inspiração e superação.

“Algo que me marcou foi meu encontro com os alunos de Olho D’água do Piauí, quando fui fazer a entrega dos livros vestido de Papai Noel,

em 2016. Lá contei aos alunos todo o caminho até chegar naquela sala, foi emocionante”. O professor também cita a satisfação de conhecer os alunos em suas cidades, quando ministra aulas de campo, pelo Canal. “Sentir o carinho dos alunos pelo chat e principalmente quando faço as visitas às escolas, com enorme recepção e a vontade deles em presentear com coisas simples, mas com sentimento muito forte, dá um gás em continuar diariamente e fazer a diferença em suas vidas”. É com esse sentimento que o educador observa que a tecnologia aproxima, seja entre a Capital e a Zonal Rural, entre o telespectador e o apresentador, entre o aluno e o educador. A tela de uma TV, que parece apenas separar, é, na verdade, uma nova maneira de ampliar e expandir os conhecimentos transmitidos através de recursos audiovisuais, animações, interações via chat e vídeo. E “conhecimento” é a palavra-chave que move a todos que fazem o Canal Educação.

DE OLHO NO FUTURO

me adaptei rapidamente ao estilo de aula e é, sem dúvidas, o melhor

do Piauí, quando fui fazer a entrega dos livros vestido de Papai Noel,

Professor Adriano do Canal Educação de Geografia

O professor Adriano em visita a cidade Olho D´Agua do Piauí

Mikaelly Santos aluna do Canal Educação

O professor Adriano em visita a cidade Olho D´Agua do Piauí O professor Adriano em visita a cidade Olho D´Agua do Piauí

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MATÉRIA DE CAPA

ESTÚDIO ETECNOLOGIA

Atualmente, o Canal Educação possui cinco estúdios funcionando diariamente nos turnos manhã, tarde e noite. Eles são equipados com cenário físico e ambiente para Chroma Key. Para a transmissão e direção de imagem das aulas são utilizados equipamentos customizados para o software vMix e o IPTV, as aulas são transmitidas via satélite e recepcionadas em cada escola através de um kit tecnológico. Neste ambiente atuam diretor de imagem e professora assistente, além do professor de estúdio e toda uma equipe multimídia no processo de transmissão das aulas. O ambiente escolar possui um professor presencial para apoio às aulas. Neste ano de 2018, o Canal Educação oferta Nível Médio, o Ensino Técnico, a Educação de Jovens e Adultos, o preparatório para o ENEM, além dos cursos técnicos e de graduação, por meio da Universidade Aberta do Piauí. O espaço é utilizado, ainda, para vídeo e webconferência para todo o Brasil, assim como para

formação docente e técnica de servidores públicos.

Presente em todo o estado, por meio de 403 escolas distribuídas nas Zonas Urbana e Rural, além de comunidades quilombolas e presídios, o programa possui atualmente 900 kits instalados nos 224 municípios do Piauí.

Em algumas localidades mais distantes dos centros urbanos, o kit é também utilizado para acesso a outras ferramentas online da SEDUC. Complementando toda essa infraestrutura, o Canal ainda disponibiliza para a rede um ambiente virtual de ensino que pode ser acessado em www.canaleducacao.tv ou pelo aplicativo “Canal Educação (SEDUC/PI)”, disponível na Play Store (para Android). Nesses ambientes, todas as aulas são publicadas em vídeo e com outros arquivos utilizados pelos professores. Desta forma, as aulas podem ser revistas na íntegra.

ESTÚDIO ETECNOLOGIA

Tecnologia de ponta e equipamentos de última geração levam conteúdo de qualidade a todos os municípios do Piauí

Font

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Edu

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224 403

Em 2018, será implantado nas escolas de tempo integral e em todas as gerências regionais.

4129

A E VOLUÇÃO DO CANAL EDUCAÇÃO EM NÚMEROS:

De acordo com o superintendente de

Ensino Superior da SEDUC-PI, Ellen

Gera, o número de alunos beneficiados

cresceu vertiginosamente de 2015 para

2017.

MUNICÍPIOS TURMASESCOLAS

2015 2016 2017 2018

13MILALUNOS EM

296 ESCOLASALUNOS EM

287 ESCOLASALUNOS EM

411 ESCOLASALUNOS EM

403 ESCOLAS

2 ESTÚDIOS 5 ESTÚDIOS2 ESTÚDIOS 5 ESTÚDIOS

24MIL 52MIL 60MIL

DE TRANSMISSÃO E 300 SALAS

DE TRANSMISSÃO E 300 SALAS

DE TRANSMISSÃO E 300 SALAS

DE TRANSMISSÃO E 900 SALAS

Foto: Canal Educação

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TIC BRASIL 14

“Enquanto outros estados tiveram queda no número de matrículas, o Piauí teve um crescimento de 13,35%, segundo dados do Censo Escolar 2017.”

REJANE DIAS

“UM DOS GRANDES DESTAQUES DO CANAL EDUCAÇÃO É A OFERTA DO PREPARATÓRIO ENEM AOS FINAIS DE SEMANA PARA TODOS OS MUNICÍPIOS DO ESTADO. OS RESULTADOS DE APROVAÇÕES EM VESTIBULARES SÃO BASTANTE EXITOSOS, CONTRIBUINDO PARA O PIAUÍ SER DESTAQUE NAS ÚLTIMAS EDIÇÕES DO ENEM, SENDO POR DOIS ANOS CONSECUTIVOS (2016 E 2017) O ESTADO COM MENOR NÚMERO DE ABSTENÇÕES NO EXAME”.

O Programa de Mediação Tecnológica Canal Educação surgiu no Piauí em 2012. Em 2015, o projeto ganhou expansão. Das salas de aula para cursos técnicos, a Mediação Tecnológica passou a ser parte ainda do dia a dia dos alunos que assistiam aulas do Ensino Médio. A cada ano novas demandas e necessidades faziam com que o Canal Educação chegasse a abranger 900 polos, em todos os munícipios do estado. Agora, no ano de 2018, o programa oferta vagas até mesmo para curso superior.

Para a secretária de educação do estado do Piauí, Rejane Dias, a Mediação Tecnológica, por meio do Canal Educação, tem revolucionado o ensino no estado: “O Canal Educação democratizou o acesso à educação, chegando a escolas de todos os municípios do Piauí e sendo implantado ainda em ambientes localizados em zonas rurais, como povoados quilombolas e fazendas. Outro público beneficiado com essas aulas são as pessoas privadas de liberdade, por meio de salas equipadas no sistema prisional do Piauí”.

A ferramenta, que está presente em todos os municípios, mescla transmissão de aulas via satélite e interatividade em tempo real entre professores (no estúdio) e alunos (nas salas de aulas espalhadas por todo o estado do Piauí) com um profissional de ensino permitindo uma mediação interativa. “Temos Ensino Médio regular, modalidade Educação de Jovens e Adultos, Pré-ENEM SEDUC, cursos técnicos: Administração, Vendas e Cooperativismo. Com o Canal, somos o único estado do Brasil a ofertar cursos técnicos em todos os municípios. Esse ano, a Mediação Tecnológica vai nos ajudar a levar o Ensino Superior a todos os municípios piauienses, através da Universidade Aberta do Piauí. Desta forma, o Canal Educação é ferramenta fundamental para que o ciclo completo da educação chegue a todas as cidades do nosso estado”, afirma a secretária.

Sobre a qualidade de ensino no estado, Rejane Dias explica: “a educação do Piauí é uma das que mais crescem no Brasil. Enquanto outros estados tiveram queda no número de matrículas, o Piauí teve um crescimento de 13,35%, segundo dados do Censo Escolar 2017. Na Educação Profissional, tivemos mais de 10 mil novas matrículas. Nos orgulhamos de ter cursos técnicos em todos os municípios piauienses. O número de matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) também aumentou. Contamos com mais de 26 mil novos alunos matriculados no ano passado. A taxa de analfabetismo caiu de 20,2% (2014) para 17,2% (2016), segundo pesquisa do IBGE. Em 2016, quando a pesquisa foi feita, quase 100 mil estavam em sala de aula e em 2017 tivemos mais de 120 mil alunos frequentando as aulas regularmente”. E os números não param. Segundo dados da Secretaria, o número de escolas em tempo integral também aumentou. Em 2015, eram 43 escolas para atender aos alunos. Em 2017, o número aumentou para 69 e a previsão para 2018 é de 79 escolas.

Além disso, o plano é de universalização do Ensino Superior: “Começamos esse processo em 2017, instalando 60 polos da Universidade Aberta do Piauí (UAPI) que atende, hoje, 3 mil alunos. Nosso objetivo é instalar outros 60 polos abrindo mais 3 mil novas vagas no Ensino Superior. A cada ano o número de alunos da rede estadual que ingressam nas universidades cresce. Em 2017 foram 8 mil, esperamos que em 2018 esse número supere os 10 mil. É com muita alegria que acompanhamos esse crescimento e trabalhamos para que esses números sejam cada vez melhores”, comemora Rejane Dias.

Rejane Dias, (Secretária de Estado Da Educação do Piauí)

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A gestora Vitória Fernanda Mendes, coordenadora do Canal Educação na 8ª GRE, que fica no município de Oeiras, ressalta o funcionamento do seu trabalho, bem como a importância para o bom desenvolvimento das aulas da mediação nos ambientes escolares. Segundo ela, o coordenador de GRE articula-se entre as atividades do Canal Educação, da SEDUC e das escolas jurisdicionadas à GRE: “É um ator de suma importância que verifica as dificuldades do programa e viabiliza soluções pontuais em contato com a equipe técnica e pedagógica na SEDUC”. O gestor é quem orienta e acompanha as escolas quanto às atividades vigentes, a serem desenvolvidas, bem como o envio dos materiais necessários para o bom andamento do programa nas escolas.

O apoio para que o projeto funcione adequadamente nos municípios participantes vem de Teresina. O trabalho é dividido em três equipes. A equipe técnica fica na Secretaria de Estado da Educação - SEDUC e direcionam todas as demandas advindas para as outras equipes. Esta é a equipe que faz um acompanhamento mais próximo das escolas por meio de visitas semestrais, lotações e ajudam a dirimir problemas administrativos diversos que surgem ao longo do período letivo.

A equipe pedagógica é a responsável pelas demandas inerentes ao estúdio,

O trabalho da coordenadora na GRE é crucial para o desenvolvimento das atividades do Canal Educação, pelo acompanhamento das atribuições dos diretores escolares, entretanto, de acordo com Vitória Fernanda Mendes, ainda existem algumas superações, “Esse é o trabalho mais árduo. Ainda estamos em processo de implantação da ferramenta, e por vezes precisamos fazer um trabalho de convencimento com nossos diretores e coordenadores que ainda não se adequaram à metodologia. Fazemos o possível para auxiliar as escolas desde os problemas técnicos até os mais elaborados. Aos poucos, tudo vai se moldando e tomando os rumos necessários para sanar problemas que antes nos entristeciam, como a falta de aulas ministradas por professores formados na disciplina ou a ausência de professores a serem contratados. Sem contar o acesso à educação por parte de comunidades que antes tinham dificuldades. Temos comunidades ribeirinhas que puderam ter este acesso graças ao Canal Educação”, garante.

que surgem ao longo do período letivo.

A equipe pedagógica é a responsável pelas demandas inerentes ao estúdio,

Vitória Fernanda Mendes (Coordenadora do Canal Educação na 8ª GRE, Oeiras.)

O Canal iniciou com um público particular de promoção da qualificação de estudantes que já haviam terminado o Ensino Médio e precisavam de cursos técnicos, a exemplo dos cursos TEDI (Técnico em Desenvolvimento Infantil) e TSP (Técnico em Serviços Públicos), que foram oferecidos pela Mediação Tecnológica. As escolas de Zona Rural mais distantes puderam ter acesso ao Ensino Médio por meio do EJA Campo e EJA com qualificação em administração.

Paralelamente a tudo isso, tínhamos a Mediação Tecnológica como ferramenta de acesso aos alunos das cidades do interior a cursinhos populares com revisões aos finais de semana para o ENEM.

Hoje, creio que o Pré-ENEM tem sido um dos maiores responsáveis pelos avanços no que diz respeito aos resultados expressivos no exame com as aulas transmitidas pelo Canal Educação.

Todo esse processo deu-se de forma lenta e aos poucos a tecnologia foi tomando conta do nosso estado. Em 2016, o Canal Educação contemplava novas modalidades e ingressava no Ensino Médio regular no intuito de sanar dificuldades de falta de professores e de deslocamento de alunos. No município de Oeiras, na localidade Buriti do Rei, os alunos só têm acesso hoje ao Ensino Médio graças à Mediação Tecnológica, pois com o trabalho de turmas puras na comunidade, os alunos não precisam se deslocar cerca de 24 km para estudar na sede do município. Isso garante aulas de qualidade todos os dias, com profissionais da comunidade acompanhando. Hoje, as formações e videoconferências da SEDUC com os municípios em tempo real são possíveis por meio dos estúdios do Canal Educação, causando assim alinhamento e melhor relacionamento entre os elaboradores de ações e aqueles que estão na ponta no desenvolvimento do processo educacional.

Temos ainda a evolução para oferta de cursos técnicos de forma concomitante ao Ensino Médio, oportunizando para os alunos ainda mais alternativas de ingresso no mundo do trabalho

Fernanda Camilo da Silva Mendes

Coordenadora do Canal Educação na 8ª GRE, Oeiras.

Gerência Regional de Ensino

Apoio Técnico e Pedagógico

como conteúdo das aulas, qualidade dos materiais disseminados, envio de materiais e assistência em tempo real das dificuldades pedagógicas que podem aparecer no repasse das aulas nas escolas. E, por fim, a equipe de suporte tecnológico que é a equipe que realiza os reparos e as manutenções nos aparelhos tecnológicos espalhados por todo o Piauí. Atendem por meio de chamado eletrônico ou pela vinda de técnicos até o local do equipamento. Todas estas equipes atuam de forma conjunta para que o processo dê-se da forma planejada e, principalmente, para que os alunos recebam uma aula de qualidade e transformem tudo em aprendizagem.

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O DESAFIO DOGERENTE JURÍDICO É SER ESPECIALISTA NA EMPRESA

A função de um advogado corporativo é atender e orientar a pessoa jurídica com os pareceres sobre possíveis riscos e prejuízos em contratos, garantindo a segurança legal na efetivação dos negócios. É esse profissional quem elabora e analisa os contratos e acompanha os processos. Na teoria é assim. Na prática, o trabalho vai muito além.

Eu comecei a minha carreira estagiando em um dos maiores escritórios tributaristas do país, cheguei a integrar a equipe responsável pelos processos contenciosos judiciais e administrativos, em Brasília. Depois, assumi a cadeira de advogado sênior em uma empresa multinacional brasileira, na qual fui responsável por processos de grande complexidade, inclusive, junto ao Tribunal de Contas da União, o que me rendeu um grande aprendizado. Foi aí que surgiu um desafio. Recebi a proposta de criar e estruturar o departamento jurídico interno do Grupo ISG, para atender as necessidades da empresa, que já funcionava há nove meses. Eu tinha, inclusive, que absorver todos os processos que antes eram patrocinados por outros escritórios. Isso garantiu maior controle e um acompanhamento mais próximo.

O maior desafio, porém, foi conhecer o negócio da empresa, a fim de criar todos os documentos necessários para formalizar as relações com seus clientes, parceiros e fornecedores. Inicialmente, tivemos a criação de contratos de parceria comercial, prestação de serviços, representação comercial, além da revisão dos contratos já existentes, buscando atribuir segurança jurídica às relações empresariais, inclusive com cláusulas de confidencialidade e anticorrupção.

Percebi que o executivo do direito deve envolver-

GERENTE JURÍDICO GERENTE JURÍDICO É SER ESPECIALISTA É SER ESPECIALISTA

HEYROVSKY T. RODRIGUES

Heyrovsky Torres Rodrigues é formado em Direito pelo Centro Universitário do Distrito Federal UDF, especialista em Direito Tributário e Finanças Públicas pelo Instituto Brasiliense de Direito Público – IDP. Atualmente é Gerente no Departamento Jurídico do Grupo ISG.

se integralmente nos assuntos da empresa em que trabalha. Diariamente surgem novos desafios inerentes à atividade da Assessoria Jurídica. São situações que exigem conhecimento de legislação específica e, muitas vezes, uma ação rápida. Posso citar a recente promulgação da Lei n° 13.467/2017 que instituiu a reforma trabalhista. Ela gerou profundas e constantes discussões no mundo jurídico. Ciente da necessidade de observação dessa lei por parte de diversos setores do Grupo em que atuo como gerente jurídico, nós tivemos que orientar todos os gestores, para mantê-los atualizados quanto às implicações da nova lei nas relações com os colaboradores.

Na minha opinião, a tarefa diária de um gerente na área jurídica é ser especialista na empresa e não especificamente em um ou outro ramo do direito. A advocacia corporativa exige o conhecimento de diversas áreas jurídicas. Temos a necessidade de conhecer o direito administrativo voltado para licitações e contratos, direito civil, empresarial, societário, trabalhista. E no meu caso, em razão da internacionalização do grupo, direito internacional privado. Logo, é de suma importância conhecer a fundo cada área da empresa, entender seu papel dentro da Companhia e a sua interface com o jurídico, além de sentir as prioridades e necessidades de cada cliente interno. Só assim é possível conduzir o trabalho com objetividade, gestão estratégica e resultados positivos. É imprescindível que aquele profissional que queira sucesso na área mantenha-se atualizado com a legislação e a jurisprudência dos tribunais superiores, para que guie os negócios da empresa com a maior segurança jurídica possível e, assim, tenha grandes probabilidades de êxito em eventual demanda judicial.

COLUNA DO GESTOR

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Tendo como base a importância de conquistar uma boa colocação no mercado de trabalho, independente de qual seja o ramo de atuação, existem importantes aspectos a serem considerados no momento em que ocorrerá a escolha da profissão a ser seguida.

Neste artigo, falaremos brevemente sobre os principais aspectos que devem ser vistos como essenciais ao desenvolvimento da carreira de um Gerente de Projetos. Segundo levantamento recente feito pelo Project Management Institute (PMI), que é uma das maiores associações para profissionais de Gerenciamento de Projetos do mundo, o Brasil é o quinto país que mais vai oferecer oportunidades para Gestores de Projetos nos próximos anos, com cerca de 1,3 milhão de novas vagas.

A cada dia novos projetos são criados e por isso a demanda por profissionais que conheçam a fundo as melhores práticas de gestão de projetos recomendadas pelo PMI é crescente. De acordo com o PMI, um bom Gerente de Projetos deve saber trabalhar sob pressão, lidar com mudanças e com a complexidade de ambientes extremamente dinâmicos e multidisciplinares. Precisa saber estabelecer objetivos claros, e usar todas as suas habilidades e competências para inspirar a equipe e conduzi-la aos resultados esperados.

É importante trazer em sua bagagem de conhecimento alguns conceitos básicos. Entender o que é um projeto, como criá-lo, como conhecer e determinar o seu ciclo de vida, como fazer uma análise de viabilidade, quais as áreas de conhecimento necessárias para a sua execução, e outras informações primordiais ao bom andamento e sucesso do projeto.

‘Projeto’ pode ser definido como o planejamento de um conjunto de tarefas a serem executadas por um grupo de pessoas, com o objetivo de criar um produto ou um serviço exclusivo. É importante destacar que projetos são temporais, ou seja, possuem início, meio e fim, e a equipe envolvida neste trabalho possui um cronograma de ações e um prazo a cumprir para chegar ao objetivo final.

O gerenciamento de um projeto, portanto, é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas específicas para a execução de ações efetivas. Trata-se de uma competência estratégica para organizações, que permite que as empresas unam os resultados dos projetos com os objetivos do negócio, de forma a viabilizar e proporcionar uma maior competitividade no mercado.

O Gerente de Projetos (GP) é o profissional responsável por planejar e trabalhar para que um projeto saia do papel, ou seja, ele mobiliza

ARTIGO

PAULO ROBERTO BRITO DE CARVALHO

Existe uma série de habilidades humanas essenciais ao desenvolvimento de um profissional de Gerenciamento de Projetos, dentre elas destacam-se:

Liderança

Comunicação

Persistência

Trabalho em equipe

Gestão de Conflitos

Negociação

O GERENCIAMENTO DE PROJETOS E SUAS COMPETÊNCIAS

esforços e recursos variados para o alcance de resultados. Além disso, planejará, executará e acompanhará todas as fases do Projeto, e para tal precisa conhecer técnicas que permitirão gerenciar o escopo, o tempo, os custos, os riscos e as pessoas.

Durante a execução de um projeto, é o GP quem define papéis, atribui tarefas, acompanha e documenta o andamento dos trabalhos, e para isso faz uso de ferramentas e técnicas apuradas. É ele quem administra os recursos investidos no projeto e quem integra as pessoas para trabalharem juntas por um objetivo comum, além de monitorar possíveis riscos e estar sempre preparado para mudar de estratégia rapidamente, caso seja necessário.

Profissionais que possuam conhecimento técnico e vivência na gestão de contratos e pessoas são os mais procurados pelos recrutadores e destacam-se na hora da seleção de candidatos para oportunidades atribuídas a este cargo. Muito importante também é conhecer e compreender as habilidades essenciais para tornar-se um profissional requisitado pelo mercado de trabalho.

Além das boas práticas inseridas no guia PMBOK, que representam as habilidades gerenciais, chamadas de hard skills, envolvendo as áreas de conhecimento e fases dos projetos, o Gerente de Projetos precisa possuir outras habilidades que podem ser chamadas de humanas. Essas habilidades humanas, também conhecidas como soft skills, podem ser desenvolvidas e estimuladas, embora costumem ser intrínsecas a cada ser humano. Os soft skills tratam de atributos e competências sociais que permitem que o indivíduo melhore as suas interações com as demais pessoas que fazem parte de sua rotina, bem como o mundo a sua volta.

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ARTIGO

iderança: Peça-chave dentro da organização, e só pode ser legitimada pelo reconhecimento do próprio grupo de colaboradores, que identificará nas ações do gestor a figura do líder.

omunicação: Essencial para assegurar a compreensão de informações durante todo o ciclo de vida de um projeto. É aplicada desde o processo de iniciação, estende-se ao plano global do projeto e de uma forma importantíssima na entrega e encerramento do projeto.

ersistência: Força de vontade em seguir adiante, mesmo quando os resultados não são os esperados. Persistir não é fazer a mesma coisa, da mesma maneira, mil vezes, esperando por resultados diferentes, mas sim fazer mil coisas, de diferentes maneiras, até atingir o resultado que se deseja.

rabalho em Equipe: Capacidade de desenvolver um grupo de trabalho harmônico, produtivo e engajado, composto por talentos de diferentes personalidades e formas de pensar e agir.

estão de Conflitos: A administração de conflitos exige muita habilidade por parte de quem for tratá-lo, porém, nem sempre é ruim, se bem analisado e com o uso das ferramentas corretas ele pode transformar-se em um aliado do crescimento e da mudança

egociação: Arte de buscar acordos, na presença de interesses comuns e posições divergentes. Ou seja, negociação entende-se como o encontro de duas ou mais partes com algum objetivo em comum, que, na ausência de conflitos de interesses, buscam acordos nas posições conflitantes, considerando aquilo que seja aceitável pelas partes.

Um dos principais difusores do Gerenciamento de Projetos e da profissionalização do Gerente de Projetos é o Instituto de Gerenciamento de Projetos (PMI - Project Management Institute). Fundado nos Estados Unidos, em 1969, o PMI é uma associação profissional mundialmente difundida, atualmente com mais de meio milhão de membros, em mais de 180 países. O PMI é distribuído geograficamente pelo mundo em capítulos. Existe o PMI Brasil - Integração Nacional, programa dos capítulos do PMI em diversos estados brasileiros.

Duas das principais iniciativas do PMI na difusão do conhecimento em Gerenciamento de Projetos são as certificações profissionais em gerência de projetos — Project Management Professional (PMP) e Certified Associate

in Project Management (CAPM), e as publicações de padrões globais de Gerenciamento de Projetos, programas e portfólio, sendo a mais popular delas o Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK® - Project Management Body of Knowledge), que recentemente teve lançada a sua sexta edição.

Segundo o PMI, as certificações profissionais em gerência de projetos, especialmente a PMP, têm como objetivo atestar os conhecimentos técnicos nas boas práticas de Gerenciamento de Projetos. Entretanto, por mais que o Instituto tenha evoluído a prova de certificação para testar as habilidades de Gerenciamento de Projetos do candidato, ela não assegura a formação de um bom Gerente de Projetos, pois como já mencionado neste artigo, sabemos que existem outras habilidades de gestão (soft skills) necessárias para tal.

Ainda no que tange a certificação PMP, para que o candidato com curso superior completo de pelo menos quatro anos de duração esteja em condições de realizar o exame de certificação, é necessário que ele esteja elegível de acordo com os seguintes critérios:

• Experiência comprovada de pelo menos 4.500 horas de trabalho em atividades de Gerenciamento de Projetos;

• Essas horas devem estar distribuídas em pelo menos 60 meses (cinco anos);

• Participação em um treinamento formal com pelo menos 35 horas em Gerenciamento de Projetos.

O candidato não precisa obrigatoriamente ter ocupado o cargo de Gerente de Projetos, mas sim ter participado de atividades, por exemplo: Avaliação do Retorno do Projeto, Elaboração do Cronograma, Elaboração de Relatórios e Condução de Reuniões de Acompanhamento.

A certificação PMP é uma das mais reconhecidas no mercado de trabalho e tem um prazo de validade de três anos. Neste contexto, para manter a certificação ativa, o profissional deverá comprovar o envolvimento e o comprometimento que tem tido em relação à sua carreira de Gerenciamento de Projetos. O PMI consegue fazer este controle de comprovações através de um programa de Unidade de Desenvolvimento Profissional, conhecido como PDU (Professional Development Unit), no qual os profissionais certificados deverão acumular pontos referentes ao nível de desenvolvimento profissional adquirido no decorrer da última vigência.

O aumento da visibilidade e a importância estratégica que os Gerentes de Projetos estão adquirindo nas Organizações gera um crescimento na demanda de profissionais com esta expertise no mercado, e assim, um leque de oportunidades de crescimento profissional abre-se para aqueles melhores qualificados. Daí a importância de manter a constante reciclagem e a busca por novos conhecimentos, buscando assim atender ao esperado pelas empresas, ou seja, ter em seu quadro de colaboradores profissionais de alta performance, capazes de trazer consigo um verdadeiro arsenal de ferramentas e técnicas para lidar com as mais diversas situações, nos mais complexos e diferentes cenários.

O RECONHECIMENTO

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Vivemos um mundo de constante evolução, e que vem transformando-se em uma grande aldeia global, fazendo com que os Gerentes de Projetos busquem estar preparados ao desafio de gerir grupos de pessoas heterogêneas, de forma a atender aos mais variados valores, estilos de vida, culturas e conceitos. Com o atual cenário corporativo, que tem de maneira extremamente dinâmica o avanço do processo de globalização, as organizações procuram manter em seu âmbito organizacional líderes capazes de promover a eficácia no trabalho, não mais limitando-se às fronteiras geográficas dos países.

FONTE: Conjunto de leituras feitas em artigos científicos, livros e sites que foram utilizados no desenvolvimento deste artigo.

Paulo Roberto Brito de Carvalho. MBA em Gestão de Projetos - IBMEC / Especialização em Gestão de Tecnologia da Informação – UnB / Bacharel em Administração com Habilitação em Análise de Sistemas – IESB. Atualmente é gerente de projetos e delivery Oracle.

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AFINAL, O QUE É CARREIRA?

COLUNA DO RH

A estrutura de trabalho passou por grandes transformações nas últimas cinco décadas, principalmente em função da globalização, das revoluções tecnológicas e de fatores sócio-históricos. Essas mudanças impactaram muitas organizações, mas principalmente o segmento de Tecnologia da Informação, gerando uma necessidade de adaptação especialmente na criação do plano de carreira dos colaboradores. Esse tema tem sido muito discutido nas empresas, já que precisam tomar decisões sobre movimentação e desenvolvimento, algo que pode impactar diretamente em seu desempenho.

As profissões e as ocupações surgiram como uma forma de organizar o trabalho, sendo uma primeira configuração para o que entendemos hoje como carreira, que pode ser definida como uma trajetória determinada pela organização que fixa o ritmo, os estágios e as competências necessárias por parte do indivíduo para ascender na hierarquia. No modelo tradicional de carreira, a mobilidade era algo raro e que ocorria apenas pela ascensão vertical na estrutura da empresa por critérios como tempo de casa e experiência. Além disso, o encarreiramento era determinado unicamente pela organização e o objetivo era a obtenção de conhecimentos relativamente estáveis, que permitiam ao colaborador ocupar certo cargo.

Mas isso mudou. Os novos modelos de carreira apresentam uma visão de que o indivíduo não é passivo, mas sim agente do seu crescimento profissional. O trabalho passa a ser visto como uma atividade de transformação da sociedade, em que o colaborador percebe significado à sua atividade e tem necessidade de entender o contexto em que está inserido. Uma das transformações que ocorreram com a estrutura de carreiras, por exemplo, foi a quebra de fronteiras. O indivíduo pode trabalhar em qualquer país que desejar, contanto que tenha os recursos para isso. Hoje, o gerenciamento de carreira envolve comportamentos, expectativas, necessidades, cognições e sentimentos do profissional em um processo de autodesenvolvimento orientado por objetivos de vida e trabalho, ambos mediados pelo mercado.

O sucesso dos negócios depende da atração, retenção e desenvolvimento de uma força de trabalho qualificada e dedicada à aprendizagem contínua, e essa mentalidade deve prevalecer em todo o ambiente da organização. O perfil de um profissional mudou e é fundamental que as diretrizes da empresa estejam alinhadas com essas transformações. Os colaboradores estão preocupados com a gestão das próprias carreiras, em busca de experiências de trabalho que tragam não somente recompensas financeiras e de status, mas também aperfeiçoamento de competências que elevam seu valor profissional. A mobilidade na carreira passou a incluir uma diversidade de trajetórias possíveis e capazes de oferecer experiências que resultam em ganho pessoal e organizacional.

E as empresas têm feito o seu papel. Cada vez mais, os trabalhadores têm sido valorizados por qualidades como: autonomia, iniciativa,

1. Carreira sem fronteira: tem como característica a mobilidade e flexibilidade de acordos de trabalho. O indivíduo transita entre várias organizações e ocupações (autônomo, tempo parcial, teletrabalho, trabalho por projetos, temporários, etc.).

3. Craft career: neste modelo, os indivíduos são vistos como artesãos de suas próprias carreiras que estão abertas a invenções e transformações, como obras de arte.

2. Carreira proteana: sugere a ideia de que o colaborador conduz a sua carreira conforme as circunstâncias ou seus desejos pessoais.

4. Carreira portfólio: formada por atividades e competências diversificadas, permitindo ao indivíduo fazer várias coisas ao mesmo tempo.

5. Carreira multidirecional: são flexíveis, dinâmicas, e abertas a direções e possibilidades distintas e igualmente válidas.

5 modelos de carreira:

criatividade e capacidade de trabalho em equipe. Em alguns casos, atividades de treinamento, desenvolvimento de competências, além de planejamento de carreira são oferecidos em troca de comprometimento, lealdade e desempenho focado nas metas organizacionais.

Portanto, as organizações que buscam competitividade no mercado e retenção de seus funcionários precisam se preocupar com um plano de carreira, gerenciamento/alinhamento de expectativas com o colaborador, pois essas, quando frustradas, podem resultar em sentimento de desconfiança e diminuição de comprometimento, enquanto que satisfazê-las gera maior satisfação e engajamento para um melhor desempenho.

BÁRBARA S ILVA

FONTE: Magalhães, Mauro de Oliveira & Bendassoli, Pedro. Desenvolvimento de carreiras

nas organizações. In BORGES, L.O. et al. O trabalho e as organizações: atuações a partir da

psicologia. Porto Alegre: Atmed, 2013. 700p.

Bárbara Silva é graduada em Psicologia pela Universidade de Brasília e pós-graduada

em Psicologia Positiva e Desenvolvimento Humano. Atua no ramo de gestão de pessoas,

principalmente com as áreas de gestão de desempenho, seleção, gestão de carreira e

qualidade de vida no trabalho.

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COLUNA DO RH

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ARTIGO

CLEIDINALVA MARIA BARBOSA DE OLIVEIRAProfessora e pesquisadora na área de tecnologias e educação

A educação desde os seus primórdios deve estar modificando-se e adaptando-se às mudanças sociais e tecnológicas ocorridas, até porque a tecnologia vem cada vez mais crescendo e fazendo parte da realidade de Instituições de Ensino, com novos dispositivos e formas de ensinar e aprender.

Nestes aspectos, esta realidade trouxe tanto ao professor quanto ao aluno um novo perfil, um novo contexto, levando os professores engajados neste processo a preocupar-se em desenvolver habilidades não só pedagógicas, mas tecnológicas também. Com o advento das TICs, o professor viu-se incumbido de novas competências e habilidades, até porque aprender a lidar com as novas tecnologias tem sido um desafio a muitos docentes.

Assim, a prática pedagógica do professor não deve reter-se apenas à transmissão do conteúdo, mas à interatividade e mediação do conhecimento ao aluno, este não deve ser tratado como receptor do conhecimento, mas como agente ativo, que é capaz de aprender e refletir sobre sua aprendizagem autonomamente.

É preciso lembrar, entretanto, que não existe uma única forma de educação presencial, nem uma única forma correta de Educação a Distância (EaD), mediada ou semipresencial. O que se

... peço apenas que permaneçamos abertos, benevolentes, receptivos em relação à novidade. Que tentemos compreendê-la, pois a verdadeira questão não é ser contra ou a favor, mas sim reconhecer as mudanças qualitativas na ecologia dos signos, o ambiente inédito que resulta da extensão das novas redes de comunicação para a vida social e cultural. Apenas dessa forma seremos capazes de desenvolver estas novas tecnologias dentro de uma perspectiva humanista (LÈVY, 1999, p.12).

pode comparar são as possibilidades e potencialidades de cada meio, as práticas mais comuns na sala de aula convencional e aquelas que vêm sendo utilizadas em cada tipo de curso online.

Dessa forma, um dos grandes desafios na incorporação das tecnologias no meio educacional tem sido o de desenvolver ações cooperativas que facilitem o crescimento individual/coletivo e ainda ações que busquem a iniciativa, a flexibilidade e a autonomia do aluno.

Por isso, é importante um professor que assuma sua identidade frente aos desafios, um docente que assegure que exista um alto nível de interação e diálogo, o que é facilitado por técnicas; que utilize os meios e as tecnologias a favor da interatividade entre os envolvidos, um professor que seja capaz de passar um feedback ao aluno, que seja leal no processo avaliativo. (FIORENTINI, 2009).

Mas como ter esse professor completo se a maioria dos docentes não está acostumada com tantas ferramenta síncronas e assíncronas em suas aulas?

Um alerta é quanto à procura pela construção rápida das competências de atuação com tecnologias em sala de aula,

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fazendo com que professores dos mais diversos perfis procurem cursos de capacitação de curto prazo. Formação consistente para embasamento da docência com as tecnologias é Especialização, Mestrado, Doutorado, ou algum com carga horária consistente, e não cursos de fim de semana. O desenvolvimento destas competências exige a construção e sedimentação de conhecimentos que não fizeram parte usualmente do currículo de formação inicial de alguns professores, tais como o conhecimento do conteúdo da informática, o de metodologias ou didáticas necessárias à sua docência com as tecnologias, independente da modalidade.

Apenas com uma formação consistente o professor poderá mudar o paradigma de sua prática pedagógica, que é avanço da aula centrada no material para uma aula mais interativa com recursos variados. Fatores como esses podem contribuir também para um melhor desempenho em sala de aula.

Mas esse processo de formação, como coloca Pretti (2005), não é apenas curricular, mas em uma dimensão política, econômica, social, cultural e ética. Pois, de certa forma, o papel do professor tem como objetivo também contribuir para a formação da pessoa como sujeito social.

Por fim, outro aspecto importante destacado por Fiorentini (2009) para identificação das competências profissionais é a avaliação da prática, pois todo professor analisa a sua própria, e avalia sua atuação, tomando decisões modificadoras para influir na ação, de natureza autorreguladora, que permitem manter, iniciar, ajustar ou encerrar ações à luz de resultados dessa reflexão.

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GESTÃO DE PORTFÓLIO CONCEITOS E BENEFÍCIOS

GABRIEL BRIERMANN

PortfólioUm Portfólio é uma coleção de programas, projetos e operações gerenciadas como um grupo. Seu objetivo é facilitar o controle efetivo das ações para atender às necessidades estratégicas organizacionais. Em linhas gerais, o portfólio organiza os programas e projetos por afinidade, baseado nos objetivos estratégicos da instituição. Os objetivos estratégicos são extraídos do Planejamento Estratégico da instituição.

Uma vez priorizados os programas e projetos, e estabelecidos os critérios de aprovação por um comitê, o balanceamento da capacidade poderá ser executado. É através do balanceamento da capacidade que o Escritório de Gestão de Projetos verificará a disponibilidade inicial de recursos humanos, materiais e financeiros para um determinado projeto. Também é durante o balanceamento da capacidade que é dada a autorização de início da execução de um projeto, tão somente quando existirem recursos suficientes para a sua execução.

QUAL É O PAPEL DO PMO?

O PMO ou Escritório de Projetos é a engrenagem que faz todas as rodas girarem em torno do sucesso dos projetos e da aderência do portfólio aos objetivos estratégicos da instituição.

O PMO também tem responsabilidades importantes para que este processo possa ser executado continuamente, como:

· Prover o suporte metodológico necessário à realização dos projetos;

· Auxiliar a alta gestão na classificação, seleção, aprovação e priorização de programas e projetos;

· Coordenar o Portfólio de Projetos;

· Assegurar o alinhamento dos projetos com a estratégia institucional;

· Promover a cultura de gestão de projetos;

· Apoiar e orientar as áreas e escritórios na gestão de seus portfólios, programas e projetos;

· Propor, uniformizar e promover a utilização de ferramentas para a gestão de portfólios, programa e projetos;

· Estimular o processo de melhoria contínua pela realização de estudos comparativos das melhores práticas vigentes acerca do gerenciamento de portfólio, programas e projetos;

· Estabelecer e manter infraestrutura e sistemas apropriados para apoiar os processos de gerenciamento de portfólio;

ARTIGO TÉCNICO

Fazer a Gestão de Portfólio partindo da avaliação e escolha por meio de métricas dos projetos estratégicos é uma tarefa desafiadora, mas que pode trazer grande impacto às decisões da alta gestão das instituições, tanto públicas como privadas. Estabelecer critérios e seleções consistentes num mundo em que as informações chegam de todos os lados, seja por noticiários, e-mails, mídias sociais, planos de projetos, reuniões e até mesmo conversas de bastidores, é bastante complexo e exige o comprometimento da alta gestão nestas escolhas. A metodologia de Gestão de Portfólio padroniza procedimentos, define papéis e responsabilidades, cria fluxos de processos e modelos de documentos necessários à gestão da carteira de projetos que compõem o Portfólio Estratégico da instituição.

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· Realizar reuniões periódicas para verificar o andamento dos projetos do portfólio, apoiando a tomada de decisões em relação à priorização de projetos no portfólio;

· Participar das reuniões de avaliação da estratégia, apoiando a readequação dos projetos pertencentes ao Portfólio de Projetos em relação à inclusão, manutenção, exclusão, suspensão, cancelamento e encerramento;

· Coordenar a integração entre os projetos com uma visão geral, atuando diretamente com os gerentes de projetos;

· Representar a instituição nos assuntos relacionados ao Gerenciamento de Projetos.

A priorização permite comparar as propostas de projetos de maneira objetiva e imparcial, sempre preocupando-se com o alinhamento estratégico e com a capacidade de execução de projetos da organização.

Para cada item de priorização será informada uma pontuação. O projeto que receber a maior pontuação será priorizado, sendo que só será autorizada a execução daqueles que a instituição tiver a capacidade de realizar naquele momento.

Alguns itens propostos para a priorização são:

· Importância estratégica;

· Conhecimento da equipe;

· Abrangência dos resultados;

· Fator político;

· Tempo estimado do projeto;

· Custo estimado.

A ordem de priorização pode ser alterada de acordo com a força entre os vértices do tripé dos projetos, que são: custo, escopo e prazo, tendo ainda os fatores de risco analisados e cumprindo um papel determinante nesta escolha.

E quais são os benefícios do uso da Gestão de Portfólio?Gerenciar Portfólios traz uma série de vantagens para o alinhamento com a estratégia da instituição. Alguns dos principais benefícios são:

· Administrar melhor os riscos dos projetos;

· Priorizar projetos executados simultaneamente;

· Customizar o uso de recursos com alto custo para que sejam utilizados em projetos de baixa prioridade;

· Manter o constante engajamento da alta administração na gestão de projetos;

· Obter a visão geral dos status dos projetos;

· Oferecer apoio para a tomada de decisão;

· Permitir a visão da interdependência entre projetos;

· Priorizar projetos com grande benefício e baixo risco;

· Dar insumos para a Governança;

· Dar maior importância e prioridade a projetos e programa alinhados com a estratégia.

Logicamente, existem mais benefícios, mas estes são os principais para uma ótima Gestão de Portfólio.

A tarefa de estabelecer critérios para seleção e análise de programas e projetos, para que se encaixem nos portfólios e, consequentemente, atendam aos objetivos estratégicos, não é simples. Gerenciar o portfólio de programas e projetos é uma forma muito interessante de customizar recursos e de promover o engajamento da alta gestão nos resultados dos projetos estratégicos da instituição. A maior dificuldade é fazer com que a camada estratégica tenha olhos racionais para a tomada de decisão acerca de quais projetos devem ou não continuar, sempre de acordo com os objetivos estratégicos traçados para a instituição.

Por que priorizar Projetos para o Portfólio?

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